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Revista Biotecnologia

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dificadas podem ser agrupados emtrês categorias: troca de materialgenético entre as plantas geneticamentemodificadas e espécies selvagensaparentadas por meio da dispersãode grãos de pólen; a seleçãode indivíduos resistentes na populaçãodo inseto-alvo de controle e oimpacto da tecnologia sobre outrosinsetos e organismos não-alvos docontrole. Com relação à troca dematerial genético, segundo Ellstrandet al. (1999), as plantas domesticadase utilizadas em sistemas agrícolasnão podem ser consideradascomo indivíduos evolutivamente separadosde seus parentes selvagens.Dentre as 13 mais importantes espéciesutilizadas para a produção dealimentos, 90% destas formam híbridoscom seus parentes selvagensem algum local dentro de sua áreade distribuição agrícola. Deste modo,os centros de origem das espéciesseriam os locais mais suscetíveis atal fenômeno. A taxa de fluxo gêniconeste caso tende a ser extremamentevariável e as suas conseqüênciasevolutivas dependem de sua magnitude.A conseqüência evolutiva maisclara do fluxo gênico é a sua tendênciaem homogeneizar a composiçãogenética das populações. A taxa defluxo gênico pode ser efetivamentezero entre plantas com incompatibilidadede cruzamento que estejamisoladas espacialmente ou que nãoapresentem sobreposição de suasépocas de florescimento. Porém, osautores chamam a atenção em particularpara os agroecossistemas. Emtais casos, o plantio concentrado deuma espécie de interesse econômicopode permitir que outras espécies(ex: plantas daninhas) soframhibridização e introgressão de genesvindos do campo de produção agrícola.Assim, o fluxo gênico entre asplantas domesticadas e seus parentesselvagens apresenta potencialmenteduas conseqüências danosas:o aumento da capacidade de invasãode ambientes por algumas espéciese o aumento do risco de extinçãodestes parentes selvagens. De acordocom Wolfenbarger & Phifer(2000), modificações genéticas atravésdo melhoramento genético, convencionalou através de engenhariaFigura 2. Taxa de adoção mundial das principais culturas GM em 2002genética, de uma espécie cultivada,ou não, podem produzir mudançase promover a habilidade de um organismose tornar invasor de diferentesecossistemas. Deste modo, atransferência de pólen de plantas demilho-Bt para plantas selvagens aparentadasé uma preocupação decorrenteda adoção desta tecnologia(Bergelson et al., 1998). No entanto,esta transferência é limitada a regiõesdo México e América Centralonde ocorrem plantas do grupo dosteosíntos (Ellstrand et al., 1999).O impacto das plantas geneticamentemodificadas sobre a entomofaunabenéfica começou a recebergrande atenção após a publicação deLosey et al. (1999) na revista Nature.Este estudo mostrou que o pólen domilho transgênico expressando toxinasde Bt causou mortalidade decerca de 50% das lagartas da borboletamonarca (Dannaus plexippus)(Lepidoptera: Nymphalidae), quatrodias após a ingestão. Porém, estetrabalho foi bastante criticado, principalmente,por não relatar precisamentea quantidade de toxina utilizadanos bioensaios. Outros estudos,como os realizados por Leong et al.(1992) e Hansen & Obrycki (1999)indicam que este inseto pode serafetado pelo milho-Bt, porém os níveisde mortalidade são bastante inferioresaos verificados por Losey etal., (1999). Glare & O´Callagham(2000) ressaltam que o comportamentodo inseto, migração a partir deáreas com esta toxina, poderia reduziro efeito da toxina sobre estaespécie.Deve-se ressaltar que o impactodas plantas geneticamentemodificadas sobre os organismosnão-alvos do controle pode seravaliado através de estudostoxicológicos e/ou ecológicos(Obrycki et al., 2001). Nos estudostoxicológicos, o parâmetro avaliadoé a mortalidade dos herbívorose dos consumidores de pólen quandoexpostos às toxinas de Bt comorealizado por Losey et al. (1999).Por sua vez, nos estudos ecológicossão observados os efeitos dautilização destas plantas sobre osdemais níveis tróficos constituintesde uma cadeia alimentar (herbívorospredadores e parasitóides).Ainda existem questionamentosquanto ao impacto das toxinas presentesem plantas de milho-Bt sobreinsetos polinizadores de outrasplantas. Vandenberg (1990)detectou valores significativos demortalidade de abelhas domesticadasquando expostas à solução deBt tenebrionis, o qual é consideradoespecífico para coleópteros. Ainda,segundo Obrycki et al. (2001),os efeitos das plantas de milho-Bttambém deveriam ser avaliadossobre decompositores presentes nosolo (ex: Collembola) e outros predadoresvertebrados. Estes últimosestudos se justificam já que algumasespécies de pássaros e morcegossão predadoras de lepidópterosque freqüentemente ocorrem emcampos de milho.Em relação ao efeito de plantastransgênicas sobre inimigos naturais,de acordo com Orr & Landis20 <strong>Revista</strong> <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento - Edição nº 31 - julho/dezembro 2003

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