PesquisaCaracterização morfológica e fisiológicaem acessos de Agaricus blazei e A. sylvaticusEstudos baseados em critérios morfológicos e fisiológicosFotos e ilustrações cedidas pelos autoresFotos e ilustrações cedidas pela autoraArailde Fontes Urben, Ph.DBióloga, Fitopatologista, MicologistaEmbrapa Recursos Genéticos e<strong>Biotecnologia</strong>arailde@cenargen.embrapa.brHISTÓRICOO cogumelo Agaricus blazei Murril foi encontradopela primeira vez em 1965 na regiãode Piedade – São Paulo, pelo imigrantejaponês Takatoshi Furomoto. Em 1972,Fig. 01 – Agaricus sylvaticus cultivado em céuaberto em São Pauloele enviou amostras deste fungo para a Universidadeda Província de Mie no Japão paraser analisado. O material foi também enviadopara a Bélgica, Argentina e Estados Unidos,onde posteriormente o fungo foi classificadocomo Agaricus blazei Murril (Mizuno,1997).Seus efeitos terapêuticos foram inicialmenteestudados pela Faculdade de Medicina daUniversidade de Mie e pela Universidadede Shizuoka no Japão, onde descobriram suaspropriedades anticancerigenas e seu potencialde ativar o sistema imunológico. Os cientistasjaponeses revelaram que o polissacarídeoß-glucan atuava no organismo, aumentandoas funções imunológicas, elevandoos macrófagos, “Natural Killer Cell”(NKC), células T, células B e célulascomplementares,evitando a regeneração ea metástase do câncer (Mizuno, 1990,1997).INTRODUÇÃOOs cogumelos têm sido considerados umgrupo especial de fungos pelo seu tamanhomacroscópico, distinto corpo de frutificaçãoe produção de bilhões de esporos. Suas frutificaçõespodem ser de cores vivas (amarelo,laranja, vermelho, violeta ou verde) escuras(marrom ou preto) ou sem coloração(branco ou hialino), de consistência carnosafrágil a coriácea, morfologia bastante variávele formas curiosas.Apesar dos cogumelos serem consideradoscomo um alimento especial, eles tambémpodem ser tóxicos e alucinógenos.Existem relatos de intoxicação e morte naAmérica e Inglaterra devido ao consumo decogumelos silvestres.No México, os fungos alucinógenos eramusados pelos índios em rituais religiosos etambém como medicamentos. O gênero PSI-LOCYBE, comum naquele país, era consideradoum produto divino.Esses macrofungos são conhecidos pela humanidade,particularmente pelos povos asiáticos,desde os primórdios da história, sejapela sua toxidez ou pelas suas propriedadesnutricionais e medicinais. O homem primitivojá se alimentava desses cogumelos noperíodo entre 5.000 a 4.000 anos a.C. elogo aprendeu a valorizá-los como alimento.O Brasil foi o primeiro país a cultivar o Aga-Fig. 02 – Agaricus blazei cultivado emestufas no Distrito Federal (A e B)acessos nº 01 e (C) acesso nº 276 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong>
icus blazei. Atualmente é também cultivadoem outros países como o Japão, China eCoréia.Inicialmente o cultivo era realizado usandoas mesmas técnicas para o Champignon deParis (Agaricus bisporus). Hoje, sabe-se quea metodologia de cultivo vem se aprimorandocada vez mais direcionada para a produçãode Agaricus blazei, cuja demanda vemcrescendo consideravelmente nestes últimosanos.O cultivo pode ser realizado no campo (emcéu aberto) ou em estufas (cultivo protegido).Diversas são as vantagens de cultivarem estufas, entre elas: melhor controle datemperatura e umidade, proteção contra chuvas,ventos, granizo e controle de pragas(Abe, 2002).O seu mercado destina-se principalmente àexportação para o Japão e Estados Unidos.Embora o mercado interno ainda não tenhaa expressão econômica desejável, o consumoa nível nacional vem crescendo a cadaano, apesar dos altos preços que vem sendopraticados. Em geral, este produto vem sendoutilizado como nutricêutico, por seus atributosde aumentar as defesas imunológicasdo organismo.Agaricus blazeiAgaricus blazei, sinonímia A. sylvaticus é umfungo saprófito, comestível e medicinal, quese desenvolve em clima tropical e úmidocom temperatura variando entre 25 - 28°C.É rico em proteínas, vitaminas e sais minerais.É usado como nutricêutico na prevençãoe tratamento de diversas enfermidades,como o câncer, Aids, artrites reumáticas, lupus,hepatite B e C, entre outras doenças.No Japão, é conhecido vulgarmente comoHimematsutake. No Brasil, recebeu diversosnomes, como por exemplos: CogumeloPiedade, Cogumelo da Vida, Cogumelo Medicinal,Cogumelo Princesa, Cogumelo deDeus, Cogumelo do Sol, etc.Classificação fúngica de Agaricus blazei:REINO: FungiFILO: BasidiomycotaCLASSE: Basidiomycetes/HymenomycetesORDEM: Agaricales/HymenomycetalesFAMÍLIA: AgaricaceaeGÊNERO: AgaricusESPÉCIE: Agaricus blazei MurrilFig. 03 - Aspectos culturais de 01 acesso de Agaricus sylvaticus (A) e 02 de Agaricusblazei (B e C), desenvolvidos a 28 °C em meio de cultura BDA, com dez dias deincubaçãoSob condições naturais e artificiais, este fungopode apresentar diversas linhagens. Estaslinhagens ou grupo de isolados são observadosa partir de características morfológicasdas colônias fúngicas desenvolvidas emdiferentes meios de cultivos artificiais de laboratório,temperaturas e luminosidade.Em condições de campo ou estufas, a presençade uma nova linhagem, pode ser observadanos corpos de frutificação. Fatoresabióticos ou mesmo bióticos, podem favorecerou contribuir com o surgimento deuma nova linhagem ou variedade.OBJETIVO:O objetivo deste trabalho foi caracterizarmorfo- fisiologicamente diferentes acessosde Agaricus blazei e Agaricus sylvaticus paraverificar se havia similaridades ou diferençasentre eles.MATERIAL E MÉTODOSAcessos de Agaricus blazei e Agaricus sylvaticusprocedentes do Distrito Federal ede São Paulo, foram submetidos a testes morfológicose fisiológicos no Laboratório deQuarentena Vegetal da Embrapa RecursosGenéticos e <strong>Biotecnologia</strong>, Setor de Micologia.Através do exame direto, avaliou-se o tamanho,cor, disposição das lamelas e texturado corpo frutífero. Em microscópio ópticode luz, observou-se a organização das lamelas,a forma e tamanho dos esporos. Testou-setrês meios de cultura: batata-dextro-Fig. 04 - Aspectos culturais de 01 acesso de Agaricus sylvaticus (A) e 02 de Agaricusblazei (B e C), desenvolvidos a 28 °C em meio de cultura MB, com dez diasde incubaçãoA identificação e a classificação das espéciesde Agaricus têm sido baseadas em característicasmorfológicas e fisiológicas pela maioriados especialistas em taxonomia, e maisrecentemente, métodos genéticos, molecularese bioquímicos.As espécies de Agaricus são diferenciadasprincipalmente pela coloração, forma e dimensãodos corpos frutíferos e estruturasmicroscópicas (esporos, lamelas, cistídios, etc).Fig. 05 - Aspectos culturais de 01 acesso de Agaricus sylvaticus (A) e 01 de Agaricusblazei (B), desenvolvidos a 28 °C em meio de cultura suco de tomate, com dez dias deincubação<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong> 77
- Page 1 and 2:
Biotecnologia Ciência & Desenvolvi
- Page 3 and 4:
BC&D - Como o senhor avalia aposiç
- Page 5 and 6:
dicamentos.Os anticorpos monoclonai
- Page 8 and 9:
PesquisaLUCIFERASES DE VAGALUMESPes
- Page 10 and 11:
ger & McElroy, 1965; Hastings,1995)
- Page 12 and 13:
ciferases de elaterídeos e fengod
- Page 14 and 15:
utilizados como marcadores sensíve
- Page 16:
5,5-dimethyloxyluciferin. JACS 124:
- Page 19 and 20:
Rev. Bras. Entom. 33: 359-366..Vivi
- Page 21 and 22:
vimento de pesquisas científicas (
- Page 23 and 24:
ubíquos) é inferior a 100, envolv
- Page 25 and 26: (tais como genes, operons, grupos[c
- Page 27 and 28: evolution of mycobacterialpathogeni
- Page 29 and 30: GLOSSÁRIOAlgoritmo. Procedimento o
- Page 31 and 32: oócito e melhora o posterior desen
- Page 33 and 34: Figura 7: Ilustração de resultado
- Page 35 and 36: 10. COELHO, L. A.; ESPER, C. R.;GAR
- Page 37 and 38: - permitir a rápida liberação do
- Page 39 and 40: de crescimento, quatro grupos de mi
- Page 41 and 42: skovia xanthineolytica LL-G109 (And
- Page 43 and 44: Tabela 1. Purificação da β-1,3 g
- Page 45 and 46: depende em parte, da venda dos subp
- Page 47 and 48: tipo poro-canal-G1pF atua por sensi
- Page 49 and 50: eutilização de células imobiliza
- Page 51 and 52: ANP - AGENCIA NACIONAL DE PETROLEO
- Page 53 and 54: inantes, incluindo eritropoetinas,
- Page 55 and 56: proteínas terapêuticas como, por
- Page 57 and 58: capsuladas, a redução de efeitos
- Page 59 and 60: Zhang W, Rong Z, Chen H, Jiang X.Br
- Page 61 and 62: FIGURA 1. Estrutura “Markush”Ma
- Page 63 and 64: Figura 2, todos os compostos origin
- Page 65 and 66: Figura 2. O filo Porifera é dividi
- Page 67 and 68: Figura 4. Microscopia eletrônica d
- Page 69 and 70: plication of genomics to uncultured
- Page 71 and 72: viabilidade celular (1) a técnica
- Page 73 and 74: Gráfico 02: Média das viabilidade
- Page 75: Tabela 04: Análise das médias de
- Page 79: 5. Agaricus sylvaticus é sinônimo