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R$ 5,90 - Roteiro Brasília

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Ano VI • nº 1303 de outubro de 2007<strong>R$</strong> 5,<strong>90</strong>


empoucaspalavras“Pai, comprei o DVD do Araguaya narodoviária, cinco pilas, piratão. Quer ver?”Imagine você, leitor, o susto que o cineastaRonaldo Duque levou quando sua filha Valériatelefonou pra contar a novidade: seu filmeAraguaya, a Conspiração do Silêncio, premiado emGramado e em dois festivais internacionais, tinhacaído na armadilha da reprodução pirata, umcrime que causa algo em torno de US$ 200milhões de prejuízo por ano à produção culturalbrasileira. Os detalhes dessa história você vai saberlendo o interessante artigo que o próprio cineastaescreveu com exclusividade para a <strong>Roteiro</strong>, napágina 40.E já que embalamos no assunto cinema, fiqueatento às boas sugestões de nossos articulistas dasétima arte Reynaldo Domingos Ferreira e SérgioMoriconi. Na página 49, conheça detalhes dofilme Santiago, de João Moreira Salles, que tenta,em linguagem documental, reconstituir suainfância. A matéria é de Reynaldo, autor de outrocomentário de filme em cartaz nos cinemas: Piaf –Um Hino ao Amor, sobre a vida da carismáticacantora francesa Edith Piaf, na página 44.E siga nesse ritmo lendo também o artigo deSergio Moriconi, na página 42, sobre a mostra decinema programada para comemorar os 50 anos decarreira do cineasta Zé do Caixão, aquele mesmodo Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver... Kitschdemais? Então experimente outro gênero. Que talrever o clássico 2001, Uma Odisséia no Espaço, ofilme de Stanley Kubrick que abre a mostra CinemaFalado na Caixa Cultural! Detalhes? Então corrapara a página 48 e bom filme, ou melhor, boaleitura. E até a próxima quinzena.Maria Teresa Fernandes eAdriano Lopes de OliveiraEditores12 águanabocaAlimento barato e fácil de preparar, a gelatina ajuda a enfrentara seca e o calor desta época do ano e ainda faz bem à saúde414161819202628323437384042águanabocapicadinhogarfadas&golesroteirodevantagenspão&vinhoroteirogastronômicodia&noiteviverbemdecoraçãogaleriadeartequeespetáculobrasiliensedecoraçãoverso&prosaluzcâmeraaçãoDivulgaçãoROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora <strong>Roteiro</strong> Ltda | Setor Hoteleiro Sul, Brasil XXI, Business Center Park 1, Sala 717 – Tel: 3964.0207Fax: 3964.0207 | Redação roteirobrasilia@alo.com.br | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | CapaEdu Branquinho sobre foto de Sérgio Amaral | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Adriana Romeo, Akemi Nitahara, Ana CristinaVilela, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Angélica Torres, Beth Almeida, Eduardo Oliveira, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba,Luiz Recena, Marcos Magalhães, Rafaela Céo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Súsan Faria, Teresa Mello e Vicente SáFotografia Débora Amorim, Eduardo Oliveira, Juan Pratginestós, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (7814.16<strong>90</strong>)Contatos Comerciais André Gil (9988.6676) e Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael OliveiraAssinaturas (3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário


águanabocaFotos: Sérgio AmaralO temploda carneA casa de grelhados campeã do Prêmio <strong>Roteiro</strong> temmotivos de sobra para comemorar seu nono aniversárioPOR BETH ALMEIDANo final da década de <strong>90</strong>, LúcioBittar tinha uma locadora de vídeo, masplanejava mudar para outro ramo denegócios. Com o primo, o engenheiroIssa Attie, decidiu trabalhar com o quemais gostavam: carnes na brasa, chopee culinária árabe. O resultado dessacombinação é o BSB Grill, quecompleta nove anos de funcionamentoneste 10 de outubro. A comemoraçãoserá durante todo o mês, valendotambém para a filial inaugurada háquase dois anos na 413 Sul. A partir das18 horas, a cada chope pedido o clienteganha outro, e cada dez chopes pagosdão direito a uma tulipinha ou calderetacom a logomarca do restaurante.Ao colocarem seu gosto pessoala serviço da clientela, Lúcio e Issaconstruíram um negócio de sucesso.“Durante esse período, cada ano foisempre melhor que o anterior”,4


comemora Lúcio, que atribui o êxito dorestaurante ao primor pela qualidade,dedicação e honestidade da dupla.Os números demonstram os bonsresultados. Por mês, passam pelas duascasas nada menos de 12 mil pessoas,que consomem 50 mil esfihas e 400quilos de carne, para citar apenas oscarros-chefe do restaurante. No início,eram apenas oito funcionários; hoje são98. Na inauguração eram 16 mesas;agora são 180, com 700 lugares. Aosdomingos, na hora do almoço, écomum haver até 100 gruposaguardando mesa.O SUCESSO É MAIS SURPREENDENTEainda quando se sabe que oempreendimento era de novatosno ramo. “Para ter uma noção dofuncionamento do restaurante queplanejamos, começamos abrindo apenasà noite. Só depois é que passamosa abrir também no almoço, primeiroaos sábados e domingos, como teste”,lembra Lúcio. A dedicação ao negóciofez de Issa um grande conhecedor decarnes, sempre em busca de novidadesno Brasil e no exterior. “Acho quesomos os que mais trouxeram novoscortes para Brasília”, afirma Lúcio.Entre as novidades surgidas nacidade a partir de iniciativas do BSBGrill estão o bife de tira, o bife ancho,o bife de chorizo e o prime rib, quehoje são servidos em outros restaurantesda capital. Mas alguns cortes só sãoencontrados lá, como o teen beef(gado fêmea, criado em confinamentoe alimentado oito vezes ao dia) e amaminha wagyu, raça bovina de origemjaponesa. “Também costumamosoferecer o porco e o carneiro no rolete.Estamos sempre tentando inovar”,acrescenta Lúcio.No trabalho de se manter em diacom as novidades do ramo, Issa e Lúciomantêm, há seis anos, uma parceriacom Sylvio Lazzarini, dono do VarandaGrill, de São Paulo, uma referência nopaís quando o assunto é carne de boaqualidade. “Eles buscam a excelência.Por isso, recomendo o BSB Grill atodos os clientes que costumam visitarBrasília”, afirma Lazzarini.Outro empresário do setor que estásempre prestigiando o restaurante é GilGuimarães, dono das pizzarias Baco edo bar Azulejaria, que acompanha atrajetória da dupla desde a inauguraçãoda matriz, na Asa Norte. “Acompanheitodo o processo de aperfeiçoamento eo cuidado deles com os produtos queoferecem; hoje, eles têm um chopemuito bem tirado e uma adegaclimatizada com ótimos rótulos”, elogia.Para Gil, a abertura do restaurante daAsa Sul ampliou as possibilidades daclientela. “Enquanto o da Asa Norte émais descontraído, próprio para sentarcom os amigos e tomar um chope competiscos, no fim do dia, o da Asa Sul émais sofisticado, para ir com a famíliaou para um jantar ou almoço denegócios”, explica. Entre os petiscos5


águanabocaSérgio Amaralrecomendados por ele estão a“sensacional esfiha folhada” e o cupimgrelhado.Para Gil, uma das grandes vantagensdo BSB Grill é a constante inclusão denovos cortes de carne no cardápio. “Eusempre peço os cortes que o Issa indica,porque é tanta coisa que nem dá pararepetir sempre o mesmo prato”, admite.As inovações fazem com que o perfil deconsumo das duas casas fuja da quaseunânime preferência brasileira pelapicanha, corte mais apreciado e maisconsumido em casas de carnes de todoo país. “No início, 80% de nossospedidos eram de picanha, mas hoje essepercentual é de 50%”, calcula Lucio.E AS DELÍCIAS DO BSB GRILL NÃO SErestringem à carne. Peixes como osurubim e o robalo, na brasa, tambémsão prestigiados. “O Nelson Piquetcome nosso peixe especial (com batatasouté e brócolis ou legumes) quase todasas semanas”, revela Lúcio.Como não poderia deixar de ser,num restaurante cujos proprietáriossão de origem árabe, também estãopresentes no cardápio algumas dasdelícias da culinária de seu povo, comdestaque para a impagável esfiha demassa folhada, obra de duas irmãs deIssa e uma tia de Lúcio, que moram emAnápolis. A demanda do restaurante fezcom que elas montassem uma pequenaindústria e, mesmo contrariandoprincípios, admitir funcionários quenão são da família. Isso porque a receitada esfiha é um segredo guardado a seteBoi criado com massagem, cerveja e música clássicaDesembarcada nas mesas brasileiras no ano passado, pelas mãos de Sylvio Lazzarini, a carne do gado wagyu – ou bifede Kobe, numa alusão à região japonesa onde surgiram os primeiros rebanhos – conquistou fãs pela incrível maciez e pelosabor, muito superiores aos dos similares nacionais. Não é a toa que ela vem sendo considerada uma das mais refinadasiguarias gastronômicas. Os especialistas a colocam lado a lado com o foie gras, as trufas brancas e as ovas de esturjãobeluga,todos ícones da culinária mundial.A mística em torno desse gado também é curiosa. Consta que os criadores japoneses fazem de tudo para relaxar osanimais, inclusive com três sessões diárias de massagem, dieta à base de aveia, regada a cerveja, e sessões de músicaclássica. Isso, claro, para tornar a carne mais macia. Com o aumento da demanda, alguns restaurantes, como o VarandaGrill, optaram pela produção própria, mas com um tratamento menos nababesco – sem a cervejinha, por exemplo. O preçomédio internacional da carne fica em US$ 1 mil o quilo. No Brasil, um único bife pode chegar a <strong>R$</strong> 150. Mas quem jáexperimentou garante que vale cada centavo.6


chaves, que vem sendo passado degeração para geração.Com tantas qualidades, não édifícil imaginar que, ao longo dessesnove anos, o BSB Grill tenha sidoreconhecido pelo crítica gastronômica.Já recebeu inúmeros prêmios, inclusiveda <strong>Roteiro</strong>, como melhor casa degrelhados, melhor petisco e melhorcasa de carnes, além de segundo lugarcomo melhor comida árabe e melhorchope, este último concedido pela RealAcademia de Chope. Com um passadodesses, o futuro só pode ser muitopromissor.BSB Grill304 Norte (3326.0976)413 Sul (3346.0036)Issa com o garçon Galego e Lúcio com o gerenteda Asa Sul, RodrigoRodrigo Oliveira Sérgio AmaralGastronomiaO slow food, que surgiu na Itália,em 1989, como contraponto aosMcDonalds e Burger Kings da vida,será tema de amplo debate, em Brasília,durante a IV Feira de AgriculturaFamiliar e Reforma Agrária, de 4 a 7,no pavilhão de exposições do Parque daCidade. O Terra Madre Brasil, primeiroencontro nacional de adeptos dessemovimento, possibilita o intercâmbioentre produtores de alimentosecologicamente corretos, acadêmicos echefs de cozinha de várias regiões dopaís, entre eles os brasilienses FranciscoAnsiliero, da rede Dom Francisco, eMara Alcamim, do Universal Diner.Fiel ao conceito da ecogastronomia,o slow food tem a pretensão de resgatarhábitos alimentares saudáveis, e aomesmo tempo prazerosos, que aagitação da vida moderna e interesseseconômicos multinacionais por pouconão aboliram completamente. Daía idéia de estabelecer uma troca deexperiências entre os seguidoresdesse movimento e as comunidadestradicionais – agricultores familiares epescadores artesanais, todos produtoresde alimentos de excelência gastronômicae da agrobiodiversidade brasileira.Um restaurante com capacidadepara 600 pessoas servirá alimentos àbase de produtos da agricultura familiare um espaço gourmet oferecerá oficinasde ecogastronomia, inclusive paraalunos de escolas públicas, além dealmoços e jantares beneficentespreparados por chefs de Tiradentes,Belo Horizonte, Belém, Fortaleza,Visconde de Mauá e Rio de Janeiro,além dos brasilienses. Completam apraça de alimentação o Bar do MercadoecológicaFeira de Agricultura Familiar abre espaçopara troca de informações sobre slow foodMunicipal, com sua tradicional comidade boteco, a Stadt Beer, com chopes etira-gostos variados, e a tapiocariaO Paraíba, com delícias nordestinas.A produção farta, ecologicamentesustentável e com valor agregado daagricultura familiar nacional, queresponde por 60% de todos osalimentos postos à mesa dosconsumidores brasileiros, será exibidapor 480 expositores apoiados peloMinistério do DesenvolvimentoAgrário. Este ano, o tema da feiraé “sustentabilidade e diversidade”.Agricultores familiares, assentados dareforma agrária, extrativistas, aqüicultores,integrantes de povos remanescentesde quilombos e indígenas de todasas regiões do país apresentam seusempreendimentos agroindustriais,seu artesanato e sua cultura. De mela castanhas, de vinhos a salames, detucupi a criações em capim-dourado.A exuberância da produção familiarnacional está exposta em 51 mil m².A sambista Beth Carvalho é umadas atrações da programação musical dafeira. Nesta quinta-feira, 4, às 21h30, elaapresenta pela primeira vez em Brasíliaas músicas de seu último CD/DVD.No sábado, 6, no mesmo horário,o encontro de dois virtuoses – oviolinista gaúcho Yamandú Costa eo bandolinista baiano Armandinho.Domingo, 7, às 20h30, outro gaúcho,Vitor Ramil, faz dupla com opercussionista carioca Marcos Suzano.IV Feira Nacional de AgriculturaFamiliar e Reforma AgráriaDe 4 a 7/10, no pavilhão de exposições doParque da Cidade. Quinta-feira, das 15 às22h. Sexta, sábado e domingo, das 10 às22h. Entrada franca.7


águanabocaSem conflitode geraçõesParece até oSítio do PicapauAmarelo: avó e netacomandam novapizzaria na 108 Sul.POR TERESA MELLOFOTOS EDUARDO OLIVEIRAO aniversário de 65 anos, em 31de agosto, foi bem diferente para Mariada Glória Nunes de Miranda: elacomemorou a data em seu primeirolocal de trabalho, e com muita pizza.Depois de criar sete filhas, Glóriadecidiu trabalhar fora e investiu numapizzaria no Plano Piloto. Mais uma?Não. A Pizza Benta, inaugurada em 15de agosto, na 108 Sul, é um local amplo,bem decorado, arejado e onde o clienteescolhe se quer a pizza com massa maisfina ou mais grossa. É uma pizzariaque nasceu depois de muita pesquisa ecarinho. E três meses de obras. Talvez8


seja mesmo abençoada: está na rua daIgrejinha e ainda exibe a igreja de SantaRita, no Serro (MG), terra natal deGlória e do marido, Marcos, em trêstelas perto do balcão.“Minha neta pediu sugestões denomes a amigos na internet”, conta aempresária, satisfeita com o resultado.Anamaria, de 21 anos, a mais velha das15 netas e netos, estuda Turismo e ésócia da avó na pizzaria. Juntas, elaspesquisaram cardápios, conversaramcom sommeliers, contrataramnutricionista, cuidaram da decoração eainda batizaram as nove opções especiaisda casa, que oferece ao todo 26 pizzassalgadas, além de cinco doces. Asespeciais levam mussarela de búfala:pizza Benta, da Horta, do Rosário,da Rainha, Santa Rita, da Matriz,Santinha, Vila das Lajes e Divina.A Divina, por exemplo, tem recheiode lombo canadense, gorgonzola,abacaxi e mel. Já a Santinha, de santasó tem o nome. É feita com calabresamoída tostada, pimenta calabresa ecebola. A Igrejinha vem com presuntode Parma e cebola caramelizada.Segundo os pizzaiolos Francisco, Daniele José Alex, a campeã de pedidos noprimeiro mês foi a das Lajes (comcogumelos shimeji e shitake, refogadoscom azeite e alho, a <strong>R$</strong> 28 a média).Entre as tradicionais, ganhou aMarguerita, com mussarela, tomatecereja e manjericão, a <strong>R$</strong> 24. “O tomatecereja deixa a pizza mais delicada”,observa Glória, considerada umacozinheira e tanto. “O feijão tropeiroque ela faz é uma delícia”, confirmaAnamaria. Entre as pizzas doces, a TremBão Demais leva rapadura e queijoMinas, a Crocante chega à mesa comchocolate e castanha moída e a Gloriosacombina banana com chocolate.Um dos 14 funcionários, o pizzaioloFrancisco Marcos de Carvalho, 25 anos,cinco de profissão, não esconde areceita de uma massa leve: “Ela nãotem ovos nem leite e é feita com azeitee água com gás”, ensina. Com o fornoa lenha aquecido a quase 300 graus,a pizza demora só dois minutos paraassar. Atum, aliche, portuguesa, quatroqueijos e lombo canadense continuamfazendo a festa dos clientes maistradicionais.As consultas com três sommeliersresultaram numa carta de vinhos tintospouco encorpados, mais adequadospara acompanharem uma pizza.Há rótulos da Espanha, Itália, Chile,Argentina e o brasileiríssimoCastellamare, cuja taça é vendida a<strong>R$</strong> 6 e a garrafa fica em embalagemespecial, com torneirinha para servir:“É para não entrar ar na garrafa e oxidara bebida”, explica Glória, que, para seAnamaria e a avó Maria da Glória: harmoniafamiliar e empresarialpreparar melhor, também fez o cursode segurança em manipulação dealimentos, do Senac.Aberta diariamente a partir das 18h,a pizzaria, dividida em três ambientes,tem capacidade para acomodar 100pessoas no primeiro piso e outras 30 nosegundo, reservado a eventos fechados.Na reforma foram incluídos rampa deacesso e banheiro adaptado paraportadores de necessidades especiais.Pizza Benta108 Sul – Bloco A (3242.2505)9


águanabocaFestival desaboresBelini comemora aniversário lançandonovo cardápio com forte influência dacozinhas piemontesa e toscanaO chef Cláudio Anicio, o filé de pargo em crosta decamarão (acima) e o sorvete de iogurte com saladade frutas (na página ao lado)Alguém, em sã consciência, acreditaque seja possível degustar, em menosde três horas, onze pratos diferentes,regados a espumante e vinho tinto,sem ficar com aquela sensação de fastio?Sim, é possível, como demonstrou orestaurater Gilberto Costa Manso aoreunir a imprensa especializada paracomemorar o sexto aniversário desua Belini Pães & Gastronomia.A reação inicial dos comensais,à vista do menu-degustação, foi deespanto. Duas entradas, três pastas, doisrisotos, dois peixes, um lagostim e umacarne, sem contar a sobremesa? Será quealguém vai conseguir chegar até o fim? –era o que se ouvia. “Calma”, pediuo maître. “Esperem para sentir adelicadeza dos pratos”.Quando vieram os pratos, emseqüência cronológica impecável, viu-seque “delicadeza” é, de fato, a palavraque melhor define a propostagastronômica do novo chef de cozinha10


Fotos: Divulgaçãoda Belini, Cláudio Anicio, um mineirode Ipatinga que deve todo o seuconhecimento aos 11 anos vividosna Europa, principalmente na Itália.A jornada começou peloManganello tonnato (finas fatias delagarto cozidas em molho de carnee vegetais, guarnecidas com molhode atum). A mistura aparentementeimprópria de carne e peixe resultou emdeliciosa iguaria, comparável à Melazaneallá parmegiana (uma mini-lasanha)servida em seguida.Chega a vez das pastas. Pela ordem,talharim com camarões ao molho bisca,nhoque de abóbora com molho degorgonzola (que arrancou aplausos)e massa recheada de filé mignon aomolho ferrugem. Dois risotos (umde camarões, outro de queijo alpino),dois peixes (filé de pargo em crosta decamarão e açafrão e filé de linguadogrelhado e flambado no vinho branco)e o lagostim antecederam o contra-filémarinado ao molho de vinho,acompanhado de polenta de queijo.Cumpridas heroicamente as onzeetapas, ninguém dispensou a sobremesa– um delicioso sorvete de iogurteacompanhado de salada de frutas.Todos os pratos servidos estão nonovo cardápio da Belini, assinadopor Cláudio Anicio, que sofre forteinfluência da culinária italiana,por razões mais do que óbvias.“A inspiração vem das cozinhaspiemontesa e toscana”, informa Anicio,que começou sua carreira em 1996,na Itália, formando-se na Scoule LêsMeridiens, em Turim, comespecialização em culinária italianae internacional, confeitaria e pizza.Também estudou na Scoule di Rimini,onde aprendeu a fazer panetone,colomba e petit fours. Foram doze anostrabalhando fora do Brasil – nove delesna Itália e os outros três em Oslo,Londres e Luxemburgo.Belini Pães e Gastronomia113 Sul (3345.0777)11


águanabocaNutritivae refrescanteDivulgaçãoA gelatina ajudaa combater osmales da secae do calor, tãocomuns nestaépoca do ano.E ainda pode seruma sobremesamuito saborosa.POR PRISCILA MAGALHÃESFoi-se o tempo em que gelatina eracoisa de criança. Atualmente, ela éconhecida por seus inúmeros benefíciosà saúde. Seus sabores vão dos maiscomuns, como morango, até os maisexóticos, como abacaxi com hortelã.Usada nas mais diversas receitas dedoces e salgados, suas formas e coresvariadas atraem olhares curiosos.A gelatina em pó, com ou sem sabor,é encontrada em supermercados. É umalimento barato e que, se usado comcriatividade, faz sucesso em qualquerlugar. Seu preparo é simples e nãorequer nenhuma prática na cozinha.O que pouca gente sabe é que agelatina, além de super saborosa, é umaótima opção para se refrescar naseca e no calor que o brasilienseestá acostumado a enfrentar nesta épocado ano. A garrafinha de água não é aúnica saída para as pessoas que queremse hidratar nesse período. Segundo amédica nutróloga Lara Augusta EugênioPinto, “a gelatina é composta por até15% de água, o que garante umareposição hídrica adequada”.O colágeno presente na gelatinapode auxiliar na prevenção de lesõese de dores articulares, como a artrose.“Estudos realizados nos Estados Unidosmostram que a ingestão de gelatinaaumenta a densidade do osso. Seu usoregular desde cedo funciona comoprevenção para pessoas idosas e paraquem tem tendência à deficiência decálcio e fragilidade óssea”, afirma Lara.Quando o assunto é beleza, agelatina também é uma ótima aliada.Ela fortalece as unhas e cabelose melhora a hidratação da pele,prevenindo aquelas tão indesejáveis12


uguinhas. A grande vantagem é quepode ser degustada sem medo, pois,mesmo dando uma sensação desaciedade, não possui gordura,colesterol e carboidratos, sendo assimmuito utilizada por pessoas que fazemdietas. A gelatina é perfeita parasubstituir lanches rápidos comoos da manhã e da tarde.A estudante Larissa Cruz, de18 anos, adepta de dietas, diz terdescoberto há pouco tempo osbenefícios da gelatina. Ela nem sonhavaque esse doce colorido poderia vir afazer tanta diferença em sua vida.Larissa diz que quem a indicou foi umanutricionista e que desde que começoua comer diariamente já notou mudançasem seu corpo. “Gostava muito degelatina quando era criança, mas nãosabia que fazia tão bem. Depois quedescobri, ela voltou a ser minhasobremesa preferida”.Larissa não é a única que descobriuas qualidades da gelatina. Bastaprocurar no orkut – a maior redede relacionamentos da internet –e descobrir as várias comunidadesdedicadas à guloseima. “Eu amogelatina”, por exemplo, tem 2.335participantes. “Eu adoro gelatina”tem ainda mais: 4.581. Um exemplode que fazer dieta e manter a saúdenem sempre precisa ser um sacrifício.Para quem ficou com vontade deexperimentar novos sabores de gelatina,aí vão duas receitas criadas peloprofessor Sebastian Parasole, do cursode Gastronomia do IESB.Lara Augusta: reposição hídrica adequadaEduardo OliveiraGelatina docede morangosINGREDIENTES• 1 pacote de gelatina de morango• 200g de creme de leite fresco• 200g de leite condensado• 200g de biscoito doce• 1 morango• 1 folha de hortelãMODO DE PREPAROFaça a gelatina conforme as instruções da embalagem.Quando ficar pronta, corte em cubos. Num copo devidro coloque camadas alternadas dos ingredientes.Enfeite com morango e folhas de hortelã.Gelatina de vegetaisINGREDIENTES• Meio litro de caldo de vegetais• 10g de gelatina sem sabor• 50g de cenoura• 200g de tomate italiano• 300g de abacate• 10g de coentro• Sal a gosto• Pimenta do reino branca moída a gostoMODO DE PREPAROPara fazer o caldo de vegetais, cozinhe, em um litro de água,cenoura, cebola, alho, louro, pimenta preta e sal a gosto. Coeo caldo e espere esfriar. Dissolva a gelatina em pó em meiolitro do caldo e aqueça. Corte a cenoura, o tomate italiano eo abacate em cubos pequenos e misture no líquido. Deixe nageladeira até ficar consistente. Corte a gelatina em fatias eapresente acompanhada de folhas verdes.Fotos: Eduardo Oliveira13


picadinhoGaleto à beira do lagoOs empresários João Miranda (do Box16) e Marcos Gaiola (Cabana da Árvore)se juntaram para abrir uma megagaleteriaà beira do lago, no clubeAses, com capacidade de até 400clientes. O espaço, que anteriormenteabrigava o restaurante Cabana daÁrvore, passou pela prancheta daarquiteta Mônica Pinto, que mesclou oprojeto original, de estilo rústico, comelementos modernos. Os tijolinhos ea palha ganharam a companhia dosquadros e painéis do artista NemmSoares. O carro-chefe, claro, é o rodíziode galetos, acompanhado de saladaverde, macarrão caseiro, polenta frita,farofa de ovos e o delicioso molhinhode ervas. A Galeteria Beira Lago já estáfuncionando a todo vapor, de domingoa domingo, no almoço e no jantar.Oliver em dobroO restaurante Oliver acaba de colocartrês pratos em promoção no nosso<strong>Roteiro</strong> de Vantagens: o tagliateli aosfrutos do mar, o risoto de morango comcamarões e o arroz de polvo ao vinhotinto. Pedindo uma dessas delícias ocliente ganha outro prato igual. Apromoção vale de segunda a quintafeirano jantar, apenas no Oliver doEspaço ECCO. Para aproveitar essapromoção, recorte o cupom na pág. 18.Um não pagaA pizzaria Baco está com umapromoção imperdível para os meses deoutubro e novembro. Para cada quatropessoas na mesa que optarem pelorodízio de pizzas (<strong>R$</strong> 23,<strong>90</strong> porpessoa), apenas três pagam. Apromoção vale às segundas-feiras, napizzaria da Asa Sul, e às terças, na daAsa Norte.À escolha do clienteO Bona Fide Bistrô acaba de lançar umaopção de almoço executivo. De terça asexta, por <strong>R$</strong> 19,<strong>90</strong>, o cliente poderáescolher um grelhado (salmão, carnevermelha ou frango), um molho e umaguarnição, além de servir-se de umbufê com 20 tipos de saladas.Cordelier MoscatelO espumante Cordelier Moscatel obteveMedalha de Ouro no V Concurso doEspumante Fino Brasileiro, promovidopela Associação Brasileira de Enologia(ABE) em Garibaldi (RS), no qual foramavaliadas 144 amostras de 50 vinícolas.O Cordelier é elaborado com uvas davariedade Moscato, originárias daGrécia, e que possuem alto índice dematuração, apresentando aromas deflores com toques de frutas cítricas.NaturettoEstá quase pronto omais novoempreendimento deTobias Jacob, oNaturetto Família, na403 Sul, com mais de400m 2 . Na novaproposta, além demanter o bufê natural,a casa vai oferecergrelhados e rodízio depizzas como novidadesdo cardápio. Completao ambiente um beloprojeto paisagístico.Almaden inovaA Almadén acaba de trazerpara o Brasil uma novidadejá utilizada por produtoresem todo o mundo.Seguindo uma tendênciamundial, o frisante SunnyDays vem agora comtampa de rosca.Recomendada pelosmelhores enólogos paraas variedades de vinhobranco e rosé, a trocada rolha por tampa derosca aumenta apressão, fazendo comque o produto fiquemais frisante. OAlmadén Sunny Daystem preço médio de<strong>R$</strong> 14,<strong>90</strong> e é encontrado nas versõesBranco e Blush.Para todosos gostosA importadora Boxer do Brasilestá trazendo a Fuller’s, uma dascervejas mais premiadas do mundo.A partir deste mês de outubro,bares, restaurantes e empórios detodo o país terão em suas prateleriasuma linha de cinco diferentescervejas que contempla os maisvariados gostos: a London Pride(do tipo Ale Premium Clássica),a ESB (Ale Premium), a LondonPorter (Ale Premium), a 1845 (Ale)e a Golden Pride (Strong Ale).14


POR RODRIGO OLIVEIRArodrigo@alo.com.brCafé SaborellaOs irmãos Bruno e Sávio Kzam, dasorveteria Saborella, foram convidadosa abrir uma cafeteria na praça centraldo CasaPark. No cardápio, além dospremiadíssimos sorvetes, o cafégourmet Illy Italiano.Toque femininoAs mulheres ganham cada vezmais espaço na enologia, áreatradicionalmente masculina desde ostempos de Baco, o deus do vinho.Um exemplo é a argentina SusanaBalbo, que comanda a vinícolapremium Domínio del Plata. Uma ótimaopção para conhecer o trabalho daenológa é o Crios Malbec, feito coma uva francesa que se firmou naArgentina. A qualidade de seus aromasde frutas vermelhas e traços debaunilha e café foi atestada pelos <strong>90</strong>pontos que obteve na Wine & Spirits ena Wine Enthusiast Magazine e os 88pontos na Wine Spectator .Dia 18, no IateAinda há alguns convites para quemquiser participar da degustação devinhos que todos os anos dá uma forçapara a Associação dos Voluntários doHospital Universitário. O convite custa<strong>R$</strong> 80 por pessoa e dá direito àdegustação de cinco ótimos vinhosFotos: Divulgaçãofranceses selecionados pelo pessoal doClub Taste-Vin, acompanhados por bufêcaprichado de frios. No final haverásorteio de vinhos e duas assinaturas darevista <strong>Roteiro</strong>. Ingressos e reservas:3307.1598 e 3346.7484.Em dose duplaO Bar e Pizzaria do Brás abriu suasegunda casa, na 113 Sul. No novoendereço, as mesmas delícias queconsagraram o Brás da Asa Norte:deliciosos pastéis, sanduíchespaulistanos, bufê de frios, acepipese, claro, a feijoada do sábado.Para a molecadaVeja o que os restaurantes estão preparando para homenagear as crianças no dia 12.BeliniA casa preparou uma programação especial paracomemorar o dia. Às 11h, o chef José Aparecido,especializado em padaria, ministra uma oficina para ameninada aprender a fazer pão de hambúrguer. Às 14h,o chef Agemiro Neto, especialista em confeitaria, ensinaa fazer muffin de chocolate. Qualquer produto adquiridona padaria dá direito à inscrição. Quem participar dasoficinas leva como brinde sua produção. A casa tambémterá um menu especial para a garotada com pratos comoo espaguete com mini-polpeto de carne ao molhobolonhesa (<strong>R$</strong> 19,<strong>90</strong>).Floripa CrepesAlém dos crepes infantis decorados com cara depalhacinho, a creperia distribuirá brindes e estarácom decoração temática.UnanimitàO chef Dudu Camargo criou dois pratos para agradaro paladar dos pequenos gourmets: o hambúrguer derobalo com purê de espinafre e arroz branco (<strong>R$</strong> 22) eo estrogonofe de frango com batata palha e arroz branco(<strong>R$</strong> 18,<strong>90</strong>).Valentina PizzariaA pizza Brincadeira de Criança foi criada especialmentepara o público mirim. Bastante colorida, é feita debrigadeiro e confeti com sorvete de chiclete e vem nasversões individual (<strong>R$</strong> 25,<strong>90</strong>), média (<strong>R$</strong> 29,<strong>90</strong>) e grande(<strong>R$</strong> 35,<strong>90</strong>). A pizza especial será servida de 10 a 14 deoutubro, a partir das 18h30.Rio SucosNo dia 12 alanchonete oferecerámaior variedade desabores de sucose sorvetes paraagradar osbaixinhos. Umaboa idéia para combater o clima quente e seco.Viçosa CombinadoA casa oferecerá, durante todo o dia, refrigerante em dosedupla para a criançada. Elas pedem um e ganham outro.Para acompanhar, tira-gostos, petiscos, picanha fatiada,mini-pastéis, frango a passarinho, filé em tiras e osrodízios de pizza e pastéis.15


LUIZ RECENAgarfadasegoles@alo.com.br16garfadas&golesA hipocrisia e o bolero cubanoOnze em cada dez perucas da cidade sabem que o governador é um bom sujeito. Mais: Zé Arruda ébem intencionado e quer o melhor para Brasília. Mas será preciso muito mais do que um super implantepara que ele melhore a governança no Distrito Federal. Governança não é governabilidade. É eficiência.Alianças com aliados e empreendedores de outros partidos. Se possível, o inteligente seria a coerência:o governo estimula a iniciativa de quem quer produzir, pagar impostos e gerar empregos; empregos“fichados” (com carteira assinada). E ele, o governo, ajudaria a quem responde ao desafio. Escrevamosmais claro: não dá para estimular a abertura de um bar e depois mandar o Detran, na calada da noite,multar quem está em fila dupla ou esperando vaga; não dá para, em seguida, mandar o fiscal do meioambiente avaliar pelo próprio ouvido o tamanho do barulho e/ou os decibéis na máquina que só elecontrola; ou, ainda, o fiscal da Secretaria de Saúde, de mal com a vida, examinar todos os trinques dacozinha recém inaugurada; ou mais ainda, “quando a noite enfim lhe cansa”, o inspetor da Secretaria deSegurança, amigo de um morador da quadra, pressionar o estabelecimento a fechar logo ou, no máximo,daqui a meia-hora. Arruda é erva contra o mau olhado. O governador deve pensar na boa sorte que trouxepara Brasília e, já que exorcizou a uva portuguesa, a tinta roriz, deve fugir também do bolero cubano:“Hipócrita, simplesmente hipócrita / perversa, tu brincastes comigo”...Hipócrita – doisBienvenido Granda (não confundir com bem-vindaé a grana!..) era um grande cantor de boleros.Cubano, na década de 50 passou dois meses noRio de Janeiro. Cantando, aprendendo portuguêse namorando as cariocas. Fez um sucesso danado.O bolero citado caiu no gosto popular. Hoje, emBrasília, é usado também para designar aquelemorador da quadra xis zero um, que adora bebere curtir no bar da quadra xis zero seis; mas quandochega em casa, chama a polícia para reclamar dobar debaixo da quadra dele. É hipócrita, nomínimo. E não merece um bolero.Aurora precursoraFez 20 anos neste mês de setembro a GaleteriaGaúcha. Arnaldo e sua boina basca, de cor clarapara resistir ao sol da seca; Dinda, as filhas edemais familiares aproveitaram bem o tempo degauchadas setembrinas e comemoraram com tudoa que tinham direito. Afinal, não foi fácil ensinara galera do Planalto Central a comer passarinhogrande, com polenta, carreteiro e massa feita emcasa. E o radice? Aquela folha amarga... Dio!Modelo à terraNo 20 de setembro, data nacional dos gaúchos,a Galeteria bombou. Só para comemorar. Mas foino sábado, 22, que a primeira prenda gaúcha, agovernadora Yeda Crusius, passou por lá, nacasa do Lago Norte, para comer um galetinhoe inaugurar o “pavilhão tricolor”, uma bandeirado Rio Grande do Sul, tamanho oficial, em lugarprivilegiado no restaurante. Foi lembrada, naocasião, a letra, modesta, do hino sulista: “Sirvam,nossas façanhas, de modelo a toda terra”. Ofamoso colunista global Jorge Bastos Moreno foitestemunha. Cuiabano e brasiliense, pediu saisao final. Mas abençoou a gauchada.Crista da ondaO ministro Joaquim Barboza continua surfandonas ondas do voto que mandou Ali Babá e seuscompanheiros para as barras da lei. Quinta-feirarecente comandou animada mesa de oito naAzulejaria. O superior jurista recebeu váriasmanifestações de apreço e apoio por sua tentativade cobrar um pouco de ética na política. Tudomuito discreto, sem exageros. Porém, notável.A luta continuaBuemba! Buemba! Macaco Simão, direto daPaulicéia desvairada, informa que viu um deliranteesfihaldo esganando um pobre tapista, no Largodo Arouche. Ele sobreviveu e foi recuperar suasforças na praça da Moema, onde São Jorge já teveum bar. De lá, em direct conexion com Barcelona,na Espanha, arregimentou seus soldados eprometeu contra-atacar. Em Brasília. Aguardem.


pão&vinhoEstréias de sucessoALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO *Ciro Lilla, proprietário da Mistral,detentora de um dos melhoresportfólios do mercado brasileiro, criouuma segunda importadora de vinhos,a Vini Vinci. Em meio à verdadeira“dança das cadeiras” que alguns dosprodutores vêm realizando entre asduas importadoras, a Vini Vinciapresentou seu début em exposiçãono hotel Gran Meliá Mofarrej, emSão Paulo, apresentando mais de 140vinhos, entre novidades e produtosmigrados da Mistral.Na categoria custo x benefício,o Chardonnay 2006 da Argento seapresentou muito típico, com aromasde abacaxi, boca com leve manteigae corpo cremoso. Da Itália, trazidopessoalmente pela simpaticíssimaMartina Piccini, pudemos apreciaro Chianti DOCG 2006, que, a preçosextremamente convidativos, nos oferecetoda a tipicidade da Toscana. Da Françaa Maison Champy nos apresentou seuBourgogne Pinot Noir 2005, muitosaboroso e que, num estilo inovadorpara a Pinot Noir, exibiu acidez elevada,própria para acompanhar comida.Na categoria dos tops, os portugueseslevaram vantagem: primeiro, como melhor branco, o Chocapalha Reserva2005, refrescante e ao mesmo tempomarcante, que nos remete a um pôr-dosolà beira do Tejo. Provou-se aindao tradicional e delicioso vinho verdeAlvarinho, do Palácio da Brejoeira.Ainda da Quinta de Chocapalha, seuCabernet 2003 aparece como fortecandidato ao título de melhor Cabernetportuguês. A Quinta do Passadouroapresentou seu Reserva 2003, vinificadoà antiga moda do Douro, em lagaresde granito, com pisa a pé sobre maisde 30 castas cortadas para esse vinho.Na categoria “incomparáveis”, nãoposso deixar de mencionar o Pintas2005, que o proprietário da casa, JorgeBorges, teve a gentileza de servir-me comexclusividade como o melhor Pintasjá vinificado até hoje. Para encerrar,o Porto Pintas Vintage 2004, um dosmelhores que já provei, com tanta frutae estrutura que o açúcar se contém.Cá na capital, outra estréia nãomenos brilhante. No Brasília PalaceHotel, à beira do lago, o Oscar fezsua avant première para a imprensaespecializada em almoço muito bemconduzido pelo restaurateur EduardoNogueira. Em ambiente bonito eagradável, com um toque paulistano desofisticação e sobriedade, o restaurantepretende receber os convivas com omelhor da cozinha italiana, uma cartade vinhos bem selecionada e o melhorjazz ao vivo da cidade, tudo por preçosjustos e compensadores.No almoço foram servidos aperitivosdiversos, entre os quais se sobressaiu oSuppli ao Telefono (bolinho de arrozarbóreo com mussarela), com o qualsaboreamos um agradável brancoargentino, da Santa Júlia, corte deChenin Blanc com Torrontés, leve,aromático e refrescante. Todavia, nãose sustentou com a entrada de breasaolacom cogumelos – uma delícia.Como prato principal, massarecheada de abóbora, acompanhada deoutro Santa Júlia, desta feita um cortede Tempranillo e Malbec que escoltoucorretamente o prato, sem sobrepujá-lo.A sobremesa não se destacou e não foiacompanhada de vinho específico, masa carta dispõe de um dos melhoresvinhos do Porto que se pode achar poraqui. Trata-se do vintage da Quinta doVale Meão, ao preço de <strong>R$</strong> 26 o cálice.Por fim, a Portofino, da 308 Norte,realizou a degustação de lançamentodos três vinhos espanhóis da vinícolaboutique Gil Luna, feitos a partir de umcorte 95% Tinta de Toro (Tempranillo)e 5% Garnacha, variando o processo devinificação, a alcoolicidade e o tempoem carvalho, de seis meses para o TrêsLunas Crianza, de 14 para o Três LunasReserva (que adotará o novo nome deStrabon) e de 24 meses para o Gil Luna.O Crianza apresentou intensosaromas de frutos vermelhos, boaestrutura e taninos doces e redondoscom preço promocional de <strong>R$</strong> 40. Otop da linha, o Gil Luna, com aromas defrutos vermelhos e negros em compota,além de um agradável chocolate, naboca é carnudo, intenso e redondo.Excelente, mesmo na sua faixa de preçomais elevada, de <strong>R$</strong> 110 na promoção.Como nem tudo é perfeito, o vinhointermediário não se apresentou tãobem. De aromas ainda fechados, apesardos vários anos de garrafa, com madeiraalém do ideal e álcool destacado dostaninos, acaba por apresentar um preçoacima de seu real valor.*Empresário e enófilo19


oteirogastronômicoArmazém do FerreiraDiamantina RestauranteRestaurante inspirado no Rio deJaneiro dos anos 40. O buffet,com cerca de 20 tipos de frios,sanduíches e rodadas de empadase quibes, com a performance dogarçom Tampinha, são boas opçõespara os freqüentadores.Ambiente requintado e charmoso.No cardápio, um convívioharmonioso entre pratos da cozinhacontemporânea e os preferidos doex-presidente Juscelino Kubitschek.Adega climatizada.202 Norte (3327.8342)CC: TodosAzulejariaUm dos melhores Happy Hours dacidade. No cardápio espumantes,petiscos, sanduíches, carpaccios,ostras e cervejas importadas. Noalmoço, buffet de saladas e pratosquentes.BRASILEIROSHotel Kubitschek Plaza(3329.3774) CC: todosEsquina da VilaA traíra sem espinhas é o principalprato da casa, mas a peixada aomolho, os filés de truta, salmão,badejo e surubim grelhados - comseus deliciosos acompanhamentos -fazem da casa, com seu estilo único,uma excelente opção.408 Sul (3443.0698)CC: TodosVila Planalto(3306.2539)CC: todosBARESBar BrasíliaEm plena W3 Sul, o Bar Brasília temdecoração caprichada, com móveis eobjetos da primeira metade do séculoXX. Destaques para os pasteizinhos.Sugestão de gourmet: Cordeiroensopado com ingredientesespeciais, que realçam seu sabor.506 Sul Bloco A (3443.4323)CC: TodosBUFFET DE FESTASweet CakeÉ um dos mais renomados buffetsde festa da cidade, com mais dedez anos de experiência. Além dossalgados e doces finos oferecidosno buffet, destaque para o Risoto deFoie-Gras, o Carré de Cordeiro aoMolho de Alecrim e o Filé ao Molhode Tâmaras.QI 21 do Lago Sul (3366.3531)Bar e Pizzaria do BrásCamarão 206Cerveja gelada e buffet. Mais de 40opções de frios e petiscos. De 2ª a6ª, buffet no almoço. Aos sábados,feijoada e cachaças, além do buffetde massas e saladas. Todos os diasrodízio de pizzas, caldos e massas.107 Norte (3347.4735) CC: VMonumentalNuma das esquinas mais valorizadasda cidade, a casa tem uma amplavaranda e o chope bem gelado. Noalmoço, buffet variado de saladas,massas e grelhados. À noite, aslingüiças mineiras estão entre ospetiscos mais pedidos.201 Sul (3224.9313)CC: todosBUFFET DE RESTAURANTECardápio variado, sabor e qualidade.Buffet no almoço é o carro-chefe, commais de 10 pratos quentes, diversostipos de saladas e várias opções desobremesa, a <strong>R$</strong> 35,<strong>90</strong> (2ª a 6ª) e<strong>R$</strong> 39,<strong>90</strong> (sáb, dom e feriados) porpessoa. No jantar, serviço à la carte.206 Sul (3443.4841), Liberty Malle Brasília Shopping CC: todosDon’ DuricaNo almoço, bufê com mais de 100opções (<strong>R$</strong> 32,<strong>90</strong>) com sobremesainclusa e feijoada completa aossábados. No jantar, pratos dacozinha contemporânea de dar águana boca. Dose dupla de chopp nohappy hour, de 17:30 às 20:30.Funcionamento: segunda a sábado.201 Norte (3326.1045)CC: V. M. D20


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTESDELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RBUFFET DE RESTAURANTEBier Fass Pontão do Lago SulUm dos melhores happy hours dacidade. Uma boa pedida é o bolinhode bacalhau. Oferece opções de pizzasindividuais e serve chope claro e escuro,e drinques exclusivos, como a caipirinhade morango com vinho do Porto.Exclusividade: carpaccio de bacalhau.Pontão do Lago Sul (3364.4041)CC: TodosChiquita BacanaO Chiquita Bacana oferece almoço com pratosvariados e bem servidos, como massas egrelhados. Todas as segundas-feiras, é vez daSegundona Universitária, o cliente terá 50%de desconto em todas as bebidas. Nas terçasfeiras,dose dupla de caipifruta e vodka. Aossábados tem Feijoada a <strong>R$</strong> 12,<strong>90</strong> por pessoa.O happy hour acontece todos os dias, comchopp a <strong>R$</strong> 2,20.209 Sul (3242.1212)CC: TodosCHOPERIASTorteria Di LorenzaAs mais deliciosas tortas da cidade estãona Torteria Di Lorenza. São centenastipos. Amora Quaker, Frango com Catupirye Sonho de Valsa Crocante estão entreas mais pedidas. Vá a uma de nossaslojas ou peça pela Loja Virtual em www.torteriadilorenza.com.br/lojavirtual.302 Sul (3266.9667), 208 Sul (3443.6366),211 Sul (3245-6000), 115 Norte(3349.7807), 213 Norte (3340.1730),Sudoeste (3344.4600), Lago Sul (3364.5096)e Brasília Shopping (3328.4853)CONFEITARIASMonjoloCom cinco lojas na cidade, mantém atradição em mais de 200 produtos dereceitas típicas do interior de Goiás,preparados artesanalmente, semconservantes ou estabilizantes. A tortaSuflair é uma das tentações da linhadoce. Na linha salgada, uma boa opçãosão as quiches, com recheios variados.404 Norte, 215 Norte, 210 Sul,103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767)PralinéO cardápio é bastante variado, comtortas doces e salgadas, bolos, pães,géleias, caldos quentes, quiches,tarteletes, chás, café e sucos defrutas naturais. Café da manhã por<strong>R$</strong> 11,<strong>90</strong> de 2ª a 6ª (buffet porpessoa).205 Sul bl A lj 3(3443.74<strong>90</strong>) CC: VCONFEITARIASCafé AntiquárioNo almoço de 2ª. a 6ª., Grandes Receitas:Peixada, Cozido, Cassoulet, Galinhada eBaião de Dois. Cinco strogonoffs e seteescondidinhos atendem carnívoros evegetarianos. Saladas, simples grelhados e oambiente à beira lago satisfazem aos gostosmais exigentes.Pontão do Lago Sul (3248.7755)CC: TodosCONTEMPORÂNEOS21


oteirogastronômicoC’est si bonA casa oferece saladas, massas,risotos, grelhados e mais de 50 saboresde crepes. Adega climatizada com maisde 60 rótulos. Sugestão: New York(maçã c/ canela, chocolate amargo elicor de café). Toda 2ª e 5ª música aovivo. (www.cestsibon.com.br)CREPERIAS408 Sul (3244.6353)CC: V, M e DCrepe au ChocolatA nova loja do Crepe au Chocolat, noDeck Brasil abriu suas portas commuitas novidades. São seis crepesnovos, incluindo o delicioso Fanfãde Pêssego, e saladas que valempor uma refeição. Reservas pelo tel:3443-2050.210 Sul (3443.2050),109 Norte (3340.7002)Deck Brasil QI 11 Lago Sul(3037.2357) CC: V, CGRELHADOSRoadhouse GrillCriado nos EUA, foi eleito por três anosconsecutivos o preferido da famíliaamericana. Com mais de 100 lojas,seus generosos pratos foram criados,pesquisados e inspirados nas raízes daAmérica. Conheça tais delícias: ribs,steaks, pasta, hambúrgueres.S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado doPier 21 (3321.8535)Terraço Shopping (3034.8535)ESPANHOLPata NegraÊnfase na cozinha andaluza, oferecemais de 30 delícias gastronômicas,como o Jamon Pata Negra, as tapase a tradicional paella. Para beber,o Chopp Pata Negra, sangria e boavariadade de vinhos. Jantar desegunda a sábado e almoço, sábadose domigos com delicioso buffet depaellas.413 Sul (3345.0641) CC: TodosBier Fass Gilberto SalomãoO Bierfass Gilberto Salomão completaem 2007 seu 38º ano de sucesso,com uma fórmula que agrega tradição,ambiente, cozinha e público diferenciado.Destaque para a cozinha internacional,variando pratos clássicos aos modernos,que influi tanto nos ingredientes usadoscomo na apresentação dos pratos.GIlberto SalomãoQI 5 Lago Sul (3248.1519)CC: TodosGRELHADOSBSB GrillDesde 1998 oferece as melhores e osmais diversos cortes nobres de carne:Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe,Picanha, além de peixe na brasa, esfirras,quibes e outras especialidades árabes.Adega climatizada e espaço reservadocompletam os ambientes das casas.304 Norte (3326.0976)413 Sul (3346.0036) CC: A, VNorton GrillPara quem não resiste a um bomgrelhado, o Norton Grill é o lugar certo.Uma das especialidades da casa é aPicanha Baby com o famoso ArrozNorton e, de sobremesa, um deliciosopudim de leite.INTERNACIONAISOliverO restaurante comemora 2 anos desucesso unindo música, arte e cozinha.Vencedor do Prêmio <strong>Roteiro</strong> 2006 nacategoria Internacional. Destaque para obacalhau ao Zé do Pipo (foto).Brasília Golfe Center -SCES Trecho 2 (3323.5961)Espaço Cultural ContemporâneoECCO - SCN Qd.3 (3326.1250)CC: TodosSan Marco HotelAos sábados, no restaurantepanorâmico do hotel, suculenta feijoadacom ingredientes separados. Entradas:deliciosas batidas, acarajé e caldinhode feijão. <strong>R$</strong> 30 + 10% por pessoa ou<strong>R$</strong> 55 + 10% o casal. Música ao vivoe sobremasas inclusas.Hotel Mélia - 2º andar(3218.5550) CC: todosSHS Qd 5 Bl C (2103.8484)CC: Todos22


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTES DELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RCantina da MassaAgora, todo sábado é dia dedobradinha na cantina da massa.Dobradinha bovina com mocotó,molho de tomate, alho, cebola,salsinha, cebolinha, nós-moscada,louro, sálvia e pimenta, acompanhapao italiano e caseiro(<strong>R$</strong> 15,00).302 Sul (3226.8374)CC: TodosSan LorenzoCulinária internacional,com acombinação surpreendente de belose saborosos pratos. Sugestões:Filédo Casé e Medalhão de Florença.No almoço, pratos executivoscom atendimento ágil e opçõessaborosas. A adega climatizadacompleta o ambiente.103 Sudoeste (3201.2161)CC: TodosDom RomanoDesde 1988, foi pioneira em assaras pizzas no forno a lenha. As pizzastêm sabor e sotaque paulistano. Asmassas e molhos são de fabricaçãoprópria, e têm sabores bem caseiros.As porções bem servidas, retratam aorigem italiana.QI 11 Lago Sul (3248-0078)102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D.GordeixosPizzas assadas no forno à lenha eservidas na pedra, carnes e massas.Na Asa Sul, além do serviço à lacarte, pode-se optar pelo buffet comcinco tipos de massas, três opçõesde molho e 20 complementos, a<strong>R$</strong> 13,<strong>90</strong> por pessoa.404 Sul (3323.8989), Sudoeste(3344.5599), Águas Claras (3435.6565)e Taguatinga (3354.1221) CC: D, M e VITALIANOSTrattoria 101Cardápio com produtos italianosautênticos e tradicionais. Massas,filés, peixes e risotos, carpaccio. Tudopreparado na hora. Execelente carta devinhos com <strong>90</strong> rótulos, entre nacionaise importados. Ambiente charmoso,varanda e amplo estacionamentocompletam o ambiente.101 Sudoeste (3344.8866)CC: V, M e D.TruliUm sucesso com serviços originais erápidos. Buffet no centro do salão. Ocliente monta seu pedido escolhendoaté sete ingredientes para comporum prato de massa, ou salada, ouVira-e-Mexe (arroz com feijão).Deliciosos pratos italianos à la carte.201 Sul (3322.4688) Delivery(3225.4050) CC: TodosITALIANOSSan MarinoCozinha típica de cantina italiana.De 3ª a 6ª, rodízio à noite com15 sabores de pizzas e oito demassas. Nas outras noites, somenteà la carte. Durante a semana, noalmoço, buffet com saladas, pratosexecutivos e grelhados.209 Sul (3443.5050)CC: TodosVilla BorgheseO charme da decoração e a iluminaçãoà luz de velas dão o clima romântico.Aberto diariamente para almoço ejantar. Sugestão: I Segreti di Nettuno(Camarões grelhados, molho pesto ealcaparras com ervas finas em tulipascrocantes, arroz com manjericão eamêndoas torradas), por <strong>R$</strong> 52,00.201 Sul (3226.5650) CC: TodosGordeixoAmbiente agradável, comida boa eárea de lazer para as crianças fazemo sucesso da casa desde 1987. Noalmoço, além das pizzas, o buffet demassas preparadas na hora, ondeo cliente escolhe os molhos e osingredientes para compor seu prato.306 Norte (3273.8525)CC: V, M e DBrilho - Feira dos importadosReferência desde 1997, nos ramosde bebida, charutaria e delikatessen.Na adega climatizada o clienteencontra vinhos especiais, comoRomaneé Conti e Chateau Pétrus.Ambiente especial para degustação.Queijos importados e o melhorbacalhau da cidade.Feira dos Importados(3037.4533) CC: Todoswww.brilhoimportados.com.brLOJAS DE VINHO23


oteirogastronômicoLOJAS DE VINHONATURAISBrilho - Lago SulA nova loja do Gilberto Salomãoconta com adega climatizada egrande variedade de vinhos. Espaçoexclusivo para degustações, palestras,eventos e amplo estacionamento. Osqueijos, azeites, bacalhau, chocolates,acessórios e charutos completam omix de produtos. Venha conhecer!Centro Gilberto Salomão- lj 33(3202.4533) CC: todoswww.brilhoimportados.com.brNaturettoO restaurante valoriza a culináriamacrobiótica, os vegetais orgânicose integrais. O peixe está presente nocardápio diariamente. À noite, o vinhose harmoniza com o ambiente rústicoe cultural e acompanha quiches,salmão grelhado, pães e queijos.ORIENTAISNipponTradicional e inovador. Sushis esashimis ganham toques inusitados.Exemplo disso é o sushi de atumpicado, temperado com gengibre ecebolinha envolto em fina camada desalmão. As novidades são fruto demuita pesquisa do proprietário Jun Ito.403 Sul (3224.0430 /3323.5213) CC: Todos405 Norte (3201.6223) eCâmara dos Deputados CC: V e MHanáBeliniDiariamente no almoço e jantar,festival de sushi e sashimi, commais de 35 opções de pratos.Nas 2 as e 3 as , o tradicional buffetconta com o Festival do Camarão.Funciona também à la carte e temdelivery. Horário: diariamente das12h às 15h e das 19h às 24h.408 Sul (3244.9999)CC: TodosPADARIAA casa premiada é um misto depadaria, delikatessen, confeitaria erestaurante. O restaurante serverisotos, massas e carnes, inclusivecordeiro. Destaque para o cafégourmet, único torrado na próprialoja, para as pizzas especiais e osbuffets servidos na varanda.113 Sul (3345.0777) CC: TodosORIENTAISMaki TemakeriaPIZZARIASBacoPremiada por todas as revistas.Massas originais da Itália, vinhose ambiente. No cardápio, pizzastradicionais e exóticas. Novidades sãouma constante. Opção de rodízio emdias especiais – na 309 Norte, toda 3ªe domingo, e na 408 Sul, às 2 as .309 Norte (3274.8600), 408 Sul(3244.2292) CC: TodosBaco Delivery (3223.0323)Fornalha Pizza e CozinhaÉ o lugar ideal para fanáticos porcozinha japonesa que nem todos osdias estão com apetite ou bolso parair a um restaurante tradicional. São 20opções de temakis, como o deliciosocamarão tempurá, e oito opçõesde rolinhos. Às sextas e sábados,funciona até as quatro da manhã.405 Sul (3242.3460)www.makitemakeria.com.brRodízio de Pizzas e Massas, com maisde 40 sabores. Diariamente, a partirdas 18h. Aos sábados, Feijoada, Chopp200ml <strong>R$</strong> 0,99 e batida de limão/maracujá (cortesia). Promoções HappyHour,Cerveja SOL <strong>R$</strong> 2,99 e Chopp 200ml <strong>R$</strong> 0,99. Temos rodízio em domicílio.307 Sul(Delivery 3443.4251)CC: todos24


MÚSICA AO VIVO ACESSO PARA DEFICIENTES DELIVERY MANOBRISTAESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTECARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: RFeitiço MineiroA culinária de raiz das Minas Geraise uma programação cultural queinclui músicos de renome nacional eeventos literários. Diariamente, buffetcom oito a nove tipos de carnes.Destaque para a leitoa e o pernil àpururuca, servidos às 6 as e domingos.306 Norte (3272.3032)CC: TodosSeverina O Sabor do NordesteApós 26 anos em Brasília, orestaurante Feijão verde da AsaSul muda de nome, decoração,cardápio, mas mantém a tradição e aqualidade. Carne de sol, baião de 2x2,arrumadinho, escondidinho, bode ebeiju recheados. É só escolher!www.restauranteseverina.com.br201 Sul (3224-6362)CC: V, M, Amex, DREGIONAISSaborellaSorvetes com sabores regionais etecnologia italiana são a especialidadeda casa. Os mais pedidos: tapioca,cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Navaranda, pode-se apreciar café bemtirado e fresquinho, acompanhado detapiocas quentinhas.112 Norte (3340.4894)CC: TodosQuituart15 bistrôs de culinária nacional einternacional: vatapá, feijoada, confitde pato, paella, escondidinho de carneseca, quibes, leitoa à pururuca, sushis,picanha na chapa, tortas, suspiros ecafé. Além de moda e arte barroca.Funciona de 5ª a domingo.Canteiro central do Lago Norte(3468.7139 / 8493.2774 )SORVETERIAVARIADOS25


dia&noiteDivulgaçãobabinskiEle nasceu da Polônia, mas ainda menino saiu de Varsóvia comsua família para fugir dos horrores da Segunda Guerra Mundial.Chegou ao Brasil, em 1953, depois de viver na Inglaterra, Françae Canadá. Veio para Brasília em 1965, onde foi professor dedesenho do Instituto de Artes da UnB durante oito meses. Voltouem 1987, quando foi reintegrado ao quadro de professores dafaculdade. Há três anos, uma retrospectiva de seu trabalho atraiuquase sete mil visitantes à Caixa Cultural. “Foi aí que eudescobri que eu tenho o meu público e a minha cidade sonhada”,disse entusiasmado Babinski. Desta vez, 48 trabalhos dessegrande nome da arte contemporânea brasileira podem ser vistosna Casa da Cultura América Latina (CAL). São óleos, aquarelas,desenhos e águas-fortes produzidos em diferentes fases doartista. De terça a sexta, das 10 às 20h; sábados, domingos eferiados, das 12h às 18h. O CAL fica no Setor Comercial Sul,quadra 4, Edifício Anápolis. Telefone: 3321.5811.choronoshoppingA festa de 30 anos do Clube do Choro não vai ficar só em suasede. Durante todos os sábados deste mês a comemoraçãovai acontecer também no Terraço Shopping, sempre às 20h.Pra começar, dia 6, o quarteto Disfarça e Chora, formado poralunos e ex-alunos do Clube do Choro, abre a temporada.O grupo é conhecido por tocar bossa nova, samba, forró, baiãoe frevo em ritmo de choro. No dia 13 de outubro será a vezdo grupo Sai da Frente, formado no início deste ano, queinterpretará composições próprias com arranjos refinados.Seu objetivo é superar limites de gêneros e estilos,contribuindo para a construção e a divulgação da genuínamúsica instrumental brasileira. Os choros vão chorar na Praçadas Palmeiras, do Terraço Shopping, com entrada franca.DivulgaçãobrachernoentreletrasO artista plástico mineiro que acaba de produzir a SérieBrasília – um conjunto de 50 pinturas e 30 aquarelastendo nossa cidade como musa inspiradora –, étambém escritor. Em entrevista dada à jornalistaAngélica Torres para o Painel Brasil TV, ele fala de suapaixão pelas letras, sem deixar de citar, claro, sua paixãopor JK, que conheceu na adolescência. Para assistir àentrevista é só clicar www.painelbrasil.tv. A seçãoEntreletras, recém inaugurada, já trouxe entrevista comCarlos Laredo, o espanhol que faz teatro para bebês etem programado para as próximas semanas conversascom o poeta Nicolas Beher e o tradutor de poesiasJeronymo Rivera. As entrevistas anteriores tambémpodem ser acessadas no mesmo site. Lá estão bonspapos com a escritora Ana Miranda, que chega aensinar como sefaz um romance,o multimídiaMichel Melamede,o jornalista epoeta Luiz Turibae o ficcionista deBrasília RonaldoCosta Fernandes.artesanatonolobbyLuminárias, semijóias, flores do Cerrado, objetosde arte em madeira, arte barroca e cerâmica, alémde tecelagem e bordados. O trabalho de 20 artesãoscadastrados na Secretaria de Desenvolvimento Social eTrabalho e no Sebrae estão expostos no lobby do HotelMeliá 21 até dia 11. A mostra não é só para os hóspedes.Pode ser visitada 24 horas por dia por quem quiserconhecer o artesanato de Brasília. Lá estão as floresnaturais de Ana LeylaFerreira e as almofadaspintadas por RoseMichelson, que diz:"Mais do que fazervendas imediatas, exporno hotel é uma grandechance de divulgação denegociações futuras”.O Meliá fica no SetorHoteleiro Sul, quadra 6.Entrada franca.Painel Brasil TV26


meninodaluaNão poderia haver maneira melhor de comemorar o Dia da Criança. A peça infantil Fragmentos deSonhos do Menino da Lua, que cumpriu temporada de oito finais de semana no início deste semestre,está de volta nos dias 12, 13 e 14 de outubro. Dirigida por Miriam Virna e adaptada da obra L´Opera deLa Lune, do francês Jacques Prévert, a peça, antes encenada no cinema do CCBB, estará agoraem espaço maior: o teatro do mesmo local, com capacidade de 350 pessoas. Conta a história deum menino que pouco sorri mas, à noite, a Lua leva embora sua melancolia. Dias 12, 13 e 14,às 16 horas, com seção extra às 18 horas do domingo. Na sexta os ingressos são gratuitos,com senhas distribuídas uma hora antes no local (sujeito à lotação da sala). Nos demaisdias, ingressos a <strong>R$</strong> 15 e <strong>R$</strong> 7,50. Informações e reservas: 3310.708Dalton CamargosDivulgaçãonaondabratzAs bonequinhas Cloe, Sasha, Yasmin e Jade, que estãoameaçando o império das veteranas Barbies, viraram estrelasdo filme Bratz, com lançamento previsto para o Dia dasCrianças. Aproveitando o embalo, o Conjunto Nacional criouo Parque Temático Bratz, que fica montado até 20 deoutubro. As meninas apaixonadas pelas bonecas terão noshopping um palco em forma de estrela onde estarão fotos dofilme, refletores e filmagem para que as crianças entrem nouniverso das bonecas fissuradas em moda. O camarim Bratzterá maquiadores para produzir as meninas que quiseremse caracterizar como as bonecas. No estúdio, elas serãofotografadas e depois poderão baixar as fotos pela internet.Para os meninos que forem até lá a atração é o Rally Radical,com uma pista de terra, obstáculos e super carrinhos comcontrole remoto. Podem brincar crianças entre 7 e 16 anos.Para participar, devem doar <strong>R$</strong> 3 ou um kit com biscoitode água e sal e maisena que está à venda nas LojasAmericanas, localizada no térreo do shopping. Estes serãodoados à Associação Brasileira de Assistência às Famíliasde Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace).brincandocomarteEscolas públicas, privadas e ateliês têm até odia 10 de outubro para inscrever trabalhos decrianças e jovens artistas de 5 a 17 anos, paraparticipar do Salão Brincando com Arte 2007,promovido pela CODEVASF. Os trabalhosselecionados estarão na mostra coletiva quecomemora os 33 anos da instituição. Osinteressados poderão procurar informaçõesno www.codevasf.gov.br ou falar com ocurador Rocha Maia (3312.4860).talentosdopianoO Concurso Grieg-Nepomuceno de Piano já entroupara o calendário cultural de Brasília. A terceiraedição será na sala Martins Pena do TeatroNacional, entre 17 e 21 de outubro. Promovido pelaEmbaixada da Noruega, o concurso tem comoobjetivo revelar jovens talentos da música erudita.Dos 11 pianistas selecionados este ano, há jovens devários estados do Brasil e até de Portugal, entre elesAndré Leme Pédico, de Bragança Paulista, deapenas 15 anos. O regente da Orquestra Sinfônicado Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS), IraLevin, e o violinista norueguês Ole Böhn farão partedo júri. Além de receber um prêmio de <strong>R$</strong> 10 mil, ovencedor do III Concurso de Piano Grieg-Nepomuceno vai participar de um concerto com aOSTNCS e ganhará uma viagem para a Noruega. Avencedora do ano passado, Lígia Moreno, tocará noencerramento do concurso e depois irá para a Itália,onde se apresenta no Teatro Scala de Milão.27


viverbemLazer preguiçosoUm lugar para caminhar, passear de charrete, cavalgar,mergulhar no riacho e tomar uma, que ninguém é de ferro.É a Pousada Quero-Quero, a uma hora do Plano Piloto.POR LUIZ RECENA“Quero-Quero, Quero-Querogritou lá em cima/ Quero-Quero,quando grita/ é porque alguém seaproxima”. O cancioneiro populargaúcho trouxe para o PlanaltoCentral histórias e canções dessepássaro, também conhecido comoSentinela dos Pampas. Agora, nofundo de um vale, no maciço dosPirineus, batiza com o nome deleuma pousada.Antiga fazenda, a 62 quilômetrosdo centro de Brasília, a pousada Quero-Quero é cortada pelo córrego Japão emuito bem servida de fontes naturais,que alimentam seus pequenos lagos.Um lugar tranqüilo, para a preguiçapura. Ou para o lazer preguiçoso:caminhadas, passeios de charrete,banhos de rio ou fonte, cavalgadas,exercícios e massagens com especialistas.Tomar uma. Mais umas. Todas.Conversando no alpendre, ou na antigavaranda da velha casa de fazendareformada; ao redor da fogueira ouà beira da piscina. Tudo com muitoconforto e mordomia: camasconfortáveis, água quente, frigobar etevê. O mundo rural com o confortourbano, pois ninguém é de ferro enem todo mundo é tri-atleta.A caminhada matinal resume aópera: os romeiros, acompanhadosde um guia, são seguidos por umacharrete com toalhas, espaço pararecolher os cansados e um isoporcheio... de gelo, água e sucos (bem28


combinado, talvez umas cervejinhas...).Boa saúde, mas sem excessos.É programa legal para casais. Parapequenos grupos também. São noveapartamentos. A chegada, sexta-feira nofinal da tarde, começo da noite. Umacálida recepção, um lanche e um bompapo. Quem quiser se recolher maiscedo, fique à vontade. Quem preferircontinuar o papo sob a noite goiana,tem todo o direito. Sábado é o dia dogrande almoço. Quando não há chefesconvidados, a casa oferece feijoada.Inspirada na matriz carioca, mascom cara bem goiana, onde brilhamos embutidos de porco feitos na própriacasa, uma tradição herdada da antigafazenda, que já chegou a criar mais detrês mil suínos. Com um detalhe: ohóspede pode escolher as carnes quequiser comer. Elas serão servidas emseparado para ele. À noite, se aindacouber, há o cardápio da casa. Nodomingo almoço leve, para pegar umaestrada tranqüilamente.Todo esse pacote, fora a bebida, custa<strong>R$</strong> 420 para cada casal. A frase “quandonão tem chefe convidado” é porque acozinha da casa, super bem equipada,aceita receber visitantes que sejam bonscozinheiros e queiram mostrar seus dotespara outros convidados. Foi assim,recentemente, com Eduardo Nogueira,Claude Capdeville e José Luiz Paixão.Três fins de semana em que a Quero-Quero propiciou descobertas e encontrosentre chefes e convidados. E todossaíram ganhando.Fotos: DivulgaçãoPousada Quero-QueroInformações e reservas: 3321.9684,www.pousadaqueroquero.com.br epousadaqueroquero@apis.com.brEstrada republicanaViagem: a estrada real não tem rei; por isso, não é real. É uma via republicanaque começa na Rodoferroviária, passa pela Estrutural, Taguatinga, Ceilândia,Barragem do Descoberto e, já na BR-070, Águas Lindas, Girassol e Edilândia. Logodepois desta última, bem antes de Pirenópolis, vê-se, à esquerda, a placa da Quero-Quero.Escrito assim, tudo bem, coisa de hora, hora e pouco. Mas não é. A tal daslindas águas está bem longe disso e a feiúra faz perder um tempinho, coisa pouca,meia-hora, o suficiente para falar mal do governo de Goiás. Quando começamos amaldizer nossa vocação candanga, já estamos bebendo a primeira gelada. Viva!29


viverbemElegantesbaforadas“Vem, ó meu bom charuto, amigo velho,Que tanto me regalas;Que em cheirosa fumaça me envolvendoEntre ilusões me embalas”Bernardo Guimarães30


Fotos: DivulgaçãoPOR DANIELA RAMALHOA arquiteta Juliana Santanaconseguiu unir sensibilidade, harmonia,brasilidade e elegância ao criar oambiente do Clube do Charuto naCasaCor 2007, no antigo TouringClub, na Esplanada dos Ministérios.O ambiente projetado e decorado porela envolve os visitantes com umailuminação e um aroma especiais,instiga a curiosidade daqueles que nãosão adeptos de charutos e apaixonaainda mais os iniciados.Apesar da forte tradição cubana,tanto na produção como nacomercialização do fumo, a inspiraçãode Juliana se baseia no Brasil tropical.O ambiente sóbrio e com traçoscontemporâneos recebeu umailuminação intimista, proporcionandoa sensação de aconchego necessária paraa curtição dos bons charutos baianos.O vidro chocolate que reveste umadas paredes representa o fumo prontopara ser enrolado e a cor âmbar doambiente, que segue uma paleta dostons do tabaco, mostra o momento emque o charuto está sendo queimado.A arquiteta procurou desenvolver umambiente para um momento único dereflexão e também para recepcionaramigos.Os objetos pessoais destacados nagrande estante que emoldura a sala defumo, inclusive com fotos de MarcosPrado (produtor do polêmico filmeTropa de Elite) e esculturas de OmarFranco, Pedro Emílio e Ceschiatti, sãouma mescla de intimidade e sofisticação.O Clube do Charuto é dividido emdois ambientes – um onde se destacamsofás com almofadas de tecidos rústicose cortes de bambu e outro compoltronas anéis do atelier RicardoFasanello. A decoração destaca umquadro do carioca Luis Fernando Clarkque retrata um mar aparentementecaribenho mas que, na verdade,pertence ao Brasil tropical.Juliana acha que o resultado ficouacima de suas melhores expectativas.Numa simples visita ao local é possívelconhecer todas as técnicas utilizadas enecessárias para o ritual de curtir umbom charuto. As esculturas, as mesaschipres e também os charutos sãonacionais. A ambientação produz umsentimento de nostalgia – em boa partepor conta da aromatização do ambienteque faz parte do projeto idealizado porJuliana.O pai da psicanálise, SigmundFreud, fumava vinte charutos por dia.Raymond de Saussure, um psicanalistaanalisado por Freud na década de 20,lembrava-se do aroma do charuto domestre emanando em seu consultório,proporcionando uma conexão sensóriaespecial tanto ao terapeuta como aopaciente, durante as sessões de análise.Clube do CharutoCasa Cor Brasília 2007Antiga sede do Touring Club do Brasil(ao lado da Rodoviária do Plano Piloto)31


decoraçãoArteadesivaAmbientes ganham mais cores e texturas com tecnologiasimples que embeleza paredes, móveis, espelhos e vidrosPOR SÚSAN FARIAQue tal decorar as paredes de suacasa com adesivos? Ou o espelho dobanheiro? O quarto das crianças? Oumesmo a geladeira? Ou colocar umapoesia – colada com adesivo – numlugar especial? As opções são práticase sem limites para a criatividade.A publicitária Maria Beatriz CunhaAlcântara, 29 anos, gaúcha radicada emBrasília, pós-graduada em marketing,aposta na arte da decoração comadesivos: “É uma tendência queganha força na Europa e no Brasil,principalmente no Rio e São Paulo,e que chega agora a Brasília”.Ela começou a fazer peças paraamigos e, diante da intensa procura,aliou-se a arquitetos, decoradorese parceiros comerciais para ampliaro trabalho. “Não imaginava que aatividade tomasse tamanha proporção”,diz. Até o próximo dia 29, das 12às 22h, alguns dos trabalhos dapublicitária gaúcha podem serapreciados em 13 dos 53 ambientesda Casa Cor Brasília, montada nos4.800 m2 do Touring Club, próximoà Rodoviária do Plano Piloto.A arte com adesivos é fixada emparedes, móveis, espelhos ou blindex,com fita dupla face transparente.Se a peça for colada em lona, podeser aproveitada de um ambiente paraoutro. A criação é personalizada e, paraauxiliar na escolha, Beatriz comprouum banco de imagens de alta resolução(www.shutterstock.com) com osdireitos autorais. Desenha a peça nocomputador, depois a confeccionanuma máquina com ploter, com até3,5 metros de altura e a largura queo interessado quiser. Se o cliente forde Brasília, a obra é colada onde eleindicar. Se morar fora, é enviada peloCorreio.Ex-professora de comunicaçãovisual, Beatriz une a decoração comsua experiência em publicidade, aliandoqualidade e bom-gosto. No site www.walldeco.com.br existe um espaçopara que arquitetos se cadastrem e umademonstração do que é a decoraçãoadesivada. Na Casa Cor Brasília, apublicitária fez uma tatuagem gigante,os tampos de mesas e bancos e as figurasde um homem e uma mulher comadesivo preto no espelho, indicando aentrada de um banheiro. Para enfeitar oquarto de uma adolescente – ambientedecorado pelas arquitetas Beatriz DelGiudice e Patrícia Azevedo – ela colouna parede uma poesia de CarlosDrummond de Andrade, com adesivorecortado imitando ouro.Já no Café Marrom, a arquitetaGislaine Garonce, inspirada nos cafésparisienses, pediu letras brilhantes,coladas dentro de uma moldura de ummetro quadrado, informando que “osabor e o aroma do café são semelhantesa um encontro secreto: saboroso emarcante”. Ainda na Casa Cor, nagaragem de 179m 2 – com sofás, estantese o novo Vectra – está um painel de7,5m de largura, mostrando o lagoMichigan (EUA). “Era uma paredeenorme sem nada. Conheci o trabalhoda Beatriz e gostei do resultado”, explicao arquiteto Moacir Melo.Na opinião da coordenadora deobras da Casa Cor, Ângela Gomes, asnovas tecnologias trazem mais cores etexturas para os ambientes decorativos.“Hoje, tudo é ousado e novo”, diz,referindo-se ao trabalho de Beatriz etambém dos grafiteiros que estão namostra em Brasília.Wall Deco309 Norte – Bloco D (3340.6946)Fotos: Divulgação32


galeriadearteSob a inspiraçãodos trópicosEstúdio V, de 2007, óleo e acrílica sobre tela da carioca Lúcia LagunaArtistas da África, Ásia, Américas eOceania expõem no CCBBHá mais arte entre o Trópico deCâncer e o Trópico de Capricórniodo que supõe a nossa vã filosofia.Com desculpas póstumas a Shakespeare,autor da frase clássica – “há maismistérios entre o céu e a terra do quesupõe nossa vã filosofia” – o certo éque a região tropical sempre intrigoucientistas e artistas por sua naturezariquíssima contrastando invariavelmentecom cenários de extrema pobreza.Uma exposição inédita que chegaao CCBB no próximo dia 16, paraficar até 10 de fevereiro, vai mostrarexatamente o quanto uma faixa de terrade cinco mil quilômetros de extensãofoi inspiradora da arte antiga econtemporânea. Sob o título Os TrópicosFotos: Divulgação– Visões a Partir do Centro do Globo,a mostra abrigará 130 obras antigasprocedentes da África, Ásia, Américase Oceania, todas do acervo do MuseuEtnológico de Berlim. E também 87trabalhos de 23 artistas contemporâneosde vários países, entre pinturas,desenhos, fotografias, esculturas,vídeos e instalações.Alfons Hug, diretor do InstitutoGoethe Rio de Janeiro e um doscuradores da exposição, lembra que aregião entre o Trópico de Capricórnioe o Trópico de Câncer era, até o séculoXV, “terra incógnita”, local de origemdo homo sapiens (mais exatamente doleste africano equatorial) e da projeçãode sonhos exóticos, desejos irrealizáveise medos de artistas, escritores,pesquisadores e viajantes.Localizado no grau de latitude23 dos hemisférios Norte e Sul, essepedaço de planeta que sempre instigouos criadores tem gerado relatos tãodiversos quanto o mais recente romancede Mario Vargas Llosa, Paraíso na OutraEsquina, e Coração das Trevas, de JosephConrad. Os tristes trópicos dos estudosde Claude Lévi-Strauss no início doséculo XX, que Gilberto Gil cantouem Marginália 2 como “melancoliatropical”. Resume Alfons Hug:“Interpretações e leituras dos trópicosassemelham-se a uma bibliotecaimaginária e a um museu inventado,nos quais são conservados nossossonhos e nossos desejos secretos.Até hoje os artistas marcam a idéiaque fazemos dos trópicos”.A montagem da exposição vairessaltar grandes temas que atravessamos tempos, misturando obrascontemporâneas e peças antigas:Natureza, Antepassados e Imagens34


Humanas, Poder e Conflito, Cores eInstrumentos Musicais. Esses grupostemáticos foram livremente inspiradosnas Mitológicas de Claude Lévi-Strauss,em especial nas obras Do Mel às Cinzase O Cru e o Cozido. Uma instalação degrande porte da dupla suíça GerdaSteiniger & Jörg Lenzlinger estarámontada no Pavilhão de Vidro.Os artistas contemporâneos queparticipam da mostra são Guy Tillim(África do Sul), Thomas Struth,Candida Höfer, Marcel Odenbach,Hans-Christian Schink (Alemanha),Caio Reisewitz, Walmor Corrêa,Maurício Dias & Walter Riedweg,Paulo Nenflídio, Lucia Laguna, MarcosChaves, Marcone Moreira, MiltonMarques (Brasil), Sherman Ong(Cingapura), Pilar Albarracín(Espanha), Theo Eshetu (Etiópia),Fiona Tan (Inglaterra), Sandra Gamarra,Fernando Bryce, David Zink Yi (Peru),e Gerda Steiner & Jörg Lenzlinger(Suíça).Os Trópicos – Visões a Partir do Centrodo GloboDe 16/10 a 10/2, de terça a domingo, das 9às 21h, no CCBB. Entrada francaÒpera do Malandro, de Chico Buarque, que estreouem 1978, retrata o Rio de Janeiro dos anos 40A magia do teatroExposições e oficinas vãodesvendar segredos do palcoArquivo J.C. SerroniKopie von Ondina, do gaúcho Walmor CorreaPOR MARIA TERESA FERNANDESO que seria de um espetáculoteatral sem a criatividade do cenógrafo,a sensibilidade do iluminador ou otalento do figurinista?Desde as primeiras manifestaçõesteatrais da Grécia antiga essa conjunçãode fatores é fundamental para o sucesso– ou fracasso – de uma peça, umaópera, um show. É por isso que amostra O Espaço Cenográfico VisitaBrasília, em cartaz na Caixa Cultural atéo dia 29, tem tudo para esclarecer ascuriosidades do público encantado comos truques realizados pelos cenógrafos,iluminadores e figurinistas, profissionaisque trabalham nos bastidores para criaro clima desejado pelos diretores teatrais.O projeto reúne duas exposições,Modos Cenográficos e Teatros do Brasil,uma conferência sobre iluminação,dia 15, com Max Keller, um craqueno assunto, e uma conferência sobrecenografia, com J.C. Serroni, outroprofissional cujo nome é sinônimode boa cenografia. Estão programadastambém oficinas gratuitas de cenografia,iluminação e figurinos, esta últimadada por Telumi Helen, cenógrafae figurinista formada no Centro dePesquisa Teatral, o CPT de AntunesFilho, e hoje integrante do grupoEspaço Cenográfico, dirigido porSerroni em São Paulo.A exposição Modos Cenográficosapresenta trabalhos de cenografia efigurinos de J.C Serroni, desenvolvidosentre os anos de 1977 e 2007.É composta por maquetes, fotos,desenhos, figurinos e instalações,ambientados com elementos do próprio35


galeriadearteEvangelho Segundo Jesus Cristo, peça dirigida por José Possi Neto e estrelada por Thiago Lacerda, teve cenografia de Serroni (2003)cenário, além de luz e som. Asinstalações tentam criar movimentos,além de mostrarem, sempre quepossível, os modos de fazer e seusprocessos.Parte da exposição passou pelaQuadrienal de Cenografia, Indumentária eArquitetura Teatral de Praga, RepúblicaGilgamesh, de Antunes Filho, encenada em 1995Tcheca, em 1995. Nessa ocasião,Serroni recebeu o grande prêmio daQuadrienal – a Golden Triga – dadoà melhor exposição montada entremais de 50 países participantes.O júri justificou a escolha dizendoque “a cenografia brasileira é feita comliberdade, valoriza a atmosfera festivaFotos: Arquivo J.C. Serronido teatro, dando a cada trabalho umaforma inusitada”.Já a exposição Teatros do Brasilapresenta fotografias dos principaispalcos do país. Foi idealizada a partirdo livro Teatros - Uma Memória do EspaçoCênico no Brasil, de Serroni. Editada em2002, a obra cataloga todos os teatrosexistentes no Brasil, sendo que 88 delessão retratados de forma maisabrangente, com fotos, textos sobre suahistória e depoimentos depersonalidades ligadas aos espaços. Aexposição já foi montada em São Pauloe São José do Rio Preto e está sendoexibida pela primeira vez em Brasília.J.C.Serroni já realizou cenografia efigurinos para dezenas de espetáculosteatrais, desde 1976. Entre eles, destacamseSonhos de uma Noite de Verão, Hamlet,Macbeth e Rei Lear, de Shakespeare,e Ópera do Malandro, Gota D’águae Saltimbancos, de Chico Buarque.Mostras Modos Cenográficos eTeatros do BrasilCaixa CulturalDe 3 a 29 de outubro, das 9h às 21h,entrada francaProgramação completa das conferências eoficinas em www.caixacultural.com.br36


queespetáculoPecados divertidosApós quatro anos de sucesso no Rio e São Paulo,o humorístico Surto chega finalmente a BrasíliaQuatro atores cansados do fracasso,da vida comum, da manipulação damídia, de bundas, peitos, de situaçõesque viram referência de um mundo decabeça para baixo, resolveram dar umgiro de 360º em suas vidas, parar nomesmo lugar e tirar sarro dessarealidade. Surto é um espetáculo quereúne esquetes que prezam pelademência de seus personagens.Personagens que a cada minutoencontramos, vemos na televisão,esbarramos com eles nas ruas. Percebero absurdo da vida pelo simples prismado humor.Foi assim, brincando com o fato doser humano se permitir rir do quecarrega de pior, comopreconceito, luxúria,ganância e outros pecadosque fazem com que a vidaseja um pouco maisdivertida, que ThaísLopes, Rodrigo Fagundes,Wendell Bendelack eFlávia Guedes resolveramenfrentar o desafio demontar um espetáculo semnenhum patrocínio. Umagrande aventura para quemvive de teatro nos dias dehoje.A idéia foi inspirada nopaulistano Terça Insana. Emapresentação esporádica noRio, Thaís Lopes foi assistiràs loucuras de GraceGianoukas e Cia. Ficouencantada com asimplicidade e a qualidadedas esquetes e acreditouque no Rio de Janeirotambém poderiam fazer algonaqueles moldes, com poucodinheiro e muito talento.Desde as primeiras apresentações noCentro Cultural Correia Lima, háquatro anos, Surto já dava os primeirossinais de que seria um sucesso. Umhumor ácido e mordaz e raízes nomelhor do besteirol dos anos 80 fizerama peça arrancar aplausos do público ede famosos. A crítica não foi diferente.Todo esse tempo a peça esteve na listadas indicadas pelo O Globo e Veja Rio.Foi capa da Rio Show (O Globo), Veja Rioe Caderno B do Jornal do Brasil, entreoutras publicações, agradando,inclusive a crítica mais severa do país,Bárbara Heliodora.Divulgação“Surto é uma espécie de retornoà garra da forma inicial do besteirol,usando o recurso da crítica a tipos esituações muito conhecidos do público.E, como o antigo besteirol, não tempretensão alguma senão a de divertire fazer rir de algumas das insanidadesque com mais freqüência atacam aHumanidade de modo geral. E, ao quese propõem, os ‘surtados’ sem dúvidachegam”, definiu a crítica de O Globo.O espetáculo foi indicado paraprêmios de melhor texto, direção eesquete, além do de melhor atorpara Rodrigo Fagundes, com apersonagem Ângela Botox, noFestival de Esquetes CurtaCena. A convite do diretorMaurício Sherman, RodrigoFagundes levou um dospersonagens da peça para a TV,e hoje o Patrick (“olha a faca!”)é um dos maiores sucessos dohumorístico Zorra Total. Em 2005,Rodrigo foi premiado como melhorcomediante pela Rede Globo, emvotação popular.Em Brasília, a peça éproduzida por Luciano Girade,Sheila Aragão e Deva Ferreira,que em 2007 assinaramexcelentes trabalhos em teatro,shows, festas e eventoscoorporativos. Nos próximos diasmais novidades: de 18 a 21, na SalaVilla-Lobos, Divã, comédia com LiliaCabral e grande elenco; e de 26 a 28,na mesma Villa-Lobos, Déborah Blochem Brincando em Cima Daquilo.SurtoDe 4 a 7/10 no Teatro dos Bancários(314/315 Sul). Quinta, sexta e sábado, às21h; domingo, às 20h. Ingressos a <strong>R$</strong> 60 e<strong>R$</strong> 30. Informações: 3346.<strong>90</strong><strong>90</strong>37


asiliensedecoraçãoHermanocandangoO Uruguai,quem diria,produziu umdiretor teatralautêntica eabsolutamentebrasiliense38


POR ANGÉLICA TORRESFOTO EDUARDO OLIVEIRACom quantos atos se faz a vida deum homem inteiramente dedicado aoteatro não é da conta da matemáticanem é um faz-de-conta que a cortinado palco desvela ou esconde. No casode Hugo Rodas pode-se dizer que umahistória de amor verdadeira conta apeça por inteiro, e o título poderiaser “Brasília é meu país e minha sina”– mesmo que o berço tenha sidoMontevidéu e a fala ecoe desde sempreum insolente “espantuguês”...Se esse dramaturgo, diretor eprofessor de artes cênicas foi há 32 anosrecebido, amado e reverenciado pelacidade como um filho legítimo, nãodeixou o troco por menos. Em trêsdécadas, retribuiu a acolhida com maisde uma centena de espetáculosapresentados e sucessivas gerações deprofissionais cênicos formados pela suamão. Não há em Brasília quem seja doramo e não tenha passado por essa“instituição”, que é ele em pessoaretumbando um estilo livre epersonalístico na arte de conceber efazer teatro.Nascido no mesmo dia de IsadoraDuncan, 27 de maio, Hugo RenatoRodas Giusto teve por destino nãoinventar outra moda que não a de“teatrar”. A tendência e a influênciavieram da Grécia, território paterno dosRodas Mendez, mas ainda mais do ladomaterno, Giusto Rossi, italiano. Filho esobrinho único, ele foi mimado,paparicado, muito amado especialmentepelas cinco tias genovesas, queespalhavam roupas, bugigangas, tralhasde toda sorte em uma determinada áreada casa, para que fizesse espetáculos paraelas, quando tinha apenas sete anos.Embora operários de fábrica, os paisqueriam fazer dele uma pessoa especial.Essa determinação rendeu a Hugoapenas dois anos em escola formal, emtroca de educação particular ministradapor vizinhos e parentes professores.A partir dos seis anos estudou piano,dança, teatro, desenho; e espanhol,inglês, italiano, francês. Mas nuncafalou bem língua alguma porquedetestava estudá-las: “Jamais entendias fronteiras”, explica-se.Aos 18 anos criou o Grupo deDança-Teatro de Montevidéu, com abailarina Graziela Figueroa. No augeda ditadura latino-americana, foi pararem Salvador, depois em Ouro Preto,e acabou convidado a dar um cursono Ballet Lúcia Toller, quando seapaixonou perdida e definitivamentepor Brasília. Era 1974 e começava aí oprimeiro ato de sua história brasiliense.Sentiu-se parte da novidade que acidade representava à época no mundoe de sua saudável solidão e, apoiadopelos próprios alunos do curso, ficoupara sempre. “Não saio daqui nemmorto”, diz com veemência.Esse entusiasmo passional ligou seunome a grupos de teatro como Pitu,TUCan e Companhia dos Sonhos; àeducação teatral em instituições comoSESC, Cresça, Fundação Cultural eUniversidade de Brasília; a peçasmemoráveis como Dorotéia eSaltimbancos, A Casa de Bernarda Alba eO Olho da Fechadura; a prêmios comoShell e Serviço Nacional de Teatro; afamosos como Antonio Abujamra,Marília Gabriela e Denise Stoklos.Sua história vinculou-se à de artistasbrasilienses queridos, como AryPára-Raios e Cássia Eller, OswaldoMontenegro e Néio Lúcio, MauraBaiocchi e Eliana Carneiro, entreinumeráveis outros.Atuou em filmes como O casamentode Louise e O Palco dos Sonhos,documentário que o homenageiacomo celebridade. Lecionou teatroa pais, a seus filhos e agora chega aosnetos. Seu trabalho foi objeto de duasteses de mestrado. Só este ano montousete peças, sempre apostando no atorcomo instrumento em sua totalidade.É um direito adquirido o de se orgulharpela trajetória de tantos atos, fatose títulos que coleciona, entre eles ode cidadão honorário de Brasília.“É inacreditável! Um maluco como eu!Não ganhei o título porque me porteibem, mas porque me portei,simplesmente”, filosofa.Hugo teve muitos amores na vidae cita suas muitas famílias espalhadaspelo mundo – na terra natal, Françae Espanha, Goiânia e Brasília. “Minhaprima Mirtha é um pouco minha mãe.Meus parentes italianos, Loureiros, meadoram como a ovelha negra de toda acoletividade. Não fui pai, porque meupapel talvez seja o de ser filho; oembaixador Wladimir Murtinho meadotou como tal. Carla Osório,Carmem Moretzsohn e Iara Pietricovskysão minha família”.Como legítimo filho da cidade,Hugo Rodas viveu uma fase de práticasespiritualistas, hoje superadas porrecusa a quaisquer dependências. Mastem lá suas manias: exceto o branco, sóse veste de preto e marrom, e é rigorosocom a organização e o asseio de suacasa e pertences. Triplamente ar,zodiacalmente falando (geminiano, comascendente em Aquário e lua em Libra),admite estar de bem consigo mesmoem seus 68 anos de vida. “Me perguntopor que não sofro, não penso quesou sozinho, nem temo o futuro... massempre falo para o enfermeiro do Athos(Bulcão) ir se preparando, porque daquia pouco vou eu!”39


verso&prosaPoesia em dose duplaAmneres e Carla Andrade, duas poetasde Brasília, traduzindo o intraduzívelPOR RICARDO PEDREIRAExiste uma literatura feminina e,mais ainda, uma poesia feminina?Muitas mulheres não gostam dessaidéia, que seria um preconceito, umreducionismo. A poesia vale pelo queé, independente do sexo de quem aescreve. Os temas e as formas estãoabertos para todos, seja homem oumulher, chinês ou italiano, negro oubranco. Assim, classificar uma certapoesia como feminina seria uma formade diminui-la.A poesia e a literatura sempre valempelo que são, mas é natural que seenxergue características específicas emcada obra, em cada autor. Drummondé poeta universal, que fala para todos osseres humanos, mas não há comodissociá-lo da condição de brasileiro.E há muita brasilidade no que escreve.A literatura de Clarice Lispector é umespanto maravilhoso para homens emulheres, e feminina até a raiz doscabelos.Toda essa reflexão vem a propósitode dois livros recém-lançados, de poetasmulheres de Brasília, Amneres e CarlaAndrade, que valem pelo que são e,sobretudo, por serem livros de poesia.Já foi dito aqui neste espaço que apoesia deveria ser item de cesta básica.Com todo seu subjetivismo, muitasvezes misterioso, é uma expressão maiorda criatividade humana que alimentapara valer quem a consome.Pois lendo Amneres e Carla não hácomo deixar de lado o fato de seremmulheres. Por caminhos bem diferentes,elas fazem linda poesia. Ponto. Mas quebom sejam mulheres a fazer poesia, poisas mulheres – viva a diferença! – têmuma sensibilidade que é só delas, e issoé mais do que sabido.Amneres acaba de lançar o livro Eva(poderia ser mais feminino?), em ediçãobilíngüe, com tradução para o espanhol.Ela faz uma poesia visceral,despudorada, que vai direto ao ponto.Vejam o poema Libido: “Fogo insonearranha, assanha, excita, / grita noventre, no sexo, nas coxas, / corre nosangue e escorre e encharca, / cíclicacorrente elétrica, / cio do tempo,/ infinita lava, / luz de um misteriosoDeus, / corpo e sopro, / transitórioe eterno, / Ícaro, / Eros, / Eu”.Carla publicou Conjugação de Pingosda Chuva. O título já é um poema emsi e um aviso do que vem pela frente:imagens originais, de grandesensibilidade, que buscam traduzir osmistérios que nos cercam. Como emSaltimbancos: “A vida é só um picadeirode circo / Quando notamos... / Foramseas lâminas certeiras / dos atiradoresciganos / restaram véus de purpurinas /Apenas as lembranças rodopiam. /Ecoam em algum lugar aqui dentro /como cambalhotas sapecas”.Viva a poesia e viva a poesia feitapor mulheres! “A palavra é bêbada, /branca de desejo. / Vândala armadura./ Prende em ecos / o ar azul do dialeto”– diz a etérea Carla. “Minha língua é opoema, / nele me expresso, / digo oindizível, / posso o impossível, / sousigno, / farol, / teorema” – rebate aconcreta Amneres.Parafraseando o grande poeta ChicoBuarque, que tantas vezes foi tãofeminino em sua poesia, vá de CarlaAndrade, beba Amneres.Conjugação de Pingos de ChuvaCarla AndradeEditora LGE, 96 páginas, <strong>R$</strong> 20EvaAmneresEditora Thesaurus, 156 páginas, <strong>R$</strong> 3540


luzcâmeraaçãoO estranho mundode Mojica MarinsMostra no CCBB comemora 50 anos de carreira do cineasta queinventou o terror brasileiro e se consagrou como Zé do CaixãoPOR SÉRGIO MORICONIJosé Mojica Marins – Retrospectiva daObra não é de forma nenhuma umamostra comum. Pela primeira vez orealizador que ganhou fama mundialcom o personagem Zé do Caixão vai tero corpo principal de sua filmografiaexibido num contexto que favoreça umapercepção e compreensão mais amplado seu trabalho por parte do público.O curador Eugênio Puppo se debruçoupor mais de quatro anos sobre a vida ea obra de Mojica, perambulando porinstituições públicas e privadas, alémdo acervo pessoal do cineasta, atrás deinformações que lhe fossem úteis paraa produção do livro-catálogo de 180páginas, com artigos inéditos deespecialistas do porte de Inácio Araújo,a ser lançado durante o evento. Alémdisso, a mostra promoverá um debatecom a presença do próprio Mojica eapresentará o inédito A Praga, média–metragem cujos negativos, consideradosperdidos, foram finalmentereencontrados, telecinados e montados.Realizador único do cinemabrasileiro, José Mojica Marins é umdaqueles casos em que não se sabe bemse o criador é mais interessante do quea criatura ou vice-versa. Inventor doimpagável e conhecidíssimo personagemZé do Caixão, Marins surgiu no iníciodos anos 60 como um ET no panoramado cinema brasileiro. Ao contrário daquase totalidade dos diretores, ele nãovinha dos recém extintos estúdios daVera Cruz (produtora de O Cangaceiroe de melodramas do tipo Sinhá Moça eFloradas na Serra), não vinha da tradiçãodas chanchadas da Atlântida nem erada turma do emergente Cinema Novo.Mesmo assim, foi adotado por todomundo, inclusive pelos futuros diretoresmarginais, como um exemplo –inqualificável, é bem verdade – decriador autêntico, puro e de aura naïf.42


Conta a lenda que quando GlauberRocha foi lançar seu hoje clássicoRevisão Crítica do Cinema Brasileiro,ao vislumbrar José Mojica na fila deautógrafos levantou-se da cadeira e, aosberros, arrancou-lhe o livro de entre osbraços dizendo “você, não, você, não..(e, atirando o livro longe)... não leia issoque vai lhe fazer mal, você não precisadisso”, concluiu ainda possesso.A história foi contada de diversasmaneiras por inúmeras personalidadesdo cinema brasileiro que afirmaramtestemunhar o insólito acontecimento.Verdade ou mentira, o fato é que oepisódio ilustra bem a percepção deGlauber no que diz respeito àquilo queJosé Mojica Marins representava. Eleera, e é, sim, um artista naïf. Um artistalivre dos constrangimentos e dos víciosde modelos cristalizados de cinema,fossem eles referenciados por umacultura culta, popular e mesmo peloscódigos da indústria de cinema.Pai do terror brasileiro, trash,influência declarada do udigrudi deRogério Sganzerla e do primeiro JúlioBressane, José Mojica Marins chegou ater de fato sua obra identificada com ado cinema marginal – os mencionadosudigrudis. Curiosamente, sequiséssemos, poderíamos sem nenhumfavor chamar Mojica de “marginal” –afinal de contas, poucos realizadorespuderam e podem alardear, como ele,ter iniciado a carreira no cinemainteiramente à margem de qualquerestrutura estabelecida para a produçãocinematográfica. Ainda nos anos 40,José Mojica começaria a fazerexperiências com filmes em 16mm.Na década seguinte, assim como ospioneiros do cinema mundial daprimeira década do século XX, passou aexibir sua produção – que incluía filmesem 8mm – em parques de diversão eigrejas da capital e de pequenas cidadesdo interior do Estado de São Paulo.Não era só na forma de exibiçãoque os primeiros filmes de José Mojicase assemelhavam às obras de mestresfundadores como o francês GeorgesMeliès, mágico que se utilizaria docinematógrafo (primeira câmara eprojetor inventados pelos irmãosFotos: DivulgaçãoLumière) para levar seus truques paratelas de cinema improvisadas em feiras,praças e quermesses públicas. Logo quecria a sua primeira produtora decinema, a Companhia CinematográficaAtlas, Mojica realiza a premonitóriacomédia A Mágica do Mágico, ondeinterpreta um mendigo que encontradentro do lixo um livro que lhe auferepoderes mágicos, fazendo com queapareça e desapareça nas mais insólitassituações e circunstâncias sociais.Alguns anos depois, Mojica fecha aAtlas e funda a Apolo, firma com maisambições profissionais, dedicada àprodução de filmes em 35mm.Experimenta um pouco de tudo, comoo faroeste tropical Sentença de Deus e,depois, Meu Destino em Suas Mãos, obradirecionada ao público infantil cujopersonagem era diretamente inspiradono Carlitos de Charles Chaplin. No seuverbete para a Enciclopédia do CinemaBrasileiro, Guiomar Pessoa Ramos nosconta ter sido mais ou menos por essaépoca que Mojica teria tido a inspiraçãopara o seu Zé do Caixão. Ascircunstâncias não deixam de ter umquê de morbidez: ao adoecergravemente, Mojica sonha que estásendo arrastado por um homem todovestido de preto e sem rosto (ele teriavisto Morangos Silvestres, de IngmarBergman?) que o leva até o cemitérioonde vê numa lápide a inscrição de seunome e data de nascimento. É entãoque, num relance, consegue ver que apessoa que o conduzira até ali, o talhomem de preto, era ele próprio, o quenão deixa de ser uma outra variação dosonho do professor de MorangosSilvestres.“Uma capa de Exu, o seu únicoterno preto, a cartola alugada na Casado Artista” – segundo ainda o relatode Guiomar Pessoa Ramos – davamà luz o Zé do Caixão. Na seqüência,Mojica faria os filmes que lhe trariamcelebridade cult no Brasil e nos EUA,onde veria 13 de seus trabalhos seremlançados, rebatizados como Coffin Joe.No Brasil, a partir de 1963, veríamos oscélebres À Meia-Noite Levarei Sua Alma,Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver(1966), seguidos no ano seguinte daTrilogia do Terror, em que Mojica dirigeo episódio Pesadelo Macabro. No mesmoano, em 1967, realiza O Estanho Mundode Zé do Caixão, composto de trêshistórias curtas de horror: O Fabricantede Bonecas, A Tara e IdeologiaO mundo ainda daria muitas voltaspara José Mojica Marins. Esquecido nosanos 80, sob o pseudônimo de J. Avelar,faz vários filmes de sexo explícito. Mas,mesmo neles, estão presentes várias dascaracterísticas de sua obra,especialmente o gosto pelo grotesco,pelo sádico, pela mobidez. Mojica,sempre Mojica, em filmes de títulosbizarros como A 5ª Dimensão do Sexo,24 Horas de Sexo Ardente, Dr. Frankna Clínica das Taras, 48 Horas de SexoArdente. Aos 71 anos, depois de tersua contribuição reconhecida pelacomunidade cinematográfica, depoisde ver sua obra e vida imortalizadasno livro Maldito, escrito por AndréBarcinski e Ivan Finotti, Mojica vê amaior retrospectiva já realizada sobresua obra num momento em que voltaa soltar seus cachorros e fantasmas comA Encarnação do Demônio, filme quecompleta a inacabada trilogia de Zédo Caixão e que deverá chegar aocircuito comercial em 2008.José Mojica Marins – Retrospectivada ObraDe 9 a 23/10 no cinema do CCBBIngressos a <strong>R$</strong> 4 e <strong>R$</strong> 2Programação completa emwww.roteirobrasilia.com.br43


luzcâmeraaçãoAlma de ParisPiaf – Um Hino de Amor é uma história de paixões,frustrações amorosas e tragédias – inclusive umassassinato – que marcaram a vida dagrande diva da música francesaPOR REYNALDO DOMINGOS FERREIRAApesar de não mostrar umretrato por inteiro da vida amorosade Edith Piaf e de ter narrativamuito picotada por seguidosfashbacks, o que pode confundiro espectador, o filme de OlivierDahan, além de ter uma boainterpretação de Marion Cotillardno papel da cantora francesa,comove principalmente pela paixãocom que foi realizado.É esse realmente o grande atributodo filme – intitulado La Vie en Rose naFrança, onde obteve sucesso, mas nãoconseguiu ser premiado em Berlim –que mais parece uma declaração deamor de Olivier Dahan, responsávelpelo roteiro e pela direção, à cantora, aqual, malgrado o sucesso que alcançouno mundo inteiro, teve uma vidapontilhada por muitos acontecimentosbizarros e trágicos.Alguns desses acontecimentossão mostrados no filme, que focalizamais aspectos da vida americana deEdith Piaf, pois ela morou durantealgum tempo em seu apartamento naPark Avenue, em Nova York, e viajoumuito com seus fiéis amigos pelointerior dos EUA, tomandochampanhe e se drogando durantetodo o tempo. Os momentos de Piafna França são, no filme, os de muitapobreza e dificuldade, além daqueles44


em que volta para se despedir noOlympia e morrer, em 1963, em Grasse,na Provence. Mas ela foi enterrada nocemitério Père Lachaise, em Paris, ondeseu túmulo continua sendo muitovisitado.O filme de Dahan não ressalta,por exemplo, a fase em que, apósser descoberta, aos 17 anos, peloempresário Louis Leplée (GérardDepardieu), Edith recebeu o nome deLa Môme Piaf e se tornou rica e famosacomo Mistinguette, Charles Trénet eTino Rossi. Nem menciona o fato deela ter descoberto o cantor e ator YvesMontand, que se tornaria uma de suaspaixões até que ele, rico e famoso, secasasse com Simone Signoret. E muitomenos destaca, como seria necessário,a meu ver, sua amizade com JeanCocteau, Gilbert Bécaud e CharlesAznavour – que foi seu secretário emNova York – nem seu último casamentocom Theo Sarpo, com quem gravouum disco.Edith Giovanna Gassion nasceuem 1915, em Belleville, bairro pobrede Paris. Era filha de uma cantora derua e de um contorcionista de circo,Louis Gassion (Jean-Paul Rouve), mascomo vivia à míngua, perambulandopelo bairro onde nasceu, foi levada paraa Normandia a fim de ser criada pelaavó (Sylvie Testud), dona de um bordel.Assim, Edith passou a viver no meiodas prostitutas, despertando emalgumas delas, como Titine(Emmanuelle Seigner), o instintomaternal que às vezes se exacerbava.Quando, certo dia, Edithamanheceu sem poder enxergar a luzdo dia, o médico diagnosticou infecçãona retina, difícil, segundo ele, de sertratada. As meninas do bordel decidementão levar Edith ao túmulo de SantaTerezinha, em sua cidade natal, Lisieux,que fica próxima. Diante do túmulo,Edith, além de oferecer um buquê deflores à santa, pede-lhe fervorosamenteque lhe conceda a graça de voltar aenxergar. Retornando a casa, no diaseguinte, ela recupera a visão.Em vista disso, Edith se apega aSanta Terezinha, quando tem deenfrentar momentos trágicos de suavida, que são muitos, pois se tornasuspeita de haver participado doassassínio de Leplée, escapa de acidentede carro com um de seus amantesamericanos, tenta o suicídio, perde afilha, Marcelle, vítima de meningite,e um de seus grandes amores, MarcelCerdan (Jean-Pierre Martins), campeãomundial de boxe, morre em desastrede avião ao atender ao seu chamadotelefônico para ir encontrá-la emNova York.É por sinal do relacionamento deEdith Piaf com Marcel Cerdan queDahan extrai as duas seqüências maisempolgantes de seu filme: a primeira éa que focaliza, pelas belas imagens deTetsuo Nagata, a luta de Marcel noringue, enquanto Edith torce por ele naplatéia e, pela trilha sonora, canta umde suas mais líricas canções; a segundaé quando Edith, em seu apartamento,em imagem subjetiva, vê Marcel chegar,abraçá-la, tirar o paletó e deitar-se nacama, enquanto ela vai procurar orelógio que comprara para ele e, emimagem objetiva, fica sabendo pelasdemais pessoas que a cercam da mortedele no desastre de aviação.É nesse segundo momento, também,que a atriz Marion Cotillard, ajudadapor uma maquiagem excepcional, tem oseu melhor e mais dramático momentona composição do papel de La Piaf.Pena é que em algumas outrasseqüências ela se exceda em fazercaretas, o que, apesar de parecerapropriado pela origem circense dapersonagem, desmerece suapersonalidade de atriz. Quem ensinavaisso bem era Giulietta Masina. Mas,nas cenas finais, principalmente quandocanta, no Olympia, Non, je ne regrette rien(Não, eu não lamento nada), de CharlesDumont e Michel Vaucaire, Cotillardestá magnífica. Aliás, segundo consta,a atriz teria estudado canto parainterpretar o papel de Edith Piaf,cuja voz, segundo Marlene Dietrich(Caroline Sillrol), era a alma de Paris.No elenco de bom nível se destacamainda, como não poderia deixar de ser,Gérard Depardieu, numa breve apariçãocomo Louis Leplée, Jean Paul Rouve,como Louis Gassion, e EmmanuelleSeigner, como Titina. Mas quem marcapresença no filme, além de Cotillard, éo estreante Jean-Pierre Martins no papelde Marcel Cerdan, tanto nas cenas depugilismo como na última em queaparece na imagem subjetiva de EdithPiaf. Também a trilha sonora, deChristopher Gunning, é outro atributodo belo filme de Dahan, constituída de,entre outras músicas, La vie en rose, deLouiguy, Millord, de Marguerite Monnote Georges Moustaki, L´Hymne àl´Amour, de Marguerite Monnot, e LesMômes de la Cloche, de Vincent Scotto.Piaf – Um Hino ao AmorFrança, Reino Unido e RepúblicaTcheca/2007, 140 min. Direção: OlivierDahan. <strong>Roteiro</strong>: Olivier Dahan e IsabelleSobelman. Com Marion Cotillard, GérardDepardieu, Sylvie Testud, Pascal Grégory,Emmanuelle Seigner, Jean Paul Rouve, Jean-Pierre Martins e Clotilde Cerveau.Fotos: Divulgação45


luzcâmeraaçãoO pirata, o filme,o cartaz e o chopePOR RONALDO DUQUE“Pai, que tal a gente almoçar hoje?”– me ligou Valéria com a voz diferente,que já me deixou com a pulga atrás daorelha. Vai ver que despachou aquelenamorado bundão que ela nunca tevecoragem de me apresentar. Quem sabemais uma vez decidiu mudar de cursona faculdade. Resolveu voltar para aJamaica, pensei.Pelo menos duas, três vezes por mêsalmoçamos juntos, eu e meus filhos,quando colocamos o papo em dia. NoCareca, comida chinesa, na Tribo,cardápio natural, ou no Tanoor, árabede primeira, mas um pouco salgadoquando reúno toda a galera – Pablo,Bernardo, Filipe, Lívia, Valéria e osagregados. Dessa vez fomos só nosdois ao Família Gourmet, ao ladoda produtora.Antes de chegarmos ao restauranteValéria não resistiu e confessou:“Comprei o DVD do Araguayana rodoviária, cinco pilas, piratão.Quer ver?”Alguns amigos já tinham me ligadopara avisar que o filme tinha sidopirateado. Um deles, Ivan, telefonoucomentando os extras, elogiou, deurisadas, mas eu não acreditei. Uma vezfui até a feira do Paraguai pra ver seencontrava o bicho. Necas, ninguémtinha nem sabia. Agora estava emminhas mãos, comprado por minhafilha. Uma capa horrível, cópia xerocadade terceira categoria. Não tinha o seloda bolachinha. Um horror!Voltamos à produtora. Eu precisavaver se pelo menos a qualidade da cópiaera boa. E não é que era? Fiquei então46


pensando onde o pirata safadoconseguiu o master para a reprodução.Em caso recente, o longa Tropa de Elitefoi roubado de uma produtora, no Riode Janeiro, ainda sem estar finalizado.O pirata dele caprichou na capa. E omeu? Acredito que foi copiado a partirde um original alugado de locadora,onde o filme já está disponível. Quantoà capa ...#*”&@#.E aí, fazer o que? A lei brasileira deproteção à propriedade intelectual éuma das melhores do mundo. Está emvigor há oito anos mas não funciona.Tampouco existe uma políticagovernamental de combate a piratariadefinida e atuante. Por isso somos oquarto mercado consumidor deprodutos piratas do mundo. Cinquentapor cento dos CDs de música e 35%dos DVDs com filmes e shows sãofalsificados. Um buraco de quase 200milhões de dólares por ano. Em agostodo ano passado, só em agosto, 300 milDVDs foram apreendidos e 28laboratórios de copiagem estourados.Fazer cinema no Brasil dá umtrabalho danado e muitas dívidas. Dáprazer, alegria, uma imensa vontade defazer mais. Também dá tristeza quandosabemos que ainda não conseguimos teruma política de distribuição que exibanossos filmes. Tô chutando o númeromas tenho certeza que hoje, agora, nesseminuto, mais de cem filmes brasileirosdormem nas prateleiras por falta degrana para o lançamento, enquanto queum ou dois filmes americanos ocupama maioria das salas do país.Bem, voltando à pirataria eRonaldo Duque é jornalista, cineasta e dono daprodutora Fantasias Luminosas, de Brasília.fechando a conversa sem lamentações:meu filme Araguaya, a Conspiração doSilêncio, que conta a história daguerrilha, com Danton Mello, NorthonNascimento, Françoise Forton e outrosbons atores brasilienses, três vezespremiado, duas no exterior, já nãopode ser encontrado na versão pirata.Esgotou-se. Uma outra tiragem, dessavez original, com capinha bem impressa,selo etc, poderá ser encontrada nestedia 9, terça-feira, às sete da noite, nobar Monumental. Quem levar os dezprimeiros DVD’s ganha um cartaz euma tulipa cremosa patrocinada peloJorge Ferreira, amigo bom danado.Tá vendo, pirata murrinha, vê se nopróximo capricha na capa e paga omeu chope!Araguaya, a Conspiraçãodo SilêncioO primeiro longa-metragem de RonaldoDuque conta a história da guerrilharural nas selvas amazônicas, na décadade 70, uma luta desconhecida até hojepela maioria do povo brasileiro. O DVDtraz o making of do filme, depoimentosde personagens da época, como JoãoAmazonas, Jarbas Passarinho e o generalNewton Cruz, e ainda o documentárioExpedição Antígona, sobre o resgate decorpos no Araguaia, em 2001. Exibido paramais de 30 mil pessoas no Brasil, ganhouno final de 2004 o Prêmio Especial doJúri do Festival de Gramado, o de MelhorFilme do New York Brazilian Film Festivale o Prêmio Especial de La Juria do 20ºFestival do Cinema Latino Americano deTrieste, na Itália, no ano passado. Participouainda em 2005 das mostras especiais doFestival Internacional de Cinema do Cairo,no Egito, e do Anchorage InternationalFilm Festival no Alasca. O DVD pode sercomprado pelo telefone 3328.7218 oue-mail fantasiasluminosas@uol.com.br, aopreço de <strong>R$</strong> 31,<strong>90</strong>.Fotos: Divulgação47


luzcâmeraaçãoDiálogo comtodas as artesArrigo Barnabéé o primeiroconvidado do projetoCinema Falado,da Caixa CulturalO que há em comum entre SamuelBeckett e Salvador Dalí, além do fato deserem ambos grandes artistas europeusdo século XX? O dramaturgo Beckett,nome referencial do teatro do absurdo,e o artista plástico Dalí, sinônimo desurrealismo, usaram a linguagemcinematográfica para experimentar. Nocinema de Beckett, um Buster Keatonjá velho assusta-se com o império daimagem, em Film, de 1965. Em Umchien andalou, de 1929, Dalí colaboracom Buñuel no que foi consideradoo primeiro filme surrealista. Os doisexemplos ilustram o fascínio que ocinema sempre exerceu sobre artistasdas mais diversas áreas e a possibilidadeque a sétima arte tem de dialogar comas demais, como a Caixa Culturalpretende demonstrar com o projetoCinema Falado.A idéia é bem simples: um artista,não necessariamente ligado à atividadecinematográfica, indica um filme quefez sua cabeça, o filme é exibido edepois o convidado e a platéiaconversam. Sobre cinema, é claro, etambém sobre todas as outras artes.Quem abre oprojeto é ArrigoBarnabé, grandenome da música devanguarda no Brasil.Ele indicou 2001 – Uma Odisséia noEspaço, clássico de Stanley Kubrick queserá exibido dia 10, quarta-feira, a partirdas 19h. Em seguida, o músico conversacom o público.A proposta de Cinema Falado éexplorar o diálogo do cinema com asvárias atividades artísticas e intelectuais.A inspiração veio de um depoimento deCaetano Veloso publicado em seu livroVerdade Tropical, no qual o cantor ecompositor baiano (que também jáse aventurou na sétima arte, com odocumentário Cinema Falado) confessaa influência que o Cinema Novo e, emespecial, o de Glauber Rocha exerceramsobre o movimento tropicalista. Etambém de uma entrevista do cineastaWalter Carvalho, um dos maioresfotógrafos de cinema mundial, segundoo qual a maior influência que recebeupara conceber a luz dos seus filmes veioda leitura de obras de Machado deAssis, Graciliano Ramos, João Cabralde Melo Neto e José Lins do Rêgo.A partir daí, o curador SérgioMoriconi, cineasta, professor e críticode cinema da <strong>Roteiro</strong>, decidiu convidarartistas e intelectuais para queconfessassem “que títulos levariam parauma ilha deserta”. A partir deste mês, eaté abril do ano que vem, toda segundasemana do mês será marcada por umencontro com um grande criador e umgrande filme, sempre na Caixa Cultural.Depois de Arrigo Barnabé será a vez doescritor Marçal Aquino, que tem sefirmado como importante roteiristano cinema brasileiro contemporâneo.Ele assina a roteirização de textos de suaautoria para o cineasta Beto Brant – OsMatadores, Ação entre Amigos e O Invasor–, além de criar roteiros originais, comoNina, dirigido por Heitor Dhalia.A escolha do nome para fazer aabertura do projeto não poderia sermais acertada. O músico paranaenseArrigo Barnabé tem feito uma belacarreira no cinema, como premiadoautor de trilhas sonoras e como ator –já protagonizou os filmes Cidade Oculta,de Chico Botelho, e Nem Tudo é Verdade,de Rogério Sganzerla, e recebeu prêmiospela autoria de trilhas sonoras em todosos principais festivais de cinema doBrasil. Ele escolheu uma obra-prima,um clássico considerado o melhor filmede ficção científica de todos os tempos.Lançado em 1968, 2001 – Uma Odisséiano Espaço é baseada na obra de ArthurC. Clarke. Uma obra que até hoje geradiscussões intermináveis.Cinema FaladoArrigo Barnabé comenta 2001 – UmaOdisséia no Espaço10/10, às 19h, no teatro da Caixa Cultural.Entrada franca.Arrigo BarnabéFotos: Divulgação48


MemóriasafetivasEm Santiago, o diretor João Moreira Salles tenta, emlinguagem documental, reconstituir a própria infânciaPOR REYNALDO DOMINGOS FERREIRAO ponto de referência do filme é ummordomo de origem italiana (piemontês),de vasta cultura e memória prodigiosa,que assegurava o brilho das recepçõesoferecidas por seu pai, o embaixadorWalter Moreira Salles, em sua casa daGávea, no Rio, durante os governos deGetúlio Vargas, Juscelino Kubitschek,João Goulart e Jânio Quadros.A peculiaridade dessa nostálgicareconstituição dos tempos de infânciado cineasta é que ela foi feita em duasépocas diferentes, com intervalo dequase 14 anos, quando se acentuouna consciência do realizador o sentidode perda ou, em suas palavras, acompreensão de que as coisas um diaacabam. Pois as imagens rodadas em1992, após a morte de sua mãe, quepermaneceram intocadas, mostraram-sede maior interesse anos mais tarde, em2005, depois da morte do mordomo edo embaixador, quando então forameditadas.O elo afetivo que o diretor mantémem relação aos três personagens é o fiocondutor da narrativa, feita na primeirapessoa. Ele lembra, por exemplo,quando a mãe dizia de sua admiraçãopelos arranjos florais que Santiagopreparava para as recepções da casada Gávea, atendidas por 20 garçons.Nas imagens da entrevista comSantiago, rodadas em preto e brancono seu exíguo apartamento do Leblon,João lhe pede que fale sobre essesarranjos florais (que talvez fossemcomo os enormes centros de mesada Renascença), os quais, segundo omordomo, eram confeccionados sobinspiração dos movimentos de peçasmusicais de Beethoven, Wagner e Bach.O realizador conta que certa noite –reconstituída no documentário,malgrado sua vontade, à luz do dia –, naausência dos pais, tendo sido acordadoao som de um piano, correu ao salão e asurpresa lhe veio, não por ser Santiago oexecutante, o que era comum, mas pelofato de ele estar vestido de fraque, comoum concertista. Perguntado sobre aindumentária, Santiago prontamenteDivulgação49


luzcâmeraaçãorespondeu que ela se tornava necessáriapara que ele pudesse realmenteinterpretar Beethoven.Outra noite, como lembra Santiago,estava programada sua folga por ser adata de seu aniversário, quando, deforma inesperada, ele se viu forçadoa organizar uma recepção. Antes de seiniciar o jantar, porém, o embaixador –que, vale lembrar, foi negociador de umdos melhores acordos da dívida externabrasileira durante o governo de JânioQuadros – e seus convivas, parasurpresa do mordomo, o brindaramcom champanhe!... Sim, comchampanhe – diz ele, envaidecido.Dos homens públicos brasileiros queiam à casa da Gávea, Santiago citaapenas Juscelino e João Goulart.Há um momento no filme em quese conjugam as intenções do realizadorcom as do personagem em reconstituirseus tempos de infância, um, portanto,complementando o outro. É quandoSantiago rememora, mais eufórico doque Moreira Salles, suas impressões deviagem a Gênova e, em seguida, falade seus primeiros tempos na Argentina,onde descobriu sua paixão pelas lutasde boxe e mais que tudo pela ópera –principalmente pela de Giuseppe Verdi– no Teatro Colón, de Buenos Aires,onde conheceu os cantores maisfamosos da época, como BeniaminoGigli, em La Traviata. Ele se tornaragrande admirador de Fred Astaire ede Cyd Charisse, intérpretes de A Rodada Fortuna, de Vincente Minelli (1953),que tem uma seqüência reproduzida nofilme. O seu cineasta preferido, porém,parecia ser o sueco Ingmar Bergman,de quem cita, com propriedade, emseqüência repetida intencionalmentepor três vezes, a frase: “Somos mortosinsepultos, apodrecendo debaixo deum céu cruento e vazio”.Mas a grande realização de Santiagofoi um repositório de mais de 30 millaudas copiadas ao longo dos anos delivros por ele lidos em diversasbibliotecas. Essa documentação, cujodestino era motivo de preocupação deSantiago, narra a vida das grandesdinastias do mundo inteiro, em especialas dos Médicis, Malatestas, Borgias eViscontis.O documentário de João MoreiraSalles é tecnicamente bem realizado,com uma bela composição de planoscalcada – segundo ele próprio esclarece -no filme Viagem a Tóquio, obra-primade Yasujiro Ozu (1953), que temseqüências reproduzidas sobre oscréditos finais. Esses planos sãonaturalmente valorizados pelaexpressividade da fotografia em preto ebranco de Walter Carvalho e por umaprimorosa trilha musical. Em suma,Santiago é um filme inteligente, demuita sensibilidade e poesia, quedignifica o cinema brasileiro.SantiagoBrasil/2006, 80 min. Direção: João MoreiraSalles. Produtor: Maurício Andrade Ramos.Diretor de Fotografia: Walter Carvalho.Edição: Eduardo Escorel e Lívia Serpa.CINEMA DE QUALIDADEPELA METADE DO PREÇORecorte os cupons da página 18 para pagarmeia-entrada, de segunda a quinta-feira,em qualquer sala da rede Cine Academia.Programação no site www.roteirobrasilia.com.br50

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