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saúde, desporto e actividade física - Revista / Journal Motricidade

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ÍNDICE03 EditorialLINHAS DE INVESTIGAÇÃO01 <strong>saúde</strong>, <strong>desporto</strong> e <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>a) Actividade <strong>física</strong> e qualidade de vidab) Actividade <strong>física</strong> em populações especiaisc) Actividade <strong>física</strong> na terceira idaded) Actividade <strong>física</strong>, genética e <strong>saúde</strong>e) Actividade <strong>física</strong> e diversidade02 treino e rendimento desportivoa) Metodologia do treinob) Tecnologia adaptada ao Desporto Rendimentoc) Treino de capacidades coordenativas,condicionais e cognitivasd) Treino da técnica, táctica em Desp. Rendimentoe) Biomecânica e rendimento desportivof) Psicologia Desportiva03 educação <strong>física</strong> e <strong>desporto</strong>a) Educação <strong>física</strong> escolarb) Educação Física e Desporto Escolarc) Formação e avaliação em Educação Físicad) Formação e avaliação dos profissionaisde Educação Física e de Desporto04 gestão, organização e factores sociaisda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> e <strong>desporto</strong>a) Equipamento e instalações desportivasb) Gestão e organização do <strong>desporto</strong>c) Actividade <strong>física</strong> para todosd) Desporto e Turismoe) Direito desportivo<strong>saúde</strong>, <strong>desporto</strong> e <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>investigação05 Exercício físico, IgA salivar e estadosemocionais da pessoa idosaMartins, R.; Rosado, F.; Cunha, M. R.;Martins, M.; Teixeira, A. M.investigação13 Consumo máximo de oxigénio e estágiode maturação sexual de crianças e adolescentesSilva, R. J.; Petroski, E. L.investigação21 Perfil da resistência cardiorespiratória em mulheresidosas com sobrepeso do programa de atividade<strong>física</strong> no SESC de Nova Friburgo/RJ/BrasilFurtado, H. L.; Pereira, F. D.;Moreira, M. H. R.; Dantas, E. H. M.investigação27 Contribuição das bebidas para a hidratação,antes, durante e depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>em estudantes universitáriosFerreira, C. A. L.; Santos, J. A. R.;Kent-Smith, L.; Salcedo, I. S. M.original39 Desenvolvimento e validação de uma equaçãode predição da carga de trabalho para otreinamento com pesos no exercício de supinoreto, para homens de nível intermediárioLima, M. L. F.; Filho, J. F. F.; Dantas, E. H. M.;Fernandes, P. R.; Aidar, F. J.; Reis, V. M.treino e rendimento desportivoinvestigação49 Características genotípicas e fenotípicasem atletas velocistasSantos, L. C.; Dantas, P. M. S.; Filho, J. F.investigação57 Resposta ventilatória durante a prova de 400metros livres: associações com a prestaçãoMeira, O.; Reis, V. M.; Silva, A. J.;Carneiro, A. L.; Reis, A. M.; Aidar, F.original67 Somatotipia e antropometriana seleção brasileira de voleibolCabral, B. G. A. T.; Cabral, S. A. T.; Batista, G. R.;Filho, J. F.; Knackfuss, M. I.educação <strong>física</strong> e <strong>desporto</strong>investigação75 Aptidão <strong>física</strong>, estudo do 3º ciclo dos concelhosde Torre de Moncorvo e Vila Nova de GaiaPereira, R. G.; Soidán, J. L.gestão, org. e factores sociais da activ. <strong>física</strong> e <strong>desporto</strong>técnico83 Princípio da responsabilidade objectiva vigentenas normas antidoping e os direitos humanosdos atletas: uma abordagem críticaCunha, R. C.; Nunes, R. A. M.; Novaes, G. S.;Knackfuss, M. I.; Miranda, H. F.; Cavalcanti, F. I. D.


v04 n01 JANEIRO/MARÇO 2008<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoDIRECTORProf. dr. Ruben Gonçalves PereiraDIRECTORES ADJUNTOSProf.ª dr.ª Ana Paula Ferreira de Brito(UV, Espanha)Prof. dr. Espregueira Mendes(Hospital São Sebastião)Mestre Alípio Oliveira(Comité Olímpico de Portugal)DIRECTOR DE REDACÇÃOJoão Paulo Lourenço (FTCD)PROPRIEDADE E EDIÇÃOFTCD - Fundação Técnica e Científica do Desportowww.motricidade.ftcd.orgCONCEPÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃOLaura Alves LourençoIMPRESSÃO E ACABAMENTOPublidisaTIRAGEM1000 exemplaresPERIODICIDADETrimestralICS n.º 124607ISSN n.º 1646-107XDEPÓSITO LEGAL222069/05EDITOR CHEFEProf. dr. Ruben Gonçalves Pereira (ULP, Portugal)EDITORES ASSOCIADOSProf.ª dr.ª Ana Paula Ferreira de Brito (UV, Espanha)Prof. dr. Vitor Reis (UTAD, Portugal)Dr. Filipe José Aidar (UTAD, Portugal)Prof. dr. Estélio H. M. Dantas (UCB, Brasil)Prof. dr. António José Silva (UTAD, Portugal)Prof. dr. Mário Marques (UBI, Portugal)Prof. dr. Ricardo Jacó Oliveira (UCB-DF, Portugal)Prof. dr. José Vasconcelos Raposo (UTAD, Portugal)Dr. André Carneiro (Funorte-MG, Brasil)COMITÉ EDITORIAL INTERNACIONALProf. dr. Ovídeo Costa (Dir. CMD Porto, Portugal)Prof. dr. José Luís Garcia Soidán (Uvigo, Espanha)Prof. dr. José Fernandes Filho (EEFD/UFRJ, Brasil)Dr. António Serâdio (UTAD, Portugal)Prof. dr. Paulo M. Silva Dantas (UNIGRANRIO-RJ, Brasil)Prof. dr. Carlos Albuquerque (ESSV, Portugal)Prof. dr. Francisco Bessone Alves (FMH-UTL, Portugal)Prof. dr. João Paulo Brito (ESDRM-IPS, Portugal)Prof. dr. Manuel Sérgio (Instituto Piaget, Portugal)Prof. dr. João Paulo Vilas-Boas (FADE-UP, Portugal)Prof. dr. José Rodrigues (ESDRM, Portugal)Prof. dr. Leandro Machado (FADE-UP, Portugal)Prof.ª dr.ª Maria Dolores Monteiro (UTAD, Portugal)Prof. dr. Rodolfo Benda (UFMG-MG, Brasil)Prof.ª dr.ª Joana Branco (BioCant, Portugal)Dr.ª Paula Pedreira (CMD Porto, Portugal)Prof. dr. João Breda (FPC, Portugal)Prof. dr. Tiago Barbosa (IPB Bragança, Portugal)Mestre Ivo Rêgo (Portugal)CONSULTORESProf.ª dr.ª Lúcia Oliveira (ULP, Portugal)Mestre Jaime Tolentino (Funorte-MG, Brasil)Prof. dr. Jefferson Silva Novaes (UFRJ-RJ, Brasil)Mestre António Moreira (ESDRM-IPS, Portugal)Dr.ª Ana Maria Almeida Torres(Hospital São Teotónio de Viseu, Portugal)ENDEREÇOFTCD - <strong>Revista</strong> de <strong>Motricidade</strong>Av. 5 de Outubro, 12, 1.º E64520-162 Santa Maria da FeiraTel. 256 378 690Fax 256 378 692ASSINATURASjoaopaulo@sportspeople.ptASSINATURA ANUALPortugal e Europa: 60 eurosAmérica Latina e PALOP: 80 eurosOutros Países: 80 euros


EDITORIALUm ciclo chega ao fim e outro se inicia, tal como na natureza,um trajecto e um projecto comum, a <strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong>.Findo um ciclo de três anos que reflectiu e personalizou uma equipa lideradapelo Prof. dr. Vitor Reis, com o intuito de dinamizar e imbuir a nossa sociedadede promoção e divulgação do bom que se faz cá pelo burgo e por além fronteiras,de investigação consolidada por consagrados e promissores investigadores.A anterior equipa editorial, conseguiu atingir um elevado nível de qualidadedos Artigos publicados, sendo um orgulho para todos nós que gostamos etrabalhamos de forma afincada, incisiva e profícua na Investigação e napromoção e divulgação da Investigação com sotaque de lusofonia.Ao constituir a equipa editorial que agora inicia funções, procuramos garantiruma composição alargada que nos permita assegurar competência, qualidade,criatividade, irreverência e originalidade. Tentamos aliar a sapiência e experiênciados colegas que são referências Nacionais e Internacionais à qualidade e excelênciade uma nova geração promissora de Investigadores na Área do Desporto e daSaúde, no intuito de levarmos a bom porto os objectivos a que nos propomos.Objectivos esses que passam de uma forma clara por:- Contribuir para que a <strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong> seja um reflexo premente e actuanteda informação, do conhecimento e do saber que diariamente são gerados no seiodas nossas especialidades, <strong>desporto</strong> e <strong>saúde</strong>. Para a concretização deste objectivoadoptaremos estratégias activas e irreverentes que nos permitam estimular apublicação de artigos e de trabalhos de investigação que sejam objecto decomunicação em Congressos, Seminários e Colóquios, Nacionais e Internacionais.- Expandir a oferta editorial nomeadamente e preferencialmenteem 4 áreas específicas:1. Saúde, Desporto e Actividade Físicaa.Actividade Física e qualidade de vida; b.Actividade Física em populaçõesespeciais; c.Actividade Física na terceira Idade; d.Actividade Física, genéticae <strong>saúde</strong>; e.Actividade Física e diversidade.2. Treino e Rendimento Desportivoa.Metodologia do Treino; b.Tecnologia adaptada ao Desporto Rendimento;c.Treino de capacidades coordenativas, condicionais e cognitivas; d.Treino datécnica, táctica em <strong>desporto</strong> Rendimento; e.Biomecânica e Rendimento Desportivo;f.Psicologia Desportiva.3. Educação Física e Desportoa.Educação Física Escolar; b.Educação Física e Desporto Escolar; c.Formaçãoe Avaliação em Educação Física; d.Formação e Avaliação dos Profissionaisde Educação Física e de Desporto.4. Gestão, Organização e Factores Sociais da Actividade Física e Desportoa.Equipamento e Instalações desportivas; b.Gestão e organização do <strong>desporto</strong>;c.Actividade <strong>física</strong> para todos; d.Desporto e turismo; e.Direito desportivo.- Procurar promover a colaboração e a cooperação com os departamentos Universitáriosde várias Instituições, protocolando diversas formas conjuntas de intervenção.A <strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong>, referencia um idioma e por via dele o espaço emque o português serve de instrumento de comunicação. Ou seja, mais do queafirmar a língua portuguesa, a revista pretende congregar, estimular, promover edivulgar a comunidade académica, científica e sócio-profissional que pensa,reflecte e fundamenta em português os problemas do <strong>desporto</strong> e da <strong>saúde</strong> emsentido lato. Ela é pois movida por um espírito de inclusão e abertura e não deexclusão e clausura. Não se confina às grandezas da nação ou região;o seu horizonte é o da internacionalização.Por tudo isto estamos convencidos que a <strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong>, na sua nova etapa,vai constituir-se como um órgão mais eficaz para difundir e expandir todas asestruturas que renovam o corpo doutrinal que sustenta a nossa profissão e o nossocarácter, divulgando o trabalho e a persistência de todos aqueles que pretendem daruma “pedrada no charco” no que à investigação de âmbito científico diz respeito.Ruben Gonçalves Pereirae


<strong>saúde</strong>, <strong>desporto</strong> e <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>


investigaçãoEXERCÍCIO FÍSICO, IgA SALIVAR EESTADOS EMOCIONAIS DA PESSOA IDOSAPHYSICAL EXERCISE, SALIVARY IgA ANDMOOD STATES OF ELDERLY PEOPLEAUTORESRaul Martins 1Fátima Rosado 1Maria Rosário Cunha 2Mafalda Martins 2Ana Maria Teixeira 11Faculdade de Ciências do Desporto eEducação Física da Universidade de Coimbra2Laboratório de Patologia Clínica dosHospitais da Universidade de CoimbraEXERCÍCIO FÍSICO, IgA SALIVARE ESTADOS EMOCIONAISDA PESSOA IDOSA4(1): 5-11PALAVRAS-CHAVEaptidão <strong>física</strong> funcional;idosos; IgA; estados emocionais;exercício físico.KEYWORDSfunctional fitness; elderly; IgA;mood states; physical exercise.data de submissãoAbril 2007data de aceitaçãoJunho 2007RESUMOÉ genericamente aceite que a idadeestá associada à imunosenescência.Por outro lado, a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>tem sido consistentemente relacionadacom estados de humor e afectopositivos motivando, igualmente,ganhos no bem-estar psicológico eno afecto positivo. Carece aindade fundamentação mais alargada ademonstração de que esses efeitossão extensíveis à pessoa idosa.O propósito do presente trabalhoconsiste em averiguar as adaptaçõescrónicas da aptidão <strong>física</strong>funcional e imunoglobulina A salivarda pessoa idosa a um programa deexercício físico. Simultaneamente,serão analisados os estados dehumor dessa população no início eno final do programa.Participaram 28 sujeitos com idadescompreendidas entre os 65 e os 95anos. O grupo de exercício cumpriuum programa de exercícios físicosdurante 16 semanas, com umafrequência de 3 sessões semanais.A análise comparativa dos dadosfoi efectuada através do recurso aoteste de Wilcoxon.Verificaram-se alterações positivasna aptidão <strong>física</strong> funcional que reforçamo princípio da treinabilidadedos idosos. Os dados apontam tambémpara uma melhoria dos estadosde humor após o exercício físico epara um efeito crónico imunoprotector.ABSTRACTIt is generally accepted that theaging process is associated withimmunosenescence. On the otherhand, physical activity has beenconsistently associated with positivestates of affection and mood whichalso implies gains on psychologicalwell-being. However, more studiesare needed to support the benefiteffect of exercise on specific populationgroups like the elderly.The purpose of the present work isto study the functional fitness, moodstates and salivary IgA chronicadaptations after a physical exerciseprogram.28 subjects aged between 65 and95 years old participated in thisstudy. The experimental group exercisedduring 16 weeks, 3 times perweek. The Wilcoxon test was usedto compare the data.The results showed positive changeson the functional fitness that reinforcethe trainability principle of theolder person. The data shows alsoan improvement in mood states andchronic positive effects on salivaryIgA after the exercise program.


06 | 07 |investigação técnico original opinião revisãoINTRODUÇÃOO envelhecimento corresponde a umprocesso ou grupo de processosque ocorrem nos organismos vivose que com a passagem do tempooriginam perda de adaptabilidade,incapacidade funcional e, eventualmente,a morte 15 .Algumas das funcionalidades afectadaspelo envelhecimento de pessoassedentárias, de acordo comJones e Rose 5 , passam por a) decréscimodo pico de transportede oxigénio em 5mL.kg -1 .min -1pordécada, entre os 25 anos e os 65anos; b) aumento da gordura corporalcom decréscimo da tolerância àglucose e deterioração do perfillipídico; c) decréscimo de 25% nopico de força muscular e massamagra, entre os 40 anos e os 65anos, com posterior aceleração;atrofia selectiva das fibras muscularesrápidas; e menor coordenaçãodas contracções musculares; d)decréscimo de 7% na flexibilidade,por década de vida adulta; e) decréscimoprogressivo do conteúdomineral ósseo e deterioração damatriz óssea a partir dos 25 anos,e com aceleração nas mulheres emidade pós-menopáusica; f) decréscimono equilíbrio, na velocidadede reacção e aumento do tempode execução dos movimentos; g)deterioração de alguns sentidos(visão, audição, olfacto e paladar),alterações da memória, dos padrõesde sono e níveis de depressão.O declínio funcional a que estãosubmetidos os órgãos e os sistemasé prevenível e mesmo reversívela partir da adopção de umaprática regular de <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.De acordo com Shephard 14 , a participaçãoem programas regularesde <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> pode retardar onormal processo de envelhecimentode 10 a 20 anos.O humor corresponde ao conjuntode estados afectivos que a pessoaexperimenta no dia-a-dia. Embora ohumor possa ser conceptualizadoem termos de estados de humordistintos, tais como o vigor e adepressão, difere da emoção, que énormalmente definida em termosde estados de sentimentos geradoscomo reacção a certos eventos ouavaliações 2 .Baseado em evidência vária, Biddle 2conclui que: a) a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> éconsistentemente associada comhumor e afecto positivos; b) quandoas características da prática têmsido identificadas, o exercício aeróbiotem um pequeno a moderadoefeito na tensão, depressão, vigor,fadiga e confusão e um pequenoefeito na irritabilidade; c) a relaçãopositiva entre a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> e obem-estar psicológico tem sidoconfirmada em vários trabalhosepidemiológicos, os quais usaramdiferentes medidas da <strong>actividade</strong> edo bem-estar; d) trabalhos experimentaissuportam um efeito positivode exercício de intensidademoderada no bem-estar psicológico;e) a evidência baseada em meta--análises mostra que a adopçãode objectivos do exercício focadosna melhoria individual, no esforço emestria têm uma associação moderadaa alta com o afecto positivo.Algumas questões que carecemde fundamentação mais alargadapassam, por exemplo, pela demonstraçãode que os efeitos referidosacima são extensíveis a diferentesgrupos de sujeitos e, concretamente,à pessoa idosa.É genericamente aceite que a funçãoimunitária, quer a inata, quer aadquirida, decresce com a idade, oque tornará os idosos menos resistentesa microrganismos patogénicos,relativamente a pessoas maisjovens. No entanto, a imunosenescêncianão implica necessariamenteum défice da função imunitária mas,mais apropriadamente, um estadodesregulado 6 . Os linfócitos B, constituintesda imunidade adquirida eprogenitores dos anticorpos (imunoglobulinas),também são afectadospelo processo da imunosenescência.Tem sido observada redução da concentraçãode anticorpos 12 e reduçãoda afinidade 9 .O exercício físico de intensidademoderada tem sido identificadonum conjunto de trabalhos 1,3,8,11como um agente com potencialpara melhorar a imunosenescência.Adversamente, exercício de intensidadeelevada parece motivar efeitossupressores da IgA salivar, talcomo foi constatado num trabalhodesenvolvido com 17 tenistas australianasde elite 10 , em que foi obtidadiminuição significativa (p


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoianos (tabela 1). Os elementosda amostra foram divididos emgrupo de exercício (8 mulheres e 3homens) e grupo de controlo (12mulheres e 5 homens). Todos osparticipantes foram recrutados emCentros de Dia da área geográficade Coimbra, tendo dado o respectivoconsentimento verbal apóslhes terem sido explicados comdetalhe os objectivos do trabalho,os testes a que iriam submeter-seassim como as característicasdo programa de exercício físico,nomeadamente no que respeita àduração, à frequência e ao tipo deexercícios. Foi critério para inclusãona amostra a capacidade ambulatóriade todos os elementos.InstrumentosForam utilizados como instrumentosde estudo a) uma bateria de testesfísicos adaptados - Functional FitnessTest (Rikli & Jones, 1999),para avaliação da aptidão <strong>física</strong>funcional;) um questionário paracaracterização dos estados dehumor (Profile of Mood States -Short Form), traduzido e adaptadoà população portuguesa por Vianae Cruz (1993); c) recolhas de salivapara determinar a concentraçãode imunoglobulina A (IgA). Todosos procedimentos utilizados respeitaramas normas internacionaisde experimentação com humanos(Declaração de Helsínquia de 1975).Os parâmetros da aptidão <strong>física</strong>funcional avaliados foram: a) aforça superior (flexão do antebraço- número de execuções em 30 segundos,com uma carga externa de3,63 quilogramas para os homense 2,28 quilogramas para as mulheres);b) a força inferior (levantare sentar na cadeira - número deexecuções em 30 segundos); c)a flexibilidade inferior (sentado ealcançar - distância atingida naMulheresn=3Exercício (EX)Idade (anos) 79.50 ± 7.00Homensn=8direcção dos dedos dos pés, medidaem centímetros); d) a flexibilidadesuperior (alcançar atrás das costas(distância que as mãos podematingir atrás das costas, medidaem centímetros); e) a resistênciaaeróbia (andar 6 minutos - distânciamáxima percorrida nesse períodode tempo, medida em metros); f)a velocidade, agilidade e equilíbrio(VAE) - sentado, caminhar 2.44metros e voltar a sentar (temponecessário, em segundos, para selevantar de uma cadeira, percorrera distância e voltar a sentar-se); g)a estatura e o peso (índice de massacorporal - quilogramas por metroquadrado).O questionário para avaliação dosestados de humor (POMS-SF) éconstituído por seis sub-escalaspara a depressão, tensão, fadiga,vigor, irritabilidade e confusão, incidindono modo como os participantesse sentiram na última semana.A concentração de IgA foi determinadapelo método de nefelometria(nefelómetro BN2, DADE Behring,EUA), tendo a saliva sido recolhidano período da manhã, em jejum.ProcedimentosDada a natureza do trabalho, foiconcebido um estudo comparativoantes e após a prescrição de umprograma de exercício físico, com16 semanas de duração. Após aavaliação inicial, o grupo de exercício(EX) iniciou um programa detreino, com uma frequência de 3Mulheresn=12Controlo (CO)77.06 ± 8.23sessões semanais (3x) e uma duraçãode 50 minutos por sessão,dos quais, 15 minutos eram dedicadosao aquecimento, 20 minutosa exercícios específicos de coordenação,equilíbrio, força e resistênciaaeróbia, de acordo com a avaliaçãoefectuada e, finalmente, 15 minutosde retorno à calma. Os exercíciosde alongamentos foram efectuadosno aquecimento e retorno à calma.A intensidade da parte principal dassessões foi mantida entre 50 e60% da frequência cardíaca máxima.EstatísticaA análise descritiva dos dados foiefectuado através do recurso àmédia aritmética e desvio-padrão.A análise comparativa entre aavaliação inicial e a avaliação finalfoi efectuada através do recurso aoteste de Wilcoxon. O nível de confiançautilizado em todas as análisesfoi p≤.05.RESULTADOSHomensn=5TABELA1Média e desvio-padrão da idade dos grupos de exercício (EX) e controlo (CO).A partir da leitura da tabela 2pode observar-se que, na avaliaçãoinicial, o grupo de controlo (CO)apresentou melhor desempenhonum conjunto de parâmetros daaptidão <strong>física</strong> funcional, relativamenteao grupo de exercício (EX),nomeadamente no que respeita àforça inferior, à força superior, àvelocidade, agilidade e equilíbrio


08 | | investigação técnico original opinião revisão09Força inferiorForça superiorVAEFlexibilidade inferiorFlexibilidade superiorResistência aeróbia(VAE) e também à resistência aeróbia.Relativamente à flexibilidadeinferior, ambos os grupos obtiveramvalores semelhantes e, quanto àflexibilidade superior, o grupo deexercício obteve um nível superior.DepressãoTensãoFadigaVigorIrritaçãoConfusãoGrupoCOEXCOEXCOEXCOEXCOEXCOEXGrupoCOEXCOEXCOEXCOEXCOEXCOEXAvaliaçãoinicial11.65 ± 3.667.45 ± 3.5014.29 ± 3.9612.27 ± 3.1310.10 ± 5.3415.36 ± 9.60-10.24 ± 14.06-10.45 ± 14.12-21.94 ± 13.12-3.91 ± 36.79352.29 ± 120.68197.64 ± 66.75Na avaliação final, o grupo quepraticou exercício físico obteveganhos em todos os parâmetrosda aptidão <strong>física</strong> funcional, comexcepção da flexibilidade superior,tendo mesmo ultrapassado o grupoAvaliaçãoinicial0.79 ± 0.871.55 ± 0.560.67 ± 0.771.98 ± 0.510.72 ± 0.891.86 ± 0.470.78 ± 0.811.02 ± 0.670.22 ± 0.371.88 ± 0.620.26 ± 0.471.27 ± 0.61Avaliaçãofinal11.76 ± 5.0112.91 ± 5.2613.88 ± 4.9915.09 ± 3.9611.29 ± 8.9413.27 ± 5.76-8.62 ± 17.28-3.18 ± 11.12-19.82 ± 12.34-20.09 ± 17.00348.82 ± 153.67331.82 ± 71.67Avaliaçãofinal0.75 ± 0.770.84 ± 0.340.65 ± 0.681.00 ± 0.540.65 ± 0.741.16 ± 0.580.81 ± 0.901.98 ± 0.660.29 ± 0.441.15 ± 0.670.71 ± 0.871.05 ± 0.72TABELA3Comparação das médias das seis sub-escalas dos estados de humor no grupode exercício (EX) e no grupo de controlo (CO), entre a avaliação inicial e final,calculadas a partir do teste de Wilcoxon, com um nível de confiança de 95%.* Significativo para p≤.05p.086.021*.972.042*.325.066*.088.342*.758.673*.776.006*TABELA2Comparação das médias das seis variáveis da aptidão <strong>física</strong> funcionalno grupo de exercício (EX) e no grupo de controlo (CO), entre a avaliação inicial e final,calculadas a partir do teste de Wilcoxon, com um nível de confiança de 95%.* Significativo para p≤.05p.699.005*1.000.005*1.000.009*.937.003*.491.003*.018*.374de controlo nos níveis de forçainferior e superior e na flexibilidadeinferior. O grupo de exercício obteveganhos com significado estatístico(p≤.05) na força superior (p=.021),na força inferior (p=.042) e naresistência aeróbia (p=.006), aopasso que o grupo de controlo nãoobteve alterações estatisticamentesignificativas (p≤.05) entre a avaliaçãoinicial e a avaliação final, para osvários parâmetro da aptidão <strong>física</strong>funcional. As alterações positivasverificadas na aptidão <strong>física</strong> funcionalcontribuem para o reforço do princípioda treinabilidade dos idosos.Os resultados obtidos para os estadosde humor (tabela 3) mostramque o grupo de controlo apresentou,na avaliação inicial, níveis inferioresde depressão, tensão, fadiga, vigor,irritação e confusão, relativamenteao grupo de exercício. Estes valoresnão sofreram alterações com significadoestatístico na avaliação final,exceptuando a componente confusãoque apresentou um incremento estatisticamentesignificativo (p≤.05).Relativamente ao grupo que efectuouo programa de exercício físicoforam registadas diminuições estatisticamentesignificativas nos níveisde depressão (p=.005), de tensão(p=.005), de fadiga (p=.009), deirritação (p=.003) e ganhos nosníveis de vigor (p=.003). Os níveisde confusão também apresentaramuma tendência de descida sem que,contudo, tivessem significado estatístico(p≤.05). Estes dados apontampara uma inequívoca melhoria dos estadosde humor após o cumprimentodo programa de exercício físico.Quando se analisaram os efeitosdo exercício na imunosenescência(tabela 4) ou, mais concretamente,através da IgA salivar, foram registadosganhos entre a avaliação iniciale a avaliação final, para o grupode exercício, de 9.56±4.71µg/mlpara 18.68±11.67µg/ml (p=.010).


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiO grupo de controlo apresentouligeiro acréscimo entre os doismomentos da avaliação, não sendosuficiente para revelar significadoestatístico (p≤.05). Relativamenteà taxa de secreção foi observadoum acréscimo na média para o grupode exercício e, um decréscimo namédia para o grupo de controlo.Qualquer destas alterações não foiestatisticamente significativa.A figura 1 ilustra de modo claro osganhos de 95.40% na IgA salivar,para o grupo de exercício, após oprograma de treino e os ganhos de10.88%, para o grupo de controlo,após o mesmo período de 16 semanas.É também particularmentevisível o ganho de 15.86% na taxade secreção da IgA salivar, para ogrupo de exercício e a diminuiçãode 20.58% para o grupo de controlo,no mesmo período temporal. Destemodo, na avaliação final, foramobtidos valores semelhantes paraa IgA salivar entre o grupo de exercício(18.68±11.67µg/ml) e o grupode controlo (18.75±19.42µg/ml),enquanto que, para a taxa desecreção, o grupo de exercício(86.27±61.25µg/min) conseguiumesmo ultrapassar ligeiramenteos valores do grupo de controlo(80.10±65.57µg/min).GrupoExercício(n=11)Controlo(n=17)IgA-sal Inicialµg/ml9.56±4.71IgA-sal Finalµg/mlNo trabalho citado foi utilizada amesma bateria de avaliação daaptidão <strong>física</strong> e os mesmos procedimentosadoptados no presenteestudo.Noutro trabalho mais recente 16 ,que envolveu 32 idosos (81.78±5.5anos), foram também observadosganhos na força superior, na forçainferior e na resistência aeróbia,após 19 semanas de exercício físico,que foram acompanhados por umdeclínio da aptidão <strong>física</strong> funcionaldo grupo de controlo, nos váriosparâmetros avaliados.pTx-Secr Inicialµg/mlTx-Secr Finalµg/ml18.68±11.67 .010* 74.46±48.33 86.27±61.25 .37416.91±14.75 18.75±19.42 .906 100.85±90.98 80.10±65.57 .981Programas de exercício físico têmmotivado alterações positivas nosestados de humor, em vários trabalhosrealizados com populaçõesidosas, o que está de acordo comoos dados do presente estudo.Numa investigação que envolveua participação de 37 idosos deambos os sexos, com idades compreendidasentre os 65 anos e os 93anos, o grupo que efectuou exercíciofísico 3 vezes por semana, após 4meses, obteve variações positivaspara a depressão, para a fadiga epTABELA4Comparação das médias da imunoglobulina A salivar (IgA-sal) e da respectiva taxa desecreção (Tx-Secr), para o grupo de exercício e grupo de controlo, entre a avaliação iniciale final, calculadas a partir do teste de Wilcoxon, com um nível de confiança de 95%.100806095,4* Significativo para p≤.05COLEGENDAEXDISCUSSÃOVariação (%)402010,8815,86Relativamente à treinabilidade daaptidão <strong>física</strong> funcional dos idosos,as conclusões obtidas estão deacordo com outros trabalhos. Umgrupo de 12 senhoras idosas(72.86±6.84 anos), e após 10 semanasde exercício com sessões trisemanais,registou melhorias comsignificado estatístico (p≤.05) emtodas as componentes avaliadas 7 .0-20-40IgA-Sal-20,58Taxa de SecreçãoIgA-SalFIGURA1Variação entre a avaliação inicial e final para a imunoglobulina A e respectivataxa de secreção, no grupo de controlo (CO) e no grupo de exercício (EX).


10 | | investigação técnico original opinião revisão11para o vigor, enquanto o grupo decontrolo apresentou deterioraçãodos níveis de vigor e da confusão 4 .Numa outra pesquisa 16 , em queparticiparam 28 idosos, o grupo deexercício obteve redução dos níveisde depressão, enquanto o grupode controlo apresentou diminuiçãodo vigor e aumento da componenteconfusão.Teixeira e colaboradores 16 , numoutro trabalho que envolveu 32sujeitos (81.8±5.5 anos), registaram,após 19 semanas de exercíciofísico, diminuição com significadoestatístico (p≤.05) para os estadosemocionais da depressão, tensão,fadiga e irritabilidade, assim comoganhos a nível do vigor. O grupo decontrolo apresentou um aumentodos valores associados à dimensãoconfusão.Os autores citados no parágrafoanterior, após as 19 semanas detreino, obtiveram ganhos quer paraa concentração de IgA, ainda quesem significado estatístico (p=.066),quer para a respectiva taxa desecreção (p=.018), a qual sofreuuma variação positiva de 53.44±37.90µg/min para 90.02±82.85µg/min.Numa interessante investigação(Akimoto e col., 2003), levada acabo durante 12 meses, e em que18 idosos (67.3±3.6 anos) e 27idosas (63.7±6.9 anos) participaramnum programa de exercício físicobi-semanal (1 sessão de treino deforça - 2 séries com 8 a 15 repetiçõese 1 sessão de treino cardiovascularcom intensidade inferior a60%FC máx de reserva), foi tambémconcluído que, quer a taxa desecreção salivar de IgA, quer aconcentração de IgA apresentamganhos estatisticamente significativosentre a avaliação inicial e afinal (p


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoisubjects who improved their exercisehabits through health educationin the workplace. J Occup Health,45(5):278-85.9. Nicoletti C, Yang X, Cerny J(1993). Repertoire diversity ofantibody response to bacterialantigens in aged mice. III. Phosphorylcholineantibody from young andaged mice differ in structure andprotective activity against infectionwith Streptococcus pneumoniae.J Immunol, 150(2):543-9.10. Novas AM, Rowbottom DG,Jen-kins DG (2003). Tennis, incidenceof URTI and salivary IgA. Int JSports Med, 24(3):223-229.11. Ogawa K, Oka J, Yamakawa J,Higuchi M (2005). A single boutof exercise influences natural killercells in elderly women, especiallythose who are habitually active. JStrength Cond Res., 19(1):45-50.12. Powers DC, Belshe RB (1993).Effect of age on cytotoxic T lymphocytememory as well as serumand local antibody responseselicited by inactivated influenzavirus vaccine. J Infect Dis, 167(3):584-592.13. Rikli RE, Jones CJ (1999).Development and validation of afunctional fitness test for community--residing older adults. JAging andPhysical Activity, 1999a; 7:129-161.14. Shephard R (1997). Aging, PhysicalActivity and Health. Champaign,IL: Human Kinetics.15. Spirduso WW, Francis KL, Mac-Rae PG (2005). Physical Dimensionsof Aging, 2 ndEd. (pp.1-30). Champaign,IL: Human Kinetics.16. Teixeira AM, Martins R, MartinsM, Cunha MR (2005). Functionalfitness, mood states, and salivaryIgA responses to an exercise programin an elderly population. In KKelley, M Irwin, R Dantzer & VSanders (Eds.), 7 th ISEI SymposiumAbstracts - Brain, Behavior, andImmunity, 19(5):485-86.17. Teixeira AM, Cunha MR, MartinsM, Martins, R (2004). Mobility--related fitness, salivary IgA andmood states in an elderly population,after a physical exerciseprogram. In E Van Praagh, J Coudert,N Fellmann, P Duché (Eds.), 9 thAnnual Congress European Collegeof Sport Science - Book of Abstracts(pp. 89). Clermont-Ferrand: ECSS.18. Viana M, Cruz J (1993). Perfildos Estados de Humor (POMS -Versão Reduzida): Tradução e adaptação.Braga: Universidade do Minho.


investigaçãoCONSUMO MÁXIMO DE OXIGÉNIO E ESTÁGIODE MATURAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTESMAXIMUM OXYGEN UPTAKE AND SEXUALMATURITY OF CHILDREN AND ADOLESCENTSAUTORESRoberto Jerônimo dos Santos Silva 1Édio Luiz Petroski 21Grupo de Estudos e Pesquisa em AtividadeFísica relacionada à Saúde - GEPAFIS/UNIT,Universidade Tiradentes - Aracaju (SE)2Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC), Programa de Pós-Graduação emEducação Física, Núcleo de Pesquisa emCineantropometria e Desempenho Humano- NUCIDH/UFSCCONSUMO MÁXIMO DE OXIGÉNIOE ESTÁGIO DE MATURAÇÃO SEXUALDE CRIANÇAS E ADOLESCENTES4(1): 13-19PALAVRAS-CHAVEadolescência; puberdade;composição corporal.KEYWORDSadolescence; puberty;body composition.data de submissãoJulho 2007data de aceitaçãoOutubro 2007RESUMOEste estudo teve como objetivo analisaro consumo máximo de oxigêniode crianças e adolescentes durantea puberdade. Participaram do estudo779 crianças e adolescentes da regiãodo Cotinguiba, SE, sendo 404do sexo feminino e 379 do sexo masculino.Foram mensurados valoresde peso, estatura e dobras cutâneas.Foram estimados o percentual degordura e a massa corporal magra.Os estágios de maturação sexualforam estabelecidos por autoavaliação,pela ocorrência de pêlospubianos. O VO 2 máx foi estimadoatravés do teste Vai-e-vem de 20metros. Para a análise de dados, foiutilizada a estatística descritiva, acorrelação de Pearson e análise devariância (p≤0,05). Os resultadossugerem aumento progressivo parao VO 2 máx absoluto (l/min), em ambosos sexos, com o avanço maturacional.Diferenças significativas entre ossexos são observadas a partir doestágio maturacional P3. As correlaçõesentre o VO 2 máx absoluto(l/min) e os estágios maturacionaisforam significativas para ambos ossexos (p


14 | | investigação técnico original opinião revisão15INTRODUÇÃOA adolescência é o período detransição entre a infância e a idadeadulta, e marcada pelo impacto dapuberdade, que influencia as modificaçõesantropométricas e de composiçãocorporal que caracterizamo processo de crescimento e desenvolvimentoda adolescência 1 .Embora a maioria das doenças associadasao sedentarismo somentese manifeste na vida adulta, écada vez mais evidente que seudesenvolvimento se inicia na infânciae na adolescência 2 . Sendo assim,o estímulo à prática de atividade<strong>física</strong> desde a juventude deve seruma prioridade em <strong>saúde</strong> pública.Apesar dessas evidências, a prevalênciade sedentarismo ainda émuito alta, tanto em países ricos,quanto naqueles de renda médiaou baixa 3 . Segundo a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) 4 , a estimativaglobal da prevalência do sedentarismoentre adultos é de 17%, edaqueles que fazem atividade <strong>física</strong>,31% a 51%, são insuficientementeativos, nos dias atuais. Nas capitaisbrasileiras, e Distrito Federal,a prevalência de sedentarismo napopulação adulta masculina (38,8%)é duas vezes maior que a feminina(20,1%) 5 .A atividade <strong>física</strong> é um dos elementosdo estilo de vida que desempenhaum papel significativo napromoção da <strong>saúde</strong> e na prevençãode doenças 6 . A aptidão <strong>física</strong> é umcomponente do estilo de vida quetem sido associado a menores níveisde risco para o desenvolvimentode doenças e morte por todas ascausas, principalmente quando consideradocomo indicador o consumomáximo de oxigênio 7 .Entretanto, no que se refere àscrianças e adolescentes, o estudodo VO 2 máx, ainda exige algumaprofundamento de forma a seobter melhores explicações sobreespecificidades aí envolvidas, sobretudodurante o crescimento e desenvolvimentohumano.Nesta perspectiva, Léger 8 coloca que,quando comparados com adultos,crianças e adolescentes tendem ater menor VO 2 máx quando este éexpresso de forma absoluta (l/min),e quando considerado relativamenteao peso corporal (ml/Kg/min),para meninos. Enquanto que, paraas meninas, o VO 2 máx, tende a serestável durante o crescimento, e háuma redução com o aumento daidade. Em termos gerais, adolescentesque maturam precocemente têmVO 2 máx (l/min) mais elevado queaqueles com maturação tardia 9 .Estudos longitudinais 10mostramque meninos apresentam melhorcondicionamento aeróbio em relaçãoàs meninas, mas os resultados sãosemelhantes, quando consideradaa magnitude de alteração na capacidadeaeróbia entre os gêneros(ml.Kg -0,67 .min).No que se refere ao VO 2 de pico,Janz e Mahoney 10 encontraram umamoderada correlação deste com amaturação sexual para meninos(0,67) e para meninas (0,53) quandoexpresso de forma absoluta (ml//min), todavia não tem sido observadacorrelação quando o VO 2 depico é expresso de forma relativaà massa corporal (ml/Kg 0,67 .min)em ambos os gêneros.De acordo com Léger 8 , o VO 2 máxabsoluto tende a aumentar duranteo crescimento em ambos os gêneros,sendo interessante destacarque crianças com maior nível maturacionaltêm maior VO 2 de pico.Dessa forma, o nível maturacionale o crescimento talvez influenciemos níveis de VO 2 máx absoluto devidoao aumento da quantidade de massamuscular disponível para a atividade.Recentemente, Rodrigues et al. 11determinaram valores médios deVO 2 máx para adolescentes brasileiros.Barbosa et al. 1 analisaram ainfluência dos estágios de maturaçãosexual, no estado nutricionale na composição corporal de adolescentes.Entretanto, as alteraçõesdo consumo máximo de oxigêniode crianças e adolescentes durantea puberdade, em amostras da populaçãobrasileira, ainda há umacarência de informações. Assim,justifica-se a realização de maisestudos, no sentido de analisar oconsumo máximo de oxigênio emcrianças e adolescentes durantea puberdade.METODOLOGIAEste trabalho seguiu as recomendaçõesda resolução 096/96 doMinistério da Saúde, para pesquisacom seres humanos, sendo analisadoe aprovado pelo Comitê deÉtica da Universidade Federal deSanta Catarina, protocolo número030/2002.O estado de Sergipe está divididoem 75 municípios divididos, deacordo com a atividade econômicapredominante, em 5 regiões geo--econômicas: Litoral, Cotinguiba,Agreste, Baixo São Francisco. Aregião do Cotinguiba é composta por13 municípios, tendo por principalatividade econômica a produçãode cana-de-açúcar.Foram sorteadas sete cidade parafazer parte da amostra (Japaratuba,Capela, Maruim, Maynard,Muribeca, Rosário do Catete eCarmópolis).Participaram da amostra 779 escolares,sendo 404 do sexo femininoe 379 sexo masculino, com idadesde 07 a 14 anos.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiA coleta de dados das característicasmorfológicas de peso, alturae de dobras cutâneas (tríceps esubescapular) dos adolescentesseguiram normas padronizadas 12,13 .O percentual de gordura foi calculadoa partir da equação propostapor Lohman 14 com suas constantesoriginais, sendo que os intervalosoriginais para as idades foram completadospelas constantes sugeridaspor Petroski e Pires Neto 15 .O estágio maturacional foi avaliadopela ocorrência de pelos pubianos,para tanto foram utilizadas asplanilhas propostas por Tanner,através de auto-avaliação, conformeindicações da literatura 16,17,18 , sendoclassificado em P1, P2, P3, P4, P5e P6. Foi fornecida uma descriçãodetalhada de cada estágio, doscaracteres sexuais secundários,para melhor compreensão e identificaçãopor parte dos adolescentes.Para o VO 2 máx utilizou-se o testeVai-e-vem 20 metros, proposto porLeger et al. 19 : que consiste em oavaliado correr (ir e voltar) um espaçode 20 metros até a exaustão.O último estágio percorrido foiconsiderado como o equivalenteda velocidade aeróbia máxima,sendo então usado para encontraro VO 2 máx.Para o cálculo do VO 2 máx foi utilizadaa equação abaixo:VO 2 máx = 31,025 + 3,238x 1 -3,248x 2 + 0,1536x 1 x 2onde:VO 2 máx = ml/Kg/min;x 1 = Km/h (velocidade máxima atingidano teste);x 2 = idade (em anos).Como procedimentos estatísticos,utilizou-se a estatística descritivapara melhor apresentação dosresultados, o teste t para amostrasVariáveisIdadeindependentes para a verificaçãodas diferenças entre os gêneros, aANOVA One Way, com post hocde Tukey para verificação das diferençascom o avanço da maturação10,46 ± 2,32 10,76 ± 2,43 NSEstatura 138,91 ± 13,78 140,40 ± 14,62 NSMassa corporal 33,08 ± 10,54 33,76 ± 11,44 NSIMC (KG/m 2 ) 16.71 ± 2,87 16,74 ± 4,17 NS%G 16.92 ± 6,25 10,71 ± 5,17 14,96*VO 2 máx 42,69 ± 4,58 45,29 ± 4,56 -7,93*Maturação Idade VO 2 máxP1 8,36 ± 1,43P2P3P4P510,30 ± 1,6812,09 ± 1,4312,88 ± 1,2213,57 ± 0,65P1 8,44 ± 1,51P2P3P4P510,21 ± 2,0411,50 ± 1,7913,00 ± 1,1213,71 ± 0,47Feminino Masculino Teste tTABELA1Valores descritivos para as variáveis coletadas nesteestudo para escolares de 07 a 14 anos.45,03 ± 3,3942,66 ± 4,1341,82 ± 4,7839,49 ± 4,5939,04 ± 5,01* Significativo a p≤0,05; NS: não significativo.Feminino(ml/Kg/min)MasculinoMaturação Idade VO 2 máx(ml/Kg/min)45,49 ± 3,7044,45 ± 4,6345,54 ± 4,3445,65 ± 5,0444,35 ± 7,97e a correlação de Pearson para averificação das relações entre maturaçãoe VO 2 máx, tendo sido utilizado,em todas as análises o nívelde significância de 5% (p≤0,05).VO 2 máx(l/min)1,12 ± 0,251,35 ± 0,301,57 ± 0,341,72 ± 0,301,99 ± 0,39VO 2 máx(l/min)1,14 ± 0,221,40 ± 0,541,53 ± 0,311,99 ± 0,452,35 ± 0,54VO 2 máx(ml/Kgmm/min)53,29 ± 4,8651,97 ± 5,5050,25 ± 5,2848,71 ± 5,5751,04 ± 6,28VO 2 máx(ml/Kgmm/min)50,43 ± 4,5950,69 ± 5,5051,06 ± 4,8051,13 ± 5,6950,61 ± 7,64TABELA2Valores descritivos de idade, consumo máximode oxigênio por estágio maturacional de crianças e adolescentes.


16 | | investigação técnico original opinião revisão17CapacidadeCardiorrespiratóriaVO 2 máx (ml/Kg/min)VO 2 máx (ml/Kgmm/min)VO 2 máx (l/min)RESULTADOSA tabela 1 mostra os resultadosantropométricos, de composiçãocorporal e o VO 2 máx, dos escolaresavaliados de ambos os sexos.Os resultados mostram que somentehouve diferenças estatísticasnas médias de %G e VO 2 máx,entre os sexos. O %G foi significativamentemaior entre as meninas,enquanto que o VO 2 máx foi maiornos meninos.A tabela 2 mostra os valoresdescritivos encontrados para oVO 2 máx absoluto (l/min), relativoà massa corporal (ml/Kg/min) erelativo à massa corporal magra(ml/Kgmm/min) de acordo com oestágio maturacional de criançase adolescentes.Verifica-se na tabela 3, que a correlaçãoentre VO 2 máx e maturaçãosexual é significativa para o gênerofeminino para as variáveis de capacidadecardiorrespiratória, enquantoque para o masculino apenas eml/min (r=0,66). As correlações entreVO 2 máx e estágio de desenvolvimentode pêlos pubianos foramnegativas e significativas, para osexo feminino. Enquanto que ascorrelações entre VO 2 máx (l/min)e estágio de desenvolvimento depêlos pubianos foram moderadase positivas para ambos os sexos.Feminino-0,44*-0,28*-0,65*Maturação(pêlos pubianos)TABELA3Correção entre Capacidade cardiorespiratória padrão maturacional.* p≤0,05.Masculino0,010,050,66*DISCUSSÃOOs resultados do presente estudosugerem valores de VO 2 máx superioresentre meninos quando comparadoscom as meninas, o que já eraesperado 20 . Fatores culturais para aprática de atividade <strong>física</strong>, o maiordesenvolvimento muscular entremeninos, e a maior quantidade degordura corporal entre as meninas 21 ,favorecem tais diferenças.Malina e Bouchard 9enfatizam quedurante a adolescência as meninastendem a ganhar maior massagorda que os meninos, sendo que,no gênero feminino, a massa gordarefere-se ao maior percentual dopeso corporal quando comparadoao masculino. Associação significativaentre a maturação sexual e aprevalência de sobrepeso/obesidade,tem sido verificada nasmeninas, mas não nos meninos 22 .Van Loan 23 também observou estadiferenciação entre os gêneros,entretanto, acrescenta que aumentoanual de gordura corporal emmeninas pode chegar a 1,14 Kg,enquanto que nos meninos, ocorreum decréscimo, explicado pelo aumentode massa corporal magra.As correlações entre VO 2 máx ematuração foram significativaspara o sexo feminino, tanto emtermos relativo quanto em absoluto;enquanto que para o sexo masculinofoi significativa somente em termosabsolutos. Quando o VO 2 máxfoi expresso relativo à massa corporaltotal (ml/Kg/min) e a massacorporal magra (ml/Kgmm/min),observou-se que as correlações nofeminino foram negativas, sugerindoa redução destas variáveis com oavanço do estágio maturacional.Similares observações têm sidorelatadas na literatura 24 .Um estudo com meninos alemães,entre 12 e 16 anos, Malina e Bouchard9encontraram correlaçõesentre maturação esquelética eVO 2 máx que variam de 0,30 a0,77, sendo que eles sugerem queestes resultados sejam influenciadospelo surto de crescimento. Resultadossimilares ao presente estudoforam encontrados por Janz e Mahoney10 , em um estudo longitudinalde três anos, com 123 criançasde 07 a 12 anos, que encontraramcorrelação moderada entre osestágios maturação e VO 2 de pico(ml/min) para meninos e meninas(0,65 e 0,53 respectivamente).Malina e Bouchard 9 ressaltam que,em estudos longitudinais com meninas,o VO 2 máx absoluto tende aaumentar a partir do ano anteriora menarca, atingindo um platô atéum ano após a mesma. Quanto aoVO 2 máx relativo, há uma reduçãolinear a partir de dois anos antese até três anos após a menarca. Oaumento do VO 2 máx absoluto, próximoà idade de menarca, refleteo aumento do tamanho corporal,enquanto o decréscimo do VO 2 máxrelativo está relacionado ao fato dosistema de transporte de oxigênionão crescer tão rapidamente quantoa massa corporal, pois alteraçõesna composição corporal, particularmenteo aumento no acúmulo degordura, tornam-se fatores influenciadoresna resposta do VO 2 máxrelativo durante a maturação sexualem meninas.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiA correlação entre maturação esqueléticae potência aeróbia (l/min)é alta, Beunen e Malina 25 relataramr de 0,89, e em crianças e adolescentesde 08 a 18 anos de idade,No entanto, os autores, não encontraramcorrelação significativa quandoconsiderado o VO 2 máx relativoà massa corporal (ml/Kg/min).A partir de um artigo de revisão,Tourinho Filho e Tourinho 20 colocamque, entre as idades de 08 a 18anos, em meninos, há uma estabilizaçãodo VO 2 máx (ml/Kg/min),enquanto que nas meninas, ocorreum decréscimo, tendo sido encontradovalores superiores na fasepré-púbere em comparação comas fases púbere e pós-púbere,como verificado neste trabalho.Quando considerado o VO 2 máx(ml/Kgmm/min) (tabela 2), nota--se que existe uma diminuiçãosignificativa com o aumento do estágiomaturacional para o gênerofeminino, no qual o estágio P1 diferesignificativamente dos demais.Esta diferenciação pode estar relacionadaao ganho de tecido adiposocom o crescimento, pois, nesteestudo, foi verificado ganho significativode tecido adiposo com o avançodo estágio maturacional para ogênero feminino (F=17,9).Similares resultados têm sidoreportados por Prado et al. 24 , aoestudarem o comportamento doVO 2 máx em 471 crianças e adolescentes,de ambos os gêneros, deoito a 18 anos. Os autores verificaramuma redução nos valores dacapacidade cardiorrespiratória parao gênero masculino até o estágioP4.Quanto às diferenças no VO 2 máx(ml/Kg/min) (tabela 1) entre osgêneros, observa-se na literatura,que estas estão relacionadas aomaior ganho de tecido adiposonas meninas, que não favorece aprodução de energia, mas sim ogasto energético durante a atividade,resultando assim em menorVO 2 máx relativo (ml/Kg/min) 25,26 .No entanto, se o consumo deoxigênio fosse normalizado pelamassa corporal magra, o resultadopoderia ser similar para ambosos gêneros 25 .Segundo Beunen e Malina 25 , emestudos transversais, quando consideradorelativo à massa corporal(ml/Kg/min), o VO 2 máx tem seapresentado estabilizado por todoo período de crescimento para osmeninos, fato encontrado pelopresente estudo. Entretanto, emestudos longitudinais, aqueles autoresapontam que tende a ocorrerum declínio do VO 2 máx por todaa adolescência, sendo que, em meninaso VO 2 máx relativo decrescesistematicamente com a idade, fatotambém destacado no presenteestudo.Eisenmann et al. 27estudaram oVO 2 pico em crianças e adolescentescorredores de fundo, deambos os sexos, de 09 a 19 anos,verificaram uma estabilização dacurva para os meninos e uma reduçãoda mesma para as meninas,com o avançar da idade quandoconsiderado o VO 2 pico relativomassa corporal, sendo estas respostasassociadas às diferenças nacomposição corporal, fatores hematológicose, talvez, a prática deatividade <strong>física</strong> em estágio maturacional.Ao analisar o comportamento doVO 2 máx (l/min) de acordo comestágio maturacional de meninos emeninas (tabelas 2 e 3), percebe-seum aumento progressivo dos valoresem ambos os gêneros, com oavanço dos estágios de maturação.Estes resultados vão ao encontroda literatura, McMurray et al. 26verificaram que o VO 2 máx (l/min)foi maior nos meninos em todas asidades, tendo sido observado que,em relação às meninas, o gêneromasculino ganha em média 0,2l/min/ano, independente do grupoétnico, enquanto que o femininoaumenta cerca de 0,1 l/min/ano,tendo sido observado pico nos meninosaos 16 e nas meninas aos 14anos. Os autores também colocamque as disparidades entre os gênerospossam ter ocorrido devido àsdiferenças na composição corporal,especificamente, pelo aumentoda massa magra nos meninos, oudevido a respostas funcionais comomenor volume de ejeção e a menorconcentração de hemoglobina nasmeninas no período pós-pubertário;o que contribui para a menor potênciaaeróbia; além da possibilidadedas meninas serem menosativas que os meninos.O presente estudo apresenta respostassemelhantes a trabalhoslongitudinais relatados por Malinae Bouchard 9 . Sendo que, segundoestes autores, há uma tendênciaao aumento do VO 2 máx até os 16anos em meninos, ocorrendo umpico aos 13 nas meninas. Essesautores enfatizam que o VO 2 máxmedido em l/min é influenciadopelo aumento do tamanho corporal,sendo essencial o controle dasalterações ocorridas nesta variáveldurante o crescimento. Este fato écorroborado por Beunen e Malina 25 ,que colocam que quando expressode forma absoluta o VO 2 máx aumentada infância até a adolescênciaem meninos, enquanto que,nas meninas, alcança um platô porvolta dos 13-14 anos.Na tabela 2, observa-se que oVO 2 máx relativo à massa corporalmagra não se altera com o avançomaturacional, no gênero masculino,e um decréscimo no feminino doP1 a P4. Quando utilizada a análise


18 | | investigação técnico original opinião revisão19de variância, foi demonstrado quehá diferença estatística, apenaspara o gênero feminino, pois entreos estágios maturacionais, P1 diferesignificativamente de P3 e P4.Resultados similares têm sidorelatados em estudos longitudinaispor Janz et al. 10 .No que se refere a variação doVO 2 máx relativo a massa magra,Malina e Bouchard 9colocam quehá uma tendência ao declínio doVO 2 máx quando este é expressorelativo à massa livre de gorduracom a idade, durante e após a puberdade.Segundo estes autoreshá uma tendência a redução decerca de 5 ml/Kgmm/min emambos os gêneros, desde o inícioda puberdade até a idade adulta.Os resultados do presente estudosão relevantes para a <strong>saúde</strong> pública,haja vista que as informaçõessobre o comportamento do consumomáximo de oxigênio, com oavanço da maturação sexual decrianças e adolescentes, permitemo planejamento e implantaçãode políticas institucionais, projetose programas para o incremento daatividade <strong>física</strong>, na escola, antes,durante e após a puberdade.Contudo, uma limitação do presenteestudo é o fato dos dados aquiapresentados serem de um delineamentotransversal, e ter envolvidosomente escolares da rede públicade ensino. Ressalta-se, também,a impossibilidade de controle datemperatura durante a coleta doteste Vai-e-vem de 20 metros, podeter causado um viés na aferição.Acredita-se que a importânciadeste trabalho consiste no fato deser uma das poucas publicaçõesque analisa consumo máximo deoxigênio durante a puberdade, principalmente,por ter sido realizadoem comunidades do interior do nordestebrasileiro, e da rede públicade ensino. Outro ponto a ser destacadopara a avaliação do consumomáximo de oxigênio, durante a puberdade,além da idade cronológicae do sexo é o estágio maturacionalque o adolescente se encontra.Considerando os objetivos estabelecidosno presente estudo, pôde-seconcluir que existem evidências deque, durante a puberdade, ocorreum aumento gradativo do VO 2 máxabsoluto em ambos os sexos; umaestabilidade do VO 2 máx relativo àmassa corporal, e a massa magra,no sexo masculino; e um declíniono sexo feminino.CORRESPONDÊNCIAEdio Luiz PetroskiUniversidade Federal de SantaCatarinaCampus Universitário - Trindade- Caixa Postal 476Centro de Desportos88.040-900 - Florianópolis, SCE-mail: petroski@cds.ufsc.brREFERÊNCIAS1. Barbosa KBF, Franceschini SCC,Priore SE (2006). Influência dosestágios de maturação sexual noestado nutricional, antropometriae composição corporal de adolescentes.Rev Bras Saúde MaternInfant 6(4):375-382.2. McCabe MP, Ricciardelli LA,Finemore J (2003). The role ofpuberty, media and popularity withpeers on strategies to increaseweight, decrease weight and increasemuscle tone among adolescentboys and girls. J PsychosomRes 52:145-153.3. Basset DR, Howley ET (2000).Limiting factors for maximum oxygenuptake and determinants ofendurance performance. Med SciSports Exerc 32(1):70-84.4. WHO - World Health Organization(2002). The World Healthreport: 2002: reducing risk, promotinghealth life. WHO LibraryCataloguing in Publication Data.5. Brasil. Ministério da Saúde (2007).Estimativas sobre freqüência e distribuiçãosócio-demográfica de riscoe proteção para doenças crônicasnas capitais dos 26 estados brasileirose no distrito Federal.5. www.saude.gov.br/bvs6. Blair SN, Horton E, Leon AS, LeeI-MIN, Dromkwater BL, DoshmanRK, Mackey M Kienholz M. Physicalactivity, nutrition, and chronicdisease. Med Sci Sports Exerc.1996;28(3):335-349.7. Lee CD, Blair SN (2002). Cardiorespiratoryfitness and smoking--related and total cancer mortalityin men. Med Sci Sports Exerc34(5):735-739.8. Léger L (1996). Aerobic performance.In: Docherty D (Editor). Measurementin pediatric exercisescience. Brithsh Columbia (Ca):Human Kinetics, 183-223.9. Malina RM, Bouchard C (1991).Growth, maturation and physicalactivity. Champaign (Il): HumanKinetics.10. Janz KF, Mahoney LT (1997).Three-year follow-up of changes inaerobic fitness during puberty: TheMuscatine Study. Res Q for ExercSport 68(1):1-9.11. Rodrigues, NA, Perez AJ,Carletti L, Bissoli NS, Abreu GR(2006). Valores de consumo máximode oxigênio determinadospelo teste cardiopulmonar em adolescentes:uma proposta de classificação.J Pediatr (Rio J) 82(6):426-30.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoi12. Alvarez BR, Pavan AL (2003).Alturas e comprimentos. In: PetroskiEL (Editor). Antropometria:Técnicas e padronizações. PortoAlegre: Palotti, 31-45.13. Benedetti TRB, Pinho RA, RamosVM (2003). Dobras cutâneas. In:Petroski EL (Editor). Antropometria:Técnicas e padronizações. PortoAlegre: Palotti, 47-58.14. Lohman TG (1987). The use ofskinfolds to estimate body fatnesson children and youth. JOPERD58(9):98-102.15. Pires-Neto CS, Petroski EL.(1993) Preposições de constantespara o uso em equações preditivasda gordura corporal para criançase jovens. Anais da III Bienal deCiência do Esporte. Poços de Caldas,MG. p. 27.16. Saito MI (1984). Maturaçãosexual: auto avaliação do adolescente.Pediat 6:111-115.17. Guimarães JP, Passos ADC(1997). Análise de concordânciaentre informações referidas e observadasacerca do estadiamentopubertário entre escolares dosexo feminino. Rev Saúde Pública31(3):263-71.18. Baxter-Jones ADG, EisenmannJC, Sherar LB (2005). Controllingfor maturation in pediatric exercisescience. Pediatr Exerc Sci 17:18-30.19. Léger L, Mercier D, Gadoury C,Lambert J (1988). The multistage20 metre shutle run test for aerobicfitness. J Sports Sci 6(2):93--101.20. Tourinho Filho H, Tourinho LSPR(1998). Crianças, adolescentes eatividade <strong>física</strong>: aspectos maturacionaise funcionais. Rev Paul EducFís 12(1): 71-84.21. Malina RM (1974). Adolescentchanges in size, build, compositionand performance. Hum Biol 46:117-31.22. Oliveira CS, Veiga GV (2005).Estado nutricional e maturação sexualde adolescentes de uma escolapública e de uma escola privada doMunicípio do Rio de Janeiro. RevNutr 18(2):183-191.23. Van Loan MD (1996). Totalbody composition: birth to old age.In: Roche AF, Heymsfield SB, LohmanTG (Eds). Human body composition.Champaign (Il): HumanKinetics, 205-215.24. Prado RL, Freitas AV, Silva RJS(2004). Analise do comportamentodo VO 2 máximo de acordo com oestadiamento maturacional de escolaresde 08 a 18 anos. Rev BrasAtiv Fís Saúde 9(2):39-47.25. Beunen G, Malina RM (1996).Growth and biological maturation:relevance to athletic performance.In: Oded Bar-Or (Editor). The childand adolescent athlete. Osney Mead(Ox): Blackwell Science, 3-24.26. McMurray RG, Harrel JS,Bradley CB, Deng S, Bangdiwaba SI(2002). Predicted maximal aerobicpower in youth is related to age,gender, and ethnicity. Med SciSports Exerc 34(1):145-151.27. Eisenmann JC, Pivarnik JM,Malina RM (2001). Scaling peakVO2 to body mass in young maleand female distance runners. JAppl Physiol 90:2172-2180.


investigaçãoPERFIL DA RESISTÊNCIA CARDIORESPIRATÓRIA EMMULHERES IDOSAS COM SOBREPESO DO PROGRAMADE ATIVIDADE FÍSICA NO SESC DE NOVA FRIBURGO / RJ/ BRASILCARDIORESPIRATORY RESISTANCE PROFILEIN ELDERLY WOMEN WITH OVERWEIGHT IN SESC OF NOVAFRIBURGO/RIO DE JANEIRO - BRASIL OF PHYSICAL ACTIVITY PROGRAMAUTORESHelio Lemos Furtado 1,3,4Fabio Dutra Pereira 3,4Maria Helena Rodrigues Moreira 2Estélio Henrique Martin Dantas 1,3,41Universidade Castelo Branco2Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro3LABIM - Laboratório de Biociênciasda <strong>Motricidade</strong> Humana - UCB4GDLAM - Grupo de DesenvolvimentoLatino-Americano da Maturidade5NEPE - Núcleo de Estudos e Pesquisasdo EnvelhecimentoPERFIL DA RESISTÊNCIACARDIORESPIRATÓRIA EMMULHERES IDOSAS COMSOBREPESO DO PROGRAMADE ATIVIDADE FÍSICA NO SESC DENOVA FRIBURGO / RJ/ BRASIL4(1): 21-26PALAVRAS-CHAVEresistência cardiorespiratória;idosas; sobrepeso; atividade <strong>física</strong>KEYWORDScardiorespiratory resistance;elderly; overweight; physical activitydata de submissãoSetembro 2007data de aceitaçãoDezembro 2007RESUMOO objetivo do estudo foi investigarse um programa de atividade <strong>física</strong>promove melhoras significativas nacapacidade cardiorespiratória deidosas. Participaram do estudo 71gerontes do sexo feminino, sendodivididas em quatro grupos nas respectivasfaixas etárias: G1 (60-64anos; n=29), G2 (65-69 anos; n=22),G3 (70-74 anos; n=11) e G4 (75-79anos; n=09). A aptidão cardiorespiratóriafoi avaliada através do testede caminhada de 6 minutos de Riklie Jones (1998). Foi utilizado o testeShapiro-Wilk, para verificação dagaussianidade da amostra, com nívelde significância


22 | | investigação técnico original opinião revisão23INTRODUÇÃOO aumento da expectativa de vidaocorrido ao longo dos últimos anos,devido principalmente, aos avançosda medicina e da produção mundialde alimentos, tem permitido umgradual e progressivo envelhecimentoda população mundial 5 .No Brasil, este fenômeno trouxesignificativas mudanças no âmbitosocial e econômico. Uma das preocupaçõessociais sobre o envelhecimentogira em torno da capacitaçãofuncional e o envelhecimento podecausar algum tipo de incapacidadefuncional nos 22,2 anos de expectativade vida a partir dos 60 anosde idade 4,8 .O fato de muitos gerontes nãoconseguirem manter sua independêncianas atividades da vida diária(AVD), faz com que haja comprometimentode sua qualidade de vida 13,15 .Das alterações funcionais oriundasdo envelhecimento, destaca-se oaumento da prevalência de doençascardiovasculares e neste sentido, oMinistério da Saúde do Brasil alertaque 33% dos óbitos ocorrem depatologias desta natureza 3,19 . Umdos aspectos que pode colaborarpara esta situação é o sedentarismo,condição que normalmenteacompanha o envelhecimento. Poreste fato, um programa de atividade<strong>física</strong> poderia combater o sedentarismoe prevenir tais patologias,uma vez que, os exercícios físicosaumentam a potência aeróbicaentre 10-40%, especialmente peloincremento da diferença arteriovenosade oxigênio, volume sistólico,débito cardíaco, volume plasmáticoe sanguíneo 10,11 .Considerando toda a complexidadedo processo de envelhecimentoe as possibilidades benéficas daprática da atividade <strong>física</strong>, esteestudo pretende verificar o perfildo condicionamento cardiorespiratórioem mulheres idosas do programade atividade <strong>física</strong> no SESCde Nova Friburgo/RJ.METODOLOGIAAmostraO estudo contou com uma amostraconstituída de 71 gerontes do sexofeminino, residentes no municípiode Nova Friburgo/RJ. Sendo divididasem quatro grupos sendo asrespectivas faixas etárias: G1 (60-64 anos; n=29), G2 (65-69 anos;n=22), G3 (70-74 anos; n=11) e G4(75-79 anos; n=09). Como critériode inclusão, todas as idosas deveriamestar com no mínimo de 3meses de prática regular 2 .Neste sentido, foram submetidas aum programa de atividade <strong>física</strong>composto de uma freqüência detrês seções semanais, constituídade 5 minutos de aquecimento, naparte principal da aula 20 minutoseram destinados a atividades aeróbicase outros 20 minutos a atividadesneuromusculares (duas porsemana treinamento de força e umavez treinamento de flexibilidade)na volta à calma eram realizados 5minutos de alongamento. Foi consideradocomo critério de exclusãoqualquer tipo de condição patológicaaguda ou crônica que pudessecomprometer ou que tornasse umfator de impedimento para realizaçãodo teste de caminhada de seisminutos 17 .As participantes desta pesquisaassinaram o termo de consentimentoe os procedimentos experimentaisforam executados dentro das normaséticas previstas na Resolução n.º196, de 10 de Outubro de 1996,do Conselho Nacional de Saúde.O estudo teve seu projeto de pesquisasubmetido e aprovado peloComitê de Ética em Pesquisa EnvolvendoSeres Humanos da UniversidadeCastelo Branco, RJ.ProcedimentosComo caráter reprodutivo, a amostradeste estudo foi submetidaao referido teste, que propôs àsavaliadas, a caminhar tão rápidopossível (sem correr) quanto amaior distância em 6 minutos umpercurso de 45,72 metros, divididoem 10 segmentos de 4,57 metrose demarcado com cones e fita crepe.A execução do teste se deu em umlocal aberto, com superfície nãoderrapante e nivelada, além de ter23,7 o C como temperatura ambienteno dia da avaliação. Para determinara distância percorrida, umaficha plástica foi dada às participantestoda vez que passavampelo cone controle ou ainda quandoum avaliador ou ajudante marcavaa volta completada. Se fosse necessário,as avaliadas poderiam parare descansar (em cadeiras disponíveis)e depois continuar caminhando 17 .Visando assegurar a homogeneidadeda amostra, realizou-se a mensuraçãoe classificação do estado nutricionalatravés do calculo do Índicede Massa Corporal (IMC) utilizando--se uma balança com estadiômetro(Filizola, Brasil). Adotou-se comoreferência para as variáveis, estadonutricional (IMC) e distância percorrida,os valores predistos 6,17 .EstatísticaForam realizadas as técnicas deestatística descritiva (mediana,média, desvio padrão e coeficientede variação) no sentido de enquadramentodos grupos estudadosnos índices referencia. Para verificara distribuição da amostra foiempregado o teste Shapiro-Wilkcom nível de significância


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiRESULTADOSOs resultados do presente estudoserão apresentados na tabela 1 e2, e figuras 1 e 2 que mostrarãoa mediana, média, desvio padrão,coeficiente de variação e distribuiçãodas variáveis: estado nutricional(IMC) e distância percorrida, paraos quatro grupos estudados.Analisando a tabela 1 e 2, pode-seobservar que os grupos 1 e 3 apresentamdistribuição próxima danormalidade para todas as variáveis,fato não ocorrido no G2 e G4.A rejeição da normalidade apresentadapelos referidos grupos nãocomprometeu a análise dos resultados,uma vez que foi utilizada amédia das variáveis para todos osgrupos, pois o CV% se apresentouinferior a 25% 18 .Assim ao enquadrar a média doIMC dos grupos com os de referênciadeve-se considerar que todosos grupos apresentam a classificaçãodo estado nutricional (IMC)como sobrepeso. Quanto a variáveldistância percorrida pelos grupos,o enquadramento se deu nas respectivasfaixas etárias e desta feita, écorreto afirmar que somente o G1não obteve seu valor dentro dafaixa de referência. O gráfico subseqüenteexpressa esta afirmativa.Variável Grupo Mediana MédiaIMC123429,0028,529,002829,429,029,428,5DesvioPadrão1,82,11,81,0Esta proposta leva em consideraçãoas mudanças na composiçãocorporal que ocorrem com o envelhecimento.Mesmo não expressandotais mudanças, a facilidadede obtenção de dados de peso eestatura bem como, sua boa correlaçãocom morbidade e mortalidade,justifica a utilização do (IMC)em estudos epidemiológicos e naprática clínica desde que se usempontos de corte específicos para aidade 6 .O presente estudo demonstrouem seus resultados que todos osquatro grupos apresentaram aclassificação do estado nutricionalcomo sobrepeso. Corroborando comeste achado, ao estudar 129 mulherescom idade média de 63,9CV%6,207,496,140,03Statistic0,9270,8320,8860,893Shapiro-Wilk292211090,0550,010*0,1601,279anos, buscando relacionar a adiposidadecorporal e a idade com acapacidade funcional para realizaras atividades da vida diária. Paraisto, utilizou além da adipometria, oIMC e neste, o valor médio apresentadofoi de 27,5 sendo tambémclassificado como sobrepeso 16 .Uma outra pesquisa que vem confirmaras tendências do presenteestudo, verificou os efeitos de umprograma de orientação de atividade<strong>física</strong> e nutricional sobre aingestão alimentar e composiçãocorporal de mulheres fisicamenteativas. Assim realizaram um pré--teste em 64 mulheres com idademédia de 61,9 anos, onde estastambém foram divididas em quatroDfSignificance(p)TABELA1IMC para os grupos estudados.* Valores de significância p


24 | | investigação técnico original opinião revisão25Peso (kg) / Estataura (m 2 )3029,52928,52827,52726,52625,5FIGURA1IMC dos grupos.G1 G2 G3 G4GruposLEGENDAgrupos e apresentaram os seguintesresultados para o estado nutricional:G1 (IMC=27,3), G2 (IMC=28,1), G3 (IMC=26,9) e G Controle(IMC=27,2). Podendo ser concluídoque mesmo o G3 apresentando ovalor de 0,1 inferior ao índice declassificação de sobrepeso estegrupo foi o único que assim nãose classificou 7 .Distância em metros7006005004003002001000FIGURA2Distância percorrida em 6 minutos.IMC dos gruposLEGENDAIMC predisto (sobrepeso)Ainda focado no estado nutricional,porém discordam com o presenteestudo, ao verificar os efeitos deum programa de atividades <strong>física</strong>se educacionais para idosos sobre odesempenho em testes de atividadesde vida diária, avaliaram 15idosas com idade entre 61-77 anose encontraram como estado nutricionaldo pré-teste um valor médioG1 G2 G3 G4GruposDist. percorrida Dist. mínima (R&J)Dist. máxima (R&J)de IMC de 25,5 sendo classificadocomo peso normal 9 .Quanto à resistência cardiorespiratória,o G4 foi o único grupo queapresentou um valor consistentepara a distância percorrida no testeproposto, isto porque o presenteestudo demonstrou que o G1 apresentavaos valores da distânciapercorrida em seis minutos inferioraos valores normativos 17 . Isso podeter ocorrido uma vez que ao prescreveras atividades aeróbias osresponsáveis por tal prescriçãotenham se baseado como caráterde segurança na idade mais elevadadas participantes. Esta suposiçãose apóia na recomendação que aintensidade da fase aeróbia de umtreinamento pode ser determinadaatravés do percentual do consumomáximo de oxigênio (VO 2 máx) ouda freqüência cardíaca máxima(FCmáx) efetivamente estabelecidosem um teste ergométrico ou estimadosatravés de fórmulas. Geralmente,é recomendada uma intensidademoderada, como 40 a 75%do VO 2 máx ou 55 a 85% da FCmáxima 14 . Deve-se observar quesessões com intensidade alta podemestar associadas a um maior riscode desistência, devido a desconfortomuscular, especialmente nas fasesiniciais de um programa de exercícios.Por este fato o programa detreinamento possivelmente tenhasubestimado a zona de treinamentode G1. Os grupos 2 e 3 apresentaramos valores da distância percorridabem próximo do limite inferiorestabelecido 17 , corroborando comesta hipótese.Outro estudo que buscou analisaros efeitos de um programa deatividade <strong>física</strong> na capacidade aeróbiade mulheres idosas, estudouuma amostra que se constituiu de20 mulheres, na faixa etária de 60a 64 anos (média de 62,55 anos),


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoipraticantes de um programa deatividade <strong>física</strong> por pelo menos trêsmeses. Para tal, também foi utilizadoo teste de caminhada de seisminutos 17 . Em seu resultado foiencontrado o valor médio de 544,1metros para a distância percorridaem 6 minutos. Quando comparadoao valor predito do protocoloobservou-se que este achado nãoincidiu nos valores normativos paraa referida faixa etária. Este fatopode se justificar porque o programade atividade <strong>física</strong> realizado eracomposto de atividades lúdicas,relaxamentos, reflexos neuromuscularese aeróbios, mas sem enfatizareste componente 12 .O presente estudo, por ser descritivo,limita-se a sugerir a razão dosresultados do G4 no teste de caminhadade 6 minutos em relaçãoaos outros grupos, muito embora oprograma de treinamento descritoem sua metodologia substancie talsugestão. Uma pesquisa que tornaesta sugestão bastante consistentebuscou avaliar a influência da hidroginásticasobre a aptidão <strong>física</strong> deidosas. Neste sentido, estudou-se37 mulheres sedentárias, com idademédia de 78,0 anos, que foramsubmetidas a um pré-teste decaminhada de 6 minutos, obtendoum resultado médio de 419,9m.Valor este abaixo dos preditos 17 .Após um programa de atividade<strong>física</strong> (Hidroginástica) composto de5 minutos de aquecimento, 20minutos de componente aeróbio,20 minutos de neuromuscular e 5minutos de relaxamento que perduroupor 3 meses com freqüênciade duas sessões semanais. Osresultados do pós-teste da amostraforam de 513 m, apresentandouma diferença de significância dep


26 | | investigação técnico original opinião revisão2712. Miranda EP, Rabelo TH (2006).Efeito de um programa de atividade<strong>física</strong> na capacidade aeróbia demulheres idosas. Movimentum 1.13. Mussoll J, Espinosa MC, QueraD, Serra ME, Pous E, Villar-Roya(2002). Resultados de la aplicaciónem atención primaria de um protocolode valoración geriátrica integralem ancianos de riesgo. Rev.Esp. Geriatr. Gerontol 37:249-253.14. Nóbrega ACL, Freitas EV, OliveiraMAB, Leitão MB, Lazzoli JK,Nahas RM (1999). Posicionamentooficial da Sociedade Brasileira deMedicina do Esporte e da SociedadeBrasileira de Geriatria e Gerontologia:atividade <strong>física</strong> e <strong>saúde</strong>no idoso. Rev Bras Med Esporte5:207-211.15. Pine MJ, Murphy AJ, WatsfordML (2005). Role of respiratorysystem function in the age-relateddecline of human functional capacity.Australasian <strong>Journal</strong> on Ageing24:153-156.16. Raso WA (2002). Adiposidadecorporal e a idade prejudicam acapacidade funcional para realizaras atividades de vida diárias demulheres acima de 47 anos. RevBras Med Esporte 8.17. Rikli RE, Jones CJ (1998). TheReliabiltiy and Validity of a 6--Minute Walk Test as a measureof Physical Endurance in OlderAdults. <strong>Journal</strong> of Aging and PhysicalActivity 6.18. Shimakura SE (2005). Coeficientede Variação. Disponível em Acesso em14 Out. 2005.19. Yanowitz FG, La Monte AM(2002). Physical activity andhealth in the elderly. Curr sportmed resp 1:354-361.


investigaçãoCONTRIBUIÇÃO DAS BEBIDAS PARA A HIDRATAÇÃO,ANTES, DURANTE E DEPOIS DA ACTIVIDADE FÍSICAEM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOSCONTRIBUTION BEVERAGES FOR HYDRATION BEFORE,DURING AND AFTER PHYSICAL ACTIVITY IN UNIVERSITY STUDENTSAUTORESCarla Andreia Lima Ferreira 1José Augusto Rodrigues dos Santos 2Luiza Kent-Smith 3Inês Sofia Morales Salcedo 31Nutricionista, Bolseira do Institutode Bebidas e Saúde2Faculdade Ciências do Desporto eEducação Física da Universidade do Porto3Faculdade Ciências da Nutrição eAlimentação da Universidade do PortoCONTRIBUIÇÃO DAS BEBIDASPARA A HIDRATAÇÃO,ANTES, DURANTE E DEPOISDA ACTIVIDADE FÍSICA EMESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS4(1): 27-38PALAVRAS-CHAVEhidratação; <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>;bebidasKEYWORDShydration; physical activity;beveragesdata de submissãoMaio 2006data de aceitaçãoOutubro 2007RESUMOIntrodução: O consumo de líquidosantes, durante e depois da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> tem efeito benéfico nahidratação corporal de indivíduosfisicamente activos. Previne a desidrataçãoe aumenta a capacidadede desempenho físico. Objectivos:Avaliar os conhecimentos, contributose o consumo de bebidas antes,durante e depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>em universitários fisicamente activos,e a composição corporal, <strong>actividade</strong><strong>física</strong> e gasto energético. Metodologia:Foram avaliados 348 alunos, 140do sexo feminino e 208 do masculinoque frequentam do 1º ao 4º ano daLicenciatura de Ciências do Desportoe Educação Física da Faculdade deDesporto da Universidade do Porto(FCDEF-UP). Foi utilizado um inquéritoespecífico e parâmetros antropométricos.O tratamento estatísticofoi feito pelo programa SPSS, versão13.0 para o Windows e MicrosoftExcel 2003 com p


28 | | investigação técnico original opinião revisão29INTRODUÇÃOA posição do American College ofSports Medicine 1 fornece uma orientaçãocom respeito à reposição delíquidos e electrólitos. Recomendaa reposição adequada de líquidospara a manutenção da hidrataçãona promoção de <strong>saúde</strong>, segurançae óptimo desempenho no decursoda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>. 17Uma hidratação adequada antesda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> é essencial parapreservar todas as funções fisiológicas.Indivíduos que ingeriram líquidosantes da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>apresentaram uma temperaturainterna menor e uma menor frequênciacardíaca, durante a <strong>actividade</strong><strong>física</strong>, comparativamente comaqueles que não ingeriram líquidos.Um défice hídrico antes da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> pode potencialmentecomprometer a regulação térmicae produzir uma sobrecarga cardiovasculardurante o esforço. Nãoexiste evidência suficiente paraapoiar a hiperhidratação antes da<strong>actividade</strong> <strong>física</strong> como um meiopara manter a hidratação duranteo mesmo. Durante a <strong>actividade</strong><strong>física</strong>, o objectivo da ingestão delíquidos deve ser de equilibrar oslíquidos perdidos pelo suor ou quandoas taxas de suor são muito altas,repor quanto antes o equilíbriohídrico. A quantidade e frequêncianecessárias devem ser ajustadasde acordo com as taxas de suorindividual e a tolerância à ingestãode líquidos. IFSM 7demonstraramque a ingestão de grandes volumesde líquidos está associada ao maiordébito cardíaco, maior fluxo sanguíneoperiférico, menor temperaturainterna e menor percepção de fadigadurante o exercício. IFSM 7reafirmam que a desidratação,mesmo ligeira, pode reduzir o desempenhodesportivo. A manutençãoda <strong>saúde</strong> e desempenho desportivodeve justificar a rápida reposiçãohídrica nos desportistas. A reposiçãoda água e o equilíbrio electrolíticosão essenciais para o processode recuperação após <strong>actividade</strong><strong>física</strong> que resulta das perdas pelosuor. Uma hidratação adequadadepois de um programa de <strong>actividade</strong><strong>física</strong> significa começar bemhidratado o próximo treino 1,17 .Segundo as recomendações daACSM 1 , a hidratação só é mantidaem pessoas fisicamente activas sebeberem líquidos suficientes antes,durante e depois de <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>1,7 . A análise fiável da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> em indivíduos fisicamente activosrequer instrumentos específicosde avaliação.A avaliação da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> porquestionários é a forma mais habitualutilizada em estudos epidemiológicos.Os questionários têmsido usados em função da aplicabilidadepara grandes grupos, debaixo custo e por permitir a recolhade informação precisa sobre o tipode <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> e o contexto emque acontecem. Uma análise significativadeve incluir as várias dimensõesda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>: frequência,duração, intensidade e tipo de exercício,possibilitando uma estimativado gasto calórico em <strong>actividade</strong>smoderadas ou intensas 2,14 .O International Physical Activity Questionnaire(IPAQ) foi desenvolvidopara servir como um instrumentoválido para comparação dos níveisde <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> entre diversaspopulações e contextos culturaise sociais. O Instituto Holandês deSaúde Publica e Ambiente desenvolveua Short Questionnaire toAssess Health - enhancing physicalactivity (SQUASH) válido e reprodutível,curto e com questões sobre<strong>actividade</strong>s habituais e de aplicaçãosimples em vários tipos de populações12,22 .A <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> pode influenciara composição corporal dandoorigem a variações responsáveispor alterações das característicasdos compartimentos corporais. Acomposição corporal é definida em4 compartimentos: gordura, água,massa proteica e massa óssea. Naprática, baseia-se em 2 compartimentos:a massa gorda e a massamagra. O termo massa gorda égeralmente designado como tecidoadiposo e massa magra o resto docorpo. A avaliação antropométricada massa gorda a partir das pregasde adiposidade subcutâneas(tricipital, bicipital, subescapulare suprailíaca) é baseada em doisprincípios: os locais de medida escolhidossão representativos dotecido adiposo subcutâneo e darelação constante entre a deposiçãode gordura subcutânea e agordura perivisceral. A área musculardo braço é estimada a partirdos valores do perímetro médio dobraço e prega tricipital 6,10,16 .O Índice de Massa Corporal (peso//estatura) e a razão entre o perímetroda cintura e anca (ICA) sãonormalmente utilizados na avaliaçãocorporal em relação a factoresde risco para a <strong>saúde</strong>. A estimativada estrutura óssea pelo valor deperímetro do punho e estatura éde grande utilidade em estudos emque não é possível a utilização deoutro método de classificação 3,10,13 .Foram objectivos deste estudo aidentificação do estrato social, aavaliação da composição corporal,<strong>actividade</strong> <strong>física</strong> e gasto energéticoassim como o conhecimento dasnecessidades de hidratação e oestudo do consumo das bebidasno decurso da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiMETODOLOGIAAmostraPara selecção da amostra foiestabelecido como critério de inclusãoalunos matriculados do 1ºao 4º ano que frequentam as aulasda Licenciatura de Ciências do Desportoe Educação Física da Faculdadede Ciências do Desporto eEducação Física da Universidade doPorto, de Março a Maio de 2005.Definiu-se como critérios de exclusãoalunos que não preencham osrequisitos anteriores descritos. Atabela 1 apresenta o nº de alunosavaliados por ano de frequênciana Faculdade.Apesar de este projecto incluirapenas informação observacional,todos os estudantes foram convidadosa participar neste estudoe informados sobre os procedimentosutilizados e concordaramem participar voluntariamente noestudo, assinando um termo deconsentimento informado da protecçãoda privacidade de acordocom a Declaração de Helsínquia1975.ano (10 em cada ano escolar, 4do sexo feminino e 6 do masculino)da Licenciatura de Ciências do Desportoe Educação Física.O inquérito aplicado na amostraestudada diferiu do piloto na suaforma e simplicidade das questões.Foi preenchido pelos participantes,depois de uma breve apresentaçãoe contextualização do projecto deinvestigação e incluía; dados pessoaise sociais questões sobre conhecimentos,consumo e contributodas bebidas para a hidratação antes,durante e depois de <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>e um questionário sobre a práticada <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> 12,22 numa semanatípica.A estimativa do gasto calórico semanal(típica) para todas as <strong>actividade</strong>s<strong>física</strong>s foi obtida a partirdos dados da classificação do custoenergético das <strong>actividade</strong>s <strong>física</strong>shumanas, desenvolvida por Ainsworthet al. e o cálculo propostopor Kriska e Caspersen 2,14 .Foi calculado o Índice de Massa Corporal(kg/m 2 ) e o Índice cintura//anca. A massa gorda (%) atravésdo somatório das pregas cutâneasN.º dealunos1.ºano2.ºano3.ºano4.ºano93 99 91 65TABELA1Amostra avaliada.e das formulas de Durnin e Siri e aárea muscular do braço (cm 2 ) apartir da prega tricipital e o perímetromédio do braço. A classificaçãode estrutura óssea foi obtidaatravés do valor do perímetro dopunho e estatura 4,6,10,13 .Para caracterização social foi usadoa escala de classificação social deGraffar (1- classe alta, 2- classemédia alta, 3- classe média, 4- classemédia baixa e 5- classe baixa) 11 .Análise estatísticaOs dados obtidos foram analisadosestatisticamente, pelo StatisticalPackage for the Social Science(SPSS), versão 13.0 para o Windowse Microsoft Excel 2003.ProcedimentosOs alunos seleccionados foram avaliadosatravés de parâmetros antropométricose inquérito específico.Para a avaliação da composiçãocorporal foi medido; peso (balançaKrups), estatura (estadiómetro),perímetro da anca e da cinta (fitamétrica flexível): as pregas cutâneas(lipocalibrador, Holtain), tricipital,bicipital, subescapular, suprailíaca,o perímetro médio do braço e operímetro do punho (fita métricaflexível) do lado não dominante doparticipante. Usaram-se técnicasinternacionais estandardizadas 16 .Foi aplicado um inquérito pilotopara determinar a validade do mesmoem 40 estudantes do 1º ao 4ºNº de alunos (%)706050403020100não respondeu classe média alta classe média classe média baixaFIGURA1Índice de Graffar.


30 | | investigação técnico original opinião revisão31ActividadescomunsAndar a pé(FCDEF/Emprego)CaminhadaBicicletaAndebolAtletismoBasquetebolFutebolGinásticaJudoNataçãoVoleibolIntensidadeLeveModeradoLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoVigorosaLeveModeradoLeveModeradoVigorosaN1834949352746935434287906473256489369925935172772136415Diasm ± dp5,1 ± 1,75,7 ± 1,62,7 ± 1,92,0 ± 1,63,0 ± 2,81,1 ± 0,41,8 ± 1,12,0 ± 1,52,0 ± 0,02,2 ± 0,82,8 ± 1,91,0 ± 0,01,1 ± 0,41,4 ± 1,22,0 ± 0,02,1 ± 1,12,8 ± 1,61,0 ± 0,01,5 ± 1,02,4 ± 1,62,1 ± 0,32,1 ± 0,82,4 ± 1,71,0 ± 0,01,0 ± 0,21,4 ± 1,02,1 ± 0,92,3 ± 1,11,9 ± 0,32,0 ± 1,02,6 ± 2,0Tempo (horas)m ± dp0,66 ± 0,580,96 ± 1,070,70 ± 0,491,35 ± 1,203,25 ± 3,890,69 ± 0,411,05 ± 0,752,75 ± 2,641,33 ± 0,581,27 ± 0,631,77 ± 1,381,25 ± 0,351,74 ± 0,431,99 ± 1,081,06 ± 0,471,23 ± 0,561,50 ± 1,971,73 ± 0,441,70 ± 0,602,00 ± 1,461,35 ± 0,651,27 ± 0,751,64 ± 1,260,94 ± 0,080,98 ± 0,301,39 ± 1,291,07 ± 0,610,97 ± 0,611,00 ± 0,311,45 ± 1,972,43 ± 1,94Ex.: Secretária Leve 61 5,0 ± 1,8 2,36 ± 2,02Ex.:Objectos pesadosEx.: CozinharEx.:Compras pesadasLeveModeradoVigorosaLeveModeradoLeveModeradoVigorosa8308871645262TABELA2Principais <strong>actividade</strong>s mencionadas pela amostra.m ± dpmédia ± desvio padrão2,5 ± 1,72,9 ± 2,02,6 ± 0,74,6 ± 2,04,1 ± 2,61,5 ± 1,02,1 ± 1,41,5 ± 0,20,50 ± 0,321,45 ± 1,971,27 ± 1,940,99 ± 0,381,10 ± 0,960,40 ± 0,480,48 ± 0,520,46 ± 0,29Além de uma análise estatísticadescritiva, usou-se a prova de Levene,de Kolmonogorov-Smirnov,de Mann-Whitney, o coeficiente decorrelação Spearman e a do Qui--quadrado. Assumiu-se significadoestatístico quando p


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiA duração das modalidades desportivasfoi de aproximadamente duashoras/semana. Dos alunos participantesno estudo, 128 praticamuma modalidade desportiva extracurricularmais de 3 dias/semanae de intensidade elevada.Dos alunos do Curso de Licenciaturaem Ciências do Desporto eEducação Física que praticam modalidadesdesportivas verificou-seque: 80 de voleibol frequentam o2º ano, 80 de futebol o 2º ano,84 de andebol o 2º ano, 86 e 78de atletismo frequentam o 2º e 1ºano respectivamente, 80 e 73de ginástica o 2º e 1º ano, 75de natação o 1º ano, 72 de Basquetebolo 1º ano e 58 de Judoo 1º ano. Os alunos do 1º e 2ºano praticam mais <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>do que os do 3º e 4º ano.Na tabela 3, estão apresentadosos valores médios (m±dp) de gastoenergético com <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>de 326 alunos. Foram excluídos osvalores de GE (gasto energético)igual a zero (15 sexo masculino e 7sexo feminino).Encontraram-se correlações moderadaspositivas com significado estatístico(p


32 | | investigação técnico original opinião revisão33LEGENDANº de alunos (%)Aumenta desempenhoDiminui sensação de fadigaHidrataçãoAmb. quente e hum. elevada1008060402001º ano 2º ano 3º ano 4º anoFIGURA3Importância da necessidade de consumo versusnão consumo de bebidas durante a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.tura óssea para ambos os sexosincluem-se nos intervalos de estruturaintermédia. Os valores médiosdo Índice de cintura/anca situam--se dentro do recomendado 3,13 .Verificaram-se correlações (p - coeficientede correlação de Spearman)com significado estatístico entre ogasto energético e IMC (p= 0,237;p


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiNº de alunos (%)Aumenta desempenhoDiminui sensação de fadigaHidrataçãoAmb. quente e hum. elevada1008060402001º ano 2º ano 3º ano 4º anoFIGURA4Importância da necessidade de consumo versusnão consumo de bebidas depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.A figura 4 mostra as principaisrespostas dos alunos referentes ànecessidade de consumo ou não(temperatura>ambiente, sabor dolíquido, desconforto gastrointestinal,fortalecer a vontade de continuaro exercício, <strong>actividade</strong> de curtaduração, custo-benefício) de bebidasdepois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, por anode frequência da licenciatura daFCDEF-UP.Encontrou-se significado estatísticoentre as distribuições de frequênciade bebidas consumidas depoisda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> e a hidratação(p= 0,034), como fundamento paraa necessidade de ingestão debebidas depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.Dos resultados obtidos anteriormente(com nível de significânciaestatística) pode-se afirmar que osalunos que consideram importanteo consumo de bebidas antes, durantee depois de <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>devido às necessidades de hidrataçãoingerem mais bebidas antes,durante e depois da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> respectivamente. Os alunosdo 3º e 4º ano mencionaram maisambiente quente e humidade elevadacomo fundamento da necessidadede consumo de bebidas antese durante <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.O sabor do liquido foi a mençãodos alunos mais frequente para anão necessidade de consumo debebidas antes da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.Contudo para as restantes mençõesjustificativas para o consumo ounão, verificou-se independência entreas variáveis.Dos alunos participantes, 304consideram que as necessidadesde hidratação variam com a modalidadedesportiva. A figura 5 apresentaas principais menções dosalunos para as necessidades dehidratação ou não (duração doexercício, necessidades individuais,ambiente quente e humidade elevadae quantidade de suor) consoantea modalidade desportiva, por anode frequência da licenciatura daFCDEF-UP.Quando se compara por ano defrequência verifica-se que existedependência com a menção diferentesmeios ambientais referidapelos alunos, tendo o 1º e 2º anovalores observados superiores aosesperados.Dos alunos que praticam <strong>actividade</strong><strong>física</strong>, 85,6%, 78,6% e 89,8%consomem bebidas antes, durantee depois da prática de pelo menosConter hidratos de carbonoTemperatura>ambienteSabor do líquidoDesconforto gastrointestinalLEGENDAFortalecer a vontade decontinuar o exercício físicoActividade de curta duraçãoCusto-benefíciouma modalidade desportiva respectivamente.A figura 6 apresenta oconsumo de bebidas no decursoda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> por ano defrequência da Licenciatura de Ciênciasdo Desporto e Educação Física.Verificou-se dependência das frequênciasentre os alunos que ingeremlíquidos antes da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> e o ano de frequência, tendo--se observado para o 2º ano valoressuperiores ao esperado. O consumode bebidas antes, durante edepois é independente da classesocial do aluno.


34 | | investigação técnico original opinião revisão35LEGENDANº de alunos (%)Exercício aeróbio vs anaeróbioDiferentes meios ambientaisAmbiente quente e humidade elevada7060504030201001º ano 2º ano 3º ano 4º anoFIGURA5Principais menções das necessidades dehidratação consoante a modalidade desportiva.As tabelas 5, 6, 7 apresentam asprincipais bebidas ingeridas pelosalunos (n/N) antes, durante e depoisdas modalidades desportivas(MD) mais praticadas pelos alunosparticipantes, respectivamente.Dos 128 alunos que praticam modalidadesdesportivas extracurricularesmais de 3 dias/semana deintensidade elevada, 2 não ingeremlíquidos no decurso da <strong>actividade</strong><strong>física</strong>, 20 antes, 29 durante e 16depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, sendo aágua a bebida seleccionada pelamaioria (86,5%) dos alunos.Duração do exercícioNecessidades individuaisQuantidade de suorEncontrou-se correlações moderadase positivas com significado estatístico(p


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoide carbono a uma solução dehidratação acelera o processo derecuperação depois de <strong>actividade</strong><strong>física</strong> 1,8 . Alguns alunos referiram aimportância da adição de hidratosde carbono nas bebidas consumidasantes, durante e depois da <strong>actividade</strong><strong>física</strong>.O mecanismo da sede é insuficientepara repor os níveis hídricos apósuma depleção acentuada de águacorporal. A ingestão voluntária delíquido é influenciada por uma variedadede informações sensoriaiscomo o odor, gosto, temperatura,cor e qualidade, são todas característicasque influenciam a palatibilidadee por isso tendem a estimularo consumo de líquidos durante a<strong>actividade</strong> <strong>física</strong>. Apenas poucosfactores têm sido estudados, osprincipais foram a temperatura e osabor do líquido 4,7,15 . Foi mencionadoo sabor do líquido como justificaçãoda não necessidade de consumo debebidas antes da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.A perda de líquidos e sais mineraisdurante a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> dependenão só da sua duração e intensidade,mas também das condiçõesclimáticas. O suor varia individualmentesendo influenciado pela intensidadeda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, o estadode adaptação e as condiçõesambientais. Em ambientes quentese húmidos aumenta a taxa de eliminaçãodo calor e a humidadediminui a eficiência da evaporação;em alguns casos o frio podedesidratar de forma severa 4,7,19 . Oambiente quente e humidade elevadaforam das menções referidascom significado estatístico relevanteentre alunos que ingerem líquidosantes e durante a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>e superior ao esperado para osalunos do 3º e 4º ano da FCDEF-UP.Podendo este resultado obtido serdevido ao maior conhecimento dosalunos do 3º e 4º ano, quando comparadocom os do 1º e 2º ano.Nº de alunos (%)100806040200Bebida consumidadurante da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>A questão da hidratação, seja antes,durante ou depois da realizaçãoda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, independentede ser aeróbia ou anaeróbia, temgrande importância para o bom funcionamentodos processos homeostáticosexigidos pela <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.No entanto, o exercício aeróbioprolongado é mais afectado negativamentepela hipohidratação doque o exercício anaeróbio de curtaduração 7,19 . Neste estudo os alunosconsideram que as necessidadesde hidratação variam com o tipode <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.Bebida consumidaantes da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>1º ano 2º ano 3º ano 4º anoLEGENDABebida consumidadepois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>FIGURA6Consumo de bebidas no decurso da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.Um reduzido número de alunosavaliados neste estudo consumirambebidas antes, durante edepois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, sendomenos frequente nas modalidadesdesportivas curriculares.As modalidades desportivas emque os alunos consumiram maisbebidas foram no Futebol e noAndebol e menos o Judo. Sendode salientar que o Andebol e Futebolsão as modalidades desportivasextracurriculares mais praticadaspelos alunos ao contráriodo Judo.


36 | | investigação técnico original opinião revisão37ModalidadesDesportivas(n)Voleibol (40)Atletismo (86)Andebol (50)Judo (22)Ginástica (51)Natação (34)Basquetebol (28)Futebol (95)Água(n)3469351143242081Água ouisotónico(n)21501022Água ousumo(n)16102001TABELA5Bebidas consumidas antes da prática desportiva.ModalidadesDesportivas(n)Voleibol (31)Atletismo (66)Andebol (43)Judo (9)Ginástica (33)Natação (25)Basquetebol (28)Futebol (85)Água(n)2962289282125823668401443343583Água ouisotónico(n)10003220Água ousumo(n)TABELA6Bebidas consumidas durante a prática desportiva.ModalidadesDesportivas(n)Voleibol (46)Atletismo (85)Andebol (51)Judo (16)Ginástica (51)Natação (43)Basquetebol (42)Futebol (99)Água(n)Água ouisotónico(n)0030011111000102Água ousumo(n)7100102012TABELA7Bebidas consumidas depois da prática desportiva.Sumo(n)06301401Sumo(n)03102001Sumo(n)12212263Outros(n)3461246610Outros(n)00400110Outros(n)25606400N (%) que praticaMD e ingere líquidos(n)43,548,054,936,131,934,332,960,1N (%) que praticaMD e ingere líquidos(n)33,736,947,314,820,625,332,953,8N (%) que praticaMD e ingere líquidos(n)50,047,556,026,231,943,449,462,7Directamente associadas a <strong>actividade</strong>s<strong>física</strong>s, as bebidas desportivasviabilizam a rápida absorçãode sais e de água perdidos peloorganismo através da transpiração,necessária para o equilíbrio datemperatura corporal 1,7 . A eficáciafisiológica requer que a bebida formuladaevite as limitações impostaspela ingestão voluntária, esvaziamentogástrico e absorção intestinal,ao mesmo tempo fornecendolíquido, hidratos de carbono e electrólitosem quantidades e frequênciasconhecidas por provocar respostasfisiológicas e de desempenho18,19,21 . Mas representam umelevado custo, para obtenção dehidratos de carbono e líquidos. Dosalunos que praticam <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>e ingerem líquido antes, durante eapós a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, as bebidasdesportivas foram menos consumidase as energéticas não foramseleccionadas por nenhum aluno.A bebida mais consumida antes,durante e depois da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> foi a água seguida de sumo.Para a maioria das formas de desenvolvimentoda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>moderadas, não são necessárioslíquidos especiais para a hidratação.Para indivíduos em treino ecompetição basta estimular a ingestãode água na <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>,líquidos adequados são necessáriospara aqueles que praticam <strong>actividade</strong>sde elevada intensidade 1,7,17 . Amaioria dos alunos participantesno estudo praticam modalidadesdesportivas de intensidade moderada.No entanto, os alunos quepraticam modalidades desportivasextracurriculares intensas preferemmais consumir água antes, durantee depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>. Areferência de alguns alunos quantoà prática de <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> intensanas modalidades desportivascurriculares possivelmente deve-seao grande esforço físico que neces-


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoisitam de despender e que não ofazem habitualmente. Sendo de evidenciarque é mais frequente emalunos que não praticam modalidadesextracurriculares. A sensaçãode esforço é assim determinadapelas experiências anteriores.A bebida que os alunos participantesno estudo mais ingeremdurante a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> com aadição de hidratos de carbono é osumo (Cem gramas contem cercade 85 a 91g de água, 9 a 15gde hidratos de carbono, 5 a 10mgde sódio, 60 a 80mg de potássioe 3 a 2mg de magnésio). Algunssumos de fruta (kiwi, maçã, figos,pêra, abacaxi) podem conter quantidadessignificativas de frutosequando comparada com os outroshidratos de carbono presentes nasbebidas. As quantidades de frutosenos sumos poderão ser contraindicadas,uma vez que a frutoseterá que primeiro ser convertidaem glicose no fígado antes de sermetabolizada pelos músculos, tornandoportanto a frutose menosefectiva como fonte principal deenergia para o desempenho atlético.Indivíduos que participaramem pesquisas nas quais foi oferecidosomente solução de frutosepara hidratação reclamaram desta,pois apresentavam mal-estar gastrointestinal,diarreia e vómito. Sendode salientar que o uso de bebidascontendo múltiplos de hidratosde carbono, estimula os diferentesmecanismos de absorção do soluto,resultando numa maior absorçãode água se comparada a bebidascom apenas um tipo de hidratosde carbono 5,9,20 .A água foi a bebida mais consumidapelos alunos no decurso da <strong>actividade</strong><strong>física</strong> moderada, intensa eprolongada. Em situações de trabalhomoderado, não é necessáriaa reposição de minerais, visto quepela alimentação normal os níveissão restabelecidos. No entanto,em <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> intensa e prolongadaé aconselhável a ingestãode líquidos que contenham quantidadesadequadas de sais minerais.Quando comparamos modalidadesdesportivas verifica-se que algumasnão incluem condições e oportunidadesfrequentes e/ou para ingerirvolume adequado de líquidos e assimprevenir a desidratação. Estudosrelevam que a ingestão de líquidosaromatizados e com adição de sódioestimulam a vontade de beber econsequentemente ao aumento dasensação de sede quando comparadocom a água pura 5,15,18 . Sendode salientar que as práticas desportivasmais praticadas pela amostraestão incluídos nas disciplinas curricularesda Licenciatura de Ciênciasdo Desporto e Educação Física eque a ingestão de líquido pode serlimitante pelo pouco tempo que têmdisponível da prática de uma modalidadedesportiva para a seguinte.A ingestão de líquidos durante a<strong>actividade</strong> <strong>física</strong> é talvez a recomendaçãomais importante naposição da ACSM, pelo facto deidentificar que o objectivo ideal daingestão é prevenir qualquer nívelde desidratação 1,4,19 . Os alunos quepraticam as modalidades desportivasanalisadas ingerem menosbebidas antes e durante a práticadesportiva, observando-se o menorconsumo durante a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.No presente estudo quando secomparou o consumo de bebidasno decurso da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, verificou-seque os alunos consomemmais bebidas depois da <strong>actividade</strong><strong>física</strong>.A hidratação foi para os alunosparticipantes no estudo a principaljustificação para a necessidadee consumo de bebidas antes, durantee depois da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>.No entanto, um reduzido númerode alunos ingerem bebidas nodecurso das modalidades desportivascurriculares. Os alunos fisicamenteactivos estarão interessadosem líquidos que promovam o aumentodo desempenho desportivo.Educar os alunos fisicamente activossobre os efeitos da desidrataçãono desempenho físico correspondea informá-los como devem monitorizaros estados de hidratação emfunção da modalidade desportivae incentivar técnicas durante ostreinos e competições.Este trabalho teve como objectivoprincipal estudar o consumo e aimportância de bebidas que possamde alguma forma apoiar a manutençãodo equilíbrio hídrico de nodecurso da <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> emalunos fisicamente activos. Pode-setambém considerar que de umaperspectiva geral os objectivosforam alcançados. No entanto,é necessário evidenciar que umestudo em indivíduos fisicamenteactivos pressupõe uma avaliaçãomais alargada, na medida que váriosfactores como as característicasespecíficas de cada modalidadedesportiva e as necessidades individuaisde cada aluno contribuempara alcançar níveis adequados dehidratação, não dependendo assimsomente do consumo ou não debebidas no decurso da <strong>actividade</strong><strong>física</strong>.AGRADECIMENTOSA realização deste trabalho beneficioudo apoio financeiro do Institutode Bebidas e Saúde - iBeSa, atravésda concessão de uma bolsa deincentivo à pesquisa e investigaçãoe foi parcialmente apresentadopublicamente a 7 de Fevereiro de2006 na 3ª Jornada Bebidas eSaúde na Faculdade de Ciênciasda Universidade do Porto.


38 | | investigação técnico original opinião revisão39CORRESPONDÊNCIACarla Andreia Lima FerreiraTravessa do Patronato, n.º 49060-219 FunchalE-mail: c.carla.ferreira@gmail.comREFERÊNCIAS1. American College of SportsMedicine (1996). Position Standon exercise and Fluid Replacement.Med Sci Sports Exerc 28(1):i-vii.2. Ainsworth BE, Maskell WL,Whitt MC, Irwin ML, Swartz SJ etal (2000). Compendium of PhysicalActivities: an update of activitycodes and Met Intensities. MedSci Sports Exerc 32(9): Suppl:498-516.3. Bray GA, Gray DS (1988). Anthropometricmeasurements in theobese. In Lohman TG, Roch AF,Martorelli R. Anthropometric standardizationreference manual. Champaign:Human Kinetics, 131-136.4. Burke LM, Hawley JA (1997).Fluid Balance in Team Sports.Sports Med 24(1):38-54.5. Chang RT, Gisolfi CV (1995).Effects of carbohydrates type andconcentration and solution osmolalityon water absorption. Med SciSports Exerc 27:1607-1615.6. Durnin JUVA, Womersley J(1974). Body fat assement fromfat total body density and itsestimation from skinfold thickness:measurement on 481 men andwomen 16 to 72 years. British JNut 32:77-97.7. Encyclopaedia of Sports Medicinena IOC Medical Commission Publication(volume VII) in colloborationwith the International Federationof Sports Medicine (2000) Nutritionin Sport. Oxford: Blackewell Science.8. Febbraio MA, Chiu A, Augus DJ,Arkinstall MJ, Hawley JA (2000).Effects of carbohydrate ingestionbefore and during exercise onglucose kinetics and performance.J Appl Phsiol 89:2220-2226.9. Ferreira FAG, Graça MÊS (1977).Tabela de composição dos alimentosPortugueses. Lisboa: InstitutoRicardo Jorge.10. Frisanch AR (1990). AnthropometricStandars for the assessmentof growth and nutritionalstatus. Ann Arbor, MI: University ofMichigan Press.11. Graffar M. (1996) “Une méthodeclassification sociale d´echatillonsde la population”- Courier6:455.12. Craig CL, Marshall AL, SjöströmM, Bamean AE, Booth ML, AinsworthBE et al (2003). InternationalPhysical Activity Questionnaire:12-Country Reliability andValidity. Med Sci Sport Exerc35(8):1381-1395.13. Himes JH (1991). Consideringframe size in nutrition assessment.In: Hilmes JH (ed). Anthropometricassessement of nutritional satus.New Work: Wiley -Liss,141-150.14. Kriska AM, Caspersen LJ(1997). Introdution to collection ofphysical activity questionnaires.Med Sci Sport Exerc 29 suppl 6:5-9.15. Minehan MR, Riley MD, BurkeCM (2002). Effect of flavor andawareness of kilojoule content ofdrinks in preference and fluidbalance in team sports. Int J SportNutr Exerc Metab 12:81-92.16. Norton K, Olds T, AustralianSports Commission (1998). Anthropometrica.Sidney: UN SW Press.17. Position of the American DieteticAssociation, Dietitians of Canada,and the American College of SportsMedicine (2000). Nutrition and atleticperformance. J Am Diet Assoc100:1543-56.18. Serge P, Brauss WA, MarkojskiMS, Beneke R, Leithauser R (2004).Fluids and Hidration in ProlongedEndurance Performance. Nutrition20:651-656.19. Shirreffs SM, Armstrong CE,Cheuvont SM (2004). Fluid andelectrolyte need for preparation andrecovery from training and competition.J Sports Sci 22:57-63.20. United States Department ofAgriculture. (?) Human Nutrition.Information Service. Sugars contentsof Select Foods. Individualand Total Sugars. Home EconomicsResearch Report nº 48.21. Vinci G, Iannilli I, Restuccia D,Santini I, Amendola C (2004). MultivariateStatistical Analysis Companingsport and energy drinks. InnovativeFood Sci Emerging Technologies5:263-267.22. Weudel-Vos GCW, Schuit AJ,Saris WHH and Kromhout D (2003).Reproducibility and relative validityof the Short Questionnaire to AssesHealth-enhancing physical activity.J Clin Epidem 56:1163-1169.


originalDESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UMA EQUAÇÃO DE PREDIÇÃODA CARGA DE TRABALHO PARA O TREINAMENTO COM PESOS NOEXERCÍCIO DE SUPINO RETO, PARA HOMENS DE NÍVEL INTERMEDIÁRIODEVELOPMENT AND VALIDATION OF EQUATION OF PREDICTION THE LOADOF WORK FOR TRAINING WITH WEIGHTS IN THE BENCH PRESS EXERCISES,FOR MEN OF INTERMEDIATE LEVELAUTORESMichel Leonardo Ferreira Lima 1José Fernandes Filho 2Estélio Henrique Martin Dantas 2Paula Roquete Fernandes 3,4Felipe José Aidar 5,6Victor Machado Reis 61Universidade Castelo Branco - UCB- Rio de Janeiro - Brasil2Universidade Castelo Branco - UCB- Rio de Janeiro - Brasil3Centro de Excelência em Avaliação Física- Rio de Janeiro - Brasil4Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO5Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais- Belo Horizonte - Brasil6Universidade de Trás-os-Montese Alto Douro - UTAD - Vila Real - PortugalDESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃODE UMA EQUAÇÃO DE PREDIÇÃODA CARGA DE TRABALHO PARAO TREINAMENTO COM PESOS NOEXERCÍCIO DE SUPINO RETO, PARAHOMENS DE NÍVEL INTERMEDIÁRIO4(1): 39-47PALAVRAS-CHAVEvalidação; equação de prediçãoe carga de trabalho com pesos.KEYWORDSvalidation; equation of prediction;load of work for training with weightsdata de submissãoJulho 2006data de aceitaçãoOutubro 2007RESUMOFundamentação: Os profissionais quetrabalham com musculação temquestionado as formas de avaliaçãoda força dinâmica para a prescriçãode exercícios. Objetivo: desenvolvere validar uma equação de prediçãoda Carga de Trabalho para o Treinamentocom Pesos (CTTP) para oexercício de supino horizontal compesos livres, em praticantes demusculação recreacional de nívelintermediário. Materiais e Métodos:amostra composta de 60 (sessenta)praticantes de musculação recreacional.Para avaliação antropométricae da composição corporal foramutilizados: a massa corporal, estaturae a estimativa da massa corporalmagra, da massa gorda e do percentualde gordura. Para a forçamáxima de membros superiores foiutilizado o teste de 1RM no exercíciode supino horizontal, utilizando pesoslivres. Resultados: os resultados foram:Uma Repetição Máxima (1RM)(75,5±12,7Kg); idade (23±3,15anos);%gordura (8,3±3,0%); massa corporal(71,1±13,0Kg); estatura (172,0±8,4m); massa corporal magra (62,8±10,6Kg) e massa gorda (6,2±3,5Kg).Discussão e Conclusão: foi possível desenvolvere validar uma CTTP para oexercício de supino reto, com umErro Padrão de Estimativa (EPE) de3,378kg) e R 2 =0,98.ABSTRACTBack Ground: The professionals whowork with muscle exercise havequestioned the forms of evaluationof the dynamic force for exerciseprescription purposes. Objective: todevelop and to validate an equationfor prediction of the load duringweight training in the exercise ofhorizontal bench press with freeweights. Materials and Methods: thesample comprised 60 (sixty) subjectsengaged in recreational muscle exerciseprograms. For anthropometricevaluation and body composition thefollowing measures were used: bodymass, stature, estimated lean bodymass, estimate body fat mass andthe percentage of fat. For themaximum force of upper membersthe Repetition Maximum test (1RM)in the exercise of horizontal benchpress was used. Results: the mainresults were: 1RM (75,5±12,7Kg);age (23±3,15years); %fat (8,3±3,0%);body mass (71,1±13,0Kg); stature(172,0±8,4m); lean body mass(62,8±10,6Kg) and fat body mass(6,2±3,5Kg). Discussion: it was possibleto develop and to validate anequation of prediction of the load ofwork for weight training in theexercise of horizontal bench press,with a Standard Error of Estimation(SEE) of 3,378kg), and R 2 =0,98.


40 | | investigação técnico original opinião revisão41INTRODUÇÃOAtualmente, nas academias de ginástica,o treinamento com pesostem um papel importante não sócom a finalidade da performance<strong>física</strong> ou esportiva, mas tambémcomo treinamento preventivo napromoção de um estilo de vidamais saudável, inclusive em adultosvelhos 13 .O treinamento com pesos não éuma modalidade esportiva e simuma forma de preparação <strong>física</strong>utilizada por atletas e pela populaçãoem geral. Podendo ser utilizado emprogramas visando à reabilitação,o estímulo à <strong>saúde</strong>, a estética e olazer 15,19,24 .Baseado nestas afirmações, quandose utiliza o treinamento com pesoscomo estímulos à <strong>saúde</strong>, à estéticae ao lazer, parece ainda existir umadúvida no que diz respeito à definiçãoda carga que o aluno deveutilizar em seu programa de exercícios.Os profissionais que trabalhamcom musculação questionamas formas de avaliação da forçadinâmica para a prescrição deexercícios 8,20 .Hoje em dia o teste de uma repetiçãomáxima (1RM) aparececomo uma das formas utilizadas demensuração da força máxima paraelaboração de programas de musculaçãobem como para a avaliaçãoe comparação do aumento da forçamuscular. A sua utilização, na maioriadas vezes ou quase sempre, émuito cansativo e demorado, podendoser indesejável sua realizaçãocom certas populações existentesnas academias de ginástica como:idosos, hipertensos, entre outros 4,21 .Para isto utiliza-se equação depredição para chegar ao valor de1RM sem medição direta. Sendoassim, uma das equações utilizadascomo suporte teórico para esteestudo afirma existir uma diminuiçãoaproximada da força muscularde 2 a 2,5% para cada repetiçãorealizada, em no máximo vinterepetições 1 .De qualquer forma, estabeleceruma carga de treinamento atravésdo teste de 1 RM é de suma importânciapara que o trabalhomuscular atinja o objetivo proposto 7 ,mesmo não sendo o mais indicado,viável e confiável 8 . Em função disso,torna-se importante estabelecercritérios científicos de avaliação dacarga para um ou mais exercíciosespecíficos, operacionalizando e trazendopara o âmbito da academiauma forma segura e prática daavaliação da força dinâmica.Desta forma, o objetivo do presenteestudo centra-se em buscar, atravésde uma equação validada, predizera Carga de Trabalho para o treinamentocom Pesos (CTTP) sem anecessidade de se fazer uma avaliaçãode 1RM. Isto contribuirá parauma correta orientação sobre oqual deverá ser a carga de treinamentoque o aluno poderá utilizarcomo referência, no exercício desupino horizontal. Procura-se comisso estabelecer qualidade, eficiênciae segurança no que diz respeitoa estratificações da força máximadinâmica de membros superiores.METODOLOGIAAmostraA amostra foi composta por 60sujeitos praticantes de musculaçãorecreativa a mais de três meses,faixa etária entre 18 e 30 anos deidade, do sexo masculino.O tempo de prática foi adotadocomo critério de elegibilidade, tendoem vista que até oito semanas doinício da prática de atividadesresistidas há uma tendência a umafase adaptativa neural. Esta faseadaptativa pode influenciar os resultadosquando avaliada principalmentea força máxima. Após esteperíodo, o indivíduo tende a melhorarseus níveis coordenativos,sendo estes muitas vezes relacionadoscom o aumento da forçamáxima 6,10,12 .Os atletas eram informados quesua participação no estudo eravoluntária. Foi utilizado como critériode elegibilidade ter feito ouestar fazendo o uso de alguma substânciaque pudesse estar interferindona performance da amostra.Esta pesquisa seguiu rigorosamenteos critérios propostos pela resoluçãon.° 196, de 10 de Outubrode 1996, do Conselho Nacionalde Saúde, em concordância com aDeclaração de Helsinki, 1975 eadendo de 2000, sendo submetidopara aprovação no comitê de éticainstitucional.InstrumentosA massa corporal foi mensuradaem uma balança Balança AntropometricaDigital até 300 Kg damarca WELMY, de plataforma, comestadiomêtro metálico aferida ecertificada pelo IPEM/INMETRO,com precisão de 0,1kg, e a estaturafoi obtida em um estadiômetrocom precisão de 0,1 cm 11 .As medidas foram realizadas porum único avaliador com um adipômetrocientífico da marca Lange.A avaliação da composição corporale antropometria aconteceram antesda realização do teste de 1RM e osalunos não realizaram nenhumaatividade <strong>física</strong> prévia.Para o teste de 1 RM foram utilizados3 aplicadores com práticaem exercícios resistidos que denominadosjuízes, e que ajudaram assegurara confiabilidade e a validadede nossos dados.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportooProcedimentosTodos os indivíduos foram medidose pesados descalços, vestindoapenas uma sunga. A partir dessasmedidas, o índice de massa corporal(IMC) foi determinado peloquociente massa corporal/estatura 2 ,sendo a massa corporal expressaem quilogramas (kg) e a estatura,em metros (m).A composição corporal foi determinadapela técnica de espessurade dobras cutâneas. Três medidasforam tomadas em cada ponto anatômico(abdômen, peitoral e coxa),em seqüência rotacional, do ladodireito do corpo, sendo registradoo valor mediano.Tais medidas foram realizadas porum único avaliador com um adipômetrocientífico da marca Lange, deacordo com as padrões definidos 22 .A gordura corporal relativa (%gordura) foi calculada pela fórmulade Siri 23 , a partir da estimativa dadensidade corporal determinadapela equação envolvendo a espessurade três dobras cutâneas 14 .A avaliação de 1 RM de membrossuperiores, foi realizado o exercíciode supino horizontal com pesoslivres 1 .Para o teste de 1RM, cada sujeitoiniciou as tentativas com um pesoque acreditasse pudesse ser levantadosomente uma vez usando oesforço máximo.Foi adicionado então incrementospeso até se atingir a carga máximaque pudesse ser levantada umaúnica vez. Caso o praticante nãoconseguisse realizar nenhuma repetição,subtrairia 2,4 a 2,5 % dacarga, utilizada no teste 2 .Os sujeitos descansaram entre 3-5minutos entre tentativas. No SupinoHorizontal, durante o teste de 1RM,cada sujeito se colocou na posiçãosupina, mantendo sua cabeça, ombros,e nádegas em contato constantecom o banco e alinhados. Aplanta dos pés de cada sujeitopermaneceu inteiramente apoiadano assoalho durante a tentativa noBanco de Supino Horizontal. Cadasujeito para a tentativa, recebeajuda de dois outros juízes que secolocaram lateralmente, um emcada extremidade da barra, paratirar a barra do suporte do banco,recebendo a barra no comprimentodo braço com os cotovelos estendidossendo que a posição inicialera determinada por um outro juízsituado atrás da cabeça na direçãodo banco, este denominado juízprincipal. A barra foi abaixada até opeito em um ponto na linha dosmamilos ou próxima a esta linha,com variabilidade permitida de aproximadamente1 a 2 cm no sentidocéfalo-caudal. Quando a barratocou no peito, o juíz principal davaum comando através de umapalma, e o sujeito deveria estenderseus braços, retornando o pesopara a posição inicial até ficar comoos cotovelos estendidos. Uma vezque os braços estivessem completamenteesticados, o juíz principaldava um comando, e os juízes lateraisajudavam o sujeito a retornaro peso para o suporte do banco.Todos os sujeitos foram submetidostrês sessões de testes de 1-RM,no exercício supino horizontal, comintervalo de 48 a 72 horas entrecada sessão, para avaliação da forçamuscular.O teste foi precedido por uma sériede aquecimento (6 a 10 repetições),com aproximadamente 50% dacarga a ser utilizada na primeiratentativa de cada teste de 1-RM.A testagem foi iniciada dois minutosapós o aquecimento. Portanto,a carga registrada como 1-RMfoi aquela na qual foi possível aoindivíduo completar somente umaúnica repetição 7 . O intervalo detransição entre os exercícios foide três a cinco minutos.Vale ressaltar que a forma e a técnicade execução de cada exercícioforam padronizadas e continuamentemonitoradas na tentativade garantir a qualidade das informações.Além disso, os sujeitosrealizaram os testes sempre nomesmo período do dia e não praticaramexercícios físicos durante operíodo experimental.EstatísticaO tratamento estatístico atendeu àproposta básica, para o presentetrabalho, utilizando a estatísticadescritiva, no sentido de constituir--se em uma análise descritiva dogrupo em questão, observando-seos conceitos descritivos estruturadosem valores médios e seusderivados para as variáveis decunho contínuo; e das distribuiçõesde freqüências para as variáveisde cunho discreto definidas pelosdados colhidos, quanto às observaçõesdos elementos submetidosao protocolo do experimento.Aplicou-se o teste Komogorov--Smirnov, para verificação da normalidadeda amostra. A estatísticainferencial que compõe o teste dehipóteses foi baseada na correlaçãoutilizando um tratamento paramétricoou não-paramétrico segundoo resultado de normalidade realizado.Após a correlação feita, foramverificadas e geradas as equaçõesde predição, para posterior escolhada que melhor se coadunava aoobjetivo proposto.Objetivando-se a medição dos testes,o presente trabalho pautou-se emconsonância às considerações básicasdo tratamento estatístico, afim de manter-se a cientificidadeda pesquisa, em que se considereo nível de significância de p


42 | | investigação técnico original opinião revisão43NMédiaDPMínimoMáximoKomogorov--Smirnov sig.pResultado1RM Idade %G MC Estatura MCM MASGord6075,512,7601060,02RN60233,151830Para o tratamento estatístico foiutilizado o programa SPSS forWindows versão 12.0.RESULTADOS608,33,04,317,40,473ANEm um primeiro momento, o tratamentoestatístico utilizado napresente pesquisa foi dividido naestatística descritiva, na qual sãoapresentados os resultados relativosà média e suas medidas de6071,113,056,8101,20,105AN60172,08,41591900,173AN6062,810,648,486,10,132AN606,23,52,5215,610,184TABELA1Estatística descritiva da amostra selecionadapara o desenvolvimento da equação de predição.LEGENDA: %G: Percentual de Gordura; MC: Massa corporal; MCM: Massa corporalmagra; MASGord: massa gorda; AN: Aceita Normalidade; RN: Rejeita Normalidade.NMédiaD.PMínimoMáximoKomogorov--Smirnov sig.pResultado1262,32,0160640,20AN125,91,134,38,50,83ANANdispersão do grupo que compõeo desenvolvimento da equação eas características do grupo quevalidou o modelo, onde se procurouestabelecer uma característicaprópria e uma maior homogeneidadedo grupo em estudo (tabela 1).Em seguida, são apresentados osresultados referentes à estatísticainferencial, a fim de saber a relevânciaque o estudo acrescentapara a comunidade acadêmica eespecialista em treinamento daforça muscular.1RM PGO MCOR Estat MCM MASGor1260,22,6356,8650,29AN121653,051591690,95AN1254,32,0250,958,90,52AN123,60,822,525,530,85TABELA2Estatística descritiva da amostra selecionada para validação da equação de predição.LEGENDA: PGO: Percentual de Gordura; MCOR: Massa Corporal; MCM: Massa CorporalMagra; MASGord: Massa Gorda; KS: Kolmogorov Smirnov; AN: Aceita Normalidade.ANE finalmente, o estudo será concluído,com base nas informaçõesgeradas, de acordo com o que foidiscutido e apresentado no modelodesenvolvido, acrescentando suaaplicabilidade prática e recomendaçõespertinentes a ele.Dos resultados acima, tem-se queas variáveis apresentam distribuiçõesditas normais, exceto a variáveldependente, ou seja, o teste de1RM que responde pela naturezado problema, no qual a heterogeneidadese faz importante paraaumento da significância do processode resolução da equação depredição.Em seguida (tabela 2), são apresentadosos resultados da amostraselecionada para a validação daequação gerada de acordo com oobjetivo deste estudo.Nota-se a partir dos dados que aamostra apresenta normalidadepara as variáveis selecionadas.Os resultados relativos à EstatísticaInferencial, as quais correspondemas variáveis que foram selecionadaspara o desenvolvimento da equaçãopreditora são apresentados natabela 3.Dos resultados acima temos que,as variáveis selecionadas para oconstructo do modelo no seu contextode significância apresentamalto índice de confiabilidade, uma vezque os indicadores de existência derelações causais entre as variáveisindependentes (MC e estatura) evariável dependente (1RM) apresentamvalores com sig. P


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportooPara tanto, utilizou-se o teste deregressão de Pearson (r), no métodoStewise correlation, no qualse selecionou somente as variáveiscom significativa margem de contribuiçãona construção da equação,excluindo automaticamente, as variáveiscom baixo nível de correlação.Observou-se como elemento crítico,adotando-se um nível de significânciapara p


44 | | investigação técnico original opinião revisão45Esperado646464646464636060606060Calculado71,1716665,66766,865,166,468,163,964,166,3TABELA5Resultados Observados vs. Calculado.De acordo com os resultados apresentados3,9,16,18 , na tabela 4 seguinteapresentam-se as variáveis selecionadase seus níveis de correlação re R 2 (simples e coeficiente de determinação)e Erro Padrão Estimado(EPE), são equiparados aos apresentadospela literatura.Desta forma, os resultados apresentadosreportam a linearidadequanto aos valores de 1RM, reafirmandoo critério das variáveisexclusas da equação gerada.Valores 1RM7570656055504540FIGURA1Resultados Observados vs. Calculado.Calc - erro67,767,662,662,263,663,461,86364,760,560,762,9Calc + erro74,574,469,36970,470,268,569,871,567,267,569,6Entretanto os resultados calculadose observados demonstram que pelofato de cada elemento avaliadoapresentar estaturas diferentes,este se torna o fator determinante,reafirmando o modelo encontrado,ou seja, indivíduos com o mesmopeso corporal, porém apresentandoestaturas diferenciadas, podemdemonstrar valores de força nãoequivalentes, sendo reafirmado pelavariável da força relativa 3,17 .1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12ObservaçõesLEGENDAEsperadoCalculadoDe acordo com o objetivo desteestudo pode-se concluir que foipossível desenvolver e validar umaequação de predição da carga detrabalho para o treinamento compesos (CTTP) no exercício supinohorizontal, utilizando pesos livrespara os praticantes recreacionaisde musculação.CTTP = 0,821 x MC + 0,105 x ESTATURAAPLICAÇÕESPRÁTICASSurge neste estudo à utilizaçãoda equação proposta, junto aoparadigma terminológico CTTP,preenchendo positivamente lacunasna confecção do trabalho com pesospara o exercício de supino reto,nas academias de musculação.Cabe esclarecer que, a elaboraçãode uma equação de prediçãoatravés de variáveis antropométricas,utilizando apenas uma balançae com estadiômetro, não necessitandoda utilização de compassosde dobras cutâneas, paquímetros,etc., tornando-se mais rápido amensuração da força máxima doindivíduo, desta forma otimizando areferência com vistas a elaboraçãode programas de musculação emalunos praticante de musculaçãorecreativa em nível intermediários(mais de oito semanas de experiência),para o exercício proposto.Mantendo a praticidade e a aplicabilidadedo que foi desenvolvido,criou-se uma tabela (tabela 6),onde se conhecendo os valores damassa corporal e da estatura,identificam-se os valores máximosda força dinâmica no banco de supinohorizontal com pesos livres.


o<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoTABELA6Predição da força dinâmica de membros superiores, através da massa corporal e estatura,para alunos intermediários no exercício de supino horizontal com o uso de peso livre.Mass./Estat.6061626364656667686970717273747576777879808182838485868788899015065666767686970717272737475767777787980818182838485868687888990152656667686969707172737374757677787879808182828384858687878889901546566676869707071727374747576777879798081828383848586878888899015666666768697071717273747575767778798080818283848585868788898990158666767686970717272737475767777787980818182838485868687888990901606667686969707172737374757677787879808182828384858687878889909116266676869707071727374747576777879798081828384848586878888899091164666768697071717273747576767778798080818283848585868788898990911666768686970717272737475767777787980818182838485868687888990909116867686969707172737374757677787879808182828384858687878889909192170676869707071727374747576777879798081828384848586878888899091921726768697071717273747576767778798080818283848585868788898990919217468686970717272737475767777787980818182838485868687888990919192176686969707172737374757677787879808182838384858687878889909192921786869707071727374757576777879798081828384848586878888899091929318068697071717273747576767778798080818283848585868788899090919293182686970717272737475767777787980818282838485868687888990919192931846969707172737474757677787879808182838384858687878889909192929318669707071727374757576777879798081828384848586878888899091929393188697071717273747576767778798080818283848585868788899090919293941906970717272737475767777787980818282838485868687888990919192939419269707172737474757677787879808182838384858687878889909192929394194707071727374757576777879798081828384848586878889899091929393941967071717273747576767778798081818283848585868788899090919293949419870717273737475767777787980818282838485868687888990919192939495200707172737474757677787879808182838384858687888889909192929394952027071727374757576777879808081828384848586878889899091929393949520471727273747576767778798081818283848585868788899090919293949495206717273737475767777787980818282838485868687888990919192939495962087172737474757677787879808182838384858687888889909192929394959621071727374757576777879808081828384848586878889899091929393949596CMTP = 0,821 * Massa Corporal ( Kg ) + 0,105 * Estatura ( cm )


46 | | investigação técnico original opinião revisão47CORRESPONDÊNCIAVictor Machado ReisUTAD - Departamentode Ciências do DesportoApartado 10135000 Vila Real - PortugalE-mail: vreis@utad.ptREFERÊNCIAS1. Adams GM. (1999) Exercisephysiology - laboratory manual.Dubuque: Wm. C. Brown CommunicationsInc.2. Baechle TR, Earle RW. (2000)Essential of strength training andconditioning. Champaign: HumanKinetics.3. Ballmann KL, Scanlan JM,Mayhew JL, Lantz CD. (1999)Anthropometric dimensions to predict1-RM bench press in untrainedfemales. J Sports Med PhysFitness. 39(1):54-60.4. Braith RW, Graves JE, LeggettSH, Pollock ML. (1993) Effect oftraining on the relationship betweenmaximal and submaximal strength.Med Sci Sports Exerc. 25(1):132-8.5. Chapman PP, Whiehead JR,Binkert RH. (1998) The 225 lbsreps-to-fatigue test as a submaximalestimate of 1 RM benchpress performance in collegefootball players. J Strength CondRes. 12 (4): 258-261;6. Chestnut JL, Docherty D. (1999)The effects of 4 and 10 repetitionmaximum weighttraining protocolson neuromuscular adaptations inuntrained men. J Strength CondRes. 13(4):353-9.7. Clarke DH. (1973) Adaptationsin strength and muscular enduranceresulting from exercise. ExerSports Sci Rev. 1:73-102.8. Cronin JB, Henderson ME. (2004)Maximal strength and power assessmentin novice weight trainers. JStrength Cond Res. 18(1):48-52.9. Cummings B and Finn KJ. (1998)Estimation of a one repetition maximumbench press for untrainedwomen. J. Strength Cond Res.12(4):262-265.10. Fleck SJ and Kraemer WJ.(1999) Fundamentos do treinamentode força muscular. PortoAlegre: Ed. Artmed.11. Gordon CC, Chumlea WC,Roche AF. (1988) Stature, recumbentlength, and weight. In:Lohman TG, Roche AF, Martorell R.(editors). Anthropometric standardizationreference manual. Champaign:Human Kinetics Books.12. Häkkinen K, Alen M, Komi PV.(1995) Changes in isometric forceand relaxation-time, electromyographicand muscle fibre characteristicsof human skeletal muscleduring strength training and detraining.Acta Physiol Scand. 125(4):573-85.13. Harris C, DeBeliso MA, Spitzer-Gibson TA, Adams KJ. (2004) Theeffect of resistance-training intensityon strength-gain response inthe older adult. J Strength CondRes. 18(4):833-8.14. Jackson AS and Pollock ML.(2004) Generalized equations forpredicting body density of men.1978. Br J Nutr. 91(1):161-8.15. Kalapotharakos VI, MichalopoulosM, Tokmakidis SP, GodoliasG, Gourgoulis V. (2005) Effects ofa heavy and a moderate resistancetraining on functional performancein older adults. J Strength CondRes. 19(3):652-716. Kravitz L, Akalan C, Nowicki K,Kinzey SJ. (2003) Prediction of 1repetition maximum in high-schoolpower lifters. J Strength Cond Res.17(5):167-172;17. Mayhew JL, Piper FC and WareJS. (1993) Anthropometric CorrelatesWith Strength PerformanceAmong Resistance Trained Athletes.J Sports Med Phys Fitness. 33(2):159-165.18. Mayhew JL, Ware JS, BembenMG, Wilt B, Ward TE, Farris B,Juraszez J, Slovak JP. (1999) TheNFL-225 test a mensure of benchpress strength in college foot-ballplayers. J Strength Cond Res. 13(2):130-134.19. Melanson EL, Sharp TA, SeagleHM, Donahoo WT, Grunwald GK,Peters JC, Hamilton JT, Hill JO.(2005) Twenty-four-hour metabolicresponses to resistance exercisein women. J Strength Cond Res.19(1):61-6.20. Ploutz-Snyder LL, Giamis EL.(2001) Orientation and familiarizationto 1RM strength testing inold and young women. J StrengthCond Res. 15(4):519-23.21. Rikli RE, Jones CJ, Beam WC,Duncan SJ, Lamar B. (1996) Testingversus training effects on 1-RMstrength assessment in older adults.Med Sci Sports Exerc. 28(5) Supplement:153.22. Slaughter MH, Lohman TG,Boileau RA, Stillman RJ, Van LoanM, Horswill CA, Wilmore JH. (1984)Influence of maturation on relationshipof skinfolds to body density: across-sectional study. Hum Biol.56(4):681-9.23. Siri WE. (1961) Body compositionfrom fluid spaces and density:analysis of methods. In: Brozek J,Henschel A (ed). Techniques for measuringbody composition. Washington:National Academy of Science.24. Yu CC, Sung RY, So RC, Lui KC,Lau W, Lam PK, Lau EM. (2005)Effects of strength training on bodycomposition and bone mineralcontent in children who are obese.J Strength Cond Res. 19(3):667-72.


treino e rendimento desportivo


investigaçãoCARACTERÍSTICAS GENOTÍPICAS E FENOTÍPICASEM ATLETAS VELOCISTASCHARACTERISTICS GENOTIPICS AND FENOTIPICSIN ATHLETICS SPRINTERSAUTORESLeonardo Chrysostomo dos Santos 1Paulo Moreira Silva Dantas 1,2José Fernandes Filho 11PROCIMH - UCB/RJ- Programa de Mestradoem Ciência da <strong>Motricidade</strong> Humana2UNIGRANRIO/RJCARACTERÍSTICAS GENOTÍPICASE FENOTÍPICAS EMATLETAS VELOCISTAS4(1): 49-56PALAVRAS-CHAVEdermatoglifia; somatotipo;isocinético; corredores de velocidade.KEYWORDSdermatoglyphic; somatotype;isokinetic; runners sprinters.data de submissãoJulho 2007data de aceitaçãoNovembro 2007RESUMOO objetivo deste estudo foi compararas características genotípicas efenotípicas em um grupo de atletasde velocidade no atletismo. Fizeramparte do estudo 19 atletas de ambosos sexos, descritos pela idadede 22,42±3,53, massa corporalde 66,61±7,66kg e, estatura de173,18±7,23cm. O perfil genéticoe o somatotipo foram estimadoscom base no protocolo de Cumminse Midlo (1961), e Heath e Carter(1990), respectivamente, e a avaliaçãoisocinética referenciada em Adams(1998). Os resultados demonstramque, no grupo: (a) D10=13 e SQTL=120, (b) para os tipos de desenhos,A=2,1%; L=64,7% e W=33,2%, (c)o perfil foi classificado por mesomorfo-balanceadosendo os valores2,33 - 4,11 - 2,81, (d) os valoressugeridos para o torque isocinéticonos diferentes intervalos entre asrepetições 1-3 e 48-50 foram, respectivamente,348,67±24,4% e,150±24,7%, (e) não existe diferençasignificativa para um valor dep


50 | | investigação técnico original opinião revisão51INTRODUÇÃOVale ressaltar por oportuno que,no âmbito das modalidades esportivas,o perfil dermatoglíficotem sido investigado e, para tanto,cabe citar as pesquisas envolvendoa seleção brasileira de ginásticaolímpica, praticantes de basquetebol,atletas de voleibol brasileiromasculino adulto, atletas de futsalbrasileiro masculino adulto, nadadoresmeio-fundistas e fundistasde alto rendimento, atletas brasileirosde corrida de orientaçãode alto rendimento, a seleção brasileirade futebol de praia, ciclistasde alto rendimento e a seleçãobrasileira feminina adulta de andebol8,10,21,22,24,25,26,27,31 .Condizente a utilização do métodoisocinético, cabe apresentar algumasde suas possibilidades de aplicaçãoque vão desde investigações acercada força e equilíbrio muscular deatletas, até estudos de revisãobibliográfica sobre os aspectospráticos da avaliação isocinética esua utilização para os indivíduosque praticam atividade <strong>física</strong> 5,6,7 .Faz-se pertinente ressaltar que aclassificação somatotípica é empregadacom o objetivo de: (1) descriçãoe comparação, entre desportistasde distintos níveis; (2) caracterizaçãodas mudanças no físicodurante o crescimento, o envelhecimentoe o treinamento; (3) comparaçãoda forma relativa de jogadoresmasculinos e femininos; (4)aplicação como ferramenta para aanálise da imagem corporal 8,11,14,15,16,29 .Sobretudo, sabe-se que consta noacervo do conhecimento científicoque a seleção dos esportistas,para diferentes modalidades dejogos, se apóia nas respectivascapacidades de resolver tarefasmotoras, de caráter tático, de maneiraeficiente, e, que ao dispor-sede uma metodologia de marcasgenéticas, se evidencia não a ausênciadessas variáveis intervenientes,mas o aprimoramento de umprocesso que aumentaria a certezade manter sob a mira os indivíduosque já possuam um genótipo paraesta ou aquela modalidade, ou ainda,provas desportivas 31 .Portanto, é pressuposto, aqui, queuma das condições necessáriaspara se conseguir sucesso dentrodo contexto de alto rendimentoesportivo, da Educação Física, é otalento inato ou a aptidão do atleta.Cabendo, também, destacar que autilização de informações préviasacerca das capacidades e das tendênciasgenéticas aliadas à contribuiçãofenotípica possibilita tanto adeterminação de um talento quantocom seu desenvolvimento. Nestecontexto, é possível constatar acarência de estudos que envolvamatletas de corrida de velocidade.Contudo, faz-se necessário observarque a aplicabilidade prática dadermatoglifia e da somatotipia noprocesso de desenvolvimento dasestratégias de intervenção profissional,com cunho de orientação ede seleção desportiva, demonstrouque o meio (fenótipo), no qual ossujeitos observados habitam, acarretouem influências positivas ounegativas, na confirmação dos dadosextrapolados. Sobretudo, recomendarama realização de futuras investigaçõesque busquem estabeleceruma associação entre a avaliaçãodo estado (fenótipo) e o potencialgenético (dermatoglifia) 14 .Portanto, o objetivo geral desseestudo centra-se em comparar ascaracterísticas genotípicas e fenotípicasem atletas velocistas damodalidade de atletismo, de ambossexos e da categoria adulta, referenciadopelos protocolos de dermatoglifia20 , somatotipia 30 e, isocinético 3 .METODOLOGIAA amostra foi selecionada a partirde um grupo de atletas de corridade velocidade ranqueados pelaConfederação Brasileira de Atletismo33 e, composta por 19 atletasde alto rendimento e de ambosos sexos descritos pela idade de22,42±3,53 anos, massa corporalde 66,71±7,66 quilogramas (kg) e,estatura de 173,18±7,23 centímetros(cm).No que diz respeito aos procedimentosmetodológicos, cabe destacarque num primeiro momentotodos os indivíduos assinaram umtermo de consentimento livre eesclarecido, e também preencheramos dados solicitados na ananmese.Cabendo destacar que o presentetrabalho atendeu às Normas paraa Realização de Pesquisa em SeresHumanos, resolução 196/96, doConselho Nacional de Saúde de10/10/1996 e foi aprovado peloComitê de Ética, em Pesquisa EnvolvendoSeres Humanos da UniversidadeCastelo Branco.O perfil dermatoglífico foi referenciadopelo protocolo de dermatoglifia 20 ,para o qual, na coleta das impressõesdigitais, utilizou-se papel noformato A4 e o coletor de impressõesdigitais da marca Impress ® .Já as características somatotípicasforam avaliadas pelo método somatotipológico30que permite um estudoapurado sobre o tipo físicoideal de cada modalidade esportiva.Para tanto recorreu-se a seguinteinstrumentação: (1) uma balançade marca Filizola, devidamente calibradae aferida, com capacidadede aferição entre de zero a 150 kge precisão de 100 gramas. (2) umadipômetro científico, do tipo Harpendenmarca Cescorf, cuja precisãoé de um milímetro. (3) um estadiômetro,construído de madeira daCardiomed Ltda. (4) uma fita mé-


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoitrica de metal flexível, do fabricanteAmerican Medical do BrasilLtda. marca Sanny, com dois metrosde comprimento e precisão de ummilímetro. (5) um paquímetro damarca Rosscraft, modelo Tommy02 (made in Canadá), cuja variaçãoé de dois a 18 cm, com precisãode um milímetro.Para o protocolo de avaliação isocinética3foi utilizado um aparelhoisocinético de extensão unilateraldo joelho, devidamente calibrado e,da marca Kin-Com - fabricanteChattanoga Group ® . A velocidadee as repetições estipuladas foramde 180º.s -1 e 50, respectivamente.Antes da execução de cada fasedeste protocolo, os indivíduos realizaramcinco repetições completasdo movimento, com o mínimo esforçopossível, a fim de familiarizarem-secom o equipamento. Porfim, há de se destacar que o estimuloverbal foi fornecido a cadasujeito com o objetivo de produzircontrações voluntárias máximasdurante o teste.O tratamento estatístico atendeuà proposta básica, utilizando aestatística descritiva com o intuitode constituir o perfil de cada indivíduodo grupo, visando caracterizaro universo amostral pesquisado,para obtenção das variáveisde natureza discreta. Utilizaram--se as distribuições de freqüência,quanto às de natureza contínua,isto é, aquelas que obedeceram aum sistema métrico bem definido enormalizado, em que foram seguidosos parâmetros estatísticos básicos,como: tamanho da população (N),média (X), desvio padrão (s); mediana(Med), valores mínimos emáximos 18 .No sentido de aumentar a potênciados resultados e garantir a confiabilidadedos mesmos foi aplicadoo teste Não-Paramétrico de Normalidade,Komogorov-Smirnov.SexoFemininoMasculinoTotalNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáximaAinda na tentativa de melhor elucidaras relações existentes entreas variáveis foi utilizado o métodoestatístico, de estudo da proporcionalidade23,32 , para o qual, na tentativade transformar os valores emum único intervalo foi utilizada aseguinte equação: (valor observado-menor valor observado)/(maiorvalor observado-menor valor observado).A estatística inferencial que compõeo teste de hipóteses foi baseada naclassificação, para a qual foi feitoum cruzamento comparativo entreas classificações, segundo o genótipoe fenótipo, utilizando-se o testeU de Mann-Whitney para variáveiscategóricas ordinais 18 .Por fim, e objetivando-se a mediçãodos testes, o presente trabalho sepautou em consonância às consideraçõesbásicas do tratamentoestatístico, a fim de manter-se aA50%0005140,29%0,61002190,21%0,54002L568%2,778310146,36%2,596,5010196,47%2,577010W532%2,77207143,36%2,793010193,32%2,712010D10cientificidade da pesquisa, em quese considerou o nível de significânciade p


52 | | investigação técnico original opinião revisão53Sexo Endomorfia Mesomorfia EctomorfiaFemininoMasculinoTotalNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáxima52,251,022,611,153,24142,350,732,331,314,2192,330,792,361,154,253,351,464,251,154,55144,380,884,13,326,22194,111,124,111,156,22TABELA2Valores de Tendência Central das variáveis somatotipicas.Feminino53,641,434,141,164,65142,520,952,750,454,22192,811,172,820,454,65Sexo Iso_início Iso_Fim %QMasculinoTotalNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáxima5254,1359,26247,67185,3334314386,4164,41372294506,6719351,685,78348,67185,33506,675111,617,7311290135,6714162,0232,43158,1797,33227,6719148,7536,7415090227,67TABELA3Valores de Tendência Central das variáveis isocinéticas.544,745,7845,235,149,81442,478,4644,4529,5531943,077,7645,229,553Pode-se observar na tabela 2 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), mediana(Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis. Somatotipicas:Endomorfia; Mesomorfiae Ectomorfia.Pode-se observar na tabela 3 osvalores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), mediana(Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis.isocinéticasIsocinético nas três repetições iniciais(Iso_início), Isocinético nastrês últimas repetições (Iso_Fim)e Percentual de Queda entre Ambas(%Q).Pode-se observar na tabela 4os valores de tendência central demédia (X), desvio padrão (s), mediana(Méd) e amplitude (mínimo eMaximo) das variáveis Fenotipicase Genotipicas.Pode-se observar na figura 1 (grupofeminino n=5) e na figura 2 (grupomasculino n=14) os resultadosda proporcionalidade estatísticadas variaveis isocinéticas, somatotipicase dermatoglificas.DISCUSSÃOÉ importante notar que a tabela 1apresenta os valores referentes aoperfil dermatoglífico dos atletas decorrida de velocidade, do presenteestudo. Contudo, cabe ressaltarque a alta variabilidade existenteintragrupo, no que diz respeito àquantidade de deltas em dez dedos(D10) e ao somatório da quantidadetotal de linhas (SQTL), caracterizauma falta de normalidade.Isto posto, ilustrando a argumentaçãocontida nos autores 21quecreditaram ser comum, no processode seleção dos atletasbrasileiros, o critério de escolha


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoiconsiderar, predominantemente, oestado físico e técnico dos atletasem detrimento a preocupação como potencial genético apresentadopor eles. Tornando, portanto, indispensáveisàs investigações e explicaçõesacerca do processo genéticoe suas possibilidades de auxiliar otreinamento desportivo, objetivandopotencializar as probabilidadesdestes atletas chegarem a ummelhor desempenho, relacionando--os com a modalidade desportiva.Contudo, destaca-se que o presentegrupo apresenta um perfil de qualidades<strong>física</strong>s referentes à forçarelativa e absoluta, e à estatura 30 .Ainda assim, e tendo por base oresultado observado em L>W, épossível constatar que ambos ossexos apresentaram característicasgenótipicas de capacidadeglicolítica e também anaeróbicaalática, sendo que o grupo masculinoapresentou mais característicasglicolíticas que o grupo feminino,constatado, também, por umamaior presença de SQTL, que é umindicativo de maior endurance 9,12,13 .Concernente à análise dos desenhosdigitais, ressalta-se que estes apontampara o aumento na complexidadedos desenhos, e corroboramcom os autores que observaramuma tendência ao desaparecimentodo arco e ao aumento dos desenhosmais complexos no altorendimento esportivo 2,26,29 .Com base nos resultados apresentadosna tabela 2, cabe destacarque o grupo feminino foi classificadocomo ectomorfo-mesomorfoe, o grupo masculino apresentouuma classificação de mesomorfo--balanceado, assim como a classificaçãogeral do grupo.Em diferentes contextos e convergindocom os dados do presenteestudo, também foram identificadasas características somatotípicasSexoFemininoMasculinoTotal10.90.80.70.60.50.40.30.20.1010.90.80.70.60.50.40.30.20.1063%MÉDIA_Inicial61%MÉDIA_InicialNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáximaNXsMedMínimoMáxima47%MÉDIA_Final49%MÉDIA_FinalFenótipo531,58315147,54,187,5114196,324,165114Genótipo531,58315147,54,187,5114196,324,165114TABELA4Valores de Tendência Central das variáveis: Fenótipo e Genótipo.34%%Queda45%%Queda50%57%88%100%68%32%66%52%endo meso ecto A L W D10 SQTL12%68%62%75%64%FIGURA1 Feminino (n=5).34%65% 63%endo meso ecto A L W D10 SQTLFIGURA2 Masculino (n=14).


54 | | investigação técnico original opinião revisão55da seleção brasileira de handebolfeminino 22 e foram atribuídas predominânciasdo componente mesomorfo,assim como em ciclistas dealto rendimento 6 , e em atletas decorrida de orientação 27 . Sobretudo,em atletas brasileiros de corridade resistência 16 , foi identificada apredominância de um perfil ectomorfo-mesomorfo,fato que convergecom os presentes dados no quediz respeito ao perfil somatotípicofeminino, mas diverge quanto àmodalidade esportiva.No que se refere aos resultadosdemonstrados na tabela 3, cabeobservar que, no grupo feminino,houve uma queda acentuada paraas três últimas repetições, noteste isocinético, sugerindo que asatletas em questão possuem umamaior capacidade de gerar grandestorques do que uma capacidade demanutenção do mesmo. Isto posto,é possível creditar que estas atletastêm uma grande capacidade develocidade máxima e de aceleraçãoe que, muito embora a queda dotorque seja esperada, por serematletas de provas de velocidadeexplosiva, poder-se-ia sugerir quequanto menor for o percentualde queda mais interessante é acapacidade de manutenção de forçae velocidade. Em contrapartida, ogrupo masculino apresentou umaqueda menos acentuada nos torquedas três ultimas repetições, sugerindoum comportamento de maiormanutenção da força e da velocidade,conforme esclarecido anteriormente.Ilustrando e fundamentando a informaçãocontida no parágrafo anterior,cabe apresentar especialmente, oestudo da relação entre os índicesdermatoglíficos e o resultado deuma avaliação isocinética e de ergoespirometria,em jogadores profissionaisde futebol de campo 4 . Nele,os sujeitos foram divididos em doisgrupos, para o qual o critérioestabelecido foi apresentar umaporcentagem de 70% de W ou L.Os resultados após a avaliaçãoisocinética indicaram que o grupoque possuía 70% de W, iniciou oexercício com uma produção menorde torque, mas conseguiu manterum melhor padrão de torque até ofinal da tarefa, quando comparadosao grupo que possuía 70% deL. Corroborando com os presentesdados que demonstram um percentualde L = 64,74% aliados a umaredução de mais de 50% entre osvalores médios dos intervalos derepetições.Há de se destacar que a maiorendurance genotípica observada nogrupo masculino, associada amaior quantidade de SQTL apresentada,corroboram com os valoresinferiores de queda das três primeirasrepetições com as trêsúltimas, no teste isocinético. Poroutro lado, o autor do iente estudochama a atenção ao comportamentode queda mais abrupto nogrupo feminino que se coadunacom um genótipo mais característicode coordenação neuromotora emenos acentuado de coordenaçãode endurance demonstrado peloD10 e SQTL 31,32 .Os dados demonstrados na tabela4 e nas figuras 1 e 2 indicam, peloestudo de proporcionalidade, arelação existente entre o fenótipoe genótipo onde o genótipo tantodo grupo masculino quanto do grupofeminino está manifestado nofenótipo. Entretanto, com base noresultado do teste de hipótese, opresente estudo aceita a hipótesenula. Em outros termos, não existediferença significativa para um valorde p


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoiigual ao do presente estudo. Resultadoeste, não interessante eque pode ser atrelado à variabilidadede D10 e SQTL do presentegrupo e, conseqüentemente, ilustrandoa maior relação entre dermatoglifiae isocinético.Sobretudo, o presente estudo buscoucontribuir para uma elucidaçãode possibilidades oriundas da interligaçãoentre as característicasgenotípicas e fenotípicas, mostrandoque o conhecimento acerca destarelação é de suma importânciapara o crescimento e desenvolvimentodos processos que envolvemo treinamento desportivo. Processosestes, que podem auxiliar desde aotimização na identificação dascargas genéticas e/ou fenotípicasaté o barateamento dos custosenvolvidos, em detrimento da escolhade um teste sobre o outro.Outrossim, acumulando a possibilidadeda inserção da dermatoglifia,neste âmbito esportivo, como métodoprognóstico que pode auxiliar naavaliação diagnóstica do sujeito.CORRESPONDÊNCIALeonardo Chrysostomo dos SantosE-mail:leochrysostomo@terra.com.brREFERÊNCIAS1. Abramova TF, Chafranova EI,Nikitina TM (1995). Impressõesdermatoglíficas - marcas genéticasna seleção nos tipos de esporte /atualidades na preparação de atletasnos esportes cíclicos. Coletâneade artigos científicos. Volvograd,86-91.2. Abramova TF, Nikitina TM, OzolinNN (1996). Impressões dermatoglíficas- marcas genéticas no potencialenergético do homem. AnaisCientíficos de Moscou. Moscou, 3-13.3. Adams GM (1998). ExercisePhysiology Laboratory Manual.California: WCB Mc Grawl-Hill.4. Almeida MN, Dantas PMS, FernandesFilho J (2005). Relaçõesdos índices dermatoglíficos comavaliação isocinética e ergoespirometria.F&PJ 4:101-106.5. Amatuzzi MM, Greve JMD,Terreri ASAP (2001). Avaliaçãoisocinética no joelho de atleta. RevBras Med Esp 7:170-174.6. Andrade MS, Fleury AM, Silva AC(2005). Força muscular isocinéticade jogadores de futebol da seleçãoparaolímpica brasileira de portadoresde paralisia cerebral. RevBras Med Esp 11:281-285.7. Ascensão A, Carvalho J, MagalhãesJ, Mota J, Oliveira J, SoaresJMC (2003). Efeito de um programade treino em idosos: comparaçãoda avaliação isocinética eisotônica. Rev Paul Ed Fís 17:74-84.8. Assis M, Dantas PMS, Fazolo E,Fernandes Filho J, Tuche W (2005).Perfil dermatoglífico e somatotípicode ciclistas de alto rendimentodo Brasil. <strong>Revista</strong> de EducaçãoFísica 132:14-19.9. Bogdanov OA, Komisova VY,Kuranev VS (2006). Comparativeof Physical Development and PhysicalPreparedness of Female Students,who Entered Gertsen's RSPUin 1983 and 2005. Teoria I PraktikaFiziceskoi Kul'tury 9:55-56.10. Borin JP. (2002) Utilização dadiscriminação gráfica de Fisherpara indicação dos dermatóglifoscomo referencial de potencialidadede atletas de basquetebol. Tese(Doutorado em Educação Física).Universidade Estadual de Campinas,Campinas, 2002.11. Borms, J, Carter, JE, Hebbelinck,Ross WD (1980). Anthropometriccharacteristics of femaleOlympic rowers. Can J Appl SportSci 5:255-262.12. Butova OA, Butov VS (2003).Individual variations of the immunestatus in relation to the types ofbody-build in 15-year-old boys livingin the cities of the southern part ofRussia. Papers on Anthropology12:42-50.13. Butova OA, Lisova IM (2001).Correlations of various parametersof the human constitution. Morfologiiav. 119, n. 2, pp. 63-66.14. Cardoso PG, Costa G, DantasPMS, Fazolo E, Fernandes Filho J,Menezes IC, Nunes RMA, PortalMND, Teixeira MES, Tuche W(2005). A dermatoglifia e a somatotipologiano alto rendimento dobeach soccer - seleção brasileira.<strong>Revista</strong> de Educação Física 130:45-51.15. Carter JE (1970). The somatotypesof athletes - a review. HumBiol 42:535-569.16. Carvalho E, Fernandes Filho J,Novaes JS (2005). Perfis dermatoglífico,somatotípico e fisiológicode atletas de alto rendimento, participantesde corrida de resistência,no Rio de Janeiro. F&PJ 4:168-174.17. Casagrande G, Viviani F (1993).Somatotype of Italian rugby players.J Sports Med Phys Fitness 33:65-69.18. Costa Neto PLO (2002). Estatística.São Paulo: Edgard Blücher.19. Costa PIAM, Gentil P, JuniorVAR, Lobato SRU, Nassau FF(2006). Correlação entre perfildatiloscópico e performance nostestes de 12 minutos e de impulsãohorizontal em jovens do sexo masculino.<strong>Revista</strong> Digital de BuenosAires ano 11:100, Setembro.


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investigaçãoRESPOSTA VENTILATÓRIA DURANTE A PROVA DE 400 METROS LIVRES:ASSOCIAÇÕES COM A PRESTAÇÃOBREATHING FREQUENCY ALONG THE 400 M FREE STYLE:ASSOCIATION WITH PRATICEAUTORESOctávio Meira 1Victor Machado Reis 1Antonio José Silva 1André Luiz Carneiro 1,2,3António Malvas Reis 1Felipe Aidar 11Universidade de Trás-os-Montes eAlto Douro - Vila Real, Portugal2Faculdades Unidas do Norte de Minas- Montes Claros - MG3Universidade Estadual de Montes Claros-MGRESPOSTA VENTILATÓRIA DURANTEA PROVA DE 400 METROS LIVRES:ASSOCIAÇÕES COM A PRESTAÇÃO4(1): 57-66PALAVRAS-CHAVE400 metros crol;custo energético; prestação.KEYWORDS400m crawl; energy cost;performance.data de submissãoJulho 2007data de aceitaçãoNovembro 2007RESUMOOs objectivos do presente estudo foramos seguintes: i) Descrever variáveisventilatórias e metabólicas na prova de400 metros crol; ii) Determinar a contribuiçãorelativa do metabolismo aeróbioe anaeróbio no decorrer da prova; iii)Determinar a relação entre a prestaçãoem 400m crol e as variáveis ventilatóriase metabólicas. A amostra foiconstituída por 8 nadadores, do sexomasculino, média=17.7±2.3 anos, portuguesesde nível competitivo nacional ecom uma prática regular de natação.Cada elemento realizou as provas deesforço aleatoriamente (uma submáximae a outra supramáxima com um intervalode tempo, entre 48 horas) em umapiscina coberta, com 25m de comprimentoe 10m de largura e, temperaturaambiente entre os 26-29 graus centígrados.Em ambas as provas o ar expiradofoi analisado por um sistema de gases eregistado os valores de VO 2 em intervalosde 20s. Antes de cada prova, osnadadores realizaram os aquecimentoscom duração entre 10 a 15 min. A submáximafoi constituída por 5 patamaresde 6 min de duração, alternados com umtempo de recuperação. A velocidade inicialfoi entre 3 e 4m.s -1e os patamaressubsequentes, receberam acréscimosde 0.5m.s -1 sendo assegurada uma velocidadeconstante através de um pacer,colocado no fundo da piscina. Foramcolhidas amostras de sangue capilar nofinal de cada patamar de esforço. Nasupramáxima, cada nadador nadou 400mexigindo-se um esforço máximo na prova.Após a prova, foi medido o lactato sanguíneo,em intervalos de 2 minutos, atése verificar diminuição nos valores observados.Não se verificou nenhuma correlaçãosignificativa entre a velocidademédia na prova supramáxima e as variáveisventilatórias e metabólicas medidasnesta prova. Todavia, encontrámos ainterferência de factores antropométricosna prestação em natação, nomeadamentea massa gorda (r=0.78;p≤0.05). Para velocidades até ≈1.3 m.s -1 ,o metabolismo aeróbio assegurou a maiorparte da produção energética. E ainda,os nadadores que apresentaram maiordéfice de oxigénio acumulado apresentarammenores valores da velocidade associadaao limiar láctico.ABSTRACTThe aims of the present study were: i) toassess ventilator and metabolic variablesduring a 400m crawl event; ii) to assessthe relative contribution of aerobic andanaerobic energy during the event; iii) toinvestigate the associations betweenthe performance and ventilator and metabolicvariables. The sample comprised8 male Portuguese swimmers with amean age of 17.7±2.3 years, regularlyinvolved in competitive swimming. Eachsubject performed a submaximal and asupramaximal swimming tests with a48h recovery between them. The testswere conducted in an indoor 25mswimming pool. During both tests gasanalysis was performed and VO 2 wasrecorded in 20 s intervals. The submaximaltest comprised 5 bouts of 400mwith individual recovery between them.Initial speed was 3 to 4m.s -1 ans speedincreases were 0.5m.s -1 . Swimming speedwas kept constant with a light pacerplaced in the bottom of the pool. Bloodsamples were collected after each bout.The supramaximal test was an all-out400m crawl swimming. Blood sampleswere collected every 2 min after the testuntil blood lactate levelled-off. NO significantassociation was found betweenthe assessed variables and the performance.However, we found a significantassociation of the performance withanthopometric measures, namely totalbody fat (r=0.78; p≤0.05). We also foundthat to swimming speeds up to ≈1.3 m.s -1 ,the aerobic energy sources provided themajor fraction of energy release. Moreover,the swimmers that presented thelargest accumulated oxygen deficit presentedthe also the larger mean valuesof the swimming speed associated withthe lactic threshold.


58 | | investigação técnico original opinião revisão59INTRODUÇÃOEm natação, e com o evoluir da investigação,verifica-se que os resultadosdesportivos têm progredidopara níveis de excelência, onde avitória depende, cada vez mais, dasdiferenças mínimas 16 . No estudorealizado por Keskinen 13 , entre osanos de 1900 e 2006 foram encontradosvários artigos científicoscom as palavras-chave natação efisiologia. Este estudo concluiu quea estrutura do conhecimento sobreo treino da natação é ampla e estábem representada nas várias subdivisõesda fisiologia aplicada àmesma. Portanto, podemos analisara natação a nível da biomecânica,da fisiologia e da bio<strong>física</strong>. Pendergastet al. 23demonstraram que acorrecta interpretação da biomecânicae dos aspectos fisiológicos,em função da velocidade de nado,permitir-nos-á compreender melhora bio<strong>física</strong> da natação. Ainda a nívelda bio<strong>física</strong>, foi evidenciado porRodriguez e Mader 32 , através deuma simulação computacional docomportamento do metabolismoenergético, que a contribuição aeróbianão pode ser sobrestimada emrelação à energia total necessáriapara completar as provas de 100e 400 metros crol, nomeadamenteem nadadores jovens. As provas denatação consistem em percorrerdiferentes distâncias desde 50maos 1500m 20,23 , as quais duramentre 23s e 14m30s, aproximadamente(+/- 23-1000s), para seremcompletadas 21 . Por conseguinte,devemos ter em consideração aduração da prova de 400m livres,a qual não ultrapassa, em média nosexo masculino, os quatro minutose quinze segundos, o que nos deixaprever uma velocidade de nadosignificativa e ainda pressupor,uma manutenção da velocidade emvalores tão elevados quanto possível.Ito e Okuno 12 e Caty et al. 6consideraram que a velocidade,numa prova de natação, é determinadapela relação entre a propulsãoe a resistência do nadador. ParaThanopoulos et al. 35os resultadosna natação de elite dependem devários factores incluindo a eficiênciada técnica de nado, as característicasfuncionais e metabólicasdos nadadores e o nível de realizaçãodo treino. Logo, a intensidade doexercício e a importância relativados sistemas energéticos aeróbiose anaeróbios variam dependendodo tempo de nado, portanto, estarelação ajuda-nos a compreender acontribuição de cada sistema metabólicode acordo com o tempo da<strong>actividade</strong> 21 .Para caracterizar o perfil metabólicode um determinado esforço é usualrecorrermos à quantificação daprodução de energia aeróbia e/ouanaeróbia 27 . Um dos problemascom que o nadador tem de se confrontaré, fundamentalmente, comodisponibilizar mais energia e comoprocessar mais rapidamente essaenergia. Consequentemente, paracaracterizar os indicadores de produçãode energia devemos avaliartodas as condicionantes que nelesintervêm. Nesta ordem de pensamento,para medir a capacidadeanaeróbia, foi proposto por 16oconceito de DefO 2 Ac que caracteriza-sepela diferença entre o consumode O 2 e a oferta de O 2 acumuladoaté o momento em que o sistemacardiopulmonar consegueresponder e fornecer todo o oxigénionecessário, sendo atingida a fasede estabilidade. Reis e Carneiro 28consideraram que a determinaçãodo DefO 2 Ac é possível a partir damedição do O 2 e permite a quantificaçãodas fracções de energia aeróbiae anaeróbia, relativamente aocusto energético total do esforço.Nesse sentido, o objetivo dessetrabalho foi o analisar as respostasventilatórias e associá-las a prestaçãoem nadadores portuguesesde 400 metros crol.METODOLOGIAAmostraParticiparam voluntariamente nesteestudo 8 nadadores, do sexo masculino,portugueses de nível competitivonacional, pertencentes aosescalões de juvenis, juniores e seniorese que, habitualmente, têm competidonos campeonatos nacionais.A tabela 1 caracteriza a amostra.ProcedimentosProva submáximaA prova foi constituída por 5 patamaresde 400m, cada um com aduração de aproximadamente seisminutos e uma intensidade progressivaa cada patamar. Para serassegurada uma velocidade constantedurante os patamares, foiusado um sistema de sinais luminosos,colocado no fundo da piscina(GBK-Pacer, GBK-Electrónica, Aveiro,Portugal). A velocidade inicial foideterminada de acordo com o nívelde aptidão de cada nadador (entre3 e 4m.s -1 ). Os acréscimos de velocidadenos patamares subsequentesforam de 0.5m.s -1com isto,pretendeu-se que dois a três dospatamares fossem cumpridos auma intensidade inferior ao limiaranaeróbio, um a uma intensidadepróxima deste limiar e dois ou maisclaramente acima.Entre cada patamar ocorreu umperíodo de repouso passivo, cuja duraçãofoi individual e determinada


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoicom base no O 2 (diferença inferiora 2 ml.kg -1 .min -1 em relação ao valorobservado antes do início do primeiropatamar). Cada prova individualterminou quando o indivíduonão conseguiu manter o ritmo pretendido,consequentemente, atingindoa exaustão, obtendo-se, destaforma, o valor correspondente ao˙VO 2máx do indivíduo. Também durantetoda a prova e, nos doisprimeiros minutos de recuperação,os gases foram analisados por umanalisador portátil de gases CosmedK4b2 (Cosmed, Rome, Italy),equipado com uma válvula específicapara natação Aquatrainner(Cosmed, Rome, Italy) e registadosos valores de ˙VO 2 em intervalosde 20s.Para determinação da equação deregressão entre ˙VO 2 e velocidade,foi considerada a média dos valoresregistados no último minuto decada patamar. Foi ainda acrescentadoum valor de ˙VO 2 correspondentea uma velocidade nula, sendodemonstrado que este procedimentopermite melhorar a robustezda regressão 27 . Para tal foi consideradoo valor médio de ˙VO 2 observadono último minuto antes doinício da prova 27 . Para medição daconcentração sanguínea de lactato(La - ), foram feitas recolhas desangue na extremidade do dedo,como demonstrado na figura 8,imediatamente após a conclusãode cada patamar. Foram colhidosaproximadamente 32µL de sanguee analisados imediatamente numaparelho Accusport Lactate Analyser(Boehringer, Mannheim, Germany).Para assegurar a validade das medições,o aparelho foi calibradoantes de cada utilização com o auxíliode soluções padrão de lactato(YSI 1530 Standard Lactate Solution)a 2.5, 5.0, 10.0 e 15.0mmol.NadadorBCDFFFFMMCMMMRTCMédia± dpIdade(anos)1715221516201817Treino(anos)88136611109Altura(cm)171164175173178182180172Prova supramáximaNo que diz respeito à prova supramáxima,cada nadador realizou umaprova simulada de 400m. Nestecaso, foi pedido aos nadadores quenadassem à uma determinada velocidadeexigindo-lhes um esforçomáximo. Durante esta prova, osgases foram analisados por umanalisador de gases (segundo osprocedimentos descritos para aprova submáxima) e registados osvalores de ˙VO 2 em intervalos de20s. Após a prova, foi medido olactato sanguíneo (também, segundoos procedimentos descritos para aprova submáxima), em intervalosde 2 minutos, até se verificar diminuiçãonos valores observados.EstatísticaTodos os cálculos foram realizadospelo package estatístico SPSS(Science, Chicago, USA), versão 14.0para Windows ® e, os gráficos elaboradoscom o software SigmaPlot8.0 ® (SPSS Science, Chicago, USA).Os resultados são apresentadoscomo médias e desvios-padrão. Foitestada a normalidade da distribuiçãodas variáveis em estudo com oPeso(kg)6658606460606875Enverg.(cm)180.0177.0176.0181.0185.0187.0183.0185.0MassaGorda (kg)5.905.006.806.205.008.607.216.10teste de Shapiro-Wilk (uma vez quea amostra é composta por menosde trinta indivíduos), e também, foifeito o Teste-T para reconhecermosse há relação entre as variáveis. Asdiferenças entre medidas repetidasforam investigadas pelo teste deWilcoxon. Para verificar o nível deassociação foi usado o coeficientede correlação de Pearson e de Spearman(neste caso, para as variáveisnão paramétricas). Para todos ostestes o nível mínimo de significânciadotado foi de p≤0.05. Osresultados são apresentados comomédias e desvios-padrão (¯X ± dp).RESULTADOSMassaGorda (%)8.708.1010.208.908.1010.509.609.5017.5±2.4 8.9±2.4 174.4±5.7 66.4±7.7 181.7±3.9 6.4±1.2 9.2±0.9TABELA1Médias (¯X) e desvios-padrão (dp) da idade, anos de treino,altura, peso, masssa gorda em percentual e massa gorda em Kg.Na prova submáxima foram calculadoso custo energético submáximo(CE sub ), a velocidade de nado correspondenteao limiar láctico das 2mmol.L -1 (V2) e a velocidade de nadocorrespondente ao limiar lácticodas 4 mmol.L -1(V4). Os valoresmédios observados nestas variáveisforam de: 0.58±0.06 ml.Kg -1 .m -1subpara o C E , 1.04±0.11 m.s -1paraV2 e 1.20±0.08 m.s -1 para V4.


60 | | investigação técnico original opinião revisão61VariávelmáxLa subV2V4subC E˙VO 2máxsubA máxima lactatemia na prova submáxima(máxLa sub ) apresentou amédia de 6.97mmol.L -1 com desvio--padrão de 2.53mmol.L -1 .Na prova supramáxima (prova simuladade 400m), a velocidade médiafoi ligeiramente superior à observadano último patamar da provaVM su b (m.s -1 )-0,1960.842 (**)0.878 (**)0.5480.639TABELA2Coeficiente de Correlação de Spearman (r) entre a máximavelocidade média na prova submáxima (VM sub ) e as variáveis da prova submáxima.* p≤0.05; ** p≤0.01Abreviaturas:VM su b = máxima velocidade média na prova submáxima; máxLa su b = máxima lactatemia;V2 = velocidade para 2mmol.L -1 ; V4 = vel. de nado correspondente ao limiar láctico;C Esub= custo energético da prova submáxima;˙VO 2sub= média do consumo máximo de O 2 na prova submáxima (último patamar).Parâmetro%Aer%AnaerC EsupCE tot˙VO 2máxsupDefO 2 Ac˙VO 2 AcLa sup RepmáxLa supRRRRRRRRRsubmáxima: 1.31±0.05 m.s -1vs1.28±0.06 m.s -1 . Também o custoenergético do nado na prova supramáximafoi ligeiramente superiorao verificado na submáxima: 0.62± 0.06 ml.Kg -1 .m -1 vs 0.58±0.06ml.Kg -1 .m -1 . Nenhuma das diferençasanteriores teve significado estatístico.VM su p (m.s -1 )0.209-0.2090.4680.4680.1800.045-0.090-0.0550.126TABELA3Coeficiente de Correlação de Spearman’s (r) entre a performanceda prova supramáxima e as variáveis da prova supramáxima.* p≤0.05; ** p≤0.01Abreviaturas:Vm su p = performance da prova supramáxima; %Aer = percentagem aeróbia;%Anaer = percentagem anaeróbia; C Esup= custo energético da prova supramáxima;C Etot= custo energético total; VO 2máxsup= média do consumo máximo de O 2 da provasupramáxima; DefO 2 Ac = défice de O 2 acumulado; ˙VO 2 Ac = consumo de O 2 acumulado;La su p Rep = lactatemia antes da prova; máxLa su p = máxima lactatemia na prova supramáxima.Na tabela 2 podem-se observar ascorrelações entre a máxima velocidademédia obtida pelos nadadoresna prova submáxima e as restantesvariáveis medidas nesta prova.Em relação à velocidade do últimopatamar da prova submáxima,correspondente à maior velocidadeconseguida por cada nadador, é dereferir que, houve uma correlaçãopositiva e significativa (r=0.854;p=0.040) entre esta variável e apercentagem aeróbia e uma correlaçãonegativa e significativa (r=-0.854; p=0.015) com a percentagemanaeróbia.A tabela 3 demonstra que não severificou nenhuma correlação significativa,quando investigadas asassociações entre a velocidademédia na prova supramáxima e asvariáveis medidas nesta prova.Nas tabelas 4 e 5 são apresentadasas correlações bivariadas simplesentre as variáveis quantificadasnas duas provas, submáxima e supramáxima.DISCUSSÃOVelocidade média de nado da provasupramáxima de 400 metrosA economia de nado e a eficiênciapropulsiva dependem do trabalhomecânico que os músculos têm deproduzir para manter uma determinadavelocidade, por conseguinte, otrabalho para deslocar-se na águaé gerado entre duas componentes:o trabalho para ultrapassar asforças de arrasto e o trabalho queé feito para acelerar ou desaceleraros membros em relação aocentro de massa 36 . O presente estudoapresenta valores próximos,aos estudos realizados com médias


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoide idades contíguas. Com excepçãode Chatard et al. 7 que encontrarammaiores velocidades para umaamostra de idades inferiores. Outraexcepção foram Platanou e Geladas25 , os quais obtiveram valoresmais altos que os restantes estudos.A interpretação do quadropermite-nos mencionar que, quantoà primeira excepção, quando a médiade idade da amostra aumenta,a velocidade também aumenta.Relativamente a esse aumento abibliografia encontrada apresentouuma amostra de idades superiores,possibilitando referir que a amostrateria mais anos de treino e, consequentementea possibilidade deuma melhor prestação.D'Acquisto et al. 9avaliaram osbenefícios do treino usando testesde economia de nado e demonstraramque o declive da equação deregressão da economia decrescesignificativamente após o treino.Assim, para um dado aumento develocidade, o aumento do ˙VO 2 serádiminuído após treino, implicandouma melhoria na eficiência de nado.Se o nadador melhorar a sua habilidadetécnica como resultado dotreino, isso irá reflectir-se numafrequência da braçada reduzida econsequente aumento da distânciade ciclo e ˙VO 2 consistindo numamelhor economia para a mesmavelocidade de nado. Em relação àsegunda excepção, Platanou e Geladas25 desenvolveram o estudo comnadadores de nível internacional,com reconhecidas prestações emelhores do que o presente estudo.Máximo consumo de oxigénioAo se fazer analise dos valoresrelativos ao máximo consumo deoxigénio obtidos no presente estudoe nos estudos realizados poroutros autores.Variável˙VO 2máxsubC EsubV2V4máxLa sub˙VO 2máxsub0.88 (**)0.71 (**)0.330.41C Esub0.420.170.67V20.83 (*)-0.22V4-0.48máxLa subTABELA4Coeficiente de Correlação de Spearman (r)entre as diferentes variáveis da prova submáxima.* p≤0.05; ** p≤0.01Abreviaturas:sub˙VO 2máx = média do consumo máximo de O 2 na prova submáxima (último patamar);subC E = custo energético da prova submáxima; V2 = velocidade para 2mmol.L -1 ;V4 = velocidade de nado correspondente ao limiar láctico;máxLa su b = máxima lactatemia na prova submáxima.VariávelC EsupDefO 2 Ac˙VO 2 AcAer%Anaer%CE tot˙VO 2supmáxLa supC EsupDefO 2 Ac˙VO 2 AcDa análise anterior verificamos que,relativamente ao máximo consumode oxigénio, os valores obtidos nopresente estudo são superioresaos encontrados por outros autores.A excepção encontrada diz respeitoao estudo realizado por 25 , o qualobteve valores superiores de máximoconsumo de oxigénio. Se considerarmoso tipo de amostra utilizada,nomeadamente o seu níveldesportivo, poderemos justificaralgumas das diferenças de valoresencontradas. No caso do estudo de25a amostra não foi constituída pornadadores, mas sim por 15 joga-Aer%Anaer%0.090.430.27-0.271.00 (**)0.710.29-0.79 (*)-0.89 (**)0.89 (**)0.020.450.87 (*)0.76 (*)-0.76 (*)0.430.86 (*)-0.42-1.00 (**)0.270.60-0.76 (*)-0.27-0.600.76 (*)CE tot 0.210.710.29sup˙VO 2 máxLa supTABELA5Coeficiente de Correlação de Spearman (r)entre as diferentes variáveis da prova submáxima.* p≤0.05; ** p≤0.01Abreviaturas:C Esup= custo energético da prova submáxima; DefO 2 Ac = défice de O 2 acumulado;˙VO 2 Ac = consumo de O 2 acumulado; Aer% = percentagem aeróbia;Anaer% = percentagem anaeróbia; CE to t = custo energético total;˙VO 2sup= média do consumo de O 2 médio na prova supramáxima;máxLa su p = máxima lactatemia na prova supramáxima.


62 | | investigação técnico original opinião revisão63dores de pólo, o que revela o níveldesportivo desta amostra comosendo inferior à do presenteestudo, composta por nadadoresde nível nacional. Rodrigues eMader 33encontraram valores superioresaos nossos, mas devemoster em consideração a metodologiautilizada. Nos últimos 30 anos inovaçõestécnicas como os sistemasportáteis de análises de gasespermitiram as medidas metabólicasdo custo energético em laboratórioe em campo, demonstrando precisãoe fiabilidade nos testes deexercícios práticos. Equipamentoscomputorizados com analisadoreselectrónicos, que avaliam e armazenam,em tempo real, on-line, astrocas gasosas em cada respiração(breath by breath), aparecem nabibliografia científica 2 . Foi feita acomparação da precisão e da validadedas medidas do ˙VO 2 e do˙VCO 2 entre Cosmed K4 RQ e oespectrómetro de massa AirspecQP9000 1 , simultaneamente, duranteos testes. Os resultados confirmarama validade do sistema deanálises de gás Cosmed K4 paraum mesmo sujeito, em recuperaçãoe durante o exercício à submáximae máxima intensidade, sugerindoser possível o uso nas mediçõesdo C E em várias intensidades deexercícios e, neste caso, foi o aparelhoutilizado no nosso estudo.Défice de oxigénio acumuladoA magnitude da capacidade anaeróbiaé influenciada pela capacidadede tamponamento do organismo17 . Este autor referiu ainda que1Airspec QP9000 (QP9000): espectrómetrode massa construído num robustosistema de vácuo; foi especialmentedesenhado para a análise de gasesrespiratórios e consiste em um aparelhomicroprocessador conectado a um computadorpessoal.o método de treino é um dos factoresque perturba o défice deoxigénio acumulado, isto é, a percentagemde treino de velocidade ede resistência. Neste caso, atletasde velocidade têm maior probabilidadede apresentar valores médiosde défice de oxigénio acumulado superioresaos dos atletas fundistas.Os valores médios relativos ao déficede oxigénio acumulado obtidos nopresente estudo foram de 14.14±14.20 ml.kg -1 . No estudo de Rodrigueset al. 33os valores médios doDefO 2 Ac observados numa provade 400m crol foram ligeiramentesuperiores (20.35 ml.kg -1 ) aos observadospor nós.No estudo de Ogita et al. 19 a médiado DefO 2 Ac durante o nado foimuito superior ao verificado no presenteestudo, 53.3 a 60.6ml.kg -1 nogénero masculino, utilizando umaprova de duração entre 2 e 3 min.Contudo o facto de ter sido realizadonum ergómetro aquático, aprodução de forças de fricção pelaágua e a sua possível influência nocusto energético dos nadadoresnão é totalmente conhecida, o quepressupõe algumas dúvidas nautilização deste instrumento 16 . Oestudo 19 , confirmou valores muitoelevados para o DefO 2 Ac, quandousado o ergómetro aquático, sendoo valor médio de 70.1 ml.kg -1 . Numoutro estudo Ogita et al. 20verificaramvalores inferiores (média de37 ml.kg -1 ) nos finalistas do campeonatoJaponês, novamente usando aavaliação em ergómetro aquático.Em suma, poucos são os estudoscom a medição do DefO 2 Ac nanatação, sobretudo no nado empiscina. Essa falta de estudos dificultao conhecimento do real comportamentoda cinética do DefO 2 Acem natação.Contribuição relativa dos sistemasaeróbio e anaeróbioAs análises do ˙VO 2 e os parâmetrosrespiratórios têm sido utilizadosnos estudos da natação, permitindoum acesso indirecto, nãoinvasivo, ao metabolismo energético10,13 . No presente estudo, a percentagemde energia aeróbia foicalculada pela fracção entre o ˙VO 2acumulado durante a prova e ototC E e, a percentagem de energiaanaeróbia foi calculada pela fracçãoentre o DefO 2 Ac durante a provae o C E total. A contribuição médiade energia aeróbia que observámosfoi de 92.85±7.57%, valor superiorao referido por estudos anteriorescom a mesma distância, 83.2% emnadadores do género masculino e85.5% em nadadoras do génerofeminino 33 .É de ressalvar a consideração dealguns que, o uso do equipamento(nomeadamente a válvula e o tuborespiratório) pode influenciar significativamentea prestação e/oualterar as respostas fisiológicasdurante o nado. Contrariamente,Kjendlie et al. 15não encontraramdiferenças significativas no nado avelocidade máxima com o uso esem o uso da válvula. Di Prampero 10sugeriu que no crol, o arrastoproduzido pela válvula e pelo tubo écontra balanceado pelo facto donadador não ter que realizar arotação da cabeça no momentoda respiração.Poucos estudos descritos na literaturausaram a mesma metodologiaseguida no presente estudo paraavaliar as contribuições aeróbia eanaeróbia em provas de nado. Nadistância de 200m bruços, Reis etal. 28verificaram uma contribuiçãomédia de energia aeróbia de 82%enquanto 34 verificaram uma contribuiçãomédia de energia aeróbiade 85% numa prova simulada de


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoi200m crol. Ambos os estudosanteriores foram realizados comnadadores Portugueses. De notarque em 200m crol, Silva et al. 34verificaram uma percentagem deenergia aeróbia praticamente igualà verificada por 33 . Tendo em consideraçãoque a duração da provaera muito inferior, seriam de esperarvalores inferiores da componenteaeróbia, por referência como estudo 33 .Máxima lactatemiaA cinética do metabolismo lácticodurante o exercício é deduzida atravésda medida de concentraçãoláctica no sangue e músculo. Emrepouso ou em exercícios de baixaintensidade, aproximadamente 50%do ˙VO 2máx , o lactato é produzido eremovido em quantidades iguais 3 .Os factores anteriormente sugeridospor nós para explicar a velocidaderelativamente baixa de deslocamentodurante a prova submáxima(influência da válvula Aquatrainer,factores motivacionais e viragenscondicionadas), podem igualmenteter contribuído para que a provaassumisse um perfil menos anaeróbiodo que seria em situação realde competição. Assim, esses factorespodem também ter determinadoos valores baixos de lactatemiamáxima, comparativamente coma literatura.Custo energéticoO custo energético na natação (C E )por unidade de distância a umadada velocidade, varia em largaescala entre nadadores 7 . Esta variaçãofaz-se sentir na economiade nado que é definida como o consumode oxigénio (˙VO 2 ) necessáriopara nadar a uma dada velocidade,tal como, o declive da recta deregressão entre o ˙VO 2 e o trabalhoda <strong>actividade</strong> 15 . Os valores médiosdo C E no presente estudo sãoinferiores aos verificados por 26epor 29 , mas superiores aos indicadospor Kjendlie et al. (2004a).Além disso, os nadadores estudadostinham uma idade muito inferioraos que foram estudados no presenteestudo, o que pode explicarum maior custo energético do nado.Com efeito, foi sugerido que o custoenergético associado ao deslocamentodo corpo (economia), é menorem atletas adultos em relação aosatletas em idades pré ou circumpubertárias1 . No estudo de Reiset al. 29com crolistas Portugueseso C E foi também superior ao verificadono presente estudo. Nesseestudo os autores avaliaram o C Edurante uma prova supramáximade 200m crol, seguindo a mesmametodologia que foi usada no presenteestudo. É possível que o factoda distância de prova ter sido menortenha contribuído para um maiorC E por metro percorrido. Todavia, oCE quando expresso por metropercorrido não é necessariamentemuito sensível à velocidade de deslocamento.Assim, é mais provávelque os nadadores avaliados naqueleestudo apresentassem uma economiade nado pior do que os que foramavaliados no presente estudo.Segundo Holmér 11e Millet e Candau14a variação do C E depende,de factores externos (ligados aoatrito, à gravidade e às cargas adicionais)e factores mecânicos (ligadosà velocidade, à frequência deciclo e à musculatura utilizada na<strong>actividade</strong> <strong>física</strong>) e ainda depende,principalmente da habilidade técnica 5 .A massa e a superfície do nadadoraumentam o C E7enquanto altosvalores de flutuabilidade diminuem11,7o C E . Por outro lado, a envergadurafoi demonstrada que influenciadirectamente o C E8e, foi demonstradoainda que, em nadadorescom pesos iguais, o que possuirmaior envergadura será mais económicoe também, que os fundistassão mais económicos que os velocistas,independente da velocidadenadada. Para determinar a influênciada flutuabilidade e da densidadecorporal no custo energético denado, Onodera 23 , formaram doisgrupos de sujeitos, elaborados apartir da percentagem de gorduracorporal, grupo L=13.5% e grupoH=24.7%, o que permitiria tambémanalisar a influência da percentagemde gordura no custo energético denado. Os sujeitos realizaram quatrotestes de 10min a 70% da velocidadede ˙VO 2máx , num ergómetroaquático. Os parâmetros avaliadosque determinariam o custo energéticoforam o ˙VO 2 e a frequênciacardíaca. Os resultados obtidosdemonstram que à medida que aflutuabilidade da água aumenta, ocusto energético de nado diminui,pela respectiva diminuição dosvalores de ˙VO 2 e de frequência cardíaca.Assim, existem inúmerosfactores não avaliados no presenteestudo que podem ter influenciadoos valores encontrados para o C E .Associação entre variáveisEmbora os nadadores, na provasubmáxima, tenham apresentadomaiores velocidades, de acordocom o protocolo (n patamares de400m, com acréscimos de velocidade),os valores de lactatemia nãoapresentaram correlações significativasentre os valores máximos develocidade e a velocidade da provasubmáxima, levando-nos a pensarque os valores de lactatemia sãoinerentes a cada nadador, estandosubmetido às características fisiológicasindividuais e não correspondemdirectamente ao aumentode velocidade. Segundo Billat 3aestabilização da máxima lactatemia


64 | | investigação técnico original opinião revisão65é definida como a máxima concentraçãode lactato e carga que consegueser mantida ao longo dotempo sem acumulação progressivade lactato sanguíneo. Relativamenteao máxLa, são poucos os estudosque referem o valor exacto daconcentração de lactato, destacandoapenas o valor médio de 4mmol/L e de uma amplitude muitolarga (2-7mmol/L) e a sua especificidadeindividual (Billat, 2003). Deacordo com Alves 1 o crol tem sido,tradicionalmente utilizado como atécnica para a maior parte do desenvolvimentoaeróbio do nadador. Aser verdadeiro e, referente à médiada velocidade máxima na provasubmáxima obtida pelos nadadores(VM sub ), identificámos que quantomaior foi a velocidade do nadador,maior percentagem aeróbia foi utilizadae, consequentemente menorpercentagem anaeróbia. Estes resultadossugerem que, nos nadadoresestudados, em velocidades até≈1.3 m.s -1 , o metabolismo aeróbioassegura a maior parte da produçãoenergética. Os resultados obtidosna prova supramáxima (prova simuladade 400m) confirmaram estatendência. Com efeito, a velocidademédia nesta prova (1.28m.s -1 ±0.04)foi quase igual à verificada no últimopatamar da prova submáxima(1.27m.s -1 ±0.06) e também severificou uma predominância daprodução de energia aeróbiasub(92.85%±7.57). O ˙VO 2 do últimopatamar da prova submáximademonstrou que os nadadores, quena prova submáxima apresentaramvalores superiores de O 2 , foramaqueles que também apresentaramvalores superiores de O 2 no testesupramáximo. Ou seja, a prova de400m tem uma duração que determinaque os nadadores com valoresmais elevados de ˙VO 2máx possuamuma maior possibilidade de atingirem,nesta distância, também valoressubelevados de ˙VO 2 . Apesar dosvalores não serem significativossubentre o ˙VO 2 e a VMsub , foi encontradauma relação positiva entre asvariáveis, tal como era esperado. Afalta de significado estatístico nestaassociação poderá ser explicadapela reduzida dimensão da amostra,já que o coeficiente de correlaçãoobtido foi de 0.63. Anteriormente,Reis et al. 32 descreveram uma associaçãopositiva entre a prestaçãonos 200m crol e o máximo consumode oxigénio de nadadores Portugueses.A correlação negativa entre oDefO 2 Ac e a V4 demonstrou que osnadadores que apresentaram maioresDefO 2 Ac apresentaram menoresvalores de V4. Este resultado seriade esperar pois espelha o tipo deespecialização metabólica resultantedas adaptações ao treino. Sabe--se que é difícil, em sujeitos treinados,desenvolver simultaneamenteas aptidões aeróbias e anaeróbias.A velocidade média na prova supramáximanão se correlacionou significativamentecom nenhuma variável.Estudos anteriores Reis et al. 21também não observaram associaçõesentre a prestação na provasimulada de 200m bruços e a respectivacontribuição dos sistemasenergéticos aeróbio e anaeróbio.Assim, parece que na amostraestudada, outros factores além dosindicadores fisiológicos que forammedidos poderão determinar asdiferenças de rendimento na provade 400m. Por outro lado, a reduzidadimensão da amostra tambémpoderia explicar a ausência de significadoestatístico nas associaçõesque foram investigadas. Os restantescoeficientes de correlação forambaixos ou muito baixos. Num estudocom nadadores Portugueses de crol,foi encontrada uma relação positivae significativa entre a máxima lactatemiapós-esforço e a prestaçãonuma prova simulada de 200mcrol em que os sujeitos usavam aválvula Aquatrainer acoplada 31 .Também é de admitir a possívelinterferência de factores antropométricosna prestação em natação,nomeadamente a altura, envergadurae a massa gorda ou magrados nadadores. Assim, no presenteestudo, das variáveis antropométricasavaliadas, apenas a massagorda total se correlacionou com avelocidade média na prova simuladade 400m (r=0.78; p≤0.05), não severificando qualquer efeito significativoda altura ou envergadura.Sabemos por exemplo, que nassituações de maior flutuabilidadena água, a área frontal que o nadadorapresenta ao deslocamentofica reduzida, uma vez que as pernasdo nadador flutuam melhor, permitindo-lhemanter uma posição hidrodinâmicamais bem definida e comotal, mais vantajosa e econômica 23 .Curiosamente, Carneiro et al. 4 numestudo com nadadores Portuguesesverificaram resultados inversos.Assim, verificaram uma correlaçãonegativa entre a velocidade médiaem prova simulada de 200m crol(nadando com a válvula Aquatrainer)e a massa gorda, enquanto que amassa magra e a envergadura seassociaram positiva e significativamentecom essa mesma velocidademédia. Os mesmos autores verificaramassociações da mesma naturezae nas mesmas variáveis quandoo estudaram nadadores brucistasdurante uma prova simulada de200m bruços.Em conclusão, a utilização daválvula Aquatrainer acoplada aonadador parece interferir com aresposta fisiológica do nadadordurante o nado Crol, podendo diminuiro valor dos indicadores deprodução de energia anaeróbia por


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoicomparação com a situação realde competição. Nestes indicadoresincluem-se o défice de oxigénio acumulado,a fracção de energia anaeróbiae a acumulação de lactato nosangue. Com efeito, não é aindaconhecido o efeito da utilizaçãodesta válvula na diminuição da velocidadede nado para uma mesmacarga interna. Assim, futuros estudosdeverão investigar este efeito natentativa de o quantificar. O custoenergético do nado apresentouvalores que encontram consistênciana literatura o que nos leva a sugerirque a metodologia usada podeser aconselhável para avaliação daeconomia de nado. Basicamente,tendo em consideração os constrangimentosverificados durante o nado,a velocidades mais elevadas, talvezo método seja mais adequado paraavaliação da economia de nado aintensidades submáximas.A correlação negativa encontradaentre a V4 e o DefO 2 Ac confirmamque a especialização metabólica dosatletas determina a sua respostaventilatória e indicam que o métodoque foi usado é sensível a essamesma especialização.REFERÊNCIAS1. Alves, F. (2004). O nadadorjovem: crescimento e maturação.Seminário Internacional “O treinodo jovem nadador”. Viseu: ESEV.2. Bassett, D.; Howley, E.; Thompson,D.; King, G.; Strath, S.; Mclaughlin,J.; Parr, B. (2001). Validity ofinspiratory and expiratory methodsof measuring gas exchange with acomputerized system. J Appl Physiol91:218-224, 2001.3. Billat, V.; Sirvent, P.; Py, G.;Koralsztein, J.; Mercier, J. (2003).The concept of maximal lactatesteady state. A bridge betweenbiochemistry, physiology and sportscience. Sport Med; 3(6):407-426.4. Carneiro, A.; Reis, V.; Silva, A.;Ávila, W. (2006). Característicasantropométricas de nadadores portuguesesdos estilos bruços e crole sua associação com a prestaçãona prova de 200 metros. Actas doI Congresso Carioca de EducaçãoFísica, Rio de Janeiro, FIEP.5. Carzola, G.; Montpetit, R. (1988).Metabolic and cardiac responsesof swimmers, modern pentathletesand water polo players during freestyleswimming to a maximum. In:Ungerechts, B.E.; Wilk, K.; Reische,K. (eds.), Swimming Science V:251-257. Human Kinetics Publishers.Champaign, Illinos.6. Caty, V.; Rouard, A.; Hintzy, F.;Aujouannet, Y.; Molinari, F.; Knaflitz,M. (2006). Time-frequencyparameters of wrist muscles EMGafter na exhaustive Freestyle test.In: Biomechanics and Medicine inSwimming X. (ed.) <strong>Revista</strong> Portuguesade Ciências do Desporto.Volume 6, Supl. 2; 28-30.7. Chatard JC, Lavoie JM & LacourJR (1990). Analysis of determinantsof swimming economy in front crawl.Eur Appl Physiol; 61:88-92.8. Chatard, J.C., Lavoie, J.M. eLacour, J.R. (1991). Energy cost offront-crawl swimming in women.Eur J Appl Physiol; 63:12-6.9. D'Acquisto; Troup, J.; Holmberg,S. (1991). Stroke related differencesin economy as a result of longcourse and flume swimming. In: J.M. Cameron (ed.), Aquatic SportsMedicine 199:98-101. FarrandPress, London.10. Di Prampero, P.; Pendergast, D.;Wilson, D.; Rennie, D. (1974). Energeticsof swimming in man. J ApplPhysiol 37:1-5.11. Holmér I (1974). Physiology ofswimming man. Acta PhysiologicaScandinavica. Suplementum 407;20-25; 38-39.12. Ito, S.; Okuno, K. (2003). A Fluiddynamical consideration for armstrokein swimming. In: J-C Chatard(ed.), Biomechanics and Medicinein Swimming IX, (pp 39-44). Saint-Etienne: Universite Jean MonnetSaint-Etienne (Publications de l'Universitéde Saint-Étienne), Saint--Etienne, France.13. Keskinen, K. (2006). State ofthe art on swimming physiologyand coaching practice: bridging thegap between theory and practice.In: Biomechanics and Medicine inSwimming X. (eds.) <strong>Revista</strong> Portuguesade Ciências do Desporto.Volume 6, Supl. 2; pp. 285-287.14. Kjendlie PL, Frank Ingjer F,Madsen Ø, Stallman RK e Stray--Gundersen J (2004a). Differencesin the energy cost between childrenand adults during front crawlswimming. Eur J Appl Physiol; 91:473-480.15. Kjendlie PL, Frank Ingjer F,Stallman RK e Stray-Gundersen J(2004b). Factors affecting swimmingeconomy in children and adults.Eur J Appl Physiol; 93:65-74.16. Mazza, J.; Alárcon, N.; Galasso, C.;Cosolito, P.; Bermudez, C. (2003).Estudio comparativo entre testesespecíficos y no específicos parainvestigar la potencia aerobica yanaerobica en nadadores. PubliCEStandard. Pid: 181.17. Medbø, J.; Mohn, A.; Tabata, I.;Bahr, R.; Vaage, O.; Sejersted, O.(1988) Anaerobic capacity determinedby maximal accumulated oxygendeficit. J Appl Physiol 64:50-60.18. Millet GP e Candau RB (2002).Facteurs mécaniques du coût énergétiquedans trois locomotions humaines.Science&Sports;17:166-76.


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originalSOMATOTIPIA E ANTROPOMETRIANA SELEÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOLSOMATOTYPE AND ANTHROPOMETRYIN BRAZILIAN NATIONAL VOLLEYBALL TEAMSAUTORESBreno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral 1,2Suzet de Araújo Tinoco Cabral 1,2Gilmario Ricarte Batista 1Jose Fernandes Filho 3Maria Irany knackfuss 1,21Programa de pós-graduação do centrode ciências da <strong>saúde</strong> da universidade federaldo Rio Grande do Norte (UFRN), Natal-RN2Laboratório de Biociências e da <strong>Motricidade</strong>Humana, LABIMH-UFRN, Natal-RN3Universidade federal do Rio de Janeiro, UFRJTrabalho realizado no Programa de pós--graduação do centro de ciências da <strong>saúde</strong>da universidade federal do Rio Grandedo Norte Natal-RN Brasil. Os procedimentosrealizados foram previamente autorizadospelo Comitê de ética responsável(Parecer n.º059/2005).SOMATOTIPIA E ANTROPOMETRIANA SELEÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL4(1): 67-72PALAVRAS-CHAVEectomorfia; genética;desempenho motor.KEYWORDSectomorphy; genetic;psycholmotor performance.data de submissãoJulho 2007data de aceitaçãoOutubro 2007RESUMOA elaboração de perfis de característicasque possam servir de parâmetrosnas diferentes categoriase o investimento feito em estudoscientíficos dentro do voleibol brasileirotem mostrado uma grandeimportância para o desenvolvimentode novas gerações. Nesse contexto,o estudo descritivo em questãoobjetiva analisar importantes características,como as somatotípicas eantropométricas das seleções brasileirasde voleibol na categoria infanto--juvenil. A população foi compostapor 33 atletas das referidas seleções,14 deles convocados para a seleçãobrasileira masculina e 19 para a seleçãobrasileira feminina. Utilizamosuma balança e estadiômetro de precisãopara verificação das característicasantropométricas e o métodosomatotipologico de Health & Carterpara verificação da somatotipia. Aseleção masculina apresentou comoresultados médios: Idade=16,71;estatura=195,9; peso corporal=87,4;endomorfia= 1,26; mesomorfia= 3,18e ectomorfia=3,8; por sua vez aseleção feminina apresentou Idade=15,9; estatura=181,6; peso corporal=67,4; endomorfia=3,09; mesomorfia=2,21 e ectomorfia= 3,88. A partirdos resultados, podemos concluirque as seleções em questão possuemcaracterísticas semelhantes as dasseleções adultas de alto rendimento,apresentando na somatotipia predominânciado componente ectomorfico,sendo esse um dado de grandeimportância diante das exigênciasatuais do alto rendimento do voleibol,o que mostra o alto nível do grupoestudado.ABSTRACTThe elaboration of profile characteristicsthat can serve as parametersin the different categories and investmentin scientific studies ofBrazilian volleyball have shown theirimportance in developing new athletes.In this sense, the objective ofthe descriptive study in questionwas to analyze important characteristicssuch as somatotype and anthropometryin the Brazilian under-17and under-18 national teams, respectively.The population was composedof 33 (14 females and 19 males)athletes from the aforementionedteams. We used a high-precisionscale and stadiometer to verify anthropometriccharacteristics andHeath & Carter's method to evaluatesomatotype. The men's team obtainedthe following mean results: Age=16.71; height=195.9cm; body weight=87.7kg; endomorphy =1.26; mesomorphy=3.18and ectomorphy =3.8;while the women's results were: Age=15.9; height=181.6cm; body weight=67.4kg; endomorphy=3.09; mesomorphy=2.21and ectomorphy=3.88.We can conclude from the resultsthat the teams in question havesimilar characteristics to those ofthe high-performance adult teams,and exhibit a predominance of theectomorphic component of the somatotype.This finding is of great importance,given the current demandsof high-performance volleyball, andshows us the high level of the groupstudied.


68 | | investigação técnico original opinião revisão69INTRODUÇÃODentro do processo evolutivo, asciências dos esportes tornaram-seindispensáveis às modalidades esportivasde rendimento, propiciandouma grande evolução tecnológica ecientifica que possibilita a busca demelhores condições de treinamentodevido ás constantes pesquisasrealizadas. O voleibol nesse contexto,foi a modalidade que mais modificousuas regras nos últimos anosem busca de um melhor rendimento1 . No Brasil esse esporte temevoluído de forma grandiosa, tornando-seuma escola no cenárioesportivo mundial, onde as equipesbrasileiras têm obtido grande destaqueem todas as categorias, sendohoje um recordista de títulos internacionais2 .Medina, Fernandes Filho 3 enfatizama grande importância de se conhecerprofundamente as particularidadesdessa modalidade em seusvários aspectos, onde característicascomo as antropométricas,fisiológicas e neuromusculares dosatletas de alto nível podem servircomo excelentes parâmetros paraseleção e comparação de atletas,permitindo assim que, a partir deum conjunto de características,possa ser construído um perfil,idéia essa corroborada pelos estudosde Fernandes Filho 4 que contemplaa grande necessidade e asfacilidades da construção desseperfil em cada modalidade em especifico,podendo ser um grandediferencial no sucesso ou fracassoda estratégia de treinamento aser utilizada.A literatura na área do voleibol temapontado a preocupação dos pesquisadoresem encontrar métodosque possam identificar o desempenhode alto nível acerca das diversasvariáveis. A grande maioriadas pesquisas tem apontado umatendência a analisar equipes dacategoria adulta, não fornecendo,porem, meios que permitam umaclara compreensão de como ocorremas transformações relativas aosprocessos de crescimento e desenvolvimentodurante as categoriascompetitivas iniciais, o que implicana possibilidade de estarmos perdendoatletas com excelente potencialdentro das categorias iniciaispor falta de informações especificas 5 .Nesse contexto, diversos estudosvêm sendo realizados buscandoconhecer o tipo físico ideal paracada modalidade esportiva, sendo osomatotípo amplamente utilizado,firmando-se assim, como um excelentemétodo auxiliar na orientaçãoe promoção esportiva 6 . Esse métodocaracteriza-se por ser um excelenteinstrumento a empregar-se na áreaesportiva, pois, alem de ser umeficiente e seguro método de avaliação,permiti uma contínua monitorizaçãoda composição corporal,no decorrer de uma temporada decompetição 7 . Marins, Gianichi 8 citamque o somatotipo é uma importantetécnica de classificação dacomposição corporal, em que aestrutura <strong>física</strong> do ser humano foidividida em três condições diferenciadaspor Sheldon, definindo assimdeterminadas características <strong>física</strong>sque as diferenciam entre si. A relaçãoentre a somatotipologia, oesporte e a performance <strong>física</strong> émuito utilizada atualmente, alcançando-seresultados comprovadosno desenvolvimento esportivo 9 .Para se alcançar um alto nível dentroda modalidade voleibol, os estudostêm demonstrado que é necessáriaa observação de variáveis antropométricascomo estatura, altura demembros, somatotípo e composiçãocorporal, como também das qualidades<strong>física</strong>s básicas 10 . Portanto,devido a grande necessidade deestudos científicos que possam darbase ao constante desenvolvimentodo voleibol brasileiro e a grandeimportância da observação devariáveis para a elaboração de umperfil da modalidade em diferentescategorias, esse estudo procurouanalisar as características somatotípicase antropométricas dasseleções brasileiras de voleibolmasculino e feminino na categoriainfanto-juvenil.METODOLOGIAAmostraA presente pesquisa tem o cunhodescritivo que a caracteriza comoum estudo de status, partindo-seda premissa de que os problemaspodem ser resolvidos e a práticamelhorada através de completase objetivas análises, observaçõese descrições 11 .A população da presente pesquisafoi composta por 33 atletas convocadospara as seleções brasileirasinfanto-juvenis (entre 14 e 17 anos)de voleibol de ambos os sexos, sendo14 atletas da seleção brasileiramasculina (vice-campeã mundial)e 19 da seleção brasileira feminina(campeão sul-americana) de voleibol.Todos os procedimentos realizadosforam autorizados pelo Comitêde Ética responsável (Parecer n.º059/2005) e atendem as Normasde Realização de Pesquisa em SeresHumanos proposta pela resolução196/96-CNS-Brasil. Os participantesforam previamente esclarecidossobre os propósitos da investigaçãoe procedimentos aos quais seriamsubmetidos e assinaram um termode consentimento livre e esclarecido.ProcedimentosNa verificação das medidas antropométricasa massa corporal foimensurada em uma balança de


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportooleitura digital com precisão de100g e carga máxima de 180kg,enquanto a estatura foi determinadaem um estadiômetro de madeiracom precisão de 1mm, estando osavaliados vestidos com roupas leves(short para os homens e shorte blusa para as mulheres).O método somatotipológico de Health& Carter 12 será usado para coletaras medidas de somatotípo, permitindoassim um estudo apurado,sobre o tipo físico ideal de cadamodalidade esportiva.Idade (anos)Peso Corporal (kg)Estatura (cm)EndomorfiaMesomorfiaEctomorfiaMédia (x)16,7187,4195,91,263,183,8Desvio Padrão (s)0,4711,020,070,2061,130,76TABELA1Valores médios e desvio padrão para a somatotipia eantropometria da seleção brasileira infanto-juvenil de voleibol masculino.Determinação do primeiroComponente (Endomorfia)Para calcular endomorfia utiliza-sea medida da estatura (cm) e asdobras cutâneas (mm) subescapular,do tríceps e supraespinhale, corrigindo-seo valor dividindo a estaturapelo fator ( ∑ dc x 170,18), conformeFernandes Filho (2003).Determinação do SegundoComponente (Mesomorfia)Determinação do segundo componente(mesomorfia): para determinaçãodesse componente usa-se amedida da estatura, o diâmetrodo úmero e do fêmur, o perímetrocorrigido do braço, que é o perímetrodo mesmo forçado corrigidopela subtração do valor da dobracutânea TR em cm, e o perímetrocorrigido da panturrilha (pcp) que écorrigido pela subtração do valorda dobra cutânea medial da panturrilhaem cm. As medidas de circunferências(perímetros) são caracterizadaspelas medidas lineares,realizadas circunferencialmente eas medidas do Diâmetro ósseo sãoobtidas através da distância entreduas estruturas de um determinadoosso localizado transversalmente.Toda medida será efetuada, do ladodireito do corpo.O segundo componente será determinadoa partir dos resultadoscoletados, calculando-se por meioda seguinte equação usada porCarter citada por Fernandes Filho(2003):Meso= 0,858(Du) + 0,601(DF) +0,188(PcB) + 0,161(PcP) - 0,131(H)+ 4,5Determinação do terceiroComponente (Ectomorfia)Para calcular a ectomorfia, utilizaram-seàs medidas da estatura epeso, lidando-se com o índice ponderalde Sheldon (IP): estatura divididapela raiz cúbica do peso. A partirdos resultados obtidos, calculou-seo terceiro componente por meio daequação, que divide a estatura pelaraiz cúbica do peso.Instrumentos de medida- Balança eletrônica digital (Urbano,modelo PS180);- Estadiômetro de madeira (precisão1mm);- Fita métrica (sanny, com 150 cm decomprimento e precisão de 0,1cm);- Compasso de dobras cutâneas(sanny, com precisão de 0,1mm);- Paquímetro (Rosscraft, modeloTommy 2 com variação entre 02e 16 cm, e graduação é de 1 mm);EstatísticaPara caracterização do universoamostral pesquisado utilizou-se aestatística descritiva, observandoos valores de medida de tendênciacentral: média (x) e desvio padrão(DP), objetivando a constituição doperfil do grupo estudado a partir dacoleta de variáveis segundo Thomase Nelson 11 .RESULTADOSNa tabela 1 podemos observaruma seleção com idade avançadadentro da categoria (ate 17 anos),e com uma alta media de estatura.Na somatotipia a referida seleçãocaracteriza-se como sendo Ecto--Mesomórfica por apresentar superioridadeno componente ectomórficoem relação aos outroscomponentes.No feminino, a tabela 2 nos revelauma elevada média de estatura esuperioridade do componente ectomorfico,assim como no masculino,porem apresenta um expressivoresultado do componente endomorficoque a classifica de acordocom Health & Carter 12 como ecto--endomórfica.


70 | | investigação técnico original opinião revisão71Idade (anos)Peso Corporal (kg)Estatura (cm)EndomorfiaMesomorfiaEctomorfiaO gráfico 1 nos permite uma melhorvisualização dos grupos estudados,onde observamos altosvalores para variável ectomorfiaem ambos os sexos. No grupofeminino os valores da variávelendomorfia são superiores aosvalores observados para a variávelmesomorfia e ainda superiores aosvalores encontrados para endomorfiado grupo masculino.Média (x)15,967,4181,63,092,213,88TABELA2Valores médios e desvio padrão para a somatotipia eantropometria da seleção brasileira infanto-juvenil de voleibol feminino.43.532.521.510.50ENDO MESO ECTOGRÁFICO1Valores médios das caracteríticas somatotípicasdas seleções brasileiras de voleibol feminina e masculina.LEGENDA: ENDO-endomorfia; MESO-mesomorfia; ECTO-ectomorfia.Desvio Padrão (s)0,378,246,270,851,011,25DISCUSSÃOOs resultados da tabela 1 nosrevelam uma excelente média deestatura na seleção brasileira masculina,sendo essa variável consideradadentro do voleibol um fatorde primordial para que se possaalcançar o alto nível nessa modalidade.Silva e colaboradores 5citamem sua pesquisa, uma evoluçãodessa variável dentro do voleibol, oque também podemos observaratravés de estudos anteriores realizadosno voleibol masculino citadospor Massa 13 : antiga união soviética,193cm Vitasalo (1982); seleçãobrasileira, 193cm, Matsudo (1986);seleção dos EUA, 192,5cm Mcgrownet al (1990); liga nacionalbrasileira, 195cm Rodacki (1997).Ao observarmos os resultadosencontrados em nosso estudo coma seleção brasileira infanto-juvenilpodemos verificar a semelhançadesses resultados com os encontradosna seleção brasileira adultacampeã mundial em 2005 (195,16cm)e na seleção da Serbia & Montenegro(197,6cm) vice-campeã mundialno mesmo ano 14 , confirmando assima importância da variável estaturadesde as equipes de base e apreocupação com a renovação emanutenção de futuras geraçõesna estrutura do voleibol brasileiro,visando perpetuar o status conquistadoem nível mundial.Quanto ao peso corporal observamosem nossos resultados valoressuperiores aos de Rocha e colaboradores15 , que encontraram comoresultado para seleção brasileirainfanto-juvenil masculina 83,6kg, esemelhantes aos encontrados pelomesmo autor para a seleção brasileirajuvenil masculina (88,1kg) eseleção brasileira adulto masculino(87,2kg) em 2005 14 .Ao observarmos as característicassomatotipicas, que dizem respeitoao que era chamado anteriormentede biótipo físico 7 , a seleção brasileirainfanto-juvenil masculina apresentaresultados satisfatórios, apresentando-secomo uma seleção dejogadores longelíneos, com desenvolvimentomúsculo esquelético aindanão muito expressivo e baixo índicede gordura corporal relativa. Essacaracterística do grupo estudadotem sido observada nas seleçõesda categoria infanto-juvenil de voleibol,uma vez que se procura nessa


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoocategoria atletas com boa estaturae ainda em desenvolvimento. Estudosfeitos nessa mesma categoria porMassa e colaboradores 16 , com aseleção brasileira e com um clubede alto rendimento, também demonstramsuperioridade no componenteectomorfico. Observamosainda que os nossos resultados seapresentam semelhantes aos observadosem 2005 por Zarry 17 quantoà mesomorfia (3,4 +/- 0,77) eectomorfia (3,8 +/- 0,76 ), que seassemelham aos resultados encontradospor Medina 18em equipeinfanto-juvenil masculino confirmandoa superioridade do componenteectomorfico. Em categorias superioresdo voleibol, estudos como osde Zarry 17 e Medina 18 no masculino,mostram que existe uma tendênciaao aumento da mesomorfia, equiparando-sea ectomorfia, devido aodesenvolvimento músculo esqueléticodos atletas com idade mais avançada.A seleção feminina estudada (tabela2) apresenta uma média de estaturasemelhante à encontrada naseleção brasileira adulto campeãdo Grand Prix em 2005 (182,45cm) 14 .Ao observarmos a média de estatura,por exemplo, da seleção doRio Grande do Norte (169,4cm),campeã na primeira divisão docampeonato brasileiro em 2004 19 ,podemos constatar a grande disparidadeem relação a seleção brasileira,confirmando a importânciadessa variável para o alto níveldesse esporte. O peso corporal emnosso estudo com o feminino apresenta-seinferior ao observado naseleção adulta (70,6) 14 .Com relação aos resultados dasomatotipia na seleção brasileirainfanto-juvenil feminina (classificadacomo ecto-endomórfica) observamossemelhanças com relação aosresultados encontrados nos estudosde Massa e colaboradores 6ematletas de São Paulo quanto à mesomorfia(2,7±1,3) e ectomorfia(3,7±1,5), e com característicassemelhantes as observadas nosestudos de Cabral 20na categoriainfanto-juvenil com a seleção do RioGrande do Norte que apresentoucomo resultado dos três componentes:endomorfia (3,9±1,2), mesomorfia(1,9±1,19) e ectomorfia(3,2±1,5). Nossos resultados, assimcomo os encontrados no estudo deMassa e colaboradores 6 ; Cabral 20têm apresentado superioridade docomponente endomórfico em relaçãoao mesomórfico nas categoriasde base do feminino, o que nosmostram valores relacionados aodesenvolvimento músculo esqueléticoinferiores aos valores referentesà gordura relativa. Esse comportamentoprovavelmente pode serinfluenciado pela fase de desenvolvimentoe processo maturacionaldessas atletas.O gráfico 1 nos mostra que a superioridadeda endomorfia em relaçãoa mesomorfia observada no grupofeminino, é inversamente observadano grupo masculino onde existesuperioridade da variável mesomorfica,sendo uma tendência desseperfil da somatotipia modificar-se àmedida que se observa categoriassuperiores. Estudo realizado comdiferentes categorias no voleibolfeminino concluiu que os altos valoresdo componente endomorfianas categorias inferiores diminuicom o processo maturacional,à medida que se vai subindo decategoria até a categoria profissionalpassando a ser o terceirocomponente 6 , possivelmente devidoà influência do efeito do treinamentoe maiores exigências de resultados.Medina 18 , em sua pesquisa com ovoleibol masculino, observa quena categoria adulto (profissional) amesomorfia prepondera apresentandoleve superioridade em relaçãoa ectomorfia, caracterizando assimatletas fortes e com boa estatura,corroborando com os resultadosencontrados por Zarry 17 na seleçãobrasileira adulto.Os atletas de voleibol de formageral caracterizam-se por teremformas de linearidade com proporçõesalongadas entre os membros.Em ambos os grupos estudados ocomponente ectomórfico apresenta-sepredominante, sendo importantepara a modalidade de voleibol,uma vez que diz respeito à relaçãoda massa corporal com a estaturado indivíduo, tendo a variável estaturauma grande importância nessamodalidade quando aliada a outrosfatores para que se possa alcançarum nível mais alto em categoriassuperiores do voleibol 21 .CONCLUSÕESConcluímos que as duas seleçõesestudadas apresentam uma elevadamédia de estatura, o que provavelmentedeve ser pré-requisitona escolha dos atletas, sendo semelhantesàs equipes adultas dealto rendimento no Brasil. Quantoao somatotipo, apresentaram-seresultados satisfatórios com predominânciado componente ectomorfico,atendendo a especificidadeque envolve o voleibol atual quebusca um equilíbrio entre a linearidadee muscularidade. As duasseleções estudadas apresentamresultados que confirmam o altonível dos atletas envolvidos.AGRADECIMENTOSOs autores desta pesquisa sãogratos à colaboração: do Programade Pós-graduação da UFRN, daConfederação Brasileira de Voleibol(CBV) e suas comissões técnicase do LABIMH-UFRN.


72 | | investigação técnico original opinião revisão73CORRESPONDÊNCIABreno Guilherme de AraújoTinoco CabralAv Amintas Barros, 3675,Condomínio Jardim Portugal, apto1801Lagoa nova Cep: 59075-250,Natal-RNEmail: suzet@ufrnet.brREFERÊNCIAS1. Cabral SAT, Policarpo FB, CabralBGAT, Knackfuss MI, Medeiros HJ,Fernandes Filho J. A seleção brasileirade voleibol infanto-juvenilfeminina e o seu perfil dermatoglífico.Acta Cirúrgica Brasileira.Vol. 20 pp. 22-26. São Paulo 2005.2. Dutra LN, Lerbach AM, DamascenoVO, Silva AC, Viana JM, LimaJRP. Perfil da seleção brasileirajuvenil masculina de voleibol de2003. Boletim da Federação Internacionalde Educação Física. V.74pp. 162-165. 2004.3. Medina MF, Fernandes Filho J.Identificação dos perfis genético esomatotípico que caracterizamatletas de voleibol masculino adultode alto rendimento no Brasil.<strong>Revista</strong> Fitness & Performance<strong>Journal</strong>. Vol 1. n. 4. Rio de Janeiro:COBRASE, 2002.4. Fernandes Filho, J. ImpressõesDermatoglíficas - Marcas genéticasna seleção dos tipos de esportee lutas (a exemplo de desportistado Brasil). Tese de Doutorado.Moscou. URSS, 1997.5. Silva LRR, Bohme LTS, Uezu R,Massa M. A utilização de variáveiscineantropométricas no processode detecção, seleção e promoçãode talentos no voleibol. <strong>Revista</strong>Brasileira de Ciência e Movimento,v. 11, n. 1. Brasília, 2003.6. Massa M, Silva LRR, Bohme LTS,Uezu R, Massa ICM . Somatotipode atletas de voleibol feminino nasdiferentes categorias competitivas.[on line] Disponível na internet.http://www.talentoesportivo.hpg.ig.com.br/massa/resumo_massa010.html pesquisado em 20/11/ 2005.7. International Society of Advance ofthe Kinesiantrometric - ISAK. Apostilade curso. Rio de Janeiro, 2000.8. Marins JCB, Giannichi RS. Avaliaçãoe prescrição de atividade<strong>física</strong>: Guia prático. 3a ed. Rio deJaneiro: Shape 2003. pp. 74-88.9. Castanhede ALK, Dantas PMS,Fernandes Filho J. Perfil dermatoglíficoe somatotípico de atletas defutebol de campo masculino, dealto rendimento no Rio de Janeiro -BRASIL. Fitness & Performance<strong>Journal</strong>. Rio de Janeiro: COBRASE.2003; 02(04):234-39.10. Massa M, Bohme MTS. A problemáticados processos de promoçãode talentos para o esporte e asua relação com o voleibol de altonível. [on line] Disponível na internet.http://www.talentoesportivo.hpg.ig.com.br/massa/resumo_massa002.htm pesquisado em 05/12/ 05.11. Thomas JR, Nelson JK. Métodosde pesquisa em atividade <strong>física</strong>.Porto Alegre: Artmed, 2002.12. Carter JEL, Heath BH. Somatotypingdevelopment and applications.New York-USA: CambridgeUniversity Press, 1990.13. Massa M, Bhome MTS, SilvaLRR, Uezu R. Analises de referenciaiscineantropometricos de atletasde voleibol masculino envolvidos emprocessos de promoção de talentos.<strong>Revista</strong> Mackenzie de educação<strong>física</strong> e esporte. Ano.2 n.2, 2003.14. FIVB. Federação internacional devoleibol. [on line] Disponível na internet.http://www.fivb.org/EN/volleyball/index.asp15. Rocha MA, Dourado AC, GonsalvesHR. Estudo do somatotípo daseleção brasileira de voleibol categorias-infanto-juvenil e juvenil-1995.<strong>Revista</strong> da associação dos professoresde educação <strong>física</strong> de londrina.V 11, N 19, pp. 21-30, 1996.16. Massa M, Massa ICM, SouzaMT, Bhome MTS. Estudo do somatotípode atletas de voleibol masculinodo E.C. Banespa nas categoriasinfanto-juvenil e juvenil. [online] Disponível na internet.http://www.talentoesportivo.hpg.ig.com.br/resumo_massa006.html17. Zarry JCF. Comparação do perfildermatoglífico e somatotípico dosatletas de voleibol masculino adulto,juvenil e infanto-juvenil, de alto rendimentono brasil.2005. Dissertação(mestrado em ciência da motricidadehumana) Universidade CasteloBranco, Rio de Janeiro, Brasil.18. Medina MF. Identificação dosperfis genéticos e somatotípico quecaracterizam atletas de voleibolmasculino de alto rendimento noBrasil. 2000. 191f. Dissertação(Mestrado em Ciência da <strong>Motricidade</strong>Humana) Universidade CasteloBranco, Rio de Janeiro.www.efdeportes.com/efd56/ludico.htm pesquisado em 21/07/2005.19. Cabral SAT, Cabral BGAT; BezerraFP. Correlation betweem dermatoglyphiccharacteristics andexplosive force in female under-17volleyball players. FIEP bulletin, Fozdo Iguaçu. V.5, pp. 26-28, 2005.20. Cabral SAT, Rego SASJ, FernandesFilho J. Características dermatoglíficas,somatotípicas e das qualidades<strong>física</strong>s da seleção infanto--juvenil de voleibol do estado do RioGrande do Norte. Fiep Bulletin. Fozde Iguaçú. 2004; Vol 74:695-99.21. Cabral BGA, Cabral SAT, FernandesFilho J. Estudo comparativo doperfil dermatoglífico e antropométriconos diferentes níveis de qualificaçãoesportiva em equipes infanto--juvenis de voleibol. Fiep Bulletin.Foz de Iguaçú. 2005; Vol 75:601-05.


educação <strong>física</strong> e <strong>desporto</strong>


investigaçãoAPTIDÃO FÍSICA, ESTUDO DE ALUNOS DO 3º CICLO DOSCONCELHOS DE TORRE DE MONCORVO E VILA NOVA DE GAIAPHYSICAL EDUCATION, STUDY OF 3º THE EDUCATION INTHE TOWNS OF TORRE DE MONCORVO AND VILA NOVA DE GAIAAUTORESRuben Gonçalves Pereira 1José Luís Soidán 11Universidade de VigoAPTIDÃO FÍSICA, ESTUDO DE ALUNOSDO 3º CICLO DOS CONCELHOSDE TORRE DE MONCORVO E VILANOVA DE GAIA4(1): 75-81PALAVRAS-CHAVEaptidão <strong>física</strong>; estudocomparativo; rural/urbano.KEYWORDSphysical fitness; comparativestudies; rural/urban.data de submissãoDezembro 2007data de aceitaçãoMarço 2008RESUMOO objectivo deste estudo que nos propusemosrealizar, orientou-se fundamentalmentepara a tentativa de respondera um conjunto de questõespertinentes: A interioridade será umfactor limitativo para o desenvolvimentoharmonioso do jovem, ao nívelda Aptidão Física? Os perfis da aptidão<strong>física</strong> são distintos quanto ao nível emfunção da Interioridade/Litoralidade?Para isso desenvolvemos um estudoem que caracterizamos e avaliamosalunos de ambos os sexos, do 2º e 3ºciclos do ensino básico, de duas zonasdiametralmente opostas de Portugal:uma do litoral citadino, Vila Nova deGaia, outra do interior profundo, Torrede Moncorvo, e investigamos a existênciade interferências nos níveis deaptidão <strong>física</strong> dos alunos.Este estudo exploratório configurou--se a partir de uma amostra do tipoaleatória por aglomerados compostapor 3271 sujeitos do 7º ano ao 9ºano de escolaridade. A bateria detestes aplicada foi a designada de"FACDEX" - Desenvolvimento Somato--Motor e factores de Excelência Desportivana População Portuguesa.(Marques et al., 1991), obtendo-seuma análise detalhada dos níveis deAptidão Física dos jovens dos 10 aos17 anos de idade.Os resultados permitiram concluir que:Os alunos da Zona Rural apresentamum padrão ligeiramente superior nostestes de Força Superior, “Bola 2Kg”;Força Média “Sit Up's” e Força Inferior“Salto em Comprimento”.Os alunos da Zona Urbana apresentamvalores padrão superiores no testede Flexibilidade “Sit and Reach”; ForçaSuperior “Lançamento de bola de Hóquei”;“Dinamometria”; Agilidade “10x5Mts.” e “Resistência 12'”. Relativamenteà Velocidade, apresentam valoresidênticos.Os alunos da Zona Urbana apresentamvalores de peso superior por idadeno sexo masculino e feminino, comexcepção dos 14 a 16 anos do sexomasculino, e a partir dos 15 anos nasraparigas.As raparigas do Meio Rural apresentamÍndices de Massa Corporal Superioresem todos os anos lectivos com excepçãodo 8º Ano.ABSTRACTThe aim of this study that we proposedto develop was fundamentally guidedas an attempt to answer a group ofrelevant questions:Is living in the interior of a country arestraining factor for the harmoniousphysical, mental and social developmentof the youth?Are physical aptitudes profiles distinctin terms of the level, depending on thefact that young people live in theinterior or in the coast of a country?To answer these questions we developa study in which we characterize andevaluate students of both sexes, fromthe 2 nd and 3 rd cycles of the BasicEducation (from 5 th to 9 th grade), fromschools of two diametrical opposedareas of Portugal: one school in a cityby the coast - Vila Nova de Gaia, theother in the deep interior of Portugal -Torre de Moncorvo and we search theexistence or not of an influence on thestudents' levels of physical aptitudes.This exploratory study was made froma random sample composed of 3271subjects from the 5 th grade to the 9 thschool grades. The battery of testsapplied were the ones designated as"FACDEX" - Somato-Motor Developmentand Sports Excellence factors in thePortuguese Population. (Marques et al.,1991), obtaining a detailed analysis ofthe levels of Physical Aptitudes ofyoung people from 10 to 17 years old.The results allowed us to conclude thatthe students of the Rural areas presenta slightly higher standard in theUpper strength tests (2 kg ball), Mediumstrength (Sit Up's) and Lower strength(Long jump).The students of the Urban Zone presenthigher standard levels in the Flexibilitytests (Sit and Reach), Upperstrength (Hockey ball Launching"); "Dinamometry";quickness “10x5 Metres."and "Resistance 12". In terms of Speed,they show identical values.The students of the Urban Zone showhigher weight values in terms of age inthe female and male sex, with theexception of male individuals from the14 to 16 years old and the girls after15 years old.The girls of the Rural Environmentshow superior body mass rates duringall school grades, with the exception ofthe 8 th grade.


76 | | investigação técnico original opinião revisão77INTRODUÇÃOActualmente em pleno século XXI,a Actividade Física, e as questões aela associada, tem vindo a crescerde interesse e a estar na moda.A preocupação com a prática de<strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, associada à <strong>saúde</strong>tem vindo a tornar-se de grande relevoe importância, no âmbito dosestudos e investigações nas ciênciasdo <strong>desporto</strong>.Borms (1988) refere que milhõesde pessoas praticam <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>de forma mais ou menos regulare sistemática ou, pelo menos, assimo afirmam.Das afirmações anteriores, torna--se pertinente inferir que a escolacomo local de eleição para o desenvolvimentodo processo ensino--aprendizagem de todo e qualquerser humano, relativamente ao desenvolvimentode estratégias deeducação para a <strong>saúde</strong>, é o sítiopor excelência.A aula de educação <strong>física</strong>, inevitavelmente,tem que promiscuir-se eassumir a sua cota parte de responsabilidade,que é grande, na promoçãoda aptidão <strong>física</strong> referenciadaà <strong>saúde</strong>, e na criação de hábitos devida Fisicamente activos e dinâmicos.Paralelamente, sabe-se que o desenvolvimentode hábitos, comportamentose atitudes descritoras deestilos de vida saudáveis e activostendem a desenvolver-se cedo, noseio familiar e que prosseguem naescola. Daí, provavelmente decorrea crença, muito presente em profissionaisde Educação Física (EF),que a infância e a adolescência possamrepresentar períodos óptimospara a intervenção pedagógica nosentido de estimular hábitos ecomportamentos que se esperamanter-se durante toda a vida.O presente estudo, tratou-se dedefinir e caracterizar com objectividadeas populações alvo. Tratou--se portanto de um estudo descritivo--exploratório (survey), os níveis deaptidão <strong>física</strong>, referenciados aosalunos do 2º e 3º Ciclos de Ensino,dos Concelhos de Torre de Moncorvo,Distrito de Bragança, e VilaNova de Gaia, Distrito do Porto.A ausência de qualquer estudo nestaárea de Portugal, contrapondo comzonas diametralmente opostas pelasua natureza geográfica, acessibilidadee ofertas de produtos serviçose bens, imbuiu-nos de um espíritode conquista de conhecimento.Malina (1994) salienta que as componentesda aptidão <strong>física</strong> são influenciadaspelo processo individualde crescimento associado à maturaçãoe não apenas pelo estímuloda prática de <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>regular. Maia (1991), cit. refere aeste propósito, que “a idade cronológicaé um indicador temporalextremamente falacioso, dado quenão é sensível à variação evidenciadapelos jovens atletas do mesmointervalo etário” (pág. 23).OBJECTIVOO tipo de investigação que nos propusemosrealizar, orientou-se fundamentalmentepara uma caracterizaçãoe avaliação em alunos deambos os sexos, do 2º e 3º ciclosdo ensino básico, de dois Concelhosde zonas diametralmente opostasde Portugal. Um do Litoral citadino,Vila Nova de Gaia e outro do Interiorprofundo, Torre de Moncorvo.Objectivos específicos1. Conhecer, descrever e compararo desempenho motor ao nível dacoordenação motora e aptidão <strong>física</strong>associada à <strong>saúde</strong> nos doismeios distintos.2. Dotar a Direcção Regional Norte,os Concelhos e concretamente asescolas, de informações precisasrelativamente a este domínio.Justificação da Bateria adoptada(FACDEX)A bateria de testes aplicada foi adesignada de "FACDEX" - DesenvolvimentoSomato-Motor e factoresde Excelência Desportiva na PopulaçãoPortuguesa. (Marques et al.,1991).Adoptamos esta bateria por razõesde funcionalidade, numa perspectivade comparar dados de outrostrabalhos científicos realizados emPortugal.METODOLOGIACaracterização da AmostraEste estudo exploratório configurou--se a partir de uma amostra do tipoaleatória por aglomerados compostapor 3271 sujeitos do 5º anode escolaridade ao 9º ano de escolaridade.Dimensão e critériosde selecção da amostraO presente estudo realizou-se emConcelhos distintos: Torre de Moncorvo,distrito de Bragança, VilaNova de Gaia, distrito do Porto.A escolha das escolas obedeceu acritérios de localização geográficae representatividade equitativa deidades, género e ambiente-sócio--económico.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do DesportoiAs escolas do meio urbano, maispopulosas, situavam-se nos centrose pertencem a freguesias consideradasexclusivamente como urbanas,assim como as de Torre de Moncorvo,exclusivamente rurais, segundoo critério da classificação territorialdo Instituto Nacional de Estatística(INE, 2003).Os critérios de inclusão queestiveram subjacentes à selecçãodas turmas e alunos objecto doestudo foram:- Serem turmas de 2º ciclo doensino Básico ( 5º e 6º Anoescolaridade).- Serem turmas de 3º Ciclo doensino básico (7º, 8º e 9º Anode escolaridade).- Serem leccionadas por professoresde Educação Física Licenciados;- Só participarem os alunos quetenham autorização da(o) Encarregadode Educação e livrementeaceitem.Os critérios de exclusão que estiveramsubjacentes à selecçãodas turmas objecto de estudoforam:- Os alunos com necessidades EducativasEspeciais, foram excluídospelos motivos associados aosaspectos intrínsecos de quepadecem;- Os alunos que de uma formamuito evidente não participemactivamente na realização dastarefas propostas;- Os alunos que apresentem emalgumas pregas de adiposidadevalores não fiáveis por dificuldadesda sua medição;- Os alunos que não cumpram todasas tarefas propostas;- Os alunos que apresentem dificuldadespontuais de <strong>saúde</strong> e quelimitem a sua execução, nomeadamenteuma Gripe, Constipação.TestesSit and ReachMobilidade da coluna vertebral e tensão dosmúsculos dorso-lombares e ísquio-tiniaisCapacidadesMobilidadearticulo-ligamentarCorrida de 50 m. Velocidade de corrida VelocidadeArremessopeso 20KgForça explosiva dos membros superiores Força superiorLançamento bolaHóquei em campoForça explosiva dos membros superiores Força superiorSalto em comprimentosem corrida Força explosiva dos membros inferiores Força inferiorpreparatória10x5 metros Agilidade (Coordenação/Velocidade)Coordenaçãooculo-pedalDinamometriamanualForça máxima estática dos músculosde preensãoForça estáticaSit Up’s - 60’’ Força - Resistência dos músculos abdominais Força abdominalCorrida 12’5º ano6º ano7º ano8º ano9º anoObjectivosCapacidade de Resistência de média duração.Economia do sistema cardio-respiratórioResistênciaTABELA1Estrutura da bateria de testes referenciados por objectivos e capacidades.Rural Urbana Total73807989485º ano6º ano7º ano8º ano9º ano422389656741694495469735830742TOTAL 369 2902 3271Idade101112131415161718-17406325198--TABELA2Representação da amostra do estudo por anos de escolaridade.RURALFemininos Masculinos-134877341411--URBANAFemininos Masculinos4020111322738925810829241206126227419374104353Total81437327594867665231645TOTAL 172 197 1367 1535 3271TABELA3Representação da amostra do estudo por idade cronológica.


78 | | investigação técnico original opinião revisão79INSTRUMENTARIUMAptidão Física- 4 Colchões de espuma de polietileno,de densidade igual a25Kg/m 3 , com as seguintes dimensões:180cm de comprimento, 75cmde largura e 10mm de espessura,feitos em Portugal;- 4 Cones de sinalização de corlaranja, com base quadrada com21cm de aresta e cone com 30cmde altura, base de 17cm de diâmetroe topo com 4,5cm de diâmetro,feitos na Indonésia;- 1 Bola de hóquei em campo demarca “Mersion”, modelo “popular”,de 156gr, com 7cm de diâmetro e23cm de perímetro feita no ReinoUnido;- 1 Bola lastrada de marca “Heavymed”de 2000gr, com 15cm dediâmetro e 50cm de perímetrofeita em Itália;- 2 Réguas de marca “Ramirex”,com escala em centímetros, com50cm de comprimento, 4,3cm delargura e 2mm de espessura,feitas em Portugal;- 1 Fita métrica metálica de marca“Medid”, referência N.º 6283, comescala em centímetro, com 3 metrosde comprimento por 16mmde largura;- 1 Fita métrica de marca “Belota”,referência N.º 50051-15, em polietileno,com escala em centímetros,com 15 metros de comprimentopor 15mm de largura, feita emPortugal;- 1 Dinamómetro de mão, “GRIP-A”,feito no Japão;- 1 Caixa de medição do teste “Sitand Reach” com 28,5cm de altura,22cm de largura por 36,5cm deprofundidade;- Fichas de registo individual/ turma;Organização do trabalhono terrenoO trabalho no terreno foi realizadoprimeiro nas escolas do Concelhode Torre de Moncorvo, local ondeme encontrava a leccionar. Seguidamentefoi realizado no Concelhode Vila Nova de Gaia, na escola deAlmeida Garrett. Os locais para arecolha de dados, foram as própriasescolas, durante os tempos lectivos,em dias acordados com osConcelhos Executivos e os Professoresde Educação Física das respectivasturmas. O questionárioSócio-económico foi ministradonuma aula teórica de 50', os testese as medidas antropométricas foramrealizados nas aulas práticas.Por outro lado, de forma a realizarmosos testes propostos de igualforma, ou pelo menos, bastanteaproximada, optou-se como estratégiaa realização dos testes feitapelo mínimo de pessoas, uma, esempre em cada escola, desde queas condições fossem semelhantesao nível dos espaços e pisos.Protocolo de recolha dedados e aplicação dos testes1º Recolher o consentimento dosEncarregados de Educação2º Recolher a anuência dos própriosalunos.3º Aplicação do Questionário numaaula de 50 minutos, numa sala deaula.4º Recolha de dados Antropométricos5º Realização de um prévio aquecimentoprotocolizado para a aplicaçãoda bateria de testes físicos.6º Aplicação dos testes físicos,com intervalos de recuperação de10-12' entre cada teste. A ordemde realização dos testes foi:1º Dia:- Prova de Agilidade 10x5 mts.- Lançamento da Bola de Hóquei- Sit and Reach- Velocidade 50 mts.2º Dia:- Dinamometria- Salto em Comprimento- Lançamento de Bola de 2Kgs- Corrida 12'Antes de cada prova explicou-se oseu objectivo, os critérios de execução,assim como potenciais riscosquando mal executados, favorecendoa compreensão e a adaptaçãode cada um dos alunos.Todas as provas foram realizadasda parte da manhã, em dias amenossem temperaturas extremas, entreos 18 e 22 graus.Todos os alunos foram avisadospelos seus professores para nosdias da avaliação através dos testesfísicos, o seu Pequeno-almoço fossenormal, mas que não comessemexcessivamente, pois iria prejudicara sua prestação nos testes físicos.No momento de avaliar os alunosnos diferentes testes físicos, épreciso realizar um aquecimentoprévio, igual para todos os alunosdo estudo. Este tem sempre amesma ordem e a mesma duraçãodos exercícios.Protocolo de realizaçãodo aquecimentoMeios:- Exercícios de mobilidade articular- 5 min.- Corrida contínua - 10 min.Conteúdos por ordem:- Tornozelos: Flexão, extensão, circunduçãointerior e exterior 10x.- Joelhos: Flexão, extensão circunduçãointerior e exterior 10x.- Pernas: Elevações frontais e laterais10x.


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoi- Ancas: Inclinações laterais, frontaise rotações 10x.- Ombros: Circunduções simétricase assimétricas frontais e derecta-guarda 10x.- Braços: Flexão, extensão, circunduçãointerior e exterior 10x.- Cotovelos: Flexão, extensão, circunduçãointerior e exterior 10x.- Pulsos: Circunduções interiores eexteriores 10x.- Mãos: Abrir e fechar 10x.- Cabeça e Pescoço: Torção laterale frontal e rotações 10x.- Corrida Contínua 10 min.Procedimentos estatísticosOs procedimentos estatísticos utilizadospara determinar a validadedos dados foram: o erro técnicode medida (ETM) 1 , o coeficiente devariação (CV) 2 .Utilizou-se o teste de Kolmogorov--Smirnov, para analisar a normalidadeda distribuição.O tratamento e análise estatísticados dados foi efectuado no programaestatístico “ Statistical Packagefor Social Sciences” - SPSS (Versão11.5 para Windows) e incluiuvários procedimentos que serãoespecificados com maior detalhe,ao longo desta secção.Valid RapazRaparigaTotalValid RapazRaparigaTotalOs alunos de Gaia apresentam valoressuperiores de flexibilidade, relativamentea Moncorvo, Média de7,4 contra 3,8 centímetros.O concelho de Moncorvo apresentavalores superiores.A tendência observada no nossoestudo de os alunos de Moncorvo,apresentarem valores superiores16SexoFrequency Percent ValidPercent37215863,836,3100,063,836,3100,0CumulativePercent63,8100,0TABELA4Frequência de rapazes e raparigas em V. N. de Gaia.SexoFrequency Percent ValidPercent595211153,246,8100,053,246,8100,0Sit and ReachCumulativePercent53,2100,0TABELA4Frequência de rapazes e raparigas em Moncorvo.de força superior comparativamenteaos de Gaia, é confirmadoneste teste com médias de 23,4contra 21,8 metros.Relativamente a Velocidade, apresentamvalores sem diferençasestatisticamente significativas.O Meio Rural apresenta valoresligeiramente superiores.12Sit and ReachAPRESENTAÇÃODOS RESULTADOS14121081086A apresentação dos dados, teráuma estrutura, definida de formaobjectiva, onde será feita uma breveanálise aos resultados da populaçãoda amostra, aos dados relativosàs características dos testes dabateria de testes “FACDEX”.Ambos os distritos apresentam valoressuperiores nos rapazes emrelação às raparigas.Frequency6420-7,5-5,0-2,50,02,55,07,510,0-10,0-12,5-15,0-17,5Sit and Reach12,515,017,520,022,5Std. Dev= 8,04Mean= 3,8N= 111,00Frequency4200,0-2,5-5,0Sit and Reach17,515,012,510,07,55,02,520,0Std. Dev= 6,97Mean= 7,4N= 58,00FIGURA1 Comparação “Sit and Reach”.


80 | | investigação técnico original opinião revisão81Frequency20100Força Superior 2Kgs11,004,004,505,005,506,006,507,007,508,008,509,009,5010,0010,50Força Superior 2Kgs12,0011,50Std. Dev= 1,68Mean= 6,99N= 111,00FIGURA2 Comparação de Força superior 2Kg.FrequencyFIGURA3 Comparação de Força superior Bola de Hóquei.Frequency20100605040302010015,010,05,00Força Superior Bola HóqueiForça SuperiorBola Hóquei45,040,035,030,025,020,055,050,0Std. Dev= 7,75Mean= 23,4N= 111,00FrequencyFIGURA4 Comparação de Velocidade 50 Metros.1210Frequency86420121086420Força Superior 2Kgs11,004,004,505,005,506,006,507,007,508,008,509,009,5010,0010,50Força Superior 2Kgs19,018,017,016,007,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 6,0050 metrosVelocidadeMeio RuralStd. Dev= 1,033Mean= 9,0682Frequency30025020015010050Força SuperiorBola Hóquei50 metrosVelocidade30,029,028,027,026,025,024,023,022,021,020,011,50Std. Dev= 1,53Mean= 6,35N= 58,00Força Superior Bola HóqueiUrbanoStd. Dev= 3,55Mean= 21,8N= 58,008,00 10,00 12,00Std. Dev= 1,07009Mean= 8,7038N= 2,902DISCUSSÃODOS RESULTADOS.CONCLUSÕESAnalisando os dados que nos sãodados a interpretar, deparamosprimeiramente com uma situaçãoque não é novidade, os rapazesapresentam melhores desempenhosmotores do que as raparigas, nasprovas de força e velocidade.Os alunos de Moncorvo apresentamum padrão ligeiramente superiornos testes de Força Superior,“Bola 2Kg” e “lançamento de bolade Hóquei”.Os alunos de Gaia apresentamvalores padrão superiores no testede flexibilidade “Sit and Reach”.Foram detectadas inúmeras correlaçõespositivas e negativas quenecessitam de confirmação atravésde mais dados.Ao realizarmos este estudo, pretendemoscaracterizar os níveis deaptidão <strong>física</strong> dos jovens escolaresde dois Concelhos distintos, umsofrendo da interioridade e outrobastante urbano, uma vez que nãoexistem estudos em Portugal destegénero, com qualquer tipo de informaçãoa este respeito.No que se refere às implicaçõespara a investigação futura, o estudorealizado, pelas suas própriascaracterísticas, e consequenteslimitações, comprovou a necessidadede se investigar mais, muitomais, neste domínio (aptidão <strong>física</strong>)de forma a contemplarem as propostassugeridas por Cruz (1994):a) investigação naturalística, emcontextos reais, e recorrendo aabordagens multivariadas e multidimensionais(com diferentes métodos),de forma a permitir generalizaçõescientíficas; b) estudodos melhores e piores alunos, quegostem ou não de Educação Físicaem situação de início de ano lectivo,meio do ano lectivo e final de ano


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportoilectivo; c) investigação de naturezaprospectiva e longitudinal, ao longodo tempo.Temos consciência que este trabalhopor si só, como indicador, éinsuficiente, necessário será criaruma base de dados maior, correlacionaroutro tipo de factores,sócio-económicos, motivacionais,aferindo os níveis de stress eansiedade e os seus condicionalismosna aula de Educação Física,caracterização antropométrica maisdetalhada.Mediante essa avaliação, serádecisivo para os profissionais, umamelhor selecção e escolha doscritérios, conteúdos e objectivos daaula de Educação Física, no sentidode dotar os jovens de hoje, homensde amanhã, de uma qualidade devida superior, através de umaregulação efectiva da sua aptidão<strong>física</strong> e coordenação motora.BIBLIOGRAFIA1. Almeida, C., Aptidão Física,Estatuto Sócio-Económico e MedidasAntropométricas da PopulaçãoEscolar do Concelho de Lamego.Estudo em crianças e jovens deambos os sexos dos 10 aos 16anos de idades., in Faculdade deCiências do Desporto e EducaçãoFísica. 1998, Porto: Porto.2. Baecke, J., J. Burema, and J.Frijters, A short questionnaire forthe measurement of habitual physicalactivity in epidemiologicalstudies. Am J Clin Nutr, 1982.36(5): pp. 936-942.3. Baumgartner, T. A., MeasurementConcepts in Physical Educationand Exercise science. M.J. Safrit eT.M. Wood ed, ed. N.-R.M. Reliability.1989, Champaign, Illinois: HumanKinetics Books. 45-72.Frequency605040302010002,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 5,00Força Superior 2KgsMeio RuralStd. Dev= 2,23Mean= 6,7125FIGURA5 Comparação de “Força Superior 2Kg”.4. Borms, J., Exercício Físico, AptidãoFísica e o Novo Paradigma daSaúde, J.B.e.A. Marques, Editor.1991, FCDEF: Porto. pp. 111-118.5. Dâmaso, M.D., Aptidão Física eIndicadores Antropométricos dapopulação escolar do Distritode Castelo Branco. Estudo emCrianças e Jovens dos 10 aos 14anos de idade Praticantes deDesporto Escolar, in FCDEF. 1997,Universidade do Porto: Porto.6. Fredriks, A.M., et al., Body indexmeasurements in 1996-7 comparedwith 1980. Arch. Dis. Child.,2000. 82(2): pp. 107-1127. L'Europe, C.d., ed. Eurofit - TestEuropéen d'Aptitude Physique.Deuxième Edition ed. 1993, Conseilde L'Europe: Strasbourg.8. Malina, R.M. and P.T. Katzmarzyk,Validity of the body massindex as an indicator of the riskand presence of overweight inadolescents. Am J Clin Nutr, 1999.70(1): pp. 131S-136.9. Prista, A., et al., Anthropometricindicators of nutritional status: implicationsfor fitness, activity, andhealth in school-age children andadolescents from Maputo, Mozambique.Am J Clin Nutr, 2003. 77(4):pp. 952-959.Frequency500400300200100Força Superior 2KgsUrbano10,00 15,00 20,00Std. Dev= 2,031Mean= 5,4493N= 2,90210. Shephard, R.J. and A. Vuillemin,Limits to the measurement of habitualphysical activity by questionnaires* Commentary. Br J SportsMed, 2003. 37(3): pp. 197-206.11. Suni J.H. , P.O., S.I Miilunpalo,M.E. Pasanen, I.M. Vuori, K, Bos,Health-related fitness test batteryfor middle-aged adults: Associationswith Physical Activity Patterns, inInternational <strong>Journal</strong> of SportsMedicine. 1999. pp. 183-191.12. Tanner, J. and R. Whitehouse,Clinical longitudinal standards forheight, weight, height velocity, weightvelocity, and stages of puberty.Arch. Dis. Child., 1976. 51(3): pp.170-179.13. van Heuvelen, M.J.G., MartinStevens, and Gertrudis I.J.M. Kempen,Differences in Physical-FitnessTest Scores Between Actively andPassively Recruited Older Adults:Consequences for Norm-BasedClassification. <strong>Journal</strong> of Agingand Physical Activity, 2002. 10(2):pp. 143-159.14. Yao, M., et al., Field Methodsfor Body Composition AssessmentAre Valid in Healthy Chinese Adults.J. Nutr., 2002. 132(2): pp. 310-317.


gestão, organização e factores sociaisda <strong>actividade</strong> <strong>física</strong> e <strong>desporto</strong>


técnicoPRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA VIGENTE NASNORMAS ANTIDOPING E OS DIREITOS HUMANOS DOS ATLETAS:UMA ABORDAGEM CRÍTICATHE STRICT LIABILITY PRINCIPLE IN ANTIDOPING RULESAND THE HUMAN RIGHTS OF ATHLETES: AN APPROACH CRITICALAUTORESRenata da Cruz Cunha 1Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes 1Giovanni da Silva Novaes 2Maria Irany Knackfuss 1Hênio Ferreira de Miranda 1Francisco Ivo Dantas Cavalcanti 11Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, Brasil2Universidade de Trás os Montes e Alto DouroPRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADEOBJETIVA VIGENTE NAS NORMASANTIDOPING E OS DIREITOSHUMANOS DOS ATLETAS:UMA ABORDAGEM CRÍTICA4(1): 83-87PALAVRAS-CHAVEdoping; responsabilidadeobjetiva; direitos humanos.KEYWORDSdoping; strict liability;human rights.data de submissãoSetembro 2007data de aceitaçãoDezembro 2007RESUMOFundamentação: o ser humano vive embusca de superação em todos osníveis, seja profissional, emocionalou em suas relações interpessoais.No meio esportivo essa busca setorna mais visível, pois centésimos desegundos podem fazer a diferençaentre o pódio e o fracasso. A mídia atodo instante anuncia um novo casode doping positivo nas mais variadasmodalidades esportivas. Objetivo: verificaçãodos processos julgados peloSuperior Tribunal de Justiça Desportiva- STJD do Atletismo brasileiroentre os anos de 2003 e 2006, a luzda Declaração Universal dos DireitosHumanos, dos princípios constitucionaisconstantes na carta magnabrasileira de 1988 e o princípio doinquisitório, ou da common law presentenos processos perante a justiçadesportiva e pregados pela AgenciaInternacional de Combate ao Doping(WADA). Materiais e Métodos: foramanalisados 18 processos pelo uso desubstância proibida, entre os anosde 2003 a 2006 junto a JustiçaDesportiva do Atletismo, de atletas dosexo masculino e feminino. Resultados:dos 18 processos analisados somente3 foram absolvidos pelo STJD, noentanto, destes 3, dois cumpriramsuspensão por dois anos, tendo emvista que WADA, não satisfeita comos resultados, solicitou que a FederaçãoInternacional (IAAF) fizesseuma análise dos casos, encaminhando--os a Corte Arbitral do Esporte (CAS).Conclusão: a regra da responsabilidadeobjetiva confronta com nossosprincípios constitucionais e com adeclaração universal dos direitos humanos,levando atletas a responderempor ato ilícito para o qual não restoudevidamente comprovada sua culpa.ABSTRACTBack Ground: the human lives in searchof overrun at all levels, whether professional,emotional or in their interpersonalrelationships. In the middleof sports this search becomes morevisible, because hundredths of secondscan make the differencebetween the podium and the failure.<strong>Journal</strong>s at any moment announcesa new case of a positive doping inseveral sports. Objective: analyse theprocesses judged for doping in theSTJD of the Brazilian athletism andverify if the pronounced sentencesare in accordance with the BrazilianConstitution and with the UniversalDeclaration of the Human Rights.Materials and Methods: 18 cases werereviewed by the use of prohibitedsubstance, between the years 2003to 2006 by the STJD of Athletism.Results: of the 18 cases examinedonly 3 were acquitted by the STJD,however, these three, two have metsuspension for two years, in orderthat WADA, not satisfied with theresults asked the International Federation(IAAF) to analyze them, andafter guided them to the Court ofArbitration Sports (CAS). Conclusion:the rule of objective responsibility arenot in accordance with the BrazilianConstitution and with the UniversalDeclaration of the Human Rights,leading athletes to respond irrespectiveproven their guilt.


84 | | investigação técnico original opinião revisão85INTRODUÇÃOO Atletismo é chamado de esporte--base, porque para sua prática sãorealizados movimentos naturais doser humano, como: correr, saltar,lançar. Hoje, este é definido comoum esporte com provas de pista(corridas), de campo (saltos e lançamentos),provas combinadas,como decatlo e heptatlo (que reúnemprovas de pista e de campo), opedestrianismo (corridas de rua,como a maratona), corridas emcampo (cross country), corridasem montanha, e marcha atlética.Nos esportes de alto rendimento,principalmente nos individuais, abusca por soluções milagrosas quelevem a melhora da performance,muitas vezes leva o atleta ao usode substâncias proibidas 1 . A esteuso chamamos de doping ou dopagem.Para a Agência Mundial deCombate ao Doping (WADA) criadano ano de 1999 e ligada ao ComitêOlímpico Internacional (COI) define--se doping ou dopagem como aVerificação, de uma ou mais violaçõesdas normas antidopagem indicadasnos artigos 2.1 a 2.8 do CódigoMundial Anti-Doping (CDMA). 9,15Este código, adotado por grandeparte das federações internacionais,entre elas pela IAAF adotou comobase normativa o princípio daresponsabilidade estrita objetiva,ou “strict liability principle” provenienteda “common law”, onde oatleta é responsável por tudo o quese encontrar em seu organismo,não importando a forma como sedeu a entrada da droga. Assimsendo, sua responsabilidade independede culpa, negiligência, imprudência,imperícia ou dolo. 9,10,12,13Ao analisar os casos punidos peloSTJD do atletismo entre os anosde 2003 a 2006 percebesse quetal princípio é utilizado, muito emboraem discordância com o princípioda presunção de inocência constantesna Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) e na Declaração Universal dosDireitos Humanos de 1948 da qualo Brasil também é signatário.METODOLOGIAEsta Pesquisa assumiu um caráterdescritivo do tipo documental ondeforam analisados 18 processos pelouso de substância proibida, entreos anos de 2003 a 2006 junto aJustiça Desportiva do Atletismo,de atletas do sexo masculino efeminino que tiveram participaçãoconstante em eventos nacionais einternacionais. O instrumento utilizadopara obtenção dos dados foi atécnica da observação dos documentosarquivados junto a ConfederaçãoBrasileira de Atletismo (CBAt).Segundo as normas adotadas pelaConfederação de Atletismo que segueas normas adotadas internacionalmentepela WADA são consideradasviolações das normas antidopagem:a presença de uma substância proibida,dos seus metabólitos ou marcadores;a utilização ou tentativa deuma substância proibida ou de ummétodo proibido; a recusa ou faltasem justificação válida ao examede controle, após notificação; a disponibilidadedo praticante nos controlesfora de competição; a falsificaçãoou tentativa de falsificaçãode qualquer componente integrantedo controle de dopagem; a possede substâncias e métodos proibidos;o tráfico de qualquer substância oumétodo proibido e a administraçãoou tentativa de administração de umasubstância proibida ou método proibidoa qualquer praticante. 2,6,8,9,10,14,15A punição aplicada pelo STJD doAtletismo também segue as normasinternacionais e correspondem ano mínimo 2 anos de suspensão ebanimento do esporte em casode reincidência. 8RESULTADOSA tabela 1 apresenta o resultadodos 18 processos analisados. Pelaanálise percebesse que somente03 dos 18 processos analisadosconseguiram uma sentença favorávelao atleta. Um por que nãofora realizado o teste de dopagem,mas tão somente encontrada substânciaproibida em seu alojamento.De acordo com a decisão proferidapelo STJD não foram seguidoscorretamente os procedimentosinternacionais e finalmente, o últimoem que todas as provas dosautos levaram a crer que a atletanão concorreu para que a substânciafosse encontrada em seuorganismo. Mas, urge ponderarque mesmo tendo sido estes 2últimos absolvidos pela justiçadesportiva brasileira, receberampunição, sendo certo que o primeirorealizou acordo junto a confederaçãoe ficou 2 anos inelegível a fimde não ser encaminhado ao cortearbitral do esporte ela IAAF e aúltima recebeu punição junto a estetribunal internacional e não podecompetir por dois anos, mesmotendo sido flagrada pelo exameantidoping em uma competiçãonacional.Em todos os demais processosprevaleceu o princípio da responsabilidadeobjetiva.DISCUSSÃOAssim sendo, torna-se mister fazeruma diferenciação entre estes doistipos de responsabilidade: a subjetivae a objetiva, proveniente dacommon law.O princípio da responsabilidadesubjetiva está baseado na culpa doagente, ou seja, o agente só seráresponsabilizado se agiu com doloou com culpa, sem estes elementos


<strong>Revista</strong> de Desporto e Saúdeda Fundação Técnica e Científica do Desportotnão há o que se falar em responsabilidade.Ao passo que para aresponsabilidade objetiva não existea indagação de culpa, ou seja, oagente responderá independentedesta, sendo certo que esta decorretão somente quando existe previsãolegal. 3,9,10,11,16Ocorre que as normas de controleantidoping adotadas pela IAAF(International Association of AthleticsFederations), bem como pelaCBAt (Confederação Brasileira deAtletismo) seguem a risca asorientações da WADA (World Anti-Doping Agency) que prevê a responsabilidadeobjetiva do atletaflagrado com substância proibida.No entanto, cumpre ponderar quetal regra afronta indubitavelmente,não só nossa Constituição Federalde 1988, mas também a DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanosdatada de 10/12/1948, tendo emvista que não respeita o princípioda presunção de inocência quedeve ser aplicado a todo e qualquerindivíduo que esteja sendo acusadode ato ilícito.Segundo a Declaração Universaldos direitos humanos, em seu artigo11-1, Toda a pessoa acusadade um ato delituoso presume-seinocente até que a sua culpabilidadefique legalmente provada nodecurso de um processo públicoem que todas as garantias necessáriasde defesa lhe sejam asseguradas.7,12,13,15Para a Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil /1988, art. 5,Inciso LVII, também vige o princípiode presunção de inocência do acusado:“Ninguém será consideradoculpado até o transito em julgadode sentença condenatória”. 4Desta forma, percebesse que oprincípio da responsabilidade objetivavigente nas normas antidoping ferenão só nossa constituição, mastambém a Declaração Universaldos Direitos Humanos, pois atribuiresponsabilidade a um agente, independentementede que se comproveque o mesmo tenha agido com doloou culpa para com o caso concreto.Como pode um atleta sofrer sançõestão graves, que podem até mesmovir a colocar um fim em sua carreira,mesmo comprovando quenão deu causa para que tal fatoocorresse? Como dizer que lhe foraconferido o direito a ampla defesae ao contraditório se ao final doprocesso o mesmo responderámesmo comprovando que não agiucom dolo ou culpa? No mínimoinconstitucional tal penalidade.Após a verificação dos 18 processosjulgados perante a Justiça Desportivado Atletismo entre os anosde 2003 e 2006 é nítido que aregra da responsabilidade objetivaconfronta com nossos princípiosconstitucionais e com a declaraçãouniversal dos direitos humanos,levando atletas a responderem porato ilícito para o qual não restoudevidamente comprovada sua culpa.O fato de haver a possibilidade deoferecer defesa perante a justiçadesportiva não caracteriza que asregras constitucionais do contraditórioe da ampla defesa estejamsendo cumpridas, pois apesar dehaver provas constantes nos autosde que a ingesta de substânciaproibida se deu por motivos alheiosa vontade do atleta este responderá,pois é o único responsável por tudoo que é encontrado em seus fluídoscorporais.Desta forma, percebesse que talordenamento encontrasse em dissonânciatanto com o diploma constitucionalquanto com a DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos,afinal não pode uma regra comumser superior aos institutos supracitados.Processos0315Sentença(STJD)AbsolviçãoSuspensãoIntervençãoda IAAF02TABELA1Processos julgados por doping peranteo STJD do Atletismo - 2003/2006.Por fim, urge ponderar que não seestá aqui fazendo uma apologia aouso de substâncias dopantes, muitosmenos, se tentando isentarde responsabilidade atletas quecomprovadamente tenham se validodesses recursos para obter vantagenssobre os demais atletas, mastão somente levar a atenção dosque militam na área desportiva outão somente tenham prazer emacompanhar um evento desportivosobre a situação de atletas quetenham sido flagrados pelo exameantidoping, mas que não tenhamdado causa ao ilícito.Afinal espera-se que uma competiçãoseja pautada em ideais deigualdade de condições, onde umatleta somente ganhe quando obtiverde forma leal as condições queo levaram ao pódio.CORRESPONDÊNCIARenata da Cruz CunhaEstrada do Rio Morto 197bloco 07 casa 102 - Vargem Grande- Rio de Janeiro / RJ - BrasilEmail:renatacruzcunha@yahoo.com.brTel.: 55-021-2428359755-021- 8190282255-021-78274548


86 | | investigação técnico original opinião revisão87REFERÊNCIAS1. Alkmim, RMN. (2004) Esporte eDrogas - Atletismo. Rev RunningBR; 1:3-6.2. Burns, CN. (2006) Doping insports. New York: Nova SciencePublishers.3. Cavalieri Filho, S. (2003) Programade Responsabilidade Civil.São Paulo: Editora Malheiros. Vol 1.4. CRFB/88 (2007) Constituiçãoda República Federativa do Brasil.São Paulo: Editora <strong>Revista</strong> dosTribunais.5. Giulianotti R. (2004) HumanRights, Globalization and SentimentalEducation: The Case of Sport.Sport in Society. 7:355-369.6. Hoberman JM, Møller V. (2004)Doping and public policy. OdensePortland, OR: University Press ofSouthern Denmark ; Distribution inthe United States and Canada: InternationalSpecialized Book Services.7. Houlihan, B. (2004) Civil Rights,Doping Control and the WorldAnti-doping Code. Sport in Society.7:420-437.8. Machado RAEA. (2007) Cursode Direito Desportivo Sistêmico.São Paulo: Editora Quartier Latin.1:574.9. Puga, A. (2004) Dopagem: ProcedimentosEspeciais e Penalidades.In Código Brasileiro de Justiça Desportiva.Comentários e Legislação.Ministério do Esporte.10. Puga, A. (2004) Código MundialAntidoping: Ética e Fair Play noEsporte Olímpico. efdeportes, 10.11. Silva ML, Katia ER (2003) Superaçãono Esporte: Limites Individuaisou Sociais? Rev Port CiêncDesp. 3:69-76.12. Soek J. (2006a) The StrictLiability Principle and the HumanRights of Athletes in Doping Cases.Cambridge: Cambridge UniversityPress.13. Soek J. (2006b) The StrictLiability Principle and the HumanRights of the Athlete in DopingCases. Rotterdam: Thesis ErasmusUniversity Rotterdam.14. Tavares O (2007) Notas ParaUma Análise da Produção em CiênciasSociais Sobre Doping no Esporte.Esporte e Sociedade <strong>Revista</strong>Digital. 2(4).15. World Anti-Doping Agency(2002). Annual Report. Montreal:Anthony Philbin Design.16. Yonamine M, Garcia PR et al.(2004) Non-intentional doping insports. Sport Med. 34(11):697-704.


NORMAS paraPUBLICAÇÃO DE TRABALHOSNíndice01 Tipos de publicação02 Preparação e envio dos manuscritos03 Normas de publicação para artigosde investigação e estudos de caso04 Normas de publicação para artigosde revisão e artigos técnicos05 Normas de publicaçãopara artigos de opinião06 Endereços01 Tipos de publicaçãoA <strong>Motricidade</strong> publica trabalhos relativos a todas as áreasdas Ciências do Desporto e Ciências da Saúde relacionadoscom a <strong>actividade</strong> <strong>física</strong>, <strong>desporto</strong>, bem-estar físico epsíquico, welness e fitness. São aceites os seguintes formatospara publicação: Artigo de Investigação, Artigo deRevisão, Estudo de Caso, Artigo Técnico e Artigo deOpinião. Para publicação de estudos de caso, a metodologiaseguida deverá ser rigorosa e expressa no manuscrito.02 Preparação e envio dos manuscritosOs artigos submetidos à <strong>Motricidade</strong> deverão conterdados originais, teóricos ou experimentais, e a parte substancialdo trabalho não deverá ter sido publicada anteriormente.Se parte do trabalho foi já publicado ou apresentadapublicamente deverá ser feita referência a esse factona secção de Agradecimento. Os artigos serão, numaprimeira fase, avaliados pelo Editor - chefe e terão comocritérios iniciais de aceitação o cumprimento das normasde publicação, a relação do tópico tratado com as Ciênciasdo Desporto e Ciências da Saúde e o seu mérito científico.Depois desta análise, o artigo, se for considerado pertinente,será avaliado por dois revisores independentes esob a forma de análise "duplamente cega". A aceitação domesmo por parte de um revisor e a rejeição por parte deoutro obrigará a uma terceira consulta. Concluído oprocesso de revisão, o autor principal será informado doresultado do processo. Três resultados são possíveis:aceitação, aceitação com alterações e rejeição.Os artigos deverão ser tão objectivos quanto possível e evitaro uso da especulação. Os artigos serão rejeitadosquando escritos em português de fraca qualidade linguística.O formato digital será obrigatoriamente em MicrosoftWord do Windows XP. Os manuscritos deverão serescritos em página A4 com 3 cm de margem, em letraArial 12, com espaço de 1,5 linhas e com formatação justificadasem avanços ou espaçamentos de parágrafos.Não deverá ser usada letra maiúscula e as secções devemser realçadas a negrito (bold). Tanto o texto quanto osquadros e figuras deverão ser a preto e branco. As páginasdeverão ser numeradas sequencialmente, sendo apágina de título a nº1. Os manuscritos não deverão conternotas de rodapé. Os Manuscritos deverão ser submetidosem suporte digital no formato acima descrito viacorreio electrónico. Para todos os tipos de publicaçãoaplicar-se-ão estas regras de preparação e envio dos manuscritos.A submissão deve ser acompanhada por umadeclaração que indique que caso o trabalho seja aceitepara publicação, os autores do mesmo cedem os direitosde autor à <strong>Motricidade</strong>. Esta declaração deve igualmenteatestar que o artigo nunca foi previamente publicado.03 Normas de publicação para artigosde investigação e estudos de casoOs manuscritos deverão obrigatoriamente conter asseguintes secções.|Página de título, contendo:- Indicação do tipo de publicação;- Título (conciso mas suficientemente informativo);- Título abreviado (limite de quarenta e cinco caracteres);- Nomes dos autores por extenso (nome próprio e até doissobrenomes) sem referência a graus académicos;


88 | 89 | normas- Filiação académica ou profissional dos autores (instituiçãode trabalho);- Nome e morada do autor para onde toda a correspondênciadeverá ser enviada.|Página de resumo, contendo:- Dois resumos: um em Português e um em Inglês (Abstract),ambos com um limite de 200 palavras;- Três a seis palavras-chave (Key words no caso do Abstract);- No resumo e abstract, indicar os objectivos do estudo, ametodologia usada, os resultados mais importantes e asconclusões do trabalho (referências da literatura e abreviaturasdevem ser evitadas);- Antes do abstract deverá ser indicado o título do trabalhoem Inglês.|Introdução:- Deverá ser suficientemente compreensível, explicitandoclaramente o objectivo do trabalho e relevando a importânciado estudo face ao estado actual do conhecimento;- A revisão da literatura não deverá ser exaustiva (aconselha-seum limite de trinta referências para artigos deinvestigação e estudos de caso).|Metodologia:- Esta secção deverá ser dividida em três subsecções:Amostra, Procedimentos e Estatística;- Nesta secção deverá ser incluída toda a informação quepermite aos leitores realizarem um trabalho com amesma metodologia sem contactarem os autores;- Os métodos deverão ser ajustados ao objectivo do estudo;deverão ser replicáveis e com elevado grau de fiabilidade;- Quando utilizados humanos deverá ser indicado que osprocedimentos utilizados respeitam as normas internacionaisde experimentação com humanos (Declaração deHelsínquia de 1975) ou que os mesmos foram aprovadospor um Comité de Ética;- Quando utilizados animais deverão ser utilizados todos osprincípios éticos de experimentação animal e, se possível,deverão ser submetidos a um Comité de Ética;- Todas as drogas e químicos utilizados deverão ser designadospelos nomes genéricos, princípios activos e dosagem;- A confidencialidade dos sujeitos deverá ser estritamentemantida;- Os métodos estatísticos utilizados deverão ser referidos;- Fotos de equipamento ou sujeitos deverão ser evitadas.|Resultados:- Os resultados deverão apenas conter os dados que sejamrelevantes para a discussão e serem apresentados preferencialmentesob a forma de quadros (tabelas) ou figuras;- O texto só deverá servir para realçar os dados mais relevantese nunca replicar informação contida nos quadros(tabelas) ou figuras;- Os quadros (tabelas) e figuras deverão ser numeradosem numeração árabe na sequência em que aparecem notexto. Os quadros não podem conter linhas verticais edevem ocupar a largura total do espaço de impressão dapágina;- O título dos quadros (tabelas) deverá aparecer nocabeçalho dos mesmos e o título das figuras aparecer norodapé das mesmas. As abreviaturas usadas deverão serexplicadas em rodapé (em letra Arial tamanho 10) paraambos os casos;- Os quadros (tabelas) e figuras deverão ser submetidascom qualidade gráfica que possibilite a redução das suasdimensões e preferencialmente a preto e branco.- Os quadros (tabelas) e figuras deverão ser colocados nomanuscrito;- As figuras deverão igualmente ser submetidas emficheiros separados (um ficheiro por figura) em formatoTIF ou JPEG com tamanho máximo de 200kb por ficheiro;- Unidades, quantidades e fórmulas deverão observar oSistema Internacional (SI);- Todas as medidas deverão ser referidas em unidadesmétricas.|Discussão:- Os dados novos e os aspectos mais importantes do estudodeverão ser indicados de forma clara e concisa e nãodeverão ser repetidos os resultados já apresentados;- Deverá ser efectuada uma comparação com a literatura.- As especulações não suportadas pelos métodos estatísticosdeverão ser evitadas;- Sempre que possível, deverão ser incluídas recomendações;- A discussão deverá ser completada com um parágrafo finalonde são realçadas as principais conclusões do estudo.|Agradecimentos:- Se o artigo tiver sido parcialmente apresentado publicamentedeverá aqui ser referido o facto. Qualquer apoiofinanceiro ao trabalho deverá igualmente ser referido.|Referências:- As referências deverão ser citadas no texto por número(índice superior à linha), compiladas alfabeticamente eordenadas numericamente na listagem final. ParaArtigos de Revisão com mais do que trinta referências epara Artigos de Opinião, as referências poderão ser ordenadaspela sua citação no texto e não por ordem alfabética.Apenas quando for indispensável será aceite a indicaçãodos autores no texto. Neste caso, nas referênciascom mais do que dois autores será indicado apenas onome do primeiro autor seguido da abreviatura “et al.”;


<strong>Revista</strong> Técnica e Científicada Fundação Técnica e Científica do Desporto N- Na lista final de referências usadas todos os autores deverãoser indicados;- Os nomes das revistas deverão ser abreviados conformeas normas internacionais de indexação das mesmas;- Apenas artigos publicados ou em impressão (in press)poderão ser citados. Dados não publicados deverão serutilizados só em casos excepcionais sendo assinaladoscomo “dados não publicados”;- A utilização de um número elevado de resumos ou de artigosde publicações que não sejam sujeitas a um sistemade revisão científica (peer-reviewed) será uma condiçãode não-aceitação.|Exemplos de referências:- Artigo de revistaHeugas AM, Brisswalter J, Vallier JM (1997). Effet d’unepériode d’entraînement de trois mois sur le DéficitMaximal en Oxygen chez des sprinters de haut niveau deperformance. Can J Appl Physiol 22:171-181.- Livro completoAltman DG (1995). Practical statistics for medicalresearch. London: Chapman and Hall.- Capítulo de um livroHermansen L, Medbø JI (1984). The relative significanceof aerobic and anaerobic processes during maximal exerciseof short duration. In: Marconett P, Poortmans J,Hermanssen L (Eds). Physiological Chemistry of Trainingand Detraining. Basel: Karger, 56-67.04 Normas de publicação para artigosde revisão e artigos técnicosAplica-se o disposto anteriormente para os outros formatosde artigo, com excepção da organização porsecções que deverá ser a seguinte:- Página de Título- Resumo e Abstract- Introdução- Desenvolvimento- Conclusões- Agradecimentos- ReferênciasPara a página de título, resumo, abstract, introdução,agradecimentos e referências, bem como para a inclusãode quadros e figuras, aplica-se o disposto anteriormente.|Desenvolvimento- O título desta secção ou de várias subsecções que a componham,deve ser específico para a temática que é apresentadae de livre escolha por parte dos autores;- Nesta secção é apresentada a informação essencial queo artigo permite transmitir. Pode socorrer-se de informaçãojá publicada (obrigatório no caso de artigo derevisão) e apresentar informação própria dos autoresnão publicada (apenas admissível no caso de artigo técnico).Aconselha-se um limite de 30 referências para artigosde técnicos e de 60 referências para artigos derevisão. Aconselha-se igualmente um mínimo de 30 referênciaspara artigos de revisão. O uso de citações integraisdeverá ser evitado. Quando usado este tipo decitação, o parágrafo deverá estar tabulado a 3 cm paraa direita e em letra Arial estilo itálico e tamanho 10. Nosartigos técnicos, embora não seja exigida a confirmaçãopelo método científico da informação apresentada, éaconselhável que os autores evitem uma linguagemespeculativa e procurem objectividade na informaçãotransmitida. A informação em texto pode ser completadacom quadros ou figuras (sendo obrigatória a identificaçãoda fonte quando não se tratem de originais). O títulodeste capítulo ou dos vários sub-capítulos que o compõem,deve ser específico para a temática que é apresentadae de livre escolha por parte dos autores.|Conclusões- Nesta parte os autores devem apresentar uma súmulada informação transmitida, realçando a utilidade práticado trabalho e eventuais recomendações técnicas quederivem da informação que é apresentada.05 Normas de publicação para artigos de opiniãoOs artigos de opinião serão da autoria exclusiva de convidadospelos Editores da revista e versarão temáticasassociadas com o Desporto. A sua organização emsecções não é imposta aos autores e a sua avaliação seráfeita pelos directores da revista. Poderão socorrer-se oubasear-se em dados resultantes de investigação formal ouinformal e de referências da literatura (aplicando-se nestecaso as normas anteriormente definidas). Neste formato,não é exigido o Resumo e o Abstract, embora se estimuleos autores à sua apresentação.06 Endereçoso|Endereço electrónico para envio de artigos:joaopaulo@sportspeople.pt|Endereço para correspondênciaFTCD - Fundação Técnica e Cientifica do Desporto<strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong> - Av. 5 de Outubro, nº 12 - 1º E64520-162 Sta. M.ª Feira - PortugalTel: 256 378 690Fax: 256 378 692Tlm: 913 086 003Site: www.motricidade.ftcd.org


FICHA deASSINATURA fichaFTCD - Fundação Técnica e Científica e do DesportoAv. 5 de Outubro, 12, 1.º E64520-162 Santa Maria da FeiraTel. 256 378 690 |Fax 256 378 692www.motricidade.ftcd.orgA <strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong>, especializada em Ciências da Saúde e Desporto,foi considerada a melhor edição científica nacional na sua área,com artigos exclusivos e de qualidade ímpar.Pode consultar em: www.motricidade.ftcd.orgPor 60 euros/ano (5 euros/mês) contribui para promover a investigação e ciênciaque se produz em Portugal, podendo ainda enviar os seus artigos e estudos paraapreciação e posterior publicação.Apelamos por isso a que renove ou faça a sua assinaturadesta prestigiada publicação trimestral.Envie esta ficha por fax para 256 378 692ou faça inscrição on-line em www.motricidade.ftcd.orgNome/Entidade ______________________________________________ Morada _________________________________________________Código Postal ________________________ Profissão _________________________ Nº Contrib. __________________________Contacto telefónico _________________________ E-mail _________________________________________________________________OPÇÕES DE PAGAMENTOTransferência bancária, mediante o envio do comprovativo de transf.para a conta da FTCD - <strong>Revista</strong> <strong>Motricidade</strong> (Fax 351 256 378 692)NIB: 0035 0306 00052582930 77 (CGD - Portugal)Transferência Internacional por IBAN: PT50 0035 0005 258293077Cheque (à ordem de FTCD - Fundação Técnica e Científica do Desporto)Banco ______________________ Nº Cheque ____________________Conta nº_____________________Débito directoIdentificação do credor 101575 Nº Autorização ________________Eu, __________________________________________________________autorizo que por débito da minha conta, abaixo indicada, procedam aopagamento das importâncias que lhes forem apresentadas pela FTCD- Fundação Técnica e Científica do DesportoData (ano/mês/dia) ______/_____/ _____NIB _________________________________________________________Assinatura ___________________________________________________SUBSCRIÇÕES QUE PRETENDE REALIZARano ______ volume ______ número(s) ______VALOR DE SUBSCRIÇÃO(cada subscrição = 4 edições anuais da revista)2005 4 números 1 número 2006 4 números 1 númeronormalest./inv.35 euros10 euros5 euros5 euros2007 4 números 1 númeronormalest./inv.40 euros30 eurosnormalest./inv.12,5 euros7 euros2008+2007+2006+2005*160 euros90 euros40 euros20 euros10 euros5 euros2008 4 números 1 número60 euros40 euros2007+2006+2005*100 euros50 euros15 euros8 eurosCOLECÇÕES DE SUBSCRIÇÃO (valor)2006+2005*50 euros25 euros*em função do stock disponívelDeverá telefonar para confirmaçãon os 256 378 690 ou 913 086 003


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