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a igreja militante de joão paoloii e 0 capitalismo ... - cpvsp.org.br

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China, Cuba, Iugoslávia) e um "socialismo<strong>de</strong> invasão" (Europa do Leste).Por isso, não percebe que os processosatuais <strong>de</strong> mudança num e no outrosão diversos: respectivamente reformado socialismo e liquidação do mesmo.Mas o juizo <strong>de</strong>finitivo da enciclicanão parece um pouco apressado? Seráem apenas dois anos tem-se condições<strong>de</strong> fazer o balanço histórico <strong>de</strong> umprocesso tão complexo e contraditório?Será que o futuro <strong>de</strong>sse processonão reserva ainda muitas surpresas?Num passo, contudo, reconhece oPapa que "as antigas formas <strong>de</strong> totalitarismo...não foram ainda completamente<strong>de</strong>beladas, existindo mesmo orisco <strong>de</strong> ganharem <strong>de</strong> novo vigor"(29, letra a). A pressa <strong>de</strong> João Paulo 11em acompanhar a marcha da históriaparece fazer contraponto com o conhecidoatraso <strong>de</strong> Leão XIII.O mesmo se po<strong>de</strong> dizer da posiçãoda encTclica frente ao marxismo. Seráque é possível <strong>de</strong>clarar liquidada todauma tradição teórica, que em partejá fecundou <strong>de</strong> modo indiscernivela globalida<strong>de</strong> das ciências sociais?Por outro lado, sem o marxismo éainda possível fazer uma crítica radicalao Capitalismo? Uma prova seriao próprio discurso da enciclica atual.Ou é o inverso que ocorre: do jeitocomo vê o <strong>capitalismo</strong>, o Papa só po<strong>de</strong>rejeitar todo e qualquer marxismo.Realmente, sem esse referencial teóricosó resta admitir a legitimida<strong>de</strong> substancialdo Capitalismo.Segundo a Centesimus Annus, omarxismo estaria todo errado. Mesmoa teoria marxiana da alienação nãoescapa <strong>de</strong> um juizo terminante: é"falsa" (41b), como vimos. Contudo,contraditoriamente, o Papa mandaque, "no diálogo com os outros homens",o cristão <strong>de</strong>ve ficar "atento atoda parcela <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>" que se encontrarneles. Ora, isso não vale tambémpara o marxismo? Ou seria eleuma malha só po<strong>de</strong> erros?Logicamente, ele só po<strong>de</strong> falar no"compromisso impossível entre marxismoe cristianismo" {26e). É no passo(o único, <strong>de</strong> 15 linhas) em que serefere à Teologia da Libertação, atribuindo-lheprecisamente esse intento.O Papa acha que um dos resultados da"queda" do socialismo marxista foimostrar que é impossível compatibilizarcristianismo e marxismo. Aomesmo tempo em que reconhece a"positivida<strong>de</strong>" da Teologia da Libertação,<strong>de</strong>seja-a longe <strong>de</strong> qualquermarxismo. Ele a pensa talvez comouma espécie <strong>de</strong> Doutrina Social paraos po<strong>br</strong>es do Terceiro Mundo.Do "socialismo real" nada se salvano documento. Foi uma experiênciahistórica completamente negativa, umfracasso total. E o texto passa a fazero inventário <strong>de</strong> seus erros <strong>de</strong>sastrosos:totalitarismo expansionista (19a),"violação dos direitos do trabalho"(s/c! - 23a), "ineficácia do sistemaeconômico" (24a), "vazio espiritualprovocado pelo ateismo" (24b), etc.18

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