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Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento - nº 37 1

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capsuladas, a redução de efeitos adversosassociados à substância, a proteçãode compostos da inativação antes de atingiremo local de ação, o aumento da penetraçãointracelular e o aumento da atividadefarmacológica (TEIXEIRA et al.,2005).Diferentes métodos são encontrados parao preparo de nanopartículas, os quais permitema modulação da sua estrutura, dasua composição e das suas propriedadesfisiológicas (RIEUX et al., 2006). A escolhado método de preparo depende dopolímero e da solubilidade do fármaco aser encapsulado. Estes métodos podemser classificados em duas categorias principais,sendo elas a polimerização de monômerose a utilização de polímeros préformados(REIS et al., 2006). Com exceçãodos alquilcianoacrilatos e do malonatode poli-dialquilmetilideno, grandeparte dos monômeros adequados para oprocesso de polimerização micelar promovemuma formação de polímeros nãobiodegradáveis ou que se degradam muitolentamente. Além disso, as moléculas residuaisno meio de polimerização podemser mais ou menos tóxicas, o que requera purificação do material. Para contornaras limitações dos métodos de polimerizaçãode monômeros, têm sido empregadosos métodos de preparo utilizandopolímeros pré-formados.Entre os métodos que utilizam polímerospré-formados, a técnica de dispersão depolímeros pré-formados tem sido a maisempregada. Nela, o polímero é dispersoem um solvente orgânico imiscível comágua como o diclorometano, o clorofórmioe o acetato de etila. A dispersão formadaé emulsificada com uma fase aquosacontendo um emulsionante e a faseorgânica é então evaporada. Após evaporaçãocompleta do solvente orgânicoas nanopartículas são separadas por meiode centrifugação (RIEUX et al., 2006) epodem ser armazenadas como suspensãoou serem liofilizadas.4. POLÍMEROSPara que um polímero seja caracterizadocomo biomaterial ele não deve ser causadorde resposta inflamatória ou reaçõestóxicas no local de aplicação, deve apresentaruma meia-vida adequada, o seutempo de degradação deve ser compatívelcomo o processo de cicatrização ouregeneração, deve apresentar propriedadesmecânicas adequadas à aplicação desejada,seus produtos de degradação nãodevem ser tóxicos, devem ser capazes deserem metabolizados e eliminados do organismo,e devem apresentar permeabilidadeapropriada à aplicação desejada.Os sistemas de liberação de peptídeose proteínas são preparados, geralmente,a partir de polímeros biodegradáveis.No entanto, o desenvolvimentode sistemas biodegradáveis requer ocontrole de um maior número de variáveisjá que a cinética de degradaçãodo polímero, in vivo, deve permanecerconstante para que seja obtidauma liberação controlada da substância.Portanto, fatores como o pH ea temperatura, que podem promoverum aumento ou uma redução na velocidadede degradação do sistema,devem ser avaliados durante o desenvolvimento(DASH AND CUDWORTHII, 1998).Tanto os polímeros sintéticos quantoos naturais têm sido amplamente estudadoscomo biomateriais. O processode biodegradação envolve a clivagemhidrolítica ou enzimática das ligaçõeslevando a erosão do materialpolimérico (NAIR AND LAURENCIN,2007).Os polímeros naturais podem ser consideradoscomo os primeiros biomateriaisutilizados clinicamente. No entanto,apesar de apresentarem algumasvantagens, eles podem promover umaatividade antigênica, a qual está associadaao seu processo de purificação,e também podem transmitir doenças.Como exemplos de polímeros naturais,destacam-se aqueles à base de proteínascomo as albuminas bovina e humana,o colágeno e a gelatina.Os polímeros sintéticos, geralmente,são biologicamente inertes, apresentampropriedades mais previsíveis,maior uniformidade lote a lote, alémde outros fatores. Eles são representadospelas poliamidas, pelos poliaminoácidos,pelos polialquilcianacrilatos,pelos poliésteres, pelos poli (ortoésteres),pelos poliuretanos e pelas poliacrilamidas.A natureza dos polímeros empregadosem sistemas de liberação de fármacosinfluencia significativamente no tamanhoe no perfil de liberação do sistema.Os polímeros biodegradáveis sintéticostêm apresentado crescente interessena aplicação como sistemas deliberação, já que os naturais apresentam,geralmente, uma rápida liberaçãodo fármaco. Os principais critérios naseleção de um polímero são, principalmente,a biodisponibilidade, a biocompatibilidadee a sua velocidade dedegradação (RIEUX et al., 2006).O perfil e o mecanismo de liberaçãodo fármaco dependem da natureza dopolímero e também das propriedadesfísico-químicas da substância nele incorporada.Alguns polímeros são menossensíveis às condições empregadas nosprocessos de preparação, o que pode serdevido à sua composição química, à suamassa molar e à sua cristalinidade (RIEUXet al., 2006).Os polímeros biodegradáveis mais utilizadosatualmente são os poliésteres, taiscomo a poli(ε-caprolactona), o poli(D,Llático)(PLA) e os copolímeros derivadosdos ácidos lático e glicólico (PLGA) (DASHAND CUDWORTH II, 1998). São polímerostermoplásticos e constituem a classemais antiga e a mais estudada dos polímerosbiodegradáveis (NAIR AND LAU-RENCIN, 2007). Eles podem ser preparadosa partir de uma variedade de monômerospela abertura do anel e por vias depolimerização dependendo da unidademonomérica. Os derivados dos ácidos láticoe glicólico foram empregados comomaterial de fios de sutura na década de1960 e, desde então, outros poli-ésteresalifáticos foram desenvolvidos como polímerosbiodegradáveis e têm despertadobastante atenção devido a biocompatibilidadee aos perfis de degradação controláveisque apresentam.5. ESTUDOS E PATENTES DAAPLICAÇÃO DE NANOPARTÍCULASPARA A ADMINISTRAÇÃO DEBIOFÁRMACOSAlguns estudos têm demonstrado que asnanopartículas podem prolongar a liberaçãoe também aumentar a biodisponibilidadede peptídeos e proteínas.Sánchez e colaboradores (2003) desenvolverammicro e nanopartículas para administraçãoparenteral de interferon. Nesteestudo, foi realizada uma comparaçãoda taxa de encapsulamento e da liberaçãodo peptídeo a partir de micro e nanopartículaspreparadas por diferentestécnicas de encapsulamento, utilizando ocopolímero dos ácidos lático e glicólico(PLGA) como matriz e contendo poloxamercomo agente estabilizante. Os resultadosmostraram que o interferon podeser eficientemente encapsulado em microe nanopartículas. Os sistemas exibiramum perfil de liberação similar e a integridadee a bioatividade da substânciaforam mantidas. A atividade antiproliferativado interferon variou dependendoda formulação desenvolvida.Nanopartículas de polietilenoglicol e ácidopoli-lático contendo um peptídeo neuroprotetor(peptídeo intestinal vasoativo)para administração intranasal tambémforam estudadas (GAO et al., 2007). A biodistribuição,a liberação no cérebro e oefeito neuroprotetor da formulação foramavaliados. Os resultados mostraram que<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong> 57

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