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a literatura infanto-juvenil de ruth rocha - TEL

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Anais do XIV Seminário Nacional Mulher e Literatura / V Seminário Internacional Mulher e Literaturaconsi<strong>de</strong>rar o seu modo <strong>de</strong> vida como o mais correto e o mais natural” 7 e issopo<strong>de</strong> levar a posturas preconceituosas e sectárias. Por outro lado, o textoapresenta as atitu<strong>de</strong>s diferentes do padrão cristalizado não como uma fugaà norma, mas uma possibilida<strong>de</strong> completamente aceitável. Pois, em meioà pedagogia do “isso não po<strong>de</strong>”, ao voltarem os irmãos para casa, num diaem que havia chovido, encontraram um arco-íris e Pedro teve i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “passarpor baixo”. Joana pensou no perigo que a proposta po<strong>de</strong>ria representar,mas, como Pedro insistiu, resolveu aceitá-la:Joana se riu:– Tia Edith disse que se a gente passar por baixo do arcoírisantes do meio-dia homem vira mulher e mulher viahomem...– Que besteira! – disse Pedro. – Quem é que acreditanuma coisa <strong>de</strong>ssas?E os dois se <strong>de</strong>ram as mãos e correram, correram nadireção do arco-íris. E <strong>de</strong> repente pararam espantados.Eles estavam se sentindo esquisitíssimos!– O que aconteceu? – perguntou Joana.E a voz <strong>de</strong>la saiu diferente, parece que mais grossa...– Sei lá! – disse Pedro.Mas parou <strong>de</strong>pressa, porque ele estava falando direitinhocomo uma menina. 8Após isso, os irmãos (assim como seus os pais) passaram a questionaras “regras” que, <strong>de</strong> certo modo, ditam as ações permitidas ou não a cadasexo. Pedro passou a ser chamado Pedra e Joana, Joano. Assim um po<strong>de</strong>sentir a arbitrarieda<strong>de</strong> que cerceava as ações alheias e também as suas.Logo na esquina Pedro, quer dizer, Pêdra, que agora eramenina, <strong>de</strong>u o maior chute numa tampinha <strong>de</strong> cerveja queestava no chão.- Vamos parar com isso? – disse Joano. – Menina não faz7 LARAIA, Roque <strong>de</strong> B. Cultura: Um conceito Antropológico. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Zahar, 1988, p.75.8 ROCHA, Ruth. Faca sem ponta, galinha sem pé... Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira, 1983, s/p.

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