o discurso de identidade no debate online sobre uma bebida - IEL
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III Simpósio Nacional Discurso, I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Socieda<strong>de</strong> (III SIDIS)DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADEdiscussão analisada. No a<strong>no</strong> anterior, 2010, por questões econômicas, a empresafechou suas fábricas na Grã-Bretanha e transferiu a produção para a Polônia.2. O problema político da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s a partir do problema darepresentação po<strong>de</strong> ser pensado a partir <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s premissas <strong>de</strong>senvolvidas<strong>sobre</strong>tudo <strong>no</strong> âmbito das reflexões <strong>sobre</strong> os chamados “pós-colonialismo” e “pósfeminismo”.Em <strong>uma</strong> <strong>de</strong>finição inicial, parte-se do princípio <strong>de</strong> que i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são,entre outras coisas, construções discursivas arbitraria e historicamente <strong>de</strong>finidas. Asi<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, os conceitos <strong>de</strong> “nós” e “eles” estão inscritas em <strong>discurso</strong>s que as<strong>de</strong>finem, estipulando sua história e <strong>uma</strong> genealogia que garanta sua valida<strong>de</strong> em umprocesso <strong>de</strong> legitimação. Discursos, pensando a partir <strong>de</strong> Hall (1997) e Foucault(2008), são relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e, ao mesmo tempo, são construídos em relações <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r. A inscrição <strong>de</strong> algo em um discuro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições <strong>de</strong> produção erelações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que presi<strong>de</strong>m a construção <strong>de</strong>sse <strong>discurso</strong>.É nesse sentido que a afirmação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e representações <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>tornam-se um problema político na medida em que não basta querer “ser alguém”: odireito <strong>de</strong> ostentar publicamente <strong>uma</strong> representação e afirmá-la como i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>precisa ser conquistado (Marti<strong>no</strong>, 2010). A conquista da auto<strong>no</strong>mia política estáligada à obtenção <strong>de</strong> <strong>uma</strong> condição ativa na formulação <strong>de</strong> <strong>discurso</strong>s <strong>sobre</strong> simesmo, o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a si mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista próprio, nãocomo categoria apenas <strong>de</strong>ntro do <strong>discurso</strong> <strong>de</strong> outrem (Benington, 1991; WaThiong’o, 2006).Os <strong>discurso</strong>s, enquanto narrativas, <strong>de</strong>finem e são <strong>de</strong>finidos nas categorias <strong>de</strong>classificação da relida<strong>de</strong> existentes em sua origem (Lima, 1983) Quando se “narra” ooutro, afirma Bhabha (1991; 2008), isto é, quando o outro é apresentado em meudiscuro, tendo a classificá-lo <strong>de</strong> acordo com <strong>uma</strong> lógica específica. Como sintetizaCanclini (1962:67), “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é <strong>uma</strong> construção que se relata”.No exemplo abaixo, a crítica à transferência da fábrica da Twinings para aPolônia implica a narração do fato: o gosto polonês é “narrado” pelo britânico eresponsabilizado pela mudança:Market research was done in Poland so of course the tea tastes bad,the national dish is beetroot soup! If it looks like dishwater and tastes