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terceira idade e turismo em joão pessoa - Profª Carla Mary S. Oliveira

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TERCEIRA IDADE E TURISMO EM JOÃO PESSOA:UM ESTUDO DE CASO SOBRE A ATUAÇÃO DO SESC


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Biblioteca Central - Campus I - Univers<strong>idade</strong> Federal da ParaíbaP843tPortela, Luciana Kalini SilvaTerceira <strong>idade</strong> e <strong>turismo</strong> <strong>em</strong> João Pessoa: um estudode caso sobre a atuação do SESC/ Luciana Kalini SilvaPortela. - João Pessoa, PB: [s.n.], 2005.76 p.: il.Orientadora: <strong>Carla</strong> <strong>Mary</strong> da Silva <strong>Oliveira</strong>Monografia (graduação) - UFPB/CCHLA/DECOM, 2005.1. Turismo (aspectos culturais-João Pessoa). 2. Turismo(aspectos econômicos-João Pessoa). 3. Terceira Idade(<strong>turismo</strong>-João Pessoa). I. Portela, Luciana Kalini Silva.UFPB/BCCDU 2ª ed. 338.48 (043.2)


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTESCURSO DE GRADUAÇÃO EM TURISMOTerceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa:um estudo de caso sobre a atuação do SESCLuciana KaliniSilva PortelaJoão Pessoa - PBJunho - 2005


LUCIANA KALINISILVA PORTELATERCEIRA IDADE E TURISMO EM JOÃO PESSOA:UM ESTUDO DE CASO SOBRE A ATUAÇÃO DO SESCMonografia apresentada ao Curso de Graduação <strong>em</strong>Turismo, do Centro de Ciência Humanas, Letras e Artesda Univers<strong>idade</strong> Federal da Paraíba - UFPB, <strong>em</strong>cumprimento às exigências da disciplina Trabalho deConclusão de Curso - TCC, como requisito paraobtenção do grau de Bacharel <strong>em</strong> Turismo.ORIENTADORA: Profª Dra. <strong>Carla</strong> <strong>Mary</strong> S. <strong>Oliveira</strong>João Pessoa - PBJunho - 2005


Esta monografia foi submetida à avaliação da Banca Examinadora composta pelos professores abaixorelacionados, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel <strong>em</strong> Turismo, outorgado pelaUnivers<strong>idade</strong> Federal da Paraíba - UFPB e encontra-se à disposição dos interessados no Laboratório de Turismoda referida Univers<strong>idade</strong>.A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas de éticacientífica.LUCIANA KALINISILVA PORTELATERCEIRA IDADE E TURISMO EM JOÃO PESSOA:UM ESTUDO DE CASO SOBRE A ATUAÇÃO DO SESCMonografia aprovada <strong>em</strong> _____ / ______ / ________Média Obtida: __________BANCA EXAMINADORA_______________________________________________Profª Dra. <strong>Carla</strong> <strong>Mary</strong> S. <strong>Oliveira</strong>Departamento de História - Univers<strong>idade</strong> Federal da Paraíba(Orientadora - M<strong>em</strong>bro da Banca Examinadora)_______________________________________________Profª Karla Cristinne de <strong>Oliveira</strong> MatiasIESP - Instituto de Educação Superior da Paraíba(M<strong>em</strong>bro da Banca Examinadora)_______________________________________________Profª Ms. Signe Dayse Castro de Melo e SilvaDepartamento de Comunicação e Turismo - Univers<strong>idade</strong> Federal da Paraíba(M<strong>em</strong>bro da Banca Examinadora)


Dedico este trabalho a Maria do Socorro, minhamãe, por ter me ensinado a lutar por meusideais, me conduzindo a perceber como ésimples alcançar os nossos objetivos através daobstinação.


AGRADECIMENTOSÁ Deus, por permitir e abençoar o cumprimento desta etapa da minha vida.Ao Serviço Social do Comércio - SESC, por ter me acolhido com tanto carinho e terpermitido o acesso a todas as informações necessárias.À Univers<strong>idade</strong> Federal da Paraíba - UFPB, por ter me conduzido à concretização desteestudo.Meu agradecimento especial à professora <strong>Carla</strong> <strong>Mary</strong>, orientadora desta pesquisa, peloestímulo e solidariedade.Aos meus irmãos, Luciano Portela e Lúcia Portela, pelo incentivo aos meus estudos.À minha mãe, pelo carinho, compreensão e presença nos momentos difíceis.


“A história nos ensina que a transformação dosideais <strong>pessoa</strong>is e, sobretudo sociais, é um processomuito lento. Quase s<strong>em</strong>pre é necessário esperarmuito, antes que o indivíduo traduza <strong>em</strong> fatos umanova atitude, e antes que os novos valores seintegr<strong>em</strong> também nas estruturas sociais. A mudançasó é efetiva quando se galgam todas as etapas; elanão pode ser forçada, no máximo pod<strong>em</strong>ostrabalhar no sentido de encoraja-la.”Jost Krippendorf.


RESUMOTerceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa:um estudo de caso sobre a atuação do SESCO presente trabalho objetiva mensurar o efeito das ativ<strong>idade</strong>s turísticas do SESC na promoçãoda qual<strong>idade</strong> de vida dos idosos vinculados aos grupos de convivência da mesma ent<strong>idade</strong>.Investigar a operacionalização da política desta ent<strong>idade</strong> se faz importante no sentido deadequar os seus objetivos à real<strong>idade</strong> que se faz presente, principalmente no que se refere ànecess<strong>idade</strong> de atuação conjunta dos diversos setores afins quanto à promoção do b<strong>em</strong>-estarda sua clientela. Para possibilitar essa análise utilizou-se do método descritivo, através de umapesquisa de campo de caráter quantitativo e qualitativo, por meio das técnicas de aplicação dequestionários, entrevistas s<strong>em</strong>i-estruturadas e observações <strong>em</strong>píricas. Os resultados obtidosmostraram que as ativ<strong>idade</strong>s turísticas pod<strong>em</strong> contribuir significativamente na promoção daqual<strong>idade</strong> de vida dos integrantes dos grupos da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> do SESC. Porém, essa ent<strong>idade</strong>termina por não favorecer o acesso desses idosos a tais ativ<strong>idade</strong>s, por priorizar o aspectocategórico <strong>em</strong> detrimento da efetivação das ações sociais que se propõe a realizar.Palavras-Chave: SESC; Turismo Social; Grupos da Terceira Idade; Qual<strong>idade</strong> de Vida.


ABSTRACTThird Age and Tourism in João Pessoa:a study about SESC and life’s qualityThis work intends to study the tourist activities of SESC (Serviço Social do Comércio -Commerce Social Service) in the promotion of the life’s quality of Third Age Groups on thisentity. With qualitative and quantitative surveys, we have measuring the approaching ofSESC’s social policies to the reality that is made present, with special <strong>em</strong>phasis on therelationship between the promotion of the well-being of these groups and the theoreticalconcepts of Social Tourism. The obtained results showed that the tourist activities cancontribute significantly in the promotion of Third Age Groups m<strong>em</strong>bers life’s quality.However, that entity ends up not favoring the access of those people to such activities, forprioritizing the categorical aspect instead social actions that intends to accomplish.Keywords: SESC; Social Tourism; Third Age Groups; Life’s Quality.


LISTA DE TABELASTabela 01 - Distribuição por faixa etária da d<strong>em</strong>anda ........................................................... 56Tabela 02 - Valores - Garanhus/Nova Jerusalém (PE) (2004/2005) ..................................... 56Tabela 03 - Distribuição da d<strong>em</strong>anda - Garanhus/Nova Jerusalém (PE) (2004/2005) ......... 57Tabela 04 - Valores - Salvador (BA) (2004/2005) ................................................................ 57Tabela 05 - Distribuição da d<strong>em</strong>anda - Salvador (BA) (2004/2005) .................................... 58Tabela 06 - Valores - Maceió (AL) (2004/2005) .................................................................. 59Tabela 07 - Distribuição da d<strong>em</strong>anda - Maceió (AL) (2004/2005) ...................................... 59Tabela 08 - Valores - Natal (RN) (2004/2005)/Excursão para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> ................... 59Tabela 09 - Categoria da clientela - Natal (RN) (2004)/Excursão para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> ...... 60


LISTA DE GRÁFICOSGráfico 01 - Distribuição por faixa etária .............................................................................. 39Gráfico 02 - Distribuição por gênero ..................................................................................... 40Gráfico 03 - Distribuição por estado civil ............................................................................. 41Gráfico 04 - Distribuição por renda ...................................................................................... 41Gráfico 05 - Distribuição por nível de escolar<strong>idade</strong> ............................................................. 42Gráfico 06 - Distribuição por condição domiciliar ............................................................... 43Gráfico 07 - Distribuição por situação de moradia ............................................................... 43Gráfico 08 - Distribuição por categoria ................................................................................ 44Gráfico 09 - Distribuição por condição de saúde .................................................................. 45Gráfico 10 - Distribuição por preferência de ativ<strong>idade</strong>s ....................................................... 45Gráfico 11 - Distribuição por gosto pelas viagens ................................................................ 46Gráfico 12 - Distribuição pela qual<strong>idade</strong> dos serviços turísticos .......................................... 47Gráfico 13 - Distribuição por faixa etária .............................................................................. 48Gráfico 14 - Distribuição por gênero .................................................................................... 49Gráfico 15 - Distribuição por estado civil ............................................................................. 49Gráfico 16 - Distribuição por renda ...................................................................................... 50Gráfico 17 - Distribuição por nível de escolar<strong>idade</strong> .............................................................. 50Gráfico 18 - Distribuição por condição domiciliar ................................................................ 51Gráfico 19 - Distribuição por situação de moradia ................................................................ 51Gráfico 20 - Distribuição por categoria ................................................................................. 52Gráfico 21 - Distribuição por condição de saúde .................................................................. 52Gráfico 22 - Distribuição por preferência de ativ<strong>idade</strong>s ....................................................... 52Gráfico 23 - Distribuição por gosto pelas viagens................................................................. 53Gráfico 24 - Distribuição pela qual<strong>idade</strong> dos serviços turísticos .......................................... 54


SUMÁRIOResumoAbstractLista de TabelasLista de Gráficos1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 132. LAZER E TURISMO SOCIAL ........................................................................................ 152.1 - O SESC e a Promoção do Turismo Social ................................................................. 212.2 - O Papel do Turismo Social na Promoção de Qual<strong>idade</strong> de Vida Para os Idosos .. 232.3 - Os Grupos de Terceira Idade do SESC ..................................................................... 322.3.1 - Grupo Renascer............................................................................................... 342.3.2 - Grupo Alegria de Viver .................................................................................. 373. OS GRUPOS DE TERCEIRA IDADE DO SESCEM JOÃO PESSOA E O TURISMO: UM PERFIL ESTATÍSTICO.......................... 393.1 - SESC Centro ................................................................................................................ 393.2. - SESC Cabo Branco..................................................................................................... 483.3 - Turismo Emissivo do SESC ........................................................................................ 554. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 615. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 655.1 - Web Sites Consultados ................................................................................................ 666. ANEXOS ............................................................................................................................. 67Anexo 01 - Programações das viagens que foram utilizadas nas tabelas........................ 67Anexo 02 - Roteiro dos questionários aplicados junto aos grupos de <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> do SESC.... 75Anexo 03 - Roteiro das entrevistas ..................................................................................... 76***


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 131. INTRODUÇÃONo contexto atual da sociedade o lazer passou a ocupar um lugar de destaque dentro dasnecess<strong>idade</strong>s humanas <strong>em</strong> virtude do próprio ritmo imposto pelo capitalismo.Em meados do século XX as classes média e baixa da população européia, através daluta por direitos a melhores condições de vida, passam a ter o acesso facilitado às ativ<strong>idade</strong>sde lazer ao adquirir<strong>em</strong> várias conquistas sociais mediadas pelos movimentos sindicalistas.Diante de estudos sociológicos comprometidos com a promoção da sustentabil<strong>idade</strong>social, a ativ<strong>idade</strong> turística reconhece a necess<strong>idade</strong> e responsabil<strong>idade</strong> de valorizar acidadania como uma forma de ativ<strong>idade</strong> turística. A partir de então ocorre a inserção social do<strong>turismo</strong> como uma estratégia para a formação de um novo mundo que busca odesenvolvimento atrelado ao conceito de qual<strong>idade</strong> de vida <strong>em</strong> detrimento daquele quevislumbra tão somente o aspecto econômico.O <strong>turismo</strong> social surge na Europa e passa a ser difundido a partir da primeira metade doséculo XX, chegando ao Brasil através do Serviço Social do Comércio - SESC a partir dadécada de 50, com o objetivo de atender aos trabalhadores de baixa renda que não dispunhamde oportun<strong>idade</strong>s de lazer turístico.Como ocorreu na promoção do <strong>turismo</strong> social, o SESC se fez pioneiro na realização dotrabalho social com idosos no Brasil a partir da década de 60, ao objetivar contribuir napromoção da qual<strong>idade</strong> de vida deste segmento populacional, o que veio a influenciardiretamente na implantação da Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994, a qual dispõe sobre aPolítica Nacional do Idoso.Considerando a significância da atuação do SESC nestas duas linhas de ações e queambas objetivam a promoção da qual<strong>idade</strong> de vida da população brasileira, surge anecess<strong>idade</strong> de investigar o grau de relação entre estes dois propósitos desta ent<strong>idade</strong>.O presente trabalho t<strong>em</strong> como objetivo principal pesquisar e analisar a influência dosserviços de <strong>turismo</strong> <strong>em</strong>issivo oferecidos pelo Setor de Turismo Social do SESC na promoçãoda qual<strong>idade</strong> de vida dos idosos vinculados aos grupos de convivência desta mesma ent<strong>idade</strong>na c<strong>idade</strong> de João Pessoa - PB.Apesar de existir<strong>em</strong> pesquisas abordando a t<strong>em</strong>ática - <strong>turismo</strong> para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> -não foi encontrado nenhum material bibliográfico cont<strong>em</strong>plando a real<strong>idade</strong> específica dos“Grupos da Terceira Idade” do SESC de João Pessoa, o que se fez necessário recorrer àsatitudes dos idosos associados quanto às práticas turísticas realizadas, a fim de compreendercomo estas interfer<strong>em</strong> na elaboração do conceito de qual<strong>idade</strong> de vida deste segmento.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 14Tal investigação poderá influenciar esta ent<strong>idade</strong>, especificamente na c<strong>idade</strong> de JoãoPessoa/PB, a refletir quanto à sua proposta, à d<strong>em</strong>anda pretendida e à clientela efetiva queutiliza os seus serviços de <strong>turismo</strong> <strong>em</strong>issivo, e, a partir desta reflexão, poder desenvolverlinhas de ações que possam maximizar a eficácia da Política Nacional determinada peloDepartamento Nacional do SESC.Além desta contribuição específica, este trabalho poderá subsidiar o desenvolvimentode políticas sociais que venham a dar suporte a programas públicos de promoção de lazervoltados para o segmento <strong>em</strong> questão, uma vez que, o alcance social do <strong>turismo</strong> para a<strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> e seu papel como restaurador da qual<strong>idade</strong> de vida precisam ser efetivamentefomentados através de ações reais, as quais pod<strong>em</strong> ser viabilizadas através de esforçosconjuntos entre o SESC e d<strong>em</strong>ais instituições sociais que estejam preocupadas com apromoção da cidadania.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 152. LAZER E TURISMO SOCIALHá muitas formas de definir o lazer, mas <strong>em</strong> todas as definições o foco centralconcentra-se nas dimensões do t<strong>em</strong>po livre, de acordo com (Parker, 1976, p. 21), o lazer é “ot<strong>em</strong>po de que o indivíduo dispõe, livre de trabalho e de outros deveres, e que pode serutilizado para fins de repouso, divertimento, ativ<strong>idade</strong>s sociais ou aprimoramento <strong>pessoa</strong>l”,de livre e espontânea vontade. O mesmo autor alega que a quant<strong>idade</strong> de t<strong>em</strong>po de quedispomos para o lazer irá determinar o que poder<strong>em</strong>os fazer neste período e que, <strong>em</strong> nenhumahipótese, poder<strong>em</strong>os considerar o lazer como sendo tão somente o t<strong>em</strong>po livre, pois, porex<strong>em</strong>plo, exist<strong>em</strong> as <strong>pessoa</strong>s que se aposentam com baixos rendimentos, dispondo geralmentede muito t<strong>em</strong>po livre, mas que não estão realizando necessariamente lazer neste t<strong>em</strong>po.O <strong>turismo</strong>, sendo uma ativ<strong>idade</strong> de lazer, encontra-se diretamente associado ao conceitode t<strong>em</strong>po livre, sendo este descrito por (Molina, 2001, p. 42) como “uma real<strong>idade</strong> e umconceito que, de forma geral, nasce durante o século XIX, nos países desenvolvidos do globoe significa o resultado das conquistas trabalhistas dos setores médio e baixo da população”.O t<strong>em</strong>po ocupado é conceituado pelo mesmo autor como sendo “aquele durante o qual oindivíduo realiza tarefas de caráter obrigatório ou indispensável para a sua sobrevivência”,incluindo-se <strong>em</strong> tais ativ<strong>idade</strong>s os compromissos de caráter trabalhista, familiar, doméstico,social e fisiológico. Para o referido autor, o t<strong>em</strong>po livre deverá ser utilizado pelo indivíduoconforme os seus interesses <strong>pessoa</strong>is, sendo assim, “o t<strong>em</strong>po livre representa umaoportun<strong>idade</strong> para a auto realização, a vivência transcendental e a plenitude; o t<strong>em</strong>podedicado à sobrevivência seria o contrário” (Molina, 2001, p. 43).A concepção do lazer como algo a mais do que t<strong>em</strong>po livre v<strong>em</strong> desde os filósofosclássicos da antiga Grécia, especialmente Aristóteles e Platão: “A concepção grega de lazerbaseava-se numa associação à ‘aprendizag<strong>em</strong>’ ou cultivo do eu, <strong>em</strong> lugar de basear-se <strong>em</strong>t<strong>em</strong>po livre” (Parker, 1976, p. 26).Para Aristóteles apenas duas ativ<strong>idade</strong>s eram designadas como lazer: a música e acont<strong>em</strong>plação, sendo esta última enfatizada - “O hom<strong>em</strong> <strong>em</strong> cont<strong>em</strong>plação é um hom<strong>em</strong> livre.De nada necessita. Portanto, nada determina ou deturpa seu pensamento. Ele faz aquilo queama fazer, e o que faz é feito por prazer” (Parker, 1976, p. 27). Faz-se importante destacarque a sociedade grega associava o lazer “ideal” a natureza de um hom<strong>em</strong> livre, e que talsociedade encontrava-se dentro do modelo escravista, o qual restringia a liberdade para umaelite privilegiada.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 16Nas sociedades primitivas não é definida a divisão entre trabalho e lazer, pois <strong>em</strong> muitasdas ativ<strong>idade</strong>s cotidianas existia o caráter lúdico; <strong>em</strong> tais ativ<strong>idade</strong>s encontravam-se osaspectos recreativos, como cantos e narrações de histórias durante o trabalho, percebendo-seuma acentuada integração entre o trabalho e o lazer. Os rituais por ocasião de nascimento,iniciação, casamentos e mortes constituíam parte significativa da religião, mas as festiv<strong>idade</strong>s,a dança e a bebida proporcionavam também uma quebra da monotonia cotidiana: “Asativ<strong>idade</strong>s econômicas, rituais, religiosas e de lazer não eram tão nitidamente diferenciadas,t<strong>em</strong>poral ou espacialmente, quanto o são na sociedade moderna” (Parker, 1976, p. 25).O equivalente ao lazer <strong>em</strong> sociedades mais simples consistia <strong>em</strong> parte no descanso dotrabalho de subsistência, e <strong>em</strong> parte na participação <strong>em</strong> ativ<strong>idade</strong>s estereotipadas,principalmente relacionadas às cerimônias. Tais ativ<strong>idade</strong>s não eram categorizadas como lazerpor aqueles que as praticavam, mas sim como algo integrante do próprio cotidiano; sendoassim, não havia propriamente um lazer consciente, mas algo equivalente ao que hojedefinimos como tal.“Em tais sociedades a maior parte do t<strong>em</strong>po é usada, se não no trabalho,<strong>em</strong> alguma outra “ativ<strong>idade</strong> estruturada”. Ocasiões festivas, tais comocasamentos, batizados, aniversários e festiv<strong>idade</strong>s são comuns; mas,<strong>em</strong>bora tendo caráter obrigatório, funcionam como ativ<strong>idade</strong>s de lazer.”(Parker, 1976, p. 24)Na sociedade pré-industrial o trabalho constituía parte essencial da vida cotidiana e olazer não era um período separado do dia, o trabalho era realizado dentro da própria casa oupróximo à ela, interagindo os afazeres da comun<strong>idade</strong> com conversas amistosas e outrasdistrações: “Apenas quando o trabalho veio a ser realizado <strong>em</strong> lugares especiais, durante umperíodo específico e sendo determinadas as condições, o lazer passou a ser exigido como umdireito” (Parker, 1976, p. 29).Perceb<strong>em</strong>os assim que, ao contrário do “lazer” das sociedades mais simples, que estavanaturalmente inserido nas d<strong>em</strong>ais ativ<strong>idade</strong>s cotidianas, o lazer da sociedade moderna passa ater uma estrutura complexa, sendo determinado por várias indústrias de entretenimento. Apartir da sociedade industrial, caracterizada por sua produção e consumo de massa, o lazertorna-se um produto comercializado, sendo usufruído mais <strong>em</strong> bases individuais do que comoparte da vida comunitária ou familiar.Alguns autores consideram que o lazer existia <strong>em</strong> todos os períodos e <strong>em</strong> todas ascivilizações, já outros defend<strong>em</strong> que as condições para o desenvolvimento do conceito delazer exist<strong>em</strong> apenas nas sociedades industriais e pós-industriais, de acordo com Sebastian de


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 17Gracia (apud Dumazedier, 1979, p. 26), “O t<strong>em</strong>po fora do trabalho seria tão antigo quanto opróprio trabalho, porém o lazer possui características específicas da civilização daRevolução Industrial”. Segundo Dumazedier foram necessárias duas condições básicas nasociedade para que o lazer se tornasse possível para a maioria dos trabalhadores:‣ As ativ<strong>idade</strong>s sociais não ser<strong>em</strong> mais regradas por obrigações rituais impostaspela comun<strong>idade</strong>, passando o lazer a ser determinado pela livre escolha doindivíduo;‣ O trabalho profissional passar a não ser mais tão dependente das regras danatureza, separando-se nitidamente o t<strong>em</strong>po livre do t<strong>em</strong>po de trabalho.Alguns estudiosos defend<strong>em</strong> a independência relativa do lazer com respeito ao trabalho,já outros concordam com a proxim<strong>idade</strong> e até mesmo a interação destas duas ativ<strong>idade</strong>ssociais. Os primeiros tend<strong>em</strong> a defender modelos de lazer criados para compensar adegradação que trabalho causa na vida dos que se tornam alienados diante de certas situaçõesde trabalho; já os últimos, ao contrário, buscam uma revisão da situação laboral no queconcerne ao progresso técnico e social das tarefas, a fim de promover um lazer de melhorqual<strong>idade</strong>.O <strong>turismo</strong>, sendo caracterizado como uma ativ<strong>idade</strong> de lazer, passou a ser consideradocomo um dos fenômenos mais expressivos da sociedade pós-industrial (dado o seu carátereconômico, político, social e cultural), o qual v<strong>em</strong> ganhando um espaço cada vez maior nasociedade moderna. A princípio, era reservado aos integrantes da classe aristocrática,tornando-se acessível para um público cada vez maior após o processo de d<strong>em</strong>ocratizaçãoocidental, marcado pelas revoluções sociais e pelo progresso tecnológico e organizacional, osquais vieram a aumentar a produtiv<strong>idade</strong>, a reduzir os custos e as jornadas de trabalho, alémde elevar o nível dos recursos disponíveis para o consumo dos serviços de lazer e <strong>turismo</strong> paracamadas cada vez mais amplas da sociedade.Foi a partir século XX que o lazer e o <strong>turismo</strong> tornaram-se ativ<strong>idade</strong>s massificadas,atingindo, após a Segunda Guerra, um patamar de crescimento <strong>em</strong> que, sob o prismaeconômico, passaram a ser consideradas como “indústrias”. Atualmente os setores de lazer e<strong>turismo</strong> estão entre os campeões de crescimento, sendo considerados como um dos maispromissores do futuro.Os fatores que realmente vieram a marcar o século XX no que concerne às condiçõesfavoráveis para o desenvolvimento da “indústria” do lazer e <strong>turismo</strong> foram as invenções do


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 18cin<strong>em</strong>a, do rádio, da televisão, do automóvel, do avião, da luz elétrica, entre outras, as quaispassaram a introduzir hábitos novos na sociedade, modificando consideravelmente o ambientedoméstico, e, sobretudo, abolindo a barreira existente entre o t<strong>em</strong>po e o espaço.Tais ativ<strong>idade</strong>s passaram a ocupar na modern<strong>idade</strong> um lugar de destaque dentro dasnecess<strong>idade</strong>s humanas <strong>em</strong> decorrência do ritmo imposto pela sociedade industrial, tornandosepara o hom<strong>em</strong> moderno necess<strong>idade</strong>s fundamentais que, quando são limitadas pela falta derecursos ou de t<strong>em</strong>po, continuarão presentes causando até mesmo anseios e alterações decomportamento.Percebe-se assim que o lazer das sociedades antigas era mais vinculado à vida cotidiana,s<strong>em</strong> instituições separadas, já na sociedade industrial, com o t<strong>em</strong>po de trabalho determinado,passam a ser definidas formas de lazer para os diferentes estratos da sociedade.Considerando o <strong>turismo</strong> como uma ativ<strong>idade</strong> da sociedade pós-industrial, faz-senecessário abordar alguns conceitos peculiares desta sociedade, tais como o de estratificaçãosocial, o qual v<strong>em</strong> determinar as condições <strong>em</strong> que os indivíduos irão dispor das ativ<strong>idade</strong>s delazer e <strong>turismo</strong>.“A estratificação social é um ingrediente importante das sociedadesmodernas, e o lazer adotado pelas <strong>pessoa</strong>s é influenciado por sua classe oucondição social, <strong>em</strong>bora alguns possam argumentar que esta influência éhoje menor do que no passado.” (Parker, 1976, p.32)A estratificação social consiste na divisão da sociedade <strong>em</strong> camadas ou classes sociais,sendo três os principais tipos de estratificação da sociedade moderna, a saber:‣ Estratificação econômica: definindo as classes de acordo com a posse de bensmateriais - os ricos, os pobres e os de situação intermediária;‣ Estratificação política: a qual toma por base o nível de dominação social deuns grupos sobre os outros - grupos que têm e grupos que não têm poder;‣ Estratificação profissional: baseada na hierarquia das ativ<strong>idade</strong>s laboraisexistentes na sociedade capitalista - poder<strong>em</strong>os mencionar como ex<strong>em</strong>plo osprofissionais liberais e o proletariado.Ressaltamos que todos os aspectos de uma sociedade (econômico, político, cultural,etc.) se interligam no processo de estratificação, passando a determinar a existência dasdesigualdades sociais e, conseqüent<strong>em</strong>ente, as diferentes formas de utilização das ativ<strong>idade</strong>sde lazer e <strong>turismo</strong>. Para Marx, a desigualdade das classes determinaria todas as d<strong>em</strong>ais


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 19desigualdades e resultaria da opressão dos que possu<strong>em</strong> a propriedade dos meios de produçãosobre os que não a possu<strong>em</strong>. Sendo assim, os atrasos ou desigualdades sociais irão diferenciaro lazer dos diferentes meios sociais, pois o nível social é um dos aspectos que irá determinar ogênero de vida de cada <strong>pessoa</strong> no que concerne ao nível econômico, cultural, político etc.Diante da exploração que a classe proletária vinha sofrendo na sociedade industrial,surg<strong>em</strong> vários movimentos de revoltas e lutas por direitos a melhores condições de vida paraos trabalhadores. A partir de então o direito ao lazer passa a ser conquistado pela classeoperária através das pressões sindicalistas, fazendo-se importante destacar que a este, soma-seo fato de que o os detentores do capital facilitaram tal direito por estar<strong>em</strong> movidos pelanecess<strong>idade</strong> de ampliação do mercado consumidor. S<strong>em</strong> a redução da jornada de trabalho e oaumento do poder aquisitivo dos trabalhadores, capacitando-os a pagar por mercadorias eserviços além daqueles enquadrados nas necess<strong>idade</strong>s básicas de sobrevivência, seriaquestionável se a indústria teria tido condições para chegar aonde chegou, pois não teria sidocriada a d<strong>em</strong>anda <strong>em</strong> massa para o consumo dos seus produtos:“Com a redução das horas de trabalho, na segunda metade do século XIX,o novo lazer das classes operárias trouxe um vácuo que foi amplamentepreenchido pelas indústrias de divertimento.” (Parker, 1976, p. 38)Segmentando o mercado turístico de acordo com as classes, encontramos:‣ A classe alta que consome o <strong>turismo</strong> individual e sofisticado;‣ A classe média que consome o <strong>turismo</strong> de massa;‣ A classe baixa, a qual, não dispondo de capital suficiente, precisa ser subsidiada afim de tornar possível sua participação nas ativ<strong>idade</strong>s turísticas.Em meio a este panorama e a partir da própria capac<strong>idade</strong> de organização e pressão dostrabalhadores junto ao Estado, surge o <strong>turismo</strong> social como uma ativ<strong>idade</strong> d<strong>em</strong>ocráticafundamental para o lazer e uso do t<strong>em</strong>po livre do cidadão.O <strong>turismo</strong> social consiste <strong>em</strong> um serviço social que visa criar as condições necessáriaspara permitir o acesso ao <strong>turismo</strong> àquela parcela da população que não dispõe de condiçõesfinanceiras para desfrutar sob a forma convencional do <strong>turismo</strong>, mas que também sente anecess<strong>idade</strong> de conhecer outros ambientes. É uma forma de <strong>turismo</strong> modesto, o que nãosignifica a perda dos critérios de qual<strong>idade</strong>, estando s<strong>em</strong>pre atrelado ao conceito dedesenvolvimento sustentável que v<strong>em</strong> a ter como foco principal o desenvolvimento humano


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 20<strong>em</strong> harmonia com o meio ambiente. Geralmente é administrado por associações s<strong>em</strong>interesses lucrativos e possui relação direta com o sindicalismo.O Bureau International du Tourisme Social - BITS conceitua o Turismo Social como:“Conjunto de relações e fenômenos resultantes da participação no <strong>turismo</strong>das camadas sociais menos favorecidas, participação que se torna possívelou facilitada por medidas de caráter social b<strong>em</strong> definidas, mas queimplicam um predomínio da idéia de serviço e não de lucro.”A conceituação do termo social se faz no sentido de b<strong>em</strong>-estar social, ao proporcionar odireito de usufruto da ativ<strong>idade</strong> turística para aqueles cujas condições sócio-econômicas eculturais não lhes favorec<strong>em</strong>.O <strong>turismo</strong> social surge então na Europa e passa a ser difundido a partir da primeirametade do século XX, tendo como características fundamentais:‣ Não visar o lucro;‣ Ser comprometido <strong>em</strong> proporcionar a prática do <strong>turismo</strong> à população de menorpoder aquisitivo que o <strong>turismo</strong> de massa não atinge;‣ Ser comprometido com a qual<strong>idade</strong> de vida;‣ Objetivar promover ativ<strong>idade</strong>s que valoriz<strong>em</strong> a natureza e os diversos aspectosculturais;‣ Objetivar proporcionar o crescimento e o enriquecimento <strong>pessoa</strong>l através daeducação e interação social <strong>em</strong> prol do desenvolvimento humano.Terminada a II Guerra Mundial foram tomadas medidas sociais que garantiram maiorproteção aos trabalhadores e suas famílias, as viagens se expandiram e os trabalhadoresadquiriram maiores direitos e liberdade, entretanto, é a partir da década de 70 que o mundopassa a voltar sua atenção para o fenômeno turístico, sendo criado <strong>em</strong> 1973 o BureauInternacional de Turismo Social (BITS).Em 1932, na Bélgica, a Central Geral de Trabalhadores da Madeira criou um hotel <strong>em</strong>Blak<strong>em</strong>berg, destinado para que os seus funcionários e familiares usufruíss<strong>em</strong> nas férias. Apartir de então, diversas organizações sindicais belgas criaram centros de viag<strong>em</strong> <strong>em</strong> diversasregiões, criando-se, desta forma, as condições para o desenvolvimento do <strong>turismo</strong> social. Aomesmo t<strong>em</strong>po, <strong>em</strong> outros países europeus, os trabalhadores sindicalizados canalizavamesforços <strong>em</strong> prol da criação de estruturas el<strong>em</strong>entares que viess<strong>em</strong> a estabelecer um ambiente


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 21positivo para o lazer dos trabalhadores e suas famílias, entretanto, os pioneiros do <strong>turismo</strong>social necessitavam de t<strong>em</strong>po e dinheiro para tornar viável a prática de viagens turísticas.Em 1936, após uma greve geral na França, os trabalhadores conquistaram o aumentodos salários, uma carga horária s<strong>em</strong>anal de trabalho de 40h, a abertura das negociações para acriação de convênios, além das viagens financiadas pelos <strong>em</strong>pregadores. Pela primeira vez ostrabalhadores dispunham de t<strong>em</strong>po e dinheiro para desfrutar do que veio a se chamar de<strong>turismo</strong> social.Os trabalhadores da Bélgica, ao lutar<strong>em</strong> por estes mesmos direitos, conquistaram umacordo com o governo e os <strong>em</strong>pregadores, sendo aprovado pelo parlamento belga <strong>em</strong> 08 dejulho de 1932 a Lei de Férias Pagas. Logo as viagens financiadas se estabeleceram naAustrália, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Noruega e outros países.Na América Latina, o Turismo Social se iniciou a partir de 1945 na Argentina com acriação das viagens financiadas e o surgimento de un<strong>idade</strong>s turísticas, outros países comoBrasil e Venezuela passaram a se dedicar a esta modal<strong>idade</strong> de <strong>turismo</strong> na década de 50 comuma forte influência do sindicalismo.2.1 - O SESC e a Promoção do Turismo SocialO <strong>turismo</strong> social chega ao Brasil através das caravanas e colônias de férias doscomerciários, organizadas pelo Serviço Social do Comércio - SESC, que ao promover estetipo de <strong>turismo</strong>, visa caracterizá-lo como uma área compl<strong>em</strong>entar <strong>em</strong> atuação com a cultura,diferenciando-o assim do chamado <strong>turismo</strong> de massa, meramente comercial.As primeiras excursões organizadas na estrutura do sist<strong>em</strong>a SESC ocorreram noDepartamento Regional de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A princípio buscou-se comoalternativa de ampliação dos recursos, equipamentos alternativos como colégios e casasreligiosas para acomodar os excursionistas, mas a partir de 1979 deu-se início aos esforçospara ampliar e melhorar as condições para promoção desta ativ<strong>idade</strong>. Hoje as instalações eequipamentos turísticos do SESC formam um considerável patrimônio a serviço do lazer,tendo <strong>em</strong> sua rede nacional de <strong>turismo</strong> social uma grande infra-estrutura hoteleira dotada de38 hospedarias <strong>em</strong> 20 estados, inúmeras colônias de férias, balneários, centros campestres eestâncias ecológicas, estando tais equipamentos voltados para atender aos interesses eexpectativas da sua clientela.O <strong>turismo</strong> social do SESC busca atender, prioritariamente, aos trabalhadores das<strong>em</strong>presas de comércio de bens e serviços e seus dependentes, de todas as faixas etárias.Entretanto, estes bens, serviços e produtos turísticos pod<strong>em</strong> ser utilizados pelo público não-


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 22comerciário, havendo uma diferenciação dos preços cobrados, desde que não venha prejudicara d<strong>em</strong>anda interna. Destacamos que a segmentação do público alvo, <strong>em</strong>bora atenda a todas asfaixas etárias, t<strong>em</strong> como d<strong>em</strong>anda principal o público específico da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, o qual foiescolhido como nosso objeto de estudo.A Ação Finalística do SESC preceitua o “Turismo de Lazer” como“(...) uma ativ<strong>idade</strong> que deverá contribuir efetivamente para a formação eintegração sócio-cultural do ser humano, ajudando-o a assimilar osconhecimentos que possibilit<strong>em</strong> o desenvolvimento de valores, a expansãoda consciência individual, b<strong>em</strong> como a inserção na cidadania.”Dentro das suas linhas de ação para o desenvolvimento do <strong>turismo</strong> social ir<strong>em</strong>os nosdeter na modal<strong>idade</strong> de <strong>turismo</strong> <strong>em</strong>issivo, concentrando-se naquela destinada aos grupos da<strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> da mesma ent<strong>idade</strong> na c<strong>idade</strong> de João Pessoa/PB, tal modal<strong>idade</strong> é caracterizadapelo SESC como“o conjunto de ações ligadas a ativ<strong>idade</strong>s de viag<strong>em</strong>, destinadas aproporcionar o lazer fora da sede habitual de moradia, <strong>em</strong> busca de novasdestinações e atrações turísticas de ord<strong>em</strong> recreativa, social, cultural eeducacional.”Os objetivos que norteiam o Turismo Social do SESC têm como fundamentos:‣ Proporcionar novas oportun<strong>idade</strong>s de lazer, inacessíveis ao grande número decomerciários, através da redução de custos nas realizações de Turismo Social;‣ Integração inter<strong>pessoa</strong>l;‣ Enriquecimento cultural com ênfase na ação de educação para e pelo <strong>turismo</strong>;‣ Possibilitar o desenvolvimento integral da saúde.De acordo com as suas Diretrizes Básicas:‣ O SESC, que desenvolve o <strong>turismo</strong> social, dentro de um contexto social eeconômico, deve estar s<strong>em</strong>pre atento às modificações, no sentido de oferecer àsua clientela propostas turísticas <strong>em</strong>ergentes, com a inclusão de roteiros e açõesinovadoras de forte apelo à participação, alcançando, <strong>em</strong> ritmo crescente, grandefatia neste segmento de mercado. Deve-se então identificar destinações turísticase inovar roteiros, com vistas a diversificar os fluxos e estimular o aproveitamentoturístico dos recursos naturais, culturais e planejados <strong>em</strong> mercados <strong>em</strong>ergentes,conjugando-se com a operacional<strong>idade</strong> do processo.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 23O programa de <strong>turismo</strong> social do SESC inclui a promoção de passeios e excursões, osquais são elaborados a fim de promover roteiros e programações que cont<strong>em</strong>pl<strong>em</strong> avalorização da natureza, além dos diversos aspectos culturais, proporcionando o crescimento eo enriquecimento <strong>pessoa</strong>l.Tal ent<strong>idade</strong>, ao ver o <strong>turismo</strong> como uma ativ<strong>idade</strong> d<strong>em</strong>ocrática, que pode ser utilizadacomo um instrumento de inclusão social, busca torná-lo acessível para as <strong>pessoa</strong>s de baixarenda ao abrir mão dos interesses de lucro, o que irá determinar uma baixa significativa nosvalores cobrados <strong>em</strong> seus serviços turísticos.2.2 - O Papel do Turismo Social na Promoção de Qual<strong>idade</strong> de Vida Para os IdososAs estatísticas vêm comprovando uma forte tendência mundial de envelhecimento dapopulação; a Organização Internacional do Trabalho - OIT - prevê que <strong>em</strong> 2020 existirá nospaíses industrializados cerca de 270 milhões de <strong>pessoa</strong>s inativas, significando 38 idososaposentados para cada 100 cidadãos ativos. O Brasil encontra-se enquadrado entre os paísesda América latina com maior número de idosos, de acordo com os dados projetados pelaWorld Health Statistics Annals, o Brasil, que era considerado o 16° país do mundo <strong>em</strong>número de idosos será, <strong>em</strong> 2025, a sexta nação com maior número de idosos do mundo. Emâmbito nacional, a Paraíba, segundo o IBGE, detém a <strong>terceira</strong> maior população idosa doBrasil. Em reportag<strong>em</strong> datada de 21 de dez<strong>em</strong>bro de 2002, o jornal O Norte afirma que “dosaproximadamente 15 milhões de idosos existentes no Brasil, pelo menos 350 mil resid<strong>em</strong> naParaíba”, havendo na capital do Estado cerca de 50 mil idosos.Constitui-se tal real<strong>idade</strong> como um desafio para o Estado, no sentido de estabelecerpolíticas e estratégias que venham a possibilitar a melhoria da qual<strong>idade</strong> de vida, respeitandoa dign<strong>idade</strong> do ser humano que está enfrentando a fase da velhice e até mesmo das <strong>pessoa</strong>sque foram submetidas à aposentadoria precoc<strong>em</strong>ente, vindo a perder vínculos profissionais esociais, uma vez que para muitos a aposentadoria é considerada como uma morte social.Entretanto, constata-se um sério paradoxo no contexto ideológico da sociedadecont<strong>em</strong>porânea: de um lado percebe-se o acelerado crescimento da população de idosos e dooutro se constata uma sociedade cheia de preconceitos acerca da velhice <strong>em</strong> virtude dosist<strong>em</strong>a vigente, encarando os idosos como improdutivos e um peso para a sociedadecapitalista. Percebendo-se tal probl<strong>em</strong>ática, a sociedade passa a ter a necess<strong>idade</strong> de revertertal situação no sentido de garantir a qual<strong>idade</strong> de vida de uma parcela cada vez maissignificativa da população.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 24Com a chegada da aposentadoria ocorre uma quebra brusca no estilo e ritmo de vida,exigindo grande esforço de adaptação, assim, os indivíduos que passam por esta transiçãodev<strong>em</strong> desenvolver projetos que venham a preencher o excesso de t<strong>em</strong>po livre e a ajudá-los aencarar esta fase com criativ<strong>idade</strong> e energia, rompendo os preconceitos, no sentido de sereduzir o processo de perda da auto - estima que paira <strong>em</strong> todos aqueles que vê<strong>em</strong> noenvelhecimento um t<strong>em</strong>po de perdas e improdutiv<strong>idade</strong>.Diante das discussões acerca da caracterização do que seja a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, t<strong>em</strong>-se que aOMS considera a <strong>idade</strong> de 65 anos como limite inicial caracterizador da velhice, enquanto quea ONU a considera a partir dos 60 anos; ressaltando-se que os programas turísticos voltadospara este segmento englobam as <strong>pessoa</strong>s a partir de 50 anos de <strong>idade</strong>.“A noção de <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, como um espaço da vida entre a matur<strong>idade</strong> e avelhice propriamente dita, passou a se impor para designar esses indivíduosde ambos os sexos, já aposentados, mas <strong>em</strong> plena forma física e mental,com disponibil<strong>idade</strong> para uma vida cheia de experiências nos diversoscampos da vida cultural.” (Camargo & Camargo, 1997 apud Barretto,2002, p. 14)Quanto à categorização da velhice “a diferença está entre velhos dependentes, comgraves probl<strong>em</strong>as de saúde, e a velhice b<strong>em</strong> sucedida que procura e mantém uma qual<strong>idade</strong>de vida que torna prazerosa esta fase” (Barreto, 2002, p. 11-12).A pesquisa <strong>em</strong> questão enfocará o segundo grupo, a que propriamente se aplica o termo<strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, sugerido por Barreto para indicar a fase pós-<strong>idade</strong> madura, mas anterior àvelhice propriamente dita.Segundo Neri, a velhice b<strong>em</strong>-sucedida corresponde a“(...) uma condição individual e grupal de b<strong>em</strong>-estar físico e social,referenciada aos ideais da sociedade, às condições e aos valores existentesno ambiente <strong>em</strong> que o indivíduo envelhece, e às circunstâncias de suahistória <strong>pessoa</strong>l e seu grupo etário. Finalmente, uma velhice b<strong>em</strong>-sucedidapreserva o potencial individual para o desenvolvimento, respeitando oslimites da plastic<strong>idade</strong> de cada um.” (Neri, 1995, p. 34)T<strong>em</strong>-se como plastic<strong>idade</strong>, segundo a visão deste autor, a capac<strong>idade</strong> de adaptação e ahabil<strong>idade</strong> de se ajustar as novas situações impostas pelo t<strong>em</strong>po.O mesmo autor, utilizando critérios diferentes da sucessão cronológica, define a velhice<strong>em</strong> três categorias, a saber:‣ Velhice normal: caracterizada pelas perdas e alterações biológicas, psicológicas esociais típicas da velhice, mas s<strong>em</strong> patologias;


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 25‣ Velhice ótima: compatível com um funcionamento comparável ao de indivíduosmais jovens;‣ Velhice Patológica: presença de síndromes típicas da velhice ou o agravamentode doenças preexistentes.Os turistas potenciais da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> estão enquadrados no conceito de velhice b<strong>em</strong>sucedida,dentro dos parâmetros de velhice normal ou ótima.“Ao procurar a melhoria sustentável da qual<strong>idade</strong> de vida, a mais altaprior<strong>idade</strong> deve ser concedida à satisfação das necess<strong>idade</strong>s básicas desobrevivência da população. Ao nível da pobreza e abaixo desse nível, aquant<strong>idade</strong> é naturalmente essencial tanto para os rendimentos como paraos serviços. Na verdade é fundamental uma quant<strong>idade</strong> mínima antes que aqual<strong>idade</strong> de vida possa ter significado.” (Peixoto, 1998, p. 74)Tomando por base as informações supracitadas e considerando o contexto sócioeconômicodo Brasil, perceb<strong>em</strong>os a dificuldade para uma considerável massa da população debaixa renda praticar o <strong>turismo</strong>, mesmo considerando a existência da modal<strong>idade</strong> <strong>turismo</strong>social que t<strong>em</strong> a proposta de fomentar esta prática para aqueles com menor poder aquisitivo,pois viajar acaba tornando-se algo intangível quando se considera a carência econômica atémesmo para sanar as necess<strong>idade</strong>s mais básicas como a de alimentação e saúde.A fim de melhor justificar o exposto, poder<strong>em</strong>os mencionar a teoria lançada pelopsicólogo e pesquisador do comportamento humano Abraham Maslow que criou a Hierarquiadas Necess<strong>idade</strong>s Humanas ou Pirâmide de Maslow, na qual ele dispõe as necess<strong>idade</strong>shumanas <strong>em</strong> níveis hierárquicos de importância e influenciação no comportamento humano,segu<strong>em</strong>-se:‣ As necess<strong>idade</strong>s primárias: agrupam os níveis mais el<strong>em</strong>entares como as“necess<strong>idade</strong>s fisiológicas (alimentação, abrigo, etc., as quais são instintivas evitais) e de segurança (busca de proteção contra ameaças e privações, surgequando as necess<strong>idade</strong>s fisiológicas estão relativamente satisfeitas)”.‣ As necess<strong>idade</strong>s secundárias: estágio mais elevado de necess<strong>idade</strong>s que surgequando os níveis mais baixos encontram-se relativamente satisfeitos, comporta asnecess<strong>idade</strong>s sociais - associação, participação e aceitação do próximo - suainsatisfação torna o indivíduo resistente, antagônico e hostil no seu meio; deestima - relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia - suafrustração pode produzir sentimentos de inferior<strong>idade</strong>, dependência, desamparo e


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 26etc., conduzindo ao desânimo e ativ<strong>idade</strong>s compensatórias; e a de auto-realização- estágio mais elevado das necess<strong>idade</strong>s, o qual está relacionado com a realizaçãodo próprio potencial.As necess<strong>idade</strong>s são satisfeitas dos níveis mais baixos para os mais elevados, quandouma é satisfeita, ela deixa de ser motivadora de comportamento e dá lugar a outra de nívelmais elevado, sendo importante ressaltar que n<strong>em</strong> todas as <strong>pessoa</strong>s consegu<strong>em</strong> chegar ao topoda pirâmide das necess<strong>idade</strong>s, as quais ag<strong>em</strong> conjuntamente no organismo e cada uma estárelacionada com o estado de satisfação ou insatisfação das outras; a frustração de certasnecess<strong>idade</strong>s passa a ser ameaça psicológica, colocando <strong>em</strong> questão o nível da qual<strong>idade</strong> devida de cada indivíduo.Exist<strong>em</strong> vários el<strong>em</strong>entos objetivos e subjetivos que definirão esta qual<strong>idade</strong> de vida,nos quais“(...) baseiam-se na fruição garantida e tranqüila da saúde e da educação,da alimentação adequada e da habitação, de um ambiente estável esaudável, da equ<strong>idade</strong>, da igualdade entre os sexos, da participação nasresponsabil<strong>idade</strong>s da vida, da dign<strong>idade</strong> e da segurança.” (Peixoto, 1998,p. 74)Além de todos estes aspectos, um outro determinante da qual<strong>idade</strong> de vida é o fatorcultural,“(...) mesmo dentro de uma sociedade específica, os pontos de vistarelativos ao que é a qual<strong>idade</strong> de vida difer<strong>em</strong> largamente entre as suassubculturas e os indivíduos que a compõe; assim, a noção de qual<strong>idade</strong> devida pode reter s<strong>em</strong>pre um el<strong>em</strong>ento de subjetiv<strong>idade</strong> assim como dedivers<strong>idade</strong> cultural.” (Peixoto, 1998, p. 75)Para muitos o lazer está situado fora do campo das “necess<strong>idade</strong>s”, mas se essepensamento fosse superado, o lazer constituir-se-ia como um fundamento da teoria daliberdade, desde que fosse utilizado a fim de despertar nos indivíduos uma autoformaçãopermanente e voluntária <strong>em</strong> detrimento de ser reduzido a uma simples recreação s<strong>em</strong> nenhumvalor que viesse a permitir a transcendência <strong>pessoa</strong>l.“A teorização e a pesquisa sobre a qual<strong>idade</strong> de vida na velhice reflet<strong>em</strong>uma multiplic<strong>idade</strong> de critérios e indicadores. Porém, ainda não foipossível estabelecer com clareza o grau de importância de cada um, suasinter-relações e a direção de causal<strong>idade</strong> entre eles. O que se sabe é que asdiferentes variáveis relacionadas à qual<strong>idade</strong> de vida na velhice pod<strong>em</strong> terdiferentes impactos sobre o b<strong>em</strong>-estar subjetivo.” (Neri, 1993 apud Melo,2001, p. 58)


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 27Considerando o caráter multidisciplinar do <strong>turismo</strong>, o qual v<strong>em</strong> a proporcionar umasérie de relações e situações de ord<strong>em</strong> cultural, educacional, ambiental, de lazer e de saúde,poder<strong>em</strong>os considerá-lo como um instrumento a ser utilizado na busca da melhoria daqual<strong>idade</strong> de vida na <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, sendo este um pensamento que ainda não está incutido nacabeça dos profissionais (médicos, psicólogos, agentes de <strong>turismo</strong>, etc.) e dos familiares. ParaMaria Letícia Barreto, tal questão.“(...) torna-se delicada quando existe alguma limitação física no idoso,como pressão alta, por ex<strong>em</strong>plo, e a <strong>pessoa</strong> escuta do médico ou dosfamiliares que isso vai restringir sua capac<strong>idade</strong> de viajar. A depressãoocorre muitas vezes nesse contexto. Daí a necess<strong>idade</strong> de projetos, nosquais cuidados com a saúde do idoso sejam parte importante daprogramação e capazes de convencer profissionais e familiares de quepoucas síndromes realmente imped<strong>em</strong> a ativ<strong>idade</strong> turística.” (Barreto,2002, p. 77)Associar a prática turística à promoção da qual<strong>idade</strong> de vida nos r<strong>em</strong>ete a utilizar osconceitos de ócio e evasão propostos por Molina. Considerando o uso do t<strong>em</strong>po livre para arealização das ativ<strong>idade</strong>s turísticas e de divertimento, Molina caracteriza como sujeito da açãoo ser humano que se converte <strong>em</strong> turista ou alguém que se diverte, e como objeto desta ação oconteúdo das ativ<strong>idade</strong>s realizadas neste contexto, o qual ele distingue como sendo o ócio oua evasão.No usufruto do t<strong>em</strong>po livre o hom<strong>em</strong> irá determinar suas ações segundo as suasaspirações <strong>pessoa</strong>is, ao contrário do que sucede num t<strong>em</strong>po comprometido, enfatizando-seque tais aspirações serão determinadas pelas experiências <strong>pessoa</strong>is de cada um, manifestandose<strong>em</strong> atitudes refletidas no contexto da própria vida social.As condições que irão determinar a forma de utilização do t<strong>em</strong>po livre estãodiretamente relacionadas com os contextos econômico, social, e político de cada estratosocial, os quais são chamados por Molina de variantes causais. Tais variantes são assimiladaspela cultura <strong>pessoa</strong>l, passando a determinar os hábitos, os valores e os costumes quedeterminarão a forma de vida de cada indivíduo. Uma vez que tais variantes sejamassimiladas e incorporadas à própria personal<strong>idade</strong>, serão produzidas ações traduzidas nasatitudes de ócio ou evasão.Diante da relação estabelecida entre os países dominantes e dominados ocorre umasignificativa desvantag<strong>em</strong> qualitativa, quanto a utilização do t<strong>em</strong>po livre, para os paísesdominados, nos quais se enquadra o Brasil, <strong>em</strong> virtude da dependência econômicaestabelecida no desenvolvimento da “indústria turística”.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 28Tendo-se <strong>em</strong> vista que a prática do ócio caracteriza-se por ativ<strong>idade</strong>s que permitam atranscendência <strong>pessoa</strong>l e que é viabilizada <strong>em</strong> uma sociedade que tenha atingido um grausatisfatório de “desenvolvimento” social, político e econômico, sabe-se que quando umasociedade atinge patamares satisfatórios de desenvolvimento, passa a desenvolver aparatos delazer e <strong>turismo</strong> que possibilit<strong>em</strong> a prática do ócio.A forma como o <strong>turismo</strong> está sendo impl<strong>em</strong>entado no Brasil, visando odesenvolvimento mensurado <strong>em</strong> cifras, objetiva tão somente a elevação do PNB,concentrando-se no aspecto econômico <strong>em</strong> detrimento do físico-social. T<strong>em</strong>-se comoconseqüência a negligência com a qual<strong>idade</strong> de vida da população no que concerne a melhordistribuição de renda, melhor educação, enfim, condições favoráveis para possibilitar a práticado ócio na utilização do t<strong>em</strong>po livre para a maioria da população.“O ócio, atitude criativa, permite ao hom<strong>em</strong> fortalecer ou ascender a níveissuperiores de b<strong>em</strong>-estar espiritual, por meio do contato com o meio e com oconseqüente efeito nas necess<strong>idade</strong>s de tipo material para obter seusinteresses. Por outro lado, exist<strong>em</strong> <strong>pessoa</strong>s que dedicam seu t<strong>em</strong>po livre aativ<strong>idade</strong>s que, longe de levá-las para estados qualitativamente superioresde b<strong>em</strong>-estar, levam-nas no sentido contrário, devido a desconexãot<strong>em</strong>poral com o meio. Em outras palavras, são <strong>pessoa</strong>s que orientam suaativ<strong>idade</strong>s numa direção que nega sua real<strong>idade</strong> mais imediata e vital,resultando disso uma atitude que se qualifica como evasão ou alienação.”(Molina, 2001, p. 47)O indivíduo que pratica o ócio quer seja nas ativ<strong>idade</strong>s de diversão ou turísticas,produzirá de alguma forma um efeito benéfico para o seu meio social, econômico, físico ecultural.“Caso contrário, a evasão por meio de alguma das formas de uso do t<strong>em</strong>polivre, provoca efeitos diametralmente opostos <strong>em</strong> todos os planos daativ<strong>idade</strong> humana.” (Molina, 2001, p. 47)Sendo assim, a forma de uso do t<strong>em</strong>po livre será influenciada pelas condiçõeseconômicas, pelos determinismos sociais, pela forma como o indivíduo percebe a real<strong>idade</strong> epelas questões referentes a personal<strong>idade</strong> de cada um, podendo ser uma fonte de “evasão” oude “ócio”, sendo esta ultima o critério básico proposto por Molina para que as ativ<strong>idade</strong>s delazer e <strong>turismo</strong> venham de fato a proporcionar uma melhor qual<strong>idade</strong> de vida para oindivíduo. Ressaltando-se que a valorização social da expressão de si mesmo através do lazercaracteriza-se como uma nova etapa das conquistas históricas da sociedade.“Nos nossos dias, a necess<strong>idade</strong> de viajar é, sobretudo, criada pelasociedade e marcada pelo cotidiano. As <strong>pessoa</strong>s viajam porque não sesent<strong>em</strong> mais a vontade onde se encontram, seja nos locais de trabalho ou


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 29seja onde moram. Sent<strong>em</strong> necess<strong>idade</strong> urgente de se desfazert<strong>em</strong>porariamente do fardo das condições normais de trabalho, de moradia,de lazer, a fim de estar <strong>em</strong> condições de retomá-lo quando regress<strong>em</strong>.”(Krippendorf, 1989, p. 17)A fim de compensar essas relações cotidianas, o ser humano passa a buscar nas viagensuma suposta felic<strong>idade</strong> que venha a colocar <strong>em</strong> “equilíbrio” o seu estado de espírito, destaforma, a viag<strong>em</strong> passa a ser motivada muito mais pelo desejo de deixar algo do que ir buscaralgo. O fato da evasão à vida cotidiana passa a des<strong>em</strong>penhar um papel muito mais importantedo que o interesse de conhecer e vivenciar as regiões visitadas.A nossa sociedade propôs o que Krippendorf chama de ciclo de reconstituição do serhumano, <strong>em</strong> que se viaja para recompor as energias esgotadas pelo estresse cotidiano,enfatizando-se que esse estresse não resulta apenas de uma situação que se tornouincontrolável <strong>em</strong> razão da sobrecarga diária, ele pode muito b<strong>em</strong> estar associado ao tédioprovocado pela deficiência nas relações humanas.COTIDIANO VIAGEM REGRESSOESTRESSADO“ESPAÇOSTERAPÊUTICOS”REVIGORADONeste contexto, o <strong>turismo</strong> passa a se ass<strong>em</strong>elhar cada vez mais a uma fuga face asreal<strong>idade</strong>s cotidianas <strong>em</strong> direção a um reino imaginário da liberdade. Porém, a viag<strong>em</strong> nãodeve ser utilizada como uma fuga de um cotidiano desgastante, o interessante é que o dia-adiadas <strong>pessoa</strong>s esteja <strong>em</strong> harmonia para que o <strong>turismo</strong> não se caracterize como uma evasão esim como a soma de experiências boas à um cotidiano agradável.“Se ele está feliz e satisfeito no cotidiano, se seu trabalho e sua vida lhesproporcionam liberdade e possibil<strong>idade</strong>s para o desabrochar <strong>pessoa</strong>l, se eleconsegue evitar o estresse permanente ou o isolamento e compartilhar deuma vida estimulante com outras <strong>pessoa</strong>s, se, enfim, ele se sente b<strong>em</strong> <strong>em</strong>sua própria casa, o ser humano não t<strong>em</strong> necess<strong>idade</strong> de recorrer à viag<strong>em</strong> eàs férias para fugir e compensar.” (Krippendorf, 1989, p. 120)Para ele a viag<strong>em</strong> irá se caracterizar como um verdadeiro enriquecimento, tendo <strong>em</strong>vista que o seu cotidiano não é frustrante n<strong>em</strong> vazio, enfatizando-se que, aquele que não pode


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 30ser feliz no seu próprio lar não o será plenamente <strong>em</strong> lugares externos, passando a buscarmáscaras e maquiando o seu verdadeiro estado <strong>em</strong>ocional.Ao mesmo t<strong>em</strong>po, as viagens pod<strong>em</strong> oferecer a oportun<strong>idade</strong> de exercitar a liberdade, aautodeterminação, a responsabil<strong>idade</strong> e a solidariedade, levando-se assim a um novo sentidode vida que venha a melhorar o cotidiano, pois, ao estar <strong>em</strong> ambientes incomuns há umestimulo da consciência e reflexão da nossa própria real<strong>idade</strong>, “(...)t<strong>em</strong>os t<strong>em</strong>po de nosocupar do nosso próprio eu, de explorar a nossa própria alma, de redescobrir a nossaharmonia interior, de nos comparar ao outro e reconhecer nossas própria aptidões”(Krippendorf, 1989, p. 61).A expectativa de um indivíduo <strong>em</strong> relação a uma viag<strong>em</strong> permite-o refletir sobre suapersonal<strong>idade</strong>, uma vez que, esta expectativa é indissociável da sua personal<strong>idade</strong>. Tal“dispositivo de reflexiv<strong>idade</strong> está estreitamente relacionado com a construção social da<strong>pessoa</strong>, na medida <strong>em</strong> que contribui para a construção de valores e significados particularesque d<strong>em</strong>onstram a personal<strong>idade</strong> dessa <strong>pessoa</strong>” (Santos apud Barreto, 2001, p. 200).O lazer e o <strong>turismo</strong> pod<strong>em</strong> e dev<strong>em</strong> ser utilizados como alternativas para a expressão eformação da personal<strong>idade</strong>; na criação das expectativas e do imaginário <strong>em</strong> relação à viag<strong>em</strong>,o indivíduo pode enaltecer sua autonomia ao exercitar a sua liberdade de expressão,manifestando sua personal<strong>idade</strong>, tanto quando cria expectativas <strong>em</strong> torno do que podeacontecer durante a viag<strong>em</strong>, quanto na convivência com o grupo durante a viag<strong>em</strong>, aoexpressar sentimentos, gestos e atitudes frente a situações que lhes possibilitam se livrar decertas amarras impostas pelo cotidiano.A viag<strong>em</strong> constitui-se assim como um estimulador das características individualistas, aoproporcionar exercitar com maior liberdade de escolha a condição básica da <strong>pessoa</strong> construídano modelo individualista.Outro aspecto que reforça as características do paradigma da individual<strong>idade</strong> é aexpressão dos sentimentos proporcionada por meio da cont<strong>em</strong>plação de cenários naturais,obras artísticas, música, teatro, etc., educando-se desta forma os sentidos. Tal aspecto édescrito por Santos de “dispositivo de sublimação”: “O dispositivo de sublimação d<strong>em</strong>onstraa transferência de sentimentos que precisam ganhar forma palpável por meio de imagens quepod<strong>em</strong> ser trazidas à l<strong>em</strong>brança” (Santos apud Barreto, 2001, p. 206). Como ex<strong>em</strong>plo destedispositivo pod<strong>em</strong>os citar a aquisição de artigos do lugar visitado, visando a l<strong>em</strong>brança dot<strong>em</strong>po e do espaço vividos na viag<strong>em</strong> turística.“A célebre escada de degraus do psicólogo americano Maslow tambémpode se aplicar ao <strong>turismo</strong>, posto que as necess<strong>idade</strong>s turísticas se


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 31desenvolv<strong>em</strong> de acordo com um esqu<strong>em</strong>a análogo àquele das necess<strong>idade</strong>shumanas.” (Krippendorf, 1989, p. 133-134)O desenvolvimento das necess<strong>idade</strong>s turísticas obedec<strong>em</strong> a critérios s<strong>em</strong>elhantes aosque foram propostos por Maslow, as necess<strong>idade</strong> de repouso puramente físico (dormir, comer,beber) vão diminuindo <strong>em</strong> benefício da necess<strong>idade</strong> de repouso de seu “universo <strong>em</strong>ocional”,graças a ativ<strong>idade</strong>s e experiências que venham a contribuir para elevação da qual<strong>idade</strong> devida.“As necess<strong>idade</strong>s psíquicas e sociais adquir<strong>em</strong> uma importância crescente.Muitos são aqueles que consideram que é chegado o reino da “liberdade”.Uma vez satisfeitas as principais necess<strong>idade</strong>s materiais (grifo nosso), éperfeitamente concebível que o nosso interesse se volte para os bensimateriais. Daqui para a frente a arte de viver e a qual<strong>idade</strong> de vida v<strong>em</strong>antes do nível de vida. Valores como a liberdade, a participação, aexpansão <strong>pessoa</strong>l tornam-se prioritários a medida <strong>em</strong> que outros como apromoção profissional, a segurança material e o mérito perd<strong>em</strong>importância.” (Krippendorf, 1989, p. 149)Destacamos que existe um considerável contingente de desfavorecidos, para os quais aqual<strong>idade</strong> de vida e a transformação dos valores não significam nada, posto que se esbarramnos níveis das necess<strong>idade</strong>s mais básicas de sobrevivência.É muito difícil tratar do t<strong>em</strong>a <strong>turismo</strong> social s<strong>em</strong> se referir as viagens financiadas, asquais t<strong>em</strong> permitido que os trabalhadores dos países desenvolvidos disponham de t<strong>em</strong>po edinheiro para a prática turística. Um número considerável de <strong>pessoa</strong>s nos paísessubdesenvolvidos não desfruta do direito às viagens por estar <strong>em</strong> condições econômicosociaistão precárias que a ativ<strong>idade</strong> turística passa a ocupar um nível intangível denecess<strong>idade</strong>s.“Em relação ao <strong>turismo</strong>, que exige a posse de recursos financeiros para aviag<strong>em</strong>, o alojamento, a alimentação e para ativ<strong>idade</strong>s de entretenimento,ele deve ser incorporado às conquistas sociais fundamentais, que nessecaso se relacionam com o <strong>turismo</strong> popular social, praticamente inexistentenos países <strong>em</strong> desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Além disso, aqual<strong>idade</strong> de vida dos cidadãos deve alcançar níveis desejáveis <strong>em</strong> todos oscampos: físico, cultural, social e psíquico.” (Ruschmann, 1997 apudBarreto, 2002, p. 78)Ainda são muito tímidas as iniciativas para desenvolver o <strong>turismo</strong> social voltado para a<strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, tanto no Brasil, quanto <strong>em</strong> outros países <strong>em</strong> desenvolvimento, sendoimportante destacar novamente que o grande precursor desta prática no Brasil foi o SESC.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 32Trabalhando com o <strong>turismo</strong> socializado, tal ent<strong>idade</strong> busca colocar o <strong>turismo</strong> como um direitodo cidadão da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, seja qual for a classe a que ele pertença.“É inegável a existência de uma d<strong>em</strong>anda latente para o <strong>turismo</strong>socializado, mesmo reconhecendo as dificuldades para quantificar-se comexatidão as necess<strong>idade</strong>s da população menos favorecida, <strong>em</strong> termos deférias e de lazer. Pode-se avaliar a escala da d<strong>em</strong>anda partindo-se dopressuposto de que a d<strong>em</strong>anda potencial cresce rapidamente sob o efeito dealguns fatores conhecidos como crescimento d<strong>em</strong>ográfico, aumento da taxade urbanização, do t<strong>em</strong>po livre, do nível de informação cultural ealterações na estrutura da composição da pirâmide etária.” (Beni, 2001, p.422)Promover o <strong>turismo</strong> social requer cumprir algo além dos métodos e critérios do <strong>turismo</strong>convencional, pois além de ter que identificar e atingir com eficácia as necess<strong>idade</strong>s e desejosdos seus segmentos de mercado, o foco central não poderá ser, <strong>em</strong> nenhuma hipótese, acontrapartida econômica, dada a pr<strong>em</strong>issa básica deste tipo de <strong>turismo</strong>, a qual consiste <strong>em</strong> nãovisar o lucro <strong>em</strong> prol de viabilizar tal prática para aqueles que não possu<strong>em</strong> condiçõesfinanceiras de usufruír<strong>em</strong> do <strong>turismo</strong> convencional.2.3 - Os Grupos de Terceira Idade do SESC“O indivíduo é, por natureza, um ser gregário. Desde que nasce, vive <strong>em</strong>interação com outras <strong>pessoa</strong>s e durante seu desenvolvimento passa pordiferentes grupos: família, amigos, escola, trabalho.O velho, no decorrer davida, transitou por todos esses grupos, devendo ter todas as condiçõesinternas e a necess<strong>idade</strong> de se filiar a um grupo de <strong>pessoa</strong>s iguais a ele.”(Zimerman, 2000, p. 74)Um grupo social não consiste apenas na união de indivíduos, é preciso que sedesenvolva um determinado tipo de relacionamento que leve a formação de um vínculo entreos integrantes, os quais passarão a ter um sentimento de pertinência ao grupo.“Em todo grupo se produz uma força interna que regula a conduta dos seusm<strong>em</strong>bros e os faz comportar<strong>em</strong>-se de uma maneira peculiar, distinta docomportamento que assumiriam os m<strong>em</strong>bros individualmente ou <strong>em</strong>interação com outro grupo qualquer.” (Zimerman, 2000, p. 75)Nesta interação humana ocorre um processo de influência mútua através da troca depensamentos, sentimentos e reações, surgindo a partir daí experiências que irão determinarmudanças no comportamento de cada integrante, tanto no plano individual, quanto no planosocial. “É no grupo que o indivíduo reconhece valores e normas, tanto os seus como os dooutro, <strong>em</strong>bora diferente dos seus ou mesmo opostos” (Zimerman, 2000, p. 75).


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 33Exist<strong>em</strong> alguns fatores peculiares que dev<strong>em</strong> ser considerados na configuração de umgrupo de idosos.“À medida que os anos vão passando, as perdas de <strong>pessoa</strong>s aumentam e osgrupos exig<strong>em</strong> uma reestruturação. O que acontece com muitos velhos éque, por uma série de razões, eles acabam não refazendo seus contatos eficando s<strong>em</strong> seus grupos, sejam familiares, de trabalho, de lazer ou outros.Há uma grande necess<strong>idade</strong> de fazê-los participar de novos grupos e ajudálosa se enquadrar naqueles que mais satisfação vão lhes dar” (Zimerman,2000, p. 75)O grupo de convivência para idosos consiste <strong>em</strong> um modelo de grupo <strong>em</strong> expansão nasociedade cont<strong>em</strong>porânea por responder de uma maneira efetiva e imediata a uma dasquestões fundamentais do grupo etário <strong>em</strong> questão - o isolamento social.Os grupos de convivência para idosos surg<strong>em</strong> no intuito de estabelecer o equilíbriosocial do idoso, incentivar a sua participação na sociedade e retardar os efeitos negativos davelhice.Guedes (apud Souza, 2002, p. 07) destaca que“(...) nos grupos organizados de idosos, as <strong>pessoa</strong>s se sent<strong>em</strong> valorizadas,podendo renovar sua escala de valores e buscar novas formas de viver epensar, criando novas expectativas para sua vida. É comum encontraridosos que uma vez engajados nos grupos, assum<strong>em</strong> atitudes positivas <strong>em</strong>relação a vida, aceitando de forma sadia os processos de mudanças quevivenciam e que ocorr<strong>em</strong> muitas vezes de forma acelerada e atéconflitante.”O SESC foi o precursor na realização do trabalho social com idosos no Brasil ao atentarpara as mudanças no perfil da população no que concerne ao envelhecimento populacional. Aprimeira ação se deu na década de 1960, no Estado de São Paulo, onde foi criada uma rede desuporte social que objetivava a promoção de um envelhecimento saudável, através da criaçãode grupos de convivência e escolas abertas para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, promovendo-se assim váriasativ<strong>idade</strong>s que vieram a fortalecer a sociabil<strong>idade</strong> a fim de preservar a saúde, a melhoria daqual<strong>idade</strong> de vida, além de evitar o isolamento social do idoso. Tal medida tomou comoparâmetro a Ação Finalística desta ent<strong>idade</strong>, a qual prega que“(...) é necessário que sejam assimilados valores capazes de contribuir parao desenvolvimento de sentimentos de autonomia, iniciativa individual esolidariedade, estimulando o exercício da cidadania, o amor à liberdade e àd<strong>em</strong>ocracia como principais caminhos de busca de b<strong>em</strong>-estar individual ecoletivo.”


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 34Um fato importante a ser considerado é que o SESC influenciou diretamente naimplantação da Lei n. 8.842 de 04 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional doIdoso, constituindo-se como a primeira manifestação clara de decisão política com referênciaao atendimento a este segmento populacional.Corroborando o seu compromisso <strong>em</strong> contribuir para o b<strong>em</strong>-estar físico, psicológico esocial da população brasileira, o SESC passa a expandir o seu trabalho social com os idososnas d<strong>em</strong>ais Un<strong>idade</strong>s Operacionais do país.O desenvolvimento do trabalho com idosos no SESC de João Pessoa partiu da iniciativada coordenadora do trabalho social, Maria Cabral da Silva Souza, no ano de 1989, através deuma carta convite destinada aos freqüentadores do SESC Cabo Branco, esta carta chamava opúblico comerciário e seus dependentes a participar<strong>em</strong> de uma “Tarde de Recreio para aTerceira Idade” no intuito de promover a reintegração do idoso com o meio social.Hoje o SESC João Pessoa conta com dois grupos da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, um na Un<strong>idade</strong>Centro - Grupo Renascer - e outro na Un<strong>idade</strong> Cabo Branco - Grupo Alegria de Viver - osquais serão tomados como objetos de investigação na presente pesquisa.O programa do SESC João Pessoa voltado para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> visa enfocar o estímuloà convivência e a participação social do idoso através de práticas sociais integrativas. Nesteprograma são executadas ações que abrang<strong>em</strong> as áreas de expressões artísticas, artesanato,literatura, biblioteca, cin<strong>em</strong>a, vídeo, educação, recreação, filantropia, desenvolvimento físico,saúde e <strong>turismo</strong> social.2.3.1 - Grupo RenascerConcordando com as informações supracitadas, este grupo foi formado no ano de 1989,na Un<strong>idade</strong> Cabo Branco, sendo transferido posteriormente para a Un<strong>idade</strong> Centro.Segundo a coordenadora do grupo (Souza, 2002, p. 33) “o objetivo principal erapromover a reintegração do idoso com outros segmentos da clientela, abrindo espaços paranovas amizades e novos relacionamentos”.A princípio as reuniões eram realizadas quinzenalmente a fim de desenvolver ativ<strong>idade</strong>sde lazer com os participantes. Sua coordenadora afirma que“A programação de Gerontologia Social do SESC - PB é construída com aparticipação do Idoso. Dentro desta expectativa, no ato da inscrição ourenovação, aplicamos um questionário que é respondido por todos, o quepermite traçar o perfil do Grupo, e formar os Grupos T<strong>em</strong>áticos, dentro dogrande grupo de acordo com os interesses de cada um. A reunião do Grupoé quinzenal, e durante a s<strong>em</strong>ana, realizamos as Tardes de Convivência,onde são trabalhados os Grupos de Interesse.” (Souza, 2002, p. 34)


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 35De acordo com a coordenadora do grupo, <strong>em</strong> entrevista realizada no dia 09/maio/05, ameta inicial era formar um grupo com 350 participantes, porém esta meta foi extrapolada ehoje o grupo conta com 460 inscritos, não sendo possível mensurar quantos participamassiduamente das ativ<strong>idade</strong>s.“A maioria que se inscreve no grupo é objetivando o desconto de 50% nasativ<strong>idade</strong>s que é dado para qu<strong>em</strong> é inscrito, mas, mesmo não estandoinscrito no grupo, o idoso pode participar das ativ<strong>idade</strong>s oferecidas, comuma diferenciação no preço cobrado.” (Depoimento colhido na pesquisa decampo - informante 1)Dentre as ativ<strong>idade</strong>s e serviços disponibilizados pod<strong>em</strong>os citar:Estímulo mental‣ Oficinas de teatro‣ Oficinas de dança‣ Oficinas de Música/Coral‣ Expressões artísticasEducação para saúde‣ Exames periódicos (Serviço Médico de Saúde)‣ Ginástica‣ Hidroginástica‣ Yoga‣ Controle de P.A‣ Palestras Educativas‣ Campanhas de saúdeRecreação e Lazer‣ Excursões‣ Passeios‣ Tardes e Noites de Recreio‣ Serestas‣ Desfiles‣ Gincanas‣ Lual


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 36Educação informal‣ S<strong>em</strong>inários‣ Encontros‣ Foruns‣ Ass<strong>em</strong>bléias‣ Jornadas‣ ReuniõesAlgumas destas ativ<strong>idade</strong>s são oferecidas gratuitamente e <strong>em</strong> outras é cobrado uma taxade serviço correspondente a 50% da tabela de preços do SESC. Segundo Souza (2002, p. 37),“Esse mesmo desconto é concedido também nos Serviços de Odontologia,nos Restaurantes credenciados, no SESC Gravatá, e nas hospedagens nasColônias de Férias da Região Nordeste: Paraíba (grifo nosso),Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte eMaranhão.”Ressaltamos que nos serviços oferecidos pelo Departamento de Turismo Social doSESC, o idoso filiado ao grupo, pagará os valores das categorias de comerciário, conveniadoou usuário, dependendo do seu enquadramento nestas, s<strong>em</strong> nenhuma política de diferenciaçãode preços para aqueles integrantes inscritos no grupo <strong>em</strong> questão 1 . Quando se perguntou acoordenadora sobre a forma que o SESC fomenta a participação dos idosos filiados nasviagens turísticas, ela respondeu:“Não existe um estímulo. Estímulo é você dar algo <strong>em</strong> troca, favorecer, masisso não ocorre. O SESC t<strong>em</strong> outra visão, pois sua prior<strong>idade</strong> é ocomerciário, apesar do forte de sua d<strong>em</strong>anda ser o público idoso.”(Depoimento colhido na pesquisa de campo - informante 1)Um fato importante a ser destacado é que, compactuando com a política nacional doidoso, <strong>em</strong> seu artigo VII:a) Garantir ao Idoso a participação no processo de produção, reelaboraçãoe fluição dos bens culturais.(...)c) Incentivar os movimentos de idoso a desenvolver ativ<strong>idade</strong>s culturais.1Observação válida para quando o idoso quiser utilizar os serviços individualmente, por ex<strong>em</strong>plo, quando quiseruma hospedag<strong>em</strong> que não esteja enquadrada nas ativ<strong>idade</strong>s do grupo ou quando for adquirir um pacoteturístico de uma excursão que não seja exclusiva do grupo.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 37São realizadas oficinas gratuitas de reciclag<strong>em</strong>, pintura <strong>em</strong> tecido, artes <strong>em</strong> jornal, pontode cruz, arranjos e d<strong>em</strong>ais bricolagens, <strong>em</strong> que os artigos produzidos são expostos <strong>em</strong> feiraspromovidas pelo SESC, onde são vendidos por preços estipulados pelos próprios produtores,que ficam com o capital arrecadado.“O espaço onde funciona o Centro de Convivência, atende asrecomendações da Política Nacional do Idoso; o piso é antiderrapante, comrampas de acesso, corrimão, e a iluminação e ventilação são naturais.”(Souza, 2002, p. 38)2.3.2 - Grupo Alegria de ViverO SESC Cabo Branco deu início ao seu trabalho social com idosos <strong>em</strong> 01 de fevereirode 2001 por iniciativa da assistente social da ent<strong>idade</strong>, Maria Solange Mesquita Cabral, a qualobjetivava “formar um grupo de convivência para <strong>pessoa</strong>s aposentadas e idosas,contribuindo assim para a sua melhor qual<strong>idade</strong> de vida” (SESC-PB, 2001).De acordo com o projeto apresentado ao Departamento Regional do SESC a fim depropor a formação do grupo, os objetivos específicos consistiam <strong>em</strong>:‣ Criar um espaço voltado à sociabil<strong>idade</strong>, de agradável convivência;‣ Evitar o isolamento social;‣ Contribuir para o b<strong>em</strong>-estar dentro e fora do grupo;‣ Estimular o exercício da cidadania;‣ Resgatar a motivação pela vida;‣ Considerar as diferenças e necess<strong>idade</strong>s de cada participante, partindo doprincípio de que o hom<strong>em</strong> é sujeito e dono de suas vontades e que podeconstruir e reconstruir a sua história de forma consciente e crítica;‣ Proporcionar momentos de alegria, descontração e liberdade de expressão;‣ Ocupar o t<strong>em</strong>po livre dos integrantes e favorecer as relações entre eles,possibilitando o compartilhar de experiências comuns;‣ Melhorar a auto-estima através da realização de ativ<strong>idade</strong>s lúdicas eprazerosas;‣ Realizar dinâmicas de grupo, favorecendo o autoconhecimento, passeios,com<strong>em</strong>orações de aniversários, baile t<strong>em</strong>ático, seresta, lual, chá dançante, eoutras ativ<strong>idade</strong>s, de acordo com o interesse do grupo;‣ Promover ações de promoção de saúde, incentivo aos m<strong>em</strong>bros do grupoquanto a prevenção de doenças, através de palestras educativas;


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 38‣ Motivar a participação da família <strong>em</strong> programações especiais do grupo,visando uma harmonização;‣ Incentivar momentos de reflexão referente ao processo de envelhecimento;‣ Incentivar o relacionamento intergeracional, como forma de conhecimentomútuo;‣ Estimular a m<strong>em</strong>ória, atenção e raciocínio através de dinâmicas e jogos;‣ Incentivar a solidariedade no grupo e <strong>em</strong> outras instituições, através devisitas <strong>em</strong> asilos e orfanatos.A meta inicial era de formar um grupo com 50 <strong>pessoa</strong>s, hoje, apesar de existir<strong>em</strong> 90inscritos, há uma média de 50 participantes efetivos. As reuniões ocorr<strong>em</strong> nas quartas-feiras e,de acordo com a coordenadora, <strong>em</strong> entrevista concedida no dia 09/maio/05, apesar de ter umaprogramação formal elaborada, esta é s<strong>em</strong>pre adaptada de acordo com o interesse do grupo.“Todas as ativ<strong>idade</strong>s têm o objetivo de socialização, integração, formaçãoda cidadania e educação. Procuramos despertar a criativ<strong>idade</strong> e o prazer(...). Faço questão de não só estimular as ativ<strong>idade</strong>s de lazer, apesar de elesquerer<strong>em</strong> mais isto, gosto de inserir nas ativ<strong>idade</strong>s palestras educativas nosentido de promover a saúde e a consciência social.” (Depoimento colhidona pesquisa de campo - informante 2)O critério para ser integrante deste grupo consiste <strong>em</strong> apresentar a carteira decomerciário, ou cadastrar-se, caso não possua. Ao estar inscrito, o integrante terá os mesmosdireitos concedidos aos associados do Grupo Renascer.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 393. OS GRUPOS DE TERCEIRA IDADE DO SESCEM JOÃO PESSOA E O TURISMO: UM PERFIL ESTATÍSTICONeste tópico serão lançados os dados obtidos na pesquisa <strong>em</strong>pírica realizada a fim d<strong>em</strong>ensurar o efeito da ativ<strong>idade</strong> turística no conceito de qual<strong>idade</strong> de vida dos idososvinculados aos grupos da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> do SESC na c<strong>idade</strong> de João Pessoa.A coleta de dados se fez a partir das técnicas de observação <strong>em</strong>pírica, de aplicação dequestionários (contendo questões abertas, fechadas e mistas) e de entrevistas s<strong>em</strong>iestruturadas.Além deste material, foram pesquisados dados secundários junto ao SESC, queforam de fundamental importância para a compl<strong>em</strong>entação das informações necessárias.Tais dados serão tratados a partir das perspectivas quantitativa e qualitativa. Assim, opresente capítulo será composto por gráficos, tabelas e comentários que irão auxiliar nacaracterização do perfil de cada amostra pesquisada.Estas amostras foram selecionadas a partir de um sorteio aleatório <strong>em</strong> que se trabalhoucom aproximadamente 10% do universo de 460 inscritos do Grupo Renascer, e 50% douniverso de 50 participantes do Grupo Alegria de Viver. Considerando que o último grupo <strong>em</strong>questão constitui-se como um universo menor do que o primeiro, foi possível trabalhar comuma amostrag<strong>em</strong> b<strong>em</strong> mais significativa.O perfil dos sujeitos das amostras <strong>em</strong> questão será definido a partir de algumas variáveiscomo faixa etária, gênero, renda, grau de escolar<strong>idade</strong>, entre outros, os quais foramselecionados de acordo com os aspectos d<strong>em</strong>andados pelo referencial teórico a fim de s<strong>em</strong>ensurar <strong>em</strong>piricamente o grau de contribuição das ativ<strong>idade</strong>s turísticas para a qual<strong>idade</strong> devida destes universos observados.3.1 - SESC CentroGráfico 01: Distribuição por faixa etária20%7%4%69%De 50 a 59 anosDe 70 a 79 anosDe 60 a 69 anosDe 80 a 89 anosFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 40A configuração apresentada no gráfico 01 d<strong>em</strong>onstra que da amostra selecionada apenas4% encontra-se na faixa etária dos 50 - 59 anos, 69% estão enquadrados na faixa etária dos 60- 69 anos, seguidos de 20% na faixa etária dos 70 a 79 anos e 7% na faixa etária dos 80 - 89anos de <strong>idade</strong>.Somadas as porcentagens das faixas etárias acima de 60 anos de <strong>idade</strong>, correspondente a69% (60 - 69), 20% (70 - 79) e 7% (80 - 89), observa-se um total de 96% de sujeitos que seencontram inseridos na faixa etária acima de 60 anos, estabelecida pela ONU como limiteinicial da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>.Importante destacar a predominância da faixa etária de 60 a 69 anos (68,9%) e odecréscimo desta porcentag<strong>em</strong> a medida que a <strong>idade</strong> vai avançando. Tal fato pode seratribuído à aproximação da velhice patológica, à qual Neri se refere.Gráfico 02: Distribuição por Gênero2%98%MasculinoF<strong>em</strong>ininoFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Importante destacar, que a amostra analisada, no tocante a variável gênero, indica umaexpressiva participação do segmento f<strong>em</strong>inino <strong>em</strong> detrimento do masculino na composição dogrupo.Esta característica, inerente a maioria dos grupos de convivência para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>,pode ser atribuída ao maior número de mulheres na população idosa atual, b<strong>em</strong> como a outrosfatores determinados tanto pelo contexto social <strong>em</strong> que viveu a faixa etária <strong>em</strong> questão,quanto pelos modelos de grupos implantados para atender a este público.“Neste sentido, se poderia pensar <strong>em</strong> algumas direções: a mulher sent<strong>em</strong>ais necess<strong>idade</strong> de participar de eventos sociais e relacionar-se comoutras <strong>pessoa</strong>s, ou, as ativ<strong>idade</strong>s oferecidas nestes grupos são direcionadas,e assim mais atraentes para as mulheres; ou que os homens são maispreconceituosos e menos sociáveis que suas companheiras, ou ainda que asmulheres idosas, ao longo de suas vidas, ficaram s<strong>em</strong>pre restritas aoentorno doméstico e na <strong>idade</strong> madura, buscaram resgatar a participação


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 41social a que não tiveram direito por causa dos costumes e da imposição dasociedade, <strong>em</strong> sua juventude.” (Souza, 2002, p. 52)Gráfico 03: Distribuição porEstado Civil16%13%22%49%Casado(a) Solteiro(a) Viúvo(a) Outra SituaçãoFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).A predominância de viúvos(as) e solteiros(as) na amostra chama a atenção,principalmente pelo fato dos integrantes <strong>em</strong> quase sua total<strong>idade</strong> ser<strong>em</strong> mulheres. Istocorresponde a um indicador de que homens e mulheres vivenciam esta fase da vida de formasdiferentes, procurando espaços até mesmo incomuns. Fato este determinado pela ideologiasocial adquirida a partir das normas estabelecidas acerca dos papeis do hom<strong>em</strong> e da mulher nocontexto cultural da época <strong>em</strong> que este segmento vivenciou sua juventude.É difícil apontar as conseqüências desencadeadas pela perda de um cônjuge para estesegmento específico: vazio, solidão, medo, depressão, entre outras, o que repercutirá de umaforma dolorosa na vida de cada uma destas <strong>pessoa</strong>s, surgindo a partir de então a necess<strong>idade</strong>de ressignificar a própria existência através de alguma alternativa.Considerando o conteúdo subjetivo da pesquisa, quando se perguntou o motivo peloqual se procurou o grupo, 11,12% da amostra afirmou ter sido por causa da solidão decorrenteda morte do marido, s<strong>em</strong> falar que esse número aumenta para 55,56% quando consideramosapenas o fator solidão, o qual pode estar relacionado ao fato da perda do cônjuge.Gráfico 04: Distribuição por Renda11% 9%20%60%01 a 03 SM 04 A 06 SMAcima de 06 SMSEM RESPONDERFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 42Os dados indicam que a maioria dos sujeitos da amostra recebe renda mensal de 01 a 03salários mínimos, afirmando-se assim que parte significativa da amostra está situada na faixados assalariados, na qual encontra-se um contingente significativo da população brasileira. Éinteressante observar que aqueles que não responderam este it<strong>em</strong>, 09% da amostra, pod<strong>em</strong>estar enquadrados dentro daquela parcela da população desprovida de renda.Estes percentuais pod<strong>em</strong> ser tomados como indicativos das condições de vida destessujeitos, que estando nesta fase da vida, passam a ter despesas adicionais decorrentes dopróprio processo de envelhecimento, como aquelas destinadas à compra de medicamentos.Deste modo, a renda destes idosos tende a ser destinada as necess<strong>idade</strong>s mais básicas desobrevivência, com reduzidas chances de satisfazer outras necess<strong>idade</strong>s de níveis superiores.Gráfico 05: Distribuição por Nível deEscolar<strong>idade</strong>2%16%26%20%16%20%EFI EFC EMI EMC ESI ESCFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Considerando o contexto no qual esses indivíduos experimentaram o processoeducacional, pod<strong>em</strong>os dizer que os dados obtidos suger<strong>em</strong> um nível de escolarizaçãorelativamente bom na maioria da amostra estudado.O nível educacional consiste <strong>em</strong> um grande influenciador da d<strong>em</strong>anda para o lazer. Asoportun<strong>idade</strong>s de escolha passam a ser limitadas pelo próprio conhecimento do indivíduo epelas ocupações oferecidas, quanto ao tipo de lazer que ele deseja praticar. Os vários gostospara o lazer serão resultados das várias influências sociais do indivíduo, dentre as quais aeducacional detém um significativo peso. Porém, é difícil destacar o efeito isolado do níveleducacional do efeito causado por outras vantagens que a educação pode trazer, tais comouma renda mais elevada e uma melhor posição sócio-econômica.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 43Gráfico 06: Distribuição por CondiçãoDomiciliar9%4% 7%80%Própria alugada Cedida S<strong>em</strong> ResponderFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Os dados indicam que a maioria da amostra, representada por 80%, possui domicíliopróprio, fator este bastante positivo no que concerne ao conceito de qual<strong>idade</strong> de vida, poispara aqueles que possu<strong>em</strong> rendimentos mais baixos, uma possível despesa com aluguel passaa ser revertida para a satisfação de outras necess<strong>idade</strong>s.Gráfico 07: Distribuição por Situação deMoradia2%29%69%Mora Sozinho Mora com família Outra SituaçãoFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Um fator contraditório a ser observado é que, apesar de 69% da amostra afirmar qu<strong>em</strong>ora com familiares, no conteúdo subjetivo da pesquisa aproximadamente 60% desses idososafirmaram ter procurado o grupo por sentir<strong>em</strong> a necess<strong>idade</strong> de convivência com outras<strong>pessoa</strong>s, tendo <strong>em</strong> vista o estado de solidão <strong>em</strong> que se encontravam.A família caracteriza-se como o agente primário da socialização dentro da sociedade.As relações e as atitudes familiares para com os idosos irão afetar diretamente na função e nosignificado que as ativ<strong>idade</strong>s de lazer irão ter para eles, por meio das atitudes de ócio ouevasão.A interação do idoso com a família se faz extr<strong>em</strong>amente importante, no sentido <strong>em</strong> quecada m<strong>em</strong>bro da família valorize a sua presença.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 44Gráfico 08: Distribuição por Categoria7%11% 7%75%Comerciário Conveniado Usuário NDAFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Tal estatística se faz importante no sentido de trazer à tona um fator contraditório <strong>em</strong>relação ao tipo de mercado pretendido pelo SESC e a d<strong>em</strong>anda efetiva dos seus serviços.Apesar do SESC almejar o público comerciário, apenas 11% deste segmento utiliza osserviços oferecidos para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, enquanto que 75% da clientela consiste no públicousuário comum.Este fato precisa ser considerado pela ent<strong>idade</strong> no sentido de tomar providências quantoa adequação entre o mercado pretendido e a real d<strong>em</strong>anda, o que se faz sentir na própriapolítica de preços da ent<strong>idade</strong>, a qual desfavorece a maior porcentag<strong>em</strong> da clientela.Já que o SESC visa atender prioritariamente a categoria comerciária, faz-se necessárioum estudo de d<strong>em</strong>anda, para que se ofereçam produtos condizentes com as reais necess<strong>idade</strong>sdesta.Este contexto pode ser atribuído novamente à questão da configuração social <strong>em</strong> que seencontrava a clientela <strong>em</strong> questão, pois, deve-se considerar que o maior percentual do grupo éf<strong>em</strong>inino e que o mercado de trabalho <strong>em</strong> que estas <strong>pessoa</strong>s estavam inseridas na suajuventude era extr<strong>em</strong>amente limitado para elas. Porém a sociedade tende a evoluirdialeticamente e os idosos do futuro terão vivido uma outra configuração social que irápermitir várias mudanças no perfil desta clientela que o SESC busca atender, sendo maisprovável <strong>em</strong> um futuro próximo a existência de um maior número de idosos na categoria decomerciário. A partir deste ponto surge um outro questionamento no que se refere ao modelode grupo adotado pela ent<strong>idade</strong>, o qual terá que se adequar ao perfil da d<strong>em</strong>anda futura, que<strong>em</strong> nenhuma hipótese será igual ao da clientela que o SESC atende atualmente.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 45Gráfico 09: Distribuição por Condições deSaúde12%88%SimNãoFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Neste it<strong>em</strong> foi perguntado se o idoso possuía algum probl<strong>em</strong>a de saúde que viesse alimitar a prática das ativ<strong>idade</strong>s de lazer oferecidas pelo grupo, tendo como resultado umaresposta bastante positiva <strong>em</strong> que 88% da amostra declarou não ter probl<strong>em</strong>as limitantes,desta forma, estes idosos encontram-se enquadrados dentro dos parâmetros das velhicesnormal ou ótima referenciadas por Neri. Os probl<strong>em</strong>as mencionados pelos 12% quedeclararam ter limitações foram: probl<strong>em</strong>as de coluna, hipertensão, pressão e osteoporose.Vê-se portanto que não há idosos na amostrag<strong>em</strong> com probl<strong>em</strong>as de saúde graves.Gráfico 10: Distribuição por Preferênciade Ativ<strong>idade</strong>s9%13%13%21%44%Ativ<strong>idade</strong>s FísicasPasseiosReuniõesExpressões ArtísticasBricolag<strong>em</strong>Fonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).De acordo com os dados do gráfico, perceb<strong>em</strong>os que as ativ<strong>idade</strong>s preferidas sãoaquelas relacionadas aos exercícios físicos. A ativ<strong>idade</strong> mais citada neste it<strong>em</strong> pelosassociados foi a dança, tendo-se destaque também para a ginástica e a hidroginástica. Nasexpressões artísticas destacaram-se o canto coral, os espetáculos de dança e teatro, além dos


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 46movimentos folclóricos. Os passeios tiveram apenas 13% das citações, o que leva a deduzirque estes não estão enquadrados dentro das ativ<strong>idade</strong>s mais desenvolvidas pelo grupo 2 .Gráfico 11: Distribuição por Gostopelas Viagens4%96%Gosta de ViajarNão Gosta de ViajarFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Percebe-se pelos dados que praticamente todo o grupo gosta de viajar, apesar dasviagens não ter<strong>em</strong> sido citadas nenhuma vez no it<strong>em</strong> das ativ<strong>idade</strong>s preferidas.Interessante ressaltar que 24,44% da amostra declararam que as condições financeirasnão permit<strong>em</strong> que particip<strong>em</strong> das viagens tanto quanto gostariam, mas a maioria afirmouparticipar das viagens promovidas por gostar<strong>em</strong> e por se sentir<strong>em</strong> b<strong>em</strong>.Quando se perguntou sobre o que os idosos sentiam nas viagens, obtiv<strong>em</strong>os 100% derespostas positivas destacando-se os sentimentos de felic<strong>idade</strong>, b<strong>em</strong>-estar, paz, renovação eliberdade. Dentre as respostas obtidas faz-se interessante mencionar:“Sinto liberdade, pois realizo os sonhos que na juventude não podia.”Os idosos destacaram dentre as ativ<strong>idade</strong>s que mais gostam nas viagens: a companhiado grupo, conhecer novos lugares, observar a paisag<strong>em</strong>, conhecer outras culturas e o contatocom a natureza.Apesar de ter<strong>em</strong> tido poucas queixas quanto aos fatores desagradáveis, o fator destaqueconsistiu no cansaço provocado quando as viagens são longas.De acordo com a coordenadora do grupo, os próprios idosos que organizam as viagensque quer<strong>em</strong> realizar, s<strong>em</strong> recorrer ao Setor de Turismo Social do SESC.“A maioria das viagens não é promovida pelo Setor de Turismo Social, esim pelos próprios idosos, eles pesquisam o preço de tudo para deixar opacote o mais barato possível. O SESC trabalha com uma marg<strong>em</strong> de lucropequena, mas os idosos não pod<strong>em</strong> deixar nenhuma marg<strong>em</strong> de lucro.”(Depoimento colhido na pesquisa de campo - informante 1)2Ressaltamos que neste it<strong>em</strong> há uma quantificação de dados qualitativos.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 47Por um lado, este fato considera-se positivo porque os próprios idosos articulam todo oprocesso das viagens, dando-lhes assim a sensação de util<strong>idade</strong> mediante os critérios deresponsabil<strong>idade</strong> e compromisso; por outro, percebe-se que o modelo de Turismo Social doSESC de João Pessoa mostra-se inadequado para atender as reais necess<strong>idade</strong>s desta parcelade sua clientela.Gráfico 12: Distribuição pelaQual<strong>idade</strong> dos Serviços Turísticos18%31%44%7%Boa Regular Ótim a S<strong>em</strong> ResponderFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).A partir dos dados <strong>em</strong> questão, percebe-se que a maioria da amostra considerasatisfatória a qual<strong>idade</strong> dos serviços turísticos, o que pode ser atribuído ao fato do própriogrupo organizar a maioria das viagens promovidas.Segundo a coordenadora do grupo, no ano de 2004 foram realizadas 05 viagens: umapara Salvador/ Aracajú/ Maceió 3 , duas para Natal e duas para Caruaru.No ano de 2005 foram promovidas três viagens: uma para Caruaru, uma para Toritamae outra para Fortaleza.Quanto à escolha dos destinos, a coordenadora afirma que há uma pesquisa de interessejunto aos idosos para que eles possam escolher aqueles que mais lhes agradar.Os destinos mais freqüentados consist<strong>em</strong> <strong>em</strong> Salvador, Caruaru e Fortaleza. De acordocom a coordenadora, o interior da Paraíba é utilizado na programação das viagens, além deser<strong>em</strong> promovidos passeios mais curtos para aqueles que não pod<strong>em</strong> ir a destinos mais longos,seja por limitações fisiológicas ou financeiras.Muitas <strong>pessoa</strong>s não possu<strong>em</strong> condições financeiras para ir<strong>em</strong> à viagens mais distantes,mas, desde que se tenha um cotidiano agradável, este fato não impedirá destas <strong>pessoa</strong>sestar<strong>em</strong> descobrindo várias formas agradáveis de usufruir do ambiente que está ao seu3A viag<strong>em</strong> Salvador/ Aracajú/ Maceió foi a única que foi organizada pelo Setor de Turismo Social do SESC.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 48alcance: conhecendo a própria c<strong>idade</strong> (parques, museus, monumentos históricos, etc.),visitando c<strong>idade</strong>s vizinhas, participando de jogos com amigos ou familiares, etc.Um fator interessante é que “o grupo s<strong>em</strong>pre busca facilitar a participação nospasseios para aqueles que possu<strong>em</strong> maiores limitações financeiras, através da venda de rifas,bingos, camisas, etc.” (Depoimento colhido na pesquisa de campo - informante 1).Ao se perguntar sobre possíveis restrições quanto a participação dos idosos nas viagens,foi respondido:“Isso é relativo, pois as vezes agente acha que o idoso t<strong>em</strong> uma limitação,mas quando ele viaja não apresenta dificuldades, perceb<strong>em</strong>os que ele ficamais limitado quando está próximo à família. Nós favorec<strong>em</strong>os a autonomiado idoso, não alimentando a idéia de que eles possu<strong>em</strong> limitações que osimpeçam de viver normalmente. Buscamos focalizar o idoso como uma<strong>pessoa</strong> normal.” (Depoimento colhido na pesquisa de campo - informante1)Quanto aos cuidados especiais destinados aos idosos durante a viag<strong>em</strong>.“Geralmente pedimos para que eles tragam uma avaliação médica, paraque possamos viajar com maior segurança. Levamos a ficha de cada um euma caixinha de medicamentos que possa atender todo o grupo.L<strong>em</strong>bramos s<strong>em</strong>pre para eles dos medicamentos de uso continuado epedimos o contato da família, para um caso de <strong>em</strong>ergência”. (Depoimentocolhido na pesquisa de campo - informante 1)3.2. - SESC Cabo BrancoGráfico 13: Distribuição por FaixaEtária8%8%44%40%De 50 a 59 anosDe 70 a 79 aosDe 60 a 69 anosDe 80 a 89 anosFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).É interessante destacar que a faixa etária mais significativa do grupo Alegria de Viverestá compreendida entre 70 a 79 anos de <strong>idade</strong>, correspondendo a 44% da amostra, e que tantoa fase que antecede a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> propriamente dita, faixa de 50 a 59 anos, quanto a fasecaracterizada como a quarta <strong>idade</strong>, após os 80 anos, apresentam um percentual de 08% da


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 49amostra cada, somando-se uma porcentag<strong>em</strong> de 84% daqueles indivíduos enquadrados nafaixa de 60 a 79 anos de <strong>idade</strong>, auge da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>.Gráfico 14: Distribuição por Gênero8%92%MasculinoF<strong>em</strong>ininoFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Concordando com as mesmas características da maioria dos grupos de convivência paraa <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, percebe-se uma predominância quase que total do gênero f<strong>em</strong>inino.Gráfico 15: Distribuição por EstadoCivil20%24%8%48%Casado(a)Viúvo(a)Solteiro(a)Outra SituaçãoFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Comparando-se com os dados do Grupo Renascer perceb<strong>em</strong>os que a parcela de idososviúvos é praticamente a mesma, ocorrendo um aumento de 11% na parcela de idosos casadose um decréscimo de 14% na parcela de idosos solteiros.Subtende-se que os 20% que declararam estar <strong>em</strong> outra situação poderão estar dealguma forma relacionadas com alguém. Então, teoricamente, há neste grupo um percentualde 44% de idosos com algum companheiro afetivo.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 50Gráfico 16: Distribuição por Renda24%4%44%28%01 a 03 SM 04 a 06 SMAcima de 06 SMS<strong>em</strong> ResponderFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Percebe-se que o Grupo Alegria de Viver t<strong>em</strong> um nível de renda significativament<strong>em</strong>elhor do que o Grupo Renascer, o que pode ser explicado pelo fato do SESC Cabo Brancoestar localizado <strong>em</strong> uma área nobre da c<strong>idade</strong>, atraindo-se assim uma clientela com melhorpoder aquisitivo. A partir desta constatação, deduzimos que os integrantes deste grupo tenhammaiores facil<strong>idade</strong>s para realizar<strong>em</strong> viagens. Porém, ainda é significativa a parcela de idososque ganha até três salários mínimos, correspondendo a 44% da amostra.Gráfico 17: Distribuição por Nível deEscolar<strong>idade</strong>16%4%4% 16%16%20%24%SEF EFI EFC EM I EM C ESI ESCFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Verificamos que não há uma homogeneização quanto ao grau de instrução, mostrandoseque este critério não foi determinante para a composição do grupo. Assim, conviv<strong>em</strong> nest<strong>em</strong>eio <strong>pessoa</strong>s com os mais variados níveis de escolarização.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 51Gráfico 18: Distribuição porCondição Domiciliar20%4%76%Própria Alugada S<strong>em</strong> ResponderFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Interessante observar que na porcentag<strong>em</strong> dos idosos que moram <strong>em</strong> domicílio alugadoneste grupo há um aumento de 11% <strong>em</strong> relação ao grupo do SESC Centro, mesmoconsiderando que a renda do grupo <strong>em</strong> análise seja mais elevada.Gráfico 19: Distribuição por Situaçãode Moradia8%36%56%Mora SozinhoOutra SituaçãoMora com FamíliaFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Da mesma forma que ocorreu na amostrag<strong>em</strong> do Grupo Renascer, apesar de 56% destaamostra afirmar que mora com a família, 60% destes idosos alegaram ter procurado o grupopor necess<strong>idade</strong> de convivência com as <strong>pessoa</strong>s ou por estar<strong>em</strong> procurando uma fuga contra asolidão.Esta constatação só v<strong>em</strong> a comprovar a deficiência que a sociedade está passando comrespeito as relações sociais no seio familiar, principalmente no que se refere a valorização doidoso. Esta situação pode ser explicada através da análise do ambiente social <strong>em</strong> que estesidosos estão inseridos, pois seus descendentes segu<strong>em</strong> o ritmo do contexto capitalista,enquanto que eles pod<strong>em</strong> estar deslocados justamente por representar<strong>em</strong> uma geração detransição social.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 52Gráfico 20: Distribuição por Categoria4%8%88%Comerciário Usuário N.D.AFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Mais uma vez é comprovado que a predominância da clientela deste tipo de serviçooferecido pelo SESC é da categoria usuário comum.Gráfico 21: Distribuição por Condição deSaúde4%36%60%Sim Não S<strong>em</strong> ResponderFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Perguntando-se ao idoso sobre a existência de algum probl<strong>em</strong>a de saúde limitantequanto às práticas de lazer oferecidas pelo grupo, obtiv<strong>em</strong>os novamente dados positivos, pois,apesar deste grupo apresentar um percentual mais elevado de idosos com algum probl<strong>em</strong>a desaúde do que o Grupo Renascer, os probl<strong>em</strong>as mencionados não se caracterizam como graves,a saber: visão, reumatismo, coração, diabetes, osteoporose e varizes.Gráfico 22: Distribuição porPreferência de Ativ<strong>idade</strong>s6% 9%15%46%24%Passeio e ViagensFestas e DançaPalestrasDinâmicas de GrupoReuniõesFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 53Diferent<strong>em</strong>ente do que ocorreu na amostra do primeiro grupo analisado, este citou comoativ<strong>idade</strong>s preferidas os passeios e as viagens, o que leva a considerarmos que estas ativ<strong>idade</strong>ssão praticadas com maior freqüência neste grupo 4 .Faz-se importante analisar comparativamente os dois grupos <strong>em</strong> estudo, pois poder<strong>em</strong>osverificar que quanto a este it<strong>em</strong> não ter<strong>em</strong>os muita s<strong>em</strong>elhança.Enquanto que no primeiro grupo ocorreu uma preferência pelas ativ<strong>idade</strong>s físicas, nãotendo nenhuma citação quanto a preferência por viagens e sendo mencionados <strong>em</strong> apenas13% os passeios; no presente grupo as viagens juntamente com os passeios corresponderam a46% das citações.Gráfico 23: Distribuição por Gosto pelasViagens100%Gosta de ViajarFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).Percebe-se pelo exposto que 100% dos integrantes deste grupo gostam de viajar,confirmando-se assim os dados do gráfico 22. Do total da amostra apenas 12% afirmaram nãoparticipar das viagens e, se considerarmos apenas aqueles que alegaram probl<strong>em</strong>asfinanceiros, este número cai para 08%; considerando os que afirmaram ser limitados a viajarpor probl<strong>em</strong>as de saúde, t<strong>em</strong>os um percentual de 04%.Quanto ao que os idosos sent<strong>em</strong> nas viagens, 100% respondeu positivamente,destacando-se os sentimentos de felic<strong>idade</strong>, b<strong>em</strong>-estar, liberdade e alívio dos probl<strong>em</strong>ascotidianos, quanto a este ultimo poder<strong>em</strong>os citar:“Alegria e alívio de muitos probl<strong>em</strong>as que t<strong>em</strong>os no dia-a-dia”Em relação ao que os idosos mais gostam nas viagens, muitos afirmaram gostar de tudo,destacando-se: a oportun<strong>idade</strong> de conhecer novos lugares, as brincadeiras realizadas e aconvivência com o grupo. Em relação ao que eles menos gostam, t<strong>em</strong>os: a distância, o ônibuse a volta para casa.4Ressaltamos que neste it<strong>em</strong> há uma tentativa de quantificar dados qualitativos.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 54Gráfico 24: Distribuição pelaQual<strong>idade</strong> dos Serviços Turísticos24%20%56%Boa Regular ÓtimaFonte: Pesquisa de Campo (abr. 2005).De acordo com o gráfico, há uma satisfação de 80% com os serviços turísticosoferecidos, mesmo considerando que poucas viagens foram disponibilizadas exclusivamentepara o grupo no ano de 2004 e 2005.De acordo com a coordenadora, no ano de 2004 apenas uma viag<strong>em</strong> interestadual foirealizada exclusivamente para o grupo, tendo como destino a c<strong>idade</strong> de Natal, porém váriospasseios de um dia foram realizados para o próprio município de João Pessoa, principalmentepara os litorais Norte e Sul.Em 2005 ocorreu uma viag<strong>em</strong> para a Ilha de Itamaracá 5 e estão sendo organizadas juntoao Setor de Turismo Social uma para Garanhuns e outra para Natal, previstas para o segundos<strong>em</strong>estre.Ao cruzarmos os dados dos questionários aplicados com os idosos aos da entrevista coma coordenadora, verificamos uma contradição: apesar das viagens estar<strong>em</strong> enquadradas dentrodas ativ<strong>idade</strong>s preferidas, ocorreu apenas uma viag<strong>em</strong> interestadual exclusiva do grupo no anode 2004. Comparando-se novamente ao primeiro grupo analisado, apesar das viagens nãoestar<strong>em</strong> inseridas dentro das citações das ativ<strong>idade</strong>s preferidas, o primeiro grupo viajou quatrovezes mais do que este no ano de 2004.Este fato pode ser explicado quando consideramos que a sede do grupo Alegria de viverestá localizada no mesmo local do Setor de Turismo Social do SESC, e que muitos destesidosos viajam pelas programações oferecidas para o público <strong>em</strong> geral.Quando as viagens são programadas apenas para o grupo, a coordenadora afirma quesão os idosos que decid<strong>em</strong> a escolha dos destinos através de uma pesquisa de interesses,ocorrendo a c<strong>idade</strong> de Natal como destino interestadual preferido.Quando se perguntou à coordenadora se o interior da Paraíba é utilizado como roteiropara as viagens, obtiv<strong>em</strong>os a seguinte resposta:


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 55“Ainda não, mas pretend<strong>em</strong>os fazer, pois tenho consciência de que t<strong>em</strong>osque valorizar o que é nosso, mas faço questão de organizar passeios para anossa c<strong>idade</strong>.” (Depoimento colhido na pesquisa de campo - informante 2)3.3 - Turismo Emissivo do SESCVisando qualificar a mão-de-obra para garantir a qual<strong>idade</strong> dos produtos e serviçosoferecidos na Colônia de Férias do SESC na c<strong>idade</strong> de João Pessoa, as ent<strong>idade</strong>s SESC eSENAC uniram esforços para formar o Centro de Formação <strong>em</strong> Turismo e Hotelaria SESC/SENAC (CFTUH). A estrutura organizacional desta Un<strong>idade</strong> é formada por representantes doSESC e do SENAC, estando a Gerência da <strong>em</strong>presa sob a responsabil<strong>idade</strong> do SESC, e a áreaoperacional sob a responsabil<strong>idade</strong> do SENAC.Nesta Un<strong>idade</strong> funciona o Setor de Turismo Social do SESC, que realiza a programaçãoanual de excursões, reservas para o meio de hospedag<strong>em</strong> (o próprio CFTUH), além de fazersolicitação de reservas para outros meios de hospedag<strong>em</strong> da própria ent<strong>idade</strong>, <strong>em</strong> outrasregiões do País, por solicitação de seus clientes locais.Enfocar<strong>em</strong>os, aqui, o Setor de Turismo Social do SESC no que se refere às excursõespromovidas pela programação do Turismo Emissivo.Na elaboração dos pacotes turísticos o SESC faz uso de sua rede extra-hoteleira, a qualé detentora de um alto padrão de qual<strong>idade</strong>, comportando 38 meios de hospedag<strong>em</strong>, comcerca de 14.000 leitos, <strong>em</strong> 20 estados do território nacional. Caso o destino escolhido para aexcursão não possua meio de hospedag<strong>em</strong> próprio do SESC, busca-se para o atendimentodeste serviço aqueles que tenham vínculos com a ent<strong>idade</strong> através de convênios.Os destinos mais utilizados para a programação anual das excursões <strong>em</strong> João Pessoa sãoaqueles localizados dentro do perímetro do Nordeste brasileiro, destacando-se as c<strong>idade</strong>s deFortaleza (CE), Garanhuns, no interior de Pernambuco, Maceió (AL), Natal (RN) e Salvador(BA).Como o SESC prioriza atender à clientela comerciária, os valores de seus serviços sãodiferenciados de acordo com as categorias de Comerciário/ Dependente, Conveniado ouUsuário. Para ser considerado como Comerciário, o indivíduo deve trabalhar <strong>em</strong> <strong>em</strong>presasque se associam diretamente ao SESC; a categoria de Conveniado é para aqueles quetrabalham <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas que, mesmo não tendo um vínculo direto com o SESC estabelec<strong>em</strong>5Organizada pela própria coordenadora do grupo, s<strong>em</strong> nenhum vínculo ao Setor de Turismo Social do SESC.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 56algum tipo de convênio com esta ent<strong>idade</strong>; e a categoria Usuário é atribuída para aqueles quenão trabalham <strong>em</strong> <strong>em</strong>presas vinculadas de forma alguma ao SESC.Tendo <strong>em</strong> vista que uma considerável parcela da d<strong>em</strong>anda efetiva e potencial deTurismo Emissivo desta ent<strong>idade</strong> corresponde aos idosos do grupo da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> do SESC,atinamos para a necess<strong>idade</strong> de uma análise estatística acerca das excursões promovidas peloSetor de Turismo Social. Assim, esta análise foi feita através da comparação entre as trêsprimeiras viagens promovidas no ano de 2005 e as viagens correspondentes a estas ocorridasno ano de 2004, tendo como destinos escolhidos para a análise: Garanhuns/Nova Jerusalém(PE), Salvador (BA) e Maceió (AL). Além destes, utilizar<strong>em</strong>os o destino de Natal (RN), porter sido utilizado para excursões voltadas exclusivamente para o Grupo Alegria de Viver.Observando a faixa etária da clientela do Turismo Emissivo do SESC no ano de 2004obtiv<strong>em</strong>os os seguintes dados:TABELA 01: DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA DA DEMANDATURISMO EMISSIVO 2004:FAIXA ETÁRIA DA DEMANDAPORCENTAGEM(%)De 00 a menos de 12 anos 5,2De 12 a menos de 18 anos 3,8De 18 a menos de 25 anos 4,5De 25 a menos de 40 anos 15,83De 40 a menos de 55 anos 23,16Mais de 55 anos 47,51Fonte: Relatório Anual do STS do SESC - 2004Comprova-se a partir destes dados que praticamente 50% da d<strong>em</strong>anda pelas excursõesno ano de 2004 consistiram no público da faixa etária acima de 55 anos de <strong>idade</strong>.TABELA 02: VALORES - GARANHUNS/NOVA JERUSALÉM (PE) (2004/2005)CATEGORIA 02 a 04 / abr./ 2004 18 a 20/ mar./ 2005Comerciário/Dependente R$ 165,00 R$ 210,00Conveniado R$ 170,00 R$ 220,00Usuário R$ 180,00 R$ 230,00Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 57TABELA 03: DISTRIBUIÇÃO DA DEMANDAGARANHUNS/NOVA JERUSALÉM (PE) (2004/2005)CATEGORIA 02 a 04 / abr./ 2004 18 a 20/ mar./ 2005De 00 a menos de 12 anos 07 06De 12 a menos de 18 anos 00 00De 18 a menos de 25 anos 04 00De 25 a menos de 40 anos 07 14De 40 a menos de 55 anos 24 11Mais de 55 anos 58 69Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005Perceb<strong>em</strong>os a partir dos dados da tabela 03 que 58% da d<strong>em</strong>anda para a excursão deGaranhuns/Nova Jerusalém/PE no ano de 2004 correspondeu ao público acima de 55 anos eno ano de 2005 esta porcentag<strong>em</strong> elevou-se para 69%, a partir de observações <strong>em</strong>píricas,sabe-se que tais porcentagens correspond<strong>em</strong> majoritariamente ao público de idososvinculados aos grupos da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> do SESC. Considerando os dados dos gráficos 08 e20, comprovamos que a maioria destes idosos que participaram destas viagens provavelmenteestão enquadrados na categoria de Usuários 6 .TABELA 04: VALORES - SALVADOR (BA) (2004/2005)CATEGORIA 21 a 25 / abr./ 2004 24 a 27/ mar./ 2005Comerciário/Dependente R$ 300,00 R$ 280,00Conveniado R$ 320,00 R$ 360,00Usuário R$ 340,00 R$ 460,00Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005Ressaltamos aqui que a partir da viag<strong>em</strong> Salvador (24 a 27/mar/ 2005) foi determinadopela presidência do SESC-PB que aumentasse a diferença entre os valores das categorias nosentido de favorecer o público comerciário.6Tal excursão atrai bastante o público idoso <strong>em</strong> virtude de ser realizada na época <strong>em</strong> que ocorre o evento“Paixão de Cristo” <strong>em</strong> Nova Jerusalém (PE).


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 58Comparando os dados obtidos na presente pesquisa com a atitude da presidência doSESC-PB, corroboramos novamente a necess<strong>idade</strong> de um estudo de d<strong>em</strong>anda da ent<strong>idade</strong> <strong>em</strong>questão no sentido de adequar sua política de marketing para o público almejado, s<strong>em</strong> abrirmão da real clientela, até porque, está <strong>em</strong> jogo o objetivo declarado pela ent<strong>idade</strong> depromover ações <strong>em</strong> prol do b<strong>em</strong>-estar do público da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>, o qual, como já foi dito,<strong>em</strong> sua maioria pertence a categoria de usuário.TABELA 05: DISTRIBUIÇÃO DA DEMANDA - SALVADOR (BA) (2004/2005)CATEGORIA 02 a 04 / abr./ 2004 18 a 20/ mar./ 2005De 00 a menos de 12 anos 00 00De 12 a menos de 18 anos 09 12De 18 a menos de 25 anos 13 00De 25 a menos de 40 anos 31 21De 40 a menos de 55 anos 28 29Mais de 55 anos 19 38Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005Interessante observar que nesta excursão as porcentagens se equilibram, sendodiminuída significativamente a faixa etária acima de 55 anos <strong>em</strong> relação às viagens da tabela03. Tomando os dados dos questionários aplicados, poder<strong>em</strong>os justificar este fato através dasdeclarações dos idosos acerca das viagens para destinos distantes, as quais causam cansaço eincômodos provocados pelos ônibus.Deduzimos assim que as viagens mais curtas são mais atraentes para o público da<strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> por ser<strong>em</strong> menos cansativas.Outro ponto que merece observação é que, mesmo tendo uma diferença considerável novalor da excursão Salvador para usuários entre os anos de 2004 e 2005, a porcentag<strong>em</strong> daclientela com mais de 55 anos duplicou no ano de 2005.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 59TABELA 06: VALORES - MACEIÓ (AL) (2004/2005)CATEGORIA 30 / abr. a 02/ mai. 2004 21 a 24/ abr./ 2005Comerciário/Dependente R$ 125,00 R$ 220,00Conveniado R$ 130,00 R$ 280,00Usuário R$ 140,00 R$ 300,00Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005TABELA 07: DISTRIBUIÇÃO DA DEMANDA - MACEIÓ (AL) (2004/2005)CATEGORIA30 / abr. a 02/ mai. 2004%21 a 24/ abr./ 2005%De 00 a menos de 12 anos 07 00De 12 a menos de 18 anos 02 00De 18 a menos de 25 anos 04 03De 25 a menos de 40 anos 20 15De 40 a menos de 55 anos 22 41Mais de 55 anos 45 41Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005Comparando as excursões <strong>em</strong> estudo, evidencia-se que, quanto mais próximo o destinoda c<strong>idade</strong> de João Pessoa/PB, maior fica a participação do público acima de 55 anos.Nestas excursões da tabela 07 o público acima de 55 anos passa a representarnovamente a maior porcentag<strong>em</strong> da d<strong>em</strong>anda, com uma pequena queda no ano de 2005.TABELA 08: VALORES - NATAL (RN) (2004/2005)EXCURSÃO PARA A TERCEIRA IDADECATEGORIA 20 a 21/ mar./ 2004 09 a 11/ set./ 2005Comerciário/Dependente R$ 70,00 R$ 110,00Conveniado R$ 75,00 R$ 130,00Usuário R$ 80,00 R$ 150,00Fonte: Arquivo SESC - 2004/ 2005


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 60Salientamos que a excursão do ano de 2004 corresponde a apenas 01 dia, enquanto quea excursão de 2005 corresponde a 02 dias.Verificamos que no ano de 2004 a diferença entre os valores das categorias decomerciário e usuário era de aproximadamente 14%, enquanto que essa diferença no ano de2005 representa aproximadamente 36,5%.TABELA 09: CATEGORIA DA CLIENTELA - NATAL (RN) (2004)EXCURSÃO PARA A TERCEIRA IDADECATEGORIA% DA CLIENTELAComerciário/Dependente 27Conveniado 07Usuário 66Fonte: Arquivo SESC - 2004Observando os dados das tabelas 08 e 09 fica claro que não há nenhuma política depreço que venha a facilitar, para os idosos da categoria usuário, a participação nas viagenselaboradas exclusivamente para os grupos de convivência do SESC.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 614. CONSIDERAÇÕES FINAISSegundo Jéssika França, “O <strong>turismo</strong> vinculado à inclusão social é um t<strong>em</strong>a poucoexplorado, sobretudo se estiver voltado para a inclusão da <strong>pessoa</strong> idosa” (França, 2005). Talfato se deve ao aspecto mercantilista <strong>em</strong> que a ativ<strong>idade</strong> turística está inserida desde o seusurgimento, precisando ser repensado pelas instituições sociais afins, no intuito de priorizar oser humano sobre o aspecto econômico, passando este a ser visto como uma conseqüência dob<strong>em</strong> estar social.Sabe-se que recursos financeiros elevados facilitam a prática turística, ao mesmo t<strong>em</strong>poum contingente considerável de <strong>pessoa</strong>s no Brasil esbarra <strong>em</strong> limitações financeiras que vêma impedir sua participação <strong>em</strong> programações turísticas.Diante de tal probl<strong>em</strong>ática surge a proposta de <strong>turismo</strong> socializado, entendendo-se poreste “aquele que é fomentado com o objetivo de facilitar o <strong>turismo</strong> interno das classes menosfavorecidas economicamente” (Beni, 2001, p. 421).A Política Nacional do Turismo t<strong>em</strong> como uma das suas metas o processo ded<strong>em</strong>ocratização do <strong>turismo</strong>. Porém, a concretização deste objetivo esbarra na configuraçãosocial brasileira que, dentre outros probl<strong>em</strong>as, apresenta a concentração de renda como umdos fatores limitantes mais fortes, restringindo o acesso à prática do <strong>turismo</strong> para umapequena parcela da população que detém as condições materiais.A relação social cont<strong>em</strong>porânea imposta pelo neoliberalismo v<strong>em</strong> agravando ainstabil<strong>idade</strong> estrutural dos países que possu<strong>em</strong> organizações sociais frágeis, tais como oBrasil, pois as mudanças institucionais e políticas não condiz<strong>em</strong> com a evoluçãosocioeconômica. Conviv<strong>em</strong>os com graves violações aos direitos humanos, tanto no plano dosdireitos civis e políticos quanto nos direitos econômicos, sociais e culturais, limitando-seassim as possibil<strong>idade</strong>s do cidadão conquistar efetivamente o acesso aos direitos sociais maisbásicos para garantir um grau satisfatório de qual<strong>idade</strong> de vida.Diante desta conjuntura atual, permeada pelos princípios neoliberais e regida pelosist<strong>em</strong>a capitalista, percebe-se o enfraquecimento das relações entre os seres humanos na vidacotidiana, tendo <strong>em</strong> vista as radicais transformações sociais, econômicas e ideológicas quevêm provocando uma mudança de valores nas relações sociais.As relações sociais da atual<strong>idade</strong> estão sendo marcadas por vários conflitos de classe,sexo, geração, etc., os quais vão evoluindo de acordo com o avanço da sociedade“Produz<strong>em</strong>-se mutações sociais e culturais que mudam profundamente nãosó o conteúdo das relações sociais, mas ainda a relação entre as obrigações


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 62e as escolhas, os deveres sociais e os direitos individuais, os sist<strong>em</strong>as devalores individuais e os sist<strong>em</strong>as de valores coletivos.” (Dumazedier, 1979,p. 32)Tais mutações influenciam diretamente na significação do lazer e suas relações com aprática da cidadania.“Na nossa sociedade, os valores do “ter” suplantaram os valores do ‘ser’:posse, propriedade, fortuna, consumo e egoísmo vêm antes de comun<strong>idade</strong>,tolerância, moderação, busca de um sentido, modéstia e honest<strong>idade</strong>.”(Krippendorf, 1989, p. 29)A procura pelo desenvolvimento econômico se transformou numa preocupaçãodominante <strong>em</strong> todo o mundo. O desenvolvimento passou a ser associado diretamente aocrescimento econômico, ignorando-se implicações sociais importantes que reflet<strong>em</strong>diretamente na qual<strong>idade</strong> de vida da sociedade.É preciso considerar que a real<strong>idade</strong> humana é multidimensional, não podendo serreduzida simplesmente aos valores econômicos. O momento exige que a sociedade adotealternativas mais holísticas que venham a mitigar os probl<strong>em</strong>as sociais provenientes doequívoco de ter-se considerado o desenvolvimento como uma questão meramente econômica.“A dificuldade de expansão do <strong>turismo</strong> interno por forças de questõesestruturais somada a incapac<strong>idade</strong> histórica das políticas de <strong>turismo</strong> depromover o chamado <strong>turismo</strong> social no país são os principais pilares sobreos quais se apóiam as ações governamentais no sentido de favorecer ainternacionalização de fluxos e de <strong>em</strong>preendimentos turísticos no Brasil.Tais ações acabam por perpetuar o modelo segregador do <strong>turismo</strong>brasileiro, tanto do ponto de vista social como espacial, conforme denotamos inúmeros <strong>em</strong>preendimentos incentivados pelo poder público federalespalhados por algumas porções do território nacional.” (Cruz, 2000, p.10)Considerando a necess<strong>idade</strong> da d<strong>em</strong>ocratização do acesso ao <strong>turismo</strong> como um direitosocial, a sociedade brasileira deve buscar um tipo de <strong>turismo</strong> que não seja passivo ao processode <strong>turismo</strong> massificado no sentido da especulação financeira, mas sim que estabeleça umaharmonia na sociedade, considerando o contexto econômico, ou seja, fazendo com que estesubsist<strong>em</strong>a passe a se colocar a serviço da sociedade, e não o contrário.Para viabilizar o <strong>turismo</strong> social no Brasil faz-se necessário desenvolver açõescoordenadas sob a forma de parcerias entre os órgãos públicos <strong>em</strong> nível estadual e federal, ainiciativa privada, os sindicatos, as associações culturais, as ONG’s e d<strong>em</strong>ais instituiçõesafins, porém, dado o interesse econômico das forças de mercado na sociedade neoliberal,surge uma barreira a tais ações ao se colocar <strong>em</strong> questão os interesses mensurados <strong>em</strong> cifras.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 63Em âmbito nacional, o SESC consiste na ent<strong>idade</strong> representativa da promoção do<strong>turismo</strong> social, porém, o modelo adotado por tal instituição ainda não consegue atingir de fatoa população de “baixa renda” do território brasileiro, tendo <strong>em</strong> vista o contexto socialpermeado pelo alto índice de des<strong>em</strong>prego e sub<strong>em</strong>prego.É imperativo o potencial da rede SESC no que se refere aos equipamentos de lazer e<strong>turismo</strong> instalados <strong>em</strong> todo o território nacional, entretanto, faz-se necessário questionarmosaté que ponto a população de “menor poder aquisitivo” consegue usufruir destesequipamentos, sobretudo aqueles que estão enquadrados na categoria de Usuário por nãoestar<strong>em</strong> <strong>em</strong>pregados ou ser<strong>em</strong> sub<strong>em</strong>pregados.Ao estudarmos o trabalho desenvolvido pelo SESC na c<strong>idade</strong> de João Pessoa,especialmente no que se refere à promoção do <strong>turismo</strong> social para a <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>,verificamos que, além de não conseguir atingir com eficácia a clientela pretendida - acategoria Comerciária - não há um fomento ao acesso às viagens turísticas para a sua reald<strong>em</strong>anda, que consiste nos idosos da categoria de Usuário vinculados aos grupos deconvivência da própria ent<strong>idade</strong>.Percebe-se a partir do exposto que não há uma intercomunicação entre a cúpulaorganizacional do SESC de João Pessoa e os setores de <strong>turismo</strong> e serviço social, no sentido deperceber a Política Social da ent<strong>idade</strong> e a real d<strong>em</strong>anda pelo <strong>turismo</strong> <strong>em</strong>issivo, impedindo-seassim que sejam estabelecidas ações condizentes com a real<strong>idade</strong>. T<strong>em</strong>-se como conseqüênciaque os grupos de convivência do SESC passam a organizar viagens independentes do setor de<strong>turismo</strong> social por não conseguir<strong>em</strong> ter acesso ao modelo de <strong>turismo</strong> implantado por estaent<strong>idade</strong>.Quanto aos dois grupos analisados, perceb<strong>em</strong>os que as viagens estão mais acessíveispara os integrantes do grupo Alegria de Viver, os quais possu<strong>em</strong> melhores condiçõesfinanceiras. Porém, o grupo Renascer recorre a alternativas que facilitam a prática das viagenspelos seus integrantes, mesmo assim, o número destas viagens realizadas ainda está aquém donecessário para atender as necess<strong>idade</strong>s dos 460 inscritos no grupo.Foi provado que as ativ<strong>idade</strong>s turísticas detêm um alto potencial para promover amelhoria na qual<strong>idade</strong> de vida destes idosos vinculados aos grupos de convivência do SESC,mas, ao mesmo t<strong>em</strong>po, uma considerável parcela destes idosos não possui as condiçõesmateriais para realizar tais viagens. Em meio a esse panorama o SESC poderia e deveriafomentar o acesso destas <strong>pessoa</strong>s às ativ<strong>idade</strong>s turísticas através de uma política de preço maisfavorável, pois, apesar de seus pacotes ser<strong>em</strong> comercializados abaixo dos valores do mercado,o acesso à estas viagens continua restrito para uma minoria destes idosos. A título de


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 64sugestão, tal ent<strong>idade</strong> poderia buscar parcerias com as agências de viagens no sentido dediminuir os custos das excursões promovidas para estes grupos de convivência, <strong>em</strong>contrapartida para estas agências parceiras, o governo poderia lhes dar um amortecimento nosimpostos, assim os valores seriam aproximados da real<strong>idade</strong> econômica de muitos dosintegrantes destes grupos <strong>em</strong> questão.“A mudança cultural <strong>em</strong> relação à qual<strong>idade</strong> de vida está apenascomeçando: só será completa quando a procura de b<strong>em</strong>-estar e o acessoaos bens culturais (através do <strong>turismo</strong> ou por outros caminhos) for umdireito de todos, um <strong>em</strong>penho de muitos, um valor novo <strong>em</strong> uma novacivilização.” (Barreto, 2002, p. 79)Será relativo o nível de transcendência <strong>pessoa</strong>l que estes idosos terão na prática dasativ<strong>idade</strong>s de lazer e <strong>turismo</strong>, pois esta questão envolve vários fatores objetivos e subjetivosque permeiam o cotidiano de cada uma destas <strong>pessoa</strong>s. É necessário se ter um cotidianoagradável, criativo e variado para que as ativ<strong>idade</strong>s de lazer e <strong>turismo</strong> não represent<strong>em</strong> umaforma de evasão. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, dependendo do nível de percepção de cada um, a viag<strong>em</strong>poderá possibilitar a tomada de consciência da própria real<strong>idade</strong>, ao proporcionar a descobertade outros contextos de vida e a partir daí uma reflexão da própria condição de vida.O desafio consiste, então, <strong>em</strong> encontrar uma forma para que as ativ<strong>idade</strong>s de lazermelhor<strong>em</strong> não só a qual<strong>idade</strong> de vida, mas também o estilo de vida da nossa sociedade, pois,tais ativ<strong>idade</strong>s pod<strong>em</strong> ser, tanto um instrumento de alienação, quanto se constituir como umaoperação de instrução da sociedade, através do desenvolvimento de ações contínuas ecoerentes que possam induzir os indivíduos a despertar atitudes de sujeitos ativos.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 655. REFERÊNCIASBARRETO, Maria Letícia F. Potencial turístico da <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong>. Belo Horizonte: SESC, 2002.BARRETTO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do <strong>turismo</strong>. 9. ed. Campinas: Papirus, 1995.BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do <strong>turismo</strong>. 6. ed. São Paulo: SENAC, 2001.CARVALHO, Mônica Fernandes de. A influência do grupo de <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> no processo de ressignificaçãoda velhice. João Pessoa : NIETI-UFPB, 2001 (Monografia de Especialização <strong>em</strong> Gerontologia).CERQUEIRA FILHO, Gisálio. A questão social no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.CRUZ, Rita de Cássia. Política de <strong>turismo</strong> e território. São Paulo: Contexto, 2000DUMAZEDIER, Joffre. Sociologia <strong>em</strong>pírica do lazer. Tradução de Silvia Mazza e J. Guinsburg. São Paulo:Perspectiva, 1979.FANTIN, Maristela. Construindo cidadania e dign<strong>idade</strong>. Florianópolis: Insular, 1997.FRANÇA, Jéssika Paiva. Lazer e <strong>turismo</strong> com inclusão social da <strong>pessoa</strong> idosa. Girus - Turismo, Informação eDebate. Web Site Institucional. S.r.: fev. 2005. Disponível <strong>em</strong>:.GIDDENS, Anthony. Modern<strong>idade</strong> e ident<strong>idade</strong>. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2002.IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do <strong>turismo</strong>. São Paulo: Pioneira, 1999.KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do <strong>turismo</strong>: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. Rio deJaneiro: Civilização Brasileira, 1989.MELO, Sylvana Claudia de Figueiredo. Velhice e satisfação de vida <strong>em</strong> uma c<strong>idade</strong> rural. João Pessoa:CCHLA-UFPB, 2001 (Dissertação de Mestrado <strong>em</strong> Psicologia Social).MOLINA, Sergio. Planejamento integral do <strong>turismo</strong>: um enfoque para a América Latina. Bauru, SP: Edusc,2001.NERI, Anita Liberalesso. Psicologia do envelhecimento. Campinas: Papirus, 1995.PARKER, Stanley. A sociologia do lazer. Tradução de George Allen e Unwin. Rio de Janeiro: Zahar Editores,1976.PEIXOTO, Delfina da Conceição Taveira. Cuidar o futuro: um programa radical para viver melhor. Lisboa:Trinova, 1998.POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS.PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria Nacional dosDireitos Humanos, 1998.SANTOS, Agatha Alexandre. Construção social da <strong>pessoa</strong> no <strong>turismo</strong>: um estudo de caso. In: SERRANO,Célia; BRUHNS, Heloísa T. & LUCHIARI, Maria Tereza (orgs.). Olhares cont<strong>em</strong>porâneos sobre o <strong>turismo</strong>.Campinas: Papirus, 2000, p. 195-208.SILVA, Raimundo Pereira da. Terceira <strong>idade</strong>: a construção da cidadania no cotidiano. João Pessoa: NIETI-UFPB, 2001 (Monografia de especialização <strong>em</strong> Gerontologia).SESC-PB. Projeto intervenção sobre: proposta para formação de grupo de convivência para <strong>pessoa</strong>saposentadas e idosas no SESC Cabo Branco. João Pessoa: SESC-PB, 2001. Trabalho não-publicado.SESC-PB. Proposta para formação de grupos de convivência para <strong>pessoa</strong>s aposentadas e idosas no SESCCabo Branco. João Pessoa: SESC-PB, 2001. Projeto de circulação restrita. Trabalho não publicado.SESC-RJ. Ativ<strong>idade</strong> Turismo Social. Rio de Janeiro: Folheteria, 2003.


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 66SESC-RJ. Turismo Social: Modelo da Ativ<strong>idade</strong>. Rio de Janeiro: Departamento Nacional, Divisão dePlanejamento e Desenvolvimento - DPD, 2003 (Modelo da Ação de Turismo Social).SOUTO, Enedina Maria Soares. Cabelos de neve na serra: estudo antropológico dos grupos de convivênciade idosos <strong>em</strong> Campina Grande - PB. João Pessoa: CCHLA-UFPB, 1997 (Dissertação de Mestrado <strong>em</strong>Ciências Sociais).SOUZA,Maria Cabral da Silva. O perfil do grupo Renascer e sua relação com a velhice e b<strong>em</strong>-estar. JoãoPessoa: NIETI-UFPB, 2002 (Monografia de Especialização <strong>em</strong> Gerontologia).TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. A sociedade pós-industrial e o profissional <strong>em</strong> <strong>turismo</strong>. 2. ed. Campinas:Papirus, 1999.URRY, John. O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades cont<strong>em</strong>porâneas. Tradução de CarlosEugênio Marcondes de Moura. 3. ed. São Paulo: SESC/ Studio Nobel, 2001.ZIMERMAN, Guite I. Velhice: Aspectos Biopsicosociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.5.1 - WEB SITES CONSULTADOSADM Brasil. Teoria Comportamental da Administração. Texto publicado no web site de divulgação da EscolaSuperior de Administração, Marketing e Comunicação. Disponível <strong>em</strong>:.BIBLIOTECA Virtual de Economia. Web site institucional. Disponível <strong>em</strong>: .CENTRO de Estudos <strong>em</strong> Lazer e Turismo. A pesquisa sobre lazer e <strong>turismo</strong>. Texto publicado no web siteinstitucional da Fundação Getúlio Vargas. Disponível <strong>em</strong>:.EMBRATUR. Web site institucional. Disponível <strong>em</strong>: .ESTUDOS Turísticos. Web Site institucional. Disponível <strong>em</strong>: .JORNAL da Tarde. Web site institucional. Disponível <strong>em</strong>: .JORNAL O Norte. Web site institucional. Disponível <strong>em</strong>: .SESC - Serviço Social do Comércio - Seção Paraíba. Web site institucional. Disponível <strong>em</strong>:.SIMON Schwartzman. Web Site Pessoal. Disponível <strong>em</strong>: .5.2 - ENTREVISTASEntrevista 01 - Maria Cabral da Silva Souza. Coordenadora do Trabalho Social com Idosos - SESC Centro, JoãoPessoa - PB, 09 mai. 2005.Entrevista 02 - Maria Solange Mesquita Cabral. Assistente Social - SESC Cabo Branco, João Pessoa - PB, 09mai. 2005.


6. ANEXOSTerceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 67Anexo 01Programações das viagens que foram utilizadas nas tabelasSexta-feira (02 abr.)Excursão: Garanhuns/ Nova JerusalémPeríodo: 02 a 04 abr. 200406h30 – Saída com destino a Garanhuns – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 –Cabo Branco. Fone 226 202212h30 – Chegada prevista no SESC Colônia Garanhuns, situado na Av. Manoel Cl<strong>em</strong>ente, 161 – Centro – Fone(0**87) 3761 0642Tarde – LivreNoite – Saída p/ barzinhoSábado (03 abr.)Manhã – Livre14h – City tour20h – Saída p/ barzinhoDomingo (04 abr.)Manhã – Livre14h – Saída com destino a Nova Jerusalém – Fazenda Nova – Espetáculo Paixão de Cristo (início 18h)Saída com destino a João Pessoa após o espetáculo.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 02 diárias no SESC Colônia Garanhuns com pensão completa (café,almoço e jantar), serviço de bordo, guia local, guia do SESC e ingresso para o espetáculo.Valor do pacoteComerciário/dependente – R$ R$ 165,00, <strong>em</strong> 05 parcelas de R$ 33,00Conveniado – R$ 170,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 42,50Usuário – R$ 180,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 45,00Crianças de 05 a 10 anos – 50% de desconto


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 68Sexta-feira (18 mar.)Excursão: Garanhuns/ Nova Jerusalém/ PEPeríodo: 18 a 20 mar. 200506h30- Saída com destino a Garanhuns – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 –Cabo Branco. Fone 226.202212h30- Chegada prevista no SESC Colônia Garanhuns, situado na Av. Manoel Cl<strong>em</strong>ente, 161- Centro – Fone(0**87) 3761.0642Tarde – LivreNoite – Saída p/barzinhoSábado (19 mar.)Manhã- Livre14h- City tour20h- Saída para barzinhoDomingo (20 mar.)Manhã- Livre14h- Saída com destino a Nova Jerusalém – Fazenda Nova – Espetáculo Paixão de Cristo (início 18h).Saída com destino a João Pessoa após o Espetáculo.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 02½ diárias no SESC Colônia Garanhuns com pensão completa (café,almoço e jantar), serviço de bordo, guia local, guia do SESC e ingresso para o espetáculo.Valor do pacoteComerciário/dependente – R$ R$ 210,00, <strong>em</strong> 05 parcelas de R$ 42,00Conveniado – R$ 220,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 55,00Usuário – R$ 230,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 57,50Crianças de 05 a 10 anos – 50% de desconto


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 69Excursão: Salvador/BAPeríodo: 21 a 25 abr. 2004Quarta-feira (21 abr.)06h- Saída com destino a Salvador – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 – CaboBranco. Fone 226.202221h- Chegada prevista no SESC Piatã, situado na Av. Otávio Mangabeira S/N – Piatã. Fone (71) 367 8520Quinta-feira (22 abr.)08h30 – Saída p/ o Pelourinho e Elevador Lacerda12h – Retorno ao SESC (almoço)16h – Saída p/ Lagoa do Abaeté e Aeroclube (Shopping)21h – Saída p/ barzinhoSexta-feira (23 abr.)Manhã – Livre14h – Saída p/ Igreja do Bonfim e Mercado Modelo21h – Saída p/ barzinhoSábado (24 abr.)Manhã – Livre15h – Saída p/ o ShoppingDomingo (25 abr.)08h30 – Saída com destino a João Pessoa, com chegada prevista às 23h30.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 04 diárias no SESC Piatã com pensão completa (café, almoço ejantar), serviço de bordo, guia local, guia do SESC.Valor do pacoteComerciários/ dependentes – R$ 300,00, <strong>em</strong> 06 parcelas de R$ 50,00Conveniados – R$ 320,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 80,00Usuários – R$ 340,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 85,00Crianças de 05 a 10 anos – 50% de desconto


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 70Excursão: Salvador/BAPeríodo: 24 a 27 mar. 2005Quinta-feira (24 mar.)06h- Saída com destino a Salvador – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 – CaboBranco. Fone 3226.202221h- Chegada prevista no SESC Piatã, situado na Av. Otávio Mangabeira S/N – Piatã. Fone (71) 367 8520Sexta-feira (25 mar.)08h30 – Saída p/ o Pelourinho, Elevador Lacerda e Igreja do Bonfim12h – Retorno ao SESC (almoço)16h – Saída p/ Lagoa do Abaeté e Aeroclube (Shopping)21h – Saída p/ barzinhoSábado (26 mar.)Manhã – Livre14h – Saída p/ o Mercado Modelo21h – Saída p/ barzinhoDomingo (27 mar.)08h30 – Saída com destino a João Pessoa, com chegada prevista às 23h30.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 03 diárias no SESC Piatã com pensão completa (café, almoço ejantar), serviço de bordo, guia local, guia do SESC.Valor do pacoteComerciários/ dependentes – R$ 280,00, <strong>em</strong> 05 parcelas de R$ 56,00Conveniados – R$ 360,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 90,00Usuários – R$ 460,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 115,00Crianças de 05 a 10 anos – 50% de desconto


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 71Excursão: Maceió/ALPeríodo: 30 abr. a 02 mai. 2004Sexta-feira (30 abr.)06h30 - Saída com destino a Maceió/AL – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 –Cabo Branco. Fone 226.202212h30 - Chegada prevista no SESC Guaxuma, situado na Av. Cel. Mário Saraiva, s/n – Praia de Guaxuma –Fone (0**82) 325.6077 ou 325.5021.15h – City tour p/ conhecer os principais pontos turísticos de MaceióNoite - LivreSábado (01 mai.)09h – Saída p/ a praia do Francês – Litoral Sul12h – Retorno ao SESC/Guaxuma16h – Saída p/ o Shopping Iguat<strong>em</strong>y19h – Saída p/ o SESC/Poço – Noite DançanteDomingo (02 maio.)Manhã - Livre13h30 – Retorno a João Pessoa, com chegada prevista às 19h30.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 03 diárias no SESC Guaxuma com pensão completa (café, almoço ejantar), serviço de bordo, guia local, guia do SESC.Valor do pacoteComerciários/ dependentes – R$ 125,00, <strong>em</strong> 05 parcelas de R$ 25,00Conveniados – R$ 130,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 32,50Usuários – R$ 140,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 35,00Crianças de 05 a 10 anos – 50% de desconto


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 72Quinta-feira (21 abr.)Excursão: Maceió/ALPeríodo: 21 a 24 abr. 200506h30 - Saída com destino a Maceió/AL – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 –Cabo Branco. Fone 226.202212h30 - Chegada prevista no SESC Guaxuma, situado na Av. Cel. Mário Saraiva, s/n – Praia de Guaxuma –Fone (0**82) 325.6077 ou 325.5021.15h – City tour p/ conhecer os principais pontos turísticos de MaceióNoite - LivreSexta-feira (22 abr.)09h – Saída p/ a praia do Francês – Litoral Sul12h – Retorno ao SESC/Guaxuma16h – Saída p/ o Shopping Iguat<strong>em</strong>y19h – Saída p/ o SESC/Poço – Noite DançanteSábado (23 abr.)08h – Saída p/ as Nove IlhasPasseio de Escuna + frutas + almoço: R$ 25,00 (opcional)Noite – Casa de Show “O Lampião”Domingo (24 abr.)Manhã - Livre13h30 – Retorno a João Pessoa, com chegada prevista às 19h30.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 03 diárias no SESC Guaxuma com pensão completa (café, almoço ejantar), serviço de bordo, guia local, guia do SESC.Valor do pacoteComerciários/ dependentes – R$ 220,00, <strong>em</strong> 05 parcelas de R$ 44,00Conveniados – R$ 280,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 70,00Usuários – R$ 300,00 <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 75,00Crianças de 05 a 10 anos – 50% de desconto


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 73Sábado (20 mar.)Excursão: Natal/RNPeríodo: 20 a 21 mar. 200407h - Saída com destino a Natal/RN – Saída da frente do SESC Cabo Branco, Av. Cabo Branco, 2788 – CaboBranco. Fone 226.202209h30 - Chegada prevista no SESC Ponta Negra, situado na Av. Dês. João Vicente da Costa, s/n – Ponta Negra –Fone (0**84) 219 683012h – Almoço (opcional – R$ 8,00 o quilo – self service)13h30 – City tour21h – Saída p/ barzinhoDomingo (21 mar.)08h – Saída p/ Genipabu (passeio de bugre – opcional)11h30 – Retorno ao SESC para almoço (opcional)15h – Saída com destino a João Pessoa (chegada prevista para 17h30)Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 01 diária no SESC Ponta Negra com meia-pensão (café e jantar),serviço de bordo, guia local, guia do SESC.Valor do pacoteComerciário/dependente – R$ 70,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 17,50Conveniado – R$ 75,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 18,75Usuário – R$ 80,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 20,00


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 74Sexta-feira (09 set.)Excursão: Natal/RNPeríodo: 09 a 11 set. 2005Grupo “Alegria de Viver”08h - Saída com destino a Natal/RN – Saída da frente do SESC/CFTUH, Av. Cabo Branco, 2788 – CaboBranco. Fone: 3226.2022Com hospedag<strong>em</strong> no SESC Ponta Negra, situado na Av. Dês. João Vicente da Costa, s/n – Ponta Negra – Fone:(0**84) 3219 683016h – City tourNoite – LivreSábado (10 set.)08h30 – Saída para o Litoral Sul com visita ao maior cajueiro do mundo e lagoa do Arituba20h – Saída para a casa de show “Zás-Trás”Domingo (11 set.)Manhã – Livre (aproveitando o balneário do SESC)12h – Saída para Shopping Midway Mall16h – Retorno a João Pessoa com chegada prevista às 20h.Oferec<strong>em</strong>os: ônibus com ar condicionado, 02 diárias no SESC Ponta Negra com café da manhã, serviço debordo, seguro viag<strong>em</strong>, guia local e guia do SESC.Valor do pacoteComerciário/dependente – R$ 110,00, <strong>em</strong> 05 parcelas de R$ 22,00Conveniado – R$ 130,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 32,50Usuário – R$ 150,00, <strong>em</strong> 04 parcelas de R$ 37,50


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 75Anexo 02Roteiro dos questionários aplicados junto aos grupos de <strong>terceira</strong> <strong>idade</strong> do SESCResponda as questões a seguir:1. Idade: ______ anos2. Sexo: ( ) Masculino ( ) F<strong>em</strong>inino3. Estado civil: ( ) Casado(a) ( ) Solteiro(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Outro(a)4. Renda: ( ) 01 a 03 salários mínimos ( ) 04 a 06 salários mínimos( ) acima de 06 salários mínimos5. Escolar<strong>idade</strong>:( ) S<strong>em</strong> Escolar<strong>idade</strong> Formal( ) Ensino Fundamental Incompleto (até 4ª série do antigo Primário)( ) Ensino Fundamental Completo (até 4ª série do antigo Ginásio)( ) Ensino Médio Incompleto (antigo Colegial)( ) Ensino Médio Completo (antigo Colegial)( ) Ensino Superior Incompleto – Área: ______________________( ) Ensino Superior Completo – Área: _______________________( )Pós Graduação – Área:___________________Nível:_______________( )Outra Situação – Qual?_______________________________________6. Habitação: ( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida7. Mora: ( ) Sozinho(a) ( ) Com família ( ) Outra situação8. Possui carteira de: ( )Comerciário ( )Conveniado ( )Usuário ( )N.D.A9. Qual o motivo que lhe levou a participar do grupo?10. Qual a importância que o grupo passou a ter <strong>em</strong> sua vida?11. De quais ativ<strong>idade</strong>s do grupo mais gosta de participar?12. T<strong>em</strong> algum probl<strong>em</strong>a de saúde que o impeça de praticar alguma ativ<strong>idade</strong> desenvolvida pelo grupo?( ) Não ( ) Sim Qual: ___________________________13. Gosta de viajar? ( )Sim ( ) Não14. O que sente quando viaja?15. O que mais gosta e o que menos gosta nas viagens?16. Participa das ativ<strong>idade</strong>s turísticas desenvolvidas pelo grupo? Por quê?17. A quant<strong>idade</strong> de viagens realizadas é satisfatória? Por quê?18. A qual<strong>idade</strong> dos serviços turísticos oferecidos é:( ) Boa ( ) Regular ( ) Ótima


Terceira Idade e Turismo <strong>em</strong> João Pessoa: um estudo de caso sobre a atuação do SESC 76Anexo 03Roteiro das entrevistasData da entrevista:Lugar da entrevista:Nome da entrevistada:Função que ocupa no SESC:Há quanto t<strong>em</strong>po está nesta função?Nº de inscritos e nº de participantes do grupo:Como é o trabalho desenvolvido com os idosos?Fale-me das ativ<strong>idade</strong>s de lazer voltadas para os idosos.Existe alguma restrição quanto à participação dos idosos nas ativ<strong>idade</strong>s de lazer?Quais as ativ<strong>idade</strong>s que são mais praticadas?Há limite de vagas para participar das ativ<strong>idade</strong>s de lazer?Quantas viagens foram promovidas para o grupo no ano de 2004 e 2005?Quais os critérios que são utilizados para as escolhas dos destinos?Quais os destinos mais freqüentados nas viagens promovidas para o grupo?O interior da Paraíba é utilizado como roteiro para as viagens?São promovidos passeios para os pontos turísticos da c<strong>idade</strong> de João Pessoa?Oferece-se alguma alternativa de passeios curtos para aqueles que não pod<strong>em</strong>, seja por limitações financeiras oude saúde, participar das viagens mais longas?Qu<strong>em</strong> elabora os pacotes das viagens?Os idosos participam de que forma na elaboração dos pacotes turísticos destinados a eles?São realizadas reuniões para debater sobre as viagens antes e depois delas ocorrer<strong>em</strong>?Há alguma restrição quanto a participação dos idosos nestas viagens?Os idosos apresentam alguma limitação fisiológica que os limit<strong>em</strong> a participar das viagens?É tomado algum cuidado especial nas viagens realizadas com os idosos?É comum surgir<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as de saúde com os idosos durante as viagens?Os idosos se queixam de limitações financeiras?Há política de diferenciação de preços que facilite a participação destes idosos nas viagens?Como o SESC fomenta a participação dos idosos nas viagens?O SESC busca alguma parceria no intuito de diminuir os custos dos pacotes, objetivando facilitar a participaçãodos idosos com menor poder aquisitivo?

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