Manejo Integra<strong>do</strong> de Plagas y Agroecología (Costa Rica) No. 75, 2005Figura 1. Mortalidade (%) de Polybia scutellaris pela ação<strong>do</strong> inseticida lambdacyhalothrin, em duas formasde contaminação em função das horas após contato,onde (a) refere-se à pulverização 2 r 2 = 0,93 *(a) = -3,243 + 4,108x – 0,048x100sobre osinsetos e (b) (b) = para 2,473 o + 0,682x produto r 2 = incorpora<strong>do</strong> 0,90 * à dieta. aMortalidade (%)75<strong>no</strong> tratamento com ethion, uma vez que o produto50pode ter penetra<strong>do</strong> mais facilmente na cutícula <strong>do</strong>s binsetos, atingin<strong>do</strong> o sistema nervoso central, levan<strong>do</strong>25a uma hiperexcitação nervosa e posteriormente amorte. 0Para0os demais12compostos24quan<strong>do</strong>36pulveriza<strong>do</strong>s,48observou-se que a mortalidade Horas após o contato das vespas não ultrapassou28% (Tabela 2). Mesmo que as concentraçõesde 4% e 16% de Biopirol ® e 0,75% de Nim-I-Go ®tenham proporciona<strong>do</strong> valores de mortalidade significativamentemaiores que o da testemunha, pode-seinferir que esses compostos foram pouco tóxicos aospreda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> BMC.As duas formas de contato <strong>do</strong>s insetos com lambdacyhalothrinapresentaram diferenças significativasa partir das 12 horas após a contaminação com oproduto, sen<strong>do</strong> que essa diferença foi constante até ofinal de perío<strong>do</strong> de avaliação, conforme evidencia<strong>do</strong>na Figura 1.A diferença na mortalidade das vespas conferidapelas formas de contato com lambdacyhalothrin podeestar relacionada à quantidade de princípio ativo queatingiu os insetos, sen<strong>do</strong> maior quan<strong>do</strong> esses forampulveriza<strong>do</strong>s com as caldas inseticidas e me<strong>no</strong>r quan<strong>do</strong>alimenta<strong>do</strong>s com a dieta contaminada, conformediscuti<strong>do</strong> anteriormente.Para a mortalidade das vespas tratadas comethion, constatou-se uma ação tóxica mais expressivanas primeiras horas após a pulverização, quan<strong>do</strong>comparada com sua incorporação na dieta, durante omesmo perío<strong>do</strong> (Fig. 2).Após 24 horas, em ambas as formas de contaminação,ethion mostrou-se altamente tóxico às vespas.Figura 2. Mortalidade (%) de vespas preda<strong>do</strong>ras Polybiascutellaris pela ação de ethion, em duas formasde contaminação em função das horas após contato,onde (a) refere-se à pulverização sobre os125100 insetos e (b) à incorporação <strong>do</strong> produto na dieta.Mortalidade (%)7550a(a) = 24,497 + 10,459x – 0,397x 2 + 0,004x 3 ; r 2 = 0,92 *A maior 25 bquantidade desse (b) = - 1,480 composto + 5,610x – 0,073x que 2 ; r 2 = atingiu 0,97 * asvespas 0 quan<strong>do</strong> em pulverização pode ser a responsávelpela maior mortalidade nas primeiras horas após o0 12 24 36 48Horas após o contatocontato <strong>do</strong>s insetos com esse produto (Fig. 2).Estudan<strong>do</strong> a toxicidade de alguns inseticidassobre P. sylveirae, Bacci et al. (2000) constataram queethion (1,56 mg i.a./ml) foi altamente tóxico, enquantoos piretróides fenvalerate (0,056 mg i.a./ml), esfenvalerate(0,003 mg i.a./ml) e zetacypermethrin (0,006mg i.a./ml) mostraram-se seletivos.A toxicidade de alguns inseticidas à vespaProtopolybia exigua exigua Saussure (Hyme<strong>no</strong>ptera:Vespidae) foi estudada por Galvan et al. (2000b), queconstataram mortalidade <strong>do</strong>s insetos <strong>no</strong>s tratamentoscom os orga<strong>no</strong>fosfora<strong>do</strong>s chlorpyrifos (3 mg i.a./ml),ethion (1,56 mg i.a./ml) e paration methyl (0,6 mg i.a./ml), tanto na <strong>do</strong>sagem recomendada para <strong>controle</strong> <strong>do</strong>BMC em campo, quanto para a meia <strong>do</strong>sagem. Estestrabalhos evidenciam a toxicidade de ethion sobre ospreda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> BMC, e os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>no</strong> presenteestu<strong>do</strong> vêm confirmar tais observações.A sobrevivência das vespas foi pouco afetadapelas concentrações de 4%, 8% e 16% <strong>do</strong> Biopirol ®e 0,25%; 0,75% e 1% <strong>do</strong> Nim-I-Go ® , não atingin<strong>do</strong>índices maiores que 25% (Fig. 3 e 4). Assim, pode-seinferir que esses <strong>do</strong>is produtos <strong>naturais</strong>, nas concentraçõestestadas, não provocaram a mortalidade davespa P. scutellaris.Durante o perío<strong>do</strong> de avaliação foi possível verificarque o extrato pirolenhoso (Biopirol ® ) e o óleoemulsionável de nim (Nim-I-Go ® ), nas concentraçõestestadas, foram pouco <strong>no</strong>civos a L. coffeella e à vespapreda<strong>do</strong>ra P. scutellaris. Esse resulta<strong>do</strong> possivelmente57
Manejo Integra<strong>do</strong> de Plagas y Agroecología (Costa Rica) No. 75, 2005Mortalidade de vespas (%)50403020100a) Biopirol 4% = 1,106 + 0,417x r 2 = 0,94 *b) Biopirol 8% = 1,464 + 0,144x r 2 = 0,87 *c) Biopirol 16% = 4,709 + 0,337x r 2 = 0,92 *0 12 24 36Horas após o contatoFigura 3. Mortalidade (%) de Polybia scutellaris pela ação<strong>do</strong> Biopirol ® , em diferentes concentrações, emfunção das horas após contato.Figura 4. Mortalidade (%) de Polybia scutellaris pela açãode Nim-I-Go ® , em diferentes concentrações emfunção das horas após contato.se deve à não penetração desses compostos na epidermeda folha <strong>do</strong> cafeeiro, ao contrário <strong>do</strong> padrão ethionque possui esta característica já comprovada. Assim,os efeitos mais significativos <strong>do</strong> óleo emulsionável denim e <strong>do</strong> extrato pirolenhoso, provavelmente, poderãoser comprova<strong>do</strong>s se aplica<strong>do</strong>s antes da oviposição,assim como ocorre com lambdacyhalothrin. O inseticidaorga<strong>no</strong>fosfora<strong>do</strong> ethion foi tóxico às lagartas <strong>do</strong>50BMC quan<strong>do</strong> pulveriza<strong>do</strong> sobre minas e também, às40vespas preda<strong>do</strong>ras, tanto quan<strong>do</strong> pulveriza<strong>do</strong> quanto30incorpora<strong>do</strong> ao seu alimento. Para o inseticida piretróidelambdacyhalothrin, verificou-se que foi tóxico20às vespas quan<strong>do</strong> pulveriza<strong>do</strong>10sobre essas e foi seletivoquan<strong>do</strong> adiciona<strong>do</strong> 0 ao alimento.Mortalidade de vespas (%)a) Nim-I-Go 0,25% = 0,939 + 0,195x r 2 = 0,99 *b) Nim-I-Go 0,75% = 1,553 + 0,300x r 2 = 0,95 *c) Nim-I-Go 1% = 0,075 + 0,219x r 2 = 0,97 *0 12 24 36Horas após o contatoLiteratura citadaAntônio, AC; Picanço, MC; Picanço, M; Gusmão, MR; Gonring,AHR; Moura, MF. 2000. Seletividade fisiológica de inseticidasa Brachygastra lecheguana (Hyme<strong>no</strong>ptera: Vespidae),preda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>bicho</strong>-<strong>mineiro</strong>-<strong>do</strong>-cafeeiro. In Simpósio dePesquisa <strong>do</strong>s Cafés <strong>do</strong> Brasil (1, 2000, Poços de Caldas,MG, BR). Resumos expandi<strong>do</strong>s. Brasília. EMBRAPACAFE. p. 1235-1238.Bacci, L; Picanço, M; Semeão, AA; Silva, EM; Gontijo, LM.2000. Seletividade de inseticidas a Protonectarina sylveirae(Saussure) (Hyme<strong>no</strong>ptera: Vespidae), preda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>bicho</strong><strong>mineiro</strong><strong>do</strong> cafeeiro. In Simpósio de Pesquisa <strong>do</strong>s Cafés<strong>do</strong> Brasil (1, 2000, Poços de Caldas, MG, BR). Resumosexpandi<strong>do</strong>s. Brasília. EMBRAPA CAFE. p. 1224-1227.Carvalho, GA; Miranda, JC; Vilela, FZ; Moura, AP;Moraes, JC. 2004. Impacto de inseticidas sobre vespaspreda<strong>do</strong>ras e parasitóides e sua eficiência <strong>no</strong> <strong>controle</strong>de Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville & Perrottet,1842) (Lepi<strong>do</strong>ptera: Lyonetiidae). Arquivos <strong>do</strong> InstitutoBiológico 71:63-70.Dionízio, M; Picanço, M; Demuner, AJ; Barbosa, LCA;Semeão, AA; Simão, FR. 2000. Atividade inseticida <strong>do</strong>9mentrasto (Ageratum conyzoides L.) ao <strong>bicho</strong>-<strong>mineiro</strong>-<strong>do</strong>cafeeiro,Leucoptera coffeella (Lepi<strong>do</strong>ptera: Lyonetiidae).In Simpósio de Pesquisa <strong>do</strong>s Cafés <strong>do</strong> Brasil (1, 2000,Poços de Caldas, MG, BR). Resumos expandi<strong>do</strong>s. Brasília.EMBRAPA CAFE. p. 1260-1262.Fragoso, DB; Jusseli<strong>no</strong>-Filho, P; Guedes, RNC; Proque, R.2001. Seletividade de inseticidas a vespas preda<strong>do</strong>rasde Leucoptera coffeella (Guér.-Mènev.) (Lepi<strong>do</strong>ptera:Lyonetiidae). Neotropical Entomology 30:139-144.________; Jusseli<strong>no</strong>-Filho, P; Pallini-Filho, A; Badji, CA. 2002a.Ação de inseticidas orga<strong>no</strong>fosfora<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> <strong>controle</strong>de Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville) (Lepi<strong>do</strong>ptera:Lyonetiidae) sobre o ácaro preda<strong>do</strong>r Iphiseiodes zuluagaiDenmark & Muma (Acari: Phytoseiidae). NeotropicalEntomology 31:463-467. 9________; Guedes, RNC; Picanço, MC; Zambolim, L. 2002b.Insecticide use and orga<strong>no</strong>phosphate resistance in the coffeeleaf miner Leucoptera coffeella (Lepi<strong>do</strong>ptera: Lyonetiidae).Bulletin of Entomological Research 92:203-212.Gallina, F; Cattaneo, SLF; Fabri, CE; Gartiri, J; Siqueira, D.1990. Controle <strong>do</strong> <strong>bicho</strong>-<strong>mineiro</strong>-<strong>do</strong>-cafeeiro Leucopteracoffeella com lambdacyhalothrin e sua mistura com clorpirifós.In Congresso Brasileiro De Pesquisas Cafeeiras (16,1990, Espírito Santo <strong>do</strong> Pinhal, BR). Resumos. EspíritoSanto <strong>do</strong> Pinhal, BR, FAZMCG/IBC. p. 118.Galvan, TL; Picanço, M; Pereira, EJG; Moreira, MD; Bacci,L. 2000a. Efeito inseticida de quatro plantas ao <strong>bicho</strong><strong>mineiro</strong>-<strong>do</strong>-cafeeiroLeucoptera coffeella. In Simpósio dePesquisa <strong>do</strong>s Cafés <strong>do</strong> Brasil (1, 2000, Poços de Caldas,MG, BR). Resumos expandi<strong>do</strong>s. Brasília. EMBRAPACAFE. p. 1231-1234.________; Picanço, M; Antônio, AC; Gontijo, LM; Semeão,AA. 2000b. Seletividade de inseticidas à Protonectarinaexigua exigua (Hyme<strong>no</strong>ptera: Vespidae), preda<strong>do</strong>r <strong>do</strong><strong>bicho</strong>-<strong>mineiro</strong>-<strong>do</strong>-cafeeiro. In Simpósio de Pesquisa <strong>do</strong>sCafés <strong>do</strong> Brasil (1, 2000, Poços de Caldas, MG, BR).Resumos expandi<strong>do</strong>s. Brasília. p. 1239-1242.Gonçalves, MEC; Oliveira, JV; Barros, R; Lima, MPL. 2001.Extratos aquosos de plantas e o comportamento <strong>do</strong> ácaroverde da mandioca. Scientia Agricola 58:475-479.Gontijo, LM; Picanço, M; Gusmão, MR; Gonring, AHR;Moura, MF. 2000. Seletividade fisiológica de inseticidas58