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Método Monte Carlo Aplicado ao Modelo de Ising ... - UERN

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICAMESTRADO EM FÍSICAMAGNO DE SOUZA COSTAMÉTODO MONTE CARLO APLICADOAO MODELO DE ISING QUASIPERIÓDICOMOSSORÓ2012


MAGNO DE SOUZA COSTAMÉTODO MONTE CARLO APLICADOAO MODELO DE ISING QUASIPERIÓDICODissertação apresentada <strong>ao</strong> Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Física da Universida<strong>de</strong> do Estado doRio Gran<strong>de</strong> do Norte / Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Ruraldo Semi-Árido, como requisito parcial à obtenção dotítulo <strong>de</strong> Mestre em Física.ORIENTADOR: Prof. Dr. Idalmir <strong>de</strong> Souza Queiroz JúniorMOSSORÓ2012


Catalogação da Publicação na Fonte.COSTA, MAGNO DE SOUZA.MÉTODO MONTE CARLO APLICADO AO MODELO DE ISINGQUASIPERIÓDICO . / Magno <strong>de</strong> Souza Costa. – MOSSORÓ, RN, 2012.98 fORIENTADOR(A): PROF. DR. IDALMIR DE SOUZA QUEIROZ JÚNIOR.Dissertação (Mestrado em Física). Universida<strong>de</strong> do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> doNorte. Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Física.1. <strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> ISING - Dissertação. 2. <strong>Método</strong> <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> - Dissertação.3. Estruturas quasiperiódicas - Dissertação. I. Queiroz Júnior, Idalmir <strong>de</strong> Souza.II.Universida<strong>de</strong> do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte. III.Título.<strong>UERN</strong>/BC CDD 530Bibliotecária: Elaine Paiva <strong>de</strong> Assunção CRB 15 / 492


MAGNO DE SOUZA COSTAMÉTODO MONTE CARLO APLICADOAO MODELO DE ISING QUASIPERIÓDICODissertação apresentada <strong>ao</strong> Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Física da Universida<strong>de</strong> do Estado doRio Gran<strong>de</strong> do Norte / Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Ruraldo Semi-Árido, como requisito parcial à obtenção dotítulo <strong>de</strong> Mestre em Física avaliada pela bancacomposta por:Aprovado em 28 / 03 / 2012.Banca Examinadora______________________________________________________OrientadorProfessor Dr. Idalmir <strong>de</strong> Souza Queiroz Júnior.Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural do Semi-Árido - UFERSA______________________________________________________Examinador InternoProfessor Dr. Milton Morais Xavier Júnior.Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte - UFRN______________________________________________________Examinador ExternoProfessor Dr. Dory Hélio Aires <strong>de</strong> Lima Anselmo.Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte - UFRN


PARA PESSOAS ESPECIAISMeus PaisManoel Pereira da CostaMaria Gilvani <strong>de</strong> Souza CostaMinha esposaMaria Solange dos Santos CostaMeu filhãoPetrus Magno dos Santos Costa


AGRADECIMENTOS• Ao Deus eterno, imortal, invisível, mas real.• Ao meu orientador, Prof. Dr. Idalmir <strong>de</strong> Souza Queiroz Júnior, pela confiança,paciência, incentivo no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho, imprescindível apoio àconclusão e enorme contribuição para meu crescimento profissional.• Aos membros da banca examinadora Prof. Dr. Dory Hélio Aires <strong>de</strong> Lima Anselmo e oProf. Dr. Milton Morais Xavier Júnior pela contribuição nas observações sobre otrabalho e pelo incentivo.• A minha esposa Solange Santos e meu filho Petrus Magno pela paciência e apoioincondicional.• A todos os Professores do Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Física da <strong>UERN</strong> quecontribuíram para minha formação neste mestrado.• A <strong>UERN</strong> e UFERSA, pelo compromisso <strong>de</strong> formar profissionais com qualida<strong>de</strong>.• A todos os meus colegas do mestrado, pela agradável convivência.• Aos meus colegas <strong>de</strong> trabalho, da Escola Estadual Prof.ª Maria Stella Pinheiro Costa,que me incentivaram a crescer como pessoa e como profissional.i


“Um sonho é uma imagem inspiradora <strong>de</strong>futuro que energiza a sua mente, a suavonta<strong>de</strong> e as suas emoções, dando-lheforças para fazer todo o esforço possível afim <strong>de</strong> alcançá-lo.”John C. Maxwellii


RESUMOFoi investigado a relação entre as gran<strong>de</strong>zas termodinâmicas e magnéticas, com osequenciamento quasiperiódico <strong>de</strong> materiais magnéticos, pela sequência <strong>de</strong> Cantor, usando omo<strong>de</strong>lo clássico <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> e simulação <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. Mostrou-se que o sistema se tornasensível <strong>ao</strong> sequenciamento, saindo das proprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas e magnéticas <strong>de</strong> ummaterial, para as proprieda<strong>de</strong>s do outro material. O sistema também se mostrou sensível àrazão dos termos <strong>de</strong> troca dos dois materiais magnéticos. Foi observado que estes dois fatoresinfluenciam na competição dos materiais magnéticos através <strong>de</strong> suas gran<strong>de</strong>zas físicas.PALAVRAS-CHAVES: <strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>. <strong>Método</strong> <strong>de</strong> monte <strong>Carlo</strong>. EstruturasQuasiperiódicas.iii


ABSTRACTWe investigated the relationship between the thermodynamic and magnetic properties, withthe sequencing quasiperiodic of magnetic materials, by Cantor sequence, and we use theclassical <strong>Ising</strong> mo<strong>de</strong>l and <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> simulation. It was shown that the system becomessensitive to sequencing. The system was coming from thermodynamic and magneticproperties of a material to another. The system also is sensitive to the ratio of exchange of thetwo terms of magnetic material. It was observed that these two factors influence thecompetition of magnetic materials through their physical quantities.KEYWORDS: <strong>Ising</strong> Mo<strong>de</strong>l. <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> Method. Quasiperiodic Structures.iv


SUMÁRIOAGRADECIMENTOSiRESUMOiiiABSTRACTivLISTA DE FIGURASviiLISTA DE TABELASx1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 151.1 INTRODUÇÃO E MOTIVAÇÃO .................................................................................... 152 SISTEMAS MAGNÉTICOS ........................................................................................... 182.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 182.2 O MODELO DE ISING .................................................................................................... 182.3 O MODELO DE GÁS DE REDE ..................................................................................... 202.4 A SOLUÇÃO DE ONSAGER .......................................................................................... 212.5 MAGNETISMO E MATERIAIS MAGNÉTICOS .......................................................... 232.5.1 Aspectos Históricos ....................................................................................................... 232.5.2 Conceitos Iniciais .......................................................................................................... 242.5.3 Proprieda<strong>de</strong>s Magnéticas da Matéria ............................................................................ 252.5.4 Sistemas Ferromagnéticos e Antiferromagnéticos ........................................................ 272.5.5 Ferromagnetismo ........................................................................................................... 292.5.6 Antiferromagnetismo .................................................................................................... 342.5.7 Curva <strong>de</strong> Histerese ........................................................................................................ 362.6 ENERGIAS MAGNÉTICAS ............................................................................................ 372.6.1 Energia <strong>de</strong> Troca (Exchange)........................................................................................ 382.6.2 Energia Zeeman............................................................................................................. 383 SISTEMAS QUASIPERIÓDICOS ................................................................................. 393.1 ESTRUTURAS PERIÓDICAS E QUASIPERIÓDICAS ................................................ 393.2 APLICAÇÕES DAS ESTRUTURAS QUASIPERIÓDICAS .......................................... 403.3 SEQUÊNCIA DE CANTOR ............................................................................................. 413.4 SEQUÊNCIA DE FIBONACCI ....................................................................................... 423.5 SEQUÊNCIA DE THUE-MORSE ................................................................................... 443.6 SEQUÊNCIA DE PERÍODO DUPLO ............................................................................. 45v


4 MÉTODO DE MONTE CARLO .................................................................................... 474.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 474.2 HISTÓRIA DO MÉTODO DE MONTE CARLO ........................................................... 484.3 MEDIDAS DE GRANDEZAS TERMODINÂMICAS .................................................... 484.4 AMOSTRAGEM E ALEATORIEDADE ......................................................................... 514.4.1 Processos <strong>de</strong> Markov ..................................................................................................... 524.4.2 Ergodicida<strong>de</strong>.................................................................................................................. 544.4.3 Balanço Detalhado ........................................................................................................ 544.4.4 Dinâmicas <strong>de</strong> Evolução ................................................................................................. 554.4.5 Algoritmo <strong>de</strong> Metropolis ............................................................................................... 565 MÉTODO MONTE CARLO APLICADO AO MODELO DE ISINGQUASIPERIÓDICO .............................................................................................................. 585.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 585.2 APRESENTAÇÃO DO MODELO ................................................................................... 585.3 RESULTADOS ................................................................................................................. 605.3.1 Verificação dos Valores mais A<strong>de</strong>quados para as Simulações ..................................... 605.3.2 Resultados <strong>de</strong>ste Trabalho ............................................................................................. 806 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 947 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 95vi


LISTA DE FIGURASFigura 1: Ernst <strong>Ising</strong>, físico alemão nascido em 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1900 e falecido em 11 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong> 1998. .................................................................................................................................... 15Figura 2: Momentos Magnéticos (esquemáticos) das unida<strong>de</strong>s elementares que constituem umcorpo sólido [25]....................................................................................................................... 25Figura 3: Representação <strong>de</strong> domínios num material [15]......................................................... 28Figura 4: Alinhamento dos momentos magnéticos na presença <strong>de</strong> um campo magnéticoexterno [16]............................................................................................................................... 28Figura 5: Alinhamento dos momentos magnéticos <strong>de</strong> um material antiferromagnético [16]. . 29Figura 6: Representação do Ferromagnetismo [16]. ................................................................ 30Figura 7: Representação do comportamento da susceptibilida<strong>de</strong> em função da temperatura.Observa-se que abaixo <strong>de</strong> Tc o material é ferromagnético e acima <strong>de</strong> Tc o material em suafase paramagnética [15]............................................................................................................ 30Figura 8: Representação do comportamento i<strong>de</strong>al para a lei <strong>de</strong> Curie-Weiss [16]. ................. 32Figura 9: Domínios Magnéticos [23]. ...................................................................................... 33Figura 10: Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bloch [24]. ............................................................................................ 33Figura 11: Orientação dos domínios magnéticos com campo H [24]. ..................................... 34Figura 12: Curva <strong>de</strong> histerese [16]. .......................................................................................... 37Figura 13: Ilustração esquemática as sequência <strong>de</strong> Cantor [47]............................................... 42Figura 14: Ilustração esquemática as sequência <strong>de</strong> Fibonacci a partir da geração S2 [47]...... 43Figura 15: Ilustração esquemática as sequência <strong>de</strong> Thue-Morse a partir da geração S1 [47].. 44Figura 16: Ilustração esquemática da sequência <strong>de</strong> Período Duplo [47].................................. 45Figura 17: Cinco sucessivos processos <strong>de</strong> Markov, formando uma Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Markov <strong>de</strong>estados. ..................................................................................................................................... 53Figura 18: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>... 62Figura 19: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong>re<strong>de</strong>. .......................................................................................................................................... 63Figura 20: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong>re<strong>de</strong>. .......................................................................................................................................... 64vii


Figura 21: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong>re<strong>de</strong>. .......................................................................................................................................... 65Figura 22: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong><strong>Carlo</strong>. ........................................................................................................................................ 66Figura 23: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. ............................................................................................................................. 67Figura 24: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. ............................................................................................................................. 68Figura 25: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. ............................................................................................................................. 69Figura 26: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização. ........................................................................................................................... 70Figura 27: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização. ........................................................................................................................... 71Figura 28: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização. ........................................................................................................................... 72Figura 29: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização. ........................................................................................................................... 73Figura 30: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong> campoexterno. ..................................................................................................................................... 74Figura 31: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>campo externo........................................................................................................................... 75Figura 32: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>campo externo........................................................................................................................... 76Figura 33: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>campo externo........................................................................................................................... 77Figura 34: Energia versus campo para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores<strong>de</strong> temperatura. ......................................................................................................................... 78Figura 35: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores<strong>de</strong> temperatura. ......................................................................................................................... 79Figura 36: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 0,5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5. ...................................................................................................................... 81viii


Figura 37: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 0,5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5. ...................................................................................................................... 82Figura 38: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 2 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5. ...................................................................................................................... 83Figura 39: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 2 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5. ...................................................................................................................... 84Figura 40: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5. ...................................................................................................................... 85Figura 41: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5. ...................................................................................................................... 86Figura 42: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para a 1ªgeração. ..................................................................................................................................... 87Figura 43: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para a 3ªgeração. ..................................................................................................................................... 88Figura 44: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para a 5ªgeração. ..................................................................................................................................... 89Figura 45: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = -1 e para a1ª geração. ................................................................................................................................. 90Figura 46: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = -1 e para a3ª geração. ................................................................................................................................. 91Figura 47: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = -1 e para a5ª geração. ................................................................................................................................. 92ix


LISTA DE TABELASTabela 1: Temperatura crítica para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> bidimensional. .................................... 16Tabela 2: Distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s nas dinâmicas <strong>de</strong> Banho Térmico, Metropolis eGlauber. .................................................................................................................................... 55Tabela 3: Temperaturas críticas λ = 0,5. .................................................................................. 93Tabela 4: Temperaturas críticas λ = 2. ..................................................................................... 93Tabela 5: Temperaturas críticas λ = 5. ..................................................................................... 93x


151 INTRODUÇÃO1.1 INTRODUÇÃO E MOTIVAÇÃOHá décadas se estuda o magnetismo com o intuito <strong>de</strong> se compreen<strong>de</strong>ra<strong>de</strong>quadamente e controlar tais sistemas, dada a complexida<strong>de</strong> do tema. O magnetismoenvolve além <strong>de</strong> diversos tipos <strong>de</strong> interação, fenômenos cooperativos e vários graus <strong>de</strong>liberda<strong>de</strong>. Porém, o mais fascinante diz respeito à classe <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> na qual o mesmomo<strong>de</strong>lo que serve para estudar sistemas magnéticos, também serve para estudar sistemasfluidos, sistemas cosmológicos, propagação <strong>de</strong> doenças, etc. Um dos mo<strong>de</strong>los mais simples, ecom gran<strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong> aplicações, é o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>, que entre 1966 e 2000 estavarelacionado a pelo menos 16000 artigos publicados.Figura 1: Ernst <strong>Ising</strong>, físico alemão nascido em 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1900 e falecido em 11 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong> 1998.Uma gran<strong>de</strong>za importante que diversos métodos e mo<strong>de</strong>los se esforçavam paracalcular é a temperatura crítica (T C ) do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>, conforme a tabela a seguir [1]:


16<strong>Método</strong> Temperatura Crítica k B T C /JCampo médio 4Cálculo Exato – Onsager ≈ 2,2690<strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>≈ 2,3 (a precisão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores)Tabela 1: Temperatura crítica para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> bidimensional.O trabalho pioneiro <strong>de</strong> Merlin e colaboradores [2], e a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> materiais,como a liga AlMn, que quando submetidos à difração dos raios X, manifestam or<strong>de</strong>morientacional <strong>de</strong> longo alcance e auto similarida<strong>de</strong>, porém não possuem simetria translacional,caracterizada pela periodicida<strong>de</strong> dá o início <strong>ao</strong> estudo experimental <strong>de</strong> estruturas quasicristais.Aliado a esses trabalhos surgiram diversos outros aplicando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> a estruturasquasiperiódicas, seguindo as mais diversas sequências, como a <strong>de</strong> Fibonacci [3] e Thue-Morse[4], por exemplo. Na década <strong>de</strong> oitenta, tais i<strong>de</strong>ias foram estendidas <strong>ao</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> spins <strong>de</strong>modo que suas interações, geradas por regras <strong>de</strong> substituição, assumissem um caráteraperiódico [5, 6]. A junção <strong>de</strong>stes elementos motivaram este trabalho.Neste trabalho, estudamos a aplicação do método <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> <strong>ao</strong> <strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong><strong>Ising</strong> submetido a uma sequência <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> Cantor. Este trabalho visa analisar asproprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas no equilíbrio, como energia, magnetização, calor específico esusceptibilida<strong>de</strong>. É usado o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> <strong>de</strong> spin -1/2 na re<strong>de</strong> quadrada junto <strong>ao</strong> <strong>Método</strong> <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> seguindo a dinâmica evolutiva <strong>de</strong> Metropolis. A sequência <strong>de</strong> Cantor utilizada éconstruída por dizimação <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong>s enormes tamanhos gerados para a re<strong>de</strong> quadrada.O capítulo 2 trata <strong>de</strong> uma revisão bibliográfica <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e proprieda<strong>de</strong>smagnéticas, exibindo conceitos básicos necessários à compreensão <strong>de</strong> resultados e <strong>de</strong>capítulos posteriores. Temas como o <strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong> <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>, as proprieda<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> materiaismagnéticos, as Energias envolvidas no processo, etc. O capítulo seguinte trata <strong>de</strong> estruturasperiódicas e quasiperiódicas, apresentando uma revisão acerca <strong>de</strong> aplicações das estruturasquase periódicas e das principais sequências: Cantor, Fibonacci, Thue-Morse e PeríodoDuplo. O quarto capítulo apresenta o método <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>, a forma <strong>de</strong> se medir gran<strong>de</strong>zastermodinâmicas e magnéticas, as principais proprieda<strong>de</strong>s, como amostragem e aleatorieda<strong>de</strong>,processos <strong>de</strong> Markov, ergodicida<strong>de</strong> e balanço <strong>de</strong>talhado, principais dinâmicas <strong>de</strong> evolução,aprofundando da dinâmica <strong>de</strong> Metropolis.


17O trabalho, propriamente dito, é apresentado no capítulo 5, on<strong>de</strong> se mostra osefeitos das sequências quase periódicas sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>, e sobre suas proprieda<strong>de</strong>s.Neste capítulo se dá mais <strong>de</strong>talhes também sobre a simulação <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> implementada.Por fim, apresentam-se as conclusões <strong>de</strong>ste trabalho, além da proposta <strong>de</strong> novostrabalhos como forma <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>.


182 SISTEMAS MAGNÉTICOS2.1 INTRODUÇÃOUma das metas dos físicos nos primeiros anos do século XX foi compreen<strong>de</strong>rcomo se comporta a magnetização espontânea, e encontrar uma <strong>de</strong>scrição quantitativa damagnetização em função da temperatura. Com relação a isso, muitas suposições foram feitas,e a mais simplificada foi, por exemplo, que átomos se comportem como minúsculas agulhas<strong>de</strong> bússolas que interagem apenas com os seus primeiros vizinhos. As proprieda<strong>de</strong>smagnéticas dos materiais foram intensivamente estudadas por um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>pesquisadores antes mesmo <strong>de</strong> que uma teoria a<strong>de</strong>quada tivesse sido <strong>de</strong>senvolvida. Estasproprieda<strong>de</strong>s foram analisadas com base na mecânica quântica, <strong>de</strong>senvolvida no começo doséculo XX. Atualmente, inúmeras aplicações baseadas nas proprieda<strong>de</strong>s magnéticas damatéria são encontradas em diversas áreas, como medicina, telecomunicações, informática,etc. Entre estas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stacamos: o ferromagnetismo, antiferromagnetismo,diamagnetismo e paramagnetismo.2.2 O MODELO DE ISINGO mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> [7] trata do comportamento <strong>de</strong> elementos individuais como oscomponentes <strong>de</strong> spins, presença <strong>de</strong> átomos ou moléculas em sítios, ativida<strong>de</strong> neural, etc.Proposto em 1920 por Wilhelm Lenz <strong>ao</strong> seu aluno <strong>de</strong> doutorado Ernest <strong>Ising</strong> tinha o objetivo<strong>de</strong> simular o comportamento <strong>de</strong> domínios magnéticos <strong>de</strong> materiais como, por exemplo, ferro eníquel, on<strong>de</strong> uma fração dos spins atômicos se torna espontaneamente polarizada em umadada direção, dando origem a um campo magnético macroscópico, que ocorre apenas abaixo<strong>de</strong> certa temperatura, chamada <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> Curie. Esse mo<strong>de</strong>lo foi resolvido em umadimensão pelo mesmo, que observou a não existência <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> fases nestascircunstâncias. Equivocadamente, <strong>Ising</strong> sugeriu que o mesmo ocorreria em dimensõessuperiores, o que se mostrou um erro; <strong>de</strong> fato, a partir <strong>de</strong> argumentos qualitativos e <strong>de</strong>


19métodos aproximados (Ansats <strong>de</strong> Bethe e teoria <strong>de</strong> campo médio) ficou solidamenteestabelecido que o mo<strong>de</strong>lo pu<strong>de</strong>sse exibir uma transição <strong>de</strong> fase, em dimensões superiores, oque foi confirmado pelo famoso trabalho <strong>de</strong> Onsager [8] em re<strong>de</strong>s bidimensionais.O artigo original <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> [9] apresentou um mo<strong>de</strong>lo simples para tratar sistemasmagnéticos, porém diversos autores propuseram generalizações que tem aplicações emdiferentes áreas que incluem fenômenos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m-<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m em magnetismo e outrossistemas coor<strong>de</strong>nados (ligas binárias, gás <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, etc.), também com algum sucesso emsistemas biológicos, como, por exemplo, hemoglobina, enzimas alostéricas e DNA. O queexiste em comum nestes sistemas (magnéticos e biológicos) é o fenômeno <strong>de</strong> cooperativida<strong>de</strong>entre os constituintes microscópios, dando origem a or<strong>de</strong>m local (curto alcance) e global(longo alcance). Este fenômeno da cooperação <strong>de</strong>ve-se exclusivamente às interaçõesmicroscópicas dos constituintes (spins, moléculas, etc.). Devido a sua simplicida<strong>de</strong>matemática, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> tem sido aplicado numa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas, tais comotráfego, economia, propagação <strong>de</strong> doenças, etc., <strong>de</strong>vido à totalida<strong>de</strong> dos resultados doscálculos efetuados antecipadamente em sistemas magnéticos no qual tem dado os alicercespara estudar diversos sistemas complexos.O mo<strong>de</strong>lo proposto por <strong>Ising</strong> para o estudo <strong>de</strong> transições <strong>de</strong> fase em materiaisferromagnéticos é <strong>de</strong>finido pelo Hamiltoniano:ÂijNÂH =-J S S -B S(2.1)i j ii=1on<strong>de</strong> H representa o Hamiltoniano, J a energia <strong>de</strong> troca (exchange), B é o campo magnético eS os momentos <strong>de</strong> spins atômicos.Tal mo<strong>de</strong>lo consiste em um sistema <strong>de</strong> momentos magnéticos atômicos arranjadosnos sítios <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada re<strong>de</strong> cristalina regular, os quais são <strong>de</strong>scritos apenas por suasvariáveis <strong>de</strong> spinS que po<strong>de</strong>m assumir apenas dois valores ( S = ± 1)ii, correspon<strong>de</strong>ntes àsduas orientações (opostas) <strong>de</strong> um dipolo magnético. Outra contribuição importante vem daagitação térmica, que age <strong>de</strong>sfavorecendo a or<strong>de</strong>m magnética. Para temperaturassuficientemente elevadas, os materiais não apresentam or<strong>de</strong>m magnética. Entretanto,observando o comportamento <strong>de</strong> materiais magnéticos, verifica-se que, à medida que atemperatura é diminuída, uma or<strong>de</strong>m magnética é estabelecida. Se os momentos magnéticosse or<strong>de</strong>nam paralelamente uns <strong>ao</strong>s outros ( J > 0)i j, diz-se que o material é ferromagnético. Atemperatura, abaixo da qual essa or<strong>de</strong>m é alcançada, é <strong>de</strong>nominada temperatura <strong>de</strong> Curie T C .Se a or<strong>de</strong>m magnética é tal que os momentos magnéticos se alinham antiparalelamente


( J < 0)i j, diz-se que o material é antiferromagnético, e a temperatura abaixo da qual ess<strong>ao</strong>r<strong>de</strong>m é estabelecida é chamada <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> Néel, T N .Para resolvermos o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> <strong>de</strong>vemos escrever a função <strong>de</strong> partiçãocanônica (ou a soma sobre todas as configurações das variáveis <strong>de</strong> spin) e obter a energialivre magnética por sítio. A função <strong>de</strong> partição é dada por:20ZN=  exp(-b H )(2.2)S ion<strong>de</strong> {S i } são todas as configurações dos spins (2 N ),As proprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas são obtidas através das <strong>de</strong>rivadas da energialivre <strong>de</strong> Helmholtz F(H,T), a qual está relacionada com a função <strong>de</strong> partição da seguinteforma:∂ Ê F ˆU ( H,T ) = -kBTÁ˜(2.3)∂TË kBT¯∂UC( H , T ) =(2.4)∂TN∂ Ê F ˆM ( H,T ) = -Á˜ =  Si(2.5)∂HË kBT¯i2.3 O MODELO DE GÁS DE REDEO mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> não é aplicado somente a sistemas magnéticos; existem outrosproblemas que po<strong>de</strong>m se estudados pelo mo<strong>de</strong>lo. Um exemplo simples é o “gás <strong>de</strong> re<strong>de</strong>”. Eleé aqui consi<strong>de</strong>rado como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> partículas (moléculas) clássicas cujasposições dos centros <strong>de</strong> massa são restritas a coincidir com os vértices <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> regular,em d dimensões. Na versão mais simples do gás <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, cada sítio é <strong>de</strong>scrito por umavariável <strong>de</strong> ocupação, a qual assume o valor 0 quando o sítio está vazio e 1 quando estáocupado. Nesta situação, as partículas são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e a função <strong>de</strong> partição po<strong>de</strong> sercalculada analiticamente. A energia total do sistema é dada por:HÂÂ= -e n n -mn(2.6)i jijNjj


21on<strong>de</strong> m é o potencial químico e -e a energia <strong>de</strong> interação associada à ocupação <strong>de</strong> dois sítiosvizinhos. Neste caso a gran<strong>de</strong> função <strong>de</strong> partição é <strong>de</strong>finida como:1 1 1 È˘X =Í Â N+ ÂN  ... Âexpbe nin j b m n j˙(2.7)n = 0 n = 0 n = Í˙N 0 Î i jj ˚1 2A equivalência entre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> e o gás <strong>de</strong> re<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser facilmentecomprovada fazendo uma simples mudança <strong>de</strong> variável,fica reescrita como:+ 1+ 1+ 1S +1n = jj . Desta forma a Eq. (2.7)2È NNem˘b (2.8)Í 4Î i j2j ˚X =   ...  exp Í Â( Si+1)( S j+1) + b Â( S j + 1)˙˙S1 = -1S2=-1SN=-1que é equivalente a função <strong>de</strong> partição <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> feita as seguintes modificações:mB ´(2.9)2eJ ´(2.10)4S 2n-1(2.11)j ´ jUm mo<strong>de</strong>lo um pouco mais complexo e muito estudado na física é quando aspartículas <strong>de</strong> um dado sítio interagem com os seus primeiros vizinhos. Este tipo <strong>de</strong> interaçãoserá a responsável pelo sistema apresentar uma transição gás-líquido. Neste caso é possívelestabelecer uma correspondência <strong>de</strong> um para um entre as variáveis termodinâmicas do gás <strong>de</strong>re<strong>de</strong> e as <strong>de</strong> um sistema magnético <strong>de</strong> spins na re<strong>de</strong>, o que permite a transferência <strong>de</strong>resultados conhecidos <strong>de</strong> um sistema para outro. O sistema em questão, quando a interação éatrativa, po<strong>de</strong> ser mapeado no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> ferromagnético, cuja solução exata éconhecida em d=1 e 2 [8]. Já uma interação repulsiva entre os primeiros vizinhos correspon<strong>de</strong>a um sistema antiferromagnético. Porém, para a maioria dos gases <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, não há um análogomagnético.2.4 A SOLUÇÃO DE ONSAGERApós alguns anos, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>, ganhava importância e, em 1944 foiresolvido analiticamente pelo químico e físico norueguês Lars Onsager [8]. O fato mais


22importante <strong>de</strong>scoberto por Onsager é que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> apresentava transição <strong>de</strong> fase,para duas dimensões, tornando-se assim uma das bases do estudo dos fenômenos críticos etransições <strong>de</strong> fase. Ainda que tenha sido resolvido na ausência <strong>de</strong> campo externo, e ainda nãoter sido apresentada a solução analítica em três dimensões, a solução <strong>de</strong> Onsager é muito ricae apresenta um formalismo singular. Vamos apresentar a função <strong>de</strong> partição do sistema e amatriz <strong>de</strong> transferência utilizando como exemplo o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> em uma dimensão, on<strong>de</strong>os cálculos são mais fáceis.Na presença <strong>de</strong> um campo magnético e com interações do tipo primeiros vizinhos,em uma dimensão a hamiltoniana que <strong>de</strong>screve o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> assume a seguinte forma:NÂÂ( )i i+ 1 i i+1i = 1 i=1NH =-J S S - B S + S(2.12)on<strong>de</strong> foram empregadas condições <strong>de</strong> contorno periódicas, ou seja, S N 1 = S1A função <strong>de</strong> partição po<strong>de</strong> ser escrita da seguinte maneira:+ .ZN=ZÂexpÍK SiSi+1+ LÂ{ S }Ni=ÈÎN  ... ÂS1 S2S Ni = 1 i=1exp˘˙˚( S + S )i+1[ K S S + L( S + S )]...exp[ K S S + L( S + S )]1N2i12N1N1(2.13)sendob BK = b J e L = .2Definindo o elemento <strong>de</strong> matriz T i j por:i jij[ K S S + L ( S S )]T = S T S = exp+(2.14)ijijtemos que a função <strong>de</strong> partição po<strong>de</strong> ser reescrita como:ZN=Z  ... ÂNS1 S2S N=ÂSS T ST1S= TrT SN( T ) = ÂN1 1S1= ± 1i2S23...SlNNiT S1(2.15)Embora a Eq. (2.15) ter sido obtida para um caso particular, ela é igualmenteválida para outras dimensões. Consi<strong>de</strong>remos agora que λ 1 seja o maior autovalor associado àmatriz <strong>de</strong> transferência T <strong>de</strong> forma que:Z N=ÂiN N ÊlˆÂÁil i = l1˜(2.16)Ël¯i ≠1 1Assim, no limite termodinâmico, a energia livre <strong>de</strong> Helmholtz por spin é dada por:1-b f = lim ln Z N(2.17)N Æ•NN


23Po<strong>de</strong>mos observar que:limN Æ•1Nln ZNÔÏN1 Ê l ˆ Ô¸lim Ìlnl 1 lnÁi= +  ˝=lnl11l˜N Æ• N ÔÓi ≠ Ë 1 ¯ Ô˛(2.18)uma vez que:logo:matriz <strong>de</strong> transferência.Ê l ˆlimÁi˜Æ• Ë l1¯NNÆ0(2.19)-b f =lnl 1(2.20)Desta forma, vemos que o problema se reduz <strong>ao</strong> cálculo do maior autovalor daA solução exata para duas dimensões, com campo magnético externo nulo, foirealizado por Onsager [8], no qual a reprodução não será feita aqui mas po<strong>de</strong> ser encontradauma versão simplificada em [10].2.5 MAGNETISMO E MATERIAIS MAGNÉTICOS2.5.1 Aspectos HistóricosOs primeiros fenômenos magnéticos observados foram aqueles associados <strong>ao</strong>schamados “imãs naturais” (magnetos). Conta a lenda que esse minério encontrado por umpastor chamado Magnes, originou o nome, Magnetita (Fe 2 O 3 ). Outros dizem que o nome veio<strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> fato do minério ser encontrado em uma região da Turquia chamada <strong>de</strong> Magnésia.Esses imãs tinham a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrair ferro <strong>de</strong>smagnetizado, sendo que esta proprieda<strong>de</strong>era mais acentuada em certas regiões <strong>de</strong>sse material <strong>de</strong>nominada, <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong> polos. Descobriuseentão que, quando uma barra <strong>de</strong> ferro era colocada perto <strong>de</strong> um imã natural ela adquiria eretinha essa proprieda<strong>de</strong> do imã natural e que, quando suspensa livremente em torno <strong>de</strong> umeixo vertical, ela alinhava com a direção norte-sul. Surgiram, então, os instrumentos <strong>de</strong>navegação. Des<strong>de</strong> então os materiais magnéticos vêm sendo utilizados em gran<strong>de</strong> volume


24aproveitando-se <strong>de</strong>ssa característica <strong>de</strong>sses materiais. Equipamentos como: transformadores,motores, geradores, alto-falantes, eletroímãs, etc, contêm ferro, ou ligas <strong>de</strong> ferro, em suasestruturas, com o duplo propósito <strong>de</strong> aumentar a fluxo magnético e restringi-lo a uma região<strong>de</strong>sejada.Atualmente, pesquisas são feitas para se <strong>de</strong>senvolver outros tipos <strong>de</strong> materiais quetenham essa proprieda<strong>de</strong> ainda mais acentuada e que possam ser manipulados <strong>de</strong> maneira aPermitir novas configurações e formatos <strong>de</strong> núcleos reduzindo-se assim as perdas <strong>de</strong>ssesnúcleos, bem como seus tamanhos.2.5.2 Conceitos IniciaisA área <strong>de</strong> magnetismo po<strong>de</strong> ser resumida como a combinação <strong>de</strong> três pilares:a) A origem do magnetismo, ou seja, da existência dos momentos magnéticos(Mecânica Quântica).b) O entendimento das interações entre os momentos.c) A Mecânica estatística, necessária para <strong>de</strong>screver as proprieda<strong>de</strong>smacroscópicas observáveis.Antes, porém precisamos discutir alguns conceitos e <strong>de</strong>finições fundamentais:¸ Forças magnéticas aparecem quando partículas eletricamente carregadas (não neutras)se movimentam.¸ As linhas <strong>de</strong> força saem do polo norte em direção <strong>ao</strong> polo sul.¸ Os dipolos magnéticos são análogos <strong>ao</strong>s dipolos elétricos e po<strong>de</strong>m ser imaginadoscomo pequenas barras compostas <strong>de</strong> polo norte e sul.¸ O momento magnético é um vetor, que em presença <strong>de</strong> um campo magnético,relaciona-se com o torque <strong>de</strong> alienação <strong>de</strong> ambos os vetores no ponto no qual se situ<strong>ao</strong> elemento. O vetor <strong>de</strong> campo magnético a utilizar-se é o B (tesla).¸ Um campo magnético H é gerado pela passagem <strong>de</strong> uma corrente i por uma espiracilíndrica <strong>de</strong> comprimento l e contendo N voltas. O campo magnético é medido emtermos <strong>de</strong> fluxo magnético no vácuo B o (Wb/m²) [13].


25Figura 2: Momentos Magnéticos (esquemáticos) das unida<strong>de</strong>s elementares que constituem umcorpo sólido [25].2.5.3 Proprieda<strong>de</strong>s Magnéticas da MatériaNa presença <strong>de</strong> um campo magnético cada material respon<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com asproprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus átomos e moléculas individuais bem como das interações entre elas. Asrespectivas proprieda<strong>de</strong>s magnéticas do material estão diretamente ligadas à magnetizaçãoM r , po<strong>de</strong>ndo representar, do ponto <strong>de</strong> vista microscópio, o estado magnético dos materiaispelo vetor magnetização, dado por:r 1M =VÂim ri(2.21)on<strong>de</strong> m r ié o momento do dipolo magnético total feito sobre o somatório dos i-ésimos átomosou moléculas no interior da re<strong>de</strong> cristalina V, que <strong>de</strong>ve ser suficientemente gran<strong>de</strong> para conterum número elevado <strong>de</strong> momentos, porém pequeno em relação <strong>ao</strong> tamanho da amostra [13].A gran<strong>de</strong>za M r po<strong>de</strong> variar em relação a outras gran<strong>de</strong>zas tais como temperatura Tou o campo magnético H rno qual o material possa está submetido. A forma docomportamento com respeito <strong>ao</strong> campo magnético tem origem nos vários tipos <strong>de</strong> interaçõesentre os momentos magnéticos m r i. A estrutura da re<strong>de</strong> cristalina e os <strong>de</strong>feitos nela existentes


26influenciam na resposta a magnetização com a variação do campo H r . Assim po<strong>de</strong>mosescrever:r rM = c H(2.22)on<strong>de</strong> c é a susceptibilida<strong>de</strong> magnética sendo uma gran<strong>de</strong>za que caracteriza um materialmagnético segundo sua resposta a um campo magnético aplicado. Ela é uma das maisimportantes gran<strong>de</strong>zas físicas no que se refere às proprieda<strong>de</strong>s físicas dos materiaismagnéticos, como por exemplo, sua <strong>de</strong>terminação po<strong>de</strong> revelar a ocorrência <strong>de</strong> transição <strong>de</strong>fase <strong>de</strong> natureza variada, ou a existência <strong>de</strong> estados com or<strong>de</strong>namento magnético, com ou semmagnetização resultante.Os fenômenos magnéticos po<strong>de</strong>m ser expressos por duas gran<strong>de</strong>zas: o vetorindução magnética B r e o vetor intensida<strong>de</strong> campo magnético H r . No entanto o vetor H r estádiretamente relacionado com a corrente que cria o campo, já B r <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> tanto da correntequanto da magnetização do meio, assim B r é a resposta a um campo externo H r aplicado <strong>ao</strong>material magnético. Desse modo, B r e H r se relacionam pela equação:r r rB m H + M(2.23)= 0( )po<strong>de</strong>ndo ser expresso também por:r rB = m H(2.24)on<strong>de</strong>-72m é a permeabilida<strong>de</strong> magnética no vácuo. A permeabilida<strong>de</strong>0= 4p. 10 N Amagnética é a facilida<strong>de</strong> com que um material permite estabelecer, através <strong>de</strong>le, um fluxomagnético.Outra característica dos materiais magnéticos é a relutância que é a dificulda<strong>de</strong>que um material tem para <strong>de</strong>ixar estabelecer nele um fluxo magnético. A expressão para arelutância é dada por:l¬ =(2.25)m Aon<strong>de</strong> l é o caminho do campo magnético e A é a área da seção reta do material em estudo.Materiais com alta permeabilida<strong>de</strong> possuem baixa relutância.Quando se aplica uma intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo magnético nas diversas direções <strong>de</strong><strong>de</strong>terminado cristal que compõe um material magnético observa-se que a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxoresultante varia <strong>de</strong> direção para direção, mostrando que a permeabilida<strong>de</strong> magnética é umafunção da orientação do campo aplicado, caracterizando, portanto, a existência <strong>de</strong> uma


27anisotropia cristalina. Isto significa que, em <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da região, as perdas po<strong>de</strong>m sermaiores ou menores. Como a redução das perdas é uma preocupação constante nos projetosmagnéticos é justificável se <strong>de</strong>terminar, em cada conjunto <strong>de</strong> cristais que formam <strong>de</strong>terminadonúcleo magnético, qual a direção em que se <strong>de</strong>ve aplicar o campo magnético [13].Além da anisotropia cristalina, o campo magnético aplicado po<strong>de</strong> também alteraras dimensões físicas do cristal ferromagnético para tamanho maior ou menor. Esse fenômenoé <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> magnetostrição. A gran<strong>de</strong>za da variação nas dimensões é função do eixocristalino sobre o qual inci<strong>de</strong> o campo magnético. Materiais que sofrem esse fenômeno,quando são submetidos à tração ou compressão sofrem um aumento ou redução dapermeabilida<strong>de</strong>, como o níquel. Essa proprieda<strong>de</strong> é utilizada em sistemas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>pressão nas prensas hidráulicas, por exemplo [13].2.5.4 Sistemas Ferromagnéticos e AntiferromagnéticosO ferromagnetismo, assim como o paramagnetismo, ocorre em materiais cujosátomos possuem momentos <strong>de</strong> dipolo magnético permanentes. O que diferencia os materiaisferromagnéticos dos paramagnéticos é que nos primeiros existe uma forte interação entremomentos <strong>de</strong> dipolo atômicos vizinhos que os mantêm alinhados, mesmo quando o campomagnético é retirado, ou seja, os momentos magnéticos interagem entre si [14].Os materiais ferromagnéticos, quando não estão na presença <strong>de</strong> um campomagnético externo, possuem seus momentos <strong>de</strong> dipolo seguindo uma orientação aleatória, nãoalinhados em uma direção preferencial, assim apresentam uma magnetização resultante nula.Mas, <strong>ao</strong>s serem submetidos à presença <strong>de</strong> um campo externo seus campos magnéticos ten<strong>de</strong>ma se alinharem na direção do campo aplicado, aumentando o momento do dipolo resultante atéatingir a saturação. Mesmo após a retirada do campo externo, os momentos <strong>de</strong> dipolos sãocapazes <strong>de</strong> manter uma magnetização remanescente. Apesar disso, é possível encontrar ummaterial ferromagnético em estado <strong>de</strong>smagnetizado [15]. Isso é possível, pois, os materiaisferromagnéticos po<strong>de</strong>m ser divididos em domínios magnéticos, on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>terminadas regiões domaterial possuem momentos magnéticos apontando na mesma direção preferencial (Figura 3).


28Figura 3: Representação <strong>de</strong> domínios num material [15].Os domínios magnéticos do material po<strong>de</strong>m apontar para direções aleatórias,sendo apenas alinhadas na presença <strong>de</strong> um campo magnético externo.O ferromagnetismo é caracterizado por, na presença <strong>de</strong> um campo magnéticoexterno, possuir alinhamento paralelo dos momentos magnéticos e como já foi citado, namesma direção do campo externo. Na figura 4 é possível observar o alinhamento dosmateriais <strong>de</strong> diferentes or<strong>de</strong>ns magnéticas.Figura 4: Alinhamento dos momentos magnéticos na presença <strong>de</strong> um campo magnéticoexterno [16].Em (a) a direção aleatória dos momentos magnéticos em um materialparamagnético e em (b) o alinhamento na presença do campo magnético. Em (c) observa-seos domínios magnéticos <strong>de</strong> um material ferromagnético e em (d) os momentos magnéticosalinhados em uma direção preferencial na presença do campo magnético externo.


29Os materiais antiferromagnéticos caracterizam-se por possuírem momentos <strong>de</strong>dipolo magnéticos antiparalelos, o que resulta em uma magnetização total nula [15]. Arepresentação po<strong>de</strong> ser observada na figura 5 abaixo.Figura 5: Alinhamento dos momentos magnéticos <strong>de</strong> um material antiferromagnético [16].2.5.5 FerromagnetismoUm material ferromagnético possui momento magnético espontâneo, <strong>de</strong>nominado<strong>de</strong> momento <strong>de</strong> saturação [17]. O processo <strong>de</strong> magnetização <strong>de</strong> um material ferromagnéticoconsiste em converter os diversos domínios magnéticos, no qual cada domínio aponta parauma <strong>de</strong>terminada direção, em um único domínio magnético, no sentido <strong>de</strong> que sejamagnetizado em uma única direção preferencial. Isso ocorre na presença <strong>de</strong> um campomagnético externo, on<strong>de</strong> os domínios são alinhados na mesma direção do campo até o limiteda magnetização <strong>de</strong> saturação. Ao remover o campo externo parte dos domínios aindapermanecem alinhados, resultando em uma magnetização remanescente [15]. Oferromagnetismo ocorre em ferro, cobalto e níquel puros, bem como na liga <strong>de</strong>sses metais unscom os outros. Ele também ocorre com o gadolínio, disprósio e outros compostos. Ele surge<strong>de</strong> uma forte interação entre elétrons em uma banda parcialmente preenchida em um metal ouentre os elétrons localizados que formam momentos magnéticos em átomos vizinhos. Estainteração, chamada <strong>de</strong> interação <strong>de</strong> troca, diminui a energia <strong>de</strong> um par <strong>de</strong> elétrons com spinsparalelos [22]. Quando um material ferromagnético é colocado num campo externo, doisefeitos po<strong>de</strong>m ocorrer: (1) nas fronteiras dos domínios alinhados com o campo, os dipolosalinhados em outros sentidos po<strong>de</strong>m girar até ficar alinhados com o campo e, <strong>de</strong>sse modo, taisdomínios crescem à custa dos domínios vizinhos; e (2) os dipolos <strong>de</strong> domínios não alinhadospo<strong>de</strong>m girar em conjunto ten<strong>de</strong>ndo a alinhar-se com o campo aplicado (Fig. 6).


30Figura 6: Representação do Ferromagnetismo [16].A caracterização do ferromagnetismo está relacionada, também, com atemperatura. Por exemplo, o CrO 2 , é ferromagnético, porém, nem o cromo e nem o oxigêniosão ferromagnéticos à temperatura ambiente. De acordo com a temperatura, alguns materiaissofrem uma transição <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m magnética, através da orientação <strong>de</strong> seus spins. Em baixastemperaturas, alguns sólidos paramagnéticos sofrem uma transição <strong>de</strong> fase em que gran<strong>de</strong>sdomínios <strong>de</strong> spins se orientam em direções paralelas [17]. Esse alinhamento dá origem <strong>ao</strong>ferromagnetismo. Essa transição, <strong>de</strong> paramagnetismo para ferromagnetismo, ocorre nachamada temperatura <strong>de</strong> Curie. De acordo com Kittel [17], a Temperatura <strong>de</strong> Curie T C é atemperatura acima da qual a magnetização espontânea se anula. Essa temperatura separa afase paramagnética da ferromagnética, conforme representado na figura 7.Figura 7: Representação do comportamento da susceptibilida<strong>de</strong> em função da temperatura.Observa-se que abaixo <strong>de</strong> Tc o material é ferromagnético e acima <strong>de</strong> Tc o material em suafase paramagnética [15].Em T= 0, M tem valor igual <strong>ao</strong> da magnetização <strong>de</strong> saturação, M S , porque todos osmomentos estão alinhados (Figura 7). À medida que a temperatura aumenta M diminuigradualmente <strong>de</strong>vido à agitação térmica dos momentos. Em T > Tc, a energia térmica


31predomina sobre a energia <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento, <strong>de</strong> modo que o material passa a tercomportamento paramagnético, com M = 0. A fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar, matematicamente, atemperatura <strong>de</strong> Curie, consi<strong>de</strong>re um material paramagnético. Consi<strong>de</strong>rando ainda umainteração interna que ten<strong>de</strong> a alinhar os momentos magnéticos paralelamente uns <strong>ao</strong>s outros,tem-se um material ferromagnético, a essa interação dá-se o nome <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> troca quepo<strong>de</strong> ter o efeito <strong>de</strong> orientação contrariada pela agitação térmica e para altas temperaturas <strong>ao</strong>r<strong>de</strong>m dos spins é <strong>de</strong>struída.Suponha o campo <strong>de</strong> troca sendo equivalente a um campo magnéticoproporcional à magnetização M. Numa aproximação do campo <strong>de</strong> troca, supõe-se que o átomomagnético sofra a ação <strong>de</strong> um campo proporcional à magnetização, sendo dado por:H E = lMH E(2.26)on<strong>de</strong> λ é uma constante in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da temperatura. Na fase paramagnética consi<strong>de</strong>rada, umcampo magnético B é aplicado, produzindo uma magnetização finita que criará um campo <strong>de</strong>trocae que:B E . Tomando χ como sendo a susceptibilida<strong>de</strong> paramagnética, temos:( H )M =c +Cc =TH Eon<strong>de</strong> a constante C é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> constante <strong>de</strong> Curie.Substituindo a Eq. 2.28 na Eq. 2.27 e em Eq. 2.26, fica como:CM = ( H + lM) Æ MT = CH + lMCÆ ( MT + lMC)= CH ÆTMHC=T -lC(2.27)(2.28)(2.29)Mda Eq. 2.22, temos que c = , <strong>de</strong>ssa forma a equação acima po<strong>de</strong> ser reescrita como:HCc = (2.30)T -lCChamando T c = lC, observe que quando T = Tca susceptibilida<strong>de</strong> magnéticaapresenta uma divergência, isso significa o começo do or<strong>de</strong>namento magnético <strong>de</strong>ntro domaterial [18]. Po<strong>de</strong>mos escrever a Eq. 2.30 da seguinte forma:Cc =(2.31)T -T cA Eq. 2.31 representa a Lei <strong>de</strong> Curie-Weiss e, <strong>de</strong> acordo com Martins [16], é umacorreção à Lei <strong>de</strong> Curie, Eq. 2.28. Esta expressão <strong>de</strong>screve muito bem a variação da


32susceptibilida<strong>de</strong> na região paramagnética acima da temperatura <strong>de</strong> Curie. O sinal para T c<strong>de</strong>termina se a interação é ferromagnética ou antiferromagnética, a <strong>de</strong>pendência do materialmagnético com a temperatura é analisada observando a susceptibilida<strong>de</strong> magnética conformese varia a temperatura. Assim, para:a) T > Æ l > 0,a interação é ferromagnética;T Cb) T < Æ l < 0,T Ca interação é antiferromagnética.A figura 8 ilustra curvas,-1c em função da temperatura, que representam asinterações ferromagnéticas, antiferromagnéticas e para um paramagnetismo i<strong>de</strong>al.Figura 8: Representação do comportamento i<strong>de</strong>al para a lei <strong>de</strong> Curie-Weiss [16].A T c é a temperatura na qual o campo molecular começa a operar <strong>de</strong>ntro dosistema, vencendo as variações térmicas <strong>de</strong>ntro do paramagnetismo e levando-o a estadogeralmente or<strong>de</strong>nado, o ferromagnetismo [16]. Definindo assim, a magnetização, chamadaespontânea ou <strong>de</strong> saturação para a temperatura T, que surge em algumas regiões <strong>de</strong> alcancelimitado <strong>de</strong>ntro do material ferromagnético, chamadas <strong>de</strong> domínios magnéticos.O conceito <strong>de</strong> domínios foi originalmente introduzido por P. Weiss para explicar oporquê dos materiais magnéticos po<strong>de</strong>rem estar <strong>de</strong>smagnetizados enquanto continuam tendo,localmente, uma magnetização espontânea não nula. Este conceito é bastante útil para umaampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais magnéticos. Quando André-Marie Ampère <strong>de</strong>scobriu que osefeitos magnéticos também po<strong>de</strong>riam ser produzidos por correntes ele propôs a teoria <strong>de</strong> que


33as proprieda<strong>de</strong>s magnéticas <strong>de</strong> um corpo fossem originadas por um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>minúsculas correntes circulares <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse corpo. O campo magnético total no materialseria, então, a soma do campo gerado pela corrente externa com o campo gerado por estascorrentes microscópicas. Mais tar<strong>de</strong>, foi <strong>de</strong>senvolvida a teoria dos domínios on<strong>de</strong> se mostraque, os elétrons apresentam uma proprieda<strong>de</strong> chamada spin que faz com que eles secomportem como pequenos imãs. Nos materiais magnéticos, o campo total <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong>s spinsdos elétrons é zero, seja porque eles se anulam naturalmente, seja porque estão orientados <strong>de</strong>forma aleatória. Em materiais magnéticos, como o ferro e o aço, os campos magnéticos doselétrons (grupos <strong>de</strong> até 10 12 elétrons) se alinham (acoplamento <strong>de</strong> troca) formando regiões queapresentam magnetismo espontâneo. Essas regiões são chamadas <strong>de</strong> domínios (Fig. 9). Osdomínios estão separados por limites <strong>de</strong> domínio <strong>de</strong>signados por pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bloch (Fig.10).Figura 9: Domínios Magnéticos [23].Figura 10: Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bloch [24].


34Em uma amostra não magnetizada <strong>de</strong> um material magnético os domínios estãodistribuídos <strong>de</strong> forma aleatória e o campo magnético total em qualquer direção é zero. Quandoexpostos a um campo aplicado externo, os domínios ten<strong>de</strong>m a alinhar-se segundo a direção docampo aplicado, à custa do crescimento dos domínios com orientações favoráveis ou dareorientação dos dipolos (Fig.11). Se o campo externo aplicado for suficientemente intenso,todos os domínios se orientarão nessa direção e, daí em diante, qualquer aumento do campoexterno não causará nenhum aumento na magnetização do material. Nesse caso diz-se que omaterial atingiu a saturação.Figura 11: Orientação dos domínios magnéticos com campo H [24].Quando o campo magnético externo é removido, o grau <strong>de</strong> alinhamento diminui eo campo no interior do material cai para um valor, não necessariamente igual <strong>ao</strong> anterior, ouseja, a remoção da força magnetizante faz com que alguns domínios voltem a ficar<strong>de</strong>salinhados. Essa perda do alinhamento, porém, não é total e os domínios alinhadosremanescentes são os responsáveis pela existência dos imãs permanentes.Um material ferromagnético, após ser aquecido acima da temperatura <strong>de</strong> Curie eresfriado, se divi<strong>de</strong>, espontaneamente, em domínios magnéticos nos quais os momentosmagnéticos estão alinhados paralelamente. Por outro lado, o material não apresenta um campomagnético externo, uma vez que os domínios magnéticos estão dispostos aleatoriamente <strong>de</strong>maneira que a resultante externa é nula [11]. A explicação para isso está no balanço dasenergias magnéticas envolvidas neste processo.2.5.6 AntiferromagnetismoO antiferromagnetismo é caracterizado pelo or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong> todos os momentos<strong>de</strong> um material <strong>de</strong> forma antiparalela (Fig. 1.4). Sua natureza é a mesma do ferromagnetismo,


35ou seja, <strong>de</strong>terminado pela interação <strong>de</strong> troca. Analogamente <strong>ao</strong> ferromagnetismo, ascaracterísticas antiferromagnéticas <strong>de</strong>saparecem a alta temperatura <strong>de</strong>vido à entropia, a essatemperatura dá-se o nome <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> Néel, T N , que po<strong>de</strong> ser observado na figura 8.Acima <strong>de</strong>ssa temperatura os compostos são tipicamente paramagnéticos [19]. De acordo comMarques [18], Néel foi um dos primeiros a predizer este tipo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento magnético, noqual publicou uma série <strong>de</strong> artigos a partir <strong>de</strong> 1932.A temperatura <strong>de</strong> Néel, T N , na aproximação do campo é dada por:T N = mCDessa forma, a susceptibilida<strong>de</strong> na região paramagnética é:2Cc =T + mC(2.32)(2.33)que po<strong>de</strong> ser reescrita como:Cc = 2(2.34)T +T NA Figura 12 mostra a <strong>de</strong>pendência com a temperatura <strong>de</strong> materialantiferromagnético, nela é possível observar, em (a), on<strong>de</strong> ocorre a transição <strong>de</strong> fase doantiferromagnetismo para o paramagnetismo <strong>de</strong> Curie-Weiss [16]. A lei <strong>de</strong> Curie-Weiss édada pela Eq. 2.31. Em (b), temos que a susceptibilida<strong>de</strong> atinge seu valor máximo natemperatura <strong>de</strong> Néel, T N , on<strong>de</strong> existe um pico bem <strong>de</strong>finido na curva <strong>de</strong> χ contra T.


36Figura 12 – Comportamento antiferromagnético. O-1cdiminui com o aumento datemperatura até TN, quando este transita para o estado paramagnético, agora, crescendolinearmente com a temperatura [16].2.5.7 Curva <strong>de</strong> HistereseDo ponto <strong>de</strong> vista experimental, as curvas <strong>de</strong> magnetização contra a intensida<strong>de</strong>do campo magnético informam sobre a “dureza” dos materiais magnéticos, que estárelacionada com sua anisotropia cristalina. Quando um campo magnético é aplicado sobre umsistema magnético, como um pedaço <strong>de</strong> ferro, suas pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> domínio se movimentam,aumentando a região <strong>de</strong> momentos magnéticos na mesma direção do campo e causando umadiminuição <strong>de</strong> sua energia interna. Para pequenos valores do campo este processo é reversível.Entretanto, quando o campo não é fraco, o processo torna-se irreversível, impedindo o sistema<strong>de</strong> retornar a sua configuração inicial quando o campo é removido. Este é o bem conhecidofenômeno <strong>de</strong> histerese [12].A histerese é a tendência <strong>de</strong> um material ou sistema <strong>de</strong> conservar suasproprieda<strong>de</strong>s na ausência do estímulo que as gerou. Po<strong>de</strong>m-se encontrar diferentesmanifestações <strong>de</strong>sse fenômeno. Conforme a Figura 12, quando o campo magnético Haplicado em um material ferromagnético inicialmente <strong>de</strong>smagnetizado for aumentado esteseguirá a curva pontilhada até atingir um patamar constante chamado <strong>de</strong> magnetização <strong>de</strong>saturação (M S ). Em seguida diminuindo o campo a partir <strong>de</strong>ste valor, M <strong>de</strong>cresce maislentamente seguindo o sentido dado pela seta até um valor residual da magnetização para umcampo H nulo, chamado <strong>de</strong> magnetização remanente (M R ). Para que M r chegue a zero, énecessário aplicar um campo negativo, chamado <strong>de</strong> força coercitiva. Se H continuaraumentando no sentido negativo, o material é magnetizado com polarida<strong>de</strong> oposta. Dessemodo, a magnetização inicialmente será fácil, até quando se aproxima da saturação, passandoa ser cada vez mais difícil. A redução do campo novamente a zero <strong>de</strong>ixa uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fluxo remanescente, e, para reduzir H a zero, <strong>de</strong>ve-se aplicar uma força coercitiva no sentidopositivo. Aumentando-se mais ainda o campo, o material fica novamente saturado, com apolarida<strong>de</strong> inicial.


37Figura 12: Curva <strong>de</strong> histerese [16].A magnetização apresenta valores diferentes para um mesmo campo magnéticoaplicado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do estado magnético anterior da estrutura. Há duas gran<strong>de</strong>zas quemerecem <strong>de</strong>staque na curva <strong>de</strong> magnetização:A Remanência que é a magnetização do material quando removido o campoexterno a partir da saturação e a coercivida<strong>de</strong> que indica o campo magnético on<strong>de</strong> ocorre areversão da magnetização <strong>de</strong> uma saturação para outra.2.6 ENERGIAS MAGNÉTICASAs energias magnéticas explicam a configuração magnética do material emestudo. Como o mínimo <strong>de</strong> energia se dá quando o momento magnético aponta na direção dorespectivo campo local, assim, a configuração <strong>de</strong>ve ser sempre a que apresente a menorenergia possível ou que os momentos magnéticos apontem para o campo efetivo local [20].


382.6.1 Energia <strong>de</strong> Troca (Exchange)Forças eletrostáticas são geralmente, muito mais intensas que forças magnéticas<strong>de</strong> interação. A mecânica quântica fornece a explicação para essas interações eletrostáticaspela interação <strong>de</strong> troca. De acordo com o princípio <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> Pauli, dois elétrons nãopo<strong>de</strong>m existir em um mesmo estado quântico, portanto <strong>de</strong>vem ter momentos magnéticosintrínsecos contrários. De maneira oposta, a repulsão eletrostática entre dois elétrons ten<strong>de</strong> amanter os momentos magnéticos alinhados paralelamente.Para os materiais ferromagnéticos, o equilíbrio <strong>de</strong>stas forças, faz com que haja ummomento magnético intrínseco resultante. O alinhamento varia se o coeficiente <strong>de</strong> troca (J)for positivo (para ferromagnéticos) e negativo (para antiferromagnéticos).A energia <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> um dado átomo i com seus vizinhos é dado por:r rH J S . S(2.35)e= -Âji jiSe a integral <strong>de</strong> troca é isotrópica igual à J e , temos:r rH = -JS . S(2.36)eeÂjijj2.6.2 Energia ZeemanA energia Zeeman nos informa como o momento magnético atômico interage comum campo magnético externo H r . Quando um campo magnético externo é aplicado, amagnetização sofre um torque fazendo com que os momentos magnéticos se alinhem nadireção do campo. No entanto a orientação <strong>de</strong> cada momento magnético será dada pelaminimização da energia magnética total do sistema [21].


393 SISTEMAS QUASIPERIÓDICOS3.1 ESTRUTURAS PERIÓDICAS E QUASIPERIÓDICASEm um trabalho <strong>de</strong> 1984, Dan Schechtman [70] e colaboradores [26] mostraram aexistência <strong>de</strong> um sólido metálico que exibia um padrão <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> um cristalmonocristalino, mas com simetria icosaédrica, inconsistente com as translações da re<strong>de</strong>cristalina conhecidas para um cristal. Estudos teóricos <strong>de</strong>senvolvidos por Levine e Steinhardt[27] explicaram esta simetria mediante as figuras geométricas <strong>de</strong> Penrose em 2D e 3D [28],que preenchem todo o espaço, mas que são aperiódicas, ou seja, não exibem uma estruturaperiódica regular. O <strong>de</strong>safio colocado pelos estudos experimentais foi <strong>de</strong>senvolver mo<strong>de</strong>losteóricos para caracterizar estas estruturas artificiais.Este novo sólido cristalino, sem periodicida<strong>de</strong> translacional, foi <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong>quasicristal ou cristal aperiódico. Embora o termo quasicristal seja mais apropriado quandoaplicado <strong>ao</strong>s compostos naturais ou as ligas artificiais, em 1D, não há diferenças entre este eas estruturas quasiperiódicas formadas pelo arranjo incomensurável <strong>de</strong> células unitáriasperiódicas. Uma motivação para o estudo <strong>de</strong>stas estruturas é que elas exibem um espectro <strong>de</strong>energia fragmentado semelhante <strong>ao</strong> conjunto <strong>de</strong> Cantor [34], revelando um padrão <strong>de</strong> autosimilarida<strong>de</strong>, que é uma característica fundamental em sistemas fractais. Outro aspectofascinante é <strong>de</strong>vido às proprieda<strong>de</strong>s coletivas nestes sistemas, como as correlações <strong>de</strong> longoalcance que são observadas em quasicristais e que também estão presentes em sistemasquasiperiódicos, fornecendo uma nova <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m [29,30], tema bastanteinvestigado em física estatística.De fato, a análise dos espectros da propagação da luz, da transmissão eletrônica,da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estados, dos polaritons, por exemplo, mostra que estes espectros são fractais[31]. Em outras palavras, o comportamento macroscópico do sistema é distinto docomportamento das suas partes constituintes tomadas separadamente. Uma consequênciaimportante, é que sistemas distintos po<strong>de</strong>m exibir o mesmo comportamento crítico, ou seja,po<strong>de</strong>mos classificar os vários sistemas físicos em poucas classes <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> [32]. Poranalogia, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar o tópico <strong>de</strong> transições <strong>de</strong> fase contínua: sabe-se que ocomportamento crítico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente das proprieda<strong>de</strong>s globais, isto é, da dimensão


40geométrica do sistema e das simetrias <strong>de</strong> seus parâmetros <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, sendo insensível <strong>ao</strong>s<strong>de</strong>talhes das interações microscópicas entre átomos ou moléculas [33]. Um exemplo é o usodo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> <strong>de</strong> interação entre spins para <strong>de</strong>screver um fluido. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> spinsclássicos <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> orientados para cima (up) ou para baixo (down) é escolhido para indicar apresença (ou ausência) <strong>de</strong> uma molécula no sítio da re<strong>de</strong>, enquanto as complicadas interaçõesentre estas moléculas são substituídas por um acoplamento <strong>de</strong> troca entre primeiros vizinhos.Apesar da sua simplicida<strong>de</strong>, este mo<strong>de</strong>lo reproduz completamente muitos aspectos docomportamento do fluido próximo da sua temperatura crítica [34, 35].Neste contexto, os trabalhos pioneiros <strong>de</strong> Merlin e colaboradores em sistemasquasiperiódicos para a sequência <strong>de</strong> Fibonacci [2],[36-37] e a sequência <strong>de</strong> Thue-Morse [38]em super-re<strong>de</strong>s nanoestruturadas <strong>de</strong> GaAs-AlAs têm gerado uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisaexpressiva no campo dos quasicristais. Basicamente, estes sistemas envolvem a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>dois blocos constituintes (A e B, por exemplo), cada um <strong>de</strong>les contendo a informação físicanecessária, or<strong>de</strong>nados segundo uma <strong>de</strong>terminada sequência. Isto é, eles po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>scritosem termos <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> gerações que obe<strong>de</strong>cem a uma relação recursiva particular. Alémdisso, eles po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como sistemas intermediários entre os cristais periódicos eos sólidos amorfos [39], sendo um dos aspectos que tornam estes materiais interessantes paraestudo.3.2 APLICAÇÕES DAS ESTRUTURAS QUASIPERIÓDICASAs estruturas quasiperiódicas consi<strong>de</strong>radas <strong>ao</strong> longo <strong>de</strong>ste trabalho são conhecidascomo sequências substitucionais, as quais têm sido estudadas em muitas áreas da matemática[40-42], da ciência da computação [43-44] e da criptografia [45]. Apesar <strong>de</strong> utilizar conceitoselementares, a abordagem a ser apresentada produziu resultados <strong>de</strong> bastante interesse namatemática e na física. Seguem então algumas <strong>de</strong>finições importantes quanto à quaseperiodicida<strong>de</strong> das sequências <strong>de</strong> substituição.Definição 1: Um conjunto finito ξ, cujos elementos são ξ = {A, B}, (com A e B sendo doisblocos constituintes diferentes), que <strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong> alfabeto.


41Definição 2: Chamamos <strong>de</strong> ξ* o conjunto <strong>de</strong> todas as palavras <strong>de</strong> comprimento finito (talcomo AABAB) que po<strong>de</strong>m ser escritas a partir do alfabeto.Definição 3: Definimos como ζ como uma quantida<strong>de</strong> que age sobre uma palavra,substituindo cada letra (por exemplo, A) <strong>de</strong>sta palavra por uma imagem correspon<strong>de</strong>nte,chamada <strong>de</strong> ζ(A).Uma sequência é então <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> sequência substitucional se ela é um pontofixo <strong>de</strong> ζ, isto é, se ela permanece invariante quando cada letra na sequência é substituída porsua imagem em ζ. As sequências substitucionais mais interessantes e que têm atraído aatenção dos físicos são:a) A sequência <strong>de</strong> Cantor, on<strong>de</strong> as regras <strong>de</strong> substituição são( ) = ABA B Æz( B) BBBA Æz A , = ;b) A sequência <strong>de</strong> Fibonacci, on<strong>de</strong> A Æz ( ) = AB,B Æz( B) = AA ;c) A sequência <strong>de</strong> Thue-Morse, on<strong>de</strong> A Æz ( ) = AB,B Æz( B) = BAA ;d) E a sequência <strong>de</strong> período duplo, on<strong>de</strong> A Æz ( ) = AB,B Æz( B) = AAA .Vamos agora continuar as <strong>de</strong>finições das sequências <strong>de</strong> substituição mencionadas.3.3 SEQUÊNCIA DE CANTORProvavelmente a mais conhecida e simples geometria fractal <strong>de</strong>terminística é atriádica sequência <strong>de</strong> Cantor [46]. Esse conjunto é obtido através da repetição <strong>de</strong> uma regrasimples: dividir qualquer segmento em três partes iguais, e em seguida, eliminar a central(po<strong>de</strong>mos chamar isso <strong>de</strong> sequência <strong>de</strong> Cantor inicial), e com isso repetir este processocontinuamente. Por exemplo, se começarmos algebricamente com o conjunto fechado0 =[ 0,3]S <strong>de</strong> todos os números <strong>de</strong> 0 a 3 e retira-se o terço central aberto, ficamos com um par<strong>de</strong> intervalos fechados [ ,1] [ 2,3]0 e representando S 1 . Os terços médio abertos em cada um<strong>de</strong>stes intervalos seria removido novamente para produzir quatro intervalos menoresrepresentando S 2 , e assim por diante. Depois <strong>de</strong> diversas etapas, teríamos um gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> pequenos intervalos, separados por intervalos <strong>de</strong> vários tamanhos.


42Para aplicações em blocos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> multicamadas, é maisapropriado consi<strong>de</strong>rar em vez disso a chamada sequência <strong>de</strong> Cantor <strong>de</strong> saída. Isto tem sua n-ésima fase <strong>de</strong>finida em termos da fase anterior pelo S n = Sn-1 BnSn-1, com as condiçõesiniciais consi<strong>de</strong>randoS0 1 = 1= A e S AB A . Nesse caso B n , para uma sequência <strong>de</strong> n-ésimafase difere da base B 1 ( ≡ B)para a primeira fase só pela sua espessura,n-1dBn3 dB1= .Po<strong>de</strong>mos também construir a mesma sequência, mais diretamente usando as transformaçõesA Æ ABA, B Æ BBB.Figura 13: Ilustração esquemática as sequência <strong>de</strong> Cantor [47].As gerações <strong>de</strong> Cantor são (Fig. 14)S 0 = A; S1= ABA;S2= ABABBBABA;etc.(3.1)e são mais claramente representados pelo esquema <strong>de</strong> expansão diagramática mostrado nafigura 2.3.4 SEQUÊNCIA DE FIBONACCIA sequência <strong>de</strong> Fibonacci é o exemplo mais antigo <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia aperiódica <strong>de</strong>números. Ela foi <strong>de</strong>senvolvida pelo matemático e comerciante Leonardo <strong>de</strong> Pisa em 1202,


43cujo apelido era Fibonacci, que significa filho <strong>de</strong> Bonacci. Essa sequência surgiu quando eleinvestigava o crescimento <strong>de</strong> uma população <strong>de</strong> coelhos em um cenário i<strong>de</strong>al, on<strong>de</strong> um casalinicial <strong>de</strong> coelhos em um ambiente fechado, sem mortes e admitindo que cada casal <strong>de</strong>coelhos nascem <strong>de</strong> um par fértil <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dois meses, dá origem a uma população que crescesegundo uma sequência bem <strong>de</strong>finida, que é: {1, 1,2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, ...}, on<strong>de</strong> o próximotermo da série é obtido somando os dois termos anteriores [47]. Na literatura, vamosencontrar estudos que mostram que a sequência <strong>de</strong> Fibonacci está associada <strong>ao</strong>s voos das avespredadoras que <strong>de</strong>scem sobre suas presas seguindo uma espiral, à disposição dos galhos nostroncos das árvores e das folhas nos galhos, as espirais formadas pelos gomos na casca doabacaxi, entre outras evidências [48,49]. Este é o aspecto particularmente interessante dasequência <strong>de</strong> Fibonacci, pois instiga o pesquisador a procurar enten<strong>de</strong>r a razão da escolha pelanatureza <strong>de</strong>sta sequência específica.Na Física <strong>de</strong> materiais, a estrutura <strong>de</strong> Fibonacci po<strong>de</strong> ser realizadaexperimentalmente por justaposição <strong>de</strong> dois blocos constituintes <strong>de</strong> base A e B, <strong>de</strong> tal formaque a n-ésima fase do processo,S n , é dada pela regra recursiva: n = Sn-1 Sn-2S para n ≥ 2,começando com S 0 = B e S 1 = A . Ela tem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser invariante sob atransformação: A Æ AB e B Æ A .Figura 14: Ilustração esquemática as sequência <strong>de</strong> Fibonacci a partir da geração S2 [47].As gerações <strong>de</strong> Fibonacci são (Fig. 15):S 0 = B; S1= A;S2= AB;S3= ABA;S4= ABAAB;etc.(3.2).


44n = Fn- 1 + Fn-2O número <strong>de</strong> blocos aumenta em conformida<strong>de</strong> com o número <strong>de</strong> Fibonacci:F , com F = F 1. Além disso, a razão entre o número <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> A e o0 1 =número <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> B na sequência ten<strong>de</strong> <strong>ao</strong> número conhecido como “razão áurea”;t =( 1 + 5) 2 @ 1, 62, para n gran<strong>de</strong>. É interessante notar que todos os números <strong>de</strong> Fibonaccipo<strong>de</strong>m ser gerados a partir da razão áurea da relação: = [ t - (-t) ] 5F nn-n. Isso significaque uma sequência <strong>de</strong> números racionais, ou seja, os números <strong>de</strong> Fibonacci <strong>de</strong> valores inteirospo<strong>de</strong>m ser obtidos <strong>de</strong> potências <strong>de</strong> números irracionais [47].3.5 SEQUÊNCIA DE THUE-MORSEA sequência <strong>de</strong> Thue-Morse surgiu a partir dos resultados <strong>de</strong> estudos sistemáticossobre ca<strong>de</strong>ias aperiódicas iniciadas por Thue [46] em 1906. Depois, em 1921, Morse [51,52]fez uma importante contribuição para esta sequência no contexto da dinâmica topológica.Embora haja várias maneiras <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a sequência <strong>de</strong> Thue-Morse, po<strong>de</strong>-se provar que todassão equivalentes. Em sua forma mais simples, a sequência <strong>de</strong> Thue-Morse po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida+-+pela relação recursiva: S n = Sn- 1Sn1 e Sn= Sn1 Sn-1(para n ≥ 1), com So = A e So= B .Outro modo <strong>de</strong> construir esta sequência é através da regra <strong>de</strong> inflação: A Æ AB e B Æ BA .+-+Figura 15: Ilustração esquemática as sequência <strong>de</strong> Thue-Morse a partir da geração S1 [47].As gerações <strong>de</strong> Thue-Morse são (Fig. 16):


45S 0 = A; S1= AB;S2= ABBA;S3= ABBABAAB;etc.(3.3)O número <strong>de</strong> blocos neste sistema quasiperiódico aumenta com 2 n , on<strong>de</strong> n = 0, 1,2, 3,... indica a geração da sequência <strong>de</strong> Thue-Morse, enquanto a razão do número <strong>de</strong> blocos<strong>de</strong> A em relação <strong>ao</strong> número <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> B é constante e igual a unida<strong>de</strong>.3.6 SEQUÊNCIA DE PERÍODO DUPLOA sequência <strong>de</strong> período duplo é uma das ca<strong>de</strong>ias aperiódicas mais recentes. Elatem origem no estudo <strong>de</strong> sistemas dinâmicos [53] e em aplicações a laser para fibras ópticasnão lineares [54]. Sua relação recursiva é um pouco semelhante <strong>ao</strong> caso <strong>de</strong> Thue-Morse: o n-+-+ésimo estágio é dado por S n = Sn- 1 Sn1 e Sn= Sn-1Sn-1para n ≥1, com S 0 = A e S0= B . Étambém invariante sob a transformação A Æ AB e B Æ AA , o que torna a distinção maisclara.+Figura 16: Ilustração esquemática da sequência <strong>de</strong> Período Duplo [47].As gerações <strong>de</strong> período duplo são (Fig. 17):S 0 = A; S1= AB;S2= ABAA;S3= ABAAABAB;etc.(3.4)O número <strong>de</strong> blocos para esta sequência aumenta com n como na sequência <strong>de</strong>Thue-Morse, ou seja, 2 n , on<strong>de</strong> n é o número da geração. Contudo, a razão entre o número <strong>de</strong>blocos <strong>de</strong> A em relação <strong>ao</strong> número <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> B não é constante: ela ten<strong>de</strong> a 2 quando o


46número <strong>de</strong> gerações vai para infinito. Além disso, os blocos B ocorrem sempre isoladamente,como no caso da sequência <strong>de</strong> Fibonacci, mas <strong>ao</strong> contrário da sequência <strong>de</strong> Thue-Morse.


474 MÉTODO DE MONTE CARLO4.1 INTRODUÇÃONos últimos anos, graças <strong>ao</strong>s avanços dos computadores (“hardware”), dastécnicas <strong>de</strong> programação (“software”) em contraposição das gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s exigidas dosmétodos tradicionais experimentais <strong>de</strong> alterar certos parâmetros físicos aplicados <strong>ao</strong> estudodas proprieda<strong>de</strong>s dos fenômenos críticos, as simulações computacionais, que antes usavamum conjunto <strong>de</strong> operações no qual <strong>de</strong>veria se repetir centenas <strong>de</strong> vezes, agora passou a serfeita <strong>de</strong> uma única vez facilitando a obtenção dos resultados, passando a exercer umaprofunda influência no progresso das pesquisas em Mecânica Estatística [55].Na Mecânica Estatística as simulações computacionais têm como princípio <strong>de</strong> quecom um computador e um programa que tenha sido construído apropriadamente, irá servirpara simular um comportamento real <strong>de</strong> um ensemble <strong>de</strong> sistemas, <strong>de</strong> forma a obter umaanálise estatística da trajetória nos permitindo estimar <strong>de</strong>terminadas previsões dasproprieda<strong>de</strong>s do mesmo.Há duas classes gerais <strong>de</strong> simulações: O <strong>Método</strong> da Dinâmica Molecular, e o<strong>Método</strong> <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> (MMC). Este último é muito utilizado para o estudo docomportamento termodinâmico <strong>de</strong> sistemas macroscópicos, cuja diferença do método <strong>de</strong>dinâmica molecular é o uso <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong> números aleatórios [56]. Neste trabalhousaremos o MMC em mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>. O MMC em física computacional épossivelmente uma das mais importantes ferramentas <strong>de</strong> abordagens numéricas para estudaros problemas matemáticos que abrangem todas as disciplinas científicas, tais como, física,química e até das ciências sociais e econômicas [57,58]. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sse método baseia-se narealização <strong>de</strong> experimentos <strong>de</strong> amostragem estatística em computador das configurações dosistema a ser estudado, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> parâmetros com N-pontos em M-dimensões <strong>de</strong>espaço para calcular os valores aproximados das gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong>sse sistema usando númerosaleatórios.


484.2 HISTÓRIA DO MÉTODO DE MONTE CARLOO MMC surgiu nos anos quarenta durante o projeto Manhattan na SegundaGuerra Mundial pelos físicos S. Ulam, E. Fermi, J Von Neumann e N. Metropolis (entreoutros) trabalhando no projeto <strong>de</strong> armas nucleares no laboratório Nacional Los Alamos. Elesconsi<strong>de</strong>raram a possibilida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong>sse método, que envolvia a simulação direta <strong>de</strong>problemas probabilísticos relacionados com o coeficiente <strong>de</strong> difusão do nêutron em certosmateriais. Apesar <strong>de</strong> chamar a atenção dos cientistas, o <strong>de</strong>senvolvimento or<strong>de</strong>nado <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>iateve <strong>de</strong> aguardar o trabalho <strong>de</strong> Harris e Herman Kahn em 1948 no qual Fermi, Metropolis eUlam usaram o MMC para <strong>de</strong>terminar estimativas para autovalores da equação <strong>de</strong>Schrodinger. Muito antes disso, números e gran<strong>de</strong>zas aleatórias já tinham sido usados nainvestigação <strong>de</strong> problemas matemáticos, mas Von Neumann e Ulam em 1945 contribuírampara mostrar que vários problemas matemáticos po<strong>de</strong>riam ser tratados através <strong>de</strong> um análogoprobabilístico [59].O nome <strong>de</strong>sse método é uma referência <strong>ao</strong> principado <strong>de</strong> Mônaco, por causa <strong>de</strong>uma roleta, um gerador <strong>de</strong> números aleatório simples. O nome e o <strong>de</strong>senvolvimentosistemático do método <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> datam <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1940.4.3 MEDIDAS DE GRANDEZAS TERMODINÂMICASA mecânica estatística <strong>de</strong> equilíbrio tem por objetivo <strong>de</strong>screver as proprieda<strong>de</strong>smacroscópicas <strong>de</strong> um sistema por meio <strong>de</strong> médias sobre os seus estados microscópicos e<strong>de</strong>scritas por meio do ensemble canônico. A função <strong>de</strong> partição, a partir da qual é possívelobter as proprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas do sistema, para um sistema em contato com umreservatório térmico à temperatura T, po<strong>de</strong> ser escrita como:Z =Âie-EikBT=Âie-bEi(4.1)on<strong>de</strong>b =k B1T, ( k Bé a constante <strong>de</strong> Boltzmann) e T é a temperatura e on<strong>de</strong> a soma é feitasobre todos os estados i do sistema com energia E i e, portanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tamanho dosistema e o número <strong>de</strong> graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> para cada partícula. Também é possível escrever a


49função <strong>de</strong> partição para sistemas sujeitos a alguma outra restrição além da temperatura, comopor exemplo, serem mantidos a pressão constante ou submetidos a campos magnéticos.Uma quantida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida a partir da Eq. (4.1) e que estabelece arelação entre a termodinâmica e a parte estatística é chamada distribuição <strong>de</strong> Boltzmann, aqual é dada pela seguinte expressão:-bE ipi= 1 e(4.2)Ze estabelece a probabilida<strong>de</strong> do sistema ser encontrado em um dado estado microscópico i.Com o conhecimento <strong>de</strong>sta probabilida<strong>de</strong>, é possível calcular o valor esperadoQ doobservável Q por meio da expressão:Q=1Z-bEi Qipi= ÂQie ;  pi=ii1(4.3)ou seja, a média do observável os microestados i é pon<strong>de</strong>rada pelo peso <strong>de</strong> Boltzmann <strong>de</strong> cadaestado.Uma vez que <strong>de</strong>terminamos os potenciais <strong>de</strong> interação entre as partículas e osvínculos <strong>ao</strong>s quais o sistema está submetido, po<strong>de</strong>mos escrever a função <strong>de</strong> partição. Oproblema está na realização explícita do cálculo <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> número muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>microestados no somatório da Eq. (3.1). Neste contexto, mo<strong>de</strong>los bastante simplificados setornam importantes na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver os fenômenos físicos observados em sistemasreais (muito mais complexos), <strong>de</strong>ntre os quais <strong>de</strong>stacamos o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> [60]. A soluçãousual para sistemas gran<strong>de</strong>s é realizar o cálculo utilizando apenas um subespaço dos estadosdo sistema, o que implica em tornar os resultados imprecisos. Nas simulações <strong>de</strong> MC escolhesealeatoriamente um subconjunto com N estados <strong>de</strong> acordo com uma dada distribuição <strong>de</strong>probabilida<strong>de</strong> p i . A estimativa é dada pela quantida<strong>de</strong> Q, medida por:QNÂi = 1N = NQÂi = 1ipp-1i-1iee-bEi-bEi(4.4)Q N , é o estimador <strong>de</strong> Q, torna-se uma estimativa mais precisa <strong>de</strong> Q a medida que Naumenta, no limite em queN Æ•, temos Q N = Q. Dois <strong>de</strong>talhes a consi<strong>de</strong>rar: (1) se os Nestados forem escolhidos <strong>ao</strong> acaso, isto é, todos tem a mesma probabilida<strong>de</strong>, apenas umafração muito pequena do espaço <strong>de</strong> fase do sistema será usada no calculo do estimador; (2)diz respeito a contribuição dos estados visitados no cálculo do estimador, já que o peso <strong>de</strong>


50Boltzmann é uma função exponencial, somente estados com energias próximas à do estado <strong>de</strong>equilíbrio terão uma contribuição expressiva na soma.Com a função <strong>de</strong> partição po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar as funções termodinâmicas. Assimvamos <strong>de</strong>finir: Energia interna, calor específico, entropia e susceptibilida<strong>de</strong> magnética.A energia interna U do sistema é calculado pelo valor médio <strong>de</strong> E esperadopara a energia, da seguinte forma,1U =Z - bEiEieiCom as equações (4.2) e (4.4) temos:Z ∂=∂b∂b∂ --bEibEiÂe= -ÂEie = -iiZU(4.5)(4.6)ou seja,1 ∂Z∂ log ZU = - = - .(4.7)Z ∂b ∂bJá o calor específico C é obtido através da <strong>de</strong>rivação da energia interna U, assim:∂UC =∂T∂b∂U1= = -∂T∂bk TPartindo da equação (3.6), conclui-se que:22 ∂ logB2∂U.(4.8)∂bZC = kB b(4.9)2∂bA entropia é <strong>de</strong>terminada por:∂FÊ b ∂ZˆS = - = kBÁln Z - ˜(4.10)∂TË Z ∂b¯on<strong>de</strong> F = -kT ln Z é a energia livre <strong>de</strong> Helmholtz.0A susceptibilida<strong>de</strong> magnética me<strong>de</strong> a resposta na magnetização <strong>de</strong>vido à variaçãodo campo magnético. Assim temos:já que,Com isso, temos.-1 2-1Ê ∂Mˆ Ê ∂Hˆ Ê ∂ F ˆc ˜ = Á ˜ =Á2˜T≡ Á(4.11)Ë ∂H¯TË ∂M¯TË ∂M¯Ê ∂F ˆc = -Á(4.12)Ë ∂M˜¯H22( S ) 2 ( ) 2z- Sz= bBDSZc (4.13)2= b mBmT


514.4 AMOSTRAGEM E ALEATORIEDADEA amostragem aleatória simples é o tipo <strong>de</strong> amostragem probabilística maisutilizada. Dá exatidão e eficácia à amostragem, além <strong>de</strong> ser o procedimento mais fácil <strong>de</strong> seraplicado a todos os elementos do sistema a ser estudado, que tem a mesma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pertencerem à amostra. O processo consiste em selecionar uma amostra “n” a partir <strong>de</strong> umsistema “N”. Geralmente a seleção é feita sem reposição e cada amostra é feita unida<strong>de</strong> aunida<strong>de</strong> até que se atinja o número pré-<strong>de</strong>terminado.A palavra aleatorieda<strong>de</strong> é utilizada para exprimir quebra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, propósito,causa, ou imprevisibilida<strong>de</strong> em uma terminologia não científica. Um processo aleatório é oprocesso repetitivo cujo resultado não <strong>de</strong>screve um padrão <strong>de</strong>terminístico, mas segue umadistribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. O termo aleatório é frequentemente utilizado em estatística para<strong>de</strong>signar uma proprieda<strong>de</strong> estatística bem <strong>de</strong>finida tal como uma quebra <strong>de</strong> uma neutralida<strong>de</strong>ou correlação. Um número aleatório é um número que pertence a uma série numérica e nãopo<strong>de</strong> ser previsto a partir dos membros anteriores da série. O conceito <strong>de</strong> número aleatório éum conceito relativo à série numérica a que o número pertence. Um número po<strong>de</strong> ser aleatórionuma série numérica e não aleatório noutra.O fato dos sistemas reais terem um número muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> estadosmicroscópicos faz com que o resultado das observações experimentais seja uma manifestação<strong>de</strong> somente uma parte dos estados do sistema, notadamente aqueles que foram visitadosdurante a realização da simulação. Esta observação é um indício <strong>de</strong> que o sistema estárealizando uma espécie <strong>de</strong> amostragem por importância, o que fortalece a i<strong>de</strong>ia dapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação das proprieda<strong>de</strong>s termodinâmicas <strong>de</strong> interesse, utilizandoapenas uma pequena fração dos estados presentes no sistema e com isso preservando asemelhança entre a simulação e experimento.A forma usual <strong>de</strong> reproduzir as observações nas simulações é feita por meio dautilização <strong>de</strong> um algoritmo capaz <strong>de</strong> gerar, a partir <strong>de</strong> um estado inicial, outros estadossemelhantes <strong>de</strong> acordo com o seu peso <strong>de</strong> Boltzmann. Então, <strong>ao</strong> invés <strong>de</strong> escolher os estados<strong>de</strong> forma uniforme, isso é feito <strong>de</strong> forma que um dado estado i seja escolhido <strong>de</strong> acordo com adistribuição <strong>de</strong> Boltzmann. Esta escolha fará com que a Eq. (4.4) seja:


52Q1=NÂN Q iNi = 1(4.14)Resultando em uma equação mais simples on<strong>de</strong> os fatores <strong>de</strong> Boltzmann foramcancelados e não há referência explícita à função <strong>de</strong> partição. Como esta expressão funcionamuito melhor que a Eq. (4.4) <strong>de</strong>vido o sistema estar passando a maior parte do tempo em umnúmero pequeno <strong>de</strong> estados já que estes estados serão escolhidos mais frequentemente e quepossuem pesos expressos no cálculo do estimador. Será necessário um mecanismo quepermita que cada estado escolhido tenha o mesmo peso <strong>de</strong> Boltzmann, para isso vamos fazeruso dos processos <strong>de</strong> Markov [60,65].4.4.1 Processos <strong>de</strong> MarkovEste consiste em uma ferramenta matemática, na qual se po<strong>de</strong>m gerar sucessivosestados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do estado anterior. Esse tipo <strong>de</strong> processo (estocástico) é aplicado a umsistema no estado m num <strong>de</strong>terminado tempo, o qual gera um estado n num tempo seguinte<strong>de</strong> forma que, se partirmos do mesmo estado inicial, nem sempre será gerado o mesmo estadofinal. A probabilida<strong>de</strong> do estado final n ser gerado a partir do estado m é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong>probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transição P ( m Æn ) que é caracterizada por <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r somente dasproprieda<strong>de</strong>s dos estados inicial e final, não mais do tempo. O significado é que uma vez queo sistema esteja no estado m a probabilida<strong>de</strong> do sistema gerar o estado n é sempre a mesma,não importando o que tenha acontecido anteriormente. As probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transição estãosujeitas <strong>ao</strong>s vínculos.( m Æn) ≥0 , P ( m Æn) = 1ÂP (4.15)pois a partir do estado n , outro estado é gerado ou o sistema permanece no estadon .nNuma simulação <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>, uma sequência <strong>de</strong> passos é realizada nosprocessos <strong>de</strong> Markov, o qual dá origem a uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Markov <strong>de</strong> estados [60]. A Figura 18mostra um exemplo <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um sistema com apenas quatro estados.


53Figura 17: Cinco sucessivos processos <strong>de</strong> Markov, formando uma Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Markov <strong>de</strong>estados.Temos um sistema com apenas quatro estados e inicialmente ele se encontra noestado μ = 3, e a partir <strong>de</strong>ste escolhemos aleatoriamente um novo estado n seguindo ascondições do processo <strong>de</strong> Markov [63].Partindo <strong>de</strong>sta ca<strong>de</strong>ia po<strong>de</strong>mos estimar a probabilida<strong>de</strong> p n <strong>de</strong> o sistema estar noestado n no tempo t p ( )t n-1 ,, , dado que este se encontrava num estado m anteriormente,n n t npnn m n 1( t ) ( m Æn)( t ) = p - P(4.16)A chamada equação mestra consi<strong>de</strong>ra a mudança <strong>de</strong>sta probabilida<strong>de</strong>, com otempo, p n t ) , tratado <strong>de</strong> forma contínua <strong>ao</strong> invés <strong>de</strong> discreta [6].( ndpndt( t)( t) P( n Æm) + p ( t) P( m Æn)= -ÂpnÂmmm(4.17)A característica principal do processo <strong>de</strong> Markov po<strong>de</strong> ser vista na equaçãomestra: conhecendo o estado inicial do sistema no tempo t po<strong>de</strong>mos estimar completamente aevolução temporal da distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s que está associada a ele, isto é, uma vezque o próximo estado é gerado com base no conhecimento do estado anterior.Os processos <strong>de</strong> Markov são indispensáveis quando são executados por um temporelativamente gran<strong>de</strong>, pois é possível gerar a começar <strong>de</strong>les uma sucessão <strong>de</strong> estados comprobabilida<strong>de</strong>s obe<strong>de</strong>cendo à distribuição <strong>de</strong> Boltzmann. Para que isto ocorra outras duascondições <strong>de</strong>vem ser satisfeitas: a ergodicida<strong>de</strong> e o balanço <strong>de</strong>talhado.


544.4.2 Ergodicida<strong>de</strong>A condição <strong>de</strong> ergodicida<strong>de</strong> assegura que qualquer estado do sistema po<strong>de</strong> seratingido a partir <strong>de</strong> qualquer outro estado via sequência <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> Markov. Estacondição permite que algumas das probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transição entre estados sejam zero, mas<strong>de</strong>ve existir pelo menos um caminho <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transição diferente <strong>de</strong> zero entrequaisquer dois estados do sistema. Se isto não ocorrer, um estado λ não po<strong>de</strong>rá ser gerado apartir do estado inicial e a probabilida<strong>de</strong> do estadoà distribuição <strong>de</strong> Boltzmann [60].p l será zero e não o valor correspon<strong>de</strong>nte4.4.3 Balanço DetalhadoO balanço <strong>de</strong>talhado consiste na garantia que quando uma longa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>Markov é realizada, a distribuição obtida é a distribuição <strong>de</strong> Boltzmann. Des<strong>de</strong> que o sistemaatinja o equilíbrio, as probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> o sistema ir para o estado m e sair <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>vem seriguais, isto é:Ânm( m Æn) = p P( n Æ m )Âp P(4.18)mnEsta condição garante a existência <strong>de</strong> uma distribuição <strong>de</strong> equilíbrio [61]. Esta é achamada condição <strong>de</strong> balanço <strong>de</strong>talhado e nos diz que na média o sistema <strong>de</strong>ve ir <strong>de</strong> m paran da mesma forma que ele vai <strong>de</strong> n para m . Esta condição garantirá que a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Markovirá gerar uma distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> única para tempos longos. Desejamos que adistribuição obtida seja a distribuição <strong>de</strong> Boltzmann, <strong>de</strong>vemos escolher as probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>transição entre os estados m para n <strong>de</strong> acordo com a condição:( m Æn)( n Æm)( E E )P pn-bn -P=pm= em(4.19)Nessas condições, agora se faz a escolha conveniente para a distribuição <strong>de</strong>probabilida<strong>de</strong>s P ( m Æn ) que <strong>de</strong>ve satisfazer as Equações 4.15 e 4.19. Feito isso, só nos resta<strong>de</strong>senvolver um algoritmo que implemente a criação da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Markov <strong>de</strong> estados,obe<strong>de</strong>cendo a condição <strong>de</strong> ergodicida<strong>de</strong>. Em seguida, esperamos que o sistema alcance oequilíbrio <strong>de</strong> forma que a distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estados p µ , da Equação 4.17 seja


55uma distribuição <strong>de</strong> Boltzmann. Passado esse tempo po<strong>de</strong>mos calcular o valor médio dagran<strong>de</strong>za Q da Equação 4.3.4.4.4 Dinâmicas <strong>de</strong> EvoluçãoConsi<strong>de</strong>rando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> e que a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transição não se dá <strong>de</strong>uma única forma, existem várias maneiras <strong>de</strong> escolher como o spin irá ser invertido (“flip”)para analisar os diversos estados microscópicos do sistema. Entre estas maneiras, conhecidascomo dinâmicas <strong>de</strong> evolução, estão a dinâmica <strong>de</strong> Metropolis, a dinâmica <strong>de</strong> Glauber e oBanho Térmico. A seguir será apresentada uma tabela que representa a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>inversão <strong>de</strong> um spin [60]:DinâmicaBanho TérmicoSiÊÁ e= signÁx-ÁË 1+e2J- S jkTÂB ì,j2J- S jkTÂB ì,jProbabilida<strong>de</strong>ˆ˜˜; ξ é um número aleatório uniformemente˜¯distribuído entre 0 e 1.Glauber1 È Ê JÍ 1 - Sitanh2 ÁÍÎËkTBÂì,jSiˆ˘˜˙¯˙˚DÊ -BMetropolis min 1, eÁËTabela 2: Distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s nas dinâmicas <strong>de</strong> Banho Térmico, Metropolis eGlauber.Ek Tˆ˜¯Segundo Stanley e colaboradores [66], a forma como o spin irá ser invertido(“flip”) para analisar os diversos estados microscópicos <strong>de</strong> um sistema dinâmico produz umadiscrepância nos resultados, isso <strong>de</strong>corre da diferença nas <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadadinâmica, o mesmo não ocorre no estudo <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> equilíbrio.


564.4.5 Algoritmo <strong>de</strong> MetropolisNo método clássico <strong>de</strong> Metropolis, apresentado inicialmente em 1953 em seuartigo [62], as configurações são geradas a partir <strong>de</strong> um estado anterior usando umaprobabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transição que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da diferença <strong>de</strong> energia entre os estados inicial e final.Esse método é utilizado com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar valores esperados <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s dosistema simulado, através <strong>de</strong> uma média sobre uma amostra. As probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transiçãosão dadas porW ( SjÔÏeÆ Si) = ÌÔÓ( - )-bE i E jse DE> 01 se DE< 0(4.20)on<strong>de</strong> ∆E = E i - E j . Como W(S j → S i ) é uma gran<strong>de</strong>za diferente <strong>de</strong> zero para todos os estados S ie S j , a condição <strong>de</strong> ergodicida<strong>de</strong> é obe<strong>de</strong>cida.Previamente <strong>de</strong>vem ser escolhidos o tipo <strong>de</strong> re<strong>de</strong> e as condições <strong>de</strong> contornousadas na simulação. As configurações iniciais usuais são aquelas com os spinscompletamente or<strong>de</strong>nados ou <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nados. Um novo estado resulta da mudança do valor dospin [64]. Para sistemas <strong>de</strong> spins, a sequência do algoritmo <strong>de</strong> Metropolis consiste noseguinte:1. Especifica-se uma configuração inicial aleatória para os spins, ou seja, com valoresaleatórios para todos os graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> do sistema, respeitando as suas restrições.2. Um sítio <strong>de</strong> re<strong>de</strong> é escolhido (aleatoriamente ou sequencialmente).3. Calcula-se a variação <strong>de</strong> energia do sistema ∆E resultante da mudança do valor dospin.4. Se ∆E 0, a configuração <strong>de</strong>ste estado é menosprovável, mas não é impossível, segue-se para o passo 5.5. Calcula-se a razão entre as probabilida<strong>de</strong>s que dá a transição entre estados <strong>de</strong>vido auma flutuação.6. Deci<strong>de</strong>-se se a configuração do passo 4 é <strong>de</strong> aceitar ou não: para isso, gera-se umnúmero aleatório 0 < A < 1.7. SeA < e-bD Eestado anterior., o novo estado é aceito, caso contrário ele é recusado, e se mantém o


578. Retorna-se até o passo (2), até que algum critério <strong>de</strong> parada seja satisfeito. Cada uma<strong>de</strong>ssas repetições é dita um passo <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> (MC).9. Calculam-se as gran<strong>de</strong>zas físicas que quisermos (energia do sistema naquelaconfiguração, valor <strong>de</strong> magnetização, calor específico, etc.) para que se possa fazer amédia no fim. Volta-se <strong>de</strong>pois <strong>ao</strong> passo 1, para gerar nova configuração.O intervalo entre duas configurações sucessivas geradas pelo algoritmo é nomínimo <strong>de</strong> um passo <strong>de</strong> MC por sítio, <strong>de</strong>finido como o tempo necessário para se percorrer are<strong>de</strong> inteira.Outro fator relevante neste método, além das exigências impostas pela dinâmica<strong>de</strong> evolução, como ergodicida<strong>de</strong> e balanceamento <strong>de</strong>talhado, é a maneira pela qual os spinssão atualizados pela re<strong>de</strong>. A atualização usada na literatura varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escolha aleatória <strong>de</strong>cada spin individualmente para inversão, até a inversão aleatória paralela, ou seja, vários spins<strong>ao</strong> mesmo tempo, e a atualização seguindo uma <strong>de</strong>terminada sequência pré-<strong>de</strong>finida nãoaleatória. Outro ponto importante é quanto à inicialização do sistema, que po<strong>de</strong> ser or<strong>de</strong>nadoou <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado.


585 MÉTODO MONTE CARLO APLICADO AO MODELO DE ISINGQUASIPERIÓDICO5.1 INTRODUÇÃONeste capítulo apresentaremos o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> quase periódico para sistemasbidimensionais, utilizando simulações <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. Sabe-se que, quando se implementauma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> spins em simulação computacional é usual estabelecermos algumas condições <strong>de</strong>contorno para amenizar os efeitos do tamanho finito da re<strong>de</strong> e eventualmente eliminar osefeitos <strong>de</strong> borda. É conveniente ressaltar que <strong>de</strong>vido os spins interagir somente com seusvizinhos, <strong>de</strong>vemos assegurar que todos os spins tenham o mesmo número <strong>de</strong> vizinhos,portanto, todos os spins são equivalentes e o sistema é invariante por translação.Ao final apresentaremos os resultados das simulações e a análise dos dadosobtidos, os gráficos da energia, magnetização, calor específico e susceptibilida<strong>de</strong> no intervaloda temperatura estudado on<strong>de</strong> as transições <strong>de</strong> fase são observadas. Os resultados po<strong>de</strong>mentão ser comparados com outros encontrados na literatura.5.2 APRESENTAÇÃO DO MODELOO mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> é o mais simples e por isso o mais estudado na MecânicaEstatística. Ele representa um magneto no qual os spinsSiestão fixos nos sítios i <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>terminada re<strong>de</strong>. Em nosso caso, vamos consi<strong>de</strong>rar uma re<strong>de</strong> quadrada (L x L) em duasdimensões. Cada dipolo <strong>de</strong>la po<strong>de</strong> possuir apenas dois valores ( S = ±1)i, representando acomponente do momento atômico ou molecular na direção do eixo <strong>de</strong> fácil magnetização dosistema. Desse modo, este possui 2 N estados, on<strong>de</strong> N é o número total <strong>de</strong> sítios. A energia,portanto, <strong>de</strong> qualquer estado particular <strong>de</strong>stes po<strong>de</strong> ser extraída diretamente do Hamiltoniano<strong>de</strong> <strong>Ising</strong> H. O hamiltoniano do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> clássico <strong>de</strong>ste trabalho é apresentado a seguir:


59J Ê ˆ Ê ˆH =- Si SA j+ l SA iSB j+H SB i+ SA iBkTÁÂ Â ˜ ÁÂ Â ˜(5.1)B Ë i, j i,j ¯ Ë i i ¯Po<strong>de</strong>mos simplificar, e reescrever da seguinte forma:H J=- Â( Si S ) ( )A j+ l SA iSB j+H SBÂ i+ SA iBkT(5.2)Bi,jion<strong>de</strong> o primeiro termo é a energia <strong>de</strong> troca entre dois materiais e o segundo termo é a energiaZeeman. A e B representam os materiais magnéticos e λ é a razão entre as constantes <strong>de</strong> trocaJBJ A, <strong>de</strong> cada material. Cada nova geração é obtida por meio <strong>de</strong> dizimação, visto que umaumento no tamanho da re<strong>de</strong> po<strong>de</strong> inviabilizar a simulação. Os materiais magnéticos A e Bsão sequenciados a partir <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong> Cantor, conforme apresenta o capítulo 3.Em temperaturas baixas, dificilmente os spins trocam <strong>de</strong> orientação, pois aprobabilida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>sfavorável. Com o aumento da temperatura, alguns spins mudam <strong>de</strong> sentidoe <strong>ao</strong> passar pela T C , o sistema ten<strong>de</strong> a anular a magnetização total. Através <strong>de</strong> simulaçãonumérica, vamos analisar as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> equilíbrio, inicialmente para o caso simples <strong>de</strong>um único domínio ferromagnético na ausência <strong>de</strong> campo externo (H = 0). Utilizamos paraisso uma dinâmica <strong>de</strong> single-spin-flip, na qual viramos um spin por passo na simulação <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. O sistema só entra em equilíbrio <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> passosdurante a simulação, <strong>de</strong>nominado tempo <strong>de</strong> relaxamento, antes que medidas <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>stermodinâmicas sejam realizadas. A convergência para configurações <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><strong>de</strong> alguns fatores como o tipo <strong>de</strong> sistema (interações, dimensionalida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> e dos spins),temperatura (distância à temperatura crítica), algoritmo utilizado, etc.Existem vários procedimentos para estimar o número <strong>de</strong> configurações que <strong>de</strong>vemser <strong>de</strong>scartadas antes das medidas serem realizadas. No entanto, o método mais utilizado paraestimar este número é fazer um gráfico <strong>de</strong> algumas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interesse (tal como,magnetização, energia total, calor específico) em função da temperatura. Observando essesgráficos <strong>de</strong>vemos perceber qual o momento em que a gran<strong>de</strong>za começa a flutuar em torno <strong>de</strong>um valor fixo.A existência <strong>de</strong> picos acentuados no calor específico e susceptibilida<strong>de</strong>, é um<strong>ao</strong>utra evidência da transição <strong>de</strong> fases. Esses picos estão presentes <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong>s flutuaçõesna energia e na magnetização na região crítica. Com o aumento da re<strong>de</strong>, a altura dos picoscresce e a largura diminui tal que no limite termodinâmico essas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem divergirem T = T C .


605.3 RESULTADOSA seguir, serão apresentados os resultados <strong>de</strong>ste trabalho, baseados nasinformações apresentadas na seção anterior. <strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong>s <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> aperiódicos unidimensionaissão exatamente solúveis [67] a [69], porém mo<strong>de</strong>los bidimensionais aperiódicos oferecemuma dificulda<strong>de</strong> muito maior. Nestes mo<strong>de</strong>los, por serem quânticos, surgem termos <strong>de</strong>energias discretas, o mesmo não ocorre neste trabalho, por ser clássico.5.3.1 Verificação dos Valores mais A<strong>de</strong>quados para as SimulaçõesCom o interesse <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir valores mínimos a<strong>de</strong>quados para o trabalho, foramrealizadas algumas simulações para comparação <strong>de</strong> tamanho a<strong>de</strong>quado à re<strong>de</strong>, quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> e Temperatura Crítica (T C ). Nas figuras 19 a 21 apresentam oscomportamentos da energia, magnetização, calor específico e susceptibilida<strong>de</strong> com relação <strong>ao</strong>tamanho da re<strong>de</strong>. Percebemos que re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tamanho 50x50 já apresentam resultadossatisfatórios, com uma temperatura crítica igual a 2,3 ( K T )BCJ , que é próximo do resultadoexato obtido por Onsager (2,2692) [8], o que dá um erro próximo <strong>de</strong> 1%. É possível obtererros menores com o aumento do tamanho da re<strong>de</strong> e com uma maior discretização datemperatura. Por estes motivos escolhemos re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dimensões maiores que 100x100.Nas figuras 22 a 25, são apresentados resultados para diversas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>, e percebe-se que com 1000 passos o sistema já convergesatisfatoriamente, exceto para a susceptibilida<strong>de</strong>, mas com 10.000 passos o sistema jáconverge totalmente para os valores <strong>de</strong>sejados. Mesmo que a amplitu<strong>de</strong> do calor específico eda susceptibilida<strong>de</strong> sejam diferentes, a temperatura crítica é do valor esperado. Para estetrabalho, adotamos 10.000 passos <strong>de</strong> iteração para cada cálculo, pois este valor já se mostroua<strong>de</strong>quado.Também foi analisada a quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> passos para termalização,apresentada nas figuras 26 a 29. Variaram-se os passos <strong>de</strong> termalização mantendo-se todo orestante dos parâmetros constantes, e verificou-se que para um sistema <strong>de</strong> tamanho razoável, ecom uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> a<strong>de</strong>quada, a termalização não se torna crítica.Ou seja, o sistema não é muito sensível a valores pequenos <strong>de</strong> termalização, o que era <strong>de</strong> se


61esperar, quando se tem uma quantida<strong>de</strong> razoável <strong>de</strong> passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>. Por este motivo,adotou-se uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> termalização igual a 10% da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong><strong>Carlo</strong>.O efeito do campo magnético externo sobre as proprieda<strong>de</strong>s do sistema foiverificado nas figuras 30 a 33. Nestas figuras percebe-se que na presença <strong>de</strong> campo magnéticonão há transição <strong>de</strong> fases, como se verifica pela ausência <strong>de</strong> picos nas curvas do calorespecífico e da magnetização. Na curva <strong>de</strong> magnetização se vê que o sistema fica no estadoor<strong>de</strong>nado, quando se tem a presença do campo magnético, como era <strong>de</strong> se esperar.Por fim, levantou-se uma curva <strong>de</strong> histerese e do comportamento da energia nesteprocesso, figuras 34 e 35. Verifica-se que próximo da temperatura crítica( 0,44068)J K T = a energia mostra um patamar que ten<strong>de</strong> a ficar horizontal naBClocalização do pico, mostrando a transição <strong>de</strong> fase. E no outro gráfico é apresentada aformação da histerese abaixo da temperatura crítica. Nestes gráficos optou-se por apresentar oinverso da temperatura, <strong>de</strong>vido ser mais a<strong>de</strong>quado para se analisar o que ocorre a temperaturasmuito altas, além do que é o que se usa normalmente na literatura da área <strong>de</strong> MecânicaEstatística.


Figura 18: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.62


63Figura 19: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong>re<strong>de</strong>.


64Figura 20: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong>re<strong>de</strong>.


65Figura 21: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários tamanhos <strong>de</strong>re<strong>de</strong>.


66Figura 22: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong><strong>Carlo</strong>.


67Figura 23: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>.


68Figura 24: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>.


69Figura 25: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários passos <strong>de</strong><strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>.


70Figura 26: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização.


71Figura 27: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização.


72Figura 28: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização.


73Figura 29: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>Termalização.


74Figura 30: Energia para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong> campoexterno.


75Figura 31: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>campo externo.


76Figura 32: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>campo externo.


77Figura 33: Susceptibilida<strong>de</strong> para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores <strong>de</strong>campo externo.


78Figura 34: Energia versus campo para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores<strong>de</strong> temperatura.


79Figura 35: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para vários valores<strong>de</strong> temperatura.


805.3.2 Resultados <strong>de</strong>ste TrabalhoAqui estudamos os efeitos do sequenciamento aperiódico <strong>de</strong> estruturas magnéticasno mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong>. Percebe-se claramente uma competição entre as camadas magnéticasquando as mesmas são ferromagnéticas, com o surgimento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma temperatura <strong>de</strong>transição <strong>de</strong> fases. No caso <strong>de</strong> um material ferromagnético com um materialantiferromagnético, se percebe uma competição mais fraca, visto que o antiferromagneto temmagnetização nula, por isto, surge apenas uma temperatura <strong>de</strong> transição, visto que adotou-se omesmo valor, em módulo, para os termos <strong>de</strong> exchange das duas estruturas.Neste mo<strong>de</strong>lo chamamos <strong>de</strong> 1ª geração <strong>de</strong> Cantor o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> clássico puro,com um material magnético A. Chamamos <strong>de</strong> 2ª geração, o sequenciamento ABA, a 3ªgeração será ABABBBABA, conforme apresenta o capítulo 3, e assim por diante. O materialmagnético A é diferenciado do material B, apenas pelo termo <strong>de</strong> exchange.Devido a presença <strong>de</strong> dois materiais ferromagnéticos diferentes, percebe-se dasfiguras 36 a 41, a presença <strong>de</strong> duas transições <strong>de</strong> fase, <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong>s picos no calor específico enos "<strong>de</strong>graus" formados na curva <strong>de</strong> magnetização. O valor <strong>de</strong> λ é o responsável peloaparecimento da segunda temperatura <strong>de</strong> transição, e <strong>de</strong> seu valor.As figuras 42 a 47 apresentam histereses magnéticas para vários valores <strong>de</strong> λ.Quando λ > 0, temos o aparecimento <strong>de</strong> uma competição entre os materiais A e B. Quantomenor a geração <strong>de</strong> Cantor, maior quantida<strong>de</strong> do material A, por isso a histerese dominante ea temperatura crítica dominante são <strong>de</strong>ste material, mas com o aumento da geração, há umaumento gradual e predomínio do material B. Com isso, a histerese é radicalmente alteradatornando-se <strong>ao</strong>s poucos, igual a histerese magnética do material B, se ele tomasse conta <strong>de</strong>toda a re<strong>de</strong>. Quando λ < 0, percebe-se que a histerese magnética surge <strong>de</strong> forma tímida, combaixo campo coercivo e baixo campo remanente, porém aumentando a coercivida<strong>de</strong> e aremanência, com o aumento <strong>de</strong> J / k B T. Percebe-se também que, quando se compara cadageração, a remanência e a coercivida<strong>de</strong> são menores, quanto maior for a geração, pois omaterial A, que é ferromagnético, está sendo gradualmente substituído pelo material B, que éantiferromagnético.


81Figura 36: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 0,5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5.


82Figura 37: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 0,5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5.


83Figura 38: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 2 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5.


84Figura 39: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 2 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5.


85Figura 40: Calor específico para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5.


86(b)Figura 41: Magnetização para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para asgerações <strong>de</strong> 1 a 5.


87Figura 42: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para a 1ªgeração.


88Figura 43: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para a 3ªgeração.


89Figura 44: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = 5 e para a 5ªgeração.


90Figura 45: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = -1 e para a1ª geração.


91Figura 46: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = -1 e para a3ª geração.


92Figura 47: Histerese magnética para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> na re<strong>de</strong> quadrada para λ = -1 e para a5ª geração.


93Analisando-se o comportamento da temperatura crítica com os diversos valores <strong>de</strong>λ, e com o aumento da geração, po<strong>de</strong>-se perceber que há uma região <strong>de</strong> competição entre astemperaturas críticas, na qual os materiais A e B, ainda estão em or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zaaproximadas, o suficiente para tornarem o sistema in<strong>de</strong>finido magneticamente. Isto po<strong>de</strong> servisto na tabela a seguir:Geração k B T C1 / J k B T C2 / J1 2,32 2,3 1,23 2,3 1,24 1,25 1,2Tabela 3: Temperaturas críticas λ = 0,5.Geração k B T C1 / J k B T C2 / J1 2,32 2,3 4,63 2,3 4,64 4,65 4,6Tabela 4: Temperaturas críticas λ = 2.Geração k B T C1 / J k B T C2 / J1 2,32 2,3 11,73 2,3 11,74 11,75 11,7Tabela 5: Temperaturas críticas λ = 5.Os resultados apresentados neste capítulo mostram que tanto a geração dasequência quanto a relação entre os termos <strong>de</strong> exchange dos materiais (λ) po<strong>de</strong>m alterarsensivelmente o comportamento do sistema magnético, gerando diversida<strong>de</strong> tanto natemperatura crítica, quanto na formação da histerese magnética do sistema. Um estudo maisaprofundado do diagrama <strong>de</strong> fases po<strong>de</strong> apresentar o limiar da região <strong>de</strong> predominância <strong>de</strong>cada material magnético com mais precisão.


946 CONCLUSÃONeste trabalho, apresentamos o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Ising</strong> clássico quasiperiódico, sob osequenciamento <strong>de</strong> Cantor. Apresentou-se curvas <strong>de</strong> energia, magnetização, calor específico esusceptibilida<strong>de</strong>, além da histerese magnética para diversos valores <strong>de</strong> temperaturanormalizada, geração <strong>de</strong> Cantor, campo magnético externo e razão dos termos <strong>de</strong> exchange(λ).Foi usado para a simulação o método <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong> sob a evolução <strong>de</strong>Metropolis. Foi escolhido para a inicialização, o estado já esperado para o sistema, or<strong>de</strong>nadoquando se inicia com campo externo ou baixa temperatura, e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado quando se iniciacom altas temperaturas sem campo externo. A atualização do sistema foi o single-spin-flippara a dinâmica, ou seja, inversão <strong>de</strong> spins simples, <strong>de</strong> forma aleatória. As médias foramrealizadas para 10.000 passos <strong>de</strong> <strong>Monte</strong> <strong>Carlo</strong>, e 2.000 passo <strong>de</strong> termalização, que neste casose mostraram a<strong>de</strong>quados, sendo que, para sistemas mais complexos, com termos <strong>de</strong>anisotropia, espera-se que sejam necessários mais passos. E os cálculos das gran<strong>de</strong>zastermodinâmicas foram feitas tomando-se como base a teoria apresentada nos capítulo 2 e 4.Foi mostrado que os resultados para sistemas simples estão <strong>de</strong> acordo com o que éapresentado na literatura especializada. Mostrou-se que tanto o termo λ, quanto a geração <strong>de</strong>Cantor influenciam <strong>de</strong> forma sensível os resultados, principalmente com o aumento <strong>de</strong>stesparâmetros.Este trabalho contribui para a compreensão da competição entre materiaismagnéticos organizados <strong>de</strong> forma quasiperiódica no sequenciamento <strong>de</strong> Cantor, com aapresentação das gran<strong>de</strong>zas termodinâmicas e magnéticas, além das histereses observadas.Como propostas para novos trabalhos, po<strong>de</strong>mos elencar as seguintes extensões emelhorias:1. Levantamento do diagrama <strong>de</strong> fases do sistema como função <strong>de</strong> λ e da geração <strong>de</strong> Cantor;2. Uso <strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong> sequenciamento quase periódicas, como Fibonacci, por exemplo;3. O acréscimo <strong>de</strong> termos <strong>de</strong> anisotropia;4. Uso dos mo<strong>de</strong>los XY e Heisenberg;5. O estudo do surgimento <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> domínio no mo<strong>de</strong>lo XY ou Heisenberg;6. Análise <strong>de</strong> nucleação <strong>de</strong> vórtices no mo<strong>de</strong>lo XY ou Heisenberg.


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