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Colégio S. Francisco de Assis Luanda Sul<br />
EDITORIAL<br />
Cada vez mais se subs-tui o papel pelo computador e algumas escolas começam <br />
a desvalorizar a letra manuscrita. Neste pequeno apontamento, pretendemos <br />
refle-r sobre a importância da manutenção da letra manuscrita no início da <br />
alfabe-zação, sem deixar de analisar os argumentos, muitas vezes u-lizados por <br />
professores experientes, que apontam para a desnecessária u-lização da <br />
mesma.<br />
A criança está diariamente exposta à letra impressa, quer através das <br />
legendas na televisão e no cinema quer através do uso de computadores ou <br />
tablets ou ainda nos livros próprios para a sua idade, pelo que o <br />
reconhecimento desses caracteres se torna mais fácil quando inicia o 1º CEB. <br />
Atendendo a esta realidade, muitos ques-onam a razão pela qual a escola <br />
con-nua a insis-r na letra manuscrita como método de alfabe-zação.<br />
Isabel Melo<br />
(Coordenadora<br />
Pedagógica do 1º CEB)<br />
Pesquisas recentes nos Estados Unidos apontam os beneMcios da letra manuscrita e muitos países, que <br />
já -nham abandonado o esOmulo à escrita manual, voltam a refle-r sobre as vantagens da mesma. Na <br />
verdade, desenhar a letra funciona como ginás-ca para o cérebro da criança, ou seja, quanto maior o <br />
esforço manual para aprender a escrever, mais áreas cerebrais são a-vadas e es-muladas. <br />
A neurociência atesta que durante o processo de aprendizagem da letra, o cérebro desenvolve a <br />
capacidade de «especialização funcional», integrando sensações de controlo de movimento e <br />
raciocínio. A letra manuscrita tem um traçado exigente, com linhas onduladas e pernas que vão para <br />
cima e para baixo, proporcionando à criança o desenvolvimento da coordenação motora fina e a <br />
agilidade cogni-va. O trabalho feito na educação pré-‐escolar com os grafismos ajudará os alunos nesta <br />
iniciação pelo manuscrito.<br />
Há, no entanto, estudiosos que alertam para alguns exageros nas escolas, nomeadamente os juízos de <br />
valor sobre a letra manuscrita, se é bonita ou feia, ou as tarefas intermináveis nos cadernos caligráficos. <br />
Afinal, ao contrário do que acontecia há várias décadas, ter uma letra bem desenhada não é mais uma <br />
questão de status social ou profissional.<br />
O importante é formarmos leitores proficientes, que entendam o que leem e o que escrevem e que <br />
consigam fazer-‐se entender pela escrita, quando esta é necessária à comunicação. Julgamos, pois, que é <br />
necessário encontrar um meio-‐termo: ser proporcionada à criança a aprendizagem da letra manuscrita <br />
ao mesmo tempo que deve manter o contacto com a letra de imprensa. Na verdade, nos manuais, nos <br />
cadernos de fichas e nas a-vidades de escrita, encontram-‐se os caracteres de imprensa a par da letra <br />
manuscrita, ou seja, a criança quando aprende a desenhar a letra aprende em simultâneo a sua <br />
correspondente na letra impressa. O obje-vo é caminhar em direção ao futuro sem perder os esOmulos <br />
já comprovados da letra manuscrita. <br />
<strong>Newsletter</strong> 1.ºCEB / 2