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TOPOFILIA, ECOLOGIA E IMAGINÁRIO: OS VELHOS CARIRIS DA ...

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imaginação por constituir fontes de falseamentos e erros, não poderia ser incluídaenquanto objeto de reflexão.Os pensadores iluministas desprezaram a imagem/imaginação, poisargumentavam que o imaginário e a realidade concreta são plenamentecontraditórios. Pensadores como Descartes, Pascoal e Spinoza argumentavam que oimaginário era uma fonte de ilusões, fantasias e ausência ou negação da razão. Portanto, não davam nem uma contribuição ao desenvolvimento da ciência. (Aranha &Martins, 1992:)Estas correntes de pensamento se consolidam quando Descartes afirma queo método proposto é exclusivamente o único meio de acesso à verdade científica.(Aranha & Martins, op. Cit., 1993:85). A ciência moderna estabelece suas bases erelega à imagem a arte de falsear a razão, sombreando a verdade e não podendodemonstrar o conhecimento verdadeiramente.Do século XVIII ao XIX restaram apenas os fragmentos platônicos comoalicerces para a crítica do domínio da razão como única fonte de acesso à verdade.Kant aponta alguns caminhos de resistência ao racionalismo dogmático, na obra“Crítica da Razão Pura”. No século XIX, as críticas se voltaram para os excessos domecanicismo cartesiano. Talvez estejam aí os primeiros passos de resgate daimagem não apenas como objeto do conhecimento, mas como todo objeto possívelde uma representação (Sartre, 1980:327). Chegamos ao século XX, momento deprática e exercício dos preceitos da ciência moderna, mas também um tempo deintensificação das polêmicas em relação ao real, a razão e ao imaginário.No que tange à imagem, imaginação e imaginário, destacamos aqui algunsautores como Castoriadis, Sartre, Bachelard, entre outros.Como nosso objetivo aqui é apenas argumentar em favor do uso doimaginário como objeto de reflexão e possibilidade metodológica na pesquisaempírica na área de ecologia, apresentaremos alguns fragmentos e argumentaçõesque estes autores desenvolveram em seus campos de pesquisa.Todo esse pensamento passa pelo simbólico. Entendemos que os signos,símbolos desse imaginário, se processam necessariamente no meio ambiente, fontedessas construções. “O imaginário é a conexão obrigatória, através da qual seconstitui toda e qualquer representação humana.” ( Durand apud., Castro, I. et al.1997:168).Sendo o imaginário função e produto da imaginação, acaba por incorporar ereconstruir o real, mediando a realidade. As imagens e a imaginação são percebidascomo faculdades de conhecimento e estado de conhecimento essenciais em nossadireta relação com o mundo. O imaginário é o objeto de reflexão que não pode serexcluído pela razão. (Sartre, 1980 e Castoriadis, 1991).O imaginário como sendo a “criação incessante e essencialmenteindeterminada de figuras, formas, imagens, a partir das quais somente é possívelfalar-se de alguma coisa” ou aquilo que denominamos “realidade e racionalidade”como sendo seus produtos (Castoriadis, 1991:94).Se a razão iluminista e a objetividade necessárias ao fazer científicoexpulsam de suas argumentações tudo o que não tiver existência concreta ou quenão puder ser explicado de acordo com a razão, faculdade que tem o ser humano deavaliar, julgar, ponderar, classificar, justificar. Essa razão se mostra limitada, pois

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