07.08.2015 Views

L+D 54

Edição 54 : Julho/Agosto - 2015

Edição 54 : Julho/Agosto - 2015

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

R$ 19,20Museo Chileno de Arte Precolombiana, Santiago (Chile)1e mais: Eataly, São Paulo (Brasil) | Victoria Theatre, Singapura | Grand-Place, Bruxelas (Bélgica)


4 5


6 7


sumáriojulho | agosto 2015edição <strong>54</strong>64746048150 68<strong>54</strong>1448<strong>54</strong>6064687480¿Que Pasa?Fashion GalleryVictoria TheatreGrand-PlaceSede Porto SeguroMuseo Chileno deArte PrecolombianaEatalyProdutos: EspecialLightFair 20158 9


Romulo FialdiniMuseo Chileno deArte PrecolombianaIluminação: LLD, Limarí Lighting DesignFoto: Aryeh KornfeldPublisherThiago GayaEditoresOrlando Marques e Thiago GayaEDITORIALA edição <strong>54</strong> da revista <strong>L+D</strong> traz uma seleção muito variada de aplicações:um teatro, um edifício corporativo, uma praça monumental, um supermercadogourmet e dois museus. Propomos, assim, um olhar panorâmico do que estáacontecendo de mais atual no Brasil e no mundo com a prática profissionalno desenho da luz artificial. Não por acaso, é esta a edição que circulará no 6ºLEDforum, em agosto. É justamente a diversidade de aplicações, soluções elinguagens que faz da revista e do evento importantes fontes de informação,formação e inspiração para profissionais apaixonados por luz.A tecnologia LED, como não poderia deixar de ser, é protagonista da edição.Por isso, trazemos um projeto antigo, de 2011, mas com uma importância históricainteressante: a iluminação da sede da Porto Seguro pode ser considerado ummarco na carreira de Esther Stiller, já que foi a partir dele que a arquiteta passou aaplicar a tecnologia LED amplamente em seus trabalhos.O gigante gastronômico Eataly, que é sensação em São Paulo, é tambémsuperlativo no uso da tecnologia. Responsável pelo projeto de iluminação,Antonio Carlos Mingrone, afirma que o mais instigante do projeto foi, além desua dimensão – 11.000,00 m 2 –, todo o conceito da rede de trabalhar experiênciasamplas, e não apenas o comércio de produtos.Do nosso vizinho Chile, o premiado projeto de Pascal Chautard para o Museode Arte Precolombiana concilia a importância de preservar a identidade de umedifício que faz parte da memória cultural da cidade com ideais de humanizaçãodo projeto de iluminação. Um trabalho primoroso que mereceu a capa da edição.Apresentamos também o projeto de iluminação do Victoria Theatre deSingapura, edifício de estilo vitoriano inglês considerado pela população local comopatrimônio cultural do país-estado, desenvolvido pelo escritório Lighting PlannersAssociates. Da Bélgica, trouxemos o trabalho de Isabelle Corten e Patrick Rimouxpara a Grand-Place de Bruxelas, importante praça com um conjunto impressionantede fachadas góticas e barrocas listadas como Patrimônio Mundial pela Unesco.Ambos os projetos apresentam em suas fachadas soluções com iluminaçãohomogênea e suave, e níveis de luminâncias cuidadosamente controlados.De Berlim, apresentamos o projeto da Fashion Gallery desenvolvido peloescritório Lichtvision. Parte do edifício pós-moderno do Museu de Artes Decorativasda cidade, o projeto privilegia a iluminação difusa e baixos níveis de iluminância.Soluções, linguagens e resultados diversos para um objetivo comum: a eternabusca pela harmonia entre técnica e estética.Boa Leitura!Thiago Gaya e Orlando Marques | EditoresDIRETORA DE ARTEThais MoroREPORTAGENS DESTA EDIÇÃOAndré Becker, Carlos Fortes, Débora Torii, Fernanda Carvalho,Gilberto Franco e Valentina FiguerolaIMPRESSA PORPUBLICADA PORREVISÃODeborah PeleiasADMINISTRAÇÃORichard SchiavoTelma LunaCIRCULAÇÃO E MARKETINGMárcio SilvaPUBLICIDADELucimara Ricardi | diretoraLiliane Dias | supervisoraBruna Oliveira | assistentePARA ANUNCIARcomercial@editoralumiere.com.brt: 11 2827.0660PARA ASSINARassinaturas@editoralumiere.com.brt: 11 2827.0690tiragem e circulação auditadas porEditora Lumière Ltda.Rua Catalunha, 350, 05329-030, São Paulo SP, t: 11 2827.0660www.editoralumiere.com.br10 11


12 13


Imagens: gpstudio¿QuÉ Pasa?O Coração Partido na Janela do ArcoO gpstudio, consultoria londrina de design especializada emprojetos e estratégias voltados para o mercado do varejo, tem suasede privilegiadamente situada em edifício num dos bairros maislongevos de Londres, cuja fachada é marcada por um imponentearco de uma antiga ferrovia. Baseados na crescente tendência dacriação de espaços multifuncionais, os designers decidiram trataro grande espaço envidraçado como vitrine para o trabalho deoutros designers, artistas, ilustradores e fotógrafos, novos ou jáconsolidados no mercado, acreditando que todos merecem umachance de reconhecimento por seus talentos.“The Arch Window”, como foi chamado o espaço, teve seunovo uso inaugurado em 2008 com uma instalação do própriogpstudio e o objetivo é atrair a atenção dos transeuntes e leválosa refletir sobre as obras expostas, encorajando e inspirando opúblico a comentar a respeito nas redes sociais.A série de exposições deste ano foi aberta em 30 de abril coma obra “Broken Heart”, uma escultura luminosa de autoria do GNIProjects, coletivo de design fundado em 2009, com bases emLondres e em Frankfurt, e especializado em instalações artísticascom luz. Movidos pelo desejo de criar objetos e instalaçõesintrigantes e que envolvam múltiplas disciplinas, os três designerstitulares desejam com essa obra interagir com o expectadorpor meio de um jogo envolvendo perspectivas e pontos devista. Composta por perfis lineares ultrafinos (apenas 6 mm delargura cada) de LEDs vermelhos, customizados especialmentepara o projeto e montados sobre hastes de aço, a escultura seapresenta aparentemente como um objeto abstrato, encorajandoo observador a se mover até que encontre a única perspectiva daqual é possível observar sua forma com clareza. A nuvem de luzesvermelhas é montada manualmente no local, de forma a conferircaráter orgânico à instalação.Esse trabalho também já foi exibido pelo GNI no jardimbotânico Palmengarte, como parte dos trabalhos da Luminalede Frankfurt em 2012, espaço no qual era possível mover-se aoredor de toda a escultura, o que possibilitava diversos pontos devista da instalação. No espaço “The Arch Window”, a obra ficouexposta por dois meses e será sucedida por “novas intervençõesigualmente únicas, criativas e provocativas”, promete o gpstudio.14 15


Imagens: Lighting Planners Associates e Toshio Kaneko¿QuÉ Pasa?Nigthscape 2050Mostra itinerante Lighting Planners AssociatesLighting Planners Associates (LPA), com sedes em Tóquio,Singapura e Hong Kong e fundado e presidido pelo renomadolighting designer Kaoru Mende, está completando 25 anos desua fundação neste ano.Em comemoração pelo aniversário e em conjunção como Ano Internacional da Luz proclamado pela UNESCO, o LPAinaugurará, em agosto, a exposição itinerante “2050 Nightscape– Um Diálogo Entre Cidades, Pessoas e a Luz no Futuro”.A experiente equipe propõe uma exposição de caráter nãosomente informativo e educacional – por meio de palestras eworkshops –, como também empírico e criativo – por meio deinstalações que serão vivenciadas pelos visitantes –, visandodesenvolver a esperança de novas e boas ideias para o futuro.Com mais de 700 notáveis projetos concluídos na Ásia e ao redordo mundo, o escritório é reconhecido pela excelência em projetosde iluminação para o ambiente construído, além de sua importanteatuação em ações educativas – por meio do projeto Shomei-Tanteidan(Lighting Detectives), responsável pelo workshop em parceria com aAsBAI que precedeu a quarta edição do LedForum no ano passado,buscando promover e disseminar a cultura da iluminação, além decontribuir para uma maior conscientização pública quanto aos bonse maus tipos de iluminação.O ponto de partida para esta exibição é uma discussãoem torno das paisagens noturnas pelo mundo e em relaçãoà luz e à iluminação do futuro, no ano de 2050. Nomescomo o do designer alemão Ingo Maurer, o arquitetojaponês Toyo Ito e o também nipônico engenheiro ShujiNakamura (ganhador do Prêmio Nobel pela invenção doLED azul) estão confirmados para entrevistas a sobre suasexperiências e visões para o futuro.A exposição contará com instalações, panoramas depaisagens noturnas pelo mundo, linha cronológica da evoluçãoda iluminação artificial, simpósios e workshops, e poderá servisitada em quatro diferentes cidades, começando por Berlim,a partir de 7 de agosto, migrando em seguida para Singapura,Hong Kong e, por último, Tóquio, esta com previsão de aberturapara 13 de maio de 2016, sempre com algum conteúdo preparadoespecialmente para cada local.Completando as ações comemorativas, o escritóriotambém prepara o lançamento do livro LPA 1990-2015 Tideof Architectural Lighting Design, com autoria do próprio KaoruMende em conjunto com o LPA, contando o percurso doescritório ao longo desses anos.Mais informações: facebook.com/lpa.exhibition16 17


Acesse: www.Ledforum.com.br e garanta a sua vaga.Uma verdadeira seleção de lighting designers espera por você:ÚltimasvagasAndreas Schulz(Keynote Speaker)Licht Kunst LichtAlemanhaMônica Luz Lobo(Keynote Speaker)LD StudioBrasilAnna SbokouAnna Sbokou LDInglaterraLorna GouldenCreative Innovation WorksHolandaSerge van den Berghet EnergiebureauHolandaDwayne WaggonerLichtvisionAlemanhaCláudia Shimabukuro e Letícia MariottoLit Arquitetura de IluminaçãoBrasilIsabelle CortenBy Corten Fryns, atelier lumièreBélgicaPascal ChautardLimarí Lighting DesignChileJanna AronsonRTLDIsrael20 e 21 de agosto de 2015Tivoli Mofarrej Conference HotelSão Paulo | Brasilwww.ledforum.com.brevento oficial:18 19


¿QuÉ Pasa?Certificação Internacionalpara Lighting DesignersForam abertas, neste ano, as inscrições para a CLD (CertifiedLighting Designer), primeira certificação internacional baseada emevidências de competência e domínio da prática na profissão.A necessidade da certificação foi inicialmente captada peloIALD (International Association of Lighting Designers) apósconversas com profissionais e membros da indústria de diversospaíses, que demonstraram certo temor de que outras organizaçõeslegislativas externas à área tomassem a frente na certificaçãointernacional da profissão.Subentendendo que somente aqueles envolvidos na práticapodem efetivamente defini-la, surgiu a ideia de desenvolveruma certificação criada e realizada por lighting designers, queidentificasse e avaliasse as habilidades únicas dos próprios lightingdesigners. O processo teve início em 2010, com a convocação peloIALD de uma força-tarefa da qual fez parte também a então PLDA(Professional Lighting Designers’ Association), envolvendo extensotrabalho de análise e pesquisa para se chegar a um primeiromodelo como base para os processos de inscrição e avaliação, quefoi modificado após testes iniciais, até ser finalmente colocado emprática em maio deste ano.Os benefícios por trás da certificação, segundo o CLD, vão alémda contribuição para uma melhor definição da profissão. Ela poderiatrazer, também, reconhecimento internacional e maior visibilidadedentre a concorrência, além de atestar prova de competência eproficiência na prática profissional do arquiteto de iluminação.Para se certificar, o CLD estabelece que o candidato seencaixe em uma categoria dentre as duas oferecidas: MembrosProfissionais de Associações de Lighting Design Aprovadas peloCLD ou na categoria Outros Candidatos.As associações aprovadas, até o momento, são: Associationof Lighting Designers – IALD, Asociación Profesional deDiseñadores de Iluminación – APDI e a Association desConceptures Lumiére et Eclairagistes – ACE.Para cada categoria, o candidato deverá apresentar umnúmero de projetos ou documentos de referência que atestemsua proficiência em até sete diferentes domínios de competênciaque definem a profissão de Lighting Designer, determinados peloCLD: 1. Metas e Resultados (Goals and Outcomes); 2. ColaboraçãoInterdisciplinar (Collaboration); 3. Engenhosidade (Ingenuity). 4.Síntese da Integração Técnica e Estética (Synthesis); 5. CiênciaAplicada (Science); 6. Intendência Ambiental (Stewardship); e 7.Experiência Humana (Human Exeperience).Além disso, o candidato deverá demonstrar, a partir do materialenviado na inscrição, competência em projetos de iluminaçãotanto para áreas internas quanto externas; atestados assinados porclientes ou outros que evidenciem habilidade nos seus domínios decompetência; Código de Conduta do CLD assinado; e taxa paga deUS$ 525 para a categoria Membros Profissionais de Associaçõesou US$ 625 para a categoria Outras Candidatos.Profissionais com qualquer formação – acadêmica ou não– podem tentar a certificação, desde que cumpram os prérequisitosestabelecidos.Após a certificação inicial, é necessário que o profissionalrequisite, a cada cinco anos, a renovação da sua certificação. Estaatualização, no entanto, é obtida de forma diferenciada da inicial,por meio da obtenção de pontos conquistados em atividadeseducacionais e/ou de desenvolvimento profissional, como,por exemplo, o comparecimento a conferências e seminários,participação em cursos, palestras e workshops e outras atividadeseducacionais relacionadas à profissão.CLD e AsBAIEm nota, a AsBAI – Associação Brasileira de Arquitetos deIluminação – confirmou que estão trabalhando desde o ano passadopara que a associação brasileira se torne também uma associaçãoparceira, simplificando, assim, o processo de certificação do CLDpara seus associados. Segundo o Arquiteto Rafael Leão, presidenteda AsBAI, “parte da documentação necessária já foi enviada ao CLD.No momento, estamos trabalhando na tradução para o inglês da listade requisitos do Programa de Admissão de Membros da AsBAI”.Em 2013, Rafael Leão foi convidado a participar de umteste organizado pelo IALD em relação ao processo decertificação do CLD. Segundo ele, este novo processo “devecorrigir desvios de abordagem existentes em outros testes dequalificação profissional, por analisar de forma mais abrangenteo conhecimento do candidato no que se refere à subjetividade deelaborar um projeto de iluminação”.Mais informações podem ser encontradas no site: www.cld.global.20 21


Imagens: Melissa Henry¿QuÉ Pasa?Resiliência UrbanaQuem estiver em Boston, nos Estados Unidos, até outubro,terá a chance de conviver com uma monumental intervençãoartística urbana. “As If It Were Already There” (“como se jáestivesse ali”, em tradução livre), a mais recente instalação daartista americana Janet Echelman, foi montada sobre o parquepúblico Rose Kennedy Greenway em maio deste ano, propondoser um símbolo à história de sua locação.O projeto da artista foi selecionado – dentre outros 96trabalhos inscritos de diversos países – pela conservaçãodo parque Rose Kennedy Greenway Conservancy, umaorganização sem fins lucrativos que busca levar a arte inovadorae contemporânea a Boston por meio de exibições temporáriasgratuitas (dentre as quais um mural pintado pelos brasileirosOs Gêmeos, exposto entre 2012 e 2013).A grandiosa instalação é composta por uma trama de maisde 160 m de fios de UHMWPE – um tipo de polietileno comresistência 15 vezes maior do que o aço – trançados manualmentecom fibras de poliéster de alta tenacidade, compondo uma malhacom mais de meio milhão de nós. A grande rede fica suspensaa 110 m do piso em seu ponto mais alto, sendo curiosamentefixada em quatro pontos em três arranha-céus que emoldurama paisagem da praça. Apesar das dimensões monumentais e daimpressionante resistência, o resultado é uma malha incrivelmenteleve, com aparência tão delicada quanto a de uma renda.A escultura foi projetada eletronicamente e todos os seuselementos remetem a alguma simbologia relacionada ao local,como, por exemplo, suas listras coloridas que fazem alusão àsfaixas de carros da antiga via elevada que dominava a paisagem dolocal, conectando o centro da cidade ao porto, e que foi demolidapara dar lugar ao parque hoje existente, priorizando os pedestres.Durante o dia, a trama permeável convida a olhar para cima, semisturando ao céu e projetando um dinâmico jogo de sombrassobre os espectadores. Já à noite, se transforma em uma vibrantee luminosa escultura flutuante, graças aos 44 projetores com LEDsRGB, programados individualmente, que fazem parte da instalação.As cores das luzes projetadas na superfície da escultura sãocontroladas a partir de sensores instalados no entorno, que registramdados relacionadas às alterações na tensão e ao movimento dasfibras da trama induzidos pelo vento, levando a diferentes resultadosde acordo com a programação estabelecida.Janet Echelman define este trabalho como “uma costuraque integra a malha urbana à arte”. Imagens e vídeos podemser vistos no seu site www.echelman.com/project/bostongreenway/ou no Youtube e Vimeo.22 23


Aryeh KornfeldArthur Pequim¿QuÉ Pasa?LAMP LIGHTING SOLUTIONS AWARDAconteceu em 11 de junho a premiação Lamp LightingSolutions Awards, em evento realizado no Parque Tibidabo,em Barcelona. O júri – composto por lighting designers,arquitetos e designers de interiores – leva em conta critérioscomo criatividade, inovação e sustentabilidade dos projetosde iluminação para definir os premiados a cada dois anos,também oferecendo uma categoria para a seleção de propostasde estudantes. Neste ano, o prêmio de melhor iluminaçãopara áreas externas ficou com o lighting designer francês YonAnton-Olano, por seu projeto para o armazém de vinhos Le ChaiBallande, na França. A melhor iluminação de interiores foi a doMuseo Chileno de Arte Precolombino, em Santiago, criação doescritório chileno LLD – Limarí Lighting Design, publicado nestaedição de <strong>L+D</strong> (veja matéria na página 68). Excepcionalmente,devido à proclamação do Ano Internacional da Luz pela Unesco,neste ano foi criada a categoria especial Life of Light, com oobjetivo de reconhecer um profissional do setor cuja vida tenhasido dedicada à iluminação. Os homenageados foram o casalsueco Agneta e Jan Ejhed, pelo empenho, há muitas décadas, noexercício da profissão e na promoção da educação, contribuindopara a formação de lighting designers ao redor do mundo.Nossos parabéns aos premiados!Andreas Ejhed24 25


© Peter Erskine¿QuÉ Pasa?O trabalho de Peter ErskineParece difícil acreditar que um elemento tão exaustivamenteestudado e manipulado como o Sol seja capaz de ainda nossurpreender de alguma forma. Porém, graças à criatividade deartistas como o americano Peter Erskine, o onipresente astro setorna capaz de desempenhar papel ainda mais poético e encantador.Nascida do interesse do artista na interação entre luz, espaço earquitetura, a série de instalações intitulada “Secrets of the Sun” (ou“segredos do Sol”) se propõe a criar um novo meio de arte interativa,utilizando o sol como objeto, matéria prima e fonte energética. Pormeio de uma cuidadosa distribuição de prismas planos cortados alaser, Erskine proporciona, nas superfícies do ambiente, a projeçãode feixes de luz colorida, nas cores do arco íris, graças à refraçãosofrida pela luz solar, cujo espectro se decompõe ao atravessar asuperfície prismática.O “segredo do Sol”, fica por conta do direcionamento destesfeixes de luz a locais específicos da arquitetura, por meio doemprego de helióstatos – sistemas de espelhos, em sua maioriaplanos, que dirigem a luz do sol para um alvo fixo – fazendo com queo efeito de cada instalação seja único e dialogue com o ambienteconstruído. A interatividade das instalações nos espaços se dá pelamovimentação dos próprios usuários, que acabam por se tornarverdadeiros substratos móveis e cujo deslocamento interfere nasluzes e sombras projetadas nas superfícies do local.Tendo passado a década de 1980 envolvido na criação deesculturas arquitetônicas para locais específicos, Peter Erskineinaugurou a primeira instalação desta sua nova série em 1992, noantigo Mercado de Trajano, no Fórum Romano, em forma de umaexibição temporária. Ainda na mesma década, instalações de mesmocaráter foram abertas em Berlin, Los Angeles, e em North Yorkshire,na Inglaterra. Em 1997 veio a primeira instalação permanente, em umshopping center no sul da Califórnia, intitulada “Sun Dance”.Uma série de outras instalações permanentes abriu caminhopara – a talvez mais ambiciosa delas – “Cromos”, presente emestações ferroviárias de Roma, Florença, Milão e também em 30trens que fazem o percurso entre Milão e Roma. Devido a esteenorme escopo de trabalho, foram utilizados, no total, cerca de500 metros quadrados de prismas, trazendo a estas construçõestão antigas novas dinâmicas de luz, graças às constantes variaçõesno ângulo, intensidade e temperatura de cor da luz solar. O artistadefine “Cromos” como um lembrete de que “a vida humana enossas úteis invenções são totalmente dependentes do delicadoequilíbrio da natureza - o sistema que suporta nossas vidas.”Além destas instalações de maior porte, Erskine tambémdesenvolve trabalhos para espaços com os mais diversos programas,como residências, museus, espaços voltados à saúde, e até umquartel do Corpo de Bombeiros, utilizando ora a técnica passiva(com prismas), ora a ativa (helióstato). Valendo-se do princípio deque arco-íris são símbolos universais de esperança e alegria paraqualquer cultura, o artista espera, inteligente e conscientemente,atrair público de todas as idades e formações para uma causamaior: “Além de seu valor estético, quero me utilizar do impactoemocional da minha arte para que as pessoas acordem para a atualcrise ecológica global”.Mais informações no site www.erskinesolarart.net26 27


Imagens: Erik e Petra Hesmerg, Studio Drift¿QuÉ Pasa?Nictinastia TímidaPode parecer lugar comum falar sobre instalações inspiradasna interação entre luz e natureza. No entanto, mesmo partindodesta inspiração, os holandeses do Studio Drift conseguemir além do óbvio na criação de suas esculturas de luz. Umaamostra deste talento é a instalação inaugurada em novembrode 2014 no Rijksmuseum, na capital da Holanda , composta porcinco unidades da escultura “Shylight” (Luz Tímida), suspensassobre a escadaria barroca “Rotterdam”, situada na ala Philips dorecém-renovado museu.Fundado por Lonneke Gordijn e Ralph Nauta em 2006,o Studio Drift tem como filosofia explorar a relação entrenatureza, tecnologia e a humanidade, sempre de forma acontrapor elementos opostos oriundos destes universos. Paraisso, procuram criar um diálogo próximo com as mais diversasdisciplinas e especialistas – desde pesquisadores até cientistase programadores –, em busca de técnicas inovadoras para arealização de seus projetos.Resultado de um trabalho de pesquisa de cinco anos, Shylightfoi elaborada como prova de que objetos inanimados tambémpodem representar expressões de personalidade e emoções.A instalação se baseia, primordialmente, no mecanismo danictinastia, que nada mais é do que o movimento de algumasflores em resposta à luz.Cada “Shylight” é composta por múltiplas camadas de seda,que, delicadamente costuradas sobre mecanismos de robótica,se movem verticalmente acionadas por motores industriais.Os movimentos são pré-programados por computador einfluenciam tanto em variações na forma do objeto em si, quantona iluminância do local, que se altera conforme as esculturas seabrem e se fecham, emitindo mais ou menos luz do módulo deLEDs instalado no centro de cada uma delas.O resultado é uma fascinante coreografia na qual cada cálicede pétalas se abre e se retrai ao se deslocar, tal qual o movimentonatural das flores, de forma aparentemente imprevisível e sutil.O premiado estúdio tem instalações permanentes espalhadaspor diversos museus e coleções privativas pelo mundo, além deexibições temporárias, como foi o caso da escultura de luz “FragileFuture III”, recentemente exposta na mostra cultural “Made by…Feito por Brasileiros”, na Cidade Matarazzo, entre setembro eoutubro do ano passado.28 29


Divulgação¿QuÉ Pasa?IluminarBelo Horizontede casa novaO novo showroom da Iluminar de 1.500m² e amplo estacionamento,está estrategicamente localizado no Santa Lúcia,bairro nobre da capital mineira. O projeto foi todo concebido paraprivilegiar o desfrute da vista deslumbrante do horizonte.O espaço foi dividido em três grandes áreas: iluminaçãodecorativa, atendimento técnico e, ainda, um espaço totalmentededicado a workshops e para a experimentação das infinitaspossibilidades da luz, com equipamentos da parceira alemãERCO. Também estão presentes na flagship store da empresa amarca catalã Vibia, a italiana Artemide e a holandesa Moooi.Novo showroom IluminarRua Plutão, nº 61. Santa LúciaBelo Horizonte, MGwww.iluminar.com.br30 31


¿QuÉ Pasa?DUOLUX EM SÃO PAULODivulgaçãoUma nova loja de iluminação de alto padrão foi inaugurada nacidade de São Paulo. A Duolux é mais uma opção para arquitetos,designers e especificadores que prezam por atendimento, design ebeleza em seus projetos.Sob criteriosa seleção de fornecedores, a marca valoriza oalto padrão e a aplicação de novos materiais e tecnologias nacomercialização de luminárias.Localizada na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, a marca contacom equipe de vendedores liderada pelo lighting designer, FernandoBarros profissional atuante há 20 anos no mercado de iluminação.A Duolux é representante exclusiva da Interpam, empresaespecializada em iluminação técnica, presente no mercado há maisde 40 anos. Em parte de sua coleção, a loja conta com a designerCristiana Bertolucci, que, no segmento decorativo, desenvolveprodutos para iluminação com elementos como o bronze, o ferroforjado, o tecido e a madeira.Mais de mil produtos compõem o seu portfólio, divididos entreabajures, colunas, arandelas, balizadores, embutidos, pendentes,plafons, sistemas, spots e áreas externas. Completando seu mix, aempresa importa com exclusividade lustres europeus em cristal.Hoje a Duolux conta com duas lojas, a primeira, aberta em 1998, emUberlândia, Minas Gerais.Duolux/InterpamAl. Gabriel Monteiro da Silva nº 1.282São Paulo, SPwww.duoluxsp.com.brDivulgaçãoPrêmio Salão Design 2015O Jockey Club São Paulo foi o cenário escolhido para a primeira edição damostra do Salão Design – maior premiação de design de produtos da AméricaLatina – na capital paulista. A exposição das peças premiadas e finalistas, queacontece de 12 a 16 de agosto, acompanha a programação do DW! São PauloDesign Weekend. O prêmio é promovido desde 1988 pelo Sindicato das Indústriasdo Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), como forma de agregarcriatividade e inovação tecnológica ao setor moveleiro por meio do design.A edição 2015 do Salão Design já tem seus vencedores anunciados. Nacategoria Iluminação, o premiado foi Carlos Alberto Gritenas Quiroga, com aluminária de chão Anatole. A peça circular, para iluminação indireta, brinca como jogo de luz e sombra. A haste central, que exerce a função de eixo de apoio,permite a sustentação e a movimentação da luminária, traz graça à peça namedida em que seu funcionamento e aparência remetem a um peão.Mostra Salão DesignJockey Clube de São Paulo12 a 16 de agostosalaodesign.com.br32 33


Andrés Otero¿QuÉ Pasa?1997-2015:a trajetóriado escritórioLD StudioOs novos Museu da Imagem e do Som e do Amanhã, oTeatro Municipal e o Copacabana Palace. Quatro dos íconesarquitetônicos cariocas têm em comum um detalhe que faz todaa diferença para quem quer admirar sua beleza: a iluminação foicriada, ou reformulada (no caso do Copa e do Municipal), pelalighting designer Monica Luz Lobo, que comanda, ao lado deDaniele Valle, o escritório LD Studio.A história do escritório ganha um novo capítulo com olançamento do livro LD Studio 1997-2015 (C4 Editora), que reúnemais de 40 projetos de iluminação, além de contar a trajetóriadesses 18 anos. O livro, que tem coordenação editorial de CrisCorrea e prefácio de Thiago Gaya, editor da revista <strong>L+D</strong>, foilançado no Rio de Janeiro em 24 de junho e será lançado em SãoPaulo na primeira noite do LEDforum, em 20 de agosto, mesmodia no qual Monica Luz Lobo apresentará uma palestra ao ladodo arquiteto Guto Indio da Costa.“Foi muito interessante colocar a nossa história emperspectiva e entender que ela continua com energia e potencialcrescentes”, revela Monica. “Apresentamos a trajetória real,transparente e humana de um escritório, que sempre busca aqualidade e excelência no que se propõe, e valoriza as pessoasque dele fazem parte”, complementa Daniele.Dividido em cinco capítulos, distribuídos por 180 páginas, o livro1997-2015 abre com uma introdução sobre o panorama da profissãode lighting designer no Brasil e, ao longo dos demais capítulos,apresenta aproximadamente 43 projetos do LD Studio. Além deícones cariocas, o LD também criou projetos luminotécnicos paraa Igreja de São Francisco de Assis, em Belo Horizonte; o Museu doFutebol, em São Paulo; o Paço do Frevo, em Recife; e muitos outros.“Com acabamentos diferenciados na capa, esse novo títuloserá uma importante bibliografia para quem aprecia o assunto,especialmente os estudantes e profissionais de iluminação”, afirmaCris Correa, Publisher da C4.Livro LD Studio - 1997-2015Editora C4Autora: Cris Correa180 páginasEdição bilíngue (port./ing.)Valor: R$ 95,0034 35


SOLUÇÕES EM ILUMINAÇÃOFita de 2.000 Lúmens/metro– 16,3w– Indoor– Cor 2.900KSOLUÇÕES EM ILUMINAÇÃO36 www.lemca.com.br | led@lemca.com.br37Tel: |11| 2827.0600


¿QuÉ Pasa?A ÁRVORE DA VIDAO projeto “Tree of Life” (“árvore da vida”) foi concebido peloestúdio Giò Forma, do designer Marco Balich, diretor artísticodo Pavilhão Italiano da Expo 2015, em Milão. Balich se inspirouno desenho criado por Michelangelo Buonarroti para a PiazzaCampidoglio, em Roma. Koert Vermeulen se juntou à equipecriativa como lighting designer e diretor de mis-em-scene.A árvore representa a natureza e fonte da vida. Sua estruturaicônica oferece simbolicamente as sementes e frutos daexcelência italiana para o mundo.Posicionada em frente ao Pavilhão Italiano, no meio doLago Arena, a árvore possui estrutura de aço de 30m dealtura, revestida em madeira. Na sua parte superior, o troncogigante sustenta a copa com seus “galhos” entrelaçados e umdiâmetro de 45m.Grande expert em iluminação espetacular, o lighting designerbelga Koert Vermeulen e sua equipe do ACTLD lançou mãode tecnologia avançada e muito LED para criar uma cenografiaoriginal, com efeitos dinâmicos, que flertam com elementos comoluz, vídeo, água, fogos de artifício, bolhas e sons.Luigi Caterino38 39


Rafaela Nettofotos: Rafaela Netto¿QuÉ Pasa?Intervenção ContrastanteO FGMF Arquitetos foi o escritório escolhido pela CasaCor para projetar a área institucional do evento, espaço queenglobava a Entrada da Casa Cor, seus espaços de recepção,chapelaria, bilheteria, concierge e sala de imprensa.A proposta do escritório foi a adoção de uma linha bastantesintética, composta praticamente por elementos construtivossimples e modulares. No espaço, não havia quase nenhummóvel que configurasse um ambiente formal, exceto dentroda sala de imprensa e nos assentos da bilheteria. SegundoLourenço Gimenes, sócio do FGMF, “a ideia foi tirar proveitodas exuberantes árvores do local, a partir de uma coberturaem módulos hexagonais de madeira laminada que pervertem olimite do muro do Jóquei, colocando-se na paisagem urbana econvidando as pessoas a entrar”.Esses módulos foram ora cobertos por lona transparente elona translúcida, ora tinham telas de sombreamento e ora eramsimplesmente vazados para permitir a visualização da vegetaçãoao redor. A cobertura serpenteava entre as árvores e um edifíciotombado, formando praças abertas.“O edifício tombado é parte do conjunto original doJóquei, e foi mantido como estava – em más condições – pararessaltar a necessidade de preservação do patrimônio histórico,frequentemente colocado em segundo plano”, explica Lourenço.Para chamar a atenção para esta questão, uma tela transparenterevestia o edifício com anotações de um hipotético projeto derestauro, enfatizando o discurso do respeito à arquitetura histórica.“Ao invés de mascarar o edifício malconservado que está logo àfrente de quem entra, quisemos transformá-lo no estandarte danecessidade de respeito à história”, diz.Por fim, o último elemento que compunha esse cenário erauma topografia de hastes de PVC, que criaram uma paisagem aomesmo tempo artificial/dura e orgânica/diáfana.A iluminação do espaço e dos elementos ficou por conta dolighting designer Guinter Parschalk, do Studio Ix.40 41


Florian HolzherrBlaise AdilonCharly Ho¿QuÉ Pasa?IMATERIAL E INTANGÍVELEstá aberta, no Sesc Belenzinho a exposição“Imaterialidade”, que traz trabalhos de artistas de pesopara São Paulo. O projeto curatorial desenvolvido por LígiaCanongia e Adon Peres buscou reunir artistas que trabalham aimaterialidade como objeto principal de sua obra. Indagaçõesfilósoficas sobre o cheio e o vazio, o real e o imaginário, a luz ea sombra estão presentes na mostra coletiva que traz uma belaseleção de artistas internacionais e nacionais, como JamesTurrell, Anthony McCall, François Morelet, Carlito Carvalhosa,José Damasceno, dentre outros.Ao se deparar com a ilusão de um volume criado apenaspor meio de uma projeção de luz verde na obra “Carn Green”,de James Turrell, e com a ilusão de um vidro esverdeado quenão existe na sala criada por Marcius Gallan, o visitante élevado a reflexões poéticas sobre a existência. O trabalho“Você e eu – Horizontal II”, de Anthony McCall, cria planosvisíveis utilizando projeções sedimentadas no ar com ouso de fumaça. Espaços invisíveis, mas perceptíveis, sãoconstruídos por Waltércio Caldas por meio de fios de lãdesenhados no espaço.Os trabalhos colocam o visitante diante do sensorial aointangível. Elementos imateriais como luz, som, ar e palavraviram objeto principal utilizado pelos artistas. A ideia deque a percepção do observador é parte da obra, sendo aexperiência subjetiva tão importante quanto a obra em si,remonta ao Impressionismo e segue atual. O conceito dadesmaterialização da obra de arte iniciado no Impressionismoe levado às últimas consequências nas décadas de 1.960e 1.970 está perfeitamente explicitado na mostra, que temiluminação da lighting designer Fernanda Carvalho.Exposição ImaterialidadeLocal: Sesc Belenzinho, São PauloData: de 2 de julho a 27 de setembro42 43


44 45


Marko Brajovic, Inigo Bujedo, Raphael Azevedo França e Studio Arthur Casas¿QuÉ Pasa?Expo Milão 2015Foi aberta em maio a edição de 2015 da Expo Milano,evento realizado a cada cinco anos, sob o tema “Alimentandoo Planeta, Energia para a Vida” “Feeding the Planet, Energyfor Life”.Para esta edição, os projetos de arquitetura e expografiapara o Pavilhão do Brasil foram idealizados em conjuntopelo Studio Arthur Casas e pelo Atelier Marko Brajovic, cujaproposta foi selecionada por meio de um concurso públiconacional, realizado em 2014 e comissionado pela AgênciaBrasileira de Exportação e Investimento (APEX).O conceito por trás do Pavilhão é marcado por inúmerassimbologias, a começar pelos materiais utilizados, pre dominantementeem tons terrosos, representando as terrasbrasileiras. O edifício em si apresenta-se como um grandevolume permeável, buscando ser tão convidativo e acolhedorquanto a fama do povo brasileiro, além de permitir umatransição gradual entre a área externa e a interna, integrandoseà paisagem local, como um “respiro” em meio a todos osoutros pavilhões da Feira. Sua estrutura de ferro combinada agradis metálicos possibilita, ainda, um interessante jogo de luznatural e de sombras no interior do edifício, no centro do qualfica o elemento-chave do Pavilhão: uma imensa rede flexível,com forma orgânica e fluida, que “simboliza o encontro dospovos e a interdependência entre ecossistemas”, como defineo Studio Arthur Casas.Localizada sobre a praça central do edifício e percorrendotoda a sua extensão, a rede interliga todos os seus trêspavimentos. Este elemento propõe um percurso livre ediferente aos visitantes, sendo uma alternativa à circulaçãopelas rampas de inspiração modernista em sua lateral, alémde se apresentar também como espaço de descanso e lazer.A grandiosa estrutura tensionada, capaz de comportar até milpessoas simultaneamente, ainda surpreende atuando comocontrole sonoro e luminoso: variações no fluxo de visitantessão responsáveis por gerar diferentes sons e por alterarintensidade e cor das luzes no ambiente.Nota-se que o projeto do Pavilhão se materializa por meiode elementos, tanto arquitetônicos quanto cenográficos, coesose indissociáveis, entre os quais não é possível identificar oslimites. Não diferente disso, o conceito luminotécnico tambémapresenta características cenográficas - com a utilização deprojetores orientáveis com LEDs RGB sobre a rede, por exemplo- porém sem deixar de ser técnica, atendendo às necessidadese funções de cada espaço. O objetivo do Atelier MarkoBrajovic, com consultoria do escritório Maneco Quinderé eAssociados, foi obter “uma iluminação suave e agradável, quenão transformasse o espaço em um museu com iluminaçãoespecífica”, conforme explica a arquiteta Alexandra Kayat, doStudio homônimo, gerente do projeto.Completando o partido conceitual do Pavilhão, uma galerialateral à praça principal abriga ainda espaços expositivos,auditório, pop-up store, café, lounge para eventos, restaurante eadministração. Em comum a todos os espaços estão elementosque representam cultura, criatividade e natureza brasileiras,seja por meio das plantas de diversas espécies dispostas empercurso sinuoso – como o Rio Amazonas –, das amostras degastronomia brasileira servidas no restaurante ou de peças deartesanato e mobiliário com design nacional, incluindo umaluminária de miçangas inspirada em jiboias, feita pela triboindígena acreana Yawanawá.O Pavilhão Brasileiro também destaca a importância dasustentabilidade, com o emprego de materiais certificados erecicláveis e de módulos metálicos pré-fabricados facilmentedesmontáveis, o que permite sua reutilização, além deapresentar mecanismos para otimização de energia e paracaptação e reaproveitamento de água, minimizando impactosambientais. Para os autores do projeto, “a racionalidadeda arquitetura efêmera demonstra que é possível gerarsignificado e conteúdo com poucos recursos e reduzidoimpacto ambiental”.46 47


Vista geral a partirdo foyer, mostrandoa arquitetura formadapor cubos brancosFASHION GALLERYTexto: Carlos Fortes | Fotos: Ulrich Schwarz, LichtvisionOprojeto da nova Fashion Gallery, instalada em umedifício de arquitetura pós-moderna projetado em1996 pelo arquiteto alemão Rolf Gutbrod para ser asede do Museu de Artes Decorativas de Berlim, foi desenvolvidopelo escritório Kuehn Malvezzi e concluído em novembro de2014. O museu integra o conjunto de Museus Nacionais emBerlim, e está instalado no Kulturforum (Fórum de Cultura)de Berlim, localizado junto ao Tiergarten, principal parque dacidade e ao lado da renovada Potsdamer Platz.A nova arquitetura dos interiores pode ser assimiladanuma visão geral a partir do foyer, de onde se visualiza comclareza a interação entre a arquitetura pós-moderna do edifícioe o novo projeto que privilegia as formas geométricas emsua composição dos espaços e equipamentos, o que é logopercebido no acesso à galeria, onde as instalações principais–hall de entrada, bilheteria, balcão de informações e chapelaria– assumem a forma de um cubo branco. Esses pontos dereferência, assim como as entradas para a galeria de exposições,são destacados pela iluminação. As lâmpadas fluorescentesaparentes, dispostas em paralelo em rígidos padrões gráficos,reforçam a linguagem arquitetônica.O projeto de iluminação – que privilegia a iluminaçãodifusa em praticamente todas as soluções – reforça essalinguagem arquitetônica de forte apelo gráfico. O uso delâmpadas fluorescentes tubulares nuas configura padrõesde sinalização que visam valorizar e reforçar os elementosda arquitetura.O foyer e a escada conectam os diferentes níveis doedifício e estabelecem o ponto inicial do fluxo de visitação.A entrada da nova galeria dá acesso a um túnel escuro, criadoa fim de adaptar o olho dos visitantes aos baixos níveis deiluminância adotados nas vitrines, de 50 lux, recomendadospara a conservação das roupas e dos objetos expostos. Oteto do túnel é ocupado por lâmpadas fluorescentes nuasdimerizadas, fixadas transversalmente, seguindo o rígidopadrão gráfico de linhas paralelas.As vitrines principais da exposição, inteiramente envidraçadase com as superfícies internas em cores uniformes e opacas,foram projetadas para otimizar a exposição dos manequins,e iluminadas por um sistema misto de iluminação. Todosos sistemas foram escondidos em nichos incorporados noforro ou no piso. No fundo, um rasgo abriga uma iluminaçãolinear difusa e homogênea, que ilumina a superfície e criauma contraluz para os manequins. Na base, pela frente, umacanaleta abriga iluminação linear e indireta direcionada paraos créditos. E como principal sistema, para destaque das peças48 49


Ao lado, bilheteria,iluminadapor lâmpadasfluorescentes nuasfixadas diretamenteno forro. Abaixo,entrada do túnelescuro que dáacesso à galeria.Na página àdireita, vista dasgrandes vitrinesenvidraçadas, comum sistema mistode iluminaçãodifusa, direta eindireta50 51


expostas, uma canaleta no forro, na parte frontal, recebe umconjunto de pequenos projetores orientáveis para fibra ópticacom fontes halógenas 100 W localizadas remotamente a 6 mda canaleta, focados para os manequins.Essas vitrines conduzem os visitantes através de 150anos de história da moda. Estão expostos aproximadamente130 itens de importantes criadores, como Paul Poiret, ElsaSchiaparelli e Christian Dior. A galeria se estende por umtotal de 250 m, alternando em sequência as grandes vitrinesocupadas com manequins e outras menores para acessórios.A iluminação do percurso se dá apenas pela luz que vaza dasvitrines, sem qualquer outro sistema complementar. Dessamaneira, apesar da baixa iluminância interna das vitrines, ailuminância de apenas 5 lux no piso da circulação contribuipara que os olhos adaptados dos observadores percebam ummaior brilho e contraste nos objetos expostos.As vitrines menores foram projetadas para a exposiçãode acessórios como relógios, sapatos, chapéus e bolsas. Ailuminação se dá através de pontos de fibra ópticas embutidosnuma canaleta fechada por um difusor translúcido, no forro enas prateleiras intermediárias. A iluminação interna, tambémcom 50 lux, é bastante uniforme, quase sem sombras duras.O projeto recebeu o prêmio de mérito do IES-NA (IlluminatingEngineering Society of North America) em 2015.Acima, vista geral da galeria, semiluminação para a circulaçãoAcima, detalhe do sistemamisto de iluminação dasvitrines. Abaixo, detalheda vitrine de acessóriosPalestrante doFashion GalleryBerlim, AlemanhaProjeto de IluminaçãoLichtvisionProjeto de ArquiteturaKühn MalvezziFornecedoresHadler, Roblon e GE Lighting52 53


Na fachada frontal, fitas de LED dão profundidade àscornijas e elementos ornamentais, enquanto as aberturasenvidraçadas do primeiro pavimento são valorizadas porsua transparência. A torre do relógio recebeu iluminaçãopor projetores de vapor metálico e lentes difusoras,escolhidas para dar homogeneidade à superfícieO antigoencontrao novoTexto: Gilberto Franco | Fotos: Lighting Planning AssociatesReaberto ao público em 2014, o centenário complexo arquitetônicoVictoria Theatre and Concert Hall, no Centro Cívico de Singapura,foi objeto de ampla renovação interna, permanecendo porquatro anos fechado ao público.Este emblemático conjunto de arquitetura vitoriana, compostopor dois edifícios espelhados entre si – um teatro e um salão deconcertos – unidos por uma torre, teve seu projeto de renovação acargo do escritório W Architects, que por sua vez foi assessoradopor uma ampla equipe, incluindo restauradores (ArchitecturalRestoration Consultants), a filial Arup Singapura – encarregada doreplanejamento funcional e acústico dos teatros – e, para o projetode iluminação, o escritório Lighting Planners Associates, do lightingdesigner Kaoru Mende, com coordenação de Yusuki Hattori.As reformas visaram a reparação e atualização do edifício parapadrões modernos de funcionalidade, o que significou, em algunscasos, a completa demolição de áreas internas, de modo a acolhernovos espaços, tais como áreas administrativas, áreas para locação,cafeterias etc. Enquanto uma significativa parte do salão de concertosfoi mantida, praticamente toda a área interna do teatro foi refeita.As fachadas, em estilo inglês vitoriano – de certo ecletismo e cominspirações italianas –, foram preservadas na íntegra.Com a redução de lugares do Teatro de 900 para 600, o edifícioagora pode abrigar novos espaços para o público e artistas, contandoainda, com um amplo átrio de ligação, que serve também para abrigarmanifestações artísticas e performances.TransparênciaA fachada foi cuidadosamente iluminada por meio de umacombinação de wallwashers de piso (com lâmpadas fluorescentesT5) embutidos na calçada para a base, e fitas de LED colocadas em<strong>54</strong> 55


Acima, no edifício do Teatro,a fachada interna do blocoadministrativo foi recoberta comassentos das antigas cadeiras doteatro, intercalados por painéiscurvados difusos, que vistosde fora recriam a ideia de umcandelabro etéreo.Ao lado, no edifício da Sala deConcertos, a escada interna foirevestida com uma delgada pelemetálica, cuja semitransparênciafoi valorizada por uma “chuva” defachos concentrados.Na página da direita, no átrio,nenhuma luz distrai o observador,que é convidado a admirar a torreatravés da grande claraboia. A luzdeste espaço provém apenas doefeito “haloween” das aberturaslaterais e das colunas, iluminadaspor uplights56 57


pontos estratégicos da cornija, de modo a realçar sua volumetria. Avegetação frontal, vista em silhueta, ressalta a percepção da fachada.Projetores de vapor metálico equipados com sofisticadas lentes difusorasiluminam a torre de modo a conferir-lhe um aspecto homogêneo.A parte central da fachada, por sua vez, caracterizada por doiselementos proeminentes, um do lado do Teatro, outro do lado daSala de Concertos, teve sua iluminação externa reduzida, o quepermite o destaque dos respectivos elementos internos – do ladodireito (Sala de Concertos), uma escada espiral revestida por umapele semitransparente, iluminada por uma bateria de downlightscom lâmpadas MR16-LED de facho concentrado; do lado esquerdo(Teatro), uma poderosa fachada interna feita de assentos dasantigas cadeiras do Teatro é iluminada por floodlights vindos doteto, complementados por uma disposição aleatória de superfíciescurvadas difusas (com backlight em LEDs), intercaladas com osassentos. Visto de fora, este jogo de elementos difusos recria, deforma elegante e inovadora, a impressão de um grande “candelabro”.No átrio central, uma claraboia permite a entrada de luznatural durante o dia, enquanto à noite serve como visor para seperceber a torre iluminada. Um arranjo de pendentes e downlightsnos corredores iluminam suavemente o hall, criando um efeito“halloween” sem que o visitante se distraia da percepçãoprincipal, que é a visão da torre. A única iluminação no átriopropriamente dito são uplights colocados junto aos pilares, quetambém preservam a clareza dessa percepção. Nas palavras doslighting designers, “é o equilíbrio entre as diferentes luminâncias,cuidadosamente estudado, que coloca o expectador numacircunstância simultaneamente ‘externa-interna’”. E completa:“Os olhos das pessoas um percurso ascendente a partir dassuperfícies iluminadas, até atingir a torre do relógio”.Hall de concertos e teatroO que garante o equilíbrio a elegância e o bom desempenhodos resultados é uma combinação entre fontes de LED deúltima geração e lâmpadas halógenas convencionais. Aindasegundo os autores, “apesar da grande popularidade dos LEDsnos dias atuais, estes ainda são fontes que requerem maiordesenvolvimento em termos de consistência cromática emesmo óptica”.Especificamente no Teatro, a iluminação da plateia foi mantidaem halógena pela necessidade de dimerização contínua até 0%,além do desejo de se preservar a mudança de temperatura decor que acompanha a dimerização nesse tipo de fonte. (Hattorifrisa que hoje em dia já existem LEDs com essas características,o que não ocorreu na ocasião do projeto.) Já para a Sala deConcertos, os downlights receberam LEDs de baixa temperaturade cor, dimerizáveis até 10%, desenvolvidos especialmente paraeste projeto. Mas mais importante do que o extensivo uso deLEDs foi a adoção de uma estratégia minimalista no uso daluz, colocando-a apenas onde necessário para se ter a corretapercepção do espaço e da arquitetura, frisam os autores.Tanto para o hall de concertos como para o Teatro foramutilizadas fontes e drivers cuidadosamente escolhidos e 100%livres de qualquer ruído ou interferência eletrônica.“E para que todas as diferentes fontes de luz concertassementre si em harmonia, numerosos testes e mockups foramdesenvolvidos, com extraordinário suporte dos clientes, arquitetose construtores”, finaliza Hattori.Nesse sentido, é exatamente a última tecnologia que vemanunciar o começo de uma nova era para um edifício já tãoconhecido e amado pelo público.Na página à esquerda, downlights de LED iluminam a Sala de Concertos, dimerizável até 10%, o que permite a leitura dosfolhetos durante a apresentação. Pequenos projetores rasantes dão destaque às colunas. Acima, no teatro, fitas de LED pordetrás do revestimento destacam-no das paredes. A iluminação é dimerizada até 0% graças ao uso de fontes halógenas.Abaixo, a fachada lateral do Teatro repete a iluminação da fachafa frontalVictoria TheatreSingapuraProjeto de IluminaçãoLighting Planners AssociatesProjeto de ArquiteturaW ArchitectsProjeto de RestauroArchitectural Restoration ConsultantsPlanejamento Funcional e AcústicoArupFornecedoresLuci, Modulex, Erco, Boom58 59


Grand-Placede BruxelasTexto: Orlando Marques| Fotos: Jonathan BergerSituada no coração da cidade de Bruxelas na Bélgica,a Grand--Place é composta por edifícios em estilos arquitetônicosdiversos – variações dos estilos gótico e barroco – datadosprincipalmente a partir da sua reconstrução no início século 17. Devidoà sua importância cultural e histórica no norte da Europa, a praça élistada como Patrimônio da Humanidade da Unesco desde 1998.Sua história remonta ao século 11, onde o então conhecidoNedermerckt (mercado de baixo, em holandês) era um espaçoonde se desenvolvia uma feira de comércio de mercadorias, semnenhuma edificação em seu perímetro. Foi somente no século 13que os primeiros mercados e armazéns foram erguidos, seguidosno decorrer do século 15 pelos edifícios da Prefeitura e a Casa do Rei.Parcialmente destruídos por um bombardeiro no final do século16, os edifícios da Grand-Place foram rapidamente reconstruídosseguindo os estilos arquitetônicos originais. O conjunto, hoje, contacom 27 edifícios, com tipologias de usos diversos, e inclui edifíciosresidenciais e comerciais, corporativos com comércio na cota dapraça e edifícios institucionais.Elaborado pela lighting designer belga Isabelle Corten, do estúdioRadiance 35, em parceria com o artista de luz francês Patrick Rimoux,o projeto de iluminação consistiu em ressaltar os elementos históricosdo conjunto arquitetônico, de maneira a assegurar a sua visibilidade apartir das ruas adjacentes à praça.“O projeto procurou iluminar todas as fachadas de maneirahomogênea e uniforme, a partir do conjunto de elementos que ascompõe ”, explica Isabelle Corten. “Todos os elementos construtivose decorativos foram considerados. Desta forma, a luz, além de atrairas pessoas para a praça, também revela sua estrutura única e ritmoarquitetônico”, continua.Em todo o projeto, foram utilizados equipamentos LED detamanho reduzidos, pintados de acordo com o acabamentoda fachada, a fim de minimizar o impacto visual na arquiteturahistórica. Além disso, a escolha de tecnologia LED foi influenciadapela possibilidade de reduzir custos operacionais e de manutenção,uma vez que várias das luminárias são somente acessíveis a partirdas áreas internas dos edifícios.Acima, vista dos edifícios das corporações medievais. Todas as fachadas dacota da praça foram iluminadas de maneira a manter luminâncias semelhantes60 61


No total, foram utilizadas 1.650 luminárias e uma série de gruposde alojamentos remotos para os controladores (interface IR) e drivers.Esquemas detalhados, contendo o posicionamento de todos osequipamentos e as rotas dos cabos de alimentação, foram produzidospelos designers.Todas as luminárias são equipadas com LEDs RGB e embranco quente e branco frio e diversos conjuntos ópticos. O projetotambém incorpora, a partir de uma mesma plataforma de controle,um sistema de som como parte permanente do sistema, com apossibilidade de acoplamento com o sistema de iluminação RGB.O sistema tem a finalidade de criar efeitos especiais em datasou ocasiões específicas.Devido à variedade e diversidade dos elementos decorativosdas fachadas, a intensidade luminosa de cada luminária pôde sercontrolada individualmente. Na cota da praça, no entanto, ficouestabelecida intensidade luminosa única, de maneira a homogeneizaras luminâncias das fachadas, sem favorecer edifícios específicos.Apesar do planejamento cuidadoso e detalhado, o projetoapresentou inúmeros desafios durante a sua implementação.Segundo os designers, restrições de acesso aos edifícios, tempolimitado destinado à instalação, acabamento dos edifícios históricossensíveis à fixação dos equipamentos, entre muitos outros, somentefoi possível devido à uma série de medidas criadas especificamentepara este trabalho. “A simplificação no processo de aprovações,muitas vezes burocráticos, equipes técnicas entrosadas entre si etambém inalteradas durante todo o projeto, além, é claro, do suportedos fabricantes dos equipamentos de iluminação na customizaçãode várias peças das luminárias, foram somente alguns dos váriospontos positivos encontrados durante o projeto”, comenta Isabelle.Completado parcialmente em 2.014, o projeto da Grand-Placefaz parte de uma série de projetos de iluminação para a cidade deBruxelas, parte também dos planos-mestre de iluminação da cidade eregião de Bruxelas, também desenvolvidos pelo time da Radiance 35.Planos-mestre de iluminação desse porte confirmam a importânciade se recriar ambientes noturnos atraentes dedicados ao tratamentopara, assim, promover seu legado histórico e desenvolver e incentivaro desenvolvimento econômico e culturas das cidades.Na página à esquerda, fachadas iluminadas com lumináriasequipadas com LEDs RGB e em branco quente e branco frio.Em datas e eventos específicos, os edifícios são iluminadoscom efeitos e cores especiais. Acima, vista frontal doedifício Maison des Ducs de Brabant em estilo barroco.Abaixo o edifício da Prefeitura de Bruxelas iluminadohomogeneamente com LEDs em branco frioGrand-PlaceBruxelas, BélgicaProjeto de IluminaçãoIsabelle Corten (Radiance 35) e Patrick RimouxFornecedoresSchréder e Thorn LightingPalestrante do62 63


TRANSIÇÃO CUIDADOSATexto: Valentina Figuerola | Fotos: Nelson KonAs áreas comuns e decirculação do edifíciopassaram a ser iluminadaspor equipamentos de LEDcomo estratégia para reduziro consumo de energia e oscustos com manutenção.Foi a partir deste trabalhoque Esther Stiller passou aempregar a tecnologia LEDamiúde em seus projetosAbusca por soluções energéticas eficientes e de altodesempenho faz parte do modus operandi do trabalhode Esther Stiller. Contratada pela seguradora Porto Seguropara elaborar o projeto de iluminação da Torre B do Edifício Barãode Piracicaba, a arquiteta especialista em iluminação optou porluminárias de tecnologia LED para iluminar as áreas comuns dospavimentos, presidência, térreo e subsolo.O projeto, no entanto, manteve as luminárias lineares comlâmpadas fluorescentes tubulares T-5 (28W, 4.000K) nos escritórios.Esther explica que isso aconteceu porque houve uma defasagemde tempo entre o desenvolvimento do projeto dos escritórios datorre e o projeto definitivo das áreas destinadas à presidência evice-presidência, que foi feito quando o mercado já disponibilizavaluminárias de melhor desempenho na tecnologia LED. “Depois disso,nas revisões que se seguiram, adotamos a tecnologia de LED, nova,na época, para as áreas comuns dos andares de escritórios e parao térreo e subsolo – área destinada para uso social”, acrescenta.Esther conta que quando o projeto de iluminação foi feito, em2011, as luminárias de LED para a arquitetura de interiores aindanão dispunham do Chip On Board (COB) e tampouco de refletoresadequados ao uso interno. “Por isso, era mais difícil criar fachosde luz direta e concentrada com os LEDs da época. Mesmo assim,conseguimos um resultado harmonioso e elegante, com menorconsumo e maior facilidade de manutenção”, destaca a autorado projeto de iluminação.64 65


O acesso ao edifício, projetado pelo arquiteto Israel Sancovski,é marcado pela marquise atirantada de vidro, onde arandelasfixadas à estrutura, com fachos abertos (15W, 3.000K), realçam opercurso que conduz ao lobby. O saguão é iluminado por lumináriasde LED circulares de facho médio (25W, 3.000K) embutidas noforro. O mesmo tipo de equipamento foi especificado para oshalls dos elevadores, onde se destaca o piso de grandes placasde mármore preto e branco.As áreas de estar da presidência e da vice-presidência, implantadasnos dois últimos pavimentos do prédio, são iluminadas porluminárias circulares de LED sem difusor (25W, 3.000K,facho médio) que evidenciam o mobiliário e o piso de madeira.“Usamos praticamente o mesmo tipo de luminária para todaessa área de estar. E apesar de termos um repertório limitado,os resultados foram satisfatórios. As luminárias são visualmenteconfortáveis, não produzem ofuscamento”, afirma Esther.Complementando a iluminação das luminárias circulares,lâmpadas fluorescentes compõem uma linha difusa que iluminauma das paredes do espaço.Na sala de reunião da presidência, um dos espaços maiselegantes do edifício, há uma grande mesa retangular de madeira,Luminárias circulares deLED sem difusor valorizamo mobiliário e acabamentosdas áreas de estar dapresidência, implantada nosdois últimos pavimentosdo edifício. Na sala dereunião, o destaque é asanca em formato elípticocom fluorescentes, por ondeemana uma luz difusa suavee elegante. Na parede dofundo, nichos de madeiracom obras de arte ganhamvida com a iluminaçãoproporcionada por réguasde LEDcuja tonalidade é a mesma do revestimento da parede ao fundo, ondeos nichos que acomodam quadros e obras de arte são iluminadospor réguas de LED do tipo Low Power (7W/m, 2.700K). No forro,sobre a mesa, a luz difusa e delicada é emitida pela sanca paraluz indireta, em formato elíptico com lâmpadas fluorescentes(28W, 3.000K). Centralizada na elipse desenhada pela sanca,uma pendente linear com lâmpadas fluorescentes (28W, 3.000K)joga a luz difusa para cima e, por reflexão no teto, ilumina a mesa.O projeto de iluminação do Barão de Piracicaba Torre B podeser considerado um marco na carreira de Esther, já que foi a partirdele que a arquiteta passou a aplicar a tecnologia LED com maiorfrequência em seus trabalhos. Segundo ela, apesar do LED custarde 40% a 60% a mais do que outras fontes de luz no momentoda compra, ele traz vantagens como a alta eficácia em termosde consumo de energia e a longa vida útil do equipamento, quecostuma durar de dez a 12 anos. “Mas o LED deve ser de altaqualidade para que sejam evitados problemas como a variação decor entre os equipamentos e o encurtamento da vida útil causadopelo calor excessivo, que ocorre por causa dos dissipadores decalor inadequados e ineficientes e pelo mal gerenciamento datemperatura”, alerta.EDIFÍCIO BARÃO DEPIRACICABA TORRE BSão Paulo, BrasilArquiteturaIsrael Sancovski Arquitetos AssociadosProjeto de iluminaçãoEsther Stiller Consultoria – Arq. Esther StillerFornecedoresLumini (luminárias) e Osram (lâmpadas e reatores)66 67


Um novo olharsobre o passadoTexto: Fernanda Carvalho | Fotos: Aryeh KornfeldOMuseo Chileno de Arte Precolombiana abriu suas portasao público pela primeira vez em 1981, apresentando umavasta coleção doada pela família Larraín Echenique como suporte da Prefeitura de Santiago. Abrigado em um edifíciocolonial em estilo Neoclássico localizado no centro de Santiago,o museu foi pioneiro ao criar uma instituição para conservar,estudar e difundir o legado artístico dos povos pré-colombianos daAmérica Latina. Abriga mais de duas mil peças indígenas feitas porpovos que habitavam a América antes da chegada de Colombo,em áreas como os Andes, Patagônia, Amazônia e Mesoamérica.Entre 2011 e 2013, o museu permaneceu fechado para umareforma com o objetivo de remodelar o edifício e criar umaárea para acolher a exposição “Chile antes de Chile”. O projetoarquitetônico ficou a cargo do arquiteto Smiljan Radic e, em 2010,o escritório Limarí lighting design, liderado por Pascal Chautarde Carolina Roese, iniciou o projeto de iluminação, ganhador detrês importantes prêmios do Lighting Design internacional. Em2014, o projeto foi o vencedor do Prêmio Iluminet, realizadono Encuentro Iberoamericano de Lighting Design, realizado naColômbia. Em 2015, recebeu o Award of Merit na premiação doIES (Illuminating Engineering Society). Em junho foi o vencedordos prêmios LAMP Lighting Solutions Awards 2015, na categoriaIluminação de Interiores.68 69


Luz para a arquiteturaAinda sem ter o projeto museográfico da exposiçãodefinido, arquitetos e lighting designers trabalharam em estreitacolaboração a fim de valorizar a arquitetura da edificação,transmitindo a dimensão e a importância do edifício declaradopatrimônio nacional.O arquiteto decidiu criar uma sala subterrânea escavandoo solo sob o prédio para preservar a arquitetura existente e, aomesmo tempo, abrigar a nova sala de exposição. Em sintoniacom a arquitetura sóbria, os lighting designers decidiram iluminaras escadas de acesso exclusivamente a partir de LEDs linearesembutidos nos corrimões (4,8W/m, 3000K), proporcionando umailuminação sutil que auxilia os visitantes a se adaptarem ao sistemavisual com níveis de baixa luminosidade das salas expositivas.No hall principal de acesso à sala expositiva, o mapa daAmérica Latina posicionado na parede de fundo das escadasé destacado com de iluminação wallwasher com lâmpadafluorescente (T5, 28W, 3000K) embutido nas paredes. Aluz gerada é lateral e homogênea, fazendo as escadas deacabamento escuro aparecerem em contraluz.Os pátios foram iluminados com a reflexão dos planosverticais: as paredes que os contornam receberam luz difusa ehomogênea em todo o perímetro a partir do uso de lumináriasde vapor metálico assimétricas (35W, 3000K). As colunasNeoclássicas que circundam todo o pátio receberam a reflexãoda luz das paredes em contraluz, tendo sua silhueta desenhadaem negativo. A cobertura em PVC transparente que protegeo pátio norte transformou-se em uma imensa lumináriailuminada com fluorescentes (80W, 3000K) posicionadasem toda a volta, emitindo uma luz indireta e difusa no pátio.Nos extremos da sala de exposição, duas claraboiasaproveitam a luz natural, complementada por iluminaçãoindireta criada a partir do rebatimento de fluorescentes(<strong>54</strong>W, 3000K) em superfície de mármore travertino. Osobjetos dispostos nessa área recebem um efeito de contraluzdifuso que valoriza as silhuetas.Luz para o acervoEm 2012, o museógrafo inglês Geoffrey Pickup iniciou o trabalhode projeto da exposição “Chile antes de Chile” e trabalhou emintensa colaboração com os lighting designers. Os interioresdas vitrines foram iluminados com fibra óptica e fonte de LEDdimerizável (25,4W, 3000K), permitindo a distribuição de centenasde pontos de luz.Um sistema de trilhos eletrificados com projetores em LED foipensado não apenas para iluminar essa exposição, mas tambémpara atender a diversas outras exposições no futuro. O grid seestende por toda a sala de 35 m de comprimento por 11 de largurae 7 de altura. A cada 2,10 m há uma barra de trilho eletrificadoembutido no forro, sendo esse espaçamento suficiente paraatender a todas as situações desejadas. As vitrines de fibra óptica,vitrines de materiais têxteis e peças que estão fora de vitrines sãoiluminadas por projetores alimentados nesse sistema de trilhos.Foram utilizados projetores de LED (8W, 12W e 32W, 3000K e4000K) com variados fachos – 63° x 17°, 7°, e 16°.Na página anterior, a foto mostravitrine iluminada internamentepor fibra óptica. As esculturasgrandes que estão fora das vitrinessão iluminadas pontualmentepor projetores instalados no tetoe recebem contraluz que vem daclaraboia, complementada por luzfluorescente rebatida em superfíciede mármore travertino. Ao lado àequerda, a luz que ilumina o mapadeixa a escada em negativo, e naoutra foto a escada recebe luz tênueproveniente do corrimão. Na fotoacima, a iluminação da vitrine podeser vista em detalhe70 71


O conjuntoO lighting designer e sua equipe criaram gestos muito simples,até mesmo minimalistas para favorecer a percepção da arquiteturaexistente em conjunto com o novo espaço. Se preocuparam emcriar transições de luminosidade, acompanhando o caminho dosvisitantes desde o exterior até o interior para ajudar à adaptaçãodo sistema visual às baixíssimas intensidades adotadas para aconservação das peças. O resultado é um museu que conciliaa importância de preservar a identidade de um edifício que fazparte da memória cultural da cidade com ideais de humanizaçãodo projeto de iluminação.As duas fotos acima mostram opátio com as paredes iluminadasuniformemente, deixando as colunasem contraluz. Na foto da esquerda,vemos a cobertura em PVC iluminadapor fluorescentes e funcionandocomo uma imensa luminária. Ao lado,croqui esquemático demonstrando osefeitos projetadosMuseo Chileno deArte PrecolombianaSantiago, ChileProjeto de iluminaçãoLLD, Limarí Lighting Design – Pascal Chautard e Carolina RoeseProjeto de arquiteturaSmiljan RadicMuseografiaGeoffrey PickupProdução e montagemSUMO – Luis Sebastian Moro, Pablo Romero, Eloisa CruzDesenho do Sistema de ControleCristobal Brahm e Home ControlFornecedoresPalestrante doArtemide, BEGA, Erco, Iguzzini, LAMP, LEDS-C4, Reggiani, Philips, Zumtobel(luminárias), Lutron (sistema de automação) e Roblon (fibra ótica)72 73


IMPÉRIO GASTRONÔMICOTexto: André Becker | Fotos: Tadeu MelegattiO Eataly é estruturadoem torno de um pédireitotriplo central,onde se destacam ailuminação zenital dosSheds da cobertura eas peças Le Perroquet(design de RenzoPiano), alinhadas aosmesmos e fixadas nabase de cada linhaestruturalCom 15 lojas na Itália, nove no Japão, e unidades em NovaYork, Chicago, Istanbul e Dubai, a rede Eataly, criação deOscar Farinetti, tem uma proposta bastante apropriadaao mundo globalizado e local: ela vende produtos e conceitos deum dos países de maior renome e tradição na culinária, numaescala própria a um consumo de massa (sem trocadilhos) dealto padrão. O próprio nome do empreendimento, uma rede deorigem italiana que usa um jogo de palavras em inglês, deixapatente seu foco globalizado.Um dos motivos de seu sucesso é que não nega sua escalagrande, mas consegue trabalhar com uma série de ambientes eatmosferas menores, que criam espaços um pouco mais intimistas,organizados por temas e usos distintos.A unidade de São Paulo, no qual os sócios e investidores locaissão Bernardo Ouro Preto e Victor Leal, tem projeto de edificação doescritório Espaço Novo, de Jovita Torrano, arquitetura de interioresde Carlo Piglione e projeto luminotécnico da Mingrone Iluminação.Ela fica na Avenida Juscelino Kubitschek, no meio do coraçãofinanceiro da capital paulista. O edifício é marcante, algo como umgalpão industrial chique, com uma linguagem externa composta porlinhas de metal, muito vidro e uma empena cega lateral.Nos interiores, o espaço é amplo, tem estrutura metálica aparente,um átrio central de pé-direito triplo, cercado por mezaninos e banhadode luz natural através de sheds treliçados face sul que vencem vãosde mais de 25 m. O ambiente em geral tem ar retrô, remetendoaos lofts originais, com azulejos clássicos e bisotados em profusãonos diferentes ambientes periféricos, piso em cimento queimadoterracota, estantes em madeira ou brancas, fixações da estruturametálica com placas e parafusos.Antonio Carlos Mingrone, titular da Mingrone Iluminação,afirma que o mais instigante do projeto foi, além da dimensãodo mesmo – 11.000,00 m 2 , dos quais 6.000 m² são de área devendas –, o conceito da rede em trabalhar experiências amplas, enão apenas o comércio de produtos. Assim, espaços para cursos,experiências gastronômicas diversas, produtos ambientados casoa caso fazem do projeto algo bem mais complexo do que umasimples exposição de produtos.74 75


Devido ao desafio de um grande espaço com inúmeras diferentesescalas, e uma mistura de estrutura e linguagens contemporâneascom elementos retrôs, a iluminação teve missões e papeis vitaisna configuração do espaço, hierarquização dos usos e criaçãode ambientes.Dentro da estética de galpão chique, com estrutura e infraestruturaexpostas, o uso de trilhos para projetores aparentes foi uma soluçãonatural para a iluminação global nas escalas macro e micro, adequadaà linguagem da arquitetura e diferentes escalas do espaço: inúmerasestantes com inúmeros produtos merecendo uma iluminação comose cada um fosse único, pés-direitos simples, duplos e triplos sealternando, layouts e texturas diversas.Foram utilizados, principalmente, três diferentes tipos deprojetores: nos pés-direitos simples, Stylids da Philips, paramódulos de LED com temperatura de cor quente (18W/60°,36W/40° e 36W/25°, todas 3.000K). Estes spots, com trilhose projetores com protocolo DALI e sistema de automação Helvar,permitem uma iluminação bastante adequada no plano verticaldas estantes, assim como uma iluminação quente e agradávelnos planos horizontais das mesas nos diversos restaurantes, queestão inseridos nos pavimentos de maior fluxo, e nas circulaçõesque costuram a alteração sutil de ambientes.Nos pés-direitos duplos, peças T-5188 da Ômega com módulosPrevaled (33,8W/24°, 3.000K), e no pé-direito triplo peças LeAlguns dos muitos restaurantes quepermeiam o ambiente são o Brace,o Rossopomoro, a Pescheria e oIl Gelato di Venchi, cada um comespecificações e climas distintosPerroquet da Iguzzini, com design de Renzo Piano, localizadas naparte inferior dos Sheds da cobertura, todas para LEDs de temperaturade cor quente (38W/42°e 38W/18°, 3.000 K).Outro item que se apresenta como solução recorrente do projetosão os pendentes Constanzina, da Luceplan, para LampLeds (8,5W,3.000 K). Eles iluminam os diversos balcões que vão se alternandonas periferias do espaço em versões brancas ou em cores diversas,de acordo com o ambiente.Alguns balcões têm soluções específicas: o do restauranteRossoPomodoro tem pendentes Sosia, da Castaldi; os do Açouguee da Peixaria tem pendentes Venere Pro C, da Imoon. Em comum,sempre o uso de LEDs de temperatura de cor quente.Em linhas gerais, essas são as soluções do grande espaço centrale seus arredores imediatos. O Eataly consegue inserir tantos usose pessoas por meio de uma série de espaços mais reservados, quetem sua iluminação específica.Assim, as barracas de feira que ficam com os hortifrútis no que76 77


O projeto faz uso abundante de projetores em trilhos e de pendentes, mas apostando numa diversidade saudável de peças, assim comode fontes luminosas. Lâmpadas LED, incandescentes, multivapores metálicas e fluorescentes se destacam nos diferentes ambientesseria o espaço mais exposto do projeto, o pé-direito triplo central,tem cada uma um toldinho, com lâmpadas incandescentes Ballonem cada barraquinha. No principal restaurante do complexo, o BraceBar e Griglia, no segundo pavimento, luminárias Mini Sosia, daCastaldi, estão presentes nas mesas stand ups, enquanto pendentesFilamento, da Dimlux, com lâmpadas incandescentes, criam o climadesejado ao espaço mais intimista do Eataly.Last but not least, o acesso e check-out, onde temos o eixo dechegada da rua livre, mas a maior parte da fachada transparentecom um pé-direito triplo com recuos e divertidos caixas de madeiraem segundo plano. Desenhos originais nestas peças mostram comoalgo corriqueiro pode ter qualidade, e a iluminação se transformouem item de grande importância não só pela função técnica da boavisualização de produtos, preços e embalagens na saída, comopela ambientação neste grande hall, e a própria presença urbanado edifício, devido à grande transparência da fachada. PendentesGreenwich, da Iguzzini (pecas com design de Sir Norman Foster),com lâmpadas multivapores metálicos G12 com fluxos diferentespara iluminação direta e indireta (150W indireto, 70W direto,3.000 K), criam uma luminosidade mais intensa nos balcões, masmodulada e elegante no espaço como um todo, criando a primeirae última imagem do Eataly para o visitante.EATALYSão Paulo, BrasilProjeto de IluminaçãoMingrone Iluminação – Antonio Carlos MingroneProjeto de Arquitetura e CoordenaçãoEspaço Novo – Jovita Torrano, Maressa BronsteinArquitetura de InterioresCarlo PiglioniFornecedoresAureon (luminárias herméticas sobrepor); Andratti/Ledplus (luminárias pendentes e arandelas); Dimlux(pendentes com filamentos); Eurolighting (balizadores ependentes); Guarilux (luminárias herméticas de embutir);Iguzzini (pendentes e projetores); Oswaldo Matos(luminárias lineares de sobrepor); Lightsource (projetorese postes acesso); LG (quadradas para forro modulado nasáreas administrativas e técnicas, downlights redondaspara sanitários e vestiários); Lumini (pendentes eprojetores do paisagismo); Philips (stylids, trilhos DALI,luminárias em poste Greenvision e Tuboleds 4.000K);Homelighting (lâmpadas em geral); Conipost (postes paraluminárias); Osram (drivers e módulos LED e Tuboleds3.000K); Helvar (automação DALI)78 79


123LIGHTFAIR 2015: BABEL DOS LEDSE A BUSCA PELO VERMELHOFoi realizada entre os dias 3 e 5 de maio a 26ª edição da Light FairInternational, evento que se alterna anualmente entre a costa leste eoeste dos estados Unidos. Após duas edições na Filadélfia, a tradicionalconferência norte-americana retornou a Nova York e bateu recordede público e expositores. Vinte e nove mil e novecentas profissionaisde 89 países puderam conferiram as novidades apresentadas por600 empresas distribuídas em 25.000 m 2 de área de exposição.Ao que tudo indica, a busca pela eficiência do LED já atingiu azona de conforto. Já deixou para trás, e com folga, a barreira dos trêsdígitos quando se tratam de lumens por watt. E os preços internacionaiscontinuam a cair. Uma das consequências boas é que se começaa ver mais e mais fabricantes procurando nichos alternativos demercados, investindo, por exemplo, na busca pela excelência decor, cada um buscando suas próprias ferramentas, com resultadosmuito interessantes.A SORAA, por exemplo, ao desenvolver o substrato do LED nomesmo material do semicondutor (GaN) – mesmo sendo este ummaterial dispendioso – aposta nos benefícios dessa tecnologia, dentreeles a possibilidade de se concentrar uma maior emissão de luz porárea, o que permite precisões ópticas nunca antes alcançadas. Permite,também, uma maior extensão do espectro de luz do LED, que passaTexto: Gilberto Franco e Thiago Gaya | Fotos: divulgaçãoa ser praticamente idêntico ao da luz natural – mais rico em violetas,cianos e vermelhos do que o LED tradicional. Esse aperfeiçoamentotornou o produto bem mais atraente como alternativa real paralâmpadas halógenas, entrando, inclusive com certa tranquilidade,no mercado residencial e de museus – mercados especializados,onde a questão da qualidade é primordial em relação à do custo.Uma aposta da empresa é que, ao se conseguir aumentar aquantidade de emissão luminosa por área do semicondutor, conseguirãoreduzir a matéria-prima empregada, relativizando, portanto, seu custo,e tornando seus produtos mais e mais competitivos.Outra vantagem dos LEDs SORAA é a variedade de filtros queos acompanha, tanto para se trabalhar as aberturas de fachos comoas temperaturas de cor, ou, ainda, a combinação de ambos, o queamplia muito seu poder de alcance em diversas aplicações (foto 1).A GE, por sua vez, apostou na invenção (e patente) de novosfósforos, voltados especificamente para a produção do vermelho –uma das cores que ainda faz falta nos LEDs tradicionais. Segundopesquisas realizadas por especialistas da empresa, um certo “exagero”nos vermelhos, mesmo que além do que exigido pelos critériosconvencionais de reprodução de cores, seriam preferíveis aos usuários,particularmente no mundo do merchandising. E demonstram isso comdisplays comparativos contendo roupas multicores, onde é visível apreferência dos usuários pelo display que contém esse novo LED,frente ao outro com o LED comum. Trata-se da tecnologia TriGain.A Nichia, por sua vez, investe na precisão, eficiência eredução do custo de seus produtos, sem dar tanta importância àcontinuidade do espectro, já que, argumentam seus pesquisadores,não haveria necessidade de se preencher tão homogeneamenteo espectro de emissão do LED. Afinal, o olho humano possuiapenas três receptores de luz e “compensa” perfeitamente aslacunas. Em contrapartida, estão oferecendo comercialmenteLEDs com inacreditáveis 200lm/W, sempre mantendo umaprecisão de binagem de 3 steps de McAdam – o que garantemínima variação de tonalidade entre LEDs dessemelhantes(foto 2). Apostam, em suma, no LED como uma commoditya ser produzida em escala mundial e para o maior númeropossível de segmentos.Em paralelo, lighting designers, ansiosos por descobrir seuspróprios critérios de preferência nessa Babel, promovem pesquisas,visando jogar “luz” sobre a questão da reprodução de cores e dastonalidades. É o caso de Kevan Shaw, que submeteu para análisediferentes temperaturas de cor e IRCs sobre obras de arte decaracterísticas diversas, envolvendo como “cobaias” estudantes,museólogos, diretores de museus, curadores e lighting designers.Cada participante da pesquisa ficou encarregado de analisar quaiscombinações de temperaturas de cor e IRCs, em sua visão pessoal,reproduziriam melhor diferentes tipos de pinturas. Os resultados,ainda não definitivos, foram apresentados em uma palestra duranteo congresso que ocorre paralelamente à Feira; a pesquisa podeser vista no endereço www.kevan-shaw.com/blog/comments/kslds_led_preference_experimentColimadores de SiliconeA Dow Corning fez uma aposta nova nesta Feira, lançando atecnologia do silicone agora aplicada a colimadores de LEDs (foto 5),em substituição ao tradicional metacrilato. A grande vantagem domaterial, segundo eles, é permitir uma moldagem em formas novas,com curvaturas reversas, impossíveis de se obter com o materialantigo, e que, por sua vez, permite que os colimadores evitem todoescape de luz em ângulos indesejados, aumentando, portanto, oaproveitamento de luz no facho e evitando ofuscamentos.LED DriversCom a evolução, dos LEDs outro componente passa a protagonizara cena da iluminação: os drivers. Dentre as soluções apresentadas naFeira, chama a atenção a linha EcoSystem H-Series da Lutron (foto3), que permite uma dimerização livre de flicker e de problemas decompatibilidade entre controle e luminárias. Os controles permitemdimerização gradual até 1%, eliminando o “solavanco” final, muitocomum na dimerização dos LEDs, e criando uma experiência semelhanteà de uma incandescente.4Flexibilidade e interatividadeAs questões físicas e químicas roubaram a cena na Feira, cujofoco foi realmente o componente LED. As luminárias ficaram em umsegundo plano. No entanto, cabe destacar a OminiPoint da Osram (foto4), vencedora do prêmio Produto Mais Inovador do Ano, conferidopela Lightfair. Um downlight de LED desenvolvido para aplicações queexigem flexibilidade, particularmente merchandising. O conjunto deLEDs, fixados em toda a superfície da calota interna da luminária, écontrolado por meio de um dispositivo wireless e aplicativo Android, epode ser acendido alternadamente, determinando, assim, a orientação,abertura, forma e distribuição do facho de luz.580 81


PARA SABER MAISACT Lighting DesignT + 32 2 340 60 30actlightingdesign.comgpstudioT +44 (0) 207 692 5691gpstudio.uk.comLLD – Limari Lighting DesignT +56 (2) 2099262lld.clPeter ErskineT +1 310 663 4442erskinesolarart.netCLD – Certified LightingDesignerT +1 312 267 2115cld.globalEsther StillerT (11) 5522 1422estherstiller.com.brFGMF ArquiteturaT (11) 3032 2825fgmf.com.brJanet EchelmanT +1 617 566 0770echelman.comLD StudioT (21) 2507 2087ldstudio.com.brLichtvision DesignT +49 30 21 28 91 0lichtvision.comLPA - Lighting PlannersAssociatesT +81 3 <strong>54</strong>69 1022lighting.co.jpManeco Quinderée AssociadosT (21) 2579 6683manecoquindere.com.brMingrone IluminaçãoT (11) 5053 7171mingroneiluminacao.com.brRadiance 35T +32 (0) 4 285 99 65radiance35.euStudio Arthur CasasT (11) 2182 7500arthurcasas.comStudio DriftT +31 20 840 6993studiodrift.comPATROCINADORESAlperT (11) 3018.4699alper.com.brpágina 31FLCT (11) 3936.6000flc.com.brpágina 39Lemca IluminaçãoT (11) 2827 0600lemca.com.brpágina 36Omega LightT (11) 5034 1233omegalight.com.brpáginas 4 e 5Artemide / CynthronT (11) 3846 8100cynthron.com.brpágina 9GE IluminaçãoT 0800 333 4448geiluminacao.com.brpágina 33Light Design + ExporluxT (81) 3339 16<strong>54</strong>lightdesign.com.brpáginas 6 e 7Osvaldo MatosT (11) 3045 3095osvaldomatos.com.brpágina 35AureonT (11) 3966 6211aureon.com,brpágina 41IndeledT (15) 3459 8313lighttool.com.brpágina 21LumicenterT (41) 2103 2750lumicenter.compágina 23SchréderT (19) 3856 9680Schreder.com.brpágina 19AvantT (11) 3355.2220avantled.com.brpágina 45InterpamT (31) 3284 3236interpam.com.br2ª capaLuminiT (11) 3437 5555lumini.com.br4ª capaStelutiT (11) 3079 7339steluti.com.brpágina 37EcopyreT (11) 3951 4328ecopyre.compágina 25Itaim IluminaçãoT (11) 4785 1010itaimiluminacao.com.br3ª capaLutronsacbrasil@lutron.comlutron.com/latinamericapágina 43VentanaT (11) 4596 1100ventanabr.compágina 11E:lightT (11) 3062 7525cynthron.com.brpágina 15Kian BrasilT (21) 2702 4575kianbrasil.com.brpágina 29LuxionT (<strong>54</strong>) 3021 0007luxion.com.brpágina 27EurolightingT (11) 3167 7828eurolighting.com.brpágina 17MantraT (41) 3026 8081mantraco.com.brpáginas 12 e 1382 83

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!