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Teoria de Grafos (pdf)

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Escola Secundária Garcia <strong>de</strong> OrtaPorto2008Miguel Duarte nº19 11ºA


ÍndiceIntrodução...................................................................................pág.3O que é um Grafo?.....................................................................pág.4Classificação <strong>de</strong> arcos e adjacência <strong>de</strong> vértices........................pág.5<strong>Grafos</strong> não-orientados, circuitos e árvores..............................pág.6-7Aplicações da <strong>Teoria</strong> <strong>de</strong> <strong>Grafos</strong>..............................................pág.8Aspecto Histórico...................................................................pág.9Bibliografia................................................................................pág.102


Introdução:Confesso que, até chegar à exposição “Experimentar aMatemática”, não fazia a mínima i<strong>de</strong>ia do que seriam grafos, osproblemas que eles envolveriam ou as situações do quotidiano nasquais eles estariam inseridos.Nunca me tinha questionado, como muitos alunos que foram àexposição, <strong>de</strong> que maneira eram estabelecidas as re<strong>de</strong>stelefónicas, como eram situados os centros <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong>mercadorias <strong>de</strong> algumas empresas ou mesmo <strong>de</strong> que modo erafeito o plano <strong>de</strong> estradas <strong>de</strong> uma certa região, e muito menos mehavia perguntado se existiria um método matemático que ajudassenessas estratégias <strong>de</strong> distribuição e <strong>de</strong> planeamento. Pensava queera tudo ‘ao calhas’!Foi então gran<strong>de</strong> o meu espanto quando me apercebi <strong>de</strong> quea <strong>Teoria</strong> <strong>de</strong> <strong>Grafos</strong> está em todo o lado no nosso quotidiano, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estradas das cida<strong>de</strong>s até ao simples problema <strong>de</strong>colorir mapas. Decidi então tratar este módulo da exposição, poisacho-o bastante interessante <strong>de</strong>vido à utilida<strong>de</strong> que tem para asocieda<strong>de</strong>, e porque prova que a matemática está, <strong>de</strong> facto, em todoo lado!3


O que é um grafo?Um grafo po<strong>de</strong>, muito simplesmente, ser <strong>de</strong>scrito como umaestrutura constituída por dois elementos fundamentais: os arcos eos vértices. Cada arco tem uma origem (ponta inicial) e um <strong>de</strong>stino(ponta final), quase como uma estrada, que sai <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> echega a outra. Neste caso os vértices são as cida<strong>de</strong>s.Imaginemos que um arco a sai <strong>de</strong> um vértice v e chega a umvértice w. Neste caso dizemos que o arco vai <strong>de</strong> v a w, ou sai <strong>de</strong> v eentra em w, e po<strong>de</strong> então ser chamado <strong>de</strong> arco (v,w) ou vw ouainda por v-w. Como po<strong>de</strong>mos ver os arcos são dirigidos, e isto levaalguns especialistas a chamar ao grafo em questão orientado.O Grafo po<strong>de</strong> então ser entendido quase como uma funçãof:V_A on<strong>de</strong> V e A correspon<strong>de</strong>m respectivamente aos conjuntosfinitos <strong>de</strong> vértices e arcos, e f é a função que faz correspon<strong>de</strong>r acada elemento V um par or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> elementos A (a cada vérticecorrespon<strong>de</strong>m em regra dois arcos).Os vértices têm grau. Este po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> saída ou <strong>de</strong> entrada.O grau <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> um vértice é o número <strong>de</strong> arestas ou arcosque lhe chegam, e o grau <strong>de</strong> saída correspon<strong>de</strong> ao número <strong>de</strong>arestas ou arcos que o têm como origem.4


Classificação <strong>de</strong> Arcos e Adjacência<strong>de</strong> Vértices:Os arcos po<strong>de</strong>m ser chamados:Laços: quando um arco parte <strong>de</strong> um vértice e tem como<strong>de</strong>stino esse mesmo vértice origina uma estrutura com o aspecto <strong>de</strong>um laço, como o próprio nome indica.Arcos Paralelos: quando dois arcos têm o mesmo vértice <strong>de</strong>origem e o mesmo vértice <strong>de</strong> chegada dizem-se paralelos.Arcos Antiparalelos: por analogia com o caso anterior, doisarcos dizem-se antiparalelos quando o vértice <strong>de</strong> origem <strong>de</strong> um é ovértice <strong>de</strong> chegada do outro, e vice-versa.Arcos simétrico: um arco (wv) diz-se simétrico quando existenesse grafo um arco (vw).Quanto aos vértices po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> vértices adjacentes ouvértices vizinhos, e é bastante fácil <strong>de</strong> perceber este nome: quandoexistir um arco que saia <strong>de</strong> v e chegue a w, w diz-se adjacente ouvizinho <strong>de</strong> v. No entanto v po<strong>de</strong> não ser vizinho <strong>de</strong> w, pois po<strong>de</strong> nãoexistir nenhum arco que saia <strong>de</strong> w e chegue a v. Através <strong>de</strong>stasrelações entre os vértices po<strong>de</strong>mos construir uma matriz <strong>de</strong>adjacências, on<strong>de</strong> nos é esquematizado o conjunto <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>adjacência entre os vértices.Embora o <strong>de</strong>senho do grafo em si nos possa parecer maisindicado para estudar o problema em questão, muitos especialistaspreferem olhar para uma matriz e <strong>de</strong>scortinar que relações <strong>de</strong>vemou não ser estabelecidas.0 1 2 3 4 5 6 7 80 1 - 1 - - - - - -1 - - - 2 - - - - -2 - - - - - - 1 - -3 - - - - - - - 1 -4 - - - - - - - - -5 - - - - - - - - -6 1 - 1 - 1 - - - -7 - - - - - - - - -8 - - - - - 1 - - -Matriz <strong>de</strong> adjacências do grafo da página anterior5


<strong>Grafos</strong> não Orientados, Circuitos,Caminhos e árvores:Os grafos não orientados são, muito simplesmente, grafos emque todos os seus arcos são simétricos; isto quer dizer que sempreque existe um arco que vá do vértice v até ao vértice w, existirá umque faça o caminho oposto. Assim esses arcos são chamadosarcos gémeos, embora este nome possa ser algo confuso: a<strong>de</strong>signação <strong>de</strong> arcos gémeos dá a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que esses arcos têm amesma origem e o mesmo vértice <strong>de</strong> chegada, e portanto um nomemais indicado que é por vezes usado é o <strong>de</strong> arcos complementaresou cônjugues. A um par <strong>de</strong> arcos gémeos dá-se o nome <strong>de</strong> aresta,e cada um <strong>de</strong>sses arcos é uma parte da aresta. Mais uma vez nestetipo <strong>de</strong> grafos po<strong>de</strong>-se falar <strong>de</strong> adjacência <strong>de</strong> vértices. Dois vérticessão vizinhos se existir uma aresta que os una. Po<strong>de</strong> também serfeita uma matriz <strong>de</strong> adjacências.Não irei falar muito acerca <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> grafos, pois seriapreciso entrar em matemática bastante avançada. Basta-nos saberque os arcos não orientados/dirigidos formam relações bastantecomplexas entre os vértices e os arcos. É comum, quando falamos<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> grafos, falarmos <strong>de</strong> “componentes”, “ciclos” ou“circuitos”, grafos “<strong>de</strong>generados” e “não <strong>de</strong>generados”.Diz-se que um grafo é cíclico quando se estabelecem arcosligando vértices <strong>de</strong> uma forma que se origina uma espécie <strong>de</strong>circuito ou ca<strong>de</strong>ia, e em que nenhum vértice é repetido. Quanto aoseu tipo, os ciclos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>generados ou não <strong>de</strong>generados. Osciclos ou circuitos são típicos <strong>de</strong> grafos dirigidos.Uma árvore é um tipo <strong>de</strong> grafo não fechado, logo não originaum circuito ou uma ca<strong>de</strong>ia. Esta estrutura ajuda a resolverproblemas do género: colocar nomes por or<strong>de</strong>m alfabética, verificarlistas <strong>de</strong> objectos, ver se um <strong>de</strong>terminado item consta numa lista ounão, etc...6


Aplicações da teoria dos grafos:A teoria dos grafos está hoje incrivelmente <strong>de</strong>senvolvida anível da ciência e da computação, e fiquei surpreendido quandoreparei que as aplicações <strong>de</strong>sta nova área da matemática estão portodo o lado, quase como a matemática em si (computação,planeamento, estudos estatísticos, etc...).No geral, a teoria <strong>de</strong> grafos ajuda-nos a resolver problemas <strong>de</strong>optimização. Por exemplo: um empresário tem uma fábrica <strong>de</strong>sapatos, e existem várias lojas que fazem encomendas frequentes,espalhadas por toda a cida<strong>de</strong>. Qual a maneira mais económica eeficiente <strong>de</strong> construir centros <strong>de</strong> distribuição, <strong>de</strong> maneira a fornecerrapidamente as lojas e os clientes? Po<strong>de</strong>mos estudar este problemausando um grafo, em que os vértices são os centros <strong>de</strong> distribuiçãoe as arestas serão os caminhos até às lojas. Problemas comunssão os <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> bombeiros, <strong>de</strong> comboio, etc...As eliminatórias <strong>de</strong> um torneio <strong>de</strong>sportivo po<strong>de</strong>m seresquematizadas usando um grafo.O mesmo se passa com as re<strong>de</strong>s telefónicas e os mapas <strong>de</strong>estradas. No primeiro caso é necessário colocar as linhastelefónicas <strong>de</strong> maneira a não haver sobreposições nemcruzamentos, assim como colocar <strong>de</strong> forma eficaz os centros <strong>de</strong>orientação <strong>de</strong> chamadas. No segundo caso po<strong>de</strong>mos utilizar umgrafo para colocar os semáforos, <strong>de</strong>cidir as suas fases <strong>de</strong> acordocom os fluxos <strong>de</strong> trânsito e com o sentido único ou duplo dasestradas, etc...A coloração <strong>de</strong> mapas é dos problemas mais clássicos emque é utilizada a teoria <strong>de</strong> grafos. Quantas cores serão necessáriaspara colorir um mapa, <strong>de</strong> forma a que todos os países tenham coresdiferentes dos que lhe fazem fronteira? A resposta é quatro, nomáximo, qualquer que seja o mapa.Vou dar um último exemplo, que foi para mim o maisimpressionante. Numa turma foi feito um questionário, em que cadaaluno teria <strong>de</strong> indicar qual era, na turma, o seu melhor amigo.Assim, <strong>de</strong>senha-se um grafo, em que cada aluno é um vértice, e aaresta indica a amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse aluno direccionada para um outro.Po<strong>de</strong>mos, quer através da matriz <strong>de</strong> adjacências quer através dografo propriamente dito, ver quais são os alunos mais populares eaté <strong>de</strong>tectar problemas <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> outros colegas. Comovêem, esta teoria em constante expansão ajuda a resolverproblemas nas mais variadas áreas, e a tendência é para se<strong>de</strong>senvolver mais e mais.8


Aspecto Histórico:O pai <strong>de</strong>sta teoria é Euler (15/04/1707-18/09/1783), o célebrematemático que se evi<strong>de</strong>nciou em muitas outras áreas <strong>de</strong>staciência. Euler levantou uma questão que se relacionava com aarquitectura e com o or<strong>de</strong>namento urbano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Königsberg(actualmente Kaliningrado) na Prússia. A cida<strong>de</strong> era cruzada pelorio Nagel, e tinha duas pequenas ilhas centrais. Uma das ilhas eraligada a cada margem por duas pontes. A outra tinha duas pontes,cada uma ligando-a a uma margem. Existia ainda uma sétima ponteligando as duas ilhas. A pergunta era: seria possível iniciar opercurso numa das quatro zonas (à esquerda das duas ilhas, àdireita das duas ilhas, em cada uma das margens), e percorrertodas as pontes sem repetir nenhuma? Euler <strong>de</strong>senhou umdiagrama, atribuindo um vértice a cada uma das áreas, e uma linhaa cada ponte. Assumindo cada zona como distinta e atribuindo acada uma <strong>de</strong>las uma partida e uma chegada, então, se apenas sepassar por cada zona e por cada ponte uma vez, apenas haveráuma rota possível, isto se as ligações entre as quatro zonas foremconstantes.Euler veio a provar mais tar<strong>de</strong> que, neste caso, não haviasolução. Esta questão, na altura relacionada com um simplesproblema <strong>de</strong> melhorar o quotidiano aos habitantes da cida<strong>de</strong>,facilitando-lhes a sua <strong>de</strong>slocação <strong>de</strong> um lado ao outro do rio, foi ocomeço da <strong>Teoria</strong> dos <strong>Grafos</strong> que, como vimos no texto anterior,tem hoje muitas e variadas aplicações. Apesar disto, quando Eulerpropôs o problema, este foi consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong>sinteressante e semaplicações práticas, e caiu no esquecimento durante um século, atéser novamente aproveitado na Química por Cayley, na Biologia porJordan e na Engenharia Eléctrica por Kirchoff.No entanto, foi com o aparecimento do computador que esteproblema realmente ganhou notorieda<strong>de</strong>, e os cientistas seaperceberam da enorme utilida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>ria ter na resolução domais variado tipo <strong>de</strong> questões. Hoje em dia, com programascomplexos da tecnologia computacional, criaram-se inúmerosmo<strong>de</strong>los e algoritmos <strong>de</strong> resolução, em que, baseados na teoria dosgrafos, esses programas sugerem automaticamente qual a melhormaneira <strong>de</strong> disposição, qual a solução óptima para o problema, etc.9

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