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Cronologia - Gazeta Das Caldas

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se um século de existência“Não vendemos nada que seja para o Estado”Oque fazer quando seestá numa actividade que é das maisfustigadas pela crise?Reduzircustos. A começar pelo pessoal.No ano passado, entre rescisõesde contrato e reformadosque não foram substituídos,a empresa reduziu o seu quadrode 47 para 36 pessoas. E aspoupanças noutras áreas têmsido tantas que “estamos achegar a uma estrutura decustas igual à de há 10anos”, conta Luís Saraiva.Em2004 a empresa facturou umpico de 7,3 milhões de euros,mas desde então tem vindo adescer e fechou 2009 com 5 milhões.As cobranças tambémestão difíceis e as próprias seguradorasdeixaram de seguraras vendas a crédito. Ainda assim,Luís e Salette Saraiva dizemque não vendem nada parao Estado porque este paga tãotarde que não compensa alienara mercadoria para um clienteassim.A J. L. Barros & Cu-César Lourenço - mais de 50 anos à frente da empresaCésar Lourenço (àdireita) com oPresidente da República,Ramalho Eanes, nofim dos anos setenta numadas feiras que então se realizavamno parque.O empresário esteve maisde meio século à frente dosdestinos da empresa e ocupouvários cargos nas <strong>Caldas</strong>da Rainha. Foi vereadorA sede da empresa na Rua Dr. Júlio Lopes. A carroça à direita era usada para ir buscarmercadorias à CP e aos Capristanos (mais tarde Claras e mais tarde Rodoviária Nacional).nha Gomes trabalha sobretudocom pequenas e médias empresasligada à construção, emborao segmento dos particularesnão seja displicente. Os resorts,como, por exemplo, o daSerra d’el Rey, são também ummercado alvo.O futuro é incerto.“Há sinais contraditóriosde retoma: há mais con-fiança, há empresas comoa antiga Rol que está a con-tratar pessoal, o que é bom,mas no nosso sector as em-presas que ainda tinhamobras no ano passado já asacabaram e ninguém está acomeçar nada. O sector estáparado.”C.C.César Lourenço esteve mais de 50 anos à frente dos destinos da empresada Câmara Municipal, presidenteda Comissão de Turismo e doGrémio Literário caldense (quemais tarde daria origem à associaçãocomercial) e foi dirigentedos bombeiros e da BandaComércio Indústria.“Ele encarava a empresaquase como um sacerdócio- tinha uma extrema atençãopara com os funcionários etinha sobretudo uma gran-de abertura de espírito, sem-pre disposto a aprender”,conta a filha, Salette Saraiva,que lhe sucedeu.Nascido em Vale de Maceira,César Lourenço esteve empregadonuma mercearia em S.Martinho do Porto e veio trabalharpara as <strong>Caldas</strong> depois deter sido despedido por uma vezter chegado atrasado. A famíliaveio a descobrir, após a suamorte, que nesse dia de 1939,César Lourenço iniciou um diárioonde passou a assinalaros acontecimentos mais importantesque o marcaram,não só os pessoais – como adescoberta de que tinha Parkinssonaos 47 anos – comoda vida social e política caldensee nacional.C.C.João Augusto -o trabalhador maisantigoTinha 11 anos o miúdoque no dia 31 de Outubrode 1955 se apresentouna Rua Dr. Júlio Lopespara iniciar o seuprimeiro dia de trabalhona conhecida firmacaldense.Viera das Gaeirasa pé e a pé continuariaa deslocar-se entreaquela (então) aldeia eas <strong>Caldas</strong> da Rainha durantemais quatro anos, até que o seu pai lhe comprou umabicicleta. Um salto de gigante para a época, que encurtava asdistâncias, difíceis de vencer sobretudo nas madrugadas e tardesfrias e chuvosas de Inverno.João Augusto fizera a 4ª classe,o que também naquele tempo já era escolaridade quase acimada média, pois no Portugal dos anos cinquenta nem todos tinhaminstrução primária. O normal seria ir trabalhar para o campoou arranjar alguma coisa na cidade.”O meu pai, que erafuncionário do Faustino Gama, aqui nas Gaeiras, como iamuitas vezes aviar-se ao J. L. Barros, conhecia o senhorCésar e fez-lhe o pedido”. Foi aceite. E começou por baixo,como seria de esperar – varrer a casa, fazer recados, levar encomendasa casa dos clientes, ir buscar materiais à estação da CPe aos Capristanos (rodoviária). Mais tarde passou a cortar papelpara embrulhos, a fazer massa para pôr nos vidros e, pouco apouco, saltou para o balcão onde pesava pregos e aviava osfregueses em produtos de menor responsabilidade.O primeiroordenado do aprendiz foram 60 escudos (30 cêntimos). JoãoAugusto diz que ainda se recorda das três notas de vinte (com aimagem do Sto. António) nas suas mãos. Ordenado, diga-se,apenas obtido ao segundo mês de trabalho porque no primeiro“era à experiência”.Nessa altura ainda não sabia que iria baterum recorde de longevidade no seio da J. L. Barros. Foram 53anos de trabalho sempre na mesma empresa, até que se reformouem Abril de 2009.Nunca pensou em sair?”Houve fases daminha vida em que me abordaram para mudar de patrão,mas acabava sempre por chegar a entendimento e fuicontinuando. Na altura era fácil sair e entrar noutra firmaporque eu tinha conhecimento de ferragens e haviaempregos”.O horário era de segunda a sábado e já só na idadeadulta é que este funcionário passou a ter a “semana inglesa”,ficando livre a partir das 13h00 de sábado. “Mas para issotivemos ainda de fazer uma greve. Antes do 25 de Abril”,conta, explicando que foi uma greve de todo os empregados decomércio e que se traduziu no encurtamento da semana de trabalhopara as 44 horas.É claro que a vida foi melhorando. JoãoAugusto nunca abandonou as Gaeiras e foi na sua aldeia quecasou e continuou a viver (hoje, paredes meios com filha, genroe netas). Mas depois da bicicleta seguiu-se uma motorizadapara ir para o emprego, mais tarde o inevitável carro e quandose reformou, o rapazinho que ia a pé para o trabalho, fazia-setransportar num Peugeot 206 (que hoje leva para a fazenda, comas alfaias na parte traseira). Do seu patrão, César Lourenço,guarda a imagem de um homem “muito apegado à casa emais próximo dos funcionários do que o sócio [Joaquim],que era assim um bocadinho mais desprendido e dedica-va-se mais à caça e à pesca”.E quanto à actividade em si,também a firma acompanhou a evolução dos tempos. Ao princípio,vendiam ferragens, pulverizadores, charruas, torpilhas, prensaspara lagares e muitas miudezas como redes, cimentos, ferro,mais tarde azulejos. Hoje o universo da J. L. Barro é outro,bem mais complexo. Seja como for, o próprio João Augusto,deixaria, às tantas de aviar ao balcão e passou a ter outrasresponsabilidades. Quando se reformou, já não aviava ao públicoe trabalhava na secção de compras da empresa.C.C.

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