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Estatística pesqueira do litoral sul do estado de São ... - PanamJAS

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Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo:subsídios para gestão compartilhadaJOCEMAR TOMASINO MENDONÇA 1, 3 & LAURA VILLWOCK DE MIRANDA 21 Pesquisa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Pesca, E-mail: jmen<strong>do</strong>nca@pesca.sp.gov.br2 Pesquisa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Pesca, E-mail: miranda_lv@pesca.sp.gov.br3 Instituto <strong>de</strong> Pesca, APTA/SAA, Núcleo <strong>do</strong> Litoral Sul, Av. Prof. Besnard, s/nº, C. Postal 61, CEP 11990-000,Cananéia-SPAbstract: Fishing statistics of south coast of São Paulo State: subsidies for fishing management.The stocks of the main Brazilian resources have been found in over fishing, and normative measures havebeen taken to prevent their collapse. To monitor the fishing activity helps in the implementation of theseor<strong>de</strong>r rules. This work was carried out in the south coast of São Paulo State between 1995 and 2006, withfishing activity data collection, aiming at to become available technician data to the fishery management.The main fishing resources of this region are the broadband anchovy, the sea bob shrimp, the kingweakfish, grey mullet, white mullet, the whitemouth croaker, the sea catfish and the mangrove oyster,with an annual average production greater than 4000 tons. The fishing fleet is essentially artisanal, withwoo<strong>de</strong>n boats and small autonomy of sea, using gillnet and shrimp trawl as main fishing gears, generallywith catches direct to more than one fishing resource, diversifying the fishing gears and methods offishing, <strong>de</strong>pending of the species occurrence periods. The fishery management process has been carriedthrough in a shared way with the artisanal sector, based in productive, economic and social informationof fishery activity, aiming at to make responsible all the involved ones in the search of the sustainablefishing activity.Key words: Artisanal fishing, Brazil, fishing management.Resumo. Os estoques pesqueiros <strong>do</strong>s principais recursos brasileiros se encontram em sobrepesca,fazen<strong>do</strong> com que medidas normativas sejam tomadas para evitar o colapso das pescarias. Omonitoramento da ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong> auxilia na implementação <strong>de</strong>stas regras. Este trabalho foi<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> 1995 a 2006, através da coleta <strong>de</strong> informações sobre a ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong>com o objetivo <strong>de</strong> disponibilizar da<strong>do</strong>s técnicos para o or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>. No <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong>, osprincipais produtos pesqueiros são: manjuba, camarão-sete-barbas, pescada-foguete, tainha, parati,corvina, bagre-branco e ostra, com uma produção <strong>pesqueira</strong> anual média <strong>do</strong>s cinco municípios acima <strong>de</strong>quatro mil toneladas. A frota <strong>pesqueira</strong> da região é essencialmente artesanal, com embarcações <strong>de</strong>ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> pequena autonomia <strong>de</strong> mar, ten<strong>do</strong> a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe e o arrasto <strong>de</strong> camarão como as principaisartes <strong>pesqueira</strong>s, geralmente com pescarias direcionadas a mais <strong>de</strong> um produto pesqueiro, diversifican<strong>do</strong>as artes e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca, com <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> safras e perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ocorrência das espécies. Oor<strong>de</strong>namento da ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> tem si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> maneira compartilhada com o setorpesqueiro, basea<strong>do</strong> em informações produtivas, econômicas e sociais da ativida<strong>de</strong>, visan<strong>do</strong>responsabilizar to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s na busca da sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong>.Palavras chave: Brasil, gestão <strong>pesqueira</strong>, pesca artesanal.IntroduçãoA faixa litorânea <strong>do</strong> Brasil abriga 70% dapopulação, 75% <strong>do</strong>s principais centros urbanos eapresenta os maiores focos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamentopopulacional <strong>do</strong> país (CNIO 1998). Junto a estafaixa concentra-se a maior parte da pesca nacional,dividida em “artesanal” e “industrial”, sen<strong>do</strong> que apesca artesanal no Brasil perfaz 70% da mão <strong>de</strong>obra e atinge cerca <strong>de</strong> 30% da produção (IBAMA1993 a, b).O monitoramento das ativida<strong>de</strong>s <strong>pesqueira</strong>sPan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.153tem o objetivo <strong>de</strong> orientar as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões eauxiliar na implementação <strong>de</strong> regras que visammanter o recurso a níveis mínimos para asobrevivência da ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong> (Sumaila 2001,Policansky 2001, Haggan 2001). Da<strong>do</strong>s einformações são a base <strong>de</strong> um bom manejo, estan<strong>do</strong>por trás <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os estágios da administração <strong>do</strong>srecursos pesqueiros, engloban<strong>do</strong> a política <strong>de</strong>formulação, os planos <strong>de</strong> manejo, a avaliação <strong>do</strong>processo, a política <strong>de</strong> atualização e a continuida<strong>de</strong><strong>do</strong> processo (FAO Fisheries Department 2003).Para monitorar a ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong> asinstituições responsáveis <strong>de</strong>vem ajustar suas coletase meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> monitoramento buscan<strong>do</strong>abranger o maior número <strong>de</strong> informações queauxiliem no or<strong>de</strong>namento da ativida<strong>de</strong> e nasustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos.O Instituto <strong>de</strong> Pesca, da Agência Paulista <strong>de</strong>Tecnologia <strong>do</strong>s Agronegócios, Secretaria Estadual<strong>de</strong> Agricultura e Abastecimento é o órgãoresponsável pela coleta e disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>informações <strong>pesqueira</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1969 (Stempniewski 1997). Para assumir estaresponsabilida<strong>de</strong> a Instituição apresenta três núcleosque visam monitorar os <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> to<strong>do</strong> <strong>litoral</strong><strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Na porção norte ficalocaliza<strong>do</strong> o Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa e Desenvolvimento<strong>do</strong> Litoral Norte que cobre a área <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarques<strong>do</strong>s municípios entre São Sebastião e Ubatuba. Naporção central <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, a Unida<strong>de</strong>Laboratorial <strong>de</strong> Referência em Controle Estatísticoda Produção Pesqueira Marinha monitora a ativida<strong>de</strong><strong>pesqueira</strong> da Baixada Santista, e aglutina e centralizaas informações da estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong> oEsta<strong>do</strong>. O <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> é coberto pela equipe<strong>de</strong> estatística <strong>do</strong> Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa eDesenvolvimento <strong>do</strong> Litoral Sul, commonitoramento da pesca <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o município <strong>de</strong>Itanhaém até Cananéia.No <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo, encontra-se, emsua maioria uma ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong> artesanal, comprocessos <strong>de</strong> gestão diferencia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> <strong>litoral</strong>,ten<strong>do</strong> como tônica, a gestão participativa <strong>do</strong>srecursos pesqueiros (Macha<strong>do</strong> & Men<strong>do</strong>nça 2007).Devi<strong>do</strong> a isto, o presente trabalho visa apresentar ameto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> coleta e análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s estatísticospesqueiros aplicada no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong>, utilizada comoinstrumento para a gestão compartilhada <strong>do</strong>srecursos pesqueiros nesta região, bem como oprocesso <strong>de</strong> gestão <strong>pesqueira</strong> empregada.Material e Méto<strong>do</strong>sO <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo é aregião com o maior grau <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> SãoPaulo e inclui os municípios <strong>de</strong> Cananéia, Iguape eIlha Comprida (Men<strong>do</strong>nça 2007). Entre estes trêsmunicípios existe o Sistema Estuarino-lagunar <strong>de</strong>Cananéia-Iguape, situa<strong>do</strong> no extremo <strong>sul</strong> da costapaulista (25 o S - 48 o W), sen<strong>do</strong> limita<strong>do</strong> na porçãonorte pelo município <strong>de</strong> Iguape, a leste pela IlhaComprida, a oeste pela Serra <strong>do</strong> Mar e na parte <strong>sul</strong>pelas ilhas <strong>de</strong> Cananéia e <strong>do</strong> Car<strong>do</strong>so (Fig. 1).Figura 1. Mapa <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo (Parte <strong>do</strong> Complexo Estuarino-lagunar <strong>de</strong> Cananéia – Iguape – Paranaguá),área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


154J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDAApresenta duas ligações principais com o oceano:na parte norte, através <strong>de</strong> um único canal(Mar Pequeno - Barra <strong>de</strong> Icapara) e na parte <strong>sul</strong>dividin<strong>do</strong>-se em <strong>do</strong>is ramos (Mar <strong>de</strong> Cananéia e Mar<strong>de</strong> Cubatão - Baía <strong>de</strong> Trapandé) os quais circundama Ilha <strong>de</strong> Cananéia e <strong>de</strong>sembocam no mar pelasBarras <strong>de</strong> Cananéia e <strong>de</strong> Ararapira. A região <strong>de</strong>Cananéia compreen<strong>de</strong> um canal principal (Mar <strong>de</strong>Cananéia) com formação <strong>de</strong> um rio <strong>de</strong> larguramédia, não superior a 1 km, e comprimentoaproxima<strong>do</strong> <strong>de</strong> 75 km, que segue paralelo à IlhaComprida, com o local <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong>situa<strong>do</strong> próximo à barra <strong>de</strong> Cananéia, com cerca <strong>de</strong>6 a 7 m (Besnard 1950 a, b, Miyao & Nishihara1989). No extremo <strong>sul</strong> <strong>do</strong> município, localiza-se aBarra <strong>do</strong> Ararapira, um canal estreito <strong>de</strong> largura nãoultrapassan<strong>do</strong> aos 800 m.Des<strong>de</strong> o século passa<strong>do</strong>, este sistema vemsen<strong>do</strong> influencia<strong>do</strong> pela construção <strong>de</strong> um canal,<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> Valo Gran<strong>de</strong>, no município <strong>de</strong> Iguape,na porção norte <strong>do</strong> sistema estuarino-lagunar. Estefoi construí<strong>do</strong> com o objetivo <strong>de</strong> facilitar anavegação na parte final <strong>do</strong> Rio Ribeira <strong>de</strong> Iguape eapresentava 4,40 m <strong>de</strong> largura, logo após a suaconstrução (Besnard 1950a). Atualmente, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àerosão nas bordas, o canal tem mais <strong>de</strong> 300 m <strong>de</strong>largura, fazen<strong>do</strong> com que a maior parte da vazão <strong>do</strong>rio Ribeira escoe por ele, acarretan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> efeitosobre o ecossistema como um to<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àdiminuição da salinida<strong>de</strong>. Em 1978, o Governo <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>cidiu fechar o Valoconstruin<strong>do</strong> uma barragem, fazen<strong>do</strong> com que,novamente, houvesse alterações no ecossistema(Mishima et al. 1985). Com o rompimento dabarragem, ocorri<strong>do</strong> em 1995, houve mudanças nocomportamento hidrodinâmico <strong>do</strong> sistema, com aintensificação das correntes e aumento daestratificação vertical da salinida<strong>de</strong>, em função <strong>do</strong>aporte fluvial mais intenso.O Complexo estuarino-lagunar <strong>de</strong> Cananéia,Iguape e Paranaguá é uma das mais importantesáreas úmidas da costa brasileira em termos <strong>de</strong>biodiversida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong> natural. Este éreconheci<strong>do</strong> nacional e internacionalmente comoterceiro ecossistema mais produtivo <strong>do</strong> AtlânticoSul. Suas características ambientais estão bempreservadas, e, por isso, esta região foi consi<strong>de</strong>radaReserva da Biosfera da Mata Atlântica em 1993(UNESCO 2005), bem como Sítio <strong>do</strong> PatrimônioMundial Natural, <strong>do</strong> conhecimento científico e dapreservação <strong>de</strong> valores humanos e <strong>do</strong> sabertradicional com vistas a mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustenta<strong>do</strong> (UNESCO 1999).O <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo apresenta diversasáreas institucionalmente protegidas, pela suarelevância ambiental e importância como berçário <strong>de</strong>espécies marinhas e estuarinas. Além disso, apresença <strong>de</strong> remanescentes <strong>de</strong> Mata Atlântica,<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> ilhas, manguezais em bom esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>conservação, afluência <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pequenos riosnão poluí<strong>do</strong>s e uma ocupação humana relativamenteescassa garantem os atributos naturais <strong>de</strong>ssa região(SMA-SP 1990).Além <strong>do</strong>s municípios cita<strong>do</strong>s acima, osmunicípios <strong>de</strong> Itanhaém e Peruíbe, que, emborapoliticamente não façam parte <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong>, tambémforam incluí<strong>do</strong>s no monitoramento da ativida<strong>de</strong><strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> Núcleo <strong>do</strong> Litoral Sul. Estesmunicípios também apresentam um alto grau <strong>de</strong>preservação ambiental, possuin<strong>do</strong> população caiçaraque atua na pesca marinha, estuarina e fluvial. Comonos municípios <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong>, esta região apresentaalgumas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>importância como a Estação Ecológica da Juréia-Itatins e áreas <strong>de</strong> APP (Área <strong>de</strong> ProteçãoPermanente), como manguezais e encostas com mataAtlântica.O trabalho foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo envolven<strong>do</strong> os municípios <strong>de</strong>Itanhaém, Peruíbe, Iguape, Ilha Comprida eCananéia. O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> análise iniciou em 1995,com da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Cananéia, em 1997 acrescentan<strong>do</strong>da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Iguape, 1998 com informações sobre apesca <strong>de</strong> Ilha Comprida e <strong>de</strong> 2005 com da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>Itanhaém e Peruíbe, até 2006.A caracterização da frota <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong><strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo (Cananéia, Iguape e Ilha Comprida)foi realizada por Men<strong>do</strong>nça (2007), sen<strong>do</strong> seguidano presente trabalho, com a mesma meto<strong>do</strong>logia.Desta frota, em to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>sembarques foramrealizadas entrevistas com os mestres dasembarcações registran<strong>do</strong> posição <strong>de</strong> pesca (local eprofundida<strong>de</strong>), autonomia <strong>de</strong> mar e arte <strong>de</strong> pesca.Nos municípios <strong>de</strong> Itanhaém e Peruíbe asembarcações foram cadastradas no ano <strong>de</strong> 2005 e2006, com o recolhimento das característicasestruturais <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o tipo <strong>de</strong> pesca quepraticam. Para a estimativa <strong>de</strong> embarcações emIguape e Ilha Comprida utilizaram-se entrevistascom os pesca<strong>do</strong>res e arma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pesca <strong>do</strong>smunicípios.Os <strong>de</strong>sembarques e a produção <strong>do</strong> município<strong>de</strong> Cananéia foram dividi<strong>do</strong>s em pesca industrial(mar-a-fora) e pesca artesanal (pesca costeira e pescaestuarino-lagunar) conforme proposto por Men<strong>do</strong>nça(1998). Para a pesca industrial (mar-a-fora) foramrealizadas entrevistas diárias com os pesca<strong>do</strong>resdurante os <strong>de</strong>sembarques, pelos coletores <strong>do</strong>Instituto <strong>de</strong> Pesca obten<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção,esforço em dias efetivos <strong>de</strong> pesca, local ePan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.155profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captura. Sempre que possível foramregistra<strong>do</strong>s os valores comercializa<strong>do</strong>s pelospesca<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s produtos <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s. Para apesca artesanal (costeira e estuarino-lagunar) osda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção foram obti<strong>do</strong>s através <strong>do</strong>s pontos<strong>de</strong> escoamento (peixarias ou atravessa<strong>do</strong>res) pelasanotações das notas <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> contas entre oestabelecimento e o pesca<strong>do</strong>r, ou, ainda via opróprio pesca<strong>do</strong>r, pelas anotações que geralmentepossuem (Men<strong>do</strong>nça 1998, Men<strong>do</strong>nça et al. 2000).Para recursos pesqueiros como a ostra (Crassostreabrasiliana), mexilhão (Mytella sp), isca-viva(camarão-legítimo e rosa <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> estuário) ecaranguejo-uçá (Uci<strong>de</strong>s cordatus) as coletas foramrealizadas diretamente com os pesca<strong>do</strong>res,percorren<strong>do</strong> semanalmente ou quinzenalmente ascomunida<strong>de</strong>s para obter os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção, bemcomo acompanhar a ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong>. Asinformações fornecidas nos pontos <strong>de</strong> escoamentoincluíram a produção por produto <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong> e ovalor <strong>de</strong> comercialização, e para as informaçõesobtidas juntos aos pesca<strong>do</strong>res acrescentou-se onúmero <strong>de</strong> dias trabalha<strong>do</strong>s. Esta última meto<strong>do</strong>logiafoi aplicada também para os municípios <strong>de</strong> Iguape,Ilha Comprida, Itanhaém e Peruíbe (Fig. 2).Para a coleta <strong>de</strong>stas informações a rotina <strong>de</strong>trabalho da equipe <strong>de</strong> estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong><strong>sul</strong> é diária, ten<strong>do</strong> coletores que percorrem to<strong>do</strong>s ospontos <strong>de</strong> escoamento e as comunida<strong>de</strong>s. O trabalhoé realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> segunda-feira a sexta-feira, sen<strong>do</strong> queos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> finais <strong>de</strong> semana nos portos <strong>de</strong><strong>de</strong>sembarques são obti<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> informaçõesrecolhidas com os pesca<strong>do</strong>res e/ou funcionários nosportos na segunda-feira posterior.Durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1995 a<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006 foram analisa<strong>do</strong>s 212.884<strong>de</strong>sembarques, sen<strong>do</strong> 67.887 em Cananéia (31,9%),136.402 em Iguape (64,1%), 6.619 no município <strong>de</strong>Ilha Comprida (3,1%), 1.712 em Itanhaém (0,8%) e264 <strong>de</strong>sembarques em Peruíbe (0,1%).O conceito <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> produtiva utiliza<strong>do</strong>no trabalho são as embarcações que têm comocaracterística ter mais <strong>de</strong> um pesca<strong>do</strong>r, geralmentecom 3 a 4 pessoas, ou são pesca<strong>do</strong>res, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> serrepresenta<strong>do</strong> por apenas uma pessoa ou mais pessoasquan<strong>do</strong> trabalham em parceria.As espécies foram i<strong>de</strong>ntificadas ao menortaxon possível utilizan<strong>do</strong> manuais <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação(Figueire<strong>do</strong> 1977, Figueire<strong>do</strong> & Menezes 1978,1980, 2000, Menezes & Figueire<strong>do</strong>, 1980, 1985,Ferreira & Souza 1990), sen<strong>do</strong> utilizadas as<strong>de</strong>nominações originais a<strong>do</strong>tadas pelos pesca<strong>do</strong>resnos <strong>de</strong>sembarques. Assim, foram registra<strong>do</strong>sprodutos pesqueiros que não representam uma únicaespécie, como gônadas e nada<strong>de</strong>iras, peixes juvenis,diversas espécies agrupadas em uma única categoria,pesca<strong>do</strong>s roí<strong>do</strong>s ou faltan<strong>do</strong> pedaços. Este sistemapermite chegar mais próximo da realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>spesca<strong>do</strong>res, visto a comercialização <strong>do</strong>s produtos tercomo base a condição <strong>do</strong> produto <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>.Figura 2. Organograma da meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s da produção e esforço pesqueiro no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


156J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDAAs categorias <strong>de</strong> produtos que não foram obtidas com unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quilograma foram convertidasatravés <strong>do</strong>s seguintes fatores:Produto Quilogramas Peças p/ kgCaranguejo (dúzia) 2,074Ostra (dúzia) 0,830Camarão legítimo ou pitu (peças) 104Mexilhão (litro) 0,700Mossorongo (peças) (juvenis <strong>de</strong> Synbranchus sp.) 90,9As anotações foram processadas visan<strong>do</strong>obter a soma da produção municipal e regional,caracterizan<strong>do</strong> a ativida<strong>de</strong> tanto a nível municipal,como <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>. Para o armazenamento dasinformações utilizou-se o banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s Propesq ®(Ávila-da-Silva et al. 1999) <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Pesca –SAA.Com base nos da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s e acaracterística <strong>pesqueira</strong> foram discuti<strong>do</strong>s osdiferentes aspectos da pesca e sua gestão através dabibliografia e análise <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> gestão regional.Re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>sA pesca no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São PauloA pesca <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo écomposta <strong>de</strong> pesca estuarina-lagunar e fluvial,costeira e <strong>de</strong> alto-mar (mar-a-fora), sen<strong>do</strong>encontra<strong>do</strong>s 22 tipos <strong>de</strong> artes <strong>de</strong> pesca (Tab. I) comsuas variações <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o município, matériaprima<strong>de</strong> confecção e espécie-alvo. A <strong>de</strong>scrição dafrota e das artes <strong>de</strong> pesca <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulofoi realizada por Men<strong>do</strong>nça (2007), sen<strong>do</strong> resumidaabaixo:1. Arrasto <strong>de</strong> iriko: pesca estuarina, on<strong>de</strong> um <strong>do</strong>spesca<strong>do</strong>res se posiciona na margem <strong>do</strong>canal seguran<strong>do</strong> o “cabo” da re<strong>de</strong> enquantooutro pesca<strong>do</strong>r leva a canoa para circundar ocardume e puxam posteriormente para amargem, visa captura <strong>de</strong> peixes juvenis <strong>do</strong>gênero Anchoa.2. Arrasto <strong>de</strong> praia: pesca marinha, que trabalhamentre 4 a 8 pesca<strong>do</strong>res os quais lançam a re<strong>de</strong> àmargem da praia, puxan<strong>do</strong> para terra, visacaptura <strong>de</strong> peixes.3. Arrasto duplo médio (“<strong>do</strong>uble trawl”): pescamarinha, com embarcações acima <strong>de</strong> 12 metros<strong>de</strong> comprimento, com autonomia maior que 5dias <strong>de</strong> pesca, que utilizam duas re<strong>de</strong>s noarrasto, visa captura <strong>de</strong> camarão-sete-barbas,rosa, legítimo, lulas e peixes.4. Arrasto duplo pequeno (“<strong>do</strong>uble trawl”): pescamarinha, com embarcações abaixo <strong>de</strong> 12 metros<strong>de</strong> comprimento e autonomia <strong>de</strong> até 5 dias, queutilizam duas re<strong>de</strong>s no arrasto, visa a captura <strong>de</strong>camarão-sete-barbas e peixes.5. Arrasto simples pequeno (“simple trawl”): pescamarinha, com embarcações abaixo <strong>de</strong> 12 metros<strong>de</strong> comprimento e autonomia <strong>de</strong> até 5 dias, queutilizam uma re<strong>de</strong> no arrasto, visa a captura <strong>de</strong>camarão-legítimo e peixes.6. Cerco fixo: pesca estuarina, sen<strong>do</strong> uma armadilhafixa, confeccionada com bambus ou taquaras,moirões e arame, visan<strong>do</strong> à captura <strong>de</strong>mugilí<strong>de</strong>os, principalmente.7. Corrico: pesca estuarina, uma arte <strong>de</strong> pesca <strong>do</strong>tipo <strong>de</strong> emalhe <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva, com comprimentomáximo <strong>de</strong> 300 metros e malhagem <strong>de</strong> 24 mmentre nós opostos, visan<strong>do</strong> a captura <strong>de</strong>engraulí<strong>de</strong>os.8. Covo para pitu: pesca estuarina e fluvial, sen<strong>do</strong>uma armadilha confeccionada <strong>de</strong> tela plásticaou filetes <strong>de</strong> bambu, com armação <strong>de</strong> arame.Tem formato <strong>de</strong> cilindro com duas entradas nasextremida<strong>de</strong>s, sen<strong>do</strong> o centro o local paracolocar a isca, visa a captura <strong>de</strong>Macrobrachium acanthurus.9. Covo para siri: pesca estuarina, similar ao covopara pitu, mas com apenas uma entrada.10. Covo para lagostim: pesca estuarina e fluvial,similar ao covo para pitu, com o diferencial <strong>de</strong>ser maior, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ter uma ou duas entradas,com aberturas em funil na extremida<strong>de</strong> e nocentro, visa a captura <strong>de</strong> Macrobrachiumcarcinus.11. Covo para polvo: pesca marinha, com autilização <strong>de</strong> potes plásticos dispostos emformato <strong>de</strong> espinhel.12. Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe: pesca marinha, estuarina efluvial, re<strong>de</strong>s com diversas dimensões etamanhos <strong>de</strong> malhas, que variam <strong>de</strong> 50 mm a320 mm entre nós opostos, visa a captura <strong>de</strong>peixes.13. Espinhel <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>: pesca marinha, estuarina efluvial, possui aproximadamente 600 m <strong>de</strong> caboprincipal e 300 anzóis (que distam em geral 2 mum <strong>do</strong> outro), cujos tamanhos variam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com o peixe visa<strong>do</strong>, apresentan<strong>do</strong> duas bóias epesos (“poitas”) nas extremida<strong>de</strong>s, dispostos <strong>de</strong>tal maneira que sejam regula<strong>do</strong>s à profundida<strong>de</strong><strong>de</strong>sejada, geralmente no fun<strong>do</strong>.Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.157Tabela I. Artes <strong>de</strong> pesca empregadas em cada município <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.Arte <strong>de</strong> pesca Cananéia Iguape Ilha Comprida Peruíbe ItanhaémArrasto <strong>de</strong> irikoXArrasto <strong>de</strong> praia X X X X XArrasto duplo médio X XArrasto duplo pequeno X X X X XArrasto simples pequeno X X XCerco fixo X X XCorrico X XCovo para pitú X XCovo para siriXCovo para lagostimXCovo para polvoXEmalhe X X X X XEspinhel <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> X X XEspinhel vertical X XExtrativismo X X X X XGerival X X XLinha <strong>de</strong> mãoXManjubeira X XParelhaXPuçá para siri X XPuçá manjubaXPeneira X X X14. Espinhel vertical: pesca estuarina e marinha, écomposto <strong>de</strong> um cabo principal disposto navertical, <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com aprofundida<strong>de</strong> e número <strong>de</strong> anzóis que variamconforme o pesca<strong>do</strong> alveja<strong>do</strong>, os quais distamem torno <strong>de</strong> 1 m entre si, com uma bóia nasuperfície e um peso (“poita”) no fun<strong>do</strong>,<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> popularmente <strong>de</strong> “catueiro”,visan<strong>do</strong> a captura <strong>de</strong> peixes, principalmente <strong>de</strong>bagres.15. Extrativismo: ativida<strong>de</strong> estuarina, não sen<strong>do</strong> umaarte <strong>de</strong> pesca propriamente dita, pois a retirada<strong>do</strong>s produtos (ostras, mexilhões e mosso-rongo)é manual, apenas utilizan<strong>do</strong> pequenosinstrumentos para auxiliar, como facas, pedaços<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, etc.16. Gerival: pesca estuarina com o uso <strong>de</strong> re<strong>de</strong><strong>de</strong> nylon com formato <strong>de</strong> cone, a qual exerceum arrasto <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com acorrente da maré e visa à captura <strong>de</strong>juvenis <strong>de</strong> camarão-legítimo e rosa <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>estuário.17. Linha <strong>de</strong> mão: pesca estuarina e marinha, utilizauma linha com anzol e isca para captura <strong>de</strong>serraní<strong>de</strong>os, geralmente.18. Manjubeira: pesca estuarina e fluvial, sen<strong>do</strong> umtipo <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrasto <strong>de</strong> meia água, comcalões em suas mangas (braços), os quais ficampresos os cabos da re<strong>de</strong> que servem paratracioná-la, envolven<strong>do</strong> o cardume <strong>de</strong> manjubaAnchoviella lepi<strong>de</strong>ntostole e posteriormentepuxam à margem.19. Parelha: pesca marinha, <strong>do</strong>is barcos arrastamuma re<strong>de</strong> junto ao fun<strong>do</strong>, visan<strong>do</strong> capturarpeixes.20. Puçá para siri: pesca estuarina, constituí<strong>do</strong><strong>de</strong> um aro com uma re<strong>de</strong> por <strong>de</strong>ntro,apresentan<strong>do</strong> um cabo com uma bóia naextremida<strong>de</strong>, o qual localiza a armadilhaimersa. No meio <strong>de</strong>ste aro é colocada a isca queatrai os siris que periodicamente são recolhi<strong>do</strong>s.21. Puçá para manjuba: pesca estuarina e fluvial, épraticada para captura <strong>de</strong> manjuba(Engraulí<strong>de</strong>o) junto à margem, sen<strong>do</strong>confecciona<strong>do</strong> com <strong>do</strong>is bambus dispostos emforma <strong>de</strong> “x”, sen<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong> em umaextremida<strong>de</strong> um saco tipo “ráfia” para embolsarcardumes <strong>de</strong> manjuba que estejam próximos àmargem.22. Peneira: pesca estuarina e fluvial, apresentaforma circular ou quadrada, com armação <strong>de</strong>ferro ou ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> aproximadamente 1 m <strong>de</strong>diâmetro, com tela <strong>de</strong> nylon <strong>do</strong> tipo mosquiteiroa qual é passada junto às margens para captura<strong>de</strong> pitus e camarões.O número anual <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s produtivas(pesca<strong>do</strong>res ou embarcações) que <strong>de</strong>sembarcaramnos municípios chegou ao máximo <strong>de</strong> 1.955Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


158J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDAunida<strong>de</strong>s em 2005, sen<strong>do</strong> em média 52% em Iguape,38% em Cananéia, 4% em Itanhaém, 3% em IlhaComprida e 3% em Peruíbe.As artes <strong>de</strong> pesca mais utilizadas são asre<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhe, o corrico e o arrasto duplo pequeno(“<strong>do</strong>uble net”) (Fig. 3), mas variam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com omunicípio e espécie-alvo. Quan<strong>do</strong> um pesca<strong>do</strong>rutiliza mais <strong>de</strong> uma arte <strong>de</strong> pesca na mesma pescariavisan<strong>do</strong> à captura <strong>de</strong> diferentes espécies alvo, é<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> multi-artes (Tab. II).Em Cananéia as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhecorrespon<strong>de</strong>ram mais da meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos<strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s (52,9%), seguida <strong>do</strong>s arrastospara camarão e lulas (38,3%). No município <strong>de</strong>Iguape o corrico para captura <strong>de</strong> manjuba foi amais utilizada (31,8%), seguida da manjubeira(17,5%), o puçá para pesca <strong>de</strong> siri (17,3%) e asre<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhe (17,2%). Na Ilha Comprida asre<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhe foram mais comuns na pesca,fican<strong>do</strong> com 58,4% da produção, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> arrasto<strong>de</strong> praia (22,2%). No município <strong>de</strong> Itanhaém oarrasto duplo pequeno contribuiu com 45,7%<strong>do</strong>s produtos <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s e as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>emalhe com 35,8%. Por fim, o município <strong>de</strong> Peruíbeteve as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhe como as mais utilizadascom 44,2%, seguida <strong>do</strong> arrasto duplo pequeno(20,5%).A produção total <strong>de</strong>sembarcada em to<strong>do</strong> o<strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> chegou a 4.845 toneladas <strong>de</strong>sembarcadasem 2006 (Fig. 4), sen<strong>do</strong> que 70,4% foram<strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s em Cananéia, 26,5% em Iguape,1,7% em Itanhaém, 1,0% em Peruíbe e 0,7% em IlhaComprida.As principais espécies <strong>de</strong>sembarcadas emCananéia ao longo <strong>de</strong> 12 anos foram o camarãosete-barbas(Xiphopenaeus kroyeri), a corvina(Micropogonias furnieri) e a pescada-foguete(Macro<strong>do</strong>n ancylo<strong>do</strong>n). Para Iguape o principalproduto é a manjuba (Anchoviella lepi<strong>de</strong>ntostole),segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> siri-azul (Callinectes sapidus) e tainha(Mugil platanus). Em Ilha Comprida observa-seamplo pre<strong>do</strong>mínio nos <strong>de</strong>sembarques da pescadafoguetee da tainha. Itanhaém e Peruíbe os<strong>de</strong>sembarques mostraram maiores abundâncias paracamarão-sete-barbas e pescada-foguete.Além <strong>de</strong>stas espécies, que apresentam maiorvolume <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarque, o <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> registra<strong>de</strong>sembarques importantes <strong>de</strong> produtos com altovalor comercial e social. Entre estes <strong>de</strong>stacamos aostra (Crassostrea brasiliana), o caranguejo-uçá(Uci<strong>de</strong>s cordatus), o camarão-rosa (Farfantepenaeuspaulensis e F. brasiliensis), o camarão-legítimo(Litopenaeus schmitti), o robalo (Centropomusparallelus), o robalão (C. un<strong>de</strong>cimallis), a pescadaamarela(Cynoscion acoupa), o parati (Mugilcurema) e bagre-branco (Geni<strong>de</strong>ns barbus). Estesapresentam um alto valor comercial ou têm gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>res que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> suascapturas para sua sobrevivência, estan<strong>do</strong> aí aimportância <strong>de</strong> cada produto.A produção <strong>pesqueira</strong> anual média estápróxima a quatro mil toneladas em to<strong>do</strong> o <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong>.Para esta produção há o envolvimento <strong>de</strong> um númeroeleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesca<strong>do</strong>res, chegan<strong>do</strong> ao máximo <strong>de</strong>6.740 pessoas registradas nos bancos <strong>de</strong> da<strong>do</strong>spesqueiros da região em 2004 (Men<strong>do</strong>nça 2007).403536,53025%201511,4 10,2 9,07,71055,0 4,80EmalheCorricoArrasto duplo pequenoMulti-artesCerco fixoPuçáExtrativismoManjubeiraArrasto duplo médio3,8 2,9 2,1 1,3 1,3 0,9 0,9 0,7 0,4 0,3 0,3 0,1 0,1 0,1artesGerivalArrasto <strong>de</strong> praiaArrasto <strong>de</strong> irikoCovo pitúArrasto simples pequenoPuçá manjubaEspinhel <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>Linha <strong>de</strong> mãoEspinhel verticalCovo-polvoCovo siriParelhaFigura 3. Artes <strong>de</strong> pesca mais utilizadas no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1995 e 2006.Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.159Tabela II. Produção total <strong>de</strong>sembarcada (em toneladas) por arte <strong>de</strong> pesca no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1995 a 2006 nos municípios <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.CananéiaArtes <strong>de</strong> pesca1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005ArrasteirosCerco-fixoCovo-pitúEmalheIn<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>Multi-artesEspinhelExtrativismoGerivalLinha-<strong>de</strong>-mãoParelhaPicaréCovo-polvoTotalProdução%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção373,0364,699,361,62194,2633,69576,65782,5177,9320,612,05200,0419,920,550,050,420,041004,121323,8581,0929,771,82252,0215,449,720,606,320,3910,110,620,020,000,300,020,370,021632,47803,7561,0444,843,41436,0033,119,340,7112,360,947,660,580,070,011,870,140,940,071316,84736,4637,3543,812,22935,6247,4539,592,0110,750,555,660,29197,2110,002,050,100,550,031971,69705,3929,3667,802,821245,6551,8428,961,219,620,405,950,25295,5012,301,630,070,390,0242,011,752402,871050,2435,4955,821,891711,6457,849,210,3111,780,404,640,16115,473,900,580,020,050,002959,41848,4227,3282,332,652035,9865,5625,540,8212,330,401,870,0697,363,131,790,060,130,003105,75947,9331,94109,333,681766,9059,5331,761,078,950,302,900,1079,162,671,210,040,100,0020,070,682968,30944,8834,17142,995,171549,4156,0427,270,9921,080,762,290,0873,932,671,420,050,080,001,570,062764,91949,1129,65117,853,680,060,001953,7661,0420,740,6522,690,711,720,05130,254,072,880,091,560,050,400,013201,0220061005,7329,4899,802,932157,3663,2342,171,248,250,240,990,0394,452,772,990,090,040,000,010,003411,79Produçãomédia872,6168,690,011203,2220,4010,383,6590,281,390,355,170,000,16%38,333,020,0052,860,900,460,163,970,060,020,230,000,01Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


160J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDATabela II (continuação). Produção total <strong>de</strong>sembarcada por arte <strong>de</strong> pesca no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1998 a 2006 nos municípios <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.IguapeArte <strong>de</strong> pesca1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006Arrasto <strong>de</strong> praiaArrasto duplo pequenoCerco-fixoCorricoCovo-pitúCovo-siriEmalheEspinhelExtrativismoGerivalManjubeiraMulti-artesPuçáPuçá-manjubaTotalProdução%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção0,980,121,440,1840,194,900,080,0123,622,881,110,140,040,009,941,2110,651,3026,993,29115,052,560,251,850,1891,599,120,780,0868,446,811,380,140,200,0225,692,5655,515,5379,457,91327,4524,931,494,010,24143,168,560,300,0286,925,200,430,030,070,0077,584,6434,332,0599,785,97471,5034,181,860,040,005,330,29237,2012,880,570,0382,594,487,000,380,300,0282,154,4644,432,41127,796,940,160,01621,7365,914,329,360,61151,009,890,980,0671,274,674,680,311,720,1155,893,6633,982,23103,446,78498,2155,593,250,230,0116,510,97194,8611,400,450,03121,407,104,280,251,120,07105,756,1930,741,8091,415,35622,3348,573,780,050,008,390,65200,6015,620,810,06106,318,2811,080,860,520,04139,6310,8830,002,34115,448,993,000,23664,3954,835,920,170,025,860,63137,2214,810,500,050,070,01110,4811,9319,652,120,340,04139,6515,0752,335,6561,096,59582,2018,661,450,120,014,140,32244,2819,030,290,022,250,18101,557,910,010,00111,100,861,770,14154,9112,0714,371,1272,435,64625,86Produçãomédia34,020,076,32160,010,530,2685,840,006,750,6887,9134,0486,420,35%6,760,011,2631,800,110,0517,060,001,340,1317,476,7617,170,07Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.161Tabela II (continuação). Produção total <strong>de</strong>sembarcada por arte <strong>de</strong> pesca no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1998 a 2006 nos municípios <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.Ilha CompridaArte <strong>de</strong> pescaArrasto <strong>de</strong> praiaArrasto duplo pequenoCerco-fixoCorricoEmalheEspinhel horizontalExtrativismoGerivalIn<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>Multi-artesPuçáTotalProdução%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção%Produção199843,7431,474,152,990,140,1089,3864,311,581,14138,98199917,1349,201,414,0614,1440,611,755,040,381,0934,82200011,0732,320,090,270,962,8021,1161,640,100,290,010,020,220,650,611,790,080,2234,2420013,659,901,343,620,030,0825,3368,650,160,435,6015,170,792,1536,9020023,309,780,130,392,196,4720,7261,330,070,207,3721,8333,7820031,436,410,522,322,4510,9914,1163,280,170,773,4215,330,180,800,020,1022,2920040,502,350,010,052,089,680,642,9913,4362,660,180,862,9913,951,064,930,542,5321,4420054,6713,570,060,181,303,791,855,3717,9652,204,4312,870,260,761,624,711,955,680,300,8734,4120061,474,270,150,441,163,365,3215,4812,2435,580,020,052,547,400,190,549,2326,851,895,480,120,3334,39Produçãomédia9,660,731,290,8725,380,010,780,143,800,700,1143,47%22,21,73,02,058,40,01,80,38,71,60,3Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


162J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDATabela II (continuação). Produção total <strong>de</strong>sembarcada por arte <strong>de</strong> pesca no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2005 a 2006 nosmunicípios <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.ItanhaémArte <strong>de</strong> pesca 2005 2006 Produção média %Arrasto <strong>de</strong> praiaProdução 0,22 0,11 0,10% 0,12Arrasto duplo médioProdução 5,50 2,75 2,47% 2,97Arrasto duplo pequenoProdução 71,36 30,62 50,99 45,71% 38,55 80,63Arrasto simples pequenoProdução 12,29 0,65 6,47 5,80% 6,64 1,71EmalheProdução 78,54 1,34 39,94 35,81% 42,43 3,54ExtrativismoProdução 0,92 2,42 1,67 1,50% 0,50 6,39In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>Produção 1,14 0,63 0,89 0,79% 0,62 1,66Multi-artesProdução 15,16 2,31 8,73 7,83% 8,19 6,08Total Produção 185,12 37,97 111,55Tabela II (continuação). Produção total <strong>de</strong>sembarcada por arte <strong>de</strong> pesca no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2005 a 2006 nosmunicípios <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo.PeruíbeArte <strong>de</strong> pesca 2005 2006 Produção média %Arrasto <strong>de</strong> praiaProdução 0,93 0,53 0,73 1,24% 1,33 1,10Arrasto duplo pequenoProdução 20,70 3,38 12,04 20,46% 29,81 7,01EmalheProdução 29,32 22,71 26,01 44,20% 42,21 47,06ExtrativismoProdução 0,59 0,31 0,45 0,77% 0,85 0,64In<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>Produção 6,03 18,83 12,43 21,12% 8,68 39,01Multi-artesProdução 11,88 2,50 7,19 12,22% 17,11 5,18Total Produção 69,44 48,26 58,85Atualmente, este número é menor, fican<strong>do</strong>próximo <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong>ste total, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> queestas pessoas em algum momento <strong>do</strong> ano <strong>de</strong>dicam-seà ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong>, trabalhan<strong>do</strong> em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>sperío<strong>do</strong>s na construção civil e prestação<strong>de</strong> serviços, geralmente. Em Cananéia, observa-seque, ao longo <strong>do</strong>s anos analisa<strong>do</strong>s, aproximadamente70% da produção anual <strong>de</strong>riva dapesca industrial (Fig. 5), embora a pescaartesanal envolva um maior número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>sprodutivas, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a 87,2% <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res<strong>do</strong> município (Fig. 6). Já para os municípios<strong>de</strong> Iguape, Ilha Comprida, Peruíbe e Itanhaéma pesca é i<strong>de</strong>ntificada como totalmente artesanal,com baixa autonomia <strong>de</strong> mar, geralmente nãomais <strong>de</strong> três dias, ou que trabalham junto à praia, nazona costeira, no estuário e/ou nos rios <strong>do</strong>smunicípios.Durante o perío<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong> foram registradas111 espécies <strong>de</strong> teleósteos, distribuídasem 41 famílias; 14 espécies e 6 famílias<strong>de</strong> elasmobrânquios; 13 espécies e 7 famílias<strong>de</strong> crustáceos e 9 espécies e 6 famílias <strong>de</strong>moluscos (Tab. III). Devi<strong>do</strong> ao sistema <strong>de</strong> coleta<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, em alguns casos não foi possível<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar ao nível <strong>de</strong> espécie, pois não seobteve o exemplar <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong> e sim o registro<strong>do</strong> produto, com a <strong>de</strong>nominação popular. Assim,Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.163600050004000410948384666 4700407043874845toneladas300022763011200016321000577100401995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006anoFigura 4. Produção total <strong>de</strong>sembarcada (em toneladas) no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1995 a 2006.1201008097,9 96,090,576,369,472,684,4 83,079,372,675,880,2%604020023,730,627,427,424,220,717,019,815,69,52,1 4,01995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006anoPesca industrialPesca artesanalFigura 5. Percentagem <strong>de</strong> contribuição anual das produções <strong>de</strong>sembarcadas nos tipos <strong>de</strong> pesca <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Cananéia (SP), noperío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1995 a 2006.100808688 86 85 85 8487 89 90 8960%40201412 14 15 15 1613 11 10 1101997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006anoPesca industrialPesca artesanalFigura 6. Percentagem <strong>de</strong> contribuição anual das unida<strong>de</strong>s produtivas nos <strong>de</strong>sembarques <strong>de</strong> Cananéia (SP), no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1995 a2006.Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


164J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDATabela III. Produtos pesqueiros <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1995 a 2006.Produto Espécie Família Classe ObservaçãoTeleósteosAbrótea Urophycis mystacea Gadidae OsteichthyesAbrótea Urophycis brasiliensis Gadidae OsteichthyesAbrótea (ova) Urophycis spp. Gadidae Osteichthyes GônadasAgulha Hemiramphus brasiliensis Hemiramphidae OsteichthyesAgulhão Fistularia petimba Fitulariidae OsteichthyesAgulhão-vela Tetrapturus albidus Istiophoridae OsteichthyesAtum Thunnus spp. Scombridae OsteichthyesBacalhau Equetus punctatus Sciaenidae OsteichthyesBa<strong>de</strong>jo Mycteroperca rubra Serranidae OsteichthyesBa<strong>de</strong>jo Mycteroperca bonaci Serranidae OsteichthyesBagre-branco Geni<strong>de</strong>ns barbus Ariidae OsteichthyesBagre-amarelo Aspistor luniscutis Ariidae OsteichthyesBagrinho Ariidae OsteichthyesBarracuda Sphyraena guachancho Sphyraenidae OsteichthyesBatata Lopholatilus villarii Branchiostegidae OsteichthyesBetara Menticirrhus americanus Sciaenidae OsteichthyesBetara Menticirrhus littoralis Sciaenidae OsteichthyesBicuda Sphyraena tome Sphyraenidae OsteichthyesBicuda Sphyraena sphyraena Sphyraenidae OsteichthyesBonito Scombridae OsteichthyesCabrinha Prionotus punctatus Triglidae OsteichthyesCangatá Cathorops spixii Ariidae OsteichthyesCaranha Lutjanus griseus Lutjanidae OsteichthyesCarapau Caranx crysos Carangidae OsteichthyesCarapeba Diapterus spp. Gerreidae OsteichthyesCaraputanga Lutjanus analis Lutjanidae OsteichthyesCaratinga Diapterus lineatus Gerreidae OsteichthyesCascote Micropogonias furnieri Sciaenidae OsteichthyesCastanha Umbrina spp. Sciaenidae OsteichthyesCastanha Umbrina coroi<strong>de</strong>s Sciaenidae OsteichthyesCavala Scomberomorus cavalla Scombridae OsteichthyesCavalinha Scomber japonicus Scombridae OsteichthyesCherne Epinephelus spp. Serranidae OsteichthyesCioba Rhomboplites aurorubens Lutjanidae OsteichthyesCongro Conger orbignianus Congridae OsteichthyesCongro-rosa Genypterus brasiliensis Ophidiidae OsteichthyesCorcoroca Orthopristis ruber Haemulidae OsteichthyesCorcoroca Pomadasys covinaeformis Haemulidae OsteichthyesCorvina Micropogonias furnieri Sciaenidae OsteichthyesCurimbatá Prochilodus scrofa Prochilo<strong>do</strong>ntidae OsteichthyesDoura<strong>do</strong> Coryphaena hippurus Coryphaenidae OsteichthyesDurão Caranx hipos Carangidae OsteichthyesEnchova Pomatomus saltatrix Pomatomidae OsteichthyesEscrivão Eucinostomus sp. Gerreidae OsteichthyesEspada Trichiurus lepturus Trichiuridae OsteichthyesJuvenil <strong>de</strong> bagre(várias espécies)Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.165Tabela III (continuação). Produtos pesqueiros <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>1995 a 2006.Produto Espécie Família Classe ObservaçãoTeleósteosGalo-sem-penacho Selene setapinnis Carangidae OsteichthyesGalo-<strong>de</strong>-penacho Selene vomer Carangidae OsteichthyesGaroupa Epinephelus marginatus Serranidae OsteichthyesGoete Cynoscion jamaicensis Sciaenidae OsteichthyesGordinho Peprilus paru Stromateidae OsteichthyesGuaivira Oligoplites saliens Carangidae OsteichthyesGuaivira Oligoplites palometa Carangidae OsteichthyesLingua<strong>do</strong> Paralichthys patagonicus Paralichthydae OsteichthyesLingua<strong>do</strong> Paralichthys brasiliensis Paralichthydae OsteichthyesLingua<strong>do</strong> Paralichthys isosceles Paralichthydae OsteichthyesLingua<strong>do</strong> Paralichthys obignyanus Paralichthydae OsteichthyesManjuba-barrigueira Anchoa spp. Engraulidae OsteichthyesManjuba-branca Anchoa tricolor Engraulidae OsteichthyesManjuba-chata Anchoa marinii Engraulidae OsteichthyesManjuba-<strong>de</strong>-iguape Anchoviella lepi<strong>de</strong>ntostole Engraulidae OsteichthyesManjuba-iriko Anchoa spp. Engraulidae OsteichthyesManjuba-prego Anchoa lyolepis Engraulidae OsteichthyesMaria-luíza Paralonchurus brasiliensis Sciaenidae OsteichthyesMaria-mole Cynoscion guatucupa Sciaenidae OsteichthyesMeca Xiphias gladius Xiphiidae OsteichthyesMerluza Merluccius hubbsi Merlucciidae OsteichthyesMero Epinephelus itajara Serranidae OsteichthyesMiraguaia Pogonias chromis Sciaenidae OsteichthyesMisturaOsteichthyesMossorongo Synbranchus sp. Synbranchidae ActinopterygiiNamora<strong>do</strong> Pseu<strong>do</strong>persis semifasciata Pinguipedidae OsteichthyesOlhete Seriola lalandi Carangidae OsteichthyesOlho-<strong>de</strong>-boi Seriola dumerili Carangidae OsteichthyesOlho-<strong>de</strong>-cão Priacanthus arenatus Priacanthidae OsteichthyesOveva Larimus breviceps Sciaenidae OsteichthyesPacu Piaractus mesopotamicus Characidae OsteichthyesPalombeta Chloroscombrus chrysurus Carangidae OsteichthyesPampo Trachinotus spp. Carangidae OsteichthyesParambiju Rachycentron canadum Rachycentridae OsteichthyesParati Mugil curema Mugilidae OsteichthyesPargo-rosa Pagrus pagrus Sparidae OsteichthyesParu Chaetodipterus faber Ephippididae OsteichthyesPeixe-roí<strong>do</strong>OsteichthyesPescada Sciaenidae OsteichthyesDiversas espécies efamílias <strong>de</strong> baixovalor comercialPeixes faltan<strong>do</strong>pedaçosEspécies <strong>de</strong>sciaenidaein<strong>de</strong>finidasPan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


166J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDATabela III (continuação). Produtos pesqueiros <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>1995 a 2006.Produto Espécie Família Classe ObservaçãoTeleósteosPescada-amarela Cynoscion acoupa Sciaenidae OsteichthyesPescada-banana Nebris microps Sciaenidae OsteichthyesPescada-branca Cynoscion leiarchus Sciaenidae OsteichthyesPescada-cambucu Cynoscion virescens Sciaenidae OsteichthyesPescada-<strong>de</strong>ntão Cynoscion microlep<strong>do</strong>tus Sciaenidae OsteichthyesPescada-foguete Macro<strong>do</strong>n ancylo<strong>do</strong>n Sciaenidae OsteichthyesPescadinha Isopisthus parvipinnis Sciaenidae OsteichthyesPirajica Kyphosus spp. Kyphosidae OsteichthyesPorco Balistes capriscus Balistidae OsteichthyesPrejereba Lobotes surinamensis Lobotidae OsteichthyesRobalão Centropomus un<strong>de</strong>cimalis Centropomidae OsteichthyesRobalete Centropomus spp. Centropomidae OsteichthyesRobalinho Centropomus spp. Centropomidae OsteichthyesRobalo Centropomus parallelus Centropomidae OsteichthyesRonca<strong>do</strong>r Cono<strong>do</strong>n nobilis Haemulidae OsteichthyesSaguá Genyatremus luteus Haemulidae OsteichthyesSalema Anisotremus virginicus Haemulidae OsteichthyesSapo Lophius gastrophysus Lophiidae OsteichthyesSardinha-<strong>de</strong>-iguape Opisthonema oglinum Engraulidae OsteichthyesSardinha-<strong>de</strong>-lage Opisthonema oglinum Clupeidae OsteichthyesSargo Archosargus rhomboidalis Sparidae OsteichthyesSargo <strong>de</strong> beiço Anisotremus surinamensis Sparidae OsteichthyesSari-sari Bagre bagre Ariidae OsteichthyesSavelha Brevoortia pectinata Clupeidae OsteichthyesSororocaScomberomorusbrasiliensisScombridae OsteichthyesTainha Mugil platanus Mugilidae OsteichthyesTira-vira Percophis brasiliensis Percophidae OsteichthyesTortinha Isopisthus parvipinnis Sciaenidae OsteichthyesTrilha Mullus argentinae Mullidae OsteichthyesTrilha Upeneus parvus Mullidae OsteichthyesVermelho Lutjanus vivanus Lutjanidae OsteichthyesVirote Mugil platanus Mugilidae OsteichthyesXarelete Caranx lugubris Carangidae OsteichthyesXaréu Caranx hippos Carangidae OsteichthyesXingó Clupeidae OsteichthyesXixarro Trachurus lathami Carangidae OsteichthyesTotal 111 41ElasmobrânquiosAnequim Isurus oxyrinchus Lamnidae ChondrichthyesCaçãoChondrichthyes Várias espéciesCação-anjo Squatina sp. Squatinidae ChondrichthyesCação-chup-chupChondrichthyes Espécies juvenisCação-galha-preta Carcharhinus spp. Carcharhinidae ChondrichthyesCaçoneteChondrichthyes Várias espéciesCambeva Sphyrna spp. Sphyrnidae ChondrichthyesGalhaChondrichthyesMachote Carcharhinus spp. Carcharhinidae ChondrichthyesNada<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>caçõesPan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.167Tabela III (continuação). Produtos pesqueiros <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s no <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>1995 a 2006.Produto Espécie Família Classe ObservaçãoMangona Carcharias taurus Carcharhinidae ChondrichthyesRaia Chondrichthyes Várias espéciesRaia-emplasto Raja spp. Rajidae ChondrichthyesVaca Sphyrna spp. Sphyrnidae ChondrichthyesViola Rhinobatos spp. Rhinobatidae ChondrichthyesTotal 14 6CrustáceosCamarão-cristalino Plesionika longirostris Pandalidae CrustaceaCamarão-ferrinho Artemesia longinaris Penaeidae CrustaceaCamarão-legítimo Litopenaeus schmitti Penaeidae CrustaceaCamarão-legítimo (rio) Litopenaeus schmitti Penaeidae CrustaceaCamarão-rosa Farfantepenaeus paulensis Penaeidae CrustaceaCamarão-rosaFarfantepenaeusbrasiliensisPenaeidae CrustaceaCamarão-rosa (mole) Farfantepenaeus spp. Penaeidae CrustaceaCamarão-rosa-perereca Farfantepenaeus spp. Penaeidae CrustaceaCamarão-santana Pleoticus muelleri Solenoceridae CrustaceaCamarão-sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri Penaeidae CrustaceaCaranguejo-<strong>de</strong>profundida<strong>de</strong>Chaceon spp. Geryonidae CrustaceaCaranguejo-uçá Uci<strong>de</strong>s cordatus Ocypodidae CrustaceaLagosta Panulirus spp. Palinuridae CrustaceaLagostim Metanephrops rubellus Nephropidae CrustaceaPitu Metanephrops rubellus Peneidae CrustaceaSapateira Scyllari<strong>de</strong>s brasiliensis Scyllaridae CrustaceaTotal 13 7MoluscosMexilhão (cultivo) Perna perna Mytioidae BivalviaMexilhão (litro) Mytella guayanensis Mytioidae BivalviaMexilhão (litro) Mytella falcatta Mytioidae BivalviaOstra (dz limpa) Crassostrea brasiliana Ostreidae BivalviaOstra (dz) Crassostrea brasiliana Ostreidae BivalviaVieira Pecten ziczac Pectinidae BivalviaLula Loligo sanpaulensis Loliginidae CephalopodaLula Loligo plei Loliginidae CephalopodaPolvo Octopus vulgaris Octopodidae CephalopodaCaramujo Zi<strong>do</strong>na dufresnei Volutidae Gastropoda Várias espéciesTotal 9 6TOTAL GERAL 147 60este registro <strong>de</strong> espécies po<strong>de</strong> estar subestima<strong>do</strong>,principalmente para os elasmobrânquios, osquais são <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s em categorias.Nestes, os principais gêneros <strong>de</strong>sembarca<strong>do</strong>s são:Rhizonoprio<strong>do</strong>n e Mustelus para os cações ecaçonetes e Raja sp. para as raias.A pesca regional apresenta gran<strong>de</strong><strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> safras, haven<strong>do</strong> <strong>de</strong>sembarquesespecíficos em cada perío<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> direcionadapara <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> produto <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua importânciatanto em volume quanto em valor comercial(Tab. IV).Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


168J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDATabela IV. Perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca <strong>do</strong>s municípios <strong>de</strong> Cananéia, Iguape, Ilha Comprida, Itanhaém e Peruíbe.Cananéia - Pesca industrial (pesca <strong>de</strong> mar-a-fora)Produto Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior produção Artes <strong>de</strong> pesca empregadasCamarão-sete-barbas Janeiro a fevereiro e maio a julho Tangones: arrasto duploCamarão-sete-barbas escolhi<strong>do</strong> Novembro a <strong>de</strong>zembro Tangones: arrasto duploCorvina Junho a novembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhePescada-foguete Março a maio Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheBetara Outubro a <strong>de</strong>zembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheGuaivira Novembro a março Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSororoca Junho a setembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCação Novembro a março Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheLula Fevereiro e março Tangones: arrasto duploCamarão-rosa Junho a novembro Tangones: arrasto duploCananéia - Pesca artesanal (pesca costeira e estuarino-lagunar)Produto Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior produção Artes <strong>de</strong> pesca empregadasBagre-branco Outubro a <strong>de</strong>zembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe e espinhel verticalBetara Agosto a abril Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCamarão-legítimo <strong>do</strong> estuário Fevereiro a abril GerivalCamarão-sete-barbasJunho e <strong>de</strong> setembro a fevereiro Tangones: arrasto duplo ou simplesCamarão-sete-barbas escolhi<strong>do</strong> Setembro a janeiro Tangones: arrasto duplo ou simplesCaranguejo-uçáAno inteiro (exceto no perío<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>feso: outubro e novembro)ExtrativismoCarapeba Outubro a <strong>de</strong>zembro Cerco-fixoCorvina Segun<strong>do</strong> semestre Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheGuaivira Dezembro a março Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheManjuba-iriko Maio a agosto Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrasto <strong>de</strong> irikoOstraAno inteiro (exceto no perío<strong>do</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>feso: janeiro e fevereiro)ExtrativismoParati Outubro a abril Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe e cerco-fixoPescada-amarela Outubro a janeiro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhePescada-fogueteAno inteiro, com maioresproduções no segun<strong>do</strong> semestreRe<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheRobalão Novembro a janeiro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSororoca Maio a agosto Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheTainha Maio a outubro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe e cerco-fixoIguapeProduto Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior produção Artes <strong>de</strong> pesca empregadasManjuba Outubro a abril Corrico, manjubeira e puçá-manjubaSardinha Agosto a novembro Corrico, manjubeiraBagre-branco Outubro a <strong>de</strong>zembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSororoca Maio a agosto Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSiri-azulTo<strong>do</strong> ano, maior produção <strong>de</strong> outubro a<strong>de</strong>zembroPuçáCaranguejo-uçáTo<strong>do</strong> ano (exceto outubro e novembro –<strong>de</strong>feso)ExtrativismoPescada-foguete Maio a <strong>de</strong>zembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheParati Abril e maio Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe e cerco-fixoTainhaAbril a outubroArrasto <strong>de</strong> praia, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe ecerco-fixoTraíra Janeiro a maio, e setembro e outubro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhePan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.169Tabela IV (continuação). Perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca <strong>do</strong>s municípios <strong>de</strong> Cananéia, Iguape, Ilha Comprida, Itanhaéme Peruíbe.Ilha CompridaProduto Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior produção Artes <strong>de</strong> pesca empregadasBetara Outubro a abril Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCorvina To<strong>do</strong> ano, exceto agosto e setembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCação Novembro a fevereiro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheGuaivira Janeiro a setembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheOveva Maio a novembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhePescada-foguete To<strong>do</strong> ano Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSororoca Maio a setembro Re<strong>de</strong> emalheTainhaFevereiro a junho e setembro a novembroArrasto <strong>de</strong> praia, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe eRobaloTo<strong>do</strong> ano, exceto <strong>de</strong> julho a setembrocerco-fixoArrasto <strong>de</strong> praia, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe ecerco-fixoParati To<strong>do</strong> ano Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe e cerco-fixoPescada-amarela Julho a janeiro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheItanhaémProduto Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior produção Artes <strong>de</strong> pesca empregadasCamarão-sete-barbas escolhi<strong>do</strong> Janeiro a setembroTangones: arrasto duplo ou simplesPescada-foguete Julho a janeiro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCamarão-sete-barbasJaneiro a fevereiro e maio asetembroTangones: arrasto duplo ou simplesBagre Dezembro e janeiro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSororoca Maio a agosto Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheTainha Maio a agosto Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhePeruíbeProduto Perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> maior produção Artes <strong>de</strong> pesca empregadasCamarão-sete-barbas escolhi<strong>do</strong> Junho a setembroTangones: arrasto duplo ou simplesPescada-foguete Segun<strong>do</strong> semestre Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCamarão-sete-barbas Junho a setembro Tangones: arrasto duplo ou simplesBagre Setembro a novembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheCorvina Segun<strong>do</strong> semestre Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheGuaivira Setembro a <strong>de</strong>zembro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheSororoca Maio a outubro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheTainha Maio a outubro Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalheProcesso <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s recursos pesqueiros <strong>do</strong><strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São PauloA gestão <strong>do</strong>s recursos pesqueiros no <strong>litoral</strong><strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo é realizada, em parte porum Conselho Gestor, liga<strong>do</strong> a Área <strong>de</strong> ProteçãoAmbiental Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Cananéia, Iguape e Peruíbe(CONAPA-CIP). Nele visa-se minorar conflitos ereduzir impactos, ten<strong>do</strong> como base asustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos disponíveis, pormeio <strong>de</strong> um processo participativo e compartilha<strong>do</strong><strong>de</strong> gestão. A gestão integrada da APA, com aparticipação efetiva <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Público (Fe<strong>de</strong>ral,Estadual e Municipal) e socieda<strong>de</strong> civil (setorprodutivo e associações civis), mediante aoConselho Gestor, caracteriza a implantação<strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação.Nesta instância gestora discute-se e encaminham-sepropostas relativas à normalização, fiscalização,zoneamento, conservação e proteção, melhoria<strong>de</strong> renda e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável daativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong>, em conformida<strong>de</strong> comas diretrizes existentes no âmbito daregião (Macha<strong>do</strong> & Men<strong>do</strong>nça 2007, Men<strong>do</strong>nça2007).Este Conselho é gerencia<strong>do</strong> peloInstituto Chico Men<strong>de</strong>s com o apoio <strong>de</strong> diversasinstituições, ten<strong>do</strong> nas informações da estatística<strong>pesqueira</strong> a base para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões sobre asPan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


170J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDAações a serem tomadas para o <strong>de</strong>senvolvimento dapesca da região. Sempre que um tema <strong>de</strong>ve sertrabalha<strong>do</strong>, há a elaboração <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s específicossobre o tema e a geração <strong>de</strong> toda informaçãopossível. Posteriormente, o tema é leva<strong>do</strong> ao setorenvolvi<strong>do</strong> na ativida<strong>de</strong> para discussão e tomada <strong>de</strong>ações que visem à manutenção da ativida<strong>de</strong> epreservação <strong>do</strong> ecossistema. Desta maneira algumasnormativas são implementadas com a participação<strong>de</strong> to<strong>do</strong> o setor produtivo, ten<strong>do</strong> a estatística<strong>pesqueira</strong> como base <strong>do</strong> processo (Macha<strong>do</strong> &Men<strong>do</strong>nça op. cit.).DISCUSSÃOA frota <strong>pesqueira</strong> da região tem comocaracterística marcante ser artesanal, comembarcações <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira apresentan<strong>do</strong> pequenaautonomia <strong>de</strong> mar, quan<strong>do</strong> pescam na plataforma, eembarcações para a pesca junto à praia e/ou estuário,com baixo incremento tecnológico, geralmentemotorizadas com baixa potência <strong>de</strong> motor. Estascaracterísticas são comuns na região su<strong>de</strong>ste-<strong>sul</strong> <strong>do</strong>Brasil principalmente para os esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> São Paulo eParaná, on<strong>de</strong> encontramos diversas embarcaçõespequenas e pouco tecnificadas trabalhan<strong>do</strong> sobrerecursos como o camarão-sete-barbas e peixescosteiros (Tiago et al. 1995, Andriguetto-Filho2002, Tomás et al. 2003).Embora a frota <strong>pesqueira</strong> que atua no <strong>litoral</strong><strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo seja <strong>de</strong> baixa tecnologia,observa-se um número eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> artes emeto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> pesca, sen<strong>do</strong> a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe aarte mais utilizada. Sua ampla utilização eraprevisível, visto a diversificação <strong>de</strong> produtoscaptura<strong>do</strong>s pela arte, estan<strong>do</strong> compatível aos ciclosprodutivos da região, mesmo que muitas vezesapresentem maiores custos para sua confecção emcomparação as <strong>de</strong>mais artes <strong>de</strong> pesca. Assim, ospesca<strong>do</strong>res a<strong>do</strong>tam tal arte, com seus tamanhos <strong>de</strong>malha correspon<strong>de</strong>ntes ao produto alvo. Mas aindase <strong>de</strong>staca os arrasteiros, principalmentedireciona<strong>do</strong>s a captura <strong>de</strong> camarão-sete-barbas. Estaativida<strong>de</strong> tem diminuí<strong>do</strong> tanto em número <strong>de</strong><strong>de</strong>sembarques como em produção nos últimos anos,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a queda na produtivida<strong>de</strong>, comdiminuição na abundância (Men<strong>do</strong>nça 2007), fato jáaponta<strong>do</strong> por Valentini et al. (1991) quan<strong>do</strong>previram um possível colapso das capturas.Os pesca<strong>do</strong>res artesanais ou que trabalhamem pequena escala, em geral apresentam ativida<strong>de</strong>sparalelas e direcionam suas pescarias a mais <strong>de</strong> umproduto pesqueiro. Isto faz com que diversifique asartes e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesca e, ao mesmo tempo ficam<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das safras e perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ocorrência dasespécies. A diversificação das artes <strong>de</strong> pesca po<strong>de</strong>ser atribuída a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> interessecomercial da região, os quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> umambiente propício para seu <strong>de</strong>senvolvimento egarantia <strong>de</strong> manutenção <strong>do</strong>s estoques pesqueiros.Quan<strong>do</strong> uma safra apresenta pouco rendimento, sejapela diminuição da abundância ou mesmo pelo baixovalor comercial que o produto atinge, a pescaartesanal é a primeira a sentir os reflexos e isto érepassa<strong>do</strong> para toda ca<strong>de</strong>ia produtiva, causan<strong>do</strong>crises regionais significativas, assim a diversificaçãominimiza estes impactos.O monitoramento das ativida<strong>de</strong>s <strong>pesqueira</strong>stem o objetivo <strong>de</strong> orientar as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões eauxiliar na implementação <strong>de</strong> regras que visammanter o recurso a níveis mínimos para asobrevivência da ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong> (Sumaila 2001,Polikansky 2001, Haggan 2001). Da<strong>do</strong>s einformações são os principais instrumentos <strong>de</strong> umbom manejo, sen<strong>do</strong> a base <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os estágios daadministração <strong>do</strong>s recursos pesqueiros, como umenfoque ecossistêmico, engloban<strong>do</strong> a política <strong>de</strong>formulação, os planos <strong>de</strong> manejo, a avaliação <strong>do</strong>processo, a política <strong>de</strong> atualização e a continuida<strong>de</strong><strong>do</strong> processo (FAO Fisheries Department 2003).No <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo os da<strong>do</strong>s provêm<strong>de</strong> censo, com coletas junto a to<strong>do</strong> setor pesqueiroregional. Esta meto<strong>do</strong>logia permitiu obterinformações precisas sobre a exploração <strong>de</strong> recursoscom gran<strong>de</strong> expressão quantitativa e também <strong>de</strong>pequena expressão, mas com valor econômico ousocial significativo, haven<strong>do</strong> o acompanhamento dadinâmica da pesca <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os recursos. Na pescaartesanal as estimativas normalmente <strong>de</strong>veriam serbaseadas em censo e não em amostragens, visto agran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, gerada peladinâmica <strong>de</strong> pesca (Isaac et al. 2000).A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> artes e méto<strong>do</strong>s no <strong>litoral</strong><strong>sul</strong> <strong>de</strong> São Paulo é muito gran<strong>de</strong>, dificultan<strong>do</strong> ascoletas <strong>de</strong> produção e causan<strong>do</strong> variação nos da<strong>do</strong>sda dinâmica <strong>de</strong> pesca. Como a estatística <strong>pesqueira</strong> éum <strong>do</strong>s principais instrumentos da gestão, suaexecução <strong>de</strong> maneira a retratar fielmente a ativida<strong>de</strong>,com <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> cada méto<strong>do</strong> e/ou arte <strong>de</strong> pesca,<strong>de</strong>ve ser ampla visto que dificilmente estimativasvenham aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda para este tipo <strong>de</strong> pesca.Na região em estu<strong>do</strong>, os da<strong>do</strong>s são coleta<strong>do</strong>sdiariamente através <strong>de</strong> um sistema que visa obtertodas informações <strong>pesqueira</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os recursosexplora<strong>do</strong>s. Para isto, as informações são conferidasjunto ao setor através reuniões periódicas com ospesca<strong>do</strong>res mostran<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s e discutin<strong>do</strong> aevolução <strong>de</strong> suas capturas e avalian<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>srecursos pesqueiros. Estas reuniões auxiliam nagestão <strong>do</strong>s recursos fazen<strong>do</strong> com que as principaispescarias tenham uma análise não apenas <strong>do</strong> pontoPan-American Journal of Aquatic Sciences (2008) 3(3): 152-173


Estatística <strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo.171<strong>de</strong> vista técnico-científico, mas empírico <strong>do</strong>spesca<strong>do</strong>res.Em um contexto mundial, asregulamentações aplicadas, nas mais diferentespescarias, muitas vezes consi<strong>de</strong>ram aspectostécnicos e econômicos em relação à manutençãoambiental e <strong>de</strong>senvolvimento econômico (Pezzoli1997 apud Gallagher et al. 2004), com <strong>de</strong>cisões quese pautam mais em monitoramento passivo, sem<strong>de</strong>talhamento das ativida<strong>de</strong>s, com lentidão nas ações,<strong>do</strong> que <strong>de</strong>cisões ativas e avaliação real <strong>do</strong>sinvestimentos, tecnologias aplicadas e da política<strong>pesqueira</strong> (Gallagher et al. op. cit.). A gran<strong>de</strong>maioria <strong>do</strong> território nacional está distante <strong>de</strong>qualquer política <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento, visto que faltaorganização <strong>do</strong> setor e informação para tal, com oEsta<strong>do</strong> manten<strong>do</strong> a primazia da condução <strong>de</strong>investimentos em função <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidaspelos governos. O Esta<strong>do</strong> tem o papel <strong>de</strong> media<strong>do</strong>r<strong>de</strong> interesses e conflitos, garantin<strong>do</strong> a legitimida<strong>de</strong>das ações e o benefício da socieda<strong>de</strong>, com atuação<strong>de</strong> dinamiza<strong>do</strong>r, geran<strong>do</strong> políticas para dinâmicaintegrada e justa. No entanto, tu<strong>do</strong> isto <strong>de</strong>ve estarrespalda<strong>do</strong> pela socieda<strong>de</strong> que tem o direito e <strong>de</strong>ver<strong>de</strong> participar <strong>do</strong> processo (Moraes 2004). O Esta<strong>do</strong>ao tomar <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong>cisão no campo ambientalestá <strong>de</strong> fato <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> quem ficará com os custos oubenefícios advin<strong>do</strong>s da ação antrópica (Quintas2002). Apenas com o aumento <strong>do</strong> interesse público e<strong>de</strong> incentivos <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r econômico po<strong>de</strong>-se parar asobrepesca crônica e substituir o foco <strong>do</strong> manejopesqueiro <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e exploração paraconservação e sustentabilida<strong>de</strong> (Sproul 2001).Nesse senti<strong>do</strong>, as dimensões sócio-culturaisdas comunida<strong>de</strong>s <strong>pesqueira</strong>s <strong>de</strong>vem ter pesosrelevantes nas <strong>de</strong>cisões e tornar-se parte central <strong>do</strong>processo <strong>de</strong> gestão (Kaplan & McCay 2004),estan<strong>do</strong> auxiliadas por da<strong>do</strong>s fi<strong>de</strong>dignos daativida<strong>de</strong>, com grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento mais profun<strong>do</strong>possível.Sem da<strong>do</strong>s técnicos que possam garantir umpanorama fiel da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma ampla e precisa,bem como dissocia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s saber <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res eseus interesses, qualquer ação dificilmente seráimplantada em toda sua plenitu<strong>de</strong> e terá sucesso.Caso não haja uma política holística e articulada <strong>de</strong>gestão entre os diferentes órgãos gestores econsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a interação entre os diferentes recursosnaturais, a gestão e o manejo ficam limita<strong>do</strong>s asimplesmente administrar as crises <strong>pesqueira</strong>slocalmente (Baigun & Oldani 2005).No Brasil, um processo <strong>de</strong> gestãoparticipativa, mesmo com da<strong>do</strong>s técnicos, aindaencontra-se com gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>implementação, ten<strong>do</strong> como maior problema o nãoreconhecimento por parte das instâncias superiores(órgãos gestores, regionais, estaduais e fe<strong>de</strong>rais) dalegitimida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho (Macha<strong>do</strong> & Men<strong>do</strong>nça2007).Acredita-se que no processo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namentoda ativida<strong>de</strong> <strong>pesqueira</strong> a pesca artesanal <strong>de</strong>ve sertratada <strong>de</strong> diferente maneira da pesca industrial(Peres et al. 2001). A gestão compartilhada com osetor produtivo artesanal, pautada em informaçõesprodutivas, econômicas e sociais da ativida<strong>de</strong> seria ocaminho mais pru<strong>de</strong>nte a ser toma<strong>do</strong>, visan<strong>do</strong> àmanutenção da pesca e a conservação <strong>do</strong>s recursos.Tal gestão po<strong>de</strong>ria ser efetivada com a discussão dasnormativas e ações a serem tomadas na pesca <strong>de</strong>forma ampla, <strong>de</strong> maneira regionalizada e com maiorenvolvimento <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res. Desta forma, to<strong>do</strong>s ossetores envolvi<strong>do</strong>s passam a ter, <strong>de</strong> fato,responsabilida<strong>de</strong> sobre a pesca e esta po<strong>de</strong>rá sergarantida para as gerações futuras.ConclusõesO <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo,composto pelos municípios <strong>de</strong> Cananéia, Iguape,Ilha Comprida, Peruíbe e Itanhaém, têm comoprincipais produtos pesqueiros a manjuba(Anchoviella lepi<strong>de</strong>ntostole), o camarão-sete-barbas(Xiphopenaeus kroyeri), a pescada-foguete(Macro<strong>do</strong>n ancylo<strong>do</strong>n), a tainha (Mugil platanus), oparati (Mugil curema), a corvina (Micropogoniasfurnieri), o bagre-branco (Geni<strong>de</strong>ns barbus) e a ostra(Crassostrea brasiliana), com uma produção<strong>pesqueira</strong> anual média <strong>do</strong>s cinco municípios acima<strong>de</strong> 4 mil toneladas.A frota <strong>pesqueira</strong> da região é <strong>de</strong> pequenaescala e artesanal, com embarcações <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iraapresentan<strong>do</strong> pequena autonomia que pescam naplataforma e embarcações para ativida<strong>de</strong>s junto àpraia e/ou estuário e possuem baixa tecnologia,geralmente motorizadas com baixa potência.As principais artes <strong>de</strong> pesca empregadas no<strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> são as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhe, visan<strong>do</strong> a captura<strong>de</strong> diversos peixes e os arrasteiros, principalmentepara a captura <strong>de</strong> camarão-sete-barbas.Os pesca<strong>do</strong>res trabalham em pequena escala,direcionam suas pescarias a mais <strong>de</strong> um produtopesqueiro, diversifican<strong>do</strong> as artes e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pesca, com <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> safras e perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ocorrência das espécies e apresentam ativida<strong>de</strong>sparalelas (principalmente na construção civil eprestação <strong>de</strong> serviços). Assim, as coletas <strong>de</strong> da<strong>do</strong>spesqueiros censitária aten<strong>de</strong>m as necessida<strong>de</strong>s paraanalisar a ativida<strong>de</strong>, mesmo <strong>de</strong> recursos com baixaprodutivida<strong>de</strong>, mas com importância econômica esocial significativas.O processo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento da ativida<strong>de</strong>Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2008), 3(3): 152-173


172J. T. MENDONÇA & L. V. DE MIRANDA<strong>pesqueira</strong> <strong>do</strong> <strong>litoral</strong> <strong>sul</strong> <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> maneiracompartilhada com o setor pesqueiro, pautada eminformações produtivas, econômicas e sociais daativida<strong>de</strong>, visan<strong>do</strong> responsabilizar to<strong>do</strong>s osenvolvi<strong>do</strong>s na busca da sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong>e preservação <strong>do</strong>s recursos pesqueiros.Referências BibliográficasAndriguetto-Filho, J. M. 2002. Os sistemas <strong>de</strong>produção <strong>pesqueira</strong>. Meio Ambiente <strong>de</strong>Desenvolvimento <strong>do</strong> Litoral <strong>do</strong> Paraná.Subsídios à ação. NIMAD/UFPR. 27-44.Ávila-da Silva, A. O., Carneiro, M. H. & Fagun<strong>de</strong>s,L. 1999. 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