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Redes sociais conectam vida pessoal a profissional

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DNotíciasd oMundoA n t ro p o logia<strong>Redes</strong> <strong>sociais</strong><strong>conectam</strong> <strong>vida</strong><strong>pessoal</strong> a <strong>profissional</strong>Faz parte da natureza humana oconvívio com outros indivíduos egrupos de afinidades diversos. Estainteração tem se modificado atravésdos tempos, seja pela necessidadede sobrevivência material,seja mo<strong>vida</strong> pelas angústias pessoaisou por premências econômicas,<strong>sociais</strong> e políticas. O poder de interconexãodessas relações <strong>sociais</strong>,nas últimas décadas, foi potencializadoa patamares dificilmenteimaginados, pelo surgimento dastecnologias de informação e comunicação(TICs), em particularas que possibilitam a operação dasredes <strong>sociais</strong> da internet. O impactodessas relações transbordou parao mundo real: os papéis <strong>sociais</strong>já não têm divisões claras.“O tempo das pessoas está se comprimindo.Isso implica no fato deque as pessoas estão misturandosuas <strong>vida</strong>s, no trabalho, nas socializaçõese nas horas de lazer”,explica Marcos Cordiolli, pesquisadorda área de educação e consultorpedagógico sobre educaçãocorporativa. Por um lado, diz, essafalta de limites claros é positiva,pois desenvolve e exercita as capa‐cidades de socialização dos indivíduos,tornando possível interagirde forma mais refinada, aprender arespeitar as diferenças entre as pessoase identificar diferentes pontosde vista. Por outro lado, paraalguns, isso pode significar umacrise de identidade.Cordiolli lembra que existem diferentespapéis <strong>sociais</strong> para cada ocasiãoe, portanto, cada um se portade modo distinto nos diversos espaçosde convívio social. “Entretanto,quando se está em uma rede socialna internet, de forma pública, todosveem nossas diversas facetas. Umapessoa que é intransigente no dia adia e que, antes do advento dos perfispúblicos na internet, conseguiase equilibrar na hora de lidar comReproduçãoAlgumas das principaisredes <strong>sociais</strong> no Brasilas pessoas no ambientede trabalho, agoranão consegue maisser esses dois personagenstão diferentes”,afirma o pesquisador.“Um <strong>profissional</strong>pode conversar compessoas de lugaresdistantes e, mesmoassim, ter intimidadecom essas pessoas. Asfotos dos momentosfelizes, da família estãono Facebook, noFlickr ou no Picasa”aponta Cordiolli. “Écomo se tivéssemosuma vivência íntima sem nunca terestado com esses indivíduos. Emoutros casos é possível trabalharconjuntamente, escrever textos emcoautoria, organizar e intervir notrabalho do outro simultaneamente,como se fosse um diálogo frentea frente”, completa o especialista.É também comum que o trabalhoseja o centro das relações <strong>sociais</strong>, ocentro da espiral de socialização e,muitas vezes, direcione para ondeesse círculo social se expandirá.Mas isso pode acabar sendo umavantagem para o trabalhador, queacaba, literalmente, criando umnetworking ativo.“As empresas, parece, estão seapropriando não só da força físicado trabalhador, mas também19


MUNDNotícias do MundoDados da internet no Brasil e no mundoDe acordo com pesquisa publicada pelo instituto Ibope/ da Comissão Europeia). Em abril deste ano, o FacebookNielsen, o número de internautas com mais de 16 anos no somou 40 milhões de usuários no Brasil, ante 27 milhões doBrasil era de 73,9 milhões no final de 2011, e seis meses Orkut e 11 milhões de contas ativas no Twitter, de acordo comdepois atingiu cerca de 82,4 milhões. Em 2003, esseo Ibope/Nielsen. A ComScore, consultoria especializada emnúmero era de 19 milhões. Os sites de educação e carreiras internet, analisa que apenas o crescimento do Facebook, noresponderam, no início deste ano, pelo maior número de Brasil, até fevereiro deste ano, foi em torno de 250%. Já oacessos únicos: 25,8 milhões de usuários (ou 34,9%). A Linkedin (rede social de profissionais que soma 150 milhõescategoria de comunidades, que engloba os sites de redes de usuários no mundo) afirma ter chegado a 4 milhões de<strong>sociais</strong>, fóruns e blogs alcançou 39,3 milhões de usuários usuários no país, 428% de crescimento em um ano. Em todobrasileiros em agosto de 2010, o que equivale à 53% dos o mundo esses números de crescimento são menores, poisinternautas ativos.já se atingiu a estagnação e o crescimento mais lento. NaAté 2015, 80% dos lares brasileiros poderão dispor deAlemanha, por exemplo, um dos países da Europa que maisinternet, segundo o Comitê Gestor da Internet (CGI.br).crescem no uso do Facebook, a alta de usuários foi puxadaAtualmente, aproximadamente 40% deles estãopelas mulheres com mais de 45 anos, que aumentaramconectados, um número abaixo dos de padrão europeu, que em 39%. Todos as outras faixas etárias e de gênero sejá ultrapassou a média de 67% (dados do relatório do painel mantiveram abaixo dos 25%. Bem longe do boom brasileiro.da sua <strong>vida</strong> <strong>pessoal</strong>. É uma formade competir com outras empresase serviços, se aproveitando do engajamentonas redes <strong>sociais</strong> que otrabalhador – agora ‘colaborador’– já teceu a partir dos seus contatospessoais, que são, então, assimiladospelos patrões”, explica José DariKrein, pesquisador do Centro deEstudos Sindicais e de Economiado Trabalho do Instituto de Economiada Universidade Estadualde Campinas (Unicamp). Ele enfatizaque já não é possível deixar a<strong>vida</strong> individual descolada da <strong>profissional</strong>.“Antes se trabalhava paraviver, hoje se vive para trabalhar;e os mecanismos de controle sobreos trabalhadores/colaboradoresestão ficando mais sofisticados, aponto dos patrões saberem comoseus contratados agem ou pensam,apenas observando sua <strong>vida</strong> nas redes<strong>sociais</strong>”.Duas pesquisas recentes mostrama intensificação da inter‐relaçãoentre o <strong>profissional</strong> e o <strong>pessoal</strong>.Uma delas, feita por Kelly MacKay,da Universidade de Ryerson,no Canadá, e Christine Vogt, daUniversidade Estadual de Michigan,nos EUA, observa que muitosprofissionais, mesmo de férias,têm cada vez mais dificuldades dese desconectar dos seus gadgets tecnológicos.Outra, feita por HelenaJohnson, da Sociedade Certificadade Fisioterapia da Grã‐Bretanha,aponta que é cada vez mais comumque funcionários façam hora extrafora do local de trabalho.Essa fusão entre <strong>vida</strong> <strong>pessoal</strong> e <strong>profissional</strong>,lembra Krein, se reflete naschamadas doenças do século XXI,como a depressão, a ansiedade e oestresse. “As pessoas estão buscandoformas de lidar com essa fusão quepermeia a <strong>vida</strong> de todos que estão nomercado de trabalho”, conclui.Enio Rodrigo Barbosa20

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