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Voz da Terra, Fevereiro de 2006 - CNA

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EDITORIALPLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL, PNDROportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a não per<strong>de</strong>r para <strong>de</strong>finir outras e diferentes políticas agrorurais.É sabido, na sequência dos acordos <strong>de</strong> Dezembro passado sobre as “perspectivasfinanceiras” – orçamento – <strong>da</strong> União Europeia para o período <strong>de</strong> 2007 a 2013,<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou-se, entre nós, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição do Plano Nacional <strong>de</strong> DesenvolvimentoRural, PNDR.Trata-se <strong>de</strong> um “pacote” fun<strong>da</strong>mental para o porvir <strong>da</strong> Agricultura e do Mundo RuralPortuguês, pois vai consagrar uma boa parte <strong>da</strong>s opções nacionais em matéria <strong>da</strong>spolíticas agrorurais concretas e, bem assim, dos respectivos financiamentos através dosorçamentos “Comunitários” e do Estado Português. Aqui, um primeiro <strong>de</strong>saire:- para2007 – 2013, Portugal vai receber ain<strong>da</strong> menos dinheiro <strong>da</strong> União Europeia do que po<strong>de</strong>riater recebido no actual Quadro Comunitário <strong>de</strong> Apoio. Também por isso, o Governo <strong>de</strong>veriaalterar os principais critérios e fórmulas <strong>de</strong> “distribuição” <strong>da</strong>s Aju<strong>da</strong>s Públicas, por forma acanalizar mais apoios para a as Explorações Agrícolas Familiares, que representam 90%do total <strong>da</strong>s explorações e 70% <strong>da</strong> margem bruta global, e assim apoiar quem mais trabalhae melhor produz.Apesar <strong>de</strong> tudo, no processo agora em curso para a <strong>de</strong>finição “nacional” do PNDR, oGoverno Português tem margem <strong>de</strong> manobra suficiente para alterar algumas <strong>da</strong>s maisnocivas políticas agrorurais que, aliás, a nossa (triste) experiência recomen<strong>da</strong> que sejamaltera<strong>da</strong>s e quanto mais <strong>de</strong>pressa melhor...Porém, os primeiros documentos oficiais e certas <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> alguns dos principaisresponsáveis governamentais, fazem temer o pior, ou seja, apontam para um ain<strong>da</strong> maioragravamento <strong>da</strong>s injustiças e <strong>de</strong>feitos <strong>da</strong> PAC e <strong>da</strong>s políticas nacionais!... Por aí serepetem velhos e novos conceitos cuja pedra <strong>de</strong> toque afunila para uma ain<strong>da</strong> “maiorselectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos projectos e maior concentração <strong>da</strong>s Aju<strong>da</strong>s(...)” para estimular a“competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>”, <strong>de</strong> entre outros fun<strong>da</strong>mentalismos. Tudo isso servido por umalinguagem em que afloram formulações do reportório tecnocrático recorrente. Leiam-se,a propósito, as <strong>de</strong>clarações do Secretário <strong>de</strong> Estado do Desenvolvimento Rural e <strong>da</strong>sFlorestas (Diário Económico - 6 <strong>Fevereiro</strong>, <strong>2006</strong>) e do Secretário <strong>de</strong> Estado doDesenvolvimento Regional (Jornal <strong>de</strong> Negócios – 15 <strong>Fevereiro</strong>, <strong>2006</strong> ). Portanto, por aíestamos conversados......Ao mesmo tempo, acumulam-se problemas agravados pela conjuntura, financeira eeconómica, <strong>de</strong>creta<strong>da</strong> pelo “Pacto <strong>de</strong> Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e Crescimento <strong>da</strong> União Europeia” epelas correspon<strong>de</strong>ntes restrições orçamentais “domésticas”.Um contexto ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente “assassino” para a Agricultura Familiar e para oDesenvolvimento Rural!Mas é nele que temos <strong>de</strong> viver e tudo fazer para o alterar, sempre com os Agricultores,até finalmente se <strong>de</strong>finirem e aplicarem outras e diferentes políticas agrorurais.Também é esta a mensagem que aqui se lança, neste mês <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, <strong>da</strong>taem que a <strong>CNA</strong> completa 28 Anos <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> !O Executivo <strong>da</strong> Direcção Nacional <strong>da</strong> C N A2 3


DESTAQUEVOZ E PRESENÇA DA C N A EM LISBOAJUNTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA E DO PRIMEIRO-MINISTROAmbos os Deputados tiveram oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>para usar <strong>da</strong> palavra. Entre outros assuntos, osDirigentes <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> apelaram, então, para osdois Deputados presentes, no sentido <strong>de</strong> seragen<strong>da</strong><strong>da</strong> uma Audição Pública Parlamentarpara ser discutido o Regime Contributivo dosAgricultores para a Segurança Social.No passado dia 21 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong>, cerca <strong>de</strong>250 Dirigentes, Técnicos e outrosColaboradores <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> foram a Lisboa exporas suas reclamações <strong>de</strong>vido à actual situação<strong>da</strong> Agricultura Portuguesa e, em especial até,<strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> pagamento <strong>da</strong>s dívi<strong>da</strong>s eoutros compromissos do Estado / Governopara com os Agricultores e a <strong>CNA</strong>.A iniciativa começou com uma“Concentração”, a partir <strong>da</strong>s 15h30, frenteà Assembleia <strong>da</strong> República, on<strong>de</strong> uma<strong>de</strong>legação <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> entregou um documentocom as principais reclamações <strong>da</strong>Agricultura Familiar. Entretanto, emrepresentação <strong>da</strong> Subcomissão <strong>da</strong>Agricultura, o Deputado Jorge Almei<strong>da</strong>(também membro do Grupo Parlamentar doPartido Socialista) veio até junto dosparticipantes na Concentração, assim comoveio o Deputado José Soeiro, representantedo Grupo Parlamentar do PCP (e tambémmembro <strong>da</strong> Subcomissão <strong>de</strong> Agricultura).Por volta <strong>da</strong>s 17h.30, os participantesseguiram, em “cordão humano”, <strong>da</strong>Assembleia <strong>da</strong> República até junto <strong>da</strong>Residência Oficial do Primeiro-Ministro. Aípermaneceram enquanto caía a noite, porsinal bastante fria...Momentos para se entrar em “Vigília”,com tochas e velas acesas, até às 20 horas.Nesse espaço <strong>de</strong> tempo, uma <strong>de</strong>legação<strong>da</strong> <strong>CNA</strong> foi recebi<strong>da</strong> por dois assessoresdo Primeiro-Ministro, com quem se dialogoualgum tempo. Foi então entregue umdocumento idêntico ao que já fora <strong>de</strong>ixadona Assembleia <strong>da</strong> República, e a <strong>CNA</strong>reiterou, mais uma vez, o seu pedido <strong>de</strong>audiência com o Primeiro-Ministro.Foi uma boa iniciativa esta, que levou aLisboa, mais uma vez, a voz e a presença<strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, <strong>da</strong>s suas Associa<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> LavouraNacional. Aliás, a Comunicação Social <strong>de</strong>u-lheassinalável cobertura.4


DESTAQUECONCENTRAÇÃO // VIGÍLIA-- LISBOA -TERÇA-FEIRA, 21 DE FEVEREIRO, <strong>2006</strong> --Entre outras reclamações <strong>de</strong>staque parao pagamento <strong>da</strong>s dívi<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>maiscompromissos do Estado/Governo paracom os Agricultores e a Lavoura.Síntese <strong>da</strong>s reclamações apresenta<strong>da</strong>saos Órgãos <strong>de</strong> Soberania, em especial aoPrimeiro-Ministro:- Estado / Governo <strong>de</strong>vem pagar o que<strong>de</strong>vem aos Agricultores e às OrganizaçõesAgrorurais, por Aju<strong>da</strong>s, Projectos eProtocolos Institucionais.- Pagar compromissos assumidos (ouprometidos) como, por exemplo, to<strong>da</strong>s asMedi<strong>da</strong>s Agroambientais e In<strong>de</strong>mnizaçõesCompensatórias.- Controlar severamente as Importações<strong>de</strong> Produtos Agro-Alimentares e renegociara “quota” nacional <strong>de</strong> Produção Leiteira paraevitar as “multas”.- “Descongelar” as candi<strong>da</strong>turas noâmbito dos programas AGRO - AGRIS -RURIS, até para aproveitar os fundoscomunitários ain<strong>da</strong> disponíveis. Para oefeito, em <strong>2006</strong>, é necessário umOrçamento <strong>de</strong> Estado “Rectificativo” queaumente as verbas públicas para o sectorAgrorural.- Aproveitar bem a “margem <strong>de</strong> manobranacional” nas actuais negociações com aUE para a <strong>de</strong>finição do Plano Nacional <strong>de</strong>Desenvolvimento Rural, PNDR, com Aju<strong>da</strong>sregionaliza<strong>da</strong>s, liga<strong>da</strong>s ao máximo àProdução e atribuí<strong>da</strong>s mediante outroscritérios e fórmulas (modulação eplafonamento) <strong>de</strong> forma a apoiar, mais emelhor, a Agricultura Familiar e o Mundo Rural.- Dialogar para se <strong>de</strong>finir um outro regimecontributivo dos Agricultores para aSegurança Social com contribuições maisbaixas e escalona<strong>da</strong>s mediante osrendimentos <strong>da</strong>s Explorações, sem per<strong>da</strong><strong>de</strong> direitos.- Governo <strong>de</strong>ve dialogar com to<strong>da</strong>s asOrganizações Agrícolas e ter na <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> contaas propostas e opiniões <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> e <strong>da</strong>Lavoura. Nesse contexto, a <strong>CNA</strong> reitera o seupedido <strong>de</strong> audiência com o Primeiro-Ministro.21 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>A Direcção Nacional <strong>da</strong> C N A2 5


DESTAQUEConstituição <strong>da</strong> AIFO(Associação Interprofissional <strong>da</strong> Fileira Olivícola)Depois <strong>de</strong> múltiplas reuniões foi, finalmente,constituí<strong>da</strong> formalmente a AIFO (AssociaçãoInterprofissional <strong>da</strong> Fileira Olivícola).Esta Associação sem fins lucrativos, tempor objecto a promoção, fomento e apoioao grupo <strong>de</strong> produtos agro-alimentares,constituídos pelo azeite, azeitona e seus<strong>de</strong>rivados.São membros <strong>da</strong> AIFO a AJAP, a CAP, aCASA DO AZEITE, a <strong>CNA</strong> e a CONFAGRI.No dia 3 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> foi efectua<strong>da</strong> aescritura <strong>de</strong>sta Associação Interprofissional,fazendo a <strong>CNA</strong> parte dos Órgãos Sociais(Conselho Fiscal).Pela <strong>CNA</strong> subscreveram a escrituraJoaquim Manuel Lopes e Roberto MileuAssembleia Geral ALIPReuniu no passadodia 17 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong>a Assembleia Geral<strong>da</strong> ALIP – Associaçãopara o LaboratórioInterprofissional doSector do Leite eLacticínios, com oobjectivo <strong>de</strong> elegeros novos ÓrgãosSociais para o triénio <strong>2006</strong>-2008.Pela <strong>CNA</strong>, foram indicados, Albino Silvapara o Conselho Directivo <strong>da</strong> ALIP e JoséPacheco para o Conselho Fiscal.Salienta-se que, no Plano <strong>de</strong> Activi<strong>da</strong><strong>de</strong>saprovado para <strong>2006</strong>, se consi<strong>de</strong>ra este anocomo sendo estratégico e <strong>de</strong>cisivo para aALIP, uma vez que o mesmo <strong>de</strong>verá ficarmarcado pela entra<strong>da</strong> em funcionamento doLaboratório Interprofissional.Recor<strong>da</strong>-se que o laboratório está a serinstalado em Lousa<strong>da</strong>, com financiamentono âmbito <strong>da</strong> Acção 9.1 do ProgramaAGRO e visa garantir a in<strong>de</strong>pendência etransparência ao processo <strong>de</strong> análises nosector do leite.<strong>CNA</strong> em Audiência com aSubcomissão <strong>de</strong> Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas6A <strong>CNA</strong> foi recebi<strong>da</strong> em audiência, nopassado dia 31 <strong>de</strong> Janeiro, pelaSubcomissão <strong>de</strong> Agricultura, DesenvolvimentoRegional e Pescas <strong>da</strong>Assembleia <strong>da</strong> República.A pedido <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> abor<strong>da</strong>ram-se osseguintes assuntos:• Dívi<strong>da</strong>s do Estado à Lavoura e à <strong>CNA</strong>;• Dívi<strong>da</strong>s/Congelamentos – Agroambientais,IC’s, AGRO, AGRIS;• Seca e Incêndios Florestais;• Orçamento <strong>de</strong> Estado para <strong>2006</strong>(Sector Agro-Florestal);• FEADER – 2007/2013;• Relacionamento Institucional entre oGoverno e a <strong>CNA</strong>.De salientar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para umaampla explanação <strong>de</strong> opiniões e propostas,nesta que foi a primeira Audiência <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>com este Orgão <strong>da</strong> AR e em que se fizeramrepresentar Deputados do, PS, PSD, PCPe CDS/PP.A representar a <strong>CNA</strong> estiveram, JoaquimCasimiro, João Vieira e João Dinis, queentregaram um memorando sobre osprincipais assuntos abor<strong>da</strong>dos.


DESTAQUEQueixas <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> ao Provedor <strong>da</strong> JustiçaPor Van<strong>da</strong> SantosJá muito se escreveu a propósito <strong>da</strong> secaextrema que flagelou o País em 2005 e <strong>da</strong>smedi<strong>da</strong>s governamentais entretantoadopta<strong>da</strong>s, que se provaram insuficientese incapazes para <strong>da</strong>r resposta às<strong>de</strong>svastadoras consequências no MundoRural e na produção agrícola nacional.Mas mais do que isso: as principaismedi<strong>da</strong>s aprova<strong>da</strong>s pelo Governo, criammesmo situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> ediscriminação, aten<strong>de</strong>ndo ao âmbitogeográfico <strong>da</strong> sua aplicação. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,e <strong>de</strong> forma incompreensível, foram excluídosdos principais apoios extraordinários (linhas<strong>de</strong> crédito e isenção dos pagamentos àSegurança Social por 6 meses), osAgricultores <strong>da</strong> Beira Litoral e do Entre-Douro e Minho, on<strong>de</strong>, por coincidência ounão, se situa a maior parte <strong>da</strong>s pequenas emédias explorações agrícolas!A <strong>CNA</strong>, <strong>de</strong>nunciou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo estasituação inaceitável, lembrando que todo oterritório nacional tinha sido afectado pelacalami<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao mesmo tempo quereclamou, junto do Ministério <strong>da</strong> Agriculturae do Governo, a extensão <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>apoio à Beira Litoral e ao Entre-Douro eMinho.O Ministério <strong>da</strong> Agricultura justificou taldiscriminação por razões <strong>de</strong> contençãofinanceira...“Justificação” que a <strong>CNA</strong> e os Agricultoresnão po<strong>de</strong>m aceitar.Assim, a <strong>CNA</strong> <strong>de</strong>cidiu fazer umaexposição//queixa ao Provedor <strong>de</strong> Justiça(entre outras enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s) solicitando que, noâmbito <strong>da</strong>s suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s ecompetências, se dignasse a intervir comvista a corrigir a situação e a repor a justiça,<strong>de</strong> forma a que todos os AgricultoresPortugueses, afectados pela Seca, tenhamacesso a to<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> apoiogovernamental.Aguar<strong>da</strong>mos resposta...Ministério <strong>da</strong> Agricultura recusasubsídio à MARP para RepresentaçãoPermanente em BruxelasA aguar<strong>da</strong>r resposta está também umaoutra queixa apresenta<strong>da</strong> ao Provedor <strong>de</strong>Justiça pela MARP (Associação <strong>da</strong>Mulheres Agricultoras e Rurais Portuguesas).Desta feita, a reclamação pren<strong>de</strong>-se coma recusa, por parte do Ministério <strong>da</strong>Agricultura, em atribuir um subsídio, à MARP,ao abrigo do Despacho Normativo 10/96.Esta comparticipação existe para apoiara activi<strong>da</strong><strong>de</strong> internacional <strong>da</strong>s organizaçõesagrícolas nacionais, nomea<strong>da</strong>mente paraapoio a <strong>de</strong>legações <strong>da</strong>s organizações em,Bruxelas, e a to<strong>da</strong> a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>í <strong>de</strong>corrente.A MARP candi<strong>da</strong>tou-se pela primeira veza este apoio, para <strong>2006</strong>, pedido que foirecusado, mais uma vez, por razõesfinanceiras. Afirma o Ministério que não temcomo atribuir apoios a mais organizações.Ora, em 2005, já num quadro <strong>de</strong> “cortes”e contenção, o mesmo Ministério atribuiu,pela primeira vez, um subsídio <strong>de</strong> 50.301euros à AMAP, Associação <strong>da</strong>s MulheresAgricultoras Portuguesas, uma organizaçãocongénere <strong>da</strong> MARP!Portanto, a manter-se esta <strong>de</strong>cisão doMinistério <strong>da</strong> Agricultura, a MARP - quecumpre os requisitos enunciados noDespacho Normativo 10/96 – fica, assim,numa situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem ediscriminação perante o subsídio governamentalconcedido, como provilégio, à suacongénere atrás cita<strong>da</strong>.2 7


OPINIÃOGlobalização e Per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s MençõesTradicionais do Vinho do PortoPor João VieiraA per<strong>da</strong> <strong>da</strong> exclusivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s mençõestradicionais “Tawny - Ruby - Vintage”, no quese refere ao Vinho do Porto, e a imitação <strong>de</strong>ssevinho já pratica<strong>da</strong> abusivamente por algunspaíses, inscreve-se na lógica tentacular do “livremercado”, agora coor<strong>de</strong>nado ao nível <strong>da</strong>omnipotente Organização Mundial do Comércio,OMC, on<strong>de</strong> as multinacionais impõe regras <strong>de</strong>favorecimento, exclusivas dos seus interesses.Num quadro em que a União Europeia eos Governos dos Estados Membros fazemcedências atrás <strong>de</strong> cedências sem a mínimapreocupação <strong>da</strong>s consequências para aseconomias nacionais ou locais, quando sãoconfrontados com a questão abrigam-segeralmente numa resposta dogmática, “é omercado a funcionar”. Ou, ain<strong>da</strong>, quando aquestão é posta ao nível <strong>da</strong> O.M.C. aresposta é ain<strong>da</strong> mais única: dizem que seocupam <strong>de</strong> comércio, não <strong>da</strong>s consequênciassociais <strong>de</strong>sse comércio.To<strong>da</strong> esta <strong>de</strong>sregulamentação globaliza<strong>da</strong>,on<strong>de</strong> nenhuma protecção po<strong>de</strong> ficar<strong>de</strong> pé, atinge também outros tipos <strong>de</strong> vinhos,creio que a excepção é o champagne,como outros tipos <strong>de</strong> produtos agro--alimentares que passam também a estarameaçados: raças autóctones, <strong>de</strong>nominações<strong>de</strong> origem e diversos bons produtosregionais e tradicionais, frutos <strong>de</strong> umtrabalho paciente <strong>de</strong> gerações e <strong>de</strong> umsaber fazer, <strong>de</strong> uma agricultura <strong>de</strong> dimensãohumana também ela posta em causa eclassifica<strong>da</strong> por alguns como umareminiscência do passado. É tanto maispreocupante que os países que se sentamà mesa <strong>da</strong>s negociações do pacoteagrícola <strong>da</strong> O.M.C. não têm tradições nasmatéria ou não as quiseram manter, o quedificulta a compreensão do problema <strong>de</strong>quão é importante preservar produtosautênticos <strong>de</strong> um território <strong>de</strong>finido. Àcabeça <strong>de</strong>stes países estão os EstadosUnidos para quem um produto alimentar<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que dê dinheiro não há mais nenhumquestionamento, nem sobre origem, nemautentici<strong>da</strong><strong>de</strong>.Está claro que para a <strong>CNA</strong> a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>produtos autênticos, ligados ao território, vão<strong>de</strong> par com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> AgriculturaFamiliar que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos com rostoe dimensão humana.8


OPINIÃOReestruturação do MADRP/Direcções RegionaisPor Roberto MileuTem-se falado, nos últimos tempos, <strong>da</strong>reestruturação do Ministério <strong>da</strong> Agriculturae o próprio Ministro tem afirmado que um“grupo <strong>de</strong> trabalho” por ele nomeado está atratar do assunto.Tal reestruturação, <strong>de</strong> que não seconhecem os contornos, po<strong>de</strong>rá vir a trazerproblemas e inconvenientes para a Lavourae para o Mundo Rural, se for encaminha<strong>da</strong>no sentido <strong>da</strong> diminuição <strong>de</strong> Técnicos, noesvaziamento <strong>de</strong> funções, no encerramento<strong>de</strong> Zonas Agrárias e na concentração <strong>de</strong>Técnicos e Serviços a nível <strong>de</strong> DirecçõesRegionais.Abandonado que foi (e mal) o projecto<strong>de</strong> Extensão Rural junto <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas e rurais, as estruturas regionaisdo MADRP foram sendo esvazia<strong>da</strong>s <strong>de</strong>funções e os Técnicos remetidos e“acantonados” em gabinetes <strong>de</strong> simplesserviço burocrático, ca<strong>da</strong> vez com menoscontacto com a Agricultura e os Agricultoresreais.Por outro lado, não houve rejuvenescimentodo tecido técnico do MADRP/Direcções Regionais.A situação actual é a <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> umquadro <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> meia-i<strong>da</strong><strong>de</strong> (para nãodizer outra coisa), quase paralisados,<strong>de</strong>smotivados e sem condições <strong>de</strong> trabalho(viaturas, verbas para aju<strong>da</strong>s <strong>de</strong> custos,etc.) no campo, que é on<strong>de</strong> fazem falta.Está-se a <strong>de</strong>sperdiçar um cabe<strong>da</strong>l <strong>de</strong>conhecimentos e competências semvislumbre <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong>.Invocando restrições orçamentais, oGoverno po<strong>de</strong> estar a preparar-se para umadiminuição do número <strong>de</strong> Técnicos, paraencerrar Zonas Agrárias e Serviços (aredução <strong>de</strong> 7 para 5 Direcções Regionais<strong>de</strong> Agricultura será um primeiro passo).NÃO HÁ TÉCNICOS A MAIS – HÁ ÉTÉCNICOS MAL APROVEITADOS E FALTADE VONTADE POLÍTICA (E DE DISPO-NIBILIZAÇÃO DE MEIOS) PARA OS PÔR AOSERVIÇO DA AGRICULTURA E DOSAGRICULTORES.Num Mundo Rural ca<strong>da</strong> vez com maisproblemas, a extinção <strong>de</strong> Zonas Agrárias e<strong>de</strong> Serviços próximos dos Agricultoreslevará a um maior afastamento <strong>da</strong>sestruturas oficiais em relação ao campo eaos Agricultores obrigando estes a penosase dispendiosas <strong>de</strong>slocações “obrigatórias”para além <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> tempo.Se o MADRP enten<strong>de</strong> que os Técnicosestão sub-aproveitados, (e já que extinguiua Extensão Rural), então que em vez <strong>de</strong> oscolocar nos “exce<strong>de</strong>ntes” e/ou eliminarZonas Agrárias e Serviços, direccione assuas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s para os Controlos eFiscalizações, em vez <strong>de</strong> pagar fortunas aEmpresas que “em nome do INGA” sãomais “papistas que o Papa” para apresentarserviço a quem lhes paga regiamente – oINGA/UNIÃO EUROPEIA/TODOS NÓS...2 9


NOTÍCIASSECA CONTINUAE CONTINUA A FALTA DE APOIOS GOVERNAMENTAIS...10Nota-se bem, e os organismos oficiaisconfirmam, que a Seca continua e que seacentuam os prejuízos, nomea<strong>da</strong>mente naAgricultura.Vive-se um contexto em que as máscondições atmosféricas continuam a juntarseàs más políticas agrícolas para<strong>de</strong>sgraçar a Lavoura e tirar o sono aosAgricultores.Entretanto, o Governo não dá mostras <strong>de</strong>querer enfrentar a situação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong> aprevenir e acudir às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s ca<strong>da</strong> vezmaiores.Assim, a <strong>CNA</strong> reclama ao Governo :• A reactivação <strong>da</strong> “Comissão para aSeca” que funcionou em 2005;• A <strong>de</strong>finição imediata e participa<strong>da</strong> <strong>de</strong>um conjunto <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> apoio - <strong>de</strong> factoexcepcionais - para os Agricultorespo<strong>de</strong>rem enfrentar com esperança opresente e o futuro tão problemáticos.• A pon<strong>de</strong>ração do (gran<strong>de</strong>) reforço <strong>da</strong>sverbas do Orçamento <strong>de</strong> Estado, <strong>2006</strong>,especificamente <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a minorar osprejuízos <strong>da</strong> Seca.• A prevenção <strong>de</strong> outras medi<strong>da</strong>sexcepcionais, nomea<strong>da</strong>mente quanto àcaptação e gestão <strong>de</strong> recursos hídricos adisponibilizar para a Lavoura (entre outrossectores).• A coor<strong>de</strong>nação com outros Estados-Membro – e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo com Espanha –para que a União Europeia ain<strong>da</strong> venha aconsi<strong>de</strong>rar, no âmbito do Fundo <strong>de</strong>Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> União Europeia, osapoios (in<strong>de</strong>mnizações por prejuízos) àSeca e aos Incêndios Florestais.A Direcção Nacional <strong>da</strong> C N A


CADERNO TÉCNICOORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOSVERSUS SEMENTES “TERMINATOR”Por José MiguelComeça-se agora a ouvir falar dos novospassos <strong>da</strong> biotecnologia ver<strong>de</strong>, ou seja,<strong>da</strong>quela que se <strong>de</strong>dica ao reino vegetal.Após a aposta no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>Organismos Geneticamente Modificados(OGM’s) , surge agora uma nova tecnologiaque permite salvaguar<strong>da</strong>r os interesses <strong>de</strong>quem <strong>de</strong>tém as patentes sobre os OGM’s,ao não permitir que estes mesmosorganismos se dupliquem.Esta tecnologia permitiu criar sementesque originam plantas estéreis, às quais foi<strong>da</strong>do o nome <strong>de</strong> sementes “terminator”, emalusão ao filme <strong>de</strong> Arnold Schwarzenegger.Torna-se assim a ficção ciêntifica emreali<strong>da</strong><strong>de</strong>, nesta caso numa guerra pelodomínio <strong>da</strong> tecnologia, contra o direitoindividual <strong>de</strong> produzir alimentos, contra odireito colectivo <strong>de</strong> soberania alimentar.Trata-se, mais uma vez, <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong>biotecnologia no mau sentido, no sentidodos interesses particulares <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>sgrupos económicos, aos quais se lhecontinua a permitir patentear seres vivos,como se fossem criadores <strong>de</strong> alguma coisa,criadores dos genes que existem hámilhares <strong>de</strong> anos na terra.Esta nova tecnologia, embora possa vira minimizar aquilo que po<strong>de</strong>rá ser a poluiçãodo futuro, a poluição genética (proliferação<strong>de</strong> pólens resultantes <strong>de</strong> plantas altera<strong>da</strong>sgeneticamente), não trará na<strong>da</strong> <strong>de</strong> bom paraos Agricultores <strong>de</strong> todo o Mundo, <strong>da</strong>do quese caminhará para uma total <strong>de</strong>pendência,face às gran<strong>de</strong>s multinacionais <strong>da</strong>biotecnologia, ao per<strong>de</strong>r-se o ciclo <strong>de</strong>produção <strong>de</strong> sementes convencionais.Por outro lado, estas serão patentes queperdurarão no tempo, porque para além <strong>da</strong>s<strong>de</strong>fesas jurídicas inerentes a uma patente eque a fazem perdurar durante 20 anos, estastem <strong>de</strong>fesas tecnológicas, que impe<strong>de</strong>m asua utilização (se fosse esse o caminho <strong>da</strong>nossa civilização), mesmo após esseperíodo <strong>de</strong> 20 anos.Ministério <strong>da</strong>Agricultura, doDesenvolvimentoRural e <strong>da</strong>s PescasUNIÃO EUROPEIAFUNDOS ESTRUTURAISEste dossier faz parte <strong>da</strong> revista <strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong> ao abrigo <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> 10 do Programa Agro11


CADERNO TÉCNICOExiste uma moratória, <strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> pelaConvenção <strong>da</strong> Biodiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> Biológica, <strong>de</strong>proibição <strong>de</strong>sta tecnologia, mas que porpressão <strong>de</strong> certos países, nomea<strong>da</strong>mentedo Canadá e <strong>da</strong> Nova Zelândia, acabou porser ultrapassa<strong>da</strong>, ao permitir-se que ca<strong>da</strong>país assumisse, ou não, individualmente,esta moratória.Em Março, mais precisamente entre 30e 31 <strong>de</strong> Março, irá <strong>de</strong>correr uma novareunião dos Membros <strong>da</strong> Convenção, emCuritiba – Brasil, e on<strong>de</strong> se espera que esta<strong>de</strong>cisão possa ser anula<strong>da</strong> mantendo aMoratória o seu pleno efeito.Segundo alguns especialistas, existem mile quatrocentos milhões <strong>de</strong> pessoas em todo omundo, cuja rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>agricultura que exercem, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> utilização<strong>da</strong>s suas sementes, <strong>de</strong> ano para ano.A Biopirataria é hoje uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e àmonopolização/usurpação dos recursosgenéticos para as quais as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>sagrícolas contribuíram para preservar ediversificar, acresce a uma manipulaçãoirresponsável <strong>da</strong>quilo que é um património<strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>.Com base na explanação efectua<strong>da</strong> naapresentação do livro “UM MUNDOPATENTEADO? A PRIVATIZAÇÃO DAVIDA E DO CONHECIMENTO” editado pelaFun<strong>da</strong>ção Heinrich Boll12


CADERNO TÉCNICOPor Lucin<strong>da</strong> PintoImplementado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996 pelo INGA emcolaboração com as Organizações <strong>de</strong>Agricultores, o Parcelário constitui a base<strong>de</strong> <strong>da</strong>dos mais completa sobre as parcelasagrícolas em Portugal.O trabalho inicial consistiu nai<strong>de</strong>ntificação e marcação emOrtofotomapas <strong>da</strong>s parcelas explora<strong>da</strong>spelos agricultores a que se juntou uminquérito relativo aos aspectos agronómicosassociados a essas mesmas parcelas. Emresultado <strong>de</strong>ste levantamento, foramemitidos para ca<strong>da</strong> agricultor documentos<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação – chamado P1,acompanhado numa fase posterior dodocumento ortofotográfico, ou seja areprodução <strong>da</strong> “fotografia” com a marcaçãodos limites <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> parcela i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> peloagricultor.Anualmente o INGA tem enviado aosagricultores o P1 com as actualizaçõesefectua<strong>da</strong>s no ano anterior.As alterações, correcções <strong>de</strong> parcelasexistentes ou i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novasparcelas, são efectua<strong>da</strong>s nos postos <strong>de</strong>atendimento <strong>da</strong>s Direcções Regionais doIFADAP/INGA, distribuídos pelas váriasregiões do País.Actualmente, to<strong>da</strong>s estas alterações sãoefectua<strong>da</strong>s “on-line” permitindo o sistemafornecer “na hora” ao agricultor o P1actualizado bem como o documentoOrtofotográfico <strong>de</strong>signado por P3.O que há <strong>de</strong> novo?Funcionamento <strong>da</strong>s salas <strong>de</strong>atendimentoNas páginas seguintes encontram-sediscriminados os locais on<strong>de</strong> funciona oparcelário, bem como o horário <strong>de</strong>funcionamento com a i<strong>de</strong>ntificação dotécnico responsável pelo Posto.Através do novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>funcionamento “on-line” é possível efectuaralterações, correcções e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>novas parcelas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> áreageográfica on<strong>de</strong> se situa a parcela. Isto querdizer que um agricultor titular <strong>de</strong> umaexploração em Trás-os-Montes que resi<strong>da</strong>em Lisboa po<strong>de</strong> dirigir-se ao local <strong>de</strong>atendimento mais próximo <strong>da</strong> sua residênciae aí efectuar as respectivas alterações.Documentos <strong>de</strong> apresentaçãoobrigatóriaPara além dos documentos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação,os agricultores que preten<strong>da</strong>m i<strong>de</strong>ntificar novasparcelas ou acrescentar parcelas jáanteriormente i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s, terão <strong>de</strong>apresentar, obrigatoriamente, os documentos<strong>de</strong> titulari<strong>da</strong><strong>de</strong> que comprovem a posse ou ouso <strong>da</strong> terra. Para as restantes situações,eliminação <strong>de</strong> parcelas, alteração <strong>de</strong> limites oualteração do número <strong>de</strong> árvores, não éobrigatória a apresentação dos documentoscomprovativos <strong>de</strong> posse ou uso <strong>da</strong> terra.2 13


CADERNO TÉCNICOSalaResponsável SalaMoraAROUCABRAGACABECEIRAS DE BASTOCINFÃESMATOSINHOSMONÇÃOPENAFIELPONTE DE LIMACELORICO DE BASTO 1)BRAGANÇA 1)CHAVESLAMEGOMACEDO DE CAVALEIROSMIRANDELAMOGADOUROTORRE DE MONCORVOVILA REALAVEIROCOIMBRALEIRIAVISEUCASTELO BRANCOFUNDÃO 2)GOUVEIAGUARDAPINHEL 2)SERTÃ 2)SANTARÉMTOMAR 1)TORRES VEDRASBEJAÉVORAPORTALEGRESANTIAGO DO CACÉMFAROPORTIMÃOJosé Fernando S. B. ReisMaria José MacedoJoão Barroso PiresJosé Carlos Magalhães CapeloJoão Maria L. Castro LemosJosé Henrique GonçalvesAntónio Seabra <strong>da</strong> RochaJosé Maria MagalhãesFernando Guia PauloAnabela Pereira / Francisco RibeiroRaúl António Ribeiro LuísAntónio José <strong>de</strong> BarrosAnabela Teixeira PereiraCristiana Maria Carvalho CostaCarlos Alberto Vaz PintoAntónio José BatistaAlbano Miguel Moutinho PereiraIsabel SemedoAlcino BorgesClarin<strong>da</strong> MachadoArtur ReisCarlos Aleixo TomásFernando José Ribeiro <strong>da</strong> CruzConstantino Duarte Gomes <strong>de</strong> MatosAntónio Marques AmareloAlberto António Santos AntunesIzil<strong>da</strong> TavaresFrancisco Manuel Ventura GomesAntónio José Ventura BugalhãoJosé Dias GonçalvesJosé SilvaAfra VidigalMaria Manuela LinãManuel Almei<strong>da</strong>Nuno Ricardo Ferreira AgrelaArménio <strong>da</strong> Palma GregórioZona Agrária <strong>de</strong> Arouca – Convento <strong>de</strong> St.ª. Mafal<strong>da</strong>,Rua do Carmo, n.º 31-33 – 4700-309 BragaZona Agrária <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, Parque FloreZona Agrária <strong>de</strong> Cinfães – Urbanização <strong>da</strong> Qt.ª dosZona Agrária <strong>de</strong> <strong>de</strong> Matosinhos – Sr.ª <strong>da</strong> Hora, Estra281 MatosinhosZona Agrária <strong>de</strong> Monção, Porta do Sol – 4950-500 MZona Agrária <strong>de</strong> Penafiel – Av. Zeferino <strong>de</strong> Oliveira,Zona Agrária <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima – Sobral, Arca – 49Praça Altino Alves Pereira – 4890-225 Celorico <strong>de</strong> BCasa do Lavrador – Rua Claudino Mesquita <strong>da</strong> RosZona Agrária <strong>de</strong> Chaves – Campo <strong>da</strong> Fonte, 30 – 5Calça<strong>da</strong> <strong>da</strong> Guerra, Parque Florestal – 5100-065 LZona Agrária <strong>de</strong> Macedo <strong>de</strong> Cavaleiros – Recinto <strong>da</strong>CavaleirosCentro <strong>de</strong> Formação Profissional-DRATM – Quinta dCasas do M.A.P. – Rua <strong>da</strong> Fonte Nova – 5200-299Zona Agrária <strong>de</strong> Torre <strong>de</strong> Moncorvo – Rua Dr. JoãoAv. Almei<strong>da</strong> Lucena, 24, r/c – 5000-660 Vila RealZona Agrária <strong>de</strong> Aveiro – Rua <strong>de</strong> Anadia (3810-208 ADRABL – Av. Fernão <strong>de</strong> Magalhães, 465, 1º – 3000-Zona Agrária <strong>de</strong> Leiria – Rua Dr. José Alves CorreiaZona Agrária <strong>de</strong> Viseu – Quinta do Fontelo, Estr. S.Zona Agrária <strong>de</strong> Castelo Branco – Sítio do Lirião (P113 Castelo BrancoZona Agrária do Fundão – Edifício <strong>da</strong> Associação RPoente, Largo do Tribunal – 6230 FundãoZona Agrária <strong>de</strong> Gouveia – Quinta do Seixal – ApartZona Agrária <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> – Bairro <strong>da</strong> Sr.ª. Dos RemédZona Agrária <strong>de</strong> Pinhel – Rua Carreira <strong>de</strong> Tiro, 1, 1Zona Agrária <strong>da</strong> Sertã – Bairro José Farinha TavaresEstação Zootécnica Nacional – Fonte Boa, Vale <strong>de</strong>Zona Agrária <strong>de</strong> Tomar – Rua Cavaleiros <strong>de</strong> Cristo,Zona Agrária <strong>de</strong> Torres Vedras – Rua Princesa BeneDirecção Regional do IFADAP/INGA do Alentejo – RDirecção Regional do IFADAP/INGA do Alentejo – QDirecção Regional do IFADAP/INGA do Alentejo – RDirecção Regional do IFADAP/INGA do Alentejo – LaCacém)Direcção Regional <strong>de</strong> Agricultura do Algarve – PatacZona Agrária <strong>de</strong> Portimão – Cabeço do Mocho – 81) Ain<strong>da</strong> não está em funcionamento por razões técnicas <strong>de</strong> instalação <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação2) É necessária marcação prévia para atendimento14


CADERNO TÉCNICO<strong>da</strong>TelefoneDias <strong>de</strong>AtendimentoHorárioAv. 25 <strong>de</strong> Abril, 2 – 4540 Aroucastal – Refojos – 4860 Cabeceiras <strong>de</strong> Bastos Passais, Loja B – 4690 Cinfães<strong>da</strong> Exterior <strong>da</strong> Circunvalação. nº. 11846 – 4460-256943456253265880 / 253265882253662120255563585229574032Todos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os dias9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h15–17honção1 – 4560 Penafiel90 Pte <strong>de</strong> Limaastoa – Bragança400-160 ChavesamegoCooperativa Apartado 33 – 5340-951 Macedo <strong>de</strong>251653240255729120258742207255320480273327329276333158254612033278428010Todos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os dias9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h15–17h9h15–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17ho Valongo – 5370-087 Miran<strong>de</strong>laMogadouroLeonardo, 5 – 5160-280 Torre <strong>de</strong> Moncorvoveiro)-177 Coimbra<strong>da</strong> Silva, 14-B – 2400-117 LeiriaJõao <strong>da</strong> Carreira – 3504-504 Viseuarque <strong>de</strong> Campismo), Caixa Postal 204 – 6000-278260900966798497279254161961620199234403980 / Ext. 453239855358244800580 / Ext. 330232467220 / Ext. 237272325954Todos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os dias9h30–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17h9h30–12h / 14h–17h9h–12h30 / 14h–17h309h–12h30 / 14h–17h3010h–12h30 / 14h–16h309h–12h30 / 14h–17h309h30–12h30 / 14h–17h00egantes <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, Zona <strong>de</strong> Expansão275779420Todos os dias10h–12h / 14h30–17hado 34 – 6291 Gouveiaios – 6300 Guar<strong>da</strong>º – 6400-338 Pinhel– 6100-745 SertãSantarém – 2000-763 SantarémApartado 127 – 2300-487 Tomardita, 4, 2º – 2560-359 Torres Vedrasua S. Sebastião, Apartado 6121 – 7801-954 Beja)uinta <strong>da</strong> Malagueira – 7002-553 Évoraua <strong>de</strong> Olivença, 60 – 7300-149 Portalegrergo do Mercado, 19 – 7540 -135 Santiago do238491043271222148 / 271205450271413800274603254243767032/4/5249310490261318855284311505266757875245301190269822911Todos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os dias5ª e 6ªs2ª, 5ª e 6ªsTodos os diasTodos os diasTodos os diasTodos os dias9h30–12h30 / 14h–17h009h30–12h30 / 14h–17h0010h–12h / 14h30–17h10h–12h / 14h30–17h9h–12h / 14h–17h9h–12h / 14h–17h9h–12h / 14h–17h9h30–12h30 / 14h–17h9h30–12h30 / 14h–17h9h–12h / 13h–16h9h–12h / 13h–16hão,Piso 3, Sala 301 – 8001-904 Faro500-313 Portimão2898707382824906302ª, 3ª e 4ªs2ª, 3ª e 4ªs9h30–16h309h30–16h302 15


CADERNO TÉCNICOExistem <strong>da</strong>dos associados às parcelasque aju<strong>da</strong>m a um melhor enquadramento,com vista, por exemplo, à respectivaelegibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s.Assim, é forneci<strong>da</strong> informação sobre sea parcela está ou não incluí<strong>da</strong> numa ZonaVulnerável* ou numa área do ICN**, qual é oseu Índice <strong>de</strong> Qualificação Fisiográfico***,se a parcela contém informação relativa aoolival (que virá <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> no quadroseguinte), sobre a situação <strong>da</strong> parcela (seé uma parcela <strong>de</strong> pastagem permanente ouarboriza<strong>da</strong> ao abrigo do Ruris FTA, porexemplo). É menciona<strong>da</strong> também a Acçãoque indica o tipo <strong>de</strong> actualização:• Parcela acrescenta<strong>da</strong> - A;• Parcela com marcação para visita <strong>de</strong>campo - D;• Parcela nova - N;• Parcela com limites alterados- L;• Parcela com alteração do número <strong>de</strong>árvores - O;• Parcela com alteração <strong>de</strong> atributos -C (correspon<strong>de</strong> à alteração <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<strong>de</strong>clarativos -nome, artigo, ocupaçãocultural e <strong>da</strong>dos agronómicos do olival);• Parcela elimina<strong>da</strong> - E (significa que aparcela <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> estar afecta a esterequerente po<strong>de</strong>ndo, no entanto, estarliga<strong>da</strong> a outro e que, por isso, continua aexistir no sistema);• Parcela morta - M (significa que aparcela <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir tanto para orequerente como no sistema).Por último é menciona<strong>da</strong> a <strong>da</strong>ta em queocorreu a última alteração na parcela.*ZV- Enten<strong>de</strong>-se por Zona Vulnerável –ZV, aquela que drena a sua água pararecursos hídricos poluídos e susceptíveis<strong>de</strong> serem poluídos, para a áreageográfica abrangi<strong>da</strong> pela ZV. Forami<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s no nosso país algumaszonas vulneráveis e que estão sujeitas amaiores concentrações <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>poluentes –os nitratos. Forami<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s 14 ZV, <strong>da</strong>s quais seis nocontinente e as restantes na Regiãoautónoma dos Açores. Este indicadortomou maior importância com aobrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> do cumprimento dosRequisitos Legais <strong>de</strong> Gestão previstosna Condicionali<strong>da</strong><strong>de</strong> aplicável aosbeneficiários <strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s directas.** ICN- Instituto <strong>de</strong> Conservação <strong>da</strong>Natureza. A informação respeita àinclusão ou não <strong>da</strong> parcela nas áreasgeri<strong>da</strong>s pelo ICN.***Índice <strong>de</strong> Qualificação Fisiográfico<strong>da</strong> Parcela - este índice traduz a relaçãoentre a morfologia <strong>da</strong> parcela e o seurisco <strong>de</strong> erosão. O valor varia entre 1 e5, sendo que 1 correspon<strong>de</strong> ao menos e5 ao mais inclinado. No caso em que ovalor é zero significa que não é calculávelou que vai ser calculado pelo INGAposteriormente. Esta situação ocorrequando há <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> novasparcelas ou alteração <strong>de</strong> limites duma jáexistente. Esta informação constará doP1 a enviar pelo INGA, na campanhaseguinte.18


CADERNO TÉCNICOPara melhor visualização <strong>da</strong>s parcelas que <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> estar afectas ao requerente, éapresentado um quadro com a informação individualiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>s parcelas elimina<strong>da</strong>s oumortas.Nos quadros seguintes é feita acaracterização <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> parcela ao nível <strong>da</strong>ocupação cultural dominante. Assim, no caso<strong>da</strong> parcela ter mais do que uma ocupaçãocultural, por exemplo pomar e culturaarvense é inscrita a área correspon<strong>de</strong>nte aoolival e cultura arvense. A distribuição <strong>da</strong>área pelas diferentes ocupações culturaisé feita <strong>de</strong> acordo com a informação doprodutor. São excepção as seguintessituações:a) Existência <strong>de</strong> oliveiras na parcelaNo caso <strong>de</strong> existirem oliveiras, a áreaocupa<strong>da</strong> por estas correspon<strong>de</strong> à áreacalcula<strong>da</strong> pelo programa informático combase no método <strong>de</strong> cálculo <strong>da</strong> áreaprevisto no anexo XXIV do Reg (CE) Nº1973/2004 <strong>da</strong> Comissão, método estecuja aferição <strong>da</strong> área tem por base aposição geográfica <strong>da</strong> oliveira na parcela(Ver caixa1).b) Parcelas afectas ao programa <strong>de</strong>florestação (Ruris- FTA)As parcelas nesta situação aparecemcom a área individualiza<strong>da</strong> e a respectivaocupação AF (Área Florestal).c) Parcelas afectas ao projecto VitisEstas parcelas são discrimina<strong>da</strong>s nocampo do “Nome <strong>da</strong> parcela” pelo nº doprojecto <strong>de</strong> plantação <strong>da</strong> vinha ao abrigodo programa Vitis, sendo a área inscritano campo relativo à ocupação VN.2 19


20CADERNO TÉCNICO


CADERNO TÉCNICOIndividualização <strong>da</strong>s parcelas <strong>de</strong> olivalSempre que na exploração do agricultorexistam parcelas com oliveiras, éindividualiza<strong>da</strong> a respectiva área em termos<strong>de</strong> Ocupação do solo.Além disso é forneci<strong>da</strong> ao agricultor ainformação sobre as parcelas <strong>de</strong> olival paraas quais existe inquérito olivícola:a) Informação ao nível <strong>da</strong> parcela-Número <strong>de</strong> oliveiras e área <strong>de</strong> olival total<strong>da</strong> parcela;-Número <strong>de</strong> oliveiras elegíveis na parcela.O conceito <strong>de</strong> “oliveira elegível” correspon<strong>de</strong>ao <strong>de</strong>finido no anexo XXIV do Reg (CE) Nº1973/2004 <strong>da</strong> Comissão, ou seja, “oliveirasplanta<strong>da</strong>s antes <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1998, ouoliveiras <strong>de</strong> substituição ou oliveiras planta<strong>da</strong>sao abrigo <strong>de</strong> um Plano <strong>de</strong> plantação aprovadopela Comissão Europeia” (como é o caso <strong>de</strong>Portugal em que foi aprovado um plano <strong>de</strong>plantação <strong>de</strong> 30 000ha <strong>de</strong> novo olival), <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que regista<strong>da</strong>s no Sistema <strong>de</strong> InformaçãoGeográfico (SIG-OL) .CAIXA 1Método Comum <strong>de</strong> cálculo <strong>da</strong> superfície oleícola em hectares “SIG oleícola”-Anexo XXIV do Reg. (CE) nº 1973/2004 <strong>da</strong> Comissão.Este método, aplicado em todos os Estados-Membros, <strong>de</strong>stina-se a obter a área <strong>de</strong>olival a partir <strong>da</strong> posição <strong>da</strong>s oliveiras elegíveis na parcela i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> no “parcelário”.Para chegar a esta área são analisados uma série <strong>de</strong> parâmetros previamenteestabelecidos.Assim, em primeiro lugar é efectua<strong>da</strong> a análise <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> - é estabeleci<strong>da</strong> a ligaçãoentre as oliveiras que distam entre si 20 metros. Se distarem mais <strong>de</strong> 20 metros sãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s oliveiras isola<strong>da</strong>s. Asuperfície para as oliveiras isola<strong>da</strong>s é<strong>de</strong> 100m2, correspon<strong>de</strong>ndo a umcírculo <strong>de</strong> 5,64m <strong>de</strong> raio centrado naoliveira elegível isola<strong>da</strong>.Depois <strong>de</strong> efectua<strong>da</strong> a análise <strong>da</strong>vizinhança e <strong>de</strong> estabelecer arelação entre as oliveiras são<strong>de</strong>finidos um “corredor <strong>de</strong> vizinhançainterno” e um “corredor <strong>de</strong> vizinhançaexterno”, sendo <strong>de</strong>pois elimina<strong>da</strong>s asáreas <strong>de</strong> sobreposição.De referir que os limites <strong>da</strong>parcela são sempre respeitadospelo que a superfície oleícolapo<strong>de</strong>rá ser diminuí<strong>da</strong> <strong>de</strong> modo arespeitar o limite <strong>da</strong> parcela.Numa etapa posterior é aferi<strong>da</strong> aárea e oliveiras elegíveis porrequerente, sendo atribuído para osolivais explorados em partilha (maisdo que um requerente na parcela) aárea oleícola proporcional aonúmero <strong>de</strong> oliveiras correspon<strong>de</strong>ntea ca<strong>da</strong> requerente.Definições:• “Parcela oleícola”: uma parte contínua <strong>de</strong>terreno na qual estão implanta<strong>da</strong>s oliveiraselegíveis em produção que distam to<strong>da</strong>smenos que uma distância máxima <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> <strong>de</strong>outra oliveira elegível.• “Oliveira elegível”: uma oliveira planta<strong>da</strong>antes <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1998 ou uma oliveira <strong>de</strong>substituição ou uma oliveira planta<strong>da</strong> noâmbito <strong>de</strong> um programa aprovado pelaComissão (no caso <strong>de</strong> Portugal correspon<strong>de</strong>ao programa <strong>de</strong> plantação <strong>de</strong> 30 000ha <strong>de</strong>novo olival).• “Oliveira elegível isola<strong>da</strong>”: uma oliveiraelegível em produção que não preenche ascondições necessárias para fazer parte <strong>de</strong>uma parcela oleícola.• “Oliveira elegível em produção”: umaoliveira elegível <strong>de</strong> uma espécie classifica<strong>da</strong>como doméstica, viva, implanta<strong>da</strong> <strong>de</strong> modopermanente, em qualquer estado,eventualmente com vários troncos distantesmenos <strong>de</strong> dois metros uns <strong>de</strong> outros na base.2 21


CADERNO TÉCNICO- Área <strong>de</strong> olival elegível. Este valorcorrespon<strong>de</strong> ao cálculo <strong>da</strong> área ocupa<strong>da</strong>pelas oliveiras elegíveis.b) Informação ao nível <strong>de</strong> requerente-Número <strong>de</strong> oliveiras e área associa<strong>da</strong> aorequerente;- Número <strong>de</strong> oliveiras e área <strong>de</strong> olival elegível.Este valor tem em conta a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>“oliveira elegível”.22c) Características do olivalNeste quadro encontram-se <strong>de</strong>scritos osatributos <strong>da</strong> parcela <strong>de</strong> olival nomea<strong>da</strong>mentequanto aos seus aspectosagronómicos (varie<strong>da</strong><strong>de</strong>, cultura associa<strong>da</strong>no caso <strong>de</strong> ser um olival consociado e se éirrigado ou não). No caso dos novos olivaisencontra-se discriminado o número <strong>de</strong>oliveiras planta<strong>da</strong>s <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong>1998 e se a respectiva plantação foiefectua<strong>da</strong> (ou não) com DPIP (DeclaraçãoPrévia <strong>de</strong> Intenção <strong>de</strong> Plantação).


CADERNO TÉCNICODocumento Ortofotográfico <strong>da</strong>Parcela - P3Outra <strong>da</strong>s alterações introduzi<strong>da</strong>s nestacampanha diz respeito à emissão,relativamente a ca<strong>da</strong> parcela, <strong>da</strong> apresentaçãográfica <strong>da</strong> ocupação cultural <strong>da</strong> parcela.Assim, o P3, que será emitido por parcela,contém a i<strong>de</strong>ntificação do requerente,representação ortofotográfica, representaçãográfica e informação alfanumérica relativaa ca<strong>da</strong> parcela explora<strong>da</strong> pelo agricultor.Este documento é constituído, normalmente,por uma página, po<strong>de</strong>ndo ter duas casoexistam árvores georeferencia<strong>da</strong>s naparcela.A primeira página é constituí<strong>da</strong>, numprimeiro quadro, pelos <strong>da</strong>dos do requerente(Nome, Número <strong>de</strong> Contribuinte e Número<strong>de</strong> INGA) concelho e freguesia a quepertence a parcela. Num segundo quadroencontra-se discriminado o número <strong>de</strong>parcelário, a área e o nome <strong>da</strong> parcela.Na área <strong>de</strong> representação ortofotográficaé apresenta<strong>da</strong> a “fotografia” com a<strong>de</strong>limitação <strong>da</strong> parcela no ortofotomapamais actual. Nesta área <strong>da</strong> página háinformação que aju<strong>da</strong> a interpretar odocumento, como seja, a escala em que odocumento é produzido (a escala máxima<strong>de</strong> aproximação é <strong>de</strong> 1:2000, não havendoescala mínima).Existe também informação relativa aoortofotomapa (ano do voo, escala e sistema<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s utilizado), bem como umcódigo <strong>de</strong> barras que i<strong>de</strong>ntifica o requerente,o número <strong>de</strong> parcelário e a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> últimaactualização.Área <strong>de</strong> Representação Ortofotográfica2 23


CADERNO TÉCNICOA área <strong>de</strong> representação gráficaapresenta o “<strong>de</strong>senho” <strong>da</strong> parcela com arespectiva <strong>de</strong>limitação contendo informaçãosobre a ocupação cultural <strong>da</strong> parcela. Se aparcela tiver mais do que uma ocupaçãocultural, por exemplo cultura arvense (Ca) ePomar (Pm) a separação <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> parcelaserá efectua<strong>da</strong> a tracejado.Sempre que existem árvoresgeoreferencia<strong>da</strong>s na parcela, é impressauma segun<strong>da</strong> página do P3.Nesta página repete-se a informação <strong>da</strong>página anterior no que respeita ài<strong>de</strong>ntificação do documento e do requerente.Na representação gráfica as espécies <strong>de</strong>árvores são distingui<strong>da</strong>s através <strong>de</strong>numeração. Nesta área do documentoexiste também a <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong> ocupaçãocultural <strong>da</strong> parcela (que repete <strong>da</strong> páginaanterior) e um quadro relativo à espécie <strong>de</strong>árvores e respectivo número existente naparcela.Área <strong>de</strong> Representação Gráfica24


CADERNO TÉCNICOParcelário e recepção <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>turasTal como já se disse atrás, osdocumentos do parcelário são fun<strong>da</strong>mentaispara a realização do Pedido Único <strong>de</strong>Aju<strong>da</strong>s Superfícies, conhecido pelosagricultores pelo nome <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lo A.Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tura concentraactualmente to<strong>da</strong> a informação sobre aexploração do agricultor que se relacionacom a superfície <strong>da</strong> exploração. É fácil, porisso, perceber que a informação actualiza<strong>da</strong>e conforme a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> existente naexploração, é condição indispensável paraque não ocorram problemas administrativos,que tantas vezes inviabilizam o pagamento<strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s aos agricultores.Além disso, sempre que o agricultor<strong>de</strong>clara explorar parcelas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s poroutra pessoa (por exemplo pelo proprietário<strong>de</strong>ssas mesmas parcelas), terá <strong>de</strong> anexaresse documento à sua candi<strong>da</strong>tura.2 25


CADERNO TÉCNICOO P1 - <strong>2006</strong>Esta é, provavelmente, a últimacampanha em que o INGA enviou o P1 aouniverso <strong>de</strong> requerentes registados na base<strong>de</strong> <strong>da</strong>dos do Parcelário.Assim, em 2007 o agricultor que nãodisponha do P1 terá <strong>de</strong> o solicitarexpressamente ao INGA.O mo<strong>de</strong>lo é idêntico ao <strong>da</strong> campanhaanterior com excepção <strong>da</strong> informaçãorelativa à área <strong>de</strong> olival, que foi retira<strong>da</strong>.Em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> implementação do Regime<strong>de</strong> Pagamento Único para o sector doazeite e azeitona <strong>de</strong> mesa, a informaçãosobre a área e número <strong>de</strong> oliveiras assumiuuma importância muito maior. De facto, aalteração do mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong>atribuição <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>s aos olivicultores (<strong>de</strong>uma aju<strong>da</strong> à produção para um regime <strong>de</strong>pagamento único à exploração dissociado<strong>da</strong> produção), <strong>de</strong>terminou a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>sáreas e oliveiras elegíveis, áreas estasaferi<strong>da</strong>s através do método imposto pelaComissão baseado na posição geográfica<strong>da</strong>s oliveiras na parcela.26


CADERNO TÉCNICOInformação Complementar ao P1 - <strong>2006</strong>Informação complementar envia<strong>da</strong>pelo INGA aos olivicultoresEm virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> situação atrás <strong>de</strong>scrita, oINGA enviou aos olivicultores, durante o mês<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, uma informaçãocomplementar relativa ao olival. Estedocumento discrimina as parcelas <strong>de</strong> olivale oliveiras, fornecendo informação sobre asáreas e oliveiras elegíveis.É <strong>de</strong> salientar ain<strong>da</strong> que nem sempre ainformação conti<strong>da</strong> neste documento écoinci<strong>de</strong>nte com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que o agricultorreconhece na sua exploração e quepo<strong>de</strong>rão existir discrepâncias no número <strong>de</strong>árvores e área <strong>de</strong> olival.Algumas situações <strong>de</strong>correm <strong>da</strong>existência <strong>de</strong> novo olival na exploração,possíveis erros <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>da</strong>sparcelas, ou mesmo erros <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>problemas na contagem <strong>da</strong>s oliveirasatravés do programa informático.Sempre que a informação se mostreincoerente com a possível reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, oolivicultor <strong>de</strong>ve dirigir-se a uma sala doParcelário para aí resolver o problema,recebendo um P1 actualizado.Sempre que a informação se mostreincoerente com a possível reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, oolivicultor <strong>de</strong>ve dirigir-se a uma sala doParcelário para aí resolver o problema,recebendo um P1 actualizado.2 27


CADERNO TÉCNICOP1 - baldio <strong>2006</strong>O P1- baldio é enviado à enti<strong>da</strong><strong>de</strong>gestora do baldio que proce<strong>de</strong>u à<strong>de</strong>limitação do perímetro exterior do baldio.Este documento, que não sofreu alteraçõesrelativamente à campanha passa<strong>da</strong>, contéma informação relativa ao número <strong>de</strong> baldioatribuído, aos blocos e respectiva área queconstituem o baldio, bem como à áreadisponível em ca<strong>da</strong> bloco. Contém tambéminformação sobre a área total disponível dobaldio. É a partir <strong>de</strong>sta informação que ogestor do baldio distribui a área pelosrespectivos utilizadores, emitindo para ca<strong>da</strong>um uma “Declaração Individual <strong>de</strong>Autorização <strong>de</strong> Utilização do Baldio”.É <strong>de</strong> referir que os baldios, em relaçãoaos quais não foi efectua<strong>da</strong> a <strong>de</strong>limitaçãodo perímetro exterior, receberam um P1“normal” em Dezembro <strong>de</strong> 2005. Nestescasos é efectua<strong>da</strong> a “Declaração Colectiva<strong>de</strong> Autorização do Baldio”, na qual o gestori<strong>de</strong>ntifica todos os utilizadores do baldiobem como as parcelas e áreas atribuí<strong>da</strong>s aca<strong>da</strong> um. Este documento é entregue nosServiços Regionais do IFADAP/INGA <strong>da</strong>área on<strong>de</strong> se localiza o baldio, que oremeterá às Enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Cre<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s queefectuam a recepção <strong>da</strong>s candi<strong>da</strong>turas dosagricultores, para que possa ser “vali<strong>da</strong><strong>da</strong>”a parcela e área <strong>de</strong>clara<strong>da</strong> na respectivacandi<strong>da</strong>tura.Legislação e fontes <strong>de</strong> informação• Reg. (CE) Nº 1973/2004 <strong>da</strong> Comissão <strong>de</strong>29 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2004, com a alteração<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Reg.(CE) Nº 2182/2005 <strong>da</strong>Comissão <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Dezembro;• www.inga.min-agricultura.pt;• Manual do parcelário campanha <strong>de</strong> <strong>2006</strong>/2007, Normas <strong>de</strong> Procedimento- IFADAP/INGA - (DIC).28


CADERNO TÉCNICOPor José MiguelApós um ano <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> em vigor doProtocolo <strong>de</strong> Quioto (completado nopassado dia 16 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong>), importa falardo mesmo, tendo em conta que é um temaque já hoje influencia, e irá influenciar muitomais, particularmente o sector agrícola eflorestal, embora seja transversal a todos osoutros sectores.Várias são as questões que <strong>de</strong>vem levaraqueles que vivem <strong>da</strong> agricultura e floresta,a interessarem-se e participarem mais nasdiscussões em torno do Protocolo <strong>de</strong>Quioto.Em primeiro lugar e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, porqueestamos a falar <strong>de</strong> alterações climáticas queafectam particularmente o sector agrícolatornando, ain<strong>da</strong> mais, a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola,numa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> risco. Tal, já hoje é bemsentido em Portugal, on<strong>de</strong> parece que aseca <strong>de</strong> 2005, a mais grave <strong>de</strong> que hámemória, po<strong>de</strong>rá prolongar-se por <strong>2006</strong>com prejuízos acrescidos.Mas a questão <strong>da</strong>s alterações climáticasinfluenciará sem dúvi<strong>da</strong> também o sectorflorestal, não só pelas per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rendimentoinerentes à seca, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>staca oexemplo <strong>da</strong> quebra <strong>de</strong> rendimento, em2005, na produção <strong>de</strong> cortiça calculado nummilhão <strong>de</strong> arrobas, mas também pela suainfluência no número e dimensão <strong>de</strong>incêndios registados.Por outro lado, discutir Quioto é discutiro sector energético e aqui também aactivi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola e florestal tem algo adizer, como consumidores <strong>de</strong> gasóleo eelectrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas também como potenciaisprodutores <strong>de</strong> energias alternativas aoscombustíveis fósseis como é o caso doBiogás e <strong>da</strong>s centrais térmicas <strong>de</strong>biomassa.As florestas po<strong>de</strong>rão também serpotencia<strong>da</strong>s uma vez que quando começarver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente a “doer” as ultrapassagensaos compromissos assumidos no Protocolo<strong>de</strong> Quioto, a corri<strong>da</strong> aos créditos <strong>de</strong> emissão<strong>de</strong> gases começará a sério e uma <strong>da</strong>sformas <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong>sses mesmoscréditos, po<strong>de</strong>rá passar pela plantação <strong>de</strong>florestas enquanto sumidouros<strong>de</strong> carbono.Po<strong>de</strong>rá <strong>da</strong>r-se mesmo avalorização <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>florestal em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong>agrícola.2 29


CADERNO TÉCNICOAlterações ClimáticasAs alterações climáticas sempre existiramna terra, espaça<strong>da</strong>s por milhares <strong>de</strong> anos.As chama<strong>da</strong>s eras glaciares cíclicas sempreexistiram alterna<strong>da</strong>s com períodos <strong>de</strong>aumento <strong>da</strong> temperatura terrestre. Segundose sabe, os períodos <strong>de</strong> aquecimentosempre foram coinci<strong>de</strong>ntes com osaumentos dos chamados gases com efeito<strong>de</strong> estufa (GEE)* na atmosfera do planeta.Na actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, dirigimo-nos para o pico <strong>de</strong>um <strong>de</strong>sses períodos <strong>de</strong> calor, o que há aqui<strong>de</strong> novo, é que nunca os valores dos gasescom efeito <strong>de</strong> estufa foram tão altos, ou seja,nunca a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> esteve na fase maisquente do clima do planeta, com níveis <strong>de</strong>gases tão altos. Qual será o efeito concretoe até que ponto as alterações serão mais oumenos intensas não se sabe bem, o que sesabe, é que existe uma relação próxima entreos níveis <strong>de</strong> gases presentes na atmosfera eos níveis <strong>de</strong> temperatura na terra por via dochamado efeito <strong>de</strong> estufa.* Gases com Efeito <strong>de</strong> Estufa (GEE) -Designa-se assim porque o que estesgases fazem é semelhante ao que o vidroou o plástico <strong>de</strong> uma estufa fazem, ou seja,permitem que a luz solar passe por eles emdirecção à terra, mas não permitem que aradiação reflecti<strong>da</strong> pela mesma retorne parao espaço, originando um aumento <strong>da</strong>temperatura.30O Ciclo do CarbonoO principal gás responsável pelo efeito<strong>de</strong> estufa é o CO2. O homem ao longo dostempos tem vindo a <strong>de</strong>stabilizar o ciclo docarbono fazendo com o que o carbonoretido no subsolo e na superfície do planetaseja, por via <strong>da</strong> combustão,libertado e transferido para aatmosfera.Muito <strong>de</strong>ste carbonoprovém dos combustíveisfósseis que continuam a ser afonte <strong>de</strong> energia mais utiliza<strong>da</strong> pelahumani<strong>da</strong><strong>de</strong>. Este carbono que existe nosubsolo tem vindo a ser transferido para anossa atmosfera ao ser consumido paraobtenção <strong>de</strong> energia.Por outro lado, a combustão <strong>da</strong> florestado planeta, tem também contribuído emmuito para este <strong>de</strong>sequilíbrio, neste casoduplamente, pois são elas em si o veiculo<strong>da</strong> inversão do processo, ou seja, <strong>da</strong>passagem do CO2 atmosférico para asuperfície e subsolo do planeta.


CADERNO TÉCNICOCiclo HidrológicoO aumento <strong>da</strong> temperatura do planetafará com que se intensifique o ciclohidrológico, ou seja, as alteraçõesclimáticas não <strong>de</strong>verão implicar que chovaem menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, até pelo contrário, apluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>verá é ser mais concentra<strong>da</strong>no tempo e no espaço, o que levaráinevitavelmente à ocorrência <strong>de</strong> catástrofesnaturais com cheias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> dimensãocomo aquelas que já vêem suce<strong>de</strong>ndo naEuropa e em muitas partes do globo,alterna<strong>da</strong>s com períodos <strong>de</strong> seca intensacausa<strong>da</strong> pela ausência <strong>de</strong> pluviosi<strong>da</strong><strong>de</strong> epor temperaturas mais eleva<strong>da</strong>s.“Climate Change in Portugal.Scenarios, Impacts and A<strong>da</strong>ptationMeasures” (SIAM)O Projecto “Mu<strong>da</strong>nça Climática em Portugal.Cenários, Impactes e Medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> A<strong>da</strong>ptação– SIAM” teve início em 1999 e tem comoobjectivo avaliar os impactos e as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>a<strong>da</strong>ptação às alterações climáticas emPortugal Continental no século XXI.Este Projecto, financiado numa primeirafase pela Fun<strong>da</strong>ção Calouste Gulbenkian epela Fun<strong>da</strong>ção para a Ciência e aTecnologia e numa segun<strong>da</strong> pelo Ministériodo Ambiente, já publicou dois documentoscom os resultados dos estudos efectuados,que se <strong>de</strong>bruçaram sobre cenários do climafuturo, obtidos a partir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>circulação geral <strong>da</strong> atmosfera, que, por suavez, incidiram sobre um conjunto <strong>de</strong> sectoressocio-económicos e sistemas biofísicos.O primeiro <strong>de</strong>sses documentos foidivulgado em Outubro <strong>de</strong> 2001 e publicadoem livro em 2002 e teve como autores mais<strong>de</strong> 50 especialistas <strong>de</strong> várias matérias(Download disponível em - http://www.siam.fc.ul.pt/)As conclusões do SIAM II forampublica<strong>da</strong>s em livro há pouco tempo, maisprecisamente no final <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>ste ano,mas já tinham tido a sua divulgação préviaem 14 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2004 (Apresentaçõespara download: http://www.siam.fc.ul.pt/resumos2.html). Esta segun<strong>da</strong> fase focou--se no estudo <strong>de</strong> caso do Estuário do Sado,tendo os estudos sido alargados às RegiõesAutónomas <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira e dos Açores.De salientar que o Projecto SIAM foi oprimeiro estudo do género a ser realizadoem Portugal e no Sul <strong>da</strong> Europa.Dos últimos resultados divulgados<strong>de</strong>staca-se o seguinte:“Observações portuguesas sãoconsistentes com um padrão <strong>de</strong>aquecimento global em aceleração,apresentando taxas <strong>de</strong> aquecimento acima<strong>da</strong> média global”;“A alteração do regime <strong>de</strong> precipitaçãoé preocupante no Continente(menos precipitação, redução<strong>da</strong> duração <strong>da</strong> estaçãochuvosa) e na Ma<strong>de</strong>ira (muitomenos chuva <strong>de</strong> Inverno eanual)”; 2 31


CADERNO TÉCNICONo que respeita à situação específica doestudo <strong>de</strong> caso do Estuário do Sado:Agricultura:“Per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no trigo, milhoe arroz.No arroz as diminuições <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>atingem valores <strong>de</strong> 80-90% no concelho <strong>de</strong>Alcácer do Sal.No caso do milho e do arroz as per<strong>da</strong>s<strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> vêm também associa<strong>da</strong>sa um aumento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hídricas.Tendo em conta os resultados <strong>de</strong>Recursos Hídricos os impactes po<strong>de</strong>m vir aser ain<strong>da</strong> maiores.”Floresta:“Fortes impactes nas espéciesestu<strong>da</strong><strong>da</strong>s: sobreiro, pinheiro bravo eeucalipto.Viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> biológica e económica doeucalipto e pinheiro bravo po<strong>de</strong>m estar emcausa <strong>de</strong>vido à forte secura.Os impactes po<strong>de</strong>m vir a ser agravados,em algumas espécies, uma vez que existeuma provável redução <strong>da</strong>s disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>shídricas subterrâneas.”Conclusões do estudo <strong>de</strong> caso do Estuáriodo Sado:“Os cenários indicam alguns impactesextremamente severos para a Região doSado.Em particular no caso <strong>da</strong> Agricultura e <strong>da</strong>Floresta em que a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> algumasespécies está <strong>de</strong>finitivamente posta emcausa.”32


CADERNO TÉCNICOHistorial <strong>de</strong> QuiotoEm 1990, e pela primeira vez,estabeleceu-se num relatório do PainelIntergovernamental sobre AlteraçõesClimáticas, uma relação entre a activi<strong>da</strong><strong>de</strong>humana, os Gases com Efeito <strong>de</strong> Estufa eas alterações climáticas que vinham sendonota<strong>da</strong>s no clima mundial.Tendo por base este relatório, caminhou--se para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> implementar umtratado internacional sobre alteraçõesclimáticas, que acabou por ser apresentadoe aprovado na Conferência <strong>da</strong>s NaçõesUni<strong>da</strong>s sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento Humano, realiza<strong>da</strong> no Rio<strong>de</strong> Janeiro, em 1992.Esta Conferência, que contou com apresença <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cem Chefes <strong>de</strong> Estadoe que foi consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a mais importantealgumas vez realiza<strong>da</strong> pela ONU, aprovou,para além <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> Agen<strong>da</strong> 21(documento que veio <strong>de</strong>finir a estratégiamundial para se caminhar para um<strong>de</strong>senvolvimento sustentável), quatro novostratados internacionais, um sobre mu<strong>da</strong>nçasclimáticas, outro sobre diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>biológica, outro sobre <strong>de</strong>sertificação e umoutro ain<strong>da</strong> sobre pesca no alto mar.Ao tratado sobre alterações climáticas<strong>de</strong>u-se o nome <strong>de</strong> Convenção Quadro <strong>da</strong>sNações Uni<strong>da</strong>s sobre AlteraçõesClimáticas.No entanto, esta Convenção não <strong>de</strong>finiaobjectivos quantificados <strong>de</strong> redução elimitação <strong>da</strong>s emissões <strong>de</strong> gases comefeito <strong>de</strong> estufa, pelo que, na 1ª Conferência<strong>da</strong>s Partes <strong>da</strong> Convenção saiu oMan<strong>da</strong>to <strong>de</strong> Berlim, afim <strong>de</strong> tornaroperacional e <strong>da</strong>r eficácia jurídica aosobjectivos <strong>da</strong> mesma e <strong>de</strong> garantir ocombate efectivo às alterações climáticasatravés do estabelecimento <strong>de</strong> compromissosquantificados <strong>de</strong> limitação ouredução <strong>da</strong>s emissões dos seis principaisgases com efeito <strong>de</strong> estufa.Assim, em 1997, em Quioto – Japão, na3ª Conferência <strong>da</strong>s Partes, chega-sefinalmente à adopção <strong>de</strong> um Protocolo comobjectivos quantificáveis ao nível global e aonível específico <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> país, ao qual se <strong>de</strong>uo nome <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> anfitriã, ou seja, chega--se a acordo sobre o Protocolo <strong>de</strong> Quioto.Neste documento estabelece-se, comoacordo global, a redução, em pelo menos5%, as emissões dos GEE dos paísesindustrializados, no período entre 2008-2012, abaixo dos níveis <strong>de</strong> 1990.Após este gran<strong>de</strong> passo havia queregulamentar os vários mecanismosprevistos no Protocolo tendo sido <strong>de</strong>cididoem 1998, na 4ª Conferência <strong>da</strong>s Partes, emBuenos Aires, que tal seria concluído até aoano 2000, altura em que se realizaria a 6ªConferência <strong>da</strong>s Partes em Haia.Em Novembro do ano 2000, a 6ªConferência <strong>da</strong>s Partes termina semqualquer acordo, não se conseguindoultrapassar as divergências que opunhama UE aos grupo constituído por EUA,Canadá, Austrália, Japão e Rússia.Entre essas divergências encontrava-sea proposta <strong>de</strong> utilização <strong>da</strong>sflorestas, enquanto sumidouros<strong>de</strong> carbono, nacontabilização do cumprimento<strong>da</strong>s metas assumi<strong>da</strong>s,proposta essa li<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pelosEUA.2 33


CADERNO TÉCNICO34Após Haia e com a vitória <strong>de</strong> George W.Bush, presi<strong>de</strong>nte fortemente ligado ao loby<strong>da</strong> indústria petrolífera, os EUA abandonam<strong>de</strong>finitivamente o Protocolo <strong>de</strong> Quioto,colocando em causa que o mesmo entrasseem vigor, uma vez que era necessário 55rectificações que perfizessem por sua vez55% <strong>da</strong>s emissões <strong>de</strong> CO2 dos paísesindustrializados (só os EUA representavam25% <strong>de</strong>ssas emissões).Após Haia a UE fica a li<strong>de</strong>rar esteprocesso tendo conseguido que do grupoli<strong>de</strong>rado pelos EUA, Canadá, Japão eRússia já tivessem assinado o Protocolo.A 16 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 2005, mais <strong>de</strong> seteanos <strong>de</strong>pois do texto do tratado ter sidoaceite, mais <strong>de</strong> 12 anos passados <strong>da</strong>assinatura em 1992 na Cimeira <strong>da</strong> <strong>Terra</strong>, noRio <strong>de</strong> Janeiro <strong>da</strong> Convenção Quadro <strong>da</strong>sNações Uni<strong>da</strong>s sobre AlteraçõesClimáticas, o Protocolo <strong>de</strong> Quioto alcançao estatuto <strong>de</strong> tratado em termos <strong>de</strong> leisinternacionais e entra em vigor.ConclusãoA questão <strong>da</strong>s alterações climáticas é <strong>de</strong>facto uma temática muito vasta e muitasvezes <strong>de</strong> difícil compreensão,sobre a qual, principalmente<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997, se tem produzidoinúmera documentação,nomea<strong>da</strong>mente, estudos eplanos <strong>de</strong> aplicação doProtocolo <strong>de</strong> Quioto elegislação reguladora dos seusmecanismos, tanto ao nível internacional,como ao nível Comunitário, como ao nívelNacional.Neste primeiro artigo apenas sepreten<strong>de</strong>u <strong>da</strong>r uma i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong>s influências queas alterações climáticas po<strong>de</strong>rão vir a terna agricultura/florestas, nomea<strong>da</strong>mente, naagricultura/floresta Portuguesa, <strong>da</strong>r umai<strong>de</strong>ia <strong>da</strong>s razões que estão por <strong>de</strong>trás <strong>da</strong>salterações climáticas e <strong>da</strong>r conta ain<strong>da</strong> dohistorial político do Protocolo <strong>de</strong> Quioto.Nos próximos artigos <strong>da</strong> Revista “<strong>Voz</strong> <strong>da</strong><strong>Terra</strong>”, falarei sobre o conteúdo doProtocolo, nomea<strong>da</strong>mente sobre os seusmecanismos e sobre a sua aplicação aonível internacional, Comunitário e Nacional.Fontes:• Projecto SIAM II - Alterações Climáticas emPortugal, cenários, impactos e medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>a<strong>da</strong>ptação;• Decreto n.º 7/2002, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> Março.


CADERNO TÉCNICOPor Jorge CorreiaA evolução não origina apenas “coisasboas”. Os resíduos também fazem parte<strong>de</strong>ssa evolução.Durante déca<strong>da</strong>s, o mundoindustrializado foi produzindo e <strong>de</strong>ixandopara trás os seus resíduos. No entanto, hoje,mais do que nunca, a consciência ecológicae ambiental faz-nos pon<strong>de</strong>rar acerca dolegado a <strong>de</strong>ixar às próximas gerações.Para que as medi<strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s e a tomarsurtam efeito, é necessário o empenho <strong>de</strong>todos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o sector primário até ao<strong>de</strong>stino final dos resíduos, passando peloconsumidor final.Actualmente, a maior parte <strong>da</strong> produçãoorigina resíduos.Desses resíduos, há que separar os quepo<strong>de</strong>m ser processados <strong>de</strong> forma a seremreutilizados ou transformados em matériaprima,dos que terão que ser <strong>de</strong>positadosou armazenados em ambientes sobcontrolo para que se evitem riscos <strong>de</strong>contaminação.Também os sectores agrícola e pecuário,sobretudo após a Segun<strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Guerra,com a utilização <strong>de</strong> agro-químicos emgran<strong>de</strong> escala, têm sido produtores <strong>de</strong>resíduos em larga escala.As explorações agrícolas <strong>de</strong> pequena emédia dimensão, no seu conjunto, tambémcontribuem para a criação <strong>de</strong> resíduos emlarga escala.De acordo com a alínea a) do Artigo 3ºdo Capítulo I do Decreto-Lei 239/97 <strong>de</strong> 9<strong>de</strong> Setembro,“Resíduos: quaisquer substâncias ouobjectos <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>tentor se <strong>de</strong>sfaz ou temintenção ou obrigação <strong>de</strong> se <strong>de</strong>sfazer,nomea<strong>da</strong>mente os previstos em portariados Ministros <strong>da</strong> Economia, <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>da</strong>Agricultura, do Desenvolvimento Rural e<strong>da</strong>s Pescas e do Ambiente, emconformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o Catálogo Europeu <strong>de</strong>Resíduos aprovado por <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong>Comissão Europeia;”Quanto aos resíduos <strong>da</strong>s exploraçõesagrícolas, o Instituto <strong>de</strong> DesenvolvimentoRural e Hidráulica publicou a seguinte<strong>de</strong>finição:“Os resíduos duma exploração agrícolasão os objectos e materiais nela usados, ouque resultam <strong>de</strong> operações agrícolas, paraos quais não encontramos mais utili<strong>da</strong><strong>de</strong>,agora ou no futuro, e dos quais nosqueremos <strong>de</strong>sfazer.” (IDRHa, 2005)Actualmente, as políticas agrícolas <strong>da</strong>União Europeia têm vindo a incentivar aprática duma agricultura menos “agressiva”para o meio ambiente. Essa tendência fazsereflectir na <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> atribuição <strong>de</strong>aju<strong>da</strong>s à agricultura face ao cumprimento <strong>de</strong>Boas Práticas Agrícolas e na manutenção<strong>de</strong> Boas Condições Agrícolas eAmbientais.Destas preocupações ambientais,salientam-se as que se referem maisdirectamente à <strong>de</strong>posição e <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>resíduos nas explorações agrícolas erestante espaço rural, nomea<strong>da</strong>mente,plásticos, pneus e óleos.Procura-se o abandono <strong>da</strong>s práticaspoluentes habitualmente adopta<strong>da</strong>s paraeliminar estes tipos <strong>de</strong> resíduos, como aqueima, o abandono em locais2 35


CADERNO TÉCNICOinapropriados e o enterramento. Sobretudo<strong>de</strong>vido aos problemas <strong>de</strong> poluição para aatmosfera e para as linhas ou outros locaiscom água.E, em paralelo, sempre que possível,promover a sua valorização, ou seja, outrasutilizações, a reciclagem ou, caso asanteriores não sejam possíveis, a sua<strong>de</strong>posição em locais apropriados que, pelasua monitorização constante porespecialistas, não <strong>de</strong>verão oferecer riscosambientais.Devido à complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta matéria evisto que a legislação que a regulamenta seencontra bastante dispersa pela legislaçãocomunitária e nacional, passo a apresentaruma abor<strong>da</strong>gem sintética <strong>da</strong>s obrigações.Resíduos AgrícolasApesar <strong>de</strong> serem muitos e <strong>de</strong> diversostipos, há resíduos <strong>da</strong> exploração agrícolaque são especialmente preocupantesquanto ao <strong>de</strong>stino a <strong>da</strong>r-lhes, é o caso dosóleos, dos pneus, dos plásticos e <strong>da</strong>sembalagens.Na exploração agrícola, os óleos <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> usados apresentam um potencial <strong>de</strong>poluição muito elevado, <strong>de</strong>vido àssubstâncias perigosas <strong>da</strong> sua constituição,mas, sobretudo, <strong>de</strong>vido às origina<strong>da</strong>s peloseu uso. Estas substâncias possuem umpo<strong>de</strong>r altamente poluidor para os cursos <strong>de</strong>água e, quando queimados, para aatmosfera.Embora actualmente as operações <strong>de</strong> troca<strong>de</strong> pneus sejam efectua<strong>da</strong>s em oficina, ain<strong>da</strong>há muitas explorações que fazem esta tarefa,sobretudo quando se trata <strong>de</strong> pequenosveículos. No entanto, os pneus usados nemsempre são consi<strong>de</strong>rados poluição. Os pneussão, frequentemente, um exemplo prático <strong>de</strong>valorização, quando são utilizados para seguraros plásticos <strong>de</strong> cobertura dos silos.Existem <strong>de</strong> diversas texturas, tamanhos,<strong>de</strong>gradibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, durezas e, <strong>de</strong>vido à suadiversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, os plásticos apresentam-secomo elementos poluidores habituais nasexplorações agrícolas. Quer quando sãoabandonados no solo, quer quando sãoenterrados e dificilmente <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>dos pelosolo, ou ain<strong>da</strong>, quando são queimados.Actualmente, as embalagens fazem parte<strong>de</strong> todos os sectores <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> e aagricultura não é excepção. Dos diversostipos <strong>de</strong> produtos embalados, existem doisque são especialmente sensíveis, osfitofarmacêuticos e os medicamentos parauso veterinário. As embalagens <strong>de</strong>stes tipos<strong>de</strong> produtos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> usa<strong>da</strong>s, ain<strong>da</strong>contêm constituintes perigosos para ohomem e para os animais, não <strong>de</strong>vendo serabandona<strong>da</strong>s na exploração, nemqueima<strong>da</strong>s ou enterra<strong>da</strong>s, nem <strong>de</strong>posita<strong>da</strong>snos mesmos <strong>de</strong>stinos <strong>da</strong>s embalagens <strong>de</strong>produtos consi<strong>de</strong>rados não perigosos.36


CADERNO TÉCNICODeposição e Armazenamento <strong>de</strong>resíduosHabitualmente, estes resíduos eramtratados duma forma conjunta, enterrados,queimados ao ar livre, abandonados ou<strong>de</strong>positados em locais <strong>de</strong>sapropriados eon<strong>de</strong> constituíam fonte <strong>de</strong> poluição.Actualmente, as Boas Práticas Agrícolase as Boas Condições Agrícolas eAmbientais vêm clarificar os procedimentosno que respeita aos <strong>de</strong>stino a <strong>da</strong>r aosresíduos provenientes <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>agrícola:<strong>de</strong> fontes ou cursos <strong>de</strong> água, bem como <strong>de</strong>factores que possam criar risco <strong>de</strong> incêndio.Para seu controlo e para clarificar aorigem, a utilização e o <strong>de</strong>stino, <strong>de</strong>verá sermantido um registo actualizado dos tipos,características e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> óleosusados.Quanto às embalagens <strong>de</strong> agro-químicos,<strong>de</strong>vem ser fechados em sacos <strong>de</strong> plásticoe armazenados em locais frescos, secos eabrigados, longe do alcance <strong>de</strong> crianças eanimais e on<strong>de</strong> não ofereça perigo <strong>de</strong>contaminação.Concentração dos resíduos em locais <strong>da</strong>exploração que não ofereçam qualquerperigo para a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola nempoluam cursos <strong>de</strong> água ou o solo em redor,preferencialmente cobertos para que achuva não provoque escorrências poluentes.É importante a separação e oagrupamento dos diversos materiais, bemcomo a sua <strong>de</strong>posição organiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> formaà minimização do espaço ocupado.A acumulação <strong>de</strong> óleos usados naexploração é especialmente importantepelos riscos que acumula. No entanto, estaé permiti<strong>da</strong>, em pequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se encontre em bidões até 200litros, em solo impermeabilizado e afastado2 37


CADERNO TÉCNICO38Destino dos resíduosOs resíduos <strong>de</strong>vem ser encaminhadospara o seu <strong>de</strong>stino final para que não fiquemacumulados durante longos períodos naexploração agrícola. Deste modo, é possívelminimizar as probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> poluição dosolo e <strong>da</strong> água, bem como <strong>da</strong> contaminação<strong>de</strong> animais e humanos.Segui<strong>da</strong>mente, apresentam-se os<strong>de</strong>stinos recomen<strong>da</strong>dos para os diversostipos <strong>de</strong> resíduos:Pneus:• Ponto <strong>de</strong> recolha <strong>da</strong> VALORPNEU;• Reven<strong>de</strong>dor ou recolhedor <strong>de</strong> pneus;• Sistema <strong>de</strong> Resíduos Urbanosdisponível para recepção <strong>de</strong> pneus.Óleos Usados:Pequenas Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s• Ecocentro com oleão licenciado;• Oficinas que efectuem mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong>óleo em viaturas.Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s Superiores• Recolha por operadores licenciados.Embalagens <strong>de</strong> Produtos FitofarmacêuticosProdutos Fitofarmacêuticos que se<strong>de</strong>stinam à preparação <strong>da</strong> cal<strong>da</strong>:• Proce<strong>de</strong>r à tripla lavagem <strong>da</strong>sembalagens vazias,• Inutilizar as embalagens lava<strong>da</strong>s;• Usar as águas <strong>de</strong> lavagem napreparação <strong>da</strong> cal<strong>da</strong>;• uar<strong>da</strong>r na exploração agrícola, ao abrigodo calor e <strong>da</strong> chuva, as embalagenslava<strong>da</strong>s em sacos ou outros reservatóriosimpermeáveis e longe do acesso <strong>de</strong>crianças e animais;Produtos Fitofarmacêuticos que não se<strong>de</strong>stinam à preparação <strong>de</strong> cal<strong>da</strong>:• Guar<strong>da</strong>r as embalagens vazias naexploração agrícola, ao abrigo do calor e<strong>da</strong> chuva, em sacos ou outrosreservatórios impermeáveis e longe doacesso <strong>de</strong> crianças e animais;A curto prazo, nos postos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, seráforneci<strong>da</strong> informação sobre os locais on<strong>de</strong><strong>de</strong>verão ser entregues os referidos sacos.Embalagens <strong>de</strong> Produtos Veterinários:• As embalagens vazias ou fora <strong>de</strong> usopo<strong>de</strong>m ser entregues nas farmácias a fim<strong>de</strong> serem recolhi<strong>da</strong>s no sistema <strong>da</strong>VALORMED;• O médico veterinário é responsável pelarecolha e encaminhamento <strong>da</strong>sembalagens usa<strong>da</strong>s e outros resíduosproduzidos nos actos clínicos que pratica.Plásticos Não PerigososPlásticos RecicláveisPequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s:• Ecocentro ou, para muito pequenasquanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s ecoponto.Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s superiores:• Armazenista <strong>de</strong> materiais recicláveis;• Recicladores <strong>de</strong> plástico;• Local <strong>de</strong> entrega do Sistema <strong>de</strong>Resíduos Urbanos disponível pararecepção <strong>de</strong> plásticos recicláveis.


CADERNO TÉCNICOOutros DestinosPequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s:• Contentor <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> resíduosdomésticos e urbanos.Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s superiores:• Aterros para Resíduos Não Perigosos(nas zonas <strong>de</strong> Setúbal, Leiria, CasteloBranco e Santarém);• Local <strong>de</strong> entrega do Sistema <strong>de</strong>Resíduos Urbanos disponível pararecepção <strong>de</strong> plásticos.Transporte <strong>de</strong> ResíduosCâmara Municipal sobre as condições <strong>de</strong>utilização do contentor – resíduos que po<strong>de</strong>colocar, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tarifas, dias e horários<strong>de</strong> recolha, etc.EcopontosOs ecopontos são conjuntos <strong>de</strong>contentores <strong>de</strong> cores distintas, colocados navia pública <strong>de</strong>stinados a recolher resíduosrecicláveis, nomea<strong>da</strong>mente, vidro, papel,cartão, plásticos e metais. À semelhança doponto anterior, os ecopontos também só<strong>de</strong>vem ser usados <strong>de</strong> forma pontual, parapequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> resíduosagrícolas dos materiais previstos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> queisentos <strong>de</strong> substâncias perigosas.Para que os resíduos sejamencaminhados para os respectivos<strong>de</strong>stinos, <strong>de</strong>verão ser cumpri<strong>da</strong>s as regrasactuais quanto a este tipo <strong>de</strong> transporte:O transporte <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> resíduos po<strong>de</strong>ser efectuado pelo agricultor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estese faça acompanhar <strong>da</strong> guia <strong>de</strong> transporte(Mo<strong>de</strong>lo 1428 <strong>da</strong> Imprensa Nacional Casa<strong>da</strong> Moe<strong>da</strong> – Guia <strong>de</strong> Acompanhamento <strong>de</strong>Resíduos) on<strong>de</strong> constam: o tipo e aquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resíduos, a i<strong>de</strong>ntificação dotransportador e do <strong>de</strong>stinatário. Osagricultores <strong>de</strong>verão manter um arquivoactualizado <strong>de</strong>stas guias.Contentor <strong>de</strong> Resíduos Domésticos eUrbanosO agricultor <strong>de</strong>ve utilizar apenas o que seencontrar mais próximo <strong>da</strong> sua habitação ouexploração para <strong>de</strong>positar pequenasquanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> plástico. Esta prática <strong>de</strong>veráser adopta<strong>da</strong> excepcionalmente, apenas parapequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e limpos <strong>de</strong>substâncias perigosas. Antes <strong>de</strong>sta<strong>de</strong>posição, o agricultor <strong>de</strong>verá informar-sepreviamente na Junta <strong>de</strong> Freguesia ouSistema <strong>de</strong> RSU ou Sistema <strong>de</strong>Resíduos Sólidos UrbanosCa<strong>da</strong> sistema (ecocentro, aterro) serveum conjunto <strong>de</strong> municípios; recebe resíduosque são encaminhados para reciclagem oupara <strong>de</strong>posição em aterro conforme a suanatureza. O agricultor <strong>de</strong>ve contactarpreviamente o sistema, no sentido <strong>de</strong>esclarecer as condições <strong>de</strong> entrega: pedido<strong>de</strong> autorização prévio, horário, tarifapratica<strong>da</strong>, acondicionamento do resíduo, etc.Operador <strong>de</strong> Materiais RecicláveisAceita o plástico em função do tipo <strong>de</strong>material e do estado em que se encontra,nomea<strong>da</strong>mente sujo, queimado pelos raiossolares ou rasgado.2 39


CADERNO TÉCNICOPor fim, para sua gestão apresentam-se <strong>de</strong>segui<strong>da</strong> os contactos dos RSU - Sistemas <strong>de</strong>Gestão <strong>de</strong> Resíduos Urbanos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, que<strong>de</strong>verá contactar sempre que necessite <strong>de</strong><strong>de</strong>sfazer-se dos seus resíduos.40


CADERNO TÉCNICO2 41


CADERNO TÉCNICOEnquadramento Legal:• Portaria n.º 335/97, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Maio;• Decreto-Lei n.º 239/97, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Setembro;• Despacho n.º 8943/97, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Outubro;• Decreto-Lei n.º 366-A/97, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Dezembro;• Decreto-Lei n.º 111/01, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Junho;• Decreto-Lei n.º 153/03, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Julho;• Despacho n.º 25292/04, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Novembro;• Folhetos Informativos “Resíduos <strong>de</strong> Explorações Agrícolas”,IDRHa, 2005.Sr. Agricultor:Para informações adicionais, ou esclarecerquaisquer dúvi<strong>da</strong>s, diriga-se a uma <strong>da</strong>sassocia<strong>da</strong>s regionais <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>.Ministério <strong>da</strong>Agricultura, doDesenvolvimentoRural e <strong>da</strong>s PescasUNIÃO EUROPEIAFUNDOS ESTRUTURAIS42 Este dossier faz parte <strong>da</strong> revista <strong>Voz</strong> <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong> ao abrigo <strong>da</strong> Medi<strong>da</strong> 10 do Programa Agro.


2 44NOTÍCIAS


INTERNACIONALPor João Vieira“Promoção <strong>de</strong> Produtos Agrícolas”Em representação <strong>da</strong> CPE(Coor<strong>de</strong>nadora Agrícola Europeia), a <strong>CNA</strong>participou em mais uma reunião do grupoconsultivo “promoção <strong>de</strong> produtosagrícolas”, em Bruxelas, no dia 14 <strong>de</strong><strong>Fevereiro</strong>.Da reunião <strong>de</strong>stacam-se os seguintespontos:prosseguirão discretamente, com oobjectivo <strong>de</strong> as concluir ain<strong>da</strong> em <strong>2006</strong>;- a criação <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> trabalho sobreagricultura biológica.Pela <strong>CNA</strong> // CPE participou na reuniãoJoão Vieira.- a redução orçamental <strong>da</strong> Comissãopara apoio aos produtos agrícolas, querno mercado interno quer em paísesterceiros;- a liberalização do comércio <strong>de</strong> produtosagrícolas, no âmbito <strong>da</strong>s negociações <strong>da</strong>Organização Mundial do Comércio, queNo dia 16 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong>, ain<strong>da</strong> emBruxelas, João Vieira participou, a convite<strong>da</strong> REPER (Representação Permanente <strong>de</strong>Portugal junto <strong>da</strong> União Europeia), no jáhabitual encontro <strong>da</strong>s OrganizaçõesAgrícolas, a antece<strong>de</strong>r a reunião doConselho Agrícola.Os principais temas abor<strong>da</strong>dos foram:a) a gripe aviária;b) a bioenergia;c) a reforma do sector do açúcar (oexce<strong>de</strong>nte europeu ron<strong>da</strong> os 2/3 milhões<strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s; apesar <strong>de</strong> Portugal nãoestar na origem do exce<strong>de</strong>nte, terá quebaixar a sua produção...);d) a Organização Comum <strong>de</strong> Mercado(OCM) <strong>da</strong>s frutas e hortícolas: aponta-separa uma revisão para <strong>de</strong>pois do Verão.Reunião com a REPERe) em Julho 06 a Comissão fará umaComunicação sobre a OCM do vinho.2 45


OPINIÃOPor Armando Carvalho46É do conhecimento público, que osespaços florestais e a floresta em geral,sempre se caracterizaram ao longo <strong>da</strong>história e <strong>da</strong> civilização humana, por umprocesso evolutivo <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> anos,marcado por alterações climatéricas, pelaevolução genética <strong>da</strong>s espécies e pelaacção mo<strong>de</strong>ladora do homem. To<strong>da</strong>via,quando os incêndios florestais atingem adimensão <strong>da</strong> tragédia e as imagens<strong>da</strong>ntescas inva<strong>de</strong>m os ecrãs televisivos,poucos são os que pensam na análise <strong>da</strong>conjugação <strong>de</strong>sses três factores queinteragem entre si, surgindo <strong>de</strong> imediatomúltiplas <strong>de</strong>clarações, artigos, livrosbrancos,”reformas do sector florestal,”análises e <strong>de</strong>bates sobre as múltiplascausas <strong>da</strong>s suas origens e o perscrutar <strong>da</strong>sreceitas para lhes por fim.É o período do mediatismo, dos directostelevisivos, dos inflamáveis <strong>de</strong>bates <strong>de</strong>comentadores habituais “encartados,” dosfugazes aparecimentos <strong>de</strong> coman<strong>da</strong>ntes <strong>de</strong>bombeiros a confundirem-se com osjornalistas, <strong>de</strong> responsáveis partidários eex-Governantes, que facilmente seesquecem <strong>da</strong>s suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>ssobre tal matéria. Seria interessante, masnão conveniente por escassez <strong>de</strong> espaçodisponível para este artigo, fazer a análisedo grau <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s políticasflorestais dos diversos governos, que aolongo <strong>de</strong> 30 anos conduziram a florestaportuguesa ao estado em que se encontrae <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que <strong>de</strong>veriam ter tomado enão o fizeram, para reduzir os dramáticosimpactos dos flagelos dos incêndios.Da análise efectua<strong>da</strong> em períodos <strong>de</strong>“rescaldo” dos incêndios, normalmente oscomentadores <strong>de</strong> serviço, intencionalmenteou não, omitem a origem <strong>da</strong>s ver<strong>da</strong><strong>de</strong>irascausas <strong>de</strong>ste flagelo.Hoje como ontem, há quem preten<strong>da</strong> quea culpa morra solteira. Ou pior ain<strong>da</strong>, quetodos sejamos culpados. É preciso ter-se<strong>de</strong>scaramento. Não! Nem todos nóscontribuímos para a <strong>de</strong>cisão <strong>da</strong>s políticasagro-florestais que tem <strong>de</strong>sertificado a vi<strong>da</strong>económica <strong>de</strong> homens e mulheres, o mundorural e vastas regiões do país; a florestação<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong> e com espécies <strong>de</strong>sa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>sao solo e ao meio ambiente; nemtodos nós <strong>de</strong>cidimos e apoiamos asreformas <strong>da</strong> PAC que tão negativamentetem penalizado a economia do país. Quandotodos os estudos oficiais mostravam que o<strong>de</strong>sligamento <strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s <strong>da</strong> produção iriamprovocar mais abandono <strong>da</strong> produçãoagrícola e consequentemente maior cargacombustível.


OPINIÃOESTÁ NA FORJA MAIS UMA NOVAREFORMA PARA O SECTOREsta é já a segun<strong>da</strong> reforma para osector, <strong>de</strong>pois dos gran<strong>de</strong>s incêndios <strong>de</strong>2003. Incêndios que galvanizaram esensibilizaram a opinião pública para estatemática. Os <strong>da</strong>dos estatísticos dos últimosanos são por <strong>de</strong>mais evi<strong>de</strong>ntes: o conjunto<strong>de</strong> ocorrências regista<strong>da</strong>s com o seurosário <strong>de</strong> calami<strong>da</strong><strong>de</strong>s para além dosprejuízos (ain<strong>da</strong> não totalmente pagos),materiais e ambientais, só nos incêndios <strong>de</strong>2003/05 per<strong>de</strong>ram a vi<strong>da</strong> 36 pessoas, comum número <strong>de</strong> ocorrências <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 60mil, <strong>de</strong>vastando uma área <strong>de</strong> 750 mil ha,colocando em perigo centenas <strong>de</strong> al<strong>de</strong>iasserranas e até, pasme-se, áreas periurbanas<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. To<strong>da</strong> estatragédia trouxe à discussão vários factoresque não <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>spiciendos para osGovernantes como seja: as alteraçõesclimatéricas, as secas extremas, asalterações estruturais, a evolução<strong>de</strong>mográfica com o fenómeno <strong>de</strong>litoralização, pouca área ardi<strong>da</strong> mas muitasocorrências (em contraste com o interiormenos incêndios e <strong>de</strong> maior dimensão), ocoberto florestal existente e a sua gestão eparticularmente, o seu enquadramento legal.Sobre esta última matéria é lamentável eoportuna a critica ao Governo, por nãoproporcionado um amplo <strong>de</strong>bate eauscultação ao movimento associativo dosector e à socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral para aelaboração <strong>de</strong> propostas sustenta<strong>da</strong>s eestruturantes com vista ao futuro. Ao invés,o Governo parece mais apostado naresposta conjuntural e mediática, na via <strong>da</strong>penalização, <strong>da</strong> omissão, na negligência eno dolo, (a sempre omnipresente viacoerciva), para uns tantos em vez <strong>de</strong> premiare fomentar a sensibilização, a pe<strong>da</strong>gogia,o estudo <strong>da</strong> proposta mais integradora <strong>da</strong>sconclusões e dos <strong>de</strong>bates então realizados.Precisamos indubitavelmente <strong>de</strong> melhoraro sistema nacional <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> florestacontra incêndios; precisamos <strong>de</strong> melhoraro serviço <strong>de</strong> vigilância, <strong>de</strong>tecção e primeiraintervenção, combate e rescaldo;precisamos <strong>de</strong> nos enten<strong>de</strong>r quanto aoconceito do serviço público e financiamento<strong>da</strong>s equipes <strong>de</strong> Sapadores Florestais e aoseu número; precisamos <strong>de</strong> uma maiorcoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as forças <strong>de</strong>comando no teatro <strong>da</strong>s operações,bombeiros, equipes <strong>de</strong> sapadores públicase priva<strong>da</strong>s e agentes <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>slocais; precisamos <strong>de</strong> um maior equilíbrionas dotações orçamentais na área <strong>da</strong>prevenção e combate; precisamos que aAdministração do sector publique os PlanosRegionais <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento florestal e quenão se esqueça como vem sendo hábito nopagamento e na aprovação dos Planos <strong>de</strong>Gestão Florestal; precisamos que o governonão <strong>de</strong>sperdice mais esta oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> eno Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural 2007/2013 disponibilize os apoios financeirosnecessários à tipologia <strong>da</strong> estrutura agroflorestalpredominante no agro Português,corrigindo <strong>de</strong>finitivamente a injusta e iníquadistribuição dos apoios comunitários.Precisamos sim <strong>de</strong> tudo isto. To<strong>da</strong>via, oGoverno não po<strong>de</strong> continuar impavi<strong>da</strong>mentecom o seu autismo, ou pior ain<strong>da</strong>, pensarque a via legal <strong>da</strong> “criminalização” dospequenos proprietários florestais é ocaminho do futuro a percorrer. Os incêndiosnesta época já começaram e a noite nãotem cancelas para a revolta e a vindicta.2 47


NOTÍCIASAo que se sabe até ao momento, oMADRP e o Governo não vão pagar asmedi<strong>da</strong>s Agroambientais (programa RURIS– Desenvolvimento Rural) correspon<strong>de</strong>ntesàs candi<strong>da</strong>turas/projectos iniciados em2005. “Só” neste caso são lesados cerca<strong>de</strong> 27 mil Agricultores Portugueses com(novas) candi<strong>da</strong>turas aprova<strong>da</strong>s peloMADRP, em 2005.Ora, isto significa uma quebra <strong>de</strong>expectativas e <strong>de</strong> compromissos doEstado/Governo perante os Agricultores,muitos dos quais até já fizeraminvestimentos nesse âmbito específico.Saliente-se que este grupo <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>sAgroambientais dispõe <strong>de</strong> umco-financiamento europeu <strong>de</strong> 85% pelo queo Estado Português apenas paga 15% dototal anual.O MADRP e o Governo mantêm a<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não aceitar novas candi<strong>da</strong>turasem <strong>2006</strong> quer às medi<strong>da</strong>s Agroambientaisquer às IC’s, In<strong>de</strong>mnizações Compensatórias,outro importante conjunto <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s doprograma RURIS, no caso com umacomparticipação comunitária <strong>de</strong> 75%.Entretanto, o MADRP e o Governo maisnão fazem que tentar iludir o problema real:-a “crónica” falta <strong>de</strong> verba no Orçamento <strong>de</strong>Estado Português o que também traduz ainsensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> governamental perante asenormes dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s dosnossos Agricultores e <strong>da</strong>Agricultura Familiar, para além<strong>de</strong> comprometer oaproveitamento <strong>de</strong> verbascomunitárias.No contexto, a C N Acontinua a reclamar aoGoverno que este assuma oscompromissos e pague atempo e horas o que <strong>de</strong>ve aosAgricultores e à Lavoura.48A Direcção Nacional <strong>da</strong> C N A


ACTIVIDADES DA <strong>CNA</strong> E ASSOCIADAS - FEVEREIRODia 16NACIONAISReunião do Secretariado e do Executivo<strong>da</strong> Direcção Nacional <strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, emCoimbra.Dia 16Na Se<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> em Coimbra, realizou--se uma reunião, a pedido do INESC,Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Informação eComunicação, sobre “Sistema <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>se Cooperação <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s no Sector Agro--Alimentar.Joaquim Manuel Lopes e Berta Santosrepresentaram a <strong>CNA</strong>.Dia 17Assembleia Geral <strong>da</strong> ALIP, Associaçãopara o Laboratório Interprofissional doSector do Leite e Lacticínios, no Porto.Dia 18Plenário do Fórum Social Português, noPorto.Pela <strong>CNA</strong> participou Van<strong>da</strong> Santos.Dia 20Conferência <strong>de</strong> Imprensa promovi<strong>da</strong> pelaDelegação <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> <strong>de</strong> Vila Real, apropósito <strong>da</strong> Concentração/Vigíliarealiza<strong>da</strong> no dia 21 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong>.Dia 21Concentração/Vigília <strong>de</strong> DirigentesAssociativos, Técnicos e Colaboradores<strong>da</strong> <strong>CNA</strong>, em frente à Assembleia <strong>da</strong>República e à Residência Oficial doPrimeiro Ministro.INTERNACIONAISDia 14Reunião do Grupo <strong>de</strong> Promoção dosProdutos Agrícolas, em Bruxelas,promovi<strong>da</strong> pela DGAGRI, Direcção Geral<strong>de</strong> Agricultura <strong>da</strong> Comissão Europeia.João Vieira representou a <strong>CNA</strong>.Dia 16Reunião <strong>da</strong>s Associações AgrícolasPortuguesas, em Bruxelas, com aREPER, Representação Permanente doGoverno Português junto à UniãoEuropeia.Em representação <strong>da</strong> <strong>CNA</strong> esteve JoãoVieira.FEVEREIRO2 49


OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO - FEVEREIRO50Varroose – Despacho n.º 2494/<strong>2006</strong> relativo àaju<strong>da</strong> à acção n.º 2, “Combate à varroose”,sub-acção “Despesas <strong>de</strong> tratamento na lutacontra a varroose”, do Programa ApícolaNacional - campanha <strong>de</strong> <strong>2006</strong>. DR n.º 23, SérieII, <strong>de</strong> 01 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Acções <strong>de</strong> Formação – O Despacho n.º 2889/<strong>2006</strong> estabelece as tabelas <strong>de</strong> preços a pagarà DGPC <strong>da</strong>s acções <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>formadores sobre coexistência entre culturasgeneticamente modifica<strong>da</strong>s e outros modos <strong>de</strong>produção. DR n.º 27, Série II, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong><strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Vinha – O Decreto Regulamentar Regional n.º7/<strong>2006</strong>/A estabelece o regime <strong>de</strong> apoios aconce<strong>de</strong>r pela administração regional para amanutenção <strong>da</strong> paisagem <strong>da</strong> cultura tradicional<strong>da</strong> vinha em currais na ilha do Pico no interior<strong>da</strong> área classifica<strong>da</strong> como património mundial.DR n.º 29, Série I-B, <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong><strong>2006</strong>.Catálogo Nacional <strong>de</strong> Varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s – ODespacho n.º 3574/<strong>2006</strong> estabelece asalterações ao Catálogo Nacional <strong>de</strong> Varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.DR n.º 33, Série II, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.In<strong>de</strong>mnizações Compensatórias – A Portarian.º 135/<strong>2006</strong> cessa a admissão <strong>de</strong> novascandi<strong>da</strong>turas às aju<strong>da</strong>s previstas noRegulamento <strong>de</strong> Aplicação <strong>da</strong> IntervençãoIn<strong>de</strong>mnizações Compensatórias. DR n.º 34,Série I-B, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Azeite e Azeitona <strong>de</strong> Mesa – O DespachoNormativo n.º 8/<strong>2006</strong> estabelece o regime <strong>de</strong>aprovação <strong>da</strong>s organizações <strong>de</strong> operadores nosector do azeite e <strong>da</strong> azeitona <strong>de</strong> mesa, bemcomo o estabelecimento do sistema <strong>de</strong>aprovação dos programas <strong>de</strong> trabalho elegíveispara financiamento comunitário ao abrigo don.º 1 do artigo 8.º do Regulamento (CE) n.º 865/2004, do Conselho, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Abril. DR n.º 34,Série I-B, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Inquérito Alimentar Nacional - Resolução <strong>da</strong>AR n.º 10/<strong>2006</strong> relativa à elaboração dosegundo inquérito alimentar nacional. DR n.º35, Série I-A, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.OGM´s – O Decreto-Lei n.º 36/<strong>2006</strong> asseguraa execução e garante o cumprimento, naor<strong>de</strong>m jurídica nacional, <strong>da</strong>s obrigações<strong>de</strong>correntes para o Estado Português doRegulamento (CE) n.º 1946/2003, doParlamento Europeu e do Conselho, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong>Julho, relativo ao movimento transfronteiriço <strong>de</strong>organismos geneticamente modificados(OGM). DR n.º 36, Série I-A, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong><strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Sapadores Florestais – O Decreto-Lei n.º 38/<strong>2006</strong> estabelece a segun<strong>da</strong> alteração aoDecreto-Lei n.º 179/99, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> Maio, queestabelece as regras e procedimentos aobservar na criação e reconhecimento <strong>de</strong>equipas <strong>de</strong> sapadores florestais e regulamentaos apoios à sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong>. DR n.º 36, Série I-A, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Medi<strong>da</strong>s Agro-Ambientais – A Portaria n.º 143/<strong>2006</strong> prorroga por um ano as candi<strong>da</strong>turasprevistas no Regulamento <strong>de</strong> Aplicação <strong>da</strong>Intervenção «Medi<strong>da</strong>s Agro-Ambientais». DR n.º36, Série I-B, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Ovinos e Caprinos – O Despacho Normativon.º 11/<strong>2006</strong> altera o Despacho Normativo n.º25/2005, <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> Março (estabelece as regras<strong>de</strong> atribuição <strong>de</strong> direitos ao prémio à ovelha e àcabra a partir <strong>da</strong> reserva nacional). DR n.º 36,Série I-B, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Electrici<strong>da</strong><strong>de</strong> Ver<strong>de</strong> – O Despacho conjunton.º 203/<strong>2006</strong> <strong>de</strong>fine a suspensão, com efeitosa 30 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2005, do subsídio àelectrici<strong>da</strong><strong>de</strong> ver<strong>de</strong> criado pelo <strong>de</strong>spachoconjunto A-71/94-XII, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Outubro. DR n.º37, Série II, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Leite <strong>de</strong> Vaca – A Portaria n.º 177/<strong>2006</strong> <strong>de</strong>fineas regras relativas às transferências <strong>de</strong>finitivas<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> referência (QR) e àconstituição e atribuição <strong>da</strong> reserva nacional(RN) <strong>de</strong> QR, nos termos e para os efeitos dodisposto no Decreto-Lei n.º 240/2002, <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong>Novembro, referente à aplicação do regime <strong>de</strong>imposição suplementar inci<strong>de</strong>nte sobre asquanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vaca ou equivalente aleite <strong>de</strong> vaca. DR n.º 38 Série I-B, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong><strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.


OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO - FEVEREIROGripe Aviária – <strong>2006</strong>/52/CE: Decisão <strong>da</strong>Comissão, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, quealtera a Decisão 2005/731/CE queestabelece requisitos adicionais <strong>de</strong>vigilância <strong>da</strong> gripe aviária em avesselvagens. Jornal Oficial n.º L 027, <strong>de</strong> 01<strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Mercado <strong>de</strong> Pão – <strong>2006</strong>/58/CE: Decisão<strong>da</strong> Comissão, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>,que autoriza a colocação no mercado <strong>de</strong>pão <strong>de</strong> centeio com adição <strong>de</strong> fitoesteróis/fitoestanóis, enquanto novos alimentos ounovos ingredientes alimentares, nos termosdo Regulamento (CE) n.º 258/97 doParlamento Europeu e do Conselho. JornalOficial n.º L 031, <strong>de</strong> 03 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong><strong>2006</strong>.Sani<strong>da</strong><strong>de</strong> Animal – <strong>2006</strong>/60/CE: Decisão<strong>da</strong> Comissão, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>,que altera o anexo C <strong>da</strong> Directiva 89/556/CEE do Conselho no que diz respeito aomo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> certificado <strong>de</strong> sani<strong>da</strong><strong>de</strong> animalpara as trocas comerciais intracomunitárias<strong>de</strong> embriões <strong>de</strong> animais domésticos <strong>da</strong>espécie bovina. Jornal Oficial n.º L 031, <strong>de</strong>03 DE <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Febre Catarral – <strong>2006</strong>/64/CE: Decisão <strong>da</strong>Comissão, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, quealtera a Decisão 2005/393/CE no que dizrespeito às zonas submeti<strong>da</strong>s a restriçõesrelativas à febre catarral ovina em Espanhae Portugal. Jornal Oficial n.º L 032, <strong>de</strong> 04<strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Estrutura <strong>da</strong>s Explorações Agrícolas –Regulamento (CE) n.º 204/<strong>2006</strong> <strong>da</strong>Comissão, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>,que a<strong>da</strong>pta o Regulamento (CEE) n. o571/88 do Conselho e altera a Decisão2000/115/CE <strong>da</strong> Comissão com vista àorganização <strong>de</strong> inquéritos comunitáriossobre a estrutura <strong>da</strong>s exploraçõesagrícolas em 2007. Jornal Oficial n.º L 034,<strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>2006</strong>.Vegetais – Directiva <strong>2006</strong>/14/CE <strong>da</strong>Comissão, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, quealtera o anexo IV <strong>da</strong> Directiva 2000/29/CEdo Conselho relativa às medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>protecção contra a introdução naComuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos prejudiciais aosvegetais e produtos vegetais e contra a suapropagação no interior <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Jornal Oficial n.º L 034, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong><strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Milho Geneticamente Modificado – <strong>2006</strong>/69/CE: Decisão <strong>da</strong> Comissão, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong>Janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, que autoriza a colocaçãono mercado <strong>de</strong> alimentos e ingredientesalimentares produzidos a partir <strong>de</strong> milhoRoundup Ready geneticamente modificado<strong>da</strong> linhagem GA21, como novos alimentosou novos ingredientes alimentares, nostermos do Regulamento (CE) n. o 258/97do Parlamento Europeu e do Conselho[notifica<strong>da</strong> com o número C(2005) 5940].Jornal Oficial nº L 034, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong><strong>de</strong> <strong>2006</strong>.Gripe Aviária – Decisão <strong>da</strong> Comissão, <strong>de</strong>17 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, relativa a<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> protecçãorespeitantes à gripe aviária <strong>de</strong> altapatogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> em aves selvagens naComuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e que revoga as Decisões<strong>2006</strong>/86/CE, <strong>2006</strong>/90/CE, <strong>2006</strong>/91/CE,<strong>2006</strong>/94/CE, <strong>2006</strong>/104/CE e <strong>2006</strong>/105/CE.Gripe Aviária – Decisão <strong>da</strong> Comissão, <strong>de</strong>22 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, relativa a<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> protecçãorespeitantes à gripe aviária <strong>de</strong> altapatogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> em aves <strong>de</strong> capoeira naComuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.2 51


FORÚM SOCIAL MUNDIAL <strong>2006</strong>A sexta edição do Fórum Social Mundial está a <strong>de</strong>correr este ano <strong>de</strong> forma<strong>de</strong>scentraliza<strong>da</strong> em três diferentes ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do mundo.A primeira ci<strong>da</strong><strong>de</strong> a receber o Forúm, foi Bamako (Mali - África) entre os dias 19 e23 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, Caracas (Venezuela – América) veio logo a seguir, <strong>de</strong> 24 a 29 <strong>de</strong>Janeiro.A última ci<strong>da</strong><strong>de</strong> a receber o Forúm, será Karachi (Paquistão – Ásia), o que <strong>de</strong>veráacontecer entre 24 a 29 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> <strong>2006</strong>Estas gran<strong>de</strong>s manifestações, <strong>de</strong> um amplo Movimento Social Planetário, vêemafirmando que “Um Outro Mundo é Possível”...Mural realizado no <strong>de</strong>correr do FSM Caracas (Venezuela)(Fotos Pequenas)Manifestação na abertura do FSM Caracas (Venezuela)Por cá, o II Fórum Social Português, irá <strong>de</strong>correr em Alma<strong>da</strong>, entre os dias 13, 14e 15 <strong>de</strong> Outubro.A 26 <strong>de</strong> <strong>Fevereiro</strong> <strong>de</strong> 1978 nasceu a <strong>CNA</strong> “por livre e espontânea vonta<strong>de</strong> dos Agricultores”.28 anos <strong>de</strong>pois, a <strong>CNA</strong> continua uni<strong>da</strong> e em acção, na <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> Agricultura Familiar Portuguesae <strong>da</strong> Soberania Alimentar dos Povos e Regiões.<strong>CNA</strong> - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURARua do Brasil, 155 • 3030-175 COIMBRA • Telf. 239 70 89 60 • Fax 239 71 53 70

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