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A Promoção Comercial do Turismo Brasileiro no ... - Dados e Fatos

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Eduar<strong>do</strong> Sa<strong>no</strong>viczA Promoção <strong>Comercial</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong> <strong>no</strong>Exterior:O caso da reconstituição da EmbraturTese apresentada ao Departamento dePublicidade, Relações Públicas e <strong>Turismo</strong>da Escola de Comunicações e Artes daUniversidade de São Paulo, para aobtenção <strong>do</strong> título de Doutor.<strong>Turismo</strong>.Orienta<strong>do</strong>r: Professor Doutor Mario CarlosBeniSão Paulo2007


2AGRADECIMENTOSA Bete, por ter compreendi<strong>do</strong>, apoia<strong>do</strong> e mais ainda, cuida<strong>do</strong> de tu<strong>do</strong> e de to<strong>do</strong>s nósdurante um perío<strong>do</strong> longo e difícil. Não há prova de amor maior que essa.A Mari, Carol, Gabi e Artur, por serem, <strong>no</strong> fun<strong>do</strong>, a razão de to<strong>do</strong> este esforço, meu ede muitos como eu, na construção de um outro mun<strong>do</strong>, justo, solidário e frater<strong>no</strong>.A minha mãe e a meus irmãos, testemunhas vivas da herança cultural de meu pai, Prof.Dr. Abrahão Sa<strong>no</strong>vicz, Livre-Docente da Universidade de São Paulo, cuja memória ehistória me trouxeram até aquiA to<strong>do</strong>s os meus companheiros desta viagem, por Santos, Barcelona, São Paulo,Brasília, e por uma vasta parte deste planeta azul, por terem compartilha<strong>do</strong> tempo eenergia, compromisso com resulta<strong>do</strong>s e disposição de luta na construção de um <strong>no</strong>voparadigma para o turismo brasileiro. Como chamamos o turismo de atividade da paz,vocês sim, que a cada dia teceram com paciência, alguns entre os melhores exemplosde promoção turística que este país conhece, são os turistas de guerra de que fala amúsica.Aos mestres que, mais ainda <strong>do</strong> que me orientarem, compartilharam comigo destaexperiência, em especial ao Prof. Dr. Mario Carlos Beni.Aos que lideraram e conduziram as organizações em que exerci as atividades que mepermitiram construir esta história: a Davi Capistra<strong>no</strong> da Costa Filho, Carlos Lamberti,Raimon Martinez Fraile, Pere Duran, Airy Garrigosa, Ignasi de Delas i Ugarte, RobertoGheler, Aristides Cury, Marta Suplicy, Rui Falcão, Walfri<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Mares Guia e Luiz InácioLula da Silva


3COM CARINHO ESPECIAL, A TODOS AQUELES QUE CONSTRUÍRAM E, APAIXONADAMENTE,FIZERAM PARTE DA ALDEIA GAULESA , UNIDA, IRREDUTÍVEL E INVENCÍVEL....A IMAGEM ABAIXO, É NOSSO LEGADO E NOSSA HISTÓRIA.


4LISTA DE ILUSTRAÇÕESDiagrama 1 Alinhamento Estratégico e Definição da Estrutura Organizacional.............. 27Foto 1 Pré-Pla<strong>no</strong> Aquarela: Estande <strong>no</strong> Brasil na Feira BIT ............................................... 41Foto 2 Pós-Pla<strong>no</strong> Aquarela: Estande <strong>do</strong> Brasil na Fitur ...................................................... 41Foto 3 Apoio à Captação de Eventos Internacionais 2006.................................................. 49Foto 4 Apoio à Promoção de Eventos Internacionais - 2006 .............................................. 49Foto 5 EBT Lisboa .................................................................................................................... 78Foto 6 EBT Lisboa .................................................................................................................... 78Foto 7 Caravana Brasil Estrada Real ..................................................................................... 82Foto 8 Caravana Brasil Fernan<strong>do</strong> de Noronha...................................................................... 82Foto 9 Reunião <strong>do</strong> Programa de Visitas Técnicas, em Brasília.......................................... 89Foto 10 Ação de Promoção de Competição Internacional de Vela em 2006................... 101Figura 1 Site <strong>do</strong> Programa Agenda de Promoção <strong>Comercial</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong> <strong>no</strong>Merca<strong>do</strong> Internacional ............................................................................................................... 40Figura 2 Site Descubra o Brasil .............................................................................................. 68Figura 3 Agenda Gestor Novembro..................................................................................... 77Figura 4 Agenda Gestor Dezembro ..................................................................................... 77Figura 5 Produtos da Marca Brasil......................................................................................... 94Figura 6 Caros Amigos Fevereiro...................................................................................... 108Figura 7 Caros Amigos Maio.............................................................................................. 109Figura 8 Panrotas ................................................................................................................... 110Gráfico 1 Crescimento <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Internacional <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> após a Segunda GuerraMundial.......................................................................................................................................... 16Gráfico 2 Gastos de Turistas Estrangeiros <strong>no</strong> Brasil .......................................................... 20Mapa 1 Pontos de Coleta de Da<strong>do</strong>s ..................................................................................... 116Quadro 1 Participação nas Feiras Internacionais de <strong>Turismo</strong>............................................ 44Quadro 2 Resumo de Ações e Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Bureaux de <strong>Comercial</strong>ização ................. 60Quadro 3 Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Seminários Descubra o Brasil............................................................ 63Quadro 4 Da<strong>do</strong>s Resumi<strong>do</strong>s ................................................................................................... 63Quadro 5 Da<strong>do</strong>s por País......................................................................................................... 63Quadro 6 Estrutura de Funcionamento de Concorrentes Turísticos Internacionais....... 74Quadro 7 Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto Caravana Brasil................................................................ 82Quadro 8 Evolução das Amostras a partir de 2000............................................................ 113Quadro 9 Etapas da Pesquisa e Meses Correspondentes ................................................ 117


5LISTA DE TABELASTabela 1 Pesquisa de Opinião: Atualização Merca<strong>do</strong>lógica ............................................... 83Tabela 2 Pesquisa de Opinião: Avaliação <strong>do</strong>s Desti<strong>no</strong>s Visita<strong>do</strong>s <strong>Comercial</strong>ização ... 83Tabela 3 Pesquisa de Opinião: Sugestões de Melhorias para a <strong>Comercial</strong>ização <strong>do</strong><strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong> ....................................................................................................................... 84


6SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO........................................................................................................... 81. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 102. PROMOÇÃO COMERCIAL ...................................................................................... 362.1 PROGRAMA DE FEIRAS INTERNACIONAIS DE TURISMO................................................ 362.1.1 As dimensões das feiras internacionais..................................................... 422.2 POLÍTICA DE APOIO À CAPTAÇÃO, PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO DE EVENTOSINTERNACIONAIS........................................................................................................... 442.3 TURISMO DE NEGÓCIOS ........................................................................................... 503. APOIO À COMERCIALIZAÇÃO ............................................................................... 583.1 BUREAUX DE COMERCIALIZAÇÃO ............................................................................. 583.2 SEMINÁRIOS DESCUBRA O BRASIL, TREINAMENTO DE AGENTES DE VIAGENS E APOIO AEVENTOS ..................................................................................................................... 613.2.1 Seminário Descubra o Brasil ....................................................................... 613.2.2 Treinamento de Agente de Viagens ............................................................ 643.2.3 Apoio a Eventos............................................................................................ 643.2.4 Treinamento On Line.................................................................................... 653.3 PROJETO EXCELÊNCIA EM TURISMO: APRENDENDO COM AS MELHORES EXPERIÊNCIASINTERNACIONAIS........................................................................................................... 693.4 ESCRITÓRIOS BRASILEIROS DE TURISMOS (EBTS) .................................................... 733.5 CARAVANA BRASIL ................................................................................................. 803.6 PROGRAMA DE VISITAS TÉCNICAS............................................................................ 874. COMUNICAÇÃO E MARKETING............................................................................. 914.1 PLANO AQUARELA MARKETING TURÍSTICO INTERNACIONAL DO BRASIL ................... 914.2 MÍDIA ..................................................................................................................... 954.3 BRASIL NETWORK PROGRAMA DE RELACIONAMENTO DO TURISMO BRASILEIRO....... 984.4 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICAS ..................................................................... 1004.5 PROGRAMAS DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO .................................................... 1045. ESTUDOS E PESQUISAS ...................................................................................... 1105.1 DEMANDA TURÍSTICA INTERNACIONAL .................................................................... 1125.2 BOLETIM DE DESEMPENHO ECONÔMICO DO TURISMO .............................................. 1195.3 PESQUISA ANUAL DE CONJUNTURA ECONÔMICA DO TURISMO ................................. 1205.4 PESQUISA - MEIOS DE HOSPEDAGEM/ESTRUTURA DE CONSUMO E IMPACTOS NAECONOMIA ................................................................................................................. 1215.5 ESTUDO SOBRE ECONOMIA DO TURISMO: ANÁLISE DAS ATIVIDADES CARACTERÍSTICASDO TURISMO - 2003 .................................................................................................... 1235.6 INDICADORES SOBRE MÃO DE OBRA FORMAL OCUPADA EM ATIVIDADESCARACTERÍSTICAS DO TURISMO................................................................................... 1245.7 AÇÕES PARA O PROJETO DE ELABORAÇÃO DA CONTA SATÉLITE DE TURISMO NO BRASIL................................................................................................................................. 126


75.8 PRÊMIO DE MONOGRAFIAS E MTUR/EMBRATUR/FGV DE ESTUDOS DE CASO EREPORTAGENS DO SETOR DE TURISMO E HOTELARIA...................................................... 1275.9 ÁREA DE DADOS E FATOS NO PORTAL BRASILEIRO DE TURISMO.............................. 1286. UM NOVO MODELO DE GESTÃO......................................................................... 1316.1 NOVO MODELO DE GESTÃO E A GESTÃO DO CONHECIMENTO................................... 1316.2 O PROJETO DO NOVO MODELO DE GESTÃO............................................................ 1347. CONCLUSÃO: EQUIPE, CENÁRIO INSTITUCIONAL E PROJETO DE FUTURO 1447.1 A QUALIDADE DA EQUIPE, A EMOÇÃO PRESENTE E MUITA CLAREZA POLÍTICA ............. 1447.2 CENÁRIO INSTITUCIONAL ....................................................................................... 1507.3 PROJETO DE FUTURO ............................................................................................ 153REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 155APÊNDICE .................................................................................................................. 156ANEXOS ..................................................................................................................... 157


8APRESENTAÇÃODurante a campanha eleitoral de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula daSilva assumiu com o setor <strong>do</strong> turismo, <strong>no</strong> Congresso da Associação Brasileira <strong>do</strong>sAgentes de Viagem (Abav), realiza<strong>do</strong> em Recife, <strong>do</strong>is compromissos, atenden<strong>do</strong>reivindicações históricas <strong>do</strong> setor, a saber, a criação <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> (Mtur), ea profissionalização da Empresa Brasileira de <strong>Turismo</strong>, atual Instituto <strong>Brasileiro</strong> de<strong>Turismo</strong> (Embratur). Ambos os temas eram objeto de debate desde o início <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s1990, não apenas <strong>no</strong>s sucessivos Congressos que a mesma Abav vinha realizan<strong>do</strong>anualmente, mas em inúmeros outros eventos <strong>do</strong> setor. Na realidade, desde os a<strong>no</strong>s1980, quan<strong>do</strong> as atividades ligadas tanto direta quanto indiretamente ao turismopassam a ter desempenho econômico importante nas contas nacionais de váriospaíses, diversos segmentos questionavam as razões pelas quais o Brasil não avançavaneste tema. Esta discussão, em decorrência da história de formação econômica <strong>do</strong>país, que determina um protagonismo fortíssimo <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> federal e de seuorçamento em praticamente to<strong>do</strong>s os setores de atividade e em praticamente todas asregiões, acaba por apontar (de maneira até um pouco exagerada) a Embratur comoprincipal responsável por uma mudança <strong>no</strong> setor, qual seja, aponta pra o maistradicional instrumento federal de ação <strong>no</strong> turismo, um papel relevante e de vanguarda.Vale <strong>no</strong>tar aqui que se repete uma tradição na história deste país: a burguesia nacional,<strong>no</strong>vamente, em mais um setor, não assume papel de liderança em defesa de seusinteresses, transferin<strong>do</strong> esta responsabilidade para o aparelho de Esta<strong>do</strong>.Ora, desde sua fundação em 1966, a Embratur desempenhou vários e distintospapéis na história econômica <strong>do</strong> país. Alguns com grande sucesso, como a implantaçãodas linhas de financiamento <strong>no</strong> Nordeste (o Programa de Desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong><strong>no</strong> Nordeste Prodetur), outras com razoável sucesso, como a sustentação financeirade atividades turísticas e culturais em dezenas de esta<strong>do</strong>s e municípios, e um deles,infelizmente, com pouquíssimo sucesso: a promoção comercial <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong>exterior.Ao início de 2003, o já Presidente Lula cumpre ambos os compromissos é


9cria<strong>do</strong> o Mtur, que passa a ter duas Secretarias Nacionais responsáveis por formulaçãoe implementação das políticas públicas federais de turismo e, por conseqüência,surge uma oportunidade inédita para a eco<strong>no</strong>mia brasileira: a de criar uma unidadefederal de promoção, apoio à comercialização e marketing de produtos, serviços edesti<strong>no</strong>s turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior. Era a profissionalização da Embratur. Estetrabalho se propõe a descrever, analisar e refletir criticamente sobre esta experiência eseus resulta<strong>do</strong>s.


101. INTRODUÇÃOAntes de analisar o desenvolvimento da promoção <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong>súltimos 25 a<strong>no</strong>s, vale registrar aqui um episódio histórico, ocorri<strong>do</strong> em 1550, que ilustracomo o Brasil, já naquela época, passa<strong>do</strong>s 50 a<strong>no</strong>s apenas da chegada <strong>do</strong>sportugueses e outros europeus, começa a ser visto e representa<strong>do</strong> como um paísexótico, onde seus habitantes vestiam poucas roupas, quan<strong>do</strong> não estavamcompletamente nus. No site de obras raras da Divisão de Bibliotecas e Documentaçãoda Pontifícia Universidade Católica <strong>do</strong> Rio de Janeiro (PUC-Rio), podemos conheceruma imagem significativa <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior, através <strong>do</strong> evento descrito pelo francêsFerdinand Denis, que visitou o Brasil entre 1816 e 1821, em seu livro Une FêteBrésilienne, publica<strong>do</strong> em 1850. Segun<strong>do</strong> o referi<strong>do</strong> site, o livro descreve o seguinteevento:No dia 1º de outubro de 1550, a cidade de Rouen, capital da província<strong>no</strong>rmanda, ofereceu uma fête brésilienne ao rei da França Henrique IIe à sua mulher, Catarina de Médici. Fabricantes de teci<strong>do</strong>s ecomerciantes de pau-brasil pretendiam convencer os sobera<strong>no</strong>s a fundaruma colônia nas terras americanas pertencentes a Portugal. Às margens<strong>do</strong> Sena, foram construídas algumas aldeias indígenas, povoadas portrezentos índios tupis, <strong>do</strong>s quais somente uns cinqüenta eramautênticos. Os demais eram marinheiros <strong>no</strong>rman<strong>do</strong>s, freqüenta<strong>do</strong>res <strong>do</strong>litoral brasileiro, e prostitutas, to<strong>do</strong>s despi<strong>do</strong>s para a encenação da vidatupinambá: cozinhavam, fumavam tabaco, deitavam em redes, caçavame travavam batalhas.Ironicamente, portanto, aquele momento, que pode ser considera<strong>do</strong> a primeiraação de promoção <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior , foi demarca<strong>do</strong> por atitudes que, até bemrecentemente, não apenas habitavam o imaginário <strong>do</strong>s estrangeiros que vêm oupensam em vir ao país, mas também, lamentavelmente, constavam da agenda deatividades promocionais de vários agentes econômicos públicos e priva<strong>do</strong>s brasileiros,ao apresentarem-se <strong>no</strong> exterior.Analisa<strong>do</strong> a partir de mea<strong>do</strong>s da década de 1980, o turismo brasileiro que chegaao século XXI (conceben<strong>do</strong> <strong>no</strong>ssa reflexão sempre ten<strong>do</strong> como foco o turismo enquantoatividade econômica) tem <strong>do</strong>is aspectos positivos e um negativo:


11- Quanto à infra-estrutura de equipamentos e serviços, tanto públicos quantopriva<strong>do</strong>s, chegamos a 2007 em posição bem melhor <strong>do</strong> que a que atravessávamosem 1987;- Quanto à qualidade e à capacitação <strong>do</strong>s recursos huma<strong>no</strong>s <strong>no</strong> setor, a avaliaçãopositiva é a mesma;- No entanto, não contamos a ninguém, <strong>no</strong> exterior, de forma gerencialmenteorganizada e comercialmente consistente, que havíamos cumpri<strong>do</strong> com duas etapasimportantes de <strong>no</strong>ssa caminhada.Qual seja, como dizemos em tom de chiste <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>: ...ao <strong>no</strong>rte<strong>do</strong> planeta, muitos ainda acham que, ao <strong>no</strong>rte da Marquês de Sapucaí, só tem dragãocuspin<strong>do</strong> fogo... esta blague era um fato em janeiro de 2003.Era exatamente este fato, compreendi<strong>do</strong> pelos resulta<strong>do</strong>s pouco expressivos <strong>do</strong>turismo receptivo internacional <strong>no</strong> Brasil ao longo destas últimas duas décadas, que <strong>no</strong>spropusemos a enfrentar, construin<strong>do</strong>, a partir da velha autarquia, desenhada para atuarem controle, fiscalização e concessão de subsídios, uma unidade de promoçãocomercial <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong> exterior, cuja atuação fosse matizada tanto pelaimplementação de programas consistentes em relacionamento constante com osagentes econômicos <strong>do</strong> setor, como aferida por indica<strong>do</strong>res de resulta<strong>do</strong>incontestáveis, tanto pelo merca<strong>do</strong> como pela sociedade.É necessário, para compreender o que significa alterar estrutura, foco eprogramas, portanto investimento federal, ter em mente que a história econômica <strong>do</strong>Brasil criou um país <strong>no</strong> qual, com exceção da algumas poucas regiões metropolitanas,a atividade econômica é sempre iniciada após o investimento gera<strong>do</strong> pelo orçamentoda União. Na maior parte <strong>do</strong> território nacional, e na grande maioria <strong>do</strong>s setores, sóapós o início da execução orçamentária federal é que o capital priva<strong>do</strong> atua. Este fato,percebi<strong>do</strong> e analisa<strong>do</strong> por dezenas de historia<strong>do</strong>res ao longo <strong>do</strong>s séculos, tem reflexosem to<strong>do</strong>s os setores de atividade econômica.A prática de apropriação <strong>do</strong> aparelho de Esta<strong>do</strong> por setores da classe<strong>do</strong>minante, tanto a nível federal como regional e local, determinan<strong>do</strong> a quais setoresinternamente a esta mesma classe, se destinariam quais unidades da estrutura deesta<strong>do</strong> e seus instrumentos, perpetuada ao longo de séculos, criou um país com


12praticamente nenhuma capacidade de iniciativa econômica local e uma restritacapacidade regional, concentran<strong>do</strong> a nível federal, um volume quase hegemônico derecursos. Esta estruturação da eco<strong>no</strong>mia brasileira perpetuou um sistema de<strong>do</strong>minação político-econômico de um conjunto de oligarquias, articuladas entre si, quenão sofre abalos sensíveis desde a implantação da república, com breves intervalos emparte <strong>do</strong> Perío<strong>do</strong> Vargas e durante a presidência Goulart. A razão <strong>do</strong> pânico instala<strong>do</strong>em amplos setores vincula<strong>do</strong>s a estas oligarquias, verbaliza<strong>do</strong>s por seus porta-vozesna mídia, com o rompimento que representaria o Gover<strong>no</strong> Lula, está exatamente <strong>no</strong>fato de que poderia se verificar a razão pela qual estes segmentos haviam desenha<strong>do</strong> eestrutura<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> brasileiro: perdiam pela primeira vez o controle de classe social,em relação às prioridades e desti<strong>no</strong>s <strong>do</strong>s recursos e investimentos federais, não seriamos seus herdeiros e associa<strong>do</strong>s os gestores que definiriam este desti<strong>no</strong>. Entre todas asavaliações que se faziam naquele momento, o que não passava pela cabeça deninguém, era que, entre todas as decisões a respeito de <strong>no</strong>vos modelos dedesenvolvimento, buscan<strong>do</strong> opções para o Brasil que contemplassem inclusão social,respeito a valores culturais e meio ambiente, interiorização, resgate de auto estima,forte geração de empregos, prática cotidiana de merca<strong>do</strong> não mo<strong>no</strong>polista, efinalmente, reinserção global <strong>do</strong> país, estivesse uma aposta de investir em turismo,particularmente em promoção e marketing <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong> exterior.Outro parâmetro importante de i<strong>no</strong>vação e ruptura, é mister registrar, é ainserção <strong>do</strong> segmento Negócios e Eventos na agenda <strong>do</strong> turismo brasileiro. A históriade <strong>no</strong>sso setor, em especial a que é protagonizada pela Embratur, é marcada pelobinômio recursos naturais e lazer, qual seja, sol, praia, férias e temporada. Este eixo,que teve seu momento, não neguemos o fato, deixa de ser vetor de crescimento eprotagonismo para um desti<strong>no</strong> turístico, na mais otimista hipótese, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sa<strong>no</strong>s 1980. Embora o Brasil tenha começa<strong>do</strong> a gerar Convention & Visitors Bureaux(CVB) em <strong>no</strong>vembro de 1983, com a criação <strong>do</strong> São Paulo CVB, chegamos a 2003,passa<strong>do</strong>s 20 a<strong>no</strong>s, com a Embratur seguin<strong>do</strong> <strong>no</strong> relacionamento com o merca<strong>do</strong> como<strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 1970 propon<strong>do</strong> protagonismo aos agentes de viagem, com asecundarização <strong>do</strong>s demais segmentos, e ig<strong>no</strong>ran<strong>do</strong> em seus programas de trabalho aspossibilidades geradas pelo turismo movimenta<strong>do</strong> por razões de não-lazer.


13Portanto, quan<strong>do</strong> o Gover<strong>no</strong> Lula cria o Mtur, o que está apontan<strong>do</strong> para omerca<strong>do</strong> e para a sociedade é uma mensagem de redirecionamento econômico: depois<strong>do</strong> eixo agrícola, com quase cinco séculos, e <strong>do</strong> eixo industrial, com quase <strong>do</strong>isséculos, há um terceiro eixo de investimento e desenvolvimento neste país o deserviços , e nele, as atividades ligadas direta e indiretamente ao turismo terão outraenvergadura.Cerca<strong>do</strong>s de ceticismo, iniciamos o a<strong>no</strong> de 2003 sob estas consignas,redesenhan<strong>do</strong> completamente um modelo que perdurava há quase quatro décadas,apostan<strong>do</strong> que três da<strong>do</strong>s o volume de dólares que ingressaria <strong>no</strong> país com turismoestrangeiro, o volume de chegadas internacionais de vôos regulares e charter efinalmente, o volume de entrada de turistas estrangeiros <strong>no</strong>s dariam razão, ao final dequatro a<strong>no</strong>s.O <strong>no</strong>vo papel <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> como indutor <strong>do</strong> desenvolvimento desse segmentoeconômico foi debati<strong>do</strong> e apresenta<strong>do</strong> à sociedade através <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Nacional de<strong>Turismo</strong> (PNT) 2003 2007, lança<strong>do</strong> <strong>no</strong> dia 29 de abril de 2003, em solenidade <strong>no</strong>Palácio <strong>do</strong> Planalto.Do ponto de vista da agenda internacional, o a<strong>no</strong> de 2003 foi pauta<strong>do</strong>:1. pela reestruturação organizacional da Embratur;2. pela formulação e implementação das <strong>no</strong>vas estratégias;3. pela divulgação <strong>do</strong>s compromissos e metas, que a partir de então passam a serfinalmente, e isto era inédito, quantificáveis e mensuráveis; e4. pelo estabelecimento das parcerias estratégicas necessárias ao processo demudança.Além disso, em 2003 o foco foi volta<strong>do</strong> para rapidamente implantar as duasgrandes <strong>no</strong>vidades conceituais em termos da história de promoção comercial <strong>do</strong>turismo brasileiro:1. a criação da Diretoria de <strong>Turismo</strong> de Negócios e Eventos da Embratur (com oconseqüente lançamento <strong>do</strong>s programas relaciona<strong>do</strong>s a captação de eventosinternacionais, a revisão completa e posterior ampliação <strong>do</strong> programa de feiras, e oinício <strong>do</strong> relacionamento <strong>do</strong> órgão federal com o setor de feiras de negócios); e


142. a inserção <strong>do</strong>s CVBs como agentes protagonistas deste processo. Aqui devemosregistrar que, ao contrário <strong>do</strong>s modelos pratica<strong>do</strong>s tradicionalmente na Europa e <strong>no</strong>sEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, em geral entidades subvencionadas (e controladas) por recursospúblicos, os CVBs brasileiros, a partir das unidades de São Paulo e Rio de Janeiroas primeiras a serem fundadas são entidades privadas sem fins lucrativos.Estas duas mudanças alteram por completo o eixo protagonista da promoçãobrasileira <strong>no</strong> passa<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> organizações ligadas apenas ao segmento de agênciasde viagens como parceiras, este país sustentou suas ações foca<strong>do</strong> <strong>no</strong> segmento lazer ede forma que não permitia a inclusão participativa de outros setores, os quais, ten<strong>do</strong>como exemplo a hotelaria, profissionalizaram-se e inseriram-se <strong>no</strong> mun<strong>do</strong> global demaneira muito acelerada a partir da segunda metade da década de 1990. Ao não atuar<strong>no</strong> segmento negócios e eventos, e ao não inserir o receptivo organiza<strong>do</strong> em cadadesti<strong>no</strong>, representa<strong>do</strong> pelos CVBs, em sua estratégia ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1980 e 1990, oBrasil que começa o século XXI estava profundamente atrasa<strong>do</strong> em relação àconcorrência. A favor <strong>do</strong>s gestores daquele perío<strong>do</strong>, destaque-se, <strong>no</strong> entanto, emformação de imagem internacional, o lançamento de uma campanha massiva decombate ao turismo sexual.O a<strong>no</strong> de 2004 foi dedica<strong>do</strong> ao aprofundamento e consolidação das açõesvoltadas para a implantação e o desenvolvimento da área de Lazer e Incentivos. Aocontrário <strong>do</strong> segmento anterior, o país já desfrutava de larga experiência e estruturaneste segmento, caben<strong>do</strong>-<strong>no</strong>s ações voltadas a ampliar os canais de distribuição deprodutos e serviços, a ampliar o volume de produtos à disposição <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, tantoquanto ao número de desti<strong>no</strong>s como quanto à diversidade de segmentos, assim comoestabelecer um <strong>no</strong>vo programa de relacionamento entre estes produtos e os merca<strong>do</strong>sconsumi<strong>do</strong>res.Destaque-se aqui, uma menção a este último item, cuja tradução concreta foi acriação <strong>do</strong>s Escritórios <strong>Brasileiro</strong>s de <strong>Turismo</strong> (EBTs), tão polêmicos ao seu início,ten<strong>do</strong> acaba<strong>do</strong> por consagrarem-se como uma das melhores práticas de gestãopública, sen<strong>do</strong> premia<strong>do</strong>s, ao final de 2006, <strong>no</strong> 11º Concurso I<strong>no</strong>vação na GestãoPública Federal, promovi<strong>do</strong> pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).Em 2005, a grande virada em termos de imagem o Pla<strong>no</strong> Aquarela. A


15promoção <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional tem, a partir desta data, comoconceito estratégico, a diversidade. O trabalho de marketing passa a orientar aconstrução <strong>do</strong> Brasil como desti<strong>no</strong> turístico sem dúvida de natureza exuberante, sol epraia, <strong>do</strong> carnaval e <strong>do</strong> futebol, mas, sobretu<strong>do</strong>, passa a comunicar uma <strong>no</strong>vamensagem: a de país moder<strong>no</strong>, com indústrias e serviços inseri<strong>do</strong>s globalmente, comcredibilidade econômica, alegre, jovem, hospitaleiro, capaz de proporcionar lazer dequalidade, <strong>no</strong>vas experiências aos visitantes, realizar negócios, eventos e incentivos eser competitivo internacionalmente.Passa a ser chave <strong>no</strong> programa de promoção, marketing e apoio àcomercialização a essência da cultura brasileira, sua qualidade, diversidade étnica,social e natural. Como exemplo, para a<strong>do</strong>tar esta prática, podemos observar odinamismo <strong>no</strong> crescimento turístico de outros países em desenvolvimento (China, África<strong>do</strong> Sul, Malásia, In<strong>do</strong>nésia e Turquia).Estes países cresceram em turismo internacional a taxas médias que variamentre 11% e 15% ao a<strong>no</strong> <strong>no</strong>s últimos vinte a<strong>no</strong>s. Cabe salientar que Malásia, Turquia eIn<strong>do</strong>nésia não representam, a priori, modelos de interesse para o Brasil. Já China eÁfrica <strong>do</strong> Sul apresentam não apenas produtos semelhantes em segmentos de grandepotencial para o Brasil (aventura, ecoturismo, sol e mar etc.), como tambémdesenvolveram pla<strong>no</strong>s de marketing extremamente profissionais, competentes eeficazes.Entre 1980 a 1997, a África <strong>do</strong> Sul passou da 55ª para 26ª posição <strong>no</strong> ranking daOrganização Mundial <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> (OMT), apresentan<strong>do</strong> um crescimento médio de12,82% ao a<strong>no</strong>. Já o Brasil, que se encontrava na 39ª posição em 1980, caiu umaposição em 17 a<strong>no</strong>s, descen<strong>do</strong> para a 40ª com um crescimento médio de 4,85% aoa<strong>no</strong>.Deve-se considerar também que este merca<strong>do</strong> cresce a taxas excepcionais,envolve cifras bilionárias em dólares e, por conseguinte, é altamente competitivo,disputa<strong>do</strong> e lucrativo. Este é o cenário e o negócio que a Embratur assumiu ocompromisso de enfrentar a partir de 2003, por meio da implantação e <strong>do</strong>desenvolvimento <strong>do</strong>s programas que vimos citan<strong>do</strong> até aqui.Para se ter uma idéia <strong>do</strong> tamanho e da taxa de crescimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>


16internacional <strong>do</strong> turismo após a Segunda Guerra Mundial, vide a seguinte tabela,elaborada pela OMT, que só considera o turismo fora das fronteiras <strong>do</strong> país deresidência <strong>do</strong> viajante, ou seja, não é computa<strong>do</strong> aqui o movimento <strong>do</strong> turismo inter<strong>no</strong>.Crescimento <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Internacional <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> após a Segunda Guerra MundialGráfico 1 Crescimento <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Internacional <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> após a Segunda Guerra MundialFonte: OMTSe não bastasse, alia<strong>do</strong> a isto deve-se incorporar os desafios lança<strong>do</strong>s peloPNT, o qual, além de ser o primeiro que define metas claras a serem atingidas pelosetor, quantifica estas metas por meio de verifica<strong>do</strong>res mensuráveis objetivamente econsagra<strong>do</strong>s pelo merca<strong>do</strong> (estatísticas publicadas pelo Banco Central - Bacen, pelaEmpresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária - Infraero, e pela Polícia Federal -DPF), visan<strong>do</strong>: a obtenção <strong>do</strong> incremento <strong>do</strong> número de turistas estrangeiros recebi<strong>do</strong>s<strong>no</strong> Brasil; o aumento das entradas de divisas; suas conseqüências na geração deemprego e renda <strong>no</strong> país e tu<strong>do</strong> isso com taxas de crescimento nuncaexperimentadas <strong>no</strong> caso brasileiro.Elabora<strong>do</strong> a partir das experiências profissionais de cada um <strong>do</strong>s executivos daequipe gestora da Embratur, o que lançamos ao ar <strong>no</strong> primeiro biênio da experiênciaaqui descrita e analisada foi um conjunto de programas nas três áreas-chave:promoção comercial; apoio à comercialização; e comunicação e marketing. Ora,existem <strong>do</strong>is enfoques meto<strong>do</strong>lógicos de planejamento para obtenção <strong>do</strong>s objetivos de


17crescimento turístico de um país: o primeiro, a partir da existência de atrativos naturaisou culturais, mas, ainda, sem produto turístico, onde se dá prioridade para a formulação<strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> de Desenvolvimento Turístico, já que, sem produto, não existem turistas; e osegun<strong>do</strong> é aquele que, como <strong>no</strong> caso <strong>do</strong> Brasil, toman<strong>do</strong> como base os produtosexistentes, inicia-se o Pla<strong>no</strong> Estratégico de Marketing Turístico, que busca atrair maisturistas e, concomitantemente, atua-se como acelera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo de modernização<strong>do</strong> próprio merca<strong>do</strong> turístico.A contratação desse Pla<strong>no</strong> Estratégico de Marketing Turístico Internacional,intitula<strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela, está <strong>no</strong>rtean<strong>do</strong>, de forma científica e planejada, todas asações da Embratur para os próximos dez a<strong>no</strong>s. Isto é absolutamente inédito nãoapenas em relação à Embratur, mas de maneira mais ampla, em toda a históriaeconômica <strong>do</strong> turismo <strong>no</strong> Brasil.O Pla<strong>no</strong> Aquarela mapeou os <strong>no</strong>ssos merca<strong>do</strong>s-alvo, indicou os produtos aserem trabalha<strong>do</strong>s em cada merca<strong>do</strong>, definiu as prioridades na alocação de recursos eo volume desse aporte. Sua implementação está agora na segunda fase, praticamenteobten<strong>do</strong> a perenidade <strong>no</strong>s investimentos de curto, médio e longo prazo para consolidara imagem <strong>do</strong> país que se quer fixar.Nosso objetivo com este projeto de <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> é identificar, a saber:- Do ponto de vista concreto, se o modelo de gestão e os programas implanta<strong>do</strong>s naEmbratur a partir da criação <strong>do</strong> Mtur em 2003 foram eficazes para a eco<strong>no</strong>mianacional. Para isso, utilizaremos parâmetros considera<strong>do</strong>s inquestionáveis <strong>do</strong> pontode vista técnico-científico;- Do ponto de vista teórico, identificaremos os pontos de estrangulamentoenfrenta<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> percurso, problematizan<strong>do</strong> e propon<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> for o caso,um <strong>no</strong>vo modelo de gestão, apto a superar as dificuldades ora enfrentadas <strong>no</strong> atualpatamar de desenvolvimento das atividades de promoção comercial <strong>do</strong> turismobrasileiro <strong>no</strong> exterior.A título de exemplo, descrevo sucintamente:Resulta<strong>do</strong>s mensura<strong>do</strong>s em 2003:- a entrada de turistas <strong>no</strong> país passou de 3.783.400, em 2002, para 4.090.590, em


182003, com uma variação de 8,12%;- os desembarques de vôos internacionais regulares passaram de 4.630.062, em2002, para 5.375.343, em 2003, variação de 16,10%; enquanto os desembarquesinternacionais em vôos freta<strong>do</strong>s aumentaram 69,41%, passan<strong>do</strong> de 101.617desembarques, em 2002, para 172.150, em 2003;- o ingresso de dólares mensura<strong>do</strong> pelo Bacen passou de US$ 1,99 bilhões em 2002a US$2,48 bilhões em 2003;- <strong>no</strong> segmento de eventos, o país passou da 21ª posição, em 2002, para 18ª em2003, <strong>no</strong> ranking da International Congress and Conventions Association (ICCA),como realiza<strong>do</strong>r de eventos internacionais 1 .Resulta<strong>do</strong>s mensura<strong>do</strong>s em 2004:- foram registra<strong>do</strong>s 6.138.217 desembarques contra 5.375.343, em igual perío<strong>do</strong> <strong>do</strong>a<strong>no</strong> anterior, perfazen<strong>do</strong> um aumento de 14,2%. Os desembarques em vôosinternacionais, em 2004, <strong>no</strong> Brasil, foram, também, 11,54% superior ao <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de1998, que havia si<strong>do</strong> o melhor da história da aviação brasileira, quan<strong>do</strong> foramregistra<strong>do</strong>s 5.502.966 passageiros;- ademais, o país recebeu 327.273 desembarques internacionais de vôos freta<strong>do</strong>s,em 2004, contra 172.150 desembarques, em 2003, perfazen<strong>do</strong> um aumento de90,11%. Com ocupação, aproximada, de 70%, cada vôo freta<strong>do</strong> traz, em média, 210passageiros, praticamente to<strong>do</strong>s turistas de lazer, em busca de sol e mar, queacabam descobrin<strong>do</strong> a diversidade cultural e natural <strong>do</strong> Brasil;- em termos de entrada de divisas, os da<strong>do</strong>s preliminares advin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> deDemanda Turística 2004, que além <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Bacen, incluem outros gastosefetua<strong>do</strong>s pelos turistas, apontam para uma arrecadação de US$ 3,8 bilhões, contraUS$ 3,4 bilhões <strong>do</strong> a<strong>no</strong> anterior. Dessa forma, se o turismo fosse considera<strong>do</strong>produto, ele estaria na 3ª posição na pauta de exportações brasileiras;- além <strong>do</strong>s números serem alvissareiros ainda cabe registro sobre alguns fatos.Desde que o Bacen começou a fazer o registro na conta de viagens em 1947 para1Eventos internacionais, de acor<strong>do</strong> com a ICCA, são aqueles regulares, que acontecem a cada a<strong>no</strong> emum país diferente, estão pelo me<strong>no</strong>s na sua 4ª edição e reúnem mais de 50 participantes. Em 2002, oBrasil realizou 56 eventos desse tipo, passan<strong>do</strong> para 62, em 2003. A cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro foi a maiorrealiza<strong>do</strong>ra, com 30 deles. Os 32 restantes aconteceram em outras cidades como São Paulo, Salva<strong>do</strong>r eCuritiba.


19registros anuais e em 1969 para sal<strong>do</strong>s mês a mês o país bateu, em 2004, trêsrecordes: em janeiro com a entrada de US$ 296 milhões; em março com US$ 308milhões; e em dezembro com a entrada de US$ 335 milhões;- ademais, de 1995 a 2002, o país teve um déficit na conta de viagens da ordem deUS$ 19.949 milhões, situação que se reverteu, em 2003, com um superávit de US$218 milhões e em 2004, de US$ 351 milhões.Resulta<strong>do</strong>s mensura<strong>do</strong>s em 2005:- os números finais <strong>do</strong> Bacen não deixam dúvidas: 2005 foi o melhor a<strong>no</strong> da história<strong>do</strong> turismo brasileiro. Com a entrada de US$ 360 milhões com turistas estrangeiros<strong>no</strong> Brasil em dezembro (o número é igual ao de agosto de 2005, que havia si<strong>do</strong> omelhor mês da série histórica), o a<strong>no</strong> fechou com o total de US$ 3,861 bilhões, umcrescimento de 19,83% com relação a 2004, que fechou com US$ 3,222 bi;- já os desembarques em vôos internacionais <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, de acor<strong>do</strong> com a Infraero,ratificam estes números e também são recordes. Com o fechamento de dezembro,que apontou um total de 586.138 chegadas em aviões vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exterior, o a<strong>no</strong>somou 6.784.554 desembarques. O crescimento de 2005 em relação ao a<strong>no</strong> anteriorfoi de 10,53%;- os gastos de turistas brasileiros <strong>no</strong> exterior também cresceram consideravelmente.De acor<strong>do</strong> com o Bacen, os brasileiros gastaram US$ 397 milhões em dezembro. Asoma <strong>do</strong> a<strong>no</strong> ficou em US$ 4,720 bilhões. Com isso, em 2005 a conta volta a ficardeficitária, em US$ 859 milhões, depois de <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s de sal<strong>do</strong> positivo. Desta vez,não por diminuição <strong>do</strong> ingresso, mas como conseqüência da baixa <strong>do</strong> câmbio e daconseqüente ampliação da capacidade de consumo <strong>do</strong>s brasileiros em moedaestrangeira.Resulta<strong>do</strong>s mensura<strong>do</strong>s em 2006:- o Brasil fechou o a<strong>no</strong> com US$ 4,316 bilhões recebi<strong>do</strong>s com a atividade, valor quesupera em 11,77% os US$ 3,861 bilhões registra<strong>do</strong>s em 2005. Recorde histórico;- os desembarques internacionais de passageiros, que incluem estrangeiros ebrasileiros em retor<strong>no</strong> ao Brasil, também tiveram um desempenho expressivo.Chegaram ao Brasil 6.330.144 passageiros em vôos internacionais (vôos regularesacresci<strong>do</strong>s de fretamentos). Total apenas 6,75% inferior ao que havia si<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>


20<strong>no</strong>s 12 meses de 2005 (6.788.233 passageiros). Esse número foi afeta<strong>do</strong>diretamente pela crise da Varig, que teve vários de seus vôos cancela<strong>do</strong>s ou aslinhas subtraídas durante o a<strong>no</strong>.Gráfico 2 Gastos de Turistas Estrangeiros <strong>no</strong> BrasilFonte: BacenEste trabalho é uma pesquisa <strong>do</strong>cumental exploratória, com pesquisa de campoe estu<strong>do</strong> de caso, qual seja, aqui não há ruptura com os modelos clássicos deelaboração e construção de uma tese de <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>. No entanto, pela fragilidade <strong>do</strong>sda<strong>do</strong>s estatísticos disponíveis, particularmente aqueles produzi<strong>do</strong>s pela própriaEmbratur ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1990, as fontes mais ricas deste trabalho são os diversosgestores <strong>do</strong>s programas analisa<strong>do</strong>s, tanto na estrutura pública, como seus parceiros deexecução nas entidades e empresas parceiras. Eles tiveram como critério o rigortécnico na elaboração <strong>do</strong>s programas e a busca por resulta<strong>do</strong>s em sua execução. Estetrabalho portanto é também um estu<strong>do</strong> comparativo <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por umórgão federal a partir da mudança de foco implementada, com conseqüências por to<strong>do</strong>o país e destacadamente na imagem deste país em relação ao mun<strong>do</strong>.Destaque-se que o maior desafio também é a maior contribuição deste<strong>do</strong>utora<strong>do</strong>: trata-se da primeira tentativa de sistematizar tecnicamente, sob o rigor


21demanda<strong>do</strong> para um trabalho desta ordem, na Universidade de São Paulo, atransformação de uma velha autarquia em uma unidade de promoção e marketing. Aquise instala o desafio, por não existir referencial teórico na literatura nacional. A produçãoteórica <strong>do</strong> turismo brasileiro, embora crescente, tem se debruça<strong>do</strong>, por um la<strong>do</strong> sobresegmentos e temas (meio ambiente, patrimônio histórico) e por outro tem analisa<strong>do</strong> osetor turismo a partir <strong>do</strong> que o aparelho de Esta<strong>do</strong> produz.O que nenhum trabalho analisou até aqui foi o próprio aparelho de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>ponto de vista de sua eficiência e eficácia em relação ao turismo, assim como suaforma de organização e os conceitos que o levaram a configurar-se tal como estava emjaneiro de 2003.Pois bem, quanto a formas e modelos de gestão e promoção em turismo, temostrês modelos disponíveis:- Públicos tradicionais: Secretarias, Autarquias etc.;- Priva<strong>do</strong>s: tais como os CVBs (<strong>no</strong> caso brasileiro, pois na Europa sãomajoritariamente públicos e <strong>no</strong>s USA recebem taxas coletadas pelo aparelhopúblico);- Compartilha<strong>do</strong>: <strong>no</strong> qual o primeiro caso foi a cidade de Barcelona, cujo modelo degestão tive oportunidade de detalhar quan<strong>do</strong> da apresentação de minha dissertaçãode mestra<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> atualmente por <strong>no</strong>vas iniciativas, destacadamente na Europa.Um tema a ter sempre em conta é a fragilidade das instituições e entidades quecompõem o que Beni (1998) conceitua como Sistema Nacional de <strong>Turismo</strong>. O que aexperiência em Brasília ensina é que tanto esta<strong>do</strong>s e municípios, assim como a grandemaioria das entidades representativas e <strong>do</strong>s meios de informação especializa<strong>do</strong>sliga<strong>do</strong>s ao setor, são dependentes de recursos federais. Portanto, a criação e adeterminação de qual é a agenda a ser implementada <strong>no</strong> processo de desenvolvimento<strong>do</strong> turismo nacional, assim como as relações entre entidades, veículos e agentesinstitucionais, está matizada por este desequilíbrio econômico. A necessidade de um<strong>no</strong>vo desenho institucional, portanto, é mister, inclusive, para inserirmos outros agentes<strong>no</strong> processo, com capacidade de ação econômica, pois serão também capazes deformular <strong>no</strong>vas agendas e mais, ainda, fazer pautar <strong>no</strong>vas demandas.Ainda <strong>no</strong> campo de demarcação teórica <strong>do</strong> que procuramos demonstrar neste


22texto, permito-me avançar em outra questão: apesar da pouca literatura disponívelsobre as relações entre organizações públicas, privadas e a gestão <strong>do</strong> turismo, colegasda melhor qualidade vêm procuran<strong>do</strong> contribuir para com a reflexão sobre esterelacionamento. No entanto, por melhor que sejam essas contribuições, são, quasesem exceção, reflexões sem o crivo da práxis. Ou seja, a produção teórica fica <strong>no</strong>smarcos determina<strong>do</strong>s pelo excelente exercício da reflexão, análise e revisão deconceitos clássicos, que vão sen<strong>do</strong> supera<strong>do</strong>s a cada passo <strong>do</strong> desenvolvimento dasatividades econômicas relacionadas a turismo, sem, <strong>no</strong> entanto, confrontar-se com oexercício cotidia<strong>no</strong> de tomar decisões, eleger prioridades, checar resulta<strong>do</strong>s e buscarsuperá-los. Mais ainda, sem submeterem-se ao crivo <strong>do</strong> exercício de comunicar edebater em diferentes níveis, quer sejam públicos, quer sejam institucionais oupriva<strong>do</strong>s, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.Não é <strong>no</strong>vidade, há dezenas de textos indican<strong>do</strong> isso, que há um volume deconflitos interorganizacionais, inter<strong>no</strong>s ao aparelho de Esta<strong>do</strong>, tanto horizontal comoverticalmente, assim como há conflitos de interesse vigentes nas disputas explícitas nasrelações econômicas, atuan<strong>do</strong> sobre uma atividade na qual a gestão de recursosnaturais e culturais freqüentemente se choca com programas de desenvolvimento e anecessária implantação de equipamentos e programas de infra-estrutura. Também nãoé <strong>no</strong>vidade, e <strong>no</strong>vamente os textos são abundantes, que estes conflitos acabam pordificultar a elaboração e a implantação de estratégias amplas e consistentes dedesenvolvimento da atividade turística em <strong>no</strong>sso país.Onde a literatura é frágil é <strong>no</strong> campo das proposições e da verificaçãosistematizada sobre casos concretos. E, aí, insere-se a importância e o ineditismo destetrabalho: o perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre a criação <strong>do</strong> Mtur <strong>no</strong> Brasil e a redefinição <strong>do</strong>papel da Embratur, em 2003 e os dias que correm, já em 2007, é o primeiro em toda ahistória da promoção comercial <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong> exterior em que o País vive umprocesso contínuo e mensurável de crescimento, <strong>no</strong> qual os gargalos históricosimagem, orçamento, acesso aéreo internacional fora <strong>do</strong> eixo SP/RJ, inserção <strong>no</strong>segmento corporativo, ação permanente <strong>no</strong> exterior, e outros são enfrenta<strong>do</strong>s etornam-se alvos de programas de trabalho sustenta<strong>do</strong>s pela Embratur e apoia<strong>do</strong>s pelosagentes econômicos priva<strong>do</strong>s e institucionais.


23É a constatação de que há um <strong>no</strong>vo teto avizinhan<strong>do</strong>-se, impon<strong>do</strong> a superaçãoagora de outro limita<strong>do</strong>r a quase inexistente participação privada <strong>no</strong> esforço depromoção <strong>do</strong> Brasil, que <strong>no</strong>s leva à opção pelo que apresentamos na conclusão <strong>do</strong>trabalho: o programa de um <strong>no</strong>vo modelo de gestão para a promoção <strong>do</strong> Brasil,superan<strong>do</strong> esta dicotomia nas relações supramencionadas e apontan<strong>do</strong> um instrumentocapaz de inserir de forma organizada outros setores, que não apenas a união, comoprotagonista desse processo.O Gover<strong>no</strong> Federal, ao criar o Mtur e, por conseqüência, trazer o setor turísticoao patamar de âncora de um <strong>no</strong>vo programa de desenvolvimento econômicomensuran<strong>do</strong> ainda os resulta<strong>do</strong>s que foram se apresentan<strong>do</strong> criou um desafio aodesenvolvimento <strong>do</strong> setor formular um conjunto de programas que apontem para asolução de problemas históricos <strong>do</strong> turismo brasileiro:- A fragilidade técnica e econômica das estruturas de representação institucional <strong>do</strong>setor;- O esgotamento <strong>do</strong> modelo fomenta<strong>do</strong> exclusivamente pelo orçamento da união, <strong>no</strong>que diz respeito à promoção internacional.Os objetivos deste <strong>no</strong>vo modelo, ten<strong>do</strong> o Ministério como responsável por trêsunidades duas secretarias nacionais e uma autarquia definem para a Embratur asseguintes missões:- Estratégicas:Formular, implementar e executar as ações de promoção e marketing <strong>do</strong>s produtos,serviços e desti<strong>no</strong>s turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior, visan<strong>do</strong> o aumento da chegadade turistas estrangeiros, assim como, o tempo de permanência e o ingresso dedivisas <strong>no</strong> território nacional, com a finalidade de ampliar o merca<strong>do</strong> de consumo e,conseqüentemente, a produção e a aquisição de bens e serviços gera<strong>do</strong>s <strong>no</strong> país,impactan<strong>do</strong> positivamente o volume de emprego e renda <strong>no</strong> Brasil.- Específicas:. Diversificar a oferta turística brasileira;. Ampliar o merca<strong>do</strong> de trabalho;. Aumentar a inserção competitiva <strong>do</strong> produto turístico <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional; e


24. Aumentar a taxa de permanência e o gasto médio <strong>do</strong> turista.- E os beneficiários são:. A Cadeia Produtiva <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>;. O merca<strong>do</strong> formal e informal de emprego;. A eco<strong>no</strong>mia nacional, particularmente em regiões não beneficiadas pelosprocessos de desenvolvimento agrícola ou industrial.Esta Embratur que surge em 2003, e que tem, como atribuição exclusiva, asações de promoção junto ao merca<strong>do</strong> internacional, fará parte de um sistema <strong>no</strong> qualas atividades voltadas ao merca<strong>do</strong> inter<strong>no</strong> (portanto, todas as atribuições antigas daautarquia relativas a políticas públicas, <strong>no</strong>rmatização, regulamentação, fomento,subsídio a obras e sustentação a inúmeras atividades desenvolvidas em territórionacional), passam a ser de atribuição da administração direta, qual seja, das duasSecretarias Nacionais <strong>do</strong> Mtur.Os primeiros passos da equipe que assume a direção da <strong>no</strong>va estrutura sãobasea<strong>do</strong>s fundamentalmente na experiência pregressa desta mesma equipe. E este é oprimeiro item que a diferencia (e os resulta<strong>do</strong>s posteriores deixaram isso claro) nahistória da autarquia: na medida em que toda a equipe é formada por profissionais <strong>do</strong>setor, com origens diversas quanto a região, formação, experiência profissional egeração, mas ten<strong>do</strong> seus membros experiência de atuação em <strong>no</strong>ssa área, as medidasa serem implantadas, e as tarefas decorrentes, entre elas o necessário debate abertocom o setor, foram enfrenta<strong>do</strong>s logo de saída com muita tranqüilidade. Isto deu ganhode tempo e escala ampliada de trabalho à <strong>no</strong>va feição da Embratur.Em <strong>no</strong>sso primeiro seminário de planejamento (prática que repetiríamossemestralmente durante os quatro a<strong>no</strong>s seguintes, reunin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os diretores,gerentes, coordena<strong>do</strong>res, técnicos-chave e assistentes de cada unidade), definimosque cada a<strong>no</strong> de <strong>no</strong>ssa primeira gestão enquanto equipe teria um eixo:2003 Seria o a<strong>no</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> de Negócios e Eventos;2004 Seria o a<strong>no</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> de Lazer e Incentivo;2005 Seria o a<strong>no</strong> <strong>do</strong> Programa de Marketing e Relações Públicas;2006 Seria o a<strong>no</strong> de consolidar junto ao gover<strong>no</strong>, ao merca<strong>do</strong> e à sociedade, pormeio de Da<strong>do</strong>s, <strong>Fatos</strong>, Estu<strong>do</strong>s e Pesquisas, todas as i<strong>no</strong>vações que


25implantássemos <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s anteriores.Ainda em 2003, a partir das definições estratégicas, fizemos a reorganizaçãoadministrativa da autarquia. As antigas diretorias, divisões e seções, foram substituídaspor uma estrutura condizente com as práticas de gestão correntes <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>. Surgemas cinco diretorias com destaque para as três <strong>no</strong>vidades: Negócios e Eventos, Lazere Incentivo, e Estu<strong>do</strong>s e Pesquisas , as chamadas diretorias de combate que sesomam a duas unidades já tradicionais Marketing e Administração e Finanças , esurgem também as gerências e as coordenações. Como decorrência, não dareorganização, mas antes de tu<strong>do</strong>, da reorientação de foco e de área de atuação,poucos profissionais que vinham de experiências anteriores permaneceram na equipemuitos por não terem experiência <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional, outros por não teremexperiência específica em turismo, outros por simplesmente não <strong>do</strong>minarem outroidioma.A marca <strong>do</strong> a<strong>no</strong> de 2003 é a revisão completa e a triplicação de <strong>no</strong>ssa presençaem feiras internacionais, a criação <strong>do</strong>s programas de captação de eventosinternacionais e a articulação com a Agência de Promoção de Exportações <strong>do</strong> Brasil(Apex) para o programa de promoção internacional das feiras comerciais realizadas <strong>no</strong>Brasil.Quanto ao a<strong>no</strong> de 2004, seus destaques são a criação <strong>do</strong>s EBTs, a criação <strong>do</strong>sBureaux de Promoção <strong>Comercial</strong> e a criação da Caravana Brasil.E foi aí que enfrentamos <strong>no</strong>sso primeiro gargalo, <strong>no</strong>s convencen<strong>do</strong> de que aatual estrutura de gestão, autárquica, tem limites que não consegue superar: com <strong>do</strong>isa<strong>no</strong>s de trabalho, a estrutura apresentava um volume de resulta<strong>do</strong>s inédito para o país,como veremos mais adiante, e girava com um ritmo de trabalho que não conseguiriamanter em crescimento estes mesmo resulta<strong>do</strong>s pelo perío<strong>do</strong> necessário à mudança depatamar que desejávamos para o turismo brasileiro.Dessa certeza surge a contratação, já <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2005, <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Estratégico deMarketing <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong>, o primeiro na história <strong>do</strong> país, intitula<strong>do</strong> Pla<strong>no</strong>Aquarela, que:a) criou uma marca para o país;b) ouviu to<strong>do</strong>s os segmentos relevantes da cadeia produtiva <strong>do</strong> turismo, sen<strong>do</strong>,


26portanto, plural na sua essência; ec) pesquisou merca<strong>do</strong>s-alvo e consumi<strong>do</strong>res atuais e potenciais, dan<strong>do</strong> à Embraturuma gama de informações e de instrumentos que se tornaram a linha mestra e opropulsor das ações da organização.Este Pla<strong>no</strong> deu <strong>no</strong>va feição à Embratur, <strong>no</strong>rteou as suas ações para o públicoexter<strong>no</strong> e fundamentou a repactuação da parceria gover<strong>no</strong> x sociedade <strong>no</strong> setorturístico brasileiro. Registre-se ainda que, na medida em que o Pla<strong>no</strong> vem sen<strong>do</strong>assumi<strong>do</strong> pela sociedade, sua temporalidade passa a descolar <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de Gover<strong>no</strong>para que as ações em curso <strong>no</strong> exterior não sofram solução de continuidade comeventuais mudanças de gestão.A história mostra que os países que obtiveram sucesso mundial <strong>no</strong> setor turísticotêm em comum um planejamento bem fundamenta<strong>do</strong> tecnicamente, que viabilizaram esustentaram um investimento perene <strong>do</strong> país independente <strong>do</strong> titular <strong>do</strong> gover<strong>no</strong>. Esseé um <strong>do</strong>s principais paradigmas da administração pública que a proposta dereorganização da Embratur pretendia suplantar. É de se convir que se fosse a única jánão seria uma tarefa fácil.Isso porque, entende-se na Embratur que o planejamento estratégico é umprocesso contínuo de pensamento sobre o futuro, aciona<strong>do</strong> num contexto deinterdependência e mudança. Ele pressupõe um ciclo decisório que ocorrerá antes,durante e depois de sua implementação; que deve ser considera<strong>do</strong>, antes de tu<strong>do</strong>,como um mo<strong>do</strong> de pensar; e que tem uma dimensão para cada nível de decisão. Dessacrença derivam os diversos fóruns inter<strong>no</strong>s e exter<strong>no</strong>s de discussão e decisão.Ademais, ele necessita de uma sistematização para sua implementação. O diagrama,abaixo, demonstra isso:


27Diagrama 1 Alinhamento Estratégico e Definição da Estrutura OrganizacionalFonte: Secretaria de Gestão e Orçamento <strong>do</strong> Ministério da Fazenda


28Conforme o diagrama, já foram ultrapassa<strong>do</strong>s os estágios <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Plurianual(PPA); Marco Legal; Demandas Identificadas; Variáveis Externas e Diretrizes deGover<strong>no</strong>. Além disso, já se definiu a Missão; Visão de Futuro e os Objetivos.Os processos de trabalho estão desenha<strong>do</strong>s, implanta<strong>do</strong>s e já passam porprogramas de revisão e reordenamento; o arranjo <strong>do</strong> setor depende, em parte, daseqüência de implantação <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela.A Embratur continua a se propor a intensificar o processo de modernização dasua gestão. Sen<strong>do</strong> que, vale mencionar, algumas das ações que estão sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>tadasjá vêm sen<strong>do</strong> há décadas praticadas <strong>no</strong>s países de ponta <strong>no</strong> setor turístico, caso <strong>do</strong>sEBTs, cuja primeira experiência ocorre na década de 1920 com a criação <strong>do</strong>sescritórios espanhóis em Londres e Paris, com programas de trabalho que rapidamentese desenvolveram, após a percepção <strong>do</strong> equívoco inicial, de maneira independente daestrutura diplomática. Aonde i<strong>no</strong>vamos, ao a<strong>do</strong>tar práticas de sucesso e dereconhecimento internacional, foi em atração de apoio técnico e reconhecimentopúblico nas estratégias implementadas. É inequívoco que existia, também, um vácuodeixa<strong>do</strong> pela história de atuação da autarquia, que não tinha, como dissemos, registrosde grande repercussão, nas ações que havia desenvolvi<strong>do</strong> <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong>.Desde 2003, com a <strong>no</strong>va estrutura, sinteticamente descrita abaixo, os resulta<strong>do</strong>s<strong>do</strong>s programas da Embratur passaram a ser medi<strong>do</strong>s a partir de critérios estritamentetécnicos, defini<strong>do</strong>s por instituições externas à autarquia, reconhecidas por sua tradiçãoe credibilidade. Cada um <strong>do</strong>s programas, descritos <strong>no</strong> próximo capítulo, só tiveramprosseguimento depois de comprovadamente verificarmos que seria possívelapresentarmos resulta<strong>do</strong>s mensuráveis ao gover<strong>no</strong>, ao merca<strong>do</strong> e à sociedade, emcada um deles.Aqui romperíamos com mais um paradigma: o turismo brasileiro passava a terda<strong>do</strong>s para avaliar, criticar e ajustar as ações de seu principal protagonista empromoção e marketing. A Embratur nunca havia gera<strong>do</strong> estas informações, muitome<strong>no</strong>s disponibiliza<strong>do</strong> estes da<strong>do</strong>s ao merca<strong>do</strong> com chancela de organismos deindiscutível credibilidade. O primeiro exemplo foi o agora já habitual informe dedivulgação mensal <strong>do</strong> volume de gastos deixa<strong>do</strong>s pelos turistas estrangeiros <strong>no</strong> Brasilda<strong>do</strong> pelo Bacen. Esta informação passou a ser um termômetro importante para medir


29resulta<strong>do</strong>s das ações da Embratur assim como para balizar <strong>no</strong>vos programas. Outrostrês da<strong>do</strong>s também passaram a ser parâmetros para medição:1. o desembarque de passageiros em vôos internacionais regulares, mensura<strong>do</strong>spela Infraero; e, a partir desse,2. também o volume de desembarques somente em vôos charters. Isso porque <strong>no</strong>svôos internacionais regulares estão também contabiliza<strong>do</strong>s viajantes brasileiros queregressam ao país, enquanto <strong>no</strong>s charters, os passageiros são to<strong>do</strong>s turistas;3. o último da<strong>do</strong> geral de verificação, este <strong>do</strong> DPF, contabiliza o número deestrangeiros que visita o país anualmente.Os números publica<strong>do</strong>s pela OMT comprovam que o turismo internacional, <strong>no</strong>Brasil, a partir de 2004, vem crescen<strong>do</strong> acima da média mundial. Isto indica que o paísvem tiran<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de alguns concorrentes. A reação desses e de outrosconcorrentes que se sintam ameaça<strong>do</strong>s já se faz sentir, e temos exemplos <strong>no</strong> México ena Argentina, na medida em que ambos refizeram suas marcas e realinharam suasestratégias promocionais.O a<strong>no</strong> de 2006 foi especial para toda a <strong>no</strong>ssa equipe: foi o a<strong>no</strong> da consolidação<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s fatos pelos quais pautamos to<strong>do</strong> o programa. Vale relembrar aqui opronunciamento que fiz quan<strong>do</strong> <strong>no</strong>ssa equipe assumiu a Embratur, <strong>no</strong> Auditório <strong>do</strong>Ministério <strong>do</strong>s Esportes, em 26 de janeiro de 2003:Esta não será mais uma Embratur de discursos. Iremos disputar cadapassageiro, iremos procurar ocupar cada assento de avião, cada quartode hotel, e cada serviço presta<strong>do</strong> por agentes brasileiros, e mais, iremossubmeter todas <strong>no</strong>ssas ações ao julgamento da sociedade e <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>, por meio da criação e disponibilização de um conjunto deinformações de absoluta transparência e credibilidade...Portanto, não por acaso 2006 foi o a<strong>no</strong> em que os Boletins de DesempenhoEconômico <strong>do</strong> setor passaram a ser divulga<strong>do</strong>s com relevância cada vez maior. Assimcomo, foi com prazer que assistimos aos veículos de comunicação TV, jornal, rádios einternet por meio de seus programas mais expressivos, habituarem-se a contatar aEmbratur para obter o volume de entrada e saída de dólares ocorri<strong>do</strong> <strong>no</strong> mês anterior<strong>no</strong> país, segun<strong>do</strong> o Bacen, já analisa<strong>do</strong>s e comenta<strong>do</strong>s por <strong>no</strong>ssa equipe técnica. Foi, eisso se pode afirmar não sem uma ponta de orgulho, o a<strong>no</strong> em que to<strong>do</strong>s os recordes


30<strong>do</strong> turismo brasileiro foram supera<strong>do</strong>s.O desafio agora é superar as limitações históricas da velha autarquia,substituin<strong>do</strong>-a por um outro modelo de gestão, que <strong>do</strong>te o turismo brasileiro deinstrumentos capazes de manter-<strong>no</strong>s com o mesmo ritmo de crescimento edesenvolvimento verifica<strong>do</strong> nesses últimos três a<strong>no</strong>s. Já abordei este tema, de umaforma inicial, quan<strong>do</strong> da apresentação de minha tese de mestra<strong>do</strong> junto aoDepartamento de Publicidade, Relações Públicas e <strong>Turismo</strong> da Escola deComunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em 2001 (SANOVICZ, 2001).Tratava, naquele momento, <strong>do</strong> modelo de gestão de turismo da cidade de Barcelona,Espanha, fazen<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> comparativo com a prática a<strong>do</strong>tada em Santos, SãoPaulo, ao início da década de 1990. Agora, neste trabalho, abor<strong>do</strong>, e aqui com umapossibilidade concreta de implantação prática <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> teórico, a possibilidade devirmos a dispor <strong>no</strong> Brasil, de um formato de gestão ágil e moderna, que precisará estardisponível para que o País se torne um joga<strong>do</strong>r importante <strong>no</strong> cenário turísticomundial.Para dirimir essas questões tem-se, atualmente, que os desafios administrativossão:1. auferir uma receita perene;2. obter agilidade gerencial e administrativa;3. aprofundar o processo de planejamento e compromisso.Para tanto, uma das fórmulas estudadas é a proposição de uma <strong>no</strong>vapersonalidade jurídica para a Embratur, que realize de forma orgânica a inserção <strong>do</strong>setor priva<strong>do</strong> na gestão e <strong>no</strong> custeio das atividades de promoção marketing, por meioda formalização de um contrato de gestão com o gover<strong>no</strong> federal, representa<strong>do</strong> por umprocesso de pactuação de metas e resulta<strong>do</strong>s. Desta forma o Brasil passa a um <strong>no</strong>vopatamar neste cenário, partin<strong>do</strong> de um modelo estatal para um modelo público degestão em promoção turística.Outras duas considerações relevantes <strong>no</strong> atual programa de gestão, que deveser referência para o próximo estágio: até 2003, não havia um critério claro e acorda<strong>do</strong>entre to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s brasileiros para a distribuição das verbas de promoção federal.Este montante, usa<strong>do</strong> livremente pelas secretarias de turismo <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s para


31promoção de seus desti<strong>no</strong>s, não costumava ser defini<strong>do</strong> previamente em qualquerorçamento federal nem seus critérios defini<strong>do</strong>s de antemão. Em 2003, o Mtur e aEmbratur criaram, em cada um <strong>do</strong>s 27 esta<strong>do</strong>s, um fórum estadual de turismo,representa<strong>do</strong> pelos poderes público e priva<strong>do</strong>, composto por agentes econômicosliga<strong>do</strong>s ao turismo. Junto com eles, o Mtur e a Embratur propuseram uma regra dedistribuição das verbas federais, a partir de critérios como estrutura de turismo que cadaesta<strong>do</strong> possuía e número de feiras e outros eventos que, <strong>no</strong> caso, a Embratur erapromotora, em que o esta<strong>do</strong> participava. Isso gerou uma mudança de postura <strong>do</strong>sesta<strong>do</strong>s, que passaram a discutir entre eles quais eram as maneiras de distribuir eutilizar esse dinheiro, de forma absolutamente transparente. Tal mudança ocasio<strong>no</strong>u,por conseqüência, processos semelhantes <strong>no</strong>s próprios esta<strong>do</strong>s, fossem entre ascidades, fossem entre os diferentes segmentos de turismo.Nessa mesma linha, agora falan<strong>do</strong> de parcerias, só foi possível implementar osdiversos programas na Embratur ao longo destes a<strong>no</strong>s com a participação e,principalmente, comprometimento, <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e das entidades <strong>do</strong> turismo brasileiro.Eles se tornaram protagonistas de vários projetos, pela compreensão de que qualquerprograma tem que ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pelo merca<strong>do</strong> para poder dar resulta<strong>do</strong>s e, mais queisso, garantir a sua continuidade. Há exemplos diversos, como a Caravana Brasil,projeto que traz opera<strong>do</strong>res estrangeiros para conhecer desti<strong>no</strong>s brasileiros e que éoperacionaliza<strong>do</strong> pelas duas principais entidades desse setor: Brazilian Incoming TravelOrganization (Bito) e a Associação Brasileira das Opera<strong>do</strong>ras de <strong>Turismo</strong> (Braztoa).Outros exemplos estão descritos <strong>no</strong> próximo capítulo.Cro<strong>no</strong>logia18 <strong>no</strong>v./1966 É criada a Embratur pelo decreto lei 55, definin<strong>do</strong> uma política nacionalpara o setor.28 mar./1991 A Embratur é transformada em Autarquia Especial, vinculada àSecretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República. Passa a sechamar Instituto <strong>Brasileiro</strong> de <strong>Turismo</strong>.Final de 1990 A sede da Embratur sai <strong>do</strong> Rio de Janeiro, sen<strong>do</strong> transferida paraBrasília.


321999 A Embratur é subordinada ao Ministério <strong>do</strong> Esporte e <strong>Turismo</strong>Jan./2003 É cria<strong>do</strong> o Mtur. A Embratur passa a ser o órgão exclusivo de promoção,marketing e apoio à comercialização <strong>do</strong>s produtos, serviços e desti<strong>no</strong>s brasileiros <strong>no</strong>exterior.Abr./2003 É lança<strong>do</strong> o Pla<strong>no</strong> Nacional de <strong>Turismo</strong>, pelo Mtur, com metas até 2007.11 de set./2003 Cria<strong>do</strong> o primeiro EBT, para a América <strong>do</strong> Sul (sede em Brasília).Out./2003 É realizada a primeira Caravana Brasil.Jan./2004 É inaugura<strong>do</strong> o primeiro EBT, em Lisboa (Portugal).O DPF divulga que, pela primeira vez na história, os turistas europeussuperam os lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>s em chegadas ao Brasil.Embratur passa a divulgar, mensalmente, o volume de gastos <strong>do</strong>sestrangeiros <strong>no</strong> Brasil.É divulga<strong>do</strong> o Pla<strong>no</strong> Aquarela Pla<strong>no</strong> de Marketing Internacional.Abr./2005 Durante a International Tourism Exchange (ITB), em Berlim, é apresenta<strong>do</strong>o <strong>no</strong>vo layout <strong>do</strong> estande brasileiro.21 de mai./2005 Primeira viagem de benchmarking (Costa Rica).23 de set./2004 Primeiro seminário Descubra o Brasil (Inglaterra).19 de set./2006 Primeiro treinamento on line <strong>do</strong> Programa Agente de ViagensEspecialista em Brasil (Lisboa).Esta pesquisa é o resulta<strong>do</strong> da reflexão teórica efetuada a partir de quatrodiferentes passagens que tive, sempre em posições de coman<strong>do</strong>, em estruturas degestão de turismo (ou eventos, <strong>no</strong> caso <strong>do</strong> Anhembi):- a primeira, uma unidade pública de administração direta o Departamento de<strong>Turismo</strong> de Santos;- a segunda, uma organização privada, o São Paulo CVB;- a terceira, uma empresa de eco<strong>no</strong>mia mista o Anhembi <strong>Turismo</strong> e Eventos daCidade de São Paulo;- e, por fim, uma autarquia federal, a Embratur.Para completar meu quadro de referências, tenho que mencionar minhapassagem, neste caso em uma posição técnica, pela Turisme de Barcelona,


33organização de promoção da capital catalã, à qual se vincula o Barcelona ConventionBureau.Como se pode depreender facilmente, a partir de 1993, passo a conduzir açõesde promoção e marketing, ora institucional, ora comercialmente dirigidas. Nestacaminhada, na medida em que enfrentei, conjuntamente com brilhantes equipes,dificuldades muito interessantes, tanto <strong>do</strong> ponto de vista operacional, como <strong>do</strong> ponto devista gerencial (e isto vale para tanto para o setor público como para o setor priva<strong>do</strong>),passei a ter como foco de minhas preocupações o modelo gerencial e os marcos legaisde gestão, <strong>no</strong>s quais se definem as ações de promoção e marketing turístico <strong>no</strong> Brasilaté <strong>no</strong>ssos dias.A primeira oportunidade que tive para expressar com rigor científico estaspreocupações foi em 2001, quan<strong>do</strong> da apresentação de minha tese de mestra<strong>do</strong>(SANOVICZ, 2001), ao descrever a experiência da Turisme de Barcelona, e osprimeiros passos, em mea<strong>do</strong>s da década passada, de um modelo compartilha<strong>do</strong>,público-priva<strong>do</strong>, de planejamento, financiamento e execução de ações promocionais.Discorria, e estabelecia comparações entre os programas desenvolvi<strong>do</strong>s em Santos/SP,na primeira metade da década de 1990, com protagonismo público municipal, e aquelespratica<strong>do</strong>s em Barcelona, sob a primeira organização público-privada criada na Europa,com protagonismo compartilha<strong>do</strong> portanto entre o setor publico e os agenteseconômicos priva<strong>do</strong>s.Vem portanto de uma década, desde o a<strong>no</strong> de 1996, meu interesse e inquietaçãocom este tema. Passei pelo São Paulo CVB e pelo Anhembi, e <strong>no</strong> segun<strong>do</strong> pudeesboçar alguns passos <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> de trabalhar o tema: é deste perío<strong>do</strong> a cooperaçãoentre o São Paulo CVB e o Anhembi em ações de promoção <strong>no</strong> Brasil e <strong>no</strong> exterior, taiscomo campanhas de mídia e participação em feiras.Infelizmente, a agenda de prioridades <strong>do</strong> Anhembi era tão grande, com destaquepara:1. a completa reorganização administrativa e gerencial da empresa;2. a retomada das obras <strong>do</strong> hotel, paralisadas desde a década de 1970;3. a ampliação e re<strong>no</strong>vação da área física para eventos, tanto <strong>no</strong> Pavilhão deExposições como <strong>no</strong> Centro de Convenções,


34que, ao encerrar minha curta passagem de <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s pela empresa, embora tenhaapresenta<strong>do</strong> a primeira gestão com balanço lucrativo <strong>do</strong> Anhembi desde o final dadécada de 1980, este assunto o modelo de gestão ficou apenas em um estu<strong>do</strong> queprevia, entre outras coisas, a divisão da empresa em duas unidades uma voltada paraa sua função comercial de espaço para realização de férias e eventos e outra voltadapara seu papel institucional de promoção e marketing turístico da cidade de São Paulo,assim como uma outra forma de administração, compartilhada com o setor priva<strong>do</strong>.Com certeza estes <strong>do</strong>cumentos ainda estão <strong>no</strong>s arquivos da Anhembi <strong>Turismo</strong> eEventos da Cidade de São Paulo.Ao chegar a Brasília, em janeiro de 2003, trazia comigo além da emoção e daansiedade, um conjunto de propostas para a estrutura federal de turismo que haviamsi<strong>do</strong> debatidas por um grupo amplo e interessante de profissionais liga<strong>do</strong>s aos diversossegmentos da atividade turística, espalha<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong> o país.Basicamente, o que tencionávamos era, cientes da fragilidade e dainconsistência das ações de promoção e marketing internacional <strong>do</strong> turismo brasileiro,criar um conjunto de programas que gerasse resulta<strong>do</strong>s diferentes daqueles que oBrasil conhecia, até então muito fracos. O roteiro era:1. Compor uma equipe capaz de enfrentar o desafio (e aí foi preciso re<strong>no</strong>varpraticamente to<strong>do</strong> o quadro gerencial da Embratur);2. Ampliar o foco das ações promocionais, sain<strong>do</strong> da posição tradicional de trabalharexclusivamente lazer, para a incorporação <strong>do</strong> tema negócios e eventos a agendabrasileira;3. No segmento lazer, ampliar os canais de distribuição e mudar por completo osinstrumentos e os focos da promoção, amplian<strong>do</strong> os desti<strong>no</strong>s receptivos inseri<strong>do</strong>s <strong>no</strong>merca<strong>do</strong> internacional;4. Radicalizar em <strong>no</strong>vas práticas de promoção e marketing; e, finalmente,5. Criar um <strong>no</strong>vo modelo de gestão, que substituísse o isola<strong>do</strong> protagonismo público,tanto financeiro como organizacional, por uma gestão compartilhada.Foi possível cumprir plenamente com os quatro primeiros itens, e isto é um da<strong>do</strong>público e sabi<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o país, e para <strong>no</strong>ssa alegria, em algumas partes <strong>do</strong> planeta.Mas não foi possível, e esta tarefa fica para o perío<strong>do</strong> que ora se inicia em Brasília,


35implantar o quinto ponto de <strong>no</strong>sso pla<strong>no</strong> inicial. No entanto, avançamos até a etapa deelaborar um anteprojeto para uma <strong>no</strong>va entidade de promoção e marketing para oturismo brasileiro; projeto este que deve agora ser implementa<strong>do</strong> pela equipe quesegue à frente da Embratur.Este trabalho que ora apresentamos, descreve, etapa por etapa, cada passodesta trajetória: de como a velha autarquia veio se transforman<strong>do</strong> numa unidade depromoção internacional, e de como é possível agora consolidar estes programas comum modelo equipara<strong>do</strong> em eficácia e eficiência, a seus agora já existentes, congêneresestrangeiros.


362. PROMOÇÃO COMERCIAL2.1 PROGRAMA DE FEIRAS INTERNACIONAIS DE TURISMOComo o fazem to<strong>do</strong>s os países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que possuem estratégias de promoçãode seus produtos turísticos <strong>no</strong> exterior, tradicionalmente o Brasil participa de feirasinternacionais de turismo voltadas para agentes de merca<strong>do</strong> (opera<strong>do</strong>res de turismo eagentes de viagens) e/ou para o público consumi<strong>do</strong>r final (o turista que busca umdesti<strong>no</strong> para sua próxima viagem).Principal programa de promoção internacional da Embratur, desde a década de1980, o calendário de feiras foi a única atividade que, apesar de completamentereformulada e adaptada às <strong>no</strong>vas estratégias, mantivemos funcionan<strong>do</strong>. As principaisreformulações, implementadas com o objetivo inicial de minimamente inserir o Brasil <strong>no</strong>século XXI, foram:1. O estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> calendário em vigor e levantamento de outros eventos que tornassemo programa mais abrangente em termos de merca<strong>do</strong>s, produtos e segmentosa<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelos programas da Embratur;2. A ampliação da participação, o que levou à a<strong>do</strong>ção de uma agenda, em 2003, com30 feiras, e, em 2004 e 2005, com 40 feiras cada a<strong>no</strong>;3. A organização de um mix de feiras que fosse mais abrangente em segmentosturísticos ecoturismo, golfe, eventos, negócios e incentivos , assim como emtermos de merca<strong>do</strong>s, sobretu<strong>do</strong> na América Latina, onde somente a Argentina estavacontemplada com uma feira;4. A reestruturação da forma de gestão das feiras por meio de assinatura deconvênio com a Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (FBC&VB),opção a<strong>do</strong>tada por tratar-se da mais abrangente e representativa entidade <strong>do</strong> setor


37priva<strong>do</strong>, com alcance nacional e multisetorial. Esta opção, objeto de polêmica inicial,assim como de resto boa parte <strong>do</strong>s programas que pusemos <strong>no</strong> ar, antes queobtivessem apoio e por fim quase consenso em to<strong>do</strong> o setor, foi uma das primeirasatitudes de revisão conceitual de fun<strong>do</strong>, na história de promoção <strong>do</strong> turismobrasileiro.Isto porque, por mais de uma década, as agências de viagem, por meio de suasentidades, foram as únicas protagonistas <strong>do</strong>s programas desenvolvi<strong>do</strong>s (ainda quetimidamente) pelo gover<strong>no</strong> federal na promoção <strong>do</strong> turismo. Ora, ao início <strong>do</strong> séculoXXI, um movimento inicia<strong>do</strong> em mea<strong>do</strong>s da década de 1980, introduzin<strong>do</strong> <strong>no</strong> país osCVB primeiramente em São Paulo e depois <strong>no</strong> Rio de Janeiro por açãoprotagonizada fortemente pela Varig, começa a gerar reproduções em to<strong>do</strong> o Brasil.Os CVBs, organiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Brasil de maneira distinta em relação à Europa (ondesurgem) e aos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (onde se instalam quase que imediatamente após),são, em minha opinião, a grande <strong>no</strong>vidade em um modelo organizacional <strong>do</strong> turismobrasileiro. Suas diferenças fundamentais <strong>no</strong> Brasil são o fato de que se compõemcomo organizações privadas sem fins lucrativos. Na Europa são majoritariamenteexceção feita a Barcelona a partir de 1993 e atualmente a algumas outras cidadesorganizações públicas, vinculadas às secretarias de turismo, conforme expliquei emminha dissertação de mestra<strong>do</strong> (SANOVICZ, 2001), e <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, emborasob gestão teoricamente privada, sustentam-se com recursos públicos obti<strong>do</strong>s pormeio de impostos. No Brasil, ao contrário, os CVBs são manti<strong>do</strong>s primeiramente peloroom tax, obti<strong>do</strong> junto aos clientes pelos hotéis associa<strong>do</strong>s a cada unidade local.Secundariamente, estabelecem convênios e acor<strong>do</strong>s com entidades privadas(Associações Comerciais e outras) e com o setor público (em seus três níveis), parao desenvolvimento de suas atividades de promoção de desti<strong>no</strong> e captação deeventos.Soman<strong>do</strong>-se a isso o fato de gerarem organicidade ao setor receptivo em cadadesti<strong>no</strong>, por reunirem sob uma mesma estrutura diferentes segmentos, tais comohotéis, companhias aéreas, centros de convenções, agências de viagem,organiza<strong>do</strong>res de congressos, transporta<strong>do</strong>res e diversos presta<strong>do</strong>res de serviços,transforma-os em centro catalisa<strong>do</strong>r de programas de promoção.


38Foi esta constatação que <strong>no</strong>s levou a romper um paradigma tradicional <strong>do</strong>turismo brasileiro: deixar de ter como principal parceiro da Embratur uma entidadeque representava exclusivamente agentes de viagem, majoritariamente emissivos,substituin<strong>do</strong>-a por uma entidade que ao invés de atuar de maneira corporativa,representa um tema a captação de passageiros e agregava um <strong>no</strong>vo segmento aagenda de promoção <strong>do</strong> país, até então ig<strong>no</strong>ra<strong>do</strong> negócios e eventos.O que parecia inicialmente apenas uma mudança de entidade conveniada, e foili<strong>do</strong> de maneira quase simplória por parte <strong>do</strong> setor, inclusive da mídia especializada,mostrou-se, como queríamos, uma profunda mudança conceitual nas relaçõesinstitucionais <strong>do</strong> turismo brasileiro. Trazer os CVBs ao papel protagonista, na medidaem que a Embratur e seu orçamento seguem sen<strong>do</strong> vitais para to<strong>do</strong> sistema, pelaausência de outros agentes econômicos <strong>no</strong> processo, quer sejam públicos, quersejam priva<strong>do</strong>s, implicaria e esta era a estratégia em elevar cada CVB, em cadacidade, à condição de interlocutor econômico. E foi que se viu nestes últimos a<strong>no</strong>s.Como conseqüência, observamos:- o surgimento de <strong>no</strong>vos segmentos e lideranças <strong>do</strong> setor;- o despontar de <strong>no</strong>vos desti<strong>no</strong>s brasileiros <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional;- o crescimento <strong>do</strong>s níveis de profissionalização e competitividade nestesdesti<strong>no</strong>s; e- uma saudável redistribuição ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> país, de investimentos estrangeirosem promoção e, em seguida, em equipamentos tanto para o segmento lazer,como para o segmento corporativo.Particularmente, como protagonista <strong>do</strong> desenvolvimento da rede brasileira deCVBs desde a metade <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1990, senti grande satisfação em poder ser agentedeste processo de transformação. Éramos poucos nas primeiras articulações queiniciaram esta caminhada Aristides Cury e eu, de São Paulo; Moacir, de PortoAlegre; Raimun<strong>do</strong> Peres, da Bahia; Cabral, de Fortaleza; Sales, de Vitória; VeraSanches, de Brasília; Jeanine Pires, de Maceió; e Alexandre Rauli<strong>no</strong>, <strong>do</strong> Rio deJaneiro. Quase uma década depois, ao cumprir-se o compromisso <strong>do</strong> presidenteLula de profissionalizar a Embratur, não foi por acaso que três de nós tornamo-<strong>no</strong>sseus diretores, e um quarto foi indica<strong>do</strong> como primeiro executivo <strong>do</strong> EBT de Nova


39York.Hoje, passada uma década daqueles movimentos iniciais, o Brasil conta com 72CVBs, oito federações estaduais e uma confederação nacional. Estes da<strong>do</strong>sassumem importância ainda maior, se considerarmos que é uma estrutura construídapor fora da legislação sindical, sem impostos ou obrigações legais, por meio daobtenção de consensos sucessivos entre agentes econômicos que competem <strong>no</strong>merca<strong>do</strong>, mas têm <strong>no</strong> CVB um espaço comum de atuação e retor<strong>no</strong> efetivo de seusinvestimentos.A <strong>no</strong>ta dissonante neste processo, é importante registrar também, é o surgimentode um número ainda mi<strong>no</strong>ritário, mas que de nenhum mo<strong>do</strong> pode ser ig<strong>no</strong>ra<strong>do</strong>, deCVBs e, ainda mais grave, de dirigentes de CVBs, em diversos níveis, que começama substituir sua inserção <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> como razão da existência das organizações,pelos subsídios públicos como forma de manutenção e ampliação de suasatividades. Este desvio de esforço, conceito e prática, ainda não se tor<strong>no</strong>u práticaampla junto a estas entidades, mas deve ser revisto antes que venha a inviabilizarum esforço de mais de uma década;5. A a<strong>do</strong>ção de critérios e tratamento igual a to<strong>do</strong>s os órgãos oficiais de turismo deesta<strong>do</strong>s e municípios com formas de participação e oportunidades equivalentes;6. A redução da contrapartida <strong>do</strong> convenia<strong>do</strong>, a fim de possibilitar a ampliação daparticipação em um maior número de feiras e, sobretu<strong>do</strong>, de ampliar a atuação <strong>do</strong>scoopera<strong>do</strong>s que não participavam <strong>do</strong> programa;7. A reorganização <strong>do</strong> estande de forma a permitir que seu layout oferecesse oacesso ao interior <strong>do</strong> estande, reclamação histórica <strong>do</strong>s usuários <strong>do</strong> programa aolongo de muitos a<strong>no</strong>s, e um <strong>do</strong>s diferenciais de termos uma equipe experiente afrente <strong>do</strong> programa muitos de nós, há a<strong>no</strong>s, participávamos destes eventos edesse condições técnicas de trabalho aos coopera<strong>do</strong>s, além de permitir tratamentosespeciais aos públicos visitantes em cada dia de feira, sen<strong>do</strong> eles profissionais ouconsumi<strong>do</strong>res finais;


408. A a<strong>do</strong>ção de um sistema on line de reservas que permite acesso amplo eigualitário a to<strong>do</strong>s os agentes <strong>do</strong> setor, assim como o gerenciamento eacompanhamento das intenções de participação e desenvolvimento <strong>do</strong> programa defeiras. Este peque<strong>no</strong> passo representou o rompimento também com uma práticacomum na década de 1990, pois não há mais a possibilidade de interferência dequalquer pessoa na lista de participações <strong>no</strong>s coopera<strong>do</strong>s brasileiros em feiras.Esse <strong>no</strong>vo programa de feiras ganhou o <strong>no</strong>me de Agenda de Promoção<strong>Comercial</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong> <strong>no</strong> Merca<strong>do</strong> Internacional, disponibiliza<strong>do</strong> comantecedência <strong>no</strong> site da Embratur (www.braziltour.com) e com as inscrições pelo site daFBC&VB (www.fbcvb.org.br).Figura 1 Site <strong>do</strong> Programa Agenda de Promoção <strong>Comercial</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong> <strong>no</strong> Merca<strong>do</strong>InternacionalCom o lançamento e a implantação <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela, a participação nas feirasinternacionais tomou um <strong>no</strong>vo formato e é uma ação apresentada com mais qualidade,em decorrência <strong>do</strong> mapeamento de cada merca<strong>do</strong> e da adaptação <strong>do</strong>s estandes aosprodutos prioritários em cada merca<strong>do</strong>.


41Além disso, com o Pla<strong>no</strong> foi possível uma completa remodelação <strong>no</strong> layout <strong>do</strong>estande, o que proporcio<strong>no</strong>u maior versatilidade, funcionalidade e mais conforto aosprofissionais que participam como co-expositores <strong>no</strong> espaço brasileiro. Seu <strong>no</strong>vodesign, que incorporou traços da cultura brasileira, dá maior visibilidade à marca Brasilcomo desti<strong>no</strong> turístico, além de permitir uma maior interação entre os co-expositores eos visitantes da feira através de uma melhor projeção e distribuição <strong>do</strong>s postos detrabalho.Foto 1Pré-Pla<strong>no</strong> Aquarela: Estande <strong>no</strong> Brasil na Feira BITFoto 2Pós-Pla<strong>no</strong> Aquarela: Estande <strong>do</strong> Brasil na Fitur


42Com especial atenção ao turismo cultural, ten<strong>do</strong> como foco os sítios brasileirosinscritos na lista <strong>do</strong> Patrimônio Mundial da Unesco caminho para consolidar uma <strong>no</strong>vaimagem <strong>do</strong> país, ligada à sua diversidade cultural, natural e humana completa-se o<strong>no</strong>vo cenário.Nesse senti<strong>do</strong>, também foi desenvolvi<strong>do</strong> o programa Noites Brasileiras. Trata-sede um evento cultural, volta<strong>do</strong> para o merca<strong>do</strong> e atrela<strong>do</strong> à agenda de participação <strong>do</strong>país em feiras consideradas estratégicas. A idéia é reforçar a presença brasileira comelementos da cultura <strong>do</strong> país, como música, dança e outras manifestações folclóricas.Também podem ocorrer junto aos seminários Descubra o Brasil.2.1.1 As dimensões das feiras internacionaisDentre as várias definições existentes para as feiras profissionais, de um mo<strong>do</strong>bem simples, pode-se dizer que esse é um meio pelo qual os clientes visitam seusfornece<strong>do</strong>res. Mas, muito além de ser um local de compra e venda, as feiras abordamaspectos de grande importância, a saber:A. <strong>Comercial</strong>:Uma feira é um centro de contatos comerciais que permite um grande número deencontros entre fornece<strong>do</strong>res e compra<strong>do</strong>res, atuais ou potenciais, sobretu<strong>do</strong> se oscompra<strong>do</strong>res são estrangeiros. As feiras acontecem em perío<strong>do</strong>s de lançamento de<strong>no</strong>vos produtos e sempre em momentos que antecedem os perío<strong>do</strong>s de altatemporada.B. Política:Uma feira é o reflexo da importância, criatividade e dinamismo de determina<strong>do</strong>setor. É importante fator de progresso e atrai personalidades <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> político,pesquisa<strong>do</strong>res e meios de comunicação. Cenário ideal para fazer <strong>no</strong>vos contatos e


43fortalecer os relacionamentos.C. Econômica:A participação em feiras internacionais permite o desenvolvimento intenso decontatos comerciais e <strong>no</strong>vos negócios, geran<strong>do</strong> divisas para o país. Esse fato pode servisto concretamente <strong>no</strong> crescimento <strong>do</strong>s números de entrada de turistas estrangeiros eingresso de dólares <strong>no</strong> Brasil <strong>no</strong>s últimos quatro a<strong>no</strong>s. Resulta<strong>do</strong> desse intensotrabalho de promoção <strong>do</strong> país <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong>.D. Tec<strong>no</strong>lógica:É um <strong>do</strong>s principais meios de divulgação e conhecimento das i<strong>no</strong>vações e <strong>no</strong>vastec<strong>no</strong>logias, serviços e produtos. Não há forma melhor de se manter atualiza<strong>do</strong> emtermos de <strong>no</strong>vidades tec<strong>no</strong>lógicas dentro <strong>do</strong>s diversos setores da cadeia <strong>do</strong> turismo.E. Como Instrumento de Comunicação:Nesses eventos, as empresas divulgam seus produtos para um públicoexpressivo e diversifica<strong>do</strong>. É também uma grande oportunidade de acesso à mídia <strong>do</strong>país em que a feira se realiza e à mídia especializada. Nas feiras há sempre umapresença marcante e em quantidade expressiva de profissionais de comunicação. É,para muitos desti<strong>no</strong>s, assim como para muitos presta<strong>do</strong>res de serviço, a melhoroportunidade de divulgar o produto e, muitas vezes, obter, a um custo muito baixo,mídia espontânea, ou seja, a uma relação custo-benefício extremamente vantajosa.Tal trabalho propiciou um atendimento a um número infinitamente maior deempresas co-expositoras, de diferentes segmentos dentro <strong>do</strong> turismo, a um preçome<strong>no</strong>r e maior oferta de feiras e de espaços em cada uma delas. Veja quadrocomparativo:Participação nas Feiras Internacionais de <strong>Turismo</strong>A<strong>no</strong> No. de Feiras Área (m 2 ) No. de Co-expositores2002 15 5.787 3792003 26 6.382 3832004 40 8.778 851


442005 40 9.136 1.1522006 40 6.817 1.532Quadro 1 Participação nas Feiras Internacionais de <strong>Turismo</strong>O registro importante a fazer, para concluir, é que, após cobrir toda a agendadisponível para promoção <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior, praticamente triplican<strong>do</strong> o número deeventos em que participamos, chega o momento, com o advento de outros programasque começam a somar <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> de construir uma agenda brasileira de promoçãocomercial, da diminuição <strong>do</strong> número de metros quadra<strong>do</strong>s anualmente contrata<strong>do</strong>s pelaEmbratur.Explica-se isto em decorrência de outra <strong>no</strong>va constatação que passamos aconceituar e implantar: quem decide a data e local de realização de uma feira comercialé o seu promotor, ou seja, o <strong>do</strong><strong>no</strong> da feira. E este decide de acor<strong>do</strong>, geralmente, comcritérios que levam em conta o merca<strong>do</strong> em que está atuan<strong>do</strong>, a disponibilidade deáreas e os eventos concorrentes. Nem sempre estes interesses e critérios atendem aosprojetos e necessidades <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> brasileiro. Por isso, por exemplo, participamos daWorld Travel Market (WTM), em Londres, e não participamos de várias feiras realizadasna China e <strong>no</strong> Oriente Médio: não há senti<strong>do</strong> comercial que justifique, por hora, o custoda operação.Portanto, atingi<strong>do</strong> o volume ótimo deste programa, passamos a desenvolver osoutros programas de visibilidade internacional e esta foi a <strong>no</strong>vidade, a ser narradaadiante e criar uma agenda cujo processo decisório fosse inteiramente brasileiro,protagoniza<strong>do</strong> pelos agentes econômicos aqui instala<strong>do</strong>s e coordenada pela Embratur.Desta reflexão surgiram os Seminários Descubra o Brasil, as ações de benchmarking eas Caravanas Brasil.2.2 POLÍTICA DE APOIO À CAPTAÇÃO, PROMOÇÃO E REALIZAÇÃO DE EVENTOSINTERNACIONAISO turismo de negócios e eventos vem sen<strong>do</strong> consagra<strong>do</strong> mundialmente como


45um <strong>do</strong>s mais promissores segmentos <strong>do</strong> turismo, ten<strong>do</strong> por agentes principais,empresários, profissionais liberais e funcionários de empresas, cujo objetivo <strong>do</strong>deslocamento é a celebração de contratos, compra e venda de produtos e serviços,aprendizagem, troca de experiências e de conhecimento. As despesas decorrentesdeste deslocamento são encaradas como investimento e com absoluta prioridade paraa própria sobrevivência profissional <strong>do</strong> passageiro em questão, ou da empresa,organização ou instituição a qual pertence.Por este motivo, estes gastos são, de uma maneira geral, bem mais generosos emais estáveis <strong>do</strong> que os gastos com lazer, que sofrem quedas até mesmo abruptas emsituações de instabilidade econômica e crises. Segun<strong>do</strong> a OMT, este valor, relativo aoturista de negócios e eventos praticamente triplica se compara<strong>do</strong> aos <strong>do</strong> turista delazer.O turismo de negócios e eventos também traz vários outros benefícios:- desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico e científico, pela maior acessibilidade <strong>do</strong>sprofissionais locais <strong>do</strong> segmento relaciona<strong>do</strong> ao evento às tec<strong>no</strong>logias de ponta;- aumento de investimentos em infra-estrutura e serviços (devi<strong>do</strong> ao alto nível deexigência destes turistas e alta rentabilidade destes negócios);- geração de emprego e renda;- redução da sazonalidade quanto à utilização de produtos e serviços <strong>no</strong> desti<strong>no</strong> derealização <strong>do</strong> evento (via de regra os negócios e eventos têm sua alta temporada emperío<strong>do</strong>s totalmente diferentes daqueles dedica<strong>do</strong>s a férias);- e, ainda, ampliação <strong>no</strong> volume de arrecadação de impostos, já que este tipo deturista necessita de comprovação de despesas para obter ressarcimento dasmesmas ou para fins contábeis.Conceitualmente, o turismo de negócios e eventos compreende, portanto, oconjunto de atividades turísticas decorrentes <strong>do</strong>s encontros de interesse profissional,associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social.O turismo exclusivamente de negócios tem seu foco <strong>no</strong> profissional que viajacomo o intuito de manter contatos com empresas e clientes, por meio de reuniões decaráter corporativo, que nem sempre configuram-se como eventos regulares.Já o turismo de eventos, como o <strong>no</strong>me diz, é movi<strong>do</strong> pela participação <strong>do</strong> turista,


46também na pessoa jurídica, em congressos, encontros, convenções, simpósios,mostras, exposições e feiras. Neste caso, por conta <strong>do</strong> evento, o volume de pessoasenvolvidas, em uma mesma data, é muito maior e obriga a cidade-sede, a oferecerinfra-estrutura (de transportes, hoteleira, gastronômica e de compras, basicamente)compatível.Ciente da relevância deste segmento turístico, a Embratur cria em 2003, na suareestruturação, dentro da também <strong>no</strong>va Diretoria de <strong>Turismo</strong> de Negócios e Eventos,uma gerência específica, focada na atração e acompanhamento de eventosinternacionais, de<strong>no</strong>minada Gerência de <strong>Turismo</strong> de Eventos.O grande desafio que viria a enfrentar esta <strong>no</strong>va área era o convencimento dasempresas da cadeia produtiva <strong>do</strong> turismo a atuarem de maneira pró-ativa na captaçãode eventos e a passar a investir em eventos internacionais, não mais apenas emnacionais.De um mo<strong>do</strong> geral, o processo de captação de eventos internacionais é bemmais complexo, muito mais oneroso e de maior prazo se compara<strong>do</strong> aos <strong>do</strong>s eventosnacionais, embora em termos financeiros, muitas vezes esses últimos possam ser maisrentáveis.Constatamos ainda que, a exceção <strong>do</strong>s CVB de São Paulo e Rio de Janeiro,poucos (e os CVBs são os principais agentes pró-ativos desta cadeia) estavamcapacita<strong>do</strong>s tecnicamente para gerenciar este processo quan<strong>do</strong> em nível internacional,ao identificarmos:- deficiência de pessoal com amplo conhecimento <strong>do</strong> idioma estrangeiro;- inexistência de material promocional qualifica<strong>do</strong> para competir com desti<strong>no</strong>sinternacionais, não haven<strong>do</strong> material segmenta<strong>do</strong> ou bilíngüe;- pouca experiência na definição de estratégias de promoção de candidaturasinternacionais e principalmente;- escassez de recursos financeiros e materiais.Consideran<strong>do</strong> estas dificuldades e com a finalidade de estimular odesenvolvimento das ações de prospecção e promoção desses eventos de maneirasustentável, organizada, democrática e transparente, a Embratur criou, em 2004, umaPolítica de Apoio à Captação, à Promoção e à Realização de Eventos Internacionais <strong>no</strong>


47país, gerada dentro da já citada Gerência de <strong>Turismo</strong> de Eventos, devidamente préaprovadaformalmente pela diretoria das entidades que reúnem os agentes mais ativosna captação de eventos: Associação Brasileira de Organiza<strong>do</strong>res de Eventos (Abeoc)Nacional, a FBC&VB e a Associação Brasileira <strong>do</strong>s Centros de Eventos e Feiras(Abracef).Esta política definia alguns elementos fundamentais:- Os critérios de enquadramento <strong>do</strong>s eventos internacionais passíveis de apoio;- A conduta da Embratur em cada etapa <strong>do</strong> evento;- Os procedimentos operacionais essenciais para solicitação <strong>do</strong> apoio;- As atribuições da Embratur e de seus parceiros;- Os tipos de apoio que poderiam ser estabeleci<strong>do</strong>s e os critérios de medição deinvestimento.Desta forma, qualquer empresa/entidade promotora (ou potencialmentepromotora) que possuísse um evento que se enquadrasse <strong>no</strong>s critérios préestabeleci<strong>do</strong>s,que cumprisse os prazos e os procedimentos operacionais defini<strong>do</strong>s,contaria com o apoio da Embratur e mais, seria atendida por técnicos especializa<strong>do</strong>s,com amplos conhecimentos <strong>do</strong> processo de captação de eventos. Tu<strong>do</strong> isso sem ônuspara o solicitante.A Embratur passou a viabilizar tanto <strong>do</strong> ponto de vista financeiro, como, o que édeterminante, <strong>do</strong> ponto de vista técnico, praticamente to<strong>do</strong>s os itens necessários parauma adequada promoção de candidatura e promoção de um evento. Passa a serefetuada pela <strong>no</strong>ssa equipe, a seguinte relação de atribuições:- análises <strong>do</strong>s cader<strong>no</strong>s de encargos;- elaboração <strong>do</strong> projeto e apresentação de candidatura (compilação, organização,criação de materiais impressos e eletrônicos individualiza<strong>do</strong>s);- envio de material promocional (folhetos, cartazes, banners, projetos) diretamente aolocal da captação <strong>do</strong> evento;- acionamento da embaixada local para solicitação da presença <strong>do</strong> embaixa<strong>do</strong>r nacerimônia de votação;- aquisição de estandes para promoção da candidatura;- e até mesmo, se defini<strong>do</strong> entre os parceiros, defesa da candidatura in loco por


48pessoal técnico da Embratur.Além disso, posteriormente desenvolveu um projeto que viabilizava recursosfinanceiros para a promoção de eventos internacionais capta<strong>do</strong>s um acor<strong>do</strong> decooperação técnica firma<strong>do</strong> entre Embratur e Abeoc, estendi<strong>do</strong> em 2005 aos CVBs.Atualmente, as iniciativas de captação internacionais são praticamente na suatotalidade viabilizadas financeiramente pela Embratur. Houve uma inversão da situaçãode desafio inicial: os custos de captação nacional (que não são passíveis <strong>do</strong> apoio daEmbratur e raramente contam com políticas estaduais e municipais com este enfoque)tornaram-se mais caros aos agentes <strong>do</strong> que os da captação internacional, o que acabapor promover ainda mais o desenvolvimento das iniciativas.Somaram-se ainda ações de capacitação <strong>do</strong>s CVBs, inicialmente promovidaspela Embratur em parceria com a Abeoc, ten<strong>do</strong> o primeiro seminário, com palestrantesestrangeiros, si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> em 2005, <strong>no</strong> interior de São Paulo, assim como odesenvolvimento de materiais promocionais foca<strong>do</strong>s na captação de eventos, utilizan<strong>do</strong>aqueles desenvolvi<strong>do</strong>s pela gerência como referenciais, por meio da verba que aEmbratur destina aos esta<strong>do</strong>s para utilização em promoção internacional <strong>do</strong>s desti<strong>no</strong>s.Os resulta<strong>do</strong>s desta ação são impressionantes: de acor<strong>do</strong> com o ranking <strong>do</strong>spaíses <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que mais recebem eventos internacionais, publica<strong>do</strong> pela ICCA,entidade mundial que centraliza e organiza o setor internacionalmente, o Brasil, sain<strong>do</strong>da 21ª posição em 2002, com 59 eventos registra<strong>do</strong>s, alcançou sucessivamente a 19ªposição em 2003, 14ª posição em 2004 e o 11º lugar em 2005, com 145 eventosrealiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> país, a<strong>no</strong> em que também, pela primeira vez na história, obteve a 9ªcolocação entre os países que possuem maior número de participantes em eventosinternacionais (o que reflete sua altíssima atratividade turística). Um exemplo eficaz deparceria público-privada. O ranking de 2006, que será divulga<strong>do</strong> na Imex, de Frankfurtem abril próximo, trará 209 eventos e terá o Brasil, muito provavelmente, conquistan<strong>do</strong>mais posições.


49Foto 3 Apoio à Captação de Eventos Internacionais 2006Foto 4 Apoio à Promoção de Eventos Internacionais - 2006


50Em anexo (Anexo B), está reproduzi<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento que a Embratur envia a CVBse entidades que queiram produzir um bidding book 2 .2.3 TURISMO DE NEGÓCIOSO programa de turismo de negócios não apenas é <strong>no</strong>vo dentro da estrutura daEmbratur, mas também na própria agenda de atividades <strong>do</strong> turismo brasileiro. Oobjetivo deste programa, cuja gerência é igualmente subordinada à Diretoria de<strong>Turismo</strong> de Negócios e Eventos, é atrair o turista estrangeiro a negócios, seja para aparticipação em feiras, eventos corporativos ou quaisquer encontros de carátercomercial, estimulan<strong>do</strong> o seu retor<strong>no</strong> e o aumento da permanência a lazer, sob apremissa <strong>do</strong> desenvolvimento econômico <strong>do</strong> país e, conseqüentemente, <strong>do</strong> turismobrasileiro.Detalhamos, abaixo, o programa cria<strong>do</strong> nesse senti<strong>do</strong>, de divulgação das feirascomerciais brasileiras em eventos <strong>do</strong>s setores congêneres <strong>no</strong> exterior, agregada àpromoção <strong>do</strong> Brasil como desti<strong>no</strong> turístico.Este programa é realiza<strong>do</strong> a partir da triangulação entre a informação recebidada União Brasileira <strong>do</strong>s Promotores de Feiras (Ubrafe) e a participação em parceria nasfeiras em que a Apex-Brasil estiver expon<strong>do</strong>.A Ubrafe é a entidade que representa o setor de promoção comercial, nacional einternacionalmente junto a to<strong>do</strong>s os segmentos da <strong>no</strong>ssa eco<strong>no</strong>mia e <strong>no</strong>s conselhos deturismo, em seus três níveis. Em seu quadro de associa<strong>do</strong>s estão as maiores empresasde promoção e organização de feiras <strong>do</strong> Sistema Expositor <strong>Brasileiro</strong>.Anualmente, as feiras com a marca Ubrafe reúnem cerca de 32 mil expositoresnacionais e 6 mil expositores estrangeiros, mais de 100 mil marcas, que atraem um2 É importante atentar para a temporalidade <strong>do</strong> texto: quan<strong>do</strong> este <strong>do</strong>cumento foi redigi<strong>do</strong>, o programa deampliação de desti<strong>no</strong>s receptivos para vôos internacionais ainda não havia gera<strong>do</strong>, <strong>no</strong> Nordeste, oresulta<strong>do</strong> que acabou por se verificar ao longo de 2005, com a criação <strong>do</strong>s vôos diretos regulares deLisboa, via TAP, para Recife, Fortaleza e Natal.


51universo de mais de 6,8 milhões de visitantes. Abrangen<strong>do</strong> os mais varia<strong>do</strong>s setores da<strong>no</strong>ssa eco<strong>no</strong>mia, representam 90% da ocupação em pavilhões de to<strong>do</strong>s os eventos depromoção comercial, realiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Brasil.O primeiro propósito <strong>do</strong> programa é conjugar os esforços individuais em umaação conjunta focada na promoção de produtos e serviços <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> territórioestrangeiro. Para tal, é usa<strong>do</strong> como principal referência o Calendário UbrafePrincipais Feiras de Negócios, com o objetivo principal de promover, em eventosrealiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> exterior, as feiras brasileiras que correspondam ao mesmo segmentosetor produtivo. Isto provoca o conseqüente aumento da participação <strong>do</strong>s seguintestipos de visitantes estrangeiros:- Compra<strong>do</strong>res;- Expositores;- Vende<strong>do</strong>res de insumos não produzi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Brasil;- Mídia especializada;- Setores governamentais;- Setores acadêmicos.Ainda em 2003, em parceria com a Apex-Brasil, a Embratur participa em cincodas principais feiras de negócios internacionais, cobrin<strong>do</strong> os setores de exportaçãobrasileiros com capacidade de somar-se ao esforço de promoção turística, a saber:1. Couros & Calça<strong>do</strong>s;2. Jóias & Gemas;3. Têxteis & Confecções;4. Artesanato & Presentes;5. Alimentos & Bebidas.Em 2004, este programa incorpora mais 5 setores, passan<strong>do</strong> para dezsegmentos, sen<strong>do</strong> eles:6. Produtos Orgânicos;7. Horticultura Ornamental (Flores);8. Rochas Ornamentais (Mármores & Granitos);9. Equipamentos Médico-O<strong>do</strong>nto-Hospitalares;10. Aviação & Defesa.


52Entre 2005 e 2006 somam-se mais <strong>do</strong>is segmentos:11. Esportes (Equipamento, Vestuário, etc);12. Música & Cultura.Estes mesmo segmentos e atividades passam a ter espaço, subordina<strong>do</strong>s àsdeterminações <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela, <strong>no</strong>s estandes que a Embratur organiza nas feiras deturismo, por meio de vitrines expostas <strong>no</strong> estande brasileiro nas feiras onde háinteresse pelo turismo de negócios, que são ITB/Berlim, Imex/Frankfurt, FIT/Bue<strong>no</strong>sAires, WTM/Londres e EIBTM/Barcelona, estimulan<strong>do</strong> encontros comerciais para acompra <strong>do</strong>s produtos brasileiros in loco.Nosso esforço para agregar contribuições ao programa capitanea<strong>do</strong> pela Apex,<strong>no</strong> desenvolvimento de redes de distribuição e programas de promoção de produtos eserviços brasileiros até então não presentes <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional, <strong>no</strong>s possibilitoutambém iniciar programas de incentivo a <strong>no</strong>vos segmentos <strong>do</strong> turismo de negócios:turismo de saúde; de educação e ciência; de esportes; de compras; de visitas técnicas(roteiros de negócios) e viagens de incentivo.É fundamental registrar aqui o papel desempenha<strong>do</strong> pela Apex <strong>do</strong> Brasil.Vinculada ao Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),seus programas são os principais responsáveis pelo fato de o Brasil ter duplica<strong>do</strong> ovolume de exportações nestes quatro a<strong>no</strong>s, amplian<strong>do</strong> não apenas a pauta de produtose serviços, como também geran<strong>do</strong> em conseqüência uma interiorização dedesenvolvimento econômico, pela inserção de produtores, em cidades que jamaishaviam vivi<strong>do</strong> este processo, na cadeia de exportação. Quan<strong>do</strong> este movimentocomeça a gerar visitação, por parte de compra<strong>do</strong>res, técnicos, profissionais de mídia epesquisa<strong>do</strong>res, a desti<strong>no</strong>s fora <strong>do</strong> eixo Rio-São Paulo, <strong>no</strong>sso trabalho também sereforça.Abaixo estão lista<strong>do</strong>s os eventos que inserimos <strong>no</strong> programa já em 2003, com osrespectivos setores:- JA New York Nova York, EUA (Jóias & Gemas);- GDS Dussel<strong>do</strong>rf, Alemanha (Couros & Calça<strong>do</strong>s);- Anuga Colônia, Alemanha (Alimentos & Bebidas);- Semana Brasileira em Dubai Brazilian Week & Trade Exhibition (BWTE)


53Emira<strong>do</strong>s Árabes (evento organiza<strong>do</strong> pela Apex por ocasião da Missão Presidencial).Eventos inseri<strong>do</strong>s <strong>no</strong> programa com a ampliação ocorrida em 2004:A. No exterior:1. ITB Berlim, Alemanha (Multiprodutos);2. Imex Frankfurt, Alemanha (Negócios e Incentivo);3. Missão Presidencial à China Pequim e Xangai, China (Missão organizada peloItamaraty);4. The JCK Show Las Vegas, EUA (Jóias & Gemas);5. Farnborough Londres, Inglaterra (Aviação & Defesa);6. NBTA National Business Travel Association Orlan<strong>do</strong>, EUA (Negócios eIncentivo);7. Expo Brasil China Beijing, China (Multiprodutos);8. Lyon Mode City Lyon, França (Têxteis & Confecções);9. Leisure Moscou, Rússia (Multiprodutos);10. Moda Brasil na Rússia Moscou, Rússia (têxteis & confecções) Missãoempresarial organizada pela Apex;11. SANA Bolonha, Itália (Produtos Orgânicos);12. AUTOMECHANIKA Frankfurt, Alemanha (Equipamentos Mecânicos);13. GDS Dussel<strong>do</strong>rf, Alemanha (Couro & Calça<strong>do</strong>s);14. Expo Mundial de <strong>Turismo</strong> Cidade <strong>do</strong> México, México (Multiprodutos);15. Marmomacc Verona, Itália (Mármores & Granitos);16. SIAL Paris, França (Alimentos e Bebidas);17. SAITEX Joanesburgo, África <strong>do</strong> Sul (Multiprodutos);18. EIBTM Barcelona, Espanha (Negócios e Incentivo);19. Médica Dussel<strong>do</strong>rf, Alemanha (Produtos Médico-O<strong>do</strong>nto-Hospitalares).B. No Brasil:1. Rio Fashion Rio de Janeiro;2. Unctad XI São Paulo;3. Ubrafe São Paulo;4. Brite Rio de Janeiro;5. Lacime São Paulo;


546. BNTM Salva<strong>do</strong>r, BA;7. Labace São Paulo;8. Seminário ICCA São Paulo;9. Francal São Paulo;10. Fispal/Recife Recife PE.A agenda é <strong>no</strong>vamente ampliada em 2005, com a inserção <strong>do</strong>s seguinteseventos:A. No exterior:1. World Travel Fair (WTF) Xangai, China (Multiprodutos);2. Biofach Nuremberg, Alemanha (Produtos Orgânicos);3. Anato Bogotá, Colômbia (Multiprodutos);4. Texworld Paris, França (Têxteis & Confecções);5. TUR Gotemburgo, Suécia (Multiproduto);6. Fispal Lati<strong>no</strong> Miami, EUA (Alimentos & Bebidas);7. NRA Chicago, EUA (Alimentos & Bebidas);8. Missão Presidencial à Coréia <strong>do</strong> Sul e ao Japão (a Embratur coorde<strong>no</strong>u aparticipação <strong>do</strong> workshop de turismo em Tóquio, Japão não participamos na Coréia<strong>do</strong> Sul);9. Le Bourget Paris, França (Aviação & Defesa);10. Show Room de Calça<strong>do</strong>s <strong>Brasileiro</strong>s <strong>no</strong> Chile Santiago, Chile (Couro &Calça<strong>do</strong>s);11. Tendence Lifestyle Frankfurt, Alemanha (Artesanato & Presentes);12. Salão de Lyon Lyon, França (Têxteis & Confecções);13. Marmomacc Verona, Itália (Mármores & Granitos);14. Jany New York, EUA (Jóias & Gemas);15. Achmart Santiago, Chile (Multiprodutos);16. Jata Tokyo, Japão.B. No Brasil:1. Vitória Stone Fair Vitória, ES (Mármores e Granitos);2. Destinations Brasil Rio de Janeiro, RJ (Negócios e Incentivo);3. BNTM Fortaleza, CE (Bolsa de <strong>Turismo</strong> <strong>do</strong> Nordeste);


554. Abav Rio de Janeiro, RJ (Multiprodutos).Em 2006, após avaliação de resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s anteriores,com a inclusão e retirada de vários eventos, a agenda de promoção <strong>do</strong> Brasil, <strong>no</strong>segmento de turismo de negócios, foi a seguinte:A. No exterior:1. Colombiatex Medellín, Colômbia (Têxteis & Confecções);2. Projeto Vende<strong>do</strong>r Artesanato Frankfurt, Alemanha (Artesanato);3. NRA Chicago, EUA (Alimentos & Bebidas);4. JCK Las Vegas, EUA (Gemas & Jóias);5. Show Room de Calça<strong>do</strong>s Santiago, Chile (Couro & Calça<strong>do</strong>s);6. Projeto Moda Brasil na Itália Milão, Itália (Têxtil e Confecções);7. Encontro Econômico Brasil Alemanha Berlim, Alemanha;8. Farnbourough International Air Show Londres, Inglaterra (Aviação & Defesa);9. Ispo Summer Munique, Alemanha (Têxtil & Confecções de Artigos Esportivos);10. JA New York New York, EUA (Gemas & Jóias);11. Tendence Lifestyle Frankfurt, Alemanha (Artesanato & Presentes);12. Simm Madri, Espanha (Têxteis & Confecções);13. Lyon Mode City Lyon, França (Têxteis & Confecções);14. GDS Düssel<strong>do</strong>rf, Alemanha (Couro & Calça<strong>do</strong>s);15. Automechanika Frankfurt, Alemanha (Autopeças);16. Texworld Paris, França (Têxteis & Confecções);17. Popkomm Berlim, Alemanha (Música);18. Marmomacc Verona, Itália (Mármores & Granitos);19. Sial Paris, França (Alimentos & Bebidas);20. Médica Düssel<strong>do</strong>rf, Alemanha Equipamentos Médico-O<strong>do</strong>nto-Hospitalares);21. Seminário Ubrafe Argentina;22. Seminário Ubrafe Chile.B. No Brasil:1. Fórum Panrotas São Paulo, SP;2. Seminário Jica-Mercosul na Braztoa São Paulo, SP;3. Salão Profissional <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> São Paulo, SP;


564. Francal 2006 São Paulo, SP;5. Abav Rio de Janeiro, RJ;6. Jornada <strong>do</strong>s 40 A<strong>no</strong>s Embratur;7. Encontro <strong>Comercial</strong> Braztoa São Paulo, SP.Um comentário importante a respeito deste programa é relativo ao grau dedificuldade encontra<strong>do</strong> para sua implantação, principalmente se compara<strong>do</strong> aos outros<strong>do</strong>is vetores que compõem, com este terceiro, o conjunto de ações conduzidas pelaEmbratur para que o Brasil iniciasse um processo de inserção <strong>no</strong> tema <strong>Turismo</strong> deNegócios e Eventos a partir de 2003. Esta dificuldade se deve basicamente ao fato deque:a. enquanto o programa de participação em feiras, apesar da fragilidade com que eraconduzi<strong>do</strong> anteriormente, tinha uma massa crítica de envolvi<strong>do</strong>s, eb. o programa de captação de eventos contava com interlocutores <strong>no</strong>s CVBs que,ainda que não dispon<strong>do</strong> de história internacional, estavam absolutamente dispostosa percorrer os caminhos necessários para tanto,este <strong>no</strong>vo programa de turismo de negócios sofria com a dificuldade gerada pelainexistência de uma história produtiva de interlocução entre os promotores de feiras e aEmbratur.Isto se explica com certa facilidade: a história de relacionamento entre estespromotores e as entidades e organismos de promoção internacional <strong>do</strong> país e aí<strong>no</strong>vamente vale a tese de que este investimento sempre é protagoniza<strong>do</strong> por recursosfederais, pois se trata basicamente de Itamaraty e Apex, e posteriormente de Embraturnão é uma história de muito sucesso. Apesar de momentos muito interessantesvivi<strong>do</strong>s pelo setor de feiras ao longo desses a<strong>no</strong>s to<strong>do</strong>s, há uma divergênciainsuperável de conceitos entre estes agentes econômicos: enquanto os promotoresdefendem que os recursos federais de promoção devem ser destina<strong>do</strong>s aos eventosportanto gerencia<strong>do</strong>s pelos próprios promotores organizações como a Apex destinamrecursos, até por determinação legal, a entidades representativas de setoreseconômicos.Esta divergência de opções, não superada até o presente momento, impactounegativamente o início <strong>do</strong> programa gerencia<strong>do</strong> pela Embratur, que entrava neste


57processo em 2003, sem nenhuma relação com a história anterior. Na realidade, oprograma da Embratur, por ser o que mais se aproxima da reivindicação destesegmento, na medida em que promove <strong>no</strong> exterior as feiras realizadas <strong>no</strong> Brasil, acabapor se credenciar como eficaz perante o merca<strong>do</strong>, mas suas dimensões ainda estão pormostrar-se na plenitude.Ainda quanto ao tema <strong>Turismo</strong> de Negócios e Eventos, vale retomar umcomentário <strong>do</strong> início deste trabalho: a história de promoção <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong>exterior, além de instável e errática, <strong>no</strong>s poucos momentos em que ganhou algumaconsistência em volume, foi marcada pelo binômio recursos naturais e lazer. Estebinômio, além de remontar à tristemente histórica Festa de Rouen, já tinha sua morteanunciada, enquanto instrumento capaz de ampliar e protagonizar o desenvolvimentoconsistente de desti<strong>no</strong>s turísticos há pelo me<strong>no</strong>s duas décadas. Credito parteimportante <strong>do</strong>s expressivos resulta<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s sucessivos recordes, tanto em volume depassageiros estrangeiros como em ingresso de moeda estrangeira, a esta opção quetomamos logo ao início <strong>do</strong> programa: criar finalmente neste País um programa paradisputar merca<strong>do</strong> internacional, neste segmento.


583. APOIO À COMERCIALIZAÇÃO3.1 BUREAUX DE COMERCIALIZAÇÃOUma das estratégias da Embratur, ten<strong>do</strong> por objetivo ampliar os canais dedistribuição <strong>do</strong>s produtos turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior, e ao mesmo tempo, fomentara organização <strong>do</strong>s segmentos <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> turístico em entidades representativas, foi acriação <strong>do</strong>s Bureaux de <strong>Comercial</strong>ização.Esta estratégia nasceu da constatação de que, sem estes Bureaux, seriaimpossível superar um dilema que atrasava há décadas as ações de promoção: nãohavia instrumento, sob a égide da legislação que regula as ações de investimento comrecursos federais, que <strong>no</strong>s permitisse inserir os agentes econômicos, por meio de seusprodutos e serviços, <strong>no</strong>s materiais promocionais. E nada mais ineficaz que as belasfotos que o Brasil usava antigamente, com paisagens lindas, e slogans bemelabora<strong>do</strong>s, mas que não traziam um instrumento sequer telefone, site, endereçoque permitisse ao público, fossem profissionais, fossem consumi<strong>do</strong>res finais, acessaros desti<strong>no</strong>s ou produtos promovi<strong>do</strong>s.Com base na experiência <strong>do</strong>s CVBs, já narrada <strong>no</strong> capítulo anterior, lançamos oprograma <strong>do</strong>s Bureaux de <strong>Comercial</strong>ização, que nada mais são <strong>do</strong> que umaorganização que reúne, sob a bandeira da promoção internacional, empresas que, <strong>no</strong>merca<strong>do</strong> local, concorrem entre si.Essas organizações passam a atuar como parceiras da Embratur na conquista<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional, por serem entidades de direito priva<strong>do</strong>, sem fins lucrativos ede interesse público, controladas em sua maioria por opera<strong>do</strong>ras de turismo, capazesde multiplicar resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong> junto às comunidades,organizações e membros da cadeia produtiva local.Consolidadas as parcerias, estas empresas, por meio de seus representanteseleitos, configuran<strong>do</strong> um Bureau, definem em conjunto com a Embratur uma agenda departicipações em feiras, eventos e missões internacionais, pois junto à promoção e


59divulgação <strong>do</strong>s produtos brasileiros também são realiza<strong>do</strong>s negócios entre os agentes<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Começávamos aqui a criar mais um <strong>no</strong>vo processo de superação depráticas já desgastadas: os Bureaux e suas agendas, soma<strong>do</strong>s a outras iniciativas queainda serão descritas aqui, conformam uma agenda brasileira de promoção,começan<strong>do</strong> a deixar para trás o perío<strong>do</strong> em que a única atuação <strong>do</strong> país <strong>no</strong> exterioreram a participação em 15 feiras anuais.Além da missão de conquistar o merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong>, internamente os Bureaux sãoresponsáveis pela orientação conceitual, padronização de conduta e instrução <strong>do</strong>s seusassocia<strong>do</strong>s para que o serviço presta<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> seu segmento seja de alta qualidade.Até junho de 2006, cinco Bureaux encontravam-se em operação:- Bureau Nacional de <strong>Turismo</strong> de Golfe (convênio assina<strong>do</strong> em 11/2003);- Bureau <strong>Brasileiro</strong> de Pesca Esportiva (convênio assina<strong>do</strong> em 04/2005);- Bureau <strong>Brasileiro</strong> de Resorts (convênio assina<strong>do</strong> em 08/2003);- Bureau Brasil de Ecoturismo (convênio assina<strong>do</strong> em 09/2005 );- Bureau <strong>Brasileiro</strong> de Intercâmbio (convênio assina<strong>do</strong> em 05/2005).A partir de agora, a criação de <strong>no</strong>vos Bureaux deve ser iniciativa <strong>do</strong> tradeespecífico, que pode ser fomenta<strong>do</strong> por ações da Embratur. Entre as estratégiasutilizadas para tal, está o agendamento de reuniões específicas entre agentes e órgãos<strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> Federal, Estadual ou Municipal, além da participação em eventos paraexplicações a respeito das ações promocionais da Embratur em conjunto com seusparceiros.Outras ações <strong>do</strong>s Bureaux são viagens, realizadas com auxílio da Embratur e deseus EBTs <strong>no</strong> exterior, a determina<strong>do</strong>s países-alvo com o objetivo de realizar reuniõescom o trade local, além de palestras informativas, workshops de capacitação, rodadasde negócio e participação em feiras internacionais, caso haja coincidência de datas.Cada Bureau, em conjunto com a Embratur, prepara um material de treinamento(apostilas, apresentações multimídia) que é apresenta<strong>do</strong> a toda uma cadeia produtivade determinada região. Para tal apresentação, os Bureaux convidam opera<strong>do</strong>res deturismo, imprensa, representantes governamentais, de entidades representativas,membros <strong>do</strong> trade específico e possíveis parceiros que possam vir a ajudar <strong>no</strong> aumentoe na qualificação da oferta de produtos <strong>do</strong> segmento.


60O representante <strong>do</strong> Bureau responsável pela missão já deixa o Brasil com asações pré-agendadas. Para tal, conta com o auxílio <strong>do</strong>s EBTs em cada merca<strong>do</strong>prioritário, que auxilia também na preparação das rodadas de negócio e workshops.Entran<strong>do</strong> já em seu quarto a<strong>no</strong> de funcionamento, este programa, soma<strong>do</strong> aosque serão descritos a seguir, trazen<strong>do</strong> em seu bojo como comentei, a criação,finalmente, de uma agenda brasileira de promoção turística, explicita outro conceitoimportante de <strong>no</strong>sso programa e demarca-se outro rompimento com uma práticatradicional e limitada <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1990: enquanto que anteriormente o Brasil se limitava aparticipar em feiras, o que é fundamental, mas insuficiente e já tratei destas limitações<strong>no</strong> item anterior com os Bureaux de comercialização, os seminários, os treinamentosde agentes de viagem e outras ações junto aos canais de distribuição, colocamos aagenda integralmente sob o controle das demandas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> brasileiro.A partir deste momento, tem-se um processo de <strong>no</strong>va qualidade em <strong>no</strong>ssapromoção, pois o segun<strong>do</strong> momento <strong>do</strong> programa, vivencia<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> final de 2005,foi a atuação coordenada de <strong>do</strong>is ou mais Bureaux em um mesmo merca<strong>do</strong>, agrega<strong>do</strong>a atividades <strong>do</strong>s EBTs, Seminários e assim por diante, sob a orientação da Embratur.Está próximo o dia em que o Brasil vai dar o terceiro passo: ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> programa defeiras, que terá cada vez mais um caráter institucional, vamos ampliar estes <strong>no</strong>vosprogramas, para criar uma agenda de caráter comercial exclusivamente brasileira,multi-produtos, regular e perene.Resumo de Ações e Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Bureaux de <strong>Comercial</strong>ização(até set./2006)Feiras Internacionais 18Missões Comerciais 8Workshops Internacionais 19Treinamentos Trade 9Fam Trips 2Quadro 2Resumo de Ações e Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Bureaux de <strong>Comercial</strong>ização


613.2 SEMINÁRIOS DESCUBRA O BRASIL, TREINAMENTO DE AGENTES DE VIAGENS E APOIO AEVENTOSO segun<strong>do</strong> programa da Diretoria de <strong>Turismo</strong> de Lazer e Incentivo foi aimplantação, em 2004, <strong>do</strong> Sistema de Promoção <strong>Comercial</strong> <strong>do</strong> Produto Turístico<strong>Brasileiro</strong> <strong>no</strong> Merca<strong>do</strong> Internacional.Conceitualmente, o objetivo principal <strong>do</strong> sistema de promoção comercial éidentificar merca<strong>do</strong>s, criar oportunidades e estabelecer estratégias para promover osprodutos turísticos brasileiros <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional, proporcionan<strong>do</strong> o incrementode negócios através <strong>do</strong> aumento <strong>do</strong> fluxo turístico qualifica<strong>do</strong> com desti<strong>no</strong> ao Brasil,bem como a geração de renda e <strong>no</strong>vos postos de trabalho.O sistema contempla duas vertentes: a primeira diz respeito aos aspectos deinteligência comercial, que foram sen<strong>do</strong> identifica<strong>do</strong>s através de estu<strong>do</strong>s e práticas demerca<strong>do</strong>, relatórios de conjuntura, análise de merca<strong>do</strong>s competi<strong>do</strong>res, identificação deoportunidades de negócios e pesquisas primárias e secundárias para balizamento deda<strong>do</strong>s existentes.Já a segunda refere-se ao apoio à comercialização <strong>do</strong> produto turístico brasileiro<strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional, sobretu<strong>do</strong> naqueles países onde estão instala<strong>do</strong>s osescritórios de turismo, com identificação de opera<strong>do</strong>ras, agências de viagens,jornalistas especializa<strong>do</strong>s, veículos de comunicação efetivos, participação em entidadesde turismo locais, elaboração de base de da<strong>do</strong>s, avaliação das ações implementadas erealização de eventos (seminários, treinamentos, apoio a eventos, Caravana Brasil epress trip).Com base nestas premissas, lançamos os programas que se seguem.3.2.1 Seminário Descubra o BrasilSão eventos realiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s prioritários, defini<strong>do</strong>s pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela,


62ou em merca<strong>do</strong>s potenciais. Os objetivos principais: ampliar o número de opera<strong>do</strong>resque comercializam o produto brasileiro e o número de desti<strong>no</strong>s brasileiroscomercializa<strong>do</strong>s, bem como qualificar a informação acerca <strong>do</strong>s produtos e desti<strong>no</strong>sturísticos brasileiros. Temos como compra<strong>do</strong>res, os opera<strong>do</strong>res destes merca<strong>do</strong>s-alvose como expositores, os opera<strong>do</strong>res de receptivo brasileiros e promotores institucionais<strong>do</strong> Brasil, como gover<strong>no</strong>s estaduais e municipais. São convidadas também companhiasaéreas que fazem a ligação destes desti<strong>no</strong>s com o Brasil.O formato ideal finalmente acorda<strong>do</strong> para este evento tem si<strong>do</strong> a apresentaçãode vídeo/power point sobre os segmentos e alguns desti<strong>no</strong>s turísticos brasileirosaponta<strong>do</strong>s pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela, de forma descontraída, em que o objetivo principal épassar informações gerais sobre o Brasil e aquecer o ambiente para o momentoseguinte, que é a rodada de negócios. Essa fase dura <strong>no</strong> máximo 60 minutos e, naapresentação, são utilizadas muitas imagens, fotos e é realiza<strong>do</strong> sorteio de brindes.O ambiente para a rodada de negócios sempre é monta<strong>do</strong> em sala próxima a fimde facilitar a circulação e garantir a privacidade em cada mesa para as negociações.Esta etapa estende-se <strong>no</strong> máximo por três horas. No encerramento, sempreoferecemos coquetel acompanha<strong>do</strong>, de preferência, de apresentação de música edanças típicas <strong>do</strong> Brasil.O principal papel <strong>do</strong>s EBTs nesse tipo de evento, é a indicação e escolha <strong>do</strong>local e <strong>do</strong> horário mais adequa<strong>do</strong>s, além da seleção criteriosa <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>rescompra<strong>do</strong>res.As demais providências devem estar a cargo de uma empresaorganiza<strong>do</strong>ra de eventos com experiência de atuação <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> a ser realiza<strong>do</strong> oSeminário.Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Seminários Descubra o BrasilANO SEMINÁRIO LOCAL DATANº. DE BUYERS(opera<strong>do</strong>r + imprensanº. de pessoas)2004* INGLATERRA Londres 23/09 80FRANÇA Paris 05/11 1642005* FRANÇA Paris 09/11 175ESTADOS UNIDOS Nova York 22/11 200ESPANHA Madri 02/12 40ALEMANHA Frankfurt 06/12 82


632006 ALEMANHA Frankfurt 14/03 7RÚSSIA Moscou 16/03 54SUÉCIA Estocolmo 21/03 35ITÁLIA Bergamo 24/03 29ESPANHA Madri 04/04 54INGLATERRA Londres 11/04 66MÉXICO Cidade <strong>do</strong> México 09/05 113CANADÁ Montreal 11/05 123CANADÁ Toronto 12/05 94ESTADOS UNIDOS Atlanta 15/05 78ESTADOS UNIDOS Dallas 16/05 26FRANÇA Paris 18/05 90ARGENTINA Cór<strong>do</strong>ba 12 e 13/06 205CHILE Santiago 20/06 213URUGUAI Montevidéu 22/06 116COLÔMBIA Bogotá 25 e 26/08 146* Nos convida<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s de 2004 e 2005 não foi considera<strong>do</strong> o número de jornalistaspresentes <strong>no</strong>s Seminários, apenas opera<strong>do</strong>res.Quadro 3 Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Seminários Descubra o BrasilDa<strong>do</strong>s Resumi<strong>do</strong>sANO Nº. SEMINÁRIOS Nº. PAÍSES TOTAL DE PARTICIPANTES2004 2 2 2442005 4 4 4972006 16 14 1449TOTAL 22 15 2190Quadro 4 Da<strong>do</strong>s Resumi<strong>do</strong>sDa<strong>do</strong>s por PaísPAíS Nº. DE SEMINÁRIOS TOTAL DE PARTICIPANTES1 ALEMANHA 2 1222 ARGENTINA 1 2053 CANADÁ 2 2174 CHILE 1 2135 ESPANHA 2 946 ESTADOS UNIDOS 3 3047 FRANÇA 3 4298 INGLATERRA 2 1469 ITÁLIA 1 2910 MÉXICO 1 11311 RÚSSIA 1 5412 SUÉCIA 1 3513 URUGUAI 1 11614 COLÔMBIA 1 146Quadro 5 Da<strong>do</strong>s por País


643.2.2 Treinamento de Agente de ViagensSão eventos realiza<strong>do</strong>s na área de atuação <strong>do</strong>s EBTs e têm como objetivoprincipal o auxílio na distribuição <strong>do</strong>s produtos turísticos brasileiros, por meio de apoioaos opera<strong>do</strong>res para a apresentação desses produtos à sua rede de agentes deviagem. Este é também um instrumento importante para levar os produtos brasileiros àscidades mais distantes <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s prioritários, onde <strong>no</strong>rmalmente a promoção não éfeita de forma estruturada e planejada.O formato ideal desse evento é a apresentação <strong>do</strong>s segmentos e desti<strong>no</strong>sbrasileiros para os agentes de viagem, feita pelo próprio executivo <strong>do</strong> EBT, seguida deoutra feita por opera<strong>do</strong>res que já comercializam o Brasil naquele merca<strong>do</strong>. Essasapresentações duram <strong>no</strong> máximo duas horas e podem ser finalizadas com um coquetel.Este é um tipo de evento que, em função <strong>do</strong> seu orçamento reduzi<strong>do</strong>, pode ser feito emdiversas cidades, amplian<strong>do</strong> o leque de distribuição da informação. Toda a estrutura <strong>do</strong>evento é operacionaliza<strong>do</strong> pelo executivo <strong>do</strong> EBT.3.2.3 Apoio a EventosSão eventos realiza<strong>do</strong>s em parceria com empresas, <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s prioritários, etêm <strong>do</strong>is formatos e objetivos distintos:1. Evento em parceria com opera<strong>do</strong>r, auxilian<strong>do</strong> na distribuição de seus produtospara sua rede de contatos naquele merca<strong>do</strong>. Toda a responsabilidade deorganização e de seleção <strong>do</strong>s agentes é <strong>do</strong> opera<strong>do</strong>r, fican<strong>do</strong> o EBT apenasresponsável pela apresentação institucional. Geralmente existe apoio financeiro pararealização de um coquetel. Este é um instrumento importante de relacionamento comos opera<strong>do</strong>res que já vendem o Brasil e muito adequa<strong>do</strong> também para esta<strong>do</strong>s emunicípios.2. Apoio a empresas para exposição junto ao público final <strong>do</strong> desti<strong>no</strong>, geralmente


65feitos com galerias de arte, rede de lojas, supermerca<strong>do</strong>s e empresas que trabalhamcom comercialização de produtos brasileiros. Aqui, a parceria Embratur-Apex temsi<strong>do</strong> o destaque, com menção especial às atividades desenvolvidas na Inglaterra em2004, na França e <strong>no</strong> Oriente Médio em 2005, e na Alemanha em 2006.As ações praticadas, em sua grande maioria, não são <strong>no</strong>vas quanto ao seuformato, porém apresentam diferenças quanto a sua abordagem, sistematização eoperacionalização. A <strong>no</strong>vidade reside <strong>no</strong> fato de que a escolha das ações se dá emfunção <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s prioritários, <strong>do</strong> tipo de público, das ações complementaresrealizadas em cada país e também <strong>do</strong> interesse <strong>do</strong>s parceiros na realização das ações,tais como esta<strong>do</strong>s, entidades (como FBCVB, Braztoa e Bito) e companhias aéreas,entre outros.Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s até o momento, decorri<strong>do</strong>s quase <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s daapresentação da <strong>no</strong>va imagem <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior, têm demonstra<strong>do</strong> o acerto nessestipos de ações. Novos opera<strong>do</strong>res, jornalistas especializa<strong>do</strong>s e agências de turismo têmparticipa<strong>do</strong>, inicia<strong>do</strong> ou incrementa<strong>do</strong> o processo de comercialização <strong>do</strong> produtoturístico brasileiro. Em todas as apresentações, percebe-se a participação de grandesplayers <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s em questão.Esse processo tende a aproximar e estabelecer relações de confiança junto aosopera<strong>do</strong>res estrangeiros. Porém, cabe destacar que não se trata de um processoisola<strong>do</strong>; está amplamente integra<strong>do</strong> com as demais ações desenvolvidas pelaEmbratur, tais como: feiras, captação de eventos, caravanas, escritórios, relaçõespúblicas e marketing, e aí gera uma <strong>no</strong>va conseqüência: a fidelização de opera<strong>do</strong>res edemais parceiros <strong>do</strong> trade internacional.3.2.4 Treinamento On LineOs programas de apoio à comercialização chegaram à sua <strong>no</strong>va geração com ainserção de tec<strong>no</strong>logias consagradas pelo merca<strong>do</strong> <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> da Embratur. Otreinamento de agentes de viagem não é uma criação brasileira, ao contrário, é uma


66das atividades que <strong>no</strong>ssos profissionais, vivencia<strong>do</strong>s na disputa de merca<strong>do</strong>,conheceram como convida<strong>do</strong>s de opera<strong>do</strong>ras nas quais trabalharam, ou de desti<strong>no</strong>sque promoveram. Nossa decisão de implantar o programa ocorreu após constatarmosque, embora estivéssemos amplian<strong>do</strong> a inserção <strong>do</strong> Brasil em todas as áreas possíveisde se envolverem na comercialização de produtos e serviços brasileiros, estávamosesbarran<strong>do</strong> em um limite muito objetivo: o profissional que está na ponta da linha, <strong>no</strong>atendimento direto ao consumi<strong>do</strong>r, não estava prepara<strong>do</strong> para vender estes produtos eserviços aos seus clientes. E isto se dava por razões bastante objetivas: com umcotidia<strong>no</strong> geralmente marca<strong>do</strong> por ganhos fixos peque<strong>no</strong>s e comissões por volume devendas, estes profissionais, majoritariamente jovens, tendem a buscar uma venda maisrápida e fácil, portanto ligada a produtos que conhecem.Ora, ten<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong> este programa com treinamentos presenciais, observamos areação rápida e positiva <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> a eles. Junto a centenas de agencias de viagem,não apenas <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s principais defini<strong>do</strong>s pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela, mas também <strong>no</strong>smerca<strong>do</strong>s secundários, atendi<strong>do</strong>s pelos EBTs ou não, começam a surgir demandas portreinamento e capacitação. A partir de um certo momento, <strong>no</strong>ssa estrutura passou aviver um agradável problema: não dispúnhamos mais de capacidade física para atendera demanda que não parava de crescer. Neste momento, a opção por passarmos autilizar um sistema que já vinha sen<strong>do</strong> pratica<strong>do</strong> com sucesso por várias instituiçõeseducacionais <strong>do</strong> país, com sucesso, o treinamento on-line, apresentou-se como soluçãoextremamente adequada.Juntamente com a Fundação Getulio Vargas (FGV), desenvolvemos um sistemamuito bonito, amigável, em vários idiomas, utilizável e atualizável via internet, paratreinar agentes de viagem em:- como informar a clientes e a si próprios sobre o Brasil;- como desenvolver e promover roteiros e produtos brasileiros junto a seus clientes;- como participar da agenda de promoção <strong>do</strong> país.Lança<strong>do</strong> em setembro de 2006, envolven<strong>do</strong> <strong>no</strong> primeiro momento os agentes deviagem de Espanha, Portugal, Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Chile , Colômbia e Peru, o programateve 710 inscritos nestes 6 países. Conta com 5 módulos, sen<strong>do</strong> 3 de conteú<strong>do</strong>, to<strong>do</strong>sbasea<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela, soma<strong>do</strong>s a um de apresentação e um de avaliação final.


68Figura 2Site Descubra o Brasil


69Já <strong>no</strong> início de 2007, os primeiros certifica<strong>do</strong>s de conclusão de curso foramentregues pela presidente da Embratur aos profissionais de Portugal e Espanha queconcluíram o curso, durante a realização das respectivas feiras naqueles países BTLe Fitur. Vejam que, a cada <strong>no</strong>vo programa e a cada <strong>no</strong>va etapa vencida de construçãode um programa de relacionamento com o merca<strong>do</strong> internacional, <strong>no</strong>ssos estandes emfeiras vão ganhan<strong>do</strong> outra agenda, com uma <strong>no</strong>va qualidade.Este é um <strong>do</strong>s mais <strong>no</strong>vos programas da Embratur, que recém está inician<strong>do</strong> suasegunda etapa, mas é interessante aqui comentar um e-mail recebi<strong>do</strong> de um agenteportuguês que, ao fazer seu trabalho final para avaliação <strong>do</strong>s tutores, ten<strong>do</strong> queorganizar um roteiro <strong>no</strong> Brasil a partir <strong>do</strong> que aprendera, <strong>no</strong>s informou que acabara devender aquele roteiro a um casal de clientes.3.3 PROJETO EXCELÊNCIA EM TURISMO: APRENDENDO COM AS MELHORES EXPERIÊNCIASINTERNACIONAISO projeto Excelência em <strong>Turismo</strong>: Aprenden<strong>do</strong> com as Melhores ExperiênciasInternacionais foi lança<strong>do</strong> pela Embratur em 2005 e desenvolvi<strong>do</strong> por meio de umaparceria institucional com o Sebrae Nacional, ten<strong>do</strong> conta<strong>do</strong> com a Braztoa comoparceira executora <strong>do</strong> projeto. Aplica<strong>do</strong> pela primeira vez <strong>no</strong> Brasil, o projeto baseia-se<strong>no</strong> conceito de benchmarking e consiste na ação de identificar, aprender e adaptarpráticas e processos reconheci<strong>do</strong>s pela qualidade e excelência em setores específicos,seja em organizações privadas ou em desti<strong>no</strong>s.É importante destacar que desenhamos e implementamos o primeiro projeto debenchmarking para desti<strong>no</strong>s turísticos <strong>do</strong> Brasil visan<strong>do</strong> acelerar o processo demelhoria da qualidade <strong>do</strong> produto turístico brasileiro, a tempo de conseguir atender àsdemandas e exigências <strong>do</strong>s turistas internacionais que crescentemente visitam o país.Esta necessidade ficou evidente quan<strong>do</strong>, em decorrência <strong>do</strong> expressivo crescimento dachegada de estrangeiros ao país, marcada também pela diversificação de desti<strong>no</strong>sprocura<strong>do</strong>s, verificamos que era necessário rapidamente proporcionar aos profissionais


70envolvi<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s diversos segmentos da cadeia produtiva, uma vivência com os mesmospadrões de atendimento, comercialização e promoção, aos quais estes clientesestavam acostuma<strong>do</strong>s <strong>no</strong> exterior.Benchmarking é uma palavra que passou a ser bastante conhecida a partir daúltima década <strong>do</strong> século XX. Trata-se de uma abordagem gerencial para identificarquem é melhor? e o que os leva a tanto sucesso? . Essa prática vem ganhan<strong>do</strong> muitapopularidade, tanto na indústria quanto nas organizações presta<strong>do</strong>ras de serviços. Nateoria da administração, benchmarking é usualmente posiciona<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> umaextensão de um programa de qualidade total, a partir <strong>do</strong> qual é possível implementarpadrões de maior eficiência e desempenho como um to<strong>do</strong>. Entende-se essa ação,portanto, como uma maneira de se melhorar as atividades e os negócios, processos e opróprio gerenciamento da empresa.Para o desenho <strong>do</strong> Excelência em <strong>Turismo</strong> levamos em consideração anecessidade de adaptação da meto<strong>do</strong>logia para que fosse possível atender àsparticularidades <strong>do</strong>s empresários que respondem pelos segmentos <strong>do</strong> turismo brasileiroprioritários para promoção internacional, de acor<strong>do</strong> com o Pla<strong>no</strong> Aquarela.A essência <strong>do</strong> benchmarking consiste na idéia de que nenhuma organização oudesti<strong>no</strong> é o melhor em tu<strong>do</strong>, o que implica reconhecer que existe alguém dentro <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> que pode fazer melhor. A prática não significa um evento isola<strong>do</strong>, o qualocorre uma única vez. Não significa uma investigação que fornece respostas simples ereceitas prontas. Não é uma cópia ou imitação. Não é mais um modismo daadministração. Trata-se de uma ferramenta viável que fornece informações úteis paramelhorar praticamente qualquer atividade de negócios, a partir de um processo deaprendiza<strong>do</strong> com os outros, uma busca pragmática de idéias.O planejamento <strong>do</strong> Excelência em <strong>Turismo</strong> seguiu estes conceitos teóricos etrouxe à prática a possibilidade <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res de turismo receptivo <strong>do</strong> Brasilobservarem e compararem práticas similares às suas, em países de reconhecimentointernacional por excelência em segmentos turísticos prioritários para promoçãointernacional, dan<strong>do</strong> início ao processo de melhoria <strong>do</strong>s produtos que oferecem aosturistas internacionais.No primeiro a<strong>no</strong> de execução <strong>do</strong> projeto, ou seja, em 2005, foram seleciona<strong>do</strong>s e


71atendi<strong>do</strong>s 70 opera<strong>do</strong>res com origem e atuação em 20 esta<strong>do</strong>s brasileiros, queparticiparam das seguintes viagens técnicas:1. Costa Rica excelência em Ecoturismo, com ênfase para gestão de ParquesNacionais e esportes pratica<strong>do</strong>s na natureza, além da observação <strong>do</strong> processo decomercialização internacional a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> com sucesso;2. Peru excelência em Ecoturismo, com ênfase na logística de turistas em áreas dedifícil acesso (região Amazônica) e observação de aves;3. México excelência em Mergulho, com ênfase na inclusão da prática <strong>do</strong> esportena cadeia de comercialização <strong>do</strong> produto turístico;4. Espanha excelência em <strong>Turismo</strong> Cultural, com ênfase na formatação de rotas eroteiros turísticos, envolven<strong>do</strong> patrimônios nacionais e/ou mundiais da Humanidade;5. Nova Zelândia excelência em turismo de aventura, certificação ecomercialização da atividade;6. Argentina excelência em pesca esportiva em águas interiores. Também <strong>no</strong> focoda promoção internacional desse produto em especial.O projeto, além de subsidiar parte <strong>do</strong>s investimentos <strong>do</strong>s empresáriosparticipantes das viagens técnicas, desenvolveu também toda a meto<strong>do</strong>logia de apoioao opera<strong>do</strong>r <strong>no</strong> processo inicial de aplicação dessa <strong>no</strong>va ferramenta. Durante as visitasaos países, os empresários são acompanha<strong>do</strong>s por <strong>do</strong>is consultores técnicos, umnacional e um internacional, que dão suporte à aplicação <strong>do</strong> processo de benchmarkingem sua empresa. A partir de então, existem determinações acordadas entre osparticipantes e as entidades organiza<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> projeto em relação a direitos e deveres.Por parte <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res, cabe realizar <strong>no</strong> mínimo três iniciativas de multiplicação <strong>do</strong>aprendiza<strong>do</strong> em suas localidades de atuação. Eles são orienta<strong>do</strong>s a liderarem aorganização <strong>do</strong> evento, seja ela uma oficina, uma palestra ou um workshop. Aosgestores <strong>do</strong> projeto, a responsabilidade está na entrega de materiais técnicos finais,como <strong>do</strong>is vídeos completos sobre a visita, um relatório técnico completo, bem comouma apresentação em power point padrão que compila os principais pontosobserva<strong>do</strong>s.Além disso, os empresários são monitora<strong>do</strong>s por meio das Unidades Estaduais<strong>do</strong> Sebrae e também por relatório trimestral de avaliação cobra<strong>do</strong> pela Braztoa. Essas


72informações são compiladas e acompanhadas trimestralmente pelas instituiçõesgestoras <strong>do</strong> projeto.To<strong>do</strong>s os números e relatórios finais seguem os indica<strong>do</strong>res de resulta<strong>do</strong>spreviamente estabeleci<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s aponta<strong>do</strong>s e a avaliação final <strong>do</strong>a<strong>no</strong> de 2005 foram positivos e mostraram indicativos de que o projeto deveria sermanti<strong>do</strong>. No entanto, apesar de to<strong>do</strong> o sucesso obti<strong>do</strong> e comprova<strong>do</strong> por meio dereuniões e oficinas de trabalho com os participantes <strong>do</strong> projeto, as instituiçõesorganiza<strong>do</strong>ras avaliaram também a necessidade de aprimorar estratégias, tais como ade buscar melhorar ainda mais a meto<strong>do</strong>logia de benchmarking até então aplicada.Em 2006, o projeto lança<strong>do</strong> em março, apresentou os aprimoramentos na linhaestratégica. A meto<strong>do</strong>logia de benchmarking de apoio ao empresário durante suaparticipação <strong>no</strong> projeto, bem como orientações para dar seguimento à ferramenta naprática diária de sua empresa ganhou aperfeiçoamentos. O objetivo é tornar o projetocada vez mais eficaz e preciso <strong>no</strong> apoio ao empresário, quan<strong>do</strong> falan<strong>do</strong> dapossibilidade de se aumentar a qualidade <strong>do</strong> produto turístico que é ofereci<strong>do</strong> <strong>no</strong> Brasilao turista internacional.Em 2006 foram realizadas quatro viagens técnicas ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> atendidas 45empresas:1. África <strong>do</strong> Sul excelência em ecoturismo, gestão e uso de Parques Nacionais;2. Caribe San Martin excelência em Sol e Praia;3. Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s excelência em Negócios e Eventos;4. Espanha excelência em Eventos Esportivos e Culturais.O principal objetivo <strong>do</strong> projeto é incentivar o opera<strong>do</strong>r de turismo receptivo local amelhorar a qualidade <strong>do</strong>s serviços executa<strong>do</strong>s e ofereci<strong>do</strong>s ao turista internacionalquan<strong>do</strong> de sua visita ao Brasil.O resulta<strong>do</strong> final será não só produtivo para oempresário participante, mas também para o país como um to<strong>do</strong>, uma vez que mais de50 desti<strong>no</strong>s turísticos de to<strong>do</strong> o território nacional já estão envolvi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> processo demelhoria contínua de suas atividades e negócios internacionais.


733.4 ESCRITÓRIOS BRASILEIROS DE TURISMOS (EBTS)O marco referencial da implantação de escritórios de turismo <strong>no</strong> exterior remontaao inicio da década de 1920 por parte da França, e de 1929 pela Espanha. Não porcoincidência, sempre foram destes mesmos países as primeiras posições <strong>no</strong> ranking daOMT como principais desti<strong>no</strong>s turísticos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.A iniciativa brasileira de implantação de seus escritórios começou em mea<strong>do</strong>s<strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1980, em países como Alemanha (Frankfurt), Itália (Milão), Espanha (Madri) eEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (Nova York). Com um trabalho desenvolvi<strong>do</strong> por consultorescontrata<strong>do</strong>s pela Embratur, em uma situação muito semelhante à atual, os escritóriosfuncionaram por alguns a<strong>no</strong>s. Os relatórios mostram que os resulta<strong>do</strong>s ficaram aquém<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s <strong>no</strong> acréscimo de entrada de turistas estrangeiros <strong>no</strong> Brasil. Para citarapenas alguns <strong>do</strong>s motivos que relatam o desempenho media<strong>no</strong> cita<strong>do</strong> naquelaprimeira tentativa, poderíamos destacar: a falta de continuidade <strong>do</strong>s programas e a nãoexistência de uma seqüência lógica de programas de promoção internacional; odirecionamento equivoca<strong>do</strong> das ações, pois o foco central era o de efetuar açõesinstitucionais, fato liga<strong>do</strong> a concepção vigente quanto ao papel da Embratur naqueleperío<strong>do</strong>.Infelizmente não há <strong>do</strong>cumentos disponíveis <strong>no</strong>s arquivos da Embratur alémdestes relatórios, mas pode-se inferir, pelas informações disponíveis <strong>no</strong>s balanços deencerramento de exercício anual daquele perío<strong>do</strong>, que o programa foi aborta<strong>do</strong> por nãofazer parte de uma estratégia de atuação <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional que contasse comoutros programas de apoio. Isola<strong>do</strong>s e sem recursos para integrar-se em uma políticade promoção <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior, esta primeira experiência não deixou literatura ouhistória gerencial.O quadro abaixo demonstra a estrutura de alguns concorrentes <strong>no</strong> contexto <strong>do</strong>merca<strong>do</strong> turístico internacional e suas estruturas de funcionamento:


74Estrutura de Funcionamento de Concorrentes Turísticos InternacionaisEscritórios Funcionários Início das Operações<strong>no</strong> Mun<strong>do</strong> (2005) <strong>no</strong> Exterior (2005)FRANÇA 33 280 década de 1920, em BarcelonaESPANHA 31 208 1929, em Londres e ParisMÉXICO 17 50 1952, em Nova YorkARGENTINA 04 08 1991 em MiamiÁFRICA DO SUL 09 41 década de 1950, em LondresCHINA 16 30 -Quadro 6 Estrutura de Funcionamento de Concorrentes Turísticos InternacionaisPelos da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s, podemos observar que o Brasil encontra-se com umaconsiderável necessidade de melhoria nesse quesito, pois grandes concorrentesapresentam estruturas de promoção comercial há mais de 80 a<strong>no</strong>s, o que facilita suaatuação e a consolidação de suas ações <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s alvo.Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da OMT, em 2003, a França, precursora na modalidade deescritório de turismo <strong>no</strong> exterior, recebeu 75 milhões de turistas estrangeiros. Já aEspanha contou com 52,5 milhões e o México, com 16 escritórios, atingiu a marca de18,7 milhões de turistas internacionais. Registre-se sempre, para não gerarmos leiturasapressadas e equivocadas, que, majoritariamente, estes países recebem visitantes deseus vizinhos, pois seus passageiros, segun<strong>do</strong> pesquisas, voam, até duas horas e meiapara chegar a seus desti<strong>no</strong>s.No caso <strong>do</strong> Brasil, a estratégia de implantação <strong>do</strong>s EBTs levou em consideraçãoas definições apontadas tanto pelo Pla<strong>no</strong> Nacional de <strong>Turismo</strong>, quanto pelo Pla<strong>no</strong>Aquarela. Nesse último, vale relembrar, foram identifica<strong>do</strong>s 16 merca<strong>do</strong>s prioritários,países esses que são os maiores emissores de turistas ao Brasil ou países com grandepotencial de emissão. Por meio <strong>do</strong>s EBTs e <strong>do</strong>s Comitês Descubra Brasil (implanta<strong>do</strong>sem toda a América <strong>do</strong> Sul), os vinte maiores países emissores de turistas ao Brasilestão cobertos e contempla<strong>do</strong>s pelas atividades estabelecidas na agenda de promoçãocomercial <strong>do</strong> turismo brasileiro.No caso da implantação <strong>do</strong>s EBTs, a estratégia foi executada por etapas,haven<strong>do</strong> o desenvolvimento em <strong>do</strong>is estágios. O primeiro foi efetua<strong>do</strong> por meio deparceria com a FBC&VB, na qual a estratégia central era realizar uma primeiraaproximação junto ao merca<strong>do</strong> local, inician<strong>do</strong> o uso de ferramentas de relacionamento.


75O foco era centra<strong>do</strong> na atuação <strong>do</strong> executivo responsável pelo Escritório e na formacomo ele se relacionaria com o merca<strong>do</strong> de forma geral. No segun<strong>do</strong> momento, após<strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s de trabalho, ao perceber as oportunidades desse sistema e a necessidade dei<strong>no</strong>vações, decidimos passar para um segun<strong>do</strong> modelo. Realizamos um processolicitatório, com o objetivo de contratar uma empresa especializada em marketingpromocional, que se aproveitaria de sua expertise na área de marketing para efetivartransferência de cultura gerencial e de ferramentas de gestão i<strong>no</strong>va<strong>do</strong>res ao programaem questão. Uma vez finalizada a licitação e contratada a empresa, estabelecemosuma <strong>no</strong>va estratégia de merca<strong>do</strong>. A mudança de modelo foi possível por meio de umestu<strong>do</strong> detalha<strong>do</strong> a respeito das ações e <strong>do</strong> tempo que era necessário para arealização de cada uma das atividades, bem como uma análise porme<strong>no</strong>rizada darelação custo-benefício <strong>do</strong> conjunto de projetos postos em prática, com o executivopassan<strong>do</strong> a ser um profissional volta<strong>do</strong> exclusivamente para atendimento erelacionamento com o merca<strong>do</strong> turístico, consolidan<strong>do</strong> contato com opera<strong>do</strong>res,companhias aéreas e agências de viagem. Para assumir a lacuna até então cobertapelos executivos <strong>no</strong> modelo anterior, a Embratur fez mais uma licitação, e contratamosduas agências de relações públicas que se responsabilizam pela abordagem,relacionamento e contatos com a imprensa e forma<strong>do</strong>res de opinião.A agenda <strong>do</strong> EBT compreende portanto:- Contato com Opera<strong>do</strong>res de <strong>Turismo</strong>;- Contato com Agentes de Viagem;- Contato com Profissionais e Meios de Comunicação;- Contato com Decision Makers na área de Incentivos;- Contato com Decision Makers em relação a Eventos Asociativos;- Contato com Decision Makers em relação a Eventos Corporativos;- Participação em Eventos de Promoção constantes da agenda da Embratur;- Participação em Eventos de Promoção gera<strong>do</strong>s por outros players, brasileiros ouestrangeiros;- Elaboração e envio ao Brasil de um conjunto de informações e análises.Outro componente implanta<strong>do</strong> na segunda fase foi a constituição de uma equipede apoio com base em Brasília, a qual sistematiza as informações necessárias para as


76tomadas de decisões, bem como gerencia atividades básicas para o bomfuncionamento <strong>do</strong> modelo, como ferramenta informatizadas e atualizadas on lineorganizan<strong>do</strong> todas as informações necessárias para <strong>no</strong>sso conhecimento qualifica<strong>do</strong><strong>do</strong>s atores com quem <strong>no</strong>s relacionamos <strong>no</strong> exterior. Essa ferramenta também organizaa agenda de to<strong>do</strong>s os executivos <strong>no</strong> exterior, de mo<strong>do</strong> a permitir que suas atividadessejam monitoradas e acompanhadas diariamente pelos gestores <strong>do</strong> processo.Toda a atividade é gerenciada com base <strong>no</strong>s indica<strong>do</strong>res de resulta<strong>do</strong>sestabeleci<strong>do</strong>s, visan<strong>do</strong> atingir as metas definidas <strong>no</strong> PNT. Dessa forma, os EBTscomplementam e integram-se com to<strong>do</strong> o trabalho da equipe Embratur, acompanha<strong>do</strong>scom relatórios periódicos de merca<strong>do</strong>, articulan<strong>do</strong>-se com:1. as agendas promocionais;2. o programa de treinamento de opera<strong>do</strong>res e agente de viagens;3. o apoio a eventos estratégicos <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>;4. os seminários Descubra o Brasil;5. a definição <strong>do</strong> público e locais a serem visita<strong>do</strong>s pelo programa Caravana Brasil osPress Trips;6. a participação em feiras de turismo e feiras comerciais; e finalmente com7. a captação e a promoção de eventos internacionais.


77Figura 3 Agenda Gestor NovembroFigura 4 Agenda Gestor DezembroAtualmente, os EBTs em funcionamento são:- Portugal - com base em Lisboa;- Espanha - com base em Madrid;


78- França - com base em Paris;- Itália - com base em Milão;- Inglaterra - com base em Londres;- Alemanha - com base em Frankfurt;- Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América - com base em Nova York;- Japão - com base em Tókio;- América Latina - com base em Brasília.Notem que a base <strong>do</strong> EBT não é necessariamente a capital política <strong>do</strong> país emque está situa<strong>do</strong>, mas necessariamente tem que ser a capital econômica. Por isso adecisão por Milão e Frankfurt, em detrimento de Berlim e Roma.Foto 5EBT LisboaFoto 6EBT Lisboa


79Outro tema a destacar é o EBT da América Latina: nós decidimos lançar oprograma com ele, por acreditarmos que tínhamos que começar com <strong>no</strong>ssos vizinhos,para demonstrar a importância que damos a <strong>no</strong>ssa região, e mais ainda, porquesabíamos que o conjunto de programas que estávamos implantan<strong>do</strong> iria um dia,finalmente, desmentir o velho discurso <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1990, de que o Brasil estavacondena<strong>do</strong> a ser um eter<strong>no</strong> desti<strong>no</strong> apenas para lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>s. Nós tínhamosabsoluta confiança de que, com o tempo e o desenvolvimento de <strong>no</strong>ssas iniciativas,iríamos obter a superação <strong>do</strong>s lati<strong>no</strong>-america<strong>no</strong>s pelos europeus em termos de númerode visitantes, e como conseqüência assistiríamos a um crescimento importante <strong>do</strong>ingresso de divisas. Foi com emoção, portanto, mas sem surpresas, que <strong>no</strong>ssa equiperecebeu a famosa manchete <strong>do</strong> jornal O Globo sobre o tema, ao início de 2005.Gostaria de registrar ainda, que o lançamento <strong>do</strong> EBT para América Latina em11 de setembro não estava relaciona<strong>do</strong> ao atenta<strong>do</strong> terrorista em Nova York, mas, sim,era uma homenagem <strong>no</strong>ssa a Salva<strong>do</strong>r Allende, assassina<strong>do</strong> nesta data, em 1973, pelofascismo chile<strong>no</strong>. Era <strong>no</strong>ssa maneira de dizer, para os que quisessem compreender,que tínhamos consciência de <strong>no</strong>sso la<strong>do</strong> neste processo, e mais, que tínhamosconsciência <strong>do</strong> que pretendíamos, ao relançar a imagem <strong>do</strong> Brasil ao re<strong>do</strong>r de <strong>no</strong>ssocontinente. A decisão seguinte, de lançar os Comitês Descubra Brasil por to<strong>do</strong> ocontinente (após analisarmos porque não vingaram os antigos Comitê Visit Brasil aore<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, cujo único sobrevivente foi o da Argentina) se deu na mesma linha: emse tratan<strong>do</strong> de América Latina, era fundamental criar uma estrutura orgânica deatuação, sob <strong>no</strong>ssa coordenação, com sustentação em bases locais, a cada país, a fimde mostrar claramente <strong>no</strong>sso compromisso com a região.Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> o mais polêmico e discuti<strong>do</strong> programa implanta<strong>do</strong> neste perío<strong>do</strong>, osEBTs foram ganhan<strong>do</strong> apoio e sustentação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, na medida em que, comoprevíamos, seus resulta<strong>do</strong>s foram se tornan<strong>do</strong> visíveis para o merca<strong>do</strong>, para asociedade e para o gover<strong>no</strong>. O ganho de escala nas ações da Embratur, e osresulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s ao país, como demonstramos abaixo, acabaram por serreconheci<strong>do</strong>s e premia<strong>do</strong>s, como dito antes, <strong>no</strong> 11º Concurso I<strong>no</strong>vação na GestãoPública Federal, promovi<strong>do</strong> pela Enap. Foi a primeira vez que a Embratur ganhou esteprêmio.


803.5 CARAVANA BRASILO projeto Caravana Brasil surgiu <strong>no</strong> desafio de identificar quais produtosbrasileiros tinham potencial de promoção <strong>no</strong> exterior e quem eram os responsáveis pelasua promoção. Em uma primeira análise, baseada em pesquisas pela Internet comentidades <strong>do</strong> setor, feiras de turismo e brochuras de opera<strong>do</strong>res brasileiros eestrangeiros, ficou claro que o Brasil estava sen<strong>do</strong> comercializa<strong>do</strong> com poucos produtose por poucas empresas. Isso data ainda de 2003, quan<strong>do</strong> não havia si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> oPla<strong>no</strong> Aquarela Marketing Turístico Internacional.A missão passou a ser construir uma ferramenta de promoção que tivessecontinuidade, atendesse aos opera<strong>do</strong>res brasileiros e internacionais e mostrasse oBrasil inteiro, com toda a sua diversidade.Para essa tarefa surgiu oportunamente o apoio de uma associação que estavaformada há certo tempo e tinha necessidade de se promover com mais força <strong>no</strong>exterior: a Associação Brasileira de Resorts (ABR), posteriormente conhecida comoResorts Brasil. Elaboramos em conjunto um pla<strong>no</strong> de trabalho para a operação <strong>do</strong>projeto Caravana Brasil, que surgiu com os seguintes objetivos:- Aumentar o número de opera<strong>do</strong>res que vendiam Brasil;- Aumentar o número de desti<strong>no</strong>s ofereci<strong>do</strong>s <strong>no</strong> exterior;- Ser uma ferramenta de apoio à comercialização.Como era claro que o setor de receptivo brasileiro estava distante de <strong>no</strong>vosprodutos, o projeto, em 2003 e até mea<strong>do</strong>s de 2004, concentrou suas saídas para osopera<strong>do</strong>res brasileiros <strong>do</strong> receptivo internacional.As viagens obedeciam a um calendário previamente defini<strong>do</strong> pela Embratur, pormeio da Diretoria de <strong>Turismo</strong> de Lazer e Incentivo. Os grupos eram forma<strong>do</strong>s por umnúmero de 10 a 15 opera<strong>do</strong>res brasileiros, um ou <strong>do</strong>is veículos de imprensa(especializada ou não <strong>no</strong> segmento), um técnico da Embratur, um técnico <strong>do</strong> Mtur, umrepresentante da Infraero e um jornalista da Assessoria de Comunicação (Ascom) da


81Embratur.Para viabilizar o projeto dentro das condições orçamentárias que seapresentavam, e pela relevância <strong>do</strong> mesmo junto ao trade, a Varig concedeu condiçõesexcepcionais de operação e, até mea<strong>do</strong>s de 2004, foi a transporta<strong>do</strong>ra oficial <strong>do</strong>projeto. Devi<strong>do</strong> ao crescimento <strong>do</strong> número de saídas, a partir desse momento a TAM ea TAP passaram a transportar os participantes também.As viagens tinham também apoio logístico e operacional das secretarias ouórgãos de turismo estadual.Em todas as saídas eram previstas rodadas de negócios, onde era possívelaproximar o trade local <strong>do</strong> desti<strong>no</strong> visita<strong>do</strong> <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res participantes <strong>do</strong> projeto. Asrodadas aconteciam em cerca de três a quatro horas e traziam a possibilidade denegócios entre os participantes.Como forma de avaliação das saídas, em toda viagem era aplica<strong>do</strong> umquestionário com perguntas relativas ao desti<strong>no</strong>, ao projeto e a rodada de negócios.Baseadas na tabulação de da<strong>do</strong>s desses questionários foram sen<strong>do</strong> tomadas medidasde ajuste <strong>do</strong> projeto em sua concepção e operação.No segun<strong>do</strong> semestre de 2004, aconteceu a primeira saída <strong>do</strong> projeto comopera<strong>do</strong>res internacionais. Era hora de expandir os horizontes e começar a trazer quemrealmente importava para a comercialização <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior.O objetivo de aumentar o conhecimento <strong>do</strong> produto brasileiro entre osopera<strong>do</strong>res de receptivo nacional vinha sen<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong>. Da<strong>do</strong>s da Braztoa informamque, de 2003 a 2004, o número de associa<strong>do</strong>s liga<strong>do</strong>s ao receptivo internacionalcresceu de 6 para 19 empresas, comprovan<strong>do</strong> que a meta de aumentar o número deopera<strong>do</strong>res vinha sen<strong>do</strong> cumprida. Era hora também de rever os critérios de operaçãodas viagens.Em função disso, na re<strong>no</strong>vação <strong>do</strong> convênio que possibilitava a operação elogística <strong>do</strong> projeto, foi feita uma i<strong>no</strong>vação e a Bito tor<strong>no</strong>u-se parceira oficial para oprojeto Caravana Brasil, a partir de junho de 2005.O fato de ter agora como parceiro uma das entidades mais representativas <strong>do</strong>setor deu maior agilidade e qualidade operacional ao projeto. Em 2005, os números queseguem abaixo comprovaram sua consolidação e sucesso.


82O foco de atuação se fortaleceu <strong>no</strong>s opera<strong>do</strong>res internacionais. Foram cria<strong>do</strong>scritérios mais justos de seleção <strong>do</strong>s participantes junto aos EBTs, com base tambémnas informações <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela, que passou a reger a definição de merca<strong>do</strong>s,desti<strong>no</strong>s e atrativos <strong>no</strong> Brasil.Foto 7Caravana Brasil Estrada RealFoto 8Caravana Brasil Fernan<strong>do</strong> de NoronhaOs resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> projeto, como dito, são satisfatórios. Vejam o quadro com aevolução de 2003 a 2006:Resulta<strong>do</strong>s Projeto Caravana Brasil 2003 2004 2005 2006 TOTALagentes econômicos envolvi<strong>do</strong>s 70 485 866 974 2395desti<strong>no</strong>s visita<strong>do</strong>s 16 86 165 174 441jornalistas especializa<strong>do</strong>s 17 53 13 10 93opera<strong>do</strong>res brasileiros 89 142 43 39 313opera<strong>do</strong>res estrangeiros 0 48 244 279 571Viagens Realizadas 2003 2004 2005 2006 TOTALNacionais 6 11 4 5 26Internacionais 0 8 28 38 74TOTAL 6 19 32 43 100Quadro 7 Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto Caravana Brasil


83A qualidade <strong>do</strong> projeto ainda pode ser analisada pelas informações consolidadasdas pesquisas de opinião e pelo depoimento de alguns participantes <strong>do</strong> projeto, comosegue.A seguir, um resumo geral das informações obtidas com a realização dapesquisa de opinião, com o resulta<strong>do</strong> final da compilação <strong>do</strong>s questionários aplica<strong>do</strong>s a200 opera<strong>do</strong>res de turismo convida<strong>do</strong>s pela Embratur a participar <strong>do</strong> projeto CaravanaBrasil, realizadas até o dia 12 de <strong>no</strong>vembro 2005, visitan<strong>do</strong> diversos esta<strong>do</strong>s brasileiros.Tabela 1Pesquisa de Opinião: Atualização Merca<strong>do</strong>lógicaNa sua opinião, os <strong>no</strong>vos roteiros apresenta<strong>do</strong>s são considera<strong>do</strong>simportantes?Sim 58 76,3%Sim, parcialmente 11 14,5%Não 7 9,2%Total 76 100%Fonte: Embratur/Mtur 2005Nesta questão, buscamos identificar a importância merca<strong>do</strong>lógica <strong>do</strong>s desti<strong>no</strong>sturísticos brasileiros visita<strong>do</strong>s pelo Projeto Caravana Brasil em 2005. Do total derespostas obtidas nesta questão, 76,3% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s responderam que os roteirosapresenta<strong>do</strong>s foram considera<strong>do</strong>s importantes para a diversificação de seus produtos,outros 14,5% afirmaram que esta afirmação é parcialmente verdadeira e apenas 9,2%<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s acreditam que os <strong>no</strong>vos roteiros apresenta<strong>do</strong>s não são importantespara a diversificação da oferta <strong>do</strong>s atrativos nacionais.Tabela 2 Pesquisa de Opinião: Avaliação <strong>do</strong>s Desti<strong>no</strong>s Visita<strong>do</strong>s <strong>Comercial</strong>izaçãoAvalie a preparação <strong>do</strong> desti<strong>no</strong> para a comercialização <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>internacional.Não responderam 39 6,8%Está pronto para ser comercializa<strong>do</strong> 389 68,0%Necessita de aprimoramentos 128 22,4%Não atende às exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional 16 2,8%Total 572 100%Fonte: Embratur/Mtur 2005


84Do total de respostas obtidas dentre os vários desti<strong>no</strong>s visita<strong>do</strong>s, 68,0% <strong>do</strong>sentrevista<strong>do</strong>s indicaram que estes roteiros brasileiros se encontram prontos para seremcomercializa<strong>do</strong>s. Para 22,4% <strong>do</strong>s opera<strong>do</strong>res presentes nas Caravanas, os desti<strong>no</strong>snecessitam de algumas melhorias, outros 6,8% não se propuseram a responder estaquestão e apenas 2,8% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s afirmam que alguns desti<strong>no</strong>s ainda nãoatendem às exigências <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> internacional.Tabela 3 Pesquisa de Opinião: Sugestões de Melhorias para a <strong>Comercial</strong>ização <strong>do</strong><strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong>Quais seriam as suas sugestões para melhorar a comercialização <strong>do</strong>sdesti<strong>no</strong>s visita<strong>do</strong>s?Promoção 53 25,1%Capacitação da Mão de Obra 35 16,6%Transporte 27 12,8%Atrativos 26 12,3%Infra-estrutura Turística 25 11,8%Hospedagem 20 9,5%Fluência em idiomas 15 7,1%Conscientização da População e Turistas 10 4,7%TOTAL 211 100%Fonte: Embratur/Mtur 2005A impressão geral sobre as Caravanas foi positiva. A maioria <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>safirmou que a viagem foi deslumbrante e que conheceram regiões belíssimas, porémforam citadas diversas melhorias para a melhor comercialização <strong>do</strong>s desti<strong>no</strong>s turísticosbrasileiros.Entre as objeções citadas pelos entrevista<strong>do</strong>s listam-se:Maior Promoção e Marketing <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exteriorCom 25,1% das citações, os entrevista<strong>do</strong>s sugeriram:- Maior divulgação de <strong>no</strong>vos atrativos brasileiros <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional, através deDVDs, folheteria e programas de TV;- O Brasil precisa de mais cobertura na mídia internacional com foco <strong>no</strong>s diversossegmentos, de forma clara e verdadeira para atrair <strong>no</strong>vos turistas;- Necessidade de oferecer mais visitas in loco para os agentes de viagens e opera<strong>do</strong>resconhecerem os desti<strong>no</strong>s comercializa<strong>do</strong>s e melhorar sua promoção;


85- Utilizar mais a Internet como fonte de informações;- Mais participação em eventos;- Necessidade de especialização em determina<strong>do</strong>s nichos de merca<strong>do</strong>s edirecionamento <strong>do</strong> público alvo.Capacitação da mão de obra turísticaPara 16,1% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s o turismo brasileiro necessita de umaprofissionalização <strong>do</strong>s profissionais de turismo, as principais críticas e sugestões foram:- Os opera<strong>do</strong>res locais deveriam conhecer alguns desti<strong>no</strong>s internacionais, realizan<strong>do</strong>um benchmarking para ter uma referência <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como os receptivos internacionaistrabalham, e assim melhorar os serviços;- Os guias precisam ser qualifica<strong>do</strong>s para trabalhar, ten<strong>do</strong> um maior conhecimentohistórico <strong>do</strong> local, mais objetividade e fluência em outros idiomas;- Oferecer treinamento para a mão-de-obra <strong>do</strong> trade turístico, principalmente guias efuncionários <strong>do</strong>s meios de hospedagem;- Disponibilizar de profissionais especializa<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s diversos segmentos.Melhoria <strong>no</strong> transporte turísticoSegun<strong>do</strong> 12,8% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s é preciso investir na qualidade <strong>do</strong> transportebrasileiro. Dentre as carências sugere-se:- A principal queixa <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s é em relação ao transporte aéreo, onde se sugeremelhorar as conexões aéreas, oferecen<strong>do</strong> mais vôos e em horários diferencia<strong>do</strong>s;- Os turistas internacionais não se interessam em viajar tanto tempo de ônibus;- Os meios de transporte, principalmente o terrestre, devem estar em bom esta<strong>do</strong> deconservação e limpos. Onde o acesso for difícil, oferecer transportes com conforto paranão cansar os turistas, como ar condiciona<strong>do</strong>, bons acentos, cabines protegidas contrachuva e poeira etc.;- Melhorar as vias de acesso para um trânsito melhor e mais seguro de veículos epedestres.Melhoria <strong>do</strong>s Atrativos


86Com 12,3% das citações, os entrevista<strong>do</strong>s sugeriram as seguintes melhorias <strong>do</strong>satrativos visita<strong>do</strong>s:- Estruturar melhor os roteiros turísticos, organizan<strong>do</strong> a duração <strong>do</strong>s passeios eoferecen<strong>do</strong> city tour foca<strong>do</strong> aos diferentes tipos de turistas e suas faixas etárias;- Melhorar a infra-estrutura <strong>do</strong>s atrativos, investin<strong>do</strong> mais nas regiões turísticas;- Aumentar a oferta de atrativos e opções de lazer, principalmente <strong>no</strong>tur<strong>no</strong>.Mais investimentos na infra-estrutura turísticaPara 11,8% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s é preciso investir mais na infra-estrutura <strong>do</strong>sdesti<strong>no</strong>s visita<strong>do</strong>s. Dentre os principais pontos encontram-se:- Melhoramento contínuo das infra-estruturas turísticas <strong>do</strong> país;- Implantação de <strong>no</strong>vos empreendimentos, oferecen<strong>do</strong> mais e melhores opções dealimentação e lazer;- Melhorar a imagem <strong>do</strong>s atrativos, restauran<strong>do</strong> a arquitetura turística da cidade, reurbanizaçãodas orlas, limpeza das ruas e praias e maiores cuida<strong>do</strong>s com as áreas depreservação ambiental para atender melhor o merca<strong>do</strong> internacional.Investimentos <strong>no</strong>s meios de hospedagemSegun<strong>do</strong> 9,5% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s é preciso investir na qualidade <strong>do</strong>s meios dehospedagem. Dentre as carências sugere-se:- Adequar ao padrão internacional, com qualidade <strong>no</strong>s serviços e mão-de-obra treinada;- Necessidade de uma melhor infra-estrutura hoteleira, melhoran<strong>do</strong> as condições dasunidades habitacionais.Carência de fluência em outros idiomasPara que haja uma boa comunicação entre o trade turístico e os turistas épreciso utilizar profissionais com capazes de se comunicar em outros idiomas, este éum item a ser melhora<strong>do</strong> <strong>no</strong> Brasil de acor<strong>do</strong> com 7,1 Para 16,1% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s,sen<strong>do</strong> disponibilizadas as seguintes características:- Os atrativos turísticos necessitam de explicações, tanto escrita como falada, emdiferentes idiomas;


87- Os profissionais de turismo também devem ser bilíngües.Orientação e Conscientização da População e TuristasPor fim, para 4,7% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s é preciso que haja uma conscientização dapopulação autóctone e <strong>do</strong>s turistas para que o turismo se desenvolva <strong>no</strong> país.- É preciso orientar melhor os turistas antes da sua vinda ao Brasil para que nãotenham problemas de adaptações e saibam o que esperar durante sua viagem. Dentreas principais informações, sugere-se oferecer da<strong>do</strong>s sobre os atrativos turísticos, a realsituação <strong>do</strong> país alertan<strong>do</strong> sobre os locais críticos e mais dicas sobre os itensindispensáveis de bagagem;- Conscientização da população local sobre a necessidade de preservação <strong>do</strong>sparques, sobre a importância <strong>do</strong> turismo para a eco<strong>no</strong>mia nacional, como recepcionarmelhor turistas estrangeiros e incentivo ao artesanato e cultura local.Pode-se concluir, com isso, que as ações promocionais devem ser planejadassempre em conjunto. O projeto não teria atingi<strong>do</strong> o êxito que tem sem a participaçãoativa da iniciativa privada, sem o conhecimento agrega<strong>do</strong> pelas pesquisas <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong>Aquarela e o trabalho apura<strong>do</strong> <strong>do</strong>s executivos <strong>do</strong>s EBTs.3.6 PROGRAMA DE VISITAS TÉCNICASPara multiplicar as informações e experiências adquiridas <strong>no</strong>s programasdesenvolvi<strong>do</strong>s a partir de 2003, assim como as obtidas por nós com o Pla<strong>no</strong> Aquarela,a Embratur montou o Programa de Visitas Técnicas, ten<strong>do</strong> por objetivo apresentar suasestratégias e ações aos profissionais <strong>do</strong> turismo brasileiro interessa<strong>do</strong>s em seaprofundar <strong>no</strong> tema. A iniciativa busca também demonstrar ao país, de formatransparente, como estão sen<strong>do</strong> investi<strong>do</strong>s os recursos federais designa<strong>do</strong>s àpromoção internacional. Nesse senti<strong>do</strong>, a ocasião da Visita Técnica também consideracomo resulta<strong>do</strong> a aproximação da equipe da Embratur <strong>do</strong>s profissionais da área,


88priorizan<strong>do</strong> as instituições públicas de turismo estaduais e municipais, CVBs eescritórios <strong>do</strong> Sebrae.A primeira oportunidade surgiu por meio da visita de profissionais da SP Turis,que passaram <strong>do</strong>is dias conhecen<strong>do</strong> a estrutura <strong>do</strong> Instituto, em julho de 2005. A partirde então, foi gerada uma demanda espontânea junto aos profissionais da área. Foientão que a Embratur estruturou este programa.Além deste objetivo, mais amplo e conceitual, também <strong>no</strong>s movia, a avaliação deque:- estávamos cerca<strong>do</strong>s por uma mídia geral em tom crescente de oposição ao gover<strong>no</strong>federal;- limita<strong>do</strong>s à mídia especializada, cuja abrangência é restrita, não forman<strong>do</strong> portantoopinião na sociedade; e- não observávamos repercussão adequada aos resulta<strong>do</strong>s que vínhamos obten<strong>do</strong>.Era necessário portanto iniciarmos projetos alternativos de criação de uma redede solidariedade e defesa <strong>do</strong>s programas que vínhamos implantan<strong>do</strong>, que pudesseperpassar as estruturas institucionais estabelecidas. Daí nasceu o roteiro de visitastécnicas: foi antes de tu<strong>do</strong> uma necessidade de criar um sistema de proteção eblindagem em cada canto <strong>do</strong> país.Para melhor atender a to<strong>do</strong>s os convida<strong>do</strong>s e interessa<strong>do</strong>s, foi necessário definiruma meto<strong>do</strong>logia de trabalho <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2006. Previmos então, que houvesse duasdatas distintas para a realização <strong>do</strong> programa, consideran<strong>do</strong> convida<strong>do</strong>s das RegiõesSul, Sudeste e Centro-Oeste na visita <strong>do</strong> primeiro semestre e convida<strong>do</strong>s das RegiõesNorte e Nordeste <strong>no</strong> segun<strong>do</strong> semestre.A recepção da primeira visita contou com a presença de 45 profissionais. Dessetotal de participantes, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por meio <strong>do</strong>s questionários de avaliaçãomostraram que 100% <strong>do</strong>s presentes consideraram a visita como esclarece<strong>do</strong>ra sobreos atuais programas de trabalho, bem como uma excelente oportunidade paraintegração entre as instituições. No segun<strong>do</strong> semestre, a visita ocorreu <strong>no</strong>s dias 08 e 09de agosto, reunin<strong>do</strong> 38 profissionais das regiões Norte, Nordeste e também Centro-Oeste, desde técnicos até os próprios secretários de turismo de algumas cidades. Maisuma vez, to<strong>do</strong>s, sem exceção, aprovaram o programa e reconheceram uma


89contribuição importante para o trabalho que desenvolvem <strong>no</strong>s seus esta<strong>do</strong>s.Foto 9Reunião <strong>do</strong> Programa de Visitas Técnicas, em BrasíliaA ação propiciou, segun<strong>do</strong> todas as avaliações, não só uma abertura para orelacionamento junto aos profissionais de turismo de to<strong>do</strong> o Brasil como uma imagemde transparência em relação às decisões estratégicas que tomamos. E quanto àquestão que mais <strong>no</strong>s afligia durante os <strong>do</strong>is primeiros a<strong>no</strong>s, conforme mencionei acimacomo fazer para ampliar a base de sustentação de <strong>no</strong>ssos programas, para fazercrescer o volume de profissionais que compreendiam e defendiam o conjunto demudanças que havíamos implanta<strong>do</strong>?A chance se apresentou quan<strong>do</strong> passamos a <strong>no</strong>tar que em muitos esta<strong>do</strong>s,municípios e entidades havia um amplo grupo de pessoas que tratavam de assuntosrelaciona<strong>do</strong>s a Embratur e aos programas de promoção sustenta<strong>do</strong>s com recursosfederais, mas que nunca haviam ti<strong>do</strong> contato direto com <strong>no</strong>ssas equipes e, mais,careciam de treinamento e capacitação para avançar <strong>no</strong> mesmo ritmo em queestávamos avançan<strong>do</strong>. O programa de visita técnicas, portanto, foi crian<strong>do</strong> na medidaem que fomos atenden<strong>do</strong> demandas de to<strong>do</strong> o país, uma rede de cumplicidade e apoio


90fundamental para a segunda parte <strong>do</strong> projeto que iniciamos em 2003: o momento emque passarmos a propagar pelo país a necessidade de substituir a Embratur por outromodelo de gestão em promoção internacional. Outro resulta<strong>do</strong> importante foi apossibilidade de identificarmos, por meio de cada um os <strong>no</strong>ssos executivos envolvi<strong>do</strong>s,quem eram, naquele momento, as pessoas-chave em cada organismo com o qual <strong>no</strong>srelacionávamos para garantir seqüência e qualidade em <strong>no</strong>ssos programas.Esta rede de relacionamento, informada periodicamente <strong>do</strong>s atos e resulta<strong>do</strong>s daEmbratur, por meio <strong>do</strong>s programas de comunicação (como o Caros Amigos, que embreve será descrito), faria a diferença em muitos momentos de <strong>no</strong>ssa história. Destacoquan<strong>do</strong>, <strong>no</strong> único episódio em que a oposição política ao Gover<strong>no</strong> Lula tentou envolvero turismo na disputa eleitoral, crian<strong>do</strong> falsas polêmicas a respeito <strong>do</strong>s EBTs, a rede derelacionamento da Embratur rapidamente posicio<strong>no</strong>u o merca<strong>do</strong>, este se articulou emdefesa de um programa que mostrava resulta<strong>do</strong>s concretos e a articulação contrária(que aliás foi rechaçada pelos órgãos de controle federais) esvaziou-se.


914. COMUNICAÇÃO E MARKETING4.1 PLANO AQUARELA MARKETING TURÍSTICO INTERNACIONAL DO BRASILO Pla<strong>no</strong> Aquarela Marketing Turístico Internacional <strong>do</strong> Brasil surgiu danecessidade de <strong>do</strong>tar a Embratur de planejamento de curto, médio e longo prazos emsua ações ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> em conta que, a partir da reestruturação geradaem 2003, promoção e marketing passam a ser o coração e a razão de ser da Embratur.As ações desenvolvidas, <strong>no</strong> entanto, neste primeiro momento, basicamentesustentadas conceitualmente pela experiência profissional de <strong>no</strong>ssa equipe, em breveencontrariam seus limites.A partir <strong>do</strong> final de 2004, já estava claro para to<strong>do</strong>s nós que, por mais que osprogramas e resulta<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s por estas experiências profissionais fossemexpressivos se compara<strong>do</strong>s com os resulta<strong>do</strong>s que a Embratur possuía ao longo <strong>do</strong>sa<strong>no</strong>s anteriores, isto não seria suficiente para avançar rumo a outro patamar na disputade merca<strong>do</strong> internacional. Estava claro que, se queríamos realmente ser ativos nestadisputa, que já se avizinhava pois em 2004 tínhamos cresci<strong>do</strong>, em passageiros eingresso de divisas internacionais, pela primeira vez na história da Embratur, acima damédia mundial divulgada pela OMT, ou seja, havíamos finalmente começa<strong>do</strong> a tirarmerca<strong>do</strong> de outros desti<strong>no</strong>s, e não só, como <strong>no</strong> passa<strong>do</strong>, cresci<strong>do</strong> vegetativamenteera necessário termos um instrumento muito mais refina<strong>do</strong> e elabora<strong>do</strong> a mão. E oPla<strong>no</strong> Aquarela seria este instrumento.O perfil da Embratur antes da criação <strong>do</strong> Mtur não permitia que a entidadetivesse foco <strong>no</strong> turismo internacional. Uma das conseqüências desta falta de foco foique não se conseguia estabelecer uma linha de ação que fosse conseqüência de umaestratégia desenhada para as necessidades <strong>do</strong> Brasil como desti<strong>no</strong> turístico mundial.As ações da Embratur <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional estavam marcadas peladescontinuidade e por atividades isoladas, que não compunham um mix de marketingconsistente e regular, capaz de gerar impacto <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>.


92Tu<strong>do</strong> isso era decorrência <strong>do</strong> desenho institucional como pa<strong>no</strong> de fun<strong>do</strong> e, naprática, da ausência de planejamento financeiro que desse sustentação a umaestratégia de longo prazo.Resolvi<strong>do</strong> o problema da atribuição institucional, após a redefinição de focodecorrente da criação <strong>do</strong> Ministério de <strong>Turismo</strong> e <strong>do</strong> planejamento <strong>do</strong>s recursos,restava um problema técnico a ser resolvi<strong>do</strong>: qual o posicionamento, qual o brandingque Brasil teria que promover <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional <strong>do</strong> turismo?A resposta a estas questões foi dada pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela Marketing TurísticoInternacional <strong>do</strong> Brasil, concebi<strong>do</strong> pela equipe técnica da Embratur, orientada por umaempresa de consultoria de longa experiência <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> turístico nacional einternacional, a Chias Marketing, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> <strong>no</strong> seu bojo contrata<strong>do</strong> o maior conjunto depesquisas já realizadas sobre a imagem <strong>do</strong> Brasil como desti<strong>no</strong> turístico internacional.A atividade turística não acontece sem a participação <strong>do</strong>s diversos setores que ocompõem. O Pla<strong>no</strong> Aquarela é um instrumento que impacta to<strong>do</strong> o setor, portanto nãopoderia ser realiza<strong>do</strong> à revelia <strong>do</strong>s segmentos que o integram. Desde o primeiromomento foi desenvolvi<strong>do</strong> com um viés fortemente participativo. Trabalharam neletécnicos da Embratur, entidades <strong>do</strong> setor turístico, técnicos de áreas correlatas como oInstituto <strong>Brasileiro</strong> <strong>do</strong> Meio Ambiente e <strong>do</strong>s Recursos Naturais Re<strong>no</strong>váveis (Ibama) e oInstituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), gover<strong>no</strong>s municipais,estaduais, entidades e empresas para definir o diagnóstico que orientaria todas asestratégias e em conseqüência, o programa de ações que comporiam o Pla<strong>no</strong> AquarelaMarketing Turístico Internacional <strong>do</strong> Brasil.Realizamos atividades extremamente interessantes e igualmente inéditas.Inicialmente, elaboramos um questionário com dezenas de questões a respeito <strong>do</strong> país,capaz de compor um cenário extremamente rico <strong>do</strong>s temas liga<strong>do</strong>s direta eindiretamente ao turismo. O questionário abrangia temas liga<strong>do</strong>s a desti<strong>no</strong>s, cultura,custos, serviços, transportes, alimentação, hospedagem, imagem, segurança, enfim,item a item, procuran<strong>do</strong> entender tu<strong>do</strong> o que ajudava e tu<strong>do</strong> o que atrapalhava apromoção e a venda <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior.Reuniões de debate e questionamento foram feitas em primeiro lugar <strong>no</strong> Brasil,com to<strong>do</strong> o setor de turismo. Mais de uma centena de pessoas, entre presidentes de


93entidades, dirigentes de empresas, autoridades regionais e locais, lideranças desegmentos estratégicos e profissionais de atividades correlatas, foram ouvi<strong>do</strong>s para seobter a primeira linha de opiniões como o turismo brasileiro via a si mesmo e a <strong>no</strong>ssopaís. Incluímos aí também as primeiras questões que objetivavam iniciar o processo decriação da Marca Brasil: perguntamos quais eram as cores e as formas <strong>do</strong> país. Osresulta<strong>do</strong>s ainda <strong>no</strong>s dariam, por mais científicos que fossem os processos deavaliação, alguma <strong>do</strong>r de cabeça.Encerrada a primeira fase, iniciamos a realização de pesquisas, com o mesmoquestionário, em 18 países, com o merca<strong>do</strong> turístico. O universo foi composto poropera<strong>do</strong>ras que já vendiam e as que não vendiam o produto turístico Brasil. Nestafase, foram entrevista<strong>do</strong>s, em cada um <strong>do</strong>s 18 países, as 10 maiores opera<strong>do</strong>ras deturismo emissivo, sen<strong>do</strong> que obrigatoriamente, as cinco primeiras da lista eram as demaior volume de vendas, e as cinco seguintes, tinham que, obrigatoriamente, ter oBrasil na sua relação de produtos disponíveis ao merca<strong>do</strong>.A terceira fase foi ouvir a opinião <strong>do</strong>s clientes, <strong>no</strong>s mesmos 18 países, e <strong>no</strong>Brasil. Foram entrevistadas seis mil pessoas, sen<strong>do</strong> parte <strong>no</strong> país e parte <strong>no</strong> exterior. Ouniverso composto pelos turistas se dividia em <strong>do</strong>is perfis de público: os que nãoconheciam e os que já conheciam o Brasil, sen<strong>do</strong> que a segunda categoria foi deextrema importância para subsidiar a construção da imagem e <strong>do</strong> posicionamento <strong>do</strong>Brasil como produto turístico.Reunidas as três fontes de informação, o grupo técnico entrou em atividade deanálise, formulação, debate e organização final <strong>do</strong> material, ten<strong>do</strong> por objetivoapresentar um pla<strong>no</strong> que compusesse um programa de trabalho capaz de <strong>no</strong>rtear asações de promoção e marketing turístico <strong>do</strong> País por pelo me<strong>no</strong>s uma década.Concluí<strong>do</strong> e apresenta<strong>do</strong> à sociedade o Pla<strong>no</strong> Aquarela, tivemos algumasdefinições fundamentais:- Posicionamento: A principal razão pela qual os clientes vem ao Brasil são seusrecursos naturais. A principal razão pela qual, após alguns dias de permanência, sesurpreendem com país, está <strong>no</strong>s resulta<strong>do</strong>s de seu contato com a populaçãobrasileira, na qualidade e na diversidade cultural que por aqui encontram,representada destacadamente pelas diversas manifestações com as quais tem


94contato - gastro<strong>no</strong>mia, musica, arquitetura, hospitalidade e moda, destacadamente;- Mensagens e produtos principais por merca<strong>do</strong>: O relatório final <strong>do</strong> pla<strong>no</strong> identificaclaramente uma diferenciação entre as mensagens e produtos a serem apresenta<strong>do</strong>saos diferentes merca<strong>do</strong>s. Por exemplo, fica claro que, enquanto na Europa ibérica, osegmento sol e praia segue destaca<strong>do</strong>, na Ásia, o segmento atrativos naturais, comdestaque para a Amazônia, Pantanal e Iguaçu seria o <strong>no</strong>sso <strong>no</strong>vo carro chefe.Definimos cinco eixos de trabalho natureza, cultura, esportes aventura, negócios eeventos e o tradicional sol e praia;- Marca/slogan: Obtivemos to<strong>do</strong>s os insumos necessários para definir como deveriaser a marca de promoção turística <strong>do</strong> Brasil, assim como seu slogan, que acabamosdefinin<strong>do</strong> ao optar pela palavra e pelo conceito - Sensacional!;Figura 5Produtos da Marca Brasil- Definição de concorrência: As pesquisas <strong>no</strong>s possibilitaram definir quais são os<strong>no</strong>ssos concorrentes em cada região e para cada segmento. Esta informação foifundamental para começarmos a investir <strong>no</strong> que era realmente prioritário e eficaz,possibilitan<strong>do</strong>-<strong>no</strong>s rever certas práticas e agendas que vínhamos implementan<strong>do</strong>;- Definição de merca<strong>do</strong>s prioritários: Definimos os 16 merca<strong>do</strong>s prioritários para oturismo brasileiro, na América Latina, na Europa , na América <strong>do</strong> Norte e na Ásia;- Principais linhas de ação e levantamento de desejos <strong>do</strong>s clientes (intermediários efinais): As principais linhas de ação são as que estamos explicitan<strong>do</strong> aqui nestetrabalho. Cada programa da Embratur foi redimensiona<strong>do</strong> a partir das definições <strong>do</strong>


95Pla<strong>no</strong> Aquarela, assim como <strong>no</strong>vos programas foram implementa<strong>do</strong>s visan<strong>do</strong> atingiras metas propostas;- Estabelecimento de metas por merca<strong>do</strong>: Para cada merca<strong>do</strong>, estabelecemos umameta quantitativa de ingresso de passageiros, de recursos, e um volume deinvestimentos a serem realiza<strong>do</strong>s em programas de trabalho e ações de mídia.Do Pla<strong>no</strong> resultou a maior campanha de marketing e comunicação já realizadapelo Brasil <strong>no</strong> exterior. Ele orientou as ações, a <strong>no</strong>va linha de comunicação e,conseqüentemente, o <strong>no</strong>vo posicionamento e imagem estabeleci<strong>do</strong>s para o Brasil comodesti<strong>no</strong> turístico. E, na medida em que começa a gerar uma mudança de percepção <strong>do</strong>spúblicos intermediário e final com relação aos produtos que apresentamos ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong>planeta, <strong>no</strong>s possibilita avaliar com da<strong>do</strong>s e fatos, os resulta<strong>do</strong>s de cada etapa.Com base nessa premissa, o pla<strong>no</strong> prevê sua própria atualização a cada <strong>do</strong>isa<strong>no</strong>s, incluin<strong>do</strong> aí o monitoramento da evolução da imagem <strong>do</strong> país junto aos seusconsumi<strong>do</strong>res e à captação de desejos destes em relação ao Brasil. As pesquisasrealizadas tem sua <strong>no</strong>va série prevista para 2007, para que os da<strong>do</strong>s não envelheçam eo país não perca a série histórica, da<strong>do</strong> mais importante para a gestão de imagem <strong>do</strong>Brasil.As técnicas de marketing a<strong>do</strong>tas pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela Marketing TurísticoInternacional <strong>do</strong> Brasil respaldam o objetivo de converter o Brasil em um desti<strong>no</strong>turístico competitivo internacionalmente, já que os seus concorrentes as utilizam hámuito tempo. Ten<strong>do</strong> em vista o ineditismo <strong>do</strong> programa <strong>no</strong> país, este pla<strong>no</strong> demarketing, agrega<strong>do</strong> ao potencial <strong>do</strong>s produtos turísticos, pretende colocar o Brasil emlugar de destaque na mente <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.4.2 MÍDIAAo contrário <strong>do</strong>s seus principais concorrentes, o Brasil não tem uma história depresença marcante na mídia paga de seus principais merca<strong>do</strong>s-alvo.Esta situação explica, em parte, porque o nível de desejo e conhecimento <strong>do</strong>


96país é grande, mas muito aquém <strong>do</strong> seu potencial.A primeira conseqüência <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela Marketing Turístico Internacional<strong>do</strong> Brasil foi criar uma ampla campanha com veiculação dirigida ao público-objetivo quefaz viagens de longa distância pelo mun<strong>do</strong>, público este estabeleci<strong>do</strong> pelo próprioPla<strong>no</strong>.As peças obedeceram ao <strong>no</strong>vo posicionamento estratégico e focaram umaspecto muito levanta<strong>do</strong> nas pesquisas: quem conhece o Brasil se encanta. O slogancria<strong>do</strong> para esta campanha Quem vem vira fã ressaltava a maior qualidade apontadapelos clientes: a capacidade que o Brasil tem de encantar e fidelizar o turistainternacional. Uma relação emocional, que beira a paixão.A linguagem gráfica desenvolvida para esta campanha está baseada <strong>no</strong> conceitoestabeleci<strong>do</strong> pelo pla<strong>no</strong> e pela Marca Brasil, que foi criada sob à orientação <strong>do</strong> própriopla<strong>no</strong>. Composta por imagens de lugares sensacionais <strong>do</strong> Brasil, aponta<strong>do</strong>s pelo pla<strong>no</strong>como produtos turísticos com capacidade de promoção internacional e apoiada <strong>no</strong>conceito geral, Brasil Sensacional!, a campanha utiliza turistas que realmente visitaramo Brasil e têm seus rostos pinta<strong>do</strong>s com as partes que formam a Marca Brasil, fazen<strong>do</strong>uma alusão ao fã, que pinta o rosto e veste a camisa.Esta campanha, com duração de <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s, começou em 2005 e tem asseguintes variáveis em sua estratégia de mídia:- Utilizar a boa relação cambial com os vizinhos para afirmar a liderança <strong>do</strong> Brasil naAmérica <strong>do</strong> Sul, compran<strong>do</strong> um volume muito agressivo de presença em mídia paga;- Reposicionar a imagem <strong>do</strong> Brasil na América <strong>do</strong> Sul, que estava muito associada apreços baixos e qualidade questionável;- Facilitar o trânsito editorial com os veículos a partir de uma boa relação comercialna América <strong>do</strong> Sul;- Focar os investimentos fora da América <strong>do</strong> Sul em públicos muito bem defini<strong>do</strong>spara evitar dispersão, por causa <strong>do</strong>s altos custos e <strong>do</strong> problema cambial;- Evoluir para compra de mídia em merca<strong>do</strong>s que têm papel duplo: merca<strong>do</strong>prioritário e forma<strong>do</strong>r de opinião (já que não há recursos para tu<strong>do</strong>);- Garantir continuidade das ações, realizan<strong>do</strong> compras de mídia de <strong>no</strong> mínimo 6meses, garantin<strong>do</strong> freqüência, já que é uma estratégia de formação de imagem, não


97de venda de produto que poderia focar na alta temporada para proporcionar vendasa curto prazo;- Utilizar sempre pesquisas confiáveis de hábitos de mídia para desenhar asestratégias locais;- Validação da compra de mídia <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s locais, especialmente <strong>no</strong>s comitês devenda <strong>do</strong> Brasil, para garantir apoio e multiplicar os recursos com a adesão de parteda iniciativa privada, forman<strong>do</strong> um coopera<strong>do</strong> rudimentar.A campanha de comunicação Brasil. Quem vem vira fã! foi a maior campanhade publicidade realizada para o Brasil como desti<strong>no</strong> turístico <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional.Embora esta seja uma ferramenta amplamente utilizada pelos competi<strong>do</strong>res, da mesmamaneira o Brasil precisava utilizá-la, pois não podíamos deixar de estar fortementepresente na mídia <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s estabeleci<strong>do</strong>s como prioritários e disputar espaço nacabeça e <strong>no</strong> desejo <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.Os resulta<strong>do</strong>s de uma campanha desta envergadura somente podem seraferi<strong>do</strong>s depois de <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s de ação. No entanto, na América <strong>do</strong> Sul e em Portugalhouve retor<strong>no</strong> imediato, inclusive com impacto sobre as vendas, com relatos deopera<strong>do</strong>res <strong>no</strong> Chile e na Argentina. Porém, a melhor forma de medir os resulta<strong>do</strong>s seráatravés das <strong>no</strong>vas pesquisas qualitativas e quantitativas que serão desenvolvidas nareavaliação <strong>do</strong> processo ao longo de 2007 para entender os resulta<strong>do</strong>s tangíveis e osnão tão tangíveis, como, por exemplo, mudança e evolução de percepção.Estrategicamente, era indispensável realizar uma campanha de mídia, poispublicidade é uma ferramenta de comunicação fundamental para construção de umposicionamento em relação aos competi<strong>do</strong>res <strong>no</strong> imaginário <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r. Também épreciso levar em conta que a imagem é um recurso essencial na promoção dedesti<strong>no</strong>s turísticos, já que é um instrumento decisivo para gerar desejo e seduzir oturista.Apesar da sua eficiência, não se pode perder de vista que publicidade é umaferramenta de comunicação custosa, embora indispensável dentro da estratégia global.O grande desafio da Embratur era desenvolver uma mídia eficiente, dentro <strong>do</strong>orçamento disponível.


984.3 BRASIL NETWORK PROGRAMA DE RELACIONAMENTO DO TURISMO BRASILEIROO Brasil tinha tradição de participar das feiras de turismo internacional, até compresença agressiva em alguns momentos. No entanto, acabada a feira, o país nãomantinha um relacionamento e não possuía estratégia de comunicação para o pré epós-feiras. A curva de relacionamento descia a níveis inaceitáveis. Logo, orelacionamento <strong>do</strong> Brasil com o merca<strong>do</strong> turístico internacional era como uma áreapermeada por picos e vales.As pesquisas realizadas com o setor profissional, que intermedeia o negócio <strong>do</strong>turismo internacional, <strong>no</strong> ataca<strong>do</strong> e <strong>no</strong> varejo, deixavam claro como queixa recorrenteque o maior problema <strong>do</strong> Brasil era a ausência de informações. Este fato foi recebi<strong>do</strong>com alguma surpresa pelo merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> turismo brasileiro, já que se imaginava que omaior problema <strong>do</strong> Brasil estava associa<strong>do</strong> a temas como a violência e a pobreza. Ouseja: a maior deficiência de imagem <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong>s canais de comercialização era aausência de informação e, conseqüentemente, de imagem, fato que se confirmou comas pesquisas realizadas pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela.A partir deste diagnóstico foi construí<strong>do</strong> um programa de relacionamento entre oBrasil e estes clientes profissionais opera<strong>do</strong>res e agentes de turismo <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>internacional que se interessam pelo Brasil.A idéia foi criar um site, integra<strong>do</strong> ao Portal <strong>Brasileiro</strong> de <strong>Turismo</strong>, quedisponibilizasse informações precisas sobre o país como desti<strong>no</strong> turístico, dirimin<strong>do</strong>dúvidas relativas a to<strong>do</strong>s os fatores de decisão de viagens objetivos (clima,segurança, acessibilidade) e subjetivos (imagem, grau de desejo, posicionamento <strong>no</strong>imaginário <strong>do</strong> cliente).Além <strong>do</strong> relacionamento passivo (oferecer informação e esperar que o cliente abusque), o programa também desempenha papéis ativos na preparação de outrasações <strong>do</strong> mix de marketing, como o pré e pós-feiras e eventos e ações de incentivo.Este programa busca aplacar o maior problema de imagem <strong>do</strong> Brasil, que é afalta de informação a respeito <strong>do</strong> país como desti<strong>no</strong> turístico internacional.


99O maior problema deste programa de relacionamento era a distribuição dasmensagens em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e o custo desta operação. Assim, optou-se por operaruma plataforma na Internet, que permite a veiculação de mensagens multimídias comcusto infinitamente me<strong>no</strong>r.To<strong>do</strong> o programa está desenvolvi<strong>do</strong> pela Internet e funciona <strong>no</strong> botão deprofissionais <strong>do</strong> www.braziltour.com.Após a implantação <strong>do</strong> Brasil Network Programa de Relacionamento <strong>do</strong><strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong> já é possível medir alguns resulta<strong>do</strong>s quantitativos:1. Mudança da percepção <strong>do</strong> Brasil nas feiras e eventos, já que agora há contatoantes e depois <strong>do</strong>s eventos e feiras. Pelos números de acessos recebi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> site, <strong>no</strong>banco de imagens e nas ações de comunicação, além <strong>do</strong>s vários e-mails querecebemos semanalmente pelo canal FaleCo<strong>no</strong>sco, pode-se afirmar sim umamudança da percepção em relação ao Brasil. Muito porque, como já de disse antes,essa percepção não existia;2. Grande aceitação de recebimento de mensagens cerca de 10% <strong>do</strong> banco decontatos. Ao início de 2006, já ocorria uma aceitação média de 25% da base(aproximadamente 20.000 cadastros), com permanente comunicação, taiscomo: newsletter, comunica<strong>do</strong> de feiras, eventos, negócios, caravanas e açõesdemandadas pelos EBTs;3. Ampliação de demanda <strong>do</strong> banco de imagens on-line: com mais de 600 fotosdisponíveis, obtinha há um a<strong>no</strong>, uma média de 2.000 imagens visualizadas por mêse 200 imagens baixadas (<strong>do</strong>wnloads), também por mês. São imagens <strong>do</strong> Brasilsolicitadas por opera<strong>do</strong>ras, agências e imprensa (genérica ou especializada) <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> inteiro para materiais promocionais, impressos, internet e veículos decomunicação;4. Ainda como informação, a média mensal de acessos ao site fechou 2006 com10.000/mês só <strong>do</strong> Brasil Network. Se quantificamos o Braziltour, há uma médiamensal de 500.000 acessos;5. Aumento em mais de 300% <strong>no</strong>s contatos com a área de profissionais, obti<strong>do</strong> pelafacilidade com que este profissional encontra informações: saltamos de cerca de1.500 <strong>no</strong> início <strong>do</strong> programa para quase 5.000 contatos permanentes até hoje. Só


100neste a<strong>no</strong>, foram mais 150 comunicações via e-mail mkt, das diversas áreasda Embratur para os 18 merca<strong>do</strong>s prioritários.4.4 PROGRAMA DE RELAÇÕES PÚBLICASEste é o primeiro case de Relações Públicas (RP) para o setor público. Oprograma, recomenda<strong>do</strong> pelo Pla<strong>no</strong> Aquarela, procura, através de estratégias derelacionamento com a imprensa e o público final, gerar e consolidar opinião positivasobre o Brasil e o <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong>, bem como divulgar o trabalho da Embratur juntoaos meios de comunicação internacionais, tanto especializa<strong>do</strong>s em turismo quanto nagrande imprensa.O conceito chave de sustentação <strong>do</strong> programa é a constatação de que, <strong>no</strong>ssopúblico alvo, alguém capaz de comprar uma viagem internacional partin<strong>do</strong> de pelome<strong>no</strong>s 18 desti<strong>no</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> rumo ao Brasil, tem um perfil de consumo que não éleva<strong>do</strong> a tomada de decisões apenas por ações de mídia e propaganda, deven<strong>do</strong> terdisponibiliza<strong>do</strong>s, a tempo e a hora adequadas, acesso a informação, gerada por fontenas quais ele deposite credibilidade. Ou seja, além de propaganda, era necessárioiniciar um programa inédito de relacionamento <strong>do</strong> Brasil turístico com os meios decomunicação, e destacadamente com os forma<strong>do</strong>res de opinião, pelo me<strong>no</strong>s <strong>no</strong>smerca<strong>do</strong>-alvo.A partir destas premissas, a gerência de Relações Públicas da Embratur,vinculada à Diretoria de Marketing, contratou as duas agências vence<strong>do</strong>ras da licitaçãorealizada <strong>no</strong> início de 2006:- FSB que tem como parceira internacional a agência Ogilvy PR, que atua <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong>Uni<strong>do</strong>, Portugal, Alemanha e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s;- Máquina da Notícia que tem como parceiras internacionais as agências EstúdioComunicación e GCI, que trabalham os meios de comunicação da Itália, Chile,Espanha, França, Peru, Argentina e Uruguai.As agências têm a missão de construir uma relação de confiança e credibilidade


101com os meios; fazer com que a Embratur se transforme em fonte de informação dequalidade sobre o turismo <strong>no</strong> Brasil para jornais, revistas, rádios, emissoras de televisãoetc. Pretendem também dar continuidade à presença <strong>do</strong> Brasil na mídia, consolidan<strong>do</strong> aopinião positiva e, a médio prazo, reduzir esforços e custos de posicionamento epublicidade <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s.Para cumprir esses objetivos, mantêm, através das agências e também <strong>do</strong>sEBTs, uma maior presença <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>s, com fornecimento de informaçãorelevante e qualificada. A cada situação, é feita uma definição de porta-vozes, com aparceria da Ascom - Embratur.São diversas as ações. Uma delas merece destaque: são os Press Trips próativos,em que jornalistas da grande imprensa internacional especializa<strong>do</strong>s em turismoe áreas afins como gastro<strong>no</strong>mia, música, moda, esportes radicais , são convida<strong>do</strong>s arealizar viagens ao Brasil. Os roteiros são especialmente desenha<strong>do</strong>s, conjugan<strong>do</strong> osinteresses estratégicos <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> em questão aponta<strong>do</strong>s pelo Pla<strong>no</strong>Aquarela e a expectativa <strong>do</strong> profissional. O jornalista é acompanha<strong>do</strong> por umprofissional designa<strong>do</strong> pela agência contratada, que faz posteriormente to<strong>do</strong>o acompanhamento pós-viagem: fornecimento de informações complementares,clipping da publicação das matérias etc. Esse trabalho é feito em parceria com aGerência de Apoio à <strong>Comercial</strong>ização, que trata de toda a parte operacional.Foto 10 Ação de Promoção de CompetiçãoInternacional de Vela em 2006


102Para ajudar na elaboração e planejamento das ações de RP, a Embratur realizao monitoramento e análise da presença e desempenho <strong>do</strong> Brasil na mídia internacional,através <strong>do</strong> Monitor Brasil, uma ferramenta especialmente desenvolvida para o Instituto.Analistas (jornalistas qualifica<strong>do</strong>s), em 11 países, enviam diariamente comentários, compontuação, sobre o impacto das <strong>no</strong>tícias publicadas sobre o país <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s. Ocritério a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> para pontuar é: o quanto a informação influi na decisão <strong>do</strong> leitor emviajar/conhecer o Brasil. Eles analisam as publicações <strong>no</strong>s principais meios da grandeimprensa, forma<strong>do</strong>res de opinião. O Monitor serve também como auditor emensura<strong>do</strong>r das ações da Embratur <strong>no</strong>s merca<strong>do</strong>s.Em 2006, o primeiro semestre <strong>do</strong> programa foi dedica<strong>do</strong> aos seguintes eventosinternacionais:- a feira ITB, em Berlim (Alemanha);- a mostra Tropicália a Revolution in Brazilian Culture, <strong>no</strong> Centro Cultural Barbican,em Londres (Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong>);- o International Food Festival - United Nations Delegates Dining Room, na sede daOrganização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s);- a feira Salón Internacional de <strong>Turismo</strong> (SIT), em Lima (Peru);- o Rock in Rio Lisboa, em Portugal;- e a Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> 2006, na Alemanha.No segun<strong>do</strong> semestre, a relação com os meios de comunicação, principalmenteos que são monitora<strong>do</strong>s através da ferramenta Monitor Brasil, foi aprofundada. Houvecontinuidade das press trips e relacionamento com os meios e com os correspondentesestrangeiros <strong>no</strong> Brasil. Os projetos principais <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> são:- o programa Embratur 40 a<strong>no</strong>s, que percorreu cinco capitais com exposição,seminários e vídeos;- o início das ações de relacionamento diretas com os turistas estrangeiros (foirealiza<strong>do</strong> em Florianópolis, em setembro, o 1º Seminário de Relacionamento com oTurista Estrangeiro, <strong>no</strong> qual foram levantadas as informações para a produção, embreve <strong>do</strong> Guia de Relacionamento com o turista estrangeiro);- o mapeamento e atualização de guias de viagem;- idem em relação às publicações de bor<strong>do</strong> produzidas por empresas aéreas <strong>no</strong>s


103merca<strong>do</strong>s prioritários.No final <strong>do</strong> a<strong>no</strong>, por conta da repercussão <strong>do</strong> filme <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong> Turistas,roda<strong>do</strong> <strong>no</strong> Brasil em que um grupo de jovens em férias acaba vítima de uma quadrilhade tráfico de órgãos na selva amazônica, a Embratur aproveitou a polêmica paratransformar um possível da<strong>no</strong> à imagem <strong>do</strong> país em algo positivo, utilizan<strong>do</strong> a evidência<strong>do</strong> país na mídia para divulgar suas belezas. To<strong>do</strong> o processo de repercussão <strong>do</strong> filmetem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> pelo Monitor Brasil, assim como pela agência de RP <strong>no</strong>sEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.Procedimento semelhante foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>no</strong> primeiro a<strong>no</strong> de gestão, quan<strong>do</strong> nãohavia ainda nem um Pla<strong>no</strong> de Marketing consolida<strong>do</strong>. No dia 30 de <strong>no</strong>vembro de 2003,<strong>no</strong> Rio de Janeiro, foi assassina<strong>do</strong> o casal <strong>no</strong>rte america<strong>no</strong> Todd e Michelle Staheli. Porser ele diretor de gás e energia da Shell, e pela brutalidade <strong>do</strong> crime o casal foi mortocom uma espécie de machadinha, o fato ganhou repercussão internacional. Como nãose descobriu logo o assassi<strong>no</strong>, o crime ocupou grande espaço na mídia, em especial a<strong>no</strong>rte-americana, associan<strong>do</strong> ao Rio de Janeiro a imagem de uma cidadeextremamente violenta. Para amenizar isso e ter um mínimo controle sobre asinformações que eram veiculadas, a Embratur criou um Gabinete de Crise, o qualchamou outras áreas <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> afins, como a Secretaria de Comunicação (Secom) eo Ministério da Justiça. Passamos a monitorar e auxiliar todas as autoridadesbrasileiras, naquele momento porta-vozes <strong>do</strong> episódio. Unificamos o discurso de to<strong>do</strong>spara que não existissem informações desencontradas. Um <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s deu-se emuma matéria da agência Reuters, divulgada <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Nela, afirmava-se queo Rio de Janeiro seria uma das cidades mais violentas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Não havia qualquermenção à origem dessa informação. Por meio desse Gabinete, contratamos umaagência de RP <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s que, in loco, questio<strong>no</strong>u a informação da agênciade <strong>no</strong>tícias. Pedimos que a Reuters informasse qual fonte, pesquisa ou declaraçãosustentava aquele da<strong>do</strong>. Como isso não existia a agência irresponsavelmenteafirmara algo <strong>do</strong> qual não tinha provas a <strong>no</strong>tícia foi prontamente corrigida.Queria aqui aproveitar para reafirmar minha crença de que é possívelencontramos soluções para a crise que atravessa o Rio de Janeiro. Os reportes diáriossobre atos de violência naquela cidade, assim com de resto em to<strong>do</strong> o país, podem e


104devem ser enfrenta<strong>do</strong>s com to<strong>do</strong> o rigor. Eu creio que esta deve ser uma prioridadepara o segun<strong>do</strong> mandato <strong>do</strong> Presidente Lula, assim como uma prioridade para osgover<strong>no</strong>s estaduais recém empossa<strong>do</strong>s.4.5 PROGRAMAS DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃOA Ascom, que responde diretamente à presidência, tinha <strong>do</strong>is desafios a partir <strong>do</strong>redesenho da Embratur. Com 36 a<strong>no</strong>s de história, era necessário o reposicionamentoda marca Embratur, até aquele momento sinônimo de classificação de hotéis,credenciamento de guias, adesivos de ônibus de excursão etc. Enfim, era precisoalterar uma marca de gover<strong>no</strong> que durante décadas representou qualquer ação públicade turismo na esfera federal e transformá-la para a imprensa numa agência depromoção comercial <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior. Era tarefa dupla, já que a própria promoção láfora já era exercida pela Embratur por to<strong>do</strong>s este a<strong>no</strong>s, sem a dimensão nem osresulta<strong>do</strong>s que agora <strong>no</strong>s propúnhamos a alcançar.É importante entender que o principal negócio da Embratur a partir de então nãoé mais o turismo propriamente, mas a comunicação <strong>do</strong> produto Brasil. Desta maneira, aAscom tem função estratégica na divulgação dentro <strong>do</strong> Brasil das ações de promoçãolá fora, buscan<strong>do</strong>, mais <strong>do</strong> que informar, qualificar o que está sen<strong>do</strong> veicula<strong>do</strong>.Este é, então, o segun<strong>do</strong> desafio: qualificar a informação, mostran<strong>do</strong> de formaobjetiva as ações e principalmente os resulta<strong>do</strong>s da promoção <strong>do</strong> Brasil. Como elespodem ser mensura<strong>do</strong>s? Como estas informações podem ser passadas para a mídiacomo resulta<strong>do</strong> concreto de uma ação?O primeiro passo foi criar uma rede de informação entre os órgãos de turismo emto<strong>do</strong> o país. Conversar com as assessorias de todas as entidades, CVBs, agências,companhias e, principalmente, com as secretarias de turismo <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s e dascapitais. Criar uma capilaridade em to<strong>do</strong>s os meios <strong>do</strong> setor turístico, fazen<strong>do</strong> com queeles passassem a trabalhar a partir de uma <strong>no</strong>va concepção de gestão. Esse ato,considera<strong>do</strong> simples em qualquer estratégia de comunicação, não é tão comum em


105órgãos públicos. Foram visíveis as falhas <strong>do</strong>s canais de comunicação existentes entretantos órgãos. E também uma clara percepção, ainda vigente, das ações de marketing(leia-se publicidade e propaganda) sempre se sobreporem às ações de imprensa.Inúmeras assessorias eram (e são até hoje), compostas por uma única pessoa, queresponde por outras atividades. Isso significa, na prática, a pouca atenção que é dada àárea e o quanto ações ali desenvolvidas terão quase que nenhuma repercussão.Diag<strong>no</strong>sticada esta situação, passamos a alimentar de forma regular estasassessorias com press releases e, principalmente, com da<strong>do</strong>s de turismo quepudessem ser trabalha<strong>do</strong>s por cada um deles, levan<strong>do</strong> em consideração aspeculiaridades locais.Uma mudança de mentalidade vem com o posicionamento que a Embratur dá aomo<strong>do</strong> de aferição de seus resulta<strong>do</strong>s. A partir de 2004, por meio <strong>do</strong> trabalho da diretoriade estu<strong>do</strong>s e pesquisas, três indica<strong>do</strong>res passam a balizar os resulta<strong>do</strong>s da gestãoconforme já mencionamos anteriormente:- o volume mensal <strong>do</strong> ingresso de dólares por turistas, medi<strong>do</strong> pelo Banco Central;- o desembarque de passageiros em vôos internacionais, controla<strong>do</strong> pela Infraero;- e a entrada de turistas estrangeiros, este anual.Importante perceber que apenas o último era um da<strong>do</strong> já utiliza<strong>do</strong> comumentepela Embratur. Tanto o ingresso de dólares como o número de desembarques eraminformações disponíveis, mas que jamais haviam si<strong>do</strong> trabalhadas. Isso significa quenão se fazia o recorte destes da<strong>do</strong>s sob o ponto de visto <strong>do</strong> turismo. O caso maisemblemático é o de desembarques, pois a própria Infraero não se utilizava deles paramedir resulta<strong>do</strong>s. A permanente divulgação desses números passou a alimentar tanto aimprensa como as assessorias de forma extremamente positiva: a Embraturtransformou-se na fonte de informação, embora estes da<strong>do</strong>s não fossem gera<strong>do</strong>s apartir dali. Isso foi fundamental para criar essa marca Embratur , focada em resulta<strong>do</strong>se que, a partir daquele momento, tinha como único objetivo a promoção <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong>exterior. Quem mais se apropriou destes da<strong>do</strong>s foi a imprensa de eco<strong>no</strong>mia, até entãopouco familiarizada com as atividades da Embratur.Apesar deste esforço, era níti<strong>do</strong> que os cader<strong>no</strong>s de eco<strong>no</strong>mia (incluin<strong>do</strong> aí rádioe televisão) ainda não tinham uma compreensão mais clara <strong>do</strong> papel que o turismo


106passava a desempenhar na eco<strong>no</strong>mia brasileira. As matérias ainda eram tímidas emuitas vezes apenas reproduziam os números, sem qualquer análise maisaprofundada.Em junho de 2005, a Ascom - Embratur, assumin<strong>do</strong> também um papelprotagonista em seu segmento de atuação, realiza em Brasília, o 1º Encontro <strong>do</strong>sAssessores de Imprensa <strong>do</strong>s Órgãos de Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong>s CVBs. A intenção foi justamenteaproximar, durante um dia e meio, to<strong>do</strong>s aqueles que tinham papel fundamental nadivulgação das ações de promoção <strong>do</strong> turismo, crian<strong>do</strong> um canal direto e equalizan<strong>do</strong>as informações. Este encontro, que teve a participação de quase 50 assessores, foi aorigem de um projeto maior, que se chamou 1° Curso de Eco<strong>no</strong>mia e <strong>Turismo</strong> paraJornalistas.Com o objetivo de qualificar e ampliar o espaço <strong>do</strong> turismo <strong>no</strong> jornalismoeconômico, foi desenha<strong>do</strong> um projeto que percorreu, durante oito meses, as vintemaiores capitais brasileiras. O 1° Curso foi desenha<strong>do</strong> pela Ascom e operacionaliza<strong>do</strong>pelo Núcleo de Estu<strong>do</strong>s de <strong>Turismo</strong> da FGV (FGV), <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Durante um dia,os principais profissionais de mídia nas áreas de eco<strong>no</strong>mia e turismo daquele esta<strong>do</strong>(em uma média de 20) reuniam-se com um profissional da FGV, onde discutiam pormeio de conceitos econômicos como o turismo impactava um desti<strong>no</strong> e como erapossível, a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s disponíveis, pensar matérias que levassem a uma maiorcompreensão desse impacto. A programação incluía a apresentação <strong>do</strong> presidente daEmbratur, de algum técnico <strong>do</strong> órgão, e de um jornalista de fora, que discutia com elesas dificuldades <strong>do</strong> dia-a-dia na redação para emplacar uma matéria naqueles moldes ecomo os da<strong>do</strong>s ali expostos poderiam ser melhor aproveita<strong>do</strong>s pelos veículos.O resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> curso foi surpreendente em vários aspectos. Poucas vezes estesprofissionais tinham participa<strong>do</strong> de projeto semelhante. Uma instituição como a FGVin<strong>do</strong> até eles, um curso gratuito, e a disponibilização de da<strong>do</strong>s e <strong>no</strong>vas fontes era, aprincípio, algo sempre bem-vin<strong>do</strong>. Cada cidade tinha suas peculiaridades e, portanto,realidades e necessidades distintas. O curso serviu, antes de tu<strong>do</strong>, como a oferta deda<strong>do</strong>s para inúmeros veículos <strong>do</strong> país (a participação total foi de 400 jornalistas) e paradiscussão de uma realidade sentida por muitos, mas que até então tinha poucaaferição. Por ter si<strong>do</strong> quase que um projeto piloto, e de realização tão recente, não é


107possível aferir qualitativamente o impacto na cobertura <strong>do</strong>s termos liga<strong>do</strong>s ao turismonesses veículos de comunicação. Entretanto, é crescente o números de matériaseconômicas em que o turismo já está inseri<strong>do</strong> e apresenta abordagens maisaprofundadas.Outro diferencial foi a integração entre as áreas de marketing e de comunicaçãoa partir de 2006, com a contratação pela diretoria de marketing das duas agências deRP mencionadas <strong>no</strong> item anterior. Com elas, foi possível ampliar um trabalho dedivulgação nacional, chegan<strong>do</strong>-se aos veículos me<strong>no</strong>res, regionais e maisespecializa<strong>do</strong>s. A Ascom não tinha, até aquele momento, musculatura para produzir egerar <strong>no</strong>tícias para além <strong>do</strong>s principais veículos de cada esta<strong>do</strong> brasileiro. Umprograma como a Caravana Brasil, por exemplo, estava constantemente presente <strong>no</strong>sesta<strong>do</strong>s e a cobertura disso não era satisfatoriamente realizada localmente. Com asagências, passamos a conseguir uma divulgação melhor e, mais que isso, passamos afazer com que os interlocutores dessas ações fossem profissionais <strong>do</strong>s meiosbeneficia<strong>do</strong>s, como hoteleiros, agentes de viagens e peque<strong>no</strong>s empresários locais.Desde o início <strong>do</strong> a<strong>no</strong> vem sen<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong> este trabalho, de resulta<strong>do</strong>s aindapouco visíveis, já que isso não é uma prática comum e não é de fácil mensuração. Oobjetivo aqui é que os verdadeiros beneficia<strong>do</strong>s destas ações sejam os protagonistasde to<strong>do</strong>s os projetos da Embratur.Uma outra ação importante, esta realizada por mim desde o Anhembi, quepresidi de janeiro de 2001 a janeiro de 2003, foi uma forma de prestação de contaspública das ações das equipes que dirigi. Mensalmente, enviava para profissionais <strong>do</strong>setor e qualquer pessoa que tivesse, de alguma forma, ligação com o turismo, umabreve carta que intitulei Caros Amigos .Nela, reproduzida abaixo, resumia as principais ações e resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>sprogramas em andamento. Era um texto curto, simples, às vezes com alguma matériade jornal anexada, onde o destinatário tomava conhecimento <strong>do</strong> que fazíamos. Chamoisso de uma prestação de contas porque não era comum na Embratur, assim como emoutros órgãos públicos, um permanente canal de comunicação que transmitisse, deforma clara, para o seu público (merca<strong>do</strong>) o que vinha sen<strong>do</strong> feito <strong>no</strong> órgão. Éimportante frisar que todas as informações ali contidas eram de ações já em


108andamento, sem qualquer tipo de discurso ou promessa . Isso criou um hábito, a meuver, muito saudável <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> e na sociedade, que passou a se utilizar dessasinformações para o seu próprio trabalho.Figura 6 Caros Amigos Fevereiro


Figura 7 Caros Amigos Maio109


110Esta prática origi<strong>no</strong>u outro hábito a partir de 2005: a divulgação para a imprensa,semanalmente, da agenda <strong>do</strong>s profissionais da Embratur. Os veículos <strong>do</strong> tradepassaram a publicar, de forma detalhada, as atividades em que a Embratur estavapresente ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Era mais um instrumento disponível para o profissional <strong>do</strong>turismo se apropriar e usar <strong>no</strong> seu cotidia<strong>no</strong>.Figura 8Panrotas


1115. ESTUDOS E PESQUISASA área de estu<strong>do</strong>s e pesquisas da Embratur era, até 2002, uma gerência dadiretoria de marketing, focada na produção de <strong>do</strong>is estu<strong>do</strong>s: Demanda Turística eAnuário Estatístico. Como o <strong>no</strong>vo papel da Embratur, há a compreensão danecessidade de se criar um banco de da<strong>do</strong>s confiável <strong>do</strong> turismo brasileiro, que possaservir para a tomada de decisões, tanto <strong>do</strong>s agentes públicos como da iniciativaprivada. Até então, o quadro técnico da área era pouco qualifica<strong>do</strong>, além de contar combaixíssimo orçamento, o que chegou a acarretar, por exemplo, a paralisação derepasses para o DPF que recebia recursos da Embratur para fazer a digitação dasfichas de entrada de estrangeiros.O primeiro passo, portanto, foi dar o status de diretoria à área, investin<strong>do</strong> naformação de um corpo técnico qualifica<strong>do</strong> e buscan<strong>do</strong> nas instituições de referência empesquisas, como FGV e Fundação Instituto de Pesquisa (Fipe), parcerias para arealização de pesquisas que de fato servissem de parâmetro para mensurar a atividade<strong>do</strong> turismo <strong>no</strong> país.Com isso, foram defini<strong>do</strong>s os focos da <strong>no</strong>va diretoria:- Elaborar, compilar, avaliar e difundir da<strong>do</strong>s estatísticos relativos a atividade <strong>no</strong>Brasil;- Realizar estu<strong>do</strong>s e pesquisas que propiciassem o conhecimento <strong>do</strong> comportamentoe das tendências <strong>do</strong> turismo internacional e suas repercussões <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> nacional;- Implementar um sistema de informação turística que reunisse, sistematizasse edisponibilizasse informações fidedignas e confiáveis sobre a atividade turística comferramenta de apoio à tomada de decisão <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong> e a definição de políticaspúblicas para o setor.A Diretoria de Estu<strong>do</strong>s e Pesquisas desenvolve um conjunto de programas detrabalho, entre elas pesquisas periódicas, estu<strong>do</strong>s econômicos não-regulares, ecompilação e registro de da<strong>do</strong>s periodicamente divulga<strong>do</strong>s por instituições a nósrelacionadas. A seguir, passamos a explicar, detalhadamente, cada uma destaspesquisas, sua meto<strong>do</strong>logia de execução, quem são seus executores e os conceitos


112que <strong>no</strong>s levaram a formular cada uma delas.5.1 DEMANDA TURÍSTICA INTERNACIONALEntidade Executora: FipeApoio: Infraero, DPF, Receita e Órgãos Oficiais de <strong>Turismo</strong> <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s.A partir de Janeiro de 2004 a pesquisa sobre turismo internacional passou a serdesenvolvida pela FIPE com o objetivo de aprimorar a qualidade das estatísticasdisponíveis sobre os fluxos emissivo e receptivo de turistas internacionais <strong>do</strong> Brasil.Integram este projeto as seguintes pesquisas:- Caracterização <strong>do</strong> Perfil <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> Receptivo Internacional;- Caracterização <strong>do</strong> Perfil <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> Emissivo Internacional;- Contagem Amostral <strong>do</strong> Fluxo Receptivo de <strong>Turismo</strong> Internacional;- Contagem Amostral <strong>do</strong> Fluxo Emissivo de <strong>Turismo</strong> Internacional.O projeto objetiva caracterizar e identificar o perfil sócio-econômico <strong>do</strong> turismointernacional <strong>no</strong> Brasil, bem como suas motivações, interesses e comportamento emviagem e características de gastos.Identificar e quantificar, em relação ao receptivo e ao emissivo, os seguintesaspectos:- País de residência permanente;- Regiões, Unidade da Federação (UFs) e Cidades mais visitadas por motivo deviagem ( Lazer e Negócios, Eventos e Não Lazer );- Principais motivos e motivações;- Meios de hospedagem utiliza<strong>do</strong>s;- Meios de transportes utiliza<strong>do</strong>s;- Permanência média <strong>no</strong> país;- Gasto total de suas viagens (país de residência permanente e Brasil);- Fidelização ao Desti<strong>no</strong> Intenção de retor<strong>no</strong>, freqüência de visita ao Brasil e


113preferência de viagem a lazer;- Opiniões sobre os atrativos e a infra-estrutura turística;- Perfil sócio econômico <strong>do</strong> visitante Grau de instrução, idade e renda.Entre os aprimoramentos implementa<strong>do</strong>s para garantir a melhoria da qualidade<strong>do</strong> produto final <strong>no</strong> processo de coleta de da<strong>do</strong>s, tabulação e análise listam-se.Ampliação da AmostraEvolução da Amostra a partir de 2000Perío<strong>do</strong>s Acessos Receptivo Emissivo TotalTerrestre - - -2000 Aéreo - - -Total 11.711 - 11.711Terrestre - - -2001 Aéreo - - -Total 5.248 3.388 8.636Terrestre - - -2002 Aéreo - - -Total 3.212 3.066 6.278Terrestre - - -2003 Aéreo - - -Total 4.447 2.723 7.170Terrestre 9.793 1.937 11.7302004 Aéreo 24.985 13.849 38.834Total 34.778 15.786 50.564Terrestre 6.381 2.503 8.8842005* Aéreo 19.349 14.970 34.319Total 25.730 17.473 43.203Terrestre 6.400 1.300 7.7002006* Aéreo 18.000 6.800 24.800Total 24.400 8.100 32.500* A partir da experiência de 2004, foi possível, gradualmente, reduzir o tamanho da amostra, - inicialmenteprevista para ser realizada com 36.000 elementos -, com base na constituição de grupos homogêneos deturistas, tanto <strong>do</strong> emissivo quanto <strong>do</strong> receptivo. O atual dimensionamento pressupõe uma margem de erro de5% na estimativa <strong>do</strong> gasto médio per capita de cada um <strong>do</strong>s grupos homogêneos. No total, a margem deerro desta proposta para o receptivo aéreo é de apenas 1,3% e para o terrestre é de 2,1%.Quadro 8 Evolução das Amostras a partir de 2000


114A amostra praticada em 2003 foi de cerca de 7.000 questionários, enquanto aamostra contratada <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s seguintes passou a ser de 36.000 questionários.Em 2004 foram aplica<strong>do</strong>s 50 mil questionários, enquanto em 2005 este númerofoi de 43 mil.Esta ampliação <strong>no</strong> número de observações efetivas aumenta significativamente aconfiança estatística <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s finais, ou seja, reduz o erro amostral aceito. Alémdisso, são abertas maiores possibilidades de cruzamentos de variáveis, análises desegmentos específicos da demanda turística, desagregação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s por paísesde origem <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s e por local de pesquisa. Assim, aprimora-se arepresentatividade <strong>do</strong> universo pesquisa<strong>do</strong>.Grau de Significância da AmostraO dimensionamento da amostra pressupõe uma margem de erro aproximada de1% para os da<strong>do</strong>s gerais e de 5% na estimativa em nível de cidades e UFs.Controle AmostralUm maior controle da amostra efetivada passou a ser aplica<strong>do</strong>, em especial <strong>no</strong>que tange à nacionalidade <strong>do</strong>s turistas estrangeiros que visitam o Brasil. Por meio detécnicas estatísticas avançadas, como os testes Scheffé, Duncan e Dunnett T3, foramcria<strong>do</strong>s grupos homogêneos de gastos turísticos por nacionalidade <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>.Desta forma, passou-se a obter um maior nível de confiabilidade <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s finaisda pesquisa. A formação de grupos homogêneos fornece subsídios para critérios maisapura<strong>do</strong>s de expansão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s finais, otimizan<strong>do</strong> a amostragem efetuada eeco<strong>no</strong>mizan<strong>do</strong> recursos. Esta meto<strong>do</strong>logia de grupos homogêneos visa, sobretu<strong>do</strong>, oreconhecimento, por parte <strong>do</strong> Bacen, das receitas e despesas turísticas internacionaiscomputadas desenvolvidas pela Embratur a partir da presente pesquisa e <strong>do</strong> númerototal de turistas internacionais <strong>do</strong> Brasil.Ampliação <strong>do</strong>s pontos de levantamentosA pesquisa até 2003 era efetuada em 14 pontos <strong>do</strong> território nacional, sen<strong>do</strong> queem 2004 este número passa para 17. Hoje a pesquisa atinge 22 pontos de pesquisa


115com o intuito de garantir maior representatividade <strong>no</strong>s principais pontos de entrada esaída de turistas lista<strong>do</strong>s a seguir:Aeroportos internacionais (12):1. Porto Alegre RS2. Florianópolis SC3. Curitiba PR4. São Paulo SP5. Rio de Janeiro RJ6. Salva<strong>do</strong>r BA7. Maceió AL8. Recife PE9. Natal RN10. Fortaleza CE11. Belém PA12. Manaus AMFronteiras terrestres (10):13. Chuí RS14. Santana <strong>do</strong> Livramento RS15. Uruguaiana RS16. São Borja RS17. Dionísio Cerqueira SC18. Foz <strong>do</strong> Iguaçu PR Ponte Tancre<strong>do</strong> Neves19. Foz <strong>do</strong> Iguaçu PR Ponte Internacional da Amizade20. Ponta Porã MS21. Corumbá MS22. Pacaraima RR


116Pontos de Coleta de Da<strong>do</strong>sMapa 1Pontos de Coleta de Da<strong>do</strong>sAumento <strong>do</strong> número de etapas da pesquisaAté 2003 as pesquisas de perfil <strong>do</strong> turismo internacional <strong>no</strong> Brasil eramdesenvolvidas em duas etapas por a<strong>no</strong>. A partir de 2004 estas pesquisas passam a serdesenvolvidas em quatro etapas anuais, com o objetivo de captar o movimento sazonal<strong>do</strong> fluxo de turistas internacionais receptivos e emissivos <strong>do</strong> Brasil na alta, média,médio-baixa e baixa estação. Assim, a ampliação <strong>do</strong> número de etapas de pesquisaprivilegiou as estimativas desenvolvidas para localidades que apresentam sazonalidade<strong>do</strong>s fluxos turísticos internacionais diferentes da média brasileira, como algumas


117capitais <strong>do</strong> Nordeste e a região Norte.Etapas da Pesquisa e Meses CorrespondentesAlta:JaneiroMédia:JulhoBaixa:MaioMédia-baixa: NovembroQuadro 9 Etapas da Pesquisa e Meses CorrespondentesDuração das etapas de coletaDuas semanas durante as quatro etapas nas localidades de maior fluxo (SãoPaulo, Rio de Janeiro e Foz <strong>do</strong> Iguaçu).Nas cidades de médio fluxo em uma etapa é feito duas semanas e uma semananas outras etapas (Porto Alegre, Florianópolis, Salva<strong>do</strong>r, Recife, Fortaleza, Chuí,Santana <strong>do</strong> Livramento, Uruguaiana).Uma semana nas localidades de me<strong>no</strong>r fluxo (Manaus, Belém, Pacaraíma, PontaPorã, Corumbá, Dionísio Cerqueira, São Borja, Maceió, Natal e Curitiba).Aprimoramento da estrutura <strong>do</strong>s formuláriosCom vistas à padronização e comparabilidade das informações, conformepreconiza<strong>do</strong> pela OMT, os formulários de pesquisa foram reformula<strong>do</strong>s em estrutura econteú<strong>do</strong>. Foram acrescentadas <strong>no</strong>vas temáticas, reformuladas alternativas e melhordetalha<strong>do</strong>s alguns aspectos mais relevantes, como a estrutura de gastos, por exemplo.Detalhamento <strong>do</strong> gasto <strong>do</strong>s turistasOutro aprimoramento relevante ocorri<strong>do</strong> nas pesquisas de <strong>Turismo</strong>Internacionais desde 2004 foi o maior detalhamento da estrutura de gastos <strong>do</strong>s turistasemissivos e receptivos. Estes da<strong>do</strong>s têm si<strong>do</strong> coleta<strong>do</strong>s em detalhe com o objetivo decontribuir para um registro mais preciso <strong>do</strong> fluxo de divisas <strong>no</strong> país e aperfeiçoar aConstrução da Balança <strong>Turismo</strong> Internacional <strong>do</strong> Brasil e da Conta Satélite <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong><strong>no</strong> Brasil.Perfil <strong>do</strong> fluxo emissivo de turistas internacionaisA partir de 2004 a pesquisa de perfil <strong>do</strong>s turistas brasileiros que visitam o exterior


118passa a ser regularmente desenvolvida. Este fato contribui significativamente para acomparabilidade das receitas e despesas turísticas <strong>do</strong> Brasil, levan<strong>do</strong> à possibilidadede reconhecimento destas estatísticas por parte <strong>do</strong> Bacen. Além disso, passou-se acontar com informações anuais sobre o perfil deste público, fato que contribui para odesenvolvimento de ações públicas e privadas de desenvolvimento <strong>do</strong> turismo.Controle de expansão <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>sOs resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s questionários efetivamente aplica<strong>do</strong>s passaram, a partir de2004, a contar com controles estatísticos de expansão, geran<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s maisapura<strong>do</strong>s e sem os riscos de deturpações regionais. Com o controle da expansão <strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>s, passou-se a atribuir pesos adequa<strong>do</strong>s aos questionários aplica<strong>do</strong>s em cadaum <strong>do</strong>s 22 pontos de pesquisa, melhoran<strong>do</strong> significativamente as estimativas devariáveis correlacionadas com o local de pesquisa, como é o caso das cidades maisvisitadas, por exemplo.Desagregação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> de LazerO conceito de turismo a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela Embratur em consonância com asrecomendações da OMT abrange diversas motivações de viagem, inclusive aquelasque não são efetuadas com fins de lazer. Contu<strong>do</strong>, o turismo de lazer, além de seudestaca<strong>do</strong> reconhecimento, apresenta características distintas das viagens de negóciose visitas a amigos e parentes, por exemplo. Ressalte-se que dentre outraspeculiaridades, o turismo de lazer e o de Negócios e Eventos são alvos de açõesespecíficas da Embratur e Mtur o que passa a melhor qualificar as informações paraessas duas categorias distintas:- <strong>Turismo</strong> de Lazer;- <strong>Turismo</strong> de Negócios, Eventos e outros tipos de não-lazer.Contagem <strong>do</strong>s fluxos turísticos internacionaisAperfeiçoamento e ampliação da pesquisa de contagem de turistas nas fronteirasterrestre e aérea com o intuito de complementar os da<strong>do</strong>s de fluxo de entrada devisitantes não contabiliza<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s registros administrativos <strong>do</strong> DPF.


1195.2 BOLETIM DE DESEMPENHO ECONÔMICO DO TURISMOParceria: FGV Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape)Apoio: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih); Abeoc; AssociaçãoBrasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel); Abav; Sindicatodas Empresas de <strong>Turismo</strong> (Sindetur); BitoFoi a pesquisa com a qual mais me envolvi, desde sua conceituação até apublicação <strong>do</strong>s primeiros relatórios. Eu não me conformava com a absoluta ausência deda<strong>do</strong>s <strong>no</strong> país, a respeito da dimensão econômica <strong>do</strong> turismo, coleta<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>merca<strong>do</strong>. Daí formulamos o Boletim de Conjuntura, que é uma publicação trimestral, eleva ao público o resulta<strong>do</strong> de uma análise de caráter qualitativo da conjunturaeconômica <strong>do</strong> turismo <strong>no</strong> Brasil.A meto<strong>do</strong>logia aplicada conta com a avaliação de três momentos: o atual, opassa<strong>do</strong> recente pelas observações relativas ao trimestre anterior e a perspectiva parao trimestre seguinte em comparação ao recém concluí<strong>do</strong>.Esta pesquisa, de âmbito nacional, considera as principais variáveis econômicas<strong>do</strong> ambiente em associação com os resulta<strong>do</strong>s da opinião <strong>do</strong>s seguintes segmentos <strong>do</strong>turismo:- Agências de eventos;- Promotores de eventos;- Meios de hospedagem;- Opera<strong>do</strong>ras de <strong>Turismo</strong>;- Agentes de <strong>Turismo</strong> Receptivo;- Restaurantes.Um fator diferencial da pesquisa é a sua realização inteiramente via Internet,uma vez que os questionários são em formato digital para envio por meio de correioeletrônico para os respondentes e as respostas também são disponibilizadas de forma


120on line.Os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Boletim atuam como instrumentos de sondagem<strong>do</strong> setor com tendências e indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, proporcionan<strong>do</strong> aos toma<strong>do</strong>res dedecisão público e priva<strong>do</strong> uma ferramenta que os oriente <strong>no</strong> curto e médio prazos.Os critérios de análise da opinião <strong>do</strong>s gerentes e proprietários de negóciosturísticos entrevista<strong>do</strong>s englobam aspectos relativos a custos, faturamento, contrataçãode pessoal, oferta e demanda por seus produtos e serviços, entre outros itens queajudam na configuração de um quadro conjuntural da eco<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> segmento.A disseminação das informações é feita é feita através da área Da<strong>do</strong>s e <strong>Fatos</strong> <strong>no</strong>Portal <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong>: www.turismo.gov.br/da<strong>do</strong>sefatos.5.3 PESQUISA ANUAL DE CONJUNTURA ECONÔMICA DO TURISMOParceria: FGVEbapeApoio: Abih; Abeoc; Abrasel; Abav; Sinbdetur, Bito.Um des<strong>do</strong>bramento <strong>do</strong> programa de trabalho anterior, a Pesquisa Anual deConjuntura Econômica <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> (Pacet) identifica junto aos principais executivos deturismo a evolução e as tendências <strong>do</strong> setor <strong>no</strong> Brasil.Com foco na visão estratégica <strong>do</strong>s empresários, a Embratur, em parceria com aFGV Ebape ouviu 80 executivos na segunda edição da pesquisa. Arepresentatividade da amostra confere a este estu<strong>do</strong> o status de fonte de consultacapaz de balizar os profissionais na tomada de decisão.Os segmentos que participaram da pesquisa em 2005 foram:- Agências de Viagens;- Meios de hospedagem;- Companhias aéreas;- Opera<strong>do</strong>ras de turismo;- Opera<strong>do</strong>ras de receptivo;


121-Promotores de feiras e eventos;- Loca<strong>do</strong>ras de automóveis.A disseminação das informações é feita é feita através da área Da<strong>do</strong>s e <strong>Fatos</strong> <strong>no</strong> Portal<strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>Brasileiro</strong>: www.turismo.gov.br/da<strong>do</strong>sefatos.5.4 PESQUISA - MEIOS DE HOSPEDAGEM/ESTRUTURA DE CONSUMO E IMPACTOS NA ECONOMIAParceria: SebraeExecução: FipeEste estu<strong>do</strong> foi outra batalha para romper um paradigma vigente na estrutura daEmbratur por décadas. Era hábito a contratação por parte da autarquia, ou pior, osubsídio a esta<strong>do</strong>s e municípios para tanto, de pesquisas que contavam quartos dehotel ou mensuravam quantos metros quadra<strong>do</strong>s para eventos havia em uma ou outracidade ou região <strong>do</strong> país. Ora, era comum que, ao concluir-se a pesquisa, verificavam asua inutilidade, pois o número já havia se altera<strong>do</strong>. Não havia <strong>no</strong> entanto, uma sópesquisa ou estu<strong>do</strong>, sobre o impacto econômico <strong>do</strong>s diverso segmentos <strong>do</strong> turismo, naeco<strong>no</strong>mia das regiões em que atuam. Ninguém sabia dizer qual a importância de umhotel para seus fornece<strong>do</strong>res e parceiros, assim com qual a importância de um Centrode Convenções e Feiras para a eco<strong>no</strong>mia de uma cidade. Daí partimos para esteprograma: o de um estu<strong>do</strong> desenvolvi<strong>do</strong> com o objetivo de analisar e detalhar asestruturas <strong>do</strong>s custos de operação e <strong>do</strong>s estoques de equipamentos e de instalaçõesdas empresas <strong>do</strong> setor de Meios de Hospedagem, como objeto <strong>do</strong> primeiro trabalho,com o intuito de avaliar e quantificar o poder de encadeamento desse setor em termosde impactos econômicos sobre os demais setores produtivos da eco<strong>no</strong>mia, através dascompras de insumos correntes e <strong>do</strong>s equipamentos e de materiais de reposição.A análise baseou-se em da<strong>do</strong>s primários levanta<strong>do</strong>s numa pesquisa de campoque envolveu cerca de 2.000 estabelecimentos de várias regiões <strong>do</strong> país, com pelome<strong>no</strong>s um emprega<strong>do</strong> com carteira assinada, e nas informações de uma tabulaçãoespecial da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2002, <strong>do</strong> Instituto <strong>Brasileiro</strong> de


122Geografia e estatística (IBGE).Os trabalhos de campo foram realiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s meses de Maio a Dezembro de2005.A cobertura geográfica envolveu a pesquisa de estabelecimentos dehospedagem seleciona<strong>do</strong>s nas seguintes 15 Regiões Metropolitanas: Manaus, Belém.Fortaleza, Recife, Salva<strong>do</strong>r, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,Florianópolis, Porto Alegre, Goiânia, Brasília e Natal.Os resulta<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong>s através de um sumário executivo e detabelas sínteses que apresentam os principais resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>no</strong> estu<strong>do</strong> e quepodem ser consulta<strong>do</strong>s de forma dinâmica:- Quantidades de Equipamentos e de Merca<strong>do</strong>rias Duráveis: Quantidades deequipamentos e de merca<strong>do</strong>rias duráveis existentes <strong>no</strong> setor de hospedagem;- Principais Itens de Compras de Equipamentos e de Merca<strong>do</strong>rias Duráveis:Números médios <strong>do</strong>s equipamentos e das merca<strong>do</strong>rias duráveis adquiridasanualmente para reposição pelo setor de hospedagem;- Principais Itens de Compras de Serviços de Utilidade Pública: Valores <strong>do</strong>s gastosanuais <strong>do</strong> setor de hospedagem com os serviços de água e esgoto, energia elétrica,gás, telefone, correios e Internet;- Impactos Diretos e Indiretos <strong>do</strong> Setor de Hospedagens Sobre Emprego, Valor daProdução e Valor Adiciona<strong>do</strong>: Valores <strong>do</strong>s impactos diretos e indiretos, em nível dascinco grandes regiões <strong>do</strong> país, que o conjunto das empresas <strong>do</strong> setor dehospedagem geram <strong>no</strong>s demais setores de atividade da eco<strong>no</strong>mia brasileira, emtermos de produção de bens e serviços e de geração de renda e de emprego;- Distribuição Setorial <strong>do</strong>s Impactos Diretos e Indiretos <strong>do</strong> Setor de HospedagensSobre Emprego, Valor da Produção e Valor Adiciona<strong>do</strong>: Valores <strong>do</strong>s impactos diretose indiretos, em nível das cinco grandes regiões <strong>do</strong> país, que o setor de hospedagemgera em cada um <strong>do</strong>s setores de atividade da eco<strong>no</strong>mia brasileira, em termos deprodução de bens e serviços e de geração de renda e de emprego;- Decomposição Regional <strong>do</strong>s Impactos Econômicos <strong>do</strong> Setor de HospedagemSobre Emprego, Valor da Produção e Valor Adiciona<strong>do</strong>: Distribuição regional <strong>do</strong>sbenefícios sobre a produção, a renda e o emprego, gera<strong>do</strong>s pelo setor de


123hospedagem localiza<strong>do</strong> em cada uma das cinco grandes regiões <strong>do</strong> país. Trata-sede indica<strong>do</strong>res que medem a capacidade desse setor em internalizar na própriaregião, os benefícios que a atividade gera.O resulta<strong>do</strong> deste trabalho tem um impacto brutal sobre <strong>no</strong>ssa atividadeeconômica, pois permite finalmente que o setor se apresente, com protagonismo deseus agentes econômicos, perante outros setores e pactue uma <strong>no</strong>va forma deinterlocução entre to<strong>do</strong>s nas ações de promoção e desenvolvimento <strong>do</strong> negócio. Estepasso, está vincula<strong>do</strong> ao conjunto da estratégia de formação de um <strong>no</strong>vo modelo degestão, na medida em que, com estes da<strong>do</strong>s na mão, o setor turismo, quan<strong>do</strong> passar aser também parte integrante de uma unidade de promoção <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior,assumin<strong>do</strong> finalmente um papel ativo neste processo, pode construir relações deparceira econômica até aqui não tentadas, por absoluta falta de da<strong>do</strong>s que <strong>no</strong>spermitissem abordar segmentos como o de combustível ou o setor de produção dealimentos ou de produtos têxteis.5.5 ESTUDO SOBRE ECONOMIA DO TURISMO: ANÁLISE DAS ATIVIDADES CARACTERÍSTICAS DOTURISMO - 2003Parceria e Execução: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA)IBGEResulta<strong>do</strong> de um acor<strong>do</strong> de cooperação técnica entre IBGE, Mtur e Embratur, oestu<strong>do</strong> tem por objetivo apresentar resulta<strong>do</strong>s relativos à atividade de turismo,provenientes da PAS, da PAS Suplemento Produtos e Serviços, da Pesquisa deOrçamentos Familiares (POF), e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios(PNAD), realizadas pelo IBGE, referentes ao a<strong>no</strong> de 2003.A publicação marcou o início da divulgação <strong>do</strong>s primeiros resulta<strong>do</strong>s sobre aanálise econômicas das atividades ligadas ao turismo a partir <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s de baserealiza<strong>do</strong>s pelo IBGE e das recomendações da OMT para a questão.Isto é, levan<strong>do</strong>-se em conta que a análise econômica <strong>do</strong> turismo faz-se,


124principalmente, a partir da mensuração <strong>do</strong>s produtos (bens e serviços) que os visitantesconsomem durante suas viagens e <strong>do</strong>s impostos que a oferta desses produtos exercesobre as variáveis macroeconômicas e sua inter-relação com as demais atividades daeco<strong>no</strong>mia.5.6 INDICADORES SOBRE MÃO DE OBRA FORMAL OCUPADA EM ATIVIDADES CARACTERÍSTICASDO TURISMOParceria e Execução: IPEAAssinatura de termo de cooperação e repasse de recursos para o IPEA para odesenvolvimento de estu<strong>do</strong>s que permitam suprir a carência histórica de da<strong>do</strong>ssistematiza<strong>do</strong>s sobre a questão de emprego <strong>no</strong> setor e conhecer a dimensão e o perfilda mão-de-obra formal ocupada em atividades características <strong>do</strong> turismo e construirindica<strong>do</strong>res conjunturais para monitorar a evolução da mão-de-obra ocupada <strong>no</strong> setor.Entre os produtos previstos para o desenvolvimento <strong>do</strong> Projeto estão:- Estimativas da mão de obra formal ocupada em atividades características <strong>do</strong>turismo, ten<strong>do</strong> por base os da<strong>do</strong>s da Relação Anual de Informações Sociais (Rais);- Elaboração de indica<strong>do</strong>res mensais relativos à evolução quantitativa recente damão-de-obra formal ocupada segun<strong>do</strong> grandes setores de atividades turísticas;- Perfil anual da mão de obra formal ocupada nas atividades de turismo.O conjunto de pesquisas mencionadas propiciará a construção de um conjuntode indica<strong>do</strong>res sobre o merca<strong>do</strong> de trabalho <strong>no</strong> turismo que deverá ser objeto deatualização sistemática e cujos componentes principais serão divulga<strong>do</strong>s nas páginas<strong>do</strong> IPEA e <strong>do</strong> Mtur/Embratur pela Internet.As pesquisas deverão disponibilizar os seguintes indica<strong>do</strong>res, ainda em 2006:(a) estoque mensal de empregos formais entre dezembro de 2002 e dezembro de2004, por Atividade Característica de <strong>Turismo</strong> (ACT) (alojamento, alimentação,transporte, auxiliar de transporte, aluguel de transporte, agência de viagens, lazer e


125cultura), para o Brasil, Regiões e Esta<strong>do</strong>s;(b) estimativa preliminar <strong>do</strong> estoque mensal de empregos formais para os mesesseguintes a janeiro de 2005, por ACT (alojamento, alimentação, transporte, auxiliarde transporte, aluguel de transporte, agência de viagens, lazer e cultura), para oBrasil, Regiões e Esta<strong>do</strong>s;(c) principais características da mão-de-obra formal ocupada por ACT (alojamento,alimentação, transporte, auxiliar de transporte, aluguel de transporte, agência deviagens, lazer e cultura), para o Brasil, Regiões e Esta<strong>do</strong>s.O trabalho objetiva subsidiar a formulação e a avaliação das políticas públicas deturismo. Para tanto, buscou-se identificar, junto ao Mtur/EMBRATUR, as questões maisrelevantes, <strong>no</strong> que concerne ao emprego, que se colocavam aos dirigentes desse setor.A seguir se apresenta uma relação conten<strong>do</strong> os principais temas que demandavamrespostas:a) dimensão <strong>do</strong> estoque de mão-de-obra ocupada em atividades turísticas;b) evolução anual e mensalmente <strong>do</strong> estoque dessa mão-de-obra;c) composição desse estoque <strong>do</strong> ponto de vista da formalização das relações detrabalho;d) perfil e transformações que ocorrem <strong>no</strong> estoque dessa mão-de-obra (escolaridade,ocupação, idade, gênero, etc.);e) perfil <strong>do</strong>s estabelecimentos que empregam essa mão-de-obra (atividade,dimensão, etc.);f) contribuição dessa mão-de-obra para a formação da renda nacional.Complementarmente, busca-se ainda também a obtenção de resulta<strong>do</strong>s queapresentem as seguintes características, de interesse para as políticas de turismo:a) maior detalhamento das atividades para delimitar as principais ACTs;b) maior desagregação geográfica possível;c) maior especificação das características <strong>do</strong>s estabelecimentos emprega<strong>do</strong>res;d) maior especificação da mão-de-obra ocupada em seus aspectos individuais,educacionais e ocupacionais que permitam definir da forma mais detalhada o seuperfil;e) oportunidade da informação.


126Bem como, outros atributos das informações utilizadas pelas pesquisas quepropiciem:a) a confiabilidade <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s;b) o nível de cobertura das fontes utilizadas;c) seu potencial de utilização de forma coerente com o Sistema Estatístico Nacionale em especial com a Conta Satélite de <strong>Turismo</strong> (CST).5.7 AÇÕES PARA O PROJETO DE ELABORAÇÃO DA CONTA SATÉLITE DE TURISMO NO BRASILAs ações até aqui (dezembro de 2006) realizadas foram:- Levantamentos e análise de pesquisas existentes;- Estruturação de sistema de estatística básica de turismo com o apoio <strong>do</strong> IBGE;- Análise das pesquisas realizadas sobre o turismo <strong>no</strong> Brasil a partir dasrecomendações da OMT;- Análise das pesquisas econômicas realizadas pelo IBGE para avaliar o tipo deinformações disponíveis referentes à oferta e à demanda das ACTs, com vista àelaboração da CST:. PAS - Pesquisa Anual de Serviços;. POF - Pesquisa de Orçamento Familiar;. PAC - Pesquisa Anual de Comércio;. PIA - Pesquisa Industrial Anual.- Análise das ACTs definidas pela OMT para a construção da CST e pesquisadaspela PAS: Serviço de Alojamento, Serviço de Alimentação, Serviços de Transportede Viajantes, Agências de viagens e Organiza<strong>do</strong>res de viagem, Serviços Culturais eRecreativos;- Construção de Indica<strong>do</strong>res Macroeconômicos das ACTs, supra citadas, a partir dabase de da<strong>do</strong>s disponíveis na Coordenação de Contas Nacionais <strong>do</strong> IBGE;- Avaliação <strong>do</strong> gasto turístico de residentes a partir da análise da POF 2002-2003;- Avaliação <strong>do</strong> gasto turístico de residentes a partir da análise da POF 1996;


127- Análise <strong>do</strong> Estu<strong>do</strong> Comparativo <strong>do</strong>s gastos turísticos de residentes a partir das POF1996 e 2002-2003;- Diagnóstico das Mo<strong>no</strong>grafias e das Fichas de Da<strong>do</strong>s Fonte encaminha<strong>do</strong>s pelosÓrgãos Estaduais de Estatística e <strong>Turismo</strong>;- Desenvolvimento de estu<strong>do</strong>s de regionalização <strong>do</strong> Consumo Intermediário das ACTcom o objetivo de possibilitar a construção das Tabelas de Recursos e UsosRegionais;- Realização de <strong>do</strong>is eventos técnicos para troca de experiências com outros países,em parceria com a OMT:. Conferência sobre Conta Satélite de <strong>Turismo</strong> Compreender e DesenharEstratégias Foz <strong>do</strong> Iguaçu Outubro de 2005;. Realização <strong>do</strong> I Encontro Sobre Conta Satélite de <strong>Turismo</strong> dirigi<strong>do</strong> a técnicos daárea de planejamento responsáveis pelo cálculo das Contas Regionais Rio deJaneiro Julho de 2005.5.8 PRÊMIO DE MONOGRAFIAS E MTUR/EMBRATUR/FGV DE ESTUDOS DE CASO EREPORTAGENS DO SETOR DE TURISMO E HOTELARIAPromovi<strong>do</strong> pelo Mtur, Embratur, em parceria com FGV, através da Ebape-FGV,tem como objetivo estimular e desenvolver o conhecimento científico relaciona<strong>do</strong> com osetor de turismo e hotelaria.Em 2005 foi lançada a terceira edição <strong>do</strong> Prêmio, e foram entregues os prêmiosrelativos à segunda edição, que recebeu trabalhos inscritos. Os trabalhos vence<strong>do</strong>resnas categorias pós-graduação e reportagens receberam R$ 5.000,00 cada, e os degraduação R$ 3.000,00. As inscrições foram finalizadas com 266 inscritos. A divulgação<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s e entrega <strong>do</strong>s prêmios está prevista para Agosto de 2006.


1285.9 ÁREA DE DADOS E FATOS NO PORTAL BRASILEIRO DE TURISMOA Diretoria é responsável pela manutenção da área de Da<strong>do</strong>s e <strong>Fatos</strong> <strong>no</strong> portal<strong>do</strong> turismo <strong>do</strong> brasileiro com a publicação de conteú<strong>do</strong>s gerenciais sobre a atividadeturística, produzi<strong>do</strong>s ou compila<strong>do</strong>s pela Diretoria de Estu<strong>do</strong>s e Pesquisas junto adiversas fontes de informações da área pública e <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>.A disseminação eletrônica sobre a atividade turística <strong>no</strong> Brasil e possibilidade deacesso on line a esses conteú<strong>do</strong>s facilita a socialização das informações à sociedadecivil como um to<strong>do</strong>, tornan<strong>do</strong>-a ferramenta de suporte e apoio à decisão gerencial <strong>do</strong>setor público e priva<strong>do</strong>.Um outro objetivo <strong>no</strong>sso ao lançar este portal e esta área, era criar um vínculoentre o mun<strong>do</strong> real da gestão <strong>do</strong> turismo, basea<strong>do</strong> <strong>no</strong> fato de que a Embratur éindiscutivelmente um protagonista <strong>no</strong> setor, e a academia. este era o instrumento pormeio <strong>do</strong> qual pretendíamos fazer chegar às escolas de to<strong>do</strong> o Brasil, um conjunto deda<strong>do</strong>s que permitisse aos responsáveis pelo processo de formação <strong>do</strong>s <strong>no</strong>vosprofissionais, prover acesso a informação de excelente qualidade aos alu<strong>no</strong>s.Infelizmente, neste ponto não fomos muito felizes nem eficazes. Em parte porque nãomobilizamos suficiente energia e recursos na propagação deste instrumento, em parteporque a qualidade de muitas escolas é extremamente frágil.A compilação de da<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s ou coleta<strong>do</strong>s por instituições constitui-se emimportante ferramenta para aferição <strong>do</strong>s fluxos turísticos internacionais e <strong>do</strong>mésticos,bem como <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong> pela entrada e saída de divisas e são essenciais comoindica<strong>do</strong>res para o acompanhamento <strong>do</strong> desempenho da atividade turística <strong>no</strong> país.Destacam-se entre os aperfeiçoamentos implanta<strong>do</strong>s a mensalização <strong>do</strong>acompanhamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s de colhi<strong>do</strong>s, junto à Infraero e Receita Federal, feitos,anteriormente, apenas anualmente. Entre os da<strong>do</strong>s compila<strong>do</strong>s pela Diretoria deEstu<strong>do</strong>s e Pesquisas destacam-se os relativos à:


129Fluxo de entrada de estrangeirosApoio: DPFOs registros administrativos são disponibiliza<strong>do</strong>s pelo DPF. A Embratur vemreforçan<strong>do</strong> a digitação das fichas de entrada de estrangeiros, para dar maisconsistência à base de da<strong>do</strong>s utilizada para a quantificação <strong>do</strong> fluxo de turistasestrangeiros recebi<strong>do</strong>s pelo Brasil de estrangeiros recebi<strong>do</strong>s pelo Brasil.Em 2005, com o apoio da Embratur foi possível incrementar em 600.000 onúmero de fichas digitadas e transferir para o banco de da<strong>do</strong>s da Embratur os registrosadministrativos de 1,8 milhões de fichas digitadas através de sistema especialista.Em 2006, este mesmo apoio já está em curso a digitação de fichas referente àentrada de estrangeiros <strong>no</strong> Aeroporto de Guarulhos, maior portão de entrada <strong>do</strong> país.Movimento de Embarque e Desembarque de Passageiros Nacional e Internacional emAeroportosAPOIO: InfraeroCompilação de da<strong>do</strong>s sobre a movimentação mensal e anual <strong>do</strong>s desembarquesem vôos nacionais e internacionais, regulares e não-regulares e desenvolvimento desistema especialista.Receita Cambial e Despesa Cambial Banco CentralDa<strong>do</strong>s: Banco Central- Compilação de da<strong>do</strong>s sobre a entrada e saída de divisas <strong>do</strong> país na Conta deviagens internacionais;- Composição <strong>do</strong> movimento e <strong>do</strong> fluxo econômico internacional <strong>do</strong> turismo brasileiro.É impressionante como em apenas duas linhas somos capazes de explicar edefinir tecnicamente o da<strong>do</strong> mais importante para aferição de resulta<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong> oprocesso que vimos narran<strong>do</strong> até aqui. Os da<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s pelo Bacen desde 1969,três a<strong>no</strong>s apenas após a criação da Embratur, são o melhor e mais eficaz instrumentopara avaliarmos, com apenas um número, se os esforços de planejamento, operação,investimento e análises que realizamos ao longo destes a<strong>no</strong>s recentes estão na direçãocorreta ou não.


130É este da<strong>do</strong> que, ao informar ao merca<strong>do</strong>, a cada mês, o volume de ingressosoficialmente registra<strong>do</strong> em moeda estrangeira <strong>no</strong> país por meio de turistas, possibilitaavaliarmos e compararmos <strong>no</strong>ssos programas de trabalho com toda a história daEmbratur, praticamente desde a sua fundação. Foi a existência deste da<strong>do</strong> que mepermitiu fazer em meu pronunciamento de posse na presidência da Embratur, aafirmação de que aquela seria ...uma gestão sem discursos, marcada por programasde trabalho que pudessem ser aferi<strong>do</strong>s pela sociedade e pelo merca<strong>do</strong>, na medida emque buscaríamos da<strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s por instituições de credibilidade técnica indiscutível...Foi também o fato de que este da<strong>do</strong> nunca havia si<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong> pela Embratur, queme intrigou profundamente, levan<strong>do</strong>-me, após <strong>no</strong>ssa equipe apresentar os primeirosda<strong>do</strong>s de avaliação sobre o antigo setor de pesquisas de pesquisas da autarquia, areformulá-lo completamente.Não posso negar que me agrada muito, e me emocio<strong>no</strong> sempre, quan<strong>do</strong> hoje, jáafasta<strong>do</strong> de Brasília e de sua lides há mais de um semestre escuto pelo rádio umlocutor anunciar a Embratur informou hoje que, segun<strong>do</strong> o Banco Central, mais umrecorde foi bati<strong>do</strong> <strong>no</strong> ingresso de dólares <strong>no</strong> Brasil com turistas estrangeiros... .A força deste fato e <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s provi<strong>do</strong>s pelo Bacen é tão brutal que, retornan<strong>do</strong>a um tema que levemente abordei ao inicio deste texto, não me surpreende que setoresda mídia, porta vozes muita vezes <strong>do</strong>s setores econômicos e sociais oligárquicos eseus herdeiros, por duas vezes derrota<strong>do</strong>s nas urnas, jamais o comuniquem pelo quetrás de positivo ao país e ao gover<strong>no</strong> que tomou a decisão política de construir ummodelo de promoção que apresente tamanho volume de resulta<strong>do</strong>s, mas ao contrário,transformem o comunica<strong>do</strong> gerencial <strong>do</strong> Bacen, numa <strong>no</strong>tícia simplória de volume dedólares gastos pelos brasileiros <strong>no</strong> exterior, esquecen<strong>do</strong>-se que também este volume,apesar <strong>do</strong> câmbio baixo, também cresce por conseqüência da melhora <strong>do</strong> ambienteeconômico, <strong>do</strong> crescimento da renda disponível e das viagens envolvidas <strong>no</strong>crescimento <strong>do</strong> volume de exportações.


1316. UM NOVO MODELO DE GESTÃO6.1 NOVO MODELO DE GESTÃO E A GESTÃO DO CONHECIMENTONo modelo de aparelho de Esta<strong>do</strong> desenha<strong>do</strong> neste país a partir da decisão deDom João VI de fugir das tropas napoleônicas mudan<strong>do</strong> a corte para o Rio de Janeiro,está uma prática repetida a exaustão por parte das seguidas articulações oligárquicasque foram se suceden<strong>do</strong> a frente deste aparelho: apropriar-se deste com o objetivo decolocar seus recursos, arrecada<strong>do</strong>s junto ao conjunto da sociedade, a serviço deinteresses localiza<strong>do</strong>s destas mesmas oligarquias.Esta prática, quan<strong>do</strong> tratamos de turismo, se verifica por meio <strong>do</strong> papeldesempenha<strong>do</strong> pela Embratur ao longo da maioria de seus 40 a<strong>no</strong>s de existência:repassar subsídios e recursos, majoritariamente a fun<strong>do</strong> perdi<strong>do</strong>, para a execução dediversos projetos, sejam de obras físicas, ações de promoção, eventos ou inserções demídia, a esta<strong>do</strong>s, municípios, empresas, entidades e veículos, sem que isto seconfigurasse em um programa articula<strong>do</strong> de desenvolvimento para as regiões e setoresbeneficia<strong>do</strong>s por estes recursos. Ao contrário, muitos <strong>do</strong>s recursos repassa<strong>do</strong>s, e osprocessos existentes <strong>no</strong>s arquivos da autarquia o provam, não tem qualquer relaçãoentre si, configuran<strong>do</strong>-se muitas vezes como ações isoladas e fechadas sobre simesmas, reportan<strong>do</strong>-se ao conceito inicial de apropriação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> por grupospriva<strong>do</strong>s e oligárquicos.Este modelo de Esta<strong>do</strong>, posto em questão com a vitória <strong>do</strong> presidente Lula naseleições federais de 2002 e 2006, reflete-se <strong>no</strong> turismo também pelo papel reserva<strong>do</strong> aEmbratur de protagonista absolutamente isola<strong>do</strong> nas ações de promoção <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong>exterior: o discurso <strong>do</strong>minante ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1980 e 1990, repeti<strong>do</strong> à exaustãosem qualquer avaliação crítica, é de que esse é o papel <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> . Ora, nada maisultrapassa<strong>do</strong> e ineficaz <strong>do</strong> que esta consigna.Isto já foi prova<strong>do</strong> em Barcelona, em 1993 com a criação da Turisme deBarcelona, por seus resulta<strong>do</strong>s e pela riqueza de seus programas, assim como começa


132a ser verifica<strong>do</strong> em outras regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que traçam a mesma rota: é possívelconstruir um outro modelo de gestão para a promoção <strong>do</strong> turismo, com participação <strong>do</strong>ssetores público e priva<strong>do</strong>, sob gestão compartilhada e mútua, contan<strong>do</strong> com recursosde ambas as fontes, com esta mesma direção compartilhada possibilitan<strong>do</strong> que ocontrole sobre a aplicação destes recursos se faça de forma ampla e transparente,como se espera de práticas de gestão <strong>no</strong> século XXI.Esta <strong>no</strong>va possibilidade para o Brasil, conceito que comecei a formular edesenvolver em 1996, quan<strong>do</strong> entrei em contato com o então recém nasci<strong>do</strong> modelo degestão de turismo de Barcelona, parte da premissa de que o modelo conduzi<strong>do</strong>exclusivamente pelo esta<strong>do</strong> chegou a seu limite de exaustão, tanto <strong>do</strong> ponto de vistafinanceiro, pois não há condições objetivas de ampliar eternamente o volume deinvestimentos públicos em promoção, quanto <strong>do</strong> ponto de vista político, pois não écorreto dar seguimento a um processo <strong>no</strong> qual não há participação econômica <strong>do</strong> setorpriva<strong>do</strong> em programas que o beneficiam diretamente.Por outro la<strong>do</strong>, as ações conduzidas exclusivamente pelo setor priva<strong>do</strong>, namedida em que, pela própria natureza <strong>do</strong> setor, impedem os agentes econômicos, aoatuarem de forma isolada, de formularem e executarem programas que, sem perder ofoco da remuneração de seus investimentos, incorpore um conjunto mais amplo deatores <strong>no</strong> processo de promoção e marketing de desti<strong>no</strong>, por meio de seus produtos eserviços.Ora, a conclusão, embora simples, de que é preciso e necessário uma açãoarticulada entre ambos, demanda uma reposta de equação bastante complexa: comoarticular interesses contraditórios entre si, concorrentes <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>, sem tradição dearticulação conjunta? Pois bem, pela redefinição <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> aparelho de esta<strong>do</strong>,atribuin<strong>do</strong>-lhe instrumentos de gestão que permitam a inclusão efetiva e participativa <strong>do</strong>setor priva<strong>do</strong>, com participação assegurada na formulação, gestão, execução efiscalização da aplicação de recursos envolvi<strong>do</strong>s em cada um <strong>do</strong>s programas a seremimplementa<strong>do</strong>s.Como se faz isso? Extinguin<strong>do</strong> a Embratur e substituin<strong>do</strong>-a por uma unidade depromoção e marketing, sob gestão compartilhada entre os setores público e priva<strong>do</strong>,relacionan<strong>do</strong>-se com o gover<strong>no</strong> federal por meio de um contrato de estão, contan<strong>do</strong>


133com um corpo executivo de profissionais remunera<strong>do</strong>s por meio de resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.Este é o último <strong>do</strong>s programas que me propus a implantar na Embratur, e queminha saída um pouco antecipada acabou por obrigar-me a deixar em andamento.No entanto, conduzi<strong>do</strong> pela equipe que segue a frente da organização, o projetosegue seu andamento (<strong>no</strong> momento em que escrevo está sob análise <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong>Planejamento, após ter si<strong>do</strong> aprova<strong>do</strong> e apoia<strong>do</strong> pelo Mtur) rumo a um ato presidencial.Na hipótese amplamente provável de sua implementação, a Embratur passará aser uma agência de promoção, marketing e apoio à comercialização de produtos,serviços e desti<strong>no</strong>s turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior, gerida sob um regimeextremamente similar ao de uma fundação, muito pareci<strong>do</strong> com de um CVB como o deSão Paulo ou o <strong>do</strong> Rio de Janeiro.Sua direção será formada por um conselho paritariamente composto entrerepresentantes de empresas privadas e de órgãos públicos relaciona<strong>do</strong>s ao setor, e suadireção executiva será indicada por este conselho.O corpo de profissionais terá composição de acor<strong>do</strong> com critérios de merca<strong>do</strong>, ehaverá regras explícitas para a utilização de seus recursos em projetos, quer sejam decaráter público, quer sejam de caráter priva<strong>do</strong>, quanto a percentuais máximos emínimos de participação de recursos públicos e priva<strong>do</strong>s, assim como formas claras eexplícitas de estão e acompanhamento de execução destes recursos.Outra <strong>no</strong>vidade é que o <strong>no</strong>vo modelo permitirá de forma explícita que a agênciaparticipe de ações desenvolvidas por empresas privadas, sem necessidade de recorrera terceiros, como entidades e outros organismos intermediários.Na realidade, a extinção da Embratur, na forma como é hoje conhecida,representa o último degrau a ser venci<strong>do</strong>, <strong>do</strong> ponto de vista institucional, para <strong>do</strong>tar oBrasil <strong>do</strong> instrumental necessário para a batalha pela ampliação de sua participação <strong>no</strong>merca<strong>do</strong> internacional, para além <strong>do</strong> espaço que hoje já ocupamos, ten<strong>do</strong> praticamentetriplica<strong>do</strong> o volume de ingresso de recursos em quatro a<strong>no</strong>s.O patamar atual, ainda que extremamente significativo, se compara<strong>do</strong> aosfrágeis resulta<strong>do</strong>s das décadas de 1980 e 1990, não será supera<strong>do</strong> com os atuaisinstrumentos de que dispomos. É fundamental romper com a lógica patrimonialista eatrasada que <strong>no</strong>rteou a montagem da atual estrutura, já rompida na prática com o


134redirecionamento <strong>do</strong> papel da Embratur, e incorporar integralmente ao processo, to<strong>do</strong>sos setores e agentes econômicos, que os programas lança<strong>do</strong>s nestes a<strong>no</strong>s recentes,trouxeram ao papel de protagonistas.Este seria o último paradigma a ser consolida<strong>do</strong> em um <strong>no</strong>vo patamar: com asucessiva inclusão de <strong>no</strong>vos desti<strong>no</strong>s, entidades e agentes econômicos aos programasde promoção comercial <strong>no</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior, é fundamental destinar papel institucionaldefini<strong>do</strong> a estes <strong>no</strong>vos protagonistas, pois na medida e quem a <strong>no</strong>va agencia terácomposições paritárias de gestão, com mandatos defini<strong>do</strong>s e diferencia<strong>do</strong>s <strong>do</strong>smandatos públicos, a qualidade e a perenização <strong>do</strong>s programas será vinculadaexclusivamente aos resulta<strong>do</strong>s que estes programas apresentarem, constituin<strong>do</strong>finalmente um modelo público, porém não- estatal, de promoção comercial <strong>do</strong> turismobrasileiro.6.2 O PROJETO DO NOVO MODELO DE GESTÃOEmbratur:Reproduzo aqui um modelo de decreto, crian<strong>do</strong> um <strong>no</strong>vo modelo para aDECRETO N° X.XXX , DE XX DE XXXXX DE 2007Institui a Embratur Fundação Brasileira dePromoção <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>, e dá outras providências.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, <strong>no</strong> uso da atribuição que lhe confere o art. 84,incisos IV e VI, alínea a , da Constituição, e ten<strong>do</strong> em vista o disposto na MedidaProvisória nº XXX, de xx de xx de 2006,DECRETA:Art. 1º Fica instituída a Embratur Fundação Brasileira de Promoção <strong>do</strong><strong>Turismo</strong>, pessoa jurídica de direito priva<strong>do</strong>, sem fins lucrativos e de utilidade pública,


135conforme disposto <strong>no</strong> art. 1º da Medida Provisória n.º XXX, de xx de xx de 2006, com oobjetivo de formular, implementar e executar às ações de promoção comercial <strong>do</strong>sprodutos, serviços e desti<strong>no</strong>s turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior, visan<strong>do</strong> ampliar achegada de turistas estrangeiros, assim como, o tempo de permanência e o ingresso dedivisas <strong>do</strong>s mesmos <strong>no</strong> território nacional, com a finalidade de ampliar o merca<strong>do</strong> deconsumo e, consequentemente, a produção e a aquisição de bens e serviços gera<strong>do</strong>s<strong>no</strong> país, impactan<strong>do</strong>, positivamente, o volume de emprego e renda <strong>no</strong> Brasil.Art. 2º À Embratur, na consecução <strong>do</strong>s objetivos assinala<strong>do</strong>s <strong>no</strong> art. 1º desteDecreto, sem prejuízo de outras iniciativas consonantes com a política nacional deturismo, compete formular, implementar e executar:I as ações de promoção de desti<strong>no</strong>s, produtos e serviços turísticos <strong>do</strong> Brasil<strong>no</strong> merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong>;II as ações de marketing de desti<strong>no</strong>s, produtos e serviços turísticos <strong>do</strong> Brasil<strong>no</strong> merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong>;III as ações de apoio à comercialização de desti<strong>no</strong>s, produtos e serviçosturísticos <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> exter<strong>no</strong>;IV participar, como membro e/ou mantene<strong>do</strong>ra, de organizações e entidadesnacionais e internacionais, públicas e privadas, de turismo;V celebrar contratos, convênios, termos de parceria, acor<strong>do</strong>s e ajustes comórgãos, organizações, entidades, empresas e instituições públicas ou privadasnacionais, estrangeiras e internacionais, para a realização <strong>do</strong>s seus objetivos;VI propor ao Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> <strong>no</strong>rmas e medidas necessárias àexecução da Política Nacional de <strong>Turismo</strong>, <strong>no</strong> que diz respeito aos seus objetivos ecompetências, além de executar as decisões que, para esse fim, lhe sejamrecomendadas; eVII a interação permanente junto aos agentes econômicos liga<strong>do</strong>s, direta ouindiretamente, ao turismo <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional, informan<strong>do</strong>-os e orientan<strong>do</strong>-os,assim como ao público potencialmente interessa<strong>do</strong>, sobre os desti<strong>no</strong>s, produtos eserviços turísticos brasileiros.Parágrafo único. Para a consecução destas competências fica a Embraturautorizada a:


136a) a realizar, promover, organizar e participar de eventos, realiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> país e<strong>no</strong> exterior;b) a realizar, promover, organizar, participar e financiar as ações de promoção,marketing e apoio à comercialização <strong>do</strong>s produtos, serviços e desti<strong>no</strong>s turísticosbrasileiros <strong>no</strong> exterior;c) participar, como institui<strong>do</strong>ra e/ou mantene<strong>do</strong>ra, de organizações e entidades,sem fins lucrativos, que tenham, como objeto de criação, objetivo correlaciona<strong>do</strong> comos lista<strong>do</strong>s <strong>no</strong> artigo 1ª, da Medida Provisória n.º XXX, de XX de xxxx de 2006;d) a instituir, dirigir e manter unidades <strong>no</strong> exterior, próprias, conveniadas outerceirizadas;e) instituir e manter contratos, convênios, termos de parceria, acor<strong>do</strong>s e ajustescom empresas privadas, de qualquer natureza, desde que sejam observadas, <strong>no</strong>mínimo, as seguintes condições:e.1) que seja feito um estu<strong>do</strong> de viabilidade, pelos técnicos da Embratur,que demonstre o retor<strong>no</strong> <strong>do</strong> financiamento público em, <strong>no</strong> máximo, 24 meses parao projeto de parceria;e.2) que os recursos públicos e priva<strong>do</strong>s, frutos da parceria, sejammovimenta<strong>do</strong>s em conta-corrente específica <strong>do</strong> Banco <strong>do</strong> Brasil e administra<strong>do</strong>por um comitê bi-partite paritário designa<strong>do</strong> especificamente para este fim;e.3) que os investimentos priva<strong>do</strong>s, em moeda corrente, sejam de, <strong>no</strong>mínimo, 50% (cinqüenta por cento) <strong>do</strong> total; ee.4) sejam aprovadas por, <strong>no</strong> mínimo, <strong>do</strong>is terços da Diretoria Executivada Embratur.f) instituir e manter contratos, convênios, termos de parceria, acor<strong>do</strong>s e ajustescom órgãos, organizações, entidades, empresas e instituições públicas ou privadas,com ou sem fins lucrativos, para distribuir e/ou divulgar a Marca Brasil através delicenças, cessão de direitos de uso, joint-venture, ou outros instrumentos legais;g) instituir e manter contratos, convênios, termos de parceria, acor<strong>do</strong>s e ajustes,tanto com os órgãos competentes da administração pública bem como com asentidades privadas relacionadas ao turismo, ao comércio exterior, relações exteriores,transporte aéreo, terrestre, marítimo e fluvial e de controle <strong>do</strong> ingresso e saída de


137estrangeiros <strong>do</strong> país; eh) realizar outras ações e medidas que estejam em consonância com MedidaProvisória n.º XX de xxxxxx de 2006 e lhe sejam atribuídas pelo Ministro <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><strong>Turismo</strong>.Art. 3º A Embratur terá a seguinte estrutura de direção:I - Conselho Deliberativo;II - Conselho Fiscal; eIII - Diretoria-Executiva.Art. 4º O Conselho Deliberativo, órgão superior de direção da Embratur, éresponsável pela definição das seguintes matérias, além daquelas constantes <strong>do</strong>estatuto social:I - aprovar o estatuto social da entidade;II - aprovar a política de atuação institucional em consonância com o contrato degestão celebra<strong>do</strong> com o Poder Executivo, de acor<strong>do</strong> com o disposto <strong>no</strong> artigo xx daMedida Provisória n.º XXX, de xx de xx de 2006;III - deliberar sobre a aprovação <strong>do</strong> planejamento estratégico da entidade;IV - deliberar sobre a aprovação <strong>do</strong>s pla<strong>no</strong>s de trabalho anuais e os relatórios deacompanhamento e avaliação;V - deliberar sobre a aprovação da proposta <strong>do</strong> orçamento-programa e o pla<strong>no</strong> deaplicações apresenta<strong>do</strong>s pela Diretoria-Executiva;VI - deliberar sobre a aprovação <strong>do</strong> balanço anual e a respectiva prestação decontas da Diretoria-Executiva;VII - deliberar sobre a proposta da Diretoria-Executiva referente ao pla<strong>no</strong> degestão de pessoal e ao pla<strong>no</strong> de cargos, salários e benefícios, assim como sobre oquadro de pessoal da entidade;


138VIII - analisar e deliberar sobre a aprovação <strong>do</strong> manual de licitações e decontratos, convênios, termos de parcerias, acor<strong>do</strong>s e ajustes apresenta<strong>do</strong> pelaDiretoria-Executiva, e suas posteriores alterações, observa<strong>do</strong> o disposto <strong>no</strong> artigo xxda Medida Provisória n.º XXX, de xx de xx de XXXX; eIX - fixar o valor da remuneração <strong>do</strong>s membros da Diretoria-Executiva, observa<strong>do</strong>o disposto <strong>no</strong> artigo xx da Medida Provisória n.º XXX, de xx de xx de 2006.§ 1º O Conselho Deliberativo será presidi<strong>do</strong> pelo Ministro de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>.I O Ministro de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> poderá, se assim desejar, designarrepresentante para substituí-lo na Presidência <strong>do</strong> Conselho Deliberativo.II O Conselho Deliberativo será composto, ainda, por representantes <strong>do</strong>Ministério das Relações Exteriores, da Secretaria de Comunicação da Presidência daRepública, Banco <strong>do</strong> Brasil S.A., Agência de Promoção de Exportações <strong>do</strong> BrasilApex-Brasil, Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária Infraero, <strong>do</strong> Petróleo<strong>Brasileiro</strong> S.A. - Petrobras e seis representantes de entidades <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong> <strong>do</strong>turismo <strong>no</strong> país que tenham assento <strong>no</strong> Conselho Nacional <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> CNTur erespectivos suplentes, escolhi<strong>do</strong>s na forma estabelecida em regulamento, com mandatode <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s.§ 2º O Substituto <strong>do</strong> Presidente <strong>do</strong> Conselho Deliberativo será eleito dentre osconselheiros, por maioria simples.§ 3º O Presidente e os demais membros <strong>do</strong> CD e os membros <strong>do</strong> CF não serãoremunera<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> o seu trabalho considera<strong>do</strong> de relevante interesse público.§ 4º O membro <strong>do</strong> Conselho Deliberativo será destituí<strong>do</strong> <strong>do</strong> cargo em virtude derenúncia ou por decisão de <strong>do</strong>is terços <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> Conselho, nas hipóteses decondenação em processo administrativo disciplinar, quan<strong>do</strong> seu procedimento fordeclara<strong>do</strong> incompatível com o decoro administrativo, quan<strong>do</strong> omitir-se em relação aosdeveres que o cargo lhe impuser em <strong>no</strong>rma estatutária e quan<strong>do</strong> for condena<strong>do</strong> emprocesso com decisão judicial transitada em julga<strong>do</strong>.


139Art. 5º O Conselho Fiscal, órgão responsável pela fiscalização e controle inter<strong>no</strong>da Embratur, é responsável pelas seguintes matérias, além daquelas constantes <strong>do</strong>estatuto social:I - fiscalizar a gestão administrativa, orçamentária, contábil e patrimonial daentidade, compreenden<strong>do</strong> os atos <strong>do</strong> Conselho Deliberativo e da Diretoria-Executiva,observa<strong>do</strong> o disposto <strong>no</strong> contrato de gestão; eII - deliberar sobre a aprovação <strong>do</strong> balanço anual e a respectiva prestação decontas da Diretoria-Executiva, depois da sua aprovação pelo Conselho Deliberativo.§ 1º O Conselho Fiscal será composto por um representante <strong>do</strong> Mtur, umrepresentante da Controla<strong>do</strong>ria Geral da Presidência da República e um representante<strong>do</strong> CNTur, e seus respectivos suplentes, to<strong>do</strong>s com mandato de <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s.§ 2º O Presidente <strong>do</strong> Conselho Fiscal será eleito dentre os conselheiros, pormaioria simples.§ 3º O Conselho Fiscal, a pedi<strong>do</strong> de qualquer <strong>do</strong>s seus membros, solicitará aosórgãos da Administração da Embratur informações ou esclarecimentos, desde querelativos à sua função fiscaliza<strong>do</strong>ra, bem como a elaboração de demonstraçõesfinanceiras ou contábeis específicas.§ 4º Será destituí<strong>do</strong> <strong>do</strong> cargo o membro <strong>do</strong> Conselho Fiscal que incorrer emqualquer das situações de que trata o § 3º <strong>do</strong> art. 4º ou que deixar de comparecer, semjustificativa, a três reuniões ordinárias consecutivas ou a seis reuniões ordináriasalternadas durante o prazo <strong>do</strong> mandato.Art. 6º A Diretoria-Executiva é o órgão responsável pela gestão da Embratur, emconformidade com a política aprovada pelo Conselho Deliberativo, competin<strong>do</strong>-lhe:I - cumprir e fazer cumprir o estatuto e as diretrizes da entidade;II - cumprir e fazer cumprir o contrato de gestão celebra<strong>do</strong> com o Poder Executivo;III - elaborar e executar o planejamento estratégico da entidade;


140IV - elaborar e executar os pla<strong>no</strong>s de trabalho, bem como produzir os relatórios deacompanhamento e avaliação;V - elaborar e executar a proposta <strong>do</strong> orçamento-programa;VI - elaborar o balanço anual;VII - prestar contas quanto à execução <strong>do</strong> contrato de gestão;VIII - elaborar pla<strong>no</strong> de gestão de pessoal e pla<strong>no</strong> de cargos, salários e benefícios,assim como o quadro de pessoal da entidade;IX - elaborar proposta de manual de licitações, bem como suas posterioresalterações, observa<strong>do</strong> o disposto <strong>no</strong> artigo xx da Medida Provisória n.º XXX, de xx dexx de XXXX; eX - exercer as demais atribuições que o estatuto definir.§ 1º A Diretoria-Executiva é composta por um Presidente, indica<strong>do</strong> peloPresidente da República, e por cinco Diretores, indica<strong>do</strong>s pelo Ministro <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><strong>Turismo</strong>, aprova<strong>do</strong>s pelo Conselho Deliberativo e <strong>no</strong>mea<strong>do</strong>s pelo Presidente daEmbratur, demissíveis ad nutum , to<strong>do</strong>s para um perío<strong>do</strong> de quatro a<strong>no</strong>s, poden<strong>do</strong> serreconduzi<strong>do</strong>s uma única vez.§ 2º As atribuições e os requisitos técnico-profissionais mínimos para os membrosda Diretoria-Executiva serão defini<strong>do</strong>s <strong>no</strong> estatuto social da entidade.Art. 7ºEmbratur.Compete ao Ministro de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> supervisionar a gestão da§ 1º O Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>, em conjunto com a Embratur, definirá os termos <strong>do</strong>contrato de gestão, observa<strong>do</strong> o disposto na Medida Provisória n.º XXX, de xx de xx deXXXX.§ 2º O Ministério <strong>do</strong> Planejamento, Orçamento e Gestão e a Casa Civil daPresidência da República deverão analisar previamente o contrato de gestão, sen<strong>do</strong> opronunciamento favorável desses órgãos pré-requisito para a sua assinatura.


141§ 3º O contrato de gestão será publica<strong>do</strong> <strong>no</strong> Diário Oficial da União, peloMinistério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>, por ocasião de sua celebração, revisão ou re<strong>no</strong>vação, em atéquinze dias, conta<strong>do</strong>s de sua assinatura.§ 4º O Ministro de Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> designará a unidade administrativa, dentreas já existentes na estrutura <strong>do</strong> Ministério, incumbida <strong>do</strong> acompanhamento <strong>do</strong> contratode gestão.§ 5º O contrato de gestão estipulará as metas, objetivos, prazos eresponsabilidades para sua execução, bem assim especificará os critérios objetivospara avaliação da aplicação <strong>do</strong>s recursos repassa<strong>do</strong>s à Embratur e os seguinteselementos mínimos:I - objetivos e metas da entidade, com seus respectivos pla<strong>no</strong>s de ação anuais,prazos de consecução e indica<strong>do</strong>res de desempenho;II - demonstrativo de compatibilidade <strong>do</strong>s pla<strong>no</strong>s de ação anuais com o orçamentoprogramae com o cro<strong>no</strong>grama de desembolso, por fonte;III - responsabilidades <strong>do</strong>s signatários em relação ao atingimento <strong>do</strong>s objetivos emetas defini<strong>do</strong>s, inclusive <strong>no</strong> provimento de meios necessários à consecução <strong>do</strong>sresulta<strong>do</strong>s propostos;IV - penalidades aplicáveis à entidade e aos seus dirigentes, proporcionais ao grau<strong>do</strong> descumprimento <strong>do</strong>s objetivos e metas contrata<strong>do</strong>s, bem assim eventuais faltascometidas;V - condições para sua revisão, re<strong>no</strong>vação e rescisão; e vigência.§ 6º O contrato de gestão terá a duração mínima de <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s, poden<strong>do</strong> sermodifica<strong>do</strong> na forma disposta <strong>no</strong> artigo xx da Medida Provisória n.º XXX, de xx de xxde XXXX, bem como ser re<strong>no</strong>va<strong>do</strong>, desde que submeti<strong>do</strong> à análise e à aprovaçãoreferida <strong>no</strong> § 2º deste artigo.


142§ 7º A Diretoria-Executiva submeterá anualmente para análise e deliberação <strong>do</strong>Mtur o orçamento-programa da Embratur para execução das atividades previstas <strong>no</strong>contrato de gestão, observa<strong>do</strong> o disposto <strong>no</strong> inciso IV <strong>do</strong> caput <strong>do</strong> art. 4º.§ 8º Por ocasião <strong>do</strong> termo final <strong>do</strong> contrato de gestão, será realizada peloMinistério <strong>do</strong> Tursimo avaliação conclusiva sobre os resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s.Art. 8º A Embratur apresentará, anualmente, ao Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>, até 31 dejaneiro, relatório circunstancia<strong>do</strong> sobre a execução <strong>do</strong> contrato de gestão <strong>no</strong> exercícioanterior, conten<strong>do</strong>, <strong>no</strong> mínimo, as seguintes informações:I - prestação de contas <strong>do</strong>s recursos aplica<strong>do</strong>s <strong>no</strong> exercício;II - a avaliação geral <strong>do</strong> desempenho da entidade em relação aos indica<strong>do</strong>resestabeleci<strong>do</strong>s <strong>no</strong> contrato de gestão; eIII - análises gerenciais cabíveis.Parágrafo único. Até 28 de fevereiro de cada exercício, o Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>analisará o relatório de que trata este artigo e emitirá parecer sobre o cumprimento <strong>do</strong>contrato de gestão pela Embratur.Art. 9º A Diretoria-Executiva remeterá ao Tribunal de Contas da União, até 31 demarço <strong>do</strong> a<strong>no</strong> seguinte ao térmi<strong>no</strong> <strong>do</strong> exercício financeiro, a prestação de contas dagestão anual aprovada pelo Conselho Deliberativo, acompanhada de manifestação <strong>do</strong>Conselho Fiscal, sem prejuízo <strong>do</strong> disposto <strong>no</strong> artigo xx da Medida Provisória n.º XXX,de xx de xx de XXXX.Art. 10. A Embratur e o Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> constituirão comissão de trabalhoespecífica para a<strong>do</strong>tar os procedimentos necessários à efetivação das medidas de quetratam os artigo xx da Medida Provisória n.º XXX, de xx de xx de XXXX.Art. 11. O Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> por meio <strong>do</strong>s instrumentos jurídicos aplicáveis,transferirá à Embratur, de comum acor<strong>do</strong> com a esta, os direitos e deveres relativos aoscontratos, convênios, termos de parcerias, acor<strong>do</strong>s e ajustes que estejam em vigor eque sejam necessários para a atuação da Fundação e tratam <strong>do</strong>s projetos e programas


143em execução pelo Instituto <strong>Brasileiro</strong> de <strong>Turismo</strong>, bem assim os recursos reserva<strong>do</strong>spara esse fim.Parágrafo único: O disposto <strong>no</strong> caput deste artigo não se aplica a recursosrecebi<strong>do</strong>s pelo Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> após a edição da Medida Provisória n.º XXX, dexx de xx de XXXX.Art. 12. O Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> poderá dar prosseguimento aos contratos,convênios, acor<strong>do</strong>s e demais instrumentos que tratam <strong>do</strong>s projetos e programas emexecução pelo Instituto <strong>Brasileiro</strong> de <strong>Turismo</strong>, bem como as respectivas despesasrelativas ao custeio de pessoal e manutenção, até o registro <strong>do</strong>s atos constitutivos daEmbratur, mediante acerto <strong>do</strong>s valores que houver dispendi<strong>do</strong> desde a edição daMedida Provisória n.º XXX, de xx de xx de XXXX, quan<strong>do</strong> transferir os direitos edeveres previstos <strong>no</strong> art. 11 deste Decreto.Art. 13. Os atos que originaram a criação <strong>do</strong>s Escritórios <strong>Brasileiro</strong>s de <strong>Turismo</strong> deLondres, Paris, Novo Iorque, Lisboa, Frankfurt, América <strong>do</strong> Sul, Milão e Madrid, estãoconvalida<strong>do</strong>s com base <strong>no</strong> artigo xº, da Medida Provisória n.º XXX de xx de XXXX.Art. 14. Fica revoga<strong>do</strong> o .Art. 15. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, xx de xx de XXXX; XXXº da Independência e XXXº da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAWalfri<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Mares Guia Neto


1447. CONCLUSÃO: EQUIPE, CENÁRIO INSTITUCIONAL E PROJETO DE FUTURO7.1 A QUALIDADE DA EQUIPE, A EMOÇÃO PRESENTE E MUITA CLAREZA POLÍTICAO que ocorreu com o turismo receptivo internacional <strong>no</strong> Brasil com areestruturação completa <strong>do</strong> foco de atuação, <strong>do</strong> processo de formulação, assim comoda forma de atuação com a Embratur, na esteira da criação <strong>do</strong> Mtur, abre umaperspectiva interessante para reflexão.Ao longo <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1960 e 1970, a Embratur (então única unidade federalatuan<strong>do</strong> <strong>no</strong> setor turismo) está ligada à infra-estrutura e à <strong>no</strong>rmalização. Ao longo <strong>do</strong>sa<strong>no</strong>s 1980, segue com as mesmas atribuições, somadas a um conjunto de iniciativasinteressantes, embora, de acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, pouco eficazes, depromoção <strong>do</strong> país <strong>no</strong> exterior. A década de 1990 assiste a Embratur agregar mais umda<strong>do</strong> a sua história, com os programas que obtém alguma consistência emdesenvolvimento regional e local em turismo, seguin<strong>do</strong>, <strong>no</strong> entanto, sem avançar deforma consistente <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional.Quan<strong>do</strong> se inicia o século XXI, era patente que o país avançava em infraestruturapública (especialmente com os <strong>no</strong>vos aeroportos) e privada (hotelaria,gastro<strong>no</strong>mia), avançava também em recursos huma<strong>no</strong>s (<strong>no</strong>tem quantos brasileirosassumem o coman<strong>do</strong> de operações em empresas estrangeiras) e serviços(telecomunicações e internet). Por outro la<strong>do</strong>, não se organizava para contar isso aosconsumi<strong>do</strong>res que podiam, por meio desta infra-estrutura re<strong>no</strong>vada, somar à eco<strong>no</strong>mianacional um da<strong>do</strong> <strong>no</strong>vo: o ingresso de um volume considerável de moeda estrangeira,em regiões que não se beneficiaram de movimentos anteriores de crescimentoeconômico. Qual seja, o turista estrangeiro.A criação <strong>do</strong> Mtur em janeiro de 2003 pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva,com a conseqüente redefinição de atribuições por toda a sua estrutura, libera umaenergia jamais utilizada na história econômica <strong>do</strong> país a Embratur passa a dedicar-seexclusivamente a promoção, marketing e apoio à comercialização de produtos, serviços


145e desti<strong>no</strong>s turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior.Procurei descrever, nas páginas anteriores, o cuida<strong>do</strong> que tivemos enquantoequipe para com cada programa de trabalho. Afinal, em se tratan<strong>do</strong> de programasinéditos, com um grau de i<strong>no</strong>vação que rompia com práticas de décadas, e com umarapidez de execução que tornava arcaicas as estruturas e práticas de gestão até entãovivenciadas pela sociedade e pelo merca<strong>do</strong> em relação ao turismo, não podíamosdescuidar de nenhum detalhe.Hoje, alegro-me acompanhan<strong>do</strong> a mídia especializada e até mesmo a mídiageral divulgan<strong>do</strong> e comentan<strong>do</strong> cada anúncio mensal de ingresso de divisas que faz oBacen. Emocio<strong>no</strong>-me quan<strong>do</strong> alguém comenta que esteve em um evento na Europa eencontrou com o responsável pelo EBT conduzin<strong>do</strong> alguns programas de trabalho.Recentemente estive em Amsterdã para uma reunião profissional e, caminhan<strong>do</strong> aofinal da tarde, observei feliz a vitrine de quatro ou cinco agências de viagem anuncian<strong>do</strong>varia<strong>do</strong>s desti<strong>no</strong>s brasileiros, em uma delas, não resisti a chamar o Brasil por celular,quan<strong>do</strong> vi a Marca Brasil impressa <strong>no</strong>s folhetos. Do outro la<strong>do</strong> da linha, a presidente daEmbratur (escrevo esta conclusão em março de 2007, pouco mais de seis meses apósdeixar Brasília), reunida naquele exato momento, por coincidência, com algunsdiretores da casa e com a CTI Nordeste escutavam meu relato, diretamente <strong>do</strong> inver<strong>no</strong>holandês, listan<strong>do</strong>, qual criança, os desti<strong>no</strong>s anuncia<strong>do</strong>s, como se fossem, cada umdeles, um presente <strong>do</strong> Natal que estava por chegar.Esta descrição final revela o grande segre<strong>do</strong>, a resposta à questão que me foiformulada ao longo destes últimos a<strong>no</strong>s incessantemente, muitas vezes em off (como aimprensa de<strong>no</strong>mina uma pergunta cuja resposta não será publicada, servin<strong>do</strong> paramelhorar a compreensão <strong>do</strong> tema por parte <strong>do</strong> jornalista que a formula): o querealmente fez a diferença? Qual foi objetivamente o fator gera<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>sapresenta<strong>do</strong>s ao Brasil recentemente?Bem, eu lhes digo: há três fatores combina<strong>do</strong>s, que respondem a estas dúvidas.Em primeiro lugar, o grande segre<strong>do</strong>, o pulo <strong>do</strong> gato: a qualidade da equipe daEmbratur. O cuida<strong>do</strong> que tivemos ao escolher, o Ministro Mares Guia e eu, cada diretore a partir daí, com a participação destes, cada gerente da Embratur, foi extremamenterigoroso. Ato contínuo, o processo se repetiu a cada técnico que foi incorpora<strong>do</strong> à


146equipe por meio de um cuida<strong>do</strong>so programa de integração.O que hoje o turismo brasileiro tem de mais importante para seguir disputan<strong>do</strong> omerca<strong>do</strong> internacional é exatamente esta equipe da Embratur, já com <strong>no</strong>vosintegrantes, incorpora<strong>do</strong>s sob os mesmos critérios. A solidez técnica, gerencial e aclareza de conceitos que se reúnem por meio desta equipe são incomparáveis, comresulta<strong>do</strong>s comprova<strong>do</strong>s e a capacidade para superar desafios largamente testada aolongo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> recente.Mais ainda, a unidade construída na equipe e a profunda relação desolidariedade existente entre to<strong>do</strong>s nós geraram a estória da Aldeia Gaulesa, que euhomenageio com uma dedicatória na abertura deste trabalho: dizíamos entre nós queaqueles que olhavam <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora, viam na Embratur uma gente muito diversificadabrancos e negros; homens e mulheres; católicos, judeus e evangélicos; magros egor<strong>do</strong>s; heterossexuais e homossexuais; enfim, gente de tu<strong>do</strong> o que é tipo mas sealguém se atrevesse a tocar em qualquer um de nós, tal qual a aldeia gaulesa dashistórias de resistência contra a invasão romana, a reação era avassala<strong>do</strong>ra.Este clima contagiante de mobilização e desafio leva ao segun<strong>do</strong> fator aemoção e a emotividade, gerada a partir da construção desta equipe. Ficamos to<strong>do</strong>sconheci<strong>do</strong>s, eu especialmente, pelo número de vezes que choramos em público a cadavitória conquistada: <strong>no</strong> lançamento da Marca Brasil e <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela; nainauguração de alguns <strong>do</strong>s EBTs; quan<strong>do</strong> passamos a figurar entre os Top 10 <strong>no</strong>ranking ICCA, ou quan<strong>do</strong> finalmente superamos, pela primeira vez em toda a história daeco<strong>no</strong>mia brasileira, os US$ 3 bilhões em ingresso anual de divisas com turismoestrangeiro.A paixão e a emoção, portanto, dirigidas com entusiasmo rumo a um conjuntoclaro de objetivos, elevou a um estágio superior o compromisso profissional de cada deum de nós. Não se tratava apenas de acordar pela manhã e tocar a vida era umconstante ritmo de adrenalina elevada, marca<strong>do</strong> por desafios e adversários a enfrentar,<strong>no</strong>tadamente o despreparo da estrutura institucional <strong>do</strong> próprio turismo, acostumada aoritmo me<strong>no</strong>s foca<strong>do</strong> em resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s 1990, aliada ao choque causa<strong>do</strong> naburocracia federal pelo já menciona<strong>do</strong> ineditismo <strong>do</strong>s programas lança<strong>do</strong>s.Aqui eu gostaria de fazer menção a um outro fator, que ao longo deste trabalho,


147marca<strong>do</strong> pela descrição de programa e projetos, acabei por não mencionar: aimportância das áreas meio da Embratur neste processo. Com a recomposiçãopraticamente integral da equipe, a Embratur passa a dispor de algumas <strong>no</strong>vidades queaparecem pouco para o público exter<strong>no</strong>, mas são fundamentais para o cumprimento<strong>do</strong>s compromissos que assumimos por to<strong>do</strong> o país e ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>:- passamos a dispor de uma unidade de gestão financeira competente e capaz deplanejar o desembolso de recursos ao longo de to<strong>do</strong> o a<strong>no</strong>. Parece simples, masimaginem que a Embratur nunca tinha planeja<strong>do</strong> o desembolso de seus recursos.Para ter-se uma idéia, passamos a pagar <strong>no</strong>ssos convenia<strong>do</strong>s, eventos, esta<strong>do</strong>s oupresta<strong>do</strong>res de serviços, com antecipação;- passamos a dispor de uma unidade de gestão de convênios, cuja meta era mantera legalidade <strong>do</strong>s termos pactua<strong>do</strong>s entre nós e terceiros, mas também regularizarmais de trezentos processos que encontramos em aberto, e que <strong>no</strong>s cabiaregularizar, na medida em que muitos <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s, não teriam mais apossibilidade de participar de programas da Embratur, caso não tivessem suasituação regularizada perante a união;- passamos a dispor de uma unidade jurídica empenhada em construir a soluçãolegal para <strong>no</strong>ssas decisões gerenciais, alteran<strong>do</strong> completamente a prática tradicionaldestas unidades. Esta unidade inclusive foi decisiva em vários <strong>do</strong>s momentos emque precisei de apoio para assumir os riscos <strong>do</strong> ineditismo e <strong>do</strong> vanguardismorepresenta<strong>do</strong> por programas como os EBTs, a Caravana Brasil e o benchmarking,por exemplo;- passamos finalmente a dispor, e <strong>no</strong>vamente pela primeira vez na Embratur, de umaunidade de Recursos Huma<strong>no</strong>s. Esta unidade, passan<strong>do</strong> a tratar gente e suasquestões, separadamente de materiais e processos, é a síntese de to<strong>do</strong> esteprograma de trabalho. Quanto lançamos os programas de seminários periódicos, detreinamento constante, de comemorações coletivas de aniversários, datas festivas,resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e finalmente, quan<strong>do</strong> iniciamos um processo de ação para reveros salários e remunerações de toda a estrutura <strong>do</strong> quadro permanente, lá estava ode<strong>do</strong> e a capacidade de trabalho desta unidade;- passamos finalmente, a contar com uma equipe de profissionais de TI, capaz de


148construir em breve praticamente uma Embratur virtual, na qual o fato de boa parte de<strong>no</strong>ssos profissionais passarem grande parte de seu tempo fora <strong>do</strong> país, em eventose atividades como as que descrevi ao longo deste texto, não interferem em maisnenhum processo incisório, pois toda a gestão estará disponível em meio eletrônico.É também mérito desta equipe de administração e finanças a reforma dasinstalações da Embratur, os leões de compra on line e algo que de tão simples nãoprecisaria sequer de menção, mas por ter representa<strong>do</strong> uma mudança tão grande deprática em <strong>no</strong>ssa história vale registrar: passamos a entregar, em qualquer lugar <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, a tempo e a hora adequa<strong>do</strong>s, toneladas de materiais de promoção em sua maisvariadas formas. Qual seja, sem este conteú<strong>do</strong> de provimento de apoio, nenhum <strong>do</strong>sprogramas cita<strong>do</strong>s até aqui, teria sequer si<strong>do</strong> inicia<strong>do</strong>.Retornan<strong>do</strong> ao histórico que estava descreven<strong>do</strong>, mencionava algumas disputasnas quais <strong>no</strong>s envolvemos, <strong>no</strong>tadamente com os estamentos da burocracia federal.Para descrever a analisar estas disputas, tenho que introduzir o terceiro fator: a clarezadas opções políticas que fizemos ao longo <strong>do</strong> tempo, assim como a correção das visõespolíticas que <strong>no</strong>s orientaram: muitos analistas passaram os últimos quatro a<strong>no</strong>s dizen<strong>do</strong>que finalmente a Embratur, com uma diretoria que não foi politicamente montada,como as que a antecederam, agora constrói resulta<strong>do</strong>s etc. etc. . Vamos analisar estafrase com cuida<strong>do</strong>.Em primeiro lugar, <strong>no</strong>ssa diretoria foi composta a partir de uma clara decisãopolítica: o Presidente da República e o Ministro <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> tomaram a decisão deprofissionalizar a Embratur. Não há na história recente <strong>do</strong> turismo decisão política maisséria <strong>do</strong> que esta. A confusão <strong>do</strong>s <strong>no</strong>ssos analistas, <strong>no</strong>tadamente a mídia <strong>do</strong> setor, sedá por considerarem como decisão política, a montagem de diretorias comohistoricamente ocorreu na Embratur a partir de relações de parentesco ousubordinação a detentores de mandato executivo ou legislativo, ainda que resultan<strong>do</strong>em diretores com pouca ou nenhuma intimidade com o turismo.Ora, isto que ocorria até o perío<strong>do</strong> anterior ao <strong>no</strong>sso era uma decisão políticaerrada, e os resulta<strong>do</strong>s estão aí para provar. O que ocorreu co<strong>no</strong>sco não foi umadecisão não-política, ao contrário, foi o mais radical gesto político <strong>do</strong>s 40 a<strong>no</strong>s dehistória da Embratur decidir, e depois bancar a decisão, compor uma diretoria, e na


149seqüência uma equipe gerencial, a partir de profissionais com história <strong>no</strong> merca<strong>do</strong>turístico, em seus vários segmentos.Em segun<strong>do</strong> lugar, também não é de to<strong>do</strong> correto afirmar que <strong>no</strong>ssa equipe nãotinha posições políticas. O que não tínhamos era uma uniformidade partidária. Algunsde nós não éramos filia<strong>do</strong>s a parti<strong>do</strong> nenhum, ten<strong>do</strong> ti<strong>do</strong> <strong>no</strong> entanto militância, ao longode boa parte da vida, em parti<strong>do</strong>s que, com o final da ditadura militar, foram diminuin<strong>do</strong>até a extinção, como o PCB, <strong>do</strong> qual fui membro.Outros tinham filiação partidária. O que nunca fizemos foi perguntar antes, ouusar como critério para recrutamento, estas posições. Sempre tivemos posiçõespolíticas na equipe da Embratur, e sempre tivemos instrumentos e espaços para fazerdebates e análises. A pluralidade marcou <strong>no</strong>ssa equipe, portanto, sen<strong>do</strong> explicitada emvários níveis:- reuniões semanais de diretoria;- reuniões mensais de gerentes;- seminários semestrais de planejamento; e- reuniões temáticas que organizávamos sempre que julgávamos que algum tema<strong>no</strong>vo estava por envolvermos.Estes momentos de debate e reflexão foram decisivos para construir <strong>no</strong>ssaunidade <strong>do</strong> ponto de vista conceitual e ideológico, a partir de pontos de vista plurais ediversos sobre o cenário político e econômico que o País vivia a cada passo, sobre oambiente <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> turístico, sobre como <strong>no</strong>s posicionaríamos a cada fato que ocorriae, finalmente, sobre como estabeleceríamos as relações com cada agente institucionale econômico <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> turístico as entidades, a mídia, as secretarias de esta<strong>do</strong> emunicípios, e as empresas de vários segmentos.E, finalmente, foram decisões absolutamente políticas, pois decidiram para ondee por meio de quem seriam investi<strong>do</strong>s recursos públicos, as que determinaram fatoscomo a inclusão <strong>do</strong> setor de eventos na agenda federal, a inclusão <strong>do</strong> setor de viagenscorporativas, ou ainda a inclusão <strong>do</strong> setor de feiras, para ficar em apenas três exemplosde mudanças conceituais profundas em relação aos a<strong>no</strong>s 1980 e 1990.


1507.2 CENÁRIO INSTITUCIONALUm outro da<strong>do</strong> que merece ser retoma<strong>do</strong> nesta conclusão é uma avaliação sobreo cenário institucional <strong>do</strong> turismo brasileiro. Com a recriação <strong>do</strong> Conselho Nacional de<strong>Turismo</strong>, praticamente todas as organizações <strong>do</strong> setor foram incorporadas ao processode formulação e debate a respeito das políticas públicas para o turismo brasileiro, assimcomo ganharam um fórum para expressar suas questões ao conjunto <strong>do</strong> setor e aogover<strong>no</strong>.No entanto, isso ocorre ainda com boa parte destas entidades dirigidas pelasmesmas concepções que lidaram com a estrutura federal <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 1990, ten<strong>do</strong>vivencia<strong>do</strong>, portanto, uma era sem projetos ativos, metas ou pla<strong>no</strong>s estrutura<strong>do</strong>s parapropor-lhes um rumo. Isto faz com que estas organizações, acostumadas a um papelpassivo da Embratur ao longo de um e<strong>no</strong>rme perío<strong>do</strong> de tempo aquilo que ficouconheci<strong>do</strong> como o balcãozinho de projetos tenham adquiri<strong>do</strong> a prática de apresentarseguidas reivindicações e projetos ao gover<strong>no</strong> federal, sem qualquer relação entre eles,ou entre estes e um programa de trabalho, a fim de obter recursos para atender ademandas setoriais e corporativas.Conferin<strong>do</strong> apenas os convênios que estavam em aberto quan<strong>do</strong> chegamos aBrasília isto é, aproximadamente 320, sem prestação de contas <strong>do</strong>s recursosrepassa<strong>do</strong>s <strong>no</strong>tamos que universidades, entidades representativas, cidades, esta<strong>do</strong>se, finalmente, dezenas de veículos de comunicação haviam recebi<strong>do</strong> recursos federaispara implantar projetos que não dialogavam entre si, não tinham identidade nalinguagem gráfica ou conceitual, não tinham objetivos complementares e mais, algumasvezes se sobrepunham, <strong>no</strong>tadamente os eventos organiza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> exterior porsecretarias de esta<strong>do</strong>.Não se deve, <strong>no</strong> entanto, quero deixar isso claro, inferir a partir destes fatos quehouvesse algo condenável ou incorreto ocorren<strong>do</strong>. O que estamos descreven<strong>do</strong> é umatípica situação de ausência de planejamento, rumo político, pla<strong>no</strong> estratégico e práticagerencial. Ora, na ausência destes elementos, ausência esta comprovada tecnicamentepelos programas implanta<strong>do</strong>s e resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s a partir da reestruturação da


151Embratur em 2003, cada organização, em cada esta<strong>do</strong> ou município da união, ficavaliberada para agir como melhor lhe parecia na defesa de seus interesses.Este cenário era a prática vigente quan<strong>do</strong> começamos, e esta, creio, seguesen<strong>do</strong> a grande dificuldade da estrutura instrucional <strong>do</strong> turismo para mover-se rumo aum <strong>no</strong>vo patamar econômico neste país.O que observamos em Brasília ao longo deste perío<strong>do</strong> foi uma contínua, porémmuito lenta alteração positiva deste cenário, consideran<strong>do</strong> que a dependência absolutade recursos federais segue sen<strong>do</strong> uma realidade para a maioria <strong>do</strong>s setores. Asentidades mal se sustentam com recursos de seus membros, o setor público estadual emunicipal em turismo, segue com peque<strong>no</strong>s percentuais <strong>do</strong>s respectivos orçamentos,os veículos de comunicação seguem ten<strong>do</strong> dificuldades para manter-se apenas comvenda de publicidade ao merca<strong>do</strong> e inúmeros profissionais tornam-se consultores acada semestre, formulan<strong>do</strong> projetos via fundações e universidades, sempre ten<strong>do</strong> comofonte majoritária de recursos, quan<strong>do</strong> não única, o orçamento da União.O que este cenário gera, e é aí que o problema reside, é uma relação dedependência e freqüentemente de subordinação entre a organização institucional <strong>do</strong>turismo e o gover<strong>no</strong> federal, o mesmo se reproduzin<strong>do</strong> em me<strong>no</strong>r escala por esta<strong>do</strong>s emunicípios, lançan<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s num cenário conjuntural de absoluta ausência de críticaou análise técnica de confrontação de resulta<strong>do</strong>s econômicos de programas.Daí a propalada cordialidade vigente <strong>no</strong> setor,com inúmeras associações deamizade reproduzin<strong>do</strong>-se ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> país, que marcaram os a<strong>no</strong>s 1980 e 1990,embora hoje com espaço severamente reduzi<strong>do</strong>, ainda encontrar repercussão.É interessante destacar que, quanto maior o espaço obti<strong>do</strong> pelo discurso dasassociações não-produtivas em certas regiões ou segmentos, maior o descolamentodestas mesmas regiões ou segmentos, <strong>do</strong>s rumos atuais da eco<strong>no</strong>mia e <strong>do</strong> turismorumo à profissionalização, à globalização, à inclusão das grandes corporações ao<strong>no</strong>sso cenário cotidia<strong>no</strong> e, principalmente, rumo a um conjunto de programas detrabalho que apresente resulta<strong>do</strong>s mensuráveis ao país, substituin<strong>do</strong> de vez a geraçãoque fez <strong>do</strong> discurso amistoso um instrumento de trabalho.O que a já mencionada recriação <strong>do</strong> Conselho Nacional de <strong>Turismo</strong> possibilitoufoi a liberação de um conjunto de energias e concepções, até então sem espaço para


152repercussão junto aos forma<strong>do</strong>res de opinião, que acabam por sustentar algumasatitudes e decisões muito interessantes para a mudança de práticas que, repito, aindaestá em curso, fatos marcantes são:- o envolvimento de to<strong>do</strong>s na elaboração <strong>do</strong> primeiro e depois, <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>, PNT;- o estabelecimento de cotas e regras para repasse de recursos a esta<strong>do</strong>s emunicípios, via Conselhos Estaduais de <strong>Turismo</strong>; e- as alianças que, por decisão política <strong>no</strong>ssa, fizemos com entidades diferentes acada programa lança<strong>do</strong>.Estes da<strong>do</strong>s geraram conseqüências tais como a substituição de váriaslideranças em organizações tradicionais por executivos habitua<strong>do</strong>s a lidar comresulta<strong>do</strong>s e busca de auto-suficiência, ou ainda a contratação de executivos emorganizações antes conduzidas nas horas vagas por seus dirigentes. Este último da<strong>do</strong>agregou um valor inestimável ao processo gerencial <strong>do</strong> setor, na medida em que, apartir deste ponto, inicia-se um <strong>no</strong>vo patamar de debates entre a sociedade e ogover<strong>no</strong>, <strong>no</strong> qual um conjunto de profissionais começa a articular a defesa deinteresses corporativos com a compreensão da complexidade <strong>do</strong>s movimentoseconômicos <strong>do</strong>s a<strong>no</strong>s que vivemos.Este é o desafio para o século XXI: manter os maiores valores identifica<strong>do</strong>s pelaspesquisas <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela junto aos clientes estrangeiros a respeito <strong>do</strong> Brasil areceptividade, a cordialidade, a hospitalidade e a diversidade cultural como itemfundamental de <strong>no</strong>ssa ação de promoção comercial e marketing institucional, semdeixar que estes conceitos voltem a distorcer as necessárias relações profissionaisindependentes e críticas que devemos construir entre to<strong>do</strong>s os agentes econômicos einstitucionais <strong>do</strong> setor, rumo a consolidação de uma atividade sólida, auto suficiente erentável para o Brasil.Com o movimento que estamos perceben<strong>do</strong> na sociedade movimento desigual,vale a pena sempre registrar, pois não é uniforme em to<strong>do</strong> o país nem em to<strong>do</strong>s ossetores, mas que anda <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> da re<strong>no</strong>vação e <strong>do</strong> avanço técnico podemoscomeçar a desenhar o fator que pode, aí sim, consolidar a <strong>no</strong>va etapa ora em gestaçãona eco<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> turismo brasileiro: a redefinição <strong>do</strong>s papéis de cada um <strong>do</strong>s agentesque atuam <strong>no</strong> sistema. Esta redefinição deve abranger tanto o papel institucional como


153o econômico e o político de cada um. Estou convenci<strong>do</strong>, como demonstrei <strong>no</strong> capítuloanterior a este, que a redefinição se dá com a implantação de um <strong>no</strong>vo modelo degestão para a promoção comercial <strong>do</strong> turismo brasileiro.7.3 PROJETO DE FUTUROQuan<strong>do</strong>, em 1996, concluí meu programa de trabalho em Barcelona e iniciei meuregresso ao Brasil, trazia na bagagem algumas certezas e várias pretensões: eu estavaconvenci<strong>do</strong> de que o modelo de gestão implanta<strong>do</strong> na capital catalã em 1993 com acriação da Turisme de Barcelona era uma solução extremamente eficaz. Estava segurotambém de que poderia apresentar um projeto semelhante para enfrentar problemashistóricos <strong>do</strong> turismo brasileiro. Quanto às pretensões, achava que teria capacidade dereproduzir este modelo na cidade de Santos ainda na mesma década de 1990, e mais,imaginava que era tão claro que não haveria resistências.Bem, o tempo mostrou que o mun<strong>do</strong> nem sempre concorda co<strong>no</strong>sco, e quequan<strong>do</strong> se trata de eco<strong>no</strong>mia, portanto <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s que as pessoas e organizaçõesvão aferir, nem sempre o que parece claro é o que será feito.Passa<strong>do</strong>s quase onze a<strong>no</strong>s de meu retor<strong>no</strong> da Espanha <strong>no</strong> entanto, as opçõespolíticas que fiz ao longo de minha vida, somadas aos resulta<strong>do</strong>s de meu exercícioprofissional ao longo destes mesmos a<strong>no</strong>s, me levaram a presidência da Embratur.Esta posição permitiu-me exercitar todas as proposições que trazia desde então, emtermos de concepções de planejamento e gestão, promoção e marketing, e articulaçãoinstitucional e comercial.Finalmente, permitiu-me apresentar a to<strong>do</strong>s aqueles que têm poder de decisãoneste país, na condição de protagonista agora eu um programa de trabalho quecredenciou uma equipe a formular o projeto mais ambicioso que o Brasil já viu degestão federal para o turismo: a construção de um modelo público não-estatal depromoção internacional, cujo financiamento provirá de outras fontes que não apenas oorçamento da união.


154Na realidade, com este programa temos por objetivo responsabilizar um conjuntoamplo de agentes econômicos e institucionais pelo processo de obtenção de resulta<strong>do</strong>spara o turismo brasileiro.Lembro-me de uma entrevista que concedi ao canal Globonews, em 2005, assimque se constatou, <strong>no</strong>vamente com da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Bacen, corrobora<strong>do</strong>s por um <strong>do</strong>cumentoda OMT, que o turismo internacional <strong>no</strong> Brasil tinha cresci<strong>do</strong> em 2004, acima da média<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial (fato que voltaria a se repetir em 2005 e 2006). Naquela entrevista,pela primeira eu informava ao país que havíamos finalmente inicia<strong>do</strong> uma disputa <strong>no</strong>merca<strong>do</strong> internacional, pois aquele da<strong>do</strong> significava que, havíamos, até que enfim,depois de décadas, cresci<strong>do</strong> sobre clientes de outros desti<strong>no</strong>s, avança<strong>do</strong> sobresegmentos de merca<strong>do</strong> que anteriormente não consideravam a uma viagem ao Brasil.Utilizei-me de uma figura de linguagem para explicar de forma clara aostelespecta<strong>do</strong>res o que significava aquele resulta<strong>do</strong>. Eu disse: agora é que começamosa jogar na primeira divisão. Agora portanto é que vem cotovelada, chute na canela ebotinada . O que eu procurava dizer é que, ao momento em iniciamos uma ação queimpacta os resulta<strong>do</strong>s de outros países, <strong>no</strong>ssos concorrentes, corresponderá uma açãoem senti<strong>do</strong> contrário, o que já se verifica por parte de México e Argentina trocan<strong>do</strong>suas marcas e estratégias e se verificará em breve por parte de desti<strong>no</strong>s caribenhos.Estou convenci<strong>do</strong> de que para, continuarmos <strong>no</strong>ssa rota na primeira divisão,rumo a resulta<strong>do</strong>s mais expressivos e números ainda maiores que os já obti<strong>do</strong>s, éfundamental concluirmos o processo de mudança <strong>do</strong> modelo de gestão da Embratur. Éo último item <strong>do</strong> programa elabora<strong>do</strong> ao longo de to<strong>do</strong> o a<strong>no</strong> de 2002, programa esteque foi praticamente to<strong>do</strong> incorpora<strong>do</strong> <strong>no</strong> PNT. Sen<strong>do</strong> que este ponto, por suadelicadeza e complexidade, resolvemos deixar de inserir, para voltar a ele quan<strong>do</strong> aconsistência de <strong>no</strong>ssos resulta<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s autorizasse.É pois chegada a hora, estão dadas todas as condições objetivas e subjetivas,tanto institucionais como econômicas, para que esta mudança se realize, inserin<strong>do</strong> deforma definitiva o Brasil como player competitivo na disputa internacional <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>turístico.


155REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBENI, Mário Carlos. Análise Estrutural <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>. São Paulo: Senac São Paulo,1998.CHIAS, Josep. El negocio de la felicidad. Madrid: FT Prentice Hall, 2005.EMBRATUR. Caracterização e Dimensionamento <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong> Internacional <strong>no</strong>Brasil 2004- 2005: meto<strong>do</strong>logia e resulta<strong>do</strong>s preliminares <strong>do</strong> receptivo. Brasília,Julho/2006.INTERNATIONAL CONGRESS & CONVENTION ASSOCIATION. StatisticsReport: International Association Meetings Market 1995-2004. Amsterdam,Outubro/2005.INTERNATIONAL CONGRESS & CONVENTION ASSOCIATION. StatisticsReport: International Association Meetings Market 1996-2005. Amsterdam,Junho/2006.MTUR - CONSELHO NACIONAL DE TURISMO. <strong>Turismo</strong> <strong>no</strong> Brasil 2007 2010.Brasília, Junho/2006.ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE TURISMO. <strong>Turismo</strong> internacional umaperspectiva global. 2. ed. Porto Alegre: Bookmann, 2003.ORGANIZACIÓN MUNDIAL DEL TURISMO. Introducción al turismo. Madrid: Egraf,Junho, 1998.SANOVICZ, Eduar<strong>do</strong>. Proxima Estació Plaça Catalunya. 2001. Tese (Doutora<strong>do</strong> em<strong>Turismo</strong>) Departamento de Publicidade, Relações Públicas e <strong>Turismo</strong> da Escola deComunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo.Referência em meio eletrônicoBRASIL 500 A<strong>no</strong>s: Obras Raras Relacionadas ao Descobrimento <strong>do</strong> Brasil. Rio deJaneiro: Divisão de Bibliotecas e Documentação da PUC-Rio. Disponível em:. Acesso em: 21 mar.2007.


156APÊNDICEAPÊNDICE ACro<strong>no</strong>grama das Atividades de PesquisaJan. 2003 - Início <strong>do</strong> Programa de Trabalho na Embratur.Jun./Nov. 2003 - Implantação das <strong>no</strong>vas diretrizes.Jan./Mar. 2004 - Início das avaliações técnicas.Abr./Set. 2004 - Consolidação <strong>do</strong>s primeiros resulta<strong>do</strong>s.Set. 2004/Jan. 2005 - Produção <strong>do</strong>s primeiros textos, coleta de da<strong>do</strong>s e sistematizaçãode informações.Fev. 2005 - Lançamento <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela.Mar./Dez. 2005 - Acompanhamento da implantação e <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s pelo Pla<strong>no</strong>Aquarela.Jan./Jul. 2006 - Revisão Crítica <strong>do</strong>s Programas, Ajustes e Produção de Documentaçãoe Da<strong>do</strong>s para Análise.Jul./Nov. 2006 - Consolidação de Da<strong>do</strong>s, Produção <strong>do</strong>s textos Finais e Apresentaçãode Tese.


157ANEXOSANEXO ADepoimentosSamira Pavesi, diretora <strong>do</strong> Recife CVB de 2003 a 2006A partir de 2003, o Brasil se planejou para ser apresenta<strong>do</strong> ao mun<strong>do</strong>. Foramdividi<strong>do</strong>s os produtos, os merca<strong>do</strong>s de atuação, muitos deles amplia<strong>do</strong>s; a atuação e aaproximação junto aos CVB têm si<strong>do</strong> excelentes. No caso <strong>do</strong> Recife CVB, essa parceiratem funciona<strong>do</strong> 100%. Além de estarmos atrain<strong>do</strong> eventos internacionais, estamos emconjunto com a Embratur fazen<strong>do</strong> a promoção <strong>do</strong> <strong>no</strong>sso desti<strong>no</strong> para os eventos que jáforam capta<strong>do</strong>s. Isso se reflete diretamente na quantidade de turistas de outros paísesvin<strong>do</strong> para Pernambuco .Jeanine Pires, presidente da Embratur (foi Diretora de <strong>Turismo</strong> de Negócios eEventos da Embratur de jan./2003 a ago./2006)A promoção comercial <strong>do</strong> turismo brasileiro, a partir de 2003, teve um grandeimpulso com o direcionamento das atribuições da Embratur exclusivamente para apromoção <strong>do</strong> país <strong>no</strong> merca<strong>do</strong> internacional. Com programas de marketing e apoio àcomercialização <strong>do</strong>s <strong>no</strong>ssos desti<strong>no</strong>s, serviços e produtos turísticos <strong>no</strong> exterior,ampliamos e diversificamos <strong>no</strong>ssa oferta para o estrangeiro, durante décadas calcadaapenas em sol e mar e belezas naturais, para segmentos como Ecoturismo, Cultura,Esportes e Negócios e Eventos.A criação <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela Marketing Turístico Internacional e da diretoria de<strong>Turismo</strong> de Negócios e Eventos são os grandes destaques. Enquanto o Pla<strong>no</strong> <strong>no</strong>sgarantiu bases científicas para explorar <strong>no</strong>ssas vantagens estratégicas em 18merca<strong>do</strong>s, a área de Negócios e Eventos ampliou a participação <strong>do</strong> Brasil em feiras de


158turismo pelo mun<strong>do</strong>, elaborou uma agenda de feiras comerciais para promover os<strong>no</strong>ssos eventos e roteiros turísticos e criou uma política de apoio à captação de eventosinternacionais para o País.Tu<strong>do</strong> isso vem contribuí<strong>do</strong> para alcançar, desde 2003, o trinômio persegui<strong>do</strong> pelaEmbratur: mais turistas estrangeiros <strong>no</strong> país, mais divisas e mais desti<strong>no</strong>s visita<strong>do</strong>s .José Zuquim, opera<strong>do</strong>r e presidente da BraztoaA grande mudança na Embratur foi de conceito e planejamento, com o alvo <strong>no</strong>merca<strong>do</strong> internacional. A política de promoção determi<strong>no</strong>u qualificação <strong>do</strong> Brasil paraos compra<strong>do</strong>res <strong>do</strong> setor e para os consumi<strong>do</strong>res de turismo <strong>no</strong> planeta como umdesti<strong>no</strong> com personalidade, já que fomos vender o país como produto turísticofinalmente com marca, com clara definição.A Braztoa, que <strong>no</strong> início deste processo não tinha nenhuma opera<strong>do</strong>ra com foco nestesegmento de merca<strong>do</strong>, tem hoje mais de 20 opera<strong>do</strong>res com estrutura de receptivopara estrangeiros.Passamos a ter uma atuação mais abrangente com ações de promoção,comercialização e qualificação e mostramos o Brasil <strong>do</strong> ponto de vista da segmentação,apresentan<strong>do</strong> <strong>no</strong>ssa diversidade de forma estruturada.Passou a existir, a partir de então, uma parceria sem precedentes na história <strong>do</strong> turismoque possibilita, entre outras coisas:- realizar projetos elabora<strong>do</strong>s a partir da expertise de merca<strong>do</strong> dessas associações efoca<strong>do</strong>s em resulta<strong>do</strong>;- troca de informações entre merca<strong>do</strong> e gover<strong>no</strong> colaboran<strong>do</strong> para ajustes de rota deações e aprimoramento;- agilidade <strong>no</strong>s processos e redução de custos, pois a negociação é feita pelo e como merca<strong>do</strong>;- o merca<strong>do</strong> opera e deixa o gover<strong>no</strong> responsável pelas questões institucionais;- cooperação e comprometimento de ambas as partes para obtenção de resulta<strong>do</strong>s<strong>no</strong>s pla<strong>no</strong>s macro e micro.


159Abel Alves de Castro Júnior, gerente de desenvolvimento da Accor e, de jan./2005a <strong>no</strong>v./2006, executivo <strong>do</strong> Fórum <strong>do</strong>s Opera<strong>do</strong>res Hoteleiros <strong>do</strong> Brasil (Fohb)O FOHB reconhece grandes e importantes mudanças na Embratur,principalmente na forma de trabalhar com as entidades, envolven<strong>do</strong>-as em to<strong>do</strong>s osprocessos e projetos. No <strong>no</strong>sso caso, trabalhamos diretamente <strong>no</strong>s projetos dasCaravanas e Press Trip, alem <strong>do</strong> belíssimo Curso de Eco<strong>no</strong>mia e <strong>Turismo</strong> paraJornalistas nas principais capitais <strong>do</strong> Brasil. Isso agregou valor ao <strong>no</strong>sso trabalho etrouxe reconhecimento para os projetos <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> Federal.Sem dúvida, o resulta<strong>do</strong> já começa a aparecer como o aumento de turistasinternacionais, além de mais dólares entran<strong>do</strong> <strong>no</strong> país mesmo saben<strong>do</strong> que ações daEmbratur são de longo prazo. É importante, portanto, que elas tenham continuidade eque sempre seja desenvolvidas em parceria com os profissionais <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.Paulo Senise, diretor <strong>do</strong> Rio CVBO Pla<strong>no</strong> Aquarela possibilitou a organização da oferta em linhas bem definidasde produtos turísticos, com melhor atendimento às demandas específicas por parte daequipe da Embratur.A disciplina a<strong>do</strong>tada pela Embratur para distribuição da verba descentralizadapossibilitou a muitos CVBs a execução de eventos promocionais que potencializaram apromoção <strong>do</strong> Brasil para segmentos específicos. O programa de seminários <strong>no</strong> exterioré uma boa idéia que deve ser aperfeiçoada, respeitan<strong>do</strong> as exigências culturais decada merca<strong>do</strong>.


160Roberto Dultra, diretor da BraztoaA criação <strong>do</strong> Mtur e a especificação <strong>do</strong> foco da Embratur na promoção <strong>do</strong>sdesti<strong>no</strong>s e produtos turísticos brasileiros <strong>no</strong> exterior foram extremamente positivas parao país, promoven<strong>do</strong> condições para colocar a indústria <strong>do</strong> turismo <strong>no</strong> Brasil emevidência. As mudanças foram claras, a começar pelo planejamento, segui<strong>do</strong> deestabelecimento de metas a serem alcançadas e um sério trabalho desenvolvi<strong>do</strong> paraatingir tais objetivos.O <strong>Turismo</strong> sempre foi uma atividade secundária <strong>no</strong> Brasil, o que éestranhamente contraditório, uma vez que o <strong>no</strong>sso país pode ser considera<strong>do</strong> o demaior diversidade em produtos e desti<strong>no</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, além de não termos problemasque outros desti<strong>no</strong>s em evidência <strong>no</strong> setor têm, como terrorismo e catástrofes naturais.Temos problemas sérios, entre eles a questão da segurança pública que se apresentaprecária e cada vez mais preocupante para <strong>no</strong>sso segmento. Porém, mais de 90% <strong>do</strong>sturistas estrangeiros que vêm ao Brasil demonstram o interesse em voltar. Constatação<strong>do</strong> descaso com o <strong>Turismo</strong> é o fato de não termos ti<strong>do</strong> até 2002, um ministérioexclusivo para o setor e quan<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>, alcançamos <strong>no</strong>toriedade, crescimentoacentua<strong>do</strong> e o principal: caminhamos a passos largos para a profissionalização <strong>do</strong>setor, condição imprescindível não apenas para o crescimento, mas principalmentepara a sustentação <strong>do</strong> mesmo.Muito ainda há por ser feito, principalmente <strong>no</strong> que concerne a investimentos emdivulgação e propaganda <strong>do</strong> Brasil <strong>no</strong> exterior, porém o processo está inicia<strong>do</strong> e combases sólidas.Os resulta<strong>do</strong>s desse trabalho devem ser medi<strong>do</strong>s com pesquisas sérias, queapresentem à indústria e ao gover<strong>no</strong> estatísticas que reflitam com credibilidade odesenvolvimento da indústria. Até 2002, não tínhamos um mapeamento <strong>do</strong> setor, hojejá contamos com pesquisas que demonstram o crescimento alcança<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>trabalho desenvolvi<strong>do</strong> pela Embratur em parceria com a iniciativa privada.É importante ressalvar que o crescimento <strong>no</strong> número de turistas não quer dizerque as empresas estejam <strong>no</strong> mesmo ritmo. Temos problemas sérios que afetamdiretamente o turismo receptivo internacional, entre eles a questão cambial. A cotação


161em dólar prejudica o setor, uma vez que com a desvalorização da moeda americana e aimpossibilidade de aumentarmos as tarifas de forma a cobrir esse déficit, as empresasprincipalmente opera<strong>do</strong>ras e hotéis vivem um momento contraditório e complica<strong>do</strong>face ao crescimento de turistas registra<strong>do</strong>.A precariedade da malha aérea também dificulta as operações e o crescimento.A crise da Varig, seguida <strong>do</strong> caos instaura<strong>do</strong> após a queda <strong>do</strong> avião da Gol, queocasio<strong>no</strong>u a crise <strong>do</strong>s controla<strong>do</strong>res de vôos, trouxeram conseqüências drásticas parao receptivo internacional, pois temos grande demanda, porém pouca oferta de vôos,além <strong>do</strong>s atrasos que prejudicam a imagem <strong>do</strong> país.Sem dúvida a união das iniciativas pública e privada é de extrema importância esegue um formato que está dan<strong>do</strong> certo. A integração entre as entidades <strong>do</strong> setor e ogover<strong>no</strong> é fundamental, posto que as entidades representam as empresasresponsáveis por todas as etapas da operação <strong>do</strong> turismo e a Embratur propicia,através <strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Aquarela de promoção e marketing, as condições básicas para asações de vendas <strong>do</strong> setor <strong>no</strong>s principais merca<strong>do</strong>s emissores internacionais. Seriainviável a realização de um trabalho de sucesso sem essa parceria.Dois programas, para nós, têm apresenta<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s muito positivos: oCaravana Brasil, que possibilita ao agente de viagens <strong>do</strong> exterior conhecer os desti<strong>no</strong>sin loco, abrin<strong>do</strong> uma série de possibilidades de promoção. É impossível vender umproduto que se conhece apenas na teoria. As visitas de familiarização geramcredibilidade em quem está venden<strong>do</strong> por propiciar o conhecimento da infra-estruturalocal, os produtos turísticos, a capacitação profissional de quem recepciona, entreoutros fatores importantes. O segun<strong>do</strong> programa é o de promoção <strong>no</strong> exterior atravésde participação em feiras internacionais e <strong>do</strong>s seminários promovi<strong>do</strong>s <strong>no</strong> exterior sobreo Brasil, apresentan<strong>do</strong> aos agentes de viagens <strong>do</strong>s principais merca<strong>do</strong>s emissoresinternacionais a diversidade de desti<strong>no</strong>s e produtos que temos a oferecer.


162Anexo BDocumento da Embratur sobre os bidding booksBidding BookModelo completo para a confecção de um bidding bookA EMBRATUR, por meio de sua Diretoria de <strong>Turismo</strong> de Negócios eEventos/ Gerência de <strong>Turismo</strong> de Eventos, apóia entidades brasileiras acandidatarem- se a sediar eventos internacionais <strong>no</strong> Brasil.Dentre as diversas formas de apoio, a EMBRATUR, em parceria com aentiadade e a autoridade de turismo local e/ ou o Convention Bureau local,prepara o <strong>do</strong>ssiê de candidatura (Bidding Book).OBSERVAÇÕES IMPORTANTES !!!!To<strong>do</strong> o material deve ser forneci<strong>do</strong> para a EMBRATUR em Língua Inglesa ouLíngua Espanhola, de acor<strong>do</strong> com o que for acerta<strong>do</strong> previamente. Casocontrário, será descarta<strong>do</strong>.As fotos devem ser enviadas em alta resolução (mínimo 300 d.p.i.)As figuras e mapas devem estar na extensão JPG.Estrutura completa <strong>do</strong> bidding bookA primeira página <strong>do</strong> bidding deve constar o <strong>no</strong>me e a edição <strong>do</strong> eventoao qual a candidatura refere- se, além <strong>do</strong> a<strong>no</strong> em que acontecerá o evento parao qual está candidatan<strong>do</strong>- se. Também deve constar o <strong>no</strong>me da cidadecandidata, esta<strong>do</strong> e país.Na seqüência, teremos 7 (sete) lâminas divisórias, as quais organizarão o


163book que será dividi<strong>do</strong> da seguinte forma:1. Projeto <strong>do</strong> EventoResponsabilidade: Entidade ProponenteSobre a proposta, devem ser contempladas as seguintes informações,quan<strong>do</strong> solicitadas ou quan<strong>do</strong> disponíveis facilmente:Uma carta (até 2 páginas) da entidade proponente com a apresentação deargumentações e justificativas para a candidatura brasileira. Muitasentidades internacionais têm como um <strong>do</strong>s seus objetivos principais, adisseminação de conhecimento <strong>no</strong>s países que a compõe. Por esta razão,caso o evento nunca tenha si<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> <strong>no</strong> Brasil e/ ou na América <strong>do</strong>Sul ou Latina, isso deve ser ressalta<strong>do</strong>, pois é um argumento forte e,ainda, a realização de um evento <strong>no</strong> Brasil pode significar umaoportunidade de expansão da entidade <strong>no</strong> continente sul- america<strong>no</strong> e/ou<strong>no</strong> país. Tal carta deve ser dirigida ao presidente da entidade superior (aentidade internacional, por exemplo).A carta deve ser em papel timbra<strong>do</strong>, ser assinada e, se possível, deveráser inserida uma foto de quem assina. A carta deve ser escaneada eenviada em formato .jpgSugestão de comissão organiza<strong>do</strong>ra: além da parte operacional, inserir <strong>no</strong>comitê organiza<strong>do</strong>r o <strong>no</strong>me de personalidades de destaque na área (aindaque em cargos ho<strong>no</strong>rários);Sugestão de tema e sub- temas (ainda que genéricos);Sugestão de programação;Sugestão de alguns palestrantes (se possível);Sugestão de valores de inscrição (quan<strong>do</strong> exigi<strong>do</strong> pela entidadeinternacional). Muitas entidades praticam valores de inscrição inferiorespara participantes provenientes de países em desenvolvimento, comoforma de democratização <strong>do</strong> acesso aos eventos;Detalhamento financeiro: informar somente se solicita<strong>do</strong> pela entidadeinternacional em seus guidelines;Pla<strong>no</strong> de promoção caso o evento seja capta<strong>do</strong>: informar somente sesolicita<strong>do</strong> pela entidade internacional em seus guidelines.


1642. Cartas de apoio à candidaturaResponsabilidades compartilhadasAs seguintes cartas de apoio devem ser providenciadas:Órgãos <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> Federal (responsabilidade da EMBRATUR);Órgãos <strong>do</strong>s Gover<strong>no</strong>s Estadual e Municipal (responsabilidade <strong>do</strong>Convention & Visitors Bureau local);Empresas e/ ou Entidades ligadas ao setor de atuação da entidadeproponente <strong>no</strong> Brasil e <strong>no</strong> exterior. Se forem obtidas cartas de outrospaíses, poderemos reforçar a candidatura brasileira tratan<strong>do</strong>- a como umacandidatura sul- americana ou lati<strong>no</strong>- americana (responsabilidade daentidade proponente).3. Apresentação da entidade proponenteResponsabilidade: Entidade ProponenteSobre a entidade proponente, deverão ser contempla<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s objetivos,como:Histórico, tempo de existência, tradição e importância científica, política eeconômica da entidade para o país;O desenvolvimento <strong>do</strong> segmento <strong>no</strong> país;Abrangência territorial <strong>no</strong> país, número de associa<strong>do</strong>s,representatividade;Demonstrar qual seria o potencial de participantes brasileiros e/ ou sulamerica<strong>no</strong>s<strong>no</strong> evento exemplifican<strong>do</strong> com números de congressos járealiza<strong>do</strong>s (data, edições, número de participantes, metragem deexposição e resulta<strong>do</strong>s). Isso interessa muito para a entidadeinternacional;Infra- estrutura, sede, recursos;Atividades desenvolvidas pela entidade;Personalidades de destaque que estejam ligadas à entidade brasileira, emespecial aquelas reconhecidas ou envolvidas com a entidade promotorainternacional;


165Diferenciais (envolvimento social e acadêmico, por exemplo);Contatos da entidade proponente: <strong>no</strong>mes, cargos, endereços, telefone,endereço eletrônico e website.4. Apresentação <strong>do</strong> BrasilResponsabilidade: EMBRATURUma candidatura em nível internacional é, antes de qualquer coisa, umacandidatura brasileira! Por esta razão deve- se fazer uma apresentação <strong>do</strong>país em linhas gerais. Os seguintes itens devem ser contempla<strong>do</strong>s:Informações Geográficas / Aspectos de Geografia FísicaAspecto Sócio- PolíticoAspectos CulturaisAspectos EconômicosO Brasil como desti<strong>no</strong> para eventos internacionaisDestaques <strong>no</strong> esporte (somente para captação de eventos esportivos)Informações úteis: vistos, moeda, fuso horário, idioma, gorjetas, etc.5. Apresentação <strong>do</strong> desti<strong>no</strong> (cidade ou resort)Responsabilidade: escritório de turismo local (Convention & Visitors Bureaue/ou Secretaria de <strong>Turismo</strong>)Deve- se apresentar toda a estrutura da cidade focada para o <strong>Turismo</strong> deeventos. Os seguintes itens devem ser contempla<strong>do</strong>s:Mapa localizan<strong>do</strong> e destacan<strong>do</strong> a cidade dentro <strong>do</strong> país (neste mapadevem constar também as principais cidades <strong>do</strong> país);Clima inserir um gráfico com as temperaturas médias durante o a<strong>no</strong>;Caso a cidade candidata receba vôos internacionais DIRETOS SEMCONEXÃO, deve- se expor tal informação em forma de tabela, informan<strong>do</strong>os principais fluxos internacionais e tempo de vôo. Caso não receba (oureceba em pouca quantidade), deve- se mencionar os vôos até os


166principais portões de entrada: Rio de Janeiro, Salva<strong>do</strong>r e/ ou São Paulo e otempo de vôo e fluxo entre estas cidades e a cidade candidata.Informações e fotos <strong>do</strong> aeroporto.Mapa esquemático (turístico) da cidade mostran<strong>do</strong> o aeroporto, o centrode convenções, a rede hoteleira e demais pontos de interesse. Tabela dedistância (exemplo: centro de convenções proposto com relação aoaeroporto e rede hoteleira);Transporte coletivo (para eventos populares) e/ ou mencionar custo detáxi (preço médio de corridas entre rede hoteleira e centro de eventosindica<strong>do</strong>) e frotas disponíveis;Descritivo <strong>do</strong> Centro de Convenções:capacidade das salas em diferentes formatos;capacidade <strong>do</strong> teatro ou auditório principal e infra- estrutura(so<strong>no</strong>rização, iluminação, cabines, palco, camarins);plantas, se possível também em 3D (não enviar em autocad)área disponível para exposição (carga e descarga, pé direito eclimatização);infra- estrutura complementar: banheiros, bilheterias, segurança,estacionamento, área e opções de alimentação, business center,acesso para deficientes, ambulatório, correios, etc...fotos em JPEG (alta resolução mínimo 300 d.p.i.);Rede hoteleiraquantidade de leitos (de opções mais baratas até hotéis e resorts deluxo);referência média de preço;mencionar redes internacionais;Restaurantes: destacar a culinária local e a disponibilidade de cozinhainternacional (texto com <strong>no</strong> máximo 10 linhas) fotos de pratos (altaresolução mínimo 300 d.p.i.);Estrutura de serviços: rede bancária e lojas de câmbio, shopping centers,ruas comerciais e opções de vida <strong>no</strong>turna;Opções de atividades e passeios para acompanhantes durante o perío<strong>do</strong><strong>do</strong> evento na cidade e re<strong>do</strong>ndezas. Pontos turísticos, fotos ;Universidades destaques na produção <strong>do</strong> saber (<strong>no</strong> máximo 10 linhas detexto);


167Consula<strong>do</strong>s e embaixadas (apenas mencionar a existência e os países);Diferenciais da cidade: títulos e distinções (somente títulos reconheci<strong>do</strong>se mencionar a fonte da informação);Listar os eventos mais importantes que já aconteceram na cidade (maisexpressivos, mais complexos, maiores e internacionais), num máximo de10 eventos. Citar <strong>no</strong>me, número de participantes, data (contemplarsomente os últimos 5 a<strong>no</strong>s);Depoimentos de representantes de entidades internacionais e/ ounacionais a respeito <strong>do</strong> desti<strong>no</strong> (até 5 depoimentos);6. Opções de viagens pré e pós eventoResponsabilidade: EMBRATURSerão apresenta<strong>do</strong>s os seguintes produtos, os quais a EMBRATUR utiliza- separa a promoção <strong>do</strong> turismo brasileiro <strong>no</strong> exterior:Sol e MarCulturaEsportesEcoturismo7. Contatos e Fontes de InformaçãoResponsabilidades compartilhadasInserir a informação de que o bidding book foi fruto de um trabalho conjuntoentre:EntidadeGover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Brasil/Ministério <strong>do</strong> <strong>Turismo</strong>/EMBRATUREntidade de <strong>Turismo</strong> local: CVB e/ou Secretaria de <strong>Turismo</strong>Alguma empresa que possa ter ajuda<strong>do</strong>. Exemplo: uma empresaorganiza<strong>do</strong>ra de eventos, um centro de convenções, uma agência deturismo, entre outras


168Deve constar <strong>no</strong>me completo, endereço, telefone, email, site e uma pessoade contato. Uma lista com sites úteis (além daqueles já menciona<strong>do</strong>s)também deve ser incluída.8. Compilamento das informações , revisão <strong>do</strong> texto e impressãoResponsabilidade: EMBRATURA EMBRATUR irá compilar toda a informação fornecida pela entidade epelo escritório de turismo local. Da mesma forma irá fazer a revisão <strong>do</strong>texto e trabalhar o conceito visual, por meio de sua agência de publicidade.


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