JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA - Sociedade Brasileira ...
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6JBO - Jornal Brasileiro de OftalmologiaAs redes sociais melhoram a relação médico-paciente?As novas tecnologias têm aproximadocada vez mais clínicos e doentes seja por e-mail ou redes sociais, seja através de chats ouFacebook. A comunicação faz-se de maneiramais rápida e eficaz, garantem os especialistas.Os doentes agradecem e dizem sentiremsemais seguros.Pode parecer um paradoxo, mas as novasplataformas da Internet, como blogs e redessociais, funcionam cada vez mais como umaferramenta de aproximação entre médicos edoentes. Embora não dispensem as consultaspresenciais, cada vez mais especialistas usama comunicação digital para falar com os doentes:dão dicas, respondem a dúvidas e dãoautênticas consultas on-line.Este é o método do futuro e acompanha aevolução da sociedade. A saúde vai ter muitoa ganhar e os doentes também acreditam algunsespecialistas em comportamentosaditivos, que já apresentam seus consultóriosde psicologia on-line.Há médicos que vão mais longe e oferecemmesmo consultas on-line, através dechats de conversação. Na Europa, alguns centrosmédicos já adotam consultas on-line, algumascom duração de 30 minutos, e custoem torno de 40 euros, menos dez euros doque a presencial.Em um relatório da Manhattan Researchdiscute-se a adoção de redes sociais por médicos.Claramente há um crescente número de redesdisponíveis, o que potencialmente diminui seuimpacto. Um pesquisa mostrou que cerca de 60%dos médicos têm interesse em redes. Sermo eMedscape Physician Connect têm 100 mil membroscada, mas é incerto quantos deles são duplicadosou usuários exclusivos. Com qualquer redesocial a afetividade deve ser medida pela atividadee não pelo número de membros. Mas omais interessante dessa discussão toda é que geralmenteos médicos que mais a utilizam sãomédicos da atenção primária, mulheres, possuemum PDA ou smartphone, ficam on-line durantea consulta com o paciente ou logo depois,e são ligeiramente mais jovens que a média dosmédicos.O Facebook é a rede social que gera maiscontrovérsia. Alguns médicos encontramnesta ferramenta alguns perigos para a exposiçãodos doentes. Mas outros utilizam-nacomo uma forma de promoção e de debate.Fernando Balli*A adesão de médicos ao Facebook abriuuma nova discussão sobre a ética desses profissionais.Alguns estudos realizados por pesquisadoresna França mostraram que 73% dosentrevistados mantêm perfis na rede com dadosque permitem facilmente sua identificação- caso de nome real, data de nascimento efoto (91%). Um em cada sete médicos acrescentouainda que poderia adicionar pacientesem seu grupo de amigos do Facebook.Essa nova interação entre paciente e médicoresulta em uma situação éticamente problemática,porque não está relacionada à assistênciadireta ao paciente, segundo autoresde estudo do Journal of Medical Ethics. Alémdisso, a disponibilidade pública de informaçõessobre a vida privada de um médicopode ameaçar a confiança mútua entre ele eseu paciente. Comentários e fotos postadoson-line podem ser mal interpretados fora doseu contexto original e podem não refletircom precisão as suas opiniões e comportamentosda vida real.Por ora a preocupação dos estudiosospode ser exagerada. Poucos pacientes de fatopediram a seus médicos que os aceitassementre seus grupos de amigos. Segundo o estudo,só 6% dos médicos entrevistados haviamrecebido tal solicitação; 4% aceitaram.Porém, acredita-se que esses números vãoaumentar com o tempo, embora os médicosnão estejam preparados. Pelo relatório daManhattan Research, só 61% haviam mudadosuas configurações de privacidade, mas17% não lembravam que alterações haviamefetuado. Profissionais com menos de umano de cadastro na rede se mostraram maissuscetíveis a erros nessas configurações. Alémdisso, 55% davam informações profissionaisno perfil e 59%, dados sobre sua formação.A grande maioria, contudo, ainda diz querecusaria imediatamente um pedido de amizadede um paciente (85%). As razões mais citadaspara isso são o medo de interesse românticoe a necessidade de manter uma distância profissional.Só no fim da lista apareceu a suspeita deque a relação on-line fosse antiética.*Membro da Comissão de Internet daSBO, sócio da Rosai Clínica de Investigaçãoe Tratamento de Olhos-RJ, oftalmologistada Clínica de Olhos OctávioMoura Brasil