L+D 34
Edição 34: Julho/Agosto - 2010
Edição 34: Julho/Agosto - 2010
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R$16,00
l+d
luz + design + arquitetura
ISSN: 1808-8996
TELEKOM BRIDGE, BONN
CLUBE ALPHAVILLE, PIRACICABA
MIKIMOTO, LAS VEGAS
TRITON, SÃO PAULO
lumi
www.fabbian.com
www.fa
brasil@fabbian.com brasil@fa
foscarini
itália
www.lumini.com.br
são paulo
campinas
rio de janeiro
brasília
tom dixon
inglaterra
www.lumini.com.br
são paulo
campinas
rio de janeiro
brasília
publieditorial
2º ledforum
O LEDforum traz ao Brasil os mais
importantes escritórios e grandes nomes
da iluminação para apresentar e discutir
os avanços na aplicação dos LEDs.
Janet Moyer
J.M. Landscape
Lighting Institute
EUA
Iain Ruxton
Speirs + Major
Inglaterra
Martina Weiss
Licht Kinst Licht, Alemanha
Joachim Ritter
PLDA Magazine e
PLDC
Alemanha
Garanta já a sua participação. As vagas são limitadas.
04 e 05 de agosto - São Paulo
www.ledforum.com.br
R$16,00
l+d #34
24
42
l+d
LUZ + DESIGN + ARQUITETURA
Telekom Bridge, Bonn
Foto: Lukas Roth
ISSN: 1808-8996
TELEKOM BRIDGE, BONN
ALPHAVILLE URBANISMO, PIRACICABA
MIKIMOTO, LAS VEGAS
TRITON, SÃO PAULO
48
56
24
42
¿QuÉ Pasa?
PROJETOS
42. Clube Alphaville, Piracicaba
48. Telekom Bridge, Bonn
56. Mikimoto, Las Vegas
62. Desmobília, Curitiba
66. Mirage Shopping Center, Zilina
72 Triton, São Paulo
78
ESPECIAL
Lightfair 2011
80
Produtos
L+D
20
66
EDITORIAL
Daniel Mourão
PUBLICADA POR
Editora Lumière Ltda.
Rua Catalunha, 350
05329-030 São Paulo SP
t:11 2827.0660
ld@portallumiere.com.br
www.portallumiere.com.br
EDITORES
Thiago Gaya
Ana Weiss
PUBLISHER
>Thiago Gaya
L+D
22
Se da última Euroluce voltamos com a sensação de que a
indústria mundial se ressente de fendas deixadas pela crise econômica mundial,
a Lightfair, que nos levou à Filadelfia em maio, mostrou que algumas
respostas não só existem, como estão sendo postas em prática. Em termos
de produto, o LED se mostrou um caminho irreversível. Tema das principais
(e muitas delas polêmicas) discussões do evento, deu provas concretas da
elasticidade de seu uso também na premiação de projetos, caso da Telekom
Bridge, na Alemanha, tema da nossa reportagem de capa. O projeto do
(premiadíssimo) escritório alemão Licht Kunst Lich levou o principal prêmio
do IALD, o Radiance Award, por uma solução urbana que nasceu de uma
demanda corporativa em Bonn, uma passarela cuja iluminação fora inteiramente
resolvida pelos diodos se tornou um exemplo mundial de conexão
em diferentes esferas: além de ligar partes da cidade dividida por uma estrada,
seus feixes de luz respondem ao movimento de pedestres, em uma
interatividade que faz dos usuários parte de um sistema de alto impacto
estético, bem-sucedido do ponto de vista da funcionalidade e da comunicação
urbana e corporativa. A interatividade é também o elemento-chave
da nova proposta mundial para a loja Triton, que tem sua flagship em São
Paulo. Com luz de Antonio Carlos Mingrone perfeitamente casada com a
arquitetura de José Ricardo Basiches, convida os clientes a se tornarem parte
das vitrines e, ainda, usarem os espaços expositivos internos como passarelas.
Ainda em São Paulo, no interior do Estado, o boom de condomínios
residenciais também recebe a aposta de uma iluminação que prestigia os
canais de passagem, os espaços intermediários e de uso coletivo, em um
movimento que substitui o isolamento residencial por uma proposta de
integração, aqui nessa edição representado pelo projeto de Marcos Castilha
com o escritório paulista de arquitetura Fortes, Gimenes & Marcondes
Ferraz, o FGMF. Talvez juntar os cacos de uma economia insustentável tenha
sido um exercício mundial de enxergar essa grande força produtiva para a
qual já temos tecnologias prontas: a conexão entre disciplinas, mercados,
processos e ideias. É, claro, a nossa torcida.
EDITORES
>Thiago Gaya
>Ana Weiss
COLABORAÇÃO
>Andrea Martins
>Deborah Peleias
REVISÃO
>Deborah Peleias
ARTE
>Pedro Saito
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ASSINATURAS
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IMPRESSA POR
DARK
CÓDIGO 194
Boa leitura.
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¿QuÉ Pasa?
A nova Royal Academy of Arts,
por Tom Dixon
Fotos: divulgação
Braço arquitetônico dos escritórios de Tom Dixon, o Design Research
Studio tem assumido projetos que acabam se tornando vitrines reais para
as peças do designer inglês. O Restaurante da Royal Academy of Arts, em
Londres, por exemplo, se tornou cenário para a versão da luminária Etch,
uma das peças que o representou este ano no Salão do Móvel de Milão.
O pendente de latão, gravado digitalmente com substância ácida, deixa a
luz vazar pelos cortes e pode, segundo seu fabricante, ser abastecido com
todo tipo de fonte luminosa, até velas, o que conceitualmente faz todo
sentido para um ambiente feito de mármore, bronze e veludo, abrigo
de relíquias de época como bustos e esculturas em bronze realizadas
especialmente para a academia durante o século 19.
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¿QuÉ Pasa?
O que só se
vê no escuro
As ruas europeias já eram iluminadas a gás no início do século 19,
mas só no final de 1880 – quase seis décadas depois da invenção da
fotografia –, um inglês chamado Paul Martin conseguiu reduzir o tempo
de exposição da imagem para 10 minutos, o suficiente para dar início ao
que é hoje um campo da fotografia: registros noturnos da cidade, uma
linguagem que explora texturas, reflexos e contrastes que só existem
longe da luz do Sol. Um conjunto de imagens dessa família compõe a
exposição “Night Vision: Fotografia After Dark”, em cartaz até setembro
no Metropolitan Museum of Art, em Nova York. A reunião de 40 imagens
selecionadas do acervo permanente da instituição percorre da origem
e desenvolvimento dessa técnica específica, que evoluiu junto com a
fotografia, até os dias de hoje. As imagens de Alfred Stieglitz, autor
das primeiras fotos noturnas de Nova York, são algumas das raridades.
Conta-se que o fotógrafo americano, impressionado com o trabalho de
Paul Martin, diminuiu o tempo de exposição para 58 segundos, o que
permitiu a realização de imagens como a vista do Hotel Savoy (esquina
da 5ª Avenida com a Rua 59), imagem de 1897 que acabou se tornando
símbolo do nascimento da noite nova-iorquina do século 20. As imagens
trazem cenas que exploram contrastes no negativo, como grandes vistas
panorâmicas a registrar o crescimento da interferência da iluminação
artificial na paisagem – mas que também trazem flagrantes humanos,
pequenas histórias de uma vida urbana que só poderiam ter acontecido
depois do pôr-do-sol – quando ninguém se imaginava ser fotografado.
Nesta página, imagens de Alvin Langdon Coburn (Nova York, em 1910),
ao lado, e de Robert Frank (Londres, 1952), abaixo.
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¿QuÉ Pasa?
Alta cozinha em
qualquer lugar
A ideia é incrível – e o que é melhor, já está sendo testada com sucesso.
The Cube é um reduto de alta gastronomia, móvel, com capacidade
para receber até 18 convidados por mesa, desenvolvido para chegar a
lugares ermos e distantes, onde não se tem outra opção para comer.
Para iluminar esse equipamento leve, versátil e apto para atender às
mais diferentes demandas de trabalho de grandes chefes da culinária
internacional, o restaurante móvel precisou de um sistema de iluminação
exclusivo e novo, um projeto em parceria entre a Eletrolux e a Zumtobel. O
foyer, por exemplo, recebe luz de uma luminária desenhada pelo estúdio
italiano Park Associati, desenvolvida e fabricada pela Zumtobel com a
Hasenkopf, empresa da DuPont. Em Corian, a escultura cristalina tem a
luz suavemente distribuída pelo MPO + Optical, sistema da Zumtobel que
evita brilhos incômodos e promove uma iluminação uniforme na sala. O
interior é completamente flexível – o salão de jantar é vertido em hall de
estar e pode ser ajustado ainda a outras situações. Para este espaço, a
luz é fornecida por um sistema multifuncional equipado exclusivamente
por LEDs, dando uma aparência minimalista e elegante ao ambiente e
deixando o uso de energia para os sofisticados equipamentos da cozinha.
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¿QuÉ Pasa?
A roupa nova do museu
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Um dos projetos icônicos do início do século 20 do escritório McKim,
Mead & White, o Brooklin Museum – localizado no bairro que lhe dá
nome – é um dos maiores museus em metros quadrados de Nova York,
embora tenha um acervo muito mais tímido que do MoMA, Metropolitan
ou Guggenheim. Dono de salões amplos como o primeiro andar – um
espaço de 10.000m² ordenado por colunas que se tornaram uma
espécie de assinatura do escritório -, o museu começou a passar por
uma reforma que foi encerrada com a instalação do grupo SituStudio,
especializado em desenvolvimento de novas fabricações em design.
Respeitando o ritmo das colunas, os designers envolveram os elementos
arquitetônicos com tecidos finíssimos e translúcidos que permitem a
passagem da luz, fazendo do salão uma composição orgânica, lúdica
e luminosa.
¿QuÉ Pasa?
Fabio Nunes
L+D
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Nova luz no céu
de São Paulo
O Grupo Bandeirantes de Comunicação inaugurou em junho a nova
iluminação de sua torre de transmissão, localizada na região da Avenida
Paulista, em São Paulo. Com potencial para se tornar um novo marco
luminoso na cidade, o projeto idealizado pelo lighting designer Peter
Gasper pode ser avistado a cerca de 5 quilômetros de distância e utiliza
tecnologias de iluminação da Philips.
Entre as soluções utilizadas estão os projetores DecoFlood com
lâmpadas de vapor metálico na cor azul com consumo de 400W. No
topo, a iluminação colorida é proporcionada pelos LEDs dos projetores
ColorReach e projetores ColorBlast foram instalados na lateral, criando
um efeito bastante plástico. A potência total instalada do projeto é de
aproximadamente 168KW.
¿QuÉ Pasa?
Troque a placa com apenas um clique.
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Em homenagem às
vítimas da guerra
Adapta-se ao seu Estilo.
O designer Bruce Munro entregou no último mês uma de suas imensas
cascatas de fibra óptica para a recepção principal do Tedworth Hall, sede
do centro de ajuda a militares Help 4 Heroes. Formado por cabos de aço
que juntos criam um retângulo de 6,5 x 5m, o lustre inclui 248 cabos
de fibra óptica que terminam em formato de lágrima. Quatro projetores
equipados com lâmpadas halógenas (100W) lançam luz branca sobre
as fibras, que, de diferentes tamanhos, alcançam até 6m.
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¿QuÉ Pasa?
Marcelo Magnoni
LEDforum reúne primeiro
time do lighting design mundial
L+D
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O 2º Fórum Internacional de Aplicação da Tecnologia LED (LEDforum)
está com as presenças confirmadas de um time do lighting design nunca
antes reunido no Brasil. Estará presente para palestras, a serem realizadas
nos dias 4 e 5 de agosto, a linha de frente da indústria, da pequisa e da
prática da iluminação internacional.
Entre os realizadores, o congresso traz este ano dois dos mais produtivos
e premiados escritórios da atualidade: o britânico Speirs + Major, que será
representado em São Paulo pelo lighting designer Iain Ruxton, e o alemão
Licht Kunst Licht, com a presença da lighting designer Martina Weiss.
Referência em projetos de iluminação de paisagens, Janet Moyer
também traz seu repertório para o evento, realizado pela Associação
Brasileira de Arquitetos de Iluminação (AsBAI) e pela Revista L+D.
Da indústria, estarão no evento Rogier van der Heide (Philips, Holanda),
que, antes de assumir a direção de design da Philips, dirigiu a Arup Lighting
– outro escritório colecionador de premiações internacionais em projetos
por todo o mundo. A austríaca Zumtobel também estará representada
no evento, pelo seu director comercial Kurt Plaickner, responsável pelas
parcerias da empresa com designers para o desenvolvimento de soluções.
Editor da PLDA Magazine e um dos fundadores da Professional Lighting
Designers Association, PLDC, Joachim Ritter é outro dos convidados do
evento que vai compartilhar suas mais de três décadas de acompanhamento
do mercado e da pesquisa.
Ainda é possível se inscrever para o evento, que neste ano será realizado
no Centro de Convenções Milenium, à Rua Doutor Bacelar, 1.043, na
Vila Clementino. Mais informações pelo telefone (11) 5531-0784, ou
pelo site www.ledforum.com.br
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Linha de luiminárias com LEDs para aplicação em espaços públicos como
condomínios, resorts e hotéis.
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¿QuÉ Pasa?
L+D
Divulgação
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Explosão de vidro
L+D
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Com previsão para ficar em cartaz até novembro deste ano no
Palazzo Cavalli Franchetti (sede do Istituto Veneto di Scienze Lettere
ed Arti), em Veneza, a segunda edição da mostra Glastress é uma
grande compilação da atualidade e força do vidro na produção
contemporânea de arte. A contribuição de Hitoshi Kuriyama é um
curioso agrupamento de lâmpadas fluorescentes quebradas, que
cria, com o aspecto lascado do material e o formato tubular das
lâmpadas, um efeito excêntrico de explosão.
projetos
Como
a céu
aberto
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Um terreno de 500 hectares comprado em Barueri, região
da Grande São Paulo, na década de 1970, foi o ponto de partida para o
O conceito virou uma companhia em 1995, com a criação da AlphaVille
Urbanismo, e este modelo de núcleo urbano foi se disseminando pelo
área – sendo 930 construídos –, os arquitetos buscaram criar espaços
agradáveis, aliando funcionalidade e baixa manutenção, em um
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surgimento de um conceito baseado em condomínios localizados fora
Brasil. Atualmente, os condomínios estão presentes em 20 estados
orçamento extremamente controlado pela construtora. No projeto
dos grandes centros urbanos: nascia ali o AlphaVille. A ideia original
brasileiros e dezenas de cidades. Em São Paulo, um dos mais recentes
luminotécnico, coordenado pelo lighting designer Marcos Castilha,
era abrigar um polo de indústrias não poluentes, mas o interesse de
é o AlphaVille Piracicaba, no interior paulista. Com uma área residencial
tecnologias atuais – como fitas de LED – e soluções tradicionais de
A arquitetura e a iluminação do prédio principal
multinacionais em adquirir lotes e a necessidade dos executivos de
de 170.000m², distribuídos em 344 lotes espalhados por uma colina
racionalização do uso energético estão combinadas em um projeto
combinam soluções de racionalização do uso de
morarem perto do trabalho transformaram o projeto em uma espécie
com declive homogêneo, o empreendimento ganhou um clube de
limpo, discreto, que segue a direção do projeto de arquitetura: um
energia e linhas discretas e limpas. Devido ao desnível
de bairro planejado, formado pelos chamados “residenciais”, que foram
lazer exclusivo para os moradores, assinado pelo escritório paulista
ambiente arejado, sem nenhum tipo de excesso.
do terreno, o projeto foi implantado em diferentes
assistindo a uma expansão cada vez maior dos núcleos industrial e
Fortes, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos, o FGMF.
O edifício principal, com 7m de largura e 56m de comprimento –
platôs, que organizam as funções do clube
empresarial, além de áreas de lazer.
No projeto para o clube AlphaVille Piracicaba, com 15.800m² de
composto por uma levíssima estrutura metálica branca e que abriga
o salão de festas, a academia e áreas de varanda – é o ponto central
dos projetos arquitetônico e luminotécnico. O forro da marquise
contrasta com a estrutura totalmente branca e é feito inteiramente
em um ripado regular de madeira. Entre as frestas do forro foram
utilizadas mangueiras de LED, instaladas de forma randômica, do lado
externo e interno. “O salão e academia ficam como ‘aquários’ e essas
fitas de LED começam do lado de fora e entram no ambiente como se
não existisse o fechamento de vidro. Com isso, não há limites entre o
interno e o externo”, destaca o arquiteto Fernando Forte.
Na iluminação do pavilhão principal foram empregadas fitas LED
do tipo SMD, branco 3.000K, aplicadas em luminárias especialmente
desenvolvidas para o projeto. São canaletas com 4cm de largura,
em dois comprimentos diferentes – 1,2m e 4m. “As luminárias com
as fitas ficam embutidas formando um grafismo que atravessa todo
o pavilhão, independente do uso do ambiente. Elas fornecem uma
‘penumbra’ uniforme, ao mesmo tempo aconchegante e provocativa. É
a luz perfeita para a fruição e observação noturna do espaço, ou então
para ocasiões de festas”, explica o lighting designer Marcos Castilha.
O gasto total com energia é muito baixo, pois as fitas consomem
cerca de 4W por metro. O efeito nos ambientes é complementado por
destaques nos pilares onde foram embutidas lâmpadas halógenas AR
111 energy saver, 35W, bem como pela iluminação do jardim interno,
feita com minipostes balizadores com fluorescentes compactas de
14W, 2.700K, e embutidos de piso com lâmpadas vapor metálico PAR
30, 35W, 30º. A iluminação “funcional” dos ambientes é feita por
pendentes de luz direta e indireta, equipados com fluorescentes T 5,
28W, 3.000K. Quando acesos, proporcionam iluminância de cerca de
O grande destaque do projeto são as
mangueiras de LED embutidas no forro
da marquise de ripas de madeira. As fitas
formam um grafismo por todo o salão
e oferecem uma penumbra uniforme e
aconchegante ao ambiente. A iluminação
do talude, com projetores para fluorescentes
com lâmpadas na tonalidade da luz do dia,
cria um fundo para o conjunto do projeto
L+D
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L+D
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300 lux, para atividades como uso da academia, reuniões, entre outras.
o madeiramento do forro. Dentro da guarita, foram previstos plafons
Nos ambientes de apoio ao pavilhão principal, cozinha e área
sobrepostos para fluorescentes compactas duplas, 26W, 2.700K.
de serviços, foram empregados, em sua maioria, embutidos para
Por fim, o talude foi iluminado de forma a fazer “fundo” ao conjunto.
fluorescentes tubulares T 5, de 14W e 28W, 3.000K, e fluorescentes
Projetores para fluorescente compacta eletrônica recebem lâmpadas
compactas duplas de 26W, 2.700K. Nos banheiros e vestiários e nas
de tonalidade “luz do dia”, 6.500K, de forma a contrastar com a
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circulações mais extensas, optou-se por luminárias de característica
linear (T 5, 28W), instaladas em linha, ecoando o estilo das fitas de LED
e garantindo uniformidade de iluminação em espelhos e reservados.
tonalidade branco quente dos demais ambientes externos. “As boas
soluções não são, necessariamente, os últimos lançamentos. Às vezes,
uma mais convencional é a melhor forma de atender àquele projeto”,
CLUBE ALPHAVILLE
Piracicaba, Brasil
Projeto de Iluminação: Marcos Castilha / Marcos Castilha
L+D
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Todas as luminárias receberam difusores acrílicos foscos.
finaliza Castilha. Com as soluções arquitetônicas e luminotécnicas
Arquitetura de Iluminação
O projeto ainda contemplou a marquise de entrada do condomínio
empregadas no clube, de dia ou de noite o lazer vai estar garantido
A iluminação da área de chegada é
Arquitetura: Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo
que, assim como a área social, tem estrutura metálica branca e forro de
para os moradores do AlphaVille Piracicaba. (Por Andrea Martins)
propiciada por embutidos lineares para
Marcondes Ferraz / Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz
madeira. A iluminação da portaria foi resolvida por embutidos lineares
fluorescentes tubulares, inseridos no
Arquitetos (FGMF Arquitetos)
para fluorescentes tubulares T 5, 28W, 3.000K, inseridos no forro da
forro da cobertura, e que acompanham
Fornecedores: Lumini, Itaim, Interlight, Projeto, Omega, Danta
cobertura, acompanhando o desenho das ripas. Sobre a laje da guarita,
o desenho das ripas de madeira. Sobre
Lux, Jacuzzi, Alloy (luminárias); Osram e Philips (lâmpadas);
foram instaladas quatro luminárias para fluorescentes T 5, 3.000K,
a guarita, luminárias fluorescentes
Lemca e LedPlus (LEDs)
com grau de proteção IP 65, e que iluminam para cima, destacando
destacam o madeiramento do teto
Fotos: Fran Parente
projetos
Uma ponte
para Bonn
A Deutche Telekom AG, maior empresa de telefonia
da Alemanha – e uma das maiores da Europa – tinha uma dívida
importante com seus 4.000 funcionários. Localizada à beira de uma
estrada federal, a Friedrich Ebert Allee, ou simplesmente B9, em Bonn,
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seu acesso exigia um trajeto a pé de mais de 600m necessários para
cruzar a via, que muitos acabavam abreviando por trechos diretos da
estrada, apesar do risco de atropelamento.
Dizer que a iluminação é totalmente integrada ao projeto de arquitetura
parecem se movimentar como estruturas autônomas que sobem e descem
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A mais ancestral das soluções arquitetônicas para unir distâncias foi
está longe de ser uma metáfora. Neste projeto iluminado exclusivamente
durante o dia. Nas horas de escuridão, os canais de LED são acionados
A passarela encomendada pela Deutche Telekom
a resposta para o desafio. Uma ponte de 72m, sustentada por uma
com soluções de light-emitting diode (LED), os feixes começaram a ser
e iluminam através das fachadas de vidro opalino. As luminárias com
AG, maior empresa de telefonia da Alemanha,
levíssima estrutura tubular metálica desenvolvida pelos engenheiros
incorporados desde o início da obra. O resultado é de uma integração
flexibilidade ajustável estão localizados nas extremidades superiores e
tinha como primeira meta suprir uma lacuna de
do escritório alemão Schlaich, Bergermann und Partners, recebeu o
muito equilibrada e orgânica entre os módulos de fontes luminosas,
inferiores das torres de iluminação. Por meio de reflexões de luz sobre
segurança para os funcionários da empresa, que
projeto de luz vencedor do IALD Radiance Award 2011, prêmio entregue
cabeamento e acabamento da estrutura – que se apresenta como uma
a estrutura de apoio dentro das torres, o volume espacial torna-se
precisavam, diariamente, cruzar a estrada federal
em maio na LightFair (leia cobertura completa da feira na página 78)
arrojada, porém leve intervenção no espaço.
legível à distância. Quando em operação, as luminárias reduzem em
Friedrich Ebert Allee para chegar na empresa.
ao escritório alemão de lighting design Licht Kunst Licht, responsável
A passarela termina em ambos os lados em torres de elevador de
aproximadamente 40% da produção máxima de luz, a fim de evitar
Com o projeto de iluminação, a ponte se tornou
projeto de luz da Telekom Bridge.
11m de altura. Por conta do revestimento de vidro, os volumes cúbicos
ofuscamento comum em níveis excessivos de luminância vertical.
também um marco urbano para a cidade de Bonn
Os perfis de LED usados no poço do elevador são reguláveis. Aqui,
duas cores de luz foram utilizadas: âmbar e branca fria (5.500K). Os
perfis de LED integrados ao corrimão da passarela aproximam-se do
branco neutro (4.000K).
Outra preocupação do projeto foi traduzir a identidade visual do
cliente, algo resolvido pela cor – um feixe de luz magenta, amplamente
reconhecida como cor da Deutche Telekom na Alemanha, atravessa a
passarela. Em ambos os flancos longitudinais de 65m de comprimento,
o feixe, que pode interagir com o movimento de pedestres na passarela,
é executado por painéis LED de vídeo com resolução de 32 x 6.500
pixels. Os painéis, quando desligados, são visualmente integrados
pela estrutura da ponte. A manutenção de monitores e componentes
pode ser feita da própria passarela, sem a necessidade de nenhuma
intervenção estrutural.
L+D
50
Durante as horas de escuridão, os canais de
LED são acionados e iluminam através das
fachadas de vidro opalino, de forma que
Todo o sistema é controlado por meio de cabos de fibra óptica a
partir de uma sala subterrânea. Se a rede da empresa é acessada, o
sistema também pode ser controlado a partir de qualquer estação de
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51
as caixas dos elevadores oferecem leitura à
trabalho que tenha computador autorizado. Devido a sua luminosidade
distância, mas com um grande cuidado em
elevada (mais de 7.000 cd/m²), os monitores de vídeo, que também
relação ao ofuscamento, graças à flexibilidade
são explorados durante o dia, podem ser escurecidos em até 30% do
de cerca 40% da produção máxima de luz
seu brilho máximo.
“Trata-se de uma instalação única, surpreendente, orientada por
padrões que foram desenvolvidos especialmente para a Deutsche Telekom
AG, incorporando tecnologias inovadoras”, observa Stephan Thiele,
lighting designer do Licht Kunst Licht e coordenador do projeto. “A
Os feixes de LED começaram a ser integrados no
projeto desde o início das obras. Os corrimãos
da levíssima estrutura de aço funcionam como
luminárias, desenhando um perfil discreto na
paisagem, com um projeto de luz que, entre outras
características inovadoras, interage com os usuários
da passarela
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nova ponte passa por cima de uma das mais movimentadas estradas de
Bonn e é, portanto, percebida como um novo marco urbano da cidade.”
Por se tratar de uma avenida de alta velocidade, o brilho e intensidade
luminosa do conjunto apresentam um sistema de controle de altíssima
precisão. A boa visibilidade nas áreas de circulação de pedestres são
garantidas pela luz branca neutra (4.000K) linear de perfis de LED Insta.
Este componente de iluminação foi incorporado a todos os corrimãos.
Visualmente, o caminho é claramente separado do ambiente urbano e a
passagem parece flutuar sobre a estrada. A iluminação do piso colorido
da passarela e dos lances de escada cria um contraste importante
em termos de sinalização com os níveis relativamente baixos da luz
do entorno. “Nos sentimos honrados pelo projeto de iluminação da
Telekom Bridge ter sido reconhecido pelo prêmio Radiance IALD 2011,
eleito, portanto, para estar na vanguarda dos melhores projetos do
mundo.” (Da Redação)
L+D
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Telekombrücke, Bonn
Ansicht - ohne Maßstab
L+D
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Em ambos os flancos longitudinais de 65m de
comprimento, o feixe, que pode interagir com o
movimento de pedestres na passarela, é executado
por painéis LED de vídeo com resolução de 32 x 6.500
pixels. A manutenção de monitores e componentes
pode ser feita da própria passarela, sem a necessidade
de nenhuma intervenção estrutural
L+D
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TELEKOM BRIDGE
Bonn, Alemanha
Projeto de Iluminação: Licht Kunst Licht
Arquitetura: Schlaich, Bergermann und Partners
Fornecedores: Philips (iluminação do poço do elevador) e Insta
(componentes incorporados à estrutura)
Fotos: Lukas Roth
projetos
Para exibir de forma atraente as joias e dar
destaque às peças da loja de Las Vegas, os
lighting designers optaram por lâmpadas de
iodeto metálico, no lugar das tradicionais
halógenas. Para chegar ao resultado desejado,
foram testadas diversas fontes em torsos com
pérolas emprestadas da unidade de Nova York
Pérolas
em Sin City
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Se a tecnologia é um caminho para vencer a natureza,
poucos colecionam tantas vitórias quanto os japoneses. A história da
Mikimoto é um poético exemplo desta obstinação. Nascido na cidade
de Toba, Kobichi Mikimoto deu início, em 1893, a um império que
tinha como lema fazer com que “todo pescoço de mulher” pudesse
ser enfeitado com o colar de pérolas, até então uma das gemas mais
raras (e caras) do planeta. A Mikimoto iniciou o cultivo de pérolas e fez
do Japão referência na entrega da joia – que até então era encontrada
em uma a cada um milhão de ostras no mundo.
Hoje, com endereços em Tóquio, Londres, Paris e Nova York, as
lojas da marca têm em comum a tradução desse desejo vitorioso de
vencer este mistério marinho. Para o mais recente endereço da marca,
aberto no shopping de luxo Crystals, em Las Vegas (EUA) , o desafio do
escritório Focus Lighting, de Nova York, era manter as linhas elegantes
e a ideia de profundidade marinha que acompanham a imagem da
Mikimoto, com uma meta de consumo energético que precisaria
atender a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental
Design) conseguido pelo shopping, ou seja, um consumo muito menor
do que as lojas anteriores da grife.
Paul Gregory, que encabeçou o projeto, apresentou um projeto
inspirado e vitorioso como a história de seu cliente. O projeto da loja
Mikimoto é baseado no conceito da mitologia marinha, recordando a
origem das pérolas naturais e as profundezas aquáticas onde elas são
formadas e respeita um grau de economia energética recorde para
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Um dos destaques são as cortinas transparentes de
as vitrines da marca. Não por acaso, acaba de ganhar o 34º prêmio
Dentro da loja, de 171m², a noção de profundidade do mar continua.
Wukesong para o Jogos Olímpicos de Pequim; a Torre da Entel, em
prata na vitrine da loja, que mudam de cor graças
Cooper Lighting’s Source Awards, na categoria Comercial Profissional.
Uma série de projeções destaca os tons naturais das paredes em travertino
Santiago; a flagship da FAO Schwarz, em Nova York; e a loja do estilista
às fitas de LED RGB. Os acessórios, que no dia a
O projeto de iluminação tem uma abordagem “eco-friendly”, que
e remetem aos raios de sol filtrados pelas ondas e refletidos em um
brasileiro Carlos Miele, também na Big Apple.
dia emitem luz azul, podem ser programados para
trabalha em harmonia com o conceito sustentável do edifício, e
leito de corais. O efeito foi conseguido com luminárias ajustáveis e
Para chegar ao resultado desejado com as joias, diversas soluções
mudar a paleta em datas especiais ou promoções.
com poucas soluções os lighting designers conseguiram um grande
montadas na superfície, com lâmpadas T 6 CMH, 70W. A iluminação
e fontes de iluminação foram testadas pelos lightining designers do
As paredes em travertino ganharam projeções de
efeito visual. Do lado de fora da loja, as vitrines incorporam cortinas
geral é feita com embutidos, com lâmpadas T 6 39W, CMH downlight.
escritório, nos torsos com pérolas emprestados da loja Mikimoto de
luz que lembram raios de sol refletidos em um
transparentes, que funcionam como telas energeticamente eficientes,
Mas, como em toda joalheria, o grande foco está em exibir de maneira
Nova York. “Este exame ajudou a definir as saídas de fixação corretas e
banco de corais
que mudam de cor graças às luminárias com estreitas tiras de LED RGB.
atraente os colares, pulseiras e anéis. “Um dos principais desafios desse
como o feixe se espalha para melhor mostrar a mercadoria”, detalha.
No dia a dia, os acessórios são programados para projetar diferentes
projeto foi a decisão de utilizar lâmpadas de iodetos metálicos. As lojas
Para atender ao código restrito de consumo de energia ditado pelo
tons de azul, que lembram o ambiente marinho. Mas as cortinas podem
Mikimoto nunca antes haviam usado este tipo de equipamento, optando
edifício LEED, o projeto descartou o uso das lâmpadas halógenas e
ser programadas para acomodar uma variedade grande de cores, para
por lâmpadas halógenas usadas tradicionalmente para iluminar as suas
a solução para exibir as joias na vitrine foram fitas de LED RGB. Para
datas especiais ou promoções. O luminoso de sinalização da fachada
pérolas”, conta Paul Gregory, fundador do Focus Lighting, escritório
valorizar a superfície brilhante das esferas, holofotes de iodeto metálico
recebeu fitas de LED, branco quente, 2.700K.
premiado mundialmente e com projetos de destaque, como a Arena
destacam apenas as peças, com lâmpadas 39W, CMH MR 16.
L+D
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L+D
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Sobre as pérolas, holofotes de iodeto metálico
realçam o brilho da superfície esférica dos
produtos, solução utilizada também nas
mesas internas de exibição. Nas paredes,
os espelhos para os clientes receberam
iluminação ajustável com fitas de LED
Nas mesas internas de exibição de joias também foram usados
embutidos ajustáveis com duas lâmpadas 39W, CMH MR 16 multi-
-head. Além disso, a iluminação sob os balcões e nas sancas foi feita
LOJA MIKIMOTO
com faixas contínuas de fluorescentes dimerizadas, 3.000K. Os espelhos
Las Vegas, EUA
L+D
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têm iluminação posterior ajustável com fitas de LED e os mostruários
utilizam embutidos ajustáveis com lâmpadas LED retrofit. O resultado
geral, com o uso criativo de fontes de energia eficientes e de baixa
Projeto de Iluminação: Paul Gregory (designer principal);
Juan Pablo Lira (lighting designer); Michael Cummings
(lighting designer); Stephanie Daigle (lighting designer
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manutenção do sistema de iluminação, com consumo de 1W para
assistente); Levia Lew (lighting designer assistente); Dan
cada 4,1m², permanece dentro dos limites de energia definidos para
Nichols (gerente de projeto) / Escritório Focus Lighting
a construção e atende ao conceito “Deep Blue Sea” desejado para o
Arquitetura: ILYA Corporation (Tóquio-Japão) e Gensler of
estabelecimento. O sonho do fundador Kobichi Mikimoto, de colocar
Nevada (Las Vegas-EUA)
uma pérola no pescoço de cada mulher do planeta, ainda está longe
Fornecedores: Amerlux, RSA, Lightolier, Contrast Lighting,
de acontecer, mas as esferas raras cultivadas dentro das ostras e as
LSGC Lamp, IO Lighting, Lucifer Lighting, Philips Color
vitrines de luxo onde são expostas prometem continuar encantando
Kinectics, Nippo, Optolum, ETC
as próximas gerações. (Por Andrea Martins)
Fotos: Juan Pablo Lira/ Focus Lighting
projetos
COMO UMA
LANTERNA
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Em uma construção dos anos 1970 com fortes
características do movimento modernista, a Desmobília montou sua
loja em Curitiba. No portfólio, móveis e artigos de decoração com
inspiração vintage, garimpados pelo mundo afora, além do mobiliário
exclusivo do Studio Desmobília. Entre peças únicas assinadas por nomes
famosos do design internacional, como Jacques Beny, Ingo Maurer,
Antonio Citterio, Jorge Zalzupin, Michael Graves, brinquedos, cristais,
pôsteres estão expostos nos ambientes e disputam o olhar dos clientes. O
detalhe é que a casa não seria reformada por um projeto arquitetônico.
Rafel Leão, responsável pelo projeto luminotécnico, teve de trabalhar
com o imóvel a partir de uma recuperação bruta do original.
O pré-requisito solicitado ao lighting designer foi um projeto
luminotécnico que valorizasse o mobiliário em um espaço modesto
para o tamanho da coleção da loja, principalmente no pavimento térreo,
onde estão expostas as peças mais valiosas. “Como foi inviável demolir
completamente as antigas paredes, devido ao sistema estrutural da casa
(alvenaria), nos restaram ‘lembranças’ dos ambientes. O conceito do
projeto se sustenta na integração espacial, sem ocultar o passado da
construção, pois dialoga com as vigas remanescentes”, destaca Rafael
Leão. “Criamos uma composição de sancas que funcionam como linhas,
recriando os espaços antigos sem defini-los demasiadamente – como
na arquitetura modernista de Mies van der Rohe, que se inspirava nas
obras de Mondrian. Isso viabilizou a integração espacial e fortaleceu
a linguagem do projeto arquitetônico.”
As sancas receberam lâmpadas fluorescentes (T 8, 32W, 3.000K) e
não fecham quadrados: às vezes são em L, em outras vezes em linha
e, desta forma, dialogam perfeitamente com a arquitetura original.
A luz difusa gerada pelas sancas flexibiliza a ocupação dos espaços e
também cria a impressão de aumento da espacialidade dos ambientes,
sem fortalecer um ambiente em si, mas permitindo que se integrem.
L+D
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O lighting designer optou pelo uso de sancas,
que criam movimento e convidam o observador
a se deslocar entre os ambientes, além de dar
a impressão de aumentar o pé-direito
A luz indireta garante a uniformidade necessária para flexibilizar
Destaques ocasionais também foram adicionados para criar pontos
lâmpadas multivapor metálico de bulbo cerâmico (35W, 3.000K),
a ocupação dos espaços, pois a loja trabalha com peças
de interesse nos locais mais distantes das sancas, compensando a
também usadas na vitrine do pavimento inferior.
restauradas e novos formatos surgem a todo o momento
perda de luz. A opção do lighting designer foram luminárias quadradas
Na entrada, foram colocados balizadores de embutir na parede,
de sobrepor com facho orientável e recuo branco fosco, e lâmpadas
equipados com lâmpadas Halopin (25W, 127V). Já a luz da fachada
halógenas dicroicas com tecnologia IRC (35W, 12V, 36º).
foi quase totalmente suprimida, porque, segundo o lighting designer,
O objetivo foi dar grande flexibilidade de uso aos ambientes e obter
“o apelo interno era mais importante, pois valorizaria a transparência
L+D
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uniformidade de iluminâncias, já que as linhas de produtos são muito
variadas. “Não tínhamos um formato de exposição e setorização
espacial. A loja precisava ficar livre para que os proprietários tivessem
da arquitetura, fazendo da loja uma fonte de luz como uma lanterna”.
Para garantir o consumo reduzido de energia, a maioria das lâmpadas
usadas são halógenas dicroicas de potências baixas – nunca acima
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a liberdade de brincar com a distribuição das peças nos ambientes,
de 35W – e a temperatura de 3.000K promove uma atmosfera
e a luz tinha de iluminar os espaços e valorizar as peças, que ainda
“semiacolhedora”. “Não é como um escritório, mas há uniformidade
DESMOBÍLIA
têm tamanhos e formatos diferentes”, afirma Rafael Leão.
suficiente para garantir o uso do espaço”, explica Rafael Leão.
Curitiba, Brasil
No andar superior, local de menor trânsito, o lighting designer
“O light design da Desmobília favorece o mobiliário, que é o personagem
Projeto de Iluminação: Rafael Leão / Conforto Visual
optou por sensores de presença de sobrepor no teto com lâmpadas
principal e nada pode tirar sua atenção, além de não comprometer
Fornecedores: Osram (luminárias quadradas de
de cor branca (500W,127V). Onde ficava a sacada da casa foram
a hierarquia visual. O importante nesse projeto é a transparência
sobrepor, balizador Halopin), Philips (lâmpadas),
construídas vitrines, que receberam projetores orientáveis com dois
dos ambientes e os móveis expostos – são eles que devem chamar a
Tektron (sensores de movimento)
tipos de refletores diferentes (30º e 60º), ambos equipados com
atenção”, finaliza. (Por Deborah Peleias)
Fotos: Rafael Leão
projetos
Efeito oásis
Uma cidade de apenas 85 mil habitantes, rodeada por
montanhas cobertas de neve ao norte da Eslováquia. Assim é Zilina.
Entre as construções com arcadas burguesas dos séculos 16 e 17, no
Esta atração mágica é resultado do lighting design da Zumtobel,
que criou soluções luminotécnicas baseando-se em sistemas modernos
e inteligentes em todas as áreas comuns do conjunto, composto por
L+D
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coração da pacata cidade um moderno e arrojado shopping center foi
erigido, transformando definitivamente a paisagem com suas luzes,
formas e cores.
luminárias e controles de iluminância.
O Mirage é composto por um prédio circular com adjacências
retangulares e uma torre redonda, inspirada no Castelo Budatin,
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Inaugurado em fevereiro de 2011, o Mirage Shopping Center pode
situado ao norte da cidade. Uma grande claraboia, em forma de
ser descrito, de fato, como uma “miragem” na região central da
coroa, finaliza o conjunto.
Acima, fachada do Mirage Shopping
terceira maior cidade da Eslováquia. São 22.000m² para abrigar mais
Para este portentoso empreendimento comercial, o escritório Zumtobel
Center: praticamente invisíveis durante
de 100 lojas. A proposta arrojada do projeto arquitetônico, assinado
desenvolveu um projeto luminotécnio considerando apenas duas
o dia, spots com 2.000 LEDs, controlados
por Michal Divis, revela-se já na fachada, revestida por hexágonos em
únicas e modernas soluções: uma para a iluminação externa e fachada
individualmente por sistema DMX,
metal e vidro, que lembram uma grande colmeia. Ao cair da noite,
e outra para os ambientes internos de circulação comum. O projeto
iluminam o revestimento de metal e vidro
uma surpresa: suaves luzes azuis iluminam o shopping e seu entorno,
para as áreas exteriores é simples e funcional. A opção foi por uma
em forma de hexágonos
atraindo a população.
luz mais suave para a fachada com produtos Bega, como luminárias
O sistema de gerenciamento do projeto luminotécnico
controla as faixas de LEDs – de cores dinâmicas, na
página ao lado. O sistema Cielo instalado nos forros
dos corredores e passagens fornecem iluminação
similar à luz do dia. O lobby, em forma circular,
durante o dia é iluminado por uma grande claraboia,
que serve todo o ambiente com luz zenital
de chão e de embutir no teto, e colocou-se uma faixa especial de LEDs
de controle de iluminação suave de 400 lux das luminárias de teto do
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em cada ângulo dos hexágonos que a recobrem, com variação nos
padrões de cores, desenvolvido pela empresa Copper Lighting. Esta
solução incomum apenas se revela quando a noite cai: 2.000 spots
sistema Cielo, desenvolvido pela própria Zumtobel, permite a sensação
prazerosa e permanente da luz do dia. Os módulos quadrados de
iluminação Cielo foram usados tanto nas grandes quanto nas pequenas
L+D
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de LEDs se acendem, e a partir de um controle DMX, cada spot pode
áreas em dois tamanhos-padrão: em 600mm e 900mm, e com luz
ser controlado individualmente.
branca e coloridas.
Nas áreas públicas, foram utilizadas linhas de spotlight e de LED,
Downlights fornecem uma iluminação uniforme no grande lobby,
downlight FD 1000 e luminárias circulares de superfície Ondaria.
e também têm a função de direcionar os consumidores através dos
Para os interiores, as fontes de luz são de alta qualidade e eficiência
intermináveis corredores de lojas, enquanto faixas de LED de diferentes
e foram pensadas para dar a sensação de luz diurna o tempo todo. O
cores criam uma atmosfera vívida e confortável nos pisos individuais,
lobby, em forma circular, durante o dia é iluminado por uma grande
criando cenas dinâmicas a cada nova angulação do setor comercial.
claraboia, que serve todo o ambiente com luz zenital. À noite, o sistema
Conjuntos de luminárias 2 x 2 foram colocados no teto intercalados por
lâmpadas coloridas para oferecer um ambiente de bem-estar enquanto
cada pessoa decide o que comprar entre tantas vitrines e serviços.
Na praça de alimentação, a iluminação foi pensada para ser ideal à
pausa nas compras. Panos infinitos de downlights de LED e um sistema
de spotlights compactos de LED com cones direcionáveis dão vivacidade
ao local das refeições, sem contudo tirar o efeito de relaxamento.
As escadas da passagem adjacente que leva ao cinema também
foram consideradas e são iluminadas uniformemente por discretas
luminárias circulares suspensas.
Todo o shopping Mirage é controlado por um sistema inteligente de
gerenciamento de luz, permitindo à administração flexibilizar o uso da
energia, de maneira que o cliente participa ativamente do programa
de redução de energia do projeto luminotécnico – tanto as luminárias
individuais quanto as em grupo no sistema plug & play dimerizadas
otimizam a qualidade da luz e o consumo energético, usando sistemas
como o Luxmate Professional e o sistema de emergência de LEDs.
O trabalho do lighting design e da arquitetura do Mirage Shopping
Center deram motivos suficientes para que ele fosse eleito o “novo
coração de Zilina”, consequência, como destaca o arquiteto Michal
Divis, “de um trabalho realizado diretamente com a Zumtobel em
todas as fases do projeto de lighting design, para oferecer a melhor
atmosfera ao shopping e também para obter as melhores soluções
para os usuários e investidores. Encontramos na Zumtobel o melhor
parceiro para desenvolver e colocar em prática nossas ideias para a
iluminação do Mirage”. (Por Deborah Peleias)
Abaixo, nesta página, área de circulação
interna, iluminada por downlights
circulares. À direita, downlights
fornecem uma iluminação uniforme no
grande lobby, e também têm a função
de direcionar os consumidores pelos
corredores de lojas, enquanto faixas de
LED de diferentes cores criam ambiente
vívido e confortável nos pisos individuais.
Na página ao lado, abaixo, downlights
de LEDs e spots criam uma atmosfera
de bem-estar nas áreas de alimentação
Mirage Shopping Center
Zilina, Eslováquia
Projeto de Iluminação: Zumtobel / consultores Marsy Banska Bystrica
Arquitetura: Michal Divis
Fornecedor: Zumtobel (sistema modular Cielo, luminárias Ondaria, downlight de
panos infinitos, luminária Perluce D Louvre, Resclite, Ecosign, Erogsign, luzes de
emergência Comsign, luminárias de sinalização de fuga, Luxmate Professional,
Luxmate Daylight), Bega (luminárias de chão e de embutir em parede)
Fotos: Divulgação / Zumtobel
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projetos
IMERSÃO
FASHION
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Quando a Triton escolheu Paris Hilton para ser seu rosto em
três temporadas consecutivas, ficaram claro os princípios que alinhavam
cada nova coleção: moda, comportamento e atualidade. E ousadia.
com projeto luminotécnico de Antonio Carlos Mingrone, da Mingrone
Iluminação. Na loja da Oscar Freire a ideia principal foi evidenciar os
produtos dentro de uma atmosfera cênica, onde as áreas de circulação
A flagship da Triton na Rua Oscar Freire revela a
inovação e nova atitude da marca a partir de um
novo desenho para o mobiliário expositor, vitrines
L+D
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Criada em 1975, a marca possui pontos de venda espalhados pelo
permanecem em um grau de iluminação não tão elevado, e as peças
e, principalmente, o lighting design. Destaque para
Brasil e Estados Unidos, França e Japão, locais onde mantém um
dispostas nos expositores perimetrais ficam destacadas pela iluminação
o teto espelhado em plano inclinado
público fiel e atento aos movimentos jovens. O arquiteto José Ricardo
incorporada ao mobiliário ou pela luz proveniente de projetores
Basiches foi chamado para redefinir a identidade visual das lojas da
instalados no teto espelhado.
rede. O marco do projeto de reconceituação é sua flagship, na Rua
“O projeto de iluminação criou o conceito de uma loja ‘passarela
Oscar Freire, em São Paulo.
fashion’. Ela é iluminada em suas laterais, onde estão as peças, de forma
A proposta de Basiches traz um novo desenho para o mobiliário
que o ambiente se destaque ao longo de todo o percurso, desde a
expositor, vitrines e iluminação, a qual se adapta a esta nova linguagem
entrada até o fundo da loja”, define Mingrone. Assim, a luz setoriza a
Nas fotos da página ao lado o bloco principal da
loja, que simula uma passarela de desfiles de moda.
Na foto abaixo, perspectiva da transição da área de
serviço para a convivência com materiais reflexivos.
Nesta página, a grande parede verde iluminada
pela claraboia
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loja em três ambientes distintos: a parte da frente, onde está a vitrine/
entrada, o corpo principal da loja e o bloco de provadores e café, onde
ocorre uma grande empena revestida com vegetação – uma “parede
verde” de 6m de altura.
Um dos destaques da arquitetura é o grande espelho que recobre
todo o teto em plano inclinado. A paginação do forro espelhado exigiu
soluções específicas para a instalação e disposição dos aparelhos de
iluminação, uma vez que o teto está revestido por espelho formado
por placas retangulares e bisotadas. As luminárias foram desenhadas
para adequarem-se à modulação dada pelo desenho do forro.
“O que mais chamou nossa atenção quando iniciamos a elaboração
do projeto, foi o fato de termos de trabalhar, contrariamente ao habitual,
com superfícies muito pouco reflexivas – as paredes se apresentavam
texturizadas na cor preta e os pisos também escuros. Por outro lado, o
teto se colocava como extremamente reflexivo – totalmente espelhado”,
comenta Mingrone.
Entra-se na loja pela vitrine, isto é, não existem vitrines no sentido
habitual, elas se constituem no espaço integrado, fazendo com que o
consumidor se misture com os manequins e mesas expositoras, uma
espécie de imersão no mundo Triton.
Ao longo de toda a loja, expositores são marcadamente dispostos
em ambas as paredes laterais, e junto a uma delas se desenvolve a
“passarela fashion” projetada por Basiches, que se desenha desde a
entrada até os provadores, localizados ao fundo da loja. “O clima
criado é o típico encontrado nas áreas de desfile, por isso a área do
L+D
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café surpreende quando se visualiza a grande parede verde e o teto de
vidro, que durante o dia permite a entrada da luz natural, e, à noite
propicia condições para uma iluminação cênica da parede verde”,
destaca lighting designer.
O forro espelhado, que cobre toda a loja, recebeu dispositivos de
luz instalados em nichos, usando-se luminárias de embutir de formato
retangular, compostas por dois, três ou quatro módulos direcionáveis,
dotados de lâmpadas energy save, de fabricação Osram: halógenas
refletoras do tipo AR 111, 35W, 24° e 8°, e halógenas dicroicas,
35W, 24° e 10°. Em áreas de pé-direito reduzido, foram utilizadas
alternativamente lâmpadas halógenas refletoras do tipo AR 70.
Destaque especial foi dado aos nichos expositores dispostos na parede
ao longo da “passarela fashion”, que foram dotados de iluminação
incorporada a partir de linhas contínuas de LED.
Os demais expositores, assim como os provadores, foram tratados
com recursos de máxima fidelidade na reprodução de cores dos objetos
expostos com o uso de lâmpadas fluorescentes tubulares (T 8, 36W e
18W, Philips) com índice de reprodução de cor superior a 90, como
as empregadas em museus.
Em duas situações optou-se pelo uso de iluminação de piso com
projetores de embutir, com lâmpadas halógenas refletoras do tipo
AR 111, 60W, 8°. A primeira na área de entrada/vitrine, com objetivo
de tornar mais cênico o espaço, enaltecendo o pé-direito duplo, bem
como o revestimento das paredes laterais. A segunda, na circulação
ao término da “passarela fashion” que leva ao espaço do café, com o
intuito de se criar uma atmosfera propícia à transição de espaços até
o café, onde o clima é o de relaxamento e descontração.
À esquerda, caixa na fachada
é iluminada por trás. Abaixo, os
provadores receberam lâmpadas com
índice de reprodução de cores elevado
e, à direita, o espelho do teto reflete
e distorce a mudança de cenário
proposto pelo projeto de iluminação
Com o propósito de soltar o grande plano inclinado de forro
espelhado, foram criadas duas cornijas, compostas por linhas contínuas
L+D
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de lâmpadas fluorescentes tubulares T 5, 28W e 14W. E ainda está
em fase de implantação a automação do espaço entrada/vitrine para
criar soluções alternativas de iluminação que se alternarão de 5 em 5
LOJA TRITON
L+D
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minutos, gerando diferentes cenários para a exposição dos produtos.
São Paulo, Brasil
E por fim, para atrair o consumidor na rua da capital paulista,
Projeto de Iluminação: Antonio Carlos Mingrone /
a fachada recebeu uma solução inusitada: a luz emana de uma
Mingrone Iluminação
caixa e um recorte deixa vazar o nome Triton. ”A caixa é iluminada
Arquitetura: José Ricardo Basiches / Basiches
e por reflexão do recorte na superfície se delineia a palavra Triton”,
Arquitetos Associados
explica Mingrone, para quem a sintonia com o escritório Basiches foi
Fornecedores: Conelight (luminárias), Osram,
fundamental para atender aos partidos arquitetônico e luminotécnico.
Philips (lâmpadas)
(Por Deborah Peleias)
Fotos: Leonardo Finotti
eventos
O designer Ingo Maurer fez um apanhado de sua trajetória e mostrou
a evolução de suas luminárias e como as fontes luminosas influenciam
diretamente em sua criação – ele é autor da provocativa série Bulbs, uma
“homenagem” às tradicionais e condenadas lâmpadas incandescentes.
Sob o título “Addicted to Light – Thank God for Shadows”, ele falou do
desafio criativo em se trabalhar com o mercado de design e de como
fontes originaram séries diferentes de trabalhos, como a versão do LED
Wallpaper que apresentou este ano em Milão.
A 28ª edição do International Lighting Design Awards da International
Associaton of Lighting Designers (IALD) premiou 17 projetos de
iluminação arquitetônica, de nove países diferentes. Dos 17 projetos
reconhecidos, três ganharam menções especiais. Foram entregues oito
prêmios de Honra ao Mérito e seis prêmios de Excelência, na apresentação
realizada em 18 de maio, o Salão de Chá Crystal na Filadélfia.
O IALD Radiance Award, prêmio principal, foi entregue ao escritório
alemão Licht Kunst Licht, pelo projeto de iluminação urbana para a
Telekom Bridge, passarela urbana da cidade de Bonn, Alemanha (leia
mais sobre o projeto à página 48). A próxima edição da Lightfair será
realizada entre 7 e 11 de maio de 2012, em Las Vegas. (Da Redação)
lightfair 2011
mil fontes luminosas), simula os movimentos de nuvens flutuando em
direção à cidade de Meca, com o refinamento de uma transformação
da paleta luminosa que, do amarelo para o azul, simula a passagem
das quatro fases lunares, simbolismo importante para a cultura islâmica.
Fora das palestras especiais, que contaram também com a participação
da arquiteta Jeanne Gang (do Studio Gang), os simpósios apresen-
A 22ª edição da Lightfair Internacional (LFI) bateu
o próprio recorde de público e expositores, concretizando um modelo
taram pesquisas recentes, reflexões e experiências de especialistas em
áreas diferentes da iluminação. O LED, principalmente, e a questão da
que aproxima as diferentes esferas do setor de iluminação: pesquisa,
eficiência energética de fontes e sistemas luminosos, em geral, foram
ensino, criação e produção. Excepcionalmente realizada na Filadélfia,
assuntos recorrentes nas apresentações de 90 minutos, frequentadas
o evento que tradicionalmente se reveza entre Nova York e Las Vegas
não só por estudantes, mas principalmente por profissionais responsá-
reuniu 23.709 pessoas de 75 países na feira sediada no Pennsylvania
veis por gerenciamentos corporativos e públicos, de diferentes países.
Convention Center, importante centro de convenção no coração histórico
As fontes foram temas diretos dos simpósios, como o ótimo “Living
da antiga capital norte-americana.
with LEDs, the Real World”, de John Curran, presidente da LED Trans-
Este ano, o maior destaque entre as palestras especiais foi a apresen-
formation, em que o físico expôs o grande mistério que os diodos ainda
tação do escritório inglês Speirs + Major, representado por seus três
representam para os consumidores finais, ou ainda em “LEDs: Facts Vs.
principais sócios, Jonathan Speirs, Mark Major e Keith Bradshaw, autores
Fiction”, em que Leora Radetsky, do Lighting Research Center, discutiu
de dois dos mais significativos projetos de iluminação para edificações
os sistemas de mensuração e os parâmetros comparativos usados para
religiosas – a Mesquita em Abu Dhabi (reportagem de capa da edição
checar a eficiência das diferentes escolhas. O tema das fontes também
30 da L+D), e a Cadetral St. Paul, em Londres. Sob o título “O Espírito
foi abordado de maneira mais transversal em algumas apresentações,
da Luz”, eles resumiram as estratégias, soluções e as experiências em
como a da lighting designer Janet Moyer, que, com uma aula sobre li-
muitos momentos contrastantes entre as duas obras premiadas – as duas
ghting e paisagem (“Why Paint the Landscape with Light”), apresentou
somam pelo menos uma dúzia dos mais importantes reconhecimentos
a evolução do uso do LED em áreas verdes externas.
da área. “A começar pelo fato de que luz e sombras têm significados
L+D
78
sempre muito importantes e tão distintos entre as religiões”, disse Mark
Major, que acompanhou de perto a reformulação da catedral londrina –
terceira reforma elétrica da história do edifício do século 17, onde, nas
Na página ao lado, a parte expositiva
da feira realizada este ano na Filadélfia.
L+D
79
palavras do lighting designer, tudo foi trocado exceto as luminárias – que
Entre os convidados do evento, o designer
puderam ser restauradas graças a uma pesquisa intensa do escritório
Ingo Maurer (abaixo), que falou sobre sua
entre os fabricantes mais antigos e tradicionais da capital inglesa. Muito
trajetória na criação de luminárias. Nesta
maior em área construída e em questões culturais a serem decifradas, a
página, a Mesquita em Abu Dhabi (acima)
mesquita, contou Jonathan Speirs, tinha uma ocupação importante na
e a St. Paul’s Cathedral (abaixo), projeto
paisagem de Abu Dhabi – o edifício é nada menos que a terceira maior
apresentados em uma das mais interessantes
do mundo na sua tipologia. A solução para a iluminação foi um sistema
palestras do evento, a do escritório Speirs
de projeção que, com um sistema complexo de projetores (mais de 19
+ Major, de Londres
produtos
360°
lumini
Uma luz embutida ilumina o pendente confeccionado em aço inox
e banhado a ouro, na peça criada pelo designer Antonio Bernardo. A
luminária 360° foi apresentada durante o Design São Paulo, evento
realizado na Oca, Parque do Ibirapuera, em junho. Desenvolvida pela
Lumini, a peça é uma versão de uma das mais celebradas criações do
designer, o brinco 360°. Seguindo a tendência das mostras de arte-
-design consagradas pela casa de leilões Sotheby’s, foram produzidas
apenas sete peças da versão banhada a ouro, todas abastecidas com
lâmpadas Halospot AR 111 50W.
www.lumini.com.br
Shakti
Fernanda Funes
A família de luminárias Shakti, da designer Fernanda Funes, é composta
por uma peça cilíndrica central em alumínio maciço torneado, na qual
estão encaixados dois módulos difusores semicirculares feitos em acrílico
branco moldados em forma aerodinâmica. A rotação dos difusores
permite efeitos variados de iluminação e o sistema de bilhas e molas
que os prendem possibilita sua retirada para a troca de lâmpadas. A
peça é facilmente adaptável, podendo ser utilizada no teto, parede,
piso ou mesa.
www.fernandafunes.com.br
L+D
3D
Bertolucci
L+D
80
A Bertolucci apresentou recentemente sua coleção 2011, com
peças assinadas por ícones do design nacional, como Gloria
EnduraLED 17-watt
Philips
81
Coelho, Camila Sarpi, Claudia Moreira Salles, Guto Requena e
Mauricio Arruda. A linha 3D da estilista Gloria Coelho possui
A Philips apresentou na última Lightfair, na Philadelphia, a primeira
coluna de luz grande (1,86m de altura), coluna pequena (1m
lampLED para retrofit de lâmpadas incandescentes de 75W, a EnduraLED
de altura) e abajur. As luminárias possuem estrutura de alumínio
17W. Segundo o fabricante, o produto tem vida útil 25 vezez maior
na cor prata e difusor de policarbonato fosco recortado a laser.
que as lâmpadas tradicionais e seu consumo de energia é 80% menor.
www.bertolucci.com.br
www.philips.com
PARA SABER MAIS
Antonio Carlos Mingrone
Janet Moyer
Paul Gregory
Stephan Thiele
Mingrone Iluminação
Janet Moyer Landscaping
Focus Lighting
Lich Kunst Licht
T: (11) 5052 6062
T: (415) 821 3760
T: (212) 865 1565
T: 49 (0) 228 91422 15
www.mingroneiluminacao.com.br
www.jmoyerlandscaping.com
focuslighting.com
www.lichtkunstlicht.com
Ingo Maurer
Marcos Castilha
Speirs+Major
Rafael Leão
T: (212) 965 8817
Marcos Castilha Arquitetura de
T: 44 (0) 20 7067 4700
Conforto Visual
www.ingo-maurer.com
Iluminação
www.speirsandmajor.com
T: (11) 3088 4697
T: (11) 3877 0343 / 8211 9927
www.confortovisual.com.br
www.castilhailuminacao.com.br
PATROCINADORES
Danese Milano
Fael Luce
Light Design
Simon
T: (41) 3244 3244
T: (41) 3399 1009
T: (81) 3339 1654
T: 0800 727 8107
www.pamplonacoelho.com.br
www.faelluce.com.br
www.lightdesign.com.br
www.simonbrasil.com.br
página 21
página 29
páginas 10 e 11
página 35
Dimlux Iluminação
GE Iluminação
Lumini
Steluti
T: (21) 2253 9444
T: 0800 595 6565 e 4001 6565
T: (11) 3437 5555
T: (11) 3079 7339
www.dimlux.com.br
www.geiluminacao.com.br
www.lumini.com.br
www.steluti.com.br
página 23
páginas 8 e 9
páginas 4, 5, 14, 15 e 4ª capa
página 18
DL Iluminação
Iluminar
Lutron
Stillux
T: (11)5538 3355
T: (31) 3284 0000
www.lutron.com/latinamerica
T: (11) 4616 7744
www.dliluminacao.com.br
www.iluminar.com.br
página 19
www.stillux.com.br
página 27
páginas 6 e 7
página 33
L+D
82
Ever Light
T: (31) 2566 8963
Inside
T: (11) 4746 1352
Mantra
T: (41) 3026 8081
Trancil
T: 0800 979 9030
www.everlight.com.br
www.inside.ind.br
www.mantraco.org
www.trancil.com.br
páginas 38 e 39
página 37
páginas 12 e 13
página 31
Fabbian Brasil
Itaim Iluminação
Osram
T: (41) 3284 4000
T: (11) 4785 1010
T: 0800 55 7084
www.fabbian.com
www.itaimiluminacao.com.br
www.osram.com.br
2ª capa
3ª capa
página 25