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Inclusão social na palma das mãos - Appai

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até a procura da editora para imprimir o livro. “Eles eram estudantescom uma segunda chance de aprender a ler. Vejo aedição dessa obra como ‘o algo mais’ no projeto Se liga. Essefoi o grande mérito da professora e da turma, mostrar que épossível fazer, superar as dificuldades”, destacou a diretora.Para as educadoras que participaram, que acompanharamo processo e os progressos dos estudantes, a escolhado professor de turma fez a diferença. “Sou apaixo<strong>na</strong>da poralfabetizar”, confirmou Vera, que ressaltou a dedicação e acriatividade da turma durante a produção do texto coletivo:“Eles se descobriram capazes de brincar com as palavras,criando e recriando o texto até que estivessem satisfeitos como produto fi<strong>na</strong>l. Perceberam que, mesmo antes de domi<strong>na</strong>r ocódigo escrito, são capazes de criar sua própria obra, viajando nomundo da imagi<strong>na</strong>ção e da fantasia, vencendo suas capacidades emostrando-se capazes de vencer suas dificuldades”.Segundo a supervisora do programa de Realfabetização da 8ª CRE,Lúcia Fiaux, que presta apoio pedagógico, o projeto também aproximoua família da vida escolar e resgatou a autoestima da turma, queera muito baixa. Algumas crianças sentiam vergonha de ter ido para aclasse especial, e hoje elas se orgulham de pertencer ao grupo que acumuloutantas conquistas. “Quando montamos a classe de alfabetizaçãomuitos alunos e famílias não aceitavam, tinham preconceito, achandoque estávamos separando os grupos. Alunos que se sentiam incapazesestão hoje aqui, resgatando a própria dignidade”, relata Lúcia.Durante a solenidade de lançamento, com direito a autógrafos paraos pais, os alunos leram o livro em voz alta,falaram sobre as etapas de produção ereceberam home<strong>na</strong>gem <strong>das</strong> autoridadesda educação. Carla deAndrade, mãe de Marcela,onze anos, que tem dislexia,se emocio<strong>na</strong>va ao vera filha lendo com fluência einterpretação os trechos dahistória: “Ela não lia <strong>na</strong>dano início do ano”, lembravaa mãe orgulhosa.A maquete de umcastelo medievalinspirou toda a tramada obra-prima. Umaideia virou realidade.“Uma aventura atravésdo tempo” provaque é possível obtertransformações atravésda educaçãoTodosrevelavamo bom desempenho<strong>na</strong>oralidade e aalegria de teremsuperado as dificuldades iniciais. “As turmas da 4ª série devem estarmorrendo de inveja não é?”, comentavam em voz baixa as criançascom a professora Vera, que espalhou cartazes e convites para divulgaro evento por todo o colégio. Os pais de Diogo, Cleide e Damiãode Souza também acompanharam todo o processo e prestigiarama vitória do filho, escritor aos 12 anos: “Estamos muito orgulhososdesses pequenos escritores. A barreira, aprender a ler e escrever,foi rompida. E ultrapassada!”, comemoravam.Para Valdineia Silva, representante da gerência de educação da8ª CRE, que visitou o colégio durante o ano letivo, e acompanhou oinvestimento dos educadores que culminou nessa produção, esse esforçoé um exemplo para toda a escola porque mobiliza professores ealunos que estão acomodados e mostra que é possível a realização dosseus sonhos. “Peque<strong>na</strong>s atitudes como elogiar, mostrar os avanços jámotivam o ser humano. Imagine uma turma de realfabetização emque não só se aprende a ler, mas se pode editar um livro. Participeide alguns momentos desse desafio e é uma honra ter apostado nessaempreitada”, concluiu a educadora durante a solenidade.Escola Municipal Professor Júlio de MesquitaRua Ribeiro de Andrade s/n – Padre Miguel – Rio de Janeiro/RJCEP: 21810-000Tel.: (21) 3331-3453Diretora: Teresa Cândida RaymundoFotos: Marcelo ÁvilaJor<strong>na</strong>l Educar 39

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