L+D 25

l+d
international lighting magazine
LUZ PARA PROVOCAR
A obra de James Turrell
LUZ PARA O BEM-ESTAR
Dois Spas, no Brasil e na Irlanda
LUZ PARA VIAJAR NO TEMPO
Wrightsman Galleries, no Metropolitan Museum
LIGHT TO PROVOKE THE WORK OF JAMES TURRELL
LIGHT FOR WELL-BEING TWO SPAS, IN BRAZIL AND IN IRELAND
LIGHT TO TRAVEL IN TIME WRIGHTSMAN GALLERIES AT THE METROPOLITAN MUSEUM

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A obra de James Turrell
Dois Spas, no Brasil e na Irlanda
Wrightsman Galleries, no Metropolitan Museum
LIGHT TO PROVOKE THE WORK OF JAMES TURRELL
LIGHT FOR WELL-BEING TWO SPAS, IN BRAZIL AND IN IRELAND
LIGHT TO TRAVEL IN TIME WRIGHTSMAN GALLERIES AT THE METROPOLITAN MUSEUM
l+d #25
EDITORES | EDITORS
Thiago Gaya
Winnie Bastian
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INTERNATIONAL LIGHTING MAGAZINE
City of Arhirit (1976)
- James Turrell
Foto | Photo: Florian Holzherr
(Cortesia James Turrell
Museum | Courtesy of
James Turrell Museum)
LUZ PARA PROVOCAR
LUZ PARA O BEM-ESTAR
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LUZ PARA VIAJAR NO TEMPO
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¿QuÉ Pasa?
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PROJETOS | PROJECTS
40. Enotel Porto de Galinhas Resort & Spa
46. Limerick House Spa
50. Wrightsman Galleries – The
Metropolitan Museum of Arts
56. Saraiva MegaStore Pátio Higienópolis
60. Ellus and Guests
64. Concessionária Honda Niponsul
perfil | profile
James Turrell
PORTAL OF LIGHT
Produtos | products
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CONSELHO EDITORIAL | EDITORIAL BOARD
Esther Stiller, lighting designer
Dante Della Manna, arquiteto | architect
Fernando Prado, designer

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EDITORIAL
A importância do aspecto funcional da iluminação e as
inúmeras possibilidades da luz como elemento de valorização das formas
arquitetônicas são temas constantemente tratados nas páginas de
L+D, desde seu início. Além da função e da estética, no entanto, existe
outra variável relacionada à luz que merece atenção, e que destacamos
nesta edição: seu potencial para influenciar o comportamento humano.
Esta característica da luz pode ser valiosa para os espaços comerciais,
auxiliando na criação de ambientes convidativos, como
no caso dos projetos para a loja Ellus and Guests, a Livraria Saraiva
e a concessionária Niponsul.
A iluminação adequada pode, ainda, transformar as normalmente
assépticas salas de exames médicos em ambientes amigáveis, reduzindo
o nível de estresse do paciente e tornando esta experiência mais tranquila.
Mas o poder de evocar sensações e reações por meio da luz é explorado
ao máximo quando se tratam de lugares dedicados à promoção
do bem-estar. É o que se observa nos projetos dos dois Spas publicados
nesta edição, nos quais o lighting design atua como elemento
fundamental para a criação de ambientes revigorantes ou relaxantes.
Boa leitura!
PUBLICADA POR | PUBLISHED BY
Editora Lumière Ltda.
Matriz no Brasil | Headquaters in Brazil:
Rua Catalunha, 350
05329-030 São Paulo SP
t / f: 55 11 2827.0660
ld@portallumiere.com.br
www.portallumiere.com.br
PUBLISHER
>Thiago Gaya
EDITORES | EDITORS
>Thiago Gaya
>Winnie Bastian
TRADUÇÃO | TRANSLATION
>Michael L. Jordan
>BTS - Business Translation Services
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The importance of the functional aspect of lighting and of the
innumerable possibilities of light as a feature of enhancement of architectural
forms are topics constantly dealt with in the pages of L+D ever since its very
beginnings. Apart from the function and the aesthetics, however, there is
another light-related variable that deserves our attention, and which we
highlight in this edition: its power to influence human behaviour.
This characteristic of light can be of value in commercial spaces,
assisting in the creation of an inviting environment, as in the case of
the projects for the Ellus & Guests store, the Livraria Saraiva bookstore
and the Niponsul car dealership.
Suitable lighting can, furthermore, transform the normally anti-septic
doctor’s consulting room into a more friendly environment, reducing
the patient’s stress level and making his visit more tranquil.
But the power to evoke feelings and reactions through light is exploited
to the maximum when dealing with places devoted to promoting the
feeling of well-being. And this is what we find in the two Spa projects
covered in this edition, in which the lighting design functions as a fundamental
element in the creation of stimulating and relaxing environments.
REVISÃO | PROOF READING
>Deborah Peleias
ARTE | ART
>Gustavo Cipriano
>Anderson Baldime
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ASSINATURAS | SUBSCRIPTIONS
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¿QuÉ Pasa?
100% DESIGN
Nesta edição do mais importante evento inglês de design, uma instalação
luminosa promete se destacar: trata-se de Focal Shift (acima),
criada pelo renomado lighting artist Jason Bruges em conjunto com o
jovem designer Jake Dyson, criador da Motorlight, já publicada nas páginas
de L+D. A instalação utiliza a nova criação de Dyson: a luminária
Motorlight Wall, luminária de parede com facho luminoso variável –
com mecanismo semelhante ao de sua “irmã” mais velha, mas agora
acionado por controle remoto.
A instalação inteligente, com 10 painéis iluminados, criará uma parede
que se transforma à medida em que o ciclo das luminárias oscila entre fachos
estreitos e largos, criando diversas padronagens de luz e sombra. Utilizando
tecnologia DMX, a equipe de Bruges irá configurar as luminárias para produzir
uma instalação artística fluida, que surpreenda os visitantes da mostra.
100% DESIGN At this edition of the most important English design
event, a lighting installation promises to stand out: It is Focal Shift (above),
created by renowned lighting artist Jason Bruges with young designer Jake
Dyson, creator of Motorlight, already published in L+D. The installation
uses Dyson’s new creation: the Motorlight Wall light fixture, a wall fixture
with a variable beam – with a mechanism similar to its older “sister”, but
now activated by remote control.
The intelligent installation, with 10 lit panels, will create a wall that
changes as the lighting cycle oscillates between narrow and wide beams,
creating diverse patterns of light and shadow. Using DMX technology,
Bruges’ team will configure the light fixtures to produce a fluid artistic
installation that will surprise the exhibit’s visitors.
Quando | When: 24 a 27 de setembro | September 24-27
Onde | Where: Earls Court Exhibition Centre, Londres, Inglaterra
| Earls Court Exhibition Centre, London, England
www.100percentdesign.co.uk
PLDC 2009
Com base no grande sucesso de sua primeira edição, realizada
em Londres, em 2007, a 2ª Professional Lighting Design Convention
(PLDC) espera receber cerca de 1.300 congressistas de todo o mundo.
O programa do evento, organizado pela PLDA em parceria com a
VIA-Verlag, já pode ser visto no site www.pld-c.com. Associados da
AsBAI têm desconto especial na inscrição.
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PLDC 2009 Based on the huge success of its first edition, held in London
in 2007, the 2nd Professional Lighting Design Convention (PLDC) expects to
receive nearly 1300 members from around the world. The program for the
event, organized by PLDC in partnership with VIA-Verlag, can already be seen
at www.pld-c.com. AsBAI members have a special discount at registration.
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Quando | When: 28 a 31 de outubro | October 28 to 31
Onde | Where: Berlim, Alemanha | Berlin, Germany
www.pld-c.com

¿QuÉ Pasa?
LDI SHOW 2009
O evento é voltado aos profissionais que atuam com iluminação
e som para espetáculos (shows, cinema, teatro etc.) e espaços que
recebem público (clubes, hotéis, cassinos, restaurantes, parques temáticos,
lojas etc). Paralelamente à feira, que acontecerá de 16 a 22
de novembro, estão programadas aulas (18 e 19), conferências (19
a 22), workshops (17 a 21) e o tour “Backstage Orlando” (16 a 18).
LDI SHOW 2009 The event is geared towards professionals who work
with lighting and sound for shows (music, cinema, theater, etc.) and spaces
that receive the public (clubs, hotels, casinos, restaurants, theme parks,
stores, etc.). Running parallel to the fair, which will be held November 16-
22, there are classes (18 and 19), conferences (19 to 22), workshops (17
to 21) and the “Backstage Orlando” tour (16 to 18).
Quando | When: 16 a 22 de novembro | November 16-22
Onde | Where: Orange County Convention Center, Orlando,
Estados Unidos | Orange County Convention Center, Orlando,
United States
www.ldishow.com
Andrés Otero
FÊTE DES LUMIÈRES
Baseado na tradicional celebração do 8 de dezembro, data cuja
origem remonta a 1852, o festival anual é o maior evento público de
iluminação do mundo. Durante quatro noites, instalações luminosas
de diversas naturezas emprestam uma atmosfera mágica aos espaços
públicos da cidade de Lyon. O programa completo estará disponível
a partir de novembro para download no site www.lumieres.lyon.fr
FÊTE DES LUMIÈRES Based on the traditional celebration of December 8,
dating back to 1852, this annual festival is the largest public lighting event in
the world. Several kinds of lighting installations will provide a magical ambiance
to public spaces in Lyon for four nights. The complete program will be
available for download starting November at www.lumieres.lyon.fr
Quando | When: 5 a 8 de dezembro | December 5-8
Onde | Where: Lyon, França | Lyon, France
FORUM LED
Os profissionais que visitarem a Fête des Lumières podem se programar
para comparecer ao Forum LED, evento que acontecerá às
vésperas do tradicional festival de luzes. Tecnologia dos LEDs de alto
brilho, tecnologia OLED, qualidade de cor e sistemas de controle
serão alguns dos temas abordados nas conferências programadas.
O evento conta, ainda, com uma exposição na qual mais de 50 expositores
devem apresentar inovações baseadas na tecnologia LED.
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LED FORUM The professionals who visit Fête des Lumières can get ready
to visit the LED Forum, an event that will be held on the eve of the traditional
light festival. High brightness LED technology, OLED technology, color quality
and control systems will be some of the topics addressed at the scheduled
conferences. The event also includes an exhibit at which more than 50 exhibitors
will introduce innovations based on LED technology.
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Greig Christie
Quando | When: 3 e 4 de dezembro | December 3-4
Onde | Where: Lyon, França | Lyon, France

¿QuÉ Pasa?
O RIO SE ACENDE
Entre 7 de agosto e 13 de setembro, seis intervenções artísticas luminosas
assinadas por artistas brasileiros e estrangeiros ocuparam seis espaços
públicos e fachadas cariocas: o Museu de Arte Moderna (MAM), o Hotel
Glória, os Arcos da Lapa, a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI),
o viaduto da Praça XV e o Hotel Marina All Suites, no Leblon. Patrocinado
pela Light, o projeto “Lumen - Intervenções Luminosas no Rio de Janeiro”
busca inserir a cidade no circuito internacional da arte contemporânea, no
ano em que se comemoram os 130 anos da descoberta da energia elétrica.
Destacamos a obra “A Lei do Silêncio” (abaixo), do português Rui Calçada
Bastos, que teve como cenário a fachada posterior do edifício da
ESDI: um microfone captava os ruídos emitidos no local e, conectado a
projetores de luz, produzia uma espécie de trovão cada vez que o som
ultrapassava o limite de decibéis permitido por lei. As luzes também servem
para destacar as árvores que estão em frente à empena do prédio, “como
se a natureza voltasse a ganhar terreno em um espaço onde prédios são
construídos de maneira desenfreada”, provoca o artista.
Mais detalhes sobre as intervenções luminosas do projeto Lumen
estão disponíveis no site www.artelumen.org
RIO LIGHTS UP Between August 7 and September 13, six artistic lighting
interventions signed by Brazilian and foreign artists occupy six public spaces
and façades in Rio: the Museum of Modern Art (MAM), Hotel Glória, the
Lapa Arches, Higher School of Industrial Design (ESDI), the Praça XV viaduct
and Hotel Marina All Suites, in Leblon. Sponsored by Light, the “Lumen –
Lighting Interventions in Rio de Janeiro” project seeks to position the city in
the international circuit of contemporary art, during the year in which we
celebrate the 130th anniversary of the discovery of electric energy.
We highlight the work entitled “The Law of Silence” (below), by Rui Calçada
Bastos of Portugal. He used the ESDI building’s outdoor façade as the scenario:
a microphone captured noises emitted at the site and, connected to
light projectors, it produced a sort of thunder whenever sound exceeded
the decibel limit permitted by law. The lights also serve to highlight the trees
in front of the building’s roof rafter, “as if nature regained land in an area
where buildings are constructed in an unchecked manner,” cries out the artist.
More details about the Lumen project’s lighting interventions are available
at www.artelumen.org
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Humberto César

¿QuÉ Pasa?
Mario Ladeira
FILE
Maior festival de arte e tecnologia do Brasil, o FILE (Festival Interna-
FILE (Electronic Language International Festival), Brazil’s largest art and
cional de Linguagem Eletrônica), completou 10 anos em 2009. Nesta
technology festival, celebrated its 10 th anniversary in 2009. This edition’s São
edição, em sua versão paulistana, o evento aconteceu no Centro Cultural
Paulo version was held at the Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso and it re-
Fiesp – Ruth Cardoso e mostrou grande diversidade de pesquisas e pro-
vealed great diversity in national and international research and productions,
duções nacionais e internacionais, tendo contado com a participação
with the participation of approximately 300 artists from 30 countries. We
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de aproximadamente 300 artistas de mais de 30 países. Destacamos
a instalação “Capacitive Body”, dos alemães Andreas Muxel e Martin
Hesselmeier, na qual um sistema de luz modular reage aos sons do
highlight the “Capacitive Body” installation by the Germans Andreas Muxel
and Martin Hesselmeier, in which a modular light system reacts to the sounds
of its environment. Each module consists of an electro-luminescent light wire
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ambiente. Cada módulo consiste em um fio de luz eletroluminescente
connected to a piezoelectric sensor and a micro-controller. The sensor is used to
ligado a um sensor piezelétrico e um microcontrolador. O sensor é
measure the vibration of an architectural solid, initiated by sounds. These data
utilizado para medir a vibração de um sólido arquitetônico – a qual é
are transformed into light, in the form of flashes that run the tensed wires in a
iniciada por sons – e este dado é transformado em luz, na forma de
three-dimensional network. In other words, the space reacts to the “echoes” of
flashes que percorriam os fios tensionados em uma rede tridimensional.
Avenida Paulista, with its intense vehicle traffic. “With the electro-luminescent
Ou seja, o espaço reagia aos “ecos” da Avenida Paulista, com seu intenso
wires, we built a new, dynamic space within a rigid body,” declared the artists.
tráfego de veículos. “Com os fios eletroluminescentes, construímos um
novo espaço dinâmico dentro do corpo rígido”, conceituam os artistas.

¿QuÉ Pasa?
Traffic
MODA, LUZ e ARTE
A revista inglesa de moda Esquire convidou 18 estilistas para, em
FASHION, LIGHT AND ART Esquire, the English fashion magazine, invited
parceria com um artista de sua escolha, reinterpretar um arquétipo da
18 stylists to reinterpret an archetype of men’s fashion in partnership with
moda masculina: o costume (mais conhecido por “terno”, embora os
an artist of their choice: the suit (although vests are no longer used). The
coletes não sejam mais usados). O resultado foi exposto recentemente
result was the recent exhibit at Somerset House, in London, at the “Esquire
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na Somerset House, em Londres, na exposição “Esquire Singular Suit”,
e figura na edição de setembro da revista.
Dentre as peças expostas, uma chama atenção pelo uso da luz como
Singular Suit” exhibit, and it is part of the magazine’s September edition.
Among the pieces on exhibit, one calls attention due to its use of light as
the proposal’s essence. The authors are Donatella Versace and the lighting
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essência da proposta. Os autores são Donatella Versace e o lighting artist
artist based in Dubai, James Clar. Their piece is based on an iconic figure of
baseado em Dubai James Clar. Sua peça baseia-se numa figura icônica
cinema: the gentleman spy, lived by classic characters like James Bond, The
do cinema: o cavalheiro espião, vivido por personagens clássicos como
Saint and Thomas Crowne, all well-dressed in impeccable suits. This image
James Bond, O Santo e Thomas Crowne, todos muito bem vestidos em
of the elegant man in explosive situations was translated into a suit with
seus ternos impecáveis. Esta imagem do homem elegante em situações
large luminous stakes exploding from the stitching, as if “freezing” the exact
explosivas foi traduzida em um terno com grandes estacas luminosas
moment of an explosion on the movie screens.
explodindo a partir de suas costuras, como que “congelando” o exato
momento de uma explosão nas telas de cinema.

¿QuÉ Pasa?
ATITUDE SUSTENTÁVEL
A La Lampe decidiu facilitar o descarte ecológico das lâmpadas
fluorescentes para seus clientes: agora, os showrooms da empresa
em todo o Brasil funcionam também como pontos de recebimento
de lâmpadas usadas. Para tanto, firmou uma parceria com a empresa
Tramppo – surgida em 2003 junto ao Centro Incubador de Empresas
de Tecnologia (Cietec), da Universidade de São Paulo –, para a descontaminação
das lâmpadas e sua posterior reciclagem.
“Com esta providência, estamos reiterando nosso comprometimento
com os princípios básicos da sustentabilidade, com vistas à preservação
do meio ambiente e da saúde pública, contribuindo para evitar que
os chamados materiais pesados das fluorescentes sejam lançados em
lixões, os quais posteriormente podem contaminar os lençóis freáticos
e os mananciais”, declara Alessandra Friedmann, sócia da empresa.
A relação completa de endereços dos showrooms La Lampe está
disponível em www.lalampe.com.br
SUSTAINABLE BEHAVIOR La Lampe decided to facilitate the ecological
disposal of fluorescent bulbs for its clients: now, the company’s showrooms
throughout Brazil also operate as drop-off points for used bulbs. For such,
it signed a partnership with Tramppo – founded in 2003 at the Technology
Company Incubator Center (Cietec), of the University of São Paulo – to decontaminate
bulbs and then recycle them.
“With this measure, we are reiterating our commitment to the basic principles
of sustainability, aimed at preservation of the environment and public
health, contributing towards avoiding the fluorescent bulbs’ heavy materials
from being disposed of in garbage dumps, which may later contaminate water
tables and springs,” declares Alessandra Friedmann, a partner at the company.
The complete list of La Lampe showroom addresses is available at
www.lalampe.com.br
LUZ + ÁGUA 1
Sabemos que a dissipação de calor é um fator-chave para o funcionamento
eficaz dos LEDs. O problema pode estar perto da solução: a
empresa norte-americana Eternaleds está distribuindo uma lâmpada
LED refrigerada... a água! Na verdade, trata-se de um bulbo que contém,
em seu interior, parafina líquida, responsável pela dissipação do
calor. A nova lâmpada consume 4W e a luz gerada equivale à de uma
lâmpada incandescente de 25W. Será que essa moda pega?
Mais informações em www.eternaleds.com
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LIGHT + WATER 1 We know that heat dissipation is a key factor to
the effective operation of LEDs. That problem may be near solution: the
American company Eternaleds is distributing a water-cooled LED bulb!
In reality, it is a bulb with liquid paraffin inside, which is responsible for
dissipating heat. The new bulb consumes 4W and the light generated is
equivalent to a 25W incandescent bulb. Do you think it may catch on?
More information at www.eternaleds.com
LUZ + ÁGUA 2
Outra ideia inventiva utilizando a água na iluminação é a luminária
Dramprom, criada pelo designer espanhol radicado em Londres Roger
Arquer. Nela, a condensação da água é utilizada para difundir a luz.
A luminária é feita de um recipiente de vidro que contém água em
seu interior. A lâmpada é instalada em uma reentrância no vidro, de
modo a não ficar em contato com a unidade. Quando a luminária é
acesa, o vidro se aquece e a água em seu interior começa a condensar
junto às paredes, fazendo com que a luz seja difundida suavemente.
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LIGHT + WATER 2 Another inventive idea using water in illumination is
the Dramprom light fixture created by Spanish designer Roger Arquer, who
resides in London. Water condensation is used to diffuse light.
The light fixture is made of a glass container with water in it. The bulb
is installed in a reentering glass angle so it is not in contact with the unit.
When the fixture is lit, the glass heats up and the water inside begins to
condense along the walls so the light is gently diffused.

¿QuÉ Pasa?
VENTO QUE ILUMINA
Quando criança, o inventor britânico Tom Lawton sonhava em poder
enxergar o vento. Anos mais tarde, este desejo deu origem à luminária
decorativa Firewinder, um pendente para uso externo que transforma
instantaneamente o vento – mesmo que seja uma brisa suave – em luz.
Os LEDs da luminária são acesos exclusivamente a partir da energia
eólica, tornando a Firewinder um produto ambientalmente correto.
Trata-se de uma peça que reage diretamente ao seu entorno, pois a
intensidade do brilho dos LEDs é proporcional à velocidade em que
gira a turbina espiral. Assim, Lawton espera inspirar as pessoas a refletirem
sobre “a beleza invisível, o poder impressionante e os infinitos
recursos das energias alternativas que nos cercam”.
Após sete anos de desenvolvimento, a peça passou a ser produzida comercialmente,
e é vendida online. Mais informações em www.firewinder.com
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WIND THAT ILLUMINATES As a child, British inventor Tom Lawton
dreamed of being able to see the wind. Years later, this desire led to the
Firewinder decorative light fixture, a suspended fixture for outdoor use
that instantly transforms the wind – even if it is only a gentle breeze –
into light. The fixture’s LEDs light up with wind power, making Firewinder
an environmentally correct product. It is a piece that reacts directly to its
environment since LED brightness intensity is proportional to the spiral
turbine’s spinning speed. Lawton thus hopes to inspire people to think
about “the invisible beauty, impressive power and countless resources of
the alternative energies that surround us.”
Seven years after its development, the piece began to be produced commercially,
and it is sold online. More information at www.firewinder.com
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¿QuÉ Pasa?
PATRIMÔNIO REVITALIZADO
Recentemente restaurada, a fachada da Casa das Arcadas, até pouco
tempo atrás escondida por cartazes de publicidade, volta a se destacar
no cenário urbano do centro histórico de São Paulo. O edifício,
hoje propriedade da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), foi
construído na segunda metade da década de 1920.
O resgate da aparência original do edifício e da concepção de seus arcos
foram evidenciados pelo novo sistema de iluminação, assinado pelo lighting
designer Plínio Godoy. O novo projeto luminotécnico resultou na implantação
de 47 arandelas com lâmpadas de vapor metálico e 36 projetores com lâmpadas
fluorescentes, realçando o entablamento, os capitéis ornamentados
e as mísulas, elementos característicos do estilo neoclássico, predominante
no centro paulistano da primeira metade do século 20.
Fernando Silveira
HERITAGE REVITALIZED The newly restored façade of the Casa das
Arcadas, until recently hidden behind advertising posters, once again stands
out in the urban scenario of São Paulo’s historical downtown. The building,
today the property of the Armando Álvares Penteado Foundation (FAAP),
was built during the second half of the 1920s.
Recovery of the building’s original appearance, and conception of its arches,
has been highlighted by the new illumination system signed by lighting designer
Plínio Godoy. The new lighting project resulted in the installation of 47
wall light fixtures with metal vapor bulbs and 36 projectors with fluorescent
bulbs, underscoring the entablature, the ornamented column capitals and
brackets, characteristic elements of the neo-Classic style that predominated
in downtown São Paulo during the first half of the 20th Century.
DUO ALTO DE PINHEIROS
Pedro Vannucchi/Reprodução
Projetado por Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi, o edifício
Designed by Jorge Königsberger and Gianfranco Vannucchi, the residen-
residencial lançado recentemente na zona oeste de São Paulo é o tema
tial building recently launched in the west side of São Paulo is the topic of
do 14º volume da coleção Arquitetura Comentada, que analisa um
the 14th volume of the Arquitetura Comentada collection, which analyzes
projeto específico de arquitetura, buscando mostrar o processo criativo
a specific architecture project in an attempt to show the architect’s creative
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do arquiteto desde a concepção inicial até a finalização do projeto.
Buscando integrar as duas torres ao entorno, os arquitetos projetaram
apartamentos com extensas varandas voltadas para o verde do
process, from initial conception to project finalization.
In an attempt to integrate the two towers to the environment, the
architects designed apartments with large balconies facing the green ar-
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bairro Alto de Pinheiros, projetado pelo urbanista inglês Barry Parker
eas of Alto de Pinheiros, which were designed by English urbanist Barry
segundo os conceitos de cidade-jardim.
Parker according to city-garden concepts.
O “jogo de encaixe” criado com as plantas dos apartamentos garantiu
The “fitting game” created with the apartments’ plants ensured that every
que todas as unidades tivessem salas de estar e varandas com pé-direito
unit would have living rooms and balconies with a double-height ceiling, which
duplo, fato que se reflete em uma fachada de linguagem contemporânea
is seen in a contemporary language façade that recalls “living at home”. The
e que remete ao “morar em casa”. A leveza da volumetria e a sutileza no
lightness of the volume and subtleness in working with the façade’s textures are
trabalho com as texturas da fachada são aspectos valorizados pelo projeto
aspects valorized by the lighting project signed by Guinter Parschalk (Studio Ix).
luminotécnico, assinado por Guinter Parschalk (Studio Ix).

¿QuÉ Pasa?
ARQUITETURA DE
VANGUARDA
“Dependendo do arquiteto e do cliente, uma casa pode estar no
âmago revolucionário da arquitetura, afastando ideias passadas em
busca de um novo paradigma.” Este é o tipo de residência retratado
na coletânea Architecture Now! Houses, que reúne casas espetaculares
construídas ao redor do mundo nos últimos cinco anos. Publicado pela
Taschen, o livro foi editado por Philip Jodidio, responsável também por
outro lançamento da editora: o sexto volume da série Architecture Now!,
que se propõe a oferecer um panorama da arquitetura contemporânea,
atual e num futuro próximo – já que alguns projetos ainda estão em
andamento. Neste volume, diversidade é palavra-chave na seleção dos
projetos, cujo tamanho pode oscilar entre o diminuto e o gigantesco,
enquanto as linguagens vão desde aquelas de inspiração tradicional ou
às mais contemporâneas, como é o caso do projeto para o SGAE Central
Office, de Antón Garcia-Abril & Ensamble Studio (abaixo), em que os
arquitetos tiram partido do jogo de luzes para enfatizar a teatralidade
da monumental parede de pedra que compõe a fachada.
VANGUARD ARCHITECTURE “Depending on the architect and client,
a house can be at the revolutionary heart of architecture, driving away past
ideas in search of a new paradigm.” That is the type of residence depicted in
Architecture Now! Houses, which gathers spectacular houses built around
the world over the past five years. The book was published by Taschen and
edited by Philip Jodidio, who was also responsible for another release by the
publishing house: the sixth volume of the Architecture Now! series, which
proposes to offer a panorama of contemporary architecture, current and
in the near future, since some projects are still in progress. In this volume,
diversity is the key word in selecting the project, whose size may oscillate
between minute and gigantic, whereas the languages range between those
of traditional inspiration to the most contemporary, such as the project for
the SGAE Central Office, by Antón Garcia-Abril & Ensamble Studio (below),
in which the architects make use of lights to emphasize the theatrical aspect
of the monumental stone wall that comprises the façade.
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Roland Halbe/Reprodução
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¿QuÉ Pasa?
ORWELL REVISITADO?
Transformar um objeto cotidiano, como uma lâmpada, em um objeto
vivo. Esta foi a premissa dos designers Felix Hardmood Beck e Simon
Schiessl ao criar a Eyelight, uma luminária-lâmpada (conecta-se via
soquete) reativa. Um incansável “olho” habita a lâmpada, e é atraído
por qualquer movimento próximo a ele.
O protótipo final (pronto para entrar em produção) foi apresentado
no DMY International Design Festival 2009, realizado em junho, na
cidade alemã de Berlim. Nele, seis sensores identificam o movimento no
ambiente e fazem com que o “olho” acompanhe os usuários. Objeto
dentro do objeto, o olho aparece na superfície por meio de variações
na intensidade da luz emitida pelos 192 LEDs, tudo comandado por
um microcontrolador de alta performance.
Segundo os designers, o olho “está em um estado de transição, intangível,
irreal, mas certamente está lá, silenciosamente assistindo a cena que ilumina”.
E provocam: “O Big Brother ainda está lá – ele apenas ficou menor”.
Mais informações e vídeos em www.eyelight.me
ORWELL REVISITED? Transform an everyday object, like a bulb, into a living
object. That was the premise of designers Felix Hardmood Beck and Simon Schiessl
when creating Eyelight, a reactive bulb light fixture (it connects via a socket).
A tireless “eye” inhabits the bulb, and it is attracted by any movement near it.
The final prototype (ready to go into production) was presented at the
DMY International Design Festival 2009, held in June, in the German city
of Berlin. Its six sensors identify movement in the environment and have
the “eye” follow the users. An object within an object, the eye appears
on the surface by variations in light intensity emitted by its 192 LEDs, all
commanded by a high performance micro-controller.
According to the designers, the eye “is in a state of intangible, unreal
transition, but it is certainly there, silently watching the scene it is illuminating.”
And they instigate: “Big Brother is still there – he just got smaller”.
More information and videos at www.eyelight.me
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¿QuÉ Pasa?
Ron Arad Associates
Jason Mandella
L+D
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Um dos designers mais destacados da atualidade, Ron Arad ganhou
uma grande exposição retrospectiva de sua obra, em cartaz no MoMA de
NovaYork até 19 de outubro. Com curadoria de Paola Antonelli, a mostra
NO DISCIPLINE One of the most renowned designers today, Ron Arad
was given a large retrospective exhibit of his works, on display at MoMA
of New York until October 19. With the curatorship of Paola Antonelli, the
L+D
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“No Discipline” reúne cerca de 140 trabalhos do designer israelense ra-
“No Discipline” exhibit gathers about 140 works by the Israeli designer
dicado em Londres e evidencia seu interesse pela pesquisa e exploração
who resides in London and demonstrates his interest in research and in
dos mais diversos materiais, dos metais aos termoplásticos, das resinas
exploring diverse materials, from metals to thermoplastics, from resins to
NO DISCIPLINE
aos cristais, das fibras ópticas aos LEDs. A luminária Lolita (a esquerda),
criada por Arad em 2004, é um exemplo desta inquietude: combinando
cristais Swarovski e LEDs controlados por computador, pode exibir mensagens
programadas ou acender por inteiro, assumindo o papel de um
crystals, from optic fibers to LEDs. The Lolita (left) light fixture, created
by Arad in 2004, is an example of this restlessness: combining Swarovski
crystals and computer-controlled LEDs, it can exhibit programmed messages
or completely light up, taking on the role of a conventional lighting
lustre convencional. Luz ou comunicação? Ambos!
fixture. Light or communication? Both!

projetos | projects
Quando começou a idealizar o projeto de iluminação
do Enotel Resort & Spa em Porto de Galinhas, no sul de Pernambuco,
a arquiteta Neide Senzi tinha um objetivo claro e, ao mesmo tempo,
ambicioso. Diante de uma paisagem exuberante, marcada por praias
de águas mornas e cristalinas, areias brancas e vasto coqueiral, a luz
deveria contribuir para originar ambientes singulares, propícios ao
relaxamento e aos momentos de bem-estar.
No local – o primeiro empreendimento do grupo hoteleiro português
Enotel fora de terras lusitanas – a ordem era oferecer não apenas espaços
sofisticados e um ótimo serviço, mas um verdadeiro oásis para
o hóspede interessado em desfrutar uma experiência única e memorável.
Tanto o projeto de arquitetura de Vera Pires e Roberto Ghidone,
como o design de interiores concebido por Isabel Horta, tomaram este
conceito como base. O mesmo aconteceu com a luminotecnia, que se
manteve coerente à premissa adotada em todo o complexo.
Ciente sobre a importância da luz na interpretação psicológica que o
usuário faz sobre os espaços, a lighting designer procurou dar forma a
cenários que estabelecem uma analogia imediata com o clima tranquilo
e sereno esperado de um resort. “A intenção foi deixar um pouco de
lado as questões da iluminação funcional e de necessidade visual para a
realização das tarefas, criando mais oportunidades para exibir uma luz
que não é apenas vista, mas também pode ser sentida”, explica Neide.
L+D
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AWAKENING THE SENSES When she started planning the lighting
project for the Enotel Resort and Spa in Porto de Galinhas, in the south of
the state of Pernambuco, architect Neide Senzi already had a clear goal
that was at the same time highly ambitious. Confronted with an exuberant
landscape, marked by beaches with warm, crystalline waters, white sands
and vast coconut groves, the light would have to contribute to the creation
of unique atmospheres conducive to relaxation and the feeling of well-being.
On the site — the first enterprise of the Portuguese Eurotel hotel group
outside Portuguese territories, — the order of the day was to offer not
just sophisticated spaces with exceptional service, but a veritable oasis
for guests interested in enjoying a unique and unforgettable experience.
Both the architectural project, by Vera Pires and Roberto Ghidone, and the
interior design, planned by Isabel Horta, were founded on this concept.
The same occurred in the lighting design, which maintained coherency
with the basic premise adopted for the whole complex.
Well aware of the importance of light in the psychological interpretation the
user makes of the spaces, the lighting designer sought to shape scenes that
set up an immediate rapport with the climate of peace and serenity expected
from a resort. “ The idea was rather to set aside questions of mere functional
lighting necessary for carrying out tasks, thus creating greater opportunities for
displaying lighting that is not only seen, but can also be felt,” explains Neide.
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À FLOR DA PELE
No Spa pernambucano, lâmpadas de tonalidade cálida ajudaram a
criar ambientes agradáveis, aconchegantes e livres de ofuscamentos
| In the Spa in Pernambuco, warm-toned lamps helped to create
pleasant, inviting and glare-free surroundings

Foi assim que, sem abrir mão de critérios como facilidade de manutenção,
alto rendimento e baixo consumo, medidas para enriquecer o
repertório sensorial dos usuários foram adotadas. Nas fachadas, por
exemplo, a iluminação exalta a volumetria das varandas pelo contraste
entre luz e sombra, enquanto que os detalhes decorativos foram trabalhados
pontualmente para que, juntos, criassem um efeito tridimensional.
Mas é, sem dúvida, no Spa que a estratégia de Senzi mostra-se mais
evidente. Ali, a luz interage de maneira irrestrita com a arquitetura
para envolver e, mais ainda, para encantar. Tanto que em nenhuma
das áreas foram empregadas luminárias para não comprometer o
aspecto sensorial da luz. O mesmo motivo levou à criação de nichos
em forros e paredes, para embutir os dispositivos, e à preferência por
lâmpadas de tonalidade cálida, entre 2.700 e 3.000K.
Na área coberta ocupada pelas piscinas térmicas, calhas metálicas curvas
foram instaladas nas laterais para prover uma iluminação indireta em
harmonia com as generosas entradas laterais de luz natural existentes. As
peças, destinadas à iluminação indireta, foram equipadas com lâmpadas
fluorescentes T8 (32W e 3.000K) fazendo com que uma luminosidade livre
de ofuscamentos percorresse toda a extensão do salão. Além do aspecto
estético, a medida foi crucial também para facilitar o acesso às instalações.
Isto porque a colocação de luminárias e lâmpadas sobre a piscina geraria
um transtorno enorme à administração do hotel, demandando andaimes
e a interdição do local para a execução de qualquer tipo de manutenção.
O mesmo tipo de calha foi utilizado no espaço anexo a essas piscinas,
onde estão alocadas espreguiçadeiras. Nesta região, a aura
de repouso e relaxamento foi incrementada com a especificação
So it was that, without discarding criteria such as ease of maintenance
and high yield with low consumption, measures to enhance the user’s
sensory repertoire were adopted. On the façades, for example, the lighting
exalts the shape of the verandas through the contrast of light and
shadow, while the decorative details were treated to accent lighting so
that, together they would create a three-dimensional effect.
But it is, without a doubt, in the Spa that Senzi’s stratagem becomes
most evident. Here the light interacts limitlessly with the architecture so as
to be a source of involvement and even enchantment. So much so that in
none of these areas were visible luminaires used, so as not to compromise
the sensory effect of the light itself. This same motive led to the creation
of niches in ceilings and walls to recess lighting equipment, as well as to
the preference for warm white lamps between 2700 and 3000K.
In the covered area occupied by the heated pools, curving metal fixtures
were fitted around the sides to provide indirect lighting in harmony with the
generously proportioned side openings for daylight. These fittings, designed
for indirect lighting, were equipped with T8 fluorescent lamps (32W, 3000K)
causing glare-free lighting to flood through the whole area. Apart from the
aesthetic aspect, this measure was also crucial to facilitating access to the installations.
For the fitting of lights and lamps directly over the pool itself would
provoke enormous problems for the hotel management, requiring scaffolding
and closure of the whole area for carrying out any kind of maintenance work.
This same type of fixture was used in the space next to these pools,
where reclining chairs are set out. In this area, the aura of rest and
Na recepção (no alto da página ao lado), a luz rebatida cria uma
atmosfera suave. Nas piscinas, lâmpadas brancas e azuis estabelecem
distinção entre a área molhada e o espaço de repouso. Abaixo, a
iluminação nos bancos das saunas é viabilizada pelo uso da fibra
óptica | In the reception area (top of facing page), the reflected
light creates a soothing atmosphere. In the pools, white and blue
lamps set up a distinction between the wet zone and the resting
area. Below, the lighting of the bench seats in the saunas is made
possible by the use of fibre optics
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projetos | projects
A luz aparece integrada a elementos arquitetônicos, como nos
recortes do forro (à esquerda), nas paredes do Spa Grotto (abaixo)
e nos pisos das salas de massagens (abaixo, à direita) | The light
appears integrated into the architectural features, as in the slits
in the ceiling (on left), in the walls of the Spa Grotto (below) and
in the floors of the massage parlours (below right)
relaxation was heightened by the use of blue T12 lamps (40W) on an
individual control system. Neide Senzi tells us that, in this case, the idea
was to combine the effects of both depth and cosiness.
This is not the first time that the lighting designer has made use of chromotherapy
to supply the users of these spaces with a sense of well-being. The
architect had already used blue lighting in an innovative way in hospital
projects, where chromo-therapy made a significant contribution to the reduction
of anxiety and emotional stress in both patients and their companions.
In the hotel in Porto de Galinhas, the arsenal of resources used to create
the desired lighting effects was not just limited to white and coloured
fluorescent tubes. In the Spa Grotto, where a salt-water pool facilitates
floating, continuous LED strips, in tones of blue and amber, were fundamental
in setting up an atmosphere that is both rustic and intimate. Fitted
into the pool’s edges and the bottom, these little points of light give shape
to the area, at the same time giving rise to coloured reflections in the water,
creating the impression of a luminous body that envelopes the guest.
For the users of this space, the effect occurs quite spontaneously. But, in
order to make it work like this, a great deal of forethought was required
on the part of the teams involved and very close co-ordination between
the lighting design and the execution of the architectural project. After all,
the light source could at no point be visible, at the risk of compromising
the overall harmony of the environment.
Also within the Spa, the bench seats in the saunas were supplied with
subtle and elegant fibre optic lighting. As these are unavoidably damp
locales, the saunas demand this kind of solution, allowing the location
of the power source in a separate place. In this way the optic fibres can
enter the sauna rooms avoiding direct contact with the electrical wiring
or lamp housings, significantly increasing safety. (By Juliana Nakamura)
de lâmpadas azuis T12 (40W), dotadas de sistema independente
de acendimento. Neide Senzi conta que, neste caso, a intenção foi
agregar um efeito de profundidade e aconchego.
Esta não foi a primeira vez que a lighting designer lançou mão da cromoterapia
para prover bem-estar aos usuários dos ambientes. A arquiteta
já havia utilizado o recurso da luz azul de forma inovadora em projetos
hospitalares, onde a cromoterapia contribuiu para reduzir o desgaste e
o estresse emocional tanto do paciente como de seus acompanhantes.
No hotel em Porto de Galinhas, o arsenal de recursos para proporcionar os
efeitos de luz desejados não se limitou às lâmpadas tubulares fluorescentes
brancas e coloridas. No Spa Grotto, gruta onde a piscina de água salinizada
auxilia na flutuação do corpo, fitas de LEDs contínuas nas tonalidades azul
e âmbar foram determinantes para estabelecer uma ambientação rústica
e intimista. Inseridos nas bordas e no fundo da piscina, os pequenos pontos
de luz dão formas ao local, ao mesmo tempo em que criam reflexos
coloridos na água, gerando um aspecto de massa luminosa que envolve
o hóspede. Para quem utiliza este espaço, o efeito acontece com naturali-
L+D
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dade. Só que para viabilizar isso, foi preciso muita articulação das equipes
envolvidas e estreita interação entre o projeto de iluminação e a execução
de arquitetura. Afinal, de forma alguma a fonte poderia ficar visível, sob o
ENOTEL PORTO DE GALINHAS RESORT & SPA
L+D
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risco de colocar em risco toda a harmonia do ambiente.
Ipojuca, PE
Ainda dentro do Spa, os bancos das saunas receberam iluminação
Projeto de Iluminação | Lighting project: Neide Senzi – Senzi
sutil e elegante por fibra óptica. Locais inevitavelmente úmidos, as
Consultoria Luminotécnica
saunas exigem este tipo de solução, que permite dispor a fonte de
Arquitetura | Architecture: Vera Pires e Roberto Ghidone
energia em um ambiente separado. Com isso, as fibras ingressam nas
Design de interiores | Interiors: Isabel Horta
salas, sem contato com a fiação elétrica ou caixa de lâmpadas, elevando
Fornecedores | Suppliers: Fasa Fibra Ótica, Leds Vossloh, Máximo,
substancialmente a segurança. (Por Juliana Nakamura)
Ômega, Osram, Sylvania.
Fotos | Photos: Francisco Baccaro

projetos | projects
O porão é, via de regra, o lugar menos valorizado de uma
residência. Escuro, e às vezes até mesmo opressor, normalmente tem seu
uso limitado ao armazenamento (ainda que de itens nobres como o vinho)
ou outras funções que não impliquem em longa permanência. Não foi o
que aconteceu no projeto deste Spa residencial, instalado no porão recémescavado
de uma casa do século 19, em Limerick, na Irlanda.
O projeto em questão faz parte de um ambicioso plano de expansão
e renovação da residência e o briefing da arquitetura era a criação de
uma série de espaços calmantes, coerentes e relaxantes. Para tanto, o
projeto luminotécnico desenvolvido pelo escritório londrino Lighting
Design International teve um papel definidor. Seu desafio era criar,
por meio da iluminação, uma atmosfera propícia ao relaxamento e
ao bem-estar, e ao mesmo tempo realçar as formas da arquitetura. O
resultado esteve à altura das expectativas e o projeto, além de satisfazer
aos anseios dos clientes, arrebatou um Award of Excellence no
último IALD International Lighting Design Awards, premiação organizada
anualmente pela International Association of Lighting Designers.
O projeto luminotécnico foi completamente integrado à forma do espaço,
e todos os esforços foram feitos para ocultar os equipamentos. “A
iluminação foi projetada para que o usuário visse o efeito da luz, e não
a fonte, sempre que possível”, diz Graham Rollins, autor do projeto, que
sintetiza: “O projeto seguiu a intenção de priorizar o espaço e o material,
simplesmente explorando a relação entre os revestimentos, a água e a luz”.
L+D
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LIGHT, SPACE AND MATTER The basement is, as a rule, the least valued
part of a home. Dark, and often even oppressive, its use is usually limited
to storage (even though this may be for such prestigious items as wine) or
other such functions that do not demand protracted visits. This was not
what occurred in this Private House Spa project, installed in the newly dug
cellar of a 19th century house in Limerick, Ireland.
The project in question is part of an ambitious expansion and renovation
plan for this home and the architect’s brief was to create a series of soothing,
coherent and relaxing spaces. Thus the lighting project, designed by the London
studios of Lighting Design International, played a decisive role. The challenge
here was, by means of lighting, to create an atmosphere that was conducive
to relaxation and a sense of well-being, while simultaneously enhancing the
architectural forms. The end results were well up to expectations and this
project, as well as fulfilling the wishes of the clients, also snatched up an Award
of Excellence at the last IALD International Design Awards, an annual prizegiving
event organised by the International Association of Lighting Designers.
The lighting project was completely integral with the form of this space,
and every effort was made to conceal the equipment. “The scheme was
designed for the visitor to see the effect of light and not the source,
wherever possible,” states Graham Rollins, the author of this project, who
sums up: “The project proceeded from the intention of prioritizing spatial
order by exploring simple relationships between stone, water and light.”
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A iluminação dramática – cujo foco principal está nas fendas laterais ao teto – valoriza
o desenho multifacetado do forro | The dramatic lighting — whose main focus is
on the lateral slits near the ceiling - highlights the multi-faceted design of the latter
LUZ, ESPAÇO E MATÉRIA

Durante o dia, uma claraboia instalada fora do alcance da vista ilumina
naturalmente a parede junto ao final da piscina, destacando-a e, consequentemente,
enfatizando a perspectiva do espaço. À noite, a mesma parede
é iluminada por projetores equipados com lâmpadas halógenas lineares
(150W), resultando em uma luz branca de tonalidade cálida, dimerizável.
O teto é iluminado a partir de seu perímetro angular, onde estão ocultas
duas fontes de iluminação indireta, que jogam a luz parede abaixo e
realçam a irregularidade da estrutura. Luzes de cátodos frios em um tom
branco médio (3.500K, 25W/m) iluminam o ambiente durante o dia, e
LEDs de coloração variável proporcionam tons de branco quente ou cores
dramáticas pré-selecionadas durante à noite. Assim, o espaço torna-se
ainda mais versátil e pode ser usado em diferentes horas do dia.
No interior da piscina, fileiras longitudinais de LEDs brancos foram instaladas
a 20cm abaixo da superfície, realçando o tom de azul da água.
Quando a iluminação subaquática está desligada, a piscina – revestida
internamente com pedra basaltina preta – transforma-se em um grande
espelho, refletindo o jogo de luz instalado ao longo do forro assimétrico.
Além da piscina, o Spa conta com saunas, hidromassagem e sala
de ginástica. Nas saunas, a iluminação – mais suave e aconchegante
do que no ambiente da piscina – é feita por meio de fendas verticais
que ocultam parcialmente downlights halógenos (MR16, 35W) com
louvers, que modelam os espaços e enfatizam sua amplitude. A hidromassagem,
por sua vez, é iluminada com luminárias de fibra óptica
nos degraus, as quais, em contraste com o revestimento escuro,
alertam os usuários para que não ocorra nenhum passo em falso. As
luminárias foram instaladas a apenas 50mm da base do degrau, de
modo a lançar luz diretamente sobre sua superfície.
Os juízes do 26º IALD Lighting Design Awards ficaram impressionados
com os “efeitos positivamente surpreendentes das fontes de luz
natural e artificial”, e descreveram o projeto como “um feito arquetípico
para o lighting design de Spas e piscinas”. (Por Heloisa Righetto)
Na página ao lado, no alto, o interior da sauna; embaixo, destaque
para a combinação harmoniosa entre fontes de luz distintas: natural
(banhando a parede) e artificiais (na fenda lateral e no interior da piscina).
Acima, vista geral da área da piscina: o amarelo é uma dentre as
diversas cores possíveis para as fendas luminosas; ao lado, detalhe da
iluminação no degrau da hidromassagem | At top of facing page, the
interior of the sauna; at bottom, detail of the harmonious combination
of daylight and artificial light. Above, the pool area: yellow is just one
of the various colours possible in the illuminated slits; at right, detail
of the lighting of the Jacuzzi steps
L+D
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In the daytime, a skylight, located out of sight, allows daylight to illuminate
the end wall of the pool, highlighting it and so emphasising the
spatial perspective. At night, the same wall is lit by floodlights with linear
halogen lamps (150W) yielding a warm white dimmable light.
The ceiling is lit from its angular perimeter where two indirect light sources
are concealed, grazing the wall below and bringing out the structure’s
peaks and troughs. Cold cathode lights in mid white tones (3000K, 25W/m)
light the space during the day, while variable colour LEDs provide a warm
white glow or dramatic pre-programmed colour scenes at night. Thus the
space is made yet more versatile for different uses at different times of day.
In the pool itself banks of white LEDs were installed just 20cm below the
surface, enhancing the tinted waters blue hue. When the underwater lighting is
switched off, the pool — internally clad in black basaltina stone — becomes a
gigantic mirror, reflecting the lighting installed all around the asymmetric ceiling.
Apart from the pool itself, the Spa also includes saunas, Jacuzzi, and a
gymnasium. In the saunas, the lighting — softer and cosier than around
the pool — is achieved by means of vertical slots the partially conceal halogen
downlights (MR16, 35W), equipped with louvres, which model the
spaces and emphasise their dimensions. The Jacuzzi, for its part, is lit, on
the steps, with fibre optic lights which, contrasting with the dark cladding,
alert the user so as not to trip. These lights were installed at only 50mm
from the base of the step, so as to throw their light directly onto the tread.
The judges of the 26th IALD Lighting Awards were highly impressed
by the “positively stunning effects from natural and artificial lighting
sources,” and described the project as “an archetypal achievement for
pool and Spa lighting design.” (By Heloisa Righetto)
House Spa
Limerick, Irlanda | Ireland
Projeto de Iluminação | Lighting project: Graham Rollins / Lighting
Design International
Arquitetura | Architecture: Carmody Groarke Architects
Fornecedores | Suppliers: Color Kinetics, Philips, Light Graphix,
Lucent Lighting, Cube Lighting, John Cullen Lighting, Universal Fibre
Optics, Kreon, Mike Stoane Lighting, Lutron
Fotos | Photos: Christian Richter
L+D
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projetos | projects
VIAGEM ao
PASSADO
”Poucos projetos representam tão bem a detalhada compreensão de
luz, física, psicologia, história e práticas construtivas. O meticuloso cuidado,
evidente nos detalhes, aliado à habilidade do autor em manipular contrastes
e minúcias demonstram o poder da luz em elevar experiências.” (Palavras
do júri na premiação de 2009 da IALD.)
“Few projects so well represent detailed understanding of light, physics,
psychology, history and the practicalities of manufacturing. The painstaking
care evident in the details of this work, coupled with the designers’ mastery of
contrasts and visual slight-of-hand, demonstrates the power of light to elevate
experience.” (Words of the judges at the 2009 IALD Awards ceremony).
A experiência de se visitar as Wrightsman Galleries, dentro
do Metropolitan Museum of Art, de Nova York – Award of Excellence na
premiação de 2009 da International Association of Lighting Designers
(IALD) – é algo memorável. Trata-se de um conjunto de salões cujos
interiores foram trazidos de palácios franceses dos séculos 17 e 18 e
reinstalados no museu, dentro de um percurso já existente de artes
decorativas. Móveis, gobelins, candelabros históricos e boiseries foram
devidamente recolocados, de forma a se recriar exatamente os ambientes
no novo local. Não são muitas salas, talvez umas dez, cujo conjunto,
pela sua unidade, comporta-se como uma ilha dentro do percurso.
Os interiores ali apresentados não são todos oriundos do mesmo palácio.
Mas a afinidade de tratamento – aí incluída a iluminação, desenvolvida
pelo lighting designer Larry French e sua equipe – os coloca em
singular unidade. Cabe esclarecer que todos os ambientes, por estarem
encerrados em um museu, possuem janelas falsas – e que toda a luz delas
proveniente é rigorosamente artificial, não obstante sua verossimilhança.
A principal relevância do projeto de iluminação é exatamente a capacidade
de recriar uma atmosfera, conquanto totalmente artificial, perfeitamente
apropriada aos ambientes. Isto se dá de forma dinâmica, através do
percurso, já que em cada sala se tem recriada uma experiência singular de
iluminação. As cenas em cada ambiente, entretanto, são fixas.
Como frequentemente acontece em projetos de iluminação, é bem possível
que um visitante desavisado sequer perceba sua existência. O que não o impede
de imergir no ambiente, e atribuir as diferentes experiências decorrentes
da luz como parte invisível e atuante da mostra. Tanto melhor; a exposição
é de mobiliário, não de efeitos de luz. O projeto cumpre assim seu objetivo.
Mas um olhar educado em luz logo percebe estar diante de um discurso
sofisticado e envolvente, longe do óbvio. E, de vez em quando,
pregando peças. A unidade entre os ambientes não está na primeira
A JOURNEY THROUGH THE PAST The experience of visiting the
Wrightsman Galleries, within The Metropolitan Museum of Art, in New
York — winner of the Award of Excellence at the International Association
of Lighting Designers 2009 prize-giving — is something really unforgettable.
We are talking here of a suite of rooms whose interiors were brought over
from 17th and 18th century French palaces and reinstalled in the museum
as part of an already existing route through the decorative arts. Furniture,
Gobelin tapestries, historic chandeliers and boiseries were duly relocated
so as to recreate precisely the original environments in a new locale. There
are not that many rooms, perhaps some ten in all, which together, through
their remarkable unity, make up an island within the decorative arts route.
The interiors displayed here are not all from the same palace. But the affinity
of their treatment — including the lighting, planned by lighting designer Larry
French and his team — endows them with a singular unity. One should clarify
that all the rooms, being inside a museum, have false windows — and that all
the light from them is absolutely artificial, notwithstanding its realistic appearance.
The main relevance of the lighting project is the capacity to recreate an
atmosphere, which, although completely artificial, is perfectly fitting to the surroundings.
This is achieved in a dynamic manner, since in each room a unique
lighting experience is recreated. Yet the scenes in each environment are static.
As so often happens in lighting projects, it is easily possible that a lay visitor
will not even notice the presence of the lighting. This does not prevent
him from immersing himself in the atmosphere and attributing the diverse
experiences resulting from it to an invisible and yet active part of the display.
All to the good; the exhibition is of the furnishings and not of the lighting
effects. The project thus fulfils its mission. However, the eye that is informed
in matters of lighting is immediately aware of coming face to face with a
sophisticated and enthralling discourse that is far from obvious. And, from
time to time, it plays tricks. The unity of the various environments does not
lie at the immediate level of perception. Some rooms are very dark, almost
without light from the windows — perhaps partly as a result of lighting
restrictions necessary for the conservation of some of the works, as in the
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Iluminadas artificialmente, as janelas cenográficas dão o tom às
Wrightsman Galleries do Metropolitan Museum. Acima, a Sala Paar
é marcada pela luz “natural” abundante | Artificially lit, the scenic
windows supply the overall tone in the Wrightsman Galleries of
the Metropolitan Museum. Above, the Paar Room is marked by its
abundance of “natural” light

projetos | projects
camada de percepção. Algumas salas são muito escuras, quase sem
luz vinda de janelas – talvez em parte por restrições de luminosidade
necessárias para a conservação de algumas obras, como na Sala Luís
XV. Outras têm abundante luz “natural” proveniente das falsas janelas,
e nenhuma luz vinda de luminárias ou candelabros – é como se estivéssemos
numa tarde invernal (Sala Paar). Chega-se, por um instante,
a achar que algumas salas não pertencem ao conjunto. Puro truque.
O que está por trás é que propositalmente cada sala teve elegida uma
hora do dia, ou melhor, uma atmosfera. É quase possível sentir os
moradores transitando, no que parece ser um entardecer. Em outras
salas, bem escuras, vemos candelabros com velas bruxuleantes, desnudando
parte das tapeçarias e boiseries existentes. Mas as velas são
falsas, e o que vemos como “chamas” são na verdade LEDs, que têm
ainda a capacidade de oscilar, tal qual se fossem reais.
Como na verdade estas falsas chamas nada iluminam, discretos artefatos
de verdadeira iluminação (lâmpadas halógenas dicróicas dimerizadas de 20W,
facho aberto) foram escondidos nos candelabros, e eles é que sutilmente
criam as ilhas de luz necessárias para distinguirmos as superfícies à sua volta.
E percebemos essas superfícies não necessariamente de forma homogênea,
como se poderia supor, mas como luz que se esvai num dégradé, ao se distanciar
do candelabro. Recria-se, assim, a percepção da época. Um grande
trabalho de recuperação foi feito nesses candelabros para que pudessem
ser eletrificados e receber tais acréscimos – fios elétricos revestidos de ouro
e colocados fora da visão dos espectadores foram alguns destes recursos.
É possível que haja razões técnicas envolvidas na diferenciação de
quantidade de luz em cada sala – algumas delas, as mais escuras, têm
gobelins nas paredes –, mas muito provavelmente este é um fator
complementar, não primordial. O que determina essa diferenciação
é o desejo de fazer o espectador experimentar diferentes sensações
(diurnas, noturnas e muitas outras) dentro do ambiente recriado.
E, para que essa experiência sensorial não se sobreponha à real função
museográfica de apresentar os objetos e móveis, entram discretos fachos
de luz a complementar os ambientes onde necessário. Encontram-se
dentro dos candelabros, como já dissemos, ou no teto, pequenas e discretas
luminárias para lâmpadas dicróicas (20W), sempre dimerizadas, em
diferentes fachos, e ainda sistemas de fibra óptica locados junto a alguns
guarda-corpos, iluminando algumas superfícies verticais, como pés de
cadeiras, laterais de poltronas etc. Os sistemas de fibra óptica têm fonte
halógena, de modo a garantir a perfeita reprodução das cores.
Quanto à luz que emana das janelas, sua capacidade de emular a
luz natural é surpreendente, indo muito, muito além da simples escolha
de temperaturas de cor. Isto foi apenas o início do processo; há
muito mais riqueza escondida por trás daquelas janelas. Interessante
perceber como o background em iluminação teatral de Larry French
Acima, a Sala Varengeville: nos candelabros, LEDs bruxuleantes fazem as vezes das velas, auxiliando
na criação da atmosfera retrô. A verdadeira luz, no entanto, provém de microlâmpadas ocultadas na estrutura do lustre.
Na página ao lado, a Sala Bordeaux: é difícil acreditar que os “raios de sol” que penetram através da janela foram criados artificialmente
| Above, the Varengeville Room: in the chandeliers, flickering LEDs do their part as candles, helping to create the
atmosphere of a bygone age. The real lighting, however, comes from micro-lamps concealed in the chandelier’s structure.
On facing page, the Bordeaux Room: it is hard to believe that the “sunbeams” coming in through the window were artificially created
Louis XV Room. Others have an abundance of “daylight” pouring in through
the false windows and no light from the sconces and chandeliers — as if
we were in a winter’s afternoon (Paar Room). One even imagines, for a
moment, that some of the rooms do not really belong in the suite. Pure
effect! What lies behind this is that each room was purposely assigned
a time of day, or rather a particular atmosphere. It is almost possible to
feel the residents passing through, in what seems to be a late afternoon.
In other rooms, which are rather dark, we see chandeliers with flickering
candles revealing parts of the tapestries and boiseries that are there. But
the candles are fake, and what we see as “flames” are really LEDs, which
are additionally able to flicker, just as if they were real.
Since, truth to tell, these fake flames in fact provide no illumination, discreet
true lighting devices (dimmer-controlled MR-5-like lamps) were concealed
in the chandeliers, and they subtly create the pools of light needed for us
to discern the surfaces around them. And we do not necessarily see these
surfaces as homogeneous, as might be supposed, but rather as light that
fades away in a gradient as you get further away from the chandelier. In this
way the perception of the times is recreated. A great deal of work was carried
out in the modification of the chandeliers to make them electric, fitting
the necessary additions — gold-plated electric wires, positioned out of view
of the spectators, were a part of such resources. Possibly there are some
technical reasons involved in the different light levels in each room — some
of them, the darkest ones, have Gobelin tapestries on the walls — yet more
probably this is a secondary rather than a primordial factor. What determines
these differences is the goal of making the spectator feel different sensations
(of day-time, night-time and many more) within the recreated environment.
So that this sensory experience does not outshine the real function of
the museum – displaying the objects and furnishings –, discreet beams of
light come in to complement the environments as required. Supplementary
accent lighting recessed in the ceiling, are pinhole MR-16 luminaires (20W),
all dimmer-controlled and with varying beam-widths, and further optic fibre
systems located in some of the wainscoting, throwing light onto some of
the vertical surfaces, such as chair legs, armchair sides, etc. The fibre optic
systems use halogen light sources so as to ensure perfect colour reproduction.
As for the light coming from the windows, its ability to simulate daylight is
quite remarkable, going way, way beyond a mere choice of colour temperature.
That was but the beginning of the whole process; there is a much greater
wealth concealed behind these windows. It is interesting to note how Larry
French’s theatrical stage-lighting background could make a difference in a task
such as this, since it is, in effect, stage lighting, allegorical up to a point beyond
mere technical questions, which, of course, are also highly relevant here.
In order to achieve such a realistic effect of day-lighting, the windows were
each treated differently according to the time of day they were to represent. In
each of the rooms requiring this effect, rows of fluorescent lamps were fitted
vertically on each side of window frame, outside the field of view. Different
mixes of colour temperature were used, making them warmer or cooler, and
so creating different moods. In the Paar Room, one of the doors was left
open to highlight a harp and a chair in the room’s background; a discreet
concentrated beam was added to emphasise a female bust (dichroic, 20W,
narrow-beam flood). “This use of the open doorway emitting light further
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pode fazer diferença para trabalhos como esse, pois trata-se também
de uma iluminação cênica, alegórica até certo ponto, para além das
questões técnicas, as quais, claro, também têm extrema relevância.
Para se obter um efeito de iluminação natural tão realístico, as janelas
receberam tratamento diferenciado, dependendo da hora do dia que
devem evocar. Em todas as salas que se desejava este efeito, foram colocadas
linhas de fluorescentes montadas verticalmente em cada lado da
janela, fora do campo de visão. Diferentes misturas de temperaturas de
cor foram utilizadas, tornando-as mais quentes ou frias, criando, desta
forma, diferentes atmosferas. Na Sala Paar, uma das portas foi aberta,
de forma a destacar uma harpa e uma cadeira ao fundo do ambiente;
um discreto facho concentrado foi adicionado para destacar um busto
feminino (dicróica 20W narrow flood). “Este recurso da porta aberta
emanando luz ainda ajuda a criar a sensação de haver algo ‘além’ das
salas, e faz as mesmas parecerem mais ocupadas”, esclarece French.
Para o “entardecer” e o “amanhecer”, foram utilizadas luminárias fluorescentes
de facho assimétrico sobre o batente da porta, iluminando as peças
atrás das janelas. Isso pode ser visto na janela da direita da Sala Bordeaux.
Em outra janela da Sala Bordeaux, o problema foi criar, numa profundidade
de apenas 65cm, a percepção de uma única sombra, e um facho
de raios paralelos, como os do Sol, penetrando através das esquadrias
da janela. “Criamos um mock-up em escala 1:1 em nosso laboratório
de testes e tentamos diversas abordagens. Finalmente, resolvemos a
questão colocando dois projetores cenográficos do tipo plano-convexo,
um sobre o outro, distanciados da mesma altura das divisões horizontais
das janelas; cada facho de luz passando exatamente pela largura
da mesma. Desta forma, conseguimos criar raios de luz paralelos para
cada seção de janela”, acrescenta. O ajuste fino de todo este balanceamento
foi finalizado por meio de um sistema de controles: com exceção
das fibras ópticas e das falsas velas, todas as fontes de luz estão ligadas
em dimmer. A carga total instalada é de aproximadamente 24W/m².
Mas é ao sairmos da galeria que percebemos como fomos, aos poucos,
envolvidos naquela atmosfera de luz. É curioso: voltamos a estar numa
iluminação perfeitamente correta, bem focalizada, como se espera de
um museu. E é assim que percebemos a diferença entre uma iluminação
surpreendente de outra apenas correta. (Por Gilberto Franco)
A existência de peças frágeis como as tapeçarias da Sala Louis XIV (abaixo) exigiu o uso comedido da iluminação em
diversos ambientes das Wrightsman Galleries | The presence of fragile works, such as the tapestries in the Louis XIV Room
(below), demanded the sparing use of light in several environments of the Wrightsman Galleries
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helps to create the feeling of there being something “beyond” the rooms
themselves and to make them seem more inhabited,” elucidates French.
For “dusk” and “dawn”, fluorescent lights with an asymmetrical beam
were used over the door frame, lighting the objects behind the windows.
This can be seen in the right-hand window of the Bordeaux Room.
In another window of the Bordeaux Room, the problem was to create the
impression of a single shadow and a beam of parallel rays, like the sun’s,
coming through the window frames, in a depth of only 65cm. “We built
a full scale mock-up of the window in our testing lab and tried many different
approaches. In the end, we stacked theatrical plano convex fixtures
one above the next in distances equal to each window mullion height with
the beam narrowed down to just fill the width of the window. In this way,
we created parallel beams for each section of window,” he adds. The final
adjustment to the balancing of all this lighting was completed with a control
system; apart from the fibre optics and the fake candles, all the light sources
are connected to dimmers. The overall installed load is around 24W/m².
But it is on leaving the gallery that we really notice how, little by little, we
were wrapped up in that atmosphere of light. It is curious: we have now
returned to finding ourselves in perfectly correct lighting, well-directed,
just as one expects in a museum. And so it is that we become aware of
the difference between an astonishing lighting arrangement and another
that is merely correct. (By Gilberto Franco)
A Sala Louis XV (acima) possui uma atmosfera noturna, sem entrada
de luz natural pelas janelas – os candelabros, portanto, são a
principal fonte de luz geral, com suas lâmpadas ocultas, as quais
também são usadas para destacar o busto do monarca francês |
The Louis XV Room (Above) has a nocturnal atmosphere, with no
daylight coming in through the windows — the chandeliers are
thus the main ambient light source, from their concealed lamps,
which are also used for accent lighting on the French monarch’s bust
Wrightsman Galleries – The Metropolitan
Museum of Arts
Nova York, EUA | New York, USA
Projeto de Iluminação | Lighting project: Larry French, E. Sara
McBarnette, Marlene Lieu / Auerbach Glasow French
Fornecedores | Suppliers: Aurora Lampworks, Insight, Lighting
Services, Lutron, Luxam, Prescolite, Prudential Lighting,
Selecon, The Electric Candle Company
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As estantes escuras e altas consistiram no principal desafio do projeto
luminotécnico, que privilegiou fontes de luz de temperatura amarela
para conferir maior elegância e conforto ao espaço | The tall, dark
bookshelves constitute the principal challenge in the lighting project,
which gave priority to light sources of a yellowish colour temperature
ELEGANTE E CONVIDATIVA
As estantes altas e escuras, repletas de livros, cativam o olhar daqueles
que passeiam pelo átrio do Shopping Pátio Higienópolis, em
São Paulo (SP). Inaugurada em março deste ano, a Saraiva MegaStore
foi idealizada pelo escritório de arquitetura KN Associados como um
espaço amplo, descontraído e confortável. Assim como o layout e o
mobiliário, a iluminação procurou estimular o contato com os produtos
expostos por meio de uma “luz elegante”, nas palavras da lighting
designer Laura Larrubia, autora do projeto luminotécnico.
Para Laura, um dos desafios do projeto foi garantir um nível de iluminância
adequado num ambiente onde a madeira ebanizada compõe
o mobiliário. “Isso conferiu um grau de dificuldade maior para a iluminação,
já que os móveis e estantes, por serem praticamente pretos, não
contribuíam em nada para a reflexão da luz”, explica. “O objetivo era
proporcionar uma iluminação requintada, condizente com o espaço,
por meio de soluções e equipamentos que otimizassem o consumo de
energia e tivessem longa vida útil”, complementa a lighting designer.
A especificação de equipamentos de longa vida útil era um item
fundamental para o projeto, sobretudo pelo fato de a loja dispor de
pé-direito duplo. “A manutenção dos equipamentos em locais de pédireito
amplo sempre é mais complicada”, esclarece a autora do projeto
luminotécnico. Ela acrescenta que a loja, cercada por grandes panos de
vidro, funciona como uma “grande vitrine”, permanecendo totalmente
exposta para o átrio. “Assim, a iluminância deveria ser boa o suficiente
para chamar a atenção de quem está de fora sem, no entanto, ser muito
forte, para não causar desconforto visual para os clientes”, afirma.
No forro de gesso, rentes às estantes com mais de 6m de altura,
sancas com lâmpadas fluorescentes T5 (28W, 3.000K) proporcionam
iluminação indireta com um “efeito delicado”, segundo Laura, as quais
conduzem o olhar do observador para o alto. Concebido com o mesmo
propósito pelo arquiteto Naasson, do escritório KN, o “lustre da
sabedoria”, uma espécie de pendente de livros iluminados, é um dos
destaques do estabelecimento. A volumetria da peça é envolvida e ressaltada
por uma luz difusa e aconchegante, emanada por fluorescentes
T5 (14W, 3.000K) posicionadas ao redor do elemento e também por
lâmpadas a vapor metálico (CDMR 111, 24 o , 3.000K).
ELEGANT & INVITING The tall, dark bookshelves, crammed with books,
catch the eye of the passers-by in the hall of the Pátio Higienópolis Shopping
Centre in São Paulo (SP). Opened in March of this year, the Saraiva
Megastore was designed by the architectural firm KN Associates as an
spacious, relaxed and comfortable environment. As with the layout and
furnishings, the lighting sought to stimulate contact with the products on
display by means of an “elegant light,” in the words of lighting designer
Laura Larrubia, responsible for the lighting project.
For Laura, one challenge of this project was to ensure an adequate illuminance
level for an environment in which the furniture is composed of
wood in an ebony finish. “This contributed a greater degree of difficulty
in the lighting, as the furniture and shelves, being almost black, don’t help
at all in reflecting the light,” she explains. “The aim was to furnish sophisticated
lighting, appropriate to these surroundings, by means of solutions
and equipment that minimise energy consumption and provide a long
working life,” adds the lighting designer.
The specification of equipment with a long life-span was a fundamental
part of this project, since the store has a two-storey ceiling-height. “Equipment
maintenance in places with exceptional ceiling-height is always more
complicated,” elucidates the author of the lighting project. She adds that
the store, enclosed by huge panes of glass, functions as an “enormous
shop-window,” being totally exposed to the hallway. “Therefore, the illuminance
level needs to be high enough to call the attention of those who
are outside, without, however being so high as to cause the customers
visual discomfort,” she states.
On the plaster ceiling, close to the tops of the nearly 6m-high bookcases,
coves, equipped with T5 fluorescent tubes (28W, 3000K), supply indirect
lighting in, according to Laura, a “delicate effect” which leads the observer’s
eye upwards. Designed with the same intention by architect Naason, from
[the firm] KN, the “knowledge light”, a kind of pendant light of illuminated
books, is one of the highlights of this establishment. The whole piece is
enveloped in and delineated by diffuse and inviting lighting, emitted by
T5 fluorescent tubes (14W, 3000K) arranged around this feature, as well
as metal halide lamps (CDMR 111, 24°, 3000K).
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projetos | projects
Além da iluminação dirigida ao mobiliário e produtos, a loja dispõe
de sancas com fluorescentes que fornecem uma iluminação indireta
à megastore. As luminárias orientáveis também cumprem o papel de
iluminar o ambiente como um todo, contribuindo para a percepção do
pé-direito alto | Apart from the light directed at the furnishings and
products, the store has coves housing fluorescent lamps that supply
indirect lighting to the megastore. The adjustable lights also fulfil the role
of overall ambient lighting, contributing to the effect of the high ceiling
As estantes altas são valorizadas por uma iluminação dirigida que também
cumpre o papel de iluminar a loja como um todo. No forro, voltadas
para as estantes e móveis baixos, luminárias orientáveis com lâmpadas a
vapor metálico (CDMR 111, 24 o , 3.000K) não apenas valorizam mobiliário
e produtos, como contribuem para a percepção do espaço de dimensões
generosas. “As lâmpadas foram escolhidas em função da alta eficiência
luminosa, boa reprodução de cores e durabilidade”, ressalta Laura.
Além das lâmpadas a vapor metálico, o projeto fez uso de outro recurso
em função da existência do mezanino, que, em determinados pontos da
loja, interrompe o pé-direito duplo e define dois pavimentos. Nestas áreas,
as estantes são destacadas com maior precisão por luminárias orientáveis
com lâmpadas halógenas (PAR 30, 75W, 30 o ) que, por terem IRC de 100% ,
dão uma sensação de cor mais quente, fornecendo aconchego ao ambiente.
A megastore dispõe, ainda, de elementos de comunicação visual em
acrílico leitoso, retroiluminados por lâmpadas fluorescentes T5 (28W,
3.000K). A iluminação geral e dos móveis baixos é conferida por um
sistema formado por luminárias retangulares com fechamento de
acrílico translúcido, equipadas com duas lâmpadas fluorescentes T5
(28W, 3.000K) e lâmpadas halógenas AR 70 nas extremidades. A luz
difusa é proporcionada pelas fluorescentes. Já os fachos de luz provenientes
das halógenas “destacam os displays de exposição, criando
um dinamismo na loja”, explica Laura Larrubia, que privilegiou tons
quentes de luz no projeto. “A tonalidade quente se harmoniza com a
cor escura das estantes que, por sua vez, evidencia o colorido dos livros,
o que torna a loja bastante convidativa para as pessoas que estão do
lado de fora”, finaliza a lighting designer. (Por Valentina Figuerola)
The tall bookcases are enhanced by directional lighting that also fills
the role of lighting the store as a whole. On the ceiling, directed at the
lower shelves and other furnishings, adjustable lights, with metal halide
lamps (CDMR 111, 24°, 3000K), not only serve to enhance the furniture
and products, but also contribute to the spatial perception of this ample
environment. “These lamps were chosen by reason of their high luminous
efficiency, good colour reproduction and durability,” Laura emphasises.
Apart from the metal halide lamps, the project also made use of another
resource, due to the presence of the mezzanine, which, at certain points within
the store, interrupts the double ceiling-height and constitutes an additional floor.
In these areas, the shelves are emphasised with greater precision by adjustable
lights, using halogen lamps (PAR 30, 75W, 30°), which, having a 100% CRI,
create the impression of a warmer tone, making the surroundings more inviting.
The Megastore also features visual communication displays in opal acrylic,
back-lit by T5 fluorescent tubes (28W, 3000K). The overall ambient lighting
and that of the lower furnishings is provided by a system [made up]
of rectangular lights with translucent acrylic shades, equipped with paired
T5 fluorescent tubes (28W, 3000K) and AR 70 halogen lamps at each end.
The diffuse light is supplied by the fluorescent lamps, while the beams from
the halogen lamps “pick out the expository displays, setting up a dynamic
within the store,” explains Laura Larrubia, who gave preference to warm
tones of light in this project. “The warm tone harmonises with the dark
colouring of bookshelves, which, in turn, shows up the many colours of
the books themselves, making the store inviting to the people outside,”
concludes the lighting designer. (By Valentina Figuerola)
O acesso ao Espaço Kids, destinado ao público infantil, é marcado
pelo pórtico iluminado em cores variáveis provenientes de LEDlines
RGB inseridos em perfis que permanecem ocultos num detalhe da
marcenaria. No interior, a sanca redonda azul fornece luz indireta
por meio de fluorescentes T5 (28W) com filtro azul que, além de
ressaltar sua cor, valoriza o caráter lúdico do espaço | The access
to the Espaço Kids (Kids’ Corner) devoted to the junior public, is
marked by the portal, lit up in changing colours from RGB LEDs,
fitted in strips concealed in the woodwork. Inside this space the
rounded blue coving supplies indirect lighting from T5 fluorescent
tubes (28W) with blue filters, which apart from emphasising the
colour, makes the most of playground character of this area
Saraiva MegaStore Pátio Higienópolis
São Paulo, Brasil | Brazil
Projeto de Iluminação | Lighting project: Laura Larrubia Luz e
Arquitetura (colaboração: Arq. Fabio Prado)
Interiores | Interior design: KN Associados
Fornecedores | Suppliers: Omega, Osram e Philips
Fotos | Photos: Fran Parente
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projetos | projects
fábrica fashion
Piloto de uma série de inaugurações mundiais que devem
acontecer nos próximos meses, a Ellus and Guests foi inaugurada
no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, com grandes expectativas
do grupo InBrands, dono da marca. A loja abriu as portas em abril
para apresentar um conceito novo por aqui: um multimarcas chique,
onde peças exclusivas da marca “mãe” convivem com um rodízio de
grifes convidadas, que a cada coleção são substituídas por outras
coleções, de outros criadores e propostas.
Carlos Fortes, lighting designer responsável pelo projeto, tinha,
portanto, como primeiro desafio criar um projeto para uma loja cujo
layout será completamente reformulado a cada troca de coleção. “Entendemos,
então, que o caráter móvel da proposta pedia flexibilidade
e autonomia na iluminação, que deveria também ajudar a organizar
visualmente um espaço tão cheio de possibilidades.”
O projeto de arquitetura, desenvolvido por Renato Tavolaro, uniu
duas antigas lojas do térreo do shopping, conservou o pé-direito duplo
e as paredes em concreto, bem como as estruturas e tubulações
aparentes no teto, que foram pintadas de preto. Nivelada com dois
grandes dutos de ar-condicionado, uma grelha de perfis metálicos
recebeu trilhos eletrificados para alimentar uma série de luminárias
orientáveis, de facho aberto e concentrado, equipadas com lâmpadas
a vapor metálico (10º e 30º, 35W), alinhadas alternadamente, e que
podem ser reordenadas de acordo com as novas configurações da loja.
A mesma estratégia foi usada nas vitrines. Diferentemente dos projetos
tradicionais, elas foram incorporadas ao ambiente de circulação
da loja, e também fazem uso da luz como elemento de diferenciação
das roupas sobre o cenário do grande galpão de aspecto brutalista e
tons muito rebaixados e neutros. Os trilhos eletrificados foram instalados
em dois rasgos paralelos, executados na caixa de gesso sobre a
vitrine, e também receberam as luminárias de fachos de 10º e 30º. As
lâmpadas escolhidas foram novamente as de vapor metálico (35W).
“A falta de reflexão do ambiente pedia um fluxo luminoso de maior
intensidade, por isso a escolha destas lâmpadas, que também têm
uma vida útil maior, facilitando a manutenção da proposta”, diz Fortes.
Este foi o segundo desafio do projeto luminotécnico: equilibrar
um ambiente de pouca reflexão e extremamente escurecido – desde
a fachada até o fundo da loja, quase todas as estruturas aparentes,
inclusive as do mezanino técnico, são pintadas com tinta escura – e
que, ainda por cima, inaugura seu primeiro layout com as araras e
prateleiras apinhadas de roupas e acessórios nada coloridos das coleções
de inverno de Alexandre Herchcovitch, Martin Margiela, Liberty
of London, DSquared2 – alguns dos “guests” da estação.
“Uma das soluções foi trabalhar com a temperatura de cor”, conta
Fortes, que lançou mão de lâmpadas fluorescentes, a vapor metálico
e halógenas de 3.000K, com tonalidade aparente mais amarelada,
para “aquecer” os espaços, fazendo dos espelhos – também quase
todos eles móveis – aliados importantes.
Fashion factory As the pilot for a series of world-wide openings
scheduled over the next few months, the Ellus and Guests store was launched
at the Cidade Jardim Shopping Centre in São Paulo, along with high hopes
from the InBrands group, the label’s owner. The store opened its doors in
April to present a concept that is new to these parts: an up-market multibrand
store, where the exclusive pieces of the “mother” brand share space
with other invited labels, which, at each new collection, are replaced with
other collection from other creators and with new ideas.
Carlos Fortes, the lighting designer responsible for this project, therefore
had, as his first challenge, to create a project for a store whose
layout was to be entirely reformulated with each new collection. “So we
understood that the mobile nature of the proposal demanded flexibility
and autonomy in the lighting, which must also help visually to organise
this space so filled with possibilities.”
The architectural project, designed by Renato Tavolaro, joined together
two old shops on the shopping centre’s ground floor, conserving the origi-
nal two-storey ceiling height and the concrete walls, as well as the visible
structures and pipes on the ceiling which were painted black. On the same
level as two large air-conditioning ducts, a metal grille was equipped with
electric tracks to feed a series of adjustable lights with concentrated open
beams fitted with metal halide lamps (10° & 20°, 35W) alternately placed,
and which can be rearranged to suit any new configurations of the store.
The same strategy was used in the shop-windows. Differently from traditional
designs, these were incorporated into the main circulation area of the store, and
they also make use of the light to highlight the clothing within the general scene
of the huge warehouse with its brutalistic appearance and rather subdued and
neutral tones. Electric tracks were fitted in two parallel channels cut into the
plaster box-section over the window and these were also fitted with lights of
10° and 30° beam-widths. The lamps used were again metal halide (35W). “The
lack of reflectivity in these surroundings demanded a more intense luminous flux
and hence the choice of these lamps, which also have a longer working life, so
facilitating maintenance of the installation,” states Fortes.
This was the second challenge of the lighting project: how to balance the light
in an environment with little reflection that were generally dark in tone — from
the store-front to the back, almost all the visible structures, including that of the
mezzanine, are painted in dark colours — and, to top it all, the store’s first layout
opened with racks and shelves bursting with the remarkably neutral coloured
clothes and accessories of the winter collections of Alexandre Herchcovitch, Martin
Margiela, Liberty of London, DSquared² — a few of the season’s “guests”.
“One solution was to work on the colour temperature,” recounts Fortes,
who made use of 3000K fluorescent, metal halide and halogen lamps,
with a yellowish tone, to “warm up” the space, making of the mirrors —
almost all adjustable — powerful allies.
One of the few fixed structures within this space — a wall of under
3 metres in height at the back of the store — was transformed into a
truly luminous plane, responsible for the perspective notion in the store,
which reflects in its shop-window the gleaming white front of the Chanel
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Nas páginas anteriores, a visão de quem entra na loja. Na página
ao lado, no alto, o lounge; embaixo, o espaço dos provadores. Uma
grande caixa de luz foi pendurada no teto, e filtra a luz através
do tecido tensionado, a luz de origem fluorescente regulada por
meio de dimmer | On the previous pages, the view on entering
the store. Opposite page, top, the lounge; bottom, the area of the
store. This wall was fitted with shelves — all removable and adjustable,
fitting booths. A huge light-box was suspended from the ceiling
like almost everything else in the Ellus and Guests project — intended
and filters the light through stretched fabric, the fluorescent
to display accessories. Designed to be equipped with three fluorescent
sources being dimmer-controlled
lamps each (T5, 3000K, 14W and 28W), the shelves set up between one
another a kind of luminous parallelism in the environment’s back-drop,
which culminates in a huge light-box above (around 10m x 2m x 30cm)
Uma das poucas estruturas fixas do espaço – uma parede com menos
suspended from the ceiling. Supplying lighting to the fitting booths, this
de 3m de altura no fundo do ambiente – deu origem a um verdadeiro
structure filters, through stretched fabric, the light coming also from
plano luminoso, responsável pela noção de perspectiva da loja, que
dimmer-controlled fluorescent lamps (T5, 3000K, 28W).
reflete em sua vitrine a fachada ofuscantemente branca da loja Chanel.
The fitting booths were also provided with “concealed” lighting: 24
A parede recebeu prateleiras – todas removíveis e remontáveis, como
lamps (T5, 3000K, 28W) were fitted behind the mirrors provided in the
quase tudo no projeto Ellus and Guests –, destinadas a apresentarem
adjustable booths, determined by moveable steel frames and dark fabrics
os acessórios. Projetadas para receber três lâmpadas fluorescentes cada
that function as the space’s doors and partitions.
(T5, 14W e 28W, 3.000K), as prateleiras criam entre si um paralelismo
The solution for the area beneath the mezzanine was the installation,
luminoso no plano final do ambiente, que culmina em uma grande
at the level of the lowest beam, of a metal channel to which were fitted
caixa de luz no alto (cerca de 2m x 10m e 30cm), pendurada no teto.
adjustable lights using halogen lamps (8° and 30°, 75W).
Responsável pela iluminação dos provadores, esta estrutura filtra,
The customers already seem to have taken in the heterodox concept of
através do tecido tensionado, a luz também de origem fluorescente
the new store, with its architectural interpretation by Renato Tavolaro and
(T5, 3.000K, 28W) e regulada por meio de dimmer.
Carlos Fortes’ lighting project. Many of them leave the fitting booths to
Os provadores também receberam luz “escondida”: 24 lâmpadas
try on coats, hats and other accessories in the middle of the store, where
(T5, 3.000K, 28W) foram instaladas atrás dos espelhos que servem
dark sofas and a video screen showing fashion parades create a sort of
as cabines mutáveis, definidas por estruturas de aço móveis e tecidos
lounge. The consumers’ preference, the central alcove, was fitted with the
escuros que atuam como portas e divisórias do local.
only totally fixed lights in the whole project: three gigantic versions of the
A solução para a parte inferior do mezanino foi a criação, na altura da
prize-winning Bossa light, designed by Fernando Prado. The Super Bossas
viga mais baixa, de uma calha metálica, a qual recebeu luminárias embu-
selected for the store are silver-plated, in keeping with the industrial and
tidas orientáveis, equipadas com lâmpadas halógenas (8º e 30º, de 75W).
futuristic characteristics of the label, which had its origin in jeans and seeks
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Os clientes parecem já ter absorvido o conceito heterodoxo da nova
loja, interpretado pela arquitetura de Renato Tavolaro e pelo projeto
luminotécnico de Carlos Fortes. Muitos deixam os provadores e ex-
to become ever more internationalised. (By Ana Weiss)
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perimentam casacos, chapéus e outros acessórios bem no meio da
loja, onde sofás escuros e um telão que retransmite desfiles de moda
Ellus and Guests
definem uma espécie de lounge. Eleito pelos consumidores, o nicho
São Paulo, Brasil
central recebeu as únicas luminárias completamente fixas do projeto:
Projeto de Iluminação | Lighting project: Carlos Fortes, Gilberto
três versões gigantes da premiada Bossa, design Fernando Prado. As
Franco; Renata Amato (colaboradora) /Franco + Fortes Lighting Design
Super Bossas escolhidas para a loja são revestidas em prata, mantendo
Arquitetura | Architecture: Renato Tavolaro Arquitetura
o ambiente fabril e futurista da marca, que tem a origem no jeans e
Fornecedores | Suppliers: Lumini, Osram, Tensoflex
quer se internacionalizar cada vez mais. (Por Ana Weiss)
Fotos | Photos: Nelson Kon

projetos | projects
Marcado pela transparência e pela estrutura metálica
delgada, o edifício da concessionária Niponsul, em Curitiba (PR),
foi criado para estampar uma estética contemporânea, condizente
com a imagem de sofisticação tecnológica ligada à marca que representa.
O projeto luminotécnico deveria enfatizar tais características,
valorizando a transparência e a estrutura assimétrica do edifício, que,
visto de certo ângulo, remete à proa de um navio.
Para tanto, o lighting designer Rafael Leão optou por um partido
minimalista, no qual o ponto central é a iluminação do forro. “Era imprescindível
destacar o forro, já que este é o único elemento opaco capaz
de definir a forma do edifício pelo lado interno, e limitar a iluminação
externa à pontuação das fontes d’água, evitando, assim, comprometer
o brilho interior da loja”, explica o designer. A linguagem reducionista
se aplica à estética do projeto como um todo: o elemento valorizado é a
luz em si (que tem seu ápice na projeção do forro), enquanto os equipamentos
passam despercebidos no conjunto, integrando-se à arquitetura.
Além do aspecto formal, outro fator influenciou na concepção do
projeto: a funcionalidade. Como em grande parte da loja o pé-direito
é bastante alto – chegando, em seu ponto máximo, a ultrapassar os
11m –, o designer buscou garantir a fácil manutenção das fontes luminosas,
limitando a altura de instalação das mesmas.
EFEITO MINIMALISTA
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MINIMALIST EFFECT Highlighted by transparency and a thin metal structure,
the Niponsul dealer building in Curitiba, State of Paraná, Brazil, was created to
underscore contemporary aesthetics in keeping with the image of technological
sophistication tied to the brand it represents. The lighting project should emphasize
these characteristics, valorizing the building’s transparency and asymmetrical
structure, which when seen from a certain angle recalls the prow of a ship.
For such, lighting designer Rafael Leão opted for a minimalist approach where
the central point is the ceiling’s illumination. “Highlighting the ceiling was indispensable,
since it is the only opaque element capable of defining the building’s
shape from the inside, and limiting outdoor illumination to the water fountains
was also essential, in order to avoid compromising the store’s inner shine,” explains
the designer. This reductionist language applies to project aesthetics as a whole:
light itself is the valorized element (which has its apex in the projection to the ceiling),
while the equipment goes unnoticed, becoming one with the architecture.
Besides the formal aspect, another factor influenced project conception:
functionality. Since the ceiling is very high throughout most of the store,
exceeding 11 meters at its highest point, the designer sought to guarantee
easy maintenance of the light sources by limiting installation height.
The final solution, which met these conditions, was to use a system of projectors
and multifaceted reflectors (suspended from the ceiling), highlighting the
ceiling and illuminating the sales space uniformly. Attached to the façade’s metal
pillars at a height of 4.50m, the projectors use multivapor metal bulbs (3000K,
250W). Illumination of the vehicles on exhibit is done directly using projectors
also equipped with multivapor metal bulbs (3000K, 70W).
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O projeto de iluminação valoriza a transparência e a estrutura assimétrica do edifício, acentuando
sua estética contemporânea | The illumination project valorizes the building’s transparency
and asymmetrical structure, highlighting its contemporary aesthetics

A solução final, atendendo a essas condicionantes, foi a utilização de um
The side wall, next to the sales area, is highlighted by a continuous,
sistema de projetores e rebatedores com refletores multifacetados (suspensos
suspended fixture equipped with tubular fluorescent bulbs (T8, 3000K,
no teto), destacando o forro e iluminando o espaço de vendas com unifor-
32W). “This piece only projects light in the downward direction and remains
midade. Fixados nos pilares metálicos da fachada a uma altura de 4,50m,
discrete in the composition, keeping the visual appeal of the lighting effect
os projetores receberam lâmpadas multivapor metálico (3.000K, 250W). A
on the ceiling by projecting shadows from bounce boards, which valorizes
iluminação dos veículos em exposição é feita de forma direta, por projetores
the ambiance’s high ceiling,” analyzes the designer.
equipados também com lâmpadas multivapor metálico (3.000K, 70W).
In the garage – located underground and with little light –, it was nec-
A parede lateral, adjacente à área de vendas, é valorizada por uma
essary to provide a high degree of illuminance to ensure good service. In
luminária contínua suspensa, equipada com lâmpadas fluorescentes
this ambiance, the walls themselves were used as diffusers, resulting in
tubulares (T8, 3.000K, 32W). “Esta peça projeta luz apenas para baixo e
uniform illumination in work areas and forgoing the use of complementary
permanece discreta na composição, mantendo o apelo visual do efeito
illumination. “It was decided that the vehicles would always be parked
luminoso no forro devido à projeção de sombra dos espelhos rebate-
facing the wall. This made it possible to work with wall reflections to emit
dores, que valoriza o pé-direito alto do ambiente”, analisa o designer.
diffused light in the area of interest (the motor) when the hood was open.
Na oficina, situada no subsolo e com pouca luminosidade natural, era
Thus, rows of direct, open beam light fixtures were aligned to these vertical
necessário um alto nível de iluminância que garantisse a boa realização
planes, illuminating them uniformly,” explains Rafael Leão.
dos serviços. Neste ambiente, as próprias paredes foram utilizadas como
So linear light fixtures with high shine aluminum reflectors were specified,
difusores, resultando em uma iluminação uniforme nas áreas de trabalho
equipped with tubular fluorescent bulbs (4000K, 54W). Concerns about
e dispensando o uso de iluminação complementar. “Ficou definido que
functionality and well-being led the designer to adopt a diverse strategy
os veículos sempre seriam estacionados de frente para a parede, e isto
in relation to the other ambiances. “Since the intention here was to pro-
permitiu trabalharmos com a reflexão das paredes para emitir luz difusa
mote a stimulating ambiance, which is more compatible with the use of
na área de interesse (o motor), quando o capô estivesse aberto. Deste
space, and also because average illuminance was greater than 700 LUX,
modo, fileiras de luminárias diretas de facho aberto foram alinhadas a estes
bulbs with higher color temperatures were used (4000K), thus ensuring
planos verticais iluminando-os com uniformidade”, explica Rafael Leão.
the natural impression of the white scale.”
Assim, foram especificadas luminárias lineares com refletores em
It is interesting how Rafael Leão’s project, despite his minimalist approach,
alumínio de alto brilho, equipadas com lâmpadas fluorescentes tubu-
produces an intense scenic effect, truly valorizing the building’s aesthetics.
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lares (4.000K, 54W). A preocupação com a funcionalidade e com o
bem-estar levou o designer a adotar uma estratégia diversa em relação
aos demais ambientes. “Como aqui a intenção era promover uma
All this, of course, without neglecting the proposal’s functionality, as can
be seen in the designer’s discourse. (by Winnie Bastian)
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atmosfera estimulante, que é mais compatível com o uso do espaço,
Concessionária Honda Niponsul
e também devido à iluminância média ser superior a 700 lux, foram
Curitiba, Brasil
utilizadas lâmpadas com temperatura de cor mais alta (4.000K), ga-
Projeto de Iluminação | Lighting project: Rafael Leão / Conforto
A abordagem minimalista define o projeto de iluminação, seja
rantindo, assim, a impressão natural da escala de branco.”
Visual Projetos de Iluminação
no espaço de vendas (acima) ou na oficina (página ao lado) | The
É interessante o modo como o projeto de Rafael Leão, a despeito de seu
Arquitetura | Architecture: Frederico Carstens e Antônio J.
minimalist approach defines the lighting design, whether in the
approach minimalista, produz um efeito cênico intenso, valorizando de
Gonçalves Jr. (autores); Rafael Dal-Ri e Michel Rodrigues (coautores)
sales area (above) or the garage (opposite page)
fato a estética do edifício. Isto, claro, sem negligenciar a funcionalidade da
/ Realiza Arquitetura
proposta, como evidencia o discurso do designer. (por Winnie Bastian)
Fornecedores | Suppliers: Baxton, Lumicenter, Mega Light, Philips

perfil | profile
James Turrell
© James Turrell; Foto Florian Holzherr, 2005
Perto do Grand Canyon, no meio do deserto norteamericano
do Arizona, existe um vulcão extinto, formado de cinzas
vermelhas e pretas, com mais de 380 mil anos. Há 30 anos, contudo,
sua cratera, de 3,5km de diâmetro, vem sendo pacientemente
trabalhada para se tornar um imenso observatório celeste a olho
nu. Da Roden Crater foram extraídas toneladas de terra. Ali foram
cavados túneis, construídas salas de observação, com buracos e
fendas estrategicamente posicionados para capturar as variações
de diversas fontes de luz. Pelos orifícios abertos, observam-se os fenômenos
luminosos da natureza: o caminho do sol, os tons do luar,
as luminescências das estrelas – elementos que, assim enquadrados,
ganham outra dimensão, misteriosa e espetacular.
Roden Crater é de fato o trabalho mais conhecido e ambicioso de
James Turrell, o artista californiano nascido em 1943 que vem se dedicando
a este monumental projeto de land art desde antes mesmo
de comprar, em 1979, as terras onde se situa o vulcão. A obra deverá
ser aberta à visitação pública em 2011, quando se acessará a cratera
através de um túnel que corta as cinzas. Então, os visitantes poderão
passar a noite no local, para experimentar todas as percepções que Turrell
criou em sua arte feita de luz, espaço e manifestações astronômicas.
A ideia de desenvolver um projeto ao ar livre, sem ficar confinado aos
limites de galerias ou museus, permite, de certa maneira, que Turrell
crie seu próprio espaço, pois, segundo ele, a luz é um dos elementos
que ajudam a dar forma, materialidade, ao espaço que percebemos. O
artista queria, além disso, experimentar com as qualidades mais finas
da luz natural, que afinal é a nossa primeira fonte de luz: o sol, mas
também a lua e as estrelas, por mais sutis que pareçam a um citadino.
Near the Grand Canyon, in the middle of North America’s Arizona desert,
there is an extinct volcano formed out of red and black cinders some 380
thousand years ago. For the last thirty years, however, its crater, of 3.5 km
across, has been patiently excavated to become an immense celestial nakedeye
observatory. Tons and tons of earth have been removed from Roden
Crater. Tunnels have been dug there, observation rooms built, with slits and
holes strategically placed to capture the variations of countless light sources.
Through the openings, one can observe the phenomena of natural light: the
sun’s path, the shades of the moon, the twinkling of the stars — features
which, thus framed, attain a new dimension that is both mysterious and
spectacular. Turrell states that there is a room inside the crater where the
visitor can see his own shadow from the light of the planet Venus alone.
Roden Crater is in fact the best-known and most ambitious work of Californian
artist James Turrell, born in 1943, who has devoted himself to this monumental
land art project since even before buying, in 1979, the land where the volcano
lies. The work of art should open to the public in 2011, when access to the
crater will be via a tunnel cut through the volcanic ash. Then visitors will be able
to spend the night on the site to experience all the sensations that Turrell has
created in his work of art made of light, space and astronomical phenomena.
The idea of developing an open-air project, outside the confining limitations
of galleries or museums, permits Turrell, in a way, to create his own
space, since, according to him, light is one of the elements that give form
and substance to the space we perceive. The artist wanted additionally to
experiment with the finer qualities of the natural light, which is effectively
our primary light source: the sun, but also the moon and stars, however
subtle these may seem to the city-dweller.
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James Turrel em frente à Roden Crater | James Turrell in front of Roden Crater
Localização | Location: Flagstaff, Arizona, EUA | Flagstaff, Arizona, EUA
Ano | Year: Iniciado em 1979 e ainda em construção a cratera localizada no Painted Desert está
sendo trabalhada para se tornar um espetacular observatório celeste a olho nu. Deve se abrir para a
visitação pública em 2011 | The crater, located in the Painted Desert, is being worked on to create
a spectacular naked eye celestial observatory. It is to be opened to visits from the public in 2011

Numa entrevista ao programa EGG, The Arts Show, produzido
In an interview with EGG – The Arts Show, produced by the North-
American PBS network, Turrell explains all this: “When I work on pieces
like the crater, I’m working on bringing the cosmos to you. In the same
way the sky is brought down to your space, I actually can bring light from
outside this galaxy. This idea of bringing the cosmos to you, this idea that
you could actually stand and be confronted by a space occupied with a light
that’s older than our solar system -- that’s interesting to me. It makes the
cosmos personally accessible and makes it part of our sense of territory. If
you light the night sky, like cities do, it cuts off vision to the universe, and
the space which we consciously inhabit is decreased.”
Creating spaces that seize the light, capture it, tame it and in which one
has the impression of almost being able to grasp hold of it: this is the theme
that has permeated his artistic production ever since he was a student at
the University of California. There, in his art history classes, he was more
fascinated by the slide projection itself, its form and luminosity, than by its
content, images of paintings and sculptures. His trajectory thus began in
parallel with the minimalist, conceptual and land art artists of the 60s and
70s, but then went its own way as the artist went deeper and deeper into
the investigation of perceptual phenomena, having studied experimental
psychology in college. This led him to the creation of installations that
were ever more sophisticated, in which he focused on the effects that light
produces in the way people perceive space.
For a long time, it was difficult to follow this course, since his works
of art lie scattered throughout the four quarters of the globe in the most
important museums, galleries and private collections. Today, however, it
has become possible to trace Turrell’s footsteps, to discern the progression
of his work, in a single location. April of 2009 saw the inauguration, in
Argentina, of the world’s first museum devoted exclusively to the artist’s
work. This is the James Turrell Museum of the Hess Art collection (see box
on p. 75), which houses nine installations from different periods of his
work. So, like a “time tunnel”, as Turrell calls it, the works converse with
one another and acquire a dimension of unity: one can appreciate the
development of his aesthetic, how the artist has appropriated the light
together with its physical and artistic potentialities, how he has created
spaces and experiences through [the manipulation of] form and perception.
His earliest works were relatively simple in conceptual terms: Turrell
made use of light projections to create illusions. He created, for example,
images of cubes floating in space by means of lights directed towards the
walls or corners. “Alta Green”, from 1968, is one of these first works, in
which a triangle of green light is projected into the corner of a darkened
space, creating the illusion of a three-dimensional pyramid that seems to
be turning as the spectator moves around.
While developing this concept, Turrell came to create constructions in which
the [specifically in this case] light, coming from behind the walls, seems to dissolve
all the sharp edges of the space, giving rise to the impression of being in
another dimension. In this way, the artist placed himself within the scientific
debate, way beyond the mere psychedelic movement of that period. Is it the
form that determines what we perceive? Or, on the contrary, does the form
depend on our perception of it? In other words, could it be our eyes, our way
of seeing it, that creates the form before us? “I’m interested in having a light
that inhabits space, so that you feel light to be physically present. I mean, light
pela rede norte-americana de televisão PBS, Turrell explica tudo isso:
“Quando trabalho num projeto como a cratera, estou trabalhando
para trazer o cosmos até nós. Assim como o céu faz parte de nosso
espaço, graças à nossa percepção, eu consigo trazer a luz que está
fora de nossa galáxia. A ideia de trazer o cosmos para baixo, a ideia
de que poderíamos de fato ser confrontados com um espaço ocupado
com uma luz que é mais antiga que nosso sistema solar – isso
me interessa. Faz o cosmos se tornar pessoalmente acessível e parte
de nosso sentido de território. Ao iluminar o céu noturno, como as
cidades fazem, tem-se a visão do universo decepada, e o espaço em
que habitamos conscientemente diminui”.
Criar espaços que apreendem a luz, a capturam, a domam, e nos
quais se tem a impressão de poder quase segurá-la: esse é o tema que
vem permeando sua produção artística desde que era estudante na
Universidade da Califórnia. Lá, em suas aulas de história da arte, estava
mais interessado na projeção dos slides propriamente dita, sua forma
e luminosidade, do que em seu conteúdo, as imagens de esculturas e
pinturas. Sua trajetória iniciou-se, assim, paralelamente à dos artistas
minimalistas, conceituais e de land art das décadas de 1960 e 1970,
porém tomou rumos próprios à medida em que o artista aprofundou-se
nas investigações sobre os fenômenos da percepção, tendo estudado
psicologia experimental na faculdade. Isso o levou a criar instalações
cada vez mais sofisticadas, nas quais se preocupava com os efeitos
que a luz provoca na maneira como as pessoas percebem o espaço.
Por muito tempo foi difícil acompanhar este percurso, pois suas obras
estão espalhadas pelos quatro cantos do mundo, nos mais importantes
museus, galerias e coleções particulares. Hoje, no entanto, é possível
seguir os passos de Turrell, perceber a progressão do seu trabalho,
em um único local. Em abril de 2009, foi inaugurado na Argentina o
primeiro museu do mundo dedicado exclusivamente à obra do artista.
Trata-se do James Turrell Museum of the Hess Art Collection (veja box
à página 77), que abriga nove instalações de diferentes épocas de seu
trabalho. Assim, como num “túnel do tempo”, segundo as palavras
de Turrell, as obras conversam entre elas e ganham uma dimensão de
conjunto única: é possível apreender o desenvolvimento de sua estética,
como o artista se apropriou da luz e de suas possibilidades físicas
e artísticas, como criou volumes e experiências de forma e percepção.
Seus primeiros trabalhos eram relativamente simples no conceito:
Turrell se servia de projeções para criar ilusões, ou simplesmente sensações.
Criava, por exemplo, imagens de cubos flutuando no espaço
por meio de luzes direcionadas contra a parede ou os cantos de uma
sala. “Alta Green”, de 1968, é uma dessas primeiras obras, na qual
um triângulo de luz verde é projetado no canto de uma sala escura,
criando a ilusão de uma pirâmide tridimensional que parece ir virando
à medida que o espectador se move pelo espaço.
Ao desenvolver este conceito, Turrell passou a criar construções nas
quais a luz, vinda de trás das paredes, parecia dissolver todas as arestas do
espaço, dando a impressão de se estar em outra dimensão. Desta forma,
o artista se inseria no debate científico, muito além das sensações psicodélicas
daqueles anos: é a forma que determina o que percebemos? Ou, ao
contrário, a forma depende de nossa percepção? Em outras palavras, seria
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© Florian Holzherr, 2009
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Alta Green
Localização | Location: James Turrell Museum, Colomé, Argentina | James Turrell Museum, Colomé, Argentina
Ano | Year: 1968
Projeção de luz verde criando o efeito de uma pirâmide tridimensional que se move junto com o espectador
| Projected green light creating the effect of a three-dimensional pyramid that moves with the observer.

© Florian Holzherr, 2009
© Florian Holzherr, 2009
© Florian Holzherr, 2009
Unseen Blue
Localização | Location: James Turrell Museum, Colomé, Argentina
Ano | Year: 2002
O maior dos vinte Skyspaces do mundo é uma sala com uma iluminação colorida suave e uma abertura no teto de 4,5 x 4,5 metros
dando a ilusão de que o céu está no mesmo plano que o forro | The largest in the world of the twenty Skyspaces, with soft
coloured lighting and a 4.5 x 4.5 metre opening in the roof, creating the illusion that the sky is in the same plane as the ceiling
o nosso olho, a nossa maneira de enxergar, que cria a forma à nossa frente.
is a substance that is, in fact, a thing, but we don’t attribute thing-ness to it.
We use light to illuminate other things, something we read, sculpture, paintings.
And it gladly does this. But the most interesting thing to find is that light
is aware that we are looking at it, so that it behaves differently when we are
watching it and when we’re not, which imbues it with consciousness. Often
people say that they want to touch some of the work I do. Well, that feeling is
actually coming from the fact that the eyes are touching, the eyes are feeling.
And this happens because the eyes are quite sensitive only in low light, for
which we were made. We’re actually made for this light of Plato’s cave, the
light of twilight,” he explains again in the interview with EGG – The Arts Show.
It was in this spirit that he created the “Skyspace” works series, of which
there are today some twenty scattered around the world. The first of these
was installed in 1974 at Villa Panza, in Varese (Italy). These “Skyspaces” are
characteristically spaces combining architecture, sculpture, light and an almost
sacred atmosphere. They are halls of extremely precise architectural
conception, whose ceilings are cut away to bring the sky and exterior light
closer to the visitors. In these surroundings, people can appreciate the celestial
motions within a peaceful context and especially those transitional
moments constituting the passage from day to night, the mysterious twilight
hours. But, dealing here, above all, with a perceptual experience, people are
encouraged to return to absorb the variations of different times of the year,
to feel the specific characteristics of each and every season: the more intense
light of summer, the softness of the short winter afternoons, the scudding
clouds in the winds of autumn. Over the years, the “Skyspaces” have evolved
from simple framings of the sky into more sophisticated constructions.
“Unseen Blue”, from 2002, was specially commissioned to be the centrepiece
of the James Turrell Museum’s collection. Around the room, marked
by a square opening in the ceiling of 4.5 x 4.5 metres, were installed light
sources that keep changing colour. So the sky sometimes seems like a continuation
of the ceiling or a coloured slab or a three-dimensional block or
a slide show... All you have to do is lie down on the cushions in the room
and let the time slip by to see, feel, to take in, in a word, all this variety.
The “Ganzfeld” series deals with another kind of luminous experience.
“Ganzfeld”, from German “whole field”, a term much used in parapsychology
experiments, is for Turrell a field of light that dissipates our notion of
depth, removing the references on which we base our sense of direction.
The idea is to immerse the observer in artificial coloured light, generally neon
“Interesso-me por ter uma luz que habita o espaço, de modo a sentir
que ela está fisicamente presente. Para mim, a luz é uma substância que é,
de fato, uma coisa, mas à qual em geral não se atribui uma qualidade de
coisa. Usamos a luz para iluminar outras coisas, coisas que lemos, esculturas,
pinturas. E ela desempenha bem este papel. Porém, o mais interessante é
descobrir que a luz está ‘ciente’ de que estamos olhando para ela, por isso
age diferentemente quando a estamos observando e quando não estamos,
o que lhe confere uma espécie de consciência. Muitas pessoas dizem que
gostariam de tocar nos trabalhos que faço. Ora, esta sensação vem, na verdade,
do fato de que os olhos estão tocando, os olhos estão sentindo. E isto
acontece porque os olhos são bastante sensíveis apenas com baixa claridade,
para a qual fomos feitos. Fomos na realidade feitos para a luz da caverna de
Platão, a luz do crepúsculo”, explica novamente ao EGG.
É nesse espírito que foram criadas as obras da série “Skyspace”, da
qual existem hoje 20 em todo o mundo. O primeiro deles foi instalado
na Villa Panza, em Varese (Itália), em 1974. Os “Skyspaces” se caracterizam
por serem espaços que combinam arquitetura, escultura, luz e
uma atmosfera quase sagrada. São salas de concepção arquitetônica
extremamente precisa, cujos tetos são recortados para aproximar o
céu e a luz externa dos visitantes. Nestes ambientes, as pessoas podem
apreciar, num contexto tranquilo, as atividades celestes, em especial
aqueles momentos de transição que constituem a passagem do dia
para a noite, a misteriosa luz do crepúsculo. Mas tratando-se antes
de tudo de uma experiência de percepção, encorajam-se as pessoas
a voltarem para absorver as variações nas diferentes épocas do ano,
sentindo as especificidades de cada estação: a luz mais intensa do verão,
a suavidade das curtas tardes de inverno, as passagens de nuvens
e o vento do outono. Ao longo dos anos, os “Skyspaces” evoluíram de
simples enquadramentos do céu para construções mais sofisticadas.
“Unseen Blue”, de 2002, foi comissionado especialmente para ser a peça
central da coleção do James Turrell Museum. Em torno da sala, marcada
pelo corte quadrado de 4,5 x 4,5m no teto, foram instaladas fontes de luz
que vão mudando de cor. O céu assim aparece às vezes como uma continuidade
do forro, ou uma placa colorida, ou um bloco tridimensional,
ou uma apresentação de slides... Basta se deitar nas almofadas da sala e
deixar o tempo passar para ver, sentir, perceber, enfim, todas estas variações.
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© Florian Holzherr, 2009

A série “Ganzfeld” trabalha com outro tipo de experiência luminosa.
“Ganzfeld”, do alemão “campo total”, usado muito em experimentos
parapsicológicos, é para Turrell um campo de luz que dissipa a noção
de profundidade, removendo as referências que fundamentam nosso
sentido de orientação. A proposta é imergir o observador em luz colorida
artificial, em geral neon e fluorescente, como se estivesse entrando
em uma tela. A luz colorida é projetada na parede branca no fundo da
sala e causa um efeito que vai da aproximação à sensação de infinito. O
visitante tem a impressão de que vai poder alcançar a fonte de luz, mas
percebe logo que a sala é muito maior do que parecia. Como resultado,
o espectador se sente no meio de um campo etéreo, no qual a luz parece
ganhar uma espécie de “solidez”. Um processo físico que parece
eliminar do cérebro humano a percepção de profundidade. Em “City
of Arhirit”, de 1976, por exemplo, o visitante é levado através de uma
série de salas, cada qual representando uma parte do espectro luminoso.
Num universo que se aproxima mais ao da arquitetura, a série “Shallow
Space Constructions” (Construções de Espaço Raso) constrói espaços
nos quais o visitante precisa entrar, em alguns casos, através de um
túnel perfeitamente escuro para experimentar o fenômeno da luz – ou
da falta de luz. Dentro da construção, tem-se a impressão de ver uma
parede flutuando. O efeito se deve à luz fluorescente que circunda
uma segunda parede no meio da sala. Ao isolar a luz dentro de uma
arquitetura específica, as “Shallow Space Constructions” brincam com a
noção de espaço do espectador e parecem alterar a perspectiva da sala.
Suas “Wedgeworks” (Cunhas Espectrais) derivam destas construções arquitetônicas.
Mas, desta vez, as paredes são feitas de luz. Feixes de luz emanando
de fontes fluorescentes, de uma ou várias cores, atravessam a sala criando a
ilusão de uma parede sólida que não existe, porém divide o espaço da sala,
criando volumes espaciais inesperados. O interessante é que se pode ver
através dessas paredes transparentes, e até atravessá-las fisicamente, como
se faria num filme de ficção científica ao se transpor para outra dimensão.
Uma outra de suas séries foi chamada de “Structural Cuts” (Cortes Estruturais)
por serem trabalhos em que o artista fazia cortes, ou furos, na
parede de modo a permitir a entrada de pequenas quantidades de luz. Um
destes trabalhos, “Mendota Stoppages” por exemplo, eram paredes construídas
em frente a outras paredes, com pequenos orifícios espalhados que
deixavam entrar as luzes do dia e da noite e luzes artificiais camufladas. A
atmosfera da sala ia mudando conforme o dia escurecia devido à passagem
de nuvens, ou os faróis dos automóveis começavam a passar à noite. No
museu de Colomé pode-se ver um outro exemplo desta série: “Lunette”,
de 2005, um corredor no fundo do qual um corte arredondado próximo
ao teto abre-se para o céu e é preenchido por luzes coloridas de néon.
or fluorescent light, as if he were entering into a painting. The coloured
light is projected onto the white wall at the end of the room and creates
an effect that ranges from a feeling of closeness to that of the infinite.
The visitor gets the impression that he could reach out to the light source,
yet soon realises that the room is much bigger than it at first seemed. As
a result, he feels that he is in the middle of an ethereal field in which the
light takes on a kind of “solidity”. It is a physical process that seems to remove
from the human brain any perception of depth. In “City of Arhirit”,
from 1976, for example, the visitor is conducted through a series of rooms,
each one representing a part of the light spectrum.
In a universe that more closely approximates that of architecture, the
“Shallow Space Constructions” series builds spaces in which the visitor
must, in some cases, enter by way of a pitch dark tunnel so as to be able
to experience the phenomenon of light — or of its absence. Inside the
construction, one has the impression of seeing a wall floating in the air.
This effect is the result of the fluorescent lighting encircling a second wall
in the middle of the room. By isolating the light within a specific kind of
architecture, the “Shallow Space Constructions” play with the visitor’s notion
of space and seem to alter the room’s perspective.
His “Wedgeworks” are derived from these architectural constructions. But
this time the walls are made of light. Beams of light, from fluorescent sources,
of one or several colours, shine across the room to create the illusion of a
solid wall that does not exist, though it divides the space, producing unexpected
physical volumes. What is interesting here is that you can see through
these transparent walls and even walk through them physically, as happens
in science fiction films when someone is transported to another dimension.
Another of his series was called “Structural Cuts”, being artworks in
which the artist made cuts or holes in the wall so as to allow small amounts
of light to enter. One such work, “Mendota Stoppages”, for example, was
composed of walls built in front of more walls, with small holes scattered
over them to let in the daylight, the night light and that of camouflaged
artificial lights. The atmosphere of the room would change as the day darkened
with the changing clouds, or car headlights passed at night. In the
Colomé Museum, you can see another example of this series: “Lunette”,
from 2005, is a corridor at whose end is a rounded cut near the ceiling
open to the sky and filled with coloured neon lights.
Notable among his works are the darkened rooms that he created in the
80s, in which the light was reduced to almost imperceptible levels. “Acton”,
in the Indianapolis Art Museum, consists of a room which appears to have
a black canvas hanging on the wall. But this supposed canvas is actually a
hole, lit in such a way that it creates the illusion of relief and “physicalness”.
It appears that the museum guards play games encouraging visitors, who
are accustomed to museum practices of keeping at a distance from the
works of art, to touch this work in particular.
City of Arhirit,
Localização | Location: James Turrell Museum, Colomé, Argentina | James Turrell Museum, Colomé, Argentina
Ano | Year: 1976
Da série “Ganzfeld”, termo emprestado do alemão “campo total”, muito usado na parapsicologia, na qual o artista explora o fenômeno
da perda dos sentidos de profundidade e de orientação | From the “Ganzfeld” series, a term much used in psychology borrowed from
German and meaning “whole field”, in which the artist explores the phenomenon of the loss of notions of depth and direction
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© Florian Holzherr, 2009
Penumbra
Localização | Location: James Turrell Museum, Colomé,
Argentina | James Turrell Museum, Colomé, Argentina
Ano | Year: 1992
Da série “Window”. Uma espécie de janela parece flutuar
no meio de uma sala que vai mudando imperceptivelmente
de cor, passando do vermelho ao azul no ritmo discreto
da luz do dia que varia segundo que nuvens passam
diante do sol. | From the “Window” series. A kind of
window seems to float in the middle of a room that
keeps changing colour imperceptibly, going from red to
blue, in the discreet rhythm of the daylight as it changes
with the passing of the clouds in front of the sun
© Florian Holzherr, 2009
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Destacam-se entre seus trabalhos as salas escuras, que criou na década
de 1980, nas quais a luz era reduzida a níveis quase imperceptíveis.
Sua obra “Acton”, no Museu de Arte de Indianápolis, consiste em uma
sala que parece ter uma tela preta pendurada na parede. Mas a suposta
tela é de fato um buraco, iluminado de tal forma que cria a ilusão de
relevo e “fisicalidade”. Ao que parece, a diversão dos guardas do museu
é incitar os visitantes, acostumados às práticas museológicas de manterem
distância física das obras de arte, a tocar essa obra em particular.
Numa mesma linha, jogando ainda com a questão do que se está
realmente vendo, está “Penumbra”, da série “Window”. A instalação
mescla luz natural e fontes de néon para dar uma sensação de passagem
do tempo e de perda de noção de espaço. Um quadrado parece
estar flutuando na sala, iluminado por uma espécie de moldura de
forte luz branca. Esta é, na realidade, a luz natural vinda de uma janela
situada atrás do quadrado, que de fato está preso à parede. Todo um
clima é criado na sala por meio de um jogo de néons vermelhos e azuis
programados para interagir mudando quase imperceptivelmente de
intensidade. Assim, sem que se dê conta, o espectador se descobre em
uma sala avermelhada, que antes era toda azul. O painel à sua frente
parece um buraco, já que é mais escuro que o resto. Não se sabe bem
o que está acontecendo; a percepção é maravilhosa e confusa. Tudo
isso é criado – aliás, como em todas as instalações de Turrell – graças
a um sistema extremamente complexo de montagem, que envolve
cantos arredondados para evitar a produção de sombras, pintura das
paredes realizada de maneira a refletir a luz perfeitamente sem parecer
brilhante, mecanismos que camuflam as fontes artificiais de luz, uma
estrutura que permite prender o painel na parede sem que se percebam
seus elementos físicos, a janela por trás etc.
Os curadores da galeria Griffin, em Los Angeles, captaram bem a
questão: embora a luz seja o material de base na obra de James Turrell,
o artista acredita que a percepção humana seja sua verdadeira mídia – e
afirma: “Minha arte é sobre o olhar”. Numa entrevista para o site Art:
21 – Art in the Twenty-First Century, Turrell defende que sua obra atua
na fronteira entre o que de fato podemos perceber com nossos sentidos
humanos inatos e o que aprendemos socialmente a perceber, uma espécie
de “percepção preconceituosa”. Isso acontece porque “aprendemos
a perceber de uma certa maneira, mas não nos damos conta do fato
que foi um aprendizado. Então, isto acaba agindo contra nós. Trabalhar
entre esses limites, fazendo com que as pessoas os identifiquem, é o
que gosto de fazer. Não é apenas trazer o cosmos para o espaço em
que vivemos, mas mostrar que nossa percepção também ajuda a criar
esse espaço. Isso torna o espectador um cocriador do que está vendo”.
James Turrell é muitas vezes considerado por seus pares e críticos tão
intocável quanto a luz com a qual trabalha. No entanto, apesar das críticas
quanto, por exemplo, aos milhões de dólares empregados na Roden Crater –
uma obra de 30 anos que ninguém pode ver, a não ser os mecenas dispostos
a investir ainda mais nela –, não se pode negar sua incrível capacidade de
lidar com a luz. Não se trata de apenas criar alguns truques ópticos, mas
dar volume a esta substância, construir efeitos visuais dramáticos, e transformar
a percepção que se tem do mundo. Uma combinação científica e
sensorial, e de certo ponto de vista também filosófica, que toca a questão
da racionalidade da visão: pode-se acreditar no que se vê?
A luz, domada por James Turrell, pode fazer isso. (por Joana Canêdo)
Along the same lines, still playing on the question of what one is really
seeing, is “Penumbra”, from the “Window” series. This installation uses
mixed daylight and neon sources to give a feeling of the passage of time
and of loss of spatial notions. A square shape seems to float in the room,
lit by a kind of frame of strong white light. This is actually the daylight
coming from a window located behind the square, which really is attached
to the wall. The whole climate in the room is created by a set of red and
blue neon lights programmed to interact by changing in intensity almost
imperceptibly. Thus, without realising, the visitor finds himself in a reddened
room that previously was all blue. The panel in front of him looks
like a hole, since it is darker than the rest. One cannot grasp just what is
happening; one’s feeling is one of both marvel and confusion. All of this
is created — as it is, by the way, in all of Turrell’s installations — thanks to
an extremely complex set-up that involves rounded corners to eliminate
shadows, wall paint applied so as to reflect the light perfectly without
looking shiny, mechanisms to camouflage artificial light sources, a structure
allowing the panel to be fixed to the wall without visibly displaying
its physical parts, the window behind it, etc.
The curators of the Griffin Gallery, in Los Angeles, have come up with a
good formulation of this question: although light is the essential material
of James Turrell’s work, the artist believes that human perception is his true
medium — and declares, “My art is about your seeing.” In an interview
for the web-site Art:21 — Art in the 21st Century, Turrell argues that his
work operates at the boundary between what we really can perceive with
our innate human senses and what we learn socially to perceive, a kind
of “preconceived perception”. This occurs because “we have learned to
perceive a certain way, but we’re unaware of the fact that we learned it.
So this can actually work against you sometimes. Working between those
limits and kind of pointing them out is something I enjoy doing because
it’s not just the fact that you are bringing the cosmos down into the space
where you live, but that your perception helps create that as well. So that
you really are this co-creator of what you’re seeing”.
James Turrell is often considered by his peers and critics to be as untouchable
as the light he works with. Nevertheless, in spite of the criticisms about,
for instance, the millions of dollars used at Roden Crater — a 30-year old
task that no one can see, except for those patrons still willing to invest
more there — one cannot deny his remarkable capacity to handle light. It
is not just a question of creating a few optical illusions, but of giving form
to this substance, of constructing dramatic visual effects and transforming
one’s perception of the world. It is a scientific and sensorial combination
and, from a certain viewpoint, also a philosophical one, that touches on
the question of the rationality of sight: can we believe what we see?
Light, tamed by James Turrell, can do this. (by Joana Canêdo)
Um conjunto único da obra de Turrell na Argentina
Os trabalhos de James Turrell estão agora mais próximos do
público brasileiro e latino-americano. O James Turrell Museum
of the Hess Art Collection é um espaço com mais de 1.500m 2 de
área, totalmente dedicado à obra do artista e construído com base
numa concepção arquitetônica do próprio Turrell.
O museu foi criado pelo magnata do vinho Donald Hess, um dos
maiores colecionadores de arte contemporânea de todo o mundo,
que há 30 anos coleciona obras de Turrell. As obras exibidas em
Colomé incluem nove instalações datando de 1967 a 2003, dentre
as quais estão trabalhos de projeção, da série “Ganzfeld”, da série
“Wedgeworks”, entre outros, e ainda um “Skyspace” de 2002,
“Unseen Blue”, além de obras em papel, desenhos e gravuras.
Situado dentro da Bodega & Estancia Colomé, uma das propriedades
vinícolas de Hess, na província argentina de Salta, o James
Turrell Museum é o terceiro museu de arte inaugurado por Hess
em suas vinícolas, sendo o primeiro na América do Sul.
O museu fica aberto 350 dias por ano, a entrada é gratuita e podem-se
reservar visitas guiadas. Mais informações em www.estanciacolome.com
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Lunette
Localização | Location: James Turrell Museum, Colomé, Argentina
| James Turrell Museum, Colomé, Argentina
Ano | Year: 2005
Da série “Structural Cuts”. Luzes naturais e artificiais (essas
coloridas e camufladas) entram no longo corredor através
de um corte na parede | From the “Structural Cuts” series.
Daylight and artificial lighting (coloured and concealed)
enter the long corridor through a cut-out in the wall
A unique collection of Turrell’s work in Argentina
The works of James Turrell are now closer to the Brazilian and Latin-
American public. The James Turrell Museum of the Hess Art Collection
is a space of 1500m² entirely devoted to this artist’s work and built on
the basis of Turrell’s own architectural concept.
The museum was set up by the wine magnate, Donald Hess, one
of the world’s greatest contemporary art collectors, who, for thirty
years now, has been collecting Turrell’s works. The works exhibited in
Colomé include nine installations dating from 1967 to 2003, among
which are projection works from the “Ganzfeld” and “Wedgeworks”
series, and also “Unseen Blue”, a “Skyspace” from 2002, in addition
to works on paper, sketches and prints.
Located within the Bodega & Estancia Colomé, one of Hess’ vineyard
properties, in the Argentinean province of Salta, the James Turrell Museum
is the third art museum opened by Hess in his vineyards, being
the first in South America.
The museum is open 350 days a year, entrance is free and guided tours
may be booked in advance. More information at www.estanciacolome.com
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NOVIDADES DO PORTAL OF LIGHT*
Uso funcional da luz em ambientes médicos
A personalização é outro ponto forte do projeto: ao entrar na sala
de exames, os pacientes poderão encontrar suas cores preferidas
na iluminação| Personalisation is another strong point in this
project: on entering the examination room, the patient may
encounter his own favourite colours in the lighting
No projeto criado pela equipe da
Siemens em parceria com o lighting
designer Antonius Quodt, módulos
instalados no teto podem transformar
salas fechadas em uma espécie de
jardim de inverno | In the project
designed by the Siemens team, in
partnership with lighting designer
Antonius Quodt, modules fitted on
the ceiling can transform an enclosed
room into a kind of winter garden.
Luzes e cores podem interferir no bem-estar dos seres humanos. Da indicar quanto tempo duraria o exame ou por quanto tempo o paciente
perspectiva do paciente, a sala de exames com seus impressionantes precisaria segurar a respiração. Estas funções ainda não estão incluídas
nos pacotes-padrão, mas podem ser ativadas quando solicitadas.
equipamentos pode ter uma aparência um pouco depressiva. As frias
e brancas luzes do teto podem dar ao paciente a sensação de que a Os módulos são entregues prontos para usar, com todas as conexões
sala de exames é um tipo de prelúdio da doença e é pouco provável requeridas. No caso dos motivos de teto, que consistem de seis a 64
que sugira um passo em direção ao processo de recuperação. Como componentes individuais, técnicos retiram os elementos de caixas separadas
e os integram à estrutura do teto. O sistema é de fácil instalação,
consequência disso, muitos pacientes precisam de sedativos.
Baseados na realidade do cotidiano das clínicas, Matthias Wedel o que pode ser feito pela equipe técnica de um hospital, dispensando
and Bernd Keuenhof, da Siemens AG, apresentaram suas ideias para os serviços de uma equipe adicional de engenheiros da Siemens.
aprimorar a ambientação das áreas de pacientes. O gerente do projeto, Os motivos para o teto transformam salas sem luz do dia em uma espécie
Wolfgang Strob, incrementou o time de desenvolvimento e contratou, de jardim de inverno. Além de fazer a sala de exames parecer significantemente
maior e mais alta, os pacientes têm a impressão de estar olhando
por vários anos, o lighting designer Antonius Quodt, sediado em Colônia
(Alemanha), cujo trabalho é mais conhecido pelo design e implantação para um atrativo céu com nuvens através de uma cobertura de vidro.
de “mundos temáticos” para artistas como André Heller. O objetivo do O layout da iluminação do paciente e da área de trabalho tornam óbvio
desenvolvimento deste trabalho conjunto foi criar um sistema modular que os designers estiveram preocupados com uma iluminância a mais
que possa combinar luz, som e aromas com os demais componentes eficiente possível. Não apenas as luzes das áreas tornam a sala inteira
das salas de exames, como as cortinas de proteção radioativa e comparativos
de estrutura, para a criação de uma interface fácil de usar. bertura de luz definida. Finas barras de LED são integradas no teto, acima
mais clara, como as áreas do paciente e de trabalho do médico têm co-
Outra consideração foi a capacidade de armazenar as configurações da mesa do equipamento, e iluminam as áreas de atividades essenciais
para cada paciente no sistema de dados. Quando os pacientes entram com LEDs em tons branco frio e branco quente, em um ângulo de 15°.
na sala de equipamentos, poderão encontrar suas cores preferidas no Graças à variedade de aplicação dos diferentes tipos de diodo, usuários
lighting design. Os alto-falantes tocarão sons que estimulem o bemestar
individual. Este é o status atual do Medical Lighting System, mas lembram as das salas de estar. Os painéis em alumínio anodizado para
podem criar uma ambientação com luz branca fria e cores quentes que
a equipe da Siemens tem ambições bem maiores. Eles pretendem, por instalação nas paredes possuem apenas 140mm de profundidade e
exemplo, reduzir consideravelmente a administração de sedativos e melhorar
a comunicação entre paciente e médico a partir de sinais de luz. mente controlados. Além disso, estão em estágio de protótipo módulos
incluem uma complexa tecnologia de LED com diodos RGB individual-
Uma barra de luz que muda a cor da esquerda para a direita poderia de parede, equipados com telas ou sistemas de dispersão de aromas.
Functional use of media in medical environments As a general
rule, light and colors can impact human wellbeing in a positive or negative sense.
From the perspective of a patient, the room with its imposing examination
equipment set up in the center can seem quite depressing. The cool, white
ceiling lights may quickly give the patient the impression that the examination
environment is a sort of prelude to pathology and are unlikely to suggest a step
toward recovery. As a consequence, a large number of patients require sedatives.
Based on these facts of everyday clinical reality, Matthias Wedel and Bernd Keuenhof
of Siemens AG suggested their first ideas for revising the media environment
of patient areas. Project manager Wolfgang Strob expanded the development
team by giving a multi-year contract to the Cologne-based light designer Antonius
Quodt, whose work is well known for the design and implementation of "theme
worlds" for artists such as André Heller. The objective of the joint development
work was to come up with a modular media system that would combine conventional
media such as lighting, sound, and fragrances along with further
room components such as radiation protection curtains or comparable
structures into an easy-to-use interface. Another consideration was the
ability to store individual patient settings on data media.
When patients enter the examination room, they would encounter their preferred
color impressions in the light design. The loudspeakers would play sounds
that boost individual well-being. This is the current status of the “Medical Lighting
System”, but internal teams at Siemens have much broader ambitions. As
an example, the team wants to achieve a measurable reduction in administered
sedatives and improve the communication between patients and doctors via light
signals. For instance, a light bar that changes color from left to right can indicate
how much longer the examination will last or how much longer the patient needs
to hold his breath. Such functions are not yet included in standard delivery packages,
but can be activated based on individual requirements.
The modules are shipped in turn-key condition, with all required plug-in
connections. In the case of a ceiling motif, which can consist of six to 64
individual components, technicians take the ceiling elements out of separate
boxes and integrate them into the ceiling structure.
This system allows for easy installation by the technical staff of the hospital
and does not require additional Siemens service engineers.
The Siemens motif ceiling turns rooms without daylight into a kind of
winter garden. In addition to making the examination room seem significantly
larger and higher, patients have the impression that they are
looking at an attractive cloudy sky through a glass roof. The layout of the
work and patient illumination makes it obvious that the designers were
concerned with optimal lighting. Not only do area lights make the entire
room brighter, but the patient and work area of the physician has targeted
light coverage. Filigree LED bars are integrated into the ceiling next to the
table area and illuminate the essential activity areas with cold white and
warm white power diodes at a lighting angle of 15 degrees. Thanks to the
variable usability of the different diode types, users can create cool white
light and warm colors that resemble those of living rooms. The anodized
aluminum profiles wall modules with an installation depth of just 140 mm
and standard dimensions of 100 x 200 cm include complex LED technology
with individually controlled RGB LEDs. Further wall modules are still in the
prototype stage and feature monitors or fragrance diffusion systems.
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*Esta coluna é publicada em parceria com o portal www.lightingacademy.org
*This column is published in partnership with the portal www.lightingacademy.org

Produtos | products
GINGER
Prandina
A luminária Ginger, da italiana Prandina, foi toda desenvolvida em
plexiglass opalino acetinado como opção ao vidro soprado. A cúpula é
termomoldada e o disco inferior de fechamento pode ser branco ou serigrafado.
Nas versões de piso, mesa e pendente, tem um desenho simples
mas bem cuidado nos detalhes. A luminária utiliza lâmpada halógena.
Ginger light fixture, by Italian company Prandina, was completely developed
in satin-finished opaline plexiglass as an option to blown glass. The dome
is thermomolded and the lower closing disk can be white or serigraphed.
In the floor, table and suspended versions, the design is very simple, but
attention was given to details. The light fixture uses halogen bulbs.
OLIMPO
Itaim
Info: www.prandina.it
No Brasil | In Brazil: Iluminar
Tel | Phone: (31) 3284-0000
www.iluminar.com.br
A fabricante de luminárias brasileira Itaim lançou o pendente Olimpo nas
versões 600 x 600mm e 300 x 300mm. Com um conjunto de difusores em
acrílico iluminados por LEDs, o produto proporciona uma emissão da luz
difusa e homogênea. A luminária tem espessura aproximada de 1,5mm e
potência total de 18W em sua menor versão e 72W na maior.
LED GLASS BRICK
Lei Yueh
The Brazilian light fixture manufacturer Itaim launched the Olimpo pendant
in the 600x600mm and 300x300mm versions. With a set of acrylic diffusers
illuminated by LEDs, the product provides diffused and homogenous
light emission. The fixture is about 1.5mm thick with total power of 18W
in its smaller version and 72W in the larger one.
Vencedor dos mais renomados concursos de design internacional
Info: www.itaim.com.br
– Red Dot e IF Awards 2008 –, o inovador Led Glass Brick possibilita
a criação de diversas ambiências.
A luminária pode ser utilizada individualmente ou em conjunto, sendo
possível a instalação em série de até 25 unidades em uma mesma
fonte de alimentação. O LED Glass Brick pode ser encontrado em dois
modelos: refletivo e fosco, ambos com sistema RGB para a obtenção
CONTROLE DE LUZ VIA IPOD E IPHONE
Lutron
de uma grande gama de cores.
A Lutron Eletronics lançou, em parceria com a Apple, um driver para
Winner of renowned international design contests – Red Dot and IF Awards
iPhone e iPod para acesso direto ao sistema de controle de iluminação
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2008 –, the innovative Led Glass Brick permits the creation of diverse ambiances.
The light fixture can be used individually or in a set, where it is possible
to install a series of up to 25 units using the same power source. LED Glass
residencial da empresa, o HomeWorks. Com a instalação de um aplicativo
gratuito – que pode ser adquirido via iTunes –, o sistema pode ser
acessado e controlado pelos dispositivos de toque do iPhone e do Ipod.
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Brick can be found in two models: reflective and dim, both with the RGB
system to obtain a broad range of colors.
CONTROL OF LIGHT VIA IPOD AND IPHONE Lutron Electronics, in partnership
with Apple, launched a driver for the iPhone and iPod for direct access
Info: www.leiyueh.com
to the company’s residential illumination control system, HomeWorks. With the
No Brasil | In Brazil: Omega Iluminação
installation of a free application, which can be acquired via iTunes, the system
Tel | Phone: (11) 5034-1233
can be accessed and controlled by the iPhone and Ipod touch screen devices.
www.omegalight.com.br
Info: www.lutron.com/americalatina

PARA SABER MAIS | INFORMATION
Franco + Fortes Lighting
Design
Rua Capitão Prudente, 43
São Paulo SP 05422-050
BRASIL
James Clar
Saratoga Building
Al Barsha, Dubai
UAE 6716
www.jamesclar.com
James Turrell Museum
Bodega & Estancia Colomé
Ruta 53 Km. 20
4419 Molinos
Prov. Salta
ARGENTINA
Laura Larrubia Luz e
Arquitetura
Av. 9 de Julho, 4877- Térreo 2B
São Paulo SP 01407-200
BRASIL
http://www.luzearquitetura.com.br/
Lighting Design International
3 Hammersmith Studios
55a Yeldham Road
London W68JF
UNITED KINGDOM
www.lightingdesigninternational.com
Neide Senzi
Al. dos Jurupis, 452, cjs. 13/14 – Bloco A
São Paulo SP 04088-002
BRASIL
www.senzi.com.br
Rafael Leão
Al. Santos, 2.527 – sala 75
São Paulo SP 01419-002
BRASIL
http://www.confortovisual.com.br/
Roger Arquer
2, Leswin Place
Unit HQ
London N16 7NJ
United Kingdom
www.rogerarquer.com
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T: (47) 3340 0010
www.bellaitalia.ind.br
página 37
Iluminar
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www.iluminar.com.br
páginas 10, 11 e 19
Lemca LED Solutions
T: (11) 2827 0600
www.lemca.com.br
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www.luz.philips.com
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Light Design
T: (81) 3339 1654
www.lightdesign.com.br
páginas 13 e 3ª capa
Schréder
T: (19) 3856 9680
www.schreder.com.br
página 9
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Ever Light
T: (31) 3393 1963
www.everlight.com.br
página 33
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T: (41) 3284 4000
www.fabbian.com
páginas 6 e 7
GE Iluminação
T: 0800 728 7843
www.geiluminacao.com.br
página 17
Itaim Iluminação
T: (11) 4785 1010
www.itaim.ind.br
página 31
La Lampe
T: (11) 3069 3949
www.lalampe.com.br
4ª capa
LedPoint
T: (21) 2426 7460
www.ledpoint.com.br
página 27
Lumini
T: (11) 3437 5555
www.lumini.com.br
2ª capa
Lutron
www.lutron.com/latinamerica
página 21
Omega Iluminação
T: (11) 5034 1233
www.omegalight.com.br
página 23
Serra Dimlux
T: (21) 2253 9444
www.serradimlux.com.br
página 29
Steluti
T: (11) 3079 7339
www.steluti.com.br
página 14

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