L+D 43
Edição 43: Maio / Junho - 2013
Edição 43: Maio / Junho - 2013
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
R$16,00<br />
l+d<br />
luz + design + arquitetura<br />
ISSN: 1808-8996<br />
MAR, Rio de Janeiro<br />
Milão 2013<br />
Casa Daros, Rio de Janeiro<br />
East street restaurant, Londres<br />
Téo, São Paulo
tune the light<br />
tune the light<br />
Light Board LED<br />
Premiere for ERCO’s Light<br />
Board: efficient spotlights,<br />
floodlights and wallwashers<br />
consistently designed only for<br />
LEDs, the source of the future.<br />
With a striking design that<br />
gives expression to the innovative<br />
lighting technology.<br />
The flat housing of cast aluminium<br />
integrates the control<br />
gear and ensures a long life<br />
through sophisticated heat<br />
management. High-power<br />
LEDs in warm white or neutral<br />
white produce a luminous<br />
flux of 290lm to <strong>43</strong>20lm with<br />
a connected load of 5.4W to<br />
54W, suitable for a vast range<br />
of applications. The highly<br />
efficient LED lighting technology<br />
featuring collimators<br />
and Spherolit lenses is only<br />
available from ERCO – with six<br />
light distribution patterns from<br />
narrow spot through to wide<br />
flood, oval flood and wallwash:<br />
for creative lighting concepts<br />
with efficient visual comfort.<br />
www.erco.com/lightboard<br />
Opton LED<br />
Premiere for ERCO’s Opton:<br />
efficient spotlights, floodlights<br />
and wallwashers consistently<br />
designed with LEDs, the source<br />
of the future, for maximum<br />
performance. The minimised<br />
design positions Opton as an<br />
optimal tool for shop lighting:<br />
Its very low height makes it<br />
ideal for shop windows or<br />
rooms with low ceilings. The<br />
luminaire head of cast aluminium<br />
ensures a long life<br />
through sophisticated heat<br />
management. High-power<br />
LEDs in warm white or neutral<br />
white produce a luminous flux<br />
of up to 2160lm with a connected<br />
load of only 27W. The<br />
highly efficient LED lighting<br />
technology featuring collimators<br />
and Spherolit lenses is only<br />
available from ERCO – with six<br />
light distribution patterns from<br />
narrow spot through to wide<br />
flood, oval flood and wallwash:<br />
for creative lighting concepts<br />
with efficient visual comfort.<br />
www.erco.com/opton<br />
E<br />
E
R$16,00<br />
l+d #<strong>43</strong><br />
42<br />
54<br />
l+d<br />
LUZ + DESIGN + ARQUITETURA<br />
MAR, Rio de Janeiro<br />
Iluminação: Estúdio Carlos Fortes<br />
Foto: Andrés Otero<br />
ISSN: 1808-8996<br />
MAR, RIO DE JANEIRO<br />
MILÃO 2013<br />
CASA DAROS, RIO DE JANEIRO<br />
EAST STREET RESTAURANT, LONDRES<br />
TÉO, SÃO PAULO<br />
62<br />
68<br />
18<br />
20<br />
46<br />
agenda<br />
¿QuÉ Pasa?<br />
PROJETOS<br />
46. Casa Daros, Rio de Janeiro<br />
54. MAR, Rio de Janeiro<br />
62. East Street Restaurant, Londres<br />
68. Téo, São Paulo<br />
72<br />
eventos<br />
Milão 2013 – Semana de Design + Euroluce<br />
<strong>L+D</strong><br />
10<br />
72
EDITORIAL<br />
Romulo Fialdini<br />
PUBLICADA POR<br />
EDITORES<br />
André Becker<br />
Thiago Gaya<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Rua Catalunha, 350<br />
05329-030 São Paulo SP<br />
t: 11 2827.0660<br />
ld@portallumiere.com.br<br />
www.portallumiere.com.br<br />
As cidades e a feira<br />
Algumas edições gostaríamos que tivessem três capas. Uma das matérias mais<br />
aguardadas na pauta da <strong>L+D</strong> é nossa visita à Semana de Design e à Euroluce,<br />
em Milão. Uma sequência de vários anos já, que nos permite acompanhar os<br />
caminhos da indústria, sua maturação e até pontos de inflexão, além de destacar<br />
inúmeros produtos e designers específicos, em uma das matérias mais ricas em<br />
imagens e conteúdo.<br />
Mas também temos desenvolvido, nas últimas edições da <strong>L+D</strong>, uma pauta<br />
de projetos com um forte contexto urbano e regenerador, com a High Line<br />
em Nova York como destaque da edição 41, e a Praça Roosevelt em São Paulo<br />
destaque da edição 42.<br />
Nesta edição, definimos dois projetos recém-inaugurados no Rio de Janeiro, que,<br />
apesar de museus e não praças como os citados acima, têm essa a característica de<br />
catalisadores urbanos: a Casa Daros, parceria dos suíços da Mati Lichtgestaltung<br />
e o LD Studio, de Monica Lobo e Daniele Valle; e o MAR-Museu de Arte do Rio,<br />
do Estúdio Carlos Fortes com colaboração da Franco Associados.<br />
Optamos por destacar na nossa capa a ascensão do Rio de Janeiro, e a linha<br />
urbana que temos desenvolvido nas últimas edições, o que sempre tem maior<br />
influência nas nossas cidades e em nossas vidas.<br />
E completando esta leitura do lighting design como elemento vital do cotidiano<br />
e não um item de luxo, destacamos ainda projetos onde a criatividade e o bom<br />
gosto geram trabalhos ricos e exemplares, em obras de escala menor e focos<br />
orçamentários claros: o antiquário Téo, em São Paulo, baú de tesouros, e o<br />
East Street Restaurant, em Londres, com uma linguagem econômica e divertida<br />
baseada nos mercados de rua asiáticos, dois projetos que exaltam o lighting<br />
design de qualidade e acessível.<br />
editores<br />
>André Becker<br />
>Thiago Gaya<br />
DIRETOR DE ARTE<br />
>Pedro Saito<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
>André Becker<br />
>Carlos Fortes<br />
>Elettra Bordonaro<br />
>Gilberto Franco<br />
>Orlando Marques<br />
REVISÃO<br />
>Deborah Peleias<br />
GERENTE ADMINISTRATIVO<br />
>Richard Schiavo<br />
CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS<br />
>Rodrigo Martins<br />
PUBLICIDADE<br />
>Lucimara Ricardi (Diretora Comercial)<br />
>Paula Ribeiro<br />
>Suely Mascaretti<br />
>Avany Ferreira<br />
MARKETING<br />
> Márcio Silva<br />
PUBLICIDADE<br />
comercial@portallumiere.com.br<br />
t: 11 2827.0660<br />
ASSINATURAS<br />
assinaturas@portallumiere.com.br<br />
t: 11 2827.0660<br />
IMPRESSA POR<br />
<strong>L+D</strong><br />
12<br />
tiragem e circulação<br />
auditadas por
vem aÍ<br />
4º ledforum<br />
01 e 02 de agosto - São Paulo<br />
www.ledforum.com.br
agenda<br />
Tourisme Montreal, Stephan Poulin<br />
IALD Enlighten Americas<br />
4º LEDFORUM<br />
A Associação International de Lighting Designers promoverá o<br />
Enlighten Americas 2013 com o tema La Vie en Lumiére/ Life in Light,<br />
em outubro, em Montreal, Canadá.<br />
Alguns dos palestrantes confirmados são Andreas Schulz, do<br />
LichtKunstLicht, Glenn Heinmiller, da Lam Partners, e Enrique Peiniger,<br />
do Office for Visual Interaction. O cadastro promocional vai até 22<br />
de agosto, e depois até 19 de setembro funciona o cadastro regular.<br />
A quarta edição do LEDforum trará novamente ao Brasil grandes<br />
nomes do lighting design mundial para discutir a aplicação da tecnologia<br />
LED. Realizado pela Revista <strong>L+D</strong> com o apoio da Associação Brasileira<br />
de Arquitetos de Iluminação, o LEDforum reunirá durante dois dias a<br />
linha de frente da indústria, da pesquisa e da prática da iluminação.<br />
A grade completa de palestras será divulgada no dia 15 de maio no<br />
site www.ledforum.com.br , data na qual serão abertas as inscrições.<br />
Onde: Montreal, Canadá<br />
Quando: de 3 a 5 de outubro de 2013<br />
Info: www.iald.org<br />
Onde: Hotel Tivoli Mofarrej, São Paulo, Brasil<br />
Quando: 1 e 2 de agosto de 2013<br />
Info: www.ledforum.com.br<br />
Daylighting summer course<br />
<strong>L+D</strong><br />
18<br />
Iniciativa da Universidade da Flórida e da PLDA-Professional Lighting<br />
Designers Association, o curso introduz a cultura da luz do dia tanto<br />
como um recurso de expressão como uma ferramenta técnica para um<br />
design sustentável. A luz artificial está presente não como um tópico<br />
independente, mas em sua integração à luz natural.<br />
Além destes estudos, faz parte do curso um programa completo de<br />
palestras, seminários e conferências, além de visitas a edifícios de Alvar<br />
Aalto, Tadao Ando, Renzo Piano e Carlos Scarpa, entre outros.<br />
As inscrições vão até o dia 19 de maio.<br />
divulgação<br />
Onde: Vicenza, Itália<br />
Quando: de 8 a 19 de julho de 2013<br />
Info: www.daylightthinking.com
¿QuÉ Pasa?<br />
IALD Awards<br />
Matt Irwin<br />
Durante a Light Fair International-LFI, na Filadéfia (EUA), ocorrida<br />
entre 21 e 25 de abril, foi realizada a tradicional premiação anual da<br />
International Association of Lighting Designers-IALD.<br />
Em sua trigésima edição, dez projetos de nove diferentes países,<br />
escolhidos entre concorrentes de todo o mundo, foram premiados.<br />
O Radiance Awards, principal honra, ficou com os alemães da Pfarre<br />
Lighting Design, pelo projeto da Hafencity-University Subway Station,<br />
em Hamburgo, na Alemanha.<br />
Dois Prêmios de Excelência foram outorgados desta vez: um para o<br />
escritório australiano Electrolight, pelo projeto do Crown Towers Eastern,<br />
em Melbourne, Austrália, e outro para o Lighting Design Collective<br />
sediado em Madri, com unidades em Londres e Helsinque, pelo projeto<br />
do Silo 468, em Helsinque, Finlândia.<br />
Seis prêmios de Honra ao Mérito foram distribuídos para projetos<br />
na Inglaterra (Burlington Arcade, projeto de Speir + Major); França<br />
(Cite du Surf et de L´Ocean, projeto de LÓbservatoire International);<br />
China (Kunming Changshui International Airport, projeto de Shangai<br />
Grandar Light Art & Technology Co); Estados Unidos (Lakewood Cemetery<br />
Garden Mausoleum, projeto de HGA Architects + Engineers); Austrália<br />
(Sneakrology, projeto de Electrolight novamente), e Japão (Tokyo Skytree,<br />
projeto de Sirius Lighting Office Inc.).<br />
Uma Citação Especial foi outorgada ao Qatar National Convention<br />
Centre Banqueting Suite, projeto de Light and Design Associates LTD,<br />
em Doha, Quatar.<br />
Estivemos presentes na feira e na premiação, e nas próximas edições de<br />
<strong>L+D</strong> publicaremos os projetos mais representativos premiados pelo IALD.<br />
Tapio Rosenius<br />
<strong>L+D</strong><br />
Tapio Rosenius<br />
20<br />
Markus Tollhopf<br />
Markus Tollhopf
¿QuÉ Pasa?<br />
James Medcraft<br />
Bactérias<br />
O Centro Pompidou em Metz, França, projeto de Shigueru Ban<br />
inaugurado em 2010, é famoso pelo desenho inusitado. Uma cobertura<br />
ameboide flutuante cobre o conjunto, mas é também eventualmente<br />
rasgada por volumes mais convencionais de linhas retas. Ele gerou<br />
impressões distintas em críticos, residentes e visitantes.<br />
E se transformou, na última edição do “Nuit Blanche - Metz”, em<br />
uma instalação poderosa com visuais de Simon Geifus e Yannick Jacquet<br />
e música de Thomas Vaquié, do coletivo Antivj. Em face ao espaço<br />
disponibilizado e à liberdade de tema do “Nuit Blanche”, a equipe se<br />
inspirou na arquitetura de Ban e optou por desenvolver uma instalação<br />
que trabalhasse as diferenças de escala encontradas na natureza.<br />
Após pesquisas sobre criaturas marinhas, um fóssil misterioso chamado<br />
Paleodictyon Nodosum inspirou livremente a instalação, por sua geometria<br />
pura e sua propriedade de criar colônias de bactérias. O conceito de<br />
uma pele estrutural que se rearranja constantemente frente a diferentes<br />
estímulos foi realizado por meio da sincronização com a música, que<br />
fornece os estímulos para as respostas das projeções geométricas em<br />
preto e branco na cobertura.<br />
<strong>L+D</strong><br />
22
¿QuÉ Pasa?<br />
Chris Levine<br />
Mandala<br />
<strong>L+D</strong><br />
24<br />
Chris Levine tem uma longa história no trabalho por meio diferentes<br />
mídias e instalações pesquisando experiências sensoriais. Ele trabalha<br />
com a luz considerada não somente um aspecto central na arte, mas<br />
na experiência humana em geral, e a partir disto desenvolve suas<br />
peças. “Flower of Light” é composta de lasers, vidro dicroico, cristais<br />
Swarovski e alumínio, uma obra site-specific na Fine Art Society, em<br />
Londres. Ela é a evolução dos estudos da série “Flower of Life”, onde<br />
padrões geométricos de pontos de luz geram uma escultura viva que<br />
preenche e dá vida a um ambiente.<br />
A metáfora ganha força quando se pensa que uma experiência artística,<br />
de um certo modo, poliniza aqueles que interagem com cada obra.
¿QuÉ Pasa?<br />
Lanterna Industrial<br />
Nem todos os projetos e intervenções que se destacam o fazem por<br />
um foco no discurso, no efeito e na crítica: alguns projetos conseguem,<br />
atendendo a quesitos técnicos, práticos e mesmo orçamentários, criar uma<br />
qualidade estética e ambiental tão destacada quanto as mais sofisticadas<br />
instalações, ou projetos que fazem as mais diversas concessões funcionais<br />
para atingir efeitos estéticos.<br />
Exemplo primoroso disto é o pequeno galpão industrial com escritório<br />
em Siegen, na Alemanha – projeto da Shawn Architekten, sediada em<br />
Frankfurt. Na entrada de um complexo industrial, ele é feito inteiramente<br />
com elementos construtivos padronizados. O fechamento em painéis<br />
translúcidos de fiberglass reduzem o consumo de energia e facilitam a<br />
produção, criando uma luz difusa e filtrando o entorno industrial árido.<br />
À noite, o galpão se transforma numa lanterna que marca a entrada<br />
do complexo.<br />
O pequeno escritório em concreto funciona como travamento e<br />
contrapeso à estrutura metálica em balanço, evitando diagonais metálicas<br />
agressivas e contribuindo para a leveza do conjunto.<br />
<strong>L+D</strong><br />
26<br />
Felix Krumbholz
¿QuÉ Pasa?<br />
Luz sinestésica<br />
<strong>L+D</strong><br />
28<br />
“O primeiro passo deste projeto foi pensar a luz como uma fragrância,<br />
uma matéria intangível que permeia o ar onde vivemos.” Este é o<br />
comentário inicial de Diego Vencato e Marco Merendi sobre a luminária<br />
Scent of Light.<br />
A forma da luminária se inspira em frascos de perfume, mas mais<br />
importante do que a semelhança visual são os demais efeitos sensíveis<br />
que ela desperta: uma bolha com textura líquida, que parece insuflada<br />
pelo soquete.<br />
Muito desta textura é devido ao uso de uma tecnologia nova de<br />
revestimento metálico, que dá o brilho molhado peculiar da peça e as<br />
sensações sinestésicas desejadas.<br />
A lâmpada LED utilizada na peça cria a aura sutil da luminária em<br />
conjunto com diferentes tons do revestimento metálico.<br />
Laura Chiarotto
¿QuÉ Pasa?<br />
Retrospectiva<br />
Mario Nanni<br />
“Luce all’opera”, luz no trabalho: o nome da exposição de Mario<br />
Nanni na Villa Panza, em Varese, Itália, não podia ser mais adequado.<br />
Por mais que Mario Nanni se defina como um poeta da luz, trabalho<br />
prático e empreendorismo estão no cerne de suas realizações, tanto por<br />
sua formação prática como pela fundação da Viabizzuno, em 1994.<br />
A exposição abarca 25 anos de produção em 20 obras, que exploram<br />
as sensações e a habilidade da luz em criar emoções e alterar a percepção<br />
convencional de espaços e relações entre objetos.<br />
As peças se integram com obras clássicas do acervo permanente da<br />
Villa Panza, permitindo um diálogo que enriquece ambas.<br />
<strong>L+D</strong><br />
30<br />
Divulgação
¿QuÉ Pasa?<br />
Divulgação/Paul Graham<br />
LUMIO<br />
<strong>L+D</strong><br />
32<br />
O arquiteto e designer americano de origem indonésia Max Gunawan,<br />
desiludido com a arquitetura “a partir do momento onde percebi que<br />
passava mais tempo cuidando de cronogramas do que pensando em<br />
estruturas e espaços”, resolveu virar a mesa e investir em projetos<br />
menores mas autorais.<br />
A ideia de Lumio, uma luminária desdobrável de acionamento<br />
instintivo, devido à sua semelhança com um simples livro, veio a partir<br />
do seu próprio caderno de croquis, onde rabiscava sua busca por ideias.<br />
Fechada, a luminária está desligada; aberta, ela se ilumina através<br />
de LEDs, chegando a emitir 500 lumens, equivalente a 40W de uma<br />
lâmpada incandescente.<br />
O protótipo conta com uma capa magnética, revestida em madeira<br />
cortada a laser, que se fixa em superfícies metálicas, e bateria recarregável<br />
que dura oito horas.<br />
O projeto foi lançado com grande sucesso no KickStarter: com uma<br />
meta original de 60.000 dólares, ele levantou 578.387 dólares em<br />
apoio e encomendas, gerando expectativas e olhares tanto para este<br />
protótipo específico como para o sucesso do modelo de desenvolvimento,<br />
que para ser completo depende agora da Lumio atender os prazos e<br />
compromissos assumidos com seus investidores.
¿QuÉ Pasa?<br />
“ Redesenhamos “ nosso nosso edifíco edifíco que utilizava que utilizava ou, ou,<br />
10,7watts/m2 10,7watts/m2 de energia de energia com a com iluminação. a iluminação. Com Com o o<br />
Quantum®, Quantum®, utiliza utiliza só 3,2 só watts/m2, 3,2 watts/m2, isto é, isto 70% é, 70% menos” menos”<br />
Glenn Hughes Glenn Hughes<br />
Diretor de Diretor Construção de Construção para a empresa para a New empresa York New Times York durante Times o durante projeto, o projeto,<br />
instalação instalação e programação e programação do edifício do New edifício York New Times. York Times.<br />
CIGARRO E TABU<br />
<strong>L+D</strong><br />
36<br />
Alterar um espaço familiar. Este foi o mote da exposição “Cultura<br />
do Fumar: de tabu em tabu”, em Zagreb, na Croácia. Assim como o<br />
cigarro altera a sensibilidade do fumante e cria uma aura visual notável<br />
pela fumaça branca, em si bela, que o circunda, a exposição alterou<br />
radicalmente o Glypthoteque HAZU, espaço que a abriga com iluminação<br />
e camadas misteriosas.<br />
Projeto do estúdio croata Brigada, teve por objetivo trabalhar o papel<br />
do cigarro na arte e cultura popular por meio de pinturas, pôsteres,<br />
fotografias e filmes criados nos últimos 150 anos.<br />
Brincando com a ideia de tabu, a exposição é uma antiexposição: os<br />
objetos ficam escondidos dentro de cilindros brancos iluminados, que<br />
contrastam com piso, paredes e tetos pintados de preto da galeria.<br />
Estes cilindros são ao mesmo tempo salas, luminárias, cigarros agigantados,<br />
e receptáculos para as obras, expostas em estruturas metálicas esbeltas<br />
e suportes de vidro dentro dos cilindros.<br />
Apenas ao adentrar uma destas ilhas, o visitante tem contato com<br />
os objetos, gerando espaços oníricos e misteriosos tanto dentro como<br />
fora das “salas”.<br />
© 04/2013 Lutron Electronics Co., Inc. P/N 306-0024/BZ REV A<br />
© Photo by Nic Lehoux<br />
© 04/2013 Lutron Electronics Co., Inc. P/N 306-0024/BZ REV A<br />
© Photo by Nic Lehoux<br />
O problema: O problema:<br />
A iluminação A iluminação consome consome mais mais<br />
eletricidade eletricidade que qualquer que qualquer outro outro<br />
sistema sistema um edifício.* em um edifício.*<br />
A solução: A solução:<br />
Controlar Controlar a iluminação a iluminação com Quantum com Quantum<br />
As estratégias: As estratégias:<br />
• níveis de • níveis luz sintonizados de luz sintonizados<br />
• aproveitamento • aproveitamento da luz natural da luz natural<br />
• utilização • utilização de sensores de sensores de ocupação de ocupação<br />
Os detalhes: Os detalhes:<br />
www.lutron.com/nyt<br />
www.lutron.com/nyt<br />
Os resultados: Os resultados:<br />
• Redução<br />
• Redução do consumo do consumo de energia de energia<br />
com a iluminação com a iluminação em 70% em 70%<br />
• Economizam-se<br />
• Economizam-se USD USD<br />
por ano.. por ano..<br />
• Evitam-se<br />
• Evitam-se as emissões as emissões de 1.250 de 1.250<br />
toneladas toneladas de CO2 de a cada CO2 ano. a cada ano.<br />
O controle O controle total da iluminação total da iluminação é possível é possível através do através Quantum, do Quantum, o o<br />
sistema sistema que o edifício que o New edifício York New Times York utiliza Times para utiliza economizar para economizar energia energia<br />
e aumentar e aumentar o conforto o conforto e a produtividade e a produtividade dos usuários. dos usuários.<br />
economize economize<br />
energia energia<br />
Para mais Para informações mais informações sobre os sobre beneficios beneficios que o sistema que o sistema Quantum Quantum com com<br />
pode proporcionar<br />
Lutron<br />
pode proporcionar ao seu edifício, ao seu escreva edifício, escreva para infoluz@lutron.com<br />
para infoluz@lutron.com<br />
Lutron<br />
© Photo by Brian Rose<br />
© Photo by Brian Rose<br />
Divulgação<br />
*Fonte: U.S. *Fonte: Energy U.S. Information Energy Information Administration Administration
¿QuÉ Pasa?<br />
Bô ZEN<br />
O Muxarabi é um elemento clássico e recorrente na arquitetura<br />
árabe e ibérica, tanto por filtrar uma exposição visual eventualmente<br />
indesejada como por permitir um controle bastante eficaz e belo da luz<br />
e da temperatura onde estas são abundantes.<br />
O escritório português Central Arquitectos, que atua também no Brasil,<br />
desenvolveu um uso original e bastante apropriado ao conceito que faz<br />
parte da tradição da península ibérica no Bô Zen, em Braga, Portugal.<br />
Misto de bar, restaurante e clube noturno, no seu interior se destaca uma<br />
malha com um padrão geométrico oriental forte e modular, sustentando<br />
e filtrando o forro em tela iluminada com halógenas dimerizáveis. Esta<br />
grande luminária arquitetônica dá a personalidade e o tom do local,<br />
dialogando com todos os outros detalhes do ambiente.<br />
A palheta de materiais nobres e de tons quentes, como madeira,<br />
tecidos texturizados, mármore terroso e metais dourados, completam<br />
o clima intimista do projeto, em conjunto com sua suave luz difusa<br />
amarelada e detalhes geométricos.<br />
<strong>L+D</strong><br />
38<br />
João Morgado
¿QuÉ Pasa?<br />
Marie Hippenmeyer<br />
Era uma vez<br />
Alessandra Domingues define sua obra “Once Upon a Time” como<br />
“parte de uma longa pesquisa iniciada com projetos de iluminação<br />
para teatro e instalações”, a transitoriedade sendo uma linha comum<br />
entre elas todas.<br />
A parafina é um dos derivados de petróleo de uso mais difundido<br />
no planeta. Talvez a mais conhecida de suas utilizações seja no corpo<br />
de velas, queimando lentamente, sem odor. As velas em si existem a<br />
mais de dois mil anos, feitas dos materiais mais diversos: gordura de<br />
baleia, cera de abelhas, óleo de oliva. A parafina surgiu apenas no<br />
século XIX, mas se transformou na matéria-prima mais comum para<br />
velas em geral.<br />
Numa condensação de imagens e significados, na instalação “Once<br />
Upon a Time” a parafina é moldada à imagem de lâmpadas de bulbo<br />
convencionais. E num processo lento, para ser usufruído no seu tempo<br />
alargado, vemos esse material antigo, enformado como novo, derreter<br />
devido ao calor da pequena lâmpada elétrica no seu interior.<br />
Especialmente pensada para a edição do Alwan 338, na Al Riwaq<br />
Gallery, no Bahrein, “Once Upon a Time” busca um diálogo com um<br />
país e um tempo que vive mudanças aceleradas entre o velho e o novo.<br />
<strong>L+D</strong><br />
40
¿QuÉ Pasa?<br />
Kunstkammer Wien<br />
Um dos espaços culturais mais importantes da Áustria, o Kunstkammer,<br />
em Viena, foi reaberto após mais de dez anos com novas soluções de<br />
iluminação à altura de sua história e acervo, composto, principalmente,<br />
pela coleção dos Habsburgo, que por sua natureza é grandioso e com<br />
interesses múltiplos. Ela inclui joias, esculturas em bronze, pedra e<br />
marfim, quadros, relógios preciosos, jogos e até instrumentos científicos.<br />
A iluminação tem conceito de Herbert Resch, da Symetrys, e lighting<br />
design de Torsten Braun, da Die Lichtplaner.<br />
Soluções que se utilizam basicamente de LEDs, totalmente customizados<br />
para a diversidade e delicadeza do ambiente e do acervo, têm como<br />
estrela a Starbrick, luminária desenvolvida por Olafur Eliasson, que faz<br />
parte do portfólio da Zumtobel, também customizada para este projeto<br />
pelo seu autor. “Devido a altura do forro, tivemos de incrementar os níveis<br />
de intensidade da luz, mas a forma original da Starbrick permaneceu<br />
inalterada. Tomando os ambientes históricos em conta, uma Strabrick<br />
bastante específica foi criada para que os módulos funcionassem como<br />
uma pintura, como estrelas no céu”, explica Olafur Eliasson.<br />
<strong>L+D</strong><br />
42<br />
Zumtobel
¿QuÉ Pasa?<br />
<strong>L+D</strong><br />
Lucas Saugen<br />
<strong>L+D</strong><br />
44<br />
Bay Lights<br />
Quando se pensa em São Francisco (EUA), uma das primeiras imagens<br />
de Leo Villareal, artista que faz parte da coleção permanente do MoMa,<br />
É importante notar que as luzes animadas são vistas da cidade, mas<br />
45<br />
que habita o imaginário popular é a Golden Gate, que conecta as<br />
da National Gallery de Washington, e do Naoshima Contemporary<br />
não da própria ponte, evitando qualquer distração para os motoristas.<br />
pontas da entrada da Baía de São Francisco com seu laranja vivo e<br />
Art Museum em Kagawa, Japão.<br />
Na fanpage da <strong>L+D</strong> no Facebook pode ser vista uma filmagem da<br />
sua elegante estrutura estaiada.<br />
Este trabalho consiste de 25.000 LEDs brancos Philips Color Kinectics<br />
ponte com as luzes animadas, onde fica clara a elegância e discrição<br />
A Bay Bridge, que fica já no interior da baía e conecta São Francisco<br />
em rede, programáveis individualmente para criar algoritmos complexos<br />
do trabalho de Villareal, fugindo da armadilha dos excessos permitidos<br />
a Oakland, apesar de ter um aspecto semelhante e ser bem mais<br />
e padrões dinâmicos no vão oeste da ponte. Eles estão montados<br />
pela tecnologia contemporânea, utilizando os potenciais de suas<br />
extensa, é muito menos poética, com seus tons metálicos e localização<br />
nos cabos verticais, criando a maior escultura em LEDs do mundo.<br />
peças na medida.<br />
mais pragmática.<br />
O conjunto de LEDs de alta eficiência acarreta um custo energético<br />
O trabalho, inaugurado em março, será mantido por no mínimo<br />
Agora, no 75º aniversário da ponte, ela recebe um trabalho primoroso<br />
de apenas 30 dólares por dia, trabalhando durante 7 horas cada noite.<br />
dois anos. Tomara que permaneça por mais tempo.
projetos<br />
Elegância a<br />
quatro mãos<br />
Inaugurada em março deste ano, num edifício restaurado<br />
em Botafogo, no Rio de Janeiro, a Casa Daros é um espaço museográfico<br />
No saguão da entrada,<br />
um pendente circular<br />
inteiramente dedicado à arte latino-americana. O edifício, um casarão<br />
dá as boas-vindas ao<br />
neoclássico do século 19, foi objeto de intensa e cuidadosa restauração,<br />
visitante<br />
requalificação e revitalização ao longo de mais de cinco anos, patrocinada<br />
pela Daros Latinamerica, instituição suíça com enfoque na arte latinoamericana<br />
contemporânea, contando hoje com mais de 1.100 obras<br />
<strong>L+D</strong><br />
46<br />
dos últimos 60 anos, em diversos tipos de suportes e mídias.<br />
O projeto arquitetônico ficou a cargo do escritório Ernani Freire<br />
Arquitetos Associados (EF&A), sob a responsabilidade dos arquitetos<br />
Herzog – enfatizaram desde o início o cuidado desejado com o restauro<br />
do edifício, de forma a preservar suas características arquitetônicas, de<br />
trabalhado – com um escritório brasileiro. Assim surgiu este projeto<br />
colaborativo, cujo resultado acabou se beneficiando igualmente da<br />
<strong>L+D</strong><br />
47<br />
Ernani Freire e Isabel Ballesté, cujo maior desafio foi trabalhar com duas<br />
materiais e acabamentos da forma mais fiel possível. Mas também, e<br />
experiência de ambos profissionais.<br />
preexistências: o prédio projetado por Joaquim Bethencourt da Silva (aluno<br />
em paralelo, pretenderam dotá-lo de toda a infraestrutura necessária<br />
Logo no saguão de entrada do primeiro pavimento, após subir uma<br />
de Grandjean de Montigny) e o anteprojeto elaborado pelo arquiteto<br />
para abrigar um museu em condições de excelência. Naturalmente, a<br />
escadaria, o visitante é acolhido por uma elegante luminária em forma<br />
Paulo Mendes da Rocha. Por decisão do cliente, o programa de usos foi<br />
iluminação é um dos itens importantíssimos da composição.<br />
de anel, à guisa de candelabro, de formas limpas e contemporâneas.<br />
revisto e todas as funções foram abrigadas dentro do edifício existente,<br />
O projeto de iluminação esteve a cargo do Mati Lichtgestaltung,<br />
A presença desta peça – de iluminação direta e indireta – resume as<br />
eliminando as novas construções propostas. Desta forma, o projeto da<br />
escritório suíço, chefiado por Hanspeter Keller, em parceria com a LD<br />
intenções do projeto de iluminação: intervir de forma limpa e clara no<br />
EF&A libera de construções o grande pátio de 1.500m².<br />
Studio, da arquiteta Monica Lobo. Desde o princípio, a ideia dos clientes<br />
edifício, dando-lhe a funcionalidade necessária, mas respeitando ao<br />
Os responsáveis por esta empreitada – Ruth Schmidheiny e Hans-Michael<br />
foi a de mesclar profissionais de seu país – com os quais há haviam<br />
máximo suas características originais.
Na página oposta, acima, pendentes lineares<br />
para iluminação direta-indireta na recepção<br />
acompanham o ritmo das colunas decorativas.<br />
Abaixo, à esquerda, circulação com iluminação<br />
linear em 3.000K. Ao centro e à direita, obras de<br />
As salas expositivas foram tratadas por Hanspeter como White Cubes –<br />
arte iluminadas com projetores para LED. Nesta<br />
recipientes neutros para abrigar arte, fazendo sobressair suas qualidades<br />
página, trilhos concêntricos paralelos às paredes<br />
intrínsecas com o mínimo de participação não controlada da luz. Para<br />
abrigam projetores de última geração com<br />
isso, tratou de deixar as paredes homogeneamente iluminadas de<br />
tecnologia LED dimerizável, para múltiplos fachos<br />
cima a baixo, por meio do uso de uma linha de wallwashers lineares<br />
(fluorescentes) a aproximadamente 1/3 da altura, complementada por<br />
um segundo sistema difuso, ao centro das salas, também fluorescente,<br />
que faz a iluminação das partes inferiores.<br />
Foi intenção dos lighting designers resolver as diferentes salas com<br />
Para adicionar a dramaticidade necessária ao sistema, um conjunto de<br />
repetições de um único sistema, preservando, assim sempre a mesma<br />
<strong>L+D</strong><br />
48<br />
trilhos concêntricos, sempre paralelos às paredes, permite a colocação de<br />
projetores com tecnologia LED e versatilidade para quaisquer fachos de<br />
luz e intensidades. Enquanto os sistemas fluorescentes são dimerizados<br />
natureza de luz. “Um aprendizado”, segundo Monica Lobo, “ante uma<br />
visão local mais ‘maneirista’ de buscar sempre a melhor solução caso a<br />
caso”. Sem dúvida, essa limpeza de soluções ajuda na percepção geral<br />
<strong>L+D</strong><br />
49<br />
por meio de endereçamentos DALI, os projetores estão ligados em<br />
do edifício como elemento único.<br />
trilhos com três seções e possuem dimmers individuais, podendo ser<br />
Outro aspecto interessante foi a escolha da temperatura de cor,<br />
ajustados cada um conforme a necessidade. A especificação original,<br />
padronizada em 4.000K para todas as áreas expositivas – tanto nos LEDs<br />
de 2008, desses projetores era para lâmpadas de vapor metálico e AR<br />
como nas fluorescentes, opção considerada pelos lighting designers<br />
111; entretanto, quando o projeto chegou à fase conclusiva, já havia<br />
como “neutra”, por privilegiar igualmente tonalidades quentes e<br />
disponíveis no mercado soluções em LED equivalentes e até superiores,<br />
frias, entendida, portanto, como mais adequada a obras de arte. Em<br />
de modo que a especificação foi revista e modificada para esta nova<br />
contraposição, as circulações e áreas não expositivas receberam fontes<br />
tecnologia.<br />
de tonalidade de 3.000K.
<strong>L+D</strong><br />
50<br />
<strong>L+D</strong><br />
51
O projeto original, que previa produtos importados em sua totalidade,<br />
foi sendo revisto ao longo do tempo e adequado ao budget – assim, a<br />
maioria dos produtos é de fabricação nacional, com exceção dos projetores<br />
para LED, do pendente da entrada e algumas das arandelas difusas.<br />
Para minimizar a impressão de “porão” das áreas do térreo – devido<br />
ao seu reduzido pé-direito –, a estratégia da LD Studio (responsável por<br />
estas áreas) foi a de empregar bastante luz difusa – arandelas, nichos no<br />
mobiliário etc. No restaurante, luminárias para lâmpadas dicroicas fixadas<br />
sob o teto são contrabalançadas por um sistema de iluminação indireta<br />
incorporada ao mobiliário. E no foyer do auditório, onde se pretendeu<br />
um contraste com a circulação, foi utilizada apenas iluminação direta,<br />
que cria um desenho de luz no piso contrastante com a suavidade das<br />
demais áreas.<br />
O pátio interno da edificação teve suas fachadas suavemente iluminadas<br />
a partir das platibandas do telhado opostas a elas, através de projetores<br />
de longo alcance (vapor metálico 150W, 3.000K) com lente escultural e<br />
aletas antiofuscamento horizontais, o que criou um espaço aconchegante<br />
em que o prédio acolhe e protege o usuário, convidando-o a contemplar a<br />
simetria e ritmo da arquitetura. Neste pátio, o usuário é também brindado<br />
Na página anterior, projetores de facho elíptico<br />
sobre os telhados iluminam suavemente as<br />
paredes opostas (3.000K). Ao fundo, as copas<br />
das palmeiras iluminadas por projetores com<br />
facho concentrado para lâmpada de vapor<br />
metálico de 150W (3.000K). Acima, uma<br />
linha de fluorescentes integrada à marcenaria<br />
proporciona iluminação indireta ao ambiente.<br />
Nas fotos menores, a iluminação difusa ajuda<br />
a proporcionar amplitude às áreas do térreo, e<br />
ao fundo do auditório arandelas de iluminação<br />
direta-indireta desenham o contorno dos arcos<br />
CASA DAROS<br />
Rio de Janeiro, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Mati Lichtgestaltung – Hanspeter Keller,<br />
Paula Schroeder e Michael Ostermeier e LD Studio - Monica<br />
Lobo e Daniele Valle<br />
Projeto de Arquitetura: Ernani Freire Arquitetos Associados<br />
(EF&A), Ernani Freire, Isabel Ballesté e Rodrigo Mandarino<br />
Construtora: Lafem Engenharia<br />
Fornecedores: Bega Boom, Cia da Iluminação, Erco, IGuzzini,<br />
Lumini, Schereder (luminárias); Osram, Philipps (lâmpadas);<br />
Lutron (controles)<br />
Fotos: Andrés Otero<br />
<strong>L+D</strong><br />
52<br />
com a visualização da copa das palmeiras da entrada, iluminadas também<br />
a partir do telhado por meio de projetores para vapor metálico 150W.<br />
Já no acesso ao edifício, área novamente a cargo do Mati Lichtgestaltung,<br />
os troncos dessas palmeiras receberam iluminação em diagonal, a<br />
partir de postes de grande altura mimetizados entre elas, e cujos topos<br />
abrigaram uma estrutura em forma de disco com um conjunto de<br />
projetores, atendendo a todas as finalidades: além da citada luz para<br />
as palmeiras, o frontão da fachada principal, os acessos, escadarias, a<br />
luz de vigia (depois de um certo horário, quando a fachada se apaga), e<br />
até uma luz antipânico, com projetores de LED. Assim, diferentes fachos<br />
de luz, circulares, elípticos ou alongados foram empregados, cada um<br />
atendendo ao seu objetivo específico.<br />
Do conjunto de soluções, do respeito à arquitetura, do convívio entre<br />
profissionais, culturas e países é que se depreende a elegância com que<br />
esse projeto foi tratado. (Por Gilberto Franco)<br />
<strong>L+D</strong><br />
53
projetos<br />
Vista do MAR, o Museu de Arte do Rio. Em<br />
primeiro plano, as obras da Praça Mauá,<br />
onde está sendo construído um túnel que<br />
absorverá o tráfego do viaduto da perimetral,<br />
parte do projeto de requalificação da Zona<br />
Portuária do Rio de Janeiro<br />
MAR,<br />
o Museu<br />
de Arte<br />
do Rio<br />
<strong>L+D</strong><br />
54<br />
MAR, o novíssimo Museu de Arte do Rio, é um dos<br />
muitos projetos de equipamentos culturais, de lazer e infraestrutura<br />
sendo inaugurados para compor a visão da Prefeitura do Rio de Janeiro<br />
para esta década “como a melhor cidade do hemisfério sul para se<br />
viver, trabalhar e conhecer”.<br />
Parte integrante do projeto denominado Porto Maravilha para a<br />
requalificação da Zona Portuária do Rio, o museu, que também abriga<br />
outros espaços para cultura e lazer, teve projeto de iluminação assinado<br />
pelo Estúdio Carlos Fortes, com colaboração do lighting designer<br />
Gilberto Franco, para o projeto de arquitetura de Thiago Bernardes,<br />
Paulo Jacobsen e Bernardo Jacobsen.<br />
O projeto do MAR compõe-se basicamente do trabalho de restauro e<br />
reforma de dois edifícios: o Palacete Dom João VI, que abriga o Pavilhão<br />
de Exposições, com fachadas de arquitetura eclética de 1916, tombado<br />
pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e<br />
um edifício modernista preservado da década de 1940, que abriga a<br />
Escola do Olhar. “Para cada construção, analisamos diferentes níveis de<br />
tombamento e preservação”, explica a equipe da Jacobsen Arquitetura.<br />
O edifício modernista, por exemplo, teve o último pavimento suprimido<br />
para equilibrar sua altura ao edifício eclético; as alvenarias das fachadas<br />
foram substituídas por fechamentos de vidros translúcidos, revelando<br />
o sistema estrutural de pilotis recuados que abriga uma escola, um<br />
<strong>L+D</strong><br />
55
Fachada lateral da Escola do<br />
Olhar. A cobertura fluida foi<br />
iluminada com projetores de facho<br />
assimétrico, montados nos beirais,<br />
e projetores de facho simétrico,<br />
embutidos no piso. Detalhe à<br />
direita para a rampa de acesso<br />
que interliga os dois edifícios do<br />
conjunto<br />
auditório, salas de exposições multimídia e toda a ala administrativa<br />
Para a iluminação do palacete, Fortes se utilizou das paredes acústicas<br />
do complexo. Já o palacete teve suas fachadas e parte das circulações<br />
do corredor técnico dos espaços cenográficos, alinhados paralelamente<br />
verticais restauradas. E, devido à sua planta livre de estrutura, teve<br />
às fachadas, como rebatedores de luz. “Esse recurso foi utilizado para<br />
também os espaços adaptados para abrigar exposições de arte e cultura.<br />
que o edifício, à noite, parecesse vivo, ocupado, com a luz emanando<br />
O fluxo de visitação entre os edifícios se dá através de uma rampa<br />
pelas janelas. Para a realização desse detalhe, utilizamos luminárias<br />
que liga o sexto pavimento da Escola do Olhar ao terceiro pavimento do<br />
para lâmpadas fluorescentes compactas longas de 55W e 3.000K,<br />
Pavilhão de Exposições. Os arquitetos ainda propuseram para o terraço<br />
tonalidade amarelada aparente, mesma temperatura de cor dos sistemas<br />
de múltiplo uso, no sexto pavimento, uma cobertura de “estrutura<br />
de iluminação dos interiores.”<br />
fluida, extremamente leve, simulando a ondulação da superfície da<br />
Outro elemento importante no desenho de iluminação das fachadas do<br />
No alto, vista da Varanda Carioca,<br />
<strong>L+D</strong><br />
56<br />
água. Uma arquitetura de caráter poético e carregada de significado,<br />
simples e ao mesmo tempo moderna na questão de cálculo estrutural”,<br />
como descreve os profissionais da Jacobsen Arquitetura.<br />
Pavilhão de Exposições foi o uso de projetores fixados nos parapeitos ou<br />
no piso das sacadas, apenas nas quinas do edifício e no hall preservado,<br />
onde janelas e portas não foram obstruídas. Para a valorização do<br />
ambiente de estar e múltiplo uso.<br />
Ao centro, sala de aula da Escola do<br />
Olhar: iluminação homogênea e difusa;<br />
<strong>L+D</strong><br />
57<br />
Para o desenho de iluminação do MAR, o estúdio de Carlos Fortes<br />
embasamento, foram embutidas no piso, a 2,5m da fachada, luminárias<br />
luminárias com difusor de acrílico<br />
partiu de uma prerrogativa comum aos museus: a necessidade de evitar<br />
cool touch de facho assimétrico, com anéis internos anti-ofuscamento<br />
translúcido para lâmpadas fluorescentes.<br />
a entrada de luz natural direta, bloqueando suas janelas. “Como a<br />
para lâmpadas de vapor metálico de 70W e também com temperatura<br />
Embaixo, vista do Terraço de Múltiplo<br />
proposta arquitetônica propunha a preservação da fachada do Palacete<br />
de cor de 3.000K.<br />
Uso: luminárias orientáveis e dimerizadas<br />
Dom João VI, nós criamos uma iluminação de dentro pra fora do prédio<br />
Já para a Escola do Olhar, cuja transparência se dá por meio do<br />
para lâmpadas halógenas. Situado no<br />
para mantê-lo vivo”, explica o designer. “O conceito, no entanto, é o<br />
fechamento do edifício com painéis de vidros translúcidos, os lighting<br />
quinto pavimento da Escola, dá acesso<br />
mesmo para os dois edifícios – enfatizar a transparência e ocupação<br />
designers utilizaram a iluminação das áreas internas para compor<br />
à rampa que interliga os dois edifícios<br />
interna dos mesmos”, finaliza.<br />
a iluminação das fachadas. “Não há nenhum sistema externo de
iluminação, a luz dos ambientes internos proporciona o efeito desejado,<br />
de transparência”, comenta Fortes.<br />
Internamente, foram previstos sistemas de iluminação diferenciados<br />
para cada área da Escola. Para as salas de aula e biblioteca, foi criada<br />
uma iluminação homogênea com luminárias para lâmpadas fluorescentes<br />
com difusor de acrílico translúcido. Para o auditório, a iluminação geral<br />
da plateia é dimerizada, e as luminárias – para lâmpadas halógenas –<br />
estão fixadas entre as placas do forro acústico. Para o palco, a iluminação<br />
é direcionada por meio de projetores para lâmpadas halógenas de<br />
100W fixados em trilhos eletrificados. Nos espelhos dos degraus de<br />
acesso à plateia, foram embutidos balizadores para LEDs de 1W. Para<br />
os espaços de múltiplo uso, os designers especificaram luminárias<br />
orientáveis dimerizadas para lâmpadas halógenas refletoras do tipo<br />
PAR 30, controladas por um sistema de automação.<br />
“Esses ambientes, assim como as áreas internas do palacete, foram<br />
iluminados com lâmpadas de temperatura de cor de 3.000K; no<br />
entanto, a tonalidade verde dos painéis de vidro altera essa percepção”,<br />
descreve o lighting designer.<br />
A cobertura fluida, elemento importante que integra os dois edifícios,<br />
foi iluminada de baixo para cima por projetores embutidos no piso<br />
para lâmpadas a vapor metálico de 70W e 3.000K, com facho aberto e<br />
simétrico. Junto às fachadas, foram fixados projetores para as mesmas<br />
lâmpadas, com facho assimétrico. “Essa iluminação, de baixo para cima,<br />
faz com que a superfície ondulada flutue entre os dois edifícios”, explica.<br />
O time do Estúdio Carlos Fortes também foi responsável pela iluminação<br />
dos espaços expositivos do palacete. Para essas salas, foi previsto<br />
um conjunto de trilhos eletrificados trifásicos embutidos no forro de<br />
gesso, em uma malha regular paginada de acordo com os principais<br />
Vista do sexto pavimento do terraço<br />
da Escola do Olhar: cobertura fluida<br />
iluminada a partir do piso – jogo de luz e<br />
sombra, revelando o ritmo da estrutura<br />
e a ondulação do concreto<br />
<strong>L+D</strong><br />
58<br />
<strong>L+D</strong><br />
59
elementos arquitetônicos, como paredes, vigas, pilares etc. Este sistema<br />
proporciona a flexibilidade necessária às diferentes montagens de<br />
exposições, permitindo a fixação de projetores de iluminação com<br />
diferentes fachos de luz, separados em até três zonas distintas com<br />
dimerização (controle da intensidade) diferenciadas.<br />
Além do sistema de trilhos, os designers desenharam rasgos no<br />
forro criando sancas de gesso com iluminação indireta para iluminação<br />
difusa, quando desejada. Estas sancas também foram utilizadas para<br />
iluminação de serviço e iluminação de emergência. Foram instaladas<br />
lâmpadas fluorescentes tubulares T5 de 28W e 3.000K.<br />
No pavimento térreo, destinado às exposições de arte contemporânea,<br />
o forro de gesso foi suprimido, deixando as instalações e a estrutura<br />
aparentes, pintados de preto. As paredes acústicas também foram<br />
suprimidas em algumas fachadas internas, deixando à mostra as esquadrias<br />
originais. Nestes espaços foram instalados equipamentos para lâmpadas<br />
halógenas de 100W, com fachos de 10º, 22º e 35º. “Os projetores<br />
especificados para este sistema apresentam fachos de luz diversos para<br />
atender a variação dos efeitos desejados. A iluminação é integrada a<br />
um sistema de automação, que permite em cada sala o controle da<br />
intensidade da luz em variadas graduações, proporcionando a criação<br />
de diferentes cenas e o atendimento aos requisitos de conservação<br />
das obras de arte.”<br />
“Nosso principal desafio neste projeto foi atender aos diferentes<br />
programas do MAR, com fachadas tombadas, espaços expositivos distintos,<br />
escola, auditório, biblioteca; conferir uma identidade aosambientes e<br />
ao conjunto arquitetônico diverso e finalmente atender à certificação<br />
LEED”, conclui Carlos Fortes.<br />
Portanto, em nossa opinião, a conclusão de três anos de trabalho<br />
entre conceito e desenvolvimento, finalizados este ano, é sem dúvida<br />
evidente no resultado a partir de todas as soluções de iluminação<br />
adotadas. A todos, nossos parabéns. (Por Orlando Marques)<br />
MAR<br />
Rio de Janeiro, Brasil<br />
Projeto de Arquitetura: Thiago Bernardes, Paulo Jacobsen e<br />
Bernardo Jacobsen<br />
Projeto das Exposições: Leila Scaf Rodrigues<br />
Lighting Design: Carlos Fortes / Estúdio Carlos Fortes<br />
Colaboração: Gilberto Franco / Franco Associados<br />
Projeto de Restauro: Velatura Restaurações Ltda.<br />
Gerenciamento de Obras e Projetos: Engineering S.A. Serviços<br />
Técnicos<br />
Forneceodres: Lumini (Luminárias), La Lampe (Luminárias do<br />
auditório), Lutron (Automação)<br />
Fotos: Andrés Otero<br />
<strong>L+D</strong><br />
60<br />
<strong>L+D</strong><br />
61<br />
No alto, rampa de acesso, com rasgo no forro para iluminação indireta, com<br />
fitas de LEDs de 3.000K. Em seguida, escada do palacete com luminárias sem<br />
moldura embutidas no forro para lâmpadas fluorescentes compactas de<br />
32W/2.700K. À direita, exposição “Vontade Construtiva na Coleção Fadel”,<br />
com projetores fixados nos trilhos eletrificados trifásicos e sancas desligadas<br />
Hall preservado: iluminação indireta para a escada, deixando a caixa<br />
metálica do elevador em silhueta, e luminária Bossa, de Fernando<br />
Prado. Fachada do palacete: iluminação “de dentro para fora”<br />
revela na silhueta o desenho das esquadrias; iluminação embutida<br />
no piso, “de baixo para cima”, valoriza o embasamento do edifício
projetos<br />
Como todas grandes capitais, Londres abriga uma ampla<br />
riqueza cultural e de experiências. Muito desta qualidade depende da<br />
história e heranças locais, mas uma riqueza adicional vem da diversidade e<br />
do impacto que migrações tiveram na sua cultura, inclusive gastronômica.<br />
Em um período onde a possibilidade de viajar está ao alcance de<br />
muitos de nós, ganhamos insights no modo de vida de outras nações;<br />
como e o quê outras pessoas comem é uma grande parte de qualquer<br />
viagem ou férias. Algumas pessoas até mesmo se consideram turistas<br />
culinários, procurando destinos com uma cultura gastronômica<br />
forte. Por muitos anos, Londres e o Reino Unido em geral estavam<br />
associados a uma cultura gastronômica pobre, com poucos atrativos<br />
para visitantes com discernimento – os famosos fish and chips, ou os<br />
assados tradicionais, não são para todos os paladares, e a ideia de<br />
algo exótico teria sido uma pizzaria. Mas nas duas últimas décadas<br />
este panorama mudou.<br />
Londres agora é uma cidade rica em restaurantes e hotéis de primeira<br />
classe, e a diversidade atual de sua cultura permeia todos os níveis de<br />
serviços. Na última década, a cozinha asiática ficou cada vez mais popular,<br />
e restaurantes tailandeses e japoneses florescem. A ideia de algo um<br />
pouco diferente, rápido e gostoso, fresco e por um bom preço configura<br />
qualidades bem-vindas para qualquer consumidor, mas especialmente<br />
em uma das cidades mais caras do mundo.<br />
A rede de restaurantes Tampopo atuou inicialmente no norte da<br />
Inglaterra para estabelecer sua marca de restaurantes asiáticos, e quando<br />
voltou sua atenção para Londres decidiu rever seus conceitos para<br />
esta cidade rápida e elétrica. Buscando influências na comida de rua<br />
asiática, a Tampopo procurou recriar o zunido e vibração que esses<br />
ambientes oferecem. O resultado dessas diretrizes se transformou no<br />
novo restaurante East Street.<br />
A Tampopo contratou os designers i-am associates para ajudá-los a<br />
desenvolver este conceito, e i-am respondeu animadamente, observando o<br />
que fazia a experiência da comida de rua única. A saturação e riqueza dos<br />
mercados de rua eram um dos principais componentes; a multiplicidade<br />
de placas luminosas, chamando por atenção, com seus brilhos e cores<br />
compondo um todo diverso se transformariam em conceitos fortes para<br />
o novo restaurante.<br />
<strong>L+D</strong><br />
62<br />
East<br />
Street<br />
Restaurant<br />
<strong>L+D</strong><br />
63<br />
Bom e barato: a proposta básica<br />
do restaurante encontra uma<br />
linguagem correspondente na<br />
arquitetura e na iluminação
A ambientação de restaurantes de rua<br />
asiáticos foi a inspiração para o East Street,<br />
com uma proliferação de luminosos com<br />
O mote do East Street é “... nós trazemos a você o sabor autêntico<br />
diferentes cores e fontes de luz no forro<br />
da Tailândia, do Vietnã, da Malásia e Singapura, da Indonésia, Filipinas,<br />
Japão e Coreia por meio de comidas saudáveis, de alta qualidade a preços<br />
básicos, com serviço rápido e amigável”. Fica claro qual é a proposta<br />
do restaurante, e a resposta do lighting design buscou se alinhar com<br />
a simplicidade, diversidade e valor da proposta e do dinheiro investido.<br />
Um objetivo-chave era a informalidade luminosa de uma cena de rua. O<br />
escritório londrino Light Bureau foi contatado por i-am para se apropriar<br />
das linhas gerais e desenvolver um conceito para o novo restaurante.<br />
“Às vezes é difícil interpretar uma ideia e ver como a luz pode ser feita<br />
Os sinalizadores luminosos foram escolhidos por i-am para serem<br />
para refletir valores de uma marca; no caso do East Street, a ideia não<br />
diversos e realmente distraírem quem estiver nas mesas. Suspensos no<br />
podia estar mais clara e o trabalho de realizar o conceito foi na verdade<br />
concreto cru do forro, a combinação de cor e luz mesmeriza os clientes e<br />
bastante simples”, comenta Paul Traynor, sócio-fundador do escritório.<br />
define o espaço abaixo. O Light Bureau reconheceu que a luz das placas<br />
<strong>L+D</strong><br />
64<br />
O Light Bureau abraçou o conceito do rápido e simples, e ao invés de<br />
procurar fontes de luz tipicamente utilizadas no ramo da alimentação,<br />
como lâmpadas halógenas de tungstênio de alta qualidade – devido a sua<br />
luminosas incrementariam o brilho e a cor do ambiente, e a extensão<br />
com que isso afetaria a aparência do restaurante iluminado seria ao<br />
menos em parte uma surpresa para os próprios criadores.<br />
<strong>L+D</strong><br />
65<br />
qualidade de foco, dimerização e reprodução de cor – , pesquisou fontes<br />
O neon foi usado pontualmente, por ser caro. Porém, as cores saturadas<br />
Um salão com mesas comunitárias<br />
de luz mais básicas, como fluorescentes e neons. Mesmo considerando<br />
que podem ser obtidas desta fonte foram devidamente exploradas, e, em<br />
fica na parte frontal, com<br />
que o East Street nunca seria equiparável a uma rua de fato, os lighting<br />
alguns casos, o Light Bureau usou lâmpadas fluorescentes envelopadas<br />
os luminosos e um clima mais<br />
designers buscavam uma experiência tão autêntica quanto possível. Ao<br />
em filtros também coloridos.<br />
descontraído, lembrando um<br />
contrário da sabedoria convencional, foram escolhidas fontes de luz que<br />
Para além da iluminação cenográfica, os autores desenharam variações<br />
refeitório. Ao fundo, mesas<br />
emitem tons brancos e frios, difusos, para as áreas de maior trânsito e<br />
de simples refletores. A ideia era recriar o brilho e, numa certa medida, a<br />
individualizadas e pendentes<br />
atividade, apesar de lâmpadas incandescentes, quentes, serem mantidas<br />
luz difusa mais dura de fluorescentes cruas que são típicas de ambientes de<br />
somados a spots criam um clima<br />
nas áreas ao fundo, criando uma área para jantares mais intimistas.<br />
alimentação em ruas. Paul Traynor diz que “normalmente estas lâmpadas<br />
mais intimista
<strong>L+D</strong><br />
66<br />
de temperaturas de cor frias e brancas são utilizadas nas ruas que nos<br />
inspiraram, pois temperaturas de cor quente são menos comuns em<br />
climas naturalmente mais cálidos. A ideia que uma luz branca e fria faz<br />
um ambiente quente ser percebido mais frio é aberta ao debate, mas<br />
de novo, tentamos manter as luzes tão fiéis quanto conveniente a uma<br />
cena real de rua. O Light Bureau escolheu lâmpadas frias e brancas, ao<br />
menos para a frente do restaurante – o espaço mais diurno e transitório,<br />
onde mesas no estilo cantina estão colocadas, e a experiência da refeição<br />
é mais comunitária do que íntima”.<br />
Mas um resultado além da expectativa inicial foi possível ao serem<br />
escolhidas lâmpadas fluorescentes T26, mais “gordas”. Apesar de mais<br />
antigas, ainda é possível especificar este modelo, que tem uma reprodução<br />
de cor da ordem de Ra95 (numa escala de 1 a 100, esta classificação é<br />
“excelente”). Lâmpadas fluorescentes normais, como as mais modernas e<br />
finas T16, conseguem o índice Ra85 apenas. Então, apesar das lâmpadas<br />
serem bastante básicas em geral, a reprodução de cor – muito importante<br />
para ambientes com comida –, foi cuidadosamente considerada.<br />
A cozinha e o balcão eram particularmente importantes para se<br />
obter esta performance: a cozinha é aberta ao restaurante, e devia<br />
naturalmente ser o ponto mais brilhante do espaço. Ela é dividida do<br />
restaurante principal pelo balcão e um tela de gabião que fica pendurada<br />
no teto. Downlights em LEDs miniaturas foram incorporados nos gabiões<br />
para iluminar diretamente o balcão, também especificados em uma<br />
temperatura de cor fria e branca.<br />
O fundo do restaurante é menos denso de luminosos cenográficos, e<br />
as mesas estão numa disposição mais tradicional, para casais e grupos<br />
pequenos. A luz responde através de cores mais quentes e focadas<br />
nos tampos das mesas por luminárias com lâmpadas de tungstênio<br />
direcionáveis. Estas são encaixadas em pendentes abertos simples, que<br />
foram recuperados e reformados para manter um senso rústico.<br />
A sensação geral do restaurante é de atividades rápidas e frescor. Existe<br />
um burburinho claro ao entrar e os acabamentos crus significam que o<br />
volume dentro do restaurante é alto, e quem quiser ser ouvido precisa<br />
falar alto. A iluminação contribui sobremaneira à atmosfera criada, e o<br />
conceito tem tido muito sucesso, oferecendo uma experiência simples<br />
mas rica, com ênfase em comida fresca, serviço rápido e custo acessível.<br />
(Por Elettra Bordonaro, tradução e adaptação por André Becker)<br />
A rua tipicamente londrina,<br />
com linhas e materiais sóbrios,<br />
recebe uma miríade de cores e<br />
luzes no East Street, mantendo<br />
o espírito britânico na fina<br />
ironia de seus interiores<br />
East Street Restaurant<br />
Londres, Inglaterra<br />
Projeto de Iluminação: Light Bureau<br />
Interiores: i-am associates<br />
Fornecedores: Skinflint, Fagerhult, Encapsulite, Osram<br />
Imagens: Kristen McCluskie<br />
<strong>L+D</strong><br />
67
projetos<br />
Relicário<br />
O modernismo na arquitetura já é um estilo histórico,<br />
inclusive um clássico. Como todo clássico, seus princípios mais interessantes<br />
e válidos perduram e reverberam ainda, sendo devidamente reinterpretados<br />
pelos profissionais e teóricos contemporâneos.<br />
E um antiquário moderno, uma união de palavras inicialmente<br />
paradoxal, no fim acaba fazendo muito sentido hoje, já que tantos<br />
profissionais bebem nesta fonte bastante rica.<br />
A nova loja Téo acaba sendo exatamente isto, um antiquário moderno,<br />
e por isso mesmo, extremamente contemporâneo.<br />
A história da loja começou em 2007, em um pequeno sobrado<br />
uma cobertura de telhas de fibrocimento. Como os vizinhos são dois<br />
nova inclinação. E toda a frente da loja foi refeita, retirando-se a faixa<br />
no bairro de Pinheiros, em São Paulo, que ainda perdura. Mas o<br />
edifícios que ocupam densamente os seus lotes, o espaço se transforma<br />
construída perto da rua e se estendendo o galpão até a fachada, desta<br />
espaço ficou pequeno para a demanda (entre alguns de seus ilustres<br />
no encerramento de um vazio interno.<br />
vez com tesouras inteiramente novas, obedecendo o desenho das<br />
<strong>L+D</strong><br />
68<br />
frequentadores, temos o arquiteto Isay Weinfield), e na mesma rua<br />
um novo espaço foi inaugurado no final de 2012.<br />
Esta nova unidade foi desenvolvida pelos arquitetos Carolina Bueno<br />
Mas com soluções simples e econômicas, este espaço interno ganhou<br />
uma riqueza espacial e luminotécnica dentro de diretrizes racionais e<br />
sem a busca de efeitos gratuitos, que dialogam com uma importante<br />
existentes, mas integralmente em perfis metálicos finos.<br />
Um mezanino logo na entrada configura um espaço misto, com a<br />
administração simplesmente nas mesas antigas que estão á venda, e<br />
<strong>L+D</strong><br />
69<br />
e Lucas Simões, e a iluminação ficou a cargo de Rafaela Romitelli, da<br />
parte da tradição moderna que abriga.<br />
cria uma garagem abaixo de si, externa.<br />
Lichia Lighting. Todos fazem parte do Geral Arquitetos, coletivo de<br />
A estrutura de madeira da cobertura foi mantida. Mas apenas ela.<br />
O piso do galpão tem dois níveis básicos, trabalhados através de<br />
diferentes escritórios na Rua General Jardim, tradicional reduto de<br />
O telhado original em uma água, ganhou um desnível e uma segunda<br />
escadas e rampas para se adaptar aos níveis naturais do terreno. Um<br />
Três sistemas compõem a iluminação do<br />
profissionais da área no centro de São Paulo.<br />
inclinação que permitem iluminação natural e ventilação permanentes.<br />
jardim vertical no pequeno recuo de fundo fecha a ambientação do<br />
antiquário, todos estruturados em guias formadas<br />
A loja é a reforma de um antigo galpão. Na verdade, o galpão<br />
Rafaela Romitelli comenta que “houve um acompanhamento para<br />
espaço, totalmente integrado.<br />
por dois perfilados industriais: luminárias AR<br />
original tinha uma primeira construção mais convencional perto da rua,<br />
as soluções de iluminação natural, através do dimensionamento das<br />
“Conceitualmente se pretendeu obter uma iluminação que remetesse<br />
111 de destaque; fluorescentes invertidas para<br />
e logo depois o galpão propriamente dito. Uma série de tesouras de<br />
aberturas e escolha do material translúcido”. Novos perfis metálicos<br />
à situações domésticas, um tipo de iluminação que é feita em livings,<br />
iluminação difusa; e pendentes antigos, à venda<br />
madeira na largura total do lote, até o fundo do mesmo, estruturando<br />
esbeltos foram colocados na tesouras existentes para permitir esta<br />
em situações internas de residências. “, conta Rafaela.<br />
mas compondo a iluminação
À esquerda, acima: o jardim vertical ao fundo<br />
recebe iluminação a partir de spots ocultos<br />
pela viga interna. No meio, nichos iluminados<br />
no móvel que separa o espaço de serviços na<br />
lateral. Embaixo, vista do mezanino, com as<br />
novas treliças metálicas ampliando o galpão<br />
no sentido da rua<br />
Loja Téo<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de Iluminação: Lichia Lighting - Rafaela Romitelli<br />
Arquitetura: Carolina Bueno e Lucas Simões<br />
Fornecedores: Etil e Interlight (luminárias), Osram<br />
(lâmpadas e reatores)<br />
Fotos: Pregnolato & Kusuki Estúdio Fotográfico<br />
A solução para este grande espaço com inúmeras criações peculiares<br />
buscou economia e diversidade, trabalhando dentro de uma realidade<br />
bastante comum para a maioria dos profissionais brasileiros, ou seja,<br />
limitações orçamentárias exigindo soluções otimizadas e criativas.<br />
Neste caso, o conceito técnico e estético da solução, buscando se<br />
integrar com a linguagem do galpão, foi trabalhar com guias formadas<br />
por perfilados industriais padronizados em linhas paralelas no sentido<br />
longitudinal do espaço, distribuídas com um grafismo discreto, com<br />
um certo movimento. Estas guias recebem a fiação, que alimenta três<br />
sistemas distintos: o primeiro composto de diversas luminárias para<br />
AR 111 quadradas com abertura de 8º e anéis para orientação (50W,<br />
3.000K), que jogam sua luz para baixo, sendo direcionadas de acordo<br />
com o layout dinâmico da loja; o segundo sistema, composto de calhas<br />
dobradas para fluorescentes tubulares (2x 54W, 3.000K), que jogam<br />
sua luz para cima, para as telhas, cria uma iluminação difusa em todo<br />
o ambiente; o terceiro sistema são tomadas que recebem os pendentes<br />
antigos. Rafaela nos diz que, neste caso, “há a especial contribuição<br />
das peças do acervo da loja, que são garimpadas em todo o estado de<br />
São Paulo, representando diversas décadas do desenho de luminárias<br />
e que funcionam de verdade”.<br />
Um detalhe muito interessante no projeto é a pesquisa pela peça<br />
mais adequada à iluminação de destaque (as AR 111), buscando um<br />
balanço entre performance, preço e disponibilidade; após definida a<br />
peça que melhor se adequava às diretrizes dos proprietários, foi ela<br />
quem definiu a distância entre os perfilados. Pois a peça escolhida é<br />
feita para ser embutida em forro de gesso, com bilhas para encaixe, que<br />
aproveitam o friso existente na lateral dos perfilados para se fixarem e<br />
para se movimentarem. Os perfilados também servem de suporte às<br />
luminárias com fluorescentes que fazem a iluminação difusa.<br />
A fachada da loja segue esta linha de projeto que trabalha elementos<br />
essenciais apenas: a largura total do lote é desenvolvida em grandes faixas<br />
de vidro e metal, e um vão coberto no térreo cria o estacionamento.<br />
O vidro permite que o brilho da loja e do jardim, e especialmente dos<br />
móveis, invada a rua e crie um bemvindo respiro, uma arquitetura<br />
aberta e generosa. Outra premissa moderna que não envelhece. (Por<br />
André Becker)<br />
<strong>L+D</strong><br />
70<br />
<strong>L+D</strong><br />
71<br />
Na página oposta, acima: detalhe dos<br />
elementos de linha integrados na solução do<br />
projeto: as guias com perfilados, a calha com<br />
fluorescentes voltada às telhas, e a luminária<br />
de destaque AR 111. Abaixo, a fachada da<br />
loja, alongada, aberta e iluminada.
eventos<br />
Na página ao lado, Rose Li, de Albi Serfaty<br />
para Aqua Creations. Abaixo, instalação da<br />
Moooi na Via Savona, com direção artística<br />
de Marcel Wanders<br />
Valentina Zanobelli<br />
MILÃO 2013<br />
SEMANA DE<br />
DESIGN<br />
+<br />
EUROLUCE<br />
<strong>L+D</strong><br />
72<br />
DesignWeek 2013 e Euroluce 2013 – podemos dizer<br />
que se procurarmos um diferencial, um destaque em relação às últimas<br />
edições, iremos encontrar a repetição, ou sendo mais otimista, a<br />
consolidação do que se apresentava como “tendência” ou novas<br />
Sua parceria com a Adidas, no entanto, abre caminho para um novo<br />
processo criativo. Ayala e Albi Serfaty, da Aqua Creations, apresentam<br />
uma família de candelabros recarregáveis para LEDs (Rose Li), em cobre,<br />
com uma base em madeira para que sejam alimentados – podendo<br />
<strong>L+D</strong><br />
73<br />
soluções tecnológicas.<br />
ser utilizados também sem a base. A apresentação não tem muito<br />
Na Euroluce, percebemos a ausência de grandes expositores, como a<br />
destaque – o que frustra seus admiradores, acostumados a instalações<br />
Targetti, Prandina, IGuzzini – alguns presentes em instalações e outros<br />
como a expressiva mostra “Hotel Therapy”, de 2009, no Hotel Nhow<br />
eventos Fuori Saloni: a Prandina na Triennale e a I Guzzini nas instalações<br />
ou a exposição “SOMA”, de 2007. David Trubridge comparece no<br />
da Interni, na “Università degli Studi di Milano”, por exemplo.<br />
Superstudio Piú em parceria com Swarovski, sem emocionar.<br />
A expectativa em torno de alguns nomes que têm se destacado<br />
Um grande destaque teve a extensa instalação da Moooi, na Via<br />
nos últimos anos leva a certa decepção, ou frustração. Tom Dixon se<br />
Savona, com direção de Marcel Wanders. Belíssimos cenários, marcados<br />
repete, parecendo criar desdobramentos de seus produtos recentes.<br />
pelas imagens impressionantes do fotógrafo Erwin Olaf e pelo mobiliário
Luminárias do projeto “A Força da<br />
Floresta” – Rosenbaum®, Nada se Leva<br />
e Fetiche Design com os índios da tribo<br />
Yawanawá, para La Lampe<br />
Artemide, à esquerda, acima, Empatia, de<br />
Carlota de Bevilacqua e Solium, de Karim<br />
Rashid. No alto, à direita, Objetive, de Jean<br />
Nouvel, e logo abaixo Paragon, de Daniel<br />
Libeskind<br />
peculiar e luminárias emblemáticas da marca holandesa, muitas delas em<br />
versões gigantes, como já mostrado em anos interiores. É uma mostra<br />
de grande impacto visual, altamente expressiva e surpreendente, no<br />
A seguir, destaques da Euroluce:<br />
conjunto previsível de instalações da Zona Tortona.<br />
A ARTEMIDE se apresenta, como de costume, em um dos maiores<br />
Também destacamos as luminárias do projeto “A Força da Floresta”,<br />
estandes da Euroluce. Apresenta produtos desenvolvidos por seus<br />
desenvolvidas pelos índios da tribo Yawanawá, do Acre, com curadoria<br />
colaboradores habituais, como Ross Lovegrove, Carlota de Bevilacqua<br />
<strong>L+D</strong><br />
74<br />
de Marcelo Rosenbaum, Nada se Leva e Fetiche Design, para a La<br />
Lampe – parte do programa “AGT – A Gente Transforma”, dirigido<br />
por Rosenbaum. As luminárias foram apresentadas no Palazzo dei<br />
(Empatia) e Karim Rashid (Solium), entre outros.<br />
Podemos destacar a família de luminárias desenvolvidas por Issey<br />
Miyake – um belo trabalho com uma forte inspiração na cultura oriental<br />
<strong>L+D</strong><br />
75<br />
Giureconsulti, no evento Brazil S/A, com a presença de integrantes<br />
que foi apresentado em 2012 em Frankfurt, durante a Light+Building<br />
da tribo indígena.<br />
(<strong>L+D</strong> edição # 38), mas só agora tem o seu lançamento comercial.<br />
Talvez, como acontece nas semanas de moda, a necessidade e a<br />
Luminárias em um tecido especial, com dobraduras que remetem aos<br />
obrigação de se criar novas coleções a cada temporada sejam por<br />
origamis japoneses, às lanternas Akari, de Isamu Noguchi e ao trabalho<br />
demasiado opressivas. A indústria de iluminação está mudando; o<br />
do próprio designer.<br />
mercado, assim como os criadores, estão passando por um processo<br />
Dá continuidade também ao seu trabalho de pesquisa junto a<br />
de adaptação. Estamos acompanhando em tempo real essa rápida<br />
arquitetos – esse ano com produtos desenvolvidos por Jean Nouvel<br />
transformação.<br />
(Objective) e Daniel Libeskind (Paragon).
Apresenta também duas linhas de luminárias para LEDs que inovam<br />
no sistema de dissipação do calor e refrigeração. Os abajures Volt, de<br />
Rodolfo Dordoni, têm sua própria haste metálica como dissipador<br />
– refrigerada internamente por um sistema à água. Os pedestais<br />
Cool Lamp, de Piero Lissoni, também utilizam um sistema interno de<br />
resfriamento à base de água.<br />
Paul Cocksedge transgride o uso das cúpulas difusas com a luminária<br />
Shade, desenhando uma cúpula que “flutua”, suspensa por finos cabos<br />
e iluminada por uma fonte externa de luz.<br />
Michael Anastassiades desenvolveu uma família de luminárias (String<br />
Lights) fixadas no teto e paredes por cabos (de sustentação e alimentação)<br />
que permitem a livre criação de diferentes desenhos – recurso também<br />
observado nas luminárias de Arik Levy para a Vibia.<br />
Acima, à esquerda, The Running Magnet e<br />
Shade, de Paul Cocksedge. Abaixo, The Circle<br />
of Light. Na página ao lado, abajur Volt, de<br />
Rodolfo Dordoni, e String Light, de Michael<br />
Anastassiades, todos para Flos<br />
<strong>L+D</strong><br />
76<br />
A FLOS dá sequência a suas linhas de produtos que se integram a<br />
arquitetura, apresentando as novas The Circle of Light e The Running<br />
Magnet (Design Flos). A primeira, um sistema para embutir no forro<br />
ou parede, com a tecnologia SOFT já utilizada em outros produtos<br />
– que garante um perfeito acabamento junto ao forro de gesso. São<br />
perfis circulares de diâmetros variados, com mini spots para LEDs para<br />
iluminação direta. The Running Magnet é um sistema também de<br />
embutir, com trilhos eletrificados de apenas 12 mm de largura, que<br />
conectam os projetores para LEDs com um sistema de ímãs, e difusores<br />
lineares com diferentes comprimentos.<br />
<strong>L+D</strong><br />
77
A Foscarini reafirma sua posição de destaque entre os fabricantes<br />
italianos. A luminária de mesa Yoko, dos noruegueses Anderssen &<br />
Voll, serve como exemplo de um novo olhar sobre o produto. O abajur,<br />
de formas limpas, apresenta uma base luminosa de policarbonato e<br />
uma cúpula transparente, invertendo, assim, as funções de base e<br />
cúpula, trabalhando de uma forma divertida com o arquétipo das<br />
luminárias de mesa.<br />
A família Rituals, de Ludovica e Roberto Palomba, recria as clássicas<br />
lanternas japonesas de papel de arroz em um delicado trabalho de<br />
vidro, com frisos horizontais que proporcionam iluminação suave e<br />
difusa, com um leve efeito de luz e sombra.<br />
Nuage, de Philippe Nigro, é uma luminária composta de módulos,<br />
para ser utilizada na parede ou no teto, criando composições variadas<br />
com a sobreposição de vários elementos. Inspirada no movimento de<br />
Op Art, pretende ser mais do que um objeto para iluminar, conferindo<br />
aos ambientes um caráter artístico e único. Esse conceito de luminárias<br />
modulares e componíveis, que cria soluções personalizadas, tem sido<br />
bastante explorado, como temos observado nas últimas edições da<br />
Euroluce.<br />
Flip, de Simon Pengelly, se baseia no mesmo conceito – trata-se<br />
de uma luminária de parede flexível, que deve ser movimentada para<br />
criar variações na luminosidade. Confeccionada em policarbonato, é<br />
livremente inspirada na obra de Lucio Fontana.<br />
Stewie, de Luca Nichetto, inova em sua forma e proporção como<br />
luminária de piso. Confeccionada em polietileno revestido em tecido,<br />
proporciona luz difusa e indireta.<br />
Foscarini, no alto, Rituals, de Ludovica e Roberto<br />
Palomba – lanternas japonesas recriadas em<br />
vidro –, e Nuage, the Philippe Nigro. Embaixo,<br />
da esquerda para a direita: Stewie, de Luca<br />
Nichetto, abajur Yoko, de Anderssen & Voll, e<br />
Flip, de Simon Pengelly<br />
<strong>L+D</strong><br />
78<br />
<strong>L+D</strong><br />
79
Diesel / Foscarini – no sentido horário:<br />
Metafísica, Glassdrop, Diconnect e Crash Bell<br />
Imagens da esquerda: pendentes<br />
Flas (acima) e Bell Table Light, de<br />
Tom Dixon. Imgens da direita: Stick,<br />
de Matali Crasset (acima) e Cloudy,<br />
de Mathieu Lehanneur para Fabbian<br />
A parceria Diesel/Foscarini continua, e muitos produtos já editados<br />
são reapresentados com novos acabamentos.<br />
Dentre as luminárias apresentadas pela Fabbian, destacamos Cloudy,<br />
Crash Bell, em alumínio e vidro, se inspira nas caixas de instrumentos<br />
de Mathieu Lehanneur, uma luminária em vidro soprado que explora a<br />
de percussão, com acabamentos em bronze e alumínio. Mantém a<br />
transparência e translucidez do material. Aqui a Fabbian trabalha em<br />
<strong>L+D</strong><br />
80<br />
estética industrial de outros produtos da Diesel. Glassdrop são pendentes<br />
em vidro soprado, que quando apagados se assemelham a gotas de<br />
mercúrio, brilhantes e reflexivas. A translucidez do vidro se revela apenas<br />
casa, pois é em sua expertise nos trabalhos em vidro que encontramos<br />
seu diferencial.<br />
Já as luminárias Stick, de Matali Crasset, elegem palitos de madeira<br />
<strong>L+D</strong><br />
81<br />
com a luminária acesa. Disconnect pretende explorar o contraste entre<br />
como matéria-prima. De forma simples, com um único módulo em<br />
os diferentes materiais – o sólido e pesado metal utilizado na base da<br />
forma de pinça que permite diferentes configurações, a luminária cria<br />
luminária em contraponto à leveza e fluidez do tecido das cúpulas. A<br />
efeitos de luz e sombra.<br />
luminária de mesa ou piso Metafísica também evidencia o contraste<br />
O inglês Tom Dixon apresenta suas novas coleções no Museu da<br />
entre materiais – metal e vidro – utilizando uma base metálica como<br />
Ciência e Tecnologia, junto com outros criadores independentes de<br />
uma gaiola, que serve de apoio à cúpula.<br />
diversas partes do mundo. Apresenta, além de suas luminárias, móveis<br />
e luminárias, uma coleção desenvolvida para Adidas. Destacamos Flask<br />
e Bell Light, que são variações do processo de criação do designer.
A Fontana Arte parece procurar novos caminhos em seu portfólio.<br />
Trabalhando com materiais menos nobres do que o habitual – como<br />
o plástico e o isopor –, apresenta produtos relativamente simples em<br />
suas formas, respaldados pelos conceitos apresentados pelos designers.<br />
Albedo, dos designers alemães Rauph Nauta e Lonneke Gordjn<br />
(Studio Drift), inspira-se no movimento e flutuação das águas-vivas.<br />
Confeccionada em um fino tecido cortado a laser, tem várias escamas<br />
formando o volume da luminária.<br />
Koho, do finlandês Mika Tolvanen, é uma luminária em plástico<br />
para áreas externas. Com uma bateria recarregável com 7 horas de<br />
autonomia, pode ser facilmente transportada por ser leve, pequena e<br />
dispensar fios para o seu uso.<br />
Odeon, criação do estúdio milanês Studio Klass, de Marco Maturo<br />
e Alessio Roscini, é mais um produto que pretende dar um novo uso<br />
às luminárias de piso. Com o corpo revestido em couro e difusor em<br />
policarbonato leitoso, que emite luz apenas em uma direção, propõe<br />
que sua posição em relação à parede – ou à superfície iluminada –<br />
determine o efeito e a atmosfera.<br />
Yupic, do estúdio For Us With Love, de Estocolmo, tem o corpo<br />
confeccionado em um isopor de alta resistência. Trata-se também<br />
de uma luminária portátil. Fornecida com 5 metros de fio, pode ser<br />
pendurada em ganchos, apoiada no piso ou em mesas.<br />
A Luceplan apresenta dois produtos muito inspirados. Ascent, de<br />
Daniel Ribakken, é uma luminária de mesa que tem na simplicidade<br />
de seu desenho e de sua proposta de uso o diferencial. O movimento<br />
vertical, intuitivo, da luminária através de sua haste permite o ajuste<br />
e a variação do facho de luz.<br />
Nothing, de Francisco Gomez Paz, talvez tenha sido, em 2013,<br />
a luminária que melhor reflete uma nova morfologia dos produtos<br />
em função das características do LED – suas proporções diminutas e<br />
bidimensionais. Uma estrutura articulável em alumínio, para iluminação<br />
indireta – mais uma luminária de piso que propõe a parede como<br />
plano de difusão da luz.<br />
Acima, Ascent, luminária de mesa<br />
de Daniel Ribakken. Abaixo, à<br />
esquerda, Nothing, de Francisco<br />
Gomez Paz. Ambas para Luceplan<br />
Acima, à direita, novas luminárias da Fontana Arte:<br />
Albedo, de Ralph Nauta e Lonneke Gordjn; Odeon,<br />
de Marco Matuto e Alessio Roscini; Koho, de Mika<br />
Tolvanen e Yupic, do estúdio For Us With Love.<br />
Abaixo, da esquerda para a direita: na página ao<br />
lado, Clizia, de Adriano Rachele; Flora, de Zanini de<br />
Zanine, e as famílias Aria e Avia, de Zaha Hadid.<br />
Para Slamp<br />
A italiana Slamp apresenta uma série de luminárias desenvolvidas<br />
em materiais sintéticos patenteados pela empresa – denominados<br />
Crystalflex®, Opalflex®, Lentiflex®. Os polímeros apresentam alto<br />
brilho e transparência, criando efeitos semelhantes a lentes de vidro.<br />
A arquiteta Zaha Hadid desenvolveu duas famílias de luminárias –<br />
Aria e Avia – que parecem grandes esculturas luminosas. O brasileiro<br />
Zanini de Zanine e Adriano Rachele desenvolveram produtos com<br />
formas orgânicas – Flora e Clizia, respectivamente.<br />
<strong>L+D</strong><br />
82<br />
<strong>L+D</strong><br />
83
Arturo Alvarez: na página anterior,<br />
Kite e Tati. Abaixo, da esquerda para<br />
a direita, Muu e Li<br />
Arturo Alvarez apresenta três famílias de luminárias, desenvolvidas<br />
com sua técnica e materiais usuais – uma tela metálica revestida por<br />
silicone. A linha Muu apresenta luminárias de mesa ou piso em dois<br />
tamanhos: Kite, que podem ser usadas como arandelas ou pendentes,<br />
e Tati – nas versões de teto ou parede e também de mesa. A arandela<br />
Li explora outro material: faixas altamente resistentes de celulose<br />
reciclada e prensada.<br />
À esquerda, Bocci 38. Abaixo e na<br />
página seguinte, da esquerda para a<br />
direita: Celine Wright e as luminárias<br />
Arabesque, Kaleidoscope e Giboullé.<br />
A designer francesa Celine Wright apresenta pela primeira vez suas<br />
criações na Euroluce. Tendo vivido durante muitos anos no Japão,<br />
suas criações em papel e tecido têm evidente influência das lanternas<br />
japonesas – mas apresentam uma clara assinatura de Celine em seus<br />
acabamentos e formas. Destacamos as novas Arabesque – pendentes<br />
ou de mesa – e Kaleidoscope. A família Giboulee apresenta uma pedra<br />
bruta pendente, lúdico diálogo ente os materiais.<br />
<strong>L+D</strong><br />
84<br />
A canadense Bocci aposta em luminárias de vidro soprado – sempre<br />
uma variação do mesmo produto, que tem alcançado bastante sucesso.<br />
Pela primeira vez na Euroluce, apresenta-se em um espaçoso estande,<br />
com uma grande instalação de seu lançamento de 2013 – a família<br />
57. Também mostra em uma interessante instalação a lúdica família<br />
38 – grandes esferas transparentes, nas quais são introduzidas bolhas<br />
leitosas durante o processo de manipulação do vidro. Essas bolhas se<br />
chocam internamente, formando cavidades que recebem as fontes de<br />
luz – e também terra, onde são plantados pequenos cactos.<br />
<strong>L+D</strong><br />
85
Vibia: no alto, pendentes Wireflow,<br />
de Arik Levy. Abaixo, pendentes<br />
revestidos em faixas de tecido Nuno,<br />
de Nendo, e os módulos de “Wall<br />
Art” Set, de J. Li. Xuclà<br />
O grande destaque da Euroluce, confirmando o que já se anunciava<br />
nas últimas edições foi a Vibia, de Barcelona. Com uma ampla família<br />
de luminárias para áreas externas e utilizando-se de diferentes materiais,<br />
com luminárias em cerâmica, tecido etc., tem luminárias que inovam<br />
em sua morfologia e apresentam uma linguagem inovadora no diálogo<br />
do produto com arquitetura.<br />
A luminária Set, de J. Li. Xuclà, explora o recurso de claro e escuro,<br />
sempre presente na Vibia. Criando efeitos e volumes na parede com<br />
a composição de múltiplas peças, reforça o conceito de “Wall Art” a<br />
partir da composição de módulos de luz e sombra.<br />
Os pendentes Wireflow, de Arik Levy, reconstroem as linhas clássicas<br />
de candelabros em duas ou três dimensões, criando no espaço formas<br />
geométricas com a utilização de finos cabos de alimentação e sustentação.<br />
Nas palavras de Levy: “presença e ausência, transparência e luminosidade,<br />
luz e fluidez”.<br />
As luminárias Nuno, de Nendo – que cria pela primeira vez para<br />
a Vibia –, se baseia na superposição de faixas de tecido, criando<br />
diferentes graduações de luz e sombra, proporcionando luz difusa<br />
e morna aos ambientes – com uma referência ao desenho oriental,<br />
como observamos, bastante revisitado.<br />
<strong>L+D</strong><br />
86<br />
Marset e Santa & Cole são dois importantes representantes dos<br />
espanhóis, que vem se destacando a cada ano. A luminária Nenufar,<br />
de Joan Gaspar, é uma linha de pendentes modulares, em finos discos<br />
luminosos que podem ser compostos em variados conjuntos.<br />
As famílias Sin e Blancowhite, de Antoni Arola, elegantemente se<br />
apropriam das pequenas dimensões dos LEDs para criar elementos<br />
finíssimos, em alguns casos de apenas 1 cm de espessura, apresentando<br />
luminárias de mesa, pendentes e abajures em variadas composições.<br />
Secto também é uma empresa que se destaca pela qualidade de<br />
seu produto. A empresa finlandesa desenvolve apenas luminárias em<br />
madeira, com um acabamento primoroso. As luminárias são desenhadas<br />
pelo arquiteto Seppo Koho, que apresentou a nova linha Aspiro.<br />
<strong>L+D</strong><br />
87<br />
Acima, à esquerda, Sin e BlancoWhite, de<br />
Antoni Arola para Santa & Cole, e à direita<br />
Nenufar – Joan Gaspar para Marset. Ao lado,<br />
pendentes Aspiro, de Seppo Koho para a<br />
finlandesa Secto
Ingo Maurer mostrou no Espaço Krizia uma belíssima instalação com<br />
suas novas luminárias-velas. Uma grande reprodução da Santa Ceia, de<br />
Leonardo Da Vinci, com as luminárias flutuando sobre a mesa posta. As<br />
velas de LED / My New Flame e Flying Flames Chandelier – evolução de<br />
outro produto lançado recentemente – são bidimensionais e parecem<br />
flamejar como velas reais. Lança ainda – também na Euroluce – as<br />
luminárias Knot, que utiliza a técnica de plotagem em três dimensões,<br />
e a provocadora Veramente al Dente, em tiragem limitada.<br />
Pudemos também conhecer no Espaço Krizia o incrível projeto<br />
“The Broken Egg”, que será construído no Brasil, em Inhotim – um<br />
edifício dedicado à luz. Agora vamos aguardar a materialização desse<br />
ambicioso projeto de Ingo Maurer, que mais uma vez surpreende com<br />
sua criatividade. (Por Carlos Fortes)<br />
Tom Vack and Team. (c) Ingo Maurer GmbH, Munich<br />
Ingo Maurer, nesta página, em sentido<br />
horário: o pendente Flying Flames Chandelier<br />
e as luminárias de mesa Knot e Veramente al<br />
Dente. Na página ao lado, foto da instalação<br />
“A Santa Ceia” no espaço Krizia, com Flying<br />
Flames Chandelier e Veramente al Dente.<br />
Abaixo, projeto e maquete de “The Broken<br />
Egg”, a ser construído em Inhotim<br />
<strong>L+D</strong><br />
88<br />
<strong>L+D</strong><br />
89
PARA SABER MAIS<br />
Antivj<br />
Christopher Moulder<br />
Lichia Lighting<br />
T:44 0 789 00 965 96<br />
T: 1 404 382 0709<br />
T: 55 11 3123 0157<br />
www.antivj.com<br />
www.christophermoulder.com<br />
www.lichialighting.com<br />
Brigada<br />
Estudio Carlos Fortes<br />
Light Bureau<br />
T: 385 1 606 4034<br />
T: 55 11 3064 4194<br />
T: 44 0 20 7498 6111<br />
www.brigada.hr<br />
www.estudiocarlosfortes.com<br />
www.lightbureau.com<br />
Central Arquitectos<br />
LD Studio<br />
Shaw Architekten<br />
T: 55 11 3266 2773<br />
T: 55 21 2507 2087<br />
T: 49 69 944 10244<br />
www.centralarquitectos.com<br />
www.ldstudio.com.br<br />
www.shaw-architekten.de<br />
PATROCINADORES<br />
Alper<br />
Inside<br />
Lumicenter<br />
Osram<br />
T: (11) 3265 6701<br />
T: (11) 4746 1352<br />
T: (41) 2103 2750<br />
T: 0800 55 7084<br />
www.alper.com.br<br />
www.inside.ind.br<br />
www.lumicenter.com.br<br />
www.osram.com.br<br />
página 29<br />
página 39<br />
página 31<br />
página 33<br />
Artemide Brasil<br />
Itaim Iluminação<br />
Lumini<br />
Stella design<br />
T: (11) 94910-0095<br />
T: (11) 4785 1010<br />
T: (11) 3<strong>43</strong>7 5555<br />
T: (51) 3529.7044<br />
www.facebook.com/ArtemideBrasil<br />
www.itaimiluminacao.com.br<br />
www.lumini.com.br<br />
www.stelladesign.com.br<br />
página 11<br />
3ª capa<br />
4ª capa<br />
página 8 e 9<br />
Avant<br />
Kreon Brasil<br />
Lutron<br />
Steluti<br />
T: (11) 2085 0093<br />
T: (11) 995623660<br />
www.lutron.com/latinamerica<br />
T: (11) 3079 7339<br />
www.avantsp.com.br<br />
brasil@kreon.com<br />
página 37<br />
www.steluti.com.br<br />
página 41<br />
página 13<br />
página <strong>43</strong><br />
E:Light<br />
Lemca Iluminação<br />
Mantra<br />
Sylvania<br />
T: (11) 3062.7525<br />
T: (11) 2827 0600<br />
T: (41) 3026 8081<br />
T: (11) 3133 2400<br />
páginas 4 e 5<br />
www.lemca.com.br<br />
www.mantraco.org<br />
www.sylvania.com.br<br />
página 35<br />
páginas 14 e 15<br />
página 25<br />
<strong>L+D</strong><br />
90<br />
Erco<br />
T: 11 9216-7134<br />
LG Electronics<br />
T: 4004 5400<br />
Nichia<br />
T: + 1 770 806 8300<br />
Trancil<br />
T: 0800 979 9030<br />
www.erco.com<br />
www.lge.com/br<br />
www.nichia.com<br />
www.trancil.com.br<br />
2ª capa<br />
página 21<br />
página 17<br />
página 27<br />
GE Iluminação<br />
Light Design<br />
Omega Light<br />
T: 0800 595 6565 e 4001 6565<br />
T: (81) 3339 1654<br />
T: (11) 5034 1233<br />
www.geiluminacao.com.br<br />
www.lightdesign.com.br<br />
www.omegalight.com.br<br />
página 19<br />
páginas 6 e 7<br />
página 23