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Praia Dura - Jornal Maranduba News

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Página 6 <strong>Jornal</strong> MARANDUBA <strong>News</strong> 20 Agosto 2011Pesquisadores registram duas espécies de aves nunca avistadas em UbatubaAs espécies foram vistas em área de recuperação do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, base CambucáALINE REZENDEUma equipe de pesquisadoresda Ong Dacnis está realizandoo levantamento da avifaunapresente no Sertão do Cambucá,uma área de recuperaçãona região norte de Ubatuba,que faz parte do Parque Estadualda Serra do Mar - NucleoPicinguaba, administrado pelaFundação Florestal. Em doismeses de trabalho, o resultadojá foi considerado surpreendente.Cerca de 170 espéciesde aves foram registradas,sendo que duas delas nuncahaviam sido avistadas antesem Ubatuba. São elas: a águia--pescadora (Padion haliaetus) eo mergulhão-caçador (Podilymbuspodiceps). O levantamentose estenderá por dois anos e aexpectativa, segundo os pesquisadores,é chegar a 300 espéciesnesse período.O objetivo da pesquisa, entreoutros, é oferecer subsídiospara que seja traçado um planode manejo para a região,considerando que as aves sãoespécies bioindicadoras, ouseja, são capazes de revelara qualidade do ecossistema,os impactos sofridos e os caminhospara a recuperaçãodo meio ambiente local. Paratanto, os pesquisadores fazemregistros fotográficos e sonoros,por meio da observaçãodireta do animal em liberdade,além de considerarem outrosvestígios, como fezes, ninhose pegadas.O Sertão do Cambucá é umambiente que sofreu degradaçõespor conta de uma fazendaque existia no local, onde erafeita extração de areia e criaçãode búfalos. Hoje, o localé administrado pelo Pesm-Picinguabae, além de ser umaárea de recuperação, serve debase para pesquisadores dosmais diversos assuntos.Segundo o pesquisadorEdélcio Muscat, em apenasdois meses de pesquisa, aquantidade de aves avistadasno Sertão do Cambucá demonstraque o ambiente temuma excelente capacidade deregeneração. “O Sertão doCambucá está se mostrandoum paraíso de fauna e flora.Apesar de ter sofrido interferênciae degradação humanapor vários anos, o local possuium ambiente salutar e grandepotencial faunístico.”A grande diversidade de espéciesencontradas no Sertãodo Cambucá, inclusive as duasaves que nunca haviam sidoavistadas em Ubatuba explica--se, segundo os pesquisadores,pelo fato de ser um espaçogeográfico relativamentepequeno, com característicasdistintas. “O pasto desativado,o lago, a mata primária...Essa diversidade de ambientescria condições especiaisde alimentos para a ocorrênciadessas espécies”, explicao coordenador de campo dapesquisa, Carlos Rizzo. “Temosesperanças de muitassurpresas pela frente. Encontrarespécies nunca avistadasna região é uma granderealização. Equivale a um golem campeonato importante”,entusiasma-se.Pesquisa com viés popularA Ong Dacnis está sediadaem Ubatuba e tem como enfoquede trabalho a defesa daMata Atlântica e de seus habitantes.Por esta razão, o grupodesenvolve projetos quefocam não somente o estudode espécies da mata, mastambém envolve as comunidadeslocais, considerando oconhecimento popular comoalgo de extrema importânciaA águia-pescadora foi registrada em pleno ar - Fotos Elsie RotenbergMergulhão-caçador ainda jovem encontrado no lago do Cambucápara as pesquisas científicas.Segundo a presidente daOng Dacnis, Elsie Rotenberg,a ideia é desenvolver na comunidadea valorização daMata Atlântica como amiga dapopulação e não um estorvo,algo a ser destruído. “O usodo saber popular aliado aosaber científico possibilita umtrabalho que pode inserir osjovens e adolescentes em ummercado de trabalho ecologicamentecorreto. Esta é umade nossas metas: Traçar caminhoseducativos para criarfontes de renda não extrativistas.”Para Carlos Rizzo, que desenvolveum trabalho decapacitação para guias de observaçãode aves nas comunidadesde Ubatuba, este tipode pesquisa é de grande valia.“Os resultados da pesquisacientífica e desse levantamentoda avifauna são revertidosimediatamente para a comunidade.Estamos conseguindotransformar ex-caçadores emguias, dando a eles uma formade continuar vivendo noParque sem serem tratadoscomo criminosos ambientais.O conhecimento extrapola asparedes da sala de aula e levaas pessoas ao contato pacíficocom a natureza, com possibilidadede emprego e renda.”A sede da Ong Dacnis estásituada em uma propriedadede 169 mil m² no bairrodo Rio Escuro. A casa-sede ea oficina estão em reforma eserão oficialmente inauguradasem breve, mas já podemser visitadas. Para saber mais,entre em contato pelo e-mail:dacnis@dacnis.org.br ou portelefone: (12) 9158-0521.

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