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L+D 43

Edição 43: Maio / Junho - 2013

Edição 43: Maio / Junho - 2013

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R$16,00<br />

l+d<br />

luz + design + arquitetura<br />

ISSN: 1808-8996<br />

MAR, Rio de Janeiro<br />

Milão 2013<br />

Casa Daros, Rio de Janeiro<br />

East street restaurant, Londres<br />

Téo, São Paulo


tune the light<br />

tune the light<br />

Light Board LED<br />

Premiere for ERCO’s Light<br />

Board: efficient spotlights,<br />

floodlights and wallwashers<br />

consistently designed only for<br />

LEDs, the source of the future.<br />

With a striking design that<br />

gives expression to the innovative<br />

lighting technology.<br />

The flat housing of cast aluminium<br />

integrates the control<br />

gear and ensures a long life<br />

through sophisticated heat<br />

management. High-power<br />

LEDs in warm white or neutral<br />

white produce a luminous<br />

flux of 290lm to <strong>43</strong>20lm with<br />

a connected load of 5.4W to<br />

54W, suitable for a vast range<br />

of applications. The highly<br />

efficient LED lighting technology<br />

featuring collimators<br />

and Spherolit lenses is only<br />

available from ERCO – with six<br />

light distribution patterns from<br />

narrow spot through to wide<br />

flood, oval flood and wallwash:<br />

for creative lighting concepts<br />

with efficient visual comfort.<br />

www.erco.com/lightboard<br />

Opton LED<br />

Premiere for ERCO’s Opton:<br />

efficient spotlights, floodlights<br />

and wallwashers consistently<br />

designed with LEDs, the source<br />

of the future, for maximum<br />

performance. The minimised<br />

design positions Opton as an<br />

optimal tool for shop lighting:<br />

Its very low height makes it<br />

ideal for shop windows or<br />

rooms with low ceilings. The<br />

luminaire head of cast aluminium<br />

ensures a long life<br />

through sophisticated heat<br />

management. High-power<br />

LEDs in warm white or neutral<br />

white produce a luminous flux<br />

of up to 2160lm with a connected<br />

load of only 27W. The<br />

highly efficient LED lighting<br />

technology featuring collimators<br />

and Spherolit lenses is only<br />

available from ERCO – with six<br />

light distribution patterns from<br />

narrow spot through to wide<br />

flood, oval flood and wallwash:<br />

for creative lighting concepts<br />

with efficient visual comfort.<br />

www.erco.com/opton<br />

E<br />

E


R$16,00<br />

l+d #<strong>43</strong><br />

42<br />

54<br />

l+d<br />

LUZ + DESIGN + ARQUITETURA<br />

MAR, Rio de Janeiro<br />

Iluminação: Estúdio Carlos Fortes<br />

Foto: Andrés Otero<br />

ISSN: 1808-8996<br />

MAR, RIO DE JANEIRO<br />

MILÃO 2013<br />

CASA DAROS, RIO DE JANEIRO<br />

EAST STREET RESTAURANT, LONDRES<br />

TÉO, SÃO PAULO<br />

62<br />

68<br />

18<br />

20<br />

46<br />

agenda<br />

¿QuÉ Pasa?<br />

PROJETOS<br />

46. Casa Daros, Rio de Janeiro<br />

54. MAR, Rio de Janeiro<br />

62. East Street Restaurant, Londres<br />

68. Téo, São Paulo<br />

72<br />

eventos<br />

Milão 2013 – Semana de Design + Euroluce<br />

<strong>L+D</strong><br />

10<br />

72


EDITORIAL<br />

Romulo Fialdini<br />

PUBLICADA POR<br />

EDITORES<br />

André Becker<br />

Thiago Gaya<br />

Editora Lumière Ltda.<br />

Rua Catalunha, 350<br />

05329-030 São Paulo SP<br />

t: 11 2827.0660<br />

ld@portallumiere.com.br<br />

www.portallumiere.com.br<br />

As cidades e a feira<br />

Algumas edições gostaríamos que tivessem três capas. Uma das matérias mais<br />

aguardadas na pauta da <strong>L+D</strong> é nossa visita à Semana de Design e à Euroluce,<br />

em Milão. Uma sequência de vários anos já, que nos permite acompanhar os<br />

caminhos da indústria, sua maturação e até pontos de inflexão, além de destacar<br />

inúmeros produtos e designers específicos, em uma das matérias mais ricas em<br />

imagens e conteúdo.<br />

Mas também temos desenvolvido, nas últimas edições da <strong>L+D</strong>, uma pauta<br />

de projetos com um forte contexto urbano e regenerador, com a High Line<br />

em Nova York como destaque da edição 41, e a Praça Roosevelt em São Paulo<br />

destaque da edição 42.<br />

Nesta edição, definimos dois projetos recém-inaugurados no Rio de Janeiro, que,<br />

apesar de museus e não praças como os citados acima, têm essa a característica de<br />

catalisadores urbanos: a Casa Daros, parceria dos suíços da Mati Lichtgestaltung<br />

e o LD Studio, de Monica Lobo e Daniele Valle; e o MAR-Museu de Arte do Rio,<br />

do Estúdio Carlos Fortes com colaboração da Franco Associados.<br />

Optamos por destacar na nossa capa a ascensão do Rio de Janeiro, e a linha<br />

urbana que temos desenvolvido nas últimas edições, o que sempre tem maior<br />

influência nas nossas cidades e em nossas vidas.<br />

E completando esta leitura do lighting design como elemento vital do cotidiano<br />

e não um item de luxo, destacamos ainda projetos onde a criatividade e o bom<br />

gosto geram trabalhos ricos e exemplares, em obras de escala menor e focos<br />

orçamentários claros: o antiquário Téo, em São Paulo, baú de tesouros, e o<br />

East Street Restaurant, em Londres, com uma linguagem econômica e divertida<br />

baseada nos mercados de rua asiáticos, dois projetos que exaltam o lighting<br />

design de qualidade e acessível.<br />

editores<br />

>André Becker<br />

>Thiago Gaya<br />

DIRETOR DE ARTE<br />

>Pedro Saito<br />

REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />

>André Becker<br />

>Carlos Fortes<br />

>Elettra Bordonaro<br />

>Gilberto Franco<br />

>Orlando Marques<br />

REVISÃO<br />

>Deborah Peleias<br />

GERENTE ADMINISTRATIVO<br />

>Richard Schiavo<br />

CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS<br />

>Rodrigo Martins<br />

PUBLICIDADE<br />

>Lucimara Ricardi (Diretora Comercial)<br />

>Paula Ribeiro<br />

>Suely Mascaretti<br />

>Avany Ferreira<br />

MARKETING<br />

> Márcio Silva<br />

PUBLICIDADE<br />

comercial@portallumiere.com.br<br />

t: 11 2827.0660<br />

ASSINATURAS<br />

assinaturas@portallumiere.com.br<br />

t: 11 2827.0660<br />

IMPRESSA POR<br />

<strong>L+D</strong><br />

12<br />

tiragem e circulação<br />

auditadas por


vem aÍ<br />

4º ledforum<br />

01 e 02 de agosto - São Paulo<br />

www.ledforum.com.br


agenda<br />

Tourisme Montreal, Stephan Poulin<br />

IALD Enlighten Americas<br />

4º LEDFORUM<br />

A Associação International de Lighting Designers promoverá o<br />

Enlighten Americas 2013 com o tema La Vie en Lumiére/ Life in Light,<br />

em outubro, em Montreal, Canadá.<br />

Alguns dos palestrantes confirmados são Andreas Schulz, do<br />

LichtKunstLicht, Glenn Heinmiller, da Lam Partners, e Enrique Peiniger,<br />

do Office for Visual Interaction. O cadastro promocional vai até 22<br />

de agosto, e depois até 19 de setembro funciona o cadastro regular.<br />

A quarta edição do LEDforum trará novamente ao Brasil grandes<br />

nomes do lighting design mundial para discutir a aplicação da tecnologia<br />

LED. Realizado pela Revista <strong>L+D</strong> com o apoio da Associação Brasileira<br />

de Arquitetos de Iluminação, o LEDforum reunirá durante dois dias a<br />

linha de frente da indústria, da pesquisa e da prática da iluminação.<br />

A grade completa de palestras será divulgada no dia 15 de maio no<br />

site www.ledforum.com.br , data na qual serão abertas as inscrições.<br />

Onde: Montreal, Canadá<br />

Quando: de 3 a 5 de outubro de 2013<br />

Info: www.iald.org<br />

Onde: Hotel Tivoli Mofarrej, São Paulo, Brasil<br />

Quando: 1 e 2 de agosto de 2013<br />

Info: www.ledforum.com.br<br />

Daylighting summer course<br />

<strong>L+D</strong><br />

18<br />

Iniciativa da Universidade da Flórida e da PLDA-Professional Lighting<br />

Designers Association, o curso introduz a cultura da luz do dia tanto<br />

como um recurso de expressão como uma ferramenta técnica para um<br />

design sustentável. A luz artificial está presente não como um tópico<br />

independente, mas em sua integração à luz natural.<br />

Além destes estudos, faz parte do curso um programa completo de<br />

palestras, seminários e conferências, além de visitas a edifícios de Alvar<br />

Aalto, Tadao Ando, Renzo Piano e Carlos Scarpa, entre outros.<br />

As inscrições vão até o dia 19 de maio.<br />

divulgação<br />

Onde: Vicenza, Itália<br />

Quando: de 8 a 19 de julho de 2013<br />

Info: www.daylightthinking.com


¿QuÉ Pasa?<br />

IALD Awards<br />

Matt Irwin<br />

Durante a Light Fair International-LFI, na Filadéfia (EUA), ocorrida<br />

entre 21 e 25 de abril, foi realizada a tradicional premiação anual da<br />

International Association of Lighting Designers-IALD.<br />

Em sua trigésima edição, dez projetos de nove diferentes países,<br />

escolhidos entre concorrentes de todo o mundo, foram premiados.<br />

O Radiance Awards, principal honra, ficou com os alemães da Pfarre<br />

Lighting Design, pelo projeto da Hafencity-University Subway Station,<br />

em Hamburgo, na Alemanha.<br />

Dois Prêmios de Excelência foram outorgados desta vez: um para o<br />

escritório australiano Electrolight, pelo projeto do Crown Towers Eastern,<br />

em Melbourne, Austrália, e outro para o Lighting Design Collective<br />

sediado em Madri, com unidades em Londres e Helsinque, pelo projeto<br />

do Silo 468, em Helsinque, Finlândia.<br />

Seis prêmios de Honra ao Mérito foram distribuídos para projetos<br />

na Inglaterra (Burlington Arcade, projeto de Speir + Major); França<br />

(Cite du Surf et de L´Ocean, projeto de LÓbservatoire International);<br />

China (Kunming Changshui International Airport, projeto de Shangai<br />

Grandar Light Art & Technology Co); Estados Unidos (Lakewood Cemetery<br />

Garden Mausoleum, projeto de HGA Architects + Engineers); Austrália<br />

(Sneakrology, projeto de Electrolight novamente), e Japão (Tokyo Skytree,<br />

projeto de Sirius Lighting Office Inc.).<br />

Uma Citação Especial foi outorgada ao Qatar National Convention<br />

Centre Banqueting Suite, projeto de Light and Design Associates LTD,<br />

em Doha, Quatar.<br />

Estivemos presentes na feira e na premiação, e nas próximas edições de<br />

<strong>L+D</strong> publicaremos os projetos mais representativos premiados pelo IALD.<br />

Tapio Rosenius<br />

<strong>L+D</strong><br />

Tapio Rosenius<br />

20<br />

Markus Tollhopf<br />

Markus Tollhopf


¿QuÉ Pasa?<br />

James Medcraft<br />

Bactérias<br />

O Centro Pompidou em Metz, França, projeto de Shigueru Ban<br />

inaugurado em 2010, é famoso pelo desenho inusitado. Uma cobertura<br />

ameboide flutuante cobre o conjunto, mas é também eventualmente<br />

rasgada por volumes mais convencionais de linhas retas. Ele gerou<br />

impressões distintas em críticos, residentes e visitantes.<br />

E se transformou, na última edição do “Nuit Blanche - Metz”, em<br />

uma instalação poderosa com visuais de Simon Geifus e Yannick Jacquet<br />

e música de Thomas Vaquié, do coletivo Antivj. Em face ao espaço<br />

disponibilizado e à liberdade de tema do “Nuit Blanche”, a equipe se<br />

inspirou na arquitetura de Ban e optou por desenvolver uma instalação<br />

que trabalhasse as diferenças de escala encontradas na natureza.<br />

Após pesquisas sobre criaturas marinhas, um fóssil misterioso chamado<br />

Paleodictyon Nodosum inspirou livremente a instalação, por sua geometria<br />

pura e sua propriedade de criar colônias de bactérias. O conceito de<br />

uma pele estrutural que se rearranja constantemente frente a diferentes<br />

estímulos foi realizado por meio da sincronização com a música, que<br />

fornece os estímulos para as respostas das projeções geométricas em<br />

preto e branco na cobertura.<br />

<strong>L+D</strong><br />

22


¿QuÉ Pasa?<br />

Chris Levine<br />

Mandala<br />

<strong>L+D</strong><br />

24<br />

Chris Levine tem uma longa história no trabalho por meio diferentes<br />

mídias e instalações pesquisando experiências sensoriais. Ele trabalha<br />

com a luz considerada não somente um aspecto central na arte, mas<br />

na experiência humana em geral, e a partir disto desenvolve suas<br />

peças. “Flower of Light” é composta de lasers, vidro dicroico, cristais<br />

Swarovski e alumínio, uma obra site-specific na Fine Art Society, em<br />

Londres. Ela é a evolução dos estudos da série “Flower of Life”, onde<br />

padrões geométricos de pontos de luz geram uma escultura viva que<br />

preenche e dá vida a um ambiente.<br />

A metáfora ganha força quando se pensa que uma experiência artística,<br />

de um certo modo, poliniza aqueles que interagem com cada obra.


¿QuÉ Pasa?<br />

Lanterna Industrial<br />

Nem todos os projetos e intervenções que se destacam o fazem por<br />

um foco no discurso, no efeito e na crítica: alguns projetos conseguem,<br />

atendendo a quesitos técnicos, práticos e mesmo orçamentários, criar uma<br />

qualidade estética e ambiental tão destacada quanto as mais sofisticadas<br />

instalações, ou projetos que fazem as mais diversas concessões funcionais<br />

para atingir efeitos estéticos.<br />

Exemplo primoroso disto é o pequeno galpão industrial com escritório<br />

em Siegen, na Alemanha – projeto da Shawn Architekten, sediada em<br />

Frankfurt. Na entrada de um complexo industrial, ele é feito inteiramente<br />

com elementos construtivos padronizados. O fechamento em painéis<br />

translúcidos de fiberglass reduzem o consumo de energia e facilitam a<br />

produção, criando uma luz difusa e filtrando o entorno industrial árido.<br />

À noite, o galpão se transforma numa lanterna que marca a entrada<br />

do complexo.<br />

O pequeno escritório em concreto funciona como travamento e<br />

contrapeso à estrutura metálica em balanço, evitando diagonais metálicas<br />

agressivas e contribuindo para a leveza do conjunto.<br />

<strong>L+D</strong><br />

26<br />

Felix Krumbholz


¿QuÉ Pasa?<br />

Luz sinestésica<br />

<strong>L+D</strong><br />

28<br />

“O primeiro passo deste projeto foi pensar a luz como uma fragrância,<br />

uma matéria intangível que permeia o ar onde vivemos.” Este é o<br />

comentário inicial de Diego Vencato e Marco Merendi sobre a luminária<br />

Scent of Light.<br />

A forma da luminária se inspira em frascos de perfume, mas mais<br />

importante do que a semelhança visual são os demais efeitos sensíveis<br />

que ela desperta: uma bolha com textura líquida, que parece insuflada<br />

pelo soquete.<br />

Muito desta textura é devido ao uso de uma tecnologia nova de<br />

revestimento metálico, que dá o brilho molhado peculiar da peça e as<br />

sensações sinestésicas desejadas.<br />

A lâmpada LED utilizada na peça cria a aura sutil da luminária em<br />

conjunto com diferentes tons do revestimento metálico.<br />

Laura Chiarotto


¿QuÉ Pasa?<br />

Retrospectiva<br />

Mario Nanni<br />

“Luce all’opera”, luz no trabalho: o nome da exposição de Mario<br />

Nanni na Villa Panza, em Varese, Itália, não podia ser mais adequado.<br />

Por mais que Mario Nanni se defina como um poeta da luz, trabalho<br />

prático e empreendorismo estão no cerne de suas realizações, tanto por<br />

sua formação prática como pela fundação da Viabizzuno, em 1994.<br />

A exposição abarca 25 anos de produção em 20 obras, que exploram<br />

as sensações e a habilidade da luz em criar emoções e alterar a percepção<br />

convencional de espaços e relações entre objetos.<br />

As peças se integram com obras clássicas do acervo permanente da<br />

Villa Panza, permitindo um diálogo que enriquece ambas.<br />

<strong>L+D</strong><br />

30<br />

Divulgação


¿QuÉ Pasa?<br />

Divulgação/Paul Graham<br />

LUMIO<br />

<strong>L+D</strong><br />

32<br />

O arquiteto e designer americano de origem indonésia Max Gunawan,<br />

desiludido com a arquitetura “a partir do momento onde percebi que<br />

passava mais tempo cuidando de cronogramas do que pensando em<br />

estruturas e espaços”, resolveu virar a mesa e investir em projetos<br />

menores mas autorais.<br />

A ideia de Lumio, uma luminária desdobrável de acionamento<br />

instintivo, devido à sua semelhança com um simples livro, veio a partir<br />

do seu próprio caderno de croquis, onde rabiscava sua busca por ideias.<br />

Fechada, a luminária está desligada; aberta, ela se ilumina através<br />

de LEDs, chegando a emitir 500 lumens, equivalente a 40W de uma<br />

lâmpada incandescente.<br />

O protótipo conta com uma capa magnética, revestida em madeira<br />

cortada a laser, que se fixa em superfícies metálicas, e bateria recarregável<br />

que dura oito horas.<br />

O projeto foi lançado com grande sucesso no KickStarter: com uma<br />

meta original de 60.000 dólares, ele levantou 578.387 dólares em<br />

apoio e encomendas, gerando expectativas e olhares tanto para este<br />

protótipo específico como para o sucesso do modelo de desenvolvimento,<br />

que para ser completo depende agora da Lumio atender os prazos e<br />

compromissos assumidos com seus investidores.


¿QuÉ Pasa?<br />

“ Redesenhamos “ nosso nosso edifíco edifíco que utilizava que utilizava ou, ou,<br />

10,7watts/m2 10,7watts/m2 de energia de energia com a com iluminação. a iluminação. Com Com o o<br />

Quantum®, Quantum®, utiliza utiliza só 3,2 só watts/m2, 3,2 watts/m2, isto é, isto 70% é, 70% menos” menos”<br />

Glenn Hughes Glenn Hughes<br />

Diretor de Diretor Construção de Construção para a empresa para a New empresa York New Times York durante Times o durante projeto, o projeto,<br />

instalação instalação e programação e programação do edifício do New edifício York New Times. York Times.<br />

CIGARRO E TABU<br />

<strong>L+D</strong><br />

36<br />

Alterar um espaço familiar. Este foi o mote da exposição “Cultura<br />

do Fumar: de tabu em tabu”, em Zagreb, na Croácia. Assim como o<br />

cigarro altera a sensibilidade do fumante e cria uma aura visual notável<br />

pela fumaça branca, em si bela, que o circunda, a exposição alterou<br />

radicalmente o Glypthoteque HAZU, espaço que a abriga com iluminação<br />

e camadas misteriosas.<br />

Projeto do estúdio croata Brigada, teve por objetivo trabalhar o papel<br />

do cigarro na arte e cultura popular por meio de pinturas, pôsteres,<br />

fotografias e filmes criados nos últimos 150 anos.<br />

Brincando com a ideia de tabu, a exposição é uma antiexposição: os<br />

objetos ficam escondidos dentro de cilindros brancos iluminados, que<br />

contrastam com piso, paredes e tetos pintados de preto da galeria.<br />

Estes cilindros são ao mesmo tempo salas, luminárias, cigarros agigantados,<br />

e receptáculos para as obras, expostas em estruturas metálicas esbeltas<br />

e suportes de vidro dentro dos cilindros.<br />

Apenas ao adentrar uma destas ilhas, o visitante tem contato com<br />

os objetos, gerando espaços oníricos e misteriosos tanto dentro como<br />

fora das “salas”.<br />

© 04/2013 Lutron Electronics Co., Inc. P/N 306-0024/BZ REV A<br />

© Photo by Nic Lehoux<br />

© 04/2013 Lutron Electronics Co., Inc. P/N 306-0024/BZ REV A<br />

© Photo by Nic Lehoux<br />

O problema: O problema:<br />

A iluminação A iluminação consome consome mais mais<br />

eletricidade eletricidade que qualquer que qualquer outro outro<br />

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A solução: A solução:<br />

Controlar Controlar a iluminação a iluminação com Quantum com Quantum<br />

As estratégias: As estratégias:<br />

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• Economizam-se<br />

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• Evitam-se<br />

• Evitam-se as emissões as emissões de 1.250 de 1.250<br />

toneladas toneladas de CO2 de a cada CO2 ano. a cada ano.<br />

O controle O controle total da iluminação total da iluminação é possível é possível através do através Quantum, do Quantum, o o<br />

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© Photo by Brian Rose<br />

© Photo by Brian Rose<br />

Divulgação<br />

*Fonte: U.S. *Fonte: Energy U.S. Information Energy Information Administration Administration


¿QuÉ Pasa?<br />

Bô ZEN<br />

O Muxarabi é um elemento clássico e recorrente na arquitetura<br />

árabe e ibérica, tanto por filtrar uma exposição visual eventualmente<br />

indesejada como por permitir um controle bastante eficaz e belo da luz<br />

e da temperatura onde estas são abundantes.<br />

O escritório português Central Arquitectos, que atua também no Brasil,<br />

desenvolveu um uso original e bastante apropriado ao conceito que faz<br />

parte da tradição da península ibérica no Bô Zen, em Braga, Portugal.<br />

Misto de bar, restaurante e clube noturno, no seu interior se destaca uma<br />

malha com um padrão geométrico oriental forte e modular, sustentando<br />

e filtrando o forro em tela iluminada com halógenas dimerizáveis. Esta<br />

grande luminária arquitetônica dá a personalidade e o tom do local,<br />

dialogando com todos os outros detalhes do ambiente.<br />

A palheta de materiais nobres e de tons quentes, como madeira,<br />

tecidos texturizados, mármore terroso e metais dourados, completam<br />

o clima intimista do projeto, em conjunto com sua suave luz difusa<br />

amarelada e detalhes geométricos.<br />

<strong>L+D</strong><br />

38<br />

João Morgado


¿QuÉ Pasa?<br />

Marie Hippenmeyer<br />

Era uma vez<br />

Alessandra Domingues define sua obra “Once Upon a Time” como<br />

“parte de uma longa pesquisa iniciada com projetos de iluminação<br />

para teatro e instalações”, a transitoriedade sendo uma linha comum<br />

entre elas todas.<br />

A parafina é um dos derivados de petróleo de uso mais difundido<br />

no planeta. Talvez a mais conhecida de suas utilizações seja no corpo<br />

de velas, queimando lentamente, sem odor. As velas em si existem a<br />

mais de dois mil anos, feitas dos materiais mais diversos: gordura de<br />

baleia, cera de abelhas, óleo de oliva. A parafina surgiu apenas no<br />

século XIX, mas se transformou na matéria-prima mais comum para<br />

velas em geral.<br />

Numa condensação de imagens e significados, na instalação “Once<br />

Upon a Time” a parafina é moldada à imagem de lâmpadas de bulbo<br />

convencionais. E num processo lento, para ser usufruído no seu tempo<br />

alargado, vemos esse material antigo, enformado como novo, derreter<br />

devido ao calor da pequena lâmpada elétrica no seu interior.<br />

Especialmente pensada para a edição do Alwan 338, na Al Riwaq<br />

Gallery, no Bahrein, “Once Upon a Time” busca um diálogo com um<br />

país e um tempo que vive mudanças aceleradas entre o velho e o novo.<br />

<strong>L+D</strong><br />

40


¿QuÉ Pasa?<br />

Kunstkammer Wien<br />

Um dos espaços culturais mais importantes da Áustria, o Kunstkammer,<br />

em Viena, foi reaberto após mais de dez anos com novas soluções de<br />

iluminação à altura de sua história e acervo, composto, principalmente,<br />

pela coleção dos Habsburgo, que por sua natureza é grandioso e com<br />

interesses múltiplos. Ela inclui joias, esculturas em bronze, pedra e<br />

marfim, quadros, relógios preciosos, jogos e até instrumentos científicos.<br />

A iluminação tem conceito de Herbert Resch, da Symetrys, e lighting<br />

design de Torsten Braun, da Die Lichtplaner.<br />

Soluções que se utilizam basicamente de LEDs, totalmente customizados<br />

para a diversidade e delicadeza do ambiente e do acervo, têm como<br />

estrela a Starbrick, luminária desenvolvida por Olafur Eliasson, que faz<br />

parte do portfólio da Zumtobel, também customizada para este projeto<br />

pelo seu autor. “Devido a altura do forro, tivemos de incrementar os níveis<br />

de intensidade da luz, mas a forma original da Starbrick permaneceu<br />

inalterada. Tomando os ambientes históricos em conta, uma Strabrick<br />

bastante específica foi criada para que os módulos funcionassem como<br />

uma pintura, como estrelas no céu”, explica Olafur Eliasson.<br />

<strong>L+D</strong><br />

42<br />

Zumtobel


¿QuÉ Pasa?<br />

<strong>L+D</strong><br />

Lucas Saugen<br />

<strong>L+D</strong><br />

44<br />

Bay Lights<br />

Quando se pensa em São Francisco (EUA), uma das primeiras imagens<br />

de Leo Villareal, artista que faz parte da coleção permanente do MoMa,<br />

É importante notar que as luzes animadas são vistas da cidade, mas<br />

45<br />

que habita o imaginário popular é a Golden Gate, que conecta as<br />

da National Gallery de Washington, e do Naoshima Contemporary<br />

não da própria ponte, evitando qualquer distração para os motoristas.<br />

pontas da entrada da Baía de São Francisco com seu laranja vivo e<br />

Art Museum em Kagawa, Japão.<br />

Na fanpage da <strong>L+D</strong> no Facebook pode ser vista uma filmagem da<br />

sua elegante estrutura estaiada.<br />

Este trabalho consiste de 25.000 LEDs brancos Philips Color Kinectics<br />

ponte com as luzes animadas, onde fica clara a elegância e discrição<br />

A Bay Bridge, que fica já no interior da baía e conecta São Francisco<br />

em rede, programáveis individualmente para criar algoritmos complexos<br />

do trabalho de Villareal, fugindo da armadilha dos excessos permitidos<br />

a Oakland, apesar de ter um aspecto semelhante e ser bem mais<br />

e padrões dinâmicos no vão oeste da ponte. Eles estão montados<br />

pela tecnologia contemporânea, utilizando os potenciais de suas<br />

extensa, é muito menos poética, com seus tons metálicos e localização<br />

nos cabos verticais, criando a maior escultura em LEDs do mundo.<br />

peças na medida.<br />

mais pragmática.<br />

O conjunto de LEDs de alta eficiência acarreta um custo energético<br />

O trabalho, inaugurado em março, será mantido por no mínimo<br />

Agora, no 75º aniversário da ponte, ela recebe um trabalho primoroso<br />

de apenas 30 dólares por dia, trabalhando durante 7 horas cada noite.<br />

dois anos. Tomara que permaneça por mais tempo.


projetos<br />

Elegância a<br />

quatro mãos<br />

Inaugurada em março deste ano, num edifício restaurado<br />

em Botafogo, no Rio de Janeiro, a Casa Daros é um espaço museográfico<br />

No saguão da entrada,<br />

um pendente circular<br />

inteiramente dedicado à arte latino-americana. O edifício, um casarão<br />

dá as boas-vindas ao<br />

neoclássico do século 19, foi objeto de intensa e cuidadosa restauração,<br />

visitante<br />

requalificação e revitalização ao longo de mais de cinco anos, patrocinada<br />

pela Daros Latinamerica, instituição suíça com enfoque na arte latinoamericana<br />

contemporânea, contando hoje com mais de 1.100 obras<br />

<strong>L+D</strong><br />

46<br />

dos últimos 60 anos, em diversos tipos de suportes e mídias.<br />

O projeto arquitetônico ficou a cargo do escritório Ernani Freire<br />

Arquitetos Associados (EF&A), sob a responsabilidade dos arquitetos<br />

Herzog – enfatizaram desde o início o cuidado desejado com o restauro<br />

do edifício, de forma a preservar suas características arquitetônicas, de<br />

trabalhado – com um escritório brasileiro. Assim surgiu este projeto<br />

colaborativo, cujo resultado acabou se beneficiando igualmente da<br />

<strong>L+D</strong><br />

47<br />

Ernani Freire e Isabel Ballesté, cujo maior desafio foi trabalhar com duas<br />

materiais e acabamentos da forma mais fiel possível. Mas também, e<br />

experiência de ambos profissionais.<br />

preexistências: o prédio projetado por Joaquim Bethencourt da Silva (aluno<br />

em paralelo, pretenderam dotá-lo de toda a infraestrutura necessária<br />

Logo no saguão de entrada do primeiro pavimento, após subir uma<br />

de Grandjean de Montigny) e o anteprojeto elaborado pelo arquiteto<br />

para abrigar um museu em condições de excelência. Naturalmente, a<br />

escadaria, o visitante é acolhido por uma elegante luminária em forma<br />

Paulo Mendes da Rocha. Por decisão do cliente, o programa de usos foi<br />

iluminação é um dos itens importantíssimos da composição.<br />

de anel, à guisa de candelabro, de formas limpas e contemporâneas.<br />

revisto e todas as funções foram abrigadas dentro do edifício existente,<br />

O projeto de iluminação esteve a cargo do Mati Lichtgestaltung,<br />

A presença desta peça – de iluminação direta e indireta – resume as<br />

eliminando as novas construções propostas. Desta forma, o projeto da<br />

escritório suíço, chefiado por Hanspeter Keller, em parceria com a LD<br />

intenções do projeto de iluminação: intervir de forma limpa e clara no<br />

EF&A libera de construções o grande pátio de 1.500m².<br />

Studio, da arquiteta Monica Lobo. Desde o princípio, a ideia dos clientes<br />

edifício, dando-lhe a funcionalidade necessária, mas respeitando ao<br />

Os responsáveis por esta empreitada – Ruth Schmidheiny e Hans-Michael<br />

foi a de mesclar profissionais de seu país – com os quais há haviam<br />

máximo suas características originais.


Na página oposta, acima, pendentes lineares<br />

para iluminação direta-indireta na recepção<br />

acompanham o ritmo das colunas decorativas.<br />

Abaixo, à esquerda, circulação com iluminação<br />

linear em 3.000K. Ao centro e à direita, obras de<br />

As salas expositivas foram tratadas por Hanspeter como White Cubes –<br />

arte iluminadas com projetores para LED. Nesta<br />

recipientes neutros para abrigar arte, fazendo sobressair suas qualidades<br />

página, trilhos concêntricos paralelos às paredes<br />

intrínsecas com o mínimo de participação não controlada da luz. Para<br />

abrigam projetores de última geração com<br />

isso, tratou de deixar as paredes homogeneamente iluminadas de<br />

tecnologia LED dimerizável, para múltiplos fachos<br />

cima a baixo, por meio do uso de uma linha de wallwashers lineares<br />

(fluorescentes) a aproximadamente 1/3 da altura, complementada por<br />

um segundo sistema difuso, ao centro das salas, também fluorescente,<br />

que faz a iluminação das partes inferiores.<br />

Foi intenção dos lighting designers resolver as diferentes salas com<br />

Para adicionar a dramaticidade necessária ao sistema, um conjunto de<br />

repetições de um único sistema, preservando, assim sempre a mesma<br />

<strong>L+D</strong><br />

48<br />

trilhos concêntricos, sempre paralelos às paredes, permite a colocação de<br />

projetores com tecnologia LED e versatilidade para quaisquer fachos de<br />

luz e intensidades. Enquanto os sistemas fluorescentes são dimerizados<br />

natureza de luz. “Um aprendizado”, segundo Monica Lobo, “ante uma<br />

visão local mais ‘maneirista’ de buscar sempre a melhor solução caso a<br />

caso”. Sem dúvida, essa limpeza de soluções ajuda na percepção geral<br />

<strong>L+D</strong><br />

49<br />

por meio de endereçamentos DALI, os projetores estão ligados em<br />

do edifício como elemento único.<br />

trilhos com três seções e possuem dimmers individuais, podendo ser<br />

Outro aspecto interessante foi a escolha da temperatura de cor,<br />

ajustados cada um conforme a necessidade. A especificação original,<br />

padronizada em 4.000K para todas as áreas expositivas – tanto nos LEDs<br />

de 2008, desses projetores era para lâmpadas de vapor metálico e AR<br />

como nas fluorescentes, opção considerada pelos lighting designers<br />

111; entretanto, quando o projeto chegou à fase conclusiva, já havia<br />

como “neutra”, por privilegiar igualmente tonalidades quentes e<br />

disponíveis no mercado soluções em LED equivalentes e até superiores,<br />

frias, entendida, portanto, como mais adequada a obras de arte. Em<br />

de modo que a especificação foi revista e modificada para esta nova<br />

contraposição, as circulações e áreas não expositivas receberam fontes<br />

tecnologia.<br />

de tonalidade de 3.000K.


<strong>L+D</strong><br />

50<br />

<strong>L+D</strong><br />

51


O projeto original, que previa produtos importados em sua totalidade,<br />

foi sendo revisto ao longo do tempo e adequado ao budget – assim, a<br />

maioria dos produtos é de fabricação nacional, com exceção dos projetores<br />

para LED, do pendente da entrada e algumas das arandelas difusas.<br />

Para minimizar a impressão de “porão” das áreas do térreo – devido<br />

ao seu reduzido pé-direito –, a estratégia da LD Studio (responsável por<br />

estas áreas) foi a de empregar bastante luz difusa – arandelas, nichos no<br />

mobiliário etc. No restaurante, luminárias para lâmpadas dicroicas fixadas<br />

sob o teto são contrabalançadas por um sistema de iluminação indireta<br />

incorporada ao mobiliário. E no foyer do auditório, onde se pretendeu<br />

um contraste com a circulação, foi utilizada apenas iluminação direta,<br />

que cria um desenho de luz no piso contrastante com a suavidade das<br />

demais áreas.<br />

O pátio interno da edificação teve suas fachadas suavemente iluminadas<br />

a partir das platibandas do telhado opostas a elas, através de projetores<br />

de longo alcance (vapor metálico 150W, 3.000K) com lente escultural e<br />

aletas antiofuscamento horizontais, o que criou um espaço aconchegante<br />

em que o prédio acolhe e protege o usuário, convidando-o a contemplar a<br />

simetria e ritmo da arquitetura. Neste pátio, o usuário é também brindado<br />

Na página anterior, projetores de facho elíptico<br />

sobre os telhados iluminam suavemente as<br />

paredes opostas (3.000K). Ao fundo, as copas<br />

das palmeiras iluminadas por projetores com<br />

facho concentrado para lâmpada de vapor<br />

metálico de 150W (3.000K). Acima, uma<br />

linha de fluorescentes integrada à marcenaria<br />

proporciona iluminação indireta ao ambiente.<br />

Nas fotos menores, a iluminação difusa ajuda<br />

a proporcionar amplitude às áreas do térreo, e<br />

ao fundo do auditório arandelas de iluminação<br />

direta-indireta desenham o contorno dos arcos<br />

CASA DAROS<br />

Rio de Janeiro, Brasil<br />

Projeto de Iluminação: Mati Lichtgestaltung – Hanspeter Keller,<br />

Paula Schroeder e Michael Ostermeier e LD Studio - Monica<br />

Lobo e Daniele Valle<br />

Projeto de Arquitetura: Ernani Freire Arquitetos Associados<br />

(EF&A), Ernani Freire, Isabel Ballesté e Rodrigo Mandarino<br />

Construtora: Lafem Engenharia<br />

Fornecedores: Bega Boom, Cia da Iluminação, Erco, IGuzzini,<br />

Lumini, Schereder (luminárias); Osram, Philipps (lâmpadas);<br />

Lutron (controles)<br />

Fotos: Andrés Otero<br />

<strong>L+D</strong><br />

52<br />

com a visualização da copa das palmeiras da entrada, iluminadas também<br />

a partir do telhado por meio de projetores para vapor metálico 150W.<br />

Já no acesso ao edifício, área novamente a cargo do Mati Lichtgestaltung,<br />

os troncos dessas palmeiras receberam iluminação em diagonal, a<br />

partir de postes de grande altura mimetizados entre elas, e cujos topos<br />

abrigaram uma estrutura em forma de disco com um conjunto de<br />

projetores, atendendo a todas as finalidades: além da citada luz para<br />

as palmeiras, o frontão da fachada principal, os acessos, escadarias, a<br />

luz de vigia (depois de um certo horário, quando a fachada se apaga), e<br />

até uma luz antipânico, com projetores de LED. Assim, diferentes fachos<br />

de luz, circulares, elípticos ou alongados foram empregados, cada um<br />

atendendo ao seu objetivo específico.<br />

Do conjunto de soluções, do respeito à arquitetura, do convívio entre<br />

profissionais, culturas e países é que se depreende a elegância com que<br />

esse projeto foi tratado. (Por Gilberto Franco)<br />

<strong>L+D</strong><br />

53


projetos<br />

Vista do MAR, o Museu de Arte do Rio. Em<br />

primeiro plano, as obras da Praça Mauá,<br />

onde está sendo construído um túnel que<br />

absorverá o tráfego do viaduto da perimetral,<br />

parte do projeto de requalificação da Zona<br />

Portuária do Rio de Janeiro<br />

MAR,<br />

o Museu<br />

de Arte<br />

do Rio<br />

<strong>L+D</strong><br />

54<br />

MAR, o novíssimo Museu de Arte do Rio, é um dos<br />

muitos projetos de equipamentos culturais, de lazer e infraestrutura<br />

sendo inaugurados para compor a visão da Prefeitura do Rio de Janeiro<br />

para esta década “como a melhor cidade do hemisfério sul para se<br />

viver, trabalhar e conhecer”.<br />

Parte integrante do projeto denominado Porto Maravilha para a<br />

requalificação da Zona Portuária do Rio, o museu, que também abriga<br />

outros espaços para cultura e lazer, teve projeto de iluminação assinado<br />

pelo Estúdio Carlos Fortes, com colaboração do lighting designer<br />

Gilberto Franco, para o projeto de arquitetura de Thiago Bernardes,<br />

Paulo Jacobsen e Bernardo Jacobsen.<br />

O projeto do MAR compõe-se basicamente do trabalho de restauro e<br />

reforma de dois edifícios: o Palacete Dom João VI, que abriga o Pavilhão<br />

de Exposições, com fachadas de arquitetura eclética de 1916, tombado<br />

pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e<br />

um edifício modernista preservado da década de 1940, que abriga a<br />

Escola do Olhar. “Para cada construção, analisamos diferentes níveis de<br />

tombamento e preservação”, explica a equipe da Jacobsen Arquitetura.<br />

O edifício modernista, por exemplo, teve o último pavimento suprimido<br />

para equilibrar sua altura ao edifício eclético; as alvenarias das fachadas<br />

foram substituídas por fechamentos de vidros translúcidos, revelando<br />

o sistema estrutural de pilotis recuados que abriga uma escola, um<br />

<strong>L+D</strong><br />

55


Fachada lateral da Escola do<br />

Olhar. A cobertura fluida foi<br />

iluminada com projetores de facho<br />

assimétrico, montados nos beirais,<br />

e projetores de facho simétrico,<br />

embutidos no piso. Detalhe à<br />

direita para a rampa de acesso<br />

que interliga os dois edifícios do<br />

conjunto<br />

auditório, salas de exposições multimídia e toda a ala administrativa<br />

Para a iluminação do palacete, Fortes se utilizou das paredes acústicas<br />

do complexo. Já o palacete teve suas fachadas e parte das circulações<br />

do corredor técnico dos espaços cenográficos, alinhados paralelamente<br />

verticais restauradas. E, devido à sua planta livre de estrutura, teve<br />

às fachadas, como rebatedores de luz. “Esse recurso foi utilizado para<br />

também os espaços adaptados para abrigar exposições de arte e cultura.<br />

que o edifício, à noite, parecesse vivo, ocupado, com a luz emanando<br />

O fluxo de visitação entre os edifícios se dá através de uma rampa<br />

pelas janelas. Para a realização desse detalhe, utilizamos luminárias<br />

que liga o sexto pavimento da Escola do Olhar ao terceiro pavimento do<br />

para lâmpadas fluorescentes compactas longas de 55W e 3.000K,<br />

Pavilhão de Exposições. Os arquitetos ainda propuseram para o terraço<br />

tonalidade amarelada aparente, mesma temperatura de cor dos sistemas<br />

de múltiplo uso, no sexto pavimento, uma cobertura de “estrutura<br />

de iluminação dos interiores.”<br />

fluida, extremamente leve, simulando a ondulação da superfície da<br />

Outro elemento importante no desenho de iluminação das fachadas do<br />

No alto, vista da Varanda Carioca,<br />

<strong>L+D</strong><br />

56<br />

água. Uma arquitetura de caráter poético e carregada de significado,<br />

simples e ao mesmo tempo moderna na questão de cálculo estrutural”,<br />

como descreve os profissionais da Jacobsen Arquitetura.<br />

Pavilhão de Exposições foi o uso de projetores fixados nos parapeitos ou<br />

no piso das sacadas, apenas nas quinas do edifício e no hall preservado,<br />

onde janelas e portas não foram obstruídas. Para a valorização do<br />

ambiente de estar e múltiplo uso.<br />

Ao centro, sala de aula da Escola do<br />

Olhar: iluminação homogênea e difusa;<br />

<strong>L+D</strong><br />

57<br />

Para o desenho de iluminação do MAR, o estúdio de Carlos Fortes<br />

embasamento, foram embutidas no piso, a 2,5m da fachada, luminárias<br />

luminárias com difusor de acrílico<br />

partiu de uma prerrogativa comum aos museus: a necessidade de evitar<br />

cool touch de facho assimétrico, com anéis internos anti-ofuscamento<br />

translúcido para lâmpadas fluorescentes.<br />

a entrada de luz natural direta, bloqueando suas janelas. “Como a<br />

para lâmpadas de vapor metálico de 70W e também com temperatura<br />

Embaixo, vista do Terraço de Múltiplo<br />

proposta arquitetônica propunha a preservação da fachada do Palacete<br />

de cor de 3.000K.<br />

Uso: luminárias orientáveis e dimerizadas<br />

Dom João VI, nós criamos uma iluminação de dentro pra fora do prédio<br />

Já para a Escola do Olhar, cuja transparência se dá por meio do<br />

para lâmpadas halógenas. Situado no<br />

para mantê-lo vivo”, explica o designer. “O conceito, no entanto, é o<br />

fechamento do edifício com painéis de vidros translúcidos, os lighting<br />

quinto pavimento da Escola, dá acesso<br />

mesmo para os dois edifícios – enfatizar a transparência e ocupação<br />

designers utilizaram a iluminação das áreas internas para compor<br />

à rampa que interliga os dois edifícios<br />

interna dos mesmos”, finaliza.<br />

a iluminação das fachadas. “Não há nenhum sistema externo de


iluminação, a luz dos ambientes internos proporciona o efeito desejado,<br />

de transparência”, comenta Fortes.<br />

Internamente, foram previstos sistemas de iluminação diferenciados<br />

para cada área da Escola. Para as salas de aula e biblioteca, foi criada<br />

uma iluminação homogênea com luminárias para lâmpadas fluorescentes<br />

com difusor de acrílico translúcido. Para o auditório, a iluminação geral<br />

da plateia é dimerizada, e as luminárias – para lâmpadas halógenas –<br />

estão fixadas entre as placas do forro acústico. Para o palco, a iluminação<br />

é direcionada por meio de projetores para lâmpadas halógenas de<br />

100W fixados em trilhos eletrificados. Nos espelhos dos degraus de<br />

acesso à plateia, foram embutidos balizadores para LEDs de 1W. Para<br />

os espaços de múltiplo uso, os designers especificaram luminárias<br />

orientáveis dimerizadas para lâmpadas halógenas refletoras do tipo<br />

PAR 30, controladas por um sistema de automação.<br />

“Esses ambientes, assim como as áreas internas do palacete, foram<br />

iluminados com lâmpadas de temperatura de cor de 3.000K; no<br />

entanto, a tonalidade verde dos painéis de vidro altera essa percepção”,<br />

descreve o lighting designer.<br />

A cobertura fluida, elemento importante que integra os dois edifícios,<br />

foi iluminada de baixo para cima por projetores embutidos no piso<br />

para lâmpadas a vapor metálico de 70W e 3.000K, com facho aberto e<br />

simétrico. Junto às fachadas, foram fixados projetores para as mesmas<br />

lâmpadas, com facho assimétrico. “Essa iluminação, de baixo para cima,<br />

faz com que a superfície ondulada flutue entre os dois edifícios”, explica.<br />

O time do Estúdio Carlos Fortes também foi responsável pela iluminação<br />

dos espaços expositivos do palacete. Para essas salas, foi previsto<br />

um conjunto de trilhos eletrificados trifásicos embutidos no forro de<br />

gesso, em uma malha regular paginada de acordo com os principais<br />

Vista do sexto pavimento do terraço<br />

da Escola do Olhar: cobertura fluida<br />

iluminada a partir do piso – jogo de luz e<br />

sombra, revelando o ritmo da estrutura<br />

e a ondulação do concreto<br />

<strong>L+D</strong><br />

58<br />

<strong>L+D</strong><br />

59


elementos arquitetônicos, como paredes, vigas, pilares etc. Este sistema<br />

proporciona a flexibilidade necessária às diferentes montagens de<br />

exposições, permitindo a fixação de projetores de iluminação com<br />

diferentes fachos de luz, separados em até três zonas distintas com<br />

dimerização (controle da intensidade) diferenciadas.<br />

Além do sistema de trilhos, os designers desenharam rasgos no<br />

forro criando sancas de gesso com iluminação indireta para iluminação<br />

difusa, quando desejada. Estas sancas também foram utilizadas para<br />

iluminação de serviço e iluminação de emergência. Foram instaladas<br />

lâmpadas fluorescentes tubulares T5 de 28W e 3.000K.<br />

No pavimento térreo, destinado às exposições de arte contemporânea,<br />

o forro de gesso foi suprimido, deixando as instalações e a estrutura<br />

aparentes, pintados de preto. As paredes acústicas também foram<br />

suprimidas em algumas fachadas internas, deixando à mostra as esquadrias<br />

originais. Nestes espaços foram instalados equipamentos para lâmpadas<br />

halógenas de 100W, com fachos de 10º, 22º e 35º. “Os projetores<br />

especificados para este sistema apresentam fachos de luz diversos para<br />

atender a variação dos efeitos desejados. A iluminação é integrada a<br />

um sistema de automação, que permite em cada sala o controle da<br />

intensidade da luz em variadas graduações, proporcionando a criação<br />

de diferentes cenas e o atendimento aos requisitos de conservação<br />

das obras de arte.”<br />

“Nosso principal desafio neste projeto foi atender aos diferentes<br />

programas do MAR, com fachadas tombadas, espaços expositivos distintos,<br />

escola, auditório, biblioteca; conferir uma identidade aosambientes e<br />

ao conjunto arquitetônico diverso e finalmente atender à certificação<br />

LEED”, conclui Carlos Fortes.<br />

Portanto, em nossa opinião, a conclusão de três anos de trabalho<br />

entre conceito e desenvolvimento, finalizados este ano, é sem dúvida<br />

evidente no resultado a partir de todas as soluções de iluminação<br />

adotadas. A todos, nossos parabéns. (Por Orlando Marques)<br />

MAR<br />

Rio de Janeiro, Brasil<br />

Projeto de Arquitetura: Thiago Bernardes, Paulo Jacobsen e<br />

Bernardo Jacobsen<br />

Projeto das Exposições: Leila Scaf Rodrigues<br />

Lighting Design: Carlos Fortes / Estúdio Carlos Fortes<br />

Colaboração: Gilberto Franco / Franco Associados<br />

Projeto de Restauro: Velatura Restaurações Ltda.<br />

Gerenciamento de Obras e Projetos: Engineering S.A. Serviços<br />

Técnicos<br />

Forneceodres: Lumini (Luminárias), La Lampe (Luminárias do<br />

auditório), Lutron (Automação)<br />

Fotos: Andrés Otero<br />

<strong>L+D</strong><br />

60<br />

<strong>L+D</strong><br />

61<br />

No alto, rampa de acesso, com rasgo no forro para iluminação indireta, com<br />

fitas de LEDs de 3.000K. Em seguida, escada do palacete com luminárias sem<br />

moldura embutidas no forro para lâmpadas fluorescentes compactas de<br />

32W/2.700K. À direita, exposição “Vontade Construtiva na Coleção Fadel”,<br />

com projetores fixados nos trilhos eletrificados trifásicos e sancas desligadas<br />

Hall preservado: iluminação indireta para a escada, deixando a caixa<br />

metálica do elevador em silhueta, e luminária Bossa, de Fernando<br />

Prado. Fachada do palacete: iluminação “de dentro para fora”<br />

revela na silhueta o desenho das esquadrias; iluminação embutida<br />

no piso, “de baixo para cima”, valoriza o embasamento do edifício


projetos<br />

Como todas grandes capitais, Londres abriga uma ampla<br />

riqueza cultural e de experiências. Muito desta qualidade depende da<br />

história e heranças locais, mas uma riqueza adicional vem da diversidade e<br />

do impacto que migrações tiveram na sua cultura, inclusive gastronômica.<br />

Em um período onde a possibilidade de viajar está ao alcance de<br />

muitos de nós, ganhamos insights no modo de vida de outras nações;<br />

como e o quê outras pessoas comem é uma grande parte de qualquer<br />

viagem ou férias. Algumas pessoas até mesmo se consideram turistas<br />

culinários, procurando destinos com uma cultura gastronômica<br />

forte. Por muitos anos, Londres e o Reino Unido em geral estavam<br />

associados a uma cultura gastronômica pobre, com poucos atrativos<br />

para visitantes com discernimento – os famosos fish and chips, ou os<br />

assados tradicionais, não são para todos os paladares, e a ideia de<br />

algo exótico teria sido uma pizzaria. Mas nas duas últimas décadas<br />

este panorama mudou.<br />

Londres agora é uma cidade rica em restaurantes e hotéis de primeira<br />

classe, e a diversidade atual de sua cultura permeia todos os níveis de<br />

serviços. Na última década, a cozinha asiática ficou cada vez mais popular,<br />

e restaurantes tailandeses e japoneses florescem. A ideia de algo um<br />

pouco diferente, rápido e gostoso, fresco e por um bom preço configura<br />

qualidades bem-vindas para qualquer consumidor, mas especialmente<br />

em uma das cidades mais caras do mundo.<br />

A rede de restaurantes Tampopo atuou inicialmente no norte da<br />

Inglaterra para estabelecer sua marca de restaurantes asiáticos, e quando<br />

voltou sua atenção para Londres decidiu rever seus conceitos para<br />

esta cidade rápida e elétrica. Buscando influências na comida de rua<br />

asiática, a Tampopo procurou recriar o zunido e vibração que esses<br />

ambientes oferecem. O resultado dessas diretrizes se transformou no<br />

novo restaurante East Street.<br />

A Tampopo contratou os designers i-am associates para ajudá-los a<br />

desenvolver este conceito, e i-am respondeu animadamente, observando o<br />

que fazia a experiência da comida de rua única. A saturação e riqueza dos<br />

mercados de rua eram um dos principais componentes; a multiplicidade<br />

de placas luminosas, chamando por atenção, com seus brilhos e cores<br />

compondo um todo diverso se transformariam em conceitos fortes para<br />

o novo restaurante.<br />

<strong>L+D</strong><br />

62<br />

East<br />

Street<br />

Restaurant<br />

<strong>L+D</strong><br />

63<br />

Bom e barato: a proposta básica<br />

do restaurante encontra uma<br />

linguagem correspondente na<br />

arquitetura e na iluminação


A ambientação de restaurantes de rua<br />

asiáticos foi a inspiração para o East Street,<br />

com uma proliferação de luminosos com<br />

O mote do East Street é “... nós trazemos a você o sabor autêntico<br />

diferentes cores e fontes de luz no forro<br />

da Tailândia, do Vietnã, da Malásia e Singapura, da Indonésia, Filipinas,<br />

Japão e Coreia por meio de comidas saudáveis, de alta qualidade a preços<br />

básicos, com serviço rápido e amigável”. Fica claro qual é a proposta<br />

do restaurante, e a resposta do lighting design buscou se alinhar com<br />

a simplicidade, diversidade e valor da proposta e do dinheiro investido.<br />

Um objetivo-chave era a informalidade luminosa de uma cena de rua. O<br />

escritório londrino Light Bureau foi contatado por i-am para se apropriar<br />

das linhas gerais e desenvolver um conceito para o novo restaurante.<br />

“Às vezes é difícil interpretar uma ideia e ver como a luz pode ser feita<br />

Os sinalizadores luminosos foram escolhidos por i-am para serem<br />

para refletir valores de uma marca; no caso do East Street, a ideia não<br />

diversos e realmente distraírem quem estiver nas mesas. Suspensos no<br />

podia estar mais clara e o trabalho de realizar o conceito foi na verdade<br />

concreto cru do forro, a combinação de cor e luz mesmeriza os clientes e<br />

bastante simples”, comenta Paul Traynor, sócio-fundador do escritório.<br />

define o espaço abaixo. O Light Bureau reconheceu que a luz das placas<br />

<strong>L+D</strong><br />

64<br />

O Light Bureau abraçou o conceito do rápido e simples, e ao invés de<br />

procurar fontes de luz tipicamente utilizadas no ramo da alimentação,<br />

como lâmpadas halógenas de tungstênio de alta qualidade – devido a sua<br />

luminosas incrementariam o brilho e a cor do ambiente, e a extensão<br />

com que isso afetaria a aparência do restaurante iluminado seria ao<br />

menos em parte uma surpresa para os próprios criadores.<br />

<strong>L+D</strong><br />

65<br />

qualidade de foco, dimerização e reprodução de cor – , pesquisou fontes<br />

O neon foi usado pontualmente, por ser caro. Porém, as cores saturadas<br />

Um salão com mesas comunitárias<br />

de luz mais básicas, como fluorescentes e neons. Mesmo considerando<br />

que podem ser obtidas desta fonte foram devidamente exploradas, e, em<br />

fica na parte frontal, com<br />

que o East Street nunca seria equiparável a uma rua de fato, os lighting<br />

alguns casos, o Light Bureau usou lâmpadas fluorescentes envelopadas<br />

os luminosos e um clima mais<br />

designers buscavam uma experiência tão autêntica quanto possível. Ao<br />

em filtros também coloridos.<br />

descontraído, lembrando um<br />

contrário da sabedoria convencional, foram escolhidas fontes de luz que<br />

Para além da iluminação cenográfica, os autores desenharam variações<br />

refeitório. Ao fundo, mesas<br />

emitem tons brancos e frios, difusos, para as áreas de maior trânsito e<br />

de simples refletores. A ideia era recriar o brilho e, numa certa medida, a<br />

individualizadas e pendentes<br />

atividade, apesar de lâmpadas incandescentes, quentes, serem mantidas<br />

luz difusa mais dura de fluorescentes cruas que são típicas de ambientes de<br />

somados a spots criam um clima<br />

nas áreas ao fundo, criando uma área para jantares mais intimistas.<br />

alimentação em ruas. Paul Traynor diz que “normalmente estas lâmpadas<br />

mais intimista


<strong>L+D</strong><br />

66<br />

de temperaturas de cor frias e brancas são utilizadas nas ruas que nos<br />

inspiraram, pois temperaturas de cor quente são menos comuns em<br />

climas naturalmente mais cálidos. A ideia que uma luz branca e fria faz<br />

um ambiente quente ser percebido mais frio é aberta ao debate, mas<br />

de novo, tentamos manter as luzes tão fiéis quanto conveniente a uma<br />

cena real de rua. O Light Bureau escolheu lâmpadas frias e brancas, ao<br />

menos para a frente do restaurante – o espaço mais diurno e transitório,<br />

onde mesas no estilo cantina estão colocadas, e a experiência da refeição<br />

é mais comunitária do que íntima”.<br />

Mas um resultado além da expectativa inicial foi possível ao serem<br />

escolhidas lâmpadas fluorescentes T26, mais “gordas”. Apesar de mais<br />

antigas, ainda é possível especificar este modelo, que tem uma reprodução<br />

de cor da ordem de Ra95 (numa escala de 1 a 100, esta classificação é<br />

“excelente”). Lâmpadas fluorescentes normais, como as mais modernas e<br />

finas T16, conseguem o índice Ra85 apenas. Então, apesar das lâmpadas<br />

serem bastante básicas em geral, a reprodução de cor – muito importante<br />

para ambientes com comida –, foi cuidadosamente considerada.<br />

A cozinha e o balcão eram particularmente importantes para se<br />

obter esta performance: a cozinha é aberta ao restaurante, e devia<br />

naturalmente ser o ponto mais brilhante do espaço. Ela é dividida do<br />

restaurante principal pelo balcão e um tela de gabião que fica pendurada<br />

no teto. Downlights em LEDs miniaturas foram incorporados nos gabiões<br />

para iluminar diretamente o balcão, também especificados em uma<br />

temperatura de cor fria e branca.<br />

O fundo do restaurante é menos denso de luminosos cenográficos, e<br />

as mesas estão numa disposição mais tradicional, para casais e grupos<br />

pequenos. A luz responde através de cores mais quentes e focadas<br />

nos tampos das mesas por luminárias com lâmpadas de tungstênio<br />

direcionáveis. Estas são encaixadas em pendentes abertos simples, que<br />

foram recuperados e reformados para manter um senso rústico.<br />

A sensação geral do restaurante é de atividades rápidas e frescor. Existe<br />

um burburinho claro ao entrar e os acabamentos crus significam que o<br />

volume dentro do restaurante é alto, e quem quiser ser ouvido precisa<br />

falar alto. A iluminação contribui sobremaneira à atmosfera criada, e o<br />

conceito tem tido muito sucesso, oferecendo uma experiência simples<br />

mas rica, com ênfase em comida fresca, serviço rápido e custo acessível.<br />

(Por Elettra Bordonaro, tradução e adaptação por André Becker)<br />

A rua tipicamente londrina,<br />

com linhas e materiais sóbrios,<br />

recebe uma miríade de cores e<br />

luzes no East Street, mantendo<br />

o espírito britânico na fina<br />

ironia de seus interiores<br />

East Street Restaurant<br />

Londres, Inglaterra<br />

Projeto de Iluminação: Light Bureau<br />

Interiores: i-am associates<br />

Fornecedores: Skinflint, Fagerhult, Encapsulite, Osram<br />

Imagens: Kristen McCluskie<br />

<strong>L+D</strong><br />

67


projetos<br />

Relicário<br />

O modernismo na arquitetura já é um estilo histórico,<br />

inclusive um clássico. Como todo clássico, seus princípios mais interessantes<br />

e válidos perduram e reverberam ainda, sendo devidamente reinterpretados<br />

pelos profissionais e teóricos contemporâneos.<br />

E um antiquário moderno, uma união de palavras inicialmente<br />

paradoxal, no fim acaba fazendo muito sentido hoje, já que tantos<br />

profissionais bebem nesta fonte bastante rica.<br />

A nova loja Téo acaba sendo exatamente isto, um antiquário moderno,<br />

e por isso mesmo, extremamente contemporâneo.<br />

A história da loja começou em 2007, em um pequeno sobrado<br />

uma cobertura de telhas de fibrocimento. Como os vizinhos são dois<br />

nova inclinação. E toda a frente da loja foi refeita, retirando-se a faixa<br />

no bairro de Pinheiros, em São Paulo, que ainda perdura. Mas o<br />

edifícios que ocupam densamente os seus lotes, o espaço se transforma<br />

construída perto da rua e se estendendo o galpão até a fachada, desta<br />

espaço ficou pequeno para a demanda (entre alguns de seus ilustres<br />

no encerramento de um vazio interno.<br />

vez com tesouras inteiramente novas, obedecendo o desenho das<br />

<strong>L+D</strong><br />

68<br />

frequentadores, temos o arquiteto Isay Weinfield), e na mesma rua<br />

um novo espaço foi inaugurado no final de 2012.<br />

Esta nova unidade foi desenvolvida pelos arquitetos Carolina Bueno<br />

Mas com soluções simples e econômicas, este espaço interno ganhou<br />

uma riqueza espacial e luminotécnica dentro de diretrizes racionais e<br />

sem a busca de efeitos gratuitos, que dialogam com uma importante<br />

existentes, mas integralmente em perfis metálicos finos.<br />

Um mezanino logo na entrada configura um espaço misto, com a<br />

administração simplesmente nas mesas antigas que estão á venda, e<br />

<strong>L+D</strong><br />

69<br />

e Lucas Simões, e a iluminação ficou a cargo de Rafaela Romitelli, da<br />

parte da tradição moderna que abriga.<br />

cria uma garagem abaixo de si, externa.<br />

Lichia Lighting. Todos fazem parte do Geral Arquitetos, coletivo de<br />

A estrutura de madeira da cobertura foi mantida. Mas apenas ela.<br />

O piso do galpão tem dois níveis básicos, trabalhados através de<br />

diferentes escritórios na Rua General Jardim, tradicional reduto de<br />

O telhado original em uma água, ganhou um desnível e uma segunda<br />

escadas e rampas para se adaptar aos níveis naturais do terreno. Um<br />

Três sistemas compõem a iluminação do<br />

profissionais da área no centro de São Paulo.<br />

inclinação que permitem iluminação natural e ventilação permanentes.<br />

jardim vertical no pequeno recuo de fundo fecha a ambientação do<br />

antiquário, todos estruturados em guias formadas<br />

A loja é a reforma de um antigo galpão. Na verdade, o galpão<br />

Rafaela Romitelli comenta que “houve um acompanhamento para<br />

espaço, totalmente integrado.<br />

por dois perfilados industriais: luminárias AR<br />

original tinha uma primeira construção mais convencional perto da rua,<br />

as soluções de iluminação natural, através do dimensionamento das<br />

“Conceitualmente se pretendeu obter uma iluminação que remetesse<br />

111 de destaque; fluorescentes invertidas para<br />

e logo depois o galpão propriamente dito. Uma série de tesouras de<br />

aberturas e escolha do material translúcido”. Novos perfis metálicos<br />

à situações domésticas, um tipo de iluminação que é feita em livings,<br />

iluminação difusa; e pendentes antigos, à venda<br />

madeira na largura total do lote, até o fundo do mesmo, estruturando<br />

esbeltos foram colocados na tesouras existentes para permitir esta<br />

em situações internas de residências. “, conta Rafaela.<br />

mas compondo a iluminação


À esquerda, acima: o jardim vertical ao fundo<br />

recebe iluminação a partir de spots ocultos<br />

pela viga interna. No meio, nichos iluminados<br />

no móvel que separa o espaço de serviços na<br />

lateral. Embaixo, vista do mezanino, com as<br />

novas treliças metálicas ampliando o galpão<br />

no sentido da rua<br />

Loja Téo<br />

São Paulo, Brasil<br />

Projeto de Iluminação: Lichia Lighting - Rafaela Romitelli<br />

Arquitetura: Carolina Bueno e Lucas Simões<br />

Fornecedores: Etil e Interlight (luminárias), Osram<br />

(lâmpadas e reatores)<br />

Fotos: Pregnolato & Kusuki Estúdio Fotográfico<br />

A solução para este grande espaço com inúmeras criações peculiares<br />

buscou economia e diversidade, trabalhando dentro de uma realidade<br />

bastante comum para a maioria dos profissionais brasileiros, ou seja,<br />

limitações orçamentárias exigindo soluções otimizadas e criativas.<br />

Neste caso, o conceito técnico e estético da solução, buscando se<br />

integrar com a linguagem do galpão, foi trabalhar com guias formadas<br />

por perfilados industriais padronizados em linhas paralelas no sentido<br />

longitudinal do espaço, distribuídas com um grafismo discreto, com<br />

um certo movimento. Estas guias recebem a fiação, que alimenta três<br />

sistemas distintos: o primeiro composto de diversas luminárias para<br />

AR 111 quadradas com abertura de 8º e anéis para orientação (50W,<br />

3.000K), que jogam sua luz para baixo, sendo direcionadas de acordo<br />

com o layout dinâmico da loja; o segundo sistema, composto de calhas<br />

dobradas para fluorescentes tubulares (2x 54W, 3.000K), que jogam<br />

sua luz para cima, para as telhas, cria uma iluminação difusa em todo<br />

o ambiente; o terceiro sistema são tomadas que recebem os pendentes<br />

antigos. Rafaela nos diz que, neste caso, “há a especial contribuição<br />

das peças do acervo da loja, que são garimpadas em todo o estado de<br />

São Paulo, representando diversas décadas do desenho de luminárias<br />

e que funcionam de verdade”.<br />

Um detalhe muito interessante no projeto é a pesquisa pela peça<br />

mais adequada à iluminação de destaque (as AR 111), buscando um<br />

balanço entre performance, preço e disponibilidade; após definida a<br />

peça que melhor se adequava às diretrizes dos proprietários, foi ela<br />

quem definiu a distância entre os perfilados. Pois a peça escolhida é<br />

feita para ser embutida em forro de gesso, com bilhas para encaixe, que<br />

aproveitam o friso existente na lateral dos perfilados para se fixarem e<br />

para se movimentarem. Os perfilados também servem de suporte às<br />

luminárias com fluorescentes que fazem a iluminação difusa.<br />

A fachada da loja segue esta linha de projeto que trabalha elementos<br />

essenciais apenas: a largura total do lote é desenvolvida em grandes faixas<br />

de vidro e metal, e um vão coberto no térreo cria o estacionamento.<br />

O vidro permite que o brilho da loja e do jardim, e especialmente dos<br />

móveis, invada a rua e crie um bemvindo respiro, uma arquitetura<br />

aberta e generosa. Outra premissa moderna que não envelhece. (Por<br />

André Becker)<br />

<strong>L+D</strong><br />

70<br />

<strong>L+D</strong><br />

71<br />

Na página oposta, acima: detalhe dos<br />

elementos de linha integrados na solução do<br />

projeto: as guias com perfilados, a calha com<br />

fluorescentes voltada às telhas, e a luminária<br />

de destaque AR 111. Abaixo, a fachada da<br />

loja, alongada, aberta e iluminada.


eventos<br />

Na página ao lado, Rose Li, de Albi Serfaty<br />

para Aqua Creations. Abaixo, instalação da<br />

Moooi na Via Savona, com direção artística<br />

de Marcel Wanders<br />

Valentina Zanobelli<br />

MILÃO 2013<br />

SEMANA DE<br />

DESIGN<br />

+<br />

EUROLUCE<br />

<strong>L+D</strong><br />

72<br />

DesignWeek 2013 e Euroluce 2013 – podemos dizer<br />

que se procurarmos um diferencial, um destaque em relação às últimas<br />

edições, iremos encontrar a repetição, ou sendo mais otimista, a<br />

consolidação do que se apresentava como “tendência” ou novas<br />

Sua parceria com a Adidas, no entanto, abre caminho para um novo<br />

processo criativo. Ayala e Albi Serfaty, da Aqua Creations, apresentam<br />

uma família de candelabros recarregáveis para LEDs (Rose Li), em cobre,<br />

com uma base em madeira para que sejam alimentados – podendo<br />

<strong>L+D</strong><br />

73<br />

soluções tecnológicas.<br />

ser utilizados também sem a base. A apresentação não tem muito<br />

Na Euroluce, percebemos a ausência de grandes expositores, como a<br />

destaque – o que frustra seus admiradores, acostumados a instalações<br />

Targetti, Prandina, IGuzzini – alguns presentes em instalações e outros<br />

como a expressiva mostra “Hotel Therapy”, de 2009, no Hotel Nhow<br />

eventos Fuori Saloni: a Prandina na Triennale e a I Guzzini nas instalações<br />

ou a exposição “SOMA”, de 2007. David Trubridge comparece no<br />

da Interni, na “Università degli Studi di Milano”, por exemplo.<br />

Superstudio Piú em parceria com Swarovski, sem emocionar.<br />

A expectativa em torno de alguns nomes que têm se destacado<br />

Um grande destaque teve a extensa instalação da Moooi, na Via<br />

nos últimos anos leva a certa decepção, ou frustração. Tom Dixon se<br />

Savona, com direção de Marcel Wanders. Belíssimos cenários, marcados<br />

repete, parecendo criar desdobramentos de seus produtos recentes.<br />

pelas imagens impressionantes do fotógrafo Erwin Olaf e pelo mobiliário


Luminárias do projeto “A Força da<br />

Floresta” – Rosenbaum®, Nada se Leva<br />

e Fetiche Design com os índios da tribo<br />

Yawanawá, para La Lampe<br />

Artemide, à esquerda, acima, Empatia, de<br />

Carlota de Bevilacqua e Solium, de Karim<br />

Rashid. No alto, à direita, Objetive, de Jean<br />

Nouvel, e logo abaixo Paragon, de Daniel<br />

Libeskind<br />

peculiar e luminárias emblemáticas da marca holandesa, muitas delas em<br />

versões gigantes, como já mostrado em anos interiores. É uma mostra<br />

de grande impacto visual, altamente expressiva e surpreendente, no<br />

A seguir, destaques da Euroluce:<br />

conjunto previsível de instalações da Zona Tortona.<br />

A ARTEMIDE se apresenta, como de costume, em um dos maiores<br />

Também destacamos as luminárias do projeto “A Força da Floresta”,<br />

estandes da Euroluce. Apresenta produtos desenvolvidos por seus<br />

desenvolvidas pelos índios da tribo Yawanawá, do Acre, com curadoria<br />

colaboradores habituais, como Ross Lovegrove, Carlota de Bevilacqua<br />

<strong>L+D</strong><br />

74<br />

de Marcelo Rosenbaum, Nada se Leva e Fetiche Design, para a La<br />

Lampe – parte do programa “AGT – A Gente Transforma”, dirigido<br />

por Rosenbaum. As luminárias foram apresentadas no Palazzo dei<br />

(Empatia) e Karim Rashid (Solium), entre outros.<br />

Podemos destacar a família de luminárias desenvolvidas por Issey<br />

Miyake – um belo trabalho com uma forte inspiração na cultura oriental<br />

<strong>L+D</strong><br />

75<br />

Giureconsulti, no evento Brazil S/A, com a presença de integrantes<br />

que foi apresentado em 2012 em Frankfurt, durante a Light+Building<br />

da tribo indígena.<br />

(<strong>L+D</strong> edição # 38), mas só agora tem o seu lançamento comercial.<br />

Talvez, como acontece nas semanas de moda, a necessidade e a<br />

Luminárias em um tecido especial, com dobraduras que remetem aos<br />

obrigação de se criar novas coleções a cada temporada sejam por<br />

origamis japoneses, às lanternas Akari, de Isamu Noguchi e ao trabalho<br />

demasiado opressivas. A indústria de iluminação está mudando; o<br />

do próprio designer.<br />

mercado, assim como os criadores, estão passando por um processo<br />

Dá continuidade também ao seu trabalho de pesquisa junto a<br />

de adaptação. Estamos acompanhando em tempo real essa rápida<br />

arquitetos – esse ano com produtos desenvolvidos por Jean Nouvel<br />

transformação.<br />

(Objective) e Daniel Libeskind (Paragon).


Apresenta também duas linhas de luminárias para LEDs que inovam<br />

no sistema de dissipação do calor e refrigeração. Os abajures Volt, de<br />

Rodolfo Dordoni, têm sua própria haste metálica como dissipador<br />

– refrigerada internamente por um sistema à água. Os pedestais<br />

Cool Lamp, de Piero Lissoni, também utilizam um sistema interno de<br />

resfriamento à base de água.<br />

Paul Cocksedge transgride o uso das cúpulas difusas com a luminária<br />

Shade, desenhando uma cúpula que “flutua”, suspensa por finos cabos<br />

e iluminada por uma fonte externa de luz.<br />

Michael Anastassiades desenvolveu uma família de luminárias (String<br />

Lights) fixadas no teto e paredes por cabos (de sustentação e alimentação)<br />

que permitem a livre criação de diferentes desenhos – recurso também<br />

observado nas luminárias de Arik Levy para a Vibia.<br />

Acima, à esquerda, The Running Magnet e<br />

Shade, de Paul Cocksedge. Abaixo, The Circle<br />

of Light. Na página ao lado, abajur Volt, de<br />

Rodolfo Dordoni, e String Light, de Michael<br />

Anastassiades, todos para Flos<br />

<strong>L+D</strong><br />

76<br />

A FLOS dá sequência a suas linhas de produtos que se integram a<br />

arquitetura, apresentando as novas The Circle of Light e The Running<br />

Magnet (Design Flos). A primeira, um sistema para embutir no forro<br />

ou parede, com a tecnologia SOFT já utilizada em outros produtos<br />

– que garante um perfeito acabamento junto ao forro de gesso. São<br />

perfis circulares de diâmetros variados, com mini spots para LEDs para<br />

iluminação direta. The Running Magnet é um sistema também de<br />

embutir, com trilhos eletrificados de apenas 12 mm de largura, que<br />

conectam os projetores para LEDs com um sistema de ímãs, e difusores<br />

lineares com diferentes comprimentos.<br />

<strong>L+D</strong><br />

77


A Foscarini reafirma sua posição de destaque entre os fabricantes<br />

italianos. A luminária de mesa Yoko, dos noruegueses Anderssen &<br />

Voll, serve como exemplo de um novo olhar sobre o produto. O abajur,<br />

de formas limpas, apresenta uma base luminosa de policarbonato e<br />

uma cúpula transparente, invertendo, assim, as funções de base e<br />

cúpula, trabalhando de uma forma divertida com o arquétipo das<br />

luminárias de mesa.<br />

A família Rituals, de Ludovica e Roberto Palomba, recria as clássicas<br />

lanternas japonesas de papel de arroz em um delicado trabalho de<br />

vidro, com frisos horizontais que proporcionam iluminação suave e<br />

difusa, com um leve efeito de luz e sombra.<br />

Nuage, de Philippe Nigro, é uma luminária composta de módulos,<br />

para ser utilizada na parede ou no teto, criando composições variadas<br />

com a sobreposição de vários elementos. Inspirada no movimento de<br />

Op Art, pretende ser mais do que um objeto para iluminar, conferindo<br />

aos ambientes um caráter artístico e único. Esse conceito de luminárias<br />

modulares e componíveis, que cria soluções personalizadas, tem sido<br />

bastante explorado, como temos observado nas últimas edições da<br />

Euroluce.<br />

Flip, de Simon Pengelly, se baseia no mesmo conceito – trata-se<br />

de uma luminária de parede flexível, que deve ser movimentada para<br />

criar variações na luminosidade. Confeccionada em policarbonato, é<br />

livremente inspirada na obra de Lucio Fontana.<br />

Stewie, de Luca Nichetto, inova em sua forma e proporção como<br />

luminária de piso. Confeccionada em polietileno revestido em tecido,<br />

proporciona luz difusa e indireta.<br />

Foscarini, no alto, Rituals, de Ludovica e Roberto<br />

Palomba – lanternas japonesas recriadas em<br />

vidro –, e Nuage, the Philippe Nigro. Embaixo,<br />

da esquerda para a direita: Stewie, de Luca<br />

Nichetto, abajur Yoko, de Anderssen & Voll, e<br />

Flip, de Simon Pengelly<br />

<strong>L+D</strong><br />

78<br />

<strong>L+D</strong><br />

79


Diesel / Foscarini – no sentido horário:<br />

Metafísica, Glassdrop, Diconnect e Crash Bell<br />

Imagens da esquerda: pendentes<br />

Flas (acima) e Bell Table Light, de<br />

Tom Dixon. Imgens da direita: Stick,<br />

de Matali Crasset (acima) e Cloudy,<br />

de Mathieu Lehanneur para Fabbian<br />

A parceria Diesel/Foscarini continua, e muitos produtos já editados<br />

são reapresentados com novos acabamentos.<br />

Dentre as luminárias apresentadas pela Fabbian, destacamos Cloudy,<br />

Crash Bell, em alumínio e vidro, se inspira nas caixas de instrumentos<br />

de Mathieu Lehanneur, uma luminária em vidro soprado que explora a<br />

de percussão, com acabamentos em bronze e alumínio. Mantém a<br />

transparência e translucidez do material. Aqui a Fabbian trabalha em<br />

<strong>L+D</strong><br />

80<br />

estética industrial de outros produtos da Diesel. Glassdrop são pendentes<br />

em vidro soprado, que quando apagados se assemelham a gotas de<br />

mercúrio, brilhantes e reflexivas. A translucidez do vidro se revela apenas<br />

casa, pois é em sua expertise nos trabalhos em vidro que encontramos<br />

seu diferencial.<br />

Já as luminárias Stick, de Matali Crasset, elegem palitos de madeira<br />

<strong>L+D</strong><br />

81<br />

com a luminária acesa. Disconnect pretende explorar o contraste entre<br />

como matéria-prima. De forma simples, com um único módulo em<br />

os diferentes materiais – o sólido e pesado metal utilizado na base da<br />

forma de pinça que permite diferentes configurações, a luminária cria<br />

luminária em contraponto à leveza e fluidez do tecido das cúpulas. A<br />

efeitos de luz e sombra.<br />

luminária de mesa ou piso Metafísica também evidencia o contraste<br />

O inglês Tom Dixon apresenta suas novas coleções no Museu da<br />

entre materiais – metal e vidro – utilizando uma base metálica como<br />

Ciência e Tecnologia, junto com outros criadores independentes de<br />

uma gaiola, que serve de apoio à cúpula.<br />

diversas partes do mundo. Apresenta, além de suas luminárias, móveis<br />

e luminárias, uma coleção desenvolvida para Adidas. Destacamos Flask<br />

e Bell Light, que são variações do processo de criação do designer.


A Fontana Arte parece procurar novos caminhos em seu portfólio.<br />

Trabalhando com materiais menos nobres do que o habitual – como<br />

o plástico e o isopor –, apresenta produtos relativamente simples em<br />

suas formas, respaldados pelos conceitos apresentados pelos designers.<br />

Albedo, dos designers alemães Rauph Nauta e Lonneke Gordjn<br />

(Studio Drift), inspira-se no movimento e flutuação das águas-vivas.<br />

Confeccionada em um fino tecido cortado a laser, tem várias escamas<br />

formando o volume da luminária.<br />

Koho, do finlandês Mika Tolvanen, é uma luminária em plástico<br />

para áreas externas. Com uma bateria recarregável com 7 horas de<br />

autonomia, pode ser facilmente transportada por ser leve, pequena e<br />

dispensar fios para o seu uso.<br />

Odeon, criação do estúdio milanês Studio Klass, de Marco Maturo<br />

e Alessio Roscini, é mais um produto que pretende dar um novo uso<br />

às luminárias de piso. Com o corpo revestido em couro e difusor em<br />

policarbonato leitoso, que emite luz apenas em uma direção, propõe<br />

que sua posição em relação à parede – ou à superfície iluminada –<br />

determine o efeito e a atmosfera.<br />

Yupic, do estúdio For Us With Love, de Estocolmo, tem o corpo<br />

confeccionado em um isopor de alta resistência. Trata-se também<br />

de uma luminária portátil. Fornecida com 5 metros de fio, pode ser<br />

pendurada em ganchos, apoiada no piso ou em mesas.<br />

A Luceplan apresenta dois produtos muito inspirados. Ascent, de<br />

Daniel Ribakken, é uma luminária de mesa que tem na simplicidade<br />

de seu desenho e de sua proposta de uso o diferencial. O movimento<br />

vertical, intuitivo, da luminária através de sua haste permite o ajuste<br />

e a variação do facho de luz.<br />

Nothing, de Francisco Gomez Paz, talvez tenha sido, em 2013,<br />

a luminária que melhor reflete uma nova morfologia dos produtos<br />

em função das características do LED – suas proporções diminutas e<br />

bidimensionais. Uma estrutura articulável em alumínio, para iluminação<br />

indireta – mais uma luminária de piso que propõe a parede como<br />

plano de difusão da luz.<br />

Acima, Ascent, luminária de mesa<br />

de Daniel Ribakken. Abaixo, à<br />

esquerda, Nothing, de Francisco<br />

Gomez Paz. Ambas para Luceplan<br />

Acima, à direita, novas luminárias da Fontana Arte:<br />

Albedo, de Ralph Nauta e Lonneke Gordjn; Odeon,<br />

de Marco Matuto e Alessio Roscini; Koho, de Mika<br />

Tolvanen e Yupic, do estúdio For Us With Love.<br />

Abaixo, da esquerda para a direita: na página ao<br />

lado, Clizia, de Adriano Rachele; Flora, de Zanini de<br />

Zanine, e as famílias Aria e Avia, de Zaha Hadid.<br />

Para Slamp<br />

A italiana Slamp apresenta uma série de luminárias desenvolvidas<br />

em materiais sintéticos patenteados pela empresa – denominados<br />

Crystalflex®, Opalflex®, Lentiflex®. Os polímeros apresentam alto<br />

brilho e transparência, criando efeitos semelhantes a lentes de vidro.<br />

A arquiteta Zaha Hadid desenvolveu duas famílias de luminárias –<br />

Aria e Avia – que parecem grandes esculturas luminosas. O brasileiro<br />

Zanini de Zanine e Adriano Rachele desenvolveram produtos com<br />

formas orgânicas – Flora e Clizia, respectivamente.<br />

<strong>L+D</strong><br />

82<br />

<strong>L+D</strong><br />

83


Arturo Alvarez: na página anterior,<br />

Kite e Tati. Abaixo, da esquerda para<br />

a direita, Muu e Li<br />

Arturo Alvarez apresenta três famílias de luminárias, desenvolvidas<br />

com sua técnica e materiais usuais – uma tela metálica revestida por<br />

silicone. A linha Muu apresenta luminárias de mesa ou piso em dois<br />

tamanhos: Kite, que podem ser usadas como arandelas ou pendentes,<br />

e Tati – nas versões de teto ou parede e também de mesa. A arandela<br />

Li explora outro material: faixas altamente resistentes de celulose<br />

reciclada e prensada.<br />

À esquerda, Bocci 38. Abaixo e na<br />

página seguinte, da esquerda para a<br />

direita: Celine Wright e as luminárias<br />

Arabesque, Kaleidoscope e Giboullé.<br />

A designer francesa Celine Wright apresenta pela primeira vez suas<br />

criações na Euroluce. Tendo vivido durante muitos anos no Japão,<br />

suas criações em papel e tecido têm evidente influência das lanternas<br />

japonesas – mas apresentam uma clara assinatura de Celine em seus<br />

acabamentos e formas. Destacamos as novas Arabesque – pendentes<br />

ou de mesa – e Kaleidoscope. A família Giboulee apresenta uma pedra<br />

bruta pendente, lúdico diálogo ente os materiais.<br />

<strong>L+D</strong><br />

84<br />

A canadense Bocci aposta em luminárias de vidro soprado – sempre<br />

uma variação do mesmo produto, que tem alcançado bastante sucesso.<br />

Pela primeira vez na Euroluce, apresenta-se em um espaçoso estande,<br />

com uma grande instalação de seu lançamento de 2013 – a família<br />

57. Também mostra em uma interessante instalação a lúdica família<br />

38 – grandes esferas transparentes, nas quais são introduzidas bolhas<br />

leitosas durante o processo de manipulação do vidro. Essas bolhas se<br />

chocam internamente, formando cavidades que recebem as fontes de<br />

luz – e também terra, onde são plantados pequenos cactos.<br />

<strong>L+D</strong><br />

85


Vibia: no alto, pendentes Wireflow,<br />

de Arik Levy. Abaixo, pendentes<br />

revestidos em faixas de tecido Nuno,<br />

de Nendo, e os módulos de “Wall<br />

Art” Set, de J. Li. Xuclà<br />

O grande destaque da Euroluce, confirmando o que já se anunciava<br />

nas últimas edições foi a Vibia, de Barcelona. Com uma ampla família<br />

de luminárias para áreas externas e utilizando-se de diferentes materiais,<br />

com luminárias em cerâmica, tecido etc., tem luminárias que inovam<br />

em sua morfologia e apresentam uma linguagem inovadora no diálogo<br />

do produto com arquitetura.<br />

A luminária Set, de J. Li. Xuclà, explora o recurso de claro e escuro,<br />

sempre presente na Vibia. Criando efeitos e volumes na parede com<br />

a composição de múltiplas peças, reforça o conceito de “Wall Art” a<br />

partir da composição de módulos de luz e sombra.<br />

Os pendentes Wireflow, de Arik Levy, reconstroem as linhas clássicas<br />

de candelabros em duas ou três dimensões, criando no espaço formas<br />

geométricas com a utilização de finos cabos de alimentação e sustentação.<br />

Nas palavras de Levy: “presença e ausência, transparência e luminosidade,<br />

luz e fluidez”.<br />

As luminárias Nuno, de Nendo – que cria pela primeira vez para<br />

a Vibia –, se baseia na superposição de faixas de tecido, criando<br />

diferentes graduações de luz e sombra, proporcionando luz difusa<br />

e morna aos ambientes – com uma referência ao desenho oriental,<br />

como observamos, bastante revisitado.<br />

<strong>L+D</strong><br />

86<br />

Marset e Santa & Cole são dois importantes representantes dos<br />

espanhóis, que vem se destacando a cada ano. A luminária Nenufar,<br />

de Joan Gaspar, é uma linha de pendentes modulares, em finos discos<br />

luminosos que podem ser compostos em variados conjuntos.<br />

As famílias Sin e Blancowhite, de Antoni Arola, elegantemente se<br />

apropriam das pequenas dimensões dos LEDs para criar elementos<br />

finíssimos, em alguns casos de apenas 1 cm de espessura, apresentando<br />

luminárias de mesa, pendentes e abajures em variadas composições.<br />

Secto também é uma empresa que se destaca pela qualidade de<br />

seu produto. A empresa finlandesa desenvolve apenas luminárias em<br />

madeira, com um acabamento primoroso. As luminárias são desenhadas<br />

pelo arquiteto Seppo Koho, que apresentou a nova linha Aspiro.<br />

<strong>L+D</strong><br />

87<br />

Acima, à esquerda, Sin e BlancoWhite, de<br />

Antoni Arola para Santa & Cole, e à direita<br />

Nenufar – Joan Gaspar para Marset. Ao lado,<br />

pendentes Aspiro, de Seppo Koho para a<br />

finlandesa Secto


Ingo Maurer mostrou no Espaço Krizia uma belíssima instalação com<br />

suas novas luminárias-velas. Uma grande reprodução da Santa Ceia, de<br />

Leonardo Da Vinci, com as luminárias flutuando sobre a mesa posta. As<br />

velas de LED / My New Flame e Flying Flames Chandelier – evolução de<br />

outro produto lançado recentemente – são bidimensionais e parecem<br />

flamejar como velas reais. Lança ainda – também na Euroluce – as<br />

luminárias Knot, que utiliza a técnica de plotagem em três dimensões,<br />

e a provocadora Veramente al Dente, em tiragem limitada.<br />

Pudemos também conhecer no Espaço Krizia o incrível projeto<br />

“The Broken Egg”, que será construído no Brasil, em Inhotim – um<br />

edifício dedicado à luz. Agora vamos aguardar a materialização desse<br />

ambicioso projeto de Ingo Maurer, que mais uma vez surpreende com<br />

sua criatividade. (Por Carlos Fortes)<br />

Tom Vack and Team. (c) Ingo Maurer GmbH, Munich<br />

Ingo Maurer, nesta página, em sentido<br />

horário: o pendente Flying Flames Chandelier<br />

e as luminárias de mesa Knot e Veramente al<br />

Dente. Na página ao lado, foto da instalação<br />

“A Santa Ceia” no espaço Krizia, com Flying<br />

Flames Chandelier e Veramente al Dente.<br />

Abaixo, projeto e maquete de “The Broken<br />

Egg”, a ser construído em Inhotim<br />

<strong>L+D</strong><br />

88<br />

<strong>L+D</strong><br />

89


PARA SABER MAIS<br />

Antivj<br />

Christopher Moulder<br />

Lichia Lighting<br />

T:44 0 789 00 965 96<br />

T: 1 404 382 0709<br />

T: 55 11 3123 0157<br />

www.antivj.com<br />

www.christophermoulder.com<br />

www.lichialighting.com<br />

Brigada<br />

Estudio Carlos Fortes<br />

Light Bureau<br />

T: 385 1 606 4034<br />

T: 55 11 3064 4194<br />

T: 44 0 20 7498 6111<br />

www.brigada.hr<br />

www.estudiocarlosfortes.com<br />

www.lightbureau.com<br />

Central Arquitectos<br />

LD Studio<br />

Shaw Architekten<br />

T: 55 11 3266 2773<br />

T: 55 21 2507 2087<br />

T: 49 69 944 10244<br />

www.centralarquitectos.com<br />

www.ldstudio.com.br<br />

www.shaw-architekten.de<br />

PATROCINADORES<br />

Alper<br />

Inside<br />

Lumicenter<br />

Osram<br />

T: (11) 3265 6701<br />

T: (11) 4746 1352<br />

T: (41) 2103 2750<br />

T: 0800 55 7084<br />

www.alper.com.br<br />

www.inside.ind.br<br />

www.lumicenter.com.br<br />

www.osram.com.br<br />

página 29<br />

página 39<br />

página 31<br />

página 33<br />

Artemide Brasil<br />

Itaim Iluminação<br />

Lumini<br />

Stella design<br />

T: (11) 94910-0095<br />

T: (11) 4785 1010<br />

T: (11) 3<strong>43</strong>7 5555<br />

T: (51) 3529.7044<br />

www.facebook.com/ArtemideBrasil<br />

www.itaimiluminacao.com.br<br />

www.lumini.com.br<br />

www.stelladesign.com.br<br />

página 11<br />

3ª capa<br />

4ª capa<br />

página 8 e 9<br />

Avant<br />

Kreon Brasil<br />

Lutron<br />

Steluti<br />

T: (11) 2085 0093<br />

T: (11) 995623660<br />

www.lutron.com/latinamerica<br />

T: (11) 3079 7339<br />

www.avantsp.com.br<br />

brasil@kreon.com<br />

página 37<br />

www.steluti.com.br<br />

página 41<br />

página 13<br />

página <strong>43</strong><br />

E:Light<br />

Lemca Iluminação<br />

Mantra<br />

Sylvania<br />

T: (11) 3062.7525<br />

T: (11) 2827 0600<br />

T: (41) 3026 8081<br />

T: (11) 3133 2400<br />

páginas 4 e 5<br />

www.lemca.com.br<br />

www.mantraco.org<br />

www.sylvania.com.br<br />

página 35<br />

páginas 14 e 15<br />

página 25<br />

<strong>L+D</strong><br />

90<br />

Erco<br />

T: 11 9216-7134<br />

LG Electronics<br />

T: 4004 5400<br />

Nichia<br />

T: + 1 770 806 8300<br />

Trancil<br />

T: 0800 979 9030<br />

www.erco.com<br />

www.lge.com/br<br />

www.nichia.com<br />

www.trancil.com.br<br />

2ª capa<br />

página 21<br />

página 17<br />

página 27<br />

GE Iluminação<br />

Light Design<br />

Omega Light<br />

T: 0800 595 6565 e 4001 6565<br />

T: (81) 3339 1654<br />

T: (11) 5034 1233<br />

www.geiluminacao.com.br<br />

www.lightdesign.com.br<br />

www.omegalight.com.br<br />

página 19<br />

páginas 6 e 7<br />

página 23

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