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Médicos debatem Termo de Ajustamento de Conduta

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COMUNICAÇÃO INTERNA 70/20061ª e 2ª quinzenas <strong>de</strong> janeiro/2006<strong>Médicos</strong> <strong><strong>de</strong>batem</strong> <strong>Termo</strong> <strong>de</strong><strong>Ajustamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Conduta</strong>No dia 09, Entida<strong>de</strong>s Médicas, dirigentes <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e representantes dasSocieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s reuniram-se para analisar o TAC (<strong>Termo</strong> <strong>de</strong> <strong>Ajustamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Conduta</strong>)proposto pelo Ministério Público à Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, pois, foram <strong>de</strong>tectados pontos queafetam diretamente a vida do médico e o funcionamento <strong>de</strong>ssas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especialmenteos hospitais. Após rico <strong>de</strong>bate, foram <strong>de</strong>finidos os seguintes encaminhamentos: solicitar reunião com aSecretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> para <strong>de</strong>bater o assunto e propor a não assinatura do TAC com oMinistério Público nos mol<strong>de</strong>s propostos, a fim <strong>de</strong> aguardar manifestação das entida<strong>de</strong>s médicas;propor análise do TAC por todas as li<strong>de</strong>ranças médicas; propor às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> que avaliem oimpacto a ser causado pelo TAC, enviando seu parecer às entida<strong>de</strong>s médicas; atuar junto àAssembléia Legislativa para melhorar a proposta <strong>de</strong> PCV (Plano <strong>de</strong> Carreira e Vencimentos)encaminhada pela Secretaria; realizar reuniões com os Corpos Clínicos, convidando as entida<strong>de</strong>smédicas.No dia 10, foi realizada reunião com o Secretário <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, Dr. Luiz Eduardo Cherem,quando o COSEMESC solicitou que não assinasse o <strong>Termo</strong> proposto sem ouvir as entida<strong>de</strong>smédicas. O Secretário aceitou o pedido e o COSEMESC está preparando sua análise do TAC.Estavam presentes o Secretário e sua equipe, e os representantes do COSEMESC, Drs. Cyro VeigaSoncini e João Pedro Carreirão Neto, pelo SIMESC, Wilmar <strong>de</strong> Athay<strong>de</strong> Gerent e Anastácio KotziasNeto, pelo CREMESC, e Genoir Simoni e Aguinel José Bastian Jr., pela ACM.Antes, porém, o SIMESC já havia se manifestado através <strong>de</strong> nota conjunta com o SIMERSUL(Sindicato dos <strong>Médicos</strong> da Região Sul Catarinense), em novembro <strong>de</strong> 2005, posicionando-se comrelação à <strong>de</strong>cisão do MP e orientado os médicos sobre como proce<strong>de</strong>r diante da situação. Essedocumento encontra-se no site do Sindicato - www.simesc.org.br. Um ofício abordando o mesmo temafoi enviado, agora em janeiro, aos Prefeitos e Secretários Municipais da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o Estado, eentregue à SES.Veja a íntegra do Ofício Circ. SIMESC a seguir:Senhor Secretário/PrefeitoComo <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> vosso conhecimento, o Ministério Público <strong>de</strong> Santa Catarina instaurouInquérito Civil em 2004, <strong>de</strong> âmbito estadual, para apurar o cumprimento da carga horária<strong>de</strong> médicos (e odontólogos) das re<strong>de</strong>s públicas municipais e estadual, incluindo oscontratados para o Programa Saú<strong>de</strong> da Família, nos municípios catarinenses.As conclusões divulgadas pela mídia dão conta da “ausência <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> horários <strong>de</strong>médicos e <strong>de</strong>ntistas que atuam na re<strong>de</strong> pública”, sem fazer distinção a respeito do trabalhoem unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou hospitais, em turnos <strong>de</strong> atendimento programado ou emplantões.O Inquérito Civil foi <strong>de</strong>smembrado em outros 294 (referentes aos 293 municípios e aoEstado), remetendo os resultados aos Promotores <strong>de</strong> Justiça.Em anexo, estamos encaminhando cópia das orientações repassadas aos médicoscatarinenses, em nota conjunta com o Sindicato Médico da Região Sul Catarinense(SIMERSUL).Como é fato notório, a ativida<strong>de</strong> médica apresenta características peculiares que não po<strong>de</strong>mser ignoradas, não sendo cabíveis as mesmas obrigações impostas e <strong>de</strong>veres aplicáveis <strong>de</strong>


forma semelhante às ativida<strong>de</strong>s burocráticas. Não queremos privilégios ou regalias, massim tratamento justo e compatível com as funções exercidas. Não <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos<strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> trabalho ou <strong>de</strong> carga horária, mas admitimos e propomos aflexibilização necessária para contemplar o tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vidamente reconhecidapela socieda<strong>de</strong>. A prática médica é impregnada <strong>de</strong> obrigações que vão muito além dohorário <strong>de</strong> trabalho, seja pela responsabilida<strong>de</strong> civil, pela responsabilida<strong>de</strong> éticoprofissional,humanitária ou relativa à assistência médica fora do horário. Isso semmencionar a <strong>de</strong>dicação permanente ao estudo para oferecer a melhor assistência possível àpopulação. O trabalho médico não po<strong>de</strong> ser protelado ou interrompido como em diversasoutras ativida<strong>de</strong>s e isso implica em muitas vezes esquecer o horário <strong>de</strong> trabalho. Em outrasvezes significa não exigir direitos atribuídos a outras categorias funcionais como intervalosintrajornada <strong>de</strong> trabalho por ativida<strong>de</strong> estressante ou extenuante. O SIMESC <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> orespeito aos direitos trabalhistas, observados os tipos <strong>de</strong> vínculo, advindo <strong>de</strong>veres entre osquais o cumprimento dos horários <strong>de</strong> trabalho, enten<strong>de</strong>ndo que a assistência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>prestada à população <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, e isto inclui o médico motivado, comremuneração digna e proporcional à sua responsabilida<strong>de</strong>. O SIMESC <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que oacesso da população à assistência médica seja assegurado pela Gestão Pública <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,evitando-se a prática imoral <strong>de</strong> oferecer assistência médica sem profissional médico.Queremos assistência médica <strong>de</strong> primeira para cidadãos <strong>de</strong> primeira, em todos os níveis <strong>de</strong>atendimento.Também esclarecemos que não existe nenhuma <strong>de</strong>terminação legal que fixe o número <strong>de</strong>atendimentos médicos que <strong>de</strong>vam ser realizados em um turno <strong>de</strong> trabalho. O temponecessário para prestar o atendimento ao paciente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> procedimento, dacomplexida<strong>de</strong> da doença e da relação médico-paciente, <strong>de</strong>vendo ser rejeitada toda equalquer imposição, porém acreditando que uma medida <strong>de</strong> bom senso possa ser acordadaentre as partes, estabelecendo limites.Foi a Gestão Pública <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na área ambulatorial do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> queestabeleceu os agendamentos, priorizando assim a produtivida<strong>de</strong> em <strong>de</strong>trimento do horário<strong>de</strong> trabalho. Deve, no entanto, haver acordo que possa coibir abusos ou <strong>de</strong>srespeitos àpopulação.O SIMESC ainda alerta para as condições freqüentemente ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> trabalho e asirregularida<strong>de</strong>s nos contratos <strong>de</strong> trabalho, em especial os contratos por prazo <strong>de</strong>terminado,simulação <strong>de</strong> pagamento a profissional autônomo e contratos através <strong>de</strong> empresasterceirizadas, na maioria das vezes transgredindo a legislação vigente, em especial noPrograma Saú<strong>de</strong> da Família.Esperamos que com bom senso e com diálogo possam ser contemplados os interesses enecessida<strong>de</strong>s da população, respeitando as peculiarida<strong>de</strong>s da profissão médica, a quem porsinal em recente pesquisa nacional foi atribuída, pela população brasileira, o primeiro lugarem confiança, acima até da igreja católica e bem acima das outras profissões, da justiça edas instituições políticas.Colocando-nos a vosso inteiro dispor, com <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> contribuir na construção sólida e justanas relações <strong>de</strong> trabalho da categoria médica e a Gestão Pública <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, enviamos osnossos protestos <strong>de</strong> apreço e consi<strong>de</strong>ração.A Diretoria

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