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Uma estrutura estratégica para a prevenção e controlo da ... - Jhpiego

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AFR/MAL/04/01Original: InglêsPlano de Acção <strong>para</strong> a Prevençãoe Controlo do Paludismo durante aGravidez a Região AfricanaBrazzaville 2005


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•© Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde 2005Todos os direitos reservados. As denominações utiliza<strong>da</strong>s nesta publicação e a apresentação do material nela contidonão significam, por parte <strong>da</strong> Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde, nenhum julgamento sobre o estatuto jurídico de qualquerpaís, território, ci<strong>da</strong>de ou zona, nem de suas autori<strong>da</strong>des, nem tão pouco questões de demarcação de suas fronteiras oulimites.A menção de determina<strong>da</strong>s companhias ou do nome comercial de certos produtos não implica que a OrganizaçãoMundial <strong>da</strong> Saúde os aprove ou recomende, <strong>da</strong>ndo-lhes preferência a outros análogos não mencionados. Com excepçãode erros ou omissões, uma letra maiúscula inicial indica que se trata dum produto de marca regista<strong>da</strong>.A Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde não garante que as informações conti<strong>da</strong>s nesta publicação sejam completas e correctase não pode ser responsável por qualquer prejuízo resultante <strong>da</strong> sua utilização.Impresso em 2005ii


Prefácio•PrefácioA África suporta 90% do fardo mundial de paludismo. As mulheres grávi<strong>da</strong>s e as crianças africanassão particularmente vulneráveis às consequências prejudiciais do paludismo causado pelo <strong>para</strong>sitamais letal, o Plasmodium falciparum. A Região Africana <strong>da</strong> Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (OMS)enfrenta a maioria do fardo mundial de doenças maternas associa<strong>da</strong>s a paludismo e baixo pesoà nascença. Em zonas de paludismo endémico, as mulheres grávi<strong>da</strong>s nem sempre recebem a<strong>prevenção</strong> e o tratamento de que necessitam, e isto contribui <strong>para</strong> os números extremamente altosde mortes de mães e de lactentes causa<strong>da</strong>s por paludismo.O desenvolvimento e reforço <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des nacionais <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante agravidez é <strong>da</strong> maior priori<strong>da</strong>de <strong>para</strong> a Região, e o Programa de Luta contra o Paludismo <strong>da</strong> SedeRegional Africana <strong>da</strong> OMS está empenhado em apoiar os esforços dos países <strong>para</strong> diminuir o fardode paludismo em mulheres grávi<strong>da</strong>s e lactentes. O Programa de Luta contra o Paludismo trabalhano contexto <strong>da</strong> iniciativa Fazer Recuar o Paludismo, uma parceria mundial empenha<strong>da</strong> em reduzira metade o fardo do paludismo até 2010.Esta publicação é um plano de acção destinado a fornecer orientação a decisores políticos eprogramas nacionais <strong>para</strong> a luta contra o paludismo em mulheres grávi<strong>da</strong>s que continuam a ser oprincipal grupo alvo de adultos na Região Africana <strong>da</strong> OMS. Para que a redução <strong>da</strong> doença tenhaêxito é preciso uma colaboração reforça<strong>da</strong> entre programas de luta contra o paludismo e programasde saúde reprodutiva, o que fornece uma oportuni<strong>da</strong>de <strong>para</strong> reduzir a morbili<strong>da</strong>de e mortali<strong>da</strong>dematerna assim como melhorar os cui<strong>da</strong>dos de saúde e o bemestar de todos os africanos.O plano de acção descreve o fardo do paludismo na gravidez, recomen<strong>da</strong> intervenções de <strong>prevenção</strong>e <strong>controlo</strong> deste na gravidez, propõe uma estratégia de intervenções, e sugere abor<strong>da</strong>gens <strong>para</strong>elaboração de programas em zonas de alta endemici<strong>da</strong>de na Região Africana. É acompanhado dedirectivas <strong>para</strong> diagnóstico, tratamento e <strong>prevenção</strong> do paludismo na gravidez.À medi<strong>da</strong> que os países elaboram planos nacionais de saúde, programas nacionais de luta contrao paludismo e programas de saúde reprodutiva, são encorajados a a<strong>da</strong>ptar e alargar este plano deacção segundo as suas reali<strong>da</strong>des epidemiológicas e de programa. Com colaboração mais forte<strong>para</strong> serviços pré-natais eficazes a nível nacional e local, o objectivo <strong>da</strong> Cimeira de Abuja de 2000de cobertura de 60% de mulheres grávi<strong>da</strong>s com intervenções eficazes pode ser atingido em 2005.Dr. Ebrahim Malick SambaDirector RegionalOrganização Mundial <strong>da</strong> SaúdeSede Regional Africanavii


Resumo•ResumoA Sede Regional Africana <strong>da</strong> OMS conhece a maior proporção de doenças e mortes relaciona<strong>da</strong>scom o paludismo, especialmente o causado pelo <strong>para</strong>sita mais letal, o Plasmodium falciparum.Assim, apoiar os países a reduzir o enorme impacto <strong>para</strong> a saúde associado ao paludismo é <strong>da</strong>maior importância.Em África, os efeitos prejudiciais do paludismo em mulheres grávi<strong>da</strong>s e crianças menores de 5anos diferem segundo os níveis de transmissão e de imuni<strong>da</strong>de. Em zonas de transmissão palúdicabaixa ou instável, as mulheres não têm um nível importante de imuni<strong>da</strong>de e na presença de<strong>para</strong>sitémia podem desenvolver doença clínica. Correm o risco de morte por paludismo graveou de aborto espontâneo, parto prematuro ou nado-morto. Em zonas de transmissão alta oumodera<strong>da</strong> (estável), as mulheres são semi-imunes e a maioria <strong>da</strong>s infecções palúdicas, emborainaparentes, podem contribuir <strong>para</strong> anemia materna grave e aumentar assim o risco de mortematerna. A infecção <strong>da</strong> placenta e a anemia materna causa<strong>da</strong>s pelo paludismo contribuem <strong>para</strong> obaixo peso à nascença, o que por sua vez resulta em mortali<strong>da</strong>de eleva<strong>da</strong> entre lactentes e atrasode desenvolvimento infantil.Apesar deste enorme <strong>da</strong>no, a <strong>prevenção</strong> e o <strong>controlo</strong> do paludismo durante a gravidez nãotem recebido até recentemente grande apoio. A infecção palúdica em mulheres grávi<strong>da</strong>s égeralmente assintomatica em zonas de maior prevalência e por isso necessita de uma abor<strong>da</strong>gempreventiva. Até agora, a abor<strong>da</strong>gem de <strong>controlo</strong>, quimioprofilaxia semanal com cloroquina, temsido difícil de implementar em termos de fornecimento e aderência ao tratamento, e tem sidoafecta<strong>da</strong> pela resistência crescente a medicamentos antipalúdicos. O êxito dos esforços de lutacontra o paludismo durante a gravidez também tem sido prejudicado pelo número limitado demedicamentos antipalúdicos inócuos e eficazes <strong>para</strong> utilização durante a gravidez e pela fracacolaboração existente entre programas de luta contra o paludismo e de saúde reprodutiva.Contudo, na última déca<strong>da</strong> foram identifica<strong>da</strong>s abor<strong>da</strong>gens eficazes de <strong>prevenção</strong> e <strong>controlo</strong> <strong>para</strong>superar estas limitações.Este plano de acção <strong>para</strong> a <strong>prevenção</strong> e <strong>controlo</strong> do paludismo durante a gravidez em zonas detransmissão estável recomen<strong>da</strong> três intervenções: tratamento preventivo intermitente (TPI),redesmosquiteiros tratados com insectici<strong>da</strong> (MTI) e tratamento de casos de paludismo e anemia.Na maior parte <strong>da</strong>s zonas de transmissão estável em África, a maioria <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>s fazempelo menos uma consulta pré-natal durante a gravidez, o que torna possível a <strong>prevenção</strong> atravesdo serviço pre-natal. Deve <strong>da</strong>r-se priori<strong>da</strong>de à elaboração de programas baseados em serviços prénataisque apoiem o TPI e MTI juntamente com outras acções essenciais do conjunto de cui<strong>da</strong>dospré-natais. Isto exigirá uma estreita colaboração entre os programas nacionais de luta contra opaludismo e programas de saúde reprodutiva.A expansão <strong>da</strong> cobertura exigirá monitorização cui<strong>da</strong>dosa <strong>da</strong> implementação do programa eavaliação do impacto. Há necessi<strong>da</strong>de urgente de realização de pesquisas <strong>para</strong> melhorar os esforçosde implementação, desenvolver novas abor<strong>da</strong>gens, abor<strong>da</strong>r questões relaciona<strong>da</strong>s com <strong>prevenção</strong>do paludismo durante a gravidez em zonas de baixa transmissão e descobrir e produzir novosmedicamentos.ix


Introducção•1. IntroduçãoA Cimeira Africana sobre Fazer Recuar o Paludismo (FRP), realiza<strong>da</strong> em Abril de 2000, aprovoua Declaração de Abuja segundo a qual os líderes <strong>da</strong> Região se comprometeram em assegurar que60% <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>s em comuni<strong>da</strong>des com paludismo endémico teriam acesso a <strong>prevenção</strong>e tratamento eficaz até 2005.As abor<strong>da</strong>gens apresenta<strong>da</strong>s mais adiante serão utiliza<strong>da</strong>s <strong>para</strong> atingir os objectivos de:◆ Apoiar e promover o acesso ao tratamento correcto, de custo acessível e apropriado, nasprimeiras 24 horas – do início dos sintomas;◆ Apoiar e promover o acesso a uma combinação adequa<strong>da</strong> de medi<strong>da</strong>s de protecção pessoale comunitária tais como mosquiteiros tratados com insectici<strong>da</strong> (MTI);◆ Apoiar e promover o uso de medi<strong>da</strong>s de <strong>prevenção</strong> do paludismo tais como quimioprofilaxiaou tratamento preventivo intermitente (TPI) <strong>para</strong> mulheres grávi<strong>da</strong>s, especialmente asprimigestas.Este forte compromisso poderá ser realizado se forem implementados mecanismos eficazes <strong>para</strong>as intervenções do programa, destina<strong>da</strong>s a pôr em prática o que se conhece sobre o impacto e a<strong>prevenção</strong> e <strong>controlo</strong> do paludismo durante a gravidez.Todos os anos, cerca de 25 milhões de mulheres africanas grávi<strong>da</strong>s em zonas de paludismoendémico correm o risco de infecção palúdica por Plasmodium falciparum durante a gravidez. 1 NaRegião Africana, a maioria <strong>da</strong>s mulheres reside em zonas de transmissão relativamente estável dopaludismo, onde os principais efeitos <strong>da</strong> infecção durante a gravidez estão associados a anemiana mãe, e presença de <strong>para</strong>sitas na placenta [1,3]. A insuficiência <strong>da</strong> nutrição fetal resultantecontribui <strong>para</strong> baixo peso à nascença (BPN) o que é uma causa principal de fraca sobrevivência edesenvolvimento dos lactentesem África [4,5].As mulheres grávi<strong>da</strong>s que residem em zonas de transmissão baixa ou instável do paludismo têmpouca ou nenhuma imuni<strong>da</strong>de à doença, e o risco de desenvolver doença grave resultantedeinfecção palúdica é duas a três vezes maior ao de mulheres não-grávi<strong>da</strong>s vivendo na mesma zona[6]. Em tais zonas, as mulheres grávi<strong>da</strong>s podem morrer como resultado directo de paludismo graveou indirectamente <strong>da</strong> anemia grave relaciona<strong>da</strong> com o paludismo [6,7]. Além disso, a infecção emtais mulheres pode ter uma série de consequências graves, incluindo aborto espontâneo, morteneonatal e BPN [5].Embora o impacto grave <strong>da</strong> infecção palúdica durante a gravidez já seja conhecido há meio século,a cobertura <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>s emrisco de infecção palúdica tem sido pequena na maioriados países endémicos, segundo a Organização Mundial <strong>da</strong> Saúde (OMS) e directivas nacionaisdos paises. O <strong>controlo</strong> do paludismo durante a gravidez depende <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> <strong>da</strong> infecção, <strong>da</strong>doque a maioria <strong>da</strong>s mulheres em zonas de transmissão estável não sofrem doença clínica grave, e1No ano 2000, calculou-se que nasceram em zonas palúdicas <strong>da</strong> África –cerca de 24,6 milhões de bebés. Esta estimativa baseia-senum modelo desenvolvido por Snow e colegas utilizando Cartografia de Risco de Paludismo em África (Snow RW et al., Estimatingmortality, morbitity and disability due to malaria among Africa’s non-pregnant population, Bull World Health Organ 1999; 77:624-640) e a sua aplicação <strong>para</strong> os <strong>da</strong>dos do UNICEF sobre nados-vivos (UNICEF, State of the world’s children, Oxford: OxfordUniversity Press, 1998) rectificados <strong>para</strong> o ano 2000.1


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•tratamento <strong>da</strong> <strong>para</strong>sitémia quando esta tem lugar. A eficácia <strong>da</strong> política anterior de quimioprofilaxiasemanal com cloroquina (CQ) era limita<strong>da</strong> pela fraca aceitação fora do contexto clínico [5,8]. Aexpansão <strong>da</strong> resistência do P. falciparum à cloroquina e outros medicamentos ain<strong>da</strong> comprometeumais a eficácia de tal profilaxia [5,8,9].Na última déca<strong>da</strong>, foram elabora<strong>da</strong>s estratégias destina<strong>da</strong>s a controlar mais eficazmente os efeitosprejudiciais do paludismo durante a gravidez, as quais podem servir de base <strong>para</strong> programas maiseficazes na Região Africana. O desenvolvimento <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem de TPI constitui um progressoimportante <strong>para</strong> atingir grande cobertura e eficácia [10,11]. Da mesma maneira, o êxito demonstradopelo uso de MTI durante a gravidez na redução <strong>da</strong> morbili<strong>da</strong>dedevido a infecção palúdica em mãese lactentes, fornece uma importante abor<strong>da</strong>gem de <strong>prevenção</strong> <strong>para</strong> África [12,13].2. Infecção palúdica durante a gravidez2.1 Descrição geralA infecção palúdica por P. falciparum durante a gravidez resulta numa vasta gama de consequênciasprejudiciais <strong>para</strong> a mulher grávi<strong>da</strong>, o feto em desenvolvimento e o recém-nascido (Figura 1).Figura 1 : Consequências prejudiciais do paludismo na gravidezMulheres grávi<strong>da</strong>sParasitemiaAumento do baçoMorbi<strong>da</strong>deAnemiaDoença febrilPaludismo cerebralHipoglicemiaSepsia puerperalMortali<strong>da</strong>deDoença graveHemorragiaFetoAbortoNado-mortoInfecção congenitalRecém-nascidoBaixo peso à nascençaPrematuri<strong>da</strong>deAtrazo de desenvolvimentointra-uterinoPaludismoMortali<strong>da</strong>deEfeitos sobre a saúde maternaO efeito <strong>da</strong> infecção sobre a mãe pode ir de insignificante a grave, dependendo do nível deimuni<strong>da</strong>de adquirido pela mãe antes <strong>da</strong> gravidez e <strong>da</strong> eficácia de tais respostas imunes durante agravidez [5]. A imuni<strong>da</strong>de adquiri<strong>da</strong> contra o paludismo depende <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> transmissão,número de gravidezes anteriores e presença de outras afecções tal como a infecção pelo vírusde imunodeficiência humana (VIH) que pode dificultar ain<strong>da</strong> mais a eficácia <strong>da</strong> resposta imunedurante a gravidez [14-17].2


Infecção Palúdica durante a Gravidez•Mesmo as infecçõesassintomáticas (as que não produzem febre nem doença clínica) agravammuitas vezes a anemia materna [18]. A anemia é mais frequente nas mulheres grávi<strong>da</strong>s do queem não grávi<strong>da</strong>s por várias razões, tais como os efeitos de diluição devido ao aumento do volumeintravascular durante o segundo trimestre, assim como o aumento crescente <strong>da</strong>s exigências deferro e ácido fólico [11,19]. Embora a anemia durante a gravidez possa ter causas múltiplas(infecção por VIH, nutrição deficiente, hemoglobinopatias e ancilostomíase (ou uncinariose),a contribuição do paludismo é importante. A anemia materna grave aumenta o risco de mortematerna, e calcula-se que em África a anemia relaciona<strong>da</strong> com paludismo chega a causar –cercade 10.000 mortes maternas por ano [20].A infecção por VIH diminui a capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> mulher grávi<strong>da</strong> de lutar contra infecções porP. falciparum [14]. A prevalência e intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> infecção palúdica durante a gravidez é maiorem mulheres infecta<strong>da</strong>s pelo VIH [14-17]. Tais mulheres têm mais probabili<strong>da</strong>des de ter infecçõessintomáticas e um risco maior de problemas de parto associados a paludismo [16,21]. Gestantesque já tenham estado grávi<strong>da</strong>s duas ou mais vezes e que tenham infecção por VIH estão na mesmasituação que as grávi<strong>da</strong>s pela primeira vez em termos de susceptibili<strong>da</strong>de e consequências negativasde infecção palúdica [16]. Assim, na presença de infecção por VIH, o risco associado a paludismoplacentário parece não depender do número de gestações [16].Efeitos sobre a saúde dos lactentesA infecção palúdica na mãe, especialmente em zonas de transmissão baixa ou instável, pode resultarem aborto, nado-morto ou infecção congenita [22-27]. Durante a segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> gestação,quando associa<strong>da</strong> a anemia materna, pode interferir no aumento de peso do feto e contribuir <strong>para</strong>o atraso no desenvolvimento intra-uterino ou prematuri<strong>da</strong>de o que resulta em BPN [28-32] (verFigura 1).Efeitos de infecções com outras espécies de paludismoOs efeitos dos outros três <strong>para</strong>sitas que causam paludismo em seres humanos (P. vivax, P. malariaee P. ovale) são menos evidentes. Em Africa as mulheres grávi<strong>da</strong>s com risco de infecção por P.vivax vivem essencialmente em zonas de transmissão baixa ou instável, e tais infecções resultamprovavelmente em doença febril. Um estudo realizado na Tailândia entre mulheres grávi<strong>da</strong>s nãoimunes notificou que o paludismo por P. vivax durante a gravidez está associado a anemia maternae BPN mas, de maneira menos importante do que por P. falciparum [33]. Há necessi<strong>da</strong>de de estudos<strong>para</strong> uma melhor definição dos efeitos <strong>da</strong> infecção por P. vivax sobre a saúde <strong>da</strong>s mulheres grávi<strong>da</strong>safricanas e recém-nascidos.2.2 Efeitos <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de de transmissãoOs sintomas e complicações do paludismo durante a gravidez diferem segundo a intensi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> transmissão num determinado contexto e segundo o nível de imuni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> mulher grávi<strong>da</strong>.Enquanto se reconhecem dois contextos epidemiológicos distintos, na reali<strong>da</strong>de, a intensi<strong>da</strong>de<strong>da</strong> transmissão e a imuni<strong>da</strong>de em mulheres grávi<strong>da</strong>s ocorrem continuamente em condiçõespotencialmente diversas dentro do mesmo país.3


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•Zonas de alta ou modera<strong>da</strong> transmissão (estável)Em África Sub-Sahariana predomina a transmissão estável; em consequência, esta região suporta omaior fardo <strong>da</strong> infecção palúdica durante a gravidez. Nestas zonas de alta ou modera<strong>da</strong> transmissão(estável), os efeitos <strong>da</strong> doença são especialmente evidentes na primeira e segun<strong>da</strong> gestaçõesexpostas a paludismo (Figura 2).Figura 2 : Consequências prejudiciais do paludismo durante a gravidez: zonas de transmissãoalta ou modera<strong>da</strong> (estável)Immuni<strong>da</strong>de adquiri<strong>da</strong> - altaInfecção inaparente• Na ausência de infecçãopor VIH, a 1 a e 2 a gravidezcorre maior riscoAnemiaSequestração placentáriaIntegri<strong>da</strong>de placentária altera<strong>da</strong>Transporte reduzido de nutrientesMorbi<strong>da</strong>de materna Peso baixo à nascença Mortali<strong>da</strong>de infantil mais altaApesar <strong>da</strong> prevalência de <strong>para</strong>sitemia e <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de de <strong>para</strong>sitas serem mais altas em mulheresgrávi<strong>da</strong>s do que em não-grávi<strong>da</strong>s, a infecção por P. falciparum em mulheres grávi<strong>da</strong>s nestas zonasé normalmente assintomática. A imuni<strong>da</strong>de materna reduz o risco de doença grave. Assim, opaludismo clínico não é uma característica notável <strong>da</strong> infecção durante a gravidez, e em contextosde transmissão estável a mortali<strong>da</strong>de materna devi<strong>da</strong> unicamente a paludismo não é corrente.Nestas condições, o principal efeito prejudicial <strong>da</strong> infecção é BPN e anemia materna.Em zonas de transmissão estável do paludismo (onde a prevalência durante a gravidez oscila entre10% e 65%), a doença durante a gravidez contribui <strong>para</strong> cerca de 2% a 15% de anemia maternae 8% a 14% de BPN [1,34] (Quadro 1). Avalia-se que o paludismo contribui <strong>para</strong> 8% a 36% departos prematuros, além de 13% a 70% de atraso de desenvolvimento uterino, dependendo donível de risco de paludismo [1]. Mas o que é grave, é que a infecção palúdica <strong>da</strong> mãe é responsávelpor cerca de 30% de to<strong>da</strong>s as causas de BPN que pode ser evitado durante a gestação (isto é, comtratamento pré-natal)[34]. Calcula-se que a infecção palúdica materna é responsável por 3% a 8%de to<strong>da</strong>s as mortes de lactentes [1,34].4


Infecção Palúdica durante a Gravidez•Quadro 1 : Contribuição do paludismo a anemia, baixo peso à nascença e a mortali<strong>da</strong>de emlactentesAdverse Problema health de saúde event% du % of totalAnemia materna 2–15Baixo peso à nascença (BPN) 8–14Parto prematuro, BPN 8–36Atraso de desenvolvimento inra-uterino, BPN 13–70Morte de lactente 3–8Zonas de baixa transmissão ou instávelEm zonas de baixa transmissão ou instável, a imuni<strong>da</strong>de ao paludismo adquiri<strong>da</strong> por mulheresem i<strong>da</strong>de de reprodução é relativamente pequena e por isso to<strong>da</strong>s as mulheres grávi<strong>da</strong>s correm omesmo risco de infecção palúdica. Em tais contextos, as consequências incluem doença materna,paludismo grave com complicações no sistema nervoso central, anemia e problemas de reproduçãoincluindo nados-mortos, abortos e BPN [5,6,22-26] (Figura 3). A infecção palúdica contribui<strong>para</strong> interrupção de gravidez durante o primeiro trimestre, e parto prematuro durante o terceirotrimestre. Outras consequências frequentemente associa<strong>da</strong>s a infecção por P. falciparum incluemhipoglicemia, hiperpirexia, anemia hemolítica grave e edema pulmonar [35].Figura 3 : Consequências prejudiciais do paludismo na gravidez: zonas de transmissão baixaou instávelImuni<strong>da</strong>de adquiri<strong>da</strong> – baixa ou nenhumaDoença clínicaDoença grave• Todos os casos de gravidez• Identificação e tratamento de casosPerigo <strong>para</strong> a mãePerigo <strong>para</strong> o feto5


PercentagemPlano de Acção•Está provado que em to<strong>da</strong> a África uma média superior a 70% de mulheres consultam serviçospré-natais pelo menos uma vez durante a gravidez, e muitas pelo menos duas vezes [39] (Figura4). Isto representa uma oportuni<strong>da</strong>de única <strong>para</strong> <strong>prevenção</strong> do paludismo, juntamente com outrasdoenças prioritárias afectando mulheres grávi<strong>da</strong>s.Por esta razão, o Programa de Luta contra o Paludismo <strong>da</strong> Sede Regional Africana <strong>da</strong> OMS escolheuos serviços pré-natais como centros de aceleração <strong>para</strong> implementação do programa de luta contrao paludismo durante a gravidez em zonas com transmissão estável e grande fluxo nas consultaspré-natais. Em zonas com cobertura pré-natal baixa, é importante o desenvolvimento e reforço deprogramas de base comunitária. Em zonas com cobertura pré-natal adequa<strong>da</strong>, programas de basecomunitária podem aumentar a cobertura.O Programa de Luta contra o Paludismo trabalha em colaboração estreita com o Programa <strong>para</strong>Materni<strong>da</strong>de Segura que está igualmente empenhado em reforçar os serviços de saúde reprodutiva.Em conjunto, estes programas podem concentrar-se em desenvolver o potencial dos serviços decui<strong>da</strong>dos primários em <strong>prevenção</strong> e tratamento de casos e expandir progressivamente o treino aostrabalhadores de saúde comunitários.Figura 4 : Percentagens de mulheres grávi<strong>da</strong>s que frequentam as consultas pré-natais em paisesseleccionados.1009080706050403020100Consultam postos pré-nataispelo menos uma vezConsultam postos pré-nataispelo menos duas vezesGuinéGabãoNigériaMauritâniaTanzâniaCamarõesGanaBenimUgan<strong>da</strong>EtiópiaQuéniaBurkina FassoCosta do MarfimZimbabuéMalauiNigérTogoFonte: WHO/UNICEF, The Africa malaria report 2003, p 40.4. Plano de acção <strong>para</strong> a <strong>prevenção</strong> e <strong>controlo</strong> dopaludismo durante a gravidezEm zonas endémicas <strong>da</strong> África, as mulheres grávi<strong>da</strong>s não recebem muitas vezes cui<strong>da</strong>dospreventivos e curativos adequados. Os cui<strong>da</strong>dos destinados a estas mulheres devem ser prestadosnum conjunto global baseado na importância do fardo de saúde definido e nas oportuni<strong>da</strong>des deintervenção.7


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•Caixa 2:Intervenções recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>para</strong> luta contra o paludismo durante a gravidez (emzonas de transmissão estável)A política de luta contra o paludismo durante a gravidez em zonas de transmissãoestável deve <strong>da</strong>r priori<strong>da</strong>de a um pacote que inclui tratamento preventivo intermitente(TPI), mosquiteiros tratados com insectici<strong>da</strong> (MTI) e garantir o tratamento de casos depaludismo e anemia.Tratamento Preventivo IntermitenteBOX 2To<strong>da</strong>s as mulheres grávi<strong>da</strong>s em zonas de transmissão estável do paludismo devem receberpelo menos 2 doses de TPI depois dos primeiros movimentos do feto. A Organização Mundial<strong>da</strong> Saúde recomen<strong>da</strong> um calendário de 4 consultas pré-natais , sendo tres destas depois dosprimeiros movimentos fetais. O fornecimento do TPI em ca<strong>da</strong> consulta programa<strong>da</strong> depois dosprimeiros movimentos do feto garantirá que uma grande proporção <strong>da</strong>s mulheres receberãopelo menos 2 doses. As doses do TIP-Sulfadoxina-Pirimetamina (SP) não devem ser <strong>da</strong><strong>da</strong>s comintervalo menor de 4 semanas.O medicamento mais eficaz <strong>para</strong> o TPI é a sulfadoxina-pirimetamina (SP) devido à sua inocui<strong>da</strong>de<strong>para</strong> utilização durante a gravidez, eficácia em mulheres em i<strong>da</strong>de reprodutiva e utilizaçãoprática pelo trabalhador de saúdepois, pode ser forneci<strong>da</strong> como dose única de tratamento sobobservação directa.*Mosquiteiros Tratados com Insectici<strong>da</strong>Os MTI devem ser fornecidos a mulheres logo no início <strong>da</strong> gravidez. Deve encorajar-se o seuuso durante to<strong>da</strong> a gravidez e no período pós-parto. Os MTI podem ser fornecidos através <strong>da</strong>consulta pré-natal ou outros locais no sector privado e público.Tratamento de casos de paludismo e anemiaDeve assegurar-se a to<strong>da</strong>s as mulheres grávi<strong>da</strong>s em zonas palúdicas tratamento antipalúdicoeficaz, e como parte de cui<strong>da</strong>dos pré-natais de rotina, fornecer-lhes suplementos de ferro <strong>para</strong>tratamento de anemia. Também se deve examinar to<strong>da</strong>s as mulheres grávi<strong>da</strong>s <strong>para</strong> detecçãode anemia, e as que apresentem anemia modera<strong>da</strong> a grave devem ser trata<strong>da</strong>s segundo asnormas nacionais sobre saúde reprodutiva.* Evidencias científicas actuais sugerem o seguinte: 1) São necessárias pelo menos 2 doses de TPI <strong>para</strong> obterum benefício ideal na maioria <strong>da</strong>s mulheres; 2) Um estudo sobre TPI em mulheres grávi<strong>da</strong>s infecta<strong>da</strong>s pelo VIHdemonstrou que, <strong>para</strong> conseguir um benefício ideal, havia necessi<strong>da</strong>de de doses mensais de TPI (recebendo amaioria <strong>da</strong>s mulheres 3-4 doses); 3) Em contextos onde a prevalência do VIH em mulheres grávi<strong>da</strong>s é superior a10%, a relação custo-eficácia é mais efectiva se forem trata<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as mulheres grávi<strong>da</strong>s no regime de três doses,do que testar as grávi<strong>da</strong>s e só fornecer o tratamento <strong>da</strong>s três doses somente a mulheres infecta<strong>da</strong>s pelo vírus; 4)Não há evidencias de que uma terceira dose de TPI cause qualquer risco adicional, ou de que mais de 3 doses deTPI durante a gravidez ofereça benefício adicional, ou que receber 3 ou mais doses de TPI com SP pode resultar emrisco maior de reacções indesejáveis. Está em curso uma investigação <strong>para</strong> avaliar a segurança, eficácia e viabili<strong>da</strong>dede programa de outros medicamentos antipalúdicos <strong>para</strong> uso em TPI.8


Plano de Acção•<strong>Uma</strong> política destina<strong>da</strong> à luta contra o paludismo durante a gravidez na Região Africana deve sersensível à varie<strong>da</strong>de de contextos epidemiológicos e condições de cui<strong>da</strong>dos pré-natais existentes(Caixa 2). O objectivo de uma política regional é atingir níveis altos de cobertura pré-natal <strong>para</strong>mulheres grávi<strong>da</strong>s com tratamento rápido e eficaz contra o paludismo e uma gama de medi<strong>da</strong>spreventivas (MTI e TPI). A política baseia-se em abor<strong>da</strong>gens comuns que possam servir a maiorparte dos países ou que possam ser a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s <strong>para</strong> reali<strong>da</strong>des locais. Tal política forneceráorientação a ca<strong>da</strong> país sobre a maneira de a<strong>da</strong>ptar as directivas nacionais segundo a epidemiologialocal do paludismo e as condições de cui<strong>da</strong>dos pré-natais.Esta abor<strong>da</strong>gem regional de luta contra o paludismo durante a gravidez, foi concebi<strong>da</strong> <strong>para</strong> abarcara maioria <strong>da</strong>s formas de transmissão do paludismo e contextos de cui<strong>da</strong>dos de saúde encontradosna Região Africana. A grande utilização dos servicos pre-natais e de saude reprodutiva pelasmulheres africanas, oferece uma oportuni<strong>da</strong>de <strong>para</strong> os gestores de programas nacionais iniciaremou reforçarem os serviços de <strong>prevenção</strong> e tratamento antipalúdico em tais contextos. Isto seráconseguido trabalhando com programas que são responsáveis pelos serviços destinados à saúde<strong>da</strong> mulher em i<strong>da</strong>de reprodutiva.Os programas são incitados a adoptarem abor<strong>da</strong>gens que incluam MTI, TPI e <strong>prevenção</strong> etratamento do paludismo, juntamente com serviços apropriados <strong>para</strong> o manejo de casos. Paraservir o maior número de mulheres em risco, é importante que haja ligação com serviços desaúde materna e reprodutiva baseados na comuni<strong>da</strong>de. Em zonas onde os serviços pré-natais nãoestão bem desenvolvidos, os programas de luta contra o paludismo devem explorar parcerias comtrabalhadores de saúde comunitários tais como parteiras tradicionais e outros agentes comunitáriosde saúde.Os países serão apoiados <strong>para</strong> acelerar a elaboração de programas; poderão então apoiar-se emprogramas e parcerias estabelecidos em ca<strong>da</strong> país e comuni<strong>da</strong>de.4.1 Tratamento de casos de paludismo e anemia durante a gravidezPaludismoO tratamento de casos de paludismo é uma componente essencial <strong>da</strong> <strong>prevenção</strong> e controle dopaludismo durante a gravidez em to<strong>da</strong>s as zonas onde as mulheres grávi<strong>da</strong>s correm o risco decontrair a doença. As mulheres grávi<strong>da</strong>s com paludismo sintomático têm um risco maior de per<strong>da</strong>do feto, parto prematuro e morte, e por isso precisam urgentemente de ser trata<strong>da</strong>s. O tratamentodo paludismo durante a gravidez tem por objectivo eliminar completamente a infecção poisqualquer nível de <strong>para</strong>sitemia tem consequências <strong>para</strong> a mãe e <strong>para</strong> o feto.Ca<strong>da</strong> país endémico <strong>da</strong> Região Africana necessita de uma política capaz de orientar o tratamentoantipalúdico eficaz <strong>para</strong> mulheres grávi<strong>da</strong>s. Estas directivas precisam de abor<strong>da</strong>r os aspectosclínicos especiais <strong>da</strong> infecção palúdica em mulheres grávi<strong>da</strong>s assim como as indicações e contraindicaçõesespecíficas e potenciais complicações associa<strong>da</strong>s a utilização de medicamentosantipalúdicos durante a gravidez.Os medicamentos antipalúdicos recomen<strong>da</strong>dos <strong>para</strong> tratamento de paludismo sem complicaçõessão a cloroquina (CQ) em zonas sem resistência ao medicamento, e sulfadoxina-pirimetamina(SP) em zonas onde há resistência à CQ. A quinina é outra alternativa em zonas onde tanto a9


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•CQ como a SP não são eficazes, sendoo medicamento escolhido <strong>para</strong> o tratamento de paludismonão complicado no primeiro trimestre de gravidez, e paludismo grave em qualquer trimestre <strong>da</strong>gravidez. Segundo recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> OMS os seguintes medicamentos não devem ser utilizadosdurante a gravidez: halofantrina, tetraciclina, doxiciclina e primaquina.Os trabalhadores de saúde, especialmente os que prestam cui<strong>da</strong>dos de saúde primários, devem sertreinados <strong>para</strong> reconhecer e tratar a doença palúdica. A colaboração com o pessoal responsáveldo Tratamento Integrado <strong>da</strong> Gravidez e Parto assim como do Tratamento Integrado <strong>da</strong>s Doenças<strong>da</strong> Infância será particularmente eficaz <strong>para</strong> desenvolver protocolos de tratamento e logística defornecimento de medicamentos sistemático.AnemiaDurante a última déca<strong>da</strong>, reconheceu-se gradualmente o fardo representado pela anemia associa<strong>da</strong>a paludismo em mulheres grávi<strong>da</strong>s (risco de morte) e no feto (BPN) [19, 40-44]. A anemia nãoprecisa de apresentar sintomas <strong>para</strong> representar risco importante durante a gravidez. Os <strong>para</strong>sitasP. falciparum podem estar presentes na placenta e contribuir <strong>para</strong> anemia materna e não haver<strong>para</strong>sitemia periférica evidente. Assim, uma mulher grávi<strong>da</strong> de uma zona endémica com anemiagrave, deve ser trata<strong>da</strong> presuntivamente com um medicamento antipalúdico eficaz, apresente ounão <strong>para</strong>sitemia periférica e tenha ou não febre.4.2 Prevenção do paludismo durante a gravidezControlar os efeitos <strong>da</strong> infecção palúdica na mulher grávi<strong>da</strong> e no seu feto exige um programaequilibrado de tratamento eficaz <strong>da</strong> doença e <strong>da</strong> anemia e <strong>prevenção</strong> <strong>da</strong>s consequências deinfecção inaparente. Na maior parte <strong>da</strong>s zonas de transmissão do paludismo, são indispensáveisintervenções de <strong>prevenção</strong> de grande eficácia consistindo em tratamento preventivo intermitentee mosquiteiros tratados com insectici<strong>da</strong>.4.2.1 Tratamento preventivo intermitente (TPI)A abor<strong>da</strong>gem de <strong>prevenção</strong> mais prometedora utilizando medicamentos antipalúdicos <strong>para</strong>mulheres grávi<strong>da</strong>s é o tratamento preventivo intermitente (TPI), baseado em medicamentosantipalúdicos <strong>da</strong>dos em doses terapêuticas com intervalos pré-definidos depois dos primeirosmovimentos do feto. A OMS recomen<strong>da</strong> que em zonas de transmissão estável, seja fornecidoTPI com um antipalúdico eficaz, de preferência dose única, como parte dos cui<strong>da</strong>dos pré-natais,começando logo depois dos primeiros movimentos do feto.Com sulfadoxina-pirimetaminaA sulfadoxina-pirimetamina (SP) é actualmente o medicamento antipalúdico de dose única maiseficaz <strong>para</strong> <strong>prevenção</strong> do paludismo durante a gravidez em zonas <strong>da</strong> África onde a transmissãodo P. falciparum é estável e onde a resistência a este medicamento é baixa (Caixa 3). SP não éperigosa <strong>para</strong> a gravidez, é eficaz <strong>para</strong> mulheres em i<strong>da</strong>de de reprodução na maior parte <strong>da</strong>s zonase pode ser utiliza<strong>da</strong> por programas de luta pois pode ser <strong>da</strong><strong>da</strong> em dose única sob observação deum trabalhador de saúde. A monitorização de programas pré-natais que utilizam TPI com SPmostrou níveis altos de aceitação do tratamento pelas mulheres grávi<strong>da</strong>s. O Malawi, que tem10


Plano de Acção•Caixa 3:Sucessos do tratamento preventivointermitente na África Oriental eAustralEstudos realizados no Quénia e noMalawi têm mostrado o impacto benéficodo tratamento preventivo intermitente(TPI) com sulfadoxina-pirimetamina (SP)na saúde de mães e lactentes. O TPIcom SP, quando prestado como parte decui<strong>da</strong>dos pré-natais, reduz de maneirasignificativa a prevalência de anemiamaterna e <strong>para</strong>sitemia placentária e aincidência de baixo peso à nascença[2,45-47]. Não foram detectados efeitossecundários importantes a SP na mãenem no lactente.experiência com programação de TPI em grandeescala, encontrou grande aceitação do tratamentodistribuído em serviços pré-natais e tem atingido, demaneira constante, níveis de cobertura superiores a80% <strong>para</strong> a primeira dose (Caixa 3).Medicação (dosagem)To<strong>da</strong>s as mulheres grávi<strong>da</strong>s em zonas de transmissãoestável do paludismo devem receber pelo menos duasdoses do medicamento antipalúdico recomen<strong>da</strong>do,actualmente SP, na primeira e segun<strong>da</strong> consultas prénatal,segundo o calendário regularmente planificado,depois dos primeiros movimentos do feto (Figura 5).Estudos realizados no Malawi e no Quénia mostraramque é possível obter o benefício máximo do TPI comduas ou mais doses de SP (em mulheres grávi<strong>da</strong>sinfecta<strong>da</strong>s pelo VIH). Contudo, mesmo uma únicadose de SP é benéfica.Figura 5 : Doses de TPI a serem administra<strong>da</strong>s durante as consultas pré-natais, apos osprimeiros movimentos fetaisVisita recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>pela OMS1 234TPI1TPI2TPI3 (opcional)*Taxa de crescimento do feto.**ConcepçãoPrimeiros movimentos do fetoGravidezNascimento* Em zonas onde a prevalência do VIH entre mulheres grávi<strong>da</strong>s é > 10%, deve administrar-se uma terceira dose na última consultaprograma<strong>da</strong>; se anteriormente a mulher só tiver recebido uma dose, uma segun<strong>da</strong> deve ser administra<strong>da</strong> nesta última consulta.** A taxa de crescimento fetal é baixa durante o primeiro trimestre <strong>da</strong> gravidez; aumenta rapi<strong>da</strong>mente no segundo e depois diminuino último mês.11


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•Caixa 4:Visitas pré-natais recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>sA Organização Mundial <strong>da</strong> Saúderecomen<strong>da</strong> que ca<strong>da</strong> mulher grávi<strong>da</strong>faça quatro visitas pré-natais durante asua gravidez, uma durante o primeirotrimestre e três depois dos primeirosmovimentos do feto. Ca<strong>da</strong> mulhergrávi<strong>da</strong> deve receber pelo menos duasdoses de TPI depois dos primeirosmovimentos do feto.Para assegurar que as mulheres recebem pelo menos duasdoses, a sua distribuição deve estar ligado às consultaspré-natais de rotina programa<strong>da</strong>s. A OMS recomen<strong>da</strong>actualmente um calendário óptimo de quatro consultaspré-natal, sendo três delas depois dos primeirosmovimentos do feto [55,56] (Caixa 4). O fornecimentode TPI durante estas últimas consultas assegurará queuma grande proporção de mulheres receba pelo menosduas doses. Para as que se apresentam à consulta pelaprimeira vez num estado de gravidez avançado, mesmouma só dose de SP é benéfica. Em mulheres grávi<strong>da</strong>sinfecta<strong>da</strong>s pelo VIH, pode haver necessi<strong>da</strong>de de trêsdoses de TPI depois dos primeiros movimentos do feto<strong>para</strong> que o tratamento tenha maior efeito.Não há provas de que receber mais de três doses de SP <strong>para</strong> TPI durante a gravidez ofereça maisbenefícios; mas também não há provas de que mais doses resultem em maior risco de efeitossecundários. As doses de TPI não devem ser <strong>da</strong><strong>da</strong>s com intervalos inferiores a um mês, e <strong>para</strong>mulheres grávi<strong>da</strong>s que têm quatro ou mais consultas pré-natais depois dos primeiros movimentosdo feto, é aconselhável não fornecer mais de três doses de TPI.Tanto as sulfonami<strong>da</strong>s como as pirimetaminas são geralmente considera<strong>da</strong>s inócuas no segundo eterceiro trimestres <strong>da</strong> gravidez [48]. Embora existam receios de que as sulfonami<strong>da</strong>s possam estarassocia<strong>da</strong>s a icterícia nuclear quando <strong>da</strong><strong>da</strong>s a recém-nascidos prematuros, este problema não foiobservado em estudos de TPI quando se administra SP à mãe [2,45,46]. Estudos realizados sobreo risco <strong>para</strong> o feto de exposição no útero a combinações de SP não descobriram nenhum riscomaior de aborto espontâneo ou defeitos congenitos [2,45,46].Um estudo retrospectivo sobre antifólicos administrados antes e durante a gravidez descobriu quehavia um risco maior de defeitos congénitos quando tais medicamentos eram tomados durante oprimeiro trimestre mas não durante o segundo ou terceiro [49,50]. Administra<strong>da</strong> semanalmentecomo profilaxia, SP tem sido relaciona<strong>da</strong> com raras reacções cutâneas graves tais como necróliseepidérmica tóxica e síndroma de Stevens-Johnson [51]. Contudo, não há provas de o risco dereacções cutâneas graves ser maior em mulheres grávi<strong>da</strong>s ou em doses terapêuticas (comunicaçãopessoal do Dr. John Gimnig).A pirimetamina é normalmente administra<strong>da</strong> em associação com a sulfadoxina, mas estudos emque a pirimetamina foi utiliza<strong>da</strong> sozinha também não encontraram aumentos em consequênciasprejudiciais <strong>para</strong> a gravidez [52]. Além disso, a pirimetamina é considera<strong>da</strong> como compatível coma amamentação [53].12Foram realizados vários estudos <strong>para</strong> detectar reacções adversas a SP, incluindo reacções cutânease outras afecções potencialmente graves podendo representar riscos <strong>para</strong> a mulher grávi<strong>da</strong> ou<strong>para</strong> o lactente ou limitar a eficácia do programa. Não se encontraram provas de maior riscode efeitos secundários cutâneos graves ou de icterícia mais forte no recém-nascido quando seadministrava SP no segundo e terceiro trimestres [2,45,46]. Embora os <strong>da</strong>dos sobre a inocui<strong>da</strong>dede SP sejam tranquilizadores, continua a haver necessi<strong>da</strong>de de monitorização <strong>da</strong> inocui<strong>da</strong>dede todos os medicamentos antipalúdicos, incluindo SP, utilizados <strong>para</strong> tratamento e <strong>prevenção</strong>durante a gravidez.


Plano de Acção•Com outros medicamentos antipalúdicosEm zonas <strong>da</strong> África onde a resistência a SP está a aumentar, as alternativas a SP – quer se<strong>para</strong><strong>da</strong>sou em combinação com compostos de artemisina – requerem avaliação urgente <strong>para</strong> utilizaçãona gravidez. <strong>Uma</strong> reunião <strong>da</strong> OMS <strong>para</strong> analisar os <strong>da</strong>dos pré-clínicos (em animais) e os <strong>da</strong>doslimitados em humanos sobre o uso de compostos de artemisina na gravidez, concluiu que taismedicamentos são inócuos <strong>para</strong> utilização no segundo e terceiro trimestres <strong>da</strong> gravidez e durantea amamentação [54]. Embora haja necessi<strong>da</strong>de de experiências convencionais sobre a inocui<strong>da</strong>dede tais medicamentos na gravidez, estas poderão ser difíceis de realizar. Assim, é essencial quea vigilância pós-marketing de mulheres grávi<strong>da</strong>s que são expostas a novos medicamentos seja omais possível cui<strong>da</strong>dosa e completa.4.2.2 Mosquiteiros tratados com insectici<strong>da</strong>A segun<strong>da</strong> intervenção preventiva é a utilização de mosquiteiros tratados com insectici<strong>da</strong> (MTI).Os MTI reduzem o contacto homem-vector excluindo fisicamente os mosquitos vectores, matandoosse estes pousam nos mosquiteiros tratados ou repelindo-os, afastando-os assim <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong>dede quem dorme. Dado o seu efeito, provado em vários estudos, de redução <strong>da</strong> morbili<strong>da</strong>de emortali<strong>da</strong>de liga<strong>da</strong>s ao paludismo [13,55-61], o uso dos MTI está a ser promovido comercialmenteem países africanos pelos sectores público e privado.O uso de MTI pela mulher grávi<strong>da</strong> beneficia a mulherassim como a sua família (Caixa 5). O impactodemonstrado dos MTI sobre a redução dos riscos de BPNe anemia materna é importante. Mais ain<strong>da</strong>, a criançaque dorme com a mãe sob o mosquiteiro tambémbeneficiará de maneira importante: redução <strong>da</strong> exposiçãoao paludismo, <strong>da</strong> incidência de anemia e do risco demortali<strong>da</strong>de, e consoli<strong>da</strong>ção do desenvolvimento.A distribuição de MTI e o desenvolvimento de infra<strong>estrutura</strong>scomunitárias eficazes <strong>para</strong> atingir níveis decobertura altos é um desafio importante; estratégiasdefini<strong>da</strong>s e aplica<strong>da</strong>s localmente terão êxito. Aincorporação de mensagens sobre os benefícios de MTIserá importante <strong>para</strong> conseguir níveis de utilizaçãoaltos; tais mensagens podem ser afixa<strong>da</strong>s nos serviçospré-natais, postos <strong>para</strong> atendimento aos bebés e outrosserviços de cui<strong>da</strong>dos de saúde.Caixa 5:No Quénia, os MTI reduzem orisco de BPN e prematuri<strong>da</strong>deNa zona ocidental do Quénia, commuito palúdismo, estudos indicamque as mulheres que durante assuas quatro primeiras gestaçõesdormiram to<strong>da</strong>s as noites protegi<strong>da</strong>scom mosquiteiros tratados cominsectici<strong>da</strong> tiveram cerca de 25%menos de bebés pequenos <strong>para</strong> ai<strong>da</strong>de de gestação ou prematuros doque mulheres que não tinham sidoprotegi<strong>da</strong>s por MTI [62].4.3 Oportuni<strong>da</strong>des <strong>para</strong> programação basea<strong>da</strong> na comuni<strong>da</strong>deEm zonas onde a maioria <strong>da</strong>s mulheres vai à consulta pré-natal pelo menos uma vez durantea gravidez, os programas nacionais devem centrar-se inicialmente na consulta pré-natal <strong>para</strong>lutar contra o paludismo durante a gravidez. Este local será o ponto lógico de serviços <strong>para</strong>TPI. Para conseguir êxito, haverá necessi<strong>da</strong>de de uma forte colaboração entre programas de lutacontra o paludismo e de saúde reprodutiva; a cooperação deve incluir to<strong>da</strong> a gama de medi<strong>da</strong>sde implementação – formação, aprovisionamento em medicamentos e fornecimentos, prestação13


Plano de de Acção Acção <strong>para</strong> <strong>para</strong> a Prevenção a e Controlo e do do Paludismo durante durante a Gravidez a a Região a Região Africana••PlanoQuadro 2 : Estratégias de intervenção <strong>para</strong> paludismo durante a gravidez, segundo aintensi<strong>da</strong>de de transmissãoTransmissão alta/média contínua(estável) 1MosquiteirosTratamento preventivo tratados comTratamento de casos intermitente (TPI) insectici<strong>da</strong> (MTI)Risco limitado de doençafebril e paludismo graveDetectar e tratar a anemiacom o medicamentoantipalúdico recomen<strong>da</strong>doe suplemento de ferroReconhecer e tratarimediatamente com ummedicamento eficaz to<strong>da</strong>sas provaveis doençaspalúdicasDar a ca<strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> umadose padrão de TPI 4 naprimeira consulta prénataldepois dos primeirosmovimentos do fetoNa consulta de rotinaseguinte, 5 <strong>da</strong>r uma dose deTPI, sendo o mínimo de duasdoses <strong>da</strong><strong>da</strong>s com intervalonão menos de um mês 6Começar a utilizar logono início <strong>da</strong> gravidez econtinuar <strong>para</strong> além dopartoInsistir sobre a importância<strong>da</strong>s crianças pequenasdormirem sob MTITransmissão alta/média relativa àestação do ano(estável) 1Risco limitado de doençafebril e paludismo graveDetectar e tratar a anemiacom o medicamentoantipalúdico recomen<strong>da</strong>doe suplemento de ferroReconhecer e tratarimediatamente com ummedicamento eficaz to<strong>da</strong>sas doenças possivelmentepalúdicasDar a ca<strong>da</strong> grávi<strong>da</strong> umadose padrão de TPI 4 naprimeira consulta prénataldepois dos primeirosmovimentos do fetoNa consulta de rotinaseguinte, 5 <strong>da</strong>r uma dosede TPI, com um mínimo deduas doses <strong>da</strong><strong>da</strong>s a um mêsde intervalo 6Começar a utilizar logono início <strong>da</strong> gravidez econtinuar depois do partoInsistir sobre a importância<strong>da</strong>s crianças pequenasdormirem sob MTIGrande risco de doençafebril e anemiaTransmissão baixa(instável) 2Grande risco de doençafebril e paludismo graveReconhecer e tratarimediatamente com ummedicamento eficaz to<strong>da</strong>sas doenças possivelmentepalúdicasCom base em evidênciasactuais, não se poderecomen<strong>da</strong>r o TPI nestaszonasComeçar a utilizar logono início <strong>da</strong> gravidez econtinuar <strong>para</strong> além dopartoInsistir sobre a importância<strong>da</strong>s crianças pequenasdormirem sob MTIDetectar e tratar a anemiacom o medicamentoantipalúdico recomen<strong>da</strong>doe suplemento de ferroNa África oriental esetentrional considerar apossibili<strong>da</strong>de de infecçãopor P. vivax 31As mulheres adultas têm um nível alto de imuni<strong>da</strong>de antipalúdica adquiri<strong>da</strong>; a primeira e a segun<strong>da</strong> gestação correm maior risco deconsequências prejudiciais do paludismo.2 As mulheres adultas não têm imuni<strong>da</strong>de antipalúdica adquiri<strong>da</strong> ou têm um nível muito baixo; to<strong>da</strong>s as gestações correm o risco deconsequências prejudiciais do paludismo.3 Pode considerar a possibili<strong>da</strong>de de quimioprofilaxia com CQ <strong>para</strong> diminuir o fardo de sna gravidez, mas não existe actualmente provasde eficácia desta estratégia.4 O medicamento mais eficaz <strong>para</strong> TPI é actualmente a sulfadoxina-pirimetamina.5 A OMS recomen<strong>da</strong> um calendário ideal de 3 consultas pré-natais depois dos primeiros movimentos do feto.6 Em zonas onde a prevalência do VIH entre mulheres grávi<strong>da</strong>s é >10%, deve administrar-se uma terceira dose na última consultaprograma<strong>da</strong>. Se anteriormente a mulher grávi<strong>da</strong> só recebeu uma dose, nesta última consulta deve ser-lhe administra<strong>da</strong> uma segun<strong>da</strong>.14


Plano de Acção•de serviços, vigilância, monitorização e avaliação. O serviço pré-natal também pode ser valiosoadministrando o TPI e fazendo a sua promoção e educação junto de mulheres grávi<strong>da</strong>s. Em certascomuni<strong>da</strong>des, o TPI pode ser distribuído e apoiado através de programas do sector público eprivado.Em certas zonas de paludismo endémico, pode acontecer que os programas de saúde pré-nataisnão estejam bem desenvolvidos e assim a frequência será pequena. Os programas precisarão deestabelecer as estratégias mais eficazes e de baixo custo <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante agravidez.Para acelerar a prestação de serviços a mulheres grávi<strong>da</strong>s, os programas nacionais devem estu<strong>da</strong>rparcerias com organizações não-governamentais e fornecedores de cui<strong>da</strong>dos de saúde baseadosna comuni<strong>da</strong>de <strong>para</strong> prestação de alguns componentes do conjunto proposto de luta contra opaludismo. Parteiras tradicionais podem ser competentes <strong>para</strong> promover os serviços pré-natais eMTI e, com formação adequa<strong>da</strong> e apoio logístico, podem administrar TPI.Os programas são incitados a explorar oportuni<strong>da</strong>des inovadoras na comuni<strong>da</strong>de <strong>para</strong> prestação deprogramas tanto <strong>para</strong> alargar as activi<strong>da</strong>des dos serviços pré-natais como <strong>para</strong> servir as mulheresonde tais programas não estão bem desenvolvidos. No âmbito <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de, o parceiro e a família<strong>da</strong> mulher (por exemplo, mãe ou sogra) assim como outros grupos locais podem representarrecursos <strong>para</strong> desenvolver capaci<strong>da</strong>des <strong>para</strong> fazer escolhas saudáveis. Tais recursos devem sertotalmente utilizados <strong>para</strong> tirar partido <strong>da</strong> gama de oportuni<strong>da</strong>des <strong>para</strong> desenvolver abor<strong>da</strong>genseficazes e duráveis de luta contra o paludismo durante a gravidez, assim como de outras doençasque representem <strong>para</strong> a mulher grávi<strong>da</strong> e seu bebé um fardo desmedido.4.4 Avaliação <strong>da</strong> relação custo-eficácia na <strong>prevenção</strong> do paludismo durantea gravidezA <strong>prevenção</strong> do paludismo durante a gravidez usando o pacote constituido por TPI e MTI podeser muito benéfico em relação ao custo-eficácia . Segundo estimativas, o TPI com SP ou CQ custaentre 12$ e 21$ por ano de vi<strong>da</strong> poupado por incapaci<strong>da</strong>de, o que é um custo muito favoravel[63].A utilização de MTI por crianças em diversos contextos tem mostrado ser muito eficaz em relaçãoao custo [64-66]. Mais mulheres grávi<strong>da</strong>s estão a usar MTI e a relação custo-eficácia de tal uso éprovavelmente semelhante à encontra<strong>da</strong> no caso de crianças. Prevê-se que o conjunto de <strong>prevenção</strong>pré-natal (TPI e MTI) produzirá resultados comparáveis. Como a cobertura regional tem comoobjectivo atingir 60% do grupo alvo, a mortali<strong>da</strong>de anual estima<strong>da</strong> de lactentes é de (75.000-200.000) a atribuí<strong>da</strong> a infecção palúdica materna deve diminuir de maneira importante.15


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•5. Implementação do programaDesenvolver e reforçar as capaci<strong>da</strong>des nacionais <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante a gravidezé uma priori<strong>da</strong>de importante <strong>para</strong> a Região Africana. A implementação de programas exige umaabor<strong>da</strong>gem sistemática do desenvolvimento de políticas e programas nacionais, assim comopromoção e advocacia <strong>para</strong> abor<strong>da</strong>gens de luta. O Programa do Paludismo dá grande priori<strong>da</strong>de acolaboração efectiva com programas de saúde reprodutiva.Em ca<strong>da</strong> país, os papéis dos níveis nacional, distrital e local dos programas de luta contra opaludismo e de saúde reprodutiva no processo de implementação devem ser claramente definidos.Apresentam-se a seguir as etapas propostas <strong>para</strong> implementação de programa.◆ Estabelecer um grupo técnico consultivo com partes interessa<strong>da</strong>s nacionais e parceiros<strong>para</strong> aconselhamento sobre política e planeamento <strong>da</strong> implementação no paísO planeamento e a implementação de intervenções <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante agravidez exigirão novas parcerias entre especialistas de paludismo, obsttras e saúde maternoinfantil.Quando um país se empenha em reforçar as capaci<strong>da</strong>des de luta contra o paludismo, deveconstituir-se um grupo técnico consultivo representativo que inclua especialistas de paludismoe de saúde materna e reprodutiva, e departamentos de recursos humanos (dos sectores públicoe privado), parceiros bilaterais e multilaterais essenciais, organizações não-governamentais eorganizações religiosas prestando cui<strong>da</strong>dos de saúde. Ao grupo técnico consultivo deve incumbira orientação técnica em questões de política e planeamento assim como a mobilização de apoio erecursos. Tal grupo também deve desempenhar um papel activo na coordenação e monitorização<strong>da</strong> implementação do programa. A maior parte dos países já estabeleceram comissões técnicasconsultivas <strong>para</strong> lutar contra o paludismo; poderá haver necessi<strong>da</strong>de de rever as suas atribuições<strong>para</strong> incluir questões relaciona<strong>da</strong>s com a luta contra o paludismo durante a gravidez.◆ Avaliar as necessi<strong>da</strong>des e analisar a situação <strong>para</strong> definir a epidemiologia do paludismodurante a gravidez e a capaci<strong>da</strong>de dos programas pré-natais e de saúde reprodutivaAntes de iniciar a desenvolver ou reforçar a sua capaci<strong>da</strong>de <strong>para</strong> prevenir e controlar o paludismodurante a gravidez, o país deve avaliar as necessi<strong>da</strong>des e os factores determinantes essenciaisdo programa <strong>para</strong> servir de referência [67]. A intensi<strong>da</strong>de de transmissão do paludismo e osefeitos deste durante a gravidez (por exemplo, BPN, anemia) podem na maioria dos locais serdeterminados a partir de <strong>da</strong>dos disponíveis sobre prevalência de infecção palúdica e morbili<strong>da</strong>dematerna. Certos contextos, tais como zonas urbanas, terras altas e zonas na orla de transmissãoestável do paludismo (por exemplo, na região do Sahel), podem necessitar de estudos especiais.A determinante vital é a capaci<strong>da</strong>de dos serviços de saúde reprodutiva de colaboração, incorporaçãoe prestação eficiente de intervenções de luta contra o paludismo <strong>para</strong> mulheres grávi<strong>da</strong>s. O pontode parti<strong>da</strong> será serviços baseados em serviços de saúde, mas também se deve avaliar programascomunitários e no terreno, tais como os que formaram e forneceram parteiras tradicionais.◆ Elaborar ou rever a política nacional de luta contra o paludismo e políticas e normas <strong>para</strong>lutar contra o paludismo durante a gravidez16


Implementação do Programa•Ca<strong>da</strong> país precisará de elaborar ou rever a política e directivas <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durantea gravidez. Esta política deve ser parte integrante <strong>da</strong> política nacional de luta contra o paludismoe também deve estar reflecti<strong>da</strong> na política de saúde reprodutiva. A participação de to<strong>da</strong>s as partesinteressa<strong>da</strong>s e contribuintes é crucial. A política deve abor<strong>da</strong>r questões vitais identifica<strong>da</strong>s durantea análise <strong>da</strong> situação e avaliação de necessi<strong>da</strong>des, definir claramente estratégias e abor<strong>da</strong>gens<strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante a gravidez e ser consistente com os objectivos definidospelo programa nacional de luta contra o paludismo e o programa de saúde reprodutiva. A secçãoanterior fornece orientação que pode aju<strong>da</strong>r a elaboração <strong>da</strong> política.◆ Elaborar ou actualizar uma estratégia abrangente e planos de implementação <strong>para</strong> lutarcontra o paludismo durante a gravidezNo início <strong>da</strong> iniciativa Fazer Recuar o Paludismo, a maior parte dos países <strong>da</strong> Região Africanasofrendo de paludismo endémico realizou análises de situação <strong>para</strong> identificar pontos fortes,oportuni<strong>da</strong>des, ameaças e pontos fracos em relação a luta contra o paludismo e sistemas de saúdedurante os últimos cinco a dez anos. Tais países estão em várias fases de elaboração de planosestratégicos e de implementação <strong>para</strong> lutar contra o paludismo. A finali<strong>da</strong>de, os objectivos, as opções<strong>estratégica</strong>s e as abor<strong>da</strong>gens de implementação, assim como os indicadores <strong>para</strong> monitorização eavaliação, <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante a gravidez devem ser definidos no contexto deum plano estratégico nacional de cinco a dez anos. To<strong>da</strong>s as partes interessa<strong>da</strong>s devem participarno processo de planificação.Os planos de implementação de um a dois anos <strong>para</strong> o nível nacional e distrital devem derivar doplano estratégico nacional. Os planos de implementação devem indicar os resultados esperadosdentro de um espaço de tempo determinado, as activi<strong>da</strong>des a implementar, a pessoa responsável,indicadores <strong>para</strong> <strong>controlo</strong>, custo e fonte de recursos <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de.◆ Elaborar estratégias de promoção e comunicação <strong>para</strong> lutar contra o paludismoMensagens apropria<strong>da</strong>s, estratégias de Informação Educação e comunicação (IEC) destina<strong>da</strong>s ainformar mulheres e o público em geral sobre o fardo que representa a infecção palúdica durante agravidez e as medi<strong>da</strong>s apropria<strong>da</strong>s de luta que as mulheres grávi<strong>da</strong>s devem esperar receber quandoprocuram cui<strong>da</strong>dos de saúde, devem ser desenvolvi<strong>da</strong>s. Importância deve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> a comunicaçãoefectiva entre o pessoal que presta serviços e as mulheres grávi<strong>da</strong>s <strong>para</strong>, entre mulheres e suasfamílias se realce as medi<strong>da</strong> de <strong>controlo</strong>, o risco de paludismo, <strong>para</strong> favorecer a aceitação demedi<strong>da</strong>s de luta.As mensagens de IEC também devem incluir os prestadores de cui<strong>da</strong>dos de saúde, especialmentequando se introduzem alterações na política. A aceitação <strong>da</strong> nova política pelas mulheres grávi<strong>da</strong>se o público em geral dependerá <strong>da</strong>s alterações no comportamento do pessoal de saúde.Para reforçar e manter o empenho político, influenciar responsáveis a toma<strong>da</strong>s de decisão sobrea eficácia e rentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s estratégias defini<strong>da</strong>s e mobilizar recursos <strong>para</strong> implementação deprogramas é preciso elaborar meios de sensibilização.◆ Aju<strong>da</strong>r a reforçar sistemas de apoio <strong>para</strong> serviços pré-natais, incluindo intervenções <strong>para</strong>lutar contra o paludismo durante a gravidez17


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•A implementação de intervenções de luta contra o paludismo durante a gravidez <strong>para</strong> atingir osgrupos alvos de Abuja 2000 e os objectivos de saúde reprodutiva exige um contexto favorável(por exemplo, empenho político, prestação de serviços e recursos) e capaci<strong>da</strong>des reforça<strong>da</strong>s derecursos humanos e potencial institucional a nível do país. Para assegurar acesso adequado aserviços e artigos essenciais (como medicamentos, MTI, etc.) exigidos <strong>para</strong> cui<strong>da</strong>dos de quali<strong>da</strong>de,é preciso estabelecer sistemas eficazes de aquisição e fornecimento, assim como sistemas deencaminhamento, comunicação, supervisão e vigilância. Isto exigirá logística e financiamentobem planeados. A colaboração com outros sistemas de aquisição, fornecimento e encaminhamentobaseados em postos de saúde, tais como os que foram elaborados <strong>para</strong> o Tratamento Integrado <strong>da</strong>Gravidez e do Parto, o Tratamento Integrado de Doenças <strong>da</strong> Infância e o Programa Alargado deVacinação, será particularmente importante.O objectivo destes sistemas é aumentar o acesso e a aceitação de medi<strong>da</strong>s de luta por parte demulheres grávi<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> população em geral. Deve assegurar-se cobertura geográfica adequa<strong>da</strong>,assim como cobertura de populações marginaliza<strong>da</strong>s e mais pobres. Assegurar acesso equitativo aserviços deve ser uma priori<strong>da</strong>de dos programas nacionais.◆ Desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de acção do pessoal <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante agravidezNa maior parte dos países, os planos destinados a reforçar esforços <strong>para</strong> lutar contra o paludismodurante a gravidez concentrar-se-ão inicialmente na capaci<strong>da</strong>de dos serviços de saúde emintervenções <strong>para</strong> <strong>prevenção</strong> eficaz do paludismo e tratamento de casos. É preciso que osinvestimentos em desenvolvimento <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des do sistema de saúde sejam feitos de maneiracoordena<strong>da</strong> implicando todos os parceiros do programa.Trabalhadores de saúde bem pre<strong>para</strong>dos e equipados são necessários <strong>para</strong> apoiar a implementaçãoe prestar cui<strong>da</strong>dos de quali<strong>da</strong>de, e a formação do pessoal de saúde, assim como a sua formaçãocontínua, é uma priori<strong>da</strong>de. A formação no local de trabalho em relação a política e directivassobre luta contra o paludismo durante a gravidez deve ser realiza<strong>da</strong> a todos os níveis do sistemade saúde. Poderá haver necessi<strong>da</strong>de de elaborar ou rever manuais de formação adequados. Aincorporação de uma disciplina de luta contra o paludismo nos programas de estudos <strong>da</strong>s escolasde medicina, enfermagem e saúde pública e instituições de formação no campo <strong>da</strong> saúde é umaestratégia a médio prazo <strong>para</strong> melhorar as competências dos trabalhadores de saúde na luta contrao paludismo. Devem contratar-se agentes de cui<strong>da</strong>dos do sector informal e assegurar as suasligações com o sector formal <strong>da</strong> saúde. Poderá haver necessi<strong>da</strong>de de abor<strong>da</strong>gens específicas <strong>para</strong>assegurar a participação de médicos privados que tratam uma proporção importante de casos depaludismo.A supervisão regular do pessoal de saúde formado é importante <strong>para</strong> o motivar e assegurar cui<strong>da</strong>dosde quali<strong>da</strong>de. A questão de uma estratégia global <strong>para</strong> desenvolvimento de recursos humanos deveser abor<strong>da</strong><strong>da</strong> no âmbito de sistemas de saúde nacionais.◆ Definir um plano <strong>para</strong> investigação sobre paludismo e seu <strong>controlo</strong> durante a gravidezProgramas nacionais e parceiros em investigação podem às vezes achar necessário realizarinvestigação prática <strong>para</strong> avaliar questões básicas em relação a biologia e <strong>controlo</strong> do paludismodurante a gravidez, assim como questões práticas dizendo respeito à implementação do programa18


Monitorização e Avaliação de Programas•nacional. Os líderes de tais programas devem participar e ter acesso imediato aos resultados detais investigações <strong>para</strong> informar os responsáveis do planeamento e implementação do programanacional. Documentar e compartilhar melhores práticas é essencial <strong>para</strong> melhorar a implementaçãode programas.6. Monitorização e avaliação de programasUm sistema eficaz <strong>para</strong> monitorizar o progresso e avaliar os resultados e o impacto será vital<strong>para</strong> calcular o êxito de um país no <strong>controlo</strong> do paludismo durante a gravidez. A monitorização énecessária <strong>para</strong> medir o progresso do programa de saúde a todos os níveis. Pode aju<strong>da</strong>r a verificarse as activi<strong>da</strong>des estão a ser implementa<strong>da</strong>s segundo os planos, assegurar responsabili<strong>da</strong>de edetectar problemas e obstáculos <strong>para</strong> fornecer resultados locais às autori<strong>da</strong>des competentes eapoiá-las promovendo melhor planeamento. A avaliação de resultados e impacto é necessária <strong>para</strong>documentar periodicamente se as estratégias defini<strong>da</strong>s e as activi<strong>da</strong>des implementa<strong>da</strong>s estão aalcançar os resultados esperados. Enquanto a monitorização é um processo contínuo, a avaliaçãoprecisará de ser realiza<strong>da</strong> de maneira intermitente.Foram identifica<strong>da</strong>s cinco áreas vitais <strong>para</strong> monitorização e avaliação relaciona<strong>da</strong>s directamentecom os objectivos de <strong>controlo</strong> do paludismo:◆ Impacto do paludismo, isto é, morbili<strong>da</strong>de, mortali<strong>da</strong>de e per<strong>da</strong>s económicas◆ Melhoria na <strong>prevenção</strong> do paludismo e tratamento <strong>da</strong> doença e luta contra epidemias◆ Desenvolvimento relacionado ao sector <strong>da</strong> saúde◆ Ligações entre sectores que precisam de ser cria<strong>da</strong>s ou reforça<strong>da</strong>s◆ Apoio e parcerias.Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s intervenções <strong>para</strong> lutar contra o paludismo durante a gravidez (TPI, MTI, tratamentode casos) tem um parceiro essencial de implementação; acções de monitorização e avaliação devemser desenvolvi<strong>da</strong>s e compartilha<strong>da</strong>s com tais parceiros. São precisas parcerias fortes <strong>para</strong> levar acabo a monitorização e avaliação do paludismo durante a gravidez; desde o início, a <strong>estrutura</strong>de monitorização e avaliação deve ser um esforço cooperativo entre especialistas do paludismoe <strong>da</strong> saúde reprodutiva. Assim, o pessoal do programa de luta contra o paludismo como o desaúde reprodutiva devem trabalhar em colaboração estreita <strong>para</strong> desenvolver e implementar estaestratégia.A abor<strong>da</strong>gem de monitorização e avaliação de programas de <strong>controlo</strong> <strong>para</strong> paludismo durante agravidez deve concentrar-se num número limitado de indicadores que possam ser usados a umcusto mínimo <strong>para</strong> seguir o progresso <strong>da</strong> implementação e alertar os gestores do programa <strong>para</strong>obstáculos. Assim, será importante que estes indicadores e abor<strong>da</strong>gens <strong>para</strong> recolha de <strong>da</strong>dostambém sejam integrados nos indicadores <strong>para</strong> os programas de saúde reprodutiva ao nível do país.Os indicadores mais importantes <strong>para</strong> programas de monitorização controlarem as consequênciasprejudiciais do paludismo durante a gravidez são indicadores de progresso, isto é, aqueles queverificam se as intervenções conheci<strong>da</strong>s como eficazes na redução de consequências prejudiciais do19


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•paludismo durante a gravidez estão a ser implementa<strong>da</strong>s. Também é importante medir o impactopotencial de programas de <strong>prevenção</strong> na redução do fardo <strong>da</strong> anemia materna e BPN, mesmo seoutros factores, especialmente VIH e má nutrição, possam afectar a anemia e BPN.Foram recomen<strong>da</strong>dos os seguintes indicadores:Indicadores de progresso◆ Percentagem de pessoal de serviços pré-natal treinado (formação no local de trabalho oudurante visitas de supervisão) em paludismo na gravidez nos últimos 24 meses (incluindoTPI e aconselhamento sobre MTI <strong>para</strong> mulheres grávi<strong>da</strong>s)◆ Percentagem de mulheres grávi<strong>da</strong>s recebendo vales/MTI ou que compraram MTI durantea consulta no posto pré-natal◆ Número de dias com SP esgotado no último mês/número de serviços que notificaram SPesgotado no período determinado.Indicadores de resultados◆ Percentagem de mulheres grávi<strong>da</strong>s recebendo TPI com observação directa (primeira dose,segun<strong>da</strong> dose, terceira dose)◆ Percentagem de mulheres grávi<strong>da</strong>s que comunicam ter dormido sob um MTI na noiteanterior à segun<strong>da</strong> consulta no posto pré-natal (primeira consulta, parto).Indicadores de impacto◆ Percentagem de mulheres grávi<strong>da</strong>s detecta<strong>da</strong>s com anemia grave (hemoglobina ≤7 gr/dl)no terceiro trimestre, por pari<strong>da</strong>de◆ Percentagem de recém-nascidos com BPN, < 2500 gr, por pari<strong>da</strong>de.7. Priori<strong>da</strong>des em investigaçãoOs programas centrados sobre a luta contra o paludismo durante a gravidez serão melhoradosgraças a investigação sobre a biologia e a luta contra o paludismo durante a gravidez, e sobrequestões práticas relaciona<strong>da</strong>s com a implementação do programa. Os líderes do programanacional precisarão dos resultados de tal investigação <strong>para</strong> aju<strong>da</strong>r os esforços de planeamento eimplementação. Eis as quatro áreas prioritárias:◆ Esquemas medicamentosos eficazes <strong>para</strong> TPIOs medicamentos antipalúdicos alternativos <strong>para</strong> TPI durante a gravidez devem ser inócuos,mesmo quando utilizados na segun<strong>da</strong> metade <strong>da</strong> gravidez. Entre os medicamentos antipalúdicosactualmente disponíveis, só SP, mefloquina, proguanil, quinina, amodiaquina e uma combinaçãode pirimetamina e <strong>da</strong>psona (apresentação de Maloprim ® ) podem ser utilizados durante a gravidez.A mefloquina é cara <strong>para</strong> a maioria dos ministérios <strong>da</strong> saúde em países em desenvolvimento e emÁfrica não se encontra em to<strong>da</strong> a parte. Proguanil, além de problemas de aderência ao tratamento,20


Priori<strong>da</strong>des em Investigação•tem farmacocinética altera<strong>da</strong> durante a gravidez, e são necessárias doses de sustentação maiores.Maloprim ® tem sido utilizado em certas situações, mas tem problemas de aderência ao tratamentocomo a CQ; além disso, está a desenvolver-se muito rapi<strong>da</strong>mente resistência à pirimetamina.Actualmente, a melhor alternativa disponível à CQ é pois a SP. Com o aparecimento de resistênciaà SP na África oriental e austral, há necessi<strong>da</strong>de de avaliar outros medicamentos antipalúdicos,individuais ou em combinação, <strong>da</strong>ndo priori<strong>da</strong>de a inocui<strong>da</strong>de e eficácia na gravidez, assim comoa custo aceitável.◆ Escolhas de programa <strong>para</strong> atingir altos níveis e sustentáveis de cobertura de uso de MTIpor mulheres em i<strong>da</strong>de reprodutiva.Foram feitos estudos <strong>para</strong> determinar a eficácia dos MTI na redução do fardo de doença palúdicaentre mulheres grávi<strong>da</strong>s em condições de estudo. Como os programas são alargados gradualmente<strong>para</strong> fornecer acesso geral a MTI, esforços semelhantes devem ser feitos <strong>para</strong> documentar o impactobenéfico dos MTI na saúde <strong>da</strong> mãe e do lactente em condições programáticas. Já existem provasque o uso de MTI por mulheres grávi<strong>da</strong>s reduzirá de maneira importante o número de lactentescom BPN. Existem muitas opções <strong>para</strong> financiamento e distribuição de MTI na África, incluindodistribuição através do sector público e privado com ou sem subsídios. Abor<strong>da</strong>gens alternativasdão priori<strong>da</strong>de a fornecimento directo e gratuito de MTI a populações muito vulneráveis taiscomo crianças pequenas e mulheres grávi<strong>da</strong>s. Além de assegurar altos níveis de utilização deMTI, também são vitais <strong>para</strong> desenvolver sistemas de distribuição que serão duráveis e no quadrodos quais será, tal como exigido, assegura<strong>da</strong> a impregnação de manutenção dos mosquiteiros.Para definir modelos eficazes destinados a assegurar o uso durável e efectivo de MTI, é precisoinvestigação prática a nível nacional e comunitário.◆ Eficácia de regímen alternativo de TPI combinado com MTI <strong>para</strong> controlar anemia maternae BPNUm elemento central <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem de <strong>controlo</strong> <strong>para</strong> zonas de transmissão estável do paludismoé o uso de TPI e MTI por mulheres grávi<strong>da</strong>s. Para determinar se há necessi<strong>da</strong>de de medicamentosantipalúdicos de acção prolonga<strong>da</strong> <strong>para</strong> TPI no caso <strong>da</strong> utilização dos MTI ser contínua, épreciso investigação prática. Algumas <strong>da</strong>s próximas gerações de medicamentos potencialmenteeficazes e inócuos <strong>para</strong> TPI têm vi<strong>da</strong> curta; é prioritárioa avaliar se o uso de tais medicamentos éprogramaticamente aceitável num TPI.◆ Análise de determinantes sociais e culturais <strong>da</strong> utilização pelas mulheres de serviços de<strong>controlo</strong> do paludismo durante a gravidezA redução do fardo do paludismo <strong>para</strong> mulheres grávi<strong>da</strong>s e seus filhos depende <strong>da</strong>s suaspossibili<strong>da</strong>des de acesso e utilização de serviços de cui<strong>da</strong>dos pré-natais de quali<strong>da</strong>de. Muitosfactores culturais importantes determinam a maneira como as mulheres perceberam o uso domedicamento e outras componentes <strong>da</strong> estratégia de <strong>controlo</strong> proposta. Deve <strong>da</strong>r-se priori<strong>da</strong>de auma avaliação cui<strong>da</strong>dosa e análise de certos factores como planos nacionais de implementação.21


Plano de Acção <strong>para</strong> a Prevenção e Controlo do Paludismo durante a Gravidez a Região Africana•8. ConclusãoExistem intervenções eficazes e seguras <strong>para</strong> uso durante a gravidez e estão prontas a ser incorpora<strong>da</strong>sem políticas nacionais de luta contra o paludismo na gravidez. Ca<strong>da</strong> país é encorajado a a<strong>da</strong>ptar apolítica regional recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> ao seu próprio contexto epidemiológico e programático e a adoptare implementar uma política ajusta<strong>da</strong> às suas necessi<strong>da</strong>des. Na maior parte dos países na RegiãoAfricana a transmissão do paludismo é estável, e por isso recomen<strong>da</strong>-se intervenção com TPI eMTI, além de tratamento de casos de qualquer doença sintomática, e detecção e tratamento <strong>da</strong>anemia que é muitas vezes causa<strong>da</strong> por infecção palúdica.Os Serviços pré-natais oferecem um local excelente <strong>para</strong> prestação destas intervenções pois muitasmulheres consultam durante a gravidez. A prestação de tratamento antipalúdico como parte de umconjunto pré-natal exige uma grande colaboração entre os programas de luta contra o paludismoe de saúde reprodutiva <strong>para</strong> que as mulheres grávi<strong>da</strong>s recebam os cui<strong>da</strong>dos que precisam, e assimatingir o objectivo <strong>da</strong> Cimeira de Abuja – 60% de mulheres grávi<strong>da</strong>s cobertas com intervençõesapropria<strong>da</strong>s.22


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