Língua Portuguesa e Literatura Brasileira04Assinale a opção em que o pronome sublinhadoestabelece uma referência a elemento anteriormenteexpresso no texto:(C)Éramos e somos assim em nossa essência, àmedida que as circunstâncias mudaram e nósmudamos com elas.(A)(B)(C)(D)(E)05“mas foi a que me veio na hora – e acho que fuientendido.” (linhas 36-37)“De um lado, o produto daquilo que GilbertoFreyre chamou de casa-grande e senzala,”(linhas 5-7)“De outro, o Macunaíma, herói sem nenhumadefinição, ou sem nenhum caráter” (linhas 8-9)“Um rapaz da platéia me perguntou onde ficariao homem de Guimarães Rosa – outracoordenada que nos ajuda a definir o brasileiro”.(linhas 16-18)“Acompanho com assombro o que andamdizendo sobre os primeiros 500 anos dobrasileiro.” (linhas 1-2)“É um refugo consciente da casa-grande e dasenzala, o opositor de uma e de outra, criandoa sua própria vereda mas sem esquecer oressentimento social do qual se afastou e contra oqual procura lutar”. (linhas 22-25)A variação no emprego da preposição com opronome o qual , no fragmento acima, deve-se a umfato lingüístico de:(A)(B)(C)(D)aspecto verbalsintaxe de regênciaflexão nominalsintaxe de concordância(E ) flexão verbal06“Fomos e seremos assim, em nossa essência,embora as circunstâncias mudem e nósmudemos com elas.” (linhas 11-13)Assinale a opção em que, ao reescrever-se ofragmento acima, substituiu-se o conectivo sublinhadopor outro de valor condicional, fazendo-se alteraçõesaceitáveis.(A)(B)Fomos e seremos assim em nossa essência,porque as circunstâncias mudaram e nósmudamos com elas.Fomos e seremos assim em nossa essência,enquanto as circunstâncias mudarem e nósmudarmos com elas.4(D)(E)07Teríamos sido e seríamos assim em nossaessência, se as circunstâncias mudassem enós mudássemos com elas.Temos sido e somos assim em nossa essência,conforme as circunstâncias têm mudado e nóstemos mudado com elas.As estrofes abaixo, partes do poema Canção doTamoio, representam um momento da <strong>literatura</strong><strong>brasileira</strong> em que se buscou, através do sentimento nativista,inspiração em elementos nacionais, especialmente nosíndios e em sua civilização.Não chores, meu filho;Não chores, que a vidaÉ luta renhida:Viver é lutar.A vida é combate,Que os fracos abate,Que os fortes, os bravos,Só pode exaltar.Um dia vivemos !O homem que é forteNão teme da morte;Só teme fugir;No arco que entesaTem certa uma presa,Quer seja tapuia,Condor ou tapir.E pois que és meu filho,Meus brios reveste;Tamoio nasceste,Valente serás.Sê duro guerreiroRobusto, fragueiro,Brasão dos tamoiosNa guerra e na paz.As armas ensaia,Penetra na vida:Pesada ou querida,Viver é lutar.Se o duro combateOs fracos abate,Aos fortes, aos bravos,Só pode exaltar.GONÇALVES Dias, Poesia Completa, Rio de Janeiro:José Aguilar Ltda., 1959, p. 372.Identifique o momento literário a que pertenceo poema Canção do Tamoio.(A)(B)(C)(D)(E)BarrocoRealismoModernismoNaturalismoRomantismo
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira08(A)(B)(C)(D)(E)Sobre autores de nossa <strong>literatura</strong> e aspectosde sua obra é incorreto afirmar:Mário de Andrade, escritor do Modernismo,foi um pesquisador incessante das variadasmanifestações da cultura <strong>brasileira</strong> e, por seuespírito crítico, exerceu influência decisiva narenovação de nossa <strong>literatura</strong>. Estudou eescreveu também sobre folclore, música epintura.Machado de Assis, importante escritor nascidono século XIX, produziu uma obra rica emgêneros literários, destacando-se principalmenteno conto e no romance, com seu poder deanálise da psicologia humana. Destacam-seentre seus contos: A Missa do Galo, ACartomante, Uns Braços.José de Alencar foi um escritor do século XIX,cuja vasta obra inclui romances nas linhasregionalista, urbana, indianista e histórica,além de numerosos textos sobre as relaçõesentre a língua e a <strong>literatura</strong> nacional.Álvares de Azevedo foi um poeta românticoque se destacou sobretudo na temáticaindianista. Exaltou principalmente o sentimentode honra e a valentia do índio. Escreveu algunsdos poemas mais conhecidos de nossa <strong>literatura</strong>,tais como: Lira dos Vinte Anos, Macário, Marabá,O Canto do Guerreiro.Guimarães Rosa, importante escritor doséculo XX, foi um inovador em termos delinguagem. Utilizou-se de vários processospara elaborar seu texto, tais como: criação depalavras, exploração de aspectos sonoros,adaptação estética do linguajar regionalistapleno de arcaísmos. De sua obra, queexpressa uma profunda visão dos problemashumanos, podem-se citar Grande sertão:veredas, Sagarana, Primeiras Estórias.TEXTO IIO meu fim evidente era atar as duas pontas davida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois,senhor, não consegui recompor o que foi nem o quefui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é5 diferente. Se só me faltassem os outros, vá; umhomem consola-se mais ou menos das pessoas queperde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. Oque aqui está é, mal comparando, semelhante àpintura que se põe na barba e nos cabelos, e que10 apenas conserva o hábito externo, como se diz nasautópsias; o interno não agüenta tinta. Uma certidãoque me desse vinte anos de idade poderia enganaros estranhos, como todos os documentos falsos, masnão a mim. Os amigos que me restam são de data15 recente; todos os antigos foram estudar a geologiados campos santos. Quanto às amigas, algumasdatam de quinze anos, outras de menos, e quasetodas crêem na mocidade. Duas ou três fariam crernela aos outros, mas a língua que falam obriga muita20 vez a consultar os dicionários, e tal freqüência écansativa.Entretanto, vida diferente não quer dizer vidapior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vidaantiga aparece-me despida de muitos encantos que25 lhe achei; mas é também exato que perdeu muitoespinho que a fez molesta, e, de memória, conservoalguma recordação doce e feiticeira. Em verdade,pouco apareço e menos falo. Distrações raras. Omais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como30 bem e não durmo mal.Ora, como tudo cansa, esta monotonia acaboupor exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-meescrever um livro. Jurisprudência, filosofia e políticaacudiram-me, mas não me acudiram as forças35 necessárias. Depois, pensei em fazer uma Históriados Subúrbios menos seca que as memórias dopadre Luís Gonçalves dos Santos relativas à cidade;era obra modesta, mas exigia documentos e datascomo preliminares, tudo árido e longo. Foi então que40 os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me ea dizer-me que, uma vez que eles não alcançavamreconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena econtasse alguns. Talvez a narração me desse ailusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras,45 como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aívindes outra vez, inquietas sombras ?...ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo II,Rio de Janeiro: José Aguilar, 1971, v. 1,p. 810-11.5