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Corantes naturais de urucum - Emepa

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CAMILO FLAMARION DE OLIVEIRA FRANCO<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) no tratamento dahiperlipi<strong>de</strong>mia e câncer em animais.Trabalho apresentado à Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Viçosa, como parte das exigências do Programa<strong>de</strong> Pós-Graduação em Bioquímica Agrícola paraa obtenção do Pós-Doutorado.Orientadora: Prof. Dra. Tânia Toledo <strong>de</strong> OliveiraVIÇOSAMINAS GERAIS - BRASIL2008ii


DEDICATÓRIAA minha esposa, Valéria Christina Miranda Franco, todoespecial amor, carinho, compreensão e estímulo.Aos meus queridos e amados filhos, Pedro Paulo,Paula Gabrielly e Camilo Filho, e aos netos,Pedro Lucas, Abraão Henrique e PauloHenrique, com muitíssimo amor.iii


AGRADECIMENTO ESPECIALLouvarei ao Senhor em todo o tempo;o seu louvor estará continuamente na minha boca.A minha alma se gloriará no Senhor;os mansos o ouvirão e se alegrarão.Engran<strong>de</strong>cei ao Senhor comigoE juntos exaltemos o seu nome.Busquei ao Senhor e ele me respon<strong>de</strong>u;Livrou-me <strong>de</strong> todos os meus temores.Olharam para ele, e foram iluminados;E os seus rostos não ficaram confundidos.Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu;E o salvou <strong>de</strong> todas as suas angústias.O anjo do Senhor acampa-se ao redordos que o temem e os livra.Provai e ve<strong>de</strong> que o Senhor é bom;Bem-aventurado o homem que nele confia.Temei ao Senhor, vós os seus santos,Pois não têm falta alguma aqueles que o temem.Salmos 34. 1-9v


ÍNDICEPágina<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) no 1tratamento da hiperlipi<strong>de</strong>mia em animais...........................1 INTRODUÇÃO............................................................................. 22 OBJETIVO GERAL...................................................................... 32.1 Objetivos Específicos.................................................................. 33 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................ 43.1 Carotenói<strong>de</strong>s como antioxidantes............................................... 53.2 Estabilida<strong>de</strong> dos corantes <strong>naturais</strong>.............................................. 63.3 Biossíntese dos carotenói<strong>de</strong>s...................................................... 73.4 Ocorrência dos carotenói<strong>de</strong>s – Distribuição na natureza............ 83.5 Funções dos carotenói<strong>de</strong>s.......................................................... 93.6 Apocarotenói<strong>de</strong>s.......................................................................... 93.7 Bixina........................................................................................... 93.8 Urucum........................................................................................ 153.9 Melhoramento vegetal do <strong>urucum</strong>............................................... 213.10 Principais aplicações para o pigmento........................................ 223.11 Composição da semente............................................................. 233.12 Métodos <strong>de</strong> produção do pigmento............................................. 254 METODOLOGIA.......................................................................... 265 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................... 286 CONCLUSÕES................................................................... 357 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................... 36<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) no 41tratamento do câncer em animais.......................................1 INTRODUÇÃO..................................................................... 422 OBJETIVO GERAL.............................................................. 422.1 Objetivos Específicos.......................................................... 423 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................. 433.1 Metástases........................................................................... 45vi


3.2 Patogênese da metástase.................................................... 463.3 Exame histopatológico......................................................... 493.4 Epi<strong>de</strong>miologia do câncer...................................................... 533.5 Mutagenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corantes para alimentos........................ 553.6 Bixina.................................................................................... 553.7 Frutas alaranjadas ou amareladas....................................... 623.8 Estresse oxidativo................................................................. 633.9 Estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antioxidante........................................ 643.10 Mecanismos <strong>de</strong> proteção..................................................... 643.11 Flavonói<strong>de</strong>s e medicamentos no câncer.............................. 653.12 Flavonói<strong>de</strong>s.......................................................................... 663.13 Flavonói<strong>de</strong> e câncer............................................................. 663.14 Ativida<strong>de</strong> estrogênica e antiestrogênica............................... 723.15 Ação antiinflamatória............................................................ 753.16 Angiogênese......................................................................... 783.17 Quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer............ 843.18 Ciclo celular.......................................................................... 863.19 Classes <strong>de</strong> agentes antineoplásicos.................................... 883.20 Agentes alquelantes............................................................. 884 METODOLOGIA................................................................... 1205 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................... 1226 CONCLUSÕES..................................................................... 126<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) em animais 127com câncer induzidos com DMBA........................................1 METODOLOGIA................................................................... 1272 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................ 1293 CONCLUSÕES..................................................................... 1414 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................... 1435 LÂMINAS HISTOPATOLÓGICAS........................................ 1564 CONCLUSÃO FINAL............................................................ 186vii


Experimento 01<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) no tratamento dahiperlipi<strong>de</strong>mia em animais¹.Camilo Flamarion <strong>de</strong> Oliveira Franco², Tânia Toledo <strong>de</strong> Oliveira³ , Tanus Jorge Nagem 4 ,RESUMOA bixina do <strong>urucum</strong> tem se <strong>de</strong>stacado como uma das principais fontes <strong>de</strong> corantes <strong>naturais</strong>utilizados no mundo, tendo como principais aplicações, nas indústrias <strong>de</strong> alimentos, têxteis,cosméticos e principalmente na farmacêutica para o tratamento <strong>de</strong> diversas doenças. O trabalho foi<strong>de</strong>senvolvido no Laboratório do Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Biologia Molecular da Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa – UFV. Minas Gerais, com o objetivo <strong>de</strong> obter um fitoterápico e/ou umsuplemento alimentar, voltado ao tratamento da hiperlipi<strong>de</strong>mia em animais. O <strong>de</strong>lineamentoexperimental utilizado foi o <strong>de</strong> blocos inteiramente casualizados com 66 (sessenta e seis)tratamentos (coelhos) com seis (06) repetições cada. Os animais utilizados para o ensaio foramcoelhos machos da raça Nova Zelândia Branco, com 60 dias <strong>de</strong> vida e 1.800kg, provenientes dosetor <strong>de</strong> Cunicultura do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa – DZO –UFV. Os coelhos foram acondicionados em gaiolas individuais, on<strong>de</strong> permaneceram por umperíodo <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cinco (05) dias, recebendo 120g <strong>de</strong> ração PURINA e água “ad libitum”.Após este período os animais foram divididos em grupos <strong>de</strong> seis animais (06) aleatório. Paraindução da hiperlipi<strong>de</strong>mia foi oferecida para os coelhos diariamente durante 30 dias a raçãopreparada (120g <strong>de</strong> ração+ 1% <strong>de</strong> colesterol cristalino da marca VETEC + 0,5% <strong>de</strong> ácido cólico),para todos os grupos à exceção do Grupo 1. Durante 30 dias os animais receberam a ração e ostratamentos diários por via oral, sendo que os tratamentos por cavagem oral. Ao final doexperimento houve a coleta <strong>de</strong> sangue pelo plexo retro orbital para que fossem feitas análises <strong>de</strong>Colesterol Total, HDL, Triglicerí<strong>de</strong>os, Ferro, TGO, TGP, Fosfatase Alcalina e Gama GT. O materialfoi centrifugado em centrífuga Excelsa 2 205 N a 7.100 X g, durante 15 minutos, para obtenção dosoro. As dosagens sorológicas foram efetuadas em equipamento multiparamétrico <strong>de</strong> BioquímicaAlizé, Mod Lisabio B.652 e kits da marca Bioclin e os resultados expressos em mg/dl.Palavras – Chave: Bixina; carotenói<strong>de</strong>s, colesterol, pigmentos, flavonói<strong>de</strong>s.1.Trabalho apresentado no Pós-Doutorado da UFV-MG, no Curso <strong>de</strong> Pós Graduação em Bioquímica Agrícola;2. Engenheiro Agrônomo, Pesquisador III EMBRAPA;3. Professora Associado II da UFV-MG, Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Biologia Molecular; (Orientadora);4. Professor Associado II da UFOP-MG, Departamento <strong>de</strong> Química; (co-Orinetador).1


1. INTRODUÇÃOA flora brasileira é reconhecida como uma das mais importantes do planeta,dispondo da maior biodiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies superiores. Dentre essas, o <strong>urucum</strong>(Bixa orellana L.), tem se <strong>de</strong>stacado pela sua ampla aplicabilida<strong>de</strong>, figurandocomo uma das principais fontes <strong>de</strong> corantes <strong>naturais</strong> utilizados mundialmente. Naindústria <strong>de</strong> alimentos é aplicado como corantes em <strong>de</strong>rivados lácteos, embutidos,doces, licores, sorvetes e margarinas. Os corantes obtidos do <strong>urucum</strong> apresentamversatilida<strong>de</strong>, estando disponíveis tanto na forma lipossolúvel quantohidrossolúvel. Sendo assim, têm um amplo espectro <strong>de</strong> aplicação. Outros ramosindustriais que também fazem uso <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s tintoriais são asindústrias, têxtil, <strong>de</strong> tintas e vernizes. O Brasil situa-se como o primeiro produtormundial <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>, seguido pelo Quênia e Peru.A bixina, um carotenói<strong>de</strong> <strong>de</strong> cor vermelha, é o pigmento presente em maiorconcentração no arilo da semente do <strong>urucum</strong>, sendo a principal substânciaresponsável pelas características tintoriais dos corantes obtidos nas sementes,on<strong>de</strong> a sua concentração po<strong>de</strong> chegar a até 5,0%. Contudo, diferentes sementesapresentam teores inferiores a 2,0 %, notadamente porque o valor comercial damesma é baseado no percentual <strong>de</strong> bixina. Teores superiores a 2,5% sãonormalmente exigidos para exportação.Os compostos <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> sofrem gran<strong>de</strong> interferência das condições <strong>de</strong>processo estando susceptíveis à <strong>de</strong>composição provocada pelo calor, luz eoxidação, como também potencializada por <strong>de</strong>terminados solventes. Uma vezisolada da semente, a bixina torna-se muito vulnerável à <strong>de</strong>gradação.As técnicas <strong>de</strong> extração em sua maioria visam à produção <strong>de</strong> umconcentrado bruto, no qual a bixina, maior responsável pela cor, encontra-se embaixa concentração. A otimização <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> extração é <strong>de</strong> fundamentalimportância e visa não somente aumentar o rendimento, como também minimizara contaminação com subprodutos <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição. Pesquisas da cinética <strong>de</strong>oxidação da bixina e seus isômeros, a otimização das condições <strong>de</strong>processamento do pigmento do <strong>urucum</strong> em diferentes temperaturas e2


concentração <strong>de</strong> álcali têm sido realizadas, como também a influência do teor <strong>de</strong>água na redução da estabilida<strong>de</strong>.Os processos atuais em uso no Brasil <strong>de</strong>stinados ao processamento dasemente <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>, baseiam-se na extração mecânica e/ou empregandosolventes como, os óleos vegetais, para a produção <strong>de</strong> extratos lipossolúveis;solução alcalina, para o extrato hidrossolúvel ou ainda os solventes orgânicoscomo, acetona, etanol, hexano, propilenoglicol ou clorofórmio. Alguns dos extratosobtidos com estes solventes são normalmente processados na forma <strong>de</strong> pasta ouem pó, após a eliminação do solvente. Em todos os casos trata-se <strong>de</strong> produtoon<strong>de</strong> a bixina encontra-se misturada a outros componentes extraídos da semente,resultando em um material <strong>de</strong> baixo valor agregado.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologia que conduza não só a extração dopigmento bruto, mas principalmente que leve à obtenção <strong>de</strong> bixina <strong>de</strong> elevadapureza, conjugada a sua estabilização é <strong>de</strong> fundamental importância para agregarvalor ao produto. Disponibilizar no mercado a bixina <strong>de</strong> elevada pureza, significamaior competitivida<strong>de</strong>, e certeza <strong>de</strong> expansão comercial ao aten<strong>de</strong>r aossegmentos <strong>de</strong> maior tecnologia, como as indústrias farmacêuticas.2. OBJETIVO GERALObter um fitoterápico e/ou um suplemento alimentar, voltado ao tratamentoda hiperlipi<strong>de</strong>mia em animais.2.1. Objetivos Específicos2.1.1. Testar concentrações <strong>de</strong> bixina lipossolúveis nos porcentuais <strong>de</strong> 4%; 5% e10% em diferentes doses em animais com hiperlipi<strong>de</strong>mia induzida;2.1.2. Testar concentrações <strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s (rutina) em mo<strong>de</strong>los animais comhiperlipi<strong>de</strong>mia induzida;2.1.3. Analisar no soro sanguíneo <strong>de</strong> coelhos, colesterol total, colesterol HDL,triglicerí<strong>de</strong>os, transaminase glutâmico oxaloacético (TGO), transaminase3


glutâmico pirúvica (TGP), fosfatase alcalina, gama GT e ferro, paramensurar os efeitos hipolipidêmicos dos flavonói<strong>de</strong>s e carotenói<strong>de</strong>s;2.1.4. Viabilizar o uso <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s e flavonói<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> acordo com osresultados <strong>de</strong> hematologia em animais com hiperlipi<strong>de</strong>mia induzida.3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICAO corante <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> apresenta-se convencionalmente <strong>de</strong> duas formas, ouseja, em extrato lipossolúvel (solúvel em óleo/óleo-resina), na forma dispersível,no qual a bixina é o princípio ativo, e em extrato hidrossolúvel, no qual a norbixinaé o princípio ativo. Yabiku, (1992), na forma solúvel em água (pó), Araújo, (1995).Existe ainda a forma lipo-hidrossolúvel (emulsificado), na qual o pigmento ésolúvel em emulsão óleo/água e água/óleo. Araújo, (1995). Ele po<strong>de</strong> ainda serencontrado nas formas, hidrossolúvel estável em meio ácido; e em suspensão emóleo, misturado com cúrcuma, em que cada tipo <strong>de</strong> corante apresenta seu teor <strong>de</strong>pigmento correspon<strong>de</strong>nte.O pigmento é constituído basicamente do carotenói<strong>de</strong> cis-bixina, insolúvelem óleo, que compreen<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 80% do corante presente na semente. Opigmento po<strong>de</strong> ser obtido mecanicamente, submetendo o pericarpo em óleovegetal e aquecendo a 70C; este aquecimento converte a forma cis na formatrans. O pigmento po<strong>de</strong> ser extraído por meio <strong>de</strong> solventes a<strong>de</strong>quados, comoacetona e metanol <strong>de</strong>ntre outros e, após sua remoção, a forma em pó é preparadae em seguida ressuspendida em óleo em concentrações <strong>de</strong> 3,5 a 5,2% <strong>de</strong> bixina.A forma solúvel em água é obtida pela remoção do pericarpo em solução alcalinaa 70C (saponificação), e o resultado é um sal <strong>de</strong> norbixina (cis e trans). Araújo,(1995).A maioria dos alimentos possui pH ácido, <strong>de</strong> forma que, quando se aplicaa solução <strong>de</strong> norbixina, o pigmento é disperso e insolubilizado no produto, graçasao abaixamento do pH, evitando-se a perda da cor por lixiviação e permitindo,assim, uma coloração uniforme. De um modo geral, a estabilida<strong>de</strong> do <strong>urucum</strong> éconsi<strong>de</strong>rada boa, embora a bixina seja sensível ao pH, alterando sua coloração <strong>de</strong>4


amarelo-alaranjada para rosa-fraca, em pH baixo. A estabilida<strong>de</strong> térmica éconsi<strong>de</strong>rada boa a temperaturas abaixo <strong>de</strong> 100C.A norbixina, na presença <strong>de</strong> íons <strong>de</strong> cálcio, se precipita, po<strong>de</strong>ndo aindareagir com as proteínas, alterando sua coloração; este fato é comum <strong>de</strong> ocorrer nacoloração <strong>de</strong> queijos, em que o pigmento po<strong>de</strong> migrar e concentrar-se no centro. Autilização do ácido ascórbico e <strong>de</strong> outros antioxidantes ajuda na estabilizaçãoAraújo, (1995).Atualmente, os pigmentos lipossolúveis são utilizados em alimentos, aexemplo das margarinas, cremes vegetais, queijos, sorvetes e outros. Já oshidrossolúveis são aplicados, principalmente, em queijos, sorvetes, <strong>de</strong>rivadoscereais, confeitos, bebidas, molhos e salsichas, representando mais <strong>de</strong> 80% domercado <strong>de</strong> corantes <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>. Carvalho, (1992).Do <strong>urucum</strong> são fabricados os corantes <strong>naturais</strong> mais difundidos na indústria<strong>de</strong> alimentos, on<strong>de</strong> seus produtos representam aproximadamente 70 % (emquantida<strong>de</strong>) <strong>de</strong> todos os corantes <strong>naturais</strong> e 50 % <strong>de</strong> todos os ingredientes<strong>naturais</strong> que têm função corante nos alimentos. Franco et al. ( 2001). Do <strong>urucum</strong>são produzidos:a) corantes hidrossolúveis à base <strong>de</strong> norbixina, com vasto uso em salsicharias,laticínios e cereais;b) corantes lipossolúveis à base <strong>de</strong> bixina com gran<strong>de</strong>s aplicações em produtosalimentícios, a exemplo <strong>de</strong> massas, recheios e produtos oleosos;c) condimentos como o colorau ou colorífico, muito comum na culinária brasileira ena América Latina.3.1. Carotenói<strong>de</strong>s como antioxidantes.Os carotenói<strong>de</strong>s são grupos <strong>de</strong> pigmentos solúveis em gorduras,constituído por uma família <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 600 membros, exercendo uma função antioxidantee oferecendo proteção contra certos tipos <strong>de</strong> câncer.Pesquisas médicas têm <strong>de</strong>monstrado que a gran<strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong> vegetaisestá associada com a redução dos riscos <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>generativas, como câncere doenças cardiovasculares. Sendo os vegetais a maior fonte <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s e5


<strong>de</strong>vido ao seu potencial antioxidante, os benefícios que estes compostos trazem àdieta alimentar têm sido temas <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> muitos pesquisadores.É consistente a hipótese dos benefícios associados ao consumo <strong>de</strong>vegetais e a redução dos riscos <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>s crônicas relacionadas à ingestão<strong>de</strong> uma dieta <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s, reporta Qing et al., (2002), após examinaremdiversas pesquisas.A administração oral <strong>de</strong> bixina (200 mmol / Kg <strong>de</strong> peso) a ratos submetidosa uma radiação (1,5 a 3,0 Gy) mostrou eficácia na inibição dos efeitos causadospela radiação, não acarretando aberrações cromossômicas nas cobaiasestudadas, <strong>de</strong>sempenho comparável ao alfa-tocoferol já consagrado para estafinalida<strong>de</strong>. Também, foram testados a curcuma e o ácido elágico. Threziamma etal., (1998).Zhang et al., (1991) estudaram o efeito <strong>de</strong> inibição da peroxidação,avaliando alguns carotenos, entre estes, o beta-caroteno, a astaxantina, a luteína,o alfa-tocoferol, o licopeno e a bixina, constatando a eficácia na inibição dosconseqüentes efeitos <strong>de</strong> transformações neoplásticas induzidas quimicamente. Detodos os carotenói<strong>de</strong>s testados, o alfa tocoferol foi o mais ativo inibidor daperoxidação lipídica, seguido pela bixina.3.2. Estabilida<strong>de</strong> dos corantes <strong>naturais</strong>Os corantes sintéticos não são oxidativos, alguns corantes <strong>naturais</strong> sãooxidados facilmente, potencializando assim sua ação antioxidante na mistura.Dentro <strong>de</strong>ste grupo os carotenói<strong>de</strong>s são extremamente reativos econseqüentemente, instáveis <strong>de</strong>vido a sua longa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> duplas ligaçõesconjugadas Qing et al., (2002). Fatores como luz, calor e oxigênio potencializamprocessos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação Najar et al. (1988).O pH também afeta a estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitos corantes <strong>naturais</strong>, da mesmaforma que a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados íons metálicos com reconhecidascaracterísticas catalíticas, como ferro, alumínio, cobre ou mesmo o magnésio, cujaação catalítica é menor. Estes catalisadores po<strong>de</strong>m aumentar a taxa <strong>de</strong>6


<strong>de</strong>composição <strong>de</strong> alguns pigmentos, acarretando como conseqüência, a perda <strong>de</strong>coloração. Os carotenói<strong>de</strong>s particularmente são extremamente susceptíveis aestes efeitos Kuntz, (1998).Speranza et al., (1990) estudaram a interação entre o oxigênio singleto eapocarotenói<strong>de</strong>s, entre eles a bixina, norbixina e seus isômeros. Reporta a autoraque este estudo é <strong>de</strong> fundamental relevância para enten<strong>de</strong>r os mecanismos <strong>de</strong>ação que <strong>de</strong>sempenham estes compostos na fotossíntese dos carotenói<strong>de</strong>s, comotambém no seu efeito foto-dinâmico. Este estudo foi realizado pelo monitoramentoespectrofotométrico da solução <strong>de</strong> diferentes apocarotenói<strong>de</strong>s, mantida a umatemperatura constante <strong>de</strong> 35ºC, na presença do 3,4-(4-metil-1-naftil) ácidopropiônico 1,4 endoperóxido, empregado como gerador <strong>de</strong> oxigênio singleto,alternativo à ação fotoquímica. Esta escolha foi tomada no sentido <strong>de</strong> evitarreação fotoquímica paralela, como a trans-isomerização.3.3. Biosíntese dos carotenói<strong>de</strong>sAs unida<strong>de</strong>s isoprenói<strong>de</strong>s formam a estrutura básica <strong>de</strong> todos osterpenói<strong>de</strong>s, dos quais fazem parte os carotenói<strong>de</strong>s. A associação <strong>de</strong>sta matriz“monômero” leva à formação <strong>de</strong> compostos C10, C15, C20. A dimerização docomposto C20 leva ao fitoeno (C40), o primeiro composto da família doscarotenos. As transformações sucessivas, como também as prováveis rotas <strong>de</strong>formação dos inúmeros carotenos, encontram-se esquematicamenterepresentadas na Figura 1, on<strong>de</strong> a reação (1) correspon<strong>de</strong> à (1) <strong>de</strong>saturação, (2)ciclisação, (3) hidroxilação, (4) epoxidação, (5) rearranjo epóxido-furanóxido.7


Figura 1 - Últimos estágios da biosíntese <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s e suas possíveis transformações.Fonte: Rodriguez –Amaya, (2001).3.4. Ocorrência dos carotenói<strong>de</strong>s - distribuição na naturezaMais <strong>de</strong> 700 carotenói<strong>de</strong>s já foram i<strong>de</strong>ntificados e estão amplamentedistribuídos no reino vegetal e animal. Po<strong>de</strong>m conter somente carbono ehidrogênio como os carotenos e o licopeno, ou ainda oxigênio como as xantofilas,a exemplo da capsantina na páprica; a zeaxantina e a luteína do milho. Oscarotenói<strong>de</strong>s representam uma extensa família <strong>de</strong> produtos <strong>naturais</strong>. Sãoencontrados nos cloroplastos das plantas fotossintéticas, nos cromoplastos dasflores, frutos e folhas, como também em bactérias, fungos, algas e insetos.Chaudhry, (2003).8


3.5. Função dos carotenói<strong>de</strong>sOs carotenói<strong>de</strong>s são fundamentais na dieta dos animais. Em váriosmamíferos eles participam dos processos bioquímicos, a exemplo da conversãodo beta caroteno em vitamina A.. Fontana et al., (1997).A presença <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s nas plantas sempre <strong>de</strong>spertou a atenção <strong>de</strong>pesquisadores. Karrer e Jucker, (1950) <strong>de</strong>stacaram a existência <strong>de</strong> muitosestudos, entre estes a possível associação dos carotenói<strong>de</strong>s com os mecanismos<strong>de</strong> respiração das plantas. As pesquisas mostravam uma constante proporçãoentre os carotenói<strong>de</strong>s (caroteno e xantofila) e a clorofila nas folhas das plantas,suspeitando-se daí que estes atuavam como filtro para a clorofila. Nenhumresultado, entretanto, foi conclusivo neste sentido.3.6. Apocarotenói<strong>de</strong>sUm grupo <strong>de</strong>rivado dos carotenói<strong>de</strong>s, os apocarotenói<strong>de</strong>s, é oriundo daclivagem oxidativa dos carotenos. Algum <strong>de</strong>stes carotenói<strong>de</strong>s tem elevado valoreconômico como pigmentos ou por incorporar sabor ou aroma aos alimentos.Segundo Schwartz et al., (2001) as plantas produzem um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>stescompostos que tem entre outras prováveis funções atrair insetos. A formação dosapocarotenói<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve resultar <strong>de</strong> mecanismos não específicos tais como, cooxidação,lipoxigenase ou foto-oxidação. Enzimas capazes <strong>de</strong> romper oscarotenói<strong>de</strong>s em pontos específicos da molécula estão provavelmente envolvidasna síntese <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>stes compostos.3.7. BixinaA cis-bixina (monometiléster do diácido carboxílico (norbixina) é oconstituinte que ocorre em maior concentração no arilo da semente do <strong>urucum</strong>(Bixa orellana L.), representando cerca <strong>de</strong> 80% da bixina presente. Além doisômero cis (metil-hidrogênio 9’-cis-6,6’diapocaroteno 6,6’dioato), também estápresente a forma trans, sendo este mais estável que o isômero cis. A transisomerização acontece parcialmente quando o pigmento é submetido a processo9


<strong>de</strong> aquecimento. Galindo-Cuspinera, (2002). Quando submetida à hidrólise emmeio alcalino, a bixina per<strong>de</strong> uma molécula <strong>de</strong> metanol produzindo a norbixina,pigmento <strong>de</strong> cor vermelho intensa.São poucos os carotenói<strong>de</strong>s carboxílicos conhecidos. Além da bixina, forami<strong>de</strong>ntificados a crocetina, nas flores (estames) do açafrão (Crocus sativus L.), umairidáceae e a azafranina na raiz do açafrão da terra (curcuma longa) umazingeberáceae Karrer e Jucker, (1950) , Jaramilo, (2003). Os pigmentos extraídos<strong>de</strong>stas espécies, da mesma forma como aqueles do <strong>urucum</strong> têm gran<strong>de</strong> aplicaçãona indústria <strong>de</strong> alimentos.Segundo Jondiko e Patteen<strong>de</strong>n, (1989), a bixina foi o primeiro ciscarotenói<strong>de</strong> isolado a partir <strong>de</strong> fontes <strong>naturais</strong>. Fazem parte ainda da famíliarelativamente pequena dos apocarotenói<strong>de</strong>s <strong>naturais</strong> cuja formação se dá via<strong>de</strong>gradação oxidativa dos carotenói<strong>de</strong>s C : a crocetina, o β-apo-10’-carotenal, a40β- citraurina e o ácido abscíssico.Na Figura 2 são apresentadas as estruturas moleculares da cis e transbixina, cis e trans norbixina e o principal produto corado <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição(monometil éster do ácido 4, 8, dimetil tetra<strong>de</strong>cahexaenedióico) freqüentemente<strong>de</strong>signado por C17.10


Figura 2 - Estrutura dos carotenói<strong>de</strong>s bixina e norbixina, cis e trans e do principalproduto <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Fonte Scotter, (1995).A bixina é in<strong>de</strong>xada no Color in<strong>de</strong>x como CI No 75120, e pela Comunida<strong>de</strong>Econômica Européia como EEC n o E160b e CI Natural Color 4. Marmion , (1991).Na Tabela 1 são apresentados alguns dados referentes à bixina e norbixina.11


Tabela 1 - Dados e proprieda<strong>de</strong>s da bixina e norbixina.N o CAS PM Fórmula empírica Ponto <strong>de</strong> Fusão ( o C)Cis Bixina 6983-79-5 394,5 C 25H 30O 4198 (e); 189-190,5 (c); 196.8 (b); 217 (a)Trans bixina 39937-23-0 204.0-206.6 (c); 216-217(d)Cis norbixina 626-76-6 380,5 C 24H 28O 4240 (c) <strong>de</strong>compõe.Trans norbixina 542-40-5 250 (c) <strong>de</strong>compõeUrucum 1393-63-1 -------12


A bixina, <strong>de</strong>vido ao seu crescente consumo, tem <strong>de</strong>spertado interesse <strong>de</strong>pesquisadores, no sentido da busca por uma fonte alternativa para a suaprodução. Embora o mecanismo <strong>de</strong> biosíntese <strong>de</strong>sta substância ainda não tenhasido elucidado. É sustentado que o carotenói<strong>de</strong> C40, mais provavelmente olicopeno, seja o precursor da bixina. Com base na estrutura similar entre a bixina ea crocetina, pigmento do açafrão, a reação po<strong>de</strong>ria envolver a metil transferase ea <strong>de</strong>hidrogenase em uma série <strong>de</strong> reações precedidas seqüencialmente pelolicopeno. A suposta rota é sustentada pela análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> <strong>de</strong>composiçãodo licopeno que se encontram acumulados em traços na semente do <strong>urucum</strong>.13


Figura 3 - Rota proposta da biosíntese da bixina a partir do licopeno.Fonte: Jako et al., (2002).Citam os autores que conversão <strong>de</strong> 25% na reação <strong>de</strong> esterificação foiobtida quando realizada à pressão atmosférica e 50 % quando a pressão dosistema foi reduzida para 200mbar. Os experimentos foram conduzidos à 65o Cpor 144 h. A substituição da bixina pela norbixina reduziu a conversão <strong>de</strong> 50%14


para apenas 8%. A reação foi monitorada por Thin Layer Chromatography (CCD)empregando placa <strong>de</strong> sílica gel MERCK e fase eluente composta <strong>de</strong> uma mistura<strong>de</strong> clorofórmio/ metanol /ácido acético/água 80: 10: 8: 2, tendo apresentado osseguintes valores para o fator <strong>de</strong> retenção (Rf): 0,00 para o ácido L-ascórbico,0,36 para o éster <strong>de</strong> bixina, 0,8 para a norbixina e 0,94 para a bixina.A obtenção <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>rivados tem sido conduzida no sentido <strong>de</strong> melhorarsuas características <strong>de</strong> solubilida<strong>de</strong>, estabilida<strong>de</strong> ou mesmo com vistas apotencializar seu caráter antioxidante <strong>de</strong> forma a melhor a<strong>de</strong>quar sua aplicaçãopara fins específicos. Tanto a bixina quanto a norbixina apresentam baixasolubilida<strong>de</strong> na maioria dos solventes. A bixina é normalmente empregada paraprodutos com base lipídica, enquanto que em produtos com base aquosaemprega-se freqüentemente a norbixina.3.8. UrucumQuando os conquistadores espanhóis chegaram ao Novo Mundo, tiveramacesso a muitas plantas cujos extratos eram empregados pelos Maias e Aztecas.Uma <strong>de</strong>stas plantas, o <strong>urucum</strong>, existente ao longo da América tropical era usadocomo extrato para tingirem tecidos e pintar o corpo, além <strong>de</strong> ser utilizada junto àvanilina na formulação <strong>de</strong> uma bebida a base <strong>de</strong> cacau. O nome científico do<strong>urucum</strong>, Bixa orellana L. foi dado em homenagem a Francisco Orellana, primeiroeuropeu a navegar o rio amazonas após uma expedição na região na AmazônicaSetentrional Giuliano, (2003), Sandi et al., (2003), Franco et al., (2001).Na botânica o <strong>urucum</strong> pertence à família das Bixaceae e por conta da suapropagação em diferentes regiões do mundo, po<strong>de</strong>-se encontrar a planta comvasta sinonímia vulgar: Urucu, <strong>urucum</strong>, açafrão, açafrão e açafroeira da terra(Brasil), atole, achiote e bija (Peru, Colômbia e Cuba), onotto e onotillo(Venezuela), urukú (Paraguai), roucou e rocouyer (República Dominicana eGuiana francesa), rocuyer (França), axiote (México), urucu (Argentina), analto, attae kushub (Honduras Britânica), analto (Honduras), guajachote (El Salvador),ditaque e kifasu (Angola), achiote, achote, anatto, bija (Porto Rico), roucou ekoessewee (Surinam) (Franco et. al., 2000). Outras <strong>de</strong>nominações encontradas na15


literatura são: uñañé, eroyá, chagerica, orelana, ranota, annatto e lipstick (USA)Sandi et. al., (2003) , Catálogo Rural, (2003).Em condições normais, a planta do <strong>urucum</strong> atinge alturas entre 3 e 4 m,porém, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do manejo, da ida<strong>de</strong> e das condições <strong>de</strong> clima e solo em queé cultivada, po<strong>de</strong> chegar até 10 m <strong>de</strong> altura, o que não constitui nenhumavantagem, por conta das dificulda<strong>de</strong>s encontradas por ocasião das colheitas, quecom certeza, onerariam os custos <strong>de</strong> produção, refletindo negativamente norendimento econômico. Franco et. al., (2008).As plantas apresentam um sistema radicular do tipo pivotante, contendo umeixo principal, a partir do qual brotam, lateralmente, ramificações secundárias eterciárias. As raízes se encontram distribuídas no solo até aproximadamente 30cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, embora a raiz principal atinja, na sua maioria, profundida<strong>de</strong><strong>de</strong> até 1 m. Franco et al., (2008).O seu caule é lenhoso e relativamente reto, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> partem vários ramosque formam uma copa <strong>de</strong> aspecto bem frondoso. O diâmetro da base do troncodas plantas adultas me<strong>de</strong> <strong>de</strong> 10 a 15 cm, po<strong>de</strong>ndo encontrar algumas <strong>de</strong>las comdiâmetro superior a 30 cm. O aparecimento dos brotos e dos ramos primários notronco principal ocorre antes ou durante a floração. Franco et al., (2008).As folhas se pren<strong>de</strong>m à superficie dorsal e ventral dos ramos, <strong>de</strong> formaalternada, são inteiras, apresentam nervuras longas e possuem coloração ver<strong>de</strong>.Elas têm forma <strong>de</strong> coração e, possuem, em média, 8 cm <strong>de</strong> comprimento e 4 cm<strong>de</strong> largura. Franco et al., (2002).A inflorescência é do tipo panícula, com flores gran<strong>de</strong>s e na cor branca ouem várias tonalida<strong>de</strong>s. É variável o número <strong>de</strong> flores em cada inflorescência,sendo aquelas hermafroditas, com cinco sépalas, surgindo nas extremida<strong>de</strong>s dosramos. O pistilo é simples e alongado, enquanto as anteras são <strong>de</strong> formato oval eos respectivos estames são encontrados em gran<strong>de</strong> número. Franco et al., (2008).As flores são emitidas praticamente durante todo o ano, no entanto, commaior intensida<strong>de</strong> em duas épocas, <strong>de</strong>finindo as safras da planta. Normalmente, aabertura das flores ocorre primeiramente na parte inferior e <strong>de</strong>pois na porçãosuperior da inflorescência. O tempo entre a abertura das flores e a maturação dos16


frutos varia <strong>de</strong> região para região, sendo entre 100 e 140 dias, no Nor<strong>de</strong>ste, Sul eSu<strong>de</strong>ste, e <strong>de</strong> 80 a 110 dias no Norte, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da precocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadamaterial selecionado e plantado. Franco et al., (2008).Nos frutos do <strong>urucum</strong> <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> cápsulas ou cachopas, observam-seantes da maturação fisiológica colorações variadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ver<strong>de</strong>-clara a ver<strong>de</strong>escura,amareladas ou vermelho-escuras. Um fruto bem <strong>de</strong>senvolvido po<strong>de</strong>fornecer, em média, 40 a 60 sementes e exepcionalmente é possível existircápsulas com 70. sementes. Franco et al., (2008).Depen<strong>de</strong>ndo da cultivar, das condições <strong>de</strong> cultivo e do manejo das plantas,a produtivida<strong>de</strong> média do <strong>urucum</strong> inicia normalmente entre 400 e 500 kg/ha até asua estabilização, variando <strong>de</strong> 1.600 a 2.000 kg/ha, a qual ocorre a partir doquarto ano <strong>de</strong> produção. Franco et al., (2008).As sementes, consi<strong>de</strong>radas parte <strong>de</strong> importância comercial, pois é nopericarpo (camada que envolve as sementes) que estão os pigmentos, têm amplaaplicação industrial. Do pigmento existente no pericarpo, 80% é constituído por umcarotenói<strong>de</strong> conhecido por bixina, o qual tem a proprieda<strong>de</strong> corante e po<strong>de</strong> serextraído em óleos vegetais ou bases químicas. Depen<strong>de</strong>ndo principalmente dacultivar utilizada e das condições edafoclimáticas da região, o teor <strong>de</strong> bixina po<strong>de</strong>variar <strong>de</strong> 1% a 6% no arilo da semente. O restante é composto por outros corantese substâncias inertes <strong>de</strong> menor importância. Franco et al., (2008).Quanto aos solos, por ser consi<strong>de</strong>rada uma planta rústica e tolerante, o<strong>urucum</strong> adapta-se às diferentes condições, po<strong>de</strong>ndo ser cultivado até mesmo nos<strong>de</strong> baixa fertilida<strong>de</strong>. Nessas situações, a produtivida<strong>de</strong> será menor, comparado ao<strong>de</strong> boa fertilida<strong>de</strong>. Ressalta-se que o teor <strong>de</strong> bixina das sementes não acompanhaessa relação, ou seja, mesmo que a produtivida<strong>de</strong> seja baixa, o teor serásatisfatório, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da cultivar utilizada. Franco et al., (2008).Mesmo reconhecendo que o <strong>urucum</strong> se adapta a solos <strong>de</strong> baixa fertilida<strong>de</strong>,são nos solos férteis on<strong>de</strong> se obtém as melhores produtivida<strong>de</strong>s. O i<strong>de</strong>al é que osnovos cultivos sejam realizados em solos que apresentem fertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> média aalta, bem como um bom sistema <strong>de</strong> drenagem natural para evitar que no períododas chuvas as plantas permaneçam sob condições <strong>de</strong> encharcamento por17


períodos consi<strong>de</strong>rados prolongados. Outro fator <strong>de</strong> suma importância, é que o pHdo solo esteja entre 5,5 e 7,0, os teores <strong>de</strong> cálcio e magnésio sejam satisfatórios eas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alumínio tóxico sejam muito baixas. Franco et al., (2008).A topografia do terreno para o cultivo do <strong>urucum</strong> <strong>de</strong>ve variar <strong>de</strong> plana aligeiramente inclinada. Nas áreas planas e muito baixas, <strong>de</strong>ve-se evitar apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encharcamento prolongado ou até mesmo o alagamento. Nasáreas inclinadas, <strong>de</strong>ve-se ter o cuidado <strong>de</strong> realizar o plantio em curva <strong>de</strong> nível,visando a conservação do solo. Neste caso, aconselha-se a construção <strong>de</strong>terraços ou bancadas. Franco et al., (2008).Quanto à temperatura, o i<strong>de</strong>al para o <strong>de</strong>senvolvimento satisfatório da plantasitua-se entre 22 e 27°C a temperatura i<strong>de</strong>al, notadamente por se tratar <strong>de</strong> umaplanta típica <strong>de</strong> clima tropical. Cultivado em regiões que apresentam temperaturasanuais médias fora <strong>de</strong>ssa faixa, a produtivida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ser reduzida, no entanto,temperaturas muito elevadas favorecem o <strong>de</strong>senvolvimento vegetativo da cultura,havendo como conseqüência, gran<strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> galhos e folhas, porém, poucosfrutos. Sob condições <strong>de</strong> frio prolongado, o <strong>urucum</strong> paralisa o seu<strong>de</strong>senvolvimento, ocorrendo consi<strong>de</strong>rável redução na produtivida<strong>de</strong>, o que éin<strong>de</strong>sejável. Por isso, o conhecimento das temperaturas extremas <strong>de</strong> uma região é<strong>de</strong> suma importância, consi<strong>de</strong>rando que, tanto as baixas como as altas, po<strong>de</strong>mafetar diretamente o <strong>de</strong>sempenho produtivo da planta. Franco et al., (2008).A umida<strong>de</strong> relativa do ar, apesar <strong>de</strong> ser importante, não exerce influênciano <strong>de</strong>senvolvimento nem na produtivida<strong>de</strong> do <strong>urucum</strong>. No entanto, a umida<strong>de</strong>relativa favorável está em torno <strong>de</strong> 80%. Franco et al., (2008).O <strong>urucum</strong> é uma planta que se <strong>de</strong>senvolve bem em regiões com altitu<strong>de</strong>svariando <strong>de</strong> zero até 1,200 m (normalmente região litorânea), <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dacultivar utilizada. A pesquisa tem <strong>de</strong>monstrado que o melhor <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong>ssa bixácea e as maiores produtivida<strong>de</strong>s são verificadas nas regiões comaltitu<strong>de</strong>s variando <strong>de</strong> zero a 800 m. Franco et al., (2008).Consi<strong>de</strong>rando como fator climático <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no<strong>de</strong>senvolvimento e na produtivida<strong>de</strong> do <strong>urucum</strong>, a pluviosida<strong>de</strong> efetiva está entre800 e 1.200 mm, bem distribuídas durante todo o ano. Relativamente o <strong>urucum</strong>18


até suporta baixos índices pluviométricos, porém, secas prolongadas e drásticas,com mais <strong>de</strong> três meses <strong>de</strong> duração, têm causado vários prejuízos, sendo oprincipal a redução da sua produtivida<strong>de</strong>, essencialmente, porque a planta do<strong>urucum</strong> apresenta os processos fisiológicos <strong>de</strong> vegetar, florescer e frutificar,praticamente, durante todo o ano. Por esse motivo, em locais on<strong>de</strong> aspluviosida<strong>de</strong>s são reduzidas ou ata mesmo mal distribuídas, torna-se necessário autilização da irrigação suplementar. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ser proveniente das chuvasou das irrigações, a cultura <strong>de</strong>ve receber um suprimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong>, pelo menos,entre 100 e 150 mm mensais, que correspon<strong>de</strong> a 100 e 150 litros/m² <strong>de</strong> área pormês, ou seja, em torno <strong>de</strong> 3,3 a 5,0 mm∕dia, respectivamente. Franco et al.,(2008).Um dos fatores que mais danos tem mecânicos e fisiológico tem causadoas plantas <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>, diz respeito aos ventos fortes e frios, até que elas atinjamtrês anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, principalmente. A incidência direta dos ventos nas plantasprovoca injúria nas folhas, diminuindo a eficiência fotossintética e, porconseguinte, redução na produção final, além disso, po<strong>de</strong> prejudicar o<strong>de</strong>sempenho dos agentes polinizadores. Os ventos aumentam a transpiraçãofoliar, o que implica em maior consumo <strong>de</strong> água pela planta. Por isso, o cultivo do<strong>urucum</strong>, em regiões <strong>de</strong> ventos fortes e prolongados, requer proteção vegetal comquebra-ventos. Como alternativa sugere-se o plantio <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> porte alto naslaterais das áreas <strong>de</strong> cultivo do <strong>urucum</strong>. Desta maneira, o uso <strong>de</strong> quebra-ventospo<strong>de</strong> ser imprescindível. Franco et al., (2008).Oriundo da América Tropical acredita-se que tenha sido uma das primeirasplantas “domesticadas’ pelos índios da região, provavelmente para finscerimoniais, a partir da Bixa excelsa, árvore silvestre da família das (Bixáceae),Sandi et al., (2003); Vazquez-Yanes, (1999)”. A Figura 4 mostra flores, frutos esementes <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>,19


Figura 4: Fotos <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>: A: fruto ver<strong>de</strong>; B: cachopa com frutos maduros; C: emfloração; D: fruto aberto com sementes expostas.Almeida et al., (1995) estudaram a micropopagação do <strong>urucum</strong> submetendogemas adventícias a diferentes concentrações <strong>de</strong> auxina. Segundo os autores, porserem as plantas geralmente formadas a partir <strong>de</strong> sementes, não apresentamgran<strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> nos plantios, com variações em relação ao teor <strong>de</strong> bixina, àresistência às pragas e à produtivida<strong>de</strong>. Devido a isto, a micro propagaçãovegetativa aparece como método viável para obtenção <strong>de</strong> lavouras produtivas euniformes uma vez que, constituídas <strong>de</strong> clones, herdam as mesmascaracterísticas genéticas da planta matriz fornecedora do material propagativo.Apresenta ainda como vantagem a geração <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> plantas clonais,isentas <strong>de</strong> problemas fitos sanitários, po<strong>de</strong>ndo ainda ser multiplicado em qualquerépoca do ano.O <strong>urucum</strong> é empregado com freqüência como condimento na culináriaasiática, africana e européia. Foram os espanhóis os responsáveis pela expansãodo consumo <strong>de</strong>ste produto ao redor do mundo, o que levou a um aumento <strong>de</strong> suaprodução já no século XIX. Sua maior aplicação está concentrada na indústria <strong>de</strong>alimentos, on<strong>de</strong> é empregado como corante. Sandi et al., (2003).20


Nos últimos anos o potencial do mercado internacional do <strong>urucum</strong> teve umgran<strong>de</strong> impulso. Como o produto natural é substituto para corantes sintéticos,consi<strong>de</strong>rados cancerígenos, a proibição ao uso <strong>de</strong>stes aditivos nos EstadosUnidos, Japão e alguns países da Europa, fez com que o urucuzeiro ganhasseimportância nas regiões produtoras. Almeida et al., (1995). Atualmente, o <strong>urucum</strong>é uma das maiores fontes <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> corantes e pigmentos vermelhos.3.9. Melhoramento vegetal do <strong>urucum</strong>O melhoramento genético das plantas cultivadas é uma prática <strong>de</strong>fundamental importância. No caso do <strong>urucum</strong>, sua expressão maior resi<strong>de</strong> no fato<strong>de</strong> que o Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores mundiais <strong>de</strong>ssabixácea, necessite com urgência, dispor <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s superiores,tanto em produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos, como altos teores <strong>de</strong> bixina, visando competircom o mercado internacional. Franco et al., (2002).O binômio produtivida<strong>de</strong> e bixina <strong>de</strong>ve ser perseguido pelos melhoristas egeneticistas, visto que a qualida<strong>de</strong> terá espaço assegurado no agronegócio do<strong>urucum</strong>.Pouco tem sido feito na área da obtenção <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>, aexceção da seleção <strong>de</strong> tipos locais e as avaliações tradicionais dos tipos queparticipam dos ensaios regional e nacional. Ainda que se disponha <strong>de</strong> algunsconhecimentos referentes à biologia floral, maturação dos frutos, mecanismos <strong>de</strong>abertura das flores e métodos <strong>de</strong> polinização, há um longo caminho a serpercorrido em busca <strong>de</strong> informações para ampliar a base científica do melhoristapara que, a partir <strong>de</strong> então, se possa aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda dos produtores e dosegmento industrial em termos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e maior rendimento <strong>de</strong> bixina.Franco et al., (2002).As características econômicas <strong>de</strong> maior importância e que se constituemparâmetros para o trabalho <strong>de</strong> melhoramento, referem-se a: número <strong>de</strong>cacho/planta, número <strong>de</strong> sementes/cacho, número <strong>de</strong> cápsula/cacho,uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maturação, <strong>de</strong>iscência das cápsulas, tolerância às pragas e21


doenças, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> das sementes, intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coloração das sementes eporcentagem <strong>de</strong> bixina. Todas estas características têm herança quantitativa e.,portanto, são governadas por alguns genes que têm sua expressão gran<strong>de</strong>menteinfluenciada pelo ambiente. Franco et al., (2002).A flor do <strong>urucum</strong> é hermafrodita e, <strong>de</strong>sta forma, convivem na mesmaestrutura o androceu (pólen) e o gineceu (óvulo). Entretanto, a flor não po<strong>de</strong>autofecundar-se <strong>de</strong>vido à ocorrência do fenômeno da protandria que faz com queos grãos <strong>de</strong> pólen estejam maduros antes das anteras se apresentaremreceptivas. Assim, a fecundação só ocorre <strong>de</strong>vido à polinização cruzada que érealizada preferencialmente pelos insetos (entomofilia). A alogamia <strong>de</strong>fine umgrupo <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> polinização aberta (PPA) que se i<strong>de</strong>ntificam com aspopulações locais <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>, as quais apresentam gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tipos enada mais são que misturas <strong>de</strong> genótipos que assim permanecem geração apósgeração. Franco et al., (2002).As implicações da alogamia no melhoramento do <strong>urucum</strong> <strong>de</strong>vem-se ao fato<strong>de</strong> que as plantas alógamas ou <strong>de</strong> polinização cruzada, os acasalamentos sãorealizados livremente entre todos os indivíduos da população. Com isto, estimulaseo aumento da variabilida<strong>de</strong> genética e do vigor, contribuindo para oaparecimento <strong>de</strong> indivíduos que são heterogêneos e heterozigotos <strong>de</strong>vido à troca<strong>de</strong> freqüência gênica que ocorrem a cada ciclo. Há, portanto, maior flexibilida<strong>de</strong> daestrutura genética. Com endogamia forçada, ocorre perda <strong>de</strong> vigor e <strong>de</strong>terioração.Esta <strong>de</strong>pressão <strong>de</strong>vido ao endocruzamento é o resultado da heterozigose <strong>de</strong>alelos subvitais. Assim, o objetivo do melhoramento <strong>de</strong>stas plantas é manter aheterozigose ou restaurá-la no final do programa. Franco et al., (2002).3.10. Principais aplicações para o pigmentoEm cosmética, o pigmento encontra aplicação na formulação <strong>de</strong>bronzeadores, na forma <strong>de</strong> extrato oleoso; produtos <strong>de</strong> maquilagem como batonse pós-faciais; produtos para cabelos, a exemplo da tintura e xampus, comotambém em sabonetes. Na indústria têxtil é empregado para tingir algodão, lã eespecialmente a seda, conferindo a esta um efeito especial difuso, amarelo-22


laranja. Também tem sido empregado como pigmento na indústria <strong>de</strong> couro bemcomo na fabricação <strong>de</strong> tintas e vernizes, graxas para sapato e ceras para pisos.Sandi et al., (2003), Revista <strong>de</strong> fitoterapia, (2003).Estudos homeopáticos indicam seu uso para o tratamento <strong>de</strong> cardite eendocardite. Outras qualida<strong>de</strong>s medicinais atribuídas referem-se ao emprego notratamento <strong>de</strong> hemorragias, dispepsias e queimaduras da pele. Catálogo Rural,(2003), Newman, (2002). Em Newman, (2002) encontram-se a relação <strong>de</strong> umgran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> aplicações medicinais do <strong>urucum</strong>, incluídas as referências.Além do emprego da semente <strong>de</strong>vido ao seu pigmento, faz-se também usodas folhas e raiz, explorando suas proprieda<strong>de</strong>s terapêuticas. O extrato etanólicodas folhas é citado como antídoto eficaz em caso <strong>de</strong> envenenamento pormandioca, como também um potente antiofídico. Sandi et. al., (2003).Várias são as proprieda<strong>de</strong>s atribuídas à planta e que são exploradas pelamedicina tradicional das quais são mencionadas: ser efetivo contra diarréia,amidalite, no tratamento <strong>de</strong> doenças peitorais, também como estimulante,diurético, febrífugo, expectorante, cicatrizante, afrodisíaco e laxante, Catálogorural, (2003); Sandi et al., (2003), Giuliano, (2003).3.11. Composição da sementeFrega et al., (1998) i<strong>de</strong>ntificaram na fração lipídica, extraída com hexano, apresença <strong>de</strong> tocotrienóis, <strong>de</strong>stacando-se elevada concentração do <strong>de</strong>ltatocotrienol, 140-147 mg/100g <strong>de</strong> extrato seco, maior do que aquelas normalmenteencontradas em qualquer outra espécie vegetal. Reportam ainda não ter sidoencontrado nenhum tocoferol.Mercadante et al., (1997), isolaram 5 cinco apocarotenói<strong>de</strong>s e i<strong>de</strong>ntificarama estrutura <strong>de</strong> três outros até então <strong>de</strong>sconhecidos, presentes no arilo da semente<strong>de</strong> <strong>urucum</strong>. O metil (7Z, 9Z, 9’Z)-apo-6’-licopenoato, o metil (9Z,)-apo-8’-licopenoato, e o metil 1(all-E)-apo-8’-licopenoato, foram os três novoscarotenói<strong>de</strong>s encontrados. Os compostos; metil (all-E)-8-apo-betacaroten-8’-oate eo metil (all-E)-apo-6’-licopenoate, não tinham antes sido encontrados no <strong>urucum</strong>.23


Mercadante et. al., (1999) isolaram três outros apo carotenói<strong>de</strong>s do <strong>urucum</strong>(Bixa orellana L.): o 6-geranilgeranil-8 ’ -metil-6,8‘diapocaroten-6-8’dioato; o 6’-geranilgeranil-6’-metil-(9Z)-6,6’-diapocaroten-6-6’-dioato e o 6-geranilgeranil-6’-metil-6-6’-diapocarotem-6-6’-dioato. Reportam os autores ter sido esta, a primeiravez que foi encontrado o geranilgeraniol esterificado com um ácido carboxílicocarotenóico.Muitas outras informações referentes à composição química da semente,raiz e folhas do <strong>urucum</strong>, são encontradas na literatura. Contudo, talvez pelasdiferentes procedências das plantas, métodos analíticos empregados, ou ainda acusta da própria instabilida<strong>de</strong> apresentada por alguns <strong>de</strong> seus componentes, ospercentuais variam bastante.A análise da semente inteira apresenta 17,5% <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os sendo; ácidolinolênico, α linoléico e oléico. Possui ainda 10,6% <strong>de</strong> aminoácidos, 6 dos 8aminoácidos essenciais Contemplados no padrão i<strong>de</strong>al da OMS. As cinzas (5,4%)apresentaram alto conteúdo <strong>de</strong> fósforo, ferro e zinco, com reduzido teor <strong>de</strong> cálcio.Além da bixina e norbixina outros carotenos são encontrados em menoresquantida<strong>de</strong>s no arilo da semente do <strong>urucum</strong> entre eles; isobixina, beta caroteno,criptoxantina, luteína, zeaxantina e a orellina, <strong>de</strong> cor amarela. Das folhas foramisolados os compostos apigenina, luteolina, hipoaletina e isoscutelareína, comotambém seus heterosí<strong>de</strong>os cosmosiína, além dos <strong>de</strong>rivados bisulfatadosapigenina e luteolina-7-bisulfato e hipoaletina-8-bisulfato. Foram também isoladosos diterpenos; farnesilacetona, geranilgenaniol e geranil formato. No óleoessencial foi <strong>de</strong>tectada a presença <strong>de</strong> dois sesquiterpenos o ishwarano ebixageneno, além <strong>de</strong> ácido gálico e pirogalol. Revista <strong>de</strong> fitoterapia, (2003).Segundo Amsar, (2002) além da bixina encontram-se também nassementes <strong>de</strong> <strong>urucum</strong>; bixina, bixol, crocetina, iswarane, ácido elágico, ácidosalicílico, treonina, ácido tomentósico, triptofano e fenilalanina. A semente brutaapresenta como composição típica; 40 a 45 % <strong>de</strong> celulose, 3,5 a 5,5 % <strong>de</strong>açúcares, 0,3 a 0,9% <strong>de</strong> óleo essencial, 3% <strong>de</strong> óleo fixo, 1,0 a 4,5% <strong>de</strong> pigmento,13 a 16 % <strong>de</strong> proteína como também alfa e beta caroteno além <strong>de</strong> taninos esaponinas. Taylor, (2002), Amsar, (2002).24


Galindo-Cuspinera et al., (2002) empregando técnica <strong>de</strong> head space ecromatografia acplada com espectrometria <strong>de</strong> massas (CG-MS) <strong>de</strong>terminaram apresença <strong>de</strong> inúmeros compostos voláteis em extratos aquosos e lipossolúveis <strong>de</strong><strong>urucum</strong>. A i<strong>de</strong>ntificação foi realizada por comparação com dados <strong>de</strong> bibliotecaNIST e índice <strong>de</strong> Kovats como também pelo tempo <strong>de</strong> retenção com padrõesconhecidos. Mais <strong>de</strong> 100 compostos foram <strong>de</strong>tectados e cerca <strong>de</strong> 50 i<strong>de</strong>ntificados,entre eles: acetato <strong>de</strong> bornila, ∝-cariofileno, copaene, ∝-cubebene,(+)ciclosativene, geranilfenilacetato, 1-heptanetiol, 3-metil piridina, 4-metil piridinaγ-elemene, β-humuleno, isole<strong>de</strong>ne, β-pineno, selina-6-em-4-ol, δ-selinene,(-)espatulenol, e o (+) ylangene.Reith e Gielen, (1971) <strong>de</strong>terminaram algumas proprieda<strong>de</strong>s da α e βnorbixina e α e β bixina, tais como: coeficientes <strong>de</strong> extinção molar (emclorofórmio), como também ponto <strong>de</strong> fusão, confrontando com valores disponíveisna literatura. Para realização <strong>de</strong>sta pesquisa empregaram cromatografia emcamada <strong>de</strong>lgada (celulose sem prévio tratamento), para isolamento e purificaçãodas amostras ensaiadas.3.12. Métodos <strong>de</strong> produção do pigmentoAs características finais do pigmento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m não só das condições <strong>de</strong>conservação dos produtos, mas principalmente do processo <strong>de</strong> extração, o quereflete na qualida<strong>de</strong> final do produto. Desta forma muitos países importam assementes in natura. Tendo em vista que o mercado importador exige umpercentual mínimo <strong>de</strong> 2,5 % <strong>de</strong> bixina, a existência <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s cultivadas comsomente 1,6 a 2.1 % <strong>de</strong> bixina tem levado muitos países a mudarem suaestratégia <strong>de</strong> mercado. May et al., (1997). A Índia, por exemplo, têm ampliado aexportação <strong>de</strong> pigmento processado <strong>de</strong> forma a aumentar o valor agregado.Robbins, (1995).Os corantes <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> po<strong>de</strong>m ser encontrados no mercado em diferentesformas: em solução aquosa, solúvel em óleo ou ainda, na forma <strong>de</strong> emulsão ouem suspensão. Sandi et. al., (2003). Vários são os processos adotados para25


obtenção do pigmento. O método tradicional <strong>de</strong> extração dos corantes do <strong>urucum</strong>consiste na enérgica agitação das sementes em água fria. Uma vez separada asemente e <strong>de</strong>cantada a suspensão, seca-se a pasta. Esta pasta é comercializadain natura ou misturada a um óleo comestível. O referido processo acarreta baixorendimento no teor <strong>de</strong> bixina, <strong>de</strong>vido ao prolongado tempo <strong>de</strong> secagem. Sandi etal., (2003).4- MATERIAL E METODOSForam utilizados neste ensaio biológico experimental coelhos machos daraça Nova Zelândia Branco, com 60 dias <strong>de</strong> vida e 1.800kg. Os animais foramprovenientes do setor <strong>de</strong> Cunicultura do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia daUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa – DZO – UFV.O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o <strong>de</strong> blocos inteiramentecasualizados com 66 (sessenta e seis) tratamentos (coelhos) com seis (06)repetições cada.Os coelhos foram acondicionados em gaiolas individuais, on<strong>de</strong>permaneceram por um período <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cinco (05) dias, recebendo 120g<strong>de</strong> ração PURINA e água “ad libitum”.Após este período os animais foram divididos em grupos <strong>de</strong> seis animais(06) aleatório, conforme a seguir:Grupo 1: Ração (120G)Grupo 2: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%)Grupo 3: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 4% (0,5mL)Grupo 4: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 4% (1,0mL)Grupo 5: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 4% (1,5mL)Grupo 6: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 5% (0,5mL)Grupo 7: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 5% (1,0mL)Grupo 8: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 5% (1,5mL)Grupo 9: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 10% (0,5mL)26


Grupo 10 Ração + colesterol (1%)ácido cólico (0,5%) + bixina 10% (1,0mL)Grupo11: Ração + colesterol (1%) + ácido cólico (0,5%) + bixina 10% (1,5mL)Para indução da hiperlipi<strong>de</strong>mia, foi oferecida para os coelhos diariamentedurante 30 dias a ração preparada (120g <strong>de</strong> ração+ 1% <strong>de</strong> colesterol cristalino damarca VETEC + 0,5% <strong>de</strong> ácido cólico), para todos os grupos à exceção do Grupo1. Para testar a redução da hiperlipi<strong>de</strong>mia foram utilizados os tratamentos citadosacima.Durante 30 dias os animais receberam a ração e os tratamentos diários porvia oral, sendo que os tratamentos por cavagem oral. Ao final do experimentohouve a coleta <strong>de</strong> sangue pelo plexo retro orbital para que fossem feitas análises<strong>de</strong> Colesterol Total, HDL, Triglicerí<strong>de</strong>os, Ferro, TGO, TGP, Fosfatase Alcalina eGama GT. O material foi centrifugado em centrífuga Excelsa 2 205 N a 7.100 X g,durante 15 minutos, para obtenção do soro. As dosagens sorológicas foramefetuadas em equipamento multiparamétrico <strong>de</strong> Bioquímica Alizé, Mod LisabioB.652 e kits da marca Bioclin e os resultados expressos em mg/dl.27


5- RESULTADOS E DISCUSSÃOQuadro 1 - Valores médios <strong>de</strong> HDL, colesterol e triacilglicerol em soro sanguíneo <strong>de</strong> coelhos tratados com bixina,comparados ao grupo doente.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOHDL (mg/dL) Colesterol (mg/dL) Triacilglicerol (mg/dL)G1- Ração + Colesterol e ácido cólico 57,16 A 0 2020,68 A 0 129,12 A 0G2- Ração 42,50 B -26 104,42 B -95 125,57 A -3G3- Ração + C + AC. C + BIXINA 4% (0,5ml) 34,22 B -40 223,23 B -89 150,25 A +16G3- R + AC. C + BIXINA 4% (1,0mL) 43,45 B -24 133,00 B -93 255,88 B +98G5- R + C. + AC. C. + BIXINA 4% (1,5Ml) 37,92 B -34 138,93 B -93 245,46 B +90G6- R + C + AC + BIXINA 5% (0,5mL) 33,58 B -41 143,18 B -93 207,26 B +61G7- R + C + AC + BIXINA 5% (1,0mL) 41,95 B -27 168,78 B -92 166,00 B +29G8- R + C + AC + BIXINA 5% (1,5mL) 38,32 B -33 141,63 B -93 207,63 B +61G9 R + C + AC + BIXINA 10% (0,5mL) 72,47 B +27 156,16 B -92 170,05 B +32G10 R + C + AC + BIXINA 10% (1,0mL) 32,08 B -44 117,83 B -94 197,03 B +53G11 R + C + AC + BIXINA 10% (1,5mL) 39,42 B -31 145,30 B -93 245,56 B +90Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5 % <strong>de</strong> significância, letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.28


De acordo com os resultados obtidos no quadro 1 observou-se que ogrupo 9 tratado com bixina 10% (0,5mL) foi o único que aumentou o parâmetroHDL em 27%. Este aumento é interessante uma vez que o HDL é alipoproteína que transporta o colesterol da circulação para o fígado on<strong>de</strong> ele émetabolizado. Ainda neste quadro, todos os tratamentos do grupo 3 ao grupo11 foram bastante eficazes na redução do colesterol sanguineo. Todos estesgrupos quando comparados ao grupo 1 que recebeu o colesterol e ácido cólicoe não foram tratados com a bixina, tiveram altas reduções do colesterol. Eestas variações foram estatisticamente significativas em relação ao grupo 1. Éimportante observar que o tratamento do grupo 10 foi o que valor mais seaproximou do grupo normal. O grupo 10 tratado com bixina (10% ) na dose <strong>de</strong>1mL reduziu em 94% o parâmetro colesterol com um valor médio <strong>de</strong> 117,83mg/dL, enquanto que o grupo 2 teve um valor médio <strong>de</strong> 104,42 mg/dL para o,esmo parametro. No entanto, neste mesmo quadro observou-se que todos ostratamentos não foram capazes <strong>de</strong> reduzir aos triacilgliceróis.Ainda observou-se que o tratamento do grupo 3 foi o que provocou omenor aumento no parâmetro triacilglicerol tratado com bixina 4% (0,5mL).Admite-se que os carotenói<strong>de</strong>s e flavonói<strong>de</strong>s presentes no extrato, tenhammecanismos <strong>de</strong> ação como antioxidantes, inibidores da oxidação do LDL,inibidores da enzima β- hidroximetilglutaril Coa, aumento da excreção <strong>de</strong> saisbiliares, o que explica o seu efeito sobre o metabolismo do colesterol. Qiuyin etal, (1997), Oliveira et al, (2004).29


Quadro 2 - Valores médios <strong>de</strong> ferro, TGO e TGP em soro sanguíneo <strong>de</strong> coelhos tratados com bixina , comparados aogrupo doente.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOFerro (mg/dL) TGO (UI /dL) TGP UI/dLG1- Ração + Colesterol e ácido cólico 225,38 A 0 34,43 A 0 40,10 A 0G2- Ração 300,00 B +33 59,67 B +73 153,33 B +282G3- Ração + C + AC. C + BIXINA 4% (0,5ml) 304,23 B +35 27,56 A -20 100,11 B +150G4- R + AC. C + BIXINA 4% (1,0mL) 301,71 B +34 65,50 B +90 171,66 B +328G5- R + C. + AC. C. + BIXINA 4% (1,5mL) 173,73 A -23 162,75 B +373 107,40 B +168G6- R + C + AC + BIXINA 5% (0,5mL) 196,93 A -13 100,33 B +191 165,16 B +312G7- R + C + AC + BIXINA 5% (1,0mL) 262,93 B +17 53,00 B +54 83,50 B +108G8- R + C + AC + BIXINA 5% (1,5mL) 182,00 B -19 152,33 B +342 122,50 B +205G9- R + C + AC + BIXINA 10% (0,5mL) 191,43 B -15 127,00 B +269 75,66 B +89G10- R + C + AC + BIXINA 10% (1,0mL) 208,83 A -7 46,00 A +34 82,22 B +105G11- R + C + AC + BIXINA 10% (1,5mL) 257,85 A +14 190,66 B +454 190,67 B +375Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5 % <strong>de</strong> significância, letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.30


De acordo com os resultados obtidos no Quadro 2, foi observado que ostratamentos com os grupos 3, 4, 7 e 11 tiveram aumentos no nível <strong>de</strong> ferro,sendo o grupo 3 (bixina 4% na dose <strong>de</strong> 0,5mL) o que expressou o maioraumento. Já os grupos 5, 6, 8, 9 e 10 tiveram reduções. No entanto o grupo 5apresentou a maior percentagem <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> ferro em -23%. Os resultadosobtidos nos grupos 7, 7 e 9 foram estatisticamente significativos em relação aoquadro 1. Também, os tratamentos com os grupos 3 e 4 foram estatisticamentesignificativos quando comparados com o grupo 1. Isto é uma vantagem, umavez que estes dois grupos (3 e 4) apresentaram valores <strong>de</strong> ferro, bem próximosao valor normal. O grupo 1 hiperlipi<strong>de</strong>mico teve uma variação <strong>de</strong> 33% emrelação ao grupo 2 (normal). O íon ferro faz parte da estrutura da proteínahemoglobina, proteína transportadora <strong>de</strong> O 2 e CO 2 no organismo e tambémparte da estrutura <strong>de</strong> proteínas da ca<strong>de</strong>ia respiratória. Portanto reduzir esteparâmetro não é interessante a não ser em doenças como a hemosi<strong>de</strong>rose.Para a enzima TGO a qual, as concentrações <strong>de</strong> ferro são elevadas noorganismo observou-se um aumento na ativida<strong>de</strong> em todos os tratamentos comexceção do grupo 3 que reduziu -20%. O tratamento do grupo 5 provocou umaumento na ativida<strong>de</strong> da enzima <strong>de</strong> 373% e o tratamento do grupo 11 <strong>de</strong>454%.Normalmente o aumento na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TGO e TGP sugere danosteciduais, hepáticos e problemas cardiovasculares. Para este parâmetrosugere-se menores doses <strong>de</strong> bixina.As transaminases catalizam a interconversão <strong>de</strong> aminoácidos e alfacetoácidopor transferência do grupo amino. As duas transaminases <strong>de</strong>interesse clinico são <strong>de</strong> glutamato-oxaloacetato (GOT), também chamada <strong>de</strong>aspartato- transaminase (AST), e a glutamato-piruvato (GPT), tambémchamada alcalina-transaminase (ALT). Miller et al., (1999)Um aumento das amino-transferases, ocorre em doenças hepatobiliareshepatite viral aguda, com aumento <strong>de</strong> até 100 vezes, cirrose hepática comaumento <strong>de</strong> 5 vezes, mononucleose infecciosa com aumento <strong>de</strong> até 20 vezes,infarto do miocárdio em humanos a TGO varia <strong>de</strong> 20 a 200U/mL entre18 e 24horas, na distrofia muscular elevações <strong>de</strong> 4 a 8 vezes na ativida<strong>de</strong> da TGO,.Motta, (2003).31


Com relação à TGP, também se observou aumento da ativida<strong>de</strong> emtodos os grupos, mas apenas os grupos 4, 5, 6, 8 e 11 tiveram estesparâmetros acima do valor normal do grupo 2. Novamente observou-se que omaior aumento <strong>de</strong> +375% na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TGP ocorreu no grupo 11. Asenzimas TGO e TGP são enzimas que realizam a transaminação <strong>de</strong>aminoácidos e, portanto, sempre tem sua ativida<strong>de</strong> aumentada em danosteciduais. Quando sua ativida<strong>de</strong> aumenta muito, há alta produção <strong>de</strong> amônia apartir <strong>de</strong> aminoácidos e isto sobrecarrega o fígado que precisa metabolizar aamônia para uréia. A amônia é extremamente tóxica para as células e precisaser convertida em uréia no fígado para que ocorra sua eliminação, quando estáem excesso o fígado não consegue metabolizar tudo. No rim ela é eliminadatambém como cloreto <strong>de</strong> amônio.32


Quadro 3 - Valores médios <strong>de</strong> fosfatase alcalina e gama-GT em soro sanguíneo <strong>de</strong> coelhos tratados com bixina,comparados ao grupo doente.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOfosfatase alcalina (UI/dL)gama gt (UI/dL)G1- Ração + Colesterol e ácido cólico 217,16 A 0 9,95 A 0G2- Ração 250,67 A +7 17,50 B +76G3- Ração + C + AC. C + BIXINA 4% (0,5ml) 260,68 B +36 26,73 B +169G4- R + AC. C + BIXINA 4% (1,0mL) 255,83 B +18 23,48 B +136G5- R + C. + AC. C. + BIXINA 4% (1,5mL) 202,41 A -7 25,26 B +154G6- R + C + AC + BIXINA 5% (0,5mL) 213,16 A -2 20,50 B +106G7- R + C + AC + BIXINA 5% (1,0mL) 185,00 A -10 14,00 B +41G8- R + C + AC + BIXINA 5% (1,5mL) 238,33 A +10 17,50 B +76G9- R + C + AC + BIXINA 10% (0,5mL) 292,83 B +35 23,17 B +133G10- R + C + AC + BIXINA 10% (1,0mL) 267,33 B +23 20,83 B +109G11- R + C + AC + BIXINA 10% (1,5mL) 312,66 B +44 41,50 B +317Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5 % <strong>de</strong> significância, letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente– Bixina em diferentes doses e concentrações.33


De acordo com os resultados obtidos no quadro 3 observou-se que o maioraumento na ativida<strong>de</strong> da enzima fosfatase alcalina ocorreu no grupo 11 tratadocom bixina a 10% na dose <strong>de</strong> 1,5ml. Um aumento na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta enzimaocorre em <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns hepáticas e problemas cardiovasculares. A fosfatase alcalinaencontra-se elevada no raquitismo (aumento <strong>de</strong> 20 a 30 unida<strong>de</strong>s), Doença <strong>de</strong>Paget (eleva na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 50 unida<strong>de</strong>s). Também aumenta a ativida<strong>de</strong> nohiperparatireoidismo, icterícia obstrutiva, lieloma múltiplo, sarcoma osteogênico,<strong>de</strong>ntre outras patologias. Na hepatite ocorrem alterações com níveis inferiores a10 unida<strong>de</strong>s. Os valores da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fosfatase alcalina po<strong>de</strong>m estar 25% maiselevados após a ingestão da dieta rica em gordura. Motta, (2003).Nos resultados <strong>de</strong> gama-GT observou-se que o tratamento com o grupo 11tenha provocado o maior aumento na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta enzima. Todos ostratamentos provocaram um aumento na ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta enzima. Esta agefavorecendo a entrada <strong>de</strong> aminoácidos para <strong>de</strong>ntro da célula. Um aumentoexcessivo em sua ativida<strong>de</strong> acarreta hipermetabolismo <strong>de</strong> aminoácidos altaprodução <strong>de</strong> NH 3, sobrecarrega o fígado em realizar o ciclo da uréia e outras rotasligadas aos aminoácidos A gama GT encontra sua maior concentração no tecidorenal, mas seu significado clínico refere-se principalmente às doenças <strong>de</strong> fígado edas vias biliares, nas quais exibe gran<strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>.O aumento da ativida<strong>de</strong> das chamadas enzimas indicadoras <strong>de</strong> colestase(Gama–glutamiltransferase, fosfatase alcalina e leucina-aminopeptidase) <strong>de</strong>ve-sepossivelmente a uma maior síntese <strong>de</strong>stas enzimas no hepatócito, nos epitéliosdas vias biliares e também a um aumento simultâneo da permeabilida<strong>de</strong> celular aelas Os valores normais em humanos são <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> 1 – 25UI/L. Miller et al.,(1999).34


6- CONCLUSÔESOs resultados evi<strong>de</strong>nciados no trabalho <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> hipercolesterolemiaem coelhos, on<strong>de</strong> se testou bixina a 4%, 5% e 10% nas doses 0m5mL, 1,0 mL e1,5mL, concluiu-se que:1- Todas as doses foram eficazes na redução do colesterol sanguineo emcoelhos, no entanto, a bixina a 10% com dose <strong>de</strong> 1,0 mL, reduziu em até 94%.Logo, formulações fitoterápicas ou <strong>de</strong> alimentos funcionais po<strong>de</strong>rão ser lançadasno mercado como hipocolesterolemico;2- Apenas o grupo tratado com bixina a 10% e dose <strong>de</strong> 0,5 mL, foi capaz <strong>de</strong>aumentar o HDL em 27%, significativo dizer que este foi o melhor tratamento emrelação aos <strong>de</strong>mais, uma vez que esta lipoproteína transporta o colesterol dacirculação para o fígado, on<strong>de</strong> é metabolizado;3- A bixina em todas as doses testadas não apresentou efeitohipotrigliceri<strong>de</strong>mico;4- Em animais hiperlipi<strong>de</strong>mico, o tratamento com bixina à 4% nas doses <strong>de</strong> 0,5mL e 1,0 mL, foram os tratamentos que mais aumentaram o nível <strong>de</strong> ferro nacirculação sanguínea em 35% e 34%, respectivamente;5- O tratamento com bixina 10% na dose <strong>de</strong> 1,5 mL foi o que mais influenciouo aumento da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TGO e TGP em 454% e 375%, respectivamente;6- O tratamento com bixina 10% na dose <strong>de</strong> 1,5 mL foi o que mais influenciouo aumento das ativida<strong>de</strong>s das enzimas fosfatase alcalina e Gama GT em 44% e317%, respectivamente ;]7- Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que bixina 10% na dose 1,5 mL foi tóxica para os animais35


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Experimento 02<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) no tratamento do câncerem animais.Camilo Flamarion <strong>de</strong> Oliveira Franco², Tânia Toledo <strong>de</strong> Oliveira³, Tanus Jorge Nagem 4 ,RESUMOO câncer, uma das mais importantes doença da humanida<strong>de</strong>, tem como fatores principais adieta incorreta, a predisposição genética e o ambiente em que vivemos, on<strong>de</strong> numerosassubstâncias estranhas são <strong>de</strong>spejadas no meio ambiente diminuindo a qualida<strong>de</strong> do ar, daágua, do solo e consequentemente, dos alimentos. O trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido no Laboratóriodo Departamento <strong>de</strong> Bioquímica e Biologia Molecular da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa –UFV. Minas Gerais, com o objetivo <strong>de</strong> obter um fitoterápico e/ou um suplemento alimentar,voltado ao tratamento do câncer em animais. O <strong>de</strong>lineamento experimental utilizado foi o <strong>de</strong> blocosinteiramente casualizados com 48 (quarenta oito) tratamentos (ratos) com seis (06) repetições cada. Osanimais utilizados para o ensaio foram ratos wistar, com 45 dias <strong>de</strong> vida, provenientes do bioteri centralda Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa – UFV. Foram utilizados neste ensaio biológico experimental48 ratos da raça wistar, com 45 dias <strong>de</strong> vida. Os animais foram provenientes do BiotérioCentral do Centro <strong>de</strong> Ciências Biológicas da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa. Os ratos foramacondicionados em gaiolas individuais, on<strong>de</strong> permaneceram por um período <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong>cinco (05) dias, recebendo ração PURINA e água “ad libitum”. Para indução do câncer <strong>de</strong> pelefoi utilizado o carcinogênico químico DMBA (7,12-dimetil bezantraceno). Foi dissolvido 25µg <strong>de</strong>DMBA em 0,1 mL <strong>de</strong> acetona e administrado 2 vezes por semana através <strong>de</strong> pinceladas napele do dorso do animal após a retirada <strong>de</strong> pelos, durante seis semanas, á exceção do grupoGrupo 1. Para testar a redução da patologia foram utilizados 08 tratamentos.Durante 06 semanas os animais receberam a ração e os tratamentos diários por via oral, sendoque os tratamentos por cavagem. Ao final do experimento houve a coleta <strong>de</strong> sangue pelo plexoretro orbital para que fossem feitas análises <strong>de</strong> Proteína Total, Colesterol, Triglicerí<strong>de</strong>os,Glicose, Fosfatase Alcalina e Albumina. O material foi centrifugado em centrífuga Excelsa 2205 N a 7.100 X g, durante 15 minutos, para obtenção do soro. As dosagens sorológicas foramefetuadas em equipamento multiparamétrico <strong>de</strong> Bioquímica Alizé, Mod Lisabio B.652 e kits damarca Bioclin e os resultados expressos em mg/dl e os resultados expressos em mg/dl. Aindaforam coletadas amostras <strong>de</strong> pele para análises histopatologicas.Palavras – Chave: Neoplasia, carcinogênese, tumor, mutações, oncogênese.41


1- INTRODUÇÃOCerca <strong>de</strong> 80 a 90% das neoplasias humanas são causadas por fatoresambientais. Reddy, (2003). O homem utiliza-se <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia e matériasprimas buscando o conforto e po<strong>de</strong>r; porém, numerosas substâncias estranhassão <strong>de</strong>spejadas no meio ambiente diminuindo a qualida<strong>de</strong> do ar, da água, dosolo e conseqüentemente, dos alimentos. Assim, fatores ambientais, estilo <strong>de</strong>vida, componentes da dieta e contaminantes presentes nos alimentos po<strong>de</strong>minfluenciar na incidência do câncer.O câncer po<strong>de</strong> ser causado por um dos três fatores, como dietaincorreta, predisposição genética e ambiente. Mais <strong>de</strong> 35% <strong>de</strong> todos oscânceres está associado com dieta incorreta e no caso <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> cólon,essa percentagem sobe para 80%. Quando se adiciona consumo <strong>de</strong> álcool ecigarro à dieta ocorre um aumento <strong>de</strong> 60%. Predisposição genética do câncerestá associada a 20% dos casos. Os carcinógenos ambientais incluem,poluição do ar e água, radiação e medicamentos. Reddy, (2003).Caracterizado por instabilida<strong>de</strong> genética. O <strong>de</strong>senvolvimento do câncer élevado pelo acúmulo <strong>de</strong> trocas no DNA <strong>de</strong> aproximadamente 40.000 genescromossomais. Baak, (2003). Os tumores são causados por mutações queativam oncogenes e suprimem genes supressores <strong>de</strong> tumor.2- OBJETIVOS2.1- OBJETIVO GERALObter um fitoterápico e/ou um suplemento alimentar, voltado aotratamento do câncer em animais2.2. Objetivos Específicos2.2.1. Testar concentrações <strong>de</strong> bixina lipossolúveis nos porcentuais <strong>de</strong> 4%;5% e 10% em doses <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los animais com câncer induzido;2.2.2. Testar concentrações <strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s (Rutina) em mo<strong>de</strong>los animais comcâncer induzido;42


2.2.3. Analisar no soro sanguíneo em ratos, colesterol total, colesterol HDL,triacilgiceróis, transaminase glutâmico oxaloacético (TGO),transaminase glutâmico pirúvica (TGP), fosfatase alcalina, gama GT eferro, para mensurar os efeitos cancerígenos dos flavonói<strong>de</strong>s ecarotenói<strong>de</strong>s;2.2.4. Avaliar nos parâmetros sanguíneos com câncer induzidos por 7,12-dimetil bezantraceno (DMBA) proteína total, colesterol, triglicerí<strong>de</strong>os,glicose, fosfatase alcalina e albumina, em ratos com câncer induzido;2.2.5. Viabilizar o uso <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s e flavonói<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> acordo com osresultados <strong>de</strong> hematologia em animais com câncer induzido,2.2.6. Analisar a histopatologia do fígado, intestino, rim e pele, na perspectiva<strong>de</strong> avaliar os efeitos na metástase, a<strong>de</strong>são e morte <strong>de</strong> células tumorais;3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICAAs células cancerosas são <strong>de</strong>finidas por duas proprieda<strong>de</strong>s hereditárias:estas e sua progênie (1) se reproduzem em <strong>de</strong>trimento das normais e (2)inva<strong>de</strong>m e colonizam territórios normalmente reservados para outras células.Uma célula que não prolifera mais do que suas vizinhas normais não provocamdanos significativos, mas se sua proliferação está fora <strong>de</strong> controle irá originarum tumor ou neoplasma, ou seja, um crescimento <strong>de</strong>scontrolado <strong>de</strong> umamassa <strong>de</strong> células anormais. Alberts, (1997). Por <strong>de</strong>finição, neoplasia é “umamassa anormal <strong>de</strong> tecido cujo crescimento exce<strong>de</strong> e não está coor<strong>de</strong>nada aocrescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessada a causa que aprovocou”. Baak, (2003). A medida que células neoplásicas permanecemagrupadas numa massa única, o tumor é dito benigno e a cura completa po<strong>de</strong>ser obtida pela remoção da massa cirurgicamente. Um tumor é consi<strong>de</strong>radocomo câncer somente se for maligno, se as células tiverem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> invadirtecidos vizinhos. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> invasão geralmente implica na habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>escapar, entrar na corrente sanguínea ou vasos linfáticos e formar tumoressecundários ou metástases em outros locais do corpo. Quanto maismetástases um câncer for capaz <strong>de</strong> produzir, mais difícil a sua erradicação.Alberts, (1997).43


Neoplasia literalmente significa “crescimento novo”, e o que cresceurecentemente é um neoplasma ou um tumor. Câncer é o termo comum paratodos os tumores malignos.As características que diferenciam neoplasias benignas e malignaspo<strong>de</strong>m convenientemente ser discutidas sob quatro aspectos: (a) diferenciaçãoe anaplasia; (b) taxa <strong>de</strong> crescimento; (c) invasão local; (d) metástase.Diferenciação e anaplasia: Diferenciação refere-se ao grau <strong>de</strong>semelhança entre as células neoplásicas e as células normais comparáveistanto morfológica quanto funcionalmente. Em geral, os tumores benignos sãobem diferenciados. Os neoplasmas malignos compostos <strong>de</strong> célulasindiferenciadas são ditos anaplásicos, pois, literalmente no sentido da palavra,“regri<strong>de</strong>m”, indicando uma reversão <strong>de</strong> um alto nível <strong>de</strong> diferenciação para umnível inferior. A falta <strong>de</strong> diferenciação ou anaplasia é marcada por váriasalterações morfológicas e funcionais como pleomorfismo (variação <strong>de</strong> tamanhoe forma tanto das células como dos núcleos), os núcleos apresentam umaabundância <strong>de</strong> DNA e são normalmente escuros (hipercromáticos). A formanuclear é geralmente muito variável, e a cromatina freqüentemente estáaglomerada e distribuída ao longo da membrana nuclear. Gran<strong>de</strong>s nucléolosgeralmente estão presentes nestes núcleos. Os tumores indiferenciados emgeral possuem um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mitoses, refletindo a maior ativida<strong>de</strong>proliferativa das células parenquimatosas.Taxa <strong>de</strong> crescimento: Em geral a maioria dos tumores benignos crescelentamente durante um período <strong>de</strong> anos, enquanto a maioria dos câncerescresce rapidamente, às vezes a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrolada, eventualmentese espalhando e matando seus hospe<strong>de</strong>iros.Invasão local: A maioria dos tumores benignos cresce como massascoesivas em expansão, permanecendo situadas em seu local <strong>de</strong> origem, sem acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se infiltrarem, invadirem ou metastatizarem para locaisdistantes, como ocorre nos tumores malignos, nos quais o crescimento éacompanhado <strong>de</strong> infiltração progressiva, invasão e <strong>de</strong>struição do tecido vizinho(Figura 1).44


Fonte: Alberts, (1997).Figura 1- Contraste entre um tumor benigno glandular (a<strong>de</strong>noma) e umtumor maligno glandular (a<strong>de</strong>nocarcinoma).3.1. MetástaseMetástaseAs metástases inequivocamente marcam um tumor como malignoporque os neoplasmas benignos não metastatizam. A invasivida<strong>de</strong> doscânceres permite que eles penetrem nos vasos sangüíneos, linfáticos ecavida<strong>de</strong>s corpóreas, tendo assim a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se espalharem. Cotran,(2000); Alberts, (1997).O processo <strong>de</strong> metástase é o resultado <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> eventoscomplexos. Tanaka, (2003). Uma metástase é <strong>de</strong>finida como crescimento <strong>de</strong>uma ou mais células neoplásicas, ocorrendo a uma distância específica dotumor primário. É a transferência <strong>de</strong> uma doença <strong>de</strong> um órgão ou parte paraoutro não diretamente conectado àquele. Coleman, (2001a). A habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>invadir e metastatizar é característica única e somente <strong>de</strong> neoplasmasmalignos. Tumores benignos não sofrem metástases. Cotran, (2000). Ametástase envolve a liberação <strong>de</strong> células <strong>de</strong> um tumor primário, disseminaçãoa sítios distantes preso na microcirculação <strong>de</strong> órgãos, extravasamento einfiltração <strong>de</strong>ntro do parênquima dos órgãos e sobrevivência e crescimento<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma nova colônia <strong>de</strong> tumor.45


3.2. Patogênese da metástaseInvasão – as células cancerosas po<strong>de</strong>m disseminar através <strong>de</strong>propagação direta ou migração através <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s. Todavia, as rotas <strong>de</strong>disseminação geralmente são secundárias envolvendo sistema circulatóriosanguíneo e linfático. Invasão e infiltração <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> tecidos que envolvem otumor primário levam à penetração nos vasos sanguíneos, linfáticos, ou ambos,e assim se tornam bem difundidos. Cotran, (2000). As células cancerosaspossuem organelas necessárias para locomoção ativa, importante no processo<strong>de</strong> invasão. Estudos revelaram a presença <strong>de</strong> enzimas <strong>de</strong>struidoras <strong>de</strong> tecidosno processo <strong>de</strong> invasão do tumor, como hidrolases lisossomais e colagenases.A <strong>de</strong>struição dos tecidos por estas enzimas, adicionado a oclusão <strong>de</strong> vasoslinfáticos e sanguíneos mediado pela expansão da massa do tumor po<strong>de</strong>facilitar a infiltração do neoplasma. Tsuchiya, (2003). A produção e secreção <strong>de</strong>serino-proteases e ativador <strong>de</strong> plasminogênio têm sido associadosneoplasmática <strong>de</strong> uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> células. A invasão <strong>de</strong> tecidosnormais e a penetração da membrana vascular basal por células metastáticaspo<strong>de</strong>m requerer participação ativa <strong>de</strong> enzimas hidrolíticas. A penetração nosvasos sangüíneos durante a invasão e extravasamento é o ponto <strong>de</strong> crucialimportância na metástase. Tanaka, (2003).Disseminação direta – tumores que crescem ou penetram nascavida<strong>de</strong>s do corpo po<strong>de</strong>m irradiar células ou embolia que “trafegam” emcavida<strong>de</strong>s e superfícies <strong>de</strong> outros órgãos. Tanaka, (2003). A habilida<strong>de</strong> dascélulas neoplásicas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são não po<strong>de</strong> ser indicativo <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>invasão. Alberts, (1997).Disseminação linfática – o transporte através dos vasos linfáticos é opasso comum para o processo <strong>de</strong> disseminação inicial <strong>de</strong> carcinomas, mas ossarcomas também po<strong>de</strong>m se disseminar por essa via. Cotran, (2000). Durantea invasão da célula neoplásica, o processo <strong>de</strong> infiltração e expansão <strong>de</strong>ntrodos tecidos resulta na penetração <strong>de</strong> pequenos vasos linfáticos Tsuchiya,(2003). Estudos evi<strong>de</strong>nciam que células neoplásicas po<strong>de</strong>m passar livrementeentre vasos sanguíneos e linfáticos Tanaka, (2003).Disseminação hematológica – Nesse passo é típico <strong>de</strong> sarcomas, maspo<strong>de</strong> ser usado por carcinomas Cotran, (2000). O primeiro passo das46


metástases é a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> membranas basais e matriz extracelular, masas células dos neoplasmas malignos frequentemente penetrando em pequenoscapilares, mas raramente conseguem invadir artérias e arteríolas ricas em fibraelástica. Uma vez as células neoplásicas penetradas nos vasos sanguíneos,elas são carreadas passivamente ou <strong>de</strong>senvolvem e crescem até um sítio <strong>de</strong>penetração e somente então, liberam as células <strong>de</strong>ntro da circulação. Noentanto a presença <strong>de</strong> células neoplásicas na circulação não é constituinte <strong>de</strong>metástase. Muitas células liberadas <strong>de</strong>ntro da circulação sanguínea sãoeliminadas rapidamente; muitas são <strong>de</strong>struídas <strong>de</strong>ntro do sistema circulatório eaparece um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> células liberadas pelo tumor primário, e há umagran<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>stas células sobreviverem com a metástase.As células neoplásicas po<strong>de</strong>m agregar com outras (agregação homotípica) ououtro tipo <strong>de</strong> célula (agregação heterotípica) como plaquetas e linfócitos. Aformação <strong>de</strong> embolia multicelular po<strong>de</strong> fazer com que as células neoplásicassobrevivam na circulação e estabilizem o crescimento secundário Tanaka,(2003).Assim, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar metástase é que torna o câncer difícil <strong>de</strong>ser erradicado cirurgicamente ou por irradiação localizada. Para sua ampladisseminação pelo corpo, uma célula típica <strong>de</strong> um tumor sólido <strong>de</strong>ve ser capaz<strong>de</strong> diminuir suas a<strong>de</strong>sões ás vizinhas escapar do tecido <strong>de</strong> origem, migrar poroutros tecidos até alcançar os vasos sangüíneos ou linfáticos, atravessar alâmina basal e o revestimento endotelial dos vasos <strong>de</strong> forma a entrar e sair dacirculação em outro local do corpo, sobreviver e proliferar em novo ambiente.Por exemplo, em vários carcinomas que se tem estudado há perda <strong>de</strong> a<strong>de</strong>sãoàs células vizinhas <strong>de</strong> um epitélio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da perda <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> umamolécula <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são célula-célula, mas a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> invasão, através dostecidos parece <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da produção <strong>de</strong> enzimas proteolíticas que po<strong>de</strong>mdigerir a matriz extracelular. As etapas finais da metástase são provavelmenteas mais difíceis: muitos tumores liberam gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> células nacirculação, mas somente uma proporção menor <strong>de</strong>stas células tem sucesso naformação <strong>de</strong> colônias metastáticas.Células tumorais que tenham entrado em um vaso linfático,freqüentemente, ficam presas nos linfonodos ao longo do caminho, dando47


origem as metástases. As mutações envolvidas no <strong>de</strong>senvolvimento do câncer,ocorrem ao acaso na população inicial do tumor: somente aquelas poucascélulas que adquirem as proprieda<strong>de</strong>s necessárias para formação <strong>de</strong>metástase e que se alojam em ambiente a<strong>de</strong>quado serão capazes <strong>de</strong> produzirtumores secundários. De acordo com este conceito <strong>de</strong> evolução, através <strong>de</strong>variação ao acaso e seleção natural, as células <strong>de</strong> um único tumor sãoheterogêneas na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar metástases.A compreensão dos mecanismos moleculares da formação <strong>de</strong>metástase po<strong>de</strong>ria, eventualmente, permitir um esquema <strong>de</strong> tratamento parabloquear o tumor. Algum progresso tem sido feito neste sentido. Tem sidomostrado, por exemplo, que para células tumorais atravessarem a lâmina basal<strong>de</strong>vem possuir integrinas apropriadas para atuarem como receptores <strong>de</strong>laminina, que permitem às células a<strong>de</strong>rirem á lâmina, e <strong>de</strong>vem possuir em suasuperfície colagenase tipo IV, que ajuda a digerir a lâminina. Anticorpos eoutros reagentes que bloqueiam a ligação á lâminina ou a ativida<strong>de</strong> dacolagenase tipo IV <strong>de</strong>monstram bloquear a formação <strong>de</strong> metástases emanimais experimentais Cotran, (2000); Alberts, (1997).As células dos diversos órgãos do nosso corpo estão constantemente sereproduzindo, isto é, uma célula adulta divi<strong>de</strong>-se em duas, e por este processo,chamado mitose, vai havendo o crescimento e a renovação das células duranteos anos. A mitose é realizada controladamente <strong>de</strong>ntro das necessida<strong>de</strong>s doorganismo. Porém, em <strong>de</strong>terminadas ocasiões e por razões ainda<strong>de</strong>sconhecidas, certas células reproduzem-se com uma velocida<strong>de</strong> maior,<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando o aparecimento <strong>de</strong> massas celulares <strong>de</strong>nominadas neoplasiasou, mais, comumente, tumores.Nas neoplasias malignas o crescimento é mais rápido, <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado einfiltrativo; as células não guardam semelhança com as que lhes <strong>de</strong>ram origeme tem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver em outras partes do corpo, fenômeno este<strong>de</strong>nominado metástase, que é a característica principal dos tumores malignos.Como procedimentos auxiliares no diagnóstico temos:- Ultra-sonografia;- Exame citológico (punção aspirativa com agulha fina e citologia);- Exame histopatológico (biopsia)48


3.3. Exame histopatológicoTrata-se do estudo dos tecidos do organismo ao microscópio. O examehistopatológico é o que permite afirmar com segurança a natureza <strong>de</strong> umalesão. No exame citopatológico estudam-se as células <strong>de</strong>sprendidas <strong>de</strong> seuslocais <strong>de</strong> origem, os tecidos. No exame histopatológico o que se examina é umfragmento da estrutura, avaliando-se, então, toda a composição do tecido. Porisso, o exame histopatológico é o mais preciso.A obtenção do material po<strong>de</strong> ser feita através <strong>de</strong> uma pequena cirurgia,chamada biopsia a céu aberto. Depen<strong>de</strong>ndo do caso, retira-se todo o nódulo outumor, ou apenas uma parte sua.TratamentosExistem outros tipos <strong>de</strong> tratamentos que po<strong>de</strong>m ser associados ou nãoao cirúrgico, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> cada caso, tais como a quimioterapia, aradioterapia, a hormonioterapia e a imunoterapia.Quimioterapia - Este método utiliza quimioterápicos que são compostosquímicos que atuam diminuindo a multiplicação celular e, conseqüentemente, aexpansão dos tumores. Os quimioterápicos afetam também as células normais,porem acarreta maior dano às células malignas.Radioterapia – Método capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir as células tumorais peloemprego <strong>de</strong> radiações ionizantes, a radioterapia atua local ou regionalmente,po<strong>de</strong>ndo ser indicada <strong>de</strong> forma exclusiva ou associada a outros terapêuticos.Hormonioterapia - Consiste na utilização <strong>de</strong> hormônios que impe<strong>de</strong>m ocrescimento das células tumorais.Imunoterapia – É a utilização <strong>de</strong> substâncias que modificam a respostado sistema imunológico do organismo. Estes dois últimos tipos <strong>de</strong> tratamentotêm sido utilizados como possíveis opções em casos selecionados. Osprodutos <strong>naturais</strong> são utilizados pela humanida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos remotos. Abusca por alívio e cura <strong>de</strong> doenças consumo <strong>de</strong> plantas medicinais talvez tenhasido uma das primeiras formas <strong>de</strong> utilização dos produtos <strong>naturais</strong>. A históriado <strong>de</strong>senvolvimento das civilizações Oriental e Oci<strong>de</strong>ntal é rica em exemplosda utilização <strong>de</strong> recursos <strong>naturais</strong> na medicina, no controle <strong>de</strong> pragas em49


plantas e mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, merecendo <strong>de</strong>staque a civilização Egípcia,Greco-romana e Chinesa. A medicina tradicional chinesa <strong>de</strong>senvolveu-se comtal grandiosida<strong>de</strong> e eficiência que até hoje muitas espécies e formuladosvegetais mundiais são estudados na busca pelo entendimento <strong>de</strong> seusmecanismos <strong>de</strong> ação e no isolamento dos princípios ativos.Devido à atribuição <strong>de</strong> critérios mais rigorosos na avaliação doscomponentes da dieta e ao <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>de</strong> novas metodologias, cadavez mais são encontrados agentes mutagênicos e/ou carcinogênicos presentesnos alimentos. Evitar totalmente seu consumo seria, teoricamente, possível,mas na prática é difícil <strong>de</strong>vido à sua quantida<strong>de</strong> e varieda<strong>de</strong>. O flavonói<strong>de</strong>squercetina, o benzil-isotiocianato são exemplos <strong>de</strong> compostos <strong>naturais</strong>mutagênicos presentes em alimentos Gaspar et al., (1993); Musk et al.; (1995).Diversos aditivos para alimentos, tais como aspartame Shephard et al., (1993)e bromato <strong>de</strong> potássio Awogi et al., (1992), têm apresentado efeitosmutagênicos em diferentes mo<strong>de</strong>los experimentais. Os hidrocarbonetospolicíclicos aromáticos, como o benzo [a] pireno e as nitrosaminas, sãoexemplos <strong>de</strong> compostos mutagênicos e carcinogênicos, formados durante ocozimento <strong>de</strong> carnes, peixes e gorduras Skog et al., (1998). Na tabela 1encontram-se alguns exemplos <strong>de</strong> corantes com ação mutagênica.O potencial antimutagênico <strong>de</strong> uma substância po<strong>de</strong> ser avaliado emsistemas biológicos diversos, os mesmos empregados para o estudo ei<strong>de</strong>ntificação dos agentes mutagênicos. Os sistemas celulares <strong>de</strong> mamíferos,utilizados para a avaliação da mutagenicida<strong>de</strong> e/ou antimutagenicida<strong>de</strong>,abrangem os testes in vitro e in vivo. Nos testes in vivo são utilizadosfreqüentemente ratos e camundongos. Nos testes in vitro são usadasdiferentes linhagens celulares, inclusive células humanas. Outrosmicroorganismos, como as bactérias no teste. <strong>de</strong> Ames, também são usadosna avaliação do potencial antimutagênico.Em qualquer um dos sistemas-teste, o tratamento com os agentesmutagênicos, que induzem as mutações, ou com os antimutagênicos, quepermitirão inibir o aparecimento <strong>de</strong> lesões no DNA, po<strong>de</strong> ocorrersimultaneamente ou em momentos diferentes por meio <strong>de</strong> pré- ou póstratamentocom estes compostos. Os agentes antimutagênicos usados em prétratamentoou tratamento simultâneo po<strong>de</strong>m atuar como agentes não50


mutagênicos. A efetivida<strong>de</strong> do agente antimutagênico no pós-tratamentosugere que ele esteja atuando pelo mecanismo <strong>de</strong> bio-antimutagênese e estárelacionado ao processo <strong>de</strong> reparo das mutações, como acontece com avanilina, por exemplo, Sasaki et al., (1987) ou com o ácido tânico Sasaki et al.,(1988). Muitos compostos antimutagênicos encontrados nos alimentos sãoagentes antioxidantes e atuam seqüestrando os radicais livres <strong>de</strong> oxigênio,quando administrados como pré-tratamento ou nos tratamentos simultâneoscom o agente que induz as mutações no DNA.51


Tabela 1 Resultados experimentais <strong>de</strong> testes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> mutagênica e antimutagênica em corantes sintéticos e <strong>naturais</strong>.Ativida<strong>de</strong> mutagênicaTipo(Natural ou Sintético)Sistema Teste*ReferênciasAmarantoCochonilhaCúrcumaCurcuminaC.I. orange5TartrazineVermelho KokunAditivoAditivoIngredienteAditivoAditivoAditivo3; 5; 7; 8929132; 4; 5; 62Giri (1991)Ishidate (1984)Mukhopadhyay et al. (1998)Araújo et al. (1999)Moller et al. (1998)Giri et al. (1990)Agarwal et al. (1994)Ativida<strong>de</strong> AntimutagênicaTipo(Natural ou Sintético).TipoSistema Teste*ReferênciasBixina-CarotenoCurcuminaEritrosinaAditivoNaturalAditivoAditivo3; 5231Thresiamma et al. (1996)Salvadori et al. (1992)Thresiamma et al. (1996)Lakdawalla & Netrawali (1988)(*) 1 = Teste <strong>de</strong> Ames; 2 = Camunndongos (aberração cromossômicas); 3 = Camundongos (Sister Chromatid Exchange, SCE); 5= Ratos (aberração cromossômicas); 6 = Ratos (SCE); 7 = Células CHO (aberração cromossômica); 8 = Linfócitos in vitro(aberração cromossômica)52


3.4. Epi<strong>de</strong>miologia do câncerA epi<strong>de</strong>miologia pesquisa a distribuição das várias formas <strong>de</strong> câncerentre a população, a observação e análise das variações <strong>de</strong> sua ocorrência emdiferentes grupos ou comunida<strong>de</strong>s, e os fatores <strong>de</strong> risco a que eles se expõem.Mediante a correlação existente entre os dados <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> eas diferenças verificadas nas condições ambientais, hábitos <strong>de</strong> vida ou <strong>de</strong>constituição genética, observadas entre esses grupos, é possível seestabelecerem hipóteses sobre as prováveis causas do câncer.Como este não representa uma única moléstia, mas sim um processocomum a um grupo <strong>de</strong> doenças que diferem em sua etiologia, freqüência emanifestações clínicas, é necessário estabelecer critérios <strong>de</strong> classificação parao seu estudo. Usualmente, em Cancerologia, utilizam-se classificaçõessegundo a localização primária, o tipo histopatológico e a extensão anatômicados tumores.Os estudos comparativos <strong>de</strong> freqüência do câncer <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rarsempre a cobertura e a qualida<strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong> diagnóstico, na medida emque as variações observadas entre as diferentes regiões do território nacionalpo<strong>de</strong>m refletir apenas esses componentes. A comparabilida<strong>de</strong> dos dados<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá sempre também da utilização uniforme dos critérios adotados emdiferentes regiões, instituições e, até, entre profissionais <strong>de</strong> um mesmo serviço<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Conceitos e <strong>de</strong>finiçõesPara se medir a freqüência das doenças e a mortalida<strong>de</strong> por elasprovocada, utilizam-se taxas, ou coeficientes, que têm três elementosessenciais:- O grupo <strong>de</strong> população exposto ao risco <strong>de</strong> adoecer, ou morrer;- O fator tempo- O número <strong>de</strong> casos, <strong>de</strong> doenças, ou <strong>de</strong> mortes ocorridos na populaçãoexposta, em certo período <strong>de</strong> tempo.Assim, a taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> geral por câncer é expressa pela seguinteequação:53


Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mortes por câncer/ano= ________________________________ X 100.000Geral por câncer número <strong>de</strong> pessoas expostas ao risco<strong>de</strong> morrer por câncer no anoAs taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser especificas para váriascaracterísticas, tais como sexo, ida<strong>de</strong>, tipo ou localização <strong>de</strong> tumores, etc.,permitindo comparações entre diferentes subgrupos <strong>de</strong> uma mesmapopulação.A morbida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser expressa pelas taxas <strong>de</strong> incidência e prevalência,assim <strong>de</strong>finidas:número <strong>de</strong> novas mortes da doençaem um período <strong>de</strong> tempoTaxa <strong>de</strong> incidência = _______________________________ X 100.000número <strong>de</strong> pessoas expostas ao risco <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver a doença no mesmo períodonúmero <strong>de</strong> casos da doença existentesnum <strong>de</strong>terminado momentoTaxa <strong>de</strong> prevalencia = _______________________________ X 100.000População médianesse <strong>de</strong>terminado momentoA incidência expressa <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada população <strong>de</strong>senvolver umadoença. A prevalência é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> casos existentes <strong>de</strong> uma doença(casos novos e antigos), relacionando-se, portanto, com a incidência e com aduração da doença. Doenças agudas e fatais como a raiva, por exemplo, têm,assim, incidência e prevalência semelhantes.As taxas são utilizadas para comparar dados <strong>de</strong> diferentes populações.Entretanto, a análise comparativa entre taxas <strong>de</strong>ve ser cuidadosa. Diferençasentre elas po<strong>de</strong>m refletir, por exemplo, apenas diferenças na composição etáriadas populações estudadas. Por esta razão, utiliza-se o recurso dapadronização <strong>de</strong> taxas por ida<strong>de</strong>, visando a anular o efeito, neste caso, dadiferença observada na estrutura etária das populações. A padronização das54


taxas por ida<strong>de</strong> permite a comparabilida<strong>de</strong> dos coeficientes <strong>de</strong> distintosregistros ou países, mesmo que as populações tenham diferentes distribuiçõesetárias.A Agência Internacional Para Pesquisa Sobre o Câncer (IARC), em suaspublicações sobre a incidência do câncer nos cinco continentes, tem adotadotrês populações-mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> padronização: africana, mundial e européia. Aprimeira é representativa <strong>de</strong> uma população jovem; a terceira típica <strong>de</strong> umapopulação velha; enquanto a segunda representa um padrão intermediárioentre os dois extremos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los.Para limitar-se a influência da ida<strong>de</strong>, também po<strong>de</strong> ser usada acomparação restrita ao grupo etário compreendido entre 35 e 64 anos,compondo-se a chamada população truncada.3.5. Mutagenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corantes para alimentosUm dos corantes <strong>naturais</strong> mais conhecidos é a bixina, usada comocorante em manteigas, queijos, margarinas e outros alimentos. Este coranteapresentou ação antimutagência, reduzindo as freqüências <strong>de</strong> micronúcleos e<strong>de</strong> aberrações cromossômicas, induzidas pela radiação-gama, nas células damedula óssea <strong>de</strong> camundongos e em linfócitos <strong>de</strong> ratos em cultura.Thresiamma et al., (1996); Thresiamma et al., (1998).3.6. BixinaA cis-bixina (monometiléster do diácido carboxílico (norbixina) é oconstituinte que ocorre em maior concentração no arilo da semente do <strong>urucum</strong>(Bixa orellana L.), representando cerca <strong>de</strong> 80% da bixina presente. Além doisômero cis (metil-hidrogênio 9’-cis-6,6’diapocaroteno 6,6’dioato), também estápresente a forma trans, sendo este mais estável que o isômero cis. A transisomerização acontece parcialmente quando o pigmento é submetido aprocesso <strong>de</strong> aquecimento. Galindo-Cuspinera, (2002).55


Quando submetida à hidrólise em meio alcalino, a bixina per<strong>de</strong> umamolécula <strong>de</strong> metanol produzindo a norbixina, pigmento <strong>de</strong> cor vermelhointensa.São poucos os carotenói<strong>de</strong>s carboxílicos conhecidos. Além da bixina,foram i<strong>de</strong>ntificados a crocetina, nas flores (estames) do açafrão (Crocus sativusL.), uma iridáceae e a azafranina na raiz do açafrão da terra (curcuma longa)uma zingeberáceae. Karrer e Jucker, (1950) ; Jaramilo, (2003). Os pigmentosextraídos <strong>de</strong>stas espécies, da mesma forma como aqueles do <strong>urucum</strong> têmgran<strong>de</strong> aplicação na indústria <strong>de</strong> alimentos.Segundo Jondiko e Patteen<strong>de</strong>n, (1989), a bixina foi o primeiro ciscarotenói<strong>de</strong> isolado a partir <strong>de</strong> fontes <strong>naturais</strong>. Fazem parte ainda da famíliarelativamente pequena dos apocarotenói<strong>de</strong>s <strong>naturais</strong> cuja formação se dá via<strong>de</strong>gradação oxidativa dos carotenói<strong>de</strong>s C : a crocetina, o β-apo-10’-carotenal,40a β- citraurina e o ácido abscíssico.Na Figura 2 são apresentadas as estruturas moleculares da cis e transbixina, cis e trans norbixina e o principal produto corado <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição(monometil éster do ácido 4, 8, dimetil tetra<strong>de</strong>cahexaenedióico) freqüentemente<strong>de</strong>signado por C17.56


Figura 2 - Estrutura dos carotenói<strong>de</strong>s bixina e norbixina, cis e trans e do principalproduto <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Fonte Scotter (1995).A bixina, <strong>de</strong>vido ao seu crescente consumo, tem <strong>de</strong>spertado interesse<strong>de</strong> pesquisadores, no sentido da busca por uma fonte alternativa para a suaprodução. Embora o mecanismo <strong>de</strong> biossíntese <strong>de</strong>sta substância ainda nãotenha sido elucidado. É sustentado que o carotenói<strong>de</strong> C40, maisprovavelmente o licopeno, seja o precursor da bixina. Com base na estruturasimilar entre a bixina e a crocetina, pigmento do açafrão, a reação po<strong>de</strong>riaenvolver a metil transferase e a <strong>de</strong>hidrogenase em uma série <strong>de</strong> reaçõesprecedidas seqüencialmente pelo licopeno. A suposta rota é sustentada pelaanálise <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição do licopeno que se encontramacumulados em traços na semente do <strong>urucum</strong>.57


Figura 3 - Rota proposta da biossíntese da bixina a partir do licopeno.Fonte: Jako et al, (2002).Citam os autores que conversão <strong>de</strong> 25% na reação <strong>de</strong> esterificação foiobtida quando realizada à pressão atmosférica e 50 % quando a pressão dosistema foi reduzida para 200mbar. Os experimentos foram conduzidos à 65º Cpor 144 h. A substituição da bixina pela norbixina reduziu a conversão <strong>de</strong> 50%para apenas 8%. A reação foi monitorada por Thin Layer Chromatography(CCD) empregando placa <strong>de</strong> sílica gel MERCK e fase eluente composta <strong>de</strong>uma mistura <strong>de</strong> clorofórmio/ metanol /ácido acético/água 80: 10: 8: 2, tendo58


apresentado os seguintes valores para o fator <strong>de</strong> retenção (Rf): 0,00 para oácido L-ascórbico, 0,36 para o éster <strong>de</strong> bixina, 0,8 para a norbixina e 0,94 paraa bixina.A obtenção <strong>de</strong>stes <strong>de</strong>rivados tem sido conduzida no sentido <strong>de</strong> melhorarsuas características <strong>de</strong> solubilida<strong>de</strong>, estabilida<strong>de</strong> ou mesmo com vistas apotencializar seu caráter antioxidante <strong>de</strong> forma a melhor a<strong>de</strong>quar sua aplicaçãopara fins específicos. Tanto a bixina quanto a norbixina apresentam baixasolubilida<strong>de</strong> na maioria dos solventes. A bixina é normalmente empregada paraprodutos com base lipídica, enquanto que em produtos com base aquosaemprega-se freqüentemente a norbixina.59


Tabela 2. Efeito <strong>de</strong> carotenói<strong>de</strong>s como agentes antioxidantes presentes nadieta e sobre a nefrotoxicida<strong>de</strong> provocada pelo antitumoral cisplatina emmo<strong>de</strong>los animais.Antioxidantes Sistema-Teste Resultados ReferênciasBixina Ratos Proteção Silva et al,(2001)Curcumina Ratos Proteção parcial Antuneset al,(2001)Glutamina Ratos Proteção parcial Mora et al,(2003)Selenito <strong>de</strong> sódio Camundongos Proteção Bal<strong>de</strong>w et al,(1989)Selenito <strong>de</strong> sódio Camundongos Proteção Shenberg et al,(1989)Selenito <strong>de</strong> sódio Ratos Proteção parcial Camargo et al,(2001)Selenito <strong>de</strong> sódio Ratos Proteção parcial Francescato etal, (2001)Vitamina C Ratos Sem proteção Antunes et al,(2001)VitaminaE Ratos Proteção Antunes et al,(2000)Vitamina C e E Ratos jovens e Proteção Appenroth et al,adultos(1998)Estudos em animais experimentais têm <strong>de</strong>monstrado o potencialanticarcinogênico dos carotenói<strong>de</strong>s da dieta, e sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seqüestraros radicais livres, causadores do estresse oxidativo e é um carotenói<strong>de</strong> usadocomo corante para alimentos extraído do <strong>urucum</strong> (Bixa orellana). A bixina é umpotente inibidor da peroxidação lipídica. Esta foi testada em duas dosesdiferentes (2,5 ou 5,0 mg/kg <strong>de</strong> peso corporal) e inibiu <strong>de</strong> forma significativa aperoxidação lipídica e a <strong>de</strong>pleção <strong>de</strong> glutationa renal induzidas pela cisplatinaem animais sacrificados 24h após a injeção do antitumoral cisplatina, Silva et al60


(2001). Neste estudo observou-se que a bixina agiu como um protetor danefrotoxicida<strong>de</strong> da cisplatina. Des<strong>de</strong> que o tratamento somente com a bixina foiseguro nas condições experimentais utilizadas, os resultados sugerem que abixina po<strong>de</strong> ter aplicações futuras na clínica como agente nefroprotetor àtoxicida<strong>de</strong> da cisplatina.Existem sólidas evidências, Baliga et al (1998) para sustentar a tese queos carotenói<strong>de</strong>s provenientes da dieta (e não <strong>de</strong> suplementos) po<strong>de</strong>m diminuiro risco <strong>de</strong> câncer pulmonar e <strong>de</strong> outras patologias, tanto que os <strong>de</strong>rivados davitamina A, os retinói<strong>de</strong>s, são promissores fármacos antineoplásicos,Hannemann, (1988) fenóis e carotenói<strong>de</strong>s presentes em frutas e vegetaisvermelhos ou roxos (e sucos e vinhos).Os principais pigmentos que dão a cor vermelho-arroxeada às uvas ejabuticaba são os flavonói<strong>de</strong>s antocianina e a quercetina, o carotenói<strong>de</strong>licopeno e certos ácidos orgânicos. Trata-se <strong>de</strong> compostos fenólicos comelevada ativida<strong>de</strong> antioxidante encontrados em diversos alimentos, Silva et al,(2001); Appenroth et al, (1997); Antunes et al, (2000). (Tabela 4).61


TABELA 3- Compostos carotenói<strong>de</strong>s e flavonói<strong>de</strong>s e suas fontes.CompostoFonteFlavonói<strong>de</strong>s e ácidos fenólicoCatequinasChás, uvas e vinho tintoFlavonas e Flavonói<strong>de</strong>sFrutas cítricasFlavonói<strong>de</strong>s (quercetina) Cebola, azeitona, chás, maça e vinhoAntocianinas e antocianidinas Cerejas, morangos, uvas, frutas coloridasÁcido cafeico e outrosUvas, vinhos, azeitonas, café, maças,tomates, ameixas e cereaisCarotenói<strong>de</strong>sα caroteno e β-carotenoBocaiúva, pupunha, vegetais ver<strong>de</strong>sfolhudos, manga, cenoura, batatas,Licopenomanga, etc.ZeaxantinaPitanga, tomate e <strong>de</strong>rivados, mamão,goiabaCriptoxantinaVegetais ver<strong>de</strong>s folhosos, pequi, milho emLuteinalata, nectarina, pêssegos, etcCaju, mamão papaia, nectarina, pêssego,pequi, etc.Abóbora, abobrinha, vegetais ver<strong>de</strong>sfolhudos, pimenta, etc.Fontes: Silva et al, ( 2001) ; Apperoth et al, (1997) ; Antunes et al, (2000).3.7. Frutas alaranjadas ou amareladasOs carotenói<strong>de</strong>s são responsáveis por este tipo <strong>de</strong> coloração e pordiversas ativida<strong>de</strong>s biológicas, tais como: remoção do oxigênio singlete,remoção <strong>de</strong> radicais peroxila, modulação do metabolismo <strong>de</strong> carcinógenos,inibição da proliferação celular, - aumento da diferenciação celular (retinói<strong>de</strong>s),estimulação da comunicação intercelular, aumento da resposta imunológica, ecapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> filtrar a luz azul. Sabe-se que o β-caroteno é capaz <strong>de</strong> protegero DNA contra a oxidação Umegaki et al, (1994).62


Os radicais livres po<strong>de</strong>m ser gerados no citoplasma, nas mitocôndrias ouna membrana e o seu alvo celular (proteínas, lipí<strong>de</strong>os, carboidratos e DNA)estão relacionados com o seu sítio <strong>de</strong> formação An<strong>de</strong>rson, 1996 ; Yu &-An<strong>de</strong>rson, (1997). Entre as principais formas reativas <strong>de</strong> oxigênio o O 2apresenta uma baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxidação, o – OH mostra uma pequenacapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> difusão e é o mais reativo na indução <strong>de</strong> lesões nas moléculascelulares. O H 2 O 2 não é consi<strong>de</strong>rado um radical livre verda<strong>de</strong>iro, mas é capaz<strong>de</strong> atravessar a membrana nuclear e induzir danos na molécula <strong>de</strong> DNA pormeio <strong>de</strong> reações enzimáticas e produzir radicais livres An<strong>de</strong>rson, (1996).3.8. Estresse oxidativoA formação <strong>de</strong> radicais livres “in vitro” ocorre via ação catalítica dasenzimas, durante os processos <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> elétrons que ocorrem nometabolismo celular e pela exposição a fatores exógenos (Tabela 4). Contudo,na condição <strong>de</strong> pró-oxidante a concentração <strong>de</strong>sses radicais po<strong>de</strong> aumentar<strong>de</strong>vido à maior geração intracelular ou pela <strong>de</strong>ficiência dos mecanismosantioxidantes Cerutti, (1991,1994). O <strong>de</strong>sequilibro entre as moléculas oxidantese antioxidantes que resulta na indução <strong>de</strong> danos celulares pelos radicais livrestem sido <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> estresse oxidativo Sies, (1993).Tabela 4 - Fontes endógenas e exógenas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> radicais livres.EndógenasRespiração aeróbicaInflamaçõesPeroxissomosEnzimas do citocromoExógenasOzônioRadiações gama e ultravioletaMedicamentosDieta (compostos tóxicos)CigarroA ocorrência <strong>de</strong> um estresse oxidativo mo<strong>de</strong>rado, freqüentemente éacompanhada do aumento das <strong>de</strong>fesas antioxidantes enzimáticas, mas aprodução <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> radicais livres po<strong>de</strong> causar danos emorte celular (An<strong>de</strong>rson, 1996).63


Os danos oxidativos induzidos nas células e tecidos têm sidorelacionados com a etiologia <strong>de</strong> várias doenças, incluindo doenças<strong>de</strong>generativas tais como as cardiopatias, aterosclerose e problemaspulmonares (Quadro 2) Ames et al., (1993), Witzum, (1994), Roy & Kulkarni,(1996), Stahl & Sies, (1997). Os danos no DNA causados pelos radicais livrestambém <strong>de</strong>sempenham um papel importante nos processos <strong>de</strong> mutagênese ecarcinogênese Poulsen et al., (1998).3.9. Estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antioxidanteA produção contínua <strong>de</strong> radicais livres durante os processos metabólicoslevou ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> muitos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa antioxidante paralimitar os níveis intracelulares e impedir a indução <strong>de</strong> danos Sies, (1993). Osantioxidantes são agentes responsáveis pela inibição e redução das lesõescausadas pelos radicais livres nas células. A célula produz enzimasantioxidantes como <strong>de</strong>fesa.Uma ampla <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> antioxidante é “qualquer substância que,presente em baixas concentrações quando comparada a do substrato oxidável,atrasa ou inibe a oxidação <strong>de</strong>ste substrato <strong>de</strong> maneira eficaz.” Sies & Stahl,(1995).3.10. Mecanismos <strong>de</strong> proteçãoOs antioxidantes são capazes <strong>de</strong> interceptar os radicais livres geradospelo metabolismo celular ou por fontes exógenas, impedindo o ataque sobre oslipí<strong>de</strong>os, os aminoácidos das proteínas, a dupla ligação dos ácidos graxospoliinsaturados e as bases do DNA, evitando a formação <strong>de</strong> lesões e perda daintegrida<strong>de</strong> celular. Os antioxidantes obtidos da dieta, tais como as vitaminasC, E e A, os flavonói<strong>de</strong>s e carotenói<strong>de</strong>s são extremamente importantes naeliminação dos radicais livres.Outro mecanismo <strong>de</strong> proteção é o reparo das lesões causadas pelosradicais. Esse processo está relacionado com a remoção <strong>de</strong> danos da molécula<strong>de</strong> DNA e a reconstituição das membranas celulares danificadas.64


Em algumas situações po<strong>de</strong> ocorrer uma adaptação do organismo emresposta a geração <strong>de</strong>sses radicais com o aumento da síntese <strong>de</strong> enzimasantioxidantes.O controle do nível das enzimas antioxidantes nas células éextremamente importante para a sobrevivência no ambiente aeróbico, Barnett& King, (1995). Os organismos eucariotos possuem enzimas antioxidantescomo a enzima superóxido dismutase, a catalase e a glutationa peroxidase quereagem com os compostos oxidantes e protegem as células e os tecidos doestresse oxidativo,Traber, (1997). Em adição aos efeitos protetores dosantioxidantes endógenos, a inclusão <strong>de</strong> antioxidantes na dieta é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância e o consumo <strong>de</strong> frutas e vegetais está relacionado com adiminuição do risco do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças associadas ao acúmulo <strong>de</strong>radicais livres, Pompella, (1997).3.11. Flavonói<strong>de</strong>s e medicamentos no câncerA literatura indica que muitos produtos <strong>naturais</strong> são estudados comoagentes quimioprotetores contra cânceres <strong>de</strong> ocorrência mundial, Reddy,(2003). Os maiores grupos <strong>de</strong>sses produtos são potentes antioxidantes efenólicos <strong>naturais</strong>. Esses produtos <strong>naturais</strong> são encontrados principalmente emfrutas e vegetais (Tabela 1) como também extratos <strong>de</strong> plantas e ervas Reddy,(2003). Muitos constituintes <strong>de</strong> plantas po<strong>de</strong>m ser responsáveis por efeitosprotetores. Alimentos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> plantas contêm uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>fitoquímicos anticâncer com gran<strong>de</strong> potencial bioativo que reduz asusceptibilida<strong>de</strong> ao câncer, Birt, (2001). Muitos <strong>de</strong>sses constituintes po<strong>de</strong>m sercompostos fenólicos ou polifenólicos como isoflavonas da soja, catequinas dochá, ésteres fenólicos no café, ácidos fenólicos no vinho tinto, quercetina emcebola Reddy, (2003). Dos muitos anticarcinógenos <strong>de</strong>tectados em plantascomestíveis, os antioxidantes - vitaminas C e E e a pró-vitamina -caroteno têmrecebido uma gran<strong>de</strong> atenção. Flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s são especialmentepromissores candidatos na prevenção do câncer Birt, (2001).65


3.12. Flavonói<strong>de</strong>sFlavonói<strong>de</strong>s são metabólitos secundários <strong>de</strong> plantas e <strong>de</strong>finidosquimicamente como substâncias compostas por uma estrutura comum <strong>de</strong>fenilcromanona (C 6 -C 3 -C 6 ) com substituição em uma ou mais hidroxilas,incluindo <strong>de</strong>rivados, Birt, (2001).Flavonói<strong>de</strong>s e Isoflavonói<strong>de</strong>s ocorrem comumente como éster, éter ou<strong>de</strong>rivados glicosídicos ou ainda uma mistura <strong>de</strong>les, Birt, (2001). Mais <strong>de</strong> 5000diferentes flavonói<strong>de</strong>s têm sido <strong>de</strong>scritos, Marchand, 2002; Yang, (2001). Emhumanos, flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s ocorrem somente através da ingestãodietética Birt, (2001). Os flavonóis são os mais abundantes flavonói<strong>de</strong>s emalimentos. A quercetina, kaempferol e merecetina compõem os três maiscomuns flavonóis. Flavanonas são encontradas principalmente em frutascítricas e flavones em aipo Catequinas estão presentes em gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>chás ver<strong>de</strong> e preto e vinho tinto, antocianinas são encontradas em morango.Isoflavonas são encontrados quase exclusivamente em comidas <strong>de</strong>rivadas dasoja. Marchand, (2002).Os flavonói<strong>de</strong>s são usualmente absorvidos por difusão passiva, apósserem glicosilados e convertidos em agliconas. Marchand, (2002) porglicosidases em alimentos ou da mucosa gastrointestinal, ou da microflora docólon Yang, (2001). Após sua absorção, os flavonói<strong>de</strong>s são conjugados nointestino <strong>de</strong>lgado, fígado pela glucuronidação, sulfatação ou metilação oumetabolizados a pequenos compostos fenólicos Marchand, (2002); Yang,(2001).3.13. Flavonói<strong>de</strong> e câncerUm gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s Birt, (2001) tem sidomostrado por suprimir a carcinogênese em vários mo<strong>de</strong>los animais Rashmi,(2003). Existe um consi<strong>de</strong>rável interesse nesses compostos que parecemexercer efeitos benéficos em mecanismos que envolvem a patogênese docâncer. Em recentes anos, uma consi<strong>de</strong>rável atenção tem sido dada àhabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses compostos em inibir o ciclo celular, a proliferação celular, o66


estresse oxidativo e na indução da <strong>de</strong>toxificação <strong>de</strong> enzimas, apoptose e nosistema imune Birt, (2001).Flavonói<strong>de</strong>s também possuem efeitos benéficos na bioativação <strong>de</strong>carcinógenos. Os flavonói<strong>de</strong>s quercetina, Kaempferol e galangina e o flavonaapigenina estão associados com a inibição do citocromo P450 Marchand,(2002).Vários flavonói<strong>de</strong>s (quercetina, apigenina e catequinas do chá) têm sidomostrado com ativida<strong>de</strong> antiinflamatória por inibir cicloxigenase-2 (COX-2) einduzir a óxido nítrico sintase. Inflamações crônicas estão relacionadas naetiologia <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> cânceres e inibidores COX-2 estão sendoestudados como agentes quimioprotetores contra câncer <strong>de</strong> cólon Marchand,(2002), Yang, (2001).Ativida<strong>de</strong>s antiproliferativas têm sido relacionadas com proprieda<strong>de</strong>santi-estrogênicas <strong>de</strong> certos flavonói<strong>de</strong>s (isoflavonói<strong>de</strong>s, quercetina). Genisteínae quercetina inibem a proteína tirosina quinase que está envolvida naproliferação celular. A apigenina, luteolina e quercetina têm sido relacionadaspor impedir ciclo celular e apoptose elo mecanismo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> p-53.Muitos dos efeitos biológicos dos fitoestrógenos, especialmente daisoflavona genisteína, inclui inibição da angiogênese – formação <strong>de</strong> novosvasos sanguíneos que ocorre como parte do crescimento e expansão <strong>de</strong>tumores malignos; inibição da tirosina quinase que é responsável pelafosforilação <strong>de</strong> proteínas requeridas para regulação da função celular (incluindodivisão celular), inibição da enzima topoisomerase e outras enzimas envolvidasna transdução <strong>de</strong> sinais. Genisteína também inibe a autofosforilação doreceptor do fator <strong>de</strong> crescimento epi<strong>de</strong>rmal, que possui uma gran<strong>de</strong> expressãona maioria dos tipos <strong>de</strong> câncer. Age também como antioxidante, que previnedano oxidativo ao DNA Mishra, (2003). A tabela 5 mostra alguns fitoquímicosassociados com a prevenção do câncer.67


Tabela 5 – Fitoquímicos associados com a prevenção do câncer.ClassefitoquímicosCompostos típicos Fontes alimentares Ativida<strong>de</strong>srelacionadas com aprevenção docâncerCarotenói<strong>de</strong>s Alfa e beta caroteno, Vegetais e frutas Ativida<strong>de</strong>licopeno, luteína. ver<strong>de</strong> escuro, antioxidante,vermelho e modulação doamarelo.metabolismo docarcinógeno,inibição daproliferação celular,da expressão dooncogene, benefíciono sistema imune.Polifenóis Ácidos fenólicos, Vegetais e frutas Inibe proliferaçãocurcumina, quercetina,celular, induzapigenina, naringenina,apoptose, inibehesperidina,passos <strong>de</strong>catequinas, reservatrol.transdução <strong>de</strong>sinais, aumenta aresposta imune.Fitoestrógenos Isoflavonas Produtos <strong>de</strong>rivados Alteraoda sojametabolismoestrogênico, diminuia ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>tirosina quinase,induz apoptose,Terpenos Monoterpeno Vegetais e frutas Aumenta a ativida<strong>de</strong>das enzimas da faseII, induz apoptose.Fonte: Greenwald, (2001)A seguir estão alguns dos mecanismos <strong>de</strong> ação em que os flavonói<strong>de</strong>satuam como anticarcinogênicos. Para evitar os danos causados pelos ROS, o68


organismo <strong>de</strong>senvolveu vários mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, isto é, potenciais <strong>de</strong>neutralização das ações dos radicais livres, chamados <strong>de</strong> antioxidantes.O mais efetivo passo na prevenção do câncer é bloquear a suainiciação, como por exemplo, prevenindo o dano ao DNA como resultado dosROS ou carcinógenos Manson, (2003).Estudos epi<strong>de</strong>miológicos têm mostrado a correlação entre consumoelevado <strong>de</strong> compostos fenólicos (flavonói<strong>de</strong>s) e redução do risco <strong>de</strong> doençascardiovasculares como também redução <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong> câncer Ferguson,(2001). Tem-se mostrado que muitos <strong>de</strong>sses estudos mostram o efeito protetor<strong>de</strong>ssas substâncias Hollman, (1997).É <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável interesse as sustâncias químicas (principalmente<strong>naturais</strong>) em que po<strong>de</strong>m proteger contra os ROS Surh, (2003). Flavonói<strong>de</strong>scomo flavonas, flavonois e isoflavonas têm ganhado uma atenção particular<strong>de</strong>vido ao potencial protetor contra o câncer Cai, (1997). Os flavonói<strong>de</strong>s maisfrequentemente estudados são quercetina, luteolina, kaempferol, apigenina egenisteína. Os mecanismos em que eles possuem efeitos na prevenção docâncer não estão totalmente envolvidos Williams, (2004). Muitos estudossugerem que os flavonói<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m agir como antioxidante. ROS sãoconhecidos por causar dano oxidativo em moléculas como DNA e lipídios.Peroxidação <strong>de</strong> lipídios e oxidação <strong>de</strong> bases do DNA são consi<strong>de</strong>radosimportantes marcadores biológicos no <strong>de</strong>senvolvimento do câncer, doençascardíacas e neuro<strong>de</strong>generativas. Yokozawa, (1997). O <strong>de</strong>senvolvimento e a<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> artifícios que reduz o dano oxidativo po<strong>de</strong>m contribuir naprevenção <strong>de</strong> câncer e outras <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns <strong>de</strong>generativas em humanos Cai,(1997).Flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m proteger contra o câncer e/oudoenças cardíacas através da inibição do dano oxidativo Birt, (2001). Reddy(2003) relata que a proprieda<strong>de</strong> antioxidante dos flavonói<strong>de</strong>s faz com que elestenham a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> inibir vários tipos <strong>de</strong> câncer.Numerosos mecanismos <strong>de</strong> ação para isoflavonói<strong>de</strong>s têm sido sugeridospara inibição do processo <strong>de</strong> carcinogênese Watanabe, (2002). SegundoLambert (2003) a ativida<strong>de</strong> antioxidante <strong>de</strong> polifenóis tem sido bem estudada invitro, mas a ativida<strong>de</strong> antioxidante na prevenção do câncer in vivo está sendodifícil <strong>de</strong> ser estabelecida. Porém pesquisadores estudam os supostos69


mecanismos <strong>de</strong> ação da ativida<strong>de</strong> antioxidante dos polifenóis. Williams, (2004);Weiss, (2003); Lambert, (2003) Provavelmente a ativida<strong>de</strong> antioxidanteassociada dos flavonói<strong>de</strong>s é a sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “varrer” os radicais livresFerguson, (2001). Os polifenóis removem os radicais livres, rompendo a reaçãoem ca<strong>de</strong>ia dos radicais livres na peroxidação <strong>de</strong> lipídios. Cai, (1997). Elestambém extinguem os ROS e nitrogênios gerados em sistemas biológicosLambert, (2003). Outro mecanismo antioxidante é que eles quelam metaiscomo ferro, íons e cobre, prevenido a participação <strong>de</strong>les em reações tipoFenton na geração <strong>de</strong> radicais hidroxil altamente reativos Yang, (2001).Isoflavonas como genisteína e daidzeína têm essa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quelar osradicais livres Djuric, (2001). Essas isoflavonas previnem a formação <strong>de</strong> 8-hidroxi-2’-<strong>de</strong>soxiguanosina nas células, exposição do DNA aos oxidantes edano oxidativo ao DNA Wei, (1995).A mais importante contribuição para o aparecimento do câncer é o danooxidativo ao DNA. Se a célula contém DNA danificado antes que o DNA sejareparado, provavelmente resultará em uma alteração genética permanente nospassos da carcinogênese. Células do corpo que se divi<strong>de</strong>m rapidamente sãomais susceptíveis a carcinogênese <strong>de</strong>vido a menor oportunida<strong>de</strong> do DNA serreparado antes da divisão celular Reddy, (2003).A oxidação do DNA é, provavelmente, a causa mais importante <strong>de</strong>mutações que potencialmente po<strong>de</strong>m ser reduzidas por antioxidante dietéticoBirt, (2001). O mecanismo protetor <strong>de</strong> frutas e vegetais e nutrientesantioxidantes parecem envolver os estágios iniciais mais que os finais dacarcinogênese Reddy, (2003). Quercetina, luteolina e genisteína têm mostradocapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inibir o dano oxidativo do DNA induzido por irradiaçãoultravioleta. Weiss, (2003).Experimentos em animais sugerem que dietas a base <strong>de</strong> soja inibemtumores <strong>de</strong> mama e fígado induzidos por radiação e produtos químicos Wei,(1995). Muitos estudos atribuem o efeito anticarcinogênico pelos inibidores <strong>de</strong>protease <strong>de</strong> soja. Wei (1995) mostrou que após a inativação dos inibidores <strong>de</strong>protease em autoclave, dietas a base <strong>de</strong> soja inibiram tumores <strong>de</strong> mamainduzidos por carcinógenos em ratos. Essa observação levanta a hipótese queisoflavonas <strong>de</strong> soja po<strong>de</strong>m ser responsáveis pelo efeito anticarcinogênico dasoja. Genisteína é a mais abundante isoflavona <strong>de</strong> soja e tem sido i<strong>de</strong>ntificada70


como potente inibidor <strong>de</strong> tirosina quinase in vitro Djuric, (2001). Genisteínatambém exibe proprieda<strong>de</strong> antioxidante Wei, (1995).A proprieda<strong>de</strong> antioxidante dos flavonói<strong>de</strong>s foi o primeiro mecanismo <strong>de</strong>ação estudado, em particular com relação ao efeito protetor contra doençascardiovasculares. Cai, (1997). Flavonói<strong>de</strong>s tem mostrado ser altamente efetivoem “varrer” os diferentes tipos <strong>de</strong> moléculas oxidantes, incluindo oxigêniossimples e vários radicais livres que possivelmente estão envolvidos no dano aoDNA e na promoção do tumor Marchand, (2002).A ativida<strong>de</strong> antioxidante <strong>de</strong> substâncias fenólicas e fitoquímicos foramatribuídas primeiramente aos grupos hidroxila sendo capazes <strong>de</strong> doar osátomos <strong>de</strong> hidrogênio na “varredura” dos ROOs Loo, (2003). Essa idéia temsido <strong>de</strong>senvolvida principalmente porque H 2 O 2 ou produtos da reação com OH,são essências para transdução do sinal e ativação <strong>de</strong> genes específicos quepromovem a proliferação <strong>de</strong> células cancerosas. Assim, a varredura <strong>de</strong>ssesROS com substâncias fenólicas mostrou inibir esse processo celular econsequentemente a proliferação <strong>de</strong> células cancerosas Loo, (2003).In vitro, genisteína tem <strong>de</strong>monstrado possuir proprieda<strong>de</strong>s estrogênicas,antioxidante, inibição <strong>de</strong> topoisomerase II, tirosina quinase e angiogênese eindução da diferenciação celular. Existem estudos em que ela também inibiu ocrescimento <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> células <strong>de</strong> próstata humana e <strong>de</strong> ratos Wang,(2002). Fitoquímicos <strong>de</strong> soja inibiu o crescimento <strong>de</strong> tumores <strong>de</strong> próstata emroedores on<strong>de</strong> o câncer <strong>de</strong> próstata foi induzido por linhagens <strong>de</strong> célulasinjetadas Greenwald, (2001).Certos polifenóis po<strong>de</strong>m induzir a fase II <strong>de</strong> enzimas como glutationatransferase (GST), aumentar a excreção <strong>de</strong> espécies oxidantes ou induzirenzimas antioxidantes como as metalotioneína (metal ligado à proteína comativida<strong>de</strong> antioxidante) Ferguson, (2001). Os polifenóis também po<strong>de</strong>m inibircitocromo P450 ou enzimas como cicloxigenase ou lipoxigenase que possuemativida<strong>de</strong> oxidante Williams, (2004).A habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certos polifenóis <strong>de</strong> se ligarem a minerais po<strong>de</strong> serbenéfica em muitos os casos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cobre e ferro po<strong>de</strong> iniciar a produção <strong>de</strong>radicais hidroxilas. Por exemplo, ácido tânico tem mostrado inibir a formação<strong>de</strong> radical hidroxila <strong>de</strong>vido a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complexarem com íons ferro.Muitos polifenóis com função antioxidante exterminam os radicais livres e71


também po<strong>de</strong>m quelar íons metálicos que são capazes <strong>de</strong> catalisar aperoxidação <strong>de</strong> lipídios Williams, (2004).3.14. Ativida<strong>de</strong> Estrogênica e Anti-estrogênicaUm estudo prospectivo <strong>de</strong>monstrou uma redução positiva entre consumo<strong>de</strong> soja e diminuição do risco <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> próstata. Mais recentemente, umestudo epi<strong>de</strong>miológico com homens <strong>de</strong> 59 países mostrou que uma dieta ricaem soja teve efeito protetor contra mortalida<strong>de</strong> por câncer <strong>de</strong> próstata Wills,(2003).Vários estudos têm investigado a relação entre isoflavonói<strong>de</strong>s contidosem produtos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> soja e prevenção e/ou incidência <strong>de</strong> muitos tipos <strong>de</strong>câncer, incluindo mama e próstata Shirai, (2002). Estudos experimentais efisiológicos indicam que fitoestrógenos possuem um papel inibitório durante ainiciação e a promoção <strong>de</strong> fases do <strong>de</strong>senvolvimento do câncer Mishra, (2003).A população asiática que tradicionalmente consome dietas ricas em<strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> soja tem uma alta ingestão <strong>de</strong> fitoestrógenos Mishra, (2003), quesão compostos não-esteroidais <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> plantas que possuem ativida<strong>de</strong>estrogênica Strauss, (1998). Essa população possui um alto nível plasmático eurinário <strong>de</strong> fitoestrógenos e uma baixa incidência <strong>de</strong> cânceres hormônio<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntescomo mama e próstata comparado com a população oci<strong>de</strong>ntalMishra, (2003). Strauss, (1998), sugere que essas dietas ricas emfitoestrógenos po<strong>de</strong>m prevenir contra doenças cardiovasculares, sintomas damenopausa e osteoporose pós-menopausa. A soja, então, tem sidorecomendada para controlar sintomas da pré-menopausa e como medidapreventiva para câncer <strong>de</strong> mama. O consumo <strong>de</strong> soja po<strong>de</strong> proteger contracarcinógenos químicos em câncer <strong>de</strong> mama em ratos, Po, (2002).A ativida<strong>de</strong> estrogênica <strong>de</strong> isoflavonói<strong>de</strong>s foi primeiramente notada nadécada <strong>de</strong> 40 quando a infertilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carneiros na Austrália foi <strong>de</strong>vido àpastagem consumida por eles era rica em isoflavonas. Des<strong>de</strong> então, a lista <strong>de</strong>isoflavonói<strong>de</strong>s incluindo genisteína, daidzeína tem-se mostrado agonistaestrogênico em vários mo<strong>de</strong>los animais, Birt, (2001). Os flavonói<strong>de</strong>s eisoflavonói<strong>de</strong>s testados estão em or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> estrogenicida<strong>de</strong>: genisteína >Kampherol > naringenina > apigenina > dadzeína > biochanina A >72


formononetina > luteolina > fisetina > catequina > hesperidina. Birt, (2001).Muitas proprieda<strong>de</strong>s das isoflavonas <strong>de</strong> soja como prevenção da osteoporose,retardamento dos sintomas da menopausa, diminuição dos níveis <strong>de</strong> colesterolpo<strong>de</strong>m ser sugeridos através <strong>de</strong> mecanismos relacionados ao estrógenoBoersma, (2001). Flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s são metabolizados por umabactéria intestinal quando ingeridos Mishra, (2003) a estrógenos difenólicosoriginados <strong>de</strong> plantas e o estrógeno humano 17-β-estradiol Birt, (2001). Figura4 ilustra a estrutura química do 17-β-estradiol .Fonte: Boersma, (2001)Figura 4 – Estrutura do 17-β-estradiol e da genisteínaIsoflavonói<strong>de</strong>s como genisteína e daidzeína são fenóis com estruturasimilar ao estradiol humano (figura 4), Mishra, (2003). Mais <strong>de</strong> 400 substânciasquímicas têm sido <strong>de</strong>scritas como fitoestrógenos, que estruturalmente são<strong>de</strong>rivados fenil-benzo-pirano Wills, (2003).O potencial estrogênico <strong>de</strong> todos os isoflavonói<strong>de</strong>s e/ou flavonói<strong>de</strong>sreportados é extremamente fraco, 10 3 a 10 5 vezes menor que o 17-β-estradiolMishra, (2003); Birt, (2001).Isoflavonói<strong>de</strong>s e/ou flavonói<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m conter estrógenos endógenosatravés da ligação competitiva com receptores <strong>de</strong> estrógenos. A afinida<strong>de</strong>relativa <strong>de</strong>sses compostos com a receptor <strong>de</strong> estrógeno é 0,05-1% da afinida<strong>de</strong><strong>de</strong> ligação do 17-β-estradiol Birt, (2001). Um estudo examinou o efeito daformononetina no tecido glandular mamário e seu potencial estrogênico foiextremamente fraco e proporcional à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligação dos receptores <strong>de</strong>estrógeno. Baseada tanto na fraca ativida<strong>de</strong> estrogênica e na baixa capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> ligação aos receptores <strong>de</strong> estrógeno, isoflavonói<strong>de</strong>s e/ou flavonói<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m73


não exercer provavelmente um significado na prevenção do câncer viamecanismos antiestrogênicos.Todavia, recentes estudos sobre estrogenicida<strong>de</strong> da isoflavona in vitro ein vivo mostrou que a gliciteína foi três vezes mais potente que a genisteína invivo, mas em torno <strong>de</strong> vinte vezes menos potente que a genisteína in vitro. Issosugere que a bioaviabilida<strong>de</strong> in vivo e in vitro po<strong>de</strong>m diferir significativamente(Birt, 2001). A genisteína também está sendo eficaz na regulação da expressão<strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> andrógenos e estrógenos <strong>de</strong> glândulas prostáticas <strong>de</strong> ratosquando oferecida em concentrações semelhantes à encontradas na dietahumana rica em soja Wills, (2003).O papel dos fitoestrógenos na modificação do risco <strong>de</strong> câncer não po<strong>de</strong>ser confinado somente em suas proprieda<strong>de</strong>s estrogênicas, mas pelamediação <strong>de</strong> numerosos mecanismos bioquímicos não relatados na ativida<strong>de</strong>estrogênica Mishra, (2003).Fitoestrógenos po<strong>de</strong>m reduzir os efeitos biológicos dos hormôniossexuais e afetar o ciclo mesntrual humano. Estudos in vivo e in vitro sugeremque os fitoestrógenos estimulam a síntese e globulinas ligantes ao hormôniosexual no fígado. Em adição, fitoestrógenos promovem o prolongamento dociclo mesntrual humano Mishra, (2003).Baicaleína (figura 5) é uma flavona extraída da planta Scutellariae radix,um ingrediente do chá <strong>de</strong> ervas. Seu efeito contra o câncer está sendodocumentado em câncer <strong>de</strong> próstata e hepático. É também agenteantioxidante, antiinflamatório e inibidor <strong>de</strong> prostaglandinas E 2 PO, (2002).Segundo Strauss (1998) os mecanismos <strong>de</strong> ação dos fitoestrógenospo<strong>de</strong>m ser divididos em três grupos:1- Ação relacionada ao receptor <strong>de</strong> estrógeno (ER) resultando em efeitosestrogênicos ou antiestrogênicos. Muitos estudos in vitro indicam que váriosfitoestrógenos agem similarmente aos estrógenos esteroidais. Eles ligam aosreceptores <strong>de</strong> estrógenos, induzem genes, estimulam o crescimento <strong>de</strong> célulascancerosas e suas ações po<strong>de</strong>m ser bloqueadas pelos antiestrógenos Shirai,(2002). Fitoestrógenos são geralmente mais fracos que estrógenos esteroidaisendógenos, e sugere-se que eles ajam como antiestrógenos pela competiçãocom estrógenos endógenos mais potentes para ligarem aos ERs. Um estudo74


elata que fitoestrógenos como genisteína são bons ligantes aos ERs Fritz,(2002). Fitoestrógenos possuem uma afinida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> ligação a um subtipodo receptor - ER β . Sheike, (2003).2 – Interação com muitas enzimas chave na produção <strong>de</strong> esterói<strong>de</strong>s sexuais eefeitos na produção <strong>de</strong> proteínas ligadoras <strong>de</strong> esterói<strong>de</strong>s sexuais. Numerososestudos in vitro, relatam que muitos, mas não todos fitoestrógenos, inibemmuitas enzimas chave na biossíntese <strong>de</strong> estrógenos e andrógenos. Essasincluem 17-β-hidroxiesterói<strong>de</strong> oxidorredutase tipo 1 e 2, aromatase e 5-αredutase.Em adição, já está sendo <strong>de</strong>monstrado que fitoestrógenos estimulama produção <strong>de</strong> hormônio sexual ligado à globulina in vitro. Em teoria é sugeridoque fitoestrógenos po<strong>de</strong>m modular a produção <strong>de</strong> hormônio sexual ligado aglobulina in vitro. Strauss, (1998).3 – Ações não-hormonais. Muitos fitoestrógenos têm sido relatados em exercervárias ações (efeitos) que não estejam relacionados ao ER. Esses efeitosincluem ativida<strong>de</strong> antiproliferativa, inibição da tirosina quinase, proteína quinaseC, DNA topoisomerase II, ativida<strong>de</strong> antioxidante, inibição da angiogênese.Strauss, (1998).3.15. Ação antiinflamatóriaVários flavonói<strong>de</strong>s (quercetina, apigenina, catequinas) têm sidoestudados por possuírem ativida<strong>de</strong> antiinflamatória inibindo a ciclooxigenase-2(COX-2) e induzindo a óxido nítrico sintase. Ferguson, (2001). A ciclooxigenase-2 é uma enzima que catalisa a formação <strong>de</strong> prostaglandinas e tromboxanos ápartir do ácido araquidônico. COX-2 e sua isoenzima COX-1 estão envolvidastambém na indução da angiogênese <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> células endoteliais. Aoverexpressão <strong>de</strong> COX-2 tem sido implicada na tumorigênese <strong>de</strong> cânceres <strong>de</strong>cólon, reto, estômago, pulmão, mama e cabeça e pescoço. A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> COXtem conferido várias vantagens na transformação <strong>de</strong> células através da inibição<strong>de</strong> apoptose, diminuição da proliferação celular, redução da a<strong>de</strong>são célulacélula,aumento da a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong> células a matrix extracelular e a indução daangiogênese. Além disso, a formação <strong>de</strong> prostaglandina E 2 é catalisada por75


COX-2 e induz a síntese <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> crescimento angiogênicos como VEGF.COX-2 também modula ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peptí<strong>de</strong>os regulatórios <strong>de</strong> crescimento,como TGF-β (Sharma, 2001). A inflamação crônica é um passo importante naetiologia do câncer e inibidores <strong>de</strong> COX-2 têm sido estudados como agentesquimioprotetores contra câncer do colo retal Marchand, (2002). Aquimioprevenção é consi<strong>de</strong>rada um dos propósitos mais promissores naprevenção <strong>de</strong> cânceres humanos Sakata, (2003).A hesperidina flavonói<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência natural encontrado em frutas evegetais; e quando sozinha ou combinada com diosmina exercem açãoanticarcinogênica em mo<strong>de</strong>los animais para câncer <strong>de</strong> língua, intestino,esôfago e bexiga (Williams, 2004). Estudos também indicam que alguns tipos<strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s incluindo a hesperidina possuem ativida<strong>de</strong> antiinflamatória Surh,(2003). Atualmente, Daflon 500mg, um flavonói<strong>de</strong> purificado contém 90% <strong>de</strong>diosmina e 10% <strong>de</strong> hesperidina e possui uma proteção contra tratamento antiinflamatórioe insuficiência venosa; e existe uma possível correlação entreefeito antiinflamatório e ativida<strong>de</strong> quimioprotetora <strong>de</strong> hesperidina Sakata,(2003).Várias publicações indicam associação positiva entre inflamação crônicae risco <strong>de</strong> câncer Williams, (2004); Surh, (2003); Sakata, (2003). Recentesestudos mostram que enzimas como COX-2 e/ou óxido nítrico sintase (iNOS)em associação com resposta inflamatória po<strong>de</strong>m ter um papel central nacarcinogênese Surh, (2003). Expressão <strong>de</strong> COX-2 em células epiteliais ouintestinais como os macrófagos são induzidos por estímulo inflamatório comoendotoxina <strong>de</strong> lipopolissacarí<strong>de</strong>o, e alta expressão da proteína COX-2 tem sidoobservada em macrófagos intersticiais em a<strong>de</strong>nomas colônicos <strong>de</strong> humanos eanimais Sakata, (2003). Um recente estudo sugeriu que COX-2 mediada porparácrina sinalizada por macrófagos po<strong>de</strong> ser o pivô central na progressão <strong>de</strong>tumores do cólon Etherton, (2002).Um estudo documentou que a expressão e ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iNOS , que élocalizado predominantemente em macrófagos é elevado em a<strong>de</strong>nomas <strong>de</strong>cólon e a<strong>de</strong>nocarcinomas humanos, sugerindo sua participação emcarcinogênese. Muitos estudos prévios sugerem que a hesperidina po<strong>de</strong>mmodular a síntese <strong>de</strong> prostaglandinas, a expressão e ativida<strong>de</strong> enzimática <strong>de</strong>COX-2 ou iNOS. Ferguson, (2001). A hesperidina inibe a expressão e ativida<strong>de</strong>76


<strong>de</strong> isoformas <strong>de</strong> COX e iNOS em macrófagos celulares. O efeito da inibição dahesperidina po<strong>de</strong> ser relatado com eficácia antiinflamatória e anticarcinogênicaSakata, (2003).Etherton (2002) relatou que compostos fenólicos possuem efeitoantitrombótico que aparece como resultado da agregação plaquetária, reduçãoda síntese <strong>de</strong> mediadores pró-trombóticos e pró-inflamatórios, diminuindo aexpressão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são molecular. Existem também muitas evidências que ospolifenóis po<strong>de</strong>m modular a produção <strong>de</strong> óxido nítrico pelo endotélio vascular,resultando em vasorelaxamento.Compostos fenólicos po<strong>de</strong>m inibir a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ciclooxigenase,reduzindo a agregação plaquetária e tendência à trombose Etherton, (2002).Quercetina inibe a agregação plaquetária in vitro e reduz síntese <strong>de</strong>tromboxano in vivo Ferguson, (2001).Regulação inapropriada <strong>de</strong> COX-2 e iNOS tem sido implicada nafisiopatologia <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong> cânceres humanos <strong>de</strong>vido a uma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>minflamatória Surh, (2003). Des<strong>de</strong> que a inflamação esteja claramente ligada apromoção do tumor, substâncias com potente ativida<strong>de</strong> antiinflamatória po<strong>de</strong>mexercer efeitos quimioprotetores na carcinogênese, particularmente no estágio<strong>de</strong> promoção Sakata, (2003).Os fitoquímicos quimioprotetores exercem distintos mecanismosmoleculares que incluem inibição da expressão <strong>de</strong> iNOS e subseqüentebloqueio da produção <strong>de</strong> óxido nítrico, indução da fase-2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>toxificação <strong>de</strong>enzimas, eliminação <strong>de</strong> radicais livres, indução da apoptose e etc. Surh,(2003).A produção elevada <strong>de</strong> óxido nítrico em condições inflamatórias crônicasleva a uma geração <strong>de</strong> peroxinitrito, conhecidos como al<strong>de</strong>ídos e epóxidos<strong>de</strong>rivados da peroxidação lipídica. Essa inflamação crônica po<strong>de</strong> levar a umainstabilida<strong>de</strong> genômica Ferguson, (2001). Uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> polifenóis po<strong>de</strong>exercer efeitos na função imune e inflamatória das células.Certos polifenóis po<strong>de</strong>m afetar (usualmente inibindo) processossecretórios, mitogênesis, interações célula-célula, incluindo efeitos possíveis naa<strong>de</strong>são molecular e função Williams, (2004).77


3.16. AngiogêneseSegundo Cão, (2002), a angiogênese é um processo <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>novos vasos sanguíneos, é envolvido na fisiologia e patologia <strong>de</strong> processoscomo <strong>de</strong>senvolvimento embrionário, ciclo reprodutivo, crescimento <strong>de</strong> tumor emetástase, retinopatia diabética e inflamação crônica Sharma, (2001). Assim,supressão anormal da angiogênese po<strong>de</strong> prover estratégias terapêuticas notratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da angiogênese. Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>inibidores endógeno da angiogênese tem sido i<strong>de</strong>ntificado e produzem efeitosdramáticos no crescimento <strong>de</strong> tumores e metástase em mo<strong>de</strong>los animais.Arbser, (2004). A indução do processo <strong>de</strong> angiogênese é caracterizada pela<strong>de</strong>gradação da membrana basal vascular, migração do endotélio celular,proliferação e formação dos túbulos. Segundo Sharma (2001), a angiogênese écrítica na transição lesões pré-malignas no estado proliferativo a fenótiposmalignos, que levam ao crescimento do tumor a metástases. O crescimento <strong>de</strong>tumores sólidos e metástase são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da angiogênese do tumor. Hámais <strong>de</strong> 30 anos atrás, Dr. Judah Folkman levantou a hipótese que ocrescimento do tumor e metástases era <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do grau <strong>de</strong>neovascularização Cao, (2002). A partir <strong>de</strong> então, muitos estudosexperimentais realizados em mo<strong>de</strong>los animais surgiram para provar essahipótese. Quando um pedaço <strong>de</strong> tecido <strong>de</strong> tumor foi implantado em uma córnea<strong>de</strong> coelhos, o tumor implantado obteve um crescimento exponencial linearquando novos vasos sanguíneos cresceram ao redor do tecido do tumorArbisier, (2004).A angiogênese permite que os tumores cresçam até 1-2mm <strong>de</strong> diâmetro,invadindo tecidos circunvizinhos e indo até sítios distantes no corpo(metástase). O aumento da vascularização prece<strong>de</strong> a neoplasia Sharma,(2001).Uma alternativa apropriada para o estudo da angiogênese envolvefatores <strong>de</strong> crescimento necessários para a formação <strong>de</strong> novos vasossanguíneos. Em doenças malignas estabelecidas, fator <strong>de</strong> crescimentoangiogênicos po<strong>de</strong> ser liberado diretamente, através das células do própriotumor, ou indiretamente, via recrutamento <strong>de</strong> outras células como macrófagose células endoteliais Sharma, (2001). A liberação inicial <strong>de</strong>ssas substâncias ou78


a evidência da formação <strong>de</strong> complexos entre fatores <strong>de</strong> crescimentoangiogênicos e receptores <strong>de</strong> alta-afinida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser chamado <strong>de</strong> “trocas”angiogênicas. Esse estágio po<strong>de</strong> ser induzido por vários processos, incluindohipoxia. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> células malignas induzirem angiogênese estáassociada com produção <strong>de</strong>sses fatores <strong>de</strong> crescimento, e concentraçãosanguínea periférica que po<strong>de</strong> estar relacionada com MVD (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>microvasos) em muitos tumores primários Sharma, (2001).A expressão <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> crescimento angiogênicos po<strong>de</strong> aumentar emtecidos pre-neoplásicos, embora a interpretação <strong>de</strong> resultados experimentaisseja complicada pela expressão constitutiva <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> crescimento doepitélio normal e da expressão da doença aguda. Em ratos, com câncerquimicamente induzido, a concentração do fator <strong>de</strong> crescimento vascularendotelial (VEGF) é aumentada em uma simples hiperplasia. A produção <strong>de</strong>VEGF po<strong>de</strong> ser o passo limitante no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> lesões pré-malignasSharma, (2001).A figura 9 ilustra que a metaplasia e a hiperplasia po<strong>de</strong>m ser reativas efrequentemente regressarem, enquanto que a displasia é caracterizada pormudanças moleculares mais avançadas e po<strong>de</strong> persistir por muitos anos. Assetas pretas indicam a <strong>de</strong>scoberta em estágios mais cedo no mo<strong>de</strong>lo abaixo epara algumas medidas <strong>de</strong> angiogênese foi observada expressão crescente<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns estágios.79


Fonte: Sharma, (2001).Figura 5 - Passos múltiplos da carcinogênese.O consumo <strong>de</strong> dietas baseadas em plantas po<strong>de</strong> ser benéfico nadiminuição dos riscos do aparecimento e progressão <strong>de</strong> doenças relacionadascom angiogênese, incluindo câncer, retinopatia diabética e artrite reumatói<strong>de</strong>.Recentemente muitos polifenóis extraídos <strong>de</strong> plantas po<strong>de</strong>m ser potentesinibidores da angiogênese Cao, (2002). (Tabela 6)80


Tabela 6 – Polifenóis anti-angiogênicosFonte: Cao, (2002).Muitos polifenóis têm o efeito <strong>de</strong> inibir o crescimento <strong>de</strong> tumor emanimais experimentais. Esses estudos sugerem que os polifenóis po<strong>de</strong> ser umgrupo importante <strong>de</strong> compostos <strong>naturais</strong> terapêuticos no tratamento <strong>de</strong><strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da angiogênese Gosslau, (2004).Os flavonói<strong>de</strong>s possuem uma dupla ação quimioprotetora no câncer,eles suprimem o crescimento tanto das células tumorais quanto das célulasendoteliais O´prey, (2003). Luteolina, genistéina, apigenina, quercetina efisetina inibem uma cultura <strong>de</strong> tumor e células endoteliais em concentraçõessimilares. Gosslau, (2004). Tem sido sugerido que flavones, 3,4-diidroxiflavone,reservatrol e luteolina são alguns dos mais potentes polifenóis anti-endoteliaisque suprimem a proliferação celular Cao, (2002). Epigalocatequina -3-galato(EGCC) presente no chá-ver<strong>de</strong> é um efetivo inibidor na supressão da81


angiogênese distal em animais, todavia, relativamente altas concentrações sãorequeridas para inibição celular endotelial in vivo O´prey, (2003).Segundo Cao (2002), a nível molecular esses polifenóis inibidores,suprimem o crescimento <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> ativação do fator ativado, proteínaquinase C (luteolina, reservatrol, quercetina), tirosina quinase (genisteína),fosfoinositi<strong>de</strong>o-3-quinase luteolina, quercetina) e receptor do fator <strong>de</strong>crescimento epi<strong>de</strong>rmal S6 quinase (genisteína, Kaempferol), Sharma, (2001).Eles bloqueiam a função regulatória do ciclo celular como quinases<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> ciclina (cdk) e manutenção do tumor e estágios quiescentes <strong>de</strong>células endoteliais Gosslau, (2004). Outro mecanismo inibitório dos flavonói<strong>de</strong>sinclui a inibição da proteína mitogênio-ativada (MAP) quinase e regulação <strong>de</strong>repressores do ciclo celular com p21 Cao, (2002).Genisteína inibe a fosforilação <strong>de</strong> tirosina quinase. Estudos in vitro e invivo <strong>de</strong>screvem efeitos quimioprotetores <strong>de</strong>ssa isoflavona. Genisteína edaidzeína inibem a proliferação celular do tumor in vitro. Em comparação com agenisteína, a daidzeína possui um efeito inibitório menor Gosslau, (2004). Deacordo com Cao (2002), a genisteína está associada com a inibição daangiogênese em tratamento <strong>de</strong> cânceres <strong>de</strong> próstata e mama. Entre os efeitos<strong>de</strong>scritos da genisteína, os mecanismos anti-angiogênicos envolvem baixaregulação<strong>de</strong> MMP-9 VEGF, assim como alta regulação <strong>de</strong> inibidores teciduais<strong>de</strong> metaloproteinases, que levam a redução da invasão celular do tumor ecrescimento dos vasos sanguíneos.A apigenina inibe o crescimento <strong>de</strong> vasos linfáticos em a<strong>de</strong>nocarcinomaintestinal quimicamente induzido. Mecanismo anti-agiogênico da apigeninaenvolve a inibição das hialuronidase, resultando na diminuição da produção eclivagem <strong>de</strong> ácido hialurônico, que estimulam a angiogênese. Cao, (2002).O efeito anti-tumor está relacionado ao aumento da apoptose, reduçãoda proliferação celular do tumor e diminuição da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> vascular.Birt (2001) <strong>de</strong>screve a proliferação celular <strong>de</strong>sregulada como ummarcador <strong>de</strong> aumento da susceptibilida<strong>de</strong> à neoplasia. Prevenção do câncergeralmente está associada com inibição, reversão ou retardamento dahiperproliferação celular. Já é bem conhecido que flavonói<strong>de</strong>s dietéticos eisoflavonói<strong>de</strong>s têm <strong>de</strong>monstrado inibir a proliferação <strong>de</strong> linhagens <strong>de</strong> célulascancerosas humanas.82


Flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m inibir o ciclo celular e induzir aapoptose, linhagens <strong>de</strong> células cancerosas on<strong>de</strong> as células estavam emdivisão, quando tratadas com flavonói<strong>de</strong>s e isoflavonói<strong>de</strong>s tiveram uma<strong>de</strong>sestruturação nos check-points G1/S e G2/M. Williams, (2004). Quercetinabloqueia o ciclo celular em G1/S <strong>de</strong> células cancerosas <strong>de</strong> cólon. Ela tambéminduz apoptose, resultado da fragmentação nuclear, con<strong>de</strong>nsação da cromatinanuclear. Reddy, (2003). Marchand (2002) <strong>de</strong>screveu que em mo<strong>de</strong>los in vitro,flavonói<strong>de</strong>s tem mostrado afetar sinalização celular e a progressão do ciclocelular. Genisteína e quercetina inibem a proteína tirosina quinase que tambémestá envolvida na proliferação celular. Apigenina, luteolina e quercetinamostraram-se eficazes no processo <strong>de</strong> morte celular, impedindo a progressãodo ciclo celular através do mecanismo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> p-53. Estudos<strong>de</strong>monstram que a genisteína age sinergicamente com ácido eicosapentanóicoinibindo a proliferação <strong>de</strong> células <strong>de</strong> câncer humano in vitro. Nesse estudogenisteína inibiu a proliferação <strong>de</strong> células pancreáticas cancerosas in vitroatravés da modulação da síntese <strong>de</strong> DNA pela alteração da oxidação daglicose. Essa ação necessita <strong>de</strong> estudos futuros, mas representa meios paraexplicar como a genisteína po<strong>de</strong> inibir o crescimento do tumor Reddy, (2003).Um outro mecanismo proposto <strong>de</strong> proteção contra o câncer pelosflavonói<strong>de</strong>s inclui a indução da fase II <strong>de</strong> <strong>de</strong>toxificação <strong>de</strong> enzimas na célula.Modificação da <strong>de</strong>toxificação <strong>de</strong> enzimas celulares po<strong>de</strong> ser o maiormecanismo protetor contra carcinógenos químicos. Muitos carcinógenos sãofrequentemente metabolizados a carcinógenos pelas enzimas da fase I, comocitocromo P450 que catalisa reações oxidativas Birt, (2001). Os flavonói<strong>de</strong>squercetina, Kaempferol e galangina e flavona apigenina tem mostrado inibir acitocromo P450, da família CYP1A. Essas enzimas possuem um gran<strong>de</strong> papelna ativação <strong>de</strong> carcinógenos humanos. Quercetina e naringina também têmmostrado inibir CYP3A4, que é a mais abundante enzima da citocromo P450no fígado Marchand, (2002). Os metabólitos oxidados são potencialmentecarcinógenos xenobióticos que são <strong>de</strong>toxificados por enzimas metabolizadorasfase II <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> forma que são relativamente inerte e excretada maisfacilmente. Estudos animais e in vitro têm mostrado que catequinas aumentama ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>toxificante e enzimas antioxidantes como glutationa redutase,83


glutationa peroxidase, glutationa-S-redutase, catalase e quinina redutaseMarchand, (2002).O conhecimento da função da função da resposta imune pelosantioxidantes dietéticos po<strong>de</strong> ser benefício na prevenção do câncer. Des<strong>de</strong> quecélulas fagocitárias produzem ROS como parte da <strong>de</strong>fesa do corpo contrainfecção, ingestão a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> antioxidantes é requerida para prevenir danospelos oxidantes das próprias células imunes Cao, (2001).Os flavonói<strong>de</strong>s também têm se mostrado proteger as células contradanos <strong>de</strong> raios-X, bloqueando a progressão do ciclo celular, inibindo mutações,bloqueando a síntese <strong>de</strong> prostaglandinas, e prevenindo multiestágios emexperimentos animais Reddy, (2003).Quercetina injetada intraperitonealmente a uma concentração <strong>de</strong>150mg/kg/dia reduziu o crescimento <strong>de</strong> dois tipos <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> próstata emcamundongos. Isoflavonas, ácido fenólico e genisteína inibiram câncer <strong>de</strong>bexiga também em camundongos Reddy, (2003).3.17. Quimioterápicos utilizados no tratamento do câncerO termo quimioterapia foi criado por Ehrlich, no início do século, para<strong>de</strong>screver o uso <strong>de</strong> compostos químicos sintéticos capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir agentesinfecciosos. Mais recentemente, a <strong>de</strong>finição do termo foi ampliada para incluiros antibióticos-substâncias produzidas por alguns microrganismos, que matamoutros microrganismos ou inibem o seu crescimento. Na atualida<strong>de</strong>, o termoquimioterapia é também aplicado ao uso <strong>de</strong> produtos químicos (<strong>naturais</strong> ousintéticos) utilizados para inibir o crescimento <strong>de</strong> células malignas oucancerosas no corpo Rang, (2001).Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as célulasnormais como as neoplásicas, porém eles acarretam maior dano às célulasmalignas do que às dos tecidos normais <strong>de</strong>vido às diferenças quantitativasentre os processos metabólicos <strong>de</strong>ssas duas populações celulares. Oscitotóxicos não são letais às células neoplásicas <strong>de</strong> modo seletivo. Asdiferenças existentes entre o crescimento das células malignas e os dascélulas normais e as pequenas diferenças bioquímicas verificadas entre elas84


provavelmente se combinam para produzir seus efeitos específicos Los,(2003).Os agentes quimioterápicos são utilizados para indução da remissão dotumor, para intensificação ou consolidação, e como terapia <strong>de</strong> manutenção.Remissão é obtida quando todas as evidências clínicas do tumor tiverem<strong>de</strong>saparecido. Intensificação é a utilização <strong>de</strong> um agente quimioterápico comdiferentes mecanismos <strong>de</strong> ação utilizada durante a remissão, com o objetivo <strong>de</strong><strong>de</strong>struir qualquer célula neoplásica resistente. Terapia <strong>de</strong> manutenção é aadministração <strong>de</strong> drogas que mantenham o paciente em remissão, sendo maisimportante em tumores hematopoiéticos Fonseca, (2002).A maioria dos pacientes com tumores sólidos avançados ainda morre<strong>de</strong>ssa doença. Los, (2003). Por isso, novas drogas efetivas são requeridas enovos agentes aparecem continuamente. Os últimos anos testemunharam oaparecimento <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> drogas antineoplásicas e muitas nãopo<strong>de</strong>m ser incluídas em uma simples classificação. Classificadamente asdrogas antineoplásicas po<strong>de</strong>m ser agrupadas como quimioterapia, terapiahormonal e imunoterapia. A quimioterapia inclui um número <strong>de</strong> famílias<strong>de</strong>finidas tanto pela estrutura química quanto mecanismo <strong>de</strong> ação: agentesalquilantes, antibióticos, antimetabólicos, inibidores <strong>de</strong> topoisomerase I e IIinibidores <strong>de</strong> mitose e outros (tabela 7). Uma classificação <strong>de</strong> drogas tem doisobjetivos principais: a realização <strong>de</strong> uma visão inclusiva das drogas disponíveise o <strong>de</strong>signo <strong>de</strong> uma terapia <strong>de</strong> combinação. Espinosa, (2003).85


Tabela 7 – Classificação clássica das drogas antineoplásicas.QuimioterapiaAlcalói<strong>de</strong>sAntibióticosAntimetabólicosInibidores <strong>de</strong> topoisomeraseInibidores <strong>de</strong> mitoseOutrosTerapia HormonalEsterói<strong>de</strong>sAnti-estrógenosAnti-andrógenosAnálogos <strong>de</strong> LH-RHAgentes anti-aomataseImunoterapia InterferonInterleucina –2VacinasFonte: Espinosa, (2003).É essencial compreen<strong>de</strong>r a cinética do ciclo celular para o uso correto daatual geração <strong>de</strong> drogas antineoplásicas. Muitas das drogas citotóxicas maispotentes atuam em fases específicas do ciclo celular e só exercem a suaativida<strong>de</strong> contra células que se encontra em fase <strong>de</strong> divisão. Assim, neoplasiasmalignas humanas que atualmente são mais susceptíveis ás medidasquimioterápicas são as que possuem gran<strong>de</strong> fração <strong>de</strong> crescimento, isto é, altaporcentagem <strong>de</strong> células em processo <strong>de</strong> divisão. Sternberg, (2003).3.18. O Ciclo celularO ciclo <strong>de</strong> divisão celular é a maneira fundamental pela quais todos osseres vivos são reproduzidos. Para produzir um par <strong>de</strong> células filhageneticamente idênticas, o DNA precisa ser fielmente replicado e oscromossomos replicados precisam ser segregados em duas células separadas86


A duração do ciclo celular varia gran<strong>de</strong>mente <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> célula paraoutra. O ciclo celular é tradicionalmente dividido em fases distintas, das quais amais dramática é a mitose, o processo <strong>de</strong> divisão nuclear, culminando com omomento <strong>de</strong> divisão celular propriamente dito. Na mitose o enovelamentonuclear rompe-se, o conteúdo nuclear se con<strong>de</strong>nsa em cromossomos visíveis eos microtúbulos se reorganizam para formar o fuso mitótico que irá separar oscromossomos. À medida que a mitose prossegue, o processo parece cessarbrevemente em uma fase chamado metáfase, na qual os cromossomos, jáduplicados, são alinhados no fuso mitótico e estão prontos para a segregação.A separação dos cromossomos duplicados marca o início da anáfase, durantea qual os cromossomos se movem para os pólos do fuso, on<strong>de</strong> são<strong>de</strong>scon<strong>de</strong>nsados para formar os núcleos intactos. A célula é, então,<strong>de</strong>sdobrada em duas por um processo chamado citocinese, a qual étradicionalmente consi<strong>de</strong>rada como o fim da fase mitótica, ou fase M, do ciclocelular. O período mais longo que vai <strong>de</strong> uma fase M à seguinte é conhecidocomo interfase (figura 6).Fonte: www.arrakis.es/~lluengo/ ciclocelular.htmlFigura 6 – As quatro fases sucessivas <strong>de</strong> um ciclo-padrão <strong>de</strong> uma célula procariótica.87


A replicação do DNA nuclear ocupa somente uma parte da interfase, achamada fase S do ciclo celular (S = síntese). O intervalo entre o término damitose e o começo da síntese <strong>de</strong> DNA é chamado <strong>de</strong> fase G 1 (G = gap oulacuna) e o intervalo entre o final da síntese <strong>de</strong> DNA e o início da mitose échamado <strong>de</strong> fase G 2 . G 1 e G 2 propiciam um tempo adicional para o crescimentocelular. Se a interfase durasse somente o tempo suficiente para a replicação <strong>de</strong>DNA, a célula não teria tempo para duplicar sua massa antes <strong>de</strong> se dividir.Durante G 1 , a célula monitora seu próprio crescimento e tamanho. Nesta fase,proteínas e RNA são sintetizados para ativida<strong>de</strong> das funções celulares (Silva,1998). No final <strong>de</strong>ssa fase ocorre aumento <strong>de</strong> enzimas para síntese <strong>de</strong> DNA. Afase G2 fornece um intervalo <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> maneira que a célula possaassegurar uma completa replicação <strong>de</strong> DNA antes <strong>de</strong> iniciar a mitose. Nessafase a síntese <strong>de</strong> DNA cessa, e a síntese <strong>de</strong> RNA continua com a produçãodos precursores microtubulares do fuso mitótico. Na fase M, a produção <strong>de</strong>RNA cessa e ocorre a mitose SILVA, 1998. G 1 , S, G 2 e M são as tradicionaissubdivisões do ciclo celular padrão. Células em G 1 , se elas ainda não estãocomprometidas com a replicação <strong>de</strong> DNA, po<strong>de</strong>m interromper seu crescimentodurante o ciclo e passar para um estado especializado <strong>de</strong> repouso,frequentemente chamado <strong>de</strong> G 0 (G zero), on<strong>de</strong> elas po<strong>de</strong>m permanecer pordias, semanas ou mesmo anos antes <strong>de</strong> retornar a proliferar Alberts, (1997).3.20. .Classes <strong>de</strong> agentes antineoplásicosOs agentes antineoplásicos po<strong>de</strong>m ser classificados conforme suaorigem e estrutura química, seu mecanismo <strong>de</strong> ação, seu efeito sobre o ciclocelular ou seu alvo potencial. De modo geral, estas drogas interferem nasíntese ou duplicação <strong>de</strong> DNA através <strong>de</strong> vários mecanismos, sendo que amaioria possui vários alvos. Fonseca, (2002).3.21. Agentes alquilantesAfetam as células em todas as fases do ciclo celular <strong>de</strong> modoinespecífico. Fonseca, (2002). Os agentes alquilantes utilizados em tratamento88


quimioterápico têm a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se transformar em fortes eletrófilosatravés da formação <strong>de</strong> intermediários do íon carbânio ou <strong>de</strong> complexos <strong>de</strong>transição com as moléculas alvo. Tais reações resultam da formação <strong>de</strong>ligações covalentes por alquilação <strong>de</strong> vários componentes nucleófilos como,fosfato, amino, sulfidrila, hidroxila, carboxila e grupos imidazólicos. Os efeitosquimioterápicos e citotóxicos estão diretamente relacionados à alquilação doDNA. Lichtman, (2003). A figura 7 ilustra os mecanismos <strong>de</strong> ação dos agentesalquilantes.Fonte: Lichtman, (2003)Figura 7 - Mecanismo <strong>de</strong> ação dos agentes alquilantes.Existem três possíveis conseqüências da reação <strong>de</strong> mecloretamina(mostarda nitrogenada) com resíduos <strong>de</strong> guanina nas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> DNA.Primeiro, uma ca<strong>de</strong>ia lateral 2-cloroetil sofre ciclização intramolecular <strong>de</strong>primeira or<strong>de</strong>m, com liberação <strong>de</strong> Cl - e formação <strong>de</strong> um intermediárioetilenimínio reativo. O etilenimínio intermediário po<strong>de</strong> reagir através da89


formação <strong>de</strong> um íon carbânio ou <strong>de</strong> um complexo intermediário <strong>de</strong> transição,com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> íons inorgânicos e radicais orgânicos por meio <strong>de</strong>reações que se assemelham a uma reação <strong>de</strong> substituição nucleofílica <strong>de</strong>segunda or<strong>de</strong>m. A alquilação no nitrogênio 7 dos resíduos <strong>de</strong> guanina no DNA,que é uma reação altamente favorável, po<strong>de</strong> exercer diversos efeitos <strong>de</strong>consi<strong>de</strong>rável importância biológica. Quando o nitrogênio 7 da guanina sofrealquilação (transformando-se em nitrogênio <strong>de</strong> amônio quaternário) o resíduo<strong>de</strong> guanina é mais ácido e a tautômero enol é favorecido. A guanina modificadapo<strong>de</strong> formar pares <strong>de</strong> bases com os resíduos <strong>de</strong> timina, levando a umapossível codificação errônea e à substituição final <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> bases <strong>de</strong>a<strong>de</strong>nina-timina por guanina-citosina. Segundo, a alquilação do nitrogênio 7labiliza o anel imidazol, tornando possível a sua abertura ou a sua<strong>de</strong>spurinação, por excisão dos resíduos <strong>de</strong> guanina. Qualquer <strong>de</strong>ssas reaçõespo<strong>de</strong> provocar grave lesão da molécula <strong>de</strong> DNA. Terceiro no caso <strong>de</strong>substâncias alquilantes bifuncionais, como a mostarda nitrogenada, a segundaca<strong>de</strong>ia lateral 2-cloroetil po<strong>de</strong> sofrer ciclização semelhante e alquilaria oresíduo <strong>de</strong> guanina ou outra fração nucleofílica, como um grupo amino ou umradical sulfidrila <strong>de</strong> uma proteína. Esse processo po<strong>de</strong> resultar na ligaçãocruzada <strong>de</strong> duas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> ácidos nucléicos ou na ligação <strong>de</strong> um ácidonucléico a uma proteína por ligações covalente. Najman, (2002).Existe, assim, a formação <strong>de</strong> ligações covalente com resíduos <strong>de</strong>purinas ou pirimidinas do DNA, como também a alquilação <strong>de</strong> outras moléculasbiológicas que provocam importantes efeitos sobre viabilida<strong>de</strong> e função celularTimotheadou, (2003).Os alquilantes utilizados englobam um grupo heterogêneo <strong>de</strong>substâncias químicas que têm em comum a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuir, emcondições fisiológicas, com grupos alquílicos para macromoléculasbiologicamente vitais, como o DNA. Na maioria dos casos, os parâmetrosfísicos e químicos, como lipofilicida<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atravessar membranasbiológicas, as constantes <strong>de</strong> dissociação em ácido, a estabilida<strong>de</strong> em soluçãoaquosa, são essenciais para ativida<strong>de</strong> biológica. Espinosa, (2003).90


Ações farmacológicasAs ações farmacológicas mais importantes dos agentes alquilantes sãoas que interferem no crescimento celular, ativida<strong>de</strong> mitótica e diferenciação efuncionamento. Licthman, (2003). Essas drogas interferem na divisão celulardos tecidos <strong>de</strong> rápida proliferação (gran<strong>de</strong> proporção das células encontra-seem divisão).Todos os agentes alquilantes <strong>de</strong>primem a função da medula óssea ecausam distúrbios gastrintestinais. Rang, (2001), hematológicas(mielossupressão) e vesicais (cistite hemorrágica). Com o uso prolongado,po<strong>de</strong>m ser observados dois outros efeitos in<strong>de</strong>sejáveis, <strong>de</strong>pressão dagametogênese (principalmente em homens), resultando em esterilida<strong>de</strong> eaumento do risco <strong>de</strong> leucemia não linfocítica aguda e outras neoplasiasmalignas. Rang, (2001).Mostardas nitrogenadasAs mostardas nitrogenadas estão relacionadas com a mostarda <strong>de</strong>enxofre, o “gás <strong>de</strong> mostarda” empregado durante a Primeira Guerra Mundialcom fórmula básica R-N-bis (2-cloroetil) (figura 8)FONTE: Rang, (1998).Figura 8 – Mostardas nitrogenadas empregadas na terapia.91


No organismo, cada ca<strong>de</strong>ia lateral 2-cloroetil sofre ciclizaçãointramolecular com liberação <strong>de</strong> um íon cloreto. O <strong>de</strong>rivado etileno imônioaltamente reativo assim formado po<strong>de</strong> interagir com o DNA e outras moléculas.CiclofosfamidaÉ provavelmente, o agente alquilante mais utilizado. Litchman, (2003),além <strong>de</strong> ser útil como terapia imunossupressora em alguns pacientes renais eportadores <strong>de</strong> doenças reumatológicas. A ciclofosfamida só exibe ativida<strong>de</strong>citotóxica, mutagênica ou alquilante fraca e é relativamente estável em soluçãoaquosa. Quando administrada em animais experimentais ou a pacienteportadores <strong>de</strong> tumores susceptíveis, observam-se efeitos quimioterápicospronunciados, bem como mutagenicida<strong>de</strong> e carcinogenicida<strong>de</strong>. SegundoFonseca, (2002) as principais indicações para seu uso são: linfomas, sarcoma,a<strong>de</strong>nocarcinoma mamário, leucemia linfocítica. Essa droga sofre ativaçãometabólica inicial pelo sistema <strong>de</strong> oxidação <strong>de</strong> função mista do citocromo P450,no fígado, com transporte subseqüente do intermediário ativado para os locais<strong>de</strong> ação, ou seja, ela é inativa até ser metabolizada no fígado (figura 9)Lichtman, (2003); Rang, (2001).Fonte: Rang, (2001|)Figura 9 – Metabolismo da ciclofosfamida.92


A ciclofosfamida é inativa até ser metabolizada no fígado por oxidases<strong>de</strong> função mista P450 a 4-hidroxiciclofosfamida que forma aldofosfamida <strong>de</strong>forma reversível. A aldofosfamida é transportada para outros tecidos, on<strong>de</strong> éconvertida em mostarda <strong>de</strong> fosforamida (a verda<strong>de</strong>ira molécula tóxica) e emacroleína que é responsável pelos efeitos in<strong>de</strong>sejáveis, Rang, (2001).As vantagens da ciclofosfamida são as disponibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>administração por via oral ou parenteral e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar dosesfracionadas por longos períodos <strong>de</strong> tempos. Como imunossupressora, aciclofosfamida tem recebido consi<strong>de</strong>rável atenção para o controle da rejeição<strong>de</strong> órgãos após transplante e em distúrbios não-neoplásicos associados a umaalteração da reação imune, Radin, (2003).IsofosfamidaAnálogo da ciclofosfamida é também ativada por hidroxilação no fígado.A grave toxicida<strong>de</strong> do trato urinário limitou o uso da isofosfamida quando foiintroduzida pela primeira vez no início da década <strong>de</strong> 70. Entretanto, asmudanças feitas nos esquemas posológicos, a hidratação a<strong>de</strong>quada e aadministração concomitante <strong>de</strong> mesma permitem atualmente o uso <strong>de</strong> dosesefetivas <strong>de</strong> isofosfamida com acentuada redução da incidência <strong>de</strong> cistitehemorrágica. Atualmente a isofosfamida é usada em combinação com outrasdrogas no tratamento do câncer testicular <strong>de</strong> células germinativas, Sternberg,(2003).MelfalanÉ um <strong>de</strong>rivado fenilalanínico da mostarda <strong>de</strong> nitrogênio. SegundoFonseca, (2002) ele promove alquilação do DNA, é indicado principalmentepara tratamento <strong>de</strong> mieloma múltiplo e linfoma e possui como efeitos colateraisnáusea, vômito, anorexia (rara), mielossupressão mo<strong>de</strong>rada. Está disponívelpara administração por via oral, embora a absorção possa variarextraordinariamente entre pacientes na <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> fatores como ingesta93


alimentar e pH gástrico. O efeito terapêutico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do grau <strong>de</strong>mielossupressão alcançado e as contagens sanguíneas <strong>de</strong>vem ser seguidasrigorosamente.NitrosouréiasSão fármacos antineoplásicos que possuem ativida<strong>de</strong> contra um gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> neoplasias malignas humanas, Espinosa, (2003). Funcionamquimioterapicamente como substâncias alquilantes bifuncionais. Alguns <strong>de</strong>ssesfármacos, em particular a carmustina (BCNU) e a lomustina (CCNU) possuemalta lipofilicida<strong>de</strong>, atravessando a barreira hematoencefálica, permitindo o seuuso no tratamento das leucemias meníngeas e tumores cerebrais, Lichtman,(2003). Todavia, as nitrosouréias exercem, em sua maioria, um grave efeito<strong>de</strong>pressor cumulativo sobre a medula óssea, que aparece 3 a 6 semanas apóso início do tratamento, Rang, (2001), com exceção da extreptozocina.TriazenosA dacarbazina é o principal representante <strong>de</strong>sse grupo e funciona comoum alquilante após ativação metabólica do fígado. Parece inibir a síntese <strong>de</strong>RNA e <strong>de</strong> proteínas mais do que a do DNA. Mata lentamente as células eparece não haver nenhuma fase do ciclo celular em que a sensibilida<strong>de</strong> sejamaior. Tem sido utilizada no tratamento <strong>de</strong> melanoma maligno, Espinosa,(2003).CisplatinaA cisplatina ou composto cisplatina-diaminocloroplatium (CDDP) é umagente citotóxico inorgânico que contém o metal pesado platina; é efetivo parao tratamento adjuvante <strong>de</strong> osteossarcoma, carcinoma <strong>de</strong> células escamosas,94


tumores <strong>de</strong> bexiga, dos testículos, esôfago, pulmão, melanomas emesoteliomas, Sobral, (2001).Assemelha-se aos agentes alquilantes em seu mecanismo <strong>de</strong> ação.Inibe mais a síntese <strong>de</strong> DNA do que a síntese <strong>de</strong> RNA e proteínas, e é umquimioterápico ciclo celular não específico, Bonassa, (2000). De acordo comCarneiro, (1992), a cisplatina atua predominantemente na fase S, em queocorre a síntese <strong>de</strong> DNA nuclear e os efeitos nas ligações cruzadas não maisevi<strong>de</strong>ntes. Entretanto, esta especificida<strong>de</strong> parece ser variável entre os distintostipos celulares.Quimicamente, a cisplatina é um composto inorgânico formado por umátomo central <strong>de</strong> platina circundado por átomos <strong>de</strong> amônia e cloro em posiçãocis no plano horizontal, Bonassa, (2000).A <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong>sse novo agente quimioterápico utilizado e divulgado naprática clínica ocorreu quando um grupo <strong>de</strong> pesquisadores nos Estado Unidoda América fez passar uma corrente elétrica entre eletrodos <strong>de</strong> platina eobservaram a inibição do crescimento <strong>de</strong> Escherichia coli. Posteriormente,comprovaram a formação <strong>de</strong> compostos inorgânicos contendo platina, napresença <strong>de</strong> íons cloro e amônia, com efeitos evi<strong>de</strong>ntes na inibição dareplicação bacteriana, além da ativida<strong>de</strong> antiblástica em tumoresexperimentais, Carneiro, (1992).A entrada do fármaco na célula se dá por simples difusão semnecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sistema específico <strong>de</strong> transporte. Dentro da célula, os íonscloreto dissociam-se e são substituídos por moléculas <strong>de</strong> água, resultandonuma forma aquosa, que se liga <strong>de</strong> forma covalente à hélice do DNA e inibesua replicação, Ogilvie, (1991). Segundo Carneiro, (1992), a formação <strong>de</strong>espécies ativadas <strong>de</strong>ste agente citotóxico (cisplatina) po<strong>de</strong> ser resultante dahidrólise do cloro.Em soluções salinas, ricas em íons cloreto a cisplatina torna-se inativa eestável. Uma vez no citoplasma da célula, um meio pobre em íon cloreto ocorredissociação da cisplatina em seus diferentes compostos Delisle, (1996).Estudos em animais <strong>de</strong> laboratórios sugeriram a evidência clínica <strong>de</strong>nefrotoxicida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolve poucos dias após a administração da cisplatina.Assim como na necrose tubular induzida pelo mercúrio, há o aparecimento95


precoce <strong>de</strong> cristais, proteinúria e aumento da <strong>de</strong>scamação <strong>de</strong> células tubularesrenais observados na urinálise.Uma característica dos complexos inorgânicos <strong>de</strong> platina usadosclinicamente <strong>de</strong>monstra que suas ativida<strong>de</strong>s anti-tumorais e nefrotóxicas estãoligadas às suas configurações moleculares, especificamente a seu isomerismogeométrico; somente os complexos <strong>de</strong> cisplatina possuem proprieda<strong>de</strong>s antitumoraise nefrotóxicas, já os compostos correspon<strong>de</strong>ntes à trans-platina sãoisento <strong>de</strong> tais características. A maioria das informações disponíveis sobre anefrotoxicida<strong>de</strong> da platina é <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> estudos com cisdiclorodiaminoplatinum(II), o mais potente e mais amplamente testado doscomplexos <strong>de</strong> platina com ativida<strong>de</strong> anti-tumoral, Madias & Harrington, (1978).AntimetabólicosIncluem um grupo variado <strong>de</strong> compostos que interferem em diversosprocessos metabólicos celulares normais, resultando em interrupção da síntese<strong>de</strong> ácidos nucléicos. Po<strong>de</strong>m agir <strong>de</strong> duas maneiras: por incorporação da drogaem substituição a um constituinte normal da célula, como um compostoquímico essencial; ou por inibição <strong>de</strong> uma enzima chave do metabolismocelular. São mais eficazes em células com alta fração <strong>de</strong> crescimento egeralmente fase-específica. Afetam as células durante a fase “S” do ciclocelular, Fonseca, (2002).Os poliglutamatos <strong>de</strong> folato apresentam afinida<strong>de</strong> muito maior peladiidrofolato redutase do que o monoglutamato <strong>de</strong> folato. O FH 4 atua como cofatorna transferência <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um carbono, processo que é essencialtanto para metilação da uracila no 2-<strong>de</strong>soxiuridilato (DUMP) para formartimidilato (DTMP) e, portanto, para a síntese <strong>de</strong> DNA, quanto para síntese <strong>de</strong>novo das purinas.Durante a formação <strong>de</strong> DTMP a partir da DUMP, o FH 4 é novamenteconvertido em FH 2 . A diidrofolato redutase tem ativida<strong>de</strong> fundamental namanutenção do nível <strong>de</strong> FH 4 intracelular através da redução do FH 2 produzidoa partir da redução do folato e do FH 2 gerado durante a síntese <strong>de</strong> timidilato. Ometotrexato possui maior afinida<strong>de</strong> pela diidrofolato redutase do que o FH 2 ; por96


conseguinte, inibe a enzima e causa <strong>de</strong>pleção do FH 4 intracelular. A ligação dometotrexato a diidrofolato redutase envolve uma ligação <strong>de</strong> hidrogênio adicionalou ponte iônica não presente quando ocorre ligação <strong>de</strong> FH 2 . A reação maissensível à <strong>de</strong>pleção <strong>de</strong> FH 4 é a síntese <strong>de</strong> timidilato, que é inibida pelaconcentração <strong>de</strong> metotrexato <strong>de</strong> 1nmol/L, ao passo que a inibição da síntese<strong>de</strong> purinas requer uma concentração 10 vezes maior, Rang, (2001).A compreensão <strong>de</strong>sses eventos permite apreciar os fundamentos para ouso <strong>de</strong> timidina e/ou leucovorina (ácido folínico) na “recuperação” <strong>de</strong> célulasnormais da toxicida<strong>de</strong> causada por drogas como o metotrexato. A leucovorina éuma enzima do folato totalmente reduzida que penetra nas células através dosistema <strong>de</strong> transporte específico mediado por transportador, sendo convertidaem outros cofatores ativos <strong>de</strong> folato. Não requer redução pela diidrofolatoredutase. Por outro lado, a timidina po<strong>de</strong> ser convertida pela timidina quinasecontornando assim a reação catalisada pela timidilato-sintetase e fornecendo oprecursor necessário para síntese <strong>de</strong> DNA. Um importante aspecto da ligação<strong>de</strong> antagonistas ativos do folato as diidrofolato redutase é a sua afinida<strong>de</strong> muitoalta pela enzima. A ligação requer a participação do NADPH como cofatorobrigatório num complexo ternário com enzima e inibidor, Sergeeva, (2003).O metotrexato, como outros antimetabólitos, é apenas parcialmenteseletivo para células tumorais, sendo tóxico para as células normais em rápidadivisão, como as do epitélio intestinal e da medula óssea. Os antagonistas dofolato matam as células durante a fase S do ciclo celular, e as evidênciasindicam ser o metotrexato muito mais eficaz quando a população celular estána fase logarítmica <strong>de</strong> crescimento e não na fase <strong>de</strong> platô. Entretanto, como ometotrexato também é capaz <strong>de</strong> inibir a síntese <strong>de</strong> RNA e <strong>de</strong> proteínas, elediminui a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada das células na fase S, e a sua ação citotóxicafoi consi<strong>de</strong>rada “auto limitante,” Los, (2003).Análogos <strong>de</strong> pirimidinaEste grupo <strong>de</strong> fármacos possui a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inibir a biossíntese <strong>de</strong>nucleotí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> pirimidina ou simular esses metabólitos <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> modo a97


interferir em funções celulares vitais como a síntese <strong>de</strong> ácidos nucléicos,Lichtman, (2003).Fluorouracil (5-FU)Antimetabólito utilizado no tratamento <strong>de</strong> tumores sólidos comoa<strong>de</strong>nocarcinoma gastrointestinal, câncer <strong>de</strong> mama, câncer <strong>de</strong> célulasescamosas <strong>de</strong> cabeça e pescoço, Lichtman, (2003) e câncer <strong>de</strong> cólon/reto.Estes agentes bloqueiam a reação <strong>de</strong> metilação do ácido <strong>de</strong>soxiuridílico emácido timidílico, interferindo na síntese <strong>de</strong> DNA e, em menor proporção, <strong>de</strong>RNA, provocando crescimento não balanceado e impedindo a divisão celular.Embora se tenha <strong>de</strong>monstrado que o 5-FU é muito mais letal paracélulas em crescimento logarítmico do que para células estacionárias, nãoexiste nenhum efeito claramente <strong>de</strong>monstrado num estágio <strong>de</strong>limitado do ciclocelular. O fenômeno da “morte sem timina” foi invocado para explicar os efeitoscitotóxicos do 5-FU e <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>rivados. O bloqueio da reação da timidilatosintetaseinibe a síntese <strong>de</strong> DNA, enquanto prossegue a produção celular <strong>de</strong>RNA e <strong>de</strong> proteínas. Verifica-se um <strong>de</strong>sequilíbrio no crescimento, que não écompatível com a sobrevivência celular. Foram i<strong>de</strong>ntificados váriosmecanismos bioquímicos em associação com a resistência aos efeitoscitotóxicos do 5-FU ou da fuloxuridina. Esses mecanismos incluem a perda ouredução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s das enzimas necessárias para ativação do 5-FU,diminuição da pirimidina-monofosfato-cinase (que diminui incorporação no RNAe amplificação da timidilato sintetase e alteração da timidilato-sintetase que nãoé inibida pelo F-dUMP.AntibióticosOs antibióticos anti-tumorais produzem seus efeitos principalmenteatravés <strong>de</strong> uma ação direta sobre o DNA, Lichtman, (2003).98


Actinomicina DActinomicina D é um membro <strong>de</strong> uma classe <strong>de</strong> drogas similares quesão isoladas <strong>de</strong> Streptomyces ou sintetizadas quimicamente, Espinosa, (2003).É efetivo no tratamento <strong>de</strong> tumor <strong>de</strong> Wilm´s, sarcoma <strong>de</strong> Ewing´s,rabsomiossarcoma e câncer testicular. Actinomicina D tem uma estruturainteressante que é composta por um anel fenoxazona, cromóforo, que conferea cor vermelha à droga. Dois polipeptídios cíclicos idênticos são ligados aocromóforo (figura 13). A ligação antibiótico-DNA é pela intercalação com o anelfenoxazone inserido perpendicularmente ao longo do eixo dupla hélice do DNAe das ca<strong>de</strong>ias polipeptídicas estendidas ao longo da menor volta. Estaintercalação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da interação específica entre as ca<strong>de</strong>ias polipeptídicas e<strong>de</strong>soxiguanosina. E também bloqueia a síntese <strong>de</strong> DNA e RNA. A baixasconcentrações, a inibição da síntese <strong>de</strong> RNA predomina, ao passo que emaltas concentrações, tanto a síntese <strong>de</strong> RNA quanto <strong>de</strong> DNA são afetadas.Fonte: Radin, (1996).Figura 13 – Estrutura da actinomicina DEm adição a esse efeito, a actinomicina D causa “single-stran<strong>de</strong>d DNAbreaks” <strong>de</strong> maneira similar que a doxorrubicina, Radin, (2003).99


AntraciclinasAntraciclinas <strong>de</strong> uso clínico, daunomicina (figura 14) e doxorrubicina sãoantibióticos produzidos por espécies <strong>de</strong> Streptomyces, Radin, (2003).Fonte: Radin, (1996).Figura 14 – Estrutura <strong>de</strong> AntraciclinasDaunorrubicina é o mais efetivo agente no tratamento <strong>de</strong> leucemiamielocítica e linfocítica. Doxorrubicina é usado no tratamento <strong>de</strong> tumoressólidos como carcinomas <strong>de</strong> mama, pulmão, tireói<strong>de</strong>, ovário.Doxorrubicina e daunorrubicina são conhecidos por intercalar entredupla hélice <strong>de</strong> DNA, quebrar cátions divalentes e engajar reações <strong>de</strong>oxidação-redução. Em adição, esses agentes, em baixas concentrações,reagem diretamente com membranas celulares resultando em alterações dasfunções das membranas, Lichtman, (2003).Tanto doxorrubicina quanto daunorrubicina agem intercalando <strong>de</strong> formaperpendicular ao longo do eixo da dupla hélice do DNA, afetando síntese <strong>de</strong>DNA e RNA. Ocorrem quebras uni- ou bifilamentares. Acredita-se que a quebrado DNA seja mediada pela ação da topoisomerase II ou pela produção <strong>de</strong>radicais livres. As antraciclinas reagem como o citocromo P-450 redutase napresença <strong>de</strong> fosfato <strong>de</strong> nicotinamida-a<strong>de</strong>nina-dinucleotí<strong>de</strong>o reduzido (NADPH)para formar intermediários <strong>de</strong> radical semiquinona que, por sua vez, po<strong>de</strong>mreagir com o oxigênio para produzir radicais <strong>de</strong> ânion superóxido. Estes po<strong>de</strong>mgerar peróxido <strong>de</strong> H e radicais hidroxila, que são altamente <strong>de</strong>strutivos para ascélulas. A produção <strong>de</strong> radicais livres é significativamente estimulada pela100


interação da doxorrubicina com ferro, Radin, (2003). A toxicida<strong>de</strong> máximaocorre durante a fase S do ciclo celular. Com baixas concentrações da droga,as células prosseguem pela fase S e morrem em G 2,.Inibidores <strong>de</strong> topoisomeraseDNA topoisomerases são enzimas que catalisam a interconversão <strong>de</strong>isômeros topológicos do DNA. Estas reações incluem mudanças no estado <strong>de</strong>super-helicoidização do DNA, Roskoski, (1997). Estas enzimas aumentam oudiminuem o grau <strong>de</strong> subenrolamento do DNA e a proprieda<strong>de</strong> do DNA que elasafetam é o número <strong>de</strong> ligações; <strong>de</strong>sempenham também papel importante emprocessos como replicação e empacotamento do DNA, Lehninger, (2002).O DNA <strong>de</strong> ocorrência natural existe com super-hélices negativas. Umaestrutura com super-hélices negativas exibe um giro anti-horário. Todas asinterconversões topológicas necessitam <strong>de</strong> uma quebra transitória e reunião daestrutura <strong>de</strong>soxirribose-fosfato. As DNAs topoisomerases são alvos paraagentes anticânceres em humanos.Existem duas classes gerais <strong>de</strong> topoisomerases I e II. A topoisomerase Ifaz um corte em apenas um filamento e permite que o filamento intacto passepelo corte, que é então, fechado. A topoisomerase II faz um corte em doisfilamentos e permite que um segmento do DNA passe pelo segmento aberto. Aação da topoisomerase I é diminuir em um o número <strong>de</strong> ligações e datopoisomerase II diminuir em dois, Lehninger, (2002).Topoisomerase ICatalisa a clivagem <strong>de</strong> um filamento <strong>de</strong> DNA para formar um corte, peloqual passa o filamento complementar. A enzima então reúne o filamento. Umahidroxila da tirosina no centro ativo da topoisomerase I forma uma ligaçãocovalente fosfodiéster com um filamento <strong>de</strong> DNA. O produto é um fosfodiéster<strong>de</strong> alta energia <strong>de</strong> uma tirosina enzimática com uma hidroxila <strong>de</strong> um<strong>de</strong>soxirribonucleotí<strong>de</strong>o. Após a clivagem da ligação fosfodiéster <strong>de</strong> umfilamento, o filamento intacto passa pelo corte. Depois disso, a hidroxila livreataca o átomo <strong>de</strong> fósforo do intermediário covalente enzima-substrato e101


<strong>de</strong>sloca o grupamento tirosil da enzima, reorganizando a ligação fosfodiéster. Atopoisomerase I alivia a tensão no DNA com super-helicoidização negativa,Stryer, (2004).Campothecin (CPT) – inibidor <strong>de</strong> topoisomerase IO evento central no ciclo catalítico da topoisomerase I é a formação <strong>de</strong>um complexo covalente on<strong>de</strong> a enzima é ligada a uma fita do DNA via, ligaçãofosfotirosil, Oguma, (2001). A primeira droga i<strong>de</strong>ntificada como bloqueadorespecifico do complexo topoisomerase i-DNA foi o indol alcalói<strong>de</strong> <strong>de</strong>monoterpeno - CPT com 5 anéis, Bailly, (2003).O 20-S-CPT foi originalmente Isolado em 1966 da árvore nativa daChina, Camptotheca acuminata. O alcalói<strong>de</strong> é produzido durante a biossíntesedo triptofano. A <strong>de</strong>scarboxilação do triptofano fornece a triptamina que é entãoconjugada com o terpenói<strong>de</strong> secologanin para formar strictosidna, aintermediária chave na formação da maioria dos monoterpenói<strong>de</strong>s índolealcalói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrência em plantas, incluindo CPT, Lu, (1999); Kutchan,(1995).Em 1985, a <strong>de</strong>scoberta do CPT como potente inibidor <strong>de</strong> topoisomeraseforneceu novos passos para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> drogas anticâncer. CPTinibe tanto reações <strong>de</strong> clivagem como religação do DNA pela topoisomerase I.Stewart, (2001). Des<strong>de</strong> essa data, cientistas têm procurado ativamenteinibidores adicionais <strong>de</strong>sta enzima e os estudos culminaram em 1990 com a<strong>de</strong>scoberta dos análogos <strong>de</strong> TPT (Hycamtin TM ) e IRT (Camptosar TM ). Osucesso do CPT e seus análogos como agentes anticâncer tem estimulado apesquisa por outros agentes com a mesma proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> inibir topo I,Kjeldsen, (1992).CPT não mostrou uma interação significante com o DNA ou a topo Iisoladamente, mas uma interação forte com complexo enzima - DNA. É bemestabelecido que a forma lactona do CPT é estabilizado pela irreversibilida<strong>de</strong>do complexo covalente topo I-DNA. Laco, (2002).A maior limitação do uso <strong>de</strong> CPT é a interconversão <strong>de</strong>ntro da formacarboxilato, que inativa a molécula. No sangue humano, o equilíbriolactone/carboxilato é <strong>de</strong>slocado inativando a forma aberta durante a ligação102


preferencial do sal à albumina sérica, a proteína sanguínea predominante. Aafinida<strong>de</strong> da forma COOH com a albumina sérica é estimada em 100 vezesmaior do que com a forma O-CO. Assim, quando CPT é administradointravenosamente, mais <strong>de</strong> 95% da droga inativada liga-se à albumina séricahumana e torna-se não disponível, pelo menos transientemente, para exercerefeito terapêutico. Essas consi<strong>de</strong>rações têm estimulado a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novosCPTs que exibam melhor estabilida<strong>de</strong> no sangue humano, Burke, (2000);Bailly, (2003).A modificação estrutural do esqueleto <strong>de</strong> CPT propõe um reforço no anellacuna e a redução da ligação da forma carboxilato com a albumina sérica,Bailly, (2003).A primeira <strong>de</strong>monstração que o anel E lactona po<strong>de</strong> ser modificado foiem 1997 on<strong>de</strong> se expandiu o anel lactona <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> novos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong>CPT. Químicos do Instituto Henri Bcaujour (França) <strong>de</strong>senvolveram esintetizaram uma nova família <strong>de</strong> análogos <strong>de</strong> CPT on<strong>de</strong> metileno foi inseridoentre funções carboxila e álcool do anel E. Assim criou-se a família hCPT (emanalogia com a reação <strong>de</strong> homologação que consiste na incorporação <strong>de</strong> umcarbono adicional <strong>de</strong>ntro do anel), Lavergne, (2000).A quebra do DNA induzida por inibidores da topoisomerase I torna-serapidamente tóxica para as células. O mecanismo responsável pela morte dascélulas por CPT e análogos tem sido ativamente estudado. A interação queestabiliza o complexo terciário droga-topoisomerase I-DNA com a forquilha <strong>de</strong>replicação resulta na produção da dupla fita “quebrada” que po<strong>de</strong> serdiretamente responsável pela morte celular. A inibição da topoisomerase porCPT tem seu maior impacto na transcrição. O dano no DNA serve comoativador da morte da maquinaria celular Li, (2001).Topoisomerase IIA topoisomerase II (topo II) humana po<strong>de</strong> relaxar tanto super-hélicesnegativas quanto positivas, em processo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ATP. A DNA girase,uma topo II bacteriana que funciona à frente da forquilha <strong>de</strong> replicação introduzsuper-hélices negativas nas moléculas <strong>de</strong> DNA. A introdução <strong>de</strong> super-hélices103


negativas alivia a supertorção positiva que ocorre na forquilha <strong>de</strong> replicação. Asenzimas topoisomerase II alteram em dois o número <strong>de</strong> ligação no DNA. Issoocorre porque dois filamentos da dupla hélice são quebrados e uma regiãointacta do DNA passa pela quebra, Stryer, (2004); Roskoski, (1997).Segundo Larsen (2003), a enzima nuclear topoisomerase II tem sido omaior alvo para agentes antineoplásicos usado no tratamento <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong>mama, pulmão e próstata, sarcomas.Todos os agentes antineoplásicos direcionados para topoisomerase IIsão capazes <strong>de</strong> interferir em pelo menos um passo do ciclo catalítico (figura15). Os domínios <strong>de</strong> ATPase da topoisomerase são mostrados em azul, odomínio central em azul escuro, e o resíduo <strong>de</strong> tirosina, em vermelho.. O ciclocatalítico é iniciado por enzima que liga a dois segmentos da dupla fita do DNA,chamado segmento G (em vermelho) e o segmento T (em ver<strong>de</strong>) (Passo 1).Próximas duas moléculas <strong>de</strong> ATP são ligadas, que é associado comdimerização dos domínios <strong>de</strong> ATPase (Passo 2). O segmento <strong>de</strong> G é clivado(Passo 3) e o segmento <strong>de</strong> T é transportado pela fratura no segmento <strong>de</strong> G queé acompanhado pela hidrólise <strong>de</strong> uma molécula <strong>de</strong> ATP (Passo 4). O segmento<strong>de</strong> G é então religado e a molécula <strong>de</strong> ATP restante é hidrolisada (Passo 5).Em dissociação das duas moléculas <strong>de</strong> ADP, está o segmento <strong>de</strong> Ttransportado pela abertura na parte C-terminal da enzima (Passo 6).Finalmente, os domínios <strong>de</strong> ATPase N-terminais reabrem, permitindo a enzimapara dissociar o DNA (Passo 7). Agentes capazes <strong>de</strong> estabilizar o complexocovalente DNA-topoisomerase II são tradicionalmente chamados <strong>de</strong> “poisons”da toposiomerase II, ao passo que agentes que agem em um ou mais passosdo ciclo catalítico são chamados <strong>de</strong> inibidores catalíticos, Larsen, (2003).104


Fonte: Larsen, (2003)Figura 15- Ciclo catalítico da DNA topoisomerase II.Os inibidores catalíticos <strong>de</strong> topoisomerase II são compostospertencentes a um grupo heterogêneo, quanto à estrutura química (figura 16),que tanto po<strong>de</strong>m interferir na ligação entre DNA e topoisomerase II(aclarubicina e suramina), estabilizando o complexo monocovalente DNAtopoisomeraseII (merbarone, ICRF-187) ou inibem a ligação do ATP(novobiocina).105


Fonte: Larsen, (2003).Figura 16 - Estrutura química <strong>de</strong> diferentes inibidores catalíticos <strong>de</strong>topoisomerase IIInibidores catalíticos <strong>de</strong> topoisomerase IIAclarubiinaÉ uma antraciclina, usada clinicamente no tratamento <strong>de</strong> leucemiamielocítica aguda. Aclarubicina é um forte agente intercalador que previne a106


ligação do topoisomerase II com o DNA, Sorensen, (1992). É um antagonistaclássico <strong>de</strong> “poisons” da topo II.Aclarubicina também inibe topo I <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da concentração. Altasconcentrações <strong>de</strong> aclarubicina estimulam a formação do complexo covalenteDNA-topoisomerase I, Nitiss, (1997).Ela induz dano ao DNA provavelmente durante a fase S, on<strong>de</strong> aativida<strong>de</strong> da topoisomerase é necessária para relaxar a super hélice à frente daforquilha <strong>de</strong> replicação. A morfologia <strong>de</strong> células tratadas com aclarubicina éclaramente diferente daquelas células tratadas com outros inibidores <strong>de</strong>topoisomerase II, Gieseler, (1999). Juntamente com a indução do dano DNA,aclarubicina induz crescimento celular <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da concentração na fase G 2do ciclo celular, Larsen, (2003).SuraminÉ um composto polianiônico com proprieda<strong>de</strong>s antitripanosomal eantifiliarial. Altas doses <strong>de</strong> suramina modulam a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> numerosasenzimas celulares, principalmente topoisomerase II e certos receptores <strong>de</strong>fatores <strong>de</strong> crescimento, Larsen, (2003). Usado para tratar pacientes comcâncer <strong>de</strong> próstata, Sternberg, (2003).Segundo Benini, (2001), a exposição prolongada po<strong>de</strong> causarneuropatias e linfopenia. Recentes estudos, usando baixas doses <strong>de</strong> suraminaem combinação com agentes citotóxicos como vincristina, doxorrubicina ou 5-fluorouracil têm <strong>de</strong>monstrado sua baixa toxicida<strong>de</strong>, Benini, (2001); Larsen,(2003). Esses estudos são baseados na habilida<strong>de</strong> da suramina em inibir aligação <strong>de</strong> certos fatores <strong>de</strong> crescimento presente da superfície das células,Larsen, (2003).NovobiocinaDrogas cumarínicas, como novobiocina e coumermicina po<strong>de</strong>m inibirtopoisomerases por diferentes mecanismos. Novobiocina inibe a girase B em107


actérias e em humanos inibe a topoisomerase II bloqueando o sítio <strong>de</strong> ligaçãodo ATP. Po<strong>de</strong> ser usada extensivamente modulando a reposta celular tanto poragentes alquilantes quanto por outros inibidores <strong>de</strong> topoisomerase. Muitaslinhagens <strong>de</strong> células resistentes a agentes alquilantes mostram aumento <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> para topoisomerase II, Larsen, (2003).3.23. Ação <strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s e outros fenóis no metabolismoEntre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos efreqüentemente encontrados são os compostos fenólicos, tais como osflavonói<strong>de</strong>s. As proprieda<strong>de</strong>s benéficas <strong>de</strong>sses compostos po<strong>de</strong>m seratribuídas à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seqüestrar os radicais livres, Decker, (1997).Os compostos fenólicos mais estudados são: O ácido caféico, o ácido gálico eo ácido elágico. Esses compostos <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável importância na dieta po<strong>de</strong>minibir o processo <strong>de</strong> peroxidação lipídica, Hartman & Shankel, (1990); Halliwellet al., (1995).O ácido elágico, encontrado principalmente na uva, morango e nozes,tem sido efetivo na prevenção do <strong>de</strong>senvolvimento do câncer induzido pelasSubstâncias do cigarro.A curcumina, um composto fenólico não sendo flavonói<strong>de</strong>s usado comocorante <strong>de</strong> alimentos, é um antioxidante natural <strong>de</strong>rivado da cúrcuma (Curcumalonga) que tem sido extensivamente investigado. A curcumina seqüestra osradicais livres e inibe a peroxidação lipídica, agindo na proteção celular dasmacromoléculas celulares, incluindo o DNA, dos danos oxidativos, Kunchandy& Rao, (1990); Subramanian et al., (1994).Os compostos fenólicos po<strong>de</strong>m inibir os processos da oxidação emcertos sistemas, mas isso não significa que eles possam proteger as células eos tecidos <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> danos oxidativos. Esses compostos po<strong>de</strong>mapresentar ativida<strong>de</strong> pró-oxidante em <strong>de</strong>terminadas condições, Decker, (1997).Os flavonói<strong>de</strong>s atuam como antioxidantes na inativação dos radicaislivres, em ambos os compartimentos celulares lipofílico e hidrofílico. Essescompostos têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> doar átomos <strong>de</strong> hidrogênio e, portanto, inibiras reações em ca<strong>de</strong>ia provocadas pelos radicais livres, Hart man & Shankel,108


(1990); Arora et al., (1998). Os flavonói<strong>de</strong>s mais investigados são: a quercetina,a miricetina, a rutina e a naringenina Hartman & Shankel, (1990).A quercetina está presente nas frutas e vegetais, e é o flavonói<strong>de</strong> maisabundante encontrado no vinho tinto. Entretanto, esse antioxidante po<strong>de</strong> reagircom ferro e tornar-se um pró-oxidante, Gaspar et al., (1993).Os flavonói<strong>de</strong>s miricetina, quercetina e rutina pesquisados foram maisefetivos do que a vitamina C na inibição dos danos oxidativos induzidos peloH 2 O 2 no DNA <strong>de</strong> linfócitos humanos, Noroozi et al., (1998).Os flavonói<strong>de</strong>s (-)-epicatequina e rutina apresentaram ativida<strong>de</strong>antioxidante sobre o OH - superior ao antioxidante manitol, um conhecidoseqüestrador <strong>de</strong> radicais hidroxila, Hanasaki et al., (1994).Outros flavonói<strong>de</strong>s <strong>naturais</strong>, (-)-epicatequina e (-)-epigalocatequina, comproprieda<strong>de</strong>s antioxidantes e inibidores do processo <strong>de</strong> carcinogênese, sãoencontrados no chá ver<strong>de</strong> e em menores concentrações no chá preto, Riceevanset al., (1995); Mukherjee et al., (1997).Knekt et al,. (1997) encontraram uma relação inversa entre o consumo<strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s na dieta e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tumores em indivíduos na faixaetária <strong>de</strong> 50 anos e não-fumantes. Os autores observaram que entre as muitasfontes <strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s da dieta, o consumo <strong>de</strong> maçãs apresentou os melhoresresultados na prevenção do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tumores no pulmão.Indução por DMBA em mo<strong>de</strong>los animaisTanaka et al, 2008 avaliaram efeitos <strong>de</strong> constituintes <strong>de</strong> rosina <strong>de</strong> Pinuzspez e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> carcinogênese induzida em pele <strong>de</strong> camundongos comDBMA/TPA. O DMBA (7,12-dimetilbenzoantraceno é um iniciador dacarcinogênese e o TPA é um promotor).O TPA usado é o 12-0-tetra<strong>de</strong>canoilforbol-13-acetato que é conhecidocomo promotor <strong>de</strong> tumores. Após a ativação induz proliferação das célulastumorais através da ativação da PAR-2 (receptor 2 ativado <strong>de</strong> protease) namembrana plasmática.O DMBA é o mo<strong>de</strong>lo mais aceito <strong>de</strong> câncer oral. A hipótese <strong>de</strong> que ascélulas têm um papel no <strong>de</strong>senvolvimento do tumor e o seu conteúdo no109


granulo parece estar envolvido no aumento da proliferação <strong>de</strong> células tumoraisou por indução <strong>de</strong> angiogênese.Foi observado que células dos mastócitos <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> mediadores e <strong>de</strong>diferentes receptores <strong>de</strong> células no câncer <strong>de</strong> colón para explorar a associaçãoentre células dos mastócitos e proliferação <strong>de</strong> células tumorais.A triptase é uma prótese liberada <strong>de</strong> células grânulos dos mastócitos einduz a proliferação <strong>de</strong> células tumorais através do estímulo ativados <strong>de</strong>receptores PAR-2 ativados (do tripotirobina quinase) na membrana plasmática<strong>de</strong> células tumorais. Inicialmente foi sugerido que a triptase seria um agonistado PAR-2 em células endoteliais <strong>de</strong> aorta <strong>de</strong> bovinos.A triptase <strong>de</strong>teriora a barreira da função endotelial em células por induzirstress durante a formação das fibras <strong>de</strong> actina e ruptura <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>rinas queatuam nas pare<strong>de</strong>s das células endoteliais.Tem sido <strong>de</strong>monstrado que o estímulo <strong>de</strong> PAR-2 por triptase dosmastócitos em células do carcinoma humano DLD-1 in vitro induz proliferação.PAR-2 é um dos receptores do tipo tirosina quinase (TKR) ligado às proteínasRas (GTPase intracelular é uma proteína que age na redução <strong>de</strong>sta).As Ras ativada induz a síntese <strong>de</strong> cascata <strong>de</strong> quinases que culmina coma ativação das MAP quinases (proteases ativada por mitose), que não sãoserino proteases quinases. Estas são capazes <strong>de</strong> translocar o núcleo,regulando a tradução <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> fosforilação, que regulam a expressão <strong>de</strong>proteínas do ciclo celular e induzem a proliferação <strong>de</strong> células tumorais.Os receptores <strong>de</strong> PAR-2 também são agonistas da triptase <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntesda produção <strong>de</strong> Prostaglandina E 2 e da ciclooxigenase. Este efeito foiobservado na inibição da produção <strong>de</strong> PGE 2 por indometacina resultando nainibição na resposta proliferativa por interação entre triptase e PAR-2.Aronando et al, 2007 relataram efeitos potenciais <strong>de</strong> células dosmastócitos em hamster com carcinogênese induzida por DMBA. Nestapesquisa foi relatado que o processo <strong>de</strong> ativação da carcinogênese leva àformação <strong>de</strong> produtos liberados dos mastócitos são estocados em grânulos. Atriptase é uma protease liberada das células dos mastócitos.110


Tabela 8 – Formas <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> câncerTipo1. Carcinógeno genotóxicoPrimário, ação direta, agentesalquilantesExemploDimetilsulafato, etilenoamina, -propiolactonela2. Pro-carcinógenosHidrocarbonos aromáticos policíclicos Benzo(a)pirenoNitrosaminasDimetilnitrosamijnaHidrazina1,2-dimetilhidrazinaInorgânicoCadmo, plutônio3. Carcinógenos epigentéticosPromotoresEstado sólidoHormôniosImunossupressoresCocarcinógenosEsteres <strong>de</strong> ferbol, sacarina, ácidosbiliaresAsbestos, plásticoEstrógenoAnálagos <strong>de</strong> purinaCatecol4. Não classificados ClofibratoFonte: Reddy, (2003).Existe relação entre exposição a carcinógenos e predisposição genética,Reddy, (2003).Carcinogênese químicaAtualmente sabe-se que muitas formas <strong>de</strong> câncer são causadas pelaexposição a certos agentes químicos (carcinógenos químicos). Os agentesquímicos incluem produtos <strong>naturais</strong> e subprodutos industriais, assim comopoluentes ambientais. Os agentes químicos carcinogênicos em sua maioriaprecisam ser metabolizados pelo organismo para se transformarem em111


<strong>de</strong>rivados que reajam covalentemente com DNA, RNA, e proteínas celulares,Reddy, (2003). Alguns exemplos <strong>de</strong> carcinógenos químicos estão mostradosna figura 17. A variação na estrutura e potência sugere muitos mecanismosenvolvidos na carcinogênese, Guengerich, (2001).Fonte: Reddy, (2003).Figura 17 – Estrutura <strong>de</strong> alguns carcinógenos químicos.O carcinoma <strong>de</strong> fígado é o quinto câncer mais comum no mundo eestima-se 473.000 novos casos anualmente, Wild, (2000). Baseados nosmecanismos <strong>de</strong> ação, os hepatocarcinógenos químicos têm sido classificadosem duas categorias (tabelas 6 e 7): genotóxicos ou carcinógenos com açãodireta, que formam ligações covalentes co DNA nuclear e induzem trocasgenéticas na célula em replicação; e os não-gentóxicos ou carcinógenosepigenéticos, em que sal ação não envolve alterações na estrutura do DNA oudano genético, Wogan, (2000).112


Tabela 9 – Carcinógenos genotóxicos do fígado que humanos po<strong>de</strong>m estarexpostosMicotoxinas contaminantes <strong>de</strong> alimentosAflatoxinas B 1 , G 1 e M 1 ; ochratozina AToxinas produzidas por cianobactérias em águas <strong>de</strong> beber poluídasMicrocistina –LRConstituintes <strong>de</strong> plantas usadas por alimentos ou medicamentosCicasina (metilazoxymetanol)Derivados alquibenzenosSafrol: metileugenol, beta aseroneAlcalói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pirrolizidinaQuímicos produzidos durante processamento e cocção <strong>de</strong> alimentosComposto N-nitrosoDimetilnitrosamina, N-nitrosopirrolidinaAminas heterocíclicasProdutos pirrólicos aminoácidosDrogasTamoxifenoFonte: Wogan, (2000).113


Tabela 10- Carcinógenos não-genotóxicos do fígado que humanos po<strong>de</strong>mestar expostosMicotoxinasFumonisinasProliferadores <strong>de</strong> peroxissomosTricloroetileno, dietilexilfalato, clofibratoHidrocarbonos clorinatadosPesticidas organoclóricosPoliclorinatos bifenóisTCDDSolventes (clorofórmio)DrogasOxazepanFonte: Wogan, (2000).Além da aflatoxina, a micotoxina fumonisina B produzida por Fusariumssp, que contaminam principalmente cereais estão sendo associados comohepato e nefrocarcinógenos.A ochratoxina A é uma micotoxina produzida por Aspergillus ochraceus ePenicillium verrucosum, são comumente encontrados em cereais, leguminosas,café entre outros. Esta micotoxina é associada a problemas nefrotóxicos,hepatotóxicos, imunossupressores e teratogênicos. Recentes estudos relatamtumores no trato urinário e fígado <strong>de</strong> ratos e camundongos.Carcinogênese por radiaçãoNos Estados Unidos, em 2003, espera-se 54.200 novos casos <strong>de</strong>melanoma e aproximadamente 7.600 <strong>de</strong>sses irão a óbito,. Zafiropoulos, (2003)relata que o câncer <strong>de</strong> pele é um dos tipos mais comuns <strong>de</strong> cânceresatualmente.Existe uma diferença entre carcinomas <strong>de</strong> células escamosas (SCC) ecarcinomas <strong>de</strong> células basais (BCC). O SCC é mais agressivo, provocainvasão localizada e metástase potencial. Já o BCC é menos agressivo,114


crescimento lento, raramente causa metástase e acomete principalmentepessoas mais velhas, Zafiropoulos, (2003).Exposição repetida e crônica <strong>de</strong> crianças a luz do sol está sendoepi<strong>de</strong>miologicamente mostrada como causa principal <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> pele Albert,(2003); Ichihashi, (2003). Radiação ultravioleta (UVB) é o menor componenteda luz do sol que alcança a superfície da Terra e é experimentalmente<strong>de</strong>monstrada como a mais efetiva luz que induz câncer <strong>de</strong> pele em animais epo<strong>de</strong> causar danos no DNA, particularmente nos dímeros ciclobutano pirimidinae foto produtos que induzem mutação em células epidérmicas, levando ao<strong>de</strong>senvolvimento do câncer, Ichihashi, (2003). UVB também é conhecido porregular a expressão do gene através <strong>de</strong> passos <strong>de</strong> transdução <strong>de</strong> sinaisintracelular que po<strong>de</strong> contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> célula epromoção do tumor. Em adição, UVB promove uma supressão da reaçãoimune, induz tolerância a antígenos. Luz ultravioleta A (UVA) e radiação UVBpromovem danos no DNA diretamente ou indiretamente através <strong>de</strong> estresseoxidativo, Ichihashi, (2003).Alimentação e câncerA dieta possui uma gran<strong>de</strong> contribuição na etiologia e prevenção docâncer, Greenwald, (2001). Porém, ainda, muitas questões precisam seresclarecidas, incluindo exatamente como específicos fatores dietéticos estárelacionado na prevenção do câncer, como fatores dietéticos po<strong>de</strong>m interagirpara aumentar o risco <strong>de</strong> câncer. Estudos epi<strong>de</strong>miológicos, embasados emdados <strong>de</strong> experimentos com animais e in vitro têm contribuído imensamentepara ajudar elucidar a ligação existente entre dieta e prevenção <strong>de</strong> câncer,Greenwald, (2001).Muitas evidências têm sugerido que modificações no estilo <strong>de</strong> vidapo<strong>de</strong>m diminuir o risco <strong>de</strong> câncer como redução da ingestão <strong>de</strong> gorduras,principalmente <strong>de</strong> origem animal, aumento da ingestão <strong>de</strong> fibras, incluindovarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> vegetais e frutas, prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física, manutenção do pesoi<strong>de</strong>al, consumo mo<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> bebida alcoólica e minimizar consumo <strong>de</strong> são ecomidas <strong>de</strong>fumadas, Platz, (2000).115


Vegetais e frutasA literatura indica que muitos produtos <strong>naturais</strong> são estudados comoagentes quimioprotetores contra cânceres <strong>de</strong> ocorrência mundial, Reddy,(2003). Os maiores grupo <strong>de</strong>sses produtos são potentes antioxidantes efenólicos <strong>naturais</strong>. Esses produtos <strong>naturais</strong> são encontrados principalmente emfrutas e vegetais (Tabela 11) como também extratos <strong>de</strong> plantas e ervas, Reddy,(2003). As evidências epi<strong>de</strong>miológicas sugerem a proteção contra uma gran<strong>de</strong>varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cânceres, particularmente do trato respiratório e digestivo,incluindo também câncer <strong>de</strong> boca, faringe, esôfago, pulmão, estômago, cólon ereto, Greenwald, (2001). Muitos constituintes <strong>de</strong> plantas po<strong>de</strong>m serresponsáveis por efeitos protetores. Muitos <strong>de</strong>sses constituintes po<strong>de</strong>m sercompostos fenólicos ou polifenólicos como flavonói<strong>de</strong>s, catequinas do chá,ésteres fenólicos, ácidos fenólicos, quercetina, Reddy, (2003). Dos muitosanticarcinógenos <strong>de</strong>tectados em plantas comestíveis, os antioxidantesvitaminas C e E e o -caroteno têm recebido uma gran<strong>de</strong> atenção.Atualmente uma das classes <strong>de</strong> compostos mais pesquisados no câncersão flavonói<strong>de</strong>s, curcumina, carotenói<strong>de</strong>s, alcalói<strong>de</strong>s, terpenói<strong>de</strong>s, diversosóleos essenciais com diferentes naturezas químicas.116


Tabela 11 - Antioxidantes quimioprotetores <strong>de</strong> frutas e vegetais.Fonte Componente ativo Mecanismo <strong>de</strong> ação Cânceres reduzidosAzeitonas Polifenóis Antioxidante Vários cânceresMaçãs Antioxidante Vários cânceresMorangos,Vitamina C,AntioxidanteVários cânceres“cantaloupe”, melão bioflavonói<strong>de</strong>s,“chalcones”Repolho ver<strong>de</strong>, Vitamina C, luteina, Antioxidante, suprime Vários cânceresbrócolis, couve-flor zeaxantinapromoção <strong>de</strong> tumor <strong>de</strong>pulmão em ratosÓleos vegetais, óleos Vitamina EProteção contra Câncer <strong>de</strong> pelequentes <strong>de</strong> semente,germe <strong>de</strong> trigoperoxidação <strong>de</strong>lipídiosVegetais e frutasmarelo-alaranjado-caroteno Antioxidante Câncer <strong>de</strong> mama,cólon, célula dofígado, câncer <strong>de</strong>fígado e cólon emcamundongosCenouras-caroteno ecompostos fenólicosAntioxidante,expressão do geneLeucemia, câncer <strong>de</strong>pulmãopS2Tomate Licopeno, vitamina C Potente antioxidante, Vários cânceresinibe danos ao DNAUvas, vinho tinto, Fenóis, catequinas, Antioxidante, estimula Vários cânceresfrutas cítricas -criptoxantina,bioflavonói<strong>de</strong>s,“chalcones”, vitaminaCexpressão do gene p-73Alho, cebola, alhoporró,Alicina, flavonói<strong>de</strong>s, DetoxificamCâncer <strong>de</strong> estômagocebolinha vitamina C, selênio carcinógenos, inibe abactéria H. pyloriFeijão Compostos fenólicos Antimutagênico Câncer induzidos poraflatoxina.Fonte: Reddy, (2003).Flavonói<strong>de</strong>s e câncerFlavonói<strong>de</strong>s são metabólitos secundários <strong>de</strong> plantas e <strong>de</strong>finidosquimicamente como substâncias compostas por uma estrutura comum <strong>de</strong>117


fenilcromanona (C 6 -C 3 -C 6 ) com substituição em uma ou mais hidroxilas,incluindo <strong>de</strong>rivados (Birt, 2001). (Tabela 12)Tabela 12- Estrutura química <strong>de</strong> certos flavonói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocorrência em plantas.Fonte: Birt, (2001).Mais <strong>de</strong> 6000 diferentes flavonói<strong>de</strong>s têm sido <strong>de</strong>scritos, Marchand,(2002); Yang, (2001). Os flavonóis são mais abundantes em alimentos. Aquercetina, kaempferol e merecetina compõem os três mais comuns flavonóis.Flavanonas são encontradas principalmente frutas cítricas e flavones em aipo.Catequinas estão presentes em gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> chás ver<strong>de</strong>s, preto e vinhotinto, antocianinas são encontradas em morangos e as Isoflavonas sãoencontrados quase exclusivamente em comidas <strong>de</strong>rivadas da soja Marchand,(2002).118


Os flavonói<strong>de</strong>s são usualmente absorvidos por difusão passiva, apósserem glicosilados e convertidos em agliconas, Marchand, (2002) porglicosidases em alimentos ou da mucosa gastrointestinal, ou da microflora docólon Yang, (2001). Após sua absorção, os flavonói<strong>de</strong>s são conjugados nointestino <strong>de</strong>lgado, fígado pela glicuronidação, sulfatação ou metilação oumetabolizados a pequenos compostos fenólicos, Marchand, (2002); Yang,(2001).Um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> flavonói<strong>de</strong>s suprime a carcinogênese em váriosmo<strong>de</strong>los animais, Rashmi, (2003). Existe um consi<strong>de</strong>rável interesse nessescompostos que parecem exercer efeitos benéficos em mecanismo que envolvea patogênese do câncer. A proprieda<strong>de</strong> antioxidante dos flavonói<strong>de</strong>s foi oprimeiro mecanismo <strong>de</strong> ação estudado, Marchand, (2002), em particular comrelação ao efeito protetor contra doenças cardiovasculares, Yang, (2001).Flavonói<strong>de</strong>s também possuem efeitos benéficos na bioativação <strong>de</strong>carcinógenos. Os flavonói<strong>de</strong>s quercetina, kaempferol e galangina e a flavonaapigenina estão associados com a inibição do citocromo P450 e enzimas dafamília CYP1A. Essas enzimas possuem uma gran<strong>de</strong> função na ativação <strong>de</strong>um número suspeito <strong>de</strong> carcinógenos humanos como hidrocarbonetospolicíclicos e aminas heterocíclicas. Marchand, (2002), Birt, (2001). Aquercetina e a naringenina inibem CYP3A4 e contribuem para o efeitosupressor. Marchand, (2002).Vários flavonói<strong>de</strong>s como quercetina, apigenina e catequinas do chápossuem ativida<strong>de</strong> anti-inflamatória inibindo a cicloxigenase e (COX-2) einduzindo a óxido nítrico sintase. Inflamações crônicas estão relacionadas naetiologia <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> cânceres e inibidores COX-2 estão sendoestudados como agentes quimioprotetores contra câncer <strong>de</strong> cólon. Marchand,(2002); Yang, (2001).As ativida<strong>de</strong>s antiproliferativas têm sido relacionadas com proprieda<strong>de</strong>santi-estrogênicas <strong>de</strong> certos flavonói<strong>de</strong>s (isoflavonói<strong>de</strong>s, quercetina). AGenisteína e quercetina inibem a proteína tirosina quinase que está envolvidana proliferação celular. A apigenina, luteolina e quercetina têm sidorelacionadas por impedir ciclo celular e apoptose pelo mecanismo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> p-53. Flavonói<strong>de</strong>s ativem genes supressores <strong>de</strong> tumores do tipo p53. Os119


flavonói<strong>de</strong>s ativam genes supressores <strong>de</strong> tumores do tipo p-53 e p-31induzindo o apoptose <strong>de</strong> células tumorais.4- METODOLOGIAForam utilizados neste ensaio biológico experimental 48 ratos da raçawistar, com 45 dias <strong>de</strong> vida. Os animais foram provenientes do Biotério Centraldo centro <strong>de</strong> Ciências Biológicas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa.Os ratos foram acondicionados em gaiolas individuais, on<strong>de</strong>permaneceram por um período <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cinco (05) dias, recebendoração PURINA e água “ad libitum”.Para indução do câncer <strong>de</strong> pele foi utilizado o carcinogênico químicoDMBA (7,12-dimetil bezantraceno). Foi dissolvido 25µg <strong>de</strong> DMBA em 0,1 mL<strong>de</strong> acetona e administrado 2 vezes por semana através <strong>de</strong> pinceladas na peledo dorso do animal após a retirada <strong>de</strong> pelos, durante seis semanas, á exceçãodo grupo Grupo 1. Para testar a redução da patologia foram utilizados ostratamentos citados abaixo.G1- RaçãoG2- Ração + DMBAG3- Ração + DMBA + Bixina 4% (0,5 mL)G4- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL)G5- Ração + DMBA + Bixina 5% (0,5 mL)G6- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL)G7- Ração + DMBA + Bixina 10% (0,5 mL)G8- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL)Durante 06 semanas os animais receberam a ração e os tratamentosdiários por via oral, sendo que os tratamentos por cavagem. Ao final doexperimento houve a coleta <strong>de</strong> sangue pelo plexo retro orbital para que fossemfeitas análises <strong>de</strong> Proteína Total, Colesterol, Triglicerí<strong>de</strong>os, Glicose, FosfataseAlcalina e Albumina. O material foi centrifugado em centrífuga Excelsa 2 205 Na 7.100 X g, durante 15 minutos, para obtenção do soro. As dosagenssorológicas foram efetuadas em equipamento multiparamétrico <strong>de</strong> BioquímicaAlizé, Mod Lisabio B.652 e kits da marca Bioclin e os resultados expressos em120


mg/dL e os resultados expressos em mg/dl. Ainda foram coletadas amostras <strong>de</strong>pele para análises histopatologicas.121


5- RESULTADOS E DISCUSSÃOQuadro 4 - Valores médios <strong>de</strong> proteínas totais, colesterol e triaciglicerol em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixinacomparados ao grupo doente.TRATAMENTOS%CONTEÚDO VARIAÇÃO%CONTEÚDO VARIAÇÃO%CONTEÚDO VARIAÇÃOProteína Total (mg/dL) Colesterol (mg/dL) Triacilglicerol (mg/dL)G2- Ração + DMBA 82,70 A 0 108,21 A 0 36,16 A 0G1- Ração 83,51 A +1 111,60 A +3 40,16 A +11G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (0,5 mL) 80,60 A -3 152,83 B +41 32,93 A -9G4- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 76,65 A -7 117,55 A +9 51,08 A +41G5- Ração + DMBA + Bixina 5% (0,5 mL) 81,14 A -2 126,76 A +17 48,46 A +34G6- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 80,55 A -3 114,18 A +6 64,71 A +79G7- Ração + DMBA + Bixina 10% (0,5mL) 88,92 A +8 127,63 A +18 38,82 A +7G8- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 87,25 A +6 149,11 B +38 37,65 A +4Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.122


De acordo com os resultados obtidos no quadro 4, observou-se que osgrupos 3, 4, 5 e 6 tratados, tiveram uma redução na concentração <strong>de</strong> proteínastotais em relação ao grupo 2 (com câncer não tratado). Os grupos 7 e 8apresentaram aumentos na concentração <strong>de</strong> proteínas totais (8 e 6%)respectivamente, embora não tenha sido estatisticamente significativo emrelação ao grupo 2.Um aumento na concentração <strong>de</strong> proteínas totais normais éinteressante, uma vez que as mesmas têm diferentes funções no sangue etambém, porque durante a carcinogenese, muitas oncoproteínas sãosintetizadas nas células tumorais, ocasionando uma hipoproteinemia, nascélulas normais.Algumas (das proteínas do sangue como a albumina, globulinas, beta egama), ceruloplasmina, haptoglobinas, transferrina, transcortina têm açõesdiferenciadas no sangue.A hipoproteinemia po<strong>de</strong> ocorrer em e<strong>de</strong>mas, doença hepática, anemiacom <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro, doença <strong>de</strong> Wilson <strong>de</strong>ntre outras. Ahipogamaglobilinemia ocorre no mielona múltiplo, leucemias, linfomas <strong>de</strong>ntreoutras. No entanto sabe-se que durante a carcinogenese várias oncoproteínassão formadas e isto afeta o metabolismo normal <strong>de</strong> proteínas nas célulasnormais. Portanto aumentar a síntese <strong>de</strong> proteínas totais é interessante paraos pacientes. Ainda no quadro 1, observou-se que os animais com câncerinduzido por DMBA em todos os tratamentos tiveram aumento no parâmetrocolesterol, sendo que o grupo 8 foi o que teve o maior aumento <strong>de</strong>steparâmetro. Os resultados mostram que o grupo 3 foi o que mais aumentou aconcentração <strong>de</strong> colesterol.No que diz respeito ao parâmetro triacilglicerol os tratamentosaumentaram os níveis, com exceção do grupo 3 que reduziu em 9%. Tambémo maior aumento <strong>de</strong> triacilglicerol ocorreu com o grupo 6 (tratado com bixina à5% na dose <strong>de</strong> 1mL).A bixina não se apresentou eficaz para a redução do triacilglicerol nosanimais com câncer induzidos por DMBA (7,12 dimetilbenzo(a)antraceno, comotambém no seu efeito hipolipi<strong>de</strong>mico, significando dizer que não apresentouinfluência na redução das taxas <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os no sangue <strong>de</strong>stes animais.123


Quadro 5 - Valores médios <strong>de</strong> glicose, fosfatase alcalina e albumina em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixinacomparados ao grupo não tratado.TRATAMENTOS%CONTEÚDO VARIAÇÃO%CONTEÚDO VARIAÇÃO%CONTEÚDO VARIAÇÃOGlicose (mg/dL)Fosfatase Alcalina(UI/mLAlbumina (UI/dL)G2- Ração + DMBA 207,83 A 0 66,66 A 0 4,27 A 0G1- Ração 229,39 A +10 80,00 A +20 4,42 A +3G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (0,5 mL) 191,11 A -8 66,66 A 0 4,27 A 0G4- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 186,73 A -10 119,00 B +79 3,93 A -8G5- Ração + DMBA + Bixina 5% (0,5 mL) 213,74 A +3 128,20 B +92 3,88 A -9G6- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 175,63 A -15 131,00 B +97 3,63 B -15G7- Ração + DMBA + Bixina 10% (0,5mL) 172,79 A -17 92,00 A +38 4,09 A -4G8- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 189,40 A -9 90,50 A +36 4,24 A -1Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.124


De acordo com os resultados obtidos no quadro 5, observou-se quetodos os tratamentos dos grupos 3, 4, 6, 7 e 8 tiveram o parâmetro glicosereduzido. O grupo 7 foi o que mais reduziu a glicose (-17%). Durante acarcinogenese a via glicolitica é aumentada, portanto há um maior metabolismo<strong>de</strong> glicose. e consequentemente redução na circulação sanguinea. Todos osgrupos <strong>de</strong> 2 a 8 foram tratados com a droga DMBA, indutora <strong>de</strong> câncer.No que diz respeito ao parâmetro fosfatase alcalina, todos ostratamentos afetaram a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta enzima, com exceção do grupo 3. Aenzima fosfatase alcalina é um dos marcadores tumorais e sua ativida<strong>de</strong>aumentada está relacionada a processos <strong>de</strong> carcinogenese hepática, Lima etal, (1980). A fosfatase alcalina encontra-se elevada no raquitismo (aumento <strong>de</strong>20 a 30 unida<strong>de</strong>s), doença <strong>de</strong> Paget (elevada na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 50 unida<strong>de</strong>s).Também, aumenta a ativida<strong>de</strong> no hiperparatireoidismo, icterícia obstrutiva,lieloma múltiplo, sarcoma osteogênico, <strong>de</strong>ntre outras patologias. Na hepatiteocorre alterações com níveis inferiores a 10 unida<strong>de</strong>s, Os valores da ativida<strong>de</strong><strong>de</strong> fosfatase alcalina po<strong>de</strong>m estar 25% mais elevadas após a ingestão <strong>de</strong> umadieta rica em gordura. Motta, (2003)O parâmetro albumina apresentou pequenas reduções nos grupos 4, 5,6, 7 e 8. A maior redução <strong>de</strong> albumina ocorreu no tratamento do grupo 6 quepermitiu uma redução <strong>de</strong> 15%. A albumina tem sua concentração aumentadasempre em presença <strong>de</strong> nutrientes e <strong>de</strong> fármacos ou <strong>de</strong> outras substânciaspresentes no sangue, uma vez que ela é uma das proteínas transportadoraspresentes no sangue.A albumina tem como principal função transportar ácidos graxos,transporte <strong>de</strong> bilirrubina do sistema reticulo endotelial para o fígado, transporte<strong>de</strong> fármacos. Os níveis séricos <strong>de</strong> albumina são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da velocida<strong>de</strong> dasíntese, da secreção pela célula hepática, da distribuição pelos líquidoscorporais e da <strong>de</strong>gradação.A hiperalbuminemia ocorre na carcinomatose hepática, <strong>de</strong>sidratação,diarréia, menigite, neoplasias, osteomelite, sarcoidose <strong>de</strong>ntre outras. Ahipoalbuminemia é promovida pela redução ou <strong>de</strong>feito na síntese <strong>de</strong>vido aodano hepatocelular, <strong>de</strong>ficiência na ingestão <strong>de</strong> aminoácidos, aumento dasbordas <strong>de</strong> albumina e catabolismo por estresse. Motta, (2002).125


6- CONCLUSÕESOs resultados apresentados no experimento <strong>de</strong> carcinogenese induzidospor DMBA revelaram que:1- Os animais que receberam bixina 10% na dose <strong>de</strong> 0.5 mL tiveram amaior redução da glicose a 17%, à exceção do grupo tratado combixina a 5% na dose <strong>de</strong> 0,5 mL2- A ativida<strong>de</strong> da fosfatase alcalina foi maior no grupo 6, tratado combixina a 5% na dose <strong>de</strong> 1,0 mL. Essa enzima é um dos marcadorestumorais utilizados no trabalho;3- O tratamento com bixina 5% na dose <strong>de</strong> 1,0 mL foi o que maisreduziu a concentração <strong>de</strong> albumina na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 15%. A albumina éum transportador universal <strong>de</strong> medicamentos e nutrientes para ostecidos.4- O tratamento com bixina a 10% na dose <strong>de</strong> 0.5 mL foi o que maisinfluenciou o aumento na concentração <strong>de</strong> proteínas totaissanguíneas. Isto é <strong>de</strong> suma importância, uma vez que durante acarcinogenese ocorre uma intensa síntese <strong>de</strong> oncoproteinas,reduzindo a síntese <strong>de</strong> proteína normal no organismo do animal;5- Todos os tratamentos apresentaram aumento na concentração <strong>de</strong>colesterol sanguíneo nos animais com câncer induzido;6- Todos os tratamentos, também influenciaram o aumento daconcentração <strong>de</strong> triacilglicerois no soro sanguíneo dos animais comcâncer induzidos, à exceção do grupo tratado com bixina a 4% nadose 0,5 mL que reduziu em 9%126


Experimento 03<strong>Corantes</strong> <strong>naturais</strong> <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> (Bixa orellana L.) em animais comcâncer induzido com DMBA.1- METODOLOGIAForam utilizados neste ensaio biológico experimental 36 ratos da raçawistar, com 45 dias <strong>de</strong> vida. Os animais foram provenientes do Biotério Centraldo centro <strong>de</strong> Ciências Biológicas, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa.Os ratos foram acondicionados em gaiolas individuais, on<strong>de</strong>permaneceram por um período <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cinco (05) dias, recebendoração PURINA e água “ad libitum”.Para indução do câncer <strong>de</strong> pele foi utilizado o carcinogênico químicoDMBA (7,12-dimetil bezantraceno). Foi dissolvido 25µg <strong>de</strong> DMBA em 0,1 mL <strong>de</strong>acetona e administrado 2 vezes por semana através <strong>de</strong> pinceladas na pele dodorso do animal após a retirada <strong>de</strong> pelos, durante seis semanas, á exceção dogrupo Grupo 1. Para testar a redução da patologia foram utilizados ostratamentos citados abaixo.G1- RaçãoG2- Ração + DMBAG3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1mL)G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1mL)G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1mL)G6- Ração + DMBA + Rutina (30mg)Durante 06 semanas os animais receberam a ração e os tratamentosdiários por via oral, sendo que os tratamentos por cavagem. Ao final doexperimento houve a coleta <strong>de</strong> sangue pelo plexo retro orbital para que fossemfeitas análises <strong>de</strong> uréia, creatinina, ácido úrico, proteínas, cálcio, magnésio,fósforo, HDL, colesterol, trigliceri<strong>de</strong>os, glicose, ferro, LDH, TGO, TGP, fosfatasealcalina, amilase, albumina,. O material foi centrifugado em centrífuga Excelsa2 205 N a 7.100 X g, durante 15 minutos, para obtenção do soro. As dosagenssorológicas foram efetuadas em equipamento multiparamétrico <strong>de</strong> Bioquímica127


Alizé, Mod Lisabio B.652 e kits da marca Bioclin e os resultados expressos emmg/dL e os resultados expressos em mg/dl. Ainda foram coletadas rim, fígado,intestino e amostras <strong>de</strong> pele para análises histopatologicas.128


2- RESULTADO E DISCUSSÃOTabela 1 - Valores médios <strong>de</strong> uréia, creatinina e ácido úrico em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixina e Rutinacomparados ao grupo doente não tratado.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOUREIA(mg/dL)CREATININA(mg/dL)ÁCIDO ÚRICO(mg/dL)G2- Ração + DMBA 82,40 A 0 0,38 A 0 1,85 A 0G1- Ração 79,23 A -4 0,50 A +31 1,41 A -24G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 85,33 A +4 0,43 A +11 2,77 B +50G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 84,62 A +3 0,43 A +11 2,58 B +39G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 80,95 A -2 0,49 A +29 3,57 B +93G6- Ração + DMBA + Rutina 30mg (1,0 mL) 86,00 A +4 0,62 B +62 3,99 B +116Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.129


De acordo com os resultados obtidos na Tabela 1 Observou-se que osanimais dos grupos 3 e 6 tiveram um aumento <strong>de</strong> 4% na concentração <strong>de</strong>uréia. Estes valores não foram estatisticamente significativos em relação aogrupo 2. No entanto para o parâmetro cretatinina neste mesmo quadroobservou-se que o tratamento <strong>de</strong> grupo 5 e do grupo 6 promoveu aumentos <strong>de</strong>29% e 62% respectivamente. Possivelmente o uso do DMBA tenha provocadoeste aumento e danos renais.Para o parâmetro ácido úrico os grupos 3, 4, 5 e 6 provocaramaumentos <strong>de</strong> 50, 39, 93 e 116% respectivamente. Estes aumentos foramestatisticamente significativos em relação ao grupo 2. Aumentos <strong>de</strong> ácido úricotambém estão associados a danos renais.130


Tabela 2 - Valores médios <strong>de</strong> proteína, Cálcio e Magnésio em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixina e Rutinacomparados ao grupo doente não tratado.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOPROTEÍNA(mg/dL)CÁLCIO(mg/dL)MAGNÉSIO(mg/dL)G2- Ração + DMBA 86,13 A 0 8,74 A 0 2,96 A 0G1- Ração 79,37 B -8 9,40 A +8 2,80 A -5G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 87,12 A +1 8,50 A -3 3,07 A +4G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 87,12 A +1 8,54 A -2 2,96 A 0G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 90,82 A +5 9,83 A +12 3,35 A +13G6- Ração + DMBA + Rutina 30mg (1,0 mL) 100,88 B +17 9,81 A +12 3,18 A +8Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.131


De acordo com os resultados obtidos na Tabela 2 observou-se que osanimais dos grupos 5 e 6 aumentaram a concentração <strong>de</strong> proteínas em 5 e17% respectivamente. Isto é uma vantagem uma vez que durante acarcinogenese ocorre síntese <strong>de</strong> oncoproteinas e as proteínas normais doorganismo são reduzidas. De acordo com os resultados obtidos para cálcio,observou-se que os grupos 5 e 6 provocaram um aumento <strong>de</strong> cálcio <strong>de</strong> 12%.Para o parâmetro magnésio os grupos 5 e 6 também provocaram um aumento<strong>de</strong> 13 e 8% respectivamente.Durante a carcinogenese todo o metabolismo é acelerado e as enzimasrequerem mais cálcio e Mg +2 como cofatores enzimáticos.132


Tabela 3 - Valores médios <strong>de</strong> fósforo, HDL e colesterol em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixina e Rutinacomparados ao grupo doente não tratado.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOFOSFORO(mg/dL)HDL(mg/dL)COLESTEROL(mg/dL)G2- Ração + DMBA 5,64 A 0 57,62 A 0 98,72 A 0G1- Ração 6,73 A +19 53,02 A -8 100,77 A +2G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 5,67 A 0 55,10 A -4 95,58 A -3G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 6,79 A +20 59,48 A +3 110,93 A +12G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 7,47 B +32 65,47 A +14 120,08 B +22G6- Ração + DMBA + Rutina 30mg (1,0 mL) 6,33 A +12 69,28 B +20 124,58 B +26Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.133


De acordo com os resultados obtidos na Tabela 3, observou-se que osanimais dos grupos 4, 5 e 6 influenciaram um aumento <strong>de</strong> 20, 32 e 12%respectivamente. No parâmetro fósforo. Durante a carcinogenese variasoncoproteínas requerem maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fósforo.Os animais tratados com DMBA dos grupos 5 e 6 tiveram aumentos <strong>de</strong>14 e 20% no parâmetro HDL. É <strong>de</strong> se esperar que todo o metabolismo estejaaumentado na carcinogenese. De acordo com os resultados obtidos no quadro3 os animais tratados com DMBA dos grupos 4, 5 e 6 tiveram aumentos <strong>de</strong> 12,22 e 26% respectivamente.134


Tabela 4 - Valores médios <strong>de</strong> triglicerí<strong>de</strong>os, glicose e ferro em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixina e Rutinacomparados ao grupo doente não tratado.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOTRIGLICERÍDEOS(mg/dL)GLICOSE(mg/dL)FERRO(mg/dL)G2- Ração + DMBA 66,35 A 0 221,53 A 0 181,72 A 0G1- Ração 88,08 B +33 208,45 A -6 230,53 B +27G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 68,45 A +3 201,12 A -9 147,48 B -19G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 72,88 A +10 191,20 A -14 173,05 A -5G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 67,95 A +2 265,53 B +20 205,67 A +13G6- Ração + DMBA + Rutina 30mg (1,0 mL) 75,28 A +13 316,98 B +43 215,63 B +19Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Belina em diferentesdoses e concentrações.135


De acordo com os resultados obtidos na Tabela 4, observou-se que osanimais dos grupos 4 e 6 tiveram aumento <strong>de</strong> triacilgliceróis <strong>de</strong> 10 e 13%respectivamente. Para o parâmetro glicose os grupos 5 e 6 tiveram aumentos<strong>de</strong> 20 e 43% respectivamente. Durante a carcinogenese a via glicolítica éacelerada e o metabolismo <strong>de</strong> glicose (catabolismo) se intensifica.De acordo com os resultados obtidos os grupos 5 e 6 tiveram aumentos<strong>de</strong> 13 e 19% respectivamente. Durante a carcinogenese ocorre proteólise <strong>de</strong>várias proteínas que contém ferro em sua molécula.136


Tabela 5 - Valores médios <strong>de</strong> LDH, TGO/A e TGP/ALT em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixina e Rutinacomparados ao grupo doente não tratado.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOLDH(mg/dL)TGO/A(UI/mLTGP/ALT(UI/mLG2- Ração + DMBA 7480,33 A 0 60,50 A 0 31,17 A 0G1- Ração 908,00 B -88 87,17 B +44 31,33 A +1G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 728,17 B -90 67,83 A +12 30,33 A -3G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 693,50 B -91 108,55 B +79 34,83 A +12G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 3617,33 B -52 123,05 B +103 28,67 A -8G6- Ração + DMBA + Rutina 30mg (1,0 mL) 2409,83 B -68 132,33 B +119 32,50 A +4Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.137


De acordo com os resultados obtidos na Tabela 5, observou-se quetodos os grupos reduziram a ativida<strong>de</strong> da enzima Lactato Desidrogenase. Osanimais do grupo 1 (doente) tiveram aumento <strong>de</strong> 88% em relação ao gruponormal.Esta enzima cataliza a conversão do Lactato em Purivato. Sua ativida<strong>de</strong>está muito aumentada durante a carcinogenese. Mota et al, (2003). Éimportante verificar que na carcinogenese a via glicolitica é intensificada. Oproduto final da via glicolítica é o lactato que formado em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>snecessita <strong>de</strong> aumento na ativida<strong>de</strong> da Lactato Desidrogenase para formarpiruvirato. Este vai para o ciclo <strong>de</strong> Krebs e outras rotas metabólicas. A enzimaTGO teve suas ativida<strong>de</strong>s aumentadas nos grupos 4, 5 e 6. Uma intensaproteólise que ocorre na carcinogenese favorece a <strong>de</strong>saminação <strong>de</strong>aminoácidos e, portanto aumento da ativida<strong>de</strong> da TGO que realiza estastransformações. Em relação à ativida<strong>de</strong> da TGP observaram-se pequenasvariações.138


Tabela 6 - Valores médios <strong>de</strong> fosfatase alcalina, amilase e albumina em soro sanguíneo <strong>de</strong> ratos tratados com Bixina eRutina comparados ao grupo doente não tratado.TRATAMENTOS CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃO CONTEÚDO % VARIAÇÃOFOSFATASE ALCALINA(mg/dL)AMILASE(mg/dL)ALBUMINA(mg/dL)G2- Ração + DMBA 131,50 A 0 803,17 A 0 4,36 A 0G1- Ração 207,67 B +58 1001,67 A +25 4,22 A -3G3- Ração + DMBA + Bixina 4% (1,0 mL) 173,17 B +32 937,33 A +17 4,70 B +8G4- Ração + DMBA + Bixina 5% (1,0 mL) 206,00 B +57 1199,20 B +49 4,63 A +6G5- Ração + DMBA + Bixina 10% (1,0 mL) 186,17 B +42 942,67 A +17 4,80 B +10G6- Ração + DMBA + Rutina 30mg (1,0 mL) 142,83 A +9 1188,00 B +48 5,03 B +15Teste <strong>de</strong> Dunnett a 5% <strong>de</strong> significância letras iguais equivalem a tratamentos não diferentes do doente – Bixina em diferentesdoses e concentrações.139


De acordo com os resultados obtidos na Tabela 6 observou-se que afosfatase alcalina teve sua ativida<strong>de</strong> aumentada nos grupos 3, 4, 5 e 6 em 32,57, 42 e 9% respectivamente. Esta enzima é consi<strong>de</strong>rada um marcadortumoral. Nos animais com câncer não tratados (G1), a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la foireduzida em 58% .Os resultados da ativida<strong>de</strong> da amilase mostraram-se superiores nosgrupos 4 e 6 com 49 e 48% respectivamente. Esta enzima atua na hidrólise doscarboidratos. Nos animais com câncer não tratados sua ativida<strong>de</strong> foi reduzidaem 25%.Com relação aos resultados obtidos para proteína e albumina observouseque os grupos 5 e 6 tiveram aumentos <strong>de</strong> sua concentração em 10 e 15%.Esta proteína é transportadora <strong>de</strong> nutrientes, medicamentos e compostos <strong>de</strong>fototerápicos.140


3- CONCLUSÕES1- Para o parâmetro ácido úrico os grupos 3, 4, 5 e 6 provocaramaumentos <strong>de</strong> 50, 39, 93 e 116% respectivamente. Estes aumentos foramestatisticamente significativos em relação ao grupo 2. Alterações em ácidoúrico e creatinina estão associados a aumento <strong>de</strong> danos renais.2- De acordo com os resultados obtidos no Quadro 2 observou-se queos tratamentos dos animais dos grupos 5 e 6 aumentaram a concentração <strong>de</strong>proteínas em 5 e 17% respectivamente. Isto é uma vantagem uma vez quedurante a carcinogenese ocorre síntese <strong>de</strong> oncoproteinas e as proteínasnormais do organismo são reduzidas.3- De acordo com os resultados obtidos para cálcio, observou-se que osgrupos 5 e 6 provocaram um aumento <strong>de</strong> cálcio <strong>de</strong> 12%. Há vantagens noaumento <strong>de</strong>ste parâmetro, mas não na carcinogênese.4-Para o parâmetro magnésio os grupos 5 e 6 também provocaram umaumento <strong>de</strong> 13 e 8% respectivamente.Durante a carcinogenese todo o metabolismo é acelerado e as enzimasrequerem mais cálcio e Mg +2 como cofatores enzimáticos.5-De acordo com os resultados obtidos no Quadro 3, observou-se queos tratamentos dos animais dos grupos 4, 5 e 6 influenciaram um aumento <strong>de</strong>20, 32 e 12% respectivamente no parâmetro fósforo. Durante a carcinogenesevarias oncoproteínas requerem maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fósforo.6-Os animais tratados com DMBA dos grupos 5 e 6 tiveram aumentos <strong>de</strong>14 e 20% no parâmetro HDL. É <strong>de</strong> se esperar que todo o metabolismo estejaaumentado na carcinogenese.7-De acordo com os resultados obtidos no Quadro 4, observou-se queos animais dos grupos 4 e 6 tiveram aumento <strong>de</strong> triacilgliceróis <strong>de</strong> 10 e 13%respectivamente. Logo animais tratados com DMBA não reduzemtriacilgliceróis durante a carcinogênese e os extratos <strong>de</strong> <strong>urucum</strong> nãoinfluenciaram nesta redução.141


8-Para o parâmetro glicose os grupos 5 e 6 tiveram aumentos <strong>de</strong> 20 e43% respectivamente. Durante a carcinogenese a via glicolítica é acelerada e ometabolismo <strong>de</strong> glicose (catabolismo) se intensifica.9-De acordo com os resultados obtidos para o parâmetro ferro os grupos 5 e 6tiveram aumentos <strong>de</strong> 13 e 19% respectivamente. Durante a carcinogeneseocorre proteólise <strong>de</strong> várias proteínas que contém ferro em sua molécula10-De acordo com os resultados obtidos no Quadro 5, observou-se que todosos grupos reduziram a ativida<strong>de</strong> da enzima Lactato Desidrogenase. Os animaisdo grupo 1 (doente) tiveram aumento <strong>de</strong> 88% em relação ao grupo normal. Suaativida<strong>de</strong> está muito aumentada durante a carcinogenese. Mota et al, (2003). Éimportante verificar que na carcinogenese a via glicolitica é intensificada. Oproduto final da via glicolítica é o lactato que formado em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>snecessita <strong>de</strong> aumento na ativida<strong>de</strong> da Lactato Desidrogenase para formarpiruvirato.11-A enzima TGO teve suas ativida<strong>de</strong>s aumentadas nos grupos 4, 5 e 6.Uma intensa proteólise que ocorre na carcinogenese favorece a <strong>de</strong>saminação<strong>de</strong> aminoácidos e, portanto aumento da ativida<strong>de</strong> da TGO que realiza estastransformações.12-De acordo com os resultados obtidos no Quadro 6 observou-se que afosfatase alcalina teve sua ativida<strong>de</strong> aumentada nos grupos 3, 4, 5 e 6 em 32,57, 42 e 9% respectivamente. Esta enzima é consi<strong>de</strong>rada um marcadortumoral. Nos animais com câncer não tratados (G1), a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la foireduzida em 58% .13-Os resultados da ativida<strong>de</strong> da amilase mostraram-se superiores nosgrupos 4 e 6 com 49 e 48% respectivamente. Esta enzima atua na hidrólise doscarboidratos. Nos animais com câncer não tratados sua ativida<strong>de</strong> foi reduzidaem 25%.14-Com relação aos resultados obtidos para proteína e albuminaobservou-se que os grupos 5 e 6 tiveram aumentos <strong>de</strong> sua concentração em10 e 15%. Esta proteína é transportadora <strong>de</strong> nutrientes, medicamentos ecompostos <strong>de</strong> fototerápicos.Po<strong>de</strong>-se concluir que os tratamentos com bixina e rutina nãoinfluenciaram na redução <strong>de</strong> marcadores tumorais e <strong>de</strong> outros parâmetros142


sanguíneos em animais que obtiveram uma elevação com o câncer induzidopor DMBA.4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBAAK, J.,S., S.; PATH, F. R. C.; HERMSEN, M.; A.; J.; A., MEIJER, G.;SCHMIDT , J.; JANSSEN, E.; A.; M. Genomics and proteomics in cancer.European journal of Cancer, v.39, p.1199-1215, 2003.COTRAN, R.; S.; KUMER, V.; COLLINS, T. ROBBINS. Patologia Estrutural eFuncional. 6a. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Guanabara Koogan. P. 233-293, 2000.BIRT, D.; F.; HENDRICH, S.; WANG, W. Dietary agents in cancer prevention:flavonoids and isoflavonoids. Pharmacology & Therapeutics, v.90, p.157-177,2001.ALBERTS, B., BRAY, D., LEWIS, J., RAFF, M., ROBERTS, K., WATSON, J.D..Biologia Molecular da Célula, 3 a edição, Porto Alegre, Editora Artes Médicas,1204p, 1997.ARBISIER, J.L. Regulation of angiogenesis and tumorigenesis. Seminars inCancer Biology, v. 14, p. 79-80, 2004.BAILLY, C. Homocamptothecins: potent toposomerase I inhibitors andpromising anticancer drugs. Critical Reviews in Oncology/Hematology, v.45,p.91-108, 2003.BENINI, S. MANARA, M.C., BALDINI, N., CERISANO, V., SERRA, M.,MERCURI, M., LOLLINI, P.L., NANNI, P., PICCI, P., SCOTLANDI, K. Inhibitionof insulin-like growth facto I receptor increases the antitumor activity ofdoxorubicin and vincristine against Ewing´s sarcom cells. Clin Cancer Res, v.7,p. 1790-1797, 2001.BIRT, D.F., HENDRICH, S., WANG, W., Dietary agents in cancer prevention:flavonói<strong>de</strong>s and isoflavonoids. Pharmacology & Therapeutics, v.90, p. 157-177,2001.BOERSMA, B.J., BARNES, S., KIRK, M., WANG, C.C., SMITH, M., KIM, H.,PATEL, R., USMAR, V.M.D. Soy isoflavonói<strong>de</strong>s and cancer – metabolism at thetarget site. Mutation Research, v. 480-481, p. 121-127, 2001.143


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5- LAMINAS HISTOPATOLOGICASGRUPO 1- RAÇÃOFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 10 vezesO fígado normal possui lóbulos hepáticos poligonais, <strong>de</strong>limitados porseptos conjuntivos, que se orientam ao redor <strong>de</strong> uma veia central. Oshepatócitos dispõem-se em cordões <strong>de</strong> células que convergem para a veiacentral. Entre os cordões <strong>de</strong> hepatócitos estão os capilares sinusói<strong>de</strong>s,frequentemente contendo sangue em seu interior.O Figado é dividido em diversos lóbulos. Cada lóbulo está cercado poruma linha não corada que é a região on<strong>de</strong> existia tecido adiposo, o qual éeliminado na fixação. No centro <strong>de</strong> cada lóbulo, existe a veia centro-lobular,para on<strong>de</strong> convergem diversos capilares chamados sinusói<strong>de</strong>s. Por seremvasos, os sinusói<strong>de</strong>s são revestidos internamente <strong>de</strong> endotélio, cujos núcleosaparecem <strong>de</strong> forma alongados e bem corados. Acompanhando os sinusói<strong>de</strong>s,estão os cordões <strong>de</strong> hepatócitos, que são as células típicas do fígado,possuindo núcleos gran<strong>de</strong>s e menos corados que os endoteliais.156


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 40 vezesO fígado normal possui lóbulos hepáticos poligonais, <strong>de</strong>limitados porseptos conjuntivos, que se orientam ao redor <strong>de</strong> uma veia central. Oshepatócitos dispõem-se em cordões <strong>de</strong> células que convergem para a veiacentral. Entre os cordões <strong>de</strong> hepatócitos estão os capilares sinusói<strong>de</strong>s,frequentemente contendo sangue em seu interior.O Figado é dividido em diversos lóbulos. Cada lóbulo está cercado poruma linha não corada que é a região on<strong>de</strong> existia tecido adiposo, o qual éeliminado na fixação. No centro <strong>de</strong> cada lóbulo, existe a veia centro-lobular,para on<strong>de</strong> convergem diversos capilares chamados sinusói<strong>de</strong>s. Por seremvasos, os sinusói<strong>de</strong>s são revestidos internamente <strong>de</strong> endotélio, cujos núcleosaparecem <strong>de</strong> forma alongados e bem corados. Acompanhando os sinusói<strong>de</strong>s,estão os cordões <strong>de</strong> hepatócitos, que são as células típicas do fígado,possuindo núcleos gran<strong>de</strong>s e menos corados que os endoteliais.157


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 10 vezesO intestino grosso ser dividido nos segmentos: ceco, reto e anus. Amucosa do intestino grosso não apresnta vilos. È constituída por epitéliocilíndrico simples com células calciformes, sobre uma lâmina própria <strong>de</strong> tecidoconjuntivo frouxo, contendo criptas <strong>de</strong> Lieberkuhn mais longas que o intestino<strong>de</strong>lgado. A camada muscular é formada por túnicas <strong>de</strong> músculo liso, umacircular interna e outra longitudinal externa. A camada mais externa é serosa.158


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 40 vezesO intestino grosso ser dividido nos segmentos: ceco, reto e anus. Amucosa do intestino grosso não apresnta vilos. È constituída por epitéliocilíndrico simples com células calciformes, sobre uma lâmina própria <strong>de</strong> tecidoconjuntivo frouxo, contendo criptas <strong>de</strong> Lieberkuhn mais longas que o intestino<strong>de</strong>lgado. A camada muscular é formada por túnicas <strong>de</strong> músculo liso, umacircular interna e outra longitudinal externa. A camada mais externa é serosa.159


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 10 vezesNo grupo observou-se predominância <strong>de</strong> fibras colágenas em <strong>de</strong>trimentodo elemento celular, não há infiltrado inflamatório, predominantementemononuclear, escasso e difusamente distribuído na <strong>de</strong>rme, circundado porfibras colágenas em região adjacente ao epitélio. Fibras colágenas adjacentesao epitélio. No epitélio, maior formação <strong>de</strong> fibras colágenas, algumas célulasmononucleadas difusamente distribuídas.160


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 40 vezesNo grupo observou-se predominância <strong>de</strong> fibras colágenas em <strong>de</strong>trimentodo elemento celular, não há infiltrado inflamatório, predominantementemononuclear, escasso e difusamente distribuído na <strong>de</strong>rme, circundado porfibras colágenas em região adjacente ao epitélio. Fibras colágenas adjacentesao epitélio. No epitélio, maior formação <strong>de</strong> fibras colágenas, algumas célulasmononucleadas difusamente distribuídas.161


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 10 vezesRim normal. Cápsula, zona cortical e zona medular. Os néfrons sãoenvolvidos por uma lâmina basal em continuida<strong>de</strong> com tecido conjuntivoescasso. Os corpúsculos renais e os túbulos <strong>de</strong> trajeto sinuoso são corticais,enquanto que as duas porções da alça <strong>de</strong> Henle, que são retilíneas, situam-sena zona medular.O rim controla a eliminação <strong>de</strong> diversas substâncias resultantes dometabolismo dos nutrientes, sobretudo das proteínas. Também atua naregulação da concentração <strong>de</strong> água, eletrólitos e não-eletrólitos no meiointerno, possuindo papel muito importante na manutenção da homeostase.O rim po<strong>de</strong> ser dividido em duas zonas: cortical e medular. A zonacortical localiza-se mais externamente, enquanto a zona medular possuilocalização mais interna.À unida<strong>de</strong> funcional do rim <strong>de</strong>u-se o nome <strong>de</strong> néfron. O néfron éconstituído pela cápsula <strong>de</strong> Bowman, pelos túbulos contorcidos proximal edistal e pela alça-<strong>de</strong>-Henle. A alça-<strong>de</strong>-Henle localiza-se na zona medular,enquanto todas as outras estruturas localizam-se na zona cortical. No néfronocorre todo o processo <strong>de</strong> filtração e reabsorção do líquido tissular (também <strong>de</strong>filtrado glomerular). O néfron <strong>de</strong>semboca em um tubo coletor. O tubo coletor,que não faz parte do néfron, <strong>de</strong>semboca na pélvis renal que irá formar o ureter.162


Os principais componentes do néfron são:Cápsula <strong>de</strong> Bowman: <strong>de</strong>ntro da cápsula <strong>de</strong> Bowman está o glomérulo,que é um tufo <strong>de</strong> capilares do tipo fenestrado. Tanto a cápsula <strong>de</strong> Bowmanquanto o glomérulo são formados por epitélio simples pavimentoso. Aoconjunto formado pela cápsula <strong>de</strong> Bowman e pelo glomérulo <strong>de</strong>u-se a<strong>de</strong>nominação corpúsculo renal ou <strong>de</strong> Malpighi.Túbulo contorcido proximal: o túbulo contorcido proximal inicia-sepróximo ao corpúsculo <strong>de</strong> Malpighi e dirige-se em direção à zona medular,on<strong>de</strong> penetra muito pouco. O epitélio do túbulo contorcido proximal é simplescúbico alto. Nos preparados histológicos, percebe-se que a luz <strong>de</strong>ste túbulo évisivelmente mais estreita que a luz do túbulo contorcido distal. As células queformam o epitélio do túbulo contorcido proximal são altamente acidófilas,portanto se coram intensamente <strong>de</strong> vermelho pelo HE. Essa acidofilia éexplicada pela presença <strong>de</strong> muitas mitocôndrias filamentosas no citoplasma. Aporção do citoplasma que entra em contato com a luz do túbulo apresentamicrovilos, que formam uma estrutura <strong>de</strong>nominada orla em escova.Alça-<strong>de</strong>-Henle: é uma estrutura intermediária entre os túbuloscontorcidos proximais e distais, que inicia-se na zona medular, aprofunda-senessa zona e curva-se, retornando à zona cortical. Seu aspecto é, portanto,semelhante à letra U. Possui uma parte <strong>de</strong>lgada, constituída por célulasachatadas e uma parte espessa, formada por células idênticas às células dotúbulo contorcido distal.Túbulo contorcido distal: é a continuação da alça-<strong>de</strong>-Henle e<strong>de</strong>semboca no tubo coletor. É possível diferenciá-lo dos túbulos contorcidosproximais, pois seu epitélio é simples cúbico baixo e não possui microvilos, nãoformando, assim, orla em escova. O seu citoplasma não é tão acidófilo quantoo citoplasma dos túbulos contorcidos proximais, <strong>de</strong>vido à menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mitocôndrias.163


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 40 vezesRim normal. Cápsula, zona cortical e zona medular. Os néfrons sãoenvolvidos por uma lâmina basal em continuida<strong>de</strong> com tecido conjuntivoescasso. Os corpúsculos renais e os túbulos <strong>de</strong> trajeto sinuoso são corticais,enquanto que as duas porções da alça <strong>de</strong> Henle, que são retilíneas, situam-sena zona medular.O rim controla a eliminação <strong>de</strong> diversas substâncias resultantes dometabolismo dos nutrientes, sobretudo das proteínas. Também atua naregulação da concentração <strong>de</strong> água, eletrólitos e não-eletrólitos no meiointerno, possuindo papel muito importante na manutenção da homeostase.O rim po<strong>de</strong> ser dividido em duas zonas: cortical e medular. A zonacortical localiza-se mais externamente, enquanto a zona medular possuilocalização mais interna.À unida<strong>de</strong> funcional do rim <strong>de</strong>u-se o nome <strong>de</strong> néfron. O néfron éconstituído pela cápsula <strong>de</strong> Bowman, pelos túbulos contorcidos proximal edistal e pela alça-<strong>de</strong>-Henle. A alça-<strong>de</strong>-Henle localiza-se na zona medular,enquanto todas as outras estruturas localizam-se na zona cortical. No néfronocorre todo o processo <strong>de</strong> filtração e reabsorção do líquido tissular (também <strong>de</strong>filtrado glomerular). O néfron <strong>de</strong>semboca em um tubo coletor. O tubo coletor,que não faz parte do néfron, <strong>de</strong>semboca na pélvis renal que irá formar o ureter.Os principais componentes do néfron são:164


Cápsula <strong>de</strong> Bowman: <strong>de</strong>ntro da cápsula <strong>de</strong> Bowman está o glomérulo,que é um tufo <strong>de</strong> capilares do tipo fenestrado. Tanto a cápsula <strong>de</strong> Bowmanquanto o glomérulo são formados por epitélio simples pavimentoso. Aoconjunto formado pela cápsula <strong>de</strong> Bowman e pelo glomérulo <strong>de</strong>u-se a<strong>de</strong>nominação corpúsculo renal ou <strong>de</strong> Malpighi.Túbulo contorcido proximal: o túbulo contorcido proximal inicia-sepróximo ao corpúsculo <strong>de</strong> Malpighi e dirige-se em direção à zona medular,on<strong>de</strong> penetra muito pouco. O epitélio do túbulo contorcido proximal é simplescúbico alto. Nos preparados histológicos, percebe-se que a luz <strong>de</strong>ste túbulo évisivelmente mais estreita que a luz do túbulo contorcido distal. As células queformam o epitélio do túbulo contorcido proximal são altamente acidófilas,portanto se coram intensamente <strong>de</strong> vermelho pelo HE. Essa acidofilia éexplicada pela presença <strong>de</strong> muitas mitocôndrias filamentosas no citoplasma. Aporção do citoplasma que entra em contato com a luz do túbulo apresentamicrovilos, que formam uma estrutura <strong>de</strong>nominada orla em escova.Alça-<strong>de</strong>-Henle: é uma estrutura intermediária entre os túbuloscontorcidos proximais e distais, que inicia-se na zona medular, aprofunda-senessa zona e curva-se, retornando à zona cortical. Seu aspecto é, portanto,semelhante à letra U. Possui uma parte <strong>de</strong>lgada, constituída por célulasachatadas e uma parte espessa, formada por células idênticas às células dotúbulo contorcido distal.Túbulo contorcido distal: é a continuação da alça-<strong>de</strong>-Henle e<strong>de</strong>semboca no tubo coletor. É possível diferenciá-lo dos túbulos contorcidosproximais, pois seu epitélio é simples cúbico baixo e não possui microvilos, nãoformando, assim, orla em escova. O seu citoplasma não é tão acidófilo quantoo citoplasma dos túbulos contorcidos proximais, <strong>de</strong>vido à menor quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mitocôndrias.165


G2- RAÇÃO + DMBAFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 40 vezesOcorreu apoptose e inúmeras células mortas e hemorragia aparecem notecido. Os animais tratados com DMBA drogad indutora <strong>de</strong> câncer afetam estetecido e todo o metabolismo <strong>de</strong> nutrientes e medicamentos é afetados uma vezque o fígado é o órgão central do metabolismo.166


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 40 vezesFoi observado maior numero <strong>de</strong> células mortas.167


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 40 vezesNovamente observou-se gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> células mortas com focos <strong>de</strong>hemorragia. Isto se <strong>de</strong>ve ao uso diário do DMBA na pele dos animais168


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 40 vezesInfiltração <strong>de</strong> neutrofilos, hemorragia, vasos sanguineos, maior numero<strong>de</strong> células mortas <strong>de</strong>vido ao uso do DMBA.169


G3- RAÇÃO + DMBA + BIXINA 4% (1,0 ML)Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 40 vezes170


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 40 vezes171


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 40 vezes172


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 40 vezes173


G4- RAÇÃO + DMBA + BIXINA 5% (1,0 ML)Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 40 vezes174


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 40 vezes175


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 40 vezes176


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 40 vezes177


G5- RAÇÃO + DMBA + BIXINA 10% (1,0 ML)Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 40 vezes178


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 40 vezes179


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 40 vezes180


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 40 vezes181


G6- RAÇÃO + DMBA + RUTINA (30mg)Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Fígado com aumento <strong>de</strong> 40 vezes182


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Intestino com aumento <strong>de</strong> 40 vezes183


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Pele com aumento <strong>de</strong> 40 vezes184


Figura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 10 vezesFigura 1- Lâminas <strong>de</strong> Rim com aumento <strong>de</strong> 40 vezes185


6- Conclusão finalObservou-se que tanto a bixina nas diferentes concentrações (4% e 5%),quanto o flavonoi<strong>de</strong> rutina na dose <strong>de</strong> 30mg, não foram eficazes narecuperação e melhoria das condições dos tecidos da pele, intestino, fígado erim dos animais com câncer induzido com DMBA (grupo normal e grupostratados). Mesmo com os tratamentos os tecidos mostram morte celular,hemorragia, infiltração <strong>de</strong> neutrófilos.186

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