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a visão de psicólogos sobre medicação no tratamento.

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7No entanto, observa-se, através da história, um gran<strong>de</strong> avanço na indústriafarmacêutica, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> medicamentos cada vez mais eficazes e comcada vez me<strong>no</strong>s efeitos colaterais para os mais variados sintomas. Com isso, observa-seo aumento <strong>no</strong> uso da medicação (ROCHA, 2004) ao mesmo tempo em que estudosmostram o uso irracional dos psicofármacos (ROZEMBERG, 1994; NOTO et al, 2002;CARVALHO e DIMENSTEIN, 2004).Em oposição ao processo psicoterápico a longo prazo, a promessa dosmedicamentos atuais é a abolição total dos sintomas em pouco tempo (RODRIGUES,2003). Junto a este cenário, a mídia promove a idéia <strong>de</strong> que não é mais necessáriosentir-se angustiado, uma vez que existem medicamentos eficazes para a resolução <strong>de</strong>seus sofrimentos.Reis Filho (2005) exemplificou como importantes fontes <strong>de</strong> comunicação talqual revista Veja, publicada em 05/05/04 e 12/05/04, promovem a mensagem <strong>de</strong> que“ninguém está mais con<strong>de</strong>nado a viver refém da própria mente” (Veja, 05/05/04, p. 139)ou a <strong>de</strong> que “um comprimido <strong>de</strong> duloxetina por dia seria suficiente para melhorarsintomas como ansieda<strong>de</strong>, pessimismo, sentimentos <strong>de</strong> culpa, pensamentos suicidas echoro fácil” (Veja, 12/05/04, p.65).Cada vez mais, características <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> se convertem facilmente emdoenças e <strong>no</strong>vas patologias são criadas para as quais se busca uma soluçãomedicamentosa (RODRIGUES, 2003). Os limites naturais do huma<strong>no</strong> parecemsubordinados aos psicofármacos e funções psíquicas parecem ser mo<strong>de</strong>ladas pelamedicação conforme o <strong>de</strong>sejo e necessida<strong>de</strong> do sujeito (MARIANI, 1998).Desenvolvidos inicialmente para tratarem <strong>de</strong> sujeitos acometidos pela patologiapsíquica, os psicofármacos se popularizaram até mesmo entre pessoas sãs.

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