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Ano VI • nº 11526 de fevereiro de 2007<strong>R$</strong> 5,<strong>90</strong>


empoucaspalavrasGeralmente, as boas pizzarias criam fama esó depois inauguram seu serviço de delivery, ou,em bom português, de entrega em casa. A PizzaCésar percorreu caminho contrário. De sua vocaçãoinicial, que atingiu a incrível marca de 20 mil pizzasentregues por mês, partiu para nova empreitada:acaba de inaugurar no Lago Sul a sua primeiraforneria, com 17 novos sabores de pizza e maisrisotos, lasanhas, saladas e sanduíches, como vocêpode conferir na nossa matéria de capa, a partirda página 4.juan pratginestósNeste início de ano, o que não falta sãonovidades na área gastronômica. Nem na áreacultural, felizmente. Quem aprecia música erudita,por exemplo, vai ter boas razões para freqüentar aSala Villa-Lobos do Teatro Nacional toda terça-feira,dia em que a Orquestra Sinfônica se apresentasob a batuta de seu novo diretor artístico, onovo maestro Ira Levin. Em entrevista a MarcosMagalhães (páginas 30 e 31), ele fala de seu planode fazer da nossa Orquestra Sinfônica umareferência nacional, a exemplo da Osesp,em São Paulo, e da OSB, no Rio de Janeiro.24 caianagandaiaTodo dia é dia de festa no Bar do Calaf (foto) e na CervejariaPlatz, dois dos mais animados points da juventude brasilienseNa nossa seção de gastronomia, falamosdo novíssimo Oliver, recentemente inauguradono Setor Comercial Norte, e do velho Roma,o mais antigo restaurante da cidade ainda emfuncionamento. Para quem prefere o sossegoe a segurança do lar, duas ótimas novidades:o Empório Don’ Durica e a Brahma Express,sinônimos de boa comida e boa bebida que vocêpode degustar sem sair de casa.Esta edição traz também uma entrevista como poeta e compositor baiano José Carlos Capinan,um dos pais do movimento tropicalista das décadasde 60 e 70, que conversou com Angélica Torres eproclamou: “Brasília é o único projeto brasileiroencarado por inteiro, até agora”. Que bom fazermosparte desse projeto bem sucedido prestes a completar47 anos, tal qual o pioneiríssimo Roma.Boa leitura!Maria Teresa Fernandes eAdriano Lopes de OliveiraEditores4141628303436384042águanabocagarfadas&golesroteirogastronômicodia&noitegraves&agudosverso&prosaentrevistabrasiliensedecoraçãoqueespetáculoluzcâmeraaçãoROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora <strong>Roteiro</strong> Ltda | Setor Hoteleiro Sul, Brasil XXI, Business Center Park 1, Sala 1307– Tel: 3217.0217 Fax: 3217.0200 | Redação roteirobrasilia@alo.com.br | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa FernandesProdução Célia Regina | Capa Eduardo Branquinho sobre foto de Rodrigo Mattioli | Diagramação Carlos Ferreira | Reportagem AdrianaRomeo, Akemi Nitahara, Ana Cristina Vilela, Albert Steinberger, Alexandre Marino, Angélica Torres, Bebé Prates, Beth Almeida, CarlaAndrade, Celina Maryia, Eduardo Oliveira, Greicy Pessoa, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Marcos Magalhães,Rafaela Cléo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Rodrigo Oliveira, Sérgio Moriconi, Susan Faria, Teresa Mello e Vicente SáFotografia Débora Amorim, Juan Pratginestós e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (8449.9736) | Contatos Comerciais AndréGil (9988.6676) e Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Assinaturas Adriellen Lemes(3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário


águanabocaE tudo começouem pizzaDez anos e oito lojas depois, a Pizza Césarabre seu primeiro restaurante, no Lago SulPOR ANA CRISTINA VILELASabe aquela pizza delivery de domingoà noite? Qual? Aquela, a da bordarecheada... Tem até borda de doce deleite, de chocolate e de queijo roquefort.Então, lembrou-se? Isso mesmo, a PizzaCésar! Pois é, ela ganhou forno a lenha,massa especial, novos sabores assinadospor chef renomado, carta de vinhos,espaço em local nobre da cidade eambiente elegante, à meia-luz, projetadopelo arquiteto Ney Lima, adepto doestilo moderno.E o delivery? Continua do mesmojeito, o mesmo cardápio e preços,refrigerante e borda de catupiryincluídos. Mas quem quiser saborear aspizzas de manga, com escarola e ricota,a Três Poderes, com presunto royale ecogumelo shitake, a de bacalhau ou ade rosbife terá mesmo de ir à Pizza CésarForneria, inaugurada em janeiro naQI 17 do Lago Sul.Ao todo, são 70 tipos de pizzas, 53 jáconhecidas de quem prefere passar nalocadora, escolher um filme, pedir umapizza e ficar em casa. Outros 17 saboressão assinados pelo chef João Gomes, deSão Paulo, responsável pelos cardápios4


Fotos: Rodrigo Mattiolidas paulistanas La Glória Pizza Bar eLeona Pizza Bar.TODO O DIFERENCIAL DA PIZZAda Forneria, garante Manoel LeônidasSantos Souza, fundador da César,começa com a massa, que fica emrepouso durante algum tempo parafermentação e é aberta na hora.“A massa, mesmo a da pizza entregueem casa, é um dos nossos pontos fortes,pois, diferentemente das demaisencontradas no mercado, leva gema deovo e leite”, explica. Porém, enquantoa massa da pizza delivery é macia, a daForneria é mais firme, não tem bordarecheada e é assada em forno a lenha.Mas nem só de pizzas vive a Forneria,abastecida com sanduíches, risotos,lasanhas, saladas e petiscos, entre eleso Nostro Pane (pão de calabresa, ervase mussarela assado no forno a lenha),o Miniparmegiana, a Lula à Doré, oCanapé de Carpaccio... Outros destaquessão os pratos com bacalhau, lasanha erisoto, e os risotos de shitake com pêra,acompanhados de salmão grelhado, e derúcula com tomate seco, acompanhadosde filé-mignon e molho rôti.Entre os sanduíches estão os depicanha, rosbife e carne seca desfiadapuxada na manteiga. Para quem prefereuma salada, destaque para a ItalianSalad, com berinjela grelhada, tomatefresco, mussarela de búfala, folhasverdes, lombo defumado, limão e mel,ou a Roast Beef Salad, com parmesão,folhas verdes, molho de alcaparras ecrostini. A criançada também não ficoude fora do cardápio. Para os pequenos,mini cachorro-quente e cheeseburguercom fritas e minipizzas.A CARTA DE VINHOS DO RESTAURANTEé de responsabilidade do maître JeanAraújo Pinheiro, com formação pelaAssociação Brasileira de Sommeliers(ABS). “Busquei rótulos que tivessemuma boa harmonia com o cardápio ebom custo-benefício”, informa Vinhosdas uvas merlot, pinot noir, cabernetsauvignon e carmenère, originários daargentina Catena, da chilena Carmen edas brasileiras Casa Valduga e Miolopodem ser apreciados. Para quem bebepouco e não tem ninguém para dividir apaixão pelo vinho, a opção vem daCarmen: a garrafa de um quarto. Mastambém tem os italianos, portugueses,australianos e espanhóis. Quem nãogosta de vinho pode optar pelo chope.E, para fechar, as sobremesas: pêra aovinho tinto com especiarias e calda dechocolate, o clássico petit gâteau comsorvete de creme e caldas e a minipizzaespecial de banana, flambada comespeciarias, canela, açúcar e borda dechocolate e servida com sorvete de creme.Assim, a Forneria, resultado dopedido dos próprios clientes, pretendeatender a todos os paladares. A idéia devariedade, aliás, foi o que levou à escolhado nome. “Pesquisamos, por quase doisanos, qual era o melhor mercado deBrasília”, explica Manoel. Como osproprietários da César não tinhamknow-how no setor de restaurantes, foifeita uma experiência no Gama, ondehá uma Pizzaria César, porém comproposta bem distinta da Forneria,que tem capacidade para 180 pessoas.5


águanabocaO empresário Manoel Leônidas Santos Souza e ochef João Gomes comandam o novo restauranteO Lago Sul foi escolhido tanto por suaqualidade quanto pelo público e pelafacilidade em encontrar estacionamento.NA HORA DE ELABORAR OS PRATOS,a preocupação também foi grande.O chef João Gomes chegou a Brasíliacom o objetivo de ajudar a montar ocardápio e de treinar o pessoal dacozinha. Quando o cardápio estavapronto, os amigos da família Césarforam as cobaias. Todas as sugestõespassaram por aprovação.E os preços? As pizzas grandesvariam de <strong>R$</strong> 28,50 a <strong>R$</strong> 40,00;os pratos, de <strong>R$</strong> 17,80 a <strong>R$</strong> 26,<strong>90</strong>;as saladas, de <strong>R$</strong> 14,30 a <strong>R$</strong> 20; ossanduíches, de <strong>R$</strong> 13,<strong>90</strong> a <strong>R$</strong> 15,<strong>90</strong>;as entradas, de <strong>R$</strong> 10 a <strong>R$</strong> 16,50; e assobremesas, de <strong>R$</strong> 9,<strong>90</strong> a <strong>R$</strong> 13,<strong>90</strong>. Já osvinhos variam de <strong>R$</strong> 19,<strong>90</strong> a <strong>R$</strong> 117. Noalmoço, tem buffet de salada. Para quemvai pedir um prato quente, o serviçocusta <strong>R$</strong> 5,<strong>90</strong>; para quem vai se servirapenas do buffet, <strong>R$</strong> 19,<strong>90</strong>. Ou seja, hápratos e bebidas para todos os gostos ebolsos, além do já conhecido nome daPizza César, a boa e velha companheiradas não raras noites chuvosas de Brasília.Pizza César ForneriaQI 17 – Edifício Fashion Park – Loja 102– Lago Sul (3364.0191)Aberta diariamente para o almoço, das11h45 às 15h; para o jantar, de 2ª a 5ª feira,das l8h à meia noite; de 6ª a domingo,das 18 até o último cliente. Também fazentregas em domicílio, porém somente daspizzas do cardápio do deliveryPizza César DeliveryAsa Norte (3347.0999)Asa Sul (3242.2221)Sudoeste (3341.1001)Guará (3567.3030)Taguatinga (3352.0500)Sobradinho (3487.6262)Gama (3384.0202)Lago Sul (3366.3505)A pizza da bordaNo começo eram quatro mesas, quatro funcionários, uma pequena loja na109 Norte e entregas feitas somente nas Asas Sul e Norte. Mas isso foi em 1995.Hoje, a realidade da Pizza César é outra. Ao todo, incluindo a Pizza CésarForneria, são nove lojas localizadas na Asa Norte, Guará, Sudoeste, Asa Sul,Sobradinho, Gama, Lago Sul e Goiânia, sendo que Goiânia e Gama têmpizzarias. E mais um delivery está a caminho. Em breve, Águas Claras tambémterá a sua Pizza César.Os números comprovam o crescimento da empresa. Ao todo, são entregues20 mil pizzas por mês e são empregados cerca de 100 funcionários diretamente emais de 100 indiretamente. No começo, quem arregaçava as mangas e circulavano carro particular para entregar pizza de porta em porta era Manoel LeônidasSantos Souza, o pai da César. Mas os pedidos começaram a crescer tanto que oproprietário percebeu ser o delivery o ponto forte, e as quatro mesas abertas naporta da pizzaria foram retiradas.Em seguida, investiu-se nas bordas recheadas. Na época, apenas uma pizzaria,não mais existente no mercado, oferecia a opção da massa fofinha cheia decatupiry derretido. “Mesmo assim, era uma escolha do cliente, enquanto nóspassamos a fazer todas com a borda recheada, por isso ficamos conhecidos comoa pizza da borda”, acrescenta Manoel.Quando a concorrência aumentou, o dono da César foi obrigado a diversificaro recheio. Hoje, quem encomenda uma pizza, pode escolher entre as bordas decatupiry, cheddar, roquefort, banana, doce de leite, chocolate e maçã. Aliás, dicade quem entende do assunto, Manoel: “A borda de chocolate na geladeira ficamaravilhosa.”Em pouco tempo veio a proposta de um amigo de Manoel, que queria levar aloja para o Guará. A marca nunca foi transformada em franquia, mas, de amigoem amigo, hoje a Pizza César tem nove proprietários, cinco homens e quatromulheres. Apenas um dos proprietários é solteiro. Assim, um dia serão dezdonos, porque tudo é feito em parceria entre marido e mulher. Aliás, foi naprimeira loja, lá na 109 Norte, que Manoel conheceu a mulher, Lígia.E aquela pergunta de sempre a respeito da origem do nome? Basta observaralguns nomes de pizzas encontrados no cardápio para saber que é uma referênciaaos césares romanos. Mas a ligação não é histórica e nem está relacionada à forçae poder por eles exercidos. É tudo bem simples: pizza lembra Itália, que lembraRoma, que lembra os césares.CURIOSIDADES• pizzas campeãsde vendagemno delivery:portuguesa,banana ecalabresa• são vendidas20 mil pizzaspor mês• a loja maisprocurada é ada Asa Norte• e o diacampeão dodelivery é odomingoFotos: Rodrigo Mattioli6


Sabor e praticidadeVocê pode levare preparar emcasa, em poucosminutos, umrobalo grelhado,um camarão namoranga ouuma feijoadacom a qualidadeDon’ DuricaHumberto MatiasPOR TERESA MELLO“Faça do seu microondas um chefde cozinha”. A idéia partiu da rede derestaurantes Don’ Durica, que inaugurou,no início do ano, o seu empório, ondeos fregueses podem levar para casa asdelícias da culinária tradicional emineira que estão acostumados aconsumir nas duas unidades – na 115Sul, onde o almoço self-service atraidiariamente cerca de 400 pessoas ávidaspor escolher entre as 100 variedadesoferecidas, incluindo sempre 15 tiposde carne; e na 201 Norte, com o sistemade buffet, onde é possível se servir àvontade pelo preço de <strong>R$</strong> 32,<strong>90</strong> durantea semana e <strong>R$</strong> 23,<strong>90</strong> aos sábados.Desde o primeiro Don’ Durica,inaugurado em 1998 na Asa Sul, aclientela só foi aumentando, o queanimou as proprietárias a abrirem umaoutra casa, mais sofisticada, com arcondicionado, em 2001, na Asa Norte.Hoje, Ângela e Luciana Matias, mãe efilha, empregam 80 pessoas para darconta do recado. Animadas, resolveramcriar agora o empório.Que tal levar para casa um robalogrelhado, um frango com ervas, umpernil sem pele, feijão tropeiro, arrozcom lingüiça, filé ao funghi? Tudo emporções individuais, de 200 gramas,embaladas a vácuo e prontas depoisde uns minutinhos no microondas ouem banho-maria. Cada embalagem trazinstruções de preparo. As carnes têmvalidade de dois meses e o restante de30 dias.Feijoada, camarão na moranga epurê de mandioquinha estão no cardápiode 35 itens. Detalhe: o pernil é feitonuma churrasqueira, onde a gordura vaiescorrendo e a carne vai ficando cada vezmais tenra e macia. “Nossa carne deporco começa a assar num dia paraterminar no outro”, informa Luciana,29 anos, responsável pela administraçãode tudo ao lado da mãe.Para se ter uma idéia, uma porçãode picanha suína grelhada custa <strong>R$</strong> 8;almôndegas à moda da casa, <strong>R$</strong> 5,20;carne-de-sol grelhada, <strong>R$</strong> 5,50; filé àparmegiana, <strong>R$</strong> 6; filé ao molho madeira,<strong>R$</strong> 7,40; picanha grelhada em tiras,<strong>R$</strong> 11,80. E tem muito mais: frangocaipira ao molho, frango com ervas,com gergelim, à parmegiana. O empóriovende camarão ao catupiry por <strong>R$</strong> 8.Já o robalo grelhado no azeite custa<strong>R$</strong> 10,80.Acompanhamentos como mandiocacozida, arroz integral, baião-de-dois,farofas, molhos, temperos e até torresmocompletam a refeição em domicílio.Como sobremesa, que tal um doce deleite ou um pé-de-moleque? Depois,basta um cafezinho adoçado comrapadura, uai.“Nós não trabalhamos comenlatados, os ingredientes são frescose naturais, por isso os produtos doempório não têm aquele sabor decomida congelada”, garante ela, queconta com assistência da nutricionistaCamila Moura. Segundo a proprietária,a característica do restaurante sempre foiter muita variedade aliada a qualidade.E essa tradição acabou gerando oempório: “As pessoas pediam para nósabrirmos também no domingo e paraentregar em casa”, conta.Para comprar as porções individuais,não é necessário fazer encomenda, jáque o esquema é de pronta-entrega.Por enquanto, o empório não temdelivery mas, no futuro, quem sabe?Dona Durica, bisavó de Luciana e que étambém nome de rua na cidade mineirade Coromandel, certamente abençoa.Empório Don’ Durica201 Norte – Bloco A – Loja 45 (3326.1045)De segunda a sábado, das 8 às 20h7


águanabocaNo princípioera o RomaO velho restaurante da W3 Sul, inaugurado antes mesmo de Brasília,mantém clientela fiel e numerosa às vésperas de completar 47 anosPOR VICENTE SÁFOTOS JUAN PRATGINESTÓSNo próximo mês de abril vai haverdupla comemoração na 511 Sul: pelos47 anos de Brasília e pelos 47 anos doRoma. Isso mesmo! Ele não é apenaso restaurante mais antigo da cidade.É mais antigo do que a própria cidade.Precisamente seis dias. Recebeu osprimeiros comensais no dia 15 de abrilde 1960, ostentando no nome e nocardápio a homenagem do imigranteLuigi Brandi, seu primeiro proprietário,à terra natal: Roma, uma casa de massase frango assado na imensidão doPlanalto Central.De ponto de encontro dosestudantes mais abastados da UnB, quenaquele início dos anos 60 moravam emrepúblicas na Asa Sul, o Roma logoassumiu sua vocação de restaurante dasfamílias, marca que conserva até hoje.Em 1964, coincidentemente no dia 31de março, o dia do golpe militar, oRoma foi arrendado ao belga SimonPitel, um ex-comerciante de roupas doNúcleo Bandeirante que manteve tudocomo antes – o cardápio, osfuncionários e até a freguesia, dizem.No ano seguinte, Pitel resolveu mudardefinitivamente de ramo e adquiriu orestaurante, que administra até hoje.Essa longevidade ele atribui ao respeitoao consumidor e ao fato de o Romater uma equipe de funcionários bem8


preparados e que ele evita, ao máximo,perder. “Hoje eu tenho 32 funcionários,mas no tempo da minha realeza, no fimdos anos 60, começo dos anos 70,cheguei a ter até 42 empregados”,relembra.Nesses tempos de "realeza", o Romaera o point da cidade e ficava aberto atéas quatro da madrugada. Os jovensFernando Collor de Mello, Luís Estevãoe Paulo Octavio eram vistos nasmadrugadas de sextas e sábados nasmesas do restaurante. “Outro queadorava comer aqui era o Nelson Piquet.Isso antes de se tornar piloto da Fórmula1, quando ainda era mecânico. Lá pelauma hora da manhã chegava de macacãoe comia invariavelmente um espaguete àbolonhesa”.Numa das noites dos anos 70, asmesas do Roma chegaram a receberde uma só vez sete ministros e trêsembaixadores. O restaurante era tãoconhecido que uma propaganda debanco o localizava assim: “O BancoBrasileiro de Descontos fica na 511Sul, bem ao lado do Roma”.Foi por esses tempos que um garçomespanhol, que falava muito alto, indagadopor um freguês onde ficava o WC,respondeu, para gargalhada geral doscomensais do restaurante: “Eu conheçoa W3 e a W2, mas a WC eu não seionde fica, senhor”.Depois dessa fase áurea, o Romavoltou à sua dimensão costumeira, comum bom serviço e ambiente tranqüilo.Ainda era freqüentado, vez ou outra, pornomes conhecidos como Delfim Netto,Jarbas Passarinho e por um deputadofederal constituinte que acabara dedesembarcar na cidade, nos anos 80:Luís Inácio Lula da Silva.HOJE, MAIS DO QUE NUNCA, o Roma separece com ele mesmo: a maioria dosfuncionários tem no mínimo dez anosde casa e o cardápio, onde os grelhadosprevalecem, é praticamente o mesmodesde a época da inauguração. Uma daspoucas coisas que mudou foi o pratopredileto dos clientes: o frango assadocedeu seu posto ao filé à parmegiana.A maioria dos pratos do Roma custaem média <strong>R$</strong> 40, servindo bem a duaspessoas. Incluindo-se a bebida e os dez porcento de serviço, uma refeição para duaspessoas fica em torno de <strong>R$</strong> 60.Com três ambientes, para 80, 60 e40 pessoas, o Roma tem uma freguesiamédia que varia entre 150 e 200 pessoaspor dia, durante a semana. Domingo,dia da família almoçar fora, a média defregueses é bem maior – aproximadamente500 pessoas.Num mundo em que quem não estáno topo está por baixo, o Roma é umaexceção. Com sua comida farta de casade mãe italiana, seu serviço eficiente esua cozinha internacional sem deixar deO belga Simon Pitel administra o Roma desde 1964ser brasileira, ele consegue manter umaclientela fiel e apaixonada. É bem possívelque, no dia em que tiver vontade decomer um espaguete à bolonhesa, Piquetse lembre do velho Roma. E se anostalgia o levar até lá, ele vai podersentir de novo o sabor da juventude.Restaurante Roma511 Sul – Bloco B – Loja 61 (3346.3434)Aberto diariamente das 11h30 às 15h30e das 19h à 1h30.O tradicional filé à parmegiana é o campeão de vendas9


águanabocaDelíciasmediterrâneasAlém da ótima comida, o principal atrativo do novo Oliveré o ambiente charmoso, repleto de obras de artePOR TERESA MELLOFOTOS EDUARDO OLIVEIRAÉ um lugar de cozinha mediterrânea,regada a azeite de oliva – olive em inglês.E tem também o Jaime Oliver, aquelechef britânico que comanda um programade culinária de sucesso na TV a cabo.Pronto. Com essa linha de raciocínio, oscinco sócios logo encontraram um nomepara o restaurante inaugurado em agostode 2005, no Clube de Golfe. E há poucomais de um mês nasceu o Oliver 2 – ouOliver Ecco, integrado à galeria de artede mesmo nome, no Setor ComercialNorte.Rodrigo Freire, Cláudio MiccieliJúnior, Eduardo Guerra e AlexandreGuerra são todos primos. Os doisúltimos são filhos do chef CarlosGuerra, que completa o clã ligado à areade alimentação, no comando da redeGiraffa’s. Já o Oliver nasceu fincado notripé música, arte e cozinha.A música lounge ou MPB invade osalão de 100 m² do novo restaurante,com capacidade para 68 pessoas,acomodadas em pequenas mesas e emsofás de couro cor-de-café. “É quase umbistrô francês”, define Cláudio, 25 anos.Do pé-direito de 12 metros pendem trêsluminárias de cobre, com 1,10m dediâmetro cada. O scotch bar é todo emmadeira, que, em ripas, também revestemas paredes. “A madeira dá um ar deaconchego e nós ainda podemos misturaro rústico ao contemporâneo”, explica.Ao projeto das arquitetas ValériaGontijo e Ana Paula Barros somam-sepeças de arte, como fotos grandes deRalph Gere, uma escultura de MarcosRodrigues e, logo na entrada, um Budade madeira maciça, feito em pino de ripae assinado pela Oficina de Agosto, ateliêlocalizado perto de Tiradentes (MG).“Esse Buda é o nosso talismã, o nossopatuá”, elegem os primos Rodrigo eCláudio. Tanto que o Oliver Ecco só foiinaugurado depois que um Buda idênticoao do Clube de Golfe ficou pronto.Neste 28 de fevereiro está sendo10


lançado o projeto O Prato do Artista: éuma linha numerada de 250 unidades,assinada por Athos Bulcão, com quatromodelos, como a série de pombas e ados jacarés. Por <strong>R$</strong> 49, o cliente quepedir salmão no jantar ou no fim desemana leva o prato para casa. “Salmãoé um dos pratos prediletos do Athos”,explica um dos donos.A ARTE ESTÁ TÃO PRESENTE NO OLIVERque o acesso ao restaurante tambémpode ser feito pela galeria. Um cybercultural se encarrega de unir os doisestabelecimentos. Há um balcãocom revistas de arte e de culinária,disponíveis para venda ou apenaspara ajudar a passar o tempo.Azeite, ervas frescas, amêndoas ecamarões de Santa Catarina são algunsingredientes da cozinha mediterrânea dochef Carlos Guerra. E tem muito mais,com uma ótima opção: o cliente podepedir meia porção e assim se deliciarcom uma refeição completa, cumprindoo ritual gastronômico: salada, pratoprincipal, sobremesa. As irmãs Cláudia eMárcia Flausino foram almoçar no novorestaurante e aprovaram: “O ambiente écharmoso, o serviço é rápido e o esquemada meia porção é bem atrativo”.Esse sistema permite, por exemplo,a degustação de uma lagosta grelhadaou camarão tailandês, a <strong>R$</strong> 32, ou deuma picanha uruguaia, a <strong>R$</strong> 17. São setetipos de filés, bife de chorizo uruguaio,cordeiro, paella, spaghetti ao frutos domar (<strong>R$</strong> 23), capellini ao pomodoro(<strong>R$</strong> 8). “O prato mais pedido é oBacalhau Zé do Pipo, que sai a <strong>R$</strong> 35”,destaca Rodrigo.As sobremesas deixam para trás amesmice do petit gateau de chocolate evão buscar outros sabores, graças à grifeRappel, que apresenta seu petit gateaude nozes caramelizadas. Para quem nãopode ingerir açúcar, há sorvete diet.Vinhos portugueses, argentinos,chilenos e australianos ocupam duasadegas: uma climatizada para os tintos,com capacidade para 300 garrafas, eoutra menor para os brancos. A cartadetalha os espumantes, os vinhos desobremesa, registra o país de origem,região, cor e aroma eainda classifica abebida por meio desiglas: VTLE, porexemplo, significavinho tinto levementeencorpado.“No Oliver doClube de Golfe, o vinhoreina absoluto”, percebeRodrigo. “Mas acreditamosque aqui o uísque será a bebidapreferida.” Um dos principais motivos,segundo ele, é a localização do novorestaurante, perto de grandes centrosempresariais. Para a happy-hour dosempresários, dos executivos, há rótulosde luxo do uísque Johnnie Walker,como o Green Label (15 anos), GoldLabel (18) e Blue Label (21).Para atender bem a clientela, 28funcionários foram divididos em doisturnos: almoço e jantar. O restaurantesó não abre no domingo à noite.OliverSCN – Quadra 3 – Bloco C (3326.1250)11


águanabocaO bar em casaPOR LÚCIA LEÃOFOTOS EDUARDO OLIVEIRATer um bar dentro de casa é, hámuito, sonho de consumo de uma boaparcela dos botequeiros, especialmenteaqueles para quem um trago só vale comum brinde, uma roda de companheirose um pratinho de tira-gostos. Pararealizar esse sonho, designers de móveisse desdobraram em criatividade ecálculos simulando balcões que,espremidos nos cantos das salas, jáforam peças de decoração obrigatóriasnos lares brasileiros. Arquitetos sãoconvocados a criar espaços quereproduzam, nas casas de família, oaconchego e a descontração de um bar.Mas nada chegou perto do que oBrahma Express promete fazer: levar opróprio bar para dentro de casa.A casa, recém inaugurada emBrasília, é uma franquia da AMBEV quenasceu em São Paulo e já tem filiais emRibeirão Preto, Rio de Janeiro, BeloHorizonte e São Luis. É basicamente umserviço de entrega de chopp a domicílio,com a garantia de qualidade e o charmeda Brahma: os barris são armazenadosem câmaras frias e mantidospermanentemente à temperatura decinco graus; chegam assim à casa docliente e são instalados em chopeiras deprimeira linha, de onde o néctar jorracremoso e resfriado a exatos dois graus.Está incluído o empréstimo consignadodas calderetas próprias para o consumoda bebida e, de brinde, vão as tradicionais“bolachas” que ornamentam e divertemas rodas de vira. Tudo com a logomarcada Brahma, como se fosse num bar.Perfeito para uma festa temáticacomo a que comemorou o aniversário damédica Alessandra Sandrini (primeira àdireita na foto acima). Ela recebeu osamigos no seu próprio botequim,montado na cobertura de um prédio noPlano Piloto. “Esse é o ambientepreferido do nosso grupo de amigos”,ela aponta para as mesinhas de bar, osovinhos de codorna e os pasteizinhos12


servidos de tira-gosto – além, é claro, dochopinho gelado que anima a noite.Alessandra optou pelo serviço básicodo Brahma Express: comprou os barris erecebeu o produto em casa, com achopeira instalada, os copos, as bolachase duas mesinhas para completar adecoração. Mas a loja de Brasília oferecemuito mais. Mais novo empreendimentodo empresário Jorge Ferreira (MercadoMunicipal, Feitiço Mineiro, Bar Brasília,Monumental, Armazém do Ferreira, BarBrasil, Café do Brasil e pizzariaGordeixo), a franquia ganhou, aqui, o upgrade de integrar essa que é uma das maisbadaladas redes de bares e restaurantesda cidade – e que podem levar paradentro da casa dos clientes, junto com ochopp, suas especialidadesgastronômicas e até seus garçons.“Nós estamos aparelhados para fazeruma festa como se o cliente estivessedentro do bar”, garante MauroCalichman, administrador da rede. Issosignifica colocar à disposição dos clientesa cozinha de todas as casas do grupo, emsistema delivery, e ainda toda a equipede profissionais necessária – garçons,chopeiros e copeiro. Do serviço maissimples ao completo, o bar em casa,pouco mais de um mês após ainauguração da Brahma Express,já é uma coqueluche na cidade.Brahma Express306 Sul – Bloco A – Loja 2 (3442.4677)Preços do chopp: barril de 30 litros –<strong>R$</strong> 171; barril de 50 litros – <strong>R$</strong> 285.Preços dos serviços: garçon – <strong>R$</strong> 60;chopeiro – <strong>R$</strong> 50; copeiro – <strong>R$</strong> 5013


LUIZ RECENAgarfadasegoles@alo.com.brgarfadas&golesJaponês não. “Nipo Fusion” contemporâneoKooun. Este é o nome dele. Parece nome derestaurante japonês. E é. Mas só um pouco. Ele aindatem sushis e sashimis. Tem saquê também. Embriagacapitães.Tem outras delícias que fizeram a fama daculinária nipônica. Só que ele quer mais, agora quesaiu, com saudades, do shopping CasaPark e mudou-secom cardápios e panelas para o Lago Sul. Queracentuar, ainda mais, seu caráter contemporâneo,suas misturas, suas fusões,trabalhando ingredientesbrasileiros e internacionais. E,ampliando o conceito, juntargastronomia, entretenimentoe convivência. Explicando: hávários ambientes, um deque naentrada, ao ar livre, um bar,uma adega, charutos, um lugarpara encontros reservados,reuniões, ou até, quem sabe,uma vídeo-conferência. Umaestante ampla, com livros que podem (devem) ser lidos.Muito bem: mais de dez linhas para falar de umrestaurante e até agora nada de comida! Calma, gente,que o bom vem agora, com o chef Nao Hara, vindodo Rio de Janeiro, para mais uma vez acertar a parceriacom Ana Lúcia Rodrigues e José Eduardo Frota, osproprietários do estabelecimento. Nao Hara cozinhaArquitetura e jóiasO projeto do novo Kooun é assinado pela arquitetaKarla Amaral, que utiliza tons escuros e outros recursospara criar uma atmosfera intimista. O nome Kooun éformado por dois caracteres japoneses, que significamdestino e felicidade. Juntos, indicam outro significado:sorte. Toda para o novo restô!Ecos da FenavinhoEle veio. Mais uma visita de Airton Giovaninni a estacidade carente de gente que entenda e saiba falar sobrevinhos. No Mercado Municipal, para uma platéiamajoritariamente jovem, contou sobre uvas e vinhedos.“A uva chardonnay do espumante tem maturaçãodiferente da mesma uva usada para o vinho branco”.Simples, para quem entende tudo. “Didático”, paraquem está aprendendo, no comentário preciso dodoutor Paixão, um mestre do ofício. Os rótulos DomGiovanni ganham adeptos.Eram uvas, agora são vinhosNo dialeto machista, ela era “uma uva”. Hoje elanão só entende de vinhos, como também vendeuvas engarrafadas. E fala! Sobre castas e safras, comdesde os 13 anos, tem 20 de estrada e passou váriosanos no Japão. Quando foi, era um clássico. Quandovoltou, um moderno. Podemos dizer que a cozinhadele é “Nipo Fusion”: uma grande viagem, brasileirae carioca, buscando inspirações em Tóquio ouBarcelona. Daí, vem um ceviche de salmão comsorvete de pequi (um viking a derreter-se no cerrado...);ou escondidinhos de carne seca com três batatas(inglesa, baroa e doce); atum,salmão, robalo, saladas, filés,bacalhau grelhado com bananaassada; confit de canard commel de laranja; pequenaedificação de costeletas deporco; e estupendas costeletasde cordeiro com crosta degergelim e molho enfeitiçado.Um cardápio surpreendente.Com gosto e misturas idem.Há mais, muito mais. Maspara isso é preciso chegar até lá. Sim: há sobremesastambém, como um brownie de matar...Hara volta para o Rio e deixa em Brasília doisseguidores, Henrique Verdan e Mário Silva. No Rioele comanda o Shin Miura e dá consultoria paraoutros quatro restaurantes (o da moda agora é oWakai, no Jóquei).autoridade indiscutível. “Como se fosse um homem”,diria o machista. Sem razão. As jovens mulheres queatualmente freqüentam o mercado dos vinhos, emBrasília ou alhures, vieram para ocupar um lugar queé delas. Sabem falar e vender. Precisam degustar mais.Só pra ficar no ponto...Dom Francisco“O aceto balsâmico e o tomilho foram feitos um parao outro”. A frase é de Francisco Ansiliero, druída local.Foi dita a Clara e Renato, magníficos ciganos polenteiros,ora em Gramado. Depois de um “Leque de Avestruz”,capaz de surpreender e afastar, num átimo, qualquerressaca do mundo, parou para explicar seu vinagrete.Contou tudo. Em detalhes. Aceitou Clara identificarsabores. E ela, craque; “Vou fazer tudo igual, mas nãovai ficar assim”. E ele, gentleman: “É a mão de cada um”...Santa Maria – RSComo diria Nelson Jobim, que foi tudo no reinadoFHC e quer algum no reinado de Lula II: “Se dirijo,não bebo; se beber, dirijam pra mim”. A <strong>Roteiro</strong>ouviu, no camarote do compadre... Com direitoa adolescente tatuagem no braço do ex-ministro.14


Fotos: Débora AmorimCostelas de Suino com MolhoBarbecue CaseiroReceita da chef Mara Alcamim, do Zuu a.Z.d.Z/Universal Diner, para o livro Cores e Saboresde Brasília, da Asa AlimentosINGREDIENTES• 500g de costela suína• 2 colheres de sopa de alho batido• 3 colheres de sopa de cebola batida• 1 colher de sopa rasa de páprica doce• Pimenta do reino e sal a gostoMolho• 200 ml de mel• 100 ml shoyu• 1 colher de sopa de páprica doce• 1 colher de sopa de páprica picante• 50 ml de molho inglês• 100 g de açúcar mascavo• 2 canelas em casca• 2 colheres de sopa de cebola batidaMODO DE PREPARO1. Tempere as costelas passando oalho e a cebola em seguida coloque osal e a páprica. Reserve por três horas.2. Depois, enrole no papel alumínio easse em forno pré-aquecido a 180ºCpor duas horas.3. Coloque todos os ingredientes emuma panela e deixe cozinhar até ficarbem consistente.4. Para servir, é só colocar o molho porcima da costela. Bom apetite.Rendimento4 pessoas15


oteirogastronômicoArmazém do FerreiraRestaurante inspirado no Rio deJaneiro dos anos 40. O buffet,com cerca de 20 tipos de frios,sanduíches e rodadas de empadase quibes, com a performance dogarçom Tampinha, são boas opçõespara os freqüentadores.202 Norte (3327.8342)CC: TodosDiamantina RestauranteAmbiente requintado e charmoso.No cardápio, um convívioharmonioso entre pratos da cozinhacontemporânea e os preferidos doex-presidente Juscelino Kubitschek.Adega climatizada.Hotel Kubitschek Plaza(3329.3774) CC: todosAzulejariaUm dos melhores Happy Hours dacidade. No cardápio espumantes,petiscos, sanduíches, carpaccios,ostras e cervejas importadas. Noalmoço, buffet de saladas e pratosquentes.408 Sul (3443.0698)CC: TodosBRASILEIROSEsquina da VilaA traíra sem espinhas é o principalprato da casa, mas a peixada aomolho, os filés de truta, salmão,badejo e surubim grelhados - comseus deliciosos acompanhamentos -fazem da casa, com seu estilo único,uma excelente opção.Vila Planalto(3306.2539)CC: todosBARESBar BrasíliaEm plena W3 Sul, o Bar Brasília temdecoração caprichada, com móveis eobjetos da primeira metade do séculoXX. Destaques para os pasteizinhos.Sugestão de gourmet: Cordeiroensopado com ingredientesespeciais, que realçam seu sabor.506 Sul Bloco A (3443.4323)CC: TodosPatuáOferece aos seus clientes apossibilidade de desfrutar uma releiturada cozinha brasileira. O cardápio levaem consideração a multiplicidade deculturas do Brasil com sua imensavariedade de ingredientes, cores,texturas e, principalmente, seus aromase sabores. Funciona diariamente noalmoço e jantar.Deck Brasil QI 11(3248.7231) CC: V e MBar e Pizzaria do BrásCerveja gelada e buffet. Mais de 40opções de frios e petiscos. De 2ª a6ª, buffet no almoço. Aos sábados,feijoada e cachaças, além do buffetde massas e saladas. Todos os diasrodízio de pizzas, caldos e massas.107 Norte (3347.4735) CC: VMonumentalNuma das esquinas mais valorizadasda cidade, a casa tem uma amplavaranda e o chope bem gelado. Noalmoço, buffet variado de saladas,massas e grelhados. À noite, aslingüiças mineiras estão entre ospetiscos mais pedidos.BUFFET DE FESTALa LeopoldaReferência em criatividade,qualidade e eficácia em buffet dealta gastronomia.Em seis anos detrabalho coleciona cinco prêmios. Osprodutos são elaborados por EmíliaFerrero e executados por RicardoFerrero. Realiza eventos sociais eempresariais.QI 21 Bl. A (3366.1110/3078)Renata La PortaO Renata La Porta Buffet jáestá virando sinônimo de festasmemoráveis. Sempre se destacandocom suas propostas inovadoras echeias de estilo. Cardápios originaise serviço impecável.201 Sul (3224.9313)CC: todosQI 9 do Lago Sul (3364.6006)16


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTES DELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RSweet CakeÉ um dos mais renomados buffetsde festa da cidade, com mais dedez anos de experiência. Além dossalgados e doces finos oferecidosno buffet, destaque para o Risoto deFoie-Gras, o Carré de Cordeiro aoMolho de Alecrim e o Filé ao Molhode Tâmaras.QI 21 do Lago Sul (3366.3531)BUFFET DE FESTACafé SavanaQuiche é a especialidade deste játradicional café-bistrô. No almoço,sempre duas opções de pratosquentes. À noite, caldos, sanduíches,saladas e tortas. Cafés e drinks paraacompanhar. Mais informações nosite www.cafesavana.com.br116 Norte (3347.9403)CC: V, M, DCAFÉSAspargusO melhor e mais procurado selfserviceda Asa Norte. Oferece grandevariedade de pratos, saladas esobremesas. Aos sábados, deliciosafeijoada e salmão grelhado. Abrediariamente para almoço, menos aosdomingos.309 Norte (3274.6201)CC: D, M e VBier FassUm dos melhores happy hours dacidade. Uma boa pedida é o bolinhode bacalhau. Oferece opções de pizzasindividuais e serve chope claro e escuro,e drinques exclusivos, como a caipirinhade morango com vinho do Porto.Exclusividade: carpaccio de bacalhau.Pontão do Lago Sul (3364.4041)CC: TodosCHOPERIASCamarão 206Cardápio variado, sabor e qualidade.Buffet no almoço é o carro-chefe, commais de 10 pratos quentes, diversostipos de saladas e várias opções desobremesa, a <strong>R$</strong> 35,<strong>90</strong> (2ª a 6ª) e<strong>R$</strong> 39,<strong>90</strong> (sáb, dom e feriados) porpessoa. No jantar, serviço à la carte.206 Sul (3443.4841), Liberty Malle Brasília Shopping CC: todosDon’ DuricaBuffet no almoço consagrado pelavariedade de pratos. Por <strong>R$</strong> 32,<strong>90</strong>,o cliente tem saladas, pratos quentes,massas caseiras e sobremesas.No jantar, frios a quilo, petiscosvariados, sanduíches, saladas epratos à la carte com destaque parao talharim aos frutos do mar.201 Norte (3326.1045)CC: V. M. DBUFFET DE RESTAURANTEChez le Petit PrinceAutêntica confeitaria francesa.A casa oferece desde otradicional café da manhã,com croissantes,tortas, minitortas,quiches,crepes,saladas epatês. Aceita encomendas e fazeventos. Dom, 2ª e 4ª das 9h às21h.5ª,6ª e sáb, das 9h ás 22h.3ª não abre.212 Sul (3245.6525) CC: M e VMonjoloCom cinco lojas na cidade, mantém atradição em mais de 200 produtos dereceitas típicas do interior de Goiás,preparados artesanalmente, semconservantes ou estabilizantes. A tortaSuflair é uma das tentações da linhadoce. Na linha salgada, uma boa opçãosão as quiches, com recheios variados.404 Norte, 215 Norte, 210 Sul,103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767)CONFEITARIASCafé AntiquárioNo Pontão do Lago Sul, oferecegrande variedade de petiscos. Chopecremoso e gelado. Mesas da varandasão excelente opção para happy hourde frente para o Lago. Funciona de 2ªa 6ª, a partir das 17h30. Sábados edomingos, a partir das 11h30.Pontão do Lago Sul(3248.7755) CC: V, ACAFÉSPralinéO cardápio é bastante variado, comtortas doces e salgadas, bolos, pães,géleias, caldos quentes, quiches,tarteletes, chás, café e sucos defrutas naturais. Café da manhã por<strong>R$</strong> 10,80 de 2ª a 6ª (buffet porpessoa).205 Sul bl A lj 3(3443.74<strong>90</strong>) CC: V17


oteirogastronômicoC’est si bonA casa oferece saladas, massas,risotos, grelhados e mais de 50sabores de crepes. Adega climatizadacom mais de 60 rótulos. Sugestão:Marco Polo (presunto, catupiry,tomates frescos, azeitona, cebola,palmito). Toda 3ª: música ao vivo.CONFEITARIASTorteria Di LorenzaAs mais deliciosas tortas da cidade estãona Torteria Di Lorenza. São centenastipos. Amora Quaker, Frango com Catupirye Sonho de Valsa Crocante estão entreas mais pedidas. Vá a uma de nossaslojas ou peça pela Loja Virtual em www.torteriadilorenza.com.br/lojavirtual.302 Sul (3266.9667), 208 Sul (3443.6366),211 Sul (3245-6000), 115 Norte(3349.7807), 213 Norte (3340.1730),Sudoeste (3344.4600), Lago Sul (3364.5096)e Brasília Shopping (3328.4853).Lake'sComida saborosa, serviçoexcepcional, atmosfera refinada,traduzindo nossa tradição emservir. Especialista em culináriacontemporânea, a Chef AndréaMunhoz é responsável pelo cardápioda casa. De 2ª a sábado, das 12h às0h; domingo, das 12h às 17h.402 Sul (3323.1029)CC: TodosCREPERIAS408 Sul (3244.6353)CC: V, M e DCrepe au ChocolatDê asas ao chef que há em você.Toda terça, monte seu crepe com atéoito ingredientes, a preços especiais,no Crepe au Chocolat da 210 Sul.Reservas pelo tel: 3443-2050210 Sul (3443.2050), 109Norte (3340.7002) CC: V, CCreperia FloripaPonto de encontro de jovens durantetoda a semana. Oferece mais de30 sabores de crepes. Além dostradicionais, os mais elaboradoscomo o de bacalhau, strogonoff defrango ou filé. Os crepes doces maispedidos são o de chocolate combanana e de morango.312 Sul (3445.2961) CC: VCONTEMPORÂNEOSUniversal DinerEleito O Melhor dos Melhores porvotação popular na última eleição da<strong>Roteiro</strong>. Com nove anos de existência,o pioneiro na cozinha contemporâneada cidade tem como um dos carroschefeso Camarão ao molho de queijobrie, champagne e caviar, com Risotode morango e sálvia.210 Sul (3443.2089)CC: TodosFormidableNeste charmoso bistrô parisiense sãooferecidos crepes acompanhadosde salada verde, sopas, quiches erisotos. Aos sábados e domingos, obrunch com uma grande variedadede pratos (<strong>R$</strong> 21,<strong>90</strong> por pessoa).Excelente carta de vinhos.Terraço Shopping (3233.6027)CC: TodosZuu A.Z.D.Z.La FondueEm menos de dois anos de existência,a segunda casa de Mara Alcamim jáfoi premiada pelas principais revistasgastronômicas do país. Agradável eintimista, aberta para almoço, de 2ª a6ª, e para jantar, de 2ª a sábado.No almoço, opções a <strong>R$</strong> 29,<strong>90</strong>.210 Sul (3244.1039)CC: A e MFONDUEEspecializado em fondues (rodízioou à la carte) e buffet no almoço.Ambiente climatizado, restaurante notérreo e vídeo-bar no andar superior.Carta de vinhos importados enacionais harmonizam com o fondue,além de raclette, petiscos e pratos àla carte com massas e carnes.403 Sul (3225.2501/ 3225.4302)18


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTES DELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RBSB GrillÉ conhecido por seu cuidado com aqualidade e o preparo da carne. Hásete anos na cidade, oferece cortesinovadores, como o bife de tira e o bifeangosto, parte privilegiada do contrafilé.Destaques: Picanha Pantaneira, aPicanha em tira e o Prime Rib.304 Norte (3326.0976)413 Sul (3346.0036) CC: A, VRoadhouse GrillCriado nos EUA, foi eleito por três anosconsecutivos o preferido da famíliaamericana. Com mais de 100 lojas,seus generosos pratos foram criados,pesquisados e inspirados nas raízes daAmérica. Conheça tais delícias: ribs,steaks, pasta, hambúrgueres.S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado doPier 21 (3321.8535)Terraço Shopping (3034.8535)GRELHADOSDom FranciscoO bacalhau, a picanha e o tambaquina brasa são os carros-chefedo restaurante. Com 16 anos detradição, o segredo do sucesso sãoos produtos selecionados para aelaboração dos pratos. Adega com 17mil garrafas de vinho de 820 rótulos.ASBAC, Academia de Tênis,Pátio Brasil e Parkshopping(3224.8429) CC: TodosFredConhecido por servir o melhorpicadinho de filé da cidade, desde1991. Sugestão: Cordeiro Fatiadoao Molho de Alecrim – paleta decordeiro assada e fatiada, ao molhoroti com alecrim, acompanhadade batatas coradas e arroz combrócolis. <strong>R$</strong> 31,80.405 Sul (3443.1450)CC: TodosNo GrillCom vasto cardápio, tem comoestrelas o Steak de Picanha, o Bifede Tira e o Bife de Chourizo. À noite,pizzas em forno à lenha, massas epetiscos são disputados na grandee arejada varanda. O chope sempregelado e uma excelente carta devinhos completam a refeição.213 Norte (3272.1005)CC: VNorton GrillPara quem não resiste a um bomgrelhado, o Norton Grill é o lugar certo.Uma das especialidades da casa é aPicanha Baby com o famoso ArrozNorton e, de sobremesa, um deliciosopudim de leite.Hotel Mélia - 2º andar(3218.5550) CC: todosGRELHADOSHerbsÀs margens do Lago Paranoá,funciona no Hotel Blue Tree Alvorada.Todos os dias, no almoço, buffettemático e diferenciado. Sábado,feijoada, domingo, brunch. Orestaurante oferece também umserviço especial à beira da piscina.SHTN Hotel Blue Tree Park(3424.7000) CC: TodosOliverAmbiente romântico e intimista, comculinária mediterrânea, de inspiraçãoitaliana e influências francesas eespanholas. A proposta é oferecercardápio variado e criativo, com saladase frutos do mar. Para os pequenosapetites, há a versão meio prato.SCES Trecho 2, Lote 2 (3323.5961)Brasília Golfe Center CC: TodosINTERNACIONAISOutbackA sugestão da casa é: Ribs onthe Barbie – costela de porcodefumada e grelhada, regada aomolho (Barbecue ou Billabong),acompanhada de Potatoes eCinnamon Apples.ParkShopping (3234.7958)CC: TodosSan Marco HotelAos sábados, no restaurantepanorâmico do hotel, suculenta feijoadacom ingredientes separados. Entradas:deliciosas batidas, acarajé e caldinhode feijão. <strong>R$</strong> 30 + 10% por pessoa ou<strong>R$</strong> 55 + 10% o casal. Música ao vivoe sobremasas inclusas.SHS Qd 5 Bl C (2103.8484)CC: Todos19


oteirogastronômicoCantina da MassaGordeixoA sugestão da casa é: Parpadelleao Molho Napolitano - Massa deprodução própria com grano duro,molho com carne em pedaços(músculo), molho de tomate,temperos e ervas. Carta de vinhos eadega climatizada.Ambiente agradável, comida boa eárea de lazer para as crianças fazemo sucesso da casa desde 1987. Noalmoço, além das pizzas, o buffet demassas preparadas na hora, ondeo cliente escolhe os molhos e osingredientes para compor seu prato.302 Sul (3226.8374)CC: Todos306 Norte (3273.8525)CC: V, M e DDom RomanoDesde 1988, foi pioneira em assaras pizzas no forno a lenha. As pizzastêm sabor e sotaque paulistano. Asmassas e molhos são de fabricaçãoprópria, e têm sabores bem caseiros.As porções bem servidas, retratam aorigem italiana.GordeixosPizzas assadas no forno à lenha eservidas na pedra, carnes e massas.Na Asa Sul, além do serviço à lacarte, pode-se optar pelo buffet comcinco tipos de massas, três opçõesde molho e 20 complementos, a<strong>R$</strong> 13,<strong>90</strong> por pessoa.QI 11 Lago Sul (3248-0078)102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D.404 Sul (3323.8989), Sudoeste(3344.5599), Águas Claras (3435.6565)e Taguatinga (3354.1221) CC: D, M e VITALIANOSFelicitáA casa tem ambiente descontraídoe agradável. Todos os dias Buffet deantepastos, mais de 30 sabores depizzas, saladas e grelhados, alémdas massas de produção própriacom grano duro. Excelente carta devinhos. 2ª de 18h às 0h. 3ª a dom,de 12h às 0h.306 Norte (3274.5086)CC: todosITALIANOSLa FocacciaNo cardápio pizzas, massas, risotose carnes. As pizzas, assadas emforno à lenha, são servidas somenteà noite e aos domingos. Sugestão:prato principal, Filé ao pepeverde (filémignon ao molho de pimenta-verde,servido com risoto de parmesão),sobremesa, Panacota.Academia de Tênis(3316.6451) CC: TodosForno BenedetoPappagalloCardápios variados para o almoço de2ª a 6ª. Combinações de pratos comcarnes, massas e frango. Rodízio depizzas no de 2ª a 5ª por <strong>R$</strong> 14,20.Pratos diferenciados à la carte. Teleentrega:Asa norte, Lago Norte,Cruzeiro, Octogonal, Sudoeste, SCSe SIG.311 Norte (3349.0169/ 3349.0168)CC: V, M e DA decoração é um charme à parte.No almoço, a casa oferece opçõesde combinações de pratos. Adegaclimatizada. Sugestão: Lasagna deZuchini e Queijo Gorgonzola commolho matriciana.314 Sul - 3346-0303Cartões: V e MFortunataPizzaioloA combinação ideal entre massas,pizzas de massa fina, vinhos e bomgosto. Prêmio qualidade Brasil 2006.www.fortunatapizza.com.br .Buscamos sempre a qualidade denossos produtos e serviços, alémde trazer um cardápio variado queagrada aos mais diversos paladares.Você pode optar pelo brochete defilé acompanhado de arroz a grega ebatatas fritas, ou ainda por um dosmais de 40 sabores de pizzas.QI 9 Lago Sul(3364.6111)215 Sul (3345.7878 /3346.9767)CC: Todos20


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTES DELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RSan MarinoCozinha típica de cantina italiana.De 3ª a 6ª, rodízio à noite com15 sabores de pizzas e oito demassas. Nas outras noites, somenteà la carte. Durante a semana, noalmoço, buffet com saladas, pratosexecutivos e grelhados.209 Sul (3443.5050)CC: TodosTruliUm sucesso com serviços originais erápidos. Buffet no centro do salão. Ocliente monta seu pedido escolhendoaté sete ingredientes para comporum prato de massa, ou salada, ouVira-e-Mexe (arroz com feijão).Deliciosos pratos italianos à la carte.Brilho - Lago SulA nova loja do Gilberto Salomãoconta com adega climatizada egrande variedade de vinhos. Espaçoexclusivo para degustações, palestras,eventos e amplo estacionamento. Osqueijos, azeites, bacalhau, chocolates,acessórios e charutos completam omix de produtos. Venha conhecer!Centro Gilberto Salomão- lj 33(3202.4533) CC: todoswww.brilhoimportados.com.brLOJAS DE VINHO201 Sul (3322.4688) Delivery(3225.4050) CC: TodosVercelliFunciona de 3ª a domingo, noalmoço e jantar. Com extensocardápio, funciona em três sistemas:rodízio (petiscos, carnes, massase pizzas), buffet (saladas e pratosquentes) e à la carte.410 Sul (3443.0100)CC: todosVilla BorgheseO charme da decoração e ailuminação à luz de velas dão o climaromântico. Aberto todos os dias paraalmoço e jantar. Sugestão: Segrettidi Netuno - camarões gigantescom molho ao pesto e molho dealcaparras, servidos com arroz deamêndoas.201 Sul (3226.5650) CC: V, MITALIANOSCafé CancunAos sábados, brinquedoteca e umadeliciosa Feijoada Completa, combuffet de saladas, sushi, pratosquentes, costelinha, caldinho defeijão, linguiça e acarajé. Comoopcional, picanha fatiada e o buffetde sobremesa.Shopping Liberty Mall - 3202.4466Cartões: TODOSEl Paso TexasA melhor cozinha mexicana dacidade acaba de lançar os sistemasde rodízio e buffet - nas noites dequarta e quinta. Ambos a <strong>R$</strong>19,<strong>90</strong>.Outra sugestão: Combo, compostopor burritos, tacos rancheros, quesadillas,bufallo wings, potato skins,tacos El Paso e nachos.404 Sul (3323.4618) TerraçoShopping (3233.5197) CC: TMEXICANOSBrilho - Feira dos importadosReferência desde 1997, nos ramosde bebida, charutaria e delikatessen.Na adega climatizada o clienteencontra vinhos especiais, comoRomaneé Conti e Chateau Pétrus.Ambiente especial para degustação.Queijos importados e o melhorbacalhau da cidade.Feira dos Importados(3037.4533) CC: Todoswww.brilhoimportados.com.brLOJAS DE VINHONATURAIS21


oteirogastronômicoNATURAISNaturettoO restaurante valoriza a culináriamacrobiótica, os vegetais orgânicose integrais. O peixe está presente nocardápio diariamente. À noite, o vinhose harmoniza com o ambiente rústicoe cultural e acompanha quiches,salmão grelhado, pães e queijos.405 Norte (3201.6223) eCâmara dos Deputados CC: V e MHanáDiariamente no almoço e jantar,festival de sushi e sashimi, commais de 35 opções de pratos.Nas 2 as e 3 as , o tradicional buffetconta com o Festival do Camarão.Funciona também à la carte e temdelivery. Horário: diariamente das12h às 15h e das 19h às 24h.ORIENTAISSushi BrasilA casa tem um cardápio supervariado de pratos quentes, sushise sashimis. Em sistema de rodízioou buffet, em destaque estão osHot Rool, o combinado Be Happy, oSuper Salmão entre outros. Ambienteperfeito para reunir os amigos, afamília e para almoços executivos.QI 11 Lago Sul (3364.3939)CC: todos408 Sul (3244.9999)CC: TodosKosuiBeliniORIENTAISCom cinquenta pratos no cardápio,o Soba (macarrão integral comcaldo quente ou frio) e o BanqueteJaponês (entradas, caldos, pratosdiversos, acompanhamentos esobremesa) são os mais preferidos.O balcão, é um dos lugares maisrequisitados da casa.Academia de Tênis(3316.6<strong>90</strong>0) - CC: TodosPADARIASA casa premiada é um misto depadaria, delikatessen, confeitaria erestaurante. O restaurante serverisotos, massas e carnes, inclusivecordeiro. Destaque para o cafégourmet, único torrado na próprialoja, para as pizzas especiais e osbuffets servidos na varanda.113 Sul (3345.0777) CC: TodosBacoPremiada por todas as revistas.Massas originais da Itália, vinhose ambiente. No cardápio, pizzastradicionais e exóticas. Novidades sãouma constante. Opção de rodízio emdias especiais – na 309 Norte, toda 3ªe domingo, e na 408 Sul, às 2 as .NipponPIZZARIAS309 Norte (3274.8600), 408 Sul(3244.2292) CC: TodosBaco Delivery (3223.0323)Tradicional e inovador. Sushis esashimis ganham toques inusitados.Exemplo disso é o sushi de atumpicado, temperado com gengibre ecebolinha envolto em fina camada desalmão. As novidades são fruto demuita pesquisa do proprietário Jun Ito.403 Sul (3224.0430 /3323.5213) CC: Todos22


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTES DELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RFornalha Simpson'sPromoções: Chopp, 2ª a dom, das17h às 20h30, por <strong>R$</strong> 1,75 de 300mle <strong>R$</strong> 1,20 de 200 ml; Rodízio de Pizza,3ª a dom, por <strong>R$</strong> 12,<strong>90</strong>. Sáb, feijoada,buffet, churrasco. Dom, buffet,churrasco e salmão. Beba 3 chopp eganhe 1 de cortesia, sáb e dom.307 Sul(Delivery 3443.4251)CC: todosQuerubinaA grande responsável pelosucesso da casa é a pizzamargueritta gourmet. Trabalhacom rodízio, às 2 as e 3 as , <strong>R$</strong> 24por pessoa, com mais de 30deliciosos sabores. Excelente cartade vinhos nacionais e importados.308 Sul (3443.8777)CC: TodosViçosa Cantina & PizzaÀ noite, rodízio de pizzas tradicionaise especiais, de 3ª a 5ª: <strong>R$</strong> 15,<strong>90</strong>individual. No almoço prime,grelhados, risotos, massas e saladas.Às 6ª, exclusiva Paella MarineraViçosa (<strong>R$</strong> 29,<strong>90</strong>) Promoção deverão: Chopp claro 300ml - 1,99.PIZZARIAS404/5 Sul (3223.2824)CC: A, V, CFeitiço MineiroPizza CésarAsa Norte (3347.0999)Guará (3567.3030)Sudoeste (3341.1001)Taguatinga (3352.0500)Sobradinho (3487.6262)Lago Sul (3366.3505)Asa Sul (3242.2221)Gama (3384.0202)PIZZARIASA culinária de raiz das Minas Geraise uma programação cultural queinclui músicos de renome nacional eeventos literários. Diariamente, buffetcom oito a nove tipos de carnes.Destaque para a leitoa e o pernil àpururuca, servidos às 6 as e domingos.306 Norte (3272.3032)CC: TodosSeverina Feijão VerdeApós 26 anos em Brasília, orestaurante Feijão verde da AsaSul muda de nome, decoração,cardápio, mas mantém a tradição e aqualidade. Carne de sol, baião de 2x2,arrumadinho, escondidinho, bode ebeiju recheados. É só escolher!www.restauranteseverina.com.br201 Sul (3224-6362)CC: V, M, Amex, DSaborellaSorvetes com sabores regionais etecnologia italiana são a especialidadeda casa. Os mais pedidos: tapioca,cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Navaranda, pode-se apreciar café bemtirado e fresquinho, acompanhado detapiocas quentinhas.112 Norte (3340.4894)CC: TodosSORVETERIA REGIONAIS23


caianagandaiaO tradicional bar do Setor Bancário Sul é detentor deuma façanha inacreditável: lotar toda segunda-feiraA baladaCalafdo24


POR BETH ALMEIDAFOTOS JUAN PRATGINESTÓSTudo começou com uma roda dechoro despretensiosa, para animar afeijoada servida nas tardes de sábadono Bar do Calaf. Na hora do almoço,o grupo chegava e ocupava uma dasmesas do bar. “A idéia do pessoal eraproporcionar um encontro de músicoscom espaço para todo mundo dar a suacanja”, relata o hoje produtor de eventosdo Calaf, Tino Freitas.Cinco anos depois, a apresentaçãoda banda Samba Choro lota a casa todosos sábados e não é o único evento desucesso do Calaf. A programação évariada, para todos os gostos musicais,e apenas as noites de domingo e terçafeiraestão livres.A semana começa com a noiteCriolina – Festa da Música Negra, eventoque começou despretensiosamente, comprevisão de funcionar apenas nas fériasde janeiro de 2005, e deu tão certo queentrou de imediato na programaçãopermanente do Calaf.Na quarta-feira, o espaço é paraquem gosta de forró. O projeto LorotaBoa conta com a discotecagem do DjChico Gorman, seguido da bandaLorota Boa, que toca de Luiz Gonzaga atemas instrumentais de Hermeto Pascoale Sivuca, entre outros.A quinta-feira é reservada a quemgosta de soul music, hip hop e reggae,dentro do projeto Homem de PedraConvida, que também recebe bandascomo a Pé de Cerrado, atração nasemana pré-carnavalesca.A música brasileira volta na sextafeira,noite que começa com Tino Freitastocando músicas próprias e sucessos daBossa Nova e Jovem Guarda, comdestaque para as interpretações decanções de Roberto Carlos, Fagner,Vinícius de Moraes e também osinternacionais James Taylor e Beatles.Preparando os espíritos para a tarde desábado, a banda Coisa Nossa sobe aopalco para um show com muito pagodee samba de primeira.Fechando a semana com chave deouro, a tradicional Feijoada com Sambatem a animação do grupo Samba Choro,a partir das 15 horas. Nesse dia, quemquiser aproveitar a parte gastronômicado evento deve chegar um pouco antes.Quando a música começa, a casa já estálotada. Tocando no Calaf desde 2002, ogrupo tem um público cativo, como ocarioca que gosta de ser conhecido porRoberto da Mangueira, ou RobertoMangueirense, por razões óbvias.Ele prestigia o evento desde o início,sempre vestido com as cores da escolade samba do coração. “Isso aqui é umpedacinho do Rio de Janeiro”, defineo tijucano transferido para Brasília há12 anos. “Quando morava no Rio, viviano samba e adorei quando descobri osábado do Calaf”, afirma. “Existia umademanda reprimida por eventos dessetipo”, acredita Tino Freitas.Se parece natural o grande públicodos sábados, chega a ser inacreditávelo número de pessoas que prestigia asnoites de segunda-feira. Chegar ao barnesse dia da semana pode levar a pensarque o tempo parou numa sexta-feira ànoite. Às 11h30 da noite a casa já estálotada e a fila na porta chega a 50metros. Até essa hora o som é embaladopelos DJs Pezão e Barata, seguidos porconvidados, que podem ser bandas ououtros DJs, na chamada DJam. “A noiteCriolina se tornou um pólo de divulgaçãode DJs e bandas brasilienses, mastambém temos atrações de fora”, contaRodrigo Barata, um dos integrantes donúcleo coletivo de produção Só o SomSalva, responsável pela festa.Bar do CalafSetor Bancário Sul – Edifício Empire Center(3325.7408)25


caianagandaiaSempre decasa cheiaTodo dia é dia defesta na Platz. Um dossegredos do sucessoé a boa programaçãocultural. Outro é ochope, claro. Ouescuro, tanto faz.POR AKEMI NITAHARA“O chope é a estrela da casa”, avisa Rodrigo Pádua, um dos proprietáriosda cervejaria Platz. Mas também a farta e variada programação cultural vemchamando a atenção dos baladeiros de plantão da cidade. Quando montarama nova casa, a idéia dos sócios – além de Rodrigo, João Roberto e CarlosCouto – era fazer “um bom lugar para tomar cerveja, um local fechado quelembrasse um aberto, como uma praça, com boa música e foco no cliente”.A cervejaria é dividida em três ambientes. Um mezanino, onde fica orestaurante, uma área externa, onde também são colocadas mesas, e o térreo,que abriga o palco e tem uma praça convertida em pista de dança nos diasmais agitados. O chope é fabricado ali mesmo. Cinco tanques de mil litrosFotos: divulgação26


cada ficam bem na entrada daPlatz, mostrando aos clientesuma parte da fabricação doproduto. “Nossa receita éaprimorada, fazemos um chopeartesanal premium e a aceitaçãonão poderia estar sendo melhor”,comemora Pádua, que também éengenheiro de produção.Além do chope, vendido a<strong>R$</strong> 3,20 (300 ml), a Platz conta comcervejas importadas, como a StellaArtois (<strong>R$</strong> 4) e a Erdinger (<strong>R$</strong> 11,50).No cardápio, petiscos típicos alemães,como o Schüblig, aquele salsichãogrelhado servido com baguete emostarda (<strong>R$</strong> 17). A inauguração foino dia 30 de novembro. “Em dezembronós colocamos a parte operacional emfuncionamento, mas só em janeirocomeçamos a pensar melhor naprogramação cultural. Nós notamos queBrasília tem uma carência nessa área,então montamos uma programaçãobaseada no público que bebe cerveja”,explica o empresário.Partindo-se do princípio de quepessoas de todos os estilos gostam deuma loira bem gelada, as atrações daPlatz não deixam por menos no quesitovariedade. Para tanto, cada dia tem umgênero musical diferente, do axé à blackmusic, passando pela MPB, jazz, pagodee discoteca. “Eu percebo que tem umnicho de mercado diferente, que a cadadia o público muda”, diz Pádua. O DJRodrigo Barata anima uma das noitesmais agitadas, a Q-Boa – QuintasSábio o homem que inventou a cerveja(Platão)Beber cerveja é tão necessárioquanto comer (Ernest Hemingway)Eu não confio em camelos e emninguém que possa passar umasemana sem uma cerveja (J. Lewis)A cerveja é a causa e a solução detodos os problemas da vida(Homer Simpson)Pessoas boas bebem boas cervejas(antigo provérbio celta)Cerveja é o melhor remédio(provérbio alemão)Gastei metade do meu dinheirocom mulheres e cerveja.O resto desperdicei(de um “filósofo” anônimo)Insanitárias, nos mesmos moldes daCriolina, festa comandada por elemesmo e pelo DJ Pezão às segundasfeirasno Bar do Calaf.A base do som que sai das pick-upsé a black music, ou, como eles definem,“música forte escura”, e um convidadocomplementa sempre a noite com seuestilo próprio. “Brasília estava mesmoprecisando de um espaço assim, estásendo muitoimportante para acultura da cidade”,afirma o DJ Barata, paraquem o melhor de tudo éo fato de os donosestarem se adaptando parareceber festas. A Q-Boa jáchegou a reunir 1.500pessoas numa única noite.Outra atração é aCaffeine Jazz, que juntouPaula Zimbres (baixo),Rodrigo Bezerra (guitarra),Célio Maciel (bateria)Anderson Rodrigues(trombone) e Esdras Nogueira(saxofone) para se apresentarnas quartas-feiras na Platz. “Naprimeira noite, a gente não sabiadireito como seria o show, se umjazz para ouvir sentado ou maisdançante”, explica a baixista.“Percebemos que o público queriamesmo era dançar, então optamospelo estilo mais animado”, contaPaula. O estilo da Caffeine Jazzdivulgado no panfleto é “cool, latinjazz, free, samba jazz, funk, hardbop,fusion jazz e otras cositas bem más”.Está bom ou quer mais?PlatzQuadra 3 – Bloco C – Setor ComercialNorte (3326.1345)De 2ª a 6ª feira, das 17h até o últimocliente. Sábado, das 12h até o últimocliente. Domingo, das 19h até o últimocliente.27


Por um lado, a divulgação de umasó vez de toda a temporada permitiráque cada amante da música clássicase programe e cobre a realização doconcerto. Por outro, pretende servircomo cartão de visitas da nova direçãoda orquestra, formada a partir de umconvite feito pelo governador do DistritoFederal, José Roberto Arruda. Pelo palcoda Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional,deverão passar neste ano solistas derenome internacional, como o pianistaNelson Freire e o violoncelista AntonioMenezes.“Os brasilienses podem esperar umatemporada como nunca vista por aquiantes, ou pelo menos nunca vista pormuitos anos”, promete Ira Levin,americano de Chicago que viveu por19 anos na Alemanha e dirigiu por trêsanos a Orquestra do Teatro Municipalde São Paulo – vencedora, em 2004,do Prêmio Carlos Gomes de melhororquestra do país.A NOMEAÇÃO DE LEVIN, que assumeo lugar de Silvio Barbato, foi recebidacom algumas ressalvas no meio artístico.Ainda que timidamente, circularamcríticas ao fato de ele ser estrangeiro einsinuações de que sua indicação teriasido política, uma vez que o maestro égenro da ex-deputada Eurides Brito.A respeito de sua condição deestrangeiro, ele lembra que os regentesdas três principais orquestras de Berlim,uma das principais mecas da músicaclássica, são um inglês, um argentino eum italiano. Em resposta às insinuaçõesde influência política, que classifica de“quase idiotas”, ele responde com ocurrículo, onde consta, por exemplo,o título de regente titular da Orquestrade Düsseldorf, na Alemanha.Ao fazer o convite a Levin, que morana cidade desde 2005, Arruda anunciousua intenção de fazer de Brasília umacapital cultural. E uma das providênciasnesse sentido, disse-lhe o governador, seriaa de contar com uma orquestra sinfônicarespeitada em todo o país. A propostaagradou ao maestro norte-americano,apesar da atual condição da orquestra.Para ele, o trabalho será um pouco comoo realizado em São Paulo, onde o grupoIra Levin e Clarisse de Conti prometem trabalhar juntos para fazer da OSTNCS uma referência nacionalque regeu também enfrentava problemasantes de sua chegada.Atualmente, a OSTNCS contacom um time de <strong>90</strong> músicos, mas nemtodos estão atuando. Os ensaios sãono próprio palco da Sala Villa-Lobos.E os concertos são realizados somente àsterças-feiras, porque o Teatro Nacionalprecisa abrir espaço em sua agenda paraoutros espetáculos nos finais de semana.Ao contrário de orquestras como aOsesp, o grupo não tem sede própria enem dispõe de uma sala de ensaios bemmontada dentro do teatro. E aindaenfrenta problemas de acústica na Villa-Lobos, motivados em parte pelo excessode carpetes e pelo grande vão atrás daspoltronas dos espectadores, por ondeo som acaba escapando.ENTRE AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIASa serem tomadas pela nova direçãoestão as de contratar novos músicos eaperfeiçoar a acústica da Villa-Lobos. Osconcertos permanecerão às terças-feiras,em princípio gratuitos como atualmente,embora algumas séries possam vir a serpagas. E uma sala de ensaios dentro doTeatro Nacional deverá ser montadapara permitir aos músicos um espaçopermanente de aperfeiçoamento.No horizonte da nova direçãoconstam parcerias com a iniciativaprivada e a possibilidade detransformação da orquestra em umaOrganização da Sociedade Civil deInteresse Público (Oscip) – caminhosemelhante ao trilhado pela Osesp.“Nossa intenção é a de trabalhar parafazer da nossa orquestra uma referêncianacional e, no futuro, internacional”,anuncia a diretora da OSTNCS,Clarisse de Conti, que assumiu oposto igualmente no início deste ano.A montagem de uma orquestra dereferência exige investimento, dedicaçãoe paciência, como têm demonstradoexperiências bem sucedidas no Brasile no exterior. Mas, se o exemplo que aOSTNCS pretende seguir é o da Osesp,não custa sonhar com a adoção de umnome mais simpático e fácil depronunciar (por que não simplesmenteBrasília Sinfônica?). E até com aconstrução de uma sede própria, comoa Sala São Paulo, em parceria com ainiciativa privada. Ali mesmo, ao ladodo Teatro Nacional, uma grande áreavazia ilustra a interrogação sobre o queserá construído no Setor Cultural Norte.Um belo lugar para, quem sabe nofuturo, se erguer uma Sala Brasília.31


graves&agudosTimbrefeminino de raizSambista da nova geração, Cristiane Maciel se firmapela força e pela energia contagiante de sua vozPOR CRISTIANO TORRESBrasília sempre se esmerou emproduzir diferentes talentos musicais.Mas as épocas passam, os interessesmudam, as referências se transformam.E o contexto acaba propiciando osurgimento de uma nova geração decantores e de instrumentistas que põemabaixo velhos rótulos, como aqueles quedizem que samba só se faz no Rio deJaneiro, ou que Brasília é a capital dorock.A cantora Cristiane Maciel é provadisso. Aos 28 anos, ela se destaca pelaforça e pela energia de sua voz, cujotimbre lembra os de Alcione, ClaraNunes e Beth Carvalho. Ainda semgravar – “este ano ainda a gente entraem estúdio”, garante – ela é conhecidapor apresentações em casas como o Bardo Calaf, o Arena Futebol Clube e oFeitiço Mineiro. E o repertório estádentro do que se costuma chamar desamba de raiz.Selecionadas por ela e pelos músicose arranjadores do Grupo Regra Três, ascanções percorrem um caminho queatravessa as obras de compositores comoCartola, Candeia e Tom Jobim.Privilegiam também grandes mestrescomo Dona Ivone Lara, Clementina deJesus, Clara Nunes, Beth Carvalho eMartinho da Vila. “Sem esquecer deNelson Cavaquinho, um de meuspreferidos”, ressalta.Filha de cariocas e sobrinha demúsicos, a cantora explica que foiinfluenciada pelos discos ouvidos desdecriança. “Minha casa é desses lugaresque têm música até em dia de enterro”,brinca. Ela nem se lembra de quandocomeçou a cantar ‘de brincadeira’. “Asério, foi com uns 19 anos. Na época, eramais ligada em pagode”, diz. Cristianecomeçou no grupo Unidos do Samba,com amigos de infância, e participou demais quatro conjuntos antes de chegar aoRaça Popular, que a projetou.A artista é acompanhada atualmentepelo grupo Regra Três, composto porestudantes da Escola de Choro RaphaelRabello – Amílcar (violão 7 e 6 cordas evoz), Pedro do Cavaco (cavaquinho),Thiago Viegas (surdo e percussão),Eduardo Júnior (pandeiro) e GeorgeGuterres (reco-reco e voz). Criada emmaio de 2006, a formação estreoudurante a Copa do Mundo, quandoforam convidados para animar orestaurante Cabana da Árvore.Dos planos para o futuro faz parteum tributo a Dona Ivone Lara, com ainclusão de suas composições nos shows.É: a moça, além de interpretarintensamente, também cria. “Tenhoalgumas canções, mas preciso trabalhálasmelhor”. Ela também desejahomenagear o sambista Carlos Elias.A próxima apresentação em Brasíliaserá no dia 5 de março, no FeitiçoMineiro, pelo projeto Clube do Samba.No repertório, canções de Noel Rosa,Nelson Cavaquinho e Tereza Cristina,homenageada da noite. “Vai ser umtributo a essa grande cantora carioca.Porque tributo tem que ser feito paraquem está vivo. Temos que valorizarnossa gente”, completa.Claudia Maciel32


asiliensedecoraçãoReco de seteinstrumentosPOR VICENTE SÁFOTOS JUAN PRATGINESTÓSO ano é 1963. Liderando a fila de cinco irmãos a caminhoda escola, numa Brasília povoada pela poeira e pelo som dasconstruções, Henrique Lima Santos Filho não era capaz dedimensionar os laços afetivos que viria a estabelecer com anova capital. Aos oito anos ele já era Reco, mas não o doBandolim. Ainda não sentia a sede de música que viriamais tarde. Os passos dos pequenos eram regidos pelaretidão do pai, deputado federal, que não permitia queo carro oficial os levasse para a escola e que, devido asuas posições políticas, seriacassado e perseguidonos anos da ditaduramilitar. A mãe, DonaLúcia, lhes ensinaria atenacidade, qualidadeque lhe permitiu suportaros anos difíceis e cuidarda criação dos filhos.As adversidades do começonão tiraram a simpatia que os meninossentiam por Brasília. Aqui cresceram,adolesceram e, nos anos 70, deram osprimeiros passos no rumo da música.“Naqueles tempos de libertação sexual,festivais de rock, drogas, movimentohippie, não havia espaço para se tocarcavaquinho ou bandolim. Como grandeparte dos adolescentes da época, nósformamos uma banda, a Carência Afetiva, ondeeu tocava guitarra”, lembra Reco. No grupo e nacidade, ele passou a ser conhecido como Jimmy Reco, apaleta mais rápida do Planalto Central, numa alusão aogrande guitarrista Jimmy Hendrix e ao talento para o soloque já despontava naquele rapaz franzino. O grupo duroualguns anos e se apresentou em festivais, escolas e programasna TV Brasília, com repertório que traduzia asansiedades dos jovens da época. Grande parte dascomposições era do irmão Ivan Sérgio, que maistarde iria liderar outra banda, a Vagabundo Sagrado.38


Os tempos andavam um tanto escurose com o exílio de grandes nomes da músicabrasileira, como Gil e Caetano, os NovosBaianos assumem posição de destaqueno cenário nacional e surpreendem comsua irreverência e criatividade. “PepeuGomes deu contribuição fundamentalà música brasileira quando trouxe aguitarra para o samba e, ao fazer isso,atraiu uma imensa parcela da juventudeque estava voltada apenas para osguitarristas internacionais e que passoua conhecer, com simpatia, a nossamúsica”, depõe Reco.Em 1974, os Novos Baianos se separame Moraes Moreira faz um show comArmandinho no ICBA – InstitutoCultural Brasil Alemanha – emSalvador. Neste show, Reco, aos vinteanos, ouve pela primeira vez NoitesCariocas, com Armadinho ao bandolim,e se encanta a ponto de ir ao camarimcumprimentar os dois músicos. “Eununca tinha escutado ou ouvido falar deJacob ou Pixinguinha, o que consideroum almoço no qual o prato principalera a música, o choro. Eram antigosfuncionários públicos vindos do Riode Janeiro: o trombonista Tio João,Pernambuco do Pandeiro, o citaristaAvena de Castro, o saxofonista NiloCosta, os flautistas Bide e Odeth ErnestDias, o violonista Hamilton Costa, apianista Neusa França, o cavaquinistaFrancisco Assis Carvalho, o percusionistaValci, entre outros. Reco se enturma,passa a freqüentar esses almoços e atocar com o grupo.Em 1977, um antigo vestiário noCentro de Convenções, cedido pelogovernador Elmo Faria, passa a ser asede do Clube do Choro. Lá, os chorõesse reuniam e faziam suas apresentações.Mas, funcionando de forma precária,sendo alvo de constantes furtos deequipamentos e tendo um plantel demúsicos que era movido apenas peloamor ao choro, o clube fecha as portasem 1983 e só volta à cena musical dezanos depois, já tendo na presidêncianomes da música brasileira. Daí emdiante, o clube se firmou e hoje se orgulhade ser referência no país como o projetode música instrumental mais duradouroe bem sucedido, com mais de 1.200shows que envolveram cerca de 700artistas, assistidos por um público de300 mil pessoas.Mas o grande sonho desse bandolinistade sete instrumentos era criar uma escolade choro, para que outros jovens comoele não tivessem que bater de porta emporta, em busca de conhecimento.Depois de anos de luta, em 1998 foiinaugurada, já com <strong>90</strong> alunos, a EscolaBrasileira de Choro Raphael Rabello, quehoje atende a mais de 400 estudantes.Para coroar com estilo os esforços deReco do Bandolim, em 2004 OscarNiemeyer, depois de tomar conhecimentodo clube e da escola, elaborou um projetoarquitetônico para as duas sedes, queagora o GDF promete viabilizar.Casado, três filhos e um neto,Henrique Lima Santos Filho aindaA tenacidade de seu criador faz do Clube do Choro o projeto demúsica instrumental mais duradouro e bem sucedido do paísum absurdo, um crime de lesa-pátria.A música brasileira é o melhor produtoque nós temos para apresentar emqualquer lugar do mundo, mas aquininguém dava valor ou queria ensinar”.O absurdo se revelaria ainda maior.Em Brasília, as buscas de Reco porinformação sobre o bandolim e sobreseus executores se mostraram inúteis.“Eu fui a todas as escolas e ninguémconhecia Valdir Azevedo, ErnestoNazaré, Jacob do Bandolim... Umaloucura! Por sorte, Ney Rosauro, umamigo músico, tinha um bandolimem casa, me emprestou e aí eu pudecomeçar a estudar”, conta.Começa um período de imersão navida do futuro bandolinista, que muda ohorário da faculdade, passa a estudar até14 horas por dia e a ouvir tudo de choroque lhe chega às mãos. Também por essaépoca Reco descobre em Brasília umgrupo de chorões que se reunia ora nacasa de um, ora na casa de outro, paraHenrique Lima Santos Filho, o Reco doBandolim. E aí seria uma outra história.De início, produz, com ajuda dosirmãos e de amigos, um show de RaphaelRabello e Armandinho na sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. O espetáculoé um sucesso e com o dinheiro Recocomeça a arrumar a sede e a produzir lá,semanalmente, um espetáculo com osmembros do Clube do Choro, comoexigia o GDF. “Do segundo mês emdiante, os outros chorões não quiserammais tocar lá porque não dava público,era muito quente, não tinha uma boaestrutura e por aí. Então eu peguei omeu grupo, o Choro Livre, e passamos atocar todas as semanas durante cincoanos, até 1997. Afinal, nós nãopodíamos perder a sede”, relembra.Foi também em 1997 que o clubeconseguiu emplacar no Ministério daCultura um projeto temático sobrePixinguinha, que teve sua obra revisitadadurante todo aquele ano por grandesencontra tempo para produzir umprograma semanal de choro na RádioNacional, tocar com o grupo ChoroLivre e preparar surpresas para osamantes de música, como o 1º FestivalInternacional de Choro. Trazendomúsicos de todo o mundo para dividiro palco com os chorões brasileiros, ofestival acontecerá ainda este ano emBrasília, São Paulo e Rio de Janeiro.Outra surpresa é o Centro deReferência e Estudo do Choro, umamusicoteca da Escola de Choro quecolocará à disposição dos interessadoscópias dos arquivos dos grandes chorõesbrasileiros como Jacob do Bandolim ede estudiosos do gênero do Rio, SãoPaulo e Bahia, além dos 12 anos degravação dos shows realizados no clube.Quando perguntado sobre comoconsegue fazer todas essas coisas aomesmo tempo, ele dá uma dica: “Minhamúsica predileta é um choro de Jacob doBandolim e se chama Simplicidade”.39


queespetáculoA volta de Hedda GablerO clássico de Ibsen tem nova montagemPOR MARIA TERESA FERNANDESQuando escreveu a peça HeddaGabler, em 18<strong>90</strong>, o poeta e escritornorueguês John Henrik Ibsen enfrentoua fúria dos críticos. Afinal, a personagemprincipal era avançada demais paraseu tempo e, além de tudo, tinhapersonalidade “enigmática”, “sinistra”,ou seja, “um monstro em forma demulher”. Em defesa de Hedda, vítimado maniqueísmo da época, Ibsen disse:“Meu principal objetivo foi descrever oser humano, seus humores e seu destino,tendo como base determinadascondições e perspectivas que prevalecemna sociedade”.Passados 116 anos da estréia emMunique, Alemanha, Hedda Gablerchega ao palco do CCBB em montagemassinada por nomes consagrados naliteratura e no cinema. Estreante noteatro, o escritor Rubem Fonseca (Agosto,Bufo & Spallanzani) é o responsável pelatradução da peça, enquanto o cineastaWalter Lima Júnior (A Ostra e o Vento,Menino de Engenho) se encarrega dadireção.A atriz Virgínia Cavendish é quemfaz o papel de Hedda, por sugestão daveterana Fernanda Montenegro.“Falamos sobre teatro e sobre a realnecessidade de uma atriz produzir paraconstruir uma carreira sólida. No meioda conversa, ela me perguntou se euconhecia o texto de Hedda Gabler.Fernanda disse que eu tinha um quêde Hedda. Não encontrei nenhumatradução brasileira, mas achei o texto eminglês. Li e senti que o meu corpo deatriz tinha encontrado uma alma paravestir”, conta Virgínia, também coprodutorado espetáculo.Convidado por ela para traduzir otexto de Ibsen, o escritor RubemFonseca consultou várias versões antesde começar seu trabalho. “Procurei serfiel, sem ser subserviente, ao espíritode Ibsen. Pretendi captar a sutilezae a ambigüidade das relações entre aspersonagens, recriando-as em nossalíngua”, explica Rubem Fonseca.Walter Lima Jr, por sua vez, diz quea trama de Ibsen resiste à passagem dotempo pelas questões que o autor colocaem cena: “Hedda Gabler é um dosgrandes acontecimentos do teatromoderno. A personagem prova que aalma humana não é linear, que podemosamar e odiar ao mesmo tempo”. Na suaopinião, compreender essa peça de Ibsené compreender a si mesmo. E conclui:“O bom teatro é isso”.Na visão de Virgínia Cavendish,Hedda vai de encontro aos valoresmorais estabelecidos pela sociedade40


Fotos: Rogério Faissalpatriarcal do final do século XIX. “Elaé uma mulher inconformada, mas quenão tem coragem de assumir riscos.Presa por seus medos e suaincapacidade, ligada às regras quevão contra os instintos e desejos maisprofundos, destrói tudo o que é passívelde vida a sua volta. Eu acho que elarepresenta o medo do ser humano detentar ir atrás de seus desejos. Todomundo tem um pouco de Hedda Gablerdentro de si”, opina.Só houve duas montagens brasileirasde Hedda Gabler até hoje. A primeira nosanos 60, com Nídia Lícia no papel deHedda e tradução de Clarice Lispector.E a segunda na década 80, com DinaSfat vivendo Hedda em texto de MillôrFernandes. No elenco da montagematual estão ainda Júlia Miranda, IvoneHoffman, Charles Fricks, Lorena daSilva e Luciano Chirolli.Hedda GlaberDe 3 a 25/3 (de 5ª a sábado, às 21 h;domingos, às 20h) no CCBB.Ingressos a <strong>R$</strong> 15 e <strong>R$</strong> 7,50. Classificaçãoetária: 12 anos.John Henrik Ibsen nasceu na Noruega em 1828 e morreu em 1<strong>90</strong>6. Filho de umcomerciante falido, cresceu na pobreza e foi autodidata. Considerado o pai do dramarealista moderno, é apontado por vários críticos como o maior dramaturgo depois deShakespeare. Sua obra influenciou no desenvolvimento da narrativa dramática na Europa enos Estados Unidos. Escolheu viver em países como Itália e Alemanha por longos períodos,nunca se afastando, contudo, de suas origens, recorrendo sempre à Noruega como cenáriode suas peças.Durante 50 anos de trabalho, Ibsen dedicou-se à afirmação da liberdade do indivíduo,vasculhando o caráter, a vontade e a alma dos homens. Seus textos analisam e criticam asociedade, retratando de modo singular o conflito existencial e psicológico vivido pelaspersonagens. Entre suas obras de maior destaque estão Casa de boneca, Peer Gynt eO inimigo do povo.41


luzcâmeraaçãoA AlemanhaMostra no CCBB exibe 13 longas quedo início do século XPOR SÉRGIO MORICONISe foi sempre um lugar comum dizerque as mulheres, pelo menos até bempouco tempo atrás, tinham umaparticipação apenas secundária oumesmo marginal como realizadoras decinema, é preciso reconhecer que, nocaso da Alemanha, essa afirmação nãopassa de meia verdade. Ao apresentarobras da pioneira Leni Riefenstahl e decineastas contemporâneas, como DorisDörrie e Caroline Link, a mostraAlemanha, Um Olhar Feminino, em cartazde 27 de fevereiro a 11 de março nocinema do CCBB, deixa evidente quea presença da mulher no cinemagermânico está longe de merecer apenasnotas de pé de página na história dacinematografia do país e mesmo domundo. Críticos e pesquisadores alegamque essa singularidade se dá por certasparticularidades culturais e históricasdesenvolvidas nos períodos entre guerrase pós-Segunda Grande Guerra.As obras e as vidas de Leni Riefenstahle Margarethe Von Trotta, as duas maisimportantes realizadoras da mostra,ilustram de várias maneiras algumas dasteses desses críticos. Cineasta preferidade Adolf Hitler, Riefenstahl é umareferência incontornável do cinemados anos 30 a partir de seus O Triunfoda Vontade (1935) e Olimpíadas (1936) –este presente na programação da mostra,e no qual a realizadora, seguindoensinamentos do Dziga Vertov de UmHomem Com Uma Câmera, e dispondode 40 operadores de câmera, utilizatodos os recursos da técnica e dalinguagem cinematográficas (lentes,enquadramentos inusitados, diferentespontos de vista de uma mesma cena etc)para fazer uma apologia hedonista dasuperioridade da raça ariana, idéia estaexpressa com muita clareza no prólogode sua primeira parte – o filme temquatro horas de duração divididas emduas partes de duas horas cada.Olimpíadas impressiona pela formacomo Riefenstahl realiza, com êxito,a idéia nazista de que a arte deve sesubmeter inteiramente à política eque as idéias políticas devem estarorganicamente colocadas na obra atravésde uma linguagem elaborada e simbólica.Sobre o hedonismo mencionado acima,tanto a circunstância política daAlemanha quanto o fato de Riefenstahlser mulher, além da história pessoal daartista, contam: antes de se tornarcineasta, Riefenstahl foi bailarina echegou ao cinema, curiosamente, comoatriz/bailarina. Mais curioso ainda é ofato de seu filme de estréia como atriz,A Montanha do Amor (1925), de ArnoldFrank, ser do gênero de “montanha”,o preferido de Hitler. Coincidência ounão, o primeiro filme de Riefenstahlcomo diretora também era do gêneromontanha, a despeito de contar com acolaboração no roteiro do grande teóricode cinema Bela Balász.A TRAGÉDIA DA GUERRA vai favorecero surgimento na Alemanha de umageração de cineastas mulheres a partirdo final dos anos 60 e início dos 70.Margarethe Von Trotta é uma das maislegítimas e ilustres representante desseprecoce processo de emancipaçãofeminina. Nascida em 1942, portantoem plena guerra, Von Trotta viveu umavida de privações, com a morteprematura do pai. Antes de fazer cinemae tv, foi atriz. Mas seus pendores42


Fotos: Magnus Opusdas mulheresapresentam a visão feminina do paísX até os dias de hojeliterários a fizeram recitar poemas emDeuses da Peste e O Soldado Americano,ambos filmes de Fassbinder. Juntou essesdois dotes na sua parceria com VolkerSchlöndorff, com quem se casaria maistarde. Co-roteiriza e atua nos principaisfilmes do marido. O sucesso na TV fazcom que tenha cacife para dirigir seuprimeiro longa, O Segundo Despertar deChrista Klages (1978).Baseado na estória real de umaprofessora de Munique que rouba umbanco para poder sustentar uma crecheindependente, O Segundo Despertar deChrista Klages é o primeiro filme a abordaro problema do terrorismo na AlemanhaOcidental. Seria também o primeiro deuma série de filmes a se debruçar sobreuma perspectiva francamente feminina,perspectiva essa sempre articulada comas questões político-sociais. O mesmo tipode concepção está na base do cinema deJutta Brückner. De certa maneiraintegrante do “novo cinema alemão”que emerge nos anos 70, Brückner éuma realizadora que procura expressara experiência feminina em todos os seusfilmes. Com sólida formação intelectual(estudou ciências políticas, filosofia ehistória), ela primeiro pensou em sededicar à literatura. Acabou escolhendoo cinema porque achava que assimpodia conseguir uma imediata adesãoe identificação do público – leia-se dasmulheres.Normalmente também repleto deelementos auto-biográficos (Brucknernasceu em 1941), Anos de Fome Num PaísRico retrata a luta pela sobrevivência deuma família da Alemanha Ocidental nosanos do imediato segundo pós-guerra. Adiretora discute as contradições políticasde indivíduos que têm de rever todos osseus valores para poder simplesmenteviver em paz. A atmosfera lúgubre, quasedeprimente, do filme assume ares deperplexidade em Lugar Nenhum na África(prêmio de Melhor Filme Estrangeiroda Academia em 2002), sobre umafamília que se exila no Quênia parafugir da perseguição do nazismo aosjudeus. E assume ares dramáticos – essaatmosfera lúgubre – num outro filme deCaroline Link, A Música e o Silêncio, quenarra a invulgar relação de uma jovemcom seus pais, ambos surdos-mudos.As cores cinzentas dos cinemas deBruckner e Link desaparecem comofumaça em No meio do Coração (1983) eSou Bonita? (1998), duas doces comédiasdramáticas de Doris Dörrie, uma dasrealizadoras de maior êxito comercialda Alemanha. No primeiro, seu filmede estréia, Dörrie observa com ironiao romance entre uma jovem neurótica eum também neurótico dentista de meiaidade, sendo que um alimenta a neurosedo outro. No segundo, a diretora tocano tema universal – pode-se mesmodefinir como uma neurose coletivauniversal – da eterna procura dafelicidade através do amor. A auto-estimaestá no centro desse drama ambientadometade na Espanha, metade na Alemanha.Além de diretora de cinema, Dörrie étambém uma prolífica escritora, tendopublicado, desde os anos 80, sete livrosde contos e uma novela.Alemanha, Um Olhar FemininoDe 27/2 a 11/3 no cinema do CCBBIngressos a <strong>R$</strong> 4 e <strong>R$</strong> 2 (serão gratuitasas sessões dos filmes exibidos em DVD:Olympia e O Segredo da Marquesa)Mais informações; 3310.7087Sinopses e programação completa:www.bb.com.br/cultura ouwww.roteirobrasilia.com.br43


luzcâmeraaçãoRidícularealezaA força de A Rainha está centradana direção de Stephen Frears e nainterpretação soberba de Helen MirrenPOR REYNALDO DOMINGOS FERREIRAA Rainha faz um relato de timbre moderado, mas sempre inteligente, dosmomentos vividos pela família real britânica após 31 de agosto de 1997, quandoocorreu, na madrugada de Paris, o acidente automobilístico que vitimou LadyDiana, então divorciada do príncipe Charles, herdeiro do trono.Com base em roteiro cuidadosamente elaborado pelo escritor Peter Morgan,que também é um dos que assinam o de O Último Rei da Escócia, o filme seconcentra no debate que se teria travado entre a Rainha Elizabeth II e oprimeiro-ministro Tony Blair, então em seus primeiros meses no exercício dafunção, sobre o ritual a que obedeceria o enterro de Diana, se de caráter públicoou privado.A primeira qualidade a ser destacada no filme de Stephen Frears é a do diálogomais abrangente, vibrante e irreverente do que se poderia imaginar, dando noção decomo é a intimidade da família real, que, nos dizeres de realizador, embora seja umainstituição extraordinária, não deixa de ser também cômica, escura e, no mais dasvezes, ridícula. E seria ridícula principalmente porque, segundo Frears, insiste emperpetuar normas e valores que o mundo moderno – de conceitos flexíveis, variáveise voláteis – de há muito superou, como também observa o Príncipe Charles, naconversa com Tony Blair, ao receber o corpo de Diana no aeroporto de Londres.A GRANDEZA DO FILME DE FREARS está no fato de fixar, com dignidade, não só apersonalidade da Rainha Elizabeth II como também o mundo em que, muito jovem,ela se isolou e ainda nele permanece para assegurar a tradição da família real. Omomento mais comovente do filme, valorizado não só pela estupenda interpretaçãode Helen Mirren como também pelo efeito pictórico da fotografia do brasileiroAfonso Beato, é o da cena em que a antiga picape da Rainha enguiça no meio daságuas de um riacho, em Balmoral (residência de verão da família real) e, sozinha,44


enquanto aguarda ajuda, ela chora peloorgulho ferido.Mas chora de rosto virado contra acâmara, que só expõe suas lágrimas nomomento seguinte, de uma aparenteeuforia ao perceber que a placidez dapaisagem é quebrada pelo surgimentode um belo cervo no topo de um morro,que ela procura com um gesto espantarpara evitar que seja atingido pelo tiro dealgum afoito caçador. É esse também ogrande momento na atuação de Mirren,perfeita nos detalhes da fala, da postura,dos gestos e, mais que tudo, disciplinada,comprometida com a linha que lheimpôs a direção do filme. Por sinal,é essa uma das grandes qualidades deFrears – a de saber fazer o casting, ouseja, escolher os atores certos para osdiversos papéis de seus filmes, comoforam os casos, por exemplo, de MinhaAdorável Lavanderia (1985), LigaçõesPerigosas (1988) e Terra de Paixões (1998).Assim, pode-se dizer que, além dadireção, a força de A Rainha estácentrada nas suas interpretações.Como a outra personalidadedestacada no filme é a de Tony Blair,protagonista de outra película de Frears,intitulada The Deal ( 2003), o atorescolhido para interpretá-lo, MichaelSheen, se não apresenta uma atuaçãosoberba como a de Mirren, conseguebons momentos, quando se vê sobo fogo cruzado da opinião públicamotivada pela imprensa sensacionalistainglesa e a rigidez da família real emfixar decisão de não comparecer àexéquias de Diana. Sheen não é o maisbrilhante intérprete do naipe masculino,qualificativo esse que deve ser dado aJames Cronwell, como Príncipe Philip,e a Roger Allam, no papel de RobinJanvrin, secretário particular dasoberana.A COMPOSIÇÃO MAIS DISCUTÍVELme parece ser a de Sylvia Syms, nomerespeitadíssimo da cena britânica, quedá à Rainha-Mãe caráter por demaisaustero, intolerante, duro e inflexívelque, ao que se sabe, não corresponderiaà realidade. É possível que naquelesmomentos a Rainha-Mãe assim semostrasse, tendo em vista o fato de que,no âmbito da família real, como mostrao filme, não havia simpatia por Diana.Nem mesmo admiração pelo fato deser mãe dedicada, segundo a alegaçãodo Príncipe Charles, contestada porElizabeth II, que diz ao filho: “Só seela visse algum fotógrafo por perto!...”Tirando isso, o filme, que usa muitasimagens de arquivo – principalmente deDiana – e jamais expõe os filhos delacom o príncipe Charles, é um trabalhoque merece ser visto. Suas grandesqualidades residem, como já foi dito,na excelente direção de Frears – pelasegunda vez indicado ao Oscar deMelhor Diretor – e pela soberbainterpretação de Helen Mirren, tambémindicada ao Oscar de melhor atriz.A RainhaReino Unido/2006, 103 min. Direção:Stephen Frears. Com Helen Mirren, MichaleSheen, James Cronwell, Sylvia Syms, AlexJenkings, Helen McCrory e Roger Allam.PROGRAMAÇÃO DO CINE ACADEMIA PARA O PERÍODO DE 23 DE FEVEREIRO A 1 DE MARÇOACADEMIA DE TÊNIS - 3316.6373CINE I – BORAT (16 anos). DIRETOR: LARRYCHARLES (84 MIN). 2ª a 6ª, 17h50, 19h50 e 21h50;Sáb., dom. e fer., 15h50, 17h50, 19h50 e 21h50.CINE II – A RAINHA (livre). DIRETOR: STEPHENFREARS (103 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h30 e21h40; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h30 e21h40.CINE III – MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO (10anos). DIRETOR: MARC FORSTER (113 MIN). 2ªa 6ª, 17h20, 19h30 e 21h40; Sáb., dom. e fer.,15h10, 17h20, 19h30 e 21h40.CINE IV – VÊNUS (18 anos). DIRETOR: ROGERMICHELL (95 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h20 e 21h20;Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h20 e 21h20.CINE V – BABEL (16 anos). DIRETOR:ALEJANDRO GONZALES IÑARRITU (142 MIN). 2ª a6ª, 16h10, 19h e 21h40; Sáb., dom. e fer., 16h10,19h e 21h40.CINE VI – VOLVER (14 anos). DIRETOR: PEDROALMODÓVAR (122 MIN). 2ª a 6ª, 17h e 21h40;Sáb., dom. e fer., 15h e 19h30. O LABIRINTO DOFAUNO (16 anos). DIRETOR: GUILLERMO DELTORO (117 MIN). 2ª a 6ª, 19h20; Sáb., dom. e fer.,17h20 e 21h50.CINE VII – O SAMURAI DO ENTARDECER (14anos). DIRETOR: YOJI YAMADA (129 MIN). 2ª a 6ª,16h, 18h40 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 16h, 18h40e 21h20.CINE VIII – PERFUME: A HISTÓRIA DE UMASSASSINO (16 anos). DIRETOR: TOM TYKWER(147 MIN). 2ª a 6ª, 16h, 18h50 e 21h40; Sáb., dom.e fer., 16h, 18h50 e 21h40.Informações de responsabilidade da rede Cine Academia (Tel: 3316.6811 / 3316.6373)CINE IX – DIAS DE GLÓRIA (14 anos). DIRETOR:RACHID BOUCHAREB (128 MIN). 2ª a 6ª, 15h40; Sáb.,dom. e fer., 15h40. CURTA PETROBRÀS ÀS SEIS -“PRÊMIO ESPAÇO UNIBANCO DE CINEMA 2005” (16anos), 2ª a dom, 18h. PECADOS ÍNTIMOS (16 anos).DIRETOR: TODD FIELD (137 MIN). 2ª a 6ª, 19h e 19h40;Sáb., dom. e fer., 19h e 21h40.CINE X – O GUARDIÃO (16 anos). DIRETOR: RODRIGOMORENO (93 MIN). 2ª a 6ª, 17h30, 19h30 e 21h30; Sáb.,dom. e fer., 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30.CINE ACADEMIA DECK NORTECINE I – ROCKY BALBOA (10 anos). DIRETOR: SYLVESTERSTALLONE (103 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h10 e 21h20; Sáb.,dom. e fer., 15h, 17h, 19h10 e 21h20.CINE II – A TURMA DA MÔNICA EM UMA AVENTURANO TEMPO (livre). DIRETOR: MAURÍCIO DE SOUZA(80 MIN). 2ª a 6ª, 16h, 17h40 e 19h20; Sáb., dom. e fer.,16h, 17h40 e 19h20. PERFUME: A HISTÓRIA DE UMASSASSINO (16 anos). DIRETOR: TOM TYKWER (147MIN). 2ª a 6ª, 21h; Sáb., dom. e fer., 21h.CINE III – BRICHOS (livre). DIRETOR: PAULO MUNHOZ(77 MIN). 2ª a 6ª, 15h30 e 17h10; Sáb., dom. e fer.,15h30, 17h10. À PROCURA DA FELICIDADE (livre).DIRETOR: GABRIELLE MUCCINO (118 MIN). 2ª a 6ª, 19h e21h20; Sáb., dom. e fer., 19h, e 21h20.CINE IV – DREAMGIRLS – EM BUSCA DE UM SONHO(12 anos). DIRETOR: BILL CONDON (130 MIN). 2ª a 6ª,16h, 18h40 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 16h, 18h40 e21h20.CINE V – A GRANDE FAMÍLIA (10 anos). DIRETOR:MAURÍCIO FARIA / GUEL ARRAIS (105 MIN). 2ª a 6ª,17h10, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h, 17h10,19h20 e 21h30.OBS.: DOMINGO, SEGUNDA E TERÇA, OS FILMES“BRICHOS” E “ A TURMA DA MÔNICA EM UMAAVENTURA NO TEMPO” TERÃO SESSÕES EXTRASÀS 11h E 13h.CINE ACADEMIA AEROPORTO - 3364.9566CINE I – À PROCURA DA FELICIDADE (livre).DIRETOR: GABRIELLE MUCCINO (118 MIN). 2ª a6ª, 17h e 19h20; Sáb., dom. e fer., 17h e 19h20. OÚLTIMO REI DA ESCÓCIA (10 anos). DIRETOR:KEVIN MACDONALD (125 MIN). 2ª a 6ª, 21h40;Sáb., dom. e fer., 21h40.CINE II – UMA NOITE NO MUSEU (livre).DIRETOR: SHAWN LEVY (108 MIN). 2ª a 6ª,16h50; Sáb., dom. e fer., 16h50. O AMOR NÃOTIRA FÉRIAS (10 anos). DIRETOR: NANCYMEYERS (138 MIN). 2ª a 6ª, 19h e 21h40; Sáb.,dom. e fer., 19h e 21h40.CINE III – WOOD & STOCK (SEXO, ORÉGANOE ROCK’N’ROLL) (16 anos). DIRETOR: OTTOGUERRA (81 MIN). 2ª a 6ª, 16h30; Sáb., dom.e fer., 16h30. OS INFILTRADOS (18 anos).DIRETOR: MARTIN SCORSESE (152 MIN). 2ª a 6ª,18h10 e 21h10; Sáb., dom. e fer., 18h10 e 21h10.CINE IV – PEQUENA MISS SUNSHINE (14 anos).DIRETOR: JONATHAN DAYTON (101 MIN). 2ª a6ª, 17h10 e 19h20; Sáb., dom. e fer., 17h10 e19h20. O BUDA (14 anos). DIRETOR: DIEGORAFECAS (110 MIN). 2ª a 6ª, 21h30; Sáb., dom. efer., 21h30.OBS.: ESTACIONAMENTO GRATUITO POR QUATROHORAS, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DO INGRESSODO CINE ACADEMIA AEROPORTO DEVIDAMENTECARIMBADO.Utilize o Cartão <strong>Roteiro</strong> de Vantagens para pagar meia entrada no Cine Academia, de segunda a quinta-feira.45


luzcâmeraaçãoPreciosas cartasDuas versões do mesmo episódio da II Guerra Mundial– um, pela ótica dos americanos; outro, dos japonesesPOR REYNALDO DOMINGOS FERREIRABaseado nas correspondências dossoldados japoneses que lutaram nacruenta batalha de 40 dias, em fevereirode 1945, a fim de não perderem para osamericanos o último forte antes da ilhaprincipal de seu território, já no final daII Guerra Mundial, Cartas de Iwo Jima,de Clint Eastwood, é um filme memorável,que se coloca desde já entre os clássicosdo gênero, tão desconcertante e reflexivocomo Além da Linha Vermelha, de TerrenceMalick.O filme foi rodado de formasimultânea para completar e servirde contraponto a A Conquista daHonra, também de Eastwood,baseado no bestseller deJames Bradley e RonPowers, que narra como foi feita por JoeRosenthal a foto de cinco fuzileiros e ummarinheiro, erguendo a bandeira dosEUA no monte Suribachi, que setornaria imagem-símboloda batalha e viraria monumento aalimentar o orgulho nacional e aindústria bélica sempre voraz dosamericanosEmbora os dois filmes funcionemisoladamente, é aconselhável queambos sejam vistos, dando-se ordemde preferência a A Conquista da Honra.Assim, o espectador poderá verificar quealgumas tomadas feitas sob a ótica dosamericanos, no primeiro, são repetidas ese tornam explicativas, no segundo, soba ótica dos japoneses. Mas nenhum dosintérpretes está nos dois filmes.Por sinal, em termos de realizaçãocinematográfica, o primeiro destaqueque se deve fazer é a da inegávelsuperioridade de qualidadeinterpretativa do elenco japonês –constituído de atores novos,desconhecidos, sob a liderança doexperiente Ken Watanabe – em relaçãoao americano, integrado por atoresfamosos em Hollywood, mas nem porisso competentes, como é o caso deRyan Phillippe.Como as cenas de ação para ClintEastwood são apenas episódicas nosdois filmes, pois o que lhe interessa éestudar o comportamento humanonuma situação extrema como a daguerra e, mais que tudo, em Cartas deIwo Jima, a psicologia dos japoneses,obedientes a códigos de honra e dedignidade, o trabalho dos atores se torna46


Fotos divulgaçãode fundamental importância. E é essetrabalho um dos elementos que fazema diferença entre os dois filmes.Cartas de Iwo Jima é baseadoprincipalmente na correspondência doGeneral Tadamichi Kuribaiashi (KenWatanabe), compilada por TsuyokoYoshida e publicada em livro sob o títuloPictures Letters From Commander in Chief.Homem dedicado à família, Kuribaiashi,que vai para a guerra preocupado pornão haver deixado terminado o trabalhoque fazia na cozinha, tem na personificaçãoque lhe deu Watanabe sua exatadimensão. O ator, que já dera mostra desua competência e talento em O ÚltimoSamurai e Memórias de uma Gueixa, com acomposição de Kuribaiashi entra para agaleria das interpretações mais perfeitasda atual safra de filmes que concorreramao Oscar. Pena que não tenha sidotambém lembrado.Outro ator que se destaca no elenco– todo ele, como já disse, notável – éKazunari Ninomiya, que interpreta opapel de Saigo, jovem padeiro, tambéminveterado escritor de cartas à família,recrutado no momento em que ficarasabendo que a mulher estava grávida doprimeiro filho. Saigo chega a Iwo Jima,como os demais soldados, dias antesdos americanos, para preparar-lhes arecepção. Irreverente, sem papas nalíngua, ele cava o solo árido, infértil,da ilha, para fixar as casamatas, dizendoque seria melhor entregar Iwo Jima logoaos americanos. Por isso, é punido pelooficial superior, que manda lhe aplicarchibatadas.Saigo é salvo, entretanto, porKuribaiashi, que suspende também otrabalho que ele vinha fazendo, pois,de acordo com sua estratégia, melhorseria aproveitar as cavernas naturais dasmontanhas, deixando que os americanosocupassem toda a extensão da praia deareia negra a fim de eliminá-los emmassa. Embora crítico à decisão dogeneral, na suposição de que ele estivessedo lado dos americanos por haverestudado nos EUA, Saigo se instalanuma das cavernas, desconfiado de tudoe de todos e queixoso da qualidade dacomida e da pouca água servida parabeber, possivelmente causadora dadisenteria que acaba por dizimar boaparte de seus companheiros.Outro elemento que faz a diferençaentre os dois filmes de Eastwood, é oroteiro de Cartas de Iwo Jima,meticulosamente bem preparado porÍris Yamashita e Paul Haggis e que deua Eastwood a oportunidade de trabalharo tema recorrente em quase todos osseus filmes – o de homens abandonadosà própria sorte. É sob esse aspectoque Yamashita e Haggis mostram aobediência dos japoneses aos códigosde honra, dignidade e idolatria aoimperador, pois grande parte dossoldados se suicida ante a falta dearmamento e munição, apesar doinsistente pedido em contrário deKuribaiashi no sentido de quemorressem, mas lutando em defesada pátria, como ele o fez.Como a maior parte de Cartas deIwo Jima foi rodada em estúdio – sãopoucas as cenas externas, como as dodesembarque das tropas americanas nailha, mostradas nos dois filmes – umaoutra oportunidade se ofereceu a ClintEastwood: a de fazer a mise-en-scène aoseu estilo, com marcações muito bemdefinidas. É verdade que em cinemaquase sempre os melhores efeitos seconseguem sem serem planejados.É bem possível que isso tenha ocorrido,por exemplo, numa cena noturna, feitaem estúdio, na qual Eastwood consegueque o deslocamento dos soldadosenvoltos sob uma cortina de fumaçaganhe efeito plástico extraordinário.Esse efeito Eastwood deve não só àexcelente distribuição que fez dos atoresem cena mas principalmente à qualidadedo trabalho de definição da fotografiaem tom de cores esmaecidas, à exceçãodo vermelho do sangue que jorra doferimento dos soldados. De fato, otrabalho fotográfico de Tom Stern éoutro elemento precioso que contribuiucertamente para que Cartas de Iwo Jimatenha sido considerado pelos profissionaisda indústria do cinema, do NationalBoard of Review, o melhor filme do ano.E também pelos críticos de Nova York,que lhe deram o Globo de Ouro demelhor filme estrangeiro. É, sem dúvida,uma jóia do cinema atual.Cartas de Iwo JimaEUA/Japão/2006, 141 min. Direção: ClintEastwood. Com Ken Watanabe, KazunariNinomiya, Tsuyoshilhara, Ryo Kase, ShidoNakamura, Hiroshi Watanabe, TakumiBando, Takashi Yamagushi e Koji Wada.A Conquista da HonraEUA/2006, 132 min. Direção: Clint Eastwood.Com Ryan Phillippe, Adam Beach, JesséBradford, Jemie Bell, Paul Walker, NealMcdonough e Barry Pepper.47


luzcâmeraaçãoDivulgaçãoOutro rap da periferiaTerceiro longa da paulista Tata Amaral narra a sagade jovens mulheres da periferia que lutam contra asadversidades e sonham viver de músicaPOR SÉRGIO MORICONIQuando iniciou sua pesquisa na VilaBrasilândia, bairro com quase 300 milhabitantes da zona norte de São Paulo,Tata Amaral ficou surpresa ao constatarque os moradores jovens de lá nãosuportavam mais ver o lugar retratadocomo antro de criminosos ligados aotráfico de drogas. Essa é uma das razõespelas quais o público que vê Antônia nãoencontra nada da espetacularizaçãoda violência que é uma das marcasregistradas, por exemplo, de Cidade deDeus, de Fernando Meirelles (um dos coprodutoresde Antônia), filme de enormeimpacto e responsável por desencadearuma nova onda de produçõesambientadas em “favelas” – ou, parausar aqui da atual terminologia,“comunidades” –, abordando a durarealidade dos indivíduos socialmentemarginalizados. Antônia, entretanto,é de uma outra natureza, muito emboraa violência, ainda que suavizada, se façapresente.O estilo naturalista de Antônia surgiucomo conseqüência do próprio processode construção do filme. A diretora TataAmaral passou quase quatro anos emBrasilândia entrevistando centenas depessoas para que pudesse, com essematerial na mão, construir, ao ladoRoberto Moreira, o seu roteiro. Antônia éa história de um grupo de meninas dacomunidade hip hop paulista que querganhar a vida fazendo o que gosta:cantando rap e música black. O quartetode atrizes protagonistas é constituído porrappers de verdade. Negra Li, LeilahMoreno, Quelynah e MC Cindy são jóiasraras. Na ficção de Antônia elas vivem,respectivamente, Preta, Barbarah, Mayahe Lena. O resto do elenco está recheadode pessoas importantes do pop e sambabrasileiros e da cena rap paulistana, comoThayde, um dos pioneiros do gênero nopaís (uma autêntica revelação como atore que faz o empresário do grupo demeninas), Sandra de Sá, que faz a mãede Preta, Thobias, da Escola de SambaVai Vai, além dos grupos SistemaRacional e Z África Brasil.Apesar de evitar todo tipo de efeitofácil, Antônia emociona, a ponto de tervencido o prêmio de público da MostraInternacional de Cinema de São Paulo.O filme realmente passa uma impressãode autenticidade, de que estamosacompanhando o cotidiano de quatromeninas comuns que por acaso moramna periferia da maior metrópole donosso país. A mensagem de Tata Amaralé de esperança. Mesmo com a violênciae o machismo, pragas latentes dasociedade brasileira de um modo geral –48


ainda mais exacerbadas nas comunidadesde menor renda (pelo menos é o quese supõe) –, as “Antonias” do filme vãotentando levar adiante suas quimeras,não obstante as pedras que vãoaparecendo no meio do caminho.A explicação para o nome do grupo,Antônia – que já existia antes do filme – ,vem do fato de que, coincidentemente,suas quatro integrantes tinham na vidareal um avô chamado Antônio. Alémdisso, e aqui vai mais uma coincidência,a diretora confessou querer homenagearo bisavô, também chamado Antônio.Como Antonia é um filme que falade jovens músicos negros da periferia e arealizadora reconhece que é uma pessoade meia-idade, classe média, branca ecineasta – portanto trata de um universoque desconhece –, os obstáculos quesurgem no enredo foram sendo criadosa partir de conversas com as atrizes epessoas da comunidade. Depois queo roteiro foi finalizado, ela e RobertoMoreira iniciaram um processo deimprovisação para que os atores, osrappers, se apropriassem dele, fazendosugestões, mudando os diálogos. TataAmaral queria muito a verdade. Nãoqueria “uma coisa empacotada”, feitapor alguém de fora do movimento.Na sua pesquisa percebeu que o mundomasculino do rap era, em si mesmo, omaior dos obstáculos para que artistasmulheres pudessem alcançar seusobjetivos.Os motivos eram os mais variadospossíveis. Desde uma gravidezindesejada, a necessidade de encontrarum trabalho fixo e regular para podesustentar os filhos ou mesmo opreconceito pura e simplesmente. Todasessas questões estão dramatizadas nofilme. Entre as pedras que as Antoniasvão encontrando pelo caminho, TataAmaral inclui um desentendimento porciúmes entre Preta e Mayah. O quartetose torna um trio mas isso é apenas ocomeço de uma série de adversidades,todas elas perfeitamente plausíveis paraos espectadores. Mantendo sempre apostura de nunca tentar fantasiar arealidade, de nunca tentar fazê-la parecermais espetacular, o filme segue impávidoem direção ao alvo. Antônia mostra quea realidade de cara limpa, sem excessivomake-up, pode ser também um produtolucrativo. O filme rendeu uma série deTV antes mesmo de chegar às telas edeve render este ano uma outra, aindasem prazo para ir ao ar.AntôniaBrasil, 2006, <strong>90</strong> min. Direção: Tata Amaral.Com Negra Li, Leila Moreno, Quelynah,Cindy, Thaíde, Sandra de Sá, Thobias da Vai-Vai, Nathalye Cris, Z’Africa Brasil, MarcoVinícius Kamau, Ezequiel da Silva, DJ NegroRico, Fernando Macário, Maionezi, Max B.O.,Chico Santo e Giulio LopesJogo decabra-cegaA genial interpretaçãode Forest Whitaker, nopapel do ditador IdiAmim Dada, entra paraa história do cinemaDivulgaçãoPOR REYNALDO DOMINGOS FERREIRAO Último Rei da Escócia, de KevinMacdonald, mostra em linguagemcontundente, de excepcional qualidade,como se criam ditadores na África e,por ilação, nos demais continentes, àsemelhança do que se vê surgir agora,na Venezuela, sob a saudação popularde sempre. Com base no livro The Kingof the Scotland, do jornalista britânicoGiles Foden, que nele mistura ficçãoe realidade, o filme é, na verdade, umlibelo contra as ditaduras de todos osquadrantes, como a de Idi Amim Dada,que tomou o poder em Uganda, em1971, através de golpe militar, e quedurante oito anos, além de expulsaros asiáticos de seu território, deixoumais de 300 mil ugandenses mortos.Trata-se da história de um médicoescocês, Nicholas Garrigan (JamesMcAvoy), que, um tanto ingênuo,um tanto presunçoso, recém-formado,ansioso por se ver livre das peias dafamília extremamente conservadora,parte para Uganda à procura deaventuras e com aquelas velhas e ditasnobres idéias européias na cabeça dequerer ser útil num meio, que desconhece,de absoluta miséria, como é a África.Até esse ponto é o lugar comum que49


luzcâmeraaçãoprevalece na narrativa de Giles Foden,também um dos autores do roteiro, poisGarrigan procura se acomodar numlugarejo do interior, onde atuam outrosabnegados escoceses, Dr. Marritt (AdamKotz) e sua esposa Sarah (GillianAnderson), que o intrépido médicorecém-chegado tenta, sem êxito,conquistar. A novidade é o casualencontro de Garrigan com Idi Amim,recém-empossado, e que, depois dereceber as saudações do povo dolugarejo, sofre um acidente (o carroem que viajava atropela uma vaca).É então que tem início o jogo desedução e de fascínio do poder, poisIdi Amim, após ser atendido pelomédico escocês, se toma de amores porele, principalmente por sua procedência,a Escócia, que tanto admira, oferecendolheo cargo de médico particular dopresidente. Garrigan aceita, mas sobos olhares de censura de Sarah, que,sem nada poder fazer, o vê partir coma comitiva presidencial rumo a Kampala,sede do governo.Ambicioso e ao mesmo tempoinebriado pela cativante personalidadedo ditador – que lhe apresenta suasquatro mulheres, inclusive a bela KayAmim (Kerry Washington), mãe deum garoto, Campbell, nome de origemescocesa – Garrigan não só fingedesconhecer as atrocidades perpetradaspelo sanguinário ditador como o desafia,envolvendo-se com Kay, a quemengravida, sem ter noção da armadilhaque está armando para si próprio.Os momentos de maior tensão deGarrigan – como do próprio filme –acontecem enquanto Idi Amim negociacom Israel a libertação dos reféns doseqüestro do avião da Air France querealizava o vôo 139 na rota Telavive-Parise foi desviado por cinco guerrilheirospalestinos e dois alemães do grupoBaader-Meinhof para o Aeroporto deEntebbe, em Uganda, no dia 27 dejunho de l976.A direção de Kevin Macdonald, semser brilhante, é eficiente na maneira deconduzir o espectador dentro do jogo decabra-cega em que o protagonista estáaos poucos se envolvendo. É interessanteobservar como Mcdonald manipulaplanos e imagens de forma a tirarefeito disso para conseguir a quasecumplicidade do espectador até mesmopara se deixar enlevar por aspectos porassim dizer humanos do terrível tirano,Idi Amim, um dos mais sanguináriosque a África produziu.Sob esse aspecto, é precisoreconhecer o toque de genialidade queForest Whitaker imprimiu à suainterpretação de Idi Amim Dada, quevai ficar para a história do cinema. Mas éverdade também que Whitaker contoucom bom elenco de sustentação, acomeçar de James McAvoy, que temcom ele cenas memoráveis, numa linhade composição bem estudada e rica emdetalhes. Além de McAvoy, merecemser citados Gillian Anderson, SimonMcBurney, Kerr Washington eprincipalmente David Oyelowo.O Último Rei da EscóciaReino Unido/ 2006, 121 min. Direção:Kevin Macdonald. Com Forest Whitaker,James McAvoy, Kerry Washington, GillianAnderson, Simon McBurney, DavidOyelowo, Adam Kotz, Bárbara Rafferty eDavid Ashton.Fotos: Divulgação50

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