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Status de ocorrência e hábitos alimentares do gaturamo-bandeira ...

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Estadual <strong>do</strong> Três Picos. As concentrações verificadas em agosto<strong>de</strong> 2010 nesse último Parque, na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 50 indivíduos (Gadini2010), superam, para além <strong>do</strong> <strong>do</strong>bro, o número anteriormente conheci<strong>do</strong>(“up to 20”, Hilty 2011).A <strong>ocorrência</strong> aqui divulgada para to<strong>do</strong>s os meses no Itatiaia ena Serra <strong>do</strong>s Órgãos e em 10 <strong>de</strong> 12 meses nas florestas da metrópole<strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro (Tabela 1) é pela primeira vez apresentadano âmbito da Mata Atlântica brasileira. As dificulda<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção, acima referidas, impediram por vezes <strong>de</strong>terminar ostatus <strong>de</strong> <strong>ocorrência</strong> (resi<strong>de</strong>nte ou visitante) da espécie para muitaslocalida<strong>de</strong>s.Os da<strong>do</strong>s atuais permitem categoricamente afirmar que Itatiaiae Serra <strong>do</strong>s Órgãos (incluin<strong>do</strong> PN Serra <strong>do</strong>s Órgãos, PE <strong>do</strong>s TrêsPicos e a REGUA – Reserva Ecológica <strong>de</strong> Guapiaçu) são localida<strong>de</strong>s-chave<strong>de</strong> <strong>ocorrência</strong> da espécie no Brasil, admitin<strong>do</strong> que asnotações <strong>de</strong> “fairly common” para essas duas áreas (Parker & Goerck1997, Pimentel & Olmos 2011) sejam aceitáveis. Todavia,discordamos enfaticamente que C. cyanea seja (ou tenha si<strong>do</strong>)razoavelmente comum na Floresta da Tijuca como indica<strong>do</strong> emParker & Goerck (1997). Nossa experiência acumulada na Tijuca(opinião compartilhada com Sick, in litt. 1982) permite sustentarque ela seja rara, ou no máximo transitoriamente incomum.No PN Tijuca, o <strong>gaturamo</strong>-ban<strong>de</strong>ira continua sen<strong>do</strong> um poucomais encontradiço no inverno, porém a reanálise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s acumula<strong>do</strong>s,sobretu<strong>do</strong> após 1987, e o evento <strong>de</strong> nidificação recém--constata<strong>do</strong> <strong>de</strong>mandam que o status <strong>de</strong> “visitante <strong>de</strong> inverno”(Gagliardi & Pacheco 2001, Castro-Astor & Bauer 2011) sejaconverti<strong>do</strong> para “resi<strong>de</strong>nte”, ainda que geralmente inconspícuo.Naka et al. (2002) foi uma das poucas fontes brasileiras queindicou C. cyanea como “resi<strong>de</strong>nte”, ainda que rara. Todavia,pouco antes, os mesmos parcos registros disponíveis (n=4) para ailha <strong>de</strong> Santa Catarina haviam leva<strong>do</strong> Naka & Rodrigues (2000) aconsi<strong>de</strong>rar sua presença sazonal como in<strong>de</strong>terminada.Os ninhos da subespécie nominal <strong>de</strong> C. cyanea compartilhamentre si a superfície <strong>de</strong> troncos, rugosos e recobertos por musgose líquenes, como substrato <strong>de</strong> fixação. Ninhos fotografa<strong>do</strong>s emSanta Catarina, Paraná e Minas Gerais (Wikiaves 2013) e aquelesreferi<strong>do</strong>s para o Paraguai (Bertoni 1919) corroboram esse padrão.Barrancos recobertos <strong>de</strong> vegetação na beira <strong>de</strong> caminhos, mas naproximida<strong>de</strong> da floresta, parece ser o substrato habitual <strong>de</strong> instalação<strong>do</strong>s ninhos <strong>de</strong> outras subespécies <strong>de</strong> C. cyanea na regiãoandina (Fjeldså & Krabbe 1990, Janni et al. 2008, Freeman etal. 2012).A correlação histórica entre a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> Pipra cyanea e ocônsul Lorentz Westin, inequívoca a partir da consulta à fonteoriginal (Thunberg 1822), não consta indicada nas fontes tradicionaisda nomenclatura <strong>de</strong> aves brasileiras ou neotropicais(Hellmayr 1936, Pinto 1944). A restrição <strong>de</strong> proveniência à “cida<strong>de</strong><strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro” <strong>do</strong> espécime original envia<strong>do</strong> para Upsala,Suécia, se justifica na medida em que a localida<strong>de</strong>-tipo “Rio<strong>de</strong> Janeiro” (Hellmayr 1936, Pinto 1944) po<strong>de</strong> aludir a então Provínciaou a sua capital homônima.38Figura 6. Fruto <strong>do</strong> tipo aquênio <strong>do</strong> mata-pauCoussapoa microcarpa (Shott) Rizzini (Foto: Óscar M. Chaves, FloraRS)Agra<strong>de</strong>cimentosAgra<strong>de</strong>cemos especialmente a Fernan<strong>do</strong> Straube pela meticulosarevisão, a qual muito apreciamos. A Luis A. Florit porce<strong>de</strong>r-nos imagens e informações <strong>do</strong> ninho em construção aquireferi<strong>do</strong>. A Ana Gadini por gentilmente autorizar-nos o uso <strong>de</strong>sua fotografia. Guilherme Serpa, Gabriel Mello, Fernan<strong>do</strong> Straube,Leonar<strong>do</strong> Deconto e Fabricio Basilio compartilharam conoscoinsights e experiências <strong>de</strong> campo com a espécie. Paulo Vianaaju<strong>do</strong>u-nos com a edição <strong>de</strong> imagens.Referências BibliográficasBelton, W. (1985) Birds of Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Brazil. Part 2: Formicariidaethrough Corvidae. Bulletin of the American Museum of Natural History180(1):1-242.Belton, W. (1994) Aves <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul: distribuição e biologia. SãoLeopol<strong>do</strong>: UNISINOS.Bencke, G. A. (2001) Lista <strong>de</strong> referência das aves <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. PortoAlegre: Fundação Zoobotânica <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul (Publicações AvulsasFZB, 10).Berlioz, J. (1959) Le développement <strong>de</strong> l’ornithologie et l’industrie plumassière.L’Oiseau 29: 261-277.Bertoni, A. <strong>de</strong> W. (1919) Apuntes sobre aves <strong>de</strong>l Paraguay. Hornero 1:284-287.Castro-Astor, I. & Bauer, C. (2011) Guia <strong>de</strong> Observação <strong>de</strong> Aves Parque Nacionalda Tijuca. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Amigos <strong>do</strong> Parque.Cazetta, E. & Galetti, M. (2003) Ecologia das ervas-<strong>de</strong>-passarinho. Ciência Hoje33(194):72-74.Cazetta, E. & Galetti, M. (2007) Frugivoria e especificida<strong>de</strong> por hospe<strong>de</strong>iros naerva-<strong>de</strong>-passarinho Phora<strong>de</strong>ndron rubrum (L.) Griseb. (Viscaceae). RevistaBrasileira <strong>de</strong> Botânica 30(2):345-351.Cruls, G. (1949) Aparência <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro: notícia histórica e <strong>de</strong>scritiva dacida<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: J. Olympio.Descourtilz, J. T. (1944) Ornitologia brasileira ou história natural das aves <strong>do</strong>Brasil: notáveis por sua plumagem canto e <strong>hábitos</strong>. Traduzida por EuricoSantos, anotada por João Moojen. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Kosmos.Dickinson, E. C. (2001) Systematic notes on Asian birds. 9. The “Nouveau recueil<strong>de</strong>s planches coloriées” of Temminck & Laugier (1820-1839). ZoologischeVerhan<strong>de</strong>lingen 335: 7-54.Fjeldså, J. & Krabbe, N. (1990) Birds of the high An<strong>de</strong>s. Copenhagen: ZoologicalMuseum, University of Copenhagen.Florit, L. A. (2010). [WA256287, Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822)]. WikiAves - A Enciclopédia das Aves <strong>do</strong> Brasil. Disponível em: Acesso em: 26 Fev 2013.Freeman, B. G., Class, A. M., Olaciregui, C. A. & Botero-Delgadillo, E. (2012)Breeding biology of the Blue-naped Chlorophonia (Chlorophonia cyanea)in the Santa Marta Mountains Ornitología Colombiana 12: 10-16.Gadini A. (2010). [WA185890, Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822)]. WikiAves - A Enciclopédia das Aves <strong>do</strong> Brasil. Disponível em: Acesso em: 26 Fev 2013.Gagliardi, R. L. & Pacheco, J. F. (2001) Aves <strong>do</strong> Parque Nacional da Tijuca.Disponível em http://www.terrabrasil.org.br/ecosistema/ecosist_aves.htmAcesso em: 25 Fev 2013.Grantsau, R. (2010) Guia completo para a i<strong>de</strong>ntificação das aves <strong>do</strong> Brasil.São Carlos: Vento Ver<strong>de</strong>.Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 173 - Maio/Junho 2013 - www.ao.com.br

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