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António Fidalgo Motivação &
Inteligência Emocional
Desporto&Esport
#ciclismo
Fadiga e dor na Alta Montanha - Mente vs Músculo
Alexandre
Monteiro
#Treinadores
#Ling. Corporal
#Liderança
#Dicas
101+2
Edição 9 • 2016
Perguntas
&
Repostas
Fitness, Corrida, Musculação,
Saúde, Nutrição, futebol...
Especial 35 pag.
Futebol – Lewandowski, Gareth Bale, jamei
Jardy, Luiz Suárez e... Alexis Sanchez
O Ciclo de Vida da
Formação no
Futebol
Por Júlio Coelho
Liderança em tempos
de crise
Por Alcino Rodrigues
Nuno Sabido
Ciclismo Português
“Nem tudo é o que parece.
Tudo é o que parece.”
Marketing & Futebol
Por Marcos Castro
Gestão no Futebol
Europeu
Por Marke Gueisy
Futsal - Coesão de
Grupo e Exito
Por Tiago Tavares
Antevisão Olimpiadas Rio 2016 - Quem pode trazer medalhas para Portugal e Brasil?
Nelson Évora, Marcus Vinícius, Rui Costa, Martine Grael, Telma Monteiro, Luana e Lohaynny
Vicente, João Rodriguês, Patrick Lourenço, Seleção Portuguesa de Futebol, e muito mais....
Pag.
42
António Fidalgo - Motivação e Inteligência emocional
De que forma a motivação pode influenciar o
êxito de um atleta? E como este pode mentalmente
ficar mais perto da vitória?
12
26 - Futebolistas
Todos os anos, muitos dos melhores
futebolistas do mundo, ficam esquecidos
na “award season” dos prémios da FIFA e
UEFA. Nesta edição, relembramos os
melhores futebolistas depois dos
melhores de 2015
Nuno Sabido – Ciclismo em Portugal
Qual é de facto a realidade do ciclismo português?
É aquela que todos nós desejamos? Ou
vivemos num “conto de fadas” ilusório, onde
nada é o que parece, e onde tudo é o que não
deveria de ser?
Índice
58
Júlio Coelho – futebol e formação
Um futebolista de qualidade e competitivo nunca
surge do nada, é preciso trabalho e dedicação,
e é preciso passar pelas várias fases de formação…
100
Andrea Marzano – Futebol em Angola e em Luanda
Descobrir o início histórico do desporto e do
futebol em determinado país é sempre uma
tarefa complicada para os historiadores.
Angola não foge à regra, mas saiba como
foram dados os primeiros toques na bola
neste belo país africano…
46
Alexandre Monteiro - Linguagem Corporal
Que diferentes estilos de liderança nos treinadores
podemos observar pela linguagem corporal?
E, de que forma o treinador pode potenciar
a sua liderança pela postura? E, ainda 3 dicas
de liderança!
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16
Desporto&Esport
www.desportoeesport.com
Edição 9 • 2016
94
O IMPACTO DO USO
DE CREATINA NO
TREINAMENTO DE
FORÇA
Daniel A. Corrêa
16 - 101 +2 Perguntas
e Respostas
Fitness, Corrida, Musculação, Saúde,
Nutrição, futebol, e muito mais....
66
68
82
82 - Olímpicos
Quais são os atletas portugueses e
brasileiros com mais hipóteses de
medalha nas Olimpíadas do Rio de
Janeiro
68 - Futebol & Gestão
Como é a gestão dos principais clubes
de futebol europeu?
04 - Ciclismo, Dor e Fadiga
Onde começa a dor e a fadiga extrema
nos ciclistas: no cérebro ou nos músculos?
66 - Futebol, Clubes e Plano
para o Marketing digital
O “mundo dos zeros e uns” mudou a
forma como interagimos, e o futebol e
os seus clubes só agora o começam a
entender. Saiba como…
04
Nelson Évora – Conheça melhor o
atleta português do triplo salto, que é uma
principais esperanças para as medalhas
no Rio16 para a lusofonia.
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#ciclismo
Fadiga e Dor Extrema nos Atletas :
Cérebro vs. Músculo
Diogo Sampaio, Director
Desporto&Esport
d_sampaio@desportoeesport.com
Cér
M
Ciclismo: Mente vs. Corpo
Perceba porque as mais
recentes pesquisas
indicam que a fadiga
reside no cérebro e não
nos músculos
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ebro
vs.
úsculo
A
ideia é dominante e afirma que o desempenho desportivo
é unicamente limitado pela energia resi-
sensação de fadiga, na qual se pode incluir a dor.
O primeiro é a diminuição da força muscular. O segundo é
dente nos músculos dos atletas. Esta noção dura É particularmente interessante como a sensação de
há quase cem anos, desde que o prêmio Nobel A.V. fadiga pode interferir negativamente com a performance
atlética quando não existem razões fisiológicas
Hill publicou em 1924 o artigo “Muscular Exercise,
Lactic Acid, and the Supply and Utilisation of Oxygen”.
para que tal aconteça. Isto contraria totalmente a
No entanto, desde os anos 90, existem suficientes dados para
refutar a premissa de Hill, que na sua teoria, descarta por teoria de Hill, que se baseava em dois princípios base:
completo o efeito que o cérebro tem na regulação do desempenho
durante os exercícios.
de anaeróbio muscular, e (b) que a fadiga muscular é
(a) o ácido láctico é produzido apenas sob condições
A teoria de Hill é incapaz de explicar a presença de fadiga e originada por o aumento das concentrações de lactato
dor extrema nos atletas mesmo quando ainda reside energia muscular.
suficiente nos músculos para continuar, no caso dos ciclistas, A grande questão hoje, é que a fadiga é definida
a pedalar. Nestes últimos vinte anos, e com o avanço da tecnologia,
nomeadamente na recolha e análise de informações
pelos especialistas como uma emoção, e não um principio
da fisiologia muscular onde o musculo, exausto
do cérebro, tornaram-se claras as intervenções do cérebro no
desempenho físico e na perceção subjetiva de esforço e da dor pelo esfoço, comunica que “chegou ao seu limite”.
que interferem decisivamente com a performance desportiva. É absolutamente claro, segundo as pesquisas mais
É preciso assinalar o esforço notável da comunidade científica recentes, que a fadiga é um mecanismo gerado no
e das universidades, para melhor compreender os fatores que cérebro, e acontece muito antes do músculo chegar
levam à fadiga dos atletas e que influência tem o cérebro na sequer perto dos seus limites energéticos.
quebra de rendimento durante os exercícios. Existem particularmente
dois fenómenos que têm merecido particular atenção.
Simplificando, é um mecanismo mental e não um
mecanismo fisiológico!
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E, para que serve então este “mecanismo” criado pelo
cérebro a que vulgarmente chamamos fadiga?
Novamente simplificando: é um mecanismo de preservação do corpo.
O cérebro “produz” dois tipos distintos de sintomas de fadiga para
garantir que a homeostase (propriedade do organismo que regulam
o ambiente interno) é mantida em níveis aceitáveis e saudáveis para
o corpo durante todas as formas de exercício. O primeiro conjunto é
a sensação física induzida pela execução e duração dos exercícios, e
vai crescendo de intensidade de forma linear com o tempo e com o
aumento do esforço fisiológico. O segundo grupo de sintomas advém
do esforço psíquico necessário para manter os exercícios físicos num
ritmo elevado.
Podemos então concluir que “... a sensação de fadiga é muitas vezes
um índice muito falacioso da capacidade de trabalho do corpo ... e não
há necessariamente nenhuma correspondência entre a sensações subjetivas
de fadiga e da capacidade dos músculos para executar o trabalho
... é um sentimento de proteção, o que tende (e pretende) conter um
Homem de continuar a realizar trabalho muscular quando este pode
ser prejudicial ao seu sistema”
“É particularmente interessante como a sensação de fadiga
pode interferir negativamente com a performance atlética
quando não existem razões fisiológicas para que tal
aconteça.”
“A fadiga é definida pelos especialistas como uma emoção,
e não um principio da fisiologia muscular onde o musculo,
exausto pelo esfoço, comunica que “chegou ao seu limite”.
É absolutamente claro, segundo as pesquisas mais recentes,
que a fadiga é um mecanismo gerado no cérebro, e
acontece muito antes do músculo chegar sequer perto dos
seus limites energéticos. Simplificando, é um mecanismo
mental e não um mecanismo fisiológico!”
Ciclismo: Mente vs. Corpo – Perceba porque as mais
recentes pesquisas indicam que a fadiga reside no cérebro
e não nos músculos .
A dor é intrínseca à prática do ciclismo profissional. Basta olharmos
o rosto dos ciclistas a subir as grandes montanhas do Giro em Itália
ou do Tour em França para isso ser claro como água. E, se isso não
bastasse, existem centenas de relatos de ciclistas que afirmaram ter
encontrado nessas mesmas subidas os seus limites humanos. Muitos
vão ainda mais longe, e descrevem ao detalhe como sentiam os seus
corpos quebrar. Ou como não julgavam ser possível que os seus músculos
(os seus corpos) sentissem tanta dor, e mais, como se sentiam
“perto da morte” - literalmente sentiam o corpo a morrer. Mas, ainda
assim, não desistiram. Não saíram das bicicletas e deram meia volta.
Ou saíram das bicicletas diretos para os carros de apoio. Sentiram a
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Muitos ciclistas afirmaram que já sentiram tantas dores que sentiam
os seus corpos a quebrar, ou que se sentiam perto da morte.
Mas, ainda assim, não desistiram. Não saíram das bicicletas e
deram meia volta. Ou saíram das bicicletas diretos para os carros
de apoio. Sentiram a dor, mas a determinação foi maior que o
sofrimento! A mente superou o corpo.
dor, mas a determinação foi maior que
o sofrimento! A mente superou o corpo.
Durante décadas, os fisiologistas têm procurado
uma única variável biológica que
explique as diferenças entre atletas e encontrar
nela a razão porque alguns vencem
mais que outros. Mas esta abordagem,
como referido acima, é errada ou pelo
menos incompleta. Os atletas são coração,
pulmões, músculos mas também são cérebro.
A sensação de fadiga, no entanto, é também
ela variável, e como já compreendemos, ela
é determinante para o rendimento dos atletas.
Mas, a sensação de fadiga é uma sensação
ilusória. O principal especialista nesta área,
Timothy Noakes, professor e pesquisador da
Universidade de Cape Town, afirma inclusive
nos seus estudos, “os atletas que melhor
iludem os sintomas [de fadiga] e menor esse
efeito tiver nas suas performances, será o
mais bem-sucedido, da mesma forma, que o
melhor golfista é aquele que dá a sua tacada
sem pensar nela conscientemente.”
Este modelo, proposto pelo próprio Noakes,
sugere que o cérebro tem um “interruptor”
de segurança que entra em ação para
impedir que o corpo fique muito perto dos
seus (perigosos) limites, o que normalmente
acontece no ciclismo, por exemplo,
nas etapas de alta montanha nos Alpes ou
Pireneus. Descomplicando, é um mecanismo
que nos defende de nós mesmos quando o
corpo ultrapassa os limites do razoável. A
questão chave na teoria de Noakes, é que as
dores, mesmo aquelas que deixam os ciclistas
perto da incapacidade, não são fruto de
incapacidade fisiológica mas apenas o cérebro
a dizer ao corpo que é necessário parar!
Esta teoria não é nova, e já no início do
século 20, o italiano e pesquisador Angelo
Mosso propôs esta mesma hipotese: “os
limites físicos podem ser controlados muito
menos pelo nosso corpo e muito mais pelo
nosso cérebro”. E, quase passados 100 anos,
Noakes e a sua equipa, levam esta teoria
mais além e tentam confirma-la usando as
mais recentes técnicas e equipamento de
pesquisa. Ainda assim, apesar de toda a
tecnologia atual, tem sido uma tarefa árdua,
uma vez que, o “interruptor de controlo da
dor” no cérebro não pode ser medido ou
localizado como acontece com outros sinais
fisiológicos.
Muitas das evidências, que apoiam a teoria
de Noakes advêm de análises e observações
indiretas.
Um exemplo, é o facto dos esforços extremamente
elevados não serem fatais, e raramente
produzem danos ao corpo humano - ao coração,
músculos, tendões, etc. Obviamente
que estamos a falar de atletas profissionais
e saudáveis. Verificou-se igualmente que
o cérebro tem a habilidade de “aprender” a
tolerar o calor, a falta de oxigénio nos músculos,
e superar a dor e apresentar melhores
“O CÉREBRO TEM A HABILIDADE DE “APRENDER” A TOLERAR O CALOR, A FALTA DE OXIGÉNIO
NOS MÚSCULOS, E SUPERAR A DOR E APRESENTAR MELHORES PERFORMANCES, QUANDO NÃO
EXISTIRAM RAZÕES BIOLÓGICAS PARA TAL ACONTECER.”
performances, quando não existiram razões
biológicas para tal acontecer. Em um recente
estudo, vários ciclistas foram literalmente
enganados, e foi-lhes dando um produto em
forma liquida que incluía hidrato de carbono
(energia), e foi-lhes igualmente pedido que
apenas lavassem a boca e depois cuspissem
esse produto, sugerindo-lhes no entanto, que
seria suficiente para que ganhassem energia.
Como eles não ingeriam o produto, nenhum
benefício biológico poderia daí resultar, mas,
mesmo assim, estes ciclistas melhoraram em
11% a sua performance.
Outro dado, que sugere como verdadeira a
teoria de Noakes, é a forma como o treino de
altas cadências de pedalada, parecem enganar
o cérebro e dar mais tempo aos ciclistas
sem dores durante as provas.
Esta foi a conclusão do estudo Universidade
de Basel, na Suíça. Estudos sobre o efeito
da temperatura, como por exemplo o estudo
conduzido pela Bangor University em
Wales, sugerem o mesmo: podemos treinar
o cérebro muito para lá dos ganhos fisiológicos.
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O “truque mental” para superar a dor
GregL
Uma das mais importantes habilidades nos
desportos de resistência é a capacidade de interpretar
as perceções que influenciam o ritmo
das decisões de uma forma que maximize o
desempenho físico. Maximizar a estimulação e
motivação interna. A melhor forma de o fazer, é
criar metas quantitativas reais e percetíveis pelo
sujeito como alcançáveis.
H
á uma simples verdade sobre o corpo humano que poucas pessoas conhecem:
30 (trinta) segundos é o tempo que os seres humanos conseguem manter o
exercício em máxima intensidade e em máximo esforço. Qualquer esforço que
ultrapasse esse período de tempo, mesmo que de forma inconsciente, os atletas
fazem a gestão de esforço. No ciclismo este facto é ainda mais notado, e está bem descrito
no artigo de Anna Wittekind, publicado no British Journal of Sports Medicine. Segundo
o estudo de Wittekind, mesmo em esforços de apenas de 45 (quarenta e cinco) segundos,
verificou-se que os ciclistas geriram os primeiros 15 segundos desse esforço, mesmo não
tendo consciência disso.
Nos desportos de longa duração, como o ciclismo, este dado não é, pelo menos a uma
primeira impressão, relevante. O ritmo nestas provas é diferente, elas duram horas e a
gestão do esforço nunca se baseia em curtos períodos de tempo; mesmo as etapas planas
dos sprinters tendem a exigir esforços superiores a 1 minuto. No entanto, este estudo
demonstra como a mente influência drasticamente o esforço dos atletas mesmo em tão
curtos períodos de tempo, e sem que eles tenham conhecimento disso. Temos então de nos
colocar uma pergunta:
Como podemos então treinar a mente para longas provas, quando mesmo em curtas distâncias,
isso parece tão complicado?
A resposta a esta pergunta faz-nos viajar até 1989 e o “truque mental” usado por Greg
LeMond para vencer o tour desse ano. Vamos re-visitar o dia 23 de julho de 1989, onde às
16 horas e 14 minutos, LeMond iria pedalar a mais importante etapa da sua carreira, um
contrarrelógio de 24,5km na última etapa da volta a França. LeMond era segundo classificado,
tinha 50 segundos de atraso para o líder, o francês Laurent Fignon. LeMond, como
haveria de confessar posteriormente, não estava nem perto da forma que tivera em 1986
quando dominou por completo a Tour. Aqueles 50 segundos eram simplesmente inultrapassáveis,
até porque, Fignon era um contrarrelogista excecional. A tarefa era virtualmente
impossível. O seu corpo, a sua fisiologia e a sua forma, não conseguiriam ultrapassar esses
50 segundos. Restava a mente, construir uma meta imaginaria que lhe permitisse transcender
a sua performance. Foi exatamente isso que LeMond fez. E, se pensar em ganhar
50 segundos em 25 km era uma meta demasiado ambiciosa para que a mente a absorvesse,
tirar 2 segundos por quilómetro não era! Esse, foi o seu grande truque.
Uma das mais importantes habilidades nos desportos de resistência é a capacidade de
interpretar as perceções que influenciam o ritmo decisões de uma forma que maximize o
desempenho físico. Maximizar a estimulação e motivação interna. A melhor forma de o
fazer, é criar metas quantitativas reais e percetíveis pelo sujeito como alcançáveis.
Um truque simples, mas com ganhos em termos
de potenciação de performance que quase parece
magia. E, os estudos demonstram, que isto é totalmente
independente do tipo de treino efetuado.
Manter o controlo visando a melhoria em corridas
específicas, com objetivos bem definidos, criam
fenômenos que tendem a fazer com que os atletas
sejam capazes de diminuir mesmos que por segundos
os seus tempos finais. O potencial de padrões
de tempo para se tornarem limitadores de desempenho
é ainda mais aparente no nível de elite de
desportos de resistência.
Voltando a LeMond, ele partiu no início com
uma única ideia “2 segundos por quilómetro… 2
segundos por quilómetro… 2 segundos por quilómetro…”
e de cabeça baixa, e olhos na estrada
e cadencia máxima. 5km depois LeMond tinha
ganho 6 segundos. Ainda estava abaixo do pretendido,
mas aos 11,5 km, LeMond já ganhava
21 segundos a Fignon. Aos 14 quilómetros a diferença
subiu para os 24 segundos. E, de dois a dois
segundos por quilómetros a sua vantagem crescia,
até que na meta final, Fignon fez mais 58 segundos
que LeMond, fazendo com que este último
vencesse o tour de france com a menor diferença
de tempo de sempre, apenas 8 segundos. E, só foi
possível porque LeMond treinou o cérebro!
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do vencedor do Tour de 1989
eMond
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#Hipnose
No ciclismo, como em qualquer outra modalidade de alta competição,
o número de especialistas que acompanham os atletas, tendo
em vista o aumento de performance, aumentou exponencialmente
nas últimas duas décadas. Hoje, os principais ciclistas do pelotão
mundial vivem rodeados de treinadores, preparadores físicos, massagistas,
fisioterapeutas e psicólogos. Entre estes, o psicólogo, apesar
de pouco reconhecido, é aquele que tem vindo a ganhar um maior
espaço de manobra e importância dentro destas vastas equipas.
Como já diziam os antigos gregos “Mente sã em corpo são”, nunca
foi tão verdadeiro como agora; as pressões da vitória, dos adeptos,
da comunicação social e a própria exigência individual de cada atleta
podem colocar barreiras mentais difíceis de serem ultrapassadas sem
a ajuda de pessoas especializadas. No caso particular do ciclismo, os
atletas têm ainda de lidar com a dor. Dor, que não raras vezes, é de
alta intensidade e pior, continuada no tempo e tem de ser superada
nos dias de prova. Dentro do grupo de técnicas mais utilizadas do
campo da psicologia que tentam lidar com a superação da dor, aquela
que tem ganho mais atenção é a hipnose.
A Associação Médica Britânica define a hipnose como um estado
temporário - “atenção modificado num sujeito e que pode às vezes
ser causada por outra pessoa, onde vários fenómenos podem ocorrer
espontaneamente ou um resposta a estímulos verbais ou outros”.
Adequar a aplicação de técnicas hipnóticas aos atletas de forma
geral e induzi-los a um estado alternado de consciência, pode dentro
da especificidade desportiva facilitar o aparecimento de melhores
resultados desportivos e aumentos de performance. Em modalidades
como a Canoagem, o Cricket, o Voleibol ou Basquetebol, a hipnose
e os seus efeitos já se encontram bem estudados, e bem de comentados
em diversos artigos académicos, como pode verificar nas referências
no final desta matéria. O mesmo acontece com o Ciclismo.
Os varios estudos que se debruçaram especificamente no ciclismo,
concluíram que existe um efeito positivo da hipnose em situações
de exigência física máxima em ciclistas. Por norma, e consistentemente,
os ciclistas sujeitos a estados de hipnose foram capazes de
resistir melhor e por mais tempo a situação de esforço máximo.
A componente emocional, como por exemplo, a resistência ao stress,
também revela consistentemente resultados positivos. Mostrando
inclusive, que quando maior for o número de sessões, maiores são os
ganhos. Neste ponto, a repetição do procedimento hipnótico favorece
os atletas mais predispostos a “tratamentos” mais prolongados.
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#ciclismo
Ciclismo, hipnose,
performance e
dores:
De que forma alterar o estado de consciência dos
ciclistas, pode levá-los à vitória e melhor lidar com
as dores?
É de notar, que pela hipnose se podem recorrer
à prática da sugestão pós-hipnótica. Em
vários testes, foi dada destaque à sensação de
fadiga apresentada pelos atletas após treinos
e provas. Este ponto destina-se às sensações,
ainda que subjetivas, de certos estados fisiológicos
como a tensão, a rigidez e principalmente
a dor. Devido à subjetividade na
perceção destes elementos, as várias pesquisas
muitas vezes encontram resultados que
não são totalmente conclusivos. Por exemplo,
muitos atletas, apresentam a melhoria
destas sensações durante os treinos e provas,
enquanto outros, afirmam que só sentiram
melhorias significativas nos períodos de
descanso ou nos períodos entre atividade
físicas extremas. Outros ainda houve que
não sentiram qualquer efeito. No entanto,
independentemente de alguma inconsciência
dos resultados, não há dúvida para os
especialistas que existe uma relação estreita
entre a psicofisiológica e limitar o grau de
sofrimento que um atleta é capaz de suportar,
especialmente em desportos aeróbios de
esforços de longa duração, como é o caso do
ciclismo.
Por fim, analisando a frequência cardíaca,
que aumenta quando o esforço aumenta,
em atletas pós-hipnose e comparando os
seus resultados antes das sessões, não se
verificam alterações estatisticamente significativas,
embora, se encontre uma ligeira
melhoria. De certa forma, não existem alterações
biológicas significativas pelo uso da
hipnose.
Concluído, de forma geral e independentemente
da modalidade, a hipnose mostrasse
como uma técnica que pode ajudar a melhorar
o desempenho atlético, o e os ciclistas,
não são exceção. Até pelo contrário, as
pesquisas mostram que a hipnose encontra
melhores resultados em modalidade de longa
duração aeróbica. Os atletas demonstram
claramente que a hipnose foi útil para melhorar
resistência em situações de esforço
máximo requisitos físicos e mentais. Ou seja,
é uma excelente técnica para trepadores, que
para além de serem aqueles a quem é exigido
maior esforço físico, também são aqueles
que têm de lidar com o stress causado não
só pelas vitórias, mas como das expetativas
internas e externas, onde podemos incluir
o público e a comunicação social. Temos
também apesar de ser um parâmetro subjetivo,
que os ciclistas apresentam uma maior
resistência à fadiga e à sensação de dor; no
entanto, muitos atletas afirmam que sentem
essas melhorias durante os treinos e competição,
enquanto outros, apenas sentem
esses ganhos nos períodos de descanso.
Referencias:
Landolt, A. & Milling, S (2011). The efficacy
of hypnosis as an intervention for
labor and delibery pain: A comprehensive
methodological review. Clinical Psychology
Review, DOI: 10.1016/j.cpr.2011.06.002.
Lindsay, P., Maynard, I. & Thomas, O.
(2005). Effects of hypnosis on flow states and
cycling performance. Sport Psychologist, 19,
164-177.
Ruben Fernandes, O., Felix, (2012), Effects
of hypnosis on Cyclists’ Resistance to stress,
Cultura, cicencia y desporte, issn: 1696-5043
Cracium, M. & Szatmari, C. (2006). Los
efectos de la hipnosis activo-viva sobre el
estado anímico de los deportistas de élite.
Revista Iberoamericana de Psicologia del
Ejercicio y el Deporte, 1(2), 45-52.
Grindstaff, J. S. & Fisher, L. A. (2006).
Sport psychology consultans experience of
usin hypnosis in their practice: An exploratory
investigation. Sport Psychologist, 20,
368-86
Anna Wittekind (2009) “ Teleoanticipation
in all-out Short duration cycling”British
Journal of Sports Medicine.
Revista Velo, Novembro de 2015
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 11
Nuno Sabido,
Ex-ciclista profissional durante 16 anos, e conta no seu historial com cinco títulos nacionais. Atualmente
desempenha o cargo de comentador desportivo na área do ciclismo na TVI. Possui ainda uma
licenciatura em Educação Física, com especialização nas áreas de avaliação física e treino de alta
competição, para além de formação em Biomecânica, musculação, Ergometria com análise de gases
expirados, entre outras. No seu curriculum contam ainda o cargo de técnico nacional e formador
na UVP/FCC, entre outros.
nuno.odibas@gmail.com
Twitter: @nunoodibas Facebook: Nuno Sabido
CICLISMO EM PORTUGAL
“NEM TUDO É O QUE PARECE. TUDO É
O QUE PARECE.”
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“Porque os
Ciclistas
merecem tudo
e porque sem
Ciclistas, não há
ciclismo...”
P
ara a maioria dos Atletas, é no decorrer da Volta a Portugal que o futuro,
a continuidade na modalidade e no Escalão Elite (Profissional) fica assegurado
e com ele, os objetivos, mas também os “sonhos”.
Por esta altura, agosto é o mês de todas as motivações e ilusões, a exposição
e o mediatismo, proclamam e exaltam o melhor de cada atleta e de cada equipa.
Tudo é brilhante.
Independentemente dos resultados individuais, desde que cumpram com os objetivos
propostos pelos Diretores Desportivos das respetivas Equipas, “os Profissionais” são
reconhecidos e recompensados.
De que forma?
Com propostas e certezas de continuidade.
Toda esta “dinâmica” tem início muitos meses antes, “na partida” para mais uma
“época” velocipédica.
Atempadamente as equipas preparam toda a “logística” e nada é deixado ao acaso.
Tudo é meticulosamente pensado, previsto, preparado…
O primeiro contato com os atletas e restante Staff é estabelecido com “o ensaio” de toda a
orgânica e experimentação material (roupa, calçado, capacetes, bicicletas, viaturas, plataformas
de apoio digital, suportes de comunicação, suplementação alimentar…) e demais
acessórios que reunidos irão permitir a cada atleta, o menor dispêndio energético, com o
máximo débito de energia.
Por esta altura, todos os Atletas e elementos da Equipa Técnica (Preparador Físico,
Médico, Nutricionista, Psicólogo, Fisioterapeuta, Massagista, Mecânico,…) ficarão a conhecer
ao pormenor, as suas funções coletivas e os seus deveres individuais.
Nada é deixado ao acaso, cada “prega” ou “ruga” no vestuário, traduz-se por uma perda de
watts, os quais são preciosos e nunca demais.
Estes são fatores, alvo de extrema meditação por
parte de todo o Staff, que resultam por vezes, em
insónia.
O limiar da zona de conforto é vezes sem conta
violado, mas o objetivo requer também ele extrema
responsabilidade.
As reuniões individuais e coletivas são nesta fase,
constantes, determinantes e imprescindíveis para o
ótimo funcionamento do Grupo.
Cada indivíduo fica perfeitamente esclarecido do
seu “papel” neste “elenco” denominado Equipa,
preparada e concebida com um propósito.
O relógio não pára, a ansiedade, mas também a
motivação crescem a cada dia que passa. Muito em
breve todos testemunharão o início da Temporada.
Á hora marcada o despertar é radioso, mas tranquilo.
Todos reconhecem e estão cientes do seu trabalho
em prol da Equipa.
O pequeno-almoço, principal refeição do dia, é
meticulosamente preparado e servido.
Os atletas acercam-se da mesa, repleta de alimentos
e géneros alimentares.
Reconhecendo as suas necessidades calóricas/
energéticas individuais, estabelecidas pelo trabalho
coordenado entre o diretor desportivo, o preparador
físico e o nutricionista, cada Ciclista, tem
consciência do que pode e deve comer.
O dia será longo e exigente.
Enquanto isso, no exterior, as viaturas são preparadas
e ornamentadas. Os mecânicos estão já em
“modo competição”.
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#Portugal
Os últimos minutos no quarto servem para relaxar.
As Redes Sociais, ainda que silenciosas, projetam as vontades, os
sonhos, as tendências.
Os fãs adoram.
A viagem começa, os atletas mantêm a serenidade, poucos quilómetros
separam o Hotel do local de partida para a Corrida.
Confortavelmente instalados nos seus autocarros, os diálogos são
curtos e objetivos.
No percurso, enquanto uns cedem á pesadez das pálpebras, outros
produzem musicais pelo toque constante nos ecrãs dos telemóveis.
Os últimos instantes são aproveitados para os últimos sms´s á família,
namoradas e amigos confidentes.
Enquanto isso, o Diretor Desportivo revê as suas notas, previamente
e meticulosamente preparadas. Em breve, cada ciclista ficará a conhecer
o seu trabalho, a sua função para a jornada.
À chegada ao Parque das Equipas, o Grupo tem como anfitriões e
prontos para “servi-los” os elementos de apoio Técnico, mecânicos,
““MALVADA ECONOMIA CONTEMPORÂNEA”, NO ENTANTO A MESMA NUNCA FOI, NEM NUNCA
SERÁ FAVORÁVEL E NEM PARA TUDO É NECESSÁRIO DINHEIRO, APENAS RESPEITO, ESTABILI-
DADE, MOTIVAÇÃO, VONTADE, SENSIBILIDADE….”
massagistas, preparador físico, nutricionista…
As bicicletas (instrumentos de trabalho) perfilam já montadas nos
Rolos e aguardam as primeiras pedaladas, antes do início da competição.
Os “abastecimentos” são servidos nas tradicionais sacolas, é diversa
a escolha nutritiva, os bens alimentares servidos foram rigorosamente
calculados.
As primeiras dezenas de quilómetros estarão nutritivamente salvaguardadas.
Todo a Equipa está em sintonia, todos reconhecem a importância de
cada elemento, na concretização do objetivo “individual”, previamente
enunciado.
Desta vez a vitória não sorriu, algo que é repartido e sentido por
todas as Equipas no decurso de uma temporada.
No Ciclismo é normal, especialmente no Ciclismo moderno.
Os tempos da máxima “Vencer a todo o custo” há muito que passaram
de moda. Os valores presentes na modalidade são felizmente,
agora outros.
Individualmente cada elemento da
equipa (como é hábito) cumpriu rigorosamente
com o solicitado, como tal,
o espírito do Grupo mantêm-se inabalável.
Esta é regra.
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“Para a maioria dos Atletas, é no decorrer da Volta a Portugal
que o futuro, a continuidade na modalidade e no Escalão Elite
(Profissional) fica assegurado e com ele, os objetivos, mas também
os “sonhos”.
Por esta altura, agosto é o mês de todas as motivações e ilusões, a
exposição e o mediatismo, proclamam e exaltam o melhor de cada
atleta e de cada equipa. Tudo é brilhante.”
Mas será assim?
Após a competição;
O regresso a uma nova unidade hoteleira,
que servirá de casa por mais uma noite, é
realizado em bom ambiente.
O cansaço está presente e é visível, mas a
alegria, a motivação, incrementada por um
sentido de respeito, estabilidade e tranquilidade,
fazem com que cada um dos atletas
(sem exceção) se sinta exatamente assim,
tranquilo, confiante, motivado e respeitado,
porque sabe que o seu futuro, pelo menos
naquela equipa, estará assegurado.
Na chegada ao hotel (de referir que de acordo
com a preferência, cada atleta pode ficar
num quarto individual ou em quarto duplo)
ao entrarem nos seus quartos, sentem de imediato
o efeito do purificador de ar (previamente
colocado pelo elemento responsável
da equipa, para aquela função).
Encontram ainda, uma refeição (nutricionalmente
equilibrada) com a quantidade de
calorias necessárias e prevista por indivíduo
(3.000 a 6.000 calorias) e uma banheira
pronta para utilização, para um banho de
imersão (08’/15’ de duração, a uma temperatura
entre 11º/15º).
Nos quartos, as camas são também alvo de
um cuidado especial. Cada atleta dorme toda
a época, sobre um colchão colocado sobre
o colchão original (do quarto do hotel).
Também a almofada é sempre a mesma.
Com este procedimento, pretende-se que
cada atleta possa diariamente descansar e
recuperar num ambiente o mais “familiar” e
confortável possível.
Dormir é primordial e indispensável, pois
é o único momento do dia em que o corpo
humano recupera, regenerando energia, testosterona,
tecido muscular…
As Botas de Compressão são nesta fase do
dia utilizadas, até á hora (previamente definida)
em que cada atleta passará literalmente
pelas mãos dos massagistas (sessões de 45’
a 60’ diários) os quais podem ser escolhidos,
de acordo com a preferência de cada um dos
atletas.
O momento é celestial, num ambiente muito
tranquilo, relaxante, perfumado e com uma
intensidade de luz, á escolha do atleta.
Até ao final do dia, sempre que necessário,
os ciclistas solicitam os serviços do Staff de
apoio e estes, tudo fazem para corresponder
com a maior prontidão e profissionalismo.
O dia é longo para toda a Equipa Técnica,
mas aqui ninguém está contrariado, bem
pelo contrário.
Não há lugar para incompetentes, nem para
incompetências.
O dia dá lugar á noite, as horas de trabalho
não são contadas, nem registadas. Prevalece
a satisfação do dever cumprido.
O cansaço dissipa-se com a extrema motivação
de voltar a fazer tudo de novo no dia
seguinte.
Porquê?
Porque os Ciclistas merecem tudo e
porque sem Ciclistas, não há ciclismo.
Infelizmente para os Ciclistas Profissionais
portugueses, a realidade não é a anteriormente
apresentada, mas devia.
A desculpa mais utilizada, que vai servindo
de justificação, continua a ser a
“Malvada economia contemporânea”,
no entanto a mesma nunca foi, nem
nunca será favorável e nem para tudo
é necessário dinheiro, apenas respeito,
estabilidade, motivação, vontade, sensibilidade…
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#101+2
Perguntas e
Respostas
Fitness, Corrida, Musculação, Saúde,
Nutrição, futebol, e muito mais...
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#101+2
38%
Percentagens de homens que
gostariam de treinar com um
Personal Trainer
Porque devo apostar em “Super Agachamentos”
para o meu treino?
A principal razão é que a prática de agachamentos envolve um grande
grupo de músculos de forma continua e requerem uma tremenda quantidade
de energia, libertando em doses suplementares testosterona e a hormona
de crescimento na corrente sanguínea, o que o ajuda a desenvolver
a parte superior do corpo e a queimar muita gordura.
Os agachamentos com carga, ou “super agachamentos”, são a melhor
forma de desenvolver força pura e funcional, porque exercita os músculos
e estimula o sistema nervoso. Ou seja, tem todas as vantagens dos
agachamentos simples, mas potenciadas pelo esforço extra dos pesos.
Como posso ganhar mais velocidade e resistência
nas corridas de média distância?
O treino longo semanal não deve ultrapassar em mais 2 ou 3km a distância
em que te queres centrar, 7 a 8km para corridas de 5km, 12 ou 13km
para provas de 10km, e como máximo 20km se estiver a preparar uma
meia maratona.Reduz o teu volume de quilometragem semanal em relação
ao que faz quando preparas uma prova mais longa. O treino intenso
necessita de uma recuperação maior. Faz o mínimo de quilómetros para
conseguir os teus objetivos e não aumentes o volume pensando que com
isso vais melhorar. Fazer mais distância do que a necessária só contribuirá
para o sobretreino ou lesões. Começa com fartlecks e mudanças
de ritmo nos teus treinos com alguns arranques fortes, mantendo o ritmo
elevado 15 ou 20 metros, duas vezes por semana, durante 3 semanas.
Porque devo ingerir vitamina D?
Graças a um estudo realizado em 2009, o doutor Shalamar Sibley,
da Universidade Minnesota (EUA), provou que a vitamina D ativa o
metabolismo e que, por isso, as pessoas com um déficit dessa vitamina
têm mais dificuldade de perder peso. Para não sofrer com essa carência,
além de consumir alimentos como gema de ovo, salmão e sardinha, é
imprescindível a exposição ao Sol – não diretamente, mas saindo para
passear pela rua, na sombra, todos os dias.
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Alongamentos:
Mito
ou
Realidade?
A noção que os alongamentos são
benéficos para o corpo está amplamente
generalizada, e facilmente
se observa esta prática após sessões
de exercícios de maior ou
menor intensidade. O objetivo é
claro: diminuir as dores do exercício
que se manifestam nas 24 a 48
horas após o mesmo. No entanto,
os benefícios dos alongamentos
não passam de um mito!
Factualmente, quando realizamos
exercício físico está a provocar
uma ligeira agressão ao organismo,
especialmente ao aparelho
locomotor, isto é, os músculos os
tendões ou as fáscias, o que pela
consequência do aumento do stress
físico, é normal desenvolverem-se
pequenas roturas musculares que
podem desenvolver um processo
inflamatório. É essa a razão das
dores derivadas dos treinos. E, é
também por isso, que os alongamentos
– estender o músculo com
grande intensidade, é mais prejudicial
que benéfico, já que vai provocar
mais dano estrutural aos tecidos,
aumentando o tempo de recuperação
e a intensidade da dor. No
entanto, alguns estudos, mostram
que alongamentos moderados e
de baixa intensidade podem trazer
alguns benefícios, já que ajuda a
aumentar a eficiência da mecânica
da contração muscular.
Banhos quentes ou Banhos Frios?
Banhos frios! É um hábito muito saudável: por
um lado, a água fria estimula as terminações
nervosas e nos ajuda a começar o dia com mais
energia. Por outro, como dizíamos acima, o banho
frio também ativa a termogênese – a capacidade
do organismo de gerar calor, o que facilita a perda
de peso. Assim explica o escritor e conferencista
norte-americano Timothy Ferriss em seu livro
Trabalhe 4 Horas por Semana. Mas para que esse
sistema seja eficaz, Ferriss diz que o banho deve
durar pelo menos três minutos.
Quais os beneficios da corrida?
Incontáveis benefícios, ou veja:
Reduz a sua pressão arterial
O exercício aeróbico, como é o caso do running,
faz que com as suas pressões arteriais sistólica e
diastólica baixem.
Reforça o seu sistema imunitário
Se não é muito grande e não passa demasiado
tempo nas suas sessões de treino, verá como o seu
sistema imunitário agradece.
Comerá apenas o que precisa
Correr equilibra e normaliza o nível de insulina,
pelo que controlará muito melhor a sensação
de fome. O seu organismo apenas pedirá o que
precisa.
Menos gordura, mais músculo
À medida que vai seguindo uma rotina de treinos,
o seu corpo começa a modificar-se, desfazendo-se
da gordura e ganhando músculo. O metabolismo
basal mudará, pelo que se tornará mais difícil
ganhar peso de gordura.
Evita a celulite
Se corre em ritmo aeróbico, o cérebro recebe a
O cancro é um “azar genético” ou
é provocado por fatores
ambientais?
O tema é controverso e as conclusões
das diversas pesquisas são contraditórias.
No início do ano, um estudo
publicado na revista Sciece lançou o
debate ao concluir que dois terços dos
casos de cancro acontecem por azar
(ou seja, por mutuações aleatórias nos
genes). Agora, um novo estudo, diz
que não é bem assim, que entre
quantidade perfeita de oxigénio. Nos momentos
em que consegue manter uma conversação
enquando dá passadas, aumentará a produção de
neurónios, a chamada neurogénese.
Contra a Alzheimer
Se é um corredor habitual, está a reduzir a percentagem
de probabilidades de sofrer de Alzheimer
quando alcançar a terceira idade.
Melhor humor
Correr ajuda a ter um bom número a menos de
variações drásticas de humor já queproduz mais
dopamina, noradrenalina e serotonina.
Adeus stress
Ao libertar endorfinas, o seu volume de stress
ficará reduzido. Ao mesmo tempo, vai aumentar
a produção da hormona DHEA.
O seu sono agradece
Se não correr muito tarde, treinar vai melhorar o
seu sono, pelo que ganhará qualidade de vida ao
sentir-se mais descansado quando o despertador
toca pela manhã.
Ajuda o seu coração
Tal como melhora o sistema respiratório, o sistema
cardíaco também funciona do mesmo modo.
O coração bombeará mais sangue em cada batida,
pelo que em repouso precisará de muito menos do
que uma pessoa sedentária.
Colesterol
O running também melhora os níveis de colesterol,
aumetando o bom e reduzindo o mau.
Estimula o cartilagem
Existem estudos que demonstram que o impacto
do running pode chegar a subir a produção de
cartilagem, protegendo as suas articulações da
artrite. Correr não tem de ser prejudicial para os
seus joelhos.
70 a 90% dos cancros dependem de
questões ambientais e, por isso, podem
ser evitados. Desta vez, a investigação
foi publicada na Nature e refere que
nove em cada dez casos de cancro são
provocados por fatores ambientais e
externos, como o tabaco, o álcool, a
exposição ao sol ou a poluição. Assim,
a maioria dos cancros não é causada
por mutuações aleatórias nos genes,
pelo que pode ser evitada.
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#101+2
Sistema anaeróbico: O que é?
Como funciona?
O exercício anaeróbico trabalha diversos
grupos de músculos durante diversos
e constates a curtos períodos de
tempo. Mal o corpo inicia a actividade
física, o sistema anaeróbico
é activado. Ele é o sistema energético
predominante em actividades
que durem até cerca de 90 segundos,
como as séries de musculação, saltos
em altura ou sprints. Ao fim de 30
segundos de exercício físico de alta
intensidade, este sistema já contribuiu
com 60% da energia gasta. Após
dois minutos de exercício intenso, a
contribuição deste sistema caiu para
os 35%. Mecanicamente, “o metabolismo
anaeróbico utiliza os hidratos
de carbono sob a forma de glicogénio
muscular ou glicose. O glicogénio é
quebrada em glicose que, por sua vez,
é rapidamente quebrado na ausência
de oxigénio para formar ATP e ácido
láctico. Cada molécula de glicose é
capaz de produzir duas moléculas de
ATP, o que o torna num sistema algo
ineficiente. Ou seja, este sistema permite
produzir energia de forma rápida,
mas em pequenas quantidades.” Este
sistema melhora significativamente o
funcionamento do coração e dos pulmões.
Chorar faz bem à
saúde? E, pode
melhorar a
performance
desportiva?
A resposta é simples: sim! E, foi encontrada
por William Frey, bioquímico
da Universidade de Minnesota (EUA),
em um estudo que avaliou o sistema
imunológico, os níveis de stress e a
raiva. Frey descobriu que em cerca de
90% das pessoas estudadas que choraram
o seu corpo melhorou, não apenas
no humor, mas fortaleceu o próprio
organismo e reduziu os níveis de stress.
Uma das principais razões para isso, é
o facto de as lágrimas serem ricas em
magnésio, potássio e prolactina, e a
produção dessas substâncias, ajuda a
diminuir o “mau”colesterol, a controlar
a tensão arterial e a fortalecer o sistema
imunológico do corpo. Por estas razões,
o choro pode ajudar os atletas a melhorar
as suas marcas e performances.
24 horas
O tempo necessário
de descanso para os
músculos depois de um
intenso treino.
Sistema aeróbico: O que é?
Como funciona?
O exercício aeróbico é o tipo
de exercício que usa oxigénio
para gerar energia para os músculos.
Como este tipo de exercícios
trabalha um grande grupo
de músculos. É excelente para
perder peso. Mecanicamente, na
presença de oxigénio, o metabolismo
produz ATP (adenosina
trifosfato ou simplesmente energia)
a partir da quebra de glicogénio
e das gorduras (processos
conhecidos por glicogenólise e
lipólise, respetivamente). Apesar
do sistema aeróbico não conseguir
produzir ATP tão rápido
quanto o sistema anaeróbico, ele
consegue produzi-lo em maiores
quantidades.
5Número de maças que
devo comer por semana.
CusCuz
Um excelente substituto da
massa. Escolha a integral e
junte verduras.
Como diminuir em 3% o tempo final nos 1500km em provas
de ciclismo?
Segundo um estudo da jornal strength and conditioning research, se o
ciclista der 100% de si nos primeiros 15 segundos da prova, isso diminuirá
em 3% o tempo final da prova. Isto é fundamental, por exemplo, provas de
contra-relógio de curta distância.
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Qual a quantidade mínima de proteínas que devo consumir?
A ingestão adequada de proteína é fundamental para diminuir o catabolismo
muscular e favorecer a recuperação. Para um balanço proteico
positivo as necessidades de proteína deverão ser aumentadas, na ordem
dos 1,2 a 1,4 g por kg de peso por dia.
Caminhadas: existe diferença entre ambientes urbanos ou
paisagem natural?
Segundo um estudo da Universidade de Stanford (EUA) as caminhadas
em ambientes naturais e com paisagem verde e arvoredo trazem mais
vantagens ao praticantes que ambientes urbanos, que estão muitas vezes
associados a sentimentos negativos e depressivos.
O tamanho dos pés tem influência
no desempenho e performance do
corredor?
O estudo refere que o peso corporal pode ser um obstáculo
à boa prestação numa corrida, mas que, contudo,
o peso e tamanho dos pés interferem em apenas 1%
na qualidade da performance - um valor muito baixo e
quase insignificante.
Assim, as pessoas com pés grandes não correm nem
mais devagar nem mais depressa do que aquelas que
apresentam um tamanho normal (ou mais pequeno).
Estas foram, pelo menos, as conclusões de um estudo
da Universidade do Colorado (EUA).
Numa prova de corrida: o que nunca devo fazer?
A primeira e mais importante é não desistir, mas não
deve ainda:
Falta de aquecimento
Como acontece em qualquer treino, é bastante provável que não aqueça
o suficiente antes de correr e termine por fazê-lo nos quilómetros iniciais
da corrida. Se passar a velocidade, pode chegar a meio da corrida e
levar uma reprimenda do seu corpo ao mandá-lo parar com dores e uma
lesão que podia ter evitado.
Estrear material
Se existe uma coisa que nunca se deve fazer numa competição é estrear
material, seja uma t-shirt, uns calções ou umas sapatilhas. O seu corpo
não está habituado e pode ter dores muito más que não o deixarão
aproveitar o evento. O mesmo se passa com essas barras energéticas
que nunca experimentou antes e que quer ingerir na corrida.
Comer demasiado ou pouco
Com medo de ficar sem forças na prova em que se inscreveu, é normal
que na noite anterior não queira comer e que o seu pequeno-almoço seja
carregado. Por não respeitar as regras básicas de nutrição prévia à competição,
já várias pessoas se viram obrigadas a sair a meio da prova. Por
outro lado, os nervos não devem impedi-lo de se nutrir devidamente.
Deixar-se tomar pela emoção e deixar que a adrenalina lhe
diminua o raciocínio
Ouve o tiro de partido e a adrenalina fá-lo sentir-se o corredor mais
rápido do mundo por alguns minutos. Corra sempre com cabeça e não
corra mais do que pode durante os primeiros quilómetros, se não quiser
que a sua marca sofra as consequências.
Evitando estes erros, o sucesso está logo ali!
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#101+2
O que são termogénicos?
E para
que servem?
Qual a vantagem da massagem na Hipertrofia?
A massagem liberta a adesão dos tecidos, “descompactando”
o tecido muscular e melhorando a separação dos
vários compartimentos. A massagem promove um aumento
de flexibilidade nos músculos, reduz a rigidez e aumenta a
elasticidade dos tecidos envolventes permitindo ao treino
de hipertrofia ser mais produtivo e não sofrer a resistência
criada pela fáscia muscular.
12%
Melhoras na resistência do corpo, caso boceje regularmente
com elixires de menta
Os termogénicos, ou como também
são conhecidos “queimadores de gordura”,
são uma classe de produtos
que tem como principal finalidade
aumentar a temperatura do corpo, o
que por sua vez, aumenta o metabolismo
do corpo, o que por fim, faz
com que mais energias/calorias sejam
gastas nas atividades diárias, desde às
tarefas do dia-a-dia ao treino desportivo.
Muitos destes produtos, contêm
igualmente ingredientes que visam
reduzir o apetite e a eliminação de
líquidos. Normalmente esta classe de
produtos é utilizada para perder peso
mais rapidamente. Os mais conhecidos
e utilizados são a cafeína e
o chá verde. Mas existem muitos
mais exemplo, que inclusive usamos
diariamente, como: erva-mate, ginseng,
capsaicina, guaraná, L-tirosina,
L-carnitina, pimenta preta, gengibre,
sinefrina, coleus forskohlii, mucuna
pruriens, etc.
Qual é a forma mais rápida de ganhar músculo?
Segundo os investigadores do Lehman College, os
treinos consistem em 3 séries de 10 repetições que
podem ser mais eficazes no que respeita à formação
de músculo. Em estudos recentes, mostrou-se
que em 75% das vezes não existe diferenças entre
fazer essas 3 series ou aumentar o regime de treino
acima desse valor até 7 series. Aconselha-se igualmente
o consumo de 30 gramas de proteína em cada
refeição. Por fim, sempre que se aumento o peso e
intensidade das séries, deve aumentar-se o tempo
de descanso.
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#101+2
Devo Saltar um treino se
tiver engripado?
Depende de quão forte for a gripe, e
de à quanto tempo ela dura, e ainda
em que estado a doença se encontra.
No entanto, um treino ligeiro pode
trazer benefícios, nomeadamente, ao
aumento da circulação sanguínea e ao
aumento da temperatura do corpo, que
ajuda a matar o vírus da gripe. É aconselhável,
caso sinta dores nas articulações,
ou sinta os sintomas a piorar,
o melhor é mesmo parar o exercício,
e deitar-se na cama e recuperar totalmente.
Quais os benefícios dos
Pilates?
O Pilates promove a força e o desenvolvimento
muscular equilibrado e
por todo o corpo de forma uníssona.
Sendo extremamente efetivo nos
músculos do fundo das costas, no
abdómen e nos músculos pélvicos.
Com a prática regular, vai perder peso,
ganhar saúde, uma musculatura forte e
equilibrada e uma postura correta. Por
fim, o Pilates melhora a elasticidade
muscular, a mobilidade das articulações
e fortalece os ossos.
Quais são os benefícios das
bagas goji?
As bagas goji a cada novo dia ganha
mais adeptos, e isto porque são
consideradas um dos mais potentes
“super-alimentos”, graças às suas propriedades
nutricionais. Apesar dos elogios
algo exagerados, o facto é que as
bagas gojo são ricas em aminoácidos
(19, dos quais 8 são essenciais), ácidos
gordos ómega 3 e 6, ciperone, fisalina
e betaína, responsáveis pelo desenvolvimento
do tecido muscular, cruciais
na manutenção da pressão arterial
e da prevenção das doenças cardiovasculares,
da diabetes e de algumas formas
de cancro, combatem a hepatite,
protegem o fígado e as células. São
também ricas em vitaminas C e do
complexo B, antioxidantes e com propriedades
anti-inflamatórias, as bagas
goji, reforçam o sistema imunitário,
previnem o envelhecimento do organismo
e a impotência sexual. O Pilates
promove a força e o desenvolvim
Como ganhar velocidade
com um só exercício?
Faça quatro repetições de agachamentos
com carga. O grupo de nadadores
do estudo conseguiu percorrer a
mesma distância a maior velocidade,
uma vez que aumentou a potência nas
pernas. Para conseguir esse efeito,faça
saltos em split antes de qualquer actividade
que exija movimentos rápidos.
36%
Aumento da força
de rotação no
joelho quando esta
a correr a
velocidade
moderada.
Existiu alguma vez algum atleta que com literalmente
Super-Poderes?
Sim, e o seu nome Eero Mäntyranta era um esquiador olímpico que
tinha uma estranha condição: Ele podia acumular 50% a mais de
oxigênio no sangue do que resto de nós
O que é o treino Tabata? E, quais as vantagens?
Uma metodologia de treino criada no
japão pelo senhor Izumi Tabata (daí o
nome), cientista de um departamento de
fisiologia que conduziu testes em vários
grupos de atletas aplicando treinos de
intensidade moderada com treinos intervalados
de alta intensidade.
E, quais as vantagens?
Esta metodologia apresenta melhorias não
só das capacidades aeróbias mas também
anaeróbias, aumentando significativamente
a resistência dos atletas. O método
Tabata é ainda superior a outros tipos de
treino porque permite aumentar a velocidade
do metabolismo durante e após o
exercício: o que significa que após o treino,
o ainda está a queimar calorias por umas
horas, sendo uma grande ajuda para a
redução de gordura corporal.
24 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
A música Viva La Vida da banda britânica Coldplay
é a ideal para se levantar de manhã, segundo
um estudo do aplicativo Spotify e do psicólogo
musical David M. Greenberg, da Universidade de
Cambridge (Reino Unido). As restantes músicas
são:
Quais as melhores músicas para
acordar?
1. Coldplay - Viva La Vida
2. St. Lucia - Elevate
3. Macklemore & Ryan Lewis - Downtown
4. Bill Withers - Lovely Day
5. Avicii - Wake Me Up
6. Pentatonix - Can’t Sleep Love
7. Demi Lovato - Confident
8. Arcade Fire - Wake Up
9. Hailee Steinfeld - Love Myself
10. Sam Smith - Money On My Mind
11. Esperanza Spalding - I Can’t Help It
12. John Newman - Come and Get It
O cão não é só o
melhor amigo do
homem, é também
o melhor
companheiro
para os momentos
de exercício.
Treinar com
o seu cão pode
ajuda-lo a queimar
muitas mais
calorias. Mais
precisamente
77%.
Como fortalecer o coração e o
sistema circulatório?
Um estudo publicado no
Annals of Internal Medicine
aponta que a forma mais rápida
de fortalecer o coração é reduzir
a ingestão de hidratos de
carbono, mas não necessariamente
de gorduras. O aumento
de colesterol HDL (aquele que
chamamos de “bom”), é quatro
vezes superior em pessoas que
optam por dietas deficitárias
de hidratos de carbono, o que
ajuda o corpo a queimar gorduras,
melhorando a saúde em
geral, incluindo o coração.
13. Felix Jaehn - Ain’t Nobody (Loves Me Better)
14. Mark Ronson - Feel Right
15. Clean Bandit - Rather Be
16. Katrina & The Waves - Walking on Sunshine
17. Imagine Dragons - On Top of the World
18. MisterWives - Reflections
19. Carly Rae Jepsen - Warm Blood
20. iLoveMemphis - Hit The Quan
Como devo respirar para retirar maior rendimento do
meu corpo?
No desporto é necessário aprender a usar o diafragma, de modo a expulsar todo o ar dos
pulmões com uma expiração prolongada e regular para terminar com um sopro forte que nos
permita atirar a máxima quantidade de ar possível. Na inspiração precisamos de absorver uma
profunda quantidade de ar. Deve realizar estes exercícios parado, para fortalecer o diafragma e
começar a dar-lhe importância inconscientemente, porque assim poderá utilizá-lo de forma mais
eficiente (quanto mais mecânico e natural, melhor) quando estiver a correr ou a fazer outros
exercícios semelhantes como o ciclismo ou mesmo o halterofilismo.
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 25
#Futebol - Os melhores
futebolistas depois dos
melhores!
Alexis
Sanch
A dura história de
uma das maiores
estrelas mundiais
Diogo Sampaio, Colunista e Director Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com
26 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
ez
Robert
Lewandowski,
Gareth Bale,
jamei Jardy e
Luiz Suárez
D
e Pep Guardiola a Arsene Wenger, passando por
Pasquale Marino e Marcelo Bielsa, todos eles com
diferentes conceções de jogo, a nenhum deles, o futebol
de Alexis Sanchez foi indiferente, e cada um deles à sua
maneira, o considerou absolutamente fundamental para
os esquemas táticos, e no onze inicial ou saído do banco,
Sanchez sempre fez a diferença.
O chileno, agora no Arsenal, é um jogador rápido, criativo
e trabalhador com um indiscutível faro para o golo.
Habilidoso e ambidestro, ele é capaz de ocupar qualquer
posição na linha da frente, e o seu rendimento não cai
por jogar nos flancos ou mesmo ao centro, como um falso
número 9. Sanchez é dotado de excelente capacidade técnica,
agilidade, elegância e aceleração, o que lhe permite driblar
os adversários com habilidade e facilidade. Para além disso,
o chileno é um “coelho com pilhas Duracell” em forma de
jogador. Ele nunca pára de se mover, nunca fica muitos
segundos na mesma posição, ele é um futebolista energético
que dá tudo o que tem em campo. A alta intensidade com
que joga é impossível de falsificar e é um exemplo para os
seus companheiros.
Para muitos, a sua única falha enquanto futebolista, é a sua
excessiva tendência para o individualismo, mas a sua capacidade
para criar oportunidades de golo do nada, ultrapassa
qualquer ceticismo e torna-o uma das maiores figuras do
futebol mundial. Afinal, ele tem uma média, de um golo a
cada dois jogos, nos dois anos que leva no Arsenal. O interessante,
é que fora das quatro linhas, Alexis é o oposto: geralmente
tímido e reservado, raramente fala com a imprensa e
quase nunca é notícia pelo que faz fora do relvado.
Quem o conhece pessoalmente, confirma a sua personalidade
fechada, e o seu foco no futebol vinte e quatro horas
por dia. Ele treina, joga e o resto do tempo passa-o em casa,
e rejeita com convicção qualquer evento noturno.
Isto é de tal forma verdadeiro, que o seu apelido é “El Nino
Maravilla” devido à sua forma espartana de viver a vida.
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 27
#A (dura) infância
“MESMO TENDO APENAS 27 ANOS, E ESTAR NO SEU AUGE FUTEBOLÍSTICO,
ALEXIS SANCHEZ JÁ TEM PLANOS PARA DEPOIS DO FUTEBOL,
E… ELE QUER SER ATOR!”
Não é incomum, principalmente nos futebolistas sul-americanos,
vê-los jogar da mesma forma como viveram nas terras que os viram
nascer. Trazer para dentro de campo a agressividade e o instinto de
sobrevivência que os fez resistir à pobreza e às parcas condições das
suas infâncias. Muitas vezes, crescendo em ambientes dominados
pelo crime e pela violência. Alexis não é exceção. Ele nasceu em
Tocopilla, uma cidade a 1.600 quilômetros ao norte de Santiago,
presa entre as montanhas e o deserto. Tocopilla é uma cidade com
uma paisagem monótona, de penhascos afiados, estradas estreitas
e esburacadas, casas em ruínas, poluição, pobreza e sujidade; toda
aquela região é um dos lugares mais áridos do mundo. Não é de
admirar os moradores se refiram a ele como o “Canto do Diabo”.
Durante oito anos, este foi todo o mundo de Alexis; como ele
próprio já afirmou em entrevista, foi a jogador futebol descalço em
Tocopilla, que ele adquiriu o seu característico estilo de corrida aos
saltinhos, porque tinha que estar constantemente a desviar-se das
pedras que ia encontrando nas ruas onde começou a jogar à bola!
Foi também na sua cidade natal que ganhou o seu primeiro apelido,
o “Dilla”, uma versão curta do ardilla (esquilo), porque ela rápido e
ágil, não só em campo, mas para subir para os telhados de casas para
recuperar bolas perdidas durante os jogos de rua.
A infância do futebolista chileno foi tão humilde quanto podia ser.
O seu pai deixou Tocopilla pouco antes de ele nascer, e Sanchez
teve que crescer rápido, juntamente com o irmão Humberto e irmãs
Marjorie e Tamara, que juntos ajudavam a mãe, que vendia peixe
fresco nas cidades vizinhas. Em entrevista com Jornal espanhol El
País, em 2013, Alexis confessou que “não era fácil conseguir dinheiro”
e que, quando tinha apenas 8 anos de idade, que prometeu
à mãe, que ele iria ser “… jogador de futebol, e que tudo vai dar
certo, e ainda vamos ter dinheiro”. Ele falou estas palavras quando
se mudou do Rancagua, um clube da terra onde jogava desde os 6
anos, para o Universidad Catolica’s football school.
Apesar de continuar a preferir jogar na rua com os amigos, Alexis
começou logo ali a fazer a diferença. Uma vez marcou oito golos
num só jogo, contra crianças dois anos mais velhas que ele, e após
autorização da FA local, Sanchez competiu em, e ganhou, dois
torneios ao mesmo tempo. Ainda assim, dois anos depois, voltou
à cidade natal, isto porque ele tinha dificuldades em entender os
conceitos táticos do jogo. Voltou a ajudar a mãe, e a jogar futebol
de pés descalços nas terras áridas de Tocopilla. E assim foi, durante
os cinco anos seguintes, e foi com 15 anos, que ganhou as primeiras
chuteiras depois de finalmente um clube de dimensão reparar
nele, o Cobreloa. Pelas palavras do próprio Alexis “Eu estava tão
animado que eu usava-as (as chuteiras) no pavimento, embora tivessem
pregos e fossem feitas para a relva”. É incrível, mas durante
todos aqueles anos, ele nunca teve umas chuteiras suas e era a sua
mãe as arranjava, e apenas para os dias de jogos, pedindo chuteiras
emprestadas a quem podia. Para uma cidade com apenas 25.000 pessoas,
Tocopilla tem visto muitos futebolistas, mas poucos chegaram
a profissionais, sendo a grande exceção Ascanio Cortes, um dos
melhores médios centros do Chile de sempre, com carreira feita no
River Plate. Uma segunda estrala estava prestes a nascer, e aos 16
anos, estreava-se a jogar pelo Cobreloa, e poucos jogos depois marcou
o seu primeiro golo profissional e a chamada à seleção do Chile
não demorou muito tempo a acontecer.
E, aos 17 anos, marcava o seu primeiro
“hat-trick” contra o Caracas na Copa
Libertadores! Finalmente chegava às
luzes do futebol mundial!
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Pela rotação dos ponteiros do relógios: Alexis
ainda menino, na sua terra natal, Tocopilla.
O primeiro clube na Europa do chileno, a
Udinese. Alexis a comemorar um golo no
Barcelona, a equipa onde mesmo não tendo
sucesso total, deixou a sua marca. Por fim,
temos o chileno com a camisola do Arsenal, o
seu clube atual!
#Europa: Udinese, Barcelona e Finalmente Arsenal
Dos interessados europeus foi o Udinese da
Itália que o contratou em 2006 por cinco temporadas,
mas devido à sua juventude, emprestou-o
ao Colo-Colo, onde era extremamente
desejado pelo técnico da altura do clube,
Claudio Borghi, que chegou inclusive a
telefonar a Alexis para o convencer a ir para
o clube. Jogou bem e evoluiu, mas acabou
novamente emprestado na época seguinte,
desta vez, ao River Plate. No clube argentino
foi menos feliz, quando uma lesão grave
no tornozelo esquerdo, o tirou dos relvados
durantes muitos meses. Ainda assim, acabou
por se sagrar campeão argentino em 2008.
Apesar de contratado dois anos antes, foi só
em 22 de julho de 2008 que foi apresentando
como reforço efetivo da equipa italiana
Udinesse, e logo no seu primeiro jogo, ainda
uma partida amigável contra o Bossano,
ele foi considerado o homem do jogo, e em
pouco tempo, o preferido dos adeptos, que
iam à loucura, com os dribles e com a habilidade
do chileno, que quebrava a monotonia
tática de uma grande parte dos jogos da primeira
liga italiana.
Em 112 jogos pela camisola do Udinesse,
Alexis marcou 21 golos e assistiu por 20
vezes os seus companheiros; sendo que
nesse registo, fica marcado o dia 11 de
Fevereiro de 2011, quando a sua equipa venceu
o Palermo por uns expressivos 7-0, tendo
Sanchez marcado 4 desses golos, sendo o
primeiro chileno da história a marcar um
Hat-tick na Serie A.
As suas exibições, a que se soma a sua seleção
e o Mundial de 2010, deram nas vistas, e a
sua transferência para o Barcelona, por €26
milhões, não foi surpresa para ninguém. A
sua adaptação à equipa catalã, não foi tão
fácil como poderia parecer; um exemplo
disso, foi a adaptação à língua, o que pode
parecer estranho uma vez que em Espanha
ele poderia voltar a falar a sua língua materna,
a questão chave aqui, é que o espanhol
falado no Chile pode ser bastante complexo
e difícil de entender para os outros países da
hispanofonia. Ainda assim, ele conseguiu
ambientar-se e ser tido pelos seus companheiros
como um “miúdo divertido”, como
disse uma vez Gerard Pique sobre Alexis:
“… (Ele) é um garoto engraçado - nós ainda
não conseguimos entender muito do que ele
diz, mas ele é engraçado”. Admitindo igualmente
que o que mais gostava no chileno
era a forma de “ quando ele entrava no terreno
de jogo, ele se transformava novamente
em uma criança”. Mas, o maior problema
em Barcelona, foi tático. Alexis precisa
de liberdade para jogar o seu futebol, e a
filosofia de jogo de Guardiola não permitia
essa liberdade ao chilena. Mesmo assim, no
onze inicial ou saído do banco de suplentes,
tanto Pep Guardiola e depois Tito Vilanova
souberam retirar proveito do seu talento, mas
Jordi Roura e Tata Martino, não foram tão
competentes. Com chegada de Neymar, ele
perdeu ainda mais espaço no onze, mesmo
que tivesse terminado a época com melhores
números que o brasileiro, e todos entendiam
que o seu tempo em Espanha tinha terminado.
O Arsenal e a Premier league surgiram
como a solução perfeita, tanto para as suas
características futebolísticas quanto para a
necessidade do chileno assumir de novo o
protagonismo para si. Olhando aos resultados,
a opção não podia ter sido melhor.
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#Alexis – o menino que volta sempre às suas raízes
Tocopilla é famosa pelas suas minas e pelo seu peixe, e agora, por ter dado ao mundo, um dos
maiores talentos do futebol, e a sua presença é sentida em toda a parte: pósteres nas lojas, placares
de publicidade nas ruas, grafites nas paredes, uma rua com o seu nome… ele é uma lenda
viva! E, mais extraordinário ainda, é o respeito que ele reserva à cidade que o viu nascer. Ao
contrário de muitos futebolistas
de hoje, que passam as férias e
dias de folga em luxuosos hotéis
em lugares paradisíacos ou em
enormes iates de milhões de euros,
Alexis prefere regressar à terra que
o viu nascer. Participando regularmente
em inúmeras campanhas
de promoção da cidade e ações
de solidariedade que têm vindo
a dar uma nova cara a Tocopilla,
bem mais atraente e a afastar-se
progressivamente da imagem dura e ardida de ainda há poucos anos.
Mas, a sua fama não se fica unicamente pela pequena cidade de Tocopilla, e numa pesquisa
realizada pela empresa de marketing Havas Sports & Entertainment, Sanchez foi indigitado pelos
chilenos como o atleta mais marcante do seu país, com quase 66% dos votos, e é apenas uma
questão de tempo, para que ele se transforme, no futebolista mais internacional de sempre pelo
Chile, ocupando hoje já a terceira posição, e dois mundiais no curriculum, e com possibilidade
de jogar ainda mais dois a bom nível.
Mesmo tendo apenas 27 anos, e estar no seu auge futebolístico, Alexis Sanchez já tem planos para
depois do futebol, e… ele quer ser ator! Mesmo ainda dominando mal o inglês, esperemos que
a sua estadia em londres, que dê as ferramentas que ele precisa, para sobreviver em Hollywood.
“O ARSENAL E A PREMIER LEAGUE SURGIRAM COMO A SOLUÇÃO PERFEITA,
TANTO PARA AS SUAS CARACTERÍSTICAS FUTEBOLÍSTICAS QUANTO
PARA A NECESSIDADE DO CHILENO ASSUMIR DE NOVO
O PROTAGONISMO PARA SI. OLHANDO AOS RESULTADOS,
A OPÇÃO NÃO PODIA
TER SIDO MELHOR.”
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Gareth
Bale
O prodígio do País
de Gales
2015 não foi um grande ano para o Real Madrid, e o mesmo se pode
aplicar a Gareth Bale, que no seu clube esteve longe de ser decisvo,
como tinha sido, por exemplo no anterior, quando marcou o segundo
golo na final da Liga dos campeões, e deu inicio à conquista da “decima”
pela equipa maior da capital de Espanha. Bale foi inclusive
apupado pelos seus adeptos no início do ano, e a chegada de Rafael
Benitez também não ajudou, a que ainda se somam duas lesões
musculares com alguma gravidade. E, para terminar, alguns desentendimentos
com companheiros, nos
quais se inclui Cristiano Ronaldo, fizeram
do ano transato, um dos piores do
avançado blanco. O ex-Southampton e
Tottenham não tinha aliás um ano tão
mau quanto este. Espera-se que em
2016, seja um ano bem melhor, afinal, está a jogar numa posição
mais central no campo, quase como um número 10, e espera-se que o
seu rendimento no clube, e torne o BBC (Bale, Benzema e Cristiano)
uma maquina de bom futebol.
Então, como num ano tão desastrado,
Bale pode estar entre os
melhores?
A resposta é simples: 11 golos
na campanha de qualificação do
Euro 2016, uma percentagem
superior a qualquer outro jogador
entre as principais nações
e marcadores. E, ele fê-lo pela
seleção do País de Gales, conseguindo
quase que sozinho,
uma qualificação histórica para
este pequeno país. Bale guiou
o seu país para um de seus
maiores sucessos futebolísticos da sua história desportiva. E, isso
por si só. Para termos uma ideia dos números, os onze golos de Bale
representam 82% de todos os golos marcados na qualificação pelo
seu país.
“11 GOLOS NA CAMPANHA DE QUALIFICAÇÃO DO EURO 2016, UMA PERCENTAGEM
SUPERIOR A QUALQUER OUTRO JOGADOR
ENTRE AS PRINCIPAIS NAÇÕES...”
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Robert
Lewandowski
O número 9 “que nunca
tem dúvidas e raramente
se engana”
Lewandowski logrou um marco na sua carreira e no futebol com os cinco golos que marcou
pelo Bayern Munique contra o Wolfsburg em apenas 8 minutos e 59 segundos a 22
de setembro de 2015. Em menos de 10 minutos, o avançado polaco de 27 anos, obrigou
os jornalistas a percorrer uma infinidade de registos da Bundesliga à procura de um algo
que se comparasse, mas nada foi encontrado nas mais recentes bases de dados ou nos poeirentos
páginas dos jornais arrecadados
nos armazéns das mais antigas
publicações. Na Europa também não
se encontrou quem tivesse igualado
o registo do número 9 do Bayern.
Mas, surpresa, surpresa, só poderá
ser para os mais distraídos porque
já em 2013, quando ainda vestia as
cores do Borussia de Dortmund, em
menos de uma hora, ele rematou
para o fundo da baliza por nada
menos que quatro vezes, e contra…
o poderoso Real Madrid, na meia-final da Liga dos Campeões. Uma exibição que haveria
de ser crucial para deixar a então equipa comandada por Mourinho de fora da final. E,
nesse jogo, mais dois recordes: Lewandowski tornou-se o primeiro na história da principal
prova europeia de clubes a anotar quatro golos numa meia-final e também nenhum
outro jogador tinha obtido um póquer contra o Real Madrid nas competições europeias.
Finalmente, ao que recordes diz respeito, o avançado polaco foi também o mais rápido
futebolista da história do campeonato alemão a chegar aos 100 golos.
NUMA ALTURA EM QUE O FUTEBOL E OS SEUS
RECORDES SÃO QUASE DE EXCLUSIVA
RESPONSABILIDADE DE LIONEL MESSI E
CRISTIANO RONALDO, LEWANDOWSKI SURGE
COMO UMA BELA E NECESSÁRIA SURPRESA A ESTA
ALTERNÂNCIA ENTRE O PORTUGUÊS E
O ARGENTINO.
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#Futebolistas
Para os especialistas, e os que o acompanham de perto,
afirmam que a sua principal característica dentro das
quatro linhas é a capacidade de decidir, sem nunca ter
que pensar duas vezes se é melhor rematar ou passar.
A decisão surge-lhe por instinto e a sua (brilhante) técnica faz o resto!
Técnica que não pode ser dissociada da sua
infância. Lewandowski nasceu de uma família
de desportistas, o pai foi judoca e a mãe uma
jogadora profissional de voleibol. Até certo
ponto, o desporto como destino estava traçado
desde o dia que nasceu. Mas, o pai, sempre
insistiu que o seu filho, diversificasse ao máximo
as suas atividades físicas, e Lewandowski
acabou por praticar ainda jovem, Judo e Voleibol como
os pais, e ainda andebol e ginástica, e só passando para
o futebol mais tarde (só se dedicou exclusivamente ao
futebol aos 16 anos). E como uma excelente bagagem
atlética. É disso bom exemplo, a forma como ele controla
na perfeição a bola com a perna esticada ao limite no ar,
e com os pés quase à altura da cabeça; foi a ginástica
quem lhe deu esta elasticidade. E talvez ainda mais
importante, esta diversidade de modalidades na infância
e adolescência, permitiu-lhe criar uma morfologia atlética
muito pouco atreita a lesões. Nas quatro épocas que leva
no campeonato alemão, ele apenas perdeu por lesão, um
total de 7 jogos na liga e nunca teve parado mais que duas
semanas.
A carreira: do modesto Legia ao Bayern
Mas comecemos pelo princípio. Ainda na Polónia foi rejeitado pelo
Varsóvia, tendo ido parar ao Delta Varsóvia da quarta divisão antes de
chegar a Legia, aos 17 anos. Onde acabaria também dispensado ao fim
de uma época, onde contrariando os dados da sua carreira profissional ao
mais alto nível, teve uma lesão muscular grave na coxa que o impossibilitou
de jogar grande parte da temporada. Deu nas vistas pela primeira vez
no Znicz PruszKów onde marcou 15 golos em 30 partidas, terminando a
época como melhor marcador e ajudou a sua equipa a subir para a segunda
divisão. Na segunda temporada melhorou ainda o seu registo, com 21
golos marcados em 32 jogos, e terminou ainda com o prémio individual
revelação do ano na Polonia.
Estes números valeram-lhe a transferência, por 1,5 milhões de euros, para
o Lech Poznan da primeira divisão polaca, onde na primeira época, faturou
14 tentos, para além de ser dele o golo mais bonito desse ano. Novamente
a sua segunda temporada, os números melhoraram e marcou 21 golos,
terminando a época como melhor marcador da competição.
Nestas duas épocas ao serviço do Lech, também se estreou
na Europa, e as suas prestações não passaram despercebidas
aos grandes europeus, e não foi de estranhar que tenha
acabado por se transferir para o Borussia de Dortmund em
junho de 2010, onde durante três épocas, marcou golos atrás
de golos, incluindo os 4 tentos já falados ao Real Madrid, na
meia-final da Champions. O Borussia tornou-se demasiado
pequeno, e a sua transferência para o gigante Bayern de
Munich, para quem perdeu a final da Champions e campeonato,
surgiu com naturalidade.
Lewandowski o Avançado mais completo do
Mundo?
Segundo o próprio avançado
polaco, “sempre
que te vês como bom,
perdes-te a possibilidade
de melhorar… e não há
perfeição no futebol”.
Mas, o próprio concorda,
que no seu jogo, não
existe uma fraqueza evidente no seu
jogo. Klopp foi a peça chave para
o seu desenvolvimento, desde que
chegou à Alemanha aos 21 anos, e
ainda um jogador a precisar de crescer.
O chamado “diamante em bruto”. E de
tal forma, assim era, que na primeira
época no Dortmund, muitos adeptos e
imprensa se questionaram como poderia
Lewandowski ter sido o melhor
marcador na Polonia. Uma das razões
que levaram que ele demorasse tanto
tempo a afirmar-se na Alemanha foi
a inadaptabilidade natural a um novo
país e uma nova cultura. Piszczek e
Jakub Błaszczykowski, como afirma Lewandowski, foram
“… uma grande ajuda nos primeiros seis meses”. Aprender
a língua também não foi fácil e o pior de tudo, jogou muitas
vezes fora da sua posição natural, jogando muitas vezes a
“número 10” - o organizador da equipa. Por muito que isso
tenha custado boas exibições ao avançado, é o próprio que
diz que jogar no meio campo fez dele um melhor jogador e
muito mais completo. Por último, quando passou a ocupar
o lugar de avançado, o sistema 4-2-3-1 preferido de Klopp,
não é o seu preferido, como já divulgou em muitas entrevistas,
ele prefere ter sempre um companheiro no ataque.
Na segunda temporada, a sua performance melhorou drasticamente,
e isso fez com que o interesse de grandes clubes
mundiais procurassem contratar os seus serviços. Há cabeça,
apareceu o Man. United, que apresentou uma proposta de
compra, que foi prontamente recuada. Ninguém escondeu
que essa recursa, foi um duro golpe para o avançado, mas
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#Lewandowski
isso fala muito do seu caracter, já que essa época 2013-14, foi a sua
melhor com a camisola do Borussia de Dortmund, terminando a
temporada com 20 golos, e o primeiro futebolista polaco a vencer a
bota de ouro da Bundesliga.
Se Klopp, ao insistir com ele como
número 10, lhe deu as armas, ninguém
as aproveitou melhor que Guardiola,
com o seu sistema tático que privilegia
o “falso 9”. No entanto, a maior
Pela rotação dos ponteiros do relógios: Robert nos seus
primeiros clubes ainda na Polonia - Znicz PruszKów e Legia
(onde começou a sua carreira profissional aos 17 anos). O seu
primeiro clube na Alemanha o Borussia. Na seleção do seu
país onde se tornou uma peça chave e por fim no Bayern de
Munich.
conquista de Lewandowski ao longo do último ano tem sido a de
convencer Guardiola de que ele pode estar errado, e que o típico
avançado cen-
tro, pode ser o que melhor
se adequa as necessidades da
equipa da Baviera. Até porque
ao contrário do que acontecia
em Barcelona, o Bayern
apresenta uma abordagem de
jogo mais direta, abdicando
muitas vezes da posse de bola
pela simples posse, e assente
numa tática com maior verticalidade,
e uma referência
no ataque mais fixa, era o
mais indicado. Lewandowski
aproveitou ao máximo esta
oportunidade, e é hoje ao lado
de Suárez o melhor avançado
centro do mundo. As estatísticas
estão aí para o provar. E,
os vídeos dos seus golos para
nos deslumbrar.
“A SUA PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DENTRO DAS QUATRO LINHAS É A CAPACIDADE
DE DECIDIR, SEM NUNCA TER QUE PENSAR DUAS
VEZES, SE É MELHOR REMATAR OU PASSAR.”
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Um génio com muito mau feitio
LUIZ SUAREZ
Suárez é como já alguém o descreveu “um cérebro
futebolístico de velocidade semelhante a um super
computador, capaz de calcular instantaneamente se a
melhor percentagem de golo está nele próprio ou em um
colega de equipa”.
Diz o ditado que de “génio e louco, todos temos
um pouco”. Suárez recebeu dos dois em dobro,
mas durante muito tempo, os seus problemas
disciplinares foram um entrave, principalmente
para os anos que jogou na Premier League no
Liverpool. O curioso, é que o uruguaio nunca
foi expulso dentro das quatro linhas, mas devido
a inúmeros “incidentes” capturados pelas
câmeras de televisão, que o levaram a vários
períodos de suspensão. E os seus (maus)
comportamentos variaram desde agressões a
adversários – as famosas dentadas, que ainda
antes do Mundial já lhe tinham valido dois castigos
prolongados, até a insultos a adeptos. A realidade
é que em Inglaterra o comportamento de
Suarez quase não tem procedentes, e a sua controvérsia,
acabou por fazer com que o seu talento
passasse para um segundo plano. E as suas
exibições no campo também saíram prejudicadas,
durante um período em Inglaterra, a sua
taxa de sucesso na concretização era de apenas
12,5% uma das piores entre os maiores avançados
da Europa, e a percentagem de dribles com
sucesso também não era muito melhor, ficando
abaixo dos 30%. A dentada de Suarez em Chiellini
marcou o mais grave, e felizmente o último,
caso de indisciplina do uruguaio, que lhe parece
ter servido de lição. O “mau feitio” de Suárez no
Barcelona desapareceu, e com esse desaparecimento,
surgiu apenas o génio do uruguaio, e
com o génio, as assistências e mais importante,
os golos!
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#Suarez
Em 2015, o Barcelona de Luiz Enrique esteve muito perto de
chegar ao recorde de seis triunfos em um ano civil do Barcelona
de Guardiola em 2011. Simplificando: vencer todas as competições
possíveis. Para o pleno ficou a faltar a supertaça espanhola, perdida
para o Athletic de Bilbao, numa final que é disputada a duas mãos,
e onde o primeiro jogo foi desastroso para equipa catalã, tendo
perdido por uns estrondosos 4-0. Recuperar deste resultado, era um
(quase) milagre, que não aconteceu. Mas, num ano em que se venceu
o Campeonato, a Liga dos Campeões, o Mundial de Clubes, a
Supertaça Europeia e a Taça do Rei, a supertaça espanhola só servia
para somar e pouco acrescentava ao valor e ao fantástico ano da
principal equipa da Catalunha.
Quem olha somente para estes resultados, há-de ser difícil de imaginar
quão perto esteve o técnico catalão de ser despedido, por maus
resultados e pobre futebol, no final do ano de 2014. E, no entanto,
a meio do mês de Novembro de 2014, a posição de Luiz Enrique,
estava tão tremida quanto um trapezista em cima de corda, em que
um pequeno passo em falso, seria a sua queda e o seu despedimento.
Entre os adeptos não havia qualquer empatia, as notícias de desentendimentos
do técnico com os principais jogadores fazia manchete
em todos os jornais desportivos do país vizinho. Messi parecia ser
um dos mais descontes, e estava longe do seu auge; Neymar não era
mais que uma promessa adiada, que parecia assim ficar eternamente.
O meu campo funcionava mal, e a pressão na recuperação de bola,
um dos pilares do êxito do Barcelona de Guardiola, era cada vez
mais ineficaz e acontecia cada vez mais perto do último terço defensivo.
Parecia haver pouco a fazer.
“SE O ENORME BARCELONA DE GUARDIOLA, VIVIA DO MEIO CAMPO COM XAVI E
INIESTA A FAZER DE MOTOR, O BARCELONA DE LUIZ ENRIQUE VIVE DO ATAQUE, E O
URUGUAIO É A ROLDANA QUE PÕE A MÁQUINA A FUNCIONAR. ”
Acontece, que exatamente nesse momento mais negro, chegava ao
fim o longo castigo da nova e maior contratação do plantel desse
ano: Luiz Suárez. Demorou poucas semanas para que o impacto do
uruguaio no jogo coletivo do Barça, se fizesse sentir, mudando radicalmente
a dinâmica de jogo, sempre para melhor. E, ele não só melhorou
o jogo de ataque, mas também ajudou a equipa a defender de
forma mais eficaz. A abnegação e esforço de Suárez a tentar ganhar
a bola às defesas contrárias é literalmente contagiante para os seus
companheiros de equipa, que com ele em campo, e motivados pelo
seu exemplo, pressionam também eles intransigentemente o portador
da bola, logo no seu último terço do campo ofensivo.
A utilização de Suárez no onze, teve também o efeito de revitalizar
Messi, que no momento da sua última renovação de contrato, pediu
de forma clara à direção para que esta renovasse a equipa catalã e
lhe desse os meios para voltar a ser competitiva em todos os capítulos.
Suárez foi essa contratação, que também fez crescer Neymar
para outro patamar! Neste momento, estra “tripla” de jogadores
é absolutamente arrasadora. Em 2015, o FC Barcelona bateu um
novo recorde no futebol espanhol, terminando o ano civil com 180
golos marcados. Os chamados “MSN marcaram 137 desses golos,
e Suárez ficou empatado com Messi, cada um deles com 48 tentos
certeiros. Neymar “ficou-se” pelos 41 golos. Se o enorme Barcelona
de Guardiola, vivia do meio campo com Xavi e Iniesta a fazer de
motor, o Barcelona de Luiz Enrique vive do ataque, e o uruguaio é a
roldana que põe a máquina a funcionar.
Suárez é como já alguém o descreveu “um cérebro futebolístico de
velocidade semelhante a um super computador, capaz de calcular
instantaneamente se a melhor percentagem
de golo está nele próprio ou um
colega de equipa”. As 23( vinte e três)
assistências entre 01 de dezembro de
2014 e 23 de novembro de 2015, são
disso prova.
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JAMIE
A Cinderela dos tempo modernos que ainda há 2 anos trabalhava numa
fabrica e depois calçou as chuteiras, desatou a marcar golos e é o melhor
jogador da Premier League
A surpresa do ano, veio
de Inglaterra!
V
ardy é a incrível história de um jogador que, até 2011, vivia sobretudo
do trabalho diário numa fábrica, e o futebol, era uma atividade amadora,
mas que hoje é o melhor marcador (e mesmo melhor jogador) da
Premier League. Uma história de dificuldade, falta de oportunidade mas acima de
tudo de superação, de um homem que nunca deixou de acreditar, e alcançou assim o
sucesso; tanto pessoalmente como o do Leicester, um clube que luta para não descer
de divisão, e que hoje ocupa os lugares cimeiros e pode inclusive pensar em chegar
à Champions.
Mas nada melhor que compreender o drama do inglês que pelas palavras do próprio
Jamie Vardy:
“Tive de trabalhar muito, para estar onde estou hoje. E vou continuar a trabalhar
para melhorar mais. Há não muito tempo, eu estava nem Sheffield, trabalhando
numa fábrica que faz fibra de carbono para ser utilizada em talas médicas. Aquilo
era muito duro... Tinhas de carregar os moldes para os fornos e estavas constantemente
a carregá-los para prateleiras. Algumas das prateleiras eram mais altas do que
eu. Agora, imagina o que é carregar numa hora mais de 30 moldes para prateleiras
altíssimas, suportando aquele peso todo! As minhas costas começaram a ceder e a
doer seriamente...Fiquei mesmo preocupado. Disse para mim mesmo: não podes
continuar a fazer isto!
Tive muita sorte. Tinha deixado a fábrica há quatro dias e apareceu o convite do
Halifax Town. Eu até estava disposto a
pagar para jogar e dei por mim a viver de
um salário ligado ao futebol e a jogar em
full-time. Como deves imaginar, o salário
não era grande coisa... Mas sempre era melhor
do que estar na fábrica, onde não me
dava bem com o meu chefe. Devido ao futebol,
só num ano, faltei 36 segundas-feiras ao trabalho na fábrica! Aos sábados jogava
no Stocksbridge e aos domingos jogava na equipa de um pub local, que se chamava,
The Anvil. Noventa minutos no sábado, noventa minutos no domingo, como é que eu
ia carregar moldes na segunda-feira?
Todos os dias acordo no país das maravilhas.
Devido a tudo o que tive de passar para chegar
a este ponto, acho que aprecio isto tudo, mais do
que os outros. Às vezes, escuto jogadores profissionais
dizerem que isto não passa de um trabalho
para eles, mas para mim não é assim. Eu
literalmente, não me importava de jogar futebol
todos os dias! Não é agradável trabalhar pesado
numa fábrica a tempo inteiro. Nunca teria previsto
tudo o que me aconteceu, mas penso que
sou um bom exemplo para muitos futebolistas
jovens. Para te ser honesto, vi jogadores muito
bons nas divisões amadoras. O problema é que
ABDIQUEI DA INDEMNIZAÇÃO, DECIDI TIRAR UM ANO
E DEDICAR-ME
EXCLUSIVAMENTE AO FUTEBOL.
V
A
R
D
Y
UMA HISTÓRIA DE DIFICULDADE,
FALTA DE OPORTUNIDADE MAS ACIMA
DE TUDO DE SUPERAÇÃO
os clubes profissionais não estão dispostos a
arriscar neles.
Felizmente para mim, o Leicester arriscou...”.
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Como ter êxito, em um
profissões mais comp
do mundo?
Especial
Treina
Como é possível ter-se êxito numa das profissões mais
competitivas do Mundo? Qual é a melhor forma de retirar o
máximo rendimento dos jogadores e de todo o grupo que o
rodeia? Qual a melhor aposta: a motivação pelas palavras
ou o domínio pela postura? O que fazer quando o fracasso
aparece a cada novo fim-de-semana? Desistir
ou Persistir? E, o grupo, de que forma a sua coesão
influencia o resultado final? Saiba resposta a todas estas
perguntas, no especial treinadores nas próximas páginas!
40 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
a das
etitivas
dores
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Mot
e Inteligência E
António Fidalgo
Ex-Futebolista profissional em históricos portuguese (S.L. Benfica; S.C.
Braga; Sporting C .P); Ex-Técnico principal do Estoril Praia foi anda
Director desportivo no SC Campomaiorense CS Marítimo; exerce há vários
anos funções de jornalista e comentador/analista de futebol na RTP e RR e
é formador em Couching e PNL
antoniofidalgo.winow@gmail.com
www.facebook.com/antoniofidalgo.coaching
http://coachepnl.blogspot.pt/
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Costumo definir Motivação como uma força ou um conjunto de forças interiores
que orientam os comportamentos da pessoa no sentido de alcançar um determinado
objetivo.
A origem etimológica da palavra, do latim “movere”, que significa mover, sugere
que “motivação” pressupõe movimento. Logo, de uma forma mais simplista e
dividindo a palavra, podemos definir Motivação como - Motivo para a Ação.
Motivação é um dos fatores mais evocados no desporto, pela reconhecida importância
que a mesma tem na performance dos atletas
Podemos avançar em direção aquilo que queremos, ou pelo contrário avançar para
nos afastarmos do que não queremos. Motivamo-nos de forma a nos aproximar de
algo que nos dá prazer ou para fugir de algo que pode causar dor. Ex; “quero ganhar”
vs “não quero perder”.
Pela experiência que tenho tido, com inúmeros atletas com quem tenho trabalhado
como Coach, não me sobram dúvidas que quando os mesmos seguem a direção do
”prazer”, o foco na tarefa e o rendimento tendem a aumentar.
ivação
mocional
Alguns cuidados a ter em conta;
a) Na Motivação por Afastamento, pode acontecer que, quanto mais se afasta dos
problemas, menos graves lhe pareçam, baixando dessa forma os índices de motivação.
b) Na Motivação por Aproximação, o foco mais intenso na tarefa pode, eventualmente,
possibilitar uma menor atenção a problemas/obstáculos que possam surgir
Consoante o estímulo, podemos dividir a Motivação, em Extrínseca e Intrínseca.
Na Motivação Extrínseca o estímulo vem de fora, através de fatores externos, como
por exemplo um bom prémio financeiro, exemplos inspiradores, reconhecimento
público…etc. Este tipo de Motivação é importante por criar condições positivas e
um ambiente estimulante.
Mais importante, e que pode fazer a diferença por potenciar altos patamares de
Motivação, é a Intrínseca. A Motivação gerada por necessidades e motivos da
própria pessoa e que estimula certos comportamentos, potenciando ações que mais a
aproximam do resultado pretendido. A Motivação Intrínseca proporciona a energia
necessária a um esforço superior, potencia a superação de limites, eleva os níveis
de auto confiança e auto estima fortalecendo também a capacidade de persistência.
Existem também fatores de ordem emocional potenciadores de um certo tipo de
Motivação. São fatores internos ou externos que estimulam emocionalmente o
atleta, potenciando aquilo a que chamamos de Motivação Emocional. Um tipo de
Motivação extremamente forte e possibilitadora de elevado rendimento, particularmente
de ordem física ou neurofisiológica.
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São estímulos motivacionais usados de forma recorrente, nos momentos que antecedem
a competição.
O aspeto menos positivo da Motivação Emocional reside no facto de, perante uma
contrariedade, se poder desvanecer.
Por esse motivo se recomenda que a mesma seja acompanhada por estímulos de
ordem mais racional e lógica, potenciadores de outro tipo de motivação – Motivação
Cognitiva – que permite manter a atenção (foco) no que é realmente importante
numa dada situação ou num certo contexto.
Por tudo o que é dito antes, ter consciência de que a motivação é um processo
interno e pessoal é tão necessário quanto fundamental, pois coloca a pessoa como
responsável pelo que lhe acontece, desviando-a de qualquer processo reativo, que
normalmente tende a colocar a responsabilidade nos outros ou fora de si mesmo.
“10% do teu sucesso depende dos teus conhecimentos (já que os
que competem contigo têm mais ou menos os mesmos conhecimentos)
e 90% dependem da tua Inteligência Emocional”
Daniel Goleman, psicólogo, escritor, jornalista, investigador científico, membro
da direção do “Mind and Life Institute” e da “American Association for the
Advencement of Science”, no seu “Best-Seller” – Inteligência Emocional – enumera
algumas características da mesma, nomeadamente;
- “ A capacidade da pessoa se motivar e persistir a despeito das frustrações”
- “ A capacidade de controlar os impulsos e adiar a recompensa”
- “ A capacidade de regular o seu próprio estado de espírito e impedir que o
desânimo subjugue a faculdade de pensar”
“ A capacidade de sentir empatia e ter esperança”
Refere ainda Goleman, que todas estas capacidades, podem ser desenvolvidas desde
que percecionadas e apreendidas, sendo que a aptidão emocional constitui, desse
logo, uma meta habilidade determinante no modo, como melhor ou pior, seremos
capazes de usar outras capacidades que possamos ter, incluindo o intelecto puro.
“A impossibilidade de se separar a racionalidade das emoções, pois a ausência
destas altera as decisões supostamente racionais”, ficou claramente demonstrado
com êxito pelo “nosso” António Damásio - escritor, professor de Neurociência
na University of Southern California e que trabalha no estudo do cérebro e das
emoções humanas (Wikipédia) - no seu livro “ O Erro de Descartes- Emoções,
Razão e Cérebro Humano”.
Mobilizar as emoções na persecução de um objetivo é essencial para concentrar a
atenção (foco) na tarefa, para desenvolver e apurar competências, para a criatividade
e para a Auto-Motivação.
O auto controle emocional - adiar a recompensa e dominar a impulsividade – está
subjacente a altas performances nas mais variadas áreas.
Ser capaz de entrar em estado de fluidez (a consciência do atleta está totalmente
absorvida pela ação) permite desempenhos de grande qualidade e elevados índices
de eficácia.
Para um amigo meu, treinador de…. ”10% do teu sucesso depende dos teus conhecimentos
(já que os que competem contigo têm mais ou menos os mesmos conhecimentos)
e 90% dependem da tua Inteligência Emocional”
No DESPORTO e na VIDA !
“Pela experiência que tenho
tido, com inúmeros atletas
com quem tenho trabalhado
como Coach, não me sobram
dúvidas que quando os
mesmos seguem a direção
do ”prazer”, o foco na tarefa
e o rendimento tendem a
aumentar.”
“Mais importante, e que
pode fazer a diferença
por potenciar altos
patamares de Motivação, é
a Intrínseca. A Motivação
gerada por necessidades
e motivos da própria
pessoa e que estimula
certos comportamentos,
potenciando ações que mais
a aproximam do resultado
pretendido. A Motivação
Intrínseca proporciona a
energia necessária a um
esforço superior, potencia a
superação de limites, eleva
os níveis de auto confiança
e auto estima fortalecendo
também a capacidade de
persistência.”
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As
ações
falam mais
alto que as
palavras. A
linguagem
corporal é
demasiado
importante
para a
deixarmos
ao acaso, na verdade, os melhores
treinadores tem uma capacidade
acima da média no decifrar dos
sinais não-verbais.
Um treinador tem de colocar as
expressões faciais, movimentos
e gestos a trabalhar para criar
uma imagem melhor de liderança,
domínio, confiança, ligação e
controle emocional. Treinadores
que trabalhem bem o não-verbal
tem uma maior probabilidade de
sucesso.
Um treinador tem de ser um “especialista”
em inteligência nãoverbal,
isto é, tem de dominar a
capacidade de interpretar e otimizar
os sinais não-verbais como
expressões faciais, movimentos e
gestos, para antecipar e influenciar
os comportamentos dos atletas,
de forma a preparar ou modificar
a estratégia mediante os sinais
não-verbais observados, tanto em
contexto profissional, social ou
até familiar e assim alcançar melhores
resultados na comunicação
e no campo.
A inteligência Não-verbal, não é
ver mais que os outros é apenas
saber interpretar aquilo que vê e
antecipar aquilo que poderá acontecer,
para adotar uma melhor
estratégia e ter a capacidade de
antecipação e não o da reação,
antecipar dá-lhe poder e a reação
atrasa-o.
Antes de melhorar a comunicação
não-verbal, deve ter em conta qual
o seu comportamento normal e
o que este já transmite, no fundo
como os outros já o percebem,
se é líder, dominante, submisso,
amigo, inseguro, …
“Comunicar não é aquilo que diz
ou faz, mas sim o que os outros
percebem daquilo que diz ou faz.”
e ter a perceção consciente do que
a sua linguagem Corporal transmite,
vai ajudá-lo a perceber o
qual o seu tipo de liderança.
Mediante a linguagem Corporal
que usa normalmente, vai agora
identificar o seu estilo de liderança
e a quais as caraterísticas
associadas.
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AGE
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Linguagem Corporal para Treinadores
46 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
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Alexandre Monteiro, Especialista em Decifrar Pessoas | sou@pessoab.pt linguagemcorporal.blogs.sapo.pt
“Comunicar não é aquilo que diz ou
faz, mas sim o que os outros
percebem daquilo que diz ou faz.”
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#Autoritário
Os Treinadores autoritários são muito
rigorosos e controladores. Forte sentimento
de justiça e uma necessidade
enorme de obediência por parte dos atletas.
Estabelecem regras rígidas e quando
quebradas pelos atletas tem tendência
a punir de imediato de forma rígida. São
exigentes, Inflexíveis e não sensíveis.
Não valorizam o diálogo bilateral e restringem
a autonomia dos atletas. Exigem
submissão e obediência.
Linguagem Corporal Estilo Autoritário:
• Não sorri
• Gestos retos e rápidos
• Tom de voz elevado ou grita
• Aponta com o dedo regularmente
• Queixo levantado
• Vira costas enquanto o atleta/a fala
• Discurso rápido
• Avança com a cabeça quando confrontado
• Mãos atrás das costas
• Mãos na cintura
• Expressão facial de Raiva
• Inclina-se para a frente e invade espaço pessoal
do atleta/a
• Interrompe frequentemente
• Ao falar tem tendência a falar com a mão na
vertical com movimentos, como fosse cortar o ar
• Contato ocular 100% e intimidador
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#Permissivo
#Linguagem Corporal
São interessados, criam bastante ligação,
aceitam e cumprem as exigências
dos atletas mesmo que discordem, evitando
assim confrontos. São mais preocupados
e sensíveis que exigentes. Tendem
a dar aos atletas o que eles pedem e
esperam que eles façam o mesmo pelos
treinadores (o que pode não acontecer).
Querem compensar o que eles mesmos
não tiveram como atletas (oportunidades,
compreensão ou treinadores rígidos).
Não colocam limites, deixam-nos
fazer o que querem para ficarem contentes.
Pedem aos atletas que mudem ou
acreditam que iram mudar com o tempo.
Linguagem Corporal Estilo Permissivo:
• Descontraído,
• Postura abertas
• Calmo
• Pausado
• Sem variação vocal
• Poucos gestos e condicionados
• Fala com as palmas das mãos para cima
mesmo quando dá diretivas
• Inclina-se para trás
• Ponderado ao falar,
• Tom de voz baixo,
• Poucas interrupções
• Toca muito nas pessoas
• Muitos gestos cruzados • Senta- se mais do que fica em pé
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#Orientador
Linguagem Corporal do Estilo Orientador:
• Sorri, mas não ri com regularidade
• Gestos controlados e curvos
• Dinâmico
• Partilha e manifesta expressões faciais
(Felicidade, tristeza, zangado,…)
• Coloca-se à mesma “altura” que os atletas
ao falar
• Tom de voz variado e emotivo e firme
• Ilustra bem com as mãos o que está a dizer
• Postura Corporal aberta
• Coloca palmas das mãos para diretivas e
repreender
• Coloca palmas das mãos para cima para criar
ligação
Apesar de manter a autoridade e controle,
tem uma maior capacidade de
comunicação, ligação, consistência e
flexibilidade, respeitando o desejo de
independência dos atletas e a capacidade
de se fazer ouvir. São exigentes e
assertivos mas não intrusivos e/ou restritivos.
Treinadores com grandes expectativas,
incentivam a liberdade mas não a
libertinagem. Estabelecem menos regras,
mas são melhores na sua aplicação.
• Bom contato ocular durante 70% do tempo e
não intimida
• Usa o toque para criar ligação e domínio
• Ouve
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#Negligente/Desinteressado
Frios, distantes, imprevisíveis, duros
e abusivos quando a situação sai fora
de controlo, não exigem nada e não
dão quase nada em troca. Desligados
da responsabilidade de treinadores
exceto quando a situação sai fora de
controlo.
.
Linguagem Corporal Estilo Negligente/
Desinteressado:
• Poucos Movimentos ou quase nulos
• Distante e pouco expressivo
• Tom de voz não varia
• Partilha e exibe poucas expressões faciais
• Fala com as palmas das mãos viradas para
baixo,
• Poucos movimentos
• Só usa o contacto ocular quando defende a
sua opinião
• Usa mais gestos de reprovação e desprezo
• Emoções negativas extremas quando
• Não corrigem até estarem no limite
• Não ouve e fala
• Tronco direcionado em direção contrária
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#Ling. Corporal
Agora que identificou o seu estilo, pode melhorá-lo e otimizá-lo,
aproximando-o mais do estilo orientador, para obter uma linguagem
mais eficaz e eficiente, para conseguir transmitir a toda a usa competência
com menos resistência por parte dos atletas, melhorando o
rendimento.
Vou revelar uma técnica simples para melhorar o grau de confiança
dos treinadores e jogadores, adotada por Cristiano Ronaldo e que até
à data lhe pode ter passado despercebida.
Cristiano Ronaldo antes de marcar os livres, afasta muitos os pés,
coloca as mãos na cintura, é o que chamamos de posições de poder,
que feitas antes de um evento vão ajudar a melhorar o desempenho
dos atletas. Amy Cudy, professora de Harvard, revela numa investigação,
de que as posições que adotamos podem mudar a forma como
nos sentimos ou pensamos. A este respeito, um treinador ou atleta que
adote uma linguagem corporal dominante, irá afetar os seus pensamentos
e sentimentos de forma positiva e como consequência o seu
desempenho de líder e confinaça.
Isto é possível, porque a linguagem corporal ou não-verbal afeta os
“A LINGUAGEM CORPORAL OU NÃO-VERBAL AFETA OS NÍVEIS
HORMONAIS NO ORGANISMO. A MUDANÇA PARA UMA LINGUAGEM NÃO-VERBAL
MAIS PODEROSA, IRÁ FAZER COM QUE AUMENTE A TESTOSTERONA
E DIMINUA O CORTISOL DO ATLETA OU TREINADOR”
níveis hormonais no organismo. A mudança para uma linguagem
não-verbal mais poderosa, irá fazer com que aumente a testosterona e
diminua o cortisol do atleta ou treinador, estas duas hormonas estão
inter-relacionadas, quando uma aumenta a outra diminui.
As poses de Poder, aumentam o nível de testosterona, a hormona
atribuída a posição dominante e confiança, e fazem diminuir os níveis
de cortisol, ligados ao stress e tensão, este é um motivos porque um
treinador deve recorrer a esta técnica antes e durante os jogos, porque
irá ter um efeito significativo sobre como lida com os atletas e como
analisa e executa as estratégias e como lida com a tensão.
Posturas de poder:
• Mãos atrás da cabeça.
• Mãos na cintura
• Levantar o queixo
• Afastar os pés
Interpretar e otimizar a Linguagem Corporal, é fundamental para a
interação treinador-atleta, porque o treinador é o verdadeiro agente
de mudança e orientação. Ao longo da história os maiores líderes do
mundo têm sido bons oradores porque
usam a linguagem corporal para que as
suas competências e ideias sejam ouvidas
e percebidas, da mesma forma, os treinadores
precisam exibir não verbalmente
liderança, ligação, esforço, entusiasmo e
paixão para motivar e ter a confiança dos
seus atletas.
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#Dicas Ling. Corporal
3 Dicas simples para otimizar desde já, a imagem de treinador
de líder:
1.º Contato ocular
Tal como as palavras os nossos olhos transmitem muitas mensagens.
O forma como faz o contato ocular pode ajudá-lo ou prejudicá-lo.
Se tem dificuldade no contato ocular vai enviar os sinais errados e
ser visto ansioso, inseguro ou até como mentiroso, devido ao mito “
Quem não olha olhos nos olhos, está a mentir!”. Também não é pela
quantidade de tempo ou intensidade que o faz que vai transmitir mais
liderança, ao fazê-lo está a demonstrar insegurança.
Para um bom contato ocultar deve olhar olhos nos olhos na proporção
de 7 para 1, olhar durante 7 segundos e desviar 1 segundo.
Tal como os músculos, o contato ocular também pode e deve ser treinado,
através de técnicas específicas.
2.º Aperto de mão
90% das interações entre duas pessoas começam com um aperto de
mão. Saber fazer um bom aperto de mão e saber “ler” um aperto de
mão dá-lhe uma vantagem competitiva, pode transmitir mais confiança,
ligação, credibilidade e ainda pode ler quais as boas ou más
intenções da outra pessoa em relação a si.
Um bom aperto de mão deve ser firme, colocar a mão na vertical e
exercer a mesma força que outra pessoa.
Saber como fazer um aperto de mão corretamente é uma habilidade
que requer o conhecimento de técnicas que o ajudam a parecer mais
Líder, seguro, credível, carismático e também como contrariar o
domínio subconscientes exercido por outras pessoas.
3.º Postura
Um líder “não tem medo” e deve saber demonstrá-lo através da postura.
Um líder não tem medo de que as pessoas venham falar com ele
e por este motivo tem de adotar posturas abertas e acolhedoras. Braços
abertos com as mãos visíveis, os pés à distância de ombro um do
outro, gestos com as mãos amplos, ombros para trás e costas direitas.
Braços cruzados, pernas cruzadas, mãos à frente dos genitais, mãos
nos bolsos, olhar para baixo são vistos como gestos de submissão,
medo ou insegurança.
A linguagem corporal é uma parte fundamental na sua imagem de
Liderança, mas esquecemo-nos demasiadas vezes da sua importância
e não lhe damos a devida importância, é imperativo que a interação
treinador-atleta se faça o mais fluida possível e para isso o treinador
tem de ter consciência dos gestos do corpo, sinais não-intencionais,
postura corporal, indicadores físicos e emocionais, para identificar
as mensagens mais verdadeiras e tornar a comunicação mais eficaz.
Um Abraço Amigo,
Alexandre Monteiro!
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A LIDERANÇA EM
MOMENTOS DE
CRISE
O PODER DO FRACASSO
Alcino Rodrigues, Docente em Técnicas de Comunicação (Ensino Superior), Coach e Formador em Soft-skills,
Orador e Dinamizador de Equipas, Treinador de Futsal e autor do livro “Como Ser Um Treinador de Excelência”
Facebook - www.facebook.com/alcinorodrigues.coaching/
SSer um líder em tempo de derrotas é, à primeira vista, ter uma tarefa inevitavelmente
dura e recheada de decisões de um enorme grau de dificuldade e complexidade. A capacidade
para tomar decisões de qualidade sobre pressão é inversamente proporcional à
capacidade para os liderados aceitarem essas decisões de bom agrado. A credibilidade
do líder (neste contexto consideremos o papel de treinador ou director) que está sobre
pressão dos resultados está beliscada nesta altura e tudo aquilo que fez de bom até agora, na
nossa particular mentalidade fatalista e vitimista (portuguesa), vai “por água abaixo”. Este
“mindset” peculiar, do qual sou bastante crítico, tem ainda maior repercussão quando falamos
de futebol e da sua importância e
tradição no desporto nacional. Aprender
a entender o que fazer em tempo de
derrotas é a chave da reviravolta e a
oportunidade para reescrever o plano
de acção com ideias diferentes. Na
nossa História, em várias dimensões
da nossa cronologia, tivemos grandes
reviravoltas, lideradas por pessoas que
conseguiram clarificar os objectivos,
influenciar positivamente os liderados, fazê-los acreditar nas suas ideias, ser inspiradores e
carismáticos, coisa que pouco tempo antes se julgaria possível. Eles lideraram a mudança
mas fizeram-no em equipa. Somos acostumados, desde pequenos, a jogar para ganhar sempre,
esquecendo um pouco que também existe a possibilidade de derrota. A lutar para sermos
sempre bem-sucedidos, aprender e estudar para tirar boas notas. Não gostamos obviamente de
perder, uma “batalha” ou a razão numa qualquer discussão. É sempre bom ganhar, é inegável.
Faz-nos sentir bem, realizados, confiantes e aumenta a nossa auto-estima. Mas falhar tem
uma verdadeira importância escondida. Falhar significa que houve um “tentar”. Significa que
estivemos presentes na luta e que simplesmente não conseguimos ser superiores ao adversário.
Importa ao líder reflectir sobre os motivos. Às vezes falhar ou fracassar é o melhor que pode
acontecer.
EINSTEIN DIZIA “INSANIDADE É CONTINUAR A
FAZER A MESMA COISA E ESPERAR
RESULTADOS DIFERENTES!”
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A uma equipa, a uma organização, a uma pessoa. Não quero dizer
com isto que defendo que falhemos de propósito um objectivo qualquer
mas sim que retiremos aprendizagem das falhas e o verdadeiro
valor que daí advém.
No seu discurso na cerimónia de entrega de diplomas em Harvard, J.
K. Rowling, famosa autora dos livros de Harry Potter, falou sobre o
valor do fracasso:
“Falhar significa eliminar o acessório. (…) Libertei-me porque o
meu grande medo já se tinha concretizado e eu ainda estava viva
e ainda tinha uma filha que adorava e tinha uma velha máquina de
escrever e uma grande ideia. E então o fundo do poço tornou-se a
sólida fundação sobre a qual construí a minha vida. (…) Falhar deume
uma segurança interior que nunca tivera ao passar os exames.
Falhar ensinou-me coisas sobre mim própria que nunca poderia ter
aprendido de outra forma. Descobri que tinha uma vontade forte e
“MAS FALHAR TEM UMA VERDADEIRA IMPORTÂNCIA ESCONDIDA. FALHAR SIGNIFICA QUE
HOUVE UM “TENTAR”. SIGNIFICA QUE ESTIVEMOS PRESENTES NA LUTA E QUE
SIMPLESMENTE NÃO CONSEGUIMOS SER SUPERIORES AO ADVERSÁRIO. IMPORTA
AO LÍDER REFLECTIR SOBRE OS MOTIVOS. ÀS VEZES FALHAR OU FRACASSAR
É O MELHOR QUE PODE ACONTECER. ”
mais disciplina que alguma vez suspeitara; descobri igualmente que
tinha amigos cujo valor estava verdadeiramente acima de qualquer
rubi. (…) O conhecimento de que emergimos mais sábios e fortes dos
contratempos significa que estamos, para todo o sempre, confiantes na
nossa capacidade de sobreviver. Nunca nos conhecemos verdadeiramente,
ou à força das nossas relações, até que ambos sejam testados
pela adversidade.”
Na verdade muito do que descobrimos sobre nós surge no fracasso,
na adversidade. A nossa riqueza interior, que depois transparece para
quem nos rodeia e quem contactamos, vem ao de cima. O fracasso ou
a derrota e o consequente ressurgimento (“a volta por cima” como se
costuma dizer) trazem à tona o nosso verdadeiro Ser e revela-nos tudo
acerca de nós. Lidar e recuperar do fracasso faz parte constituinte da
natureza humana enquanto Ser que aprende, evolui, melhora, avança,
pois isso é o que cria a dinâmica do mundo e da vida.
Um Mundo só com sucessos seria um
mundo desequilibrado. Não havendo nada
para reconstruir o Ser Humano iria sentirse
desmotivado da sua própria vida. E a
vida (e o desporto) naturalmente é feita de
altos e baixos, sucessos e fracassos, dia e
noite, luz e escuridão. A própria vida tem
a morte para equilibrar.
56 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Talvez a facilidade de sentir e contactar com o
sucesso, e a forma como no nosso dia-a-dia o conseguimos
observar, leve a uma falsa percepção de
facilidade na sua obtenção. Talvez não tenhamos
a noção de que o sucesso é um caminho, mais do
que apenas um resultado e isso condiciona-nos a
desejar muito obtê-lo. Uma das características que
o fracasso carrega é o medo que nós temos dele.
O medo de falhar quase sempre nos leva a fracassar.
Tendo mais medo de falhar do que vontade de
vencer leva-nos a uma inércia, a um bloqueio mental
e a partir daí só vemos barreiras à nossa frente.
Um treinador que arrisca mais mostra que tem
mais vontade de ganhar do que medo de perder.
Numa última referência à substituição do líder
fracassado, que muitas vezes é vítima da única e
mais simples forma de resolução dos problemas
que é ser afastado porque já não serve ou afastar-se
porque não tem motivação para sustentar a situação,
deixo algumas questões. Será que a pressão
colocada no treinador que é substituído é maior ou
menor que a pressão colocada no que o substitui?
Será que a mudança é aceite por todos os liderados?
O que será preciso para o novo líder sobrepor
as suas ideias às rotinas implementadas até aqui?
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“FALHAR ENSINOU-ME COISAS SOBRE
MIM PRÓPRIA QUE NUNCA PODERIA
TER APRENDIDO DE OUTRA FORMA.”
JK ROWLING
Quer seja numa equipa, numa organização ou
individualmente, o fracasso traz uma verdadeira
oportunidade para reganhar uma energia que foi
sendo desperdiçada ao longo do tempo de derrota.
É importante para o líder sentir que existe uma
oportunidade para refazer a orgânica do grupo, em
todos os sentidos, e reformular as metas propostas,
e mesmo até restituir uma mística e uma identidade,
algo que considero valioso.
Sendo assim existe algo bastante importante a
aprender no fracasso e em tempos de crise:
“Fomos capazes do pior mas a certeza de que
também já fomos capazes do melhor dá-nos a
energia necessária para ter esperança, lutar de
novo e crescer até não poder mais!”
Sabe que pode fazer o download
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Futebol
O CICLO DE VIDA
DA FORMAÇÃO
Júlio Coelho
Um jogador ou
treinador com
performances elevadas,
não surge
por “geração
expontânea”, mas
antes resulta de
um processo
moroso, duro,
humilde e muito
paciente.
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 59
omo é do conhecimento dos leitores, nos últimos tempos,
muito se tem falado em formação no futebol, nas suas
virtudes e na sua central importância e necessidade, para
a sobrevivência dos clubes em geral, e dos grandes clubes
em particular. Seja como fonte de receita, seja como
garantia de obtenção de jogadores com qualidades acima
da média, de forma a permitir a constituição de equipas
com elevada capacidade competitiva. Esta matéria tem
sido tratada de várias formas, desde a determinação de
metodologias de treino, até à forma de acolhimento dos
jovens atletas, passando pelas abordagens comportamentais.
Contudo, entendemos que sem se perceber como
evolui essa mesma formação, nos seus diferentes estágios,
será muito mais difícil, perceber e escolher os melhores
métodos e comportamentos, quer por parte de treinadores,
quer, muito especialmente, por parte dos próprios
praticantes.
Júlio Coelho , Professor do Ensino Superior na área da
Gestão, ex-atleta, ex-treinador e ex-presidente de clube de
futebol
jcoelho@ipleiria.pt
No fundo, estamos em presença de um processo de aprendizagem
evolutivo, que como tal, está associado a um ciclo evolutivo, ou
se quisermos, a “um ciclo de vida”.
O futebol é claramente um produto – espetáculo, composto por 3
componentes: a sua conceção (a construção mental da sua apresentação);
a sua criação (o treino e a prática); e a sua venda (o
espetáculo propriamente dito). Em todas estas componentes deve
existir um envolvimento de todos os seus agentes (dirigentes,
técnicos e jogadores), até porque, a sua venda faz-se para os seus
sócios e simpatizantes, e até para os “amantes” desta modalidade
60 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
em geral, através de diferentes meios (o jogo –
espetáculo; e todo o merchandising associado
ao clube e/ou equipa). Assim, como produto
que é, o futebol possui um ciclo de vida, o
qual é importante determinar (não sendo contudo,
o propósito deste artigo). Nesta linha,
julgamos ser facilmente entendível que a
própria Formação em Futebol, possua o seu
próprio ciclo de vida, em particular, na ótica
do praticante. Ora, um treinador ficará com
o seu trabalho mais facilitado, na medida do
conhecimento que tiver sobre o perfil do seu
atleta em termos da sua predisposição para a
formação.
De acordo com as teorias da aprendizagem,
suportadas em Piaget (1896 - 1980), sugerindo
que os jovens consolidam as aprendizagens
por volta dos 16 anos, e recorrendo
também à curva da aprendizagem (Hermann
Ebbinghaus: f. 1885), onde a repetição e a
experiência se traduzem em ganhos de tempo
e competências, associada à teoria do ciclo
de vida de um produto (Theodore Levitt,
1966), podemos determinar um ciclo de vida
para a formação, no futebol. Assim, parecenos
possível determinar 6 fases evolutivas
desse processo: pré-iniciação (características
naturais); iniciação (começo da formação
propriamente dita); desenvolvimento (físico e
técnico); crescimento (técnico-tático); maturidade
(interação treino/competição); declínio
(negação da aprendizagem). Ora, a primeira
fase caracteriza-se pelas habilidades, ou “jeito
natural”, que os jovens possuem para a prática
do futebol, que se prende com a coordenação
motora e o equilíbrio, que se observa nas primeiras
brincadeiras da criança com uma bola.
A segunda fase materializa-se no deixar ao
livre arbítrio da criança o desenvolvimento
de práticas e técnicas, em jogos de pequenos
grupos ou no desenvolvimento de habilidades
individuais técnicas de controlo e passe (não
esquecer que há uns anos atrás isto se fazia
nas ruas, coisa que hoje não acontece, mas
que deve ser encorajado, nesta fase inicial da
formação). Na terceira fase, deve-se começar
a introduzir e a desenvolver métodos de
treino controlado de cargas e especificidades
físicas e dos aspetos técnicos. Na quarta fase
devem ser introduzidas as questões técnicotáticas,
que carecem de grande predisposição
por parte dos atletas (diríamos que é nesta
fase que se perdem algumas das “promessas”,
precisamente porque nem todos os
jovens possuem essa predisposição e disciplina
para o treino). Na quinta fase, são então
desenvolvidos métodos de correção/melhoria,
através da interpolação entre o treino e a
competição (também aqui, a falta de predisposição
e a negação do erro, podem inibir
a progressão do atleta). Finalmente, a sexta
fase, o declínio, consiste e materializa-se, na
ótica da formação, na assunção de que “tudo
está aprendido” ou então, de que de ver, tanto
, de que “nada mais há para aprender”. Este
sentimento, como é fácil de ver, tanto pode
surgir nas fases iniciais do processo, como
na fase mais avançada, depois de um longo
caminho percorrido como atleta. Daqui,
podemos observar que há os que depois acabam
por seguir uma carreira de treinador com
mais ou menos êxitos (os que entendem que
ainda estão em condições de aprender mais),
mas também há aqueles que seguindo essa
carreira de treinador, entendem que “já sabem
tudo” e, nestes casos, normalmente os êxitos
não surgem, ou tardam em surgir.
Objetivamente, perceber e fazer perceber isto
aos jovens jogadores, pode contribuir para
uma melhor gestão dos grupos de trabalho,
porque permitirá adotar medidas adequadas
para cada fase do processo formativo. A cada
uma das fases descritas podemos atribuir um
nome, que facilite a natureza e as características
do praticante. Podemos também associar
uma escala etária que pode servir de orientação
aos visados:
Em síntese, este raciocínio permite-nos compreender
melhor qual ou quais as fases mais
críticas na formação e algumas das razões
da entrada permatura em algumas dessas
fases, em particular, na fase do declínio.
Ou seja, permite-nos observar que é na fase
da maturidade (“o atleta”) que se confirmam
as “promessas”, e que o declínio pode
surgir, prematuramente, em qualquer altura.
Permite-nos também relevar a importância
do “jogo da rua” que foi “escola” para muitos
dos antigos e atuais “craques”.
Um jogador ou treinador com performances
elevadas, não surge por “geração expontânea”,
mas antes resulta de um processo
moroso, duro, humilde e muito paciente.
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INFLUÊNCIA
DO CLIMA
MOTIVACIONAL
E COESÃO DE
GRUPO PARA O
SUCESSO NO
FUTSAL
Tiago Tavares
Especialista em Psicologia do Desporto
e Coaching desportivo, com
pesquisa e artigos científicos publicados
na área do tema abordado no
texto
tiagoastavares@gmail.com
A
motivação é um dos
construtos mais discutidos
na Psicologia, tanto
em estudos científicos
como em interpretações
do senso comum. Deci
e Ryan (1985) ¹ resumem de forma suscinta
que a motivação refere-se ao “porquê” da
questão do comportamento. Este propôs uma
definição simplista mas mostra realmente o
motivo que nos leva a fazer alguma coisa:
“Por que fazemos o que fazemos”..
De acordo com Carron, Brawley, e Widmeyer
(1998) ², a coesão é “um processo dinâmico
que se reflete na tendência de um grupo para
ficar junto e permanecerem unidos na busca
dos seus objetivos instrumentais e / ou
para a satisfação das necessidades afectivas.
Com esta definição Carron, Brawley e
Widmeyer (1985) avançaram para um modelo
conceitual para a coesão que distinguiu
dois tipos predominantes de cognições: a
primeira refere-se à perceção de um indivíduo
para a atração no grupo, que assume
a designação de Integração do Grupo (IG)
e a segunda diz respeito à perceção de um
indivíduo no grupo como um todo, com a
designação de Atrações Individuais em relação
ao Grupo (AIG).
A IG representa a proximidade, semelhança
e ligação dentro do grupo como um todo.
As AIG representam a interação dos vários
motivos que levam o indivíduo a permanecer
no grupo. O questionário é baseado neste
modelo de 4 dimensões: Atração Individual
para o Grupo em relação aos Aspetos Sociais
(AIG-S), indicam os sentimentos dos membros
da equipa sobre a atração que sentem
para o grupo quando este é visto como uma
unidade social com as respetivas interações
sociais; a Atração Individual para o Grupo
em relação à Tarefa (AIG-T), refletem os
sentimentos dos atletas do grupo em relação
à produtividade do mesmo e aos objetivos e
“Os treinadores devem tentar esclarecer os principais objetivos da temporada, tanto
pessoal e coletiva, para os jogadores, a fim de criar expectativas que correspondem
às possibilidades da equipa. ”
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pretensões do grupo; a Integração do Grupo em
relação aos aspetos Sociais (IG-S), transmite a
perceção individual do membro da equipa sobre
aspetos sociais existentes no grupo, que podem
originar semelhança ou aproximação e por último,
a Integração no Grupo em relação à Tarefa (IG-T),
reflete a perceção individual que cada membro
tem em relação ao grupo como um todo, tendo
em conta as tarefas que implicam semelhança e/
ou aproximação.
No que diz respeito em relação à coesão e o desempenho/performance,
os primeiros resultados foram
bastante inconclusivos e não muito constante uma
vez que vários estudos confirmaram a existência
de relações negativas e também relações positivas
(Carron 1977, Williams e Hacker, 1982)³.
Em relação ao clima motivacional no desporto,
existem várias teorias sociais que influenciam a
motivação dos atletas no desporto. A Teoria dos
Objetivos de Realização tem sido um dos contextos
mais utilizados nas realizações conceituais,
como a escola e os quadros para estudar a motivação
no desporto. É um desenho a partir de uma
visão sócio-cognitiva da motivação, a realização
dos objetivo teóricos argumentam que as variações
Referências Bibliográficas
¹ Deci, E.L., & Ryan, R.M. (1985). Intrinsic motivation and self-determination in human behavior.
New York: Plenum.
² Carron, A. V., Brawley, L. R., & Widmeyer, W. N. (1998). The measurement of cohesiveness
in sportgroups. In J. L. Duda (Ed.), Advances in sport and exercise psychology measurement
(pp. 213–226). Morgantown, WV: Fitness Information Technology.
³ Carron, A. V. Ball, J. R. (1977). Cause-effect characteristics of cohesiveness and participation
motivation in intercollegiate hockey. International Review of Sport Sociology, 12, 49–60.
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compreensão do investimento comportamental,
desempenho, bem-estar psicológico, e as respostas
afetivas em contextos de realização requer estudar
os critérios que os indivíduos utilizam para julgar a
competência e sucesso. A Teoria dos Objetivos de
Realização incide sobre os dois objetivos de realização
individual e do contexto ou objetivo estruturas
sociais que formam esses objetivos individuais.
Fundamentada na AGT, dois climas principais
foram identificados que refletem o trabalho de
Ames. Um clima maestria (orientado para a tarefa)
é percebido quando os membros da equipa são
direcionados para o auto-aperfeiçoamento, o treinador
ou o pai enfatiza o aprendizado e progresso
pessoal, o esforço é recompensado, os erros são
vistos como parte da aprendizagem. Em contraste,
um clima ego é aquele que incentiva a comparação
inter-individual e onde os erros são punidos e alta
capacidade normativa é recompensado.
Conclusões
Relativamente ao estudo que se realizou nesta
modalidade desportiva, podemos demonstrar que
existem diferenças entre algumas variáveis entre as
quais o Clima motivacional orientado para a tarefa
e o IG-T (Integração Individual para o Grupo-
Tarefa), o que vem realçar que um grupo onde haja
um clima orientado para a tarefa será mais fácil
para existir uma boa integração do atleta no seio do
grupo, mostrando quando uma equipa se encontra
unida/coesa, definiu bem os objetivos que queriam
atingir no final da época e sendo assim existirá
uma maior eficácia coletiva.
Podemos também constatar que um clima orientado
para o ego vem comprovar que leva a resultados
menos satisfatórios, pois o otimismo vai diminuindo
ao longo da temporada e a Integração de o
atleta no seio de um grupo é mais difícil e mais
demorada num clima que está orientado para o
ego e não para a tarefa. Este clima orientado para o
ego não só tem uma correlação significativamente
negativa com esta variável mas também com todas
as outras, o otimismo e a coesão de grupo.
Existe uma correlação significativamente positiva
entre as variáveis Clima Motivacional orientado
para a Tarefa e a coesão de grupo expecto na
dimensão Atração Individual para o Grupo-Tarefa
(AIG-T), indo ao encontro de outras investigações
em que os níveis de coesão são mais baixos no
final da temporada do que no início, porque, neste
momento, os jogadores percebem que os objetivos
a serem alcançados, quer a curto prazo como a
longo prazo, e as variáveis que unem o grupo para
atingir um melhor desempenho já não parecem tão
importantes. Resultados idênticos foram encontrados
por outros autores no desporto como no andebol
e basquetebol observando que todos os níveis
dos fatores de coesão diminuíram com o desenrolar
da época e com a chegada do final da mesma.
Por último uma das grandes conclusões a retirar
é que os treinadores devem tentar esclarecer os
principais objetivos da temporada, tanto pessoal e
coletiva, para os jogadores, a fim de criar expectativas
que correspondem às possibilidades da equipa.
Se as expectativas dos jogadores excederem
as possibilidades da equipa, em seguida, os seus
níveis de coesão e motivação podem diminuir e,
portanto, o seu desempenho também deve reduzir.
Se as metas a serem alcançadas são claramente
definidas, as expectativas de cada jogador irão
coincidir com as do grupo, e, desta forma, os
níveis de coesão e de motivação devem ser mais
constantes e o desempenho final da equipa poderá
ser melhor.
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Qualquer organização, desportiva ou não, já percebeu que o digital
Novas
será, ou já é, um importante touch-point com o seu target. Nesse
sentido, integrar o digital dentro da organização e da sua estratégia
de forma transversal a todos os departamentos é fundamental
para o seu sucesso. O digital não deve ser visto como o canal
estratégias
privilegiado (cada caso é um caso e, naturalmente, os objetivos definidos
poderão determinar a sua maior ou menor preponderância), mas sim
como a base a partir da qual a estratégia de marketing e comunicação
de marketing
de um clube, independentemente da sua dimensão, deve ser construída.
Existem muitos fatores que justificam uma visão mais blended da estratégia,
devendo o seu denominador comum ser o aumento do volume de
negócios/faturação da marca em causa, uma vez que o digital é relevante
para os clubes
apenas se se traduzir em negócio. Neste artigo enumero quatro razões
que me parecem fundamentais para uma maior aposta neste canal:
1. O digital como um canal privilegiado para a distribuição da marca
de futebol
e respetivos outputs de comunicação, vulgo conteúdos, do clube. O
alcance e interação conseguidos neste meio não tem paralelo nos media
tradicionais, na medida em
que a audiência disponível
FUTEBOL,
para consumo destes outputs
é enorme (mesmo que tenha
de se investir em paid media
para aumentar o reach);
2.O digital como um canal
para acesso a conteúdo
MARKETING
exclusivo. Casos como a
app do FC Porto para os
detentores de lugar anual
(https://app.fcporto.pt) ou o
recente lançamento do novo
site do Sporting, que na fase
E O DIGITAL
beta apenas permitiu o acesso
a sócios, são exemplos
de que determinado tipo de
conteúdos apenas está disponível,
pelo menos numa
fase inicial, para os fãs mais
Marcos Castro
Gestor da categoria Futebol na Prozis, a maior
loja online de nutrição desportiva da europa. Foi
gestor de projetos e membro do Comité de Comunicação
da Federação Europeia de Hóquei
entre 2012 e 2015. Tem ainda especialização
em Marketing e Comunicação Digital no Sports
Business Institute de Barcelona, uma pósgraduação
em Marketing Digital no IPAM e um
mestrado em Gestão Desportiva na FADEUP
www.marcostfcastro.net
marcos@marcostfcastro.net
leais do clube;
3.O digital como um canal relevante para a co-criação de campanhas
conjuntas entre marcas patrocinadoras do futebol e os clubes, de que são
exemplos a Prozis e a Sagres, que continuamente, e de forma conjunta
com os clubes, criam campanhas que respeitam os valores e posicionamento
dos clubes que patrocinam, criando uma maior identificação da
massa adepta destes com a respetiva marca;
4.O digital como forma de medir mais eficientemente o ROI. Seja
através de plataformas terceiras (redes sociais, por exemplo) ou próprias,
o digital permite-nos analisar de forma mais assertiva que o offline o
retorno que os diversos players (marcas e clubes) intervenientes estão
a ter, permitindo-lhes tomar decisões mais equilibradas e corretivas no
decorrer das ativações conjuntas. Pensar de forma integrada e de acordo
com o contexto da marca que represento e quero alavancar é fundamental
para se atingir o sucesso. E este contexto é marcada, de uma forma
crescente, pelo maior consumo de conteúdos e tempo despendido no
digital. Diria por isso: “embrace digital or die”.
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GESTÃO NO
O que é uma boa gestão
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FUTEBOL
para um clube de futebol?
Marke Geisy da Silva Dantas
Professor do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Brasil markegeisy@hotmail.com
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GESTÃO
NO FUTEBOL
O que é uma boa gestão para um clube de futebol? Esta pergunta pode ter diversas respostas
dados por diversos respondentes. Talvez, a maioria afirmasse que a conquista esportiva
(títulos, participação em competições internacionais, acesso a divisões superiores de campeonatos
nacionais, etc.) seja o parâmetro para determinar um modelo de gestão adequado.
Ademais, porque a missão de uma entidade esportiva é esta, ou seja, a finalidade pela qual é
constituída. Entretanto, ganhar títulos não deveria ser apenas o único objetivo. Manter uma
organização financeira nos clubes deveria ser prioridade também, até como uma forma de
assegurar os recursos necessários para investir em temporadas vindouras e manter a qualidade
da equipe para a conquista de títulos, ou uma maior probabilidade disto acontecer.
Entretanto, definir um modelo de gestão apropriado para o futebol se torna complicado (e ao
mesmo tempo, interessante), pois a história nos mostra que diversas formas de gestão tornaram
as equipes campeãs em algum campeonato importante, ou mantiveram a hegemonia
durante certo período. Mesmo que as gestões fossem como governos populistas, com gastos
desenfreados para atingir um objetivo pontual, sem a devida preocupação com situação
financeira futura.
Primeiramente, deveríamos definir o que é modelo de gestão. Na verdade, o modelo adotado
é totalmente dependente das pessoas que formam a instituição. Lembrando sempre que as
instituições são formadas por pessoas, o que acaba levando suas crenças para o ambiente
empresarial. Assim, o modelo de gestão pode ser definido como um conjunto de conceitos e
princípios construídos na própria entidade que orientam a administração das firmas em sua
gestão, para que a mesma cumpra a missão que foi definida para seu propósito. Se as pessoas
responsáveis pela gestão do clube apenas se preocupam em ganhar títulos, um objetivo
pontual, sem o devido planejamento estratégico tendo em vista o futuro da entidade, sem a
devida preocupação financeira, assim será.
Considerando que realmente a finalidade de uma organização esportiva são os títulos, não
se pode negar que os clubes realmente o buscam. Mas, não com a eficiência financeira
necessária para se manter estável durante a continuidade da empresa. Se estivermos falando
de crenças das pessoas que formam a administração do empreendimento, o problema é mais
acentuado devido ao fato de que os administradores dos clubes são em sua grande maioria
torcedores apaixonados pela instituição. E, em alguns casos, são despreparados para tal
função.
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“Talvez o modelo de gestão
mais enraizado em um
clube e bastante característico,
além de servir de
exemplo nos dias atuais,
seja o do Barcelona. Investir
em talentos próprios
(e) comprar jogadores que
se adéquam ao modelo de
jogo....”
Definição de Modelo de Gestão
O modelo de gestão pode ser definido como um conjunto de conceitos e
princípios construídos na própria entidade que orientam a administração
das firmas em sua gestão, para que a mesma cumpra a missão que
foi definida para seu propósito. Se as pessoas responsáveis pela gestão
do clube apenas se preocupam em ganhar títulos, um objetivo pontual,
sem o devido planejamento estratégico tendo em vista o futuro da entidade,
sem a devida preocupação financeira, assim será.
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“Os modelos de gestão farão nascer novos Barcelonas e Bayerns. Mas, os demais se
tornarão mais fortes, aumentando a competição e o balanço competitivo.
E o futebol será bem melhor.”
Estes responsáveis pela direção dos clubes
somente observam o resultado do campeonato,
um objetivo pequeno e de curto prazo, sem uma
visão de longo prazo, apenas para atender as
necessidades momentâneas e a pressão imposta
pelos torcedores. “Contratarei os melhores
jogadores e formaremos um time campeão”,
é a resposta dada pelo dirigente ao torcedor.
Mas, de onde sairá o recurso? Como o time se
sustentará com as dívidas surgidas? “Fica para
o próximo que assumir o cargo. Estou fazendo
minha parte dando alegria ao torcedor”. Talvez
esta seja a resposta.
Neste caso, é comum que alguns clubes
busquem os melhores jogadores possíveis, o
que, é claro, acarreta em um investimento alto,
e que a maioria dos clubes não consegue arcar
depois. O Real Madrid é o principal clube deste
tipo de metodologia. Entretanto, é a vários
anos considerado o maior clube do mundo,
portanto, possuindo uma estrutura financeira
sólida para manter tais investimentos. Além
disso, é uma prática comum ao clube em diversas
gestões de diferentes presidentes, manterem
o clube dos “galácticos”. Praticamente é um
objetivo enraizado na cultura da equipe e dos
torcedores, do ambiente que o cerca, contratar
os melhores jogadores de outros clubes por
valores absurdos.
Ainda neste meandro, dos gastos desenfreados, podemos encaixar os novos ricos do
futebol, como Chelsea, PSG e Manchester City, com seus donos magnatas, pois se tornaram
marcas do futebol contemporâneo. Hoje, é comum a compra de times tradicionais
(alguns deles tradicionais, mas pouco vitoriosos) por bilionários de países com pouca
expressão no futebol. Citando o Chelsea, Roman Abramovich, o seu dono, no início de
sua empreitada utilizou-se de recursos desmedidos para montar suas equipes, só conseguindo
seu principal objetivo, que era a conquista da Liga dos Campeões, em 2012.
Hoje, por causa do Financial Fair Play da UEFA, não é mais possível gastar tanto como
em temporadas passadas. Entretanto, estes times agora subjugam times outrora tradicionais,
como o Milan, por exemplo, que agora também é comandado por um dono oriundo
de um país sem expressão no futebol (Bee Taechaubol, tailandês que comprou 48%
das ações do clube), mas com recursos suficientes para contratar jogadores. Na prática:
quanto maior o recurso, melhores são os jogadores, e há uma maior probabilidade de
ganhar campeonatos. É um modelo de gestão? Talvez, se os recursos não forem usados
apenas para contratar jogadores, e sim investidos também em pagamento de dívidas,
categorias de base, instalações, dentre outros investimentos. Entretanto, está mais para
“Lei da Selva”. O mais forte vence.
Outra questão que norteia a gestão dos clubes de futebol são empresas de outros ramos
que atuam como parceiras dos clubes ou são donas de um. O Bayern de Munique é um
clube que tem suas ações divididas entre 3 grandes empresas: Adidas (a patrocinadora
dos uniformes), Audi e Allianz (que tem o naming right da arena do clube). O que já
demonstra uma preocupação com questões de Governança Corporativa e prestação de
contas para os acionistas, como é feito em empresas “normais” e que deveria ser feito
sempre em clubes de futebol (que deveriam ser empresas “normais”). Outra característica
importante do clube alemão são os diversos cargos administrativos do clube compostos
e exercidos por ex-jogadores (obviamente, capazes para exercer os cargos), o que
se torna um diferencial para a instituição, por trazer pessoas com conhecimento dentro
e fora de campo para um melhor desempenho gerencial.
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“O Internacional é talvez o melhor exemplo de gestão de um clube no país
(Brasil), por apresentar diretrizes estratégicas para o público, além de se
manter em um nível financeiro aceitável já a alguns anos”
Não é a toa que o clube é o mais forte da
Alemanha, sem praticamente adversários a
altura, seguidamente campeão nacional e candidato
a conquistar a Liga dos Campeões em
todos os anos, pelo menos a sete ou oito temporadas.
Um adendo a gestão do time alemão,
o clube é famoso por contratar os melhores
jogadores dos adversários, enfraquecendo-os.
A ligação entre clube e outros tipos de
empresa é uma forma de gestão bastante
utilizada no futebol. No caso de empresas
que são donas de clubes, podem ser citados
como exemplo o Bayer Leverkusen (Bayer),
Wolfsburg (Volkswagem) e PSV (Phillips).
Outros exemplos desta ligação são as chamadas
“co-gestão”, onde no Brasil existem dois
exemplos bem práticos. Um caso clássico do
país é a famosa parceria entre a Sociedade
Esportiva Palmeiras e a empresa de laticínios
Parmalat, parceria esta que durou entre os
anos de 1992 e 2001. Durante tal pacto, o
clube conquistou dois campeonatos nacionais,
uma Copa do Brasil, além da Taça
Libertadores da América de 1999. Jogaram
durante este período no clube alviverde jogadores
como Marcos, Cafu, Roberto Carlos,
Edilson e Rivaldo, estes campeões mundiais
com o Brasil em 2002, e outros jogadores
de técnica aprimorada, como Edmundo,
Evair, Cesar Sampaio, Antônio Carlos, Júnior
Baiano e Djalminha, dentre outros, todos eles
com participações em Copas ou convocações
constantes pela seleção brasileira. O outro
caso, o Fluminense Football Club, entre 1995
e 2015, foi patrocinado por empresa de saúde
suplementar chamada Unimed, que também
trouxe títulos e montou bons times para o
clube.
Mas, não podemos chamar esses exemplos
de modelos de gestão. São apenas formas de
manter altos investimentos, que nem sempre
podem dar certo dentro de campo, e se não
houver uma gestão financeira adequada no
que tange a arrecadação de receitas, o clube
pode sofrer dificuldades. O Palmeiras, por
exemplo, acabou rebaixado para a segunda
divisão do campeonato brasileiro justamente
no ano que a parceira se desfez, já que não
houve uma preparação do clube para a extinção
dos recursos oriundos da empresa. Já no
Fluminense, o clube conseguiu títulos importantes,
como dois nacionais, apenas nos anos
finais da parceria.
Ainda no Brasil, os exemplos citados
acima não são os únicos no país do futebol.
Entretanto, a maioria dos exemplos não se
tornou tão notórios quanto estes. Mas, o
Corinthians talvez tenha sido o time com
mais parcerias de co-gestão, de bancos a
investidores estrangeiros, todas elas obtendo
sucesso esportivo para o clube, mas depois
de suas saídas, deixando-o em dificuldades.
Somente, em 2008, após o rebaixamento, o
clube paulista buscou novas fontes de receitas
e a valorização da marca (com Ronaldo como
garoto propaganda, por exemplo), atraindo
patrocinadores mais fortes e não dependendo
de tal modelo de gestão. Porém, após a
conquista da Libertadores e do Mundial de
2012 (o clube vinha em uma sequência de
títulos desde 2008), os relatórios financeiros
de 2013 e 2014 evidenciaram reduções nos
lucros operacionais nos dois anos, corroborando
assim com o fato de que o desempenho
esportivo impacta no resultado financeiro.
Outros clubes brasileiros possuem singularidades
em suas gestões. São Paulo e Santos
são exemplos de clubes que investem bem
em suas categorias de base, sempre lançando
algum jogador nas temporadas. Em referência
ao Santos, conhecido por formar grandes
jogadores (por acaso, Pelé), o último grande
astro, Neymar, ajudou o clube a aumentar
suas receitas nos períodos em que o mesmo
se tornou o grande jogador da equipe, aliado
também a conquista de títulos, como a
Libertadores da América de 2011. Entretanto,
o após a sua saída para o Barcelona, o Santos
não conseguiu manter os resultados financeiros
anteriores.
O Internacional é talvez o melhor exemplo
de gestão de um clube no país, por apresentar
diretrizes estratégicas para o público, além
de se manter em um nível financeiro aceitável
já a alguns anos. Por fim, o Flamengo,
maior clube do país em torcida, mas conhecido
por suas gestões temerárias, agora vem
se adequando a questões financeiras, tendo
como prioridade a redução de suas dívidas e
o alcance do equilíbrio financeiro. Entretanto,
no futebol brasileiro, falar de boas gestões
é falar de casos esporádicos, pelo menos
em tempos não muito distantes. Agora, os
clubes visualizaram que poderá haver uma
tragédia no principal esporte do país se não
se adequarem a certas práticas de governança
e de gestão, principalmente a partir
da promulgação da Lei nº 13.155/15, que
traz em seu escopo “princípios e práticas de
responsabilidade fiscal e financeira de gestão
transparente e democrática para as entidades
desportivas profissionais de futebol”. Mas,
o esporte ainda se encontra muito aquém do
que realmente deveria ser.
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Talvez o modelo de gestão mais enraizado
em um clube e bastante característico, além
de servir de exemplo nos dias atuais, seja o
do Barcelona. Investir em talentos próprios,
comprar jogadores que se adéquam ao modelo
de jogo e a quantidade de sócios existentes
são marcas características do clube catalão.
Ademais, o livro “A bola não entra por acaso”,
do próprio Ferran Soriano, um dos responsáveis
pelo acesso do Barcelona ao patamar que
se encontra hoje, relata como o mesmo transformou
o clube com planejamento estratégico,
com objetivos de longo prazo, valorização da
marca, tratando a instituição como uma grande
corporação. Principalmente na contratação do
capital humano. Treinadores que comandavam
ao estilo de jogo histórico da equipe (como
fizeram Frank Rijkaard e Josep Guardiola),
jogadores que se encaixavam neste modelo e
estrategistas com a mesma visão de futuro que
ele tinha. O clube catalão na conseguiu chegar
ao patamar de hoje, com dois
dos melhores jogadores do mundo (Messi e Neymar) e ser considerado um time temido
por acaso.
Foi um planejamento estratégico realizado com princípios e objetivos claros em três
esferas: social (identificação dos torcedores com o clube), esportiva e financeira. Além
disso, com a paciência necessária para atingi-los. E é claro: uma dose de Ronaldinho
Gaúcho e uma de Lionel Messi ajudaram nesta caminhada.
Não existe um modelo de gestão padrão a ser utilizado em clubes de futebol. Por diversas
questões: tamanho do clube, quantidade de torcedores, se os torcedores são mais
pobres ou mais ricos, região em que se encontra, o país, a forma de jogo, os jogadores
pertencentes ao clube. Inúmeras outras variáveis poderiam ser citadas aqui que impactariam
a gestão de alguma forma. Além dos objetivos de cada clube. Alguns querem
ser o melhor do mundo. Outros, só querem subir de divisão. E ainda há aqueles que
somente desejam ganhar do rival naquela temporada. Assim, determinar um modelo é
uma tarefa extremamente complicada. Até porque, no esporte, para alguém ganhar, outro
tem que perder. Então, mesmo com um bom planejamento, o clube pode não atingir
seu objetivo por causa de um campeonato, de uma partida, de uma derrota, de um gol.
Todavia, se os clubes apenas fizessem o básico, determinar objetivos de curto e longo
prazo (financeiros e não financeiros), analisar pontos fortes e fracos, oportunidades e
ameaças, além de buscar a eficiência financeira, acredito que muitos não se encontrariam
na situação em que estão. Praticamente, algo simples para a atividade empresarial, mas
que Barcelona e Bayern fizeram e fazem com maestria. Os modelos de gestão farão
nascer novos Barcelonas e Bayerns. Mas, os demais se tornarão mais fortes, aumentando
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#101+2
Se quero emagrecer porque devo
dormer cedo?
É o que aconselha um grupo de especialistas da
Universidade Northwestern de Medicina (Chicago,
EUA). Em 2011, eles descobriram que as pessoas
que dormem tarde ingerem ao redor de 250 calorias
a mais que as que dormem cedo. O motivo, segundo
suas observações, é que essas pessoas recorrem a
comidas tipo fast food e tomam mais bebidas açucaradas.
No fim das contas, essas calorias adicionais
podem nos fazer engordar... 900 gramas por mês!
Quais são as 4 máquinas que queimam mais
Passadeira:
Bem usado é um dos meios que consome mais calorias. O
principal inconveniente é o impacto das passadas nas pessoas
com excesso de peso, mas pode-se sempre aumentar
a intensidade através do aumento da inclinação e sem correr.
A posição em pé não favorece especialmente o retorno
venoso por isso não se recomenda em pessoas com má circulação.
Ideal para desportistas avançados. Mas, é preciso
ter cuidado com os níveis de intensidade
Elítica:
A máquina mais equilibrada entre consumo calórico,
eficiência e possibilidade de utilização por todos os públicos.
Permite trabalhar trem superior e inferior e isso possibilita
um alto consumo calórico e um exercício mais
completo.
Bicicleta ergonómica:
Ideal para todos os níveis físicos, a intensidade regula-se
facilmente. Fácil de utilizar, sem técnica específica, sendo
apenas importante colocar a altura certa do selim e aprender
a manter uma cadência elevada de pedalada.
Remo:
Não é muito popular mas é um dos meios mais interessantes.
Equilibra a musculatura física das costas, aquela que
habitualmente não trabalhamos e isso favorece uma boa
posição corporal. Por estarmos sentados o retorno venoso
é facilitado e as pulsações não sobem tanto como quando
corremos. O principal inconveniente é que requer uma boa
técnica de execução.
E porque devo dormir por mais horas?
Segundo uma pesquisa liderada em 2014 pelo médico
Hengyi Rao, da Universidade Pensilvânia (EUA), a
falta de sonho produz alterações na parte do cérebro
que nos ajuda a decidir [a chamada salience network,
uma rede neural relacionada aos estímulos emocionalmente
importantes]. E essas modificações nos incitam
a consumir mais gordura e menos carboidrato,
algo que, com o tempo, acarreta aumento de peso.
Posso ou devo deixar o meu cão ou gato
dormir comigo na cama?
A resposta é sim, você pode deixar o seu melhor
amigo dormir na sua cama. A companhia dos cães
traz tranquilidade, sossego e auxiliam a diminuir a
ansiedade que é gerada no cotidiano. Além disso,
algumas pesquisas já demonstraram que os cães
podem diminuir a ansiedade nas pessoas de forma
geral. Paralelamente, vários estudos apontam para
que existam fortes indícios que partilhar a cama com
um animal de estimação ajuda a regular o sono.
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#101+2
40%
Percentagem máxima de
magnésio absorvida pelo corpo
através dos alimentos
O sexo altera a performance desportiva?
Quase desde sempre que os treinadores das mais diversas modalidades
defendem a ideia de que a atividade sexual antes de um evento desportivo
é prejudicial ao desempenho físico do atleta .
Esta teoria, teve origem nos técnicos de boxe, que afirmavam que o
sexo na véspera da luta enfraqueceria as pernas dos lutadores. Inclusive,
Muhammad Ali era conhecido por se abster de actividade sexual por
várias semanas antes de uma luta.
As razões para esta cresça são diversas, por um lado, afirma-se que,
após a relação sexual, os níveis de testosterona diminuem, prejudicando
o desempenho. O argumento é que níveis mais elevados de testosterona
contribuem para um maior nível de agressividade e vitalidade que, por
sua vez, podem melhorar o desempenho desportivo. Acredita-se também
que o sexo causa demasiado dispêndio energético, podendo causar fatiga
antes de um jogo e afetando a capacidade fisiológica ou o desempenho
desportivo de forma negativa.
Desmistificando os mitos
Hoje sabe-se que sexo antes das competições não é prejudicial, mas é
inclusive benéfico. O desgaste energético que a atividade sexual produz
não é tão preponderante quanto se possa pensar (especialmente se houver
uma noite de bom descanso). O sexo antes de competir pode inclusivamente
é benéfico porque relaxa, baixa a ansiedade e aumenta a sensação
de conforto e a segurança para a prova desportiva. No caso das mulheres,
além disso aumenta os níveis de testosterona, o que pode contribuir para
melhorar o rendimento.
O desgaste energético?
O dispêndio energético (calórico), em média, de uma relação sexual
(sexo com penetração), em uma relação sexual contínua, sem intervalos,
até ao orgasmo pode custar cerca de 250 calorias por hora, ou seja, cerca
de 4 calorias por minuto.
Mas isso pressupõe uma taxa constante de consumo, ou perda, de calorias,
durante um período fixo de uma hora. É pouco provável que meros
mortais tenham a habilidade de proceder de tal forma, continuamente,
sem intervalos, durante todo esse tempo. Para se ter uma ideia, numa
relação sexual um homem leva, em média, entre cinco a dez minutos para
atingir o orgasmo.
Nesse caso gastaria entre 20 a 40 calorias, o que seria equivalente a subir
e descer alguns lances de escadas. É muito improvável que tais dispêndio
energéticos, que são insignificantes, possam diminuir o desempenho de
um atleta no dia da competição.
Sexo, Mulheres e Performance!
Relativamente às mulheres, segundo um estudo feito por Barry
Komisaruk, de “Rutgers University” em New Jersey, o orgasmo pode
ajudar a combater a dor muscular até 24h após o mesmo, ou seja, nas 24h
seguintes à mulher ter um orgasmo, tem uma maior resistência à dor, o
que é óptimo para fazer mais repetições de musculação, treinar com mais
intensidade, logo, ter melhores resultados.
Sexo, Homens e Performance!
Relativamente aos homens, o sexo promove um aumento de testosterona
que está relacionado com aumentos de força e tamanho muscular.
Emmanuele A. Jannini professor de endocrinologia na Universidade de
L’Aquila em Italia., refere mesmo, que “ depois de 3 meses sem sexo,
o que não é muito comum entre atletas, os níveis de testosterona de um
atleta descem a níveis muito próximos de uma criança”, o que não é nada
benéfico para qualquer atleta. Em diferentes estudos, foi comparada a
performance de atletas que se abstiveram de sexo, com outros que se
mantiveram activos sexualmente. Os objectos de estudo foram: força,
resistência aeróbia e VO2 máximo e nem um grupo nem outro tiveram
vantagem, sugerindo que o sexo não influência em nada a performance.
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Porque usar o
cromo para
melhorar o
desempenho
desportivo?
A resistência à insulina é um efeito
negativo do cortisol, altos níveis de
cortisol fazem com que os músculos
fiquem menos sensitivos à insulina (tal
como acontece com a testosterona). A
insulina é importante para permitir a
entrada de carboidratos, aminoácidos
e outros nutrientes importantes(como
a creatina), dentro da célula muscular.
Esta hormona também tem um papel
chave no processo da síntese protéica.
Resumindo: a ação do cortisol limita
o crescimento muscular e estimula a
quebra de massa muscular. Como se
não fosse suficiente, o cortisol ainda
faz o corpo produzir uma quantidade
maior(e desnecessária) de insulina, o
que pode levar ao acúmulo de gordura.
O cromo é um mineralque é mais
conhecido pela sua habilidade de
encorajar a perda de gordura e ajudar
os tecidos do corpo a extrair os
nutrientes da corrente sanguínea com
mais facilidade, ajudando os efeitos
da insulina. Existe evidências de que
o cromo pode diminuir os níveis de
cortisol.Aumentar a sensibilidade à
insulina é outra função importante do
cromo. Ele interage diretamente com
os receptores de insulina nos músculos,
permitindo-os responderem
melhor, o que resulta em um maior
ganho de massa muscular, devido ao
aumento de nutrientes importantes
como proteína, carboidratos entrando
nos músculos com maior facilidade.
Quais os melhores suplementos
para emagrecer?
ALCACHOFRA
Pode ser consumida em cápsulas, chá ou cozida.
Pelas vitaminas A, do complexo, B e os sais minerais
incentiva o fluxo da bílis, fundamental para
desintoxicar o organismo. É antioxidante, regula
o fígado, ajuda a reduzir o índice glicémico e o
colesterol.
CLA – ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO
É recomendado como suplemento a deitas de
emagrecimento ou para melhorar o desempenho
desportivo, contudo, não reúne consensos e deve
ser tomado com precaução. Tem propriedades
antinflamatórias, antioxidantes, reduz a gordura e
aumenta o metabolismo da massa muscular.
EXTRATO DE CHÁ VERDE
As suas folhas estimulam a lipólise, responsável
por queimar gorduras, e termogénese, que ajuda
a libertar o calor da transformação de calorias
em energia. Isto ajuda a elimnar a gordura e
limita o armazenamento de glícidos e lípidos no
organismo. Fortes propriedades antioxidantes e
diuréticas.
L-CARNITINA
É importante no metabolismo das gorduras, especialmente
porque trabsforme os ácidos gordos em
energia. Aumenta o colesterol bom, reduz os triglicerídeos
e previne as doenças cardiovasculares.
Ajuda a emagrecer, diminui gorduras e tonifica os
músculos.
Porque bocejamos quando estamos
a praticar exercício físico?
O bocejo não é mais que um mecanismo
do corpo para lidar com o esforço
e o sobreaquecimento do corpo e do
cérebro!
Como durante os treinos o esforço é
considerável alto e vai aumentando a
temperatura do corpo, o cérebro vai
tentando adaptar-se a esta realidade, e
usa todos os mecanismo para refrescar
e baixar a temperatura do corpo, e
CRÓMIO
Este mineral reforça a função da insulina ajudando
a manter estáveis os níveis de glicose no
sangue. Quando ligado a um aminoácido, mantém
o metabolismo estável o que ajuda a queimar
gorduras, a perder peso e a aumentar a massa
muscular.
artrite. Correr não tem de ser prejudicial para os
seus joelhos.
Quais os benefícios do iogurte?
É benéfico se se estiver a tomar antibióticos
devido ao seu conteúdo em bactérias saudáveis
que contribuem para repor a flora bacteriana que é
prejudicada pelo consumo destes medicamentos.
É um alimento equilibrado quanto ao seu conteúdo
de proteínas e hidratos de carbono, pelo só
engorda se tomado misturado com condimentos
pouco saudáveis. Deve-se optar por iogurtes naturais
e sem açúcar.
Facilita a digestão devido ao seu conteúdo em
bactérias benéficas.
É bom para a pele. Proporciona as proteínas
necessárias para manter a pele firme, mas também
é uma excelente máscara, quando aplicado diretamente
sobre a pele.
Porque não deve comer barras de
cereais se quer emagrecer?
As barras de cereais, apesar de saborosas e apelativas,
estão impregnadas de açúcares e gorduras,
que além de não fazerem bem à sua saúde, ainda
dificultam a perda de peso.
O melhor é mesmo evita-las o mais possível!
acontece o bocejo; a isto, temos ainda
que a sobrecarrega dos músculos,
aumenta a necessidade de oxigénio,
assim como o cérebro, que precisa de
maiores quantidades de “ar” funcionar
de forma eficiente.
Ao bocejar está a receber oxigénio
extra, o que aumenta o fluxo sanguíneo
para o cérebro e reduz a temperatura
corporal e, em específico, do seu cérebro.
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#101+2
Quais os melhores exercícios para os
ciclistas fora das bicicletas?
Para teres o máximo rendimento na bicicleta não podes só pedalar e
potenciar a musculatura no ginásio…
Há zonas musculares com tendência para o encurtamento, devido à
postura em cima da bicicleta e porque o próprio exercício as tonifica
mais, pelo que perdemos a mobilidade de que precisamos para uma boa
técnica a pedalar. Para ganhar amplitude de movimento, evitar problemas
musculares e afugentar o fantasma das lesões, faz estes 10 exercícios de
flexibilidade sempre que possível.
ALONGAMENTO ISQUIOTIBIAIS
Para começar apoie-se numa perna com o seu joelho ligeiramente dobrado,
coloque a sua outra perna à frente cerca de 30 cm, com o joelho
fixo no local, levante a ponta dos pés em direção à tíbia (dorsiflexão).
Depois coloque uma mão em cada um dos quadris, com os cotovelos
ligeiramente dobrados, a sua zona lombar ligeiramente arqueada para a
frente, continue de forma lenta a inclinar a parte superior do seu corpo
(torso) para a frente, focando-se em sentir os seus isquiotibiais.
Não dê impulsos, mas continue a inclinar o seu torso para a frente de
forma lenta até que não consiga ir ainda mais para a frente, mantenhase
nessa posição durante 10 a 20 segundos antes de regressar à posição
inicial. Repita com a perna oposta.
ALONGAMENTO ADUTORES
Para alongar os músculos adutores, comece por colocar-se em pé, com
os pés aproximadamente à largura dos ombros e com o pé esquerdo a
apontar para fora.
Abaixe o corpo (quadris) até atingir uma posição de meio agachamento,
dobrando o joelho direito ao mesmo tempo que vai deslizando o pé
esquerdo para fora, para a esquerda de forma a manter o joelho esquerdo
reto.
Ao descer para baixo, coloque as mãos em cima do joelho direito como
forma de apoio e equilíbrio (ou agarre-se a um objeto fixo para se equilibrar).
A seguir repita o mesmo procedimento com a perna oposta.
ALONGAMENTO DOS GÉMEOS
Existem várias formas de exercitar os gémeos:
De pé diante de uma parede, árvore ou coluna. Coloque um pé contra a
parede de maneira que a ponta esteja o mais elevada possível, o calcanhar
permanece no chão. Incline para frente o tronco, você deveria sentir o
alongamento em toda a parte posterior e inferior da perna. Permaneça no
mínimo 30 segundos e no máximo tudo o que puder.Repita do outro lado.
Sentada no chão. Uma perna esticada, a outra pode estar flexionada.
Pegue uma toalha e coloque-a na ponta do pé da perna que está estendida.
Puxe com a toalha em direção ao seu corpo. Mantenha por pelo menos 30
segundos e repita do outro lado.
De costas para o chão. Uma perna flexionada com o pé contra o chão, a
outra esticada apontando para o teto com a sola. Pegue a toalha e passe-a
pela planta do pé. Puxe a ponta deste para baixo, de maneira que se dirija
ao joelho. Não se esqueça de repetir do outro lado.
ALONGAMENTO QUADRÍCEPS
Comece por colocar-se em pé com a cabeça levantada, depois de forma
lenta, vá levantando uma perna para cima atrás de si. Quando conseguir,
agarre o seu tornozelo e puxe-o para cima, tentando tocar com o calcanhar
na sua nádega.
Se não tem experiência em alongar os quadríceps, então use a mão oposta
para se equilibrar segurando-se com força numa barra ou peça de equipamento
de musculação fixa.
ALONGAMENTOS ROTADORES EXTERNOS DA COXA
Pode fazer este exercício de várias formas:
Sente-se com uma perna estendida em sua frente. Traga o tornozelo da
outra perna na direção do peito, mantendo o joelho voltado para longe
de seu corpo.
Deite-se de bruços. Traga o tornozelo de uma perna para cima em direção
a seu estômago, permitindo que o joelho se estenda para fora e deixando
a outra perna atrás de você. Incline-se para baixo em sua perna dobrada.
Deite-se de costas com os pés no chão, em sua frente, com os joelhos
dobrados. Traga o tornozelo de uma perna e coloque-o sobre o joelho da
outra perna, permitindo que o joelho da primeira perna se estenda para
fora. Suavemente, levante o pé da perna para fora do chão, mantendo o
tornozelo da primeira perna ligado ao joelho da perna estendida.
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Treinos em Jejum ajuda a emagrecer?
Treinar em jejum não tem qualquer efeito na perda de peso; foi essa a
conclusão que um estudo publicado pela journal of international sports,
que dividindo dois grupos de participantes em sessões de cardio, estando
desses grupos em jejum e o outro não, não se verificaram diferenças na
perda de peso, entre esses dois grupos. Treinar em jejum pode inclusive
ser bastante prejudicial à saúde.
Porque devo incluir óleo de coco na minha alimentação?
O óleo de coco é um excelente alimento complementar principalmente
para queimar gorduras, já que apresenta na sua composição altos índices
de acido laurico, acido miristico e acido caprilico, entre outros. Tem ainda
inúmeras substâncias benéficas para a saúde e para o fortalecimento do
sistema imunológico, como são os casos dos ácidos graxos e o glicerol.
Quero perder peso, devo pesar-me diariamente?
Ao contrário do que era esperado, a resposta é sim, pelo
menos contando com os resultados de um estudo de uma
equipa da Universidade de Cornell (EUA) publicado na
revista científica Journal of Obesity, que afirma que
este hábito é eficaz na perda de peso e especialmente na
manutenção dos resultados alcançados entre os homens.
Assim, deve subir à balança, registar o peso por escrito e
comparar os pesos obtidos. Uma obsessão saudável portanto!
Qual a quantidade de água que devemos ingerir diariamente?
As recomendações de ingestão de água diária estabelecidas
pela Autoridade Europeia da Segurança Alimentar
(AESA) são, de forma geral, de 2 a 2,5 litros por dia para
as mulheres e homens adultos respetivamente (dependendo
também do seu estado físico, da atividade física e
das condições ambientais de cada momento).
O que é considerado desidratação?
Correspondente a uma perda de líquidos na ordem dos
2% da massa corporal.
Qual o impacto da desidratação no corpo?
Perdas de líquidos acima dos 2% da massa corporal têm
um tremendo impacto sobre o desempenho físico, e pode
afetar o humor e as habilidades cognitivas, tais como a
coordenação visual-motora, atenção e a memória a curto
prazo. Para além disso, a desidratação pode alterar a
atividade cerebral e função de certos sistemas de neurotransmissores
envolvidos no processo cognitivo, assim
como dificultar a permeabilidade da barreira cerebral.
Quem deve aumentar a ingestão de líquidos diária?
Em primeiro lugar, todas as pessoas (atletas ou não) cuja
a ingestão está abaixo do recomendável. Num segundo
grupo, pessoas que seja especialmente propensas a enxaquecas
ou a dores de cabeça devem igualmente aumentar
a ingestão de água, já que pode ajudar a reduzir a
intensidade e o número de episódios.
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#101+2
ALL BLACKS: COMO UM PAÍS TÃO PEQUENO TEM TAXAS DE
VITÓRIA ACIMA DOS 90%?
A equipa da Oceânia é uma máquina de jogar râguebi. Ganhou 53
dos 58 jogos que disputou nos últimos quatro anos, o que lhe vale
uma taxa de sucesso equivalente aos 91%, permanecendo em 87%
se falarmos dos últimos 10 anos e em 84% se retrocedermos duas
décadas. Domina completamente o Rugby Mundial.
Os All Blacks têm a sua origem num pequeno território ocupado por
apenas 4,5 milhões de habitantes, mas a sua garra parece imbatível.
“Somos poucos, mas o râguebi é tudo: é a nossa cultura, o modo
como nos apresentamos ao mundo; (…) nós nascemos com uma
bola oval debaixo do braço e jogamos desde o jardim de infância”,
explica o internacional dos anos oitenta, Bruce Hemara.
O primeiro jogo de râguebi na Nova Zelândia realizou-se em 1870,
sendo que em 1892 foi fundada a primeira liga com dez equipas.
Apenas uma década passou até se formar a seleção, em 1903. A
primeira vez que a seleção neozelandesa
viajou até à Europa e
aos Estados Unidos jogou 31
jogos e ganhou 30, marcando
976 pontos e sofrendo apenas 59.
Um terço da equipa de Steve Hansen é indígena, sendo alguns jogadores
originários das Fiji, Tonga ou Samoa. “A génetica ajuda-os
muito, pois têm uma forte envergadura que também influencia o
seu caráter. Têm um combinação perfeita. A faísca, o improviso, a
imaginação e a disciplina. Eles são um exército que joga bonito. No
final, eles jogam um râguebi moderno, que prevalece e que todos
tentam imitar”, acrescenta Albert Malo.
Os All Blaks são uma exelente mistura de versatilidade, técnica e
entendimento do jogo, tudo características do jogadores neozelandeses,
que desde pequenos são ensinados a jogar em qualquer posição.
Tudo isto assente na tradição e na identidade nacional que se reve
num desporto viril como é o Rugby.
Como calcular o teu VO2 máximo (simples e sem maquinas)?
VO2 max é a capacidade máxima do corpo de um indivíduo em transportar e metabolizar oxigênio durante um exercício físico incremental;
é a variável fisiológica que mais reflete a capacidade aeróbica de um indivíduo. A sigla é derivada de “Volume de Oxigênio (O2) máximo”,
no entanto essa variável expressa FLUXO, ou seja, volume por unidade de tempo, geralmente por 1 min. É uma grandeza expressa em litros
de oxigênio por minuto (l/m) de forma absoluta, e em mililitros de oxigênio por quilograma por minuto (ml/kg/min) de forma relativa ao
peso do indivíduo. A forma relativa geralmente é usada para comparação entre diferentes atletas.
Como calcular então?
Primeiro é necessário um aquecimento inicial de 4 ou 5 minutos a trote e fazer de seguida 1,6km de corrida a um ritmo alto e constante
até ao final.
Regista o tempo (T) que demoraste (em forma decimal, ou seja 6´30” é 6,5) e controla as tuas pulsações/minuto mal termines (PM) com um
cardiofrequencímetro (ao parar baixam rápido e desvirtuam-se se as contares no pescoço ou pulso).
É ainda preciso saber o peso em kg (P). E, por fim basta aplicar a fórmula para obteres o teu VO2 máximo em ml/kg/min, que está em baixo.
VO2 máximo = 108, 884 – P (0,1636) – T (1,438) – PM (0,1928)
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Olímpi
Rio16
Onde estão as
Medalhas?
Diogo Sampaio,
Colunista e Director Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com
A
5 de Agosto deste ano, a
cidade do Rio de Janeiro,
tornar-se-á na capital mundial
do desporto, onde todos os
maiores campeões do mundo,
competirão pelo pódio e pela
honra de regressarem a casa com
uma medalha ao peito. Desde o
momento da sua génese, há cerca
de 2.700 a.C. e na nova era no início
do sec. xx, os jogos Olímpicos
assumiram um papel fundamental
na vida contemporânea. Não
só desportivamente, mas também
uma proeminência social e política,
e a globalidade e mediatismo
atual, aumentaram ainda mais a
sua importância. Pela primeira
vez, os grandes jogos serão realizados
num país de língua oficial
portuguesa, o que acarreta maior
responsabilidade e expetativa para
toda a lusofonia. Neste primeiro
especial dedicado ao tema, evidenciamos
onde podem estar as maiores
probabilidades de medalha
para Portugal e Brasil. De Nelson
Évora a Marcus Vinícius, passando
por Telma Monteiro ou a
gémeas Vicente, traçamos o perfil
dos principais candidatos aos
pódios.
Os Olímpicos de Portugal e Brasil
82 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
cos
#João Rodriguês (PT)
O velejador, João Rodriguês, assegurou uma vez mais a presença num jogos Olímpicos, desta vez na modalidade de RS:X (prancha à
vela). Esta será a sétima participação olímpica consecutiva do madeirense, que era desde Londres2012 o mais português com mais presenças
em Jogos. No seu currículo, João Rodrigues tem títulos mundiais e europeus, a ainda o sexto posto em Atenas2004, o seu melhor
resultado nos grandes jogos. Com 44 anos, a sua experiencia pode ser a sua mais-valia, fazendo dele uma das maiores figuras lusas e uma
das que cria mais expetativa.
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#Marcus Vinícius (BR)
Com apenas 17 anos (já terá 18 durante a competição), Marcus
Vinícius, é uma das principais esperanças brasileiras para o ouro
olímpico. O carioca revelou-se um talento precoce, e com apenas 14
anos, foi descoberto em uma seletiva tradicional de altelas em 2012,
chamando a atenção de um dos maiores especialistas do tiro com
arco, o sul-coreano Heesik Lim, então técnico da seleção brasileira.
Segundo o antigo selecionador brasileiro da
modalidade, Marcus tem um talento raro para
a modalidade, e alia-a ainda um poder de concentração
invulgar e invejável!
Apesar da tenra idade e de apenas praticar
tiro com arco há dois anos, ele acabou por
ser o escolhido, e dois anos depois, a aposta
mostrou-se logo acertada, com a medalha de
prata na Olimpíada da Juventude e o segundo
lugar no mundial em 2014 e, atualmente, aos
17 anos, já é o sexto melhor arqueiro do mundo no ranking. E, ajudou
ainda o Brasil a quebrar um
jejum de 32 anos na modalidade com o bronze por equipes no Pan
de Toronto, no ano passado.
Um forte indício da expetativa que recai sobre o jovem, é a sua
popularidade na cidade do Rio, basta dizer que já se esgotaram todos
os bilhetes para as duas sessões da primeira fase do tiro com arco.
Sendo que a modalidade de tiro, nunca teve grande tradição em terras
de vera cruz, e uma medalha olímpica seria inédito; ser um filho
da casa a consegui-lo seria histórico.
Marcus é alheio aos temas comuns dos jovens da sua idade, como as
festas ou as saídas com amigos, ou a faculdade e no caso do brasil,
qual a nota no seu “vestibular”. O carioca dedicou a sua adolescência
“NO TIRO COM ARCO, VOCÊ NÃO PODE BOTAR A CULPA NO JUIZ,
NO GOLEIRO, NO TREINADOR, NEM NO ADVERSÁRIO. A RESPONSABILIDADE,
NO SUCESSO OU NA DERROTA, É TODA MINHA”
MARCUS VINÍCIUS
ao desporto e às flexas, com pelo menos 6 horas de treino diário, e
um mínimo de 400 tiros. O esforço tem valido a pena, Marcus já com
um lugar assegurado, sonha com o dia que poderá competir com a
“torcida” brasileira do seu lado, serão 70 mil pessoas na arena, “Fico
tentando imaginar como vai ser, penso tanto nisso que às vezes acordo
no meu quarto achando que estou atirando lá no Sambódromo”.
O futuro é dele!
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#Telma monteiro (PT)
“A partir do momento a minha cabeça já está nos Jogos Olímpicos”, esta é a determinação na número 3 do ranking e
vencedora do ultimo grand slam de paris. A judoca de 29 anos, é a principal esperança portuguesa para a medalha de
ouro nos próximos jogos, e ao contrário do habitual, ela puxa para si essa pressão. Excelente pronuncio para a sua terceira
participação nas olimpíadas, daquela que já foi campeã da europa e do mundo.
#Nelson Évora (PT)
“Ainda estou vivo”, foi assim que o português comentou o último lugar do pódio, com um último salto de 17,52 metros, nos campeonatos
do mundo. Como o próprio sublinhou, “é super importante esta medalha, depois de tudo o que passei, depois de tantas lesões, de tanta gente
sem acreditar. Agora, tenho de agradecer a todos os que me ajudaram, os médicos, os meus patrocinadores, a minha família, graças a eles me
mantive vivo”. Évora olha agora apenas para os Jogos Olímpicos de 2016, onde assume que vai “dar o melhor” para “trazer uma medalha”,
uma segunda medalha, relembrando que o luso já tem do seu palmarés uma medalha de ouro em Pequim, tendo falhado Londres, por lesão.
Um campeão que renasceu de novo após as dificuldades!
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#Patrick Lourenço (BR)
O jovem de 21 anos, quando era criança,
sonhava como quase todos os meninos em
ser jogador de futebol, mas tudo mudou
quando conheceu uma academia de boxe, e
sentiu uma imediatamente paixão por este
desporto. Os seus objetivos mudaram, e ele
hoje, é um dos atletas brasileiros que suporta
diariamente as cargas mais duras de treino
para aperfeiçoar os movimentos e melhorar
o rendimento, e é um dos principais favoritos
às medalhas no Rio16. O campeão Pan-Americano de 2013 e quinto
colocado no ranking Mundial nasceu na cidade base dos jogos olímpicos
mas mudou-se à quase 6 anos para São Paulo onde tem vindo
a aperfeiçoar a sua técnica. Admirador de Roy Jones Jr de quem diz:
“Mesmo tendo sido campeão mundial em categorias de peso muito
acima da minha, acho que a forma dele de lutar encheu os olhos de
86 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
“É CLARO QUE CRIA UMA CERTA PRESSÃO E EXPECTATIVA DE SEMPRE
DAR BONS RESULTADOS, MAS AÍ LEMBRO QUE TEM MUITAS PESSOAS ACREDITANDO
E TORCENDO POR MIM. OS GRANDES CAMPEÕES SEMPRE ESTÃO SOB PRESSÃO
E SE EU QUISER SER UM GRANDE CAMPEÃO UM DIA, TENHO QUE
CONVIVER COM ISSO.”
PATRICK LOURENÇO
todos os amantes do boxe nas últimas décadas.” Lourenço começou
aos 13 anos com um vizinho chamado Gabriel, que já treinava boxe
a alguns anos, uma paixão que foi em cresceu e que teve um salto
técnico com Raff Giglio, o seu treinador e também um figura paterna
que soube dar ao “carioca” não só as bases do boxe mas como da
vida. Com apenas 21 anos é mais que provável que ele siga o profissionalismo
após os jogos.
#THIAGO BRAZ (Br)
“Centímetro a centímetro, conquistados em um centro de treinamento na cidade de Formia, na costa mediterrânea da Itália,
onde Petrov ensina, Thiago não para de subir no ranking mundial. Desde 2013 ele é detentor do título sul-¬americano”.
Em 2015 chegou à sua melhor marca, 5,86 metros — a terceira do mundo desse ano, que o deixa com enormes expetativas
para as medalhas na cidade do Rio. O recorde mundial no ano, 6,05 metros, é do francês Renaud Lavillenie. São dezenove
centímetros que parecem quilômetros, mas a ambição do brasileiro não é bater recordes. Com os 5,86 metros que alcançou,
ele estaria a 5 centímetros do pódio nos Jogos de 2012. As hipóteses de Thiago no salto com vara são reais e para
isso basta ver que é o seu treinador - o ucraniano Vitaly Petrov, cuja excelência pode ser traduzida pelo nome de antigos
pupilos vencedores: Sergei Bubka, o Pelé da modalidade.
#Irmãs Vicente (Br)
As brasileiras Luana e Lohaynny
Vicente conquistaram a medalha
de prata nas duplas dos Jogos Pan-
Americanos, melhor resultado do badminton
na história do país. As irmãs
Vicente são comparadas às irmãs
Williams do tênis, Serena e Venus.
Pela infância carente, por alguns preconceitos
que sofreram na vida e, claro,
por serem especialistas em um desporto
em que se usa uma raquete. Mas as
suas vidas foram bem mais dificies que
a das americas: “Meu pai era dono do
Chapadão. Os policiais viviam atrás
dele, e tínhamos que nos mudar muito.
Eu não lembro muito da minha infância
em relação à escola, essas coisas,
eu não tinha muito medo porque não
entendia muita coisa. A gente chegou a
morar em 15 lugares em um ano. Tinha
casa que a gente dormia uma noite...
Eu acho que o badminton foi a porta,
a nossa única chance, eu não sei o que
seria da gente se não fosse o badminton.”
Uma felicidade que pode trazer
melhadas em poucos meses!
#Rui Costa (PT)
Rui Costa confessou já por diversas vezes a sua atração pela participação nos Jogos Olímpicos Rio2016, “Seja o Tour ou outra prova grande
é sempre um objetivo. E depois temos os Jogos Olímpicos, que é sempre um objetivo muito bonito e aquela prova que todos querem ganhar
e, podendo estar lá pelo meu país, irei dar o meu melhor”, prometeu o ciclista. E, olhando para as características do ciclista da Lampre, e
campeão do Mundo de ciclismo de estrada em 2013, não podiam ser mais perfeitas para provas de um dia, como será aquela que acontecerá
no Rio de Janeiro. Rápido, resistente e adaptável, o português parte como um dos principais favoritos ao pódio. Talvez consiga fazer ainda
melhor que Sergio Paulinho, que em Atenas conquistou a prata.
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#Futebol Seleção (PT)
88 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
#Martine Grael (Br)
“E ESTA NOVA GERAÇÃO TEM PROVADO QUE OS FRACOS E OS
TEMEROSOS DIFICILMENTE TÊM LUGAR... NA EQUIPA. POR ISSO
LHE CHAMEI “GERAÇÃO VALENTE”.”
NUNO DIAS, NA 8 EDIÇÃO DA DESPORTO&ESPORT
Após ter garantido um lugar nas meias-finais do
Europeu de futebol de sub-21, que se disputou
na República Checa, e que acabaria por chegar à
final, a seleção portuguesa conquistou um lugar
nos jogos olímpicos, algo que lhe tem escapado
nos últimos anos. Dificilmente poderá contar-se
que os melhores futebolistas seniores (podem
ser utilizados 3) estejam presentes no Rio de
Janeiro, mas mesmo que assim seja, existe um
real e palpável expetativa na conquista de medalhas, e os futebolistas
lusos e Rui Jorge, deverão mesmo apontar para o ouro. O ressurgimento
das equipas B em Portugal tornou uma vez mais possível o
surgimento e potenciamento dos jovens portugueses, e em pouquíssimos
anos, os resultados estão à vista, Portugal tem a melhor equipa
de futebol de sub-23 do Mundo – afinal goleou a Alemanha no
Europeu. Falta-lhe dar o salto mental para a vitória que falhou no
Europeu. Os portugueses esperam que aconteça no Brasil. Tendo o
mesmo Brasil (e Neymar) como principal entrave a essas aspirações.
“Não tenho dúvidas de que será a maior festa de todas. Representar o Brasil vai ser a realização de um sonho, uma conquista”.
É desta forma que a brasileira aduz a sua participação nos jogos olimpicos. A atual campeã mundial de Iatismo
na classe 49er FX – junto com a parceira e proeira Kahena Kunze – eleita pela Federação Internacional de Vela a melhor
velejadora do mundo em 2014. É a principal favorita à medalha de ouro e uma das atletas, juntamente com a sua companheira,
que mais expetativa gera. Filha do bicampeão olímpico Torben Grael, começou a velejar aos quatro anos de idade
pelo Rio Yacht Club.. É caso para dizer que filha de peixe sabe nadar
#101+2
Se comer espinafres fico forte como o Popeye
Não tão forte, nem será tão fácil conquistar a sua “Olivia Palito” mas
os espinafres são um dos melhores alimentos que pode escolher para
a sua dieta diaira; os espinafres além de fontes importantes de sais
minerais, contêm ferro, potássio, enxofre, arsénico, cobre e iodo, que
atuam na formação e constituição do sangue. Como se não bastasse,
apresentam ainda magnésio, cálcio e fósforo, imprescindíveis ara
fortalecer a massa óssea. A sua composição, e qualidade nutritiva,
reduz o risco de diversas doenças: obesidade, diabetes, cancro, pato
logias cardiovasculares e outras deficiências vitamínicas ou minerais.
A Organização Mundial da Saúde sugere um consumo mínimo
de 400 gramas de espinafres por dia para poder usufruir plenamente
dos seus efeitos terapêuticos
22% de menor espaço que o 1kg de
musculo ocupa em comparação com
1 kg de gordura
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#101+2
Porque correr dá (literalmente) mais anos
de vida?
Quais os erros mais comuns na
musculação
Existem 3 erros básicos muito comuns e perfeitamente identificados que não só prejudicam
o treino como a sua execução pode trazer lesões mais ou menos graves:
DISTRIBUIÇÃO DA CARGA
Nos ginásios, as pessoas realizam exercícios bilaterais com bastante frequente de forma
inadequada (exercícios bilaterais são aqueles em que os dois lados do corpo realizam o
movimento ao mesmo tempo). E isso é um problema importante. Acontece basicamente por
conta de duas questões.
– Posicionamento inadequado: o posicionamento para executar o exercício é essencial para a
eficiência do treino e para a saúde. Quando se realiza um movimento com barra, por exemplo,
as mãos precisam posicionar-se no objeto de forma a distribuir igualmente a carga
entre os braços. Se isso não acontece o movimento será prejudicado em algum dos lados.
– Desequilíbrio do próprio corpo: quando a pessoa possui algum tipo de desequilíbrio lateral
no próprio organismo a distribuição da carga também pode ser afetada. Isso acontece, por
exemplo, em quem tem as musculaturas desequilíbradas – ou seja, é muito mais forte de um
lado do que de outro. Se essa pessoa não prestar atenção, carregará mais carga do lado
mais forte e mesmo a amplitude do movimento será influenciada (o que nos leva ao nosso
próximo item).
Para corrigir esse problema é preciso analisar em qual exercício isso acontece e identificar
qual é o fator limitante.
AMPLITUDE
Esse é o erro mais comum de todos. Qual a real amplitude necessária em cada movimento?
A resposta correta é: o máximo dentro dos limites saudáveis do exercício.
Isso significa que se deve procurar enfatizar o movimento completo, mas sem ultrapassar
a amplitude natural do exercício. Há quem exagere nessa questão, realizando o movimento
para além do que é necessário, por achar que está aumentando o estímulo. Mas, na verdade,
isso acaba transferindo o stress para outras musculaturas, forçando mais as articulações .
EXECUÇÃO
Um movimento, idealmente, tem ambas as fases (inicial e final) ocorrendo de maneira
“igual”: na mesma direção, mas em sentidos opostos.
Isso, apesar de parecer básico, é ignorado por muitos ou realizado de maneira incorreta por
descuido. É possível quebrar essa regra para levantar mais carga – mas, ao fazer isso, tirase
o estímulo do músculo alvo. Ou seja, pensando em hipertrofia temos
um péssimo custo x benefício.
Outro fator que pode prejudicar a execução dos exercícios é o cansaço. Com movimentos
que têm característica isoladora, a fadiga pode modificar o padrão do exercício, às vezes
até configurando um movimento diferente dependendo das mudanças realizadas.
Peças de compressão trazem alguma vantagem?
Os desportistas afirmam que sim, e que são um excelente auxilio para manter os músculos em
um estado perfeito. Os cientistas pensam o contrário, ainda assim, investigadores espanhóis
concluíram que as mangas e meias reduzem a dor muscular em 27%, mas só nos músculos
que estão a cobrir. Na musculação o efeito é ronda apenas o 1%, o que é o mesmo que dizer
que não têm qualquer efeito.
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A corrida mitiga os efeitos do envelhecimento,
assim como rejuvenesce, literalmente
o corpo. Note-se que estes resultados
não são os mesmos quando se refere
à simples caminhada. Os pesquisadores
especulam que esta diferença reside no
fundo de células musculares. Exercício
aeróbico intenso ou prolongado, como correr,
é conhecido por aumentar o número de
mitocôndrias nas células musculares. As
mitocôndrias ajudam a fornecer energia
para estas células. Então, mais mitocôndrias
permite que as pessoas se movam
por longos períodos de tempo com menos
esforço. Os corredores também podem ter
uma melhor coordenação entre os músculos
do que os caminhantes fazer, o que
significa melhores resultando em termos
energéticos. Um novo estudo realizado na
Clínica Cooper em Dallas, com 55.137 pessoas,
revela que as pessoas que fazem pelo
menos 10 minutos de exercício intenso por
dia diminuem o risco de morte prematura.
Correr diariamente, além disso, diminui o
risco de morte por qualquer causa em pelo
menos cerca de 30%. Também reduz 45%
o risco de sofrer problemas cardiovasculares,
inclusivamente em pessoas com
excesso de peso ou fumadores.
Quanto é o melhor
tempo de descanso
entre series?
Entre 2 a 5 minutos, de preferência
sentado e em total relaxe.
Anabolizantes naturais: aumentam a testosterona
e a performance desportiva?
Os Anabolizantes naturais, que são
uma via natural e legal os esteróides
anabólicos, são constituídos por
ingredientes cujos efeitos na estimulação
dos níveis das hormonas relacionadas
com o desenvolvimento
muscular estão cientificamente comprovados,
e ajudam o corpo a naturalmente
maximizar a produção de
hormonas essenciais ao desenvolvimento
muscular como a testosterona
e hormonas de crescimento. Alguns
dos anabolizantes naturais mais eficazes
são: ZMA, Tribulus Terrestris,
ácido D-aspártico, Macuna Pruriens
e Macuna Pruriens.
Suplementos HMB – Como eles podem beneficiar
a performance desportiva?
Suplementos HMB ou (o quase impronunciável) Ácido beta-hidroxibeta-metilbutírico,
apesar de ser um dos suplementos menos conhecidos
e usados, é aquele que os mais recentes estudos apontam
como tendo maior impacto no aumento da performance desportiva,
principalmente no aumento do crescimento muscular, para iniciantes
da pratica desportiva e para o alivio das dores após treino.
O HMB deriva um dos aminoácidos mais populares no mundo da
musculação: a leucina. O HMB é um metabólito da leucina, ou seja,
é produzido durante o metabolismo da leucina. Aproximadamente
5% da leucina consumida através da alimentação é convertida no
HMB no organismo.O HMB é principalmente comercializado como
sendo um anti-catabólico, isto é, um suplemento que pode ajudar
a reduzir a taxa de degradação das proteínas musculares. A literatura
científica sugere que o HMB tem propriedades que atenuam a
degradação proteica, especialmente em condições em que a pessoa
está mais sujeita a perder massa muscular (dietas restritas, períodos
de jejum ou doenças que aceleram a atrofia muscular).
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#101+2
O que devo consumir antes das provas?
A realização de uma refeição 1 a 3 horas antes da prova devem ser
garantidos 1-4,5 g de hidratos de carbono por kg de peso. Se a refeição
for realizada 3-4 horas antes da prova, um consumo de 200-300 g de
hidratos de carbono será fundamental para melhorar o desempenho. Pão
de centeio ou mistura, flocos de aveia, batata doce ou algumas receitas
de bolo energético poderão ser boas opções.
O que devo consumir durante as provas?
A ingestão de 30-60 g de hidratos de carbono/hora pode atrasar o aparecimento
da fadiga, melhorando a capacidade de resistência. Estas necessidades
podem aumentar até 90 g/hora em corridas de ultraresistência,
normalmente superiores a 2,5-3 horas. As bebidas desportivas, os géis,
as barras energéticas, suplementos de reposição de eletrólitos, em conjunto
com água, são boas alternativas. Os líquidos que forem consumidos
durante uma corrida com duração superior a 1,5-2 horas devem incluir
sódio (cerca de 3 a 4 g de sódio).
O que devo consumir 1 hora após as provas?
Na primeira hora, é necessário no mínimo beber 250-500 ml de bebida
desportiva à qual se deverá adicionar água. Se possível, procura uma
fórmula que inclua aminoácidos de cadeia ramificada para acelerar a
reparação do tecido muscular (2-5 g).
11% - Salmão
Percentagem de gordura presente no
peixe salmão. Sendo a sua grande maioria
benéfica – entrando na designação de
“gorduras boas”.
O que devo consumir depois das provas?
Nas primeiras 4 horas após o final da corrida, deverá ser consumido entre
1-1,2 g de hidratos de carbono por kg de peso por hora, iniciando a sua
ingestão logo nos primeiros 30 minutos após terminar a prova. Além de
um aporte adequado de hidratos de carbono, é fundamental a ingestão
de quantidades adequadas de proteínas (20 a 25 g), de modo a fornecer
aminoácidos para a recuperação muscular.
Como posso perder 1% do meu peso corporal
em duas semanas?
Simples, basta diminuir o consumo diário em 150 calorias.
Qual a quantidade mínima de hidratos de carbono
que devo consumir?
Para a generalidade das modalidades a recomendação dos especialistas
fixa uma valor entre os os 3-5 g por kg de peso, dependendo da estrutura
do atleta e do esforço diário. Para maratonas, Ultra Trail ou outras provas
de longa duração, recomendação uma ingestão, que varie, entre os 5-10 g
de hidratos por kg de peso por dia.
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Como posso neutralizar os efeitos pro-inflamatório
de refeições hipercalóricas?
A laranja, mais especificamente, o sumo de laranja é a melhor opção. Esta
é a conclusão de um estudo publicado pela American Journal of Clinical
Nutrition, que parteda premissa de que este tipo de refeições aumenta
a inflamação e o stress oxidativo nas células de indivíduos comum peso
normal.
O cinto traz benefícios para os treinos de musculação?
O cinto é acima de tudo uma ajuda psicológica que faz o praticante sentirse
mais seguro, pelo menos estas são as conclusões dos mais recentes
estudos. No entanto, o cinto pode trazer alguma proteção, principalmente
às costas, para atletas que já sofreram lesões nessa zona do corpo.
Também se pode mostrar benéfico caso se levante cargas extremamente
pesadas. Em caso contrario, não vale a pena o seu uso.
Bebidas energéticas para
desportistas: o melhor e o pior?
A água sempre foi a bebida natural mais adequada para
repor as perdas hídricas, mas muitas pessoas ou porque
simplesmente não gostam muito de beber água simples
ou acham não ser o suficiente para os seus objetivos,
optam por outras formulações mais apetecíveis, ou com
vantagens prometidas (reparar as fibras musculares,
prevenir lesões, perder peso, etc.). Mas existem prós e
contras nestas bebidas, entenda quais:
O pior:
Algumas destas bebidas são demasiado ricas em calorias,
açúcares simples, proteína, edulcorantes, sal, minerais,
vitaminas, ou até mesmo outras substâncias,
como diuréticos ou estimulantes. Um excesso no uso
destas bebidas pode ser prejudicial à saúde, engordar ou
simplesmente prejudicar o treino.
O melhor:
Algumas bebidas facilitam a vida do desportista por
estarem formuladas segundo determinadas necessidades
específicas, e podem ser levadas de forma prática
durante o exercício ou tomadas imediatamente após
para recuperação.
Quais são as 10 musicas que mais
aumentam a performance desportiva?
Uma equipa de cientistas passou três meses a investigar que músicas seriam as
mais adequadas para ajudar um atleta a vencer. Baseando-se em experiências
com o nadador britânico Ben Hooper (que pretende percorrer mais de 3000 km
no final do ano),os investigadores chegaram a dez músicas essenciais:
1. Lose Yourself - Eminem
2. Not Afraid - Eminem
3. Don’t You Worry Child - Swedish House Mafia
4. Hall of Fame - The Script
5. Remember the Name - Fort Minor
6. Stay - Sash
7. We Come 1 - Faithless
8. The Day Is My Enemy - The Prodigy
9. Without Me - Eminem
10. Back in the U.K. – Scooter
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#101+2
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O IMPACTO DO USO DE
CREATINA NO
TREINAMENTO DE FORÇA
Daniel A. Corrêa,
Mestre em Educação Física (UNIMEP) Especialista em Fisiologia
do Exercício-Prescrição do Exercício daniel_corves@hotmail.com
R
ecursos ergogênicos nutricionais são utilizados para melhorar o desempenho
no exercício físico e no esporte. O uso do suplemento alimentar
vem sendo utilizado com intuito de aprimorar o sistema muscular no
ganho de condicionamento físico em respostas ao treinamento (1). A creatina
é um composto encontrados em alimentos de origem animal (carnes, aves
e peixes), que é comercializada em forma de suplementos como monoidrato de
creatina (CrH2O), no qual é fornecida em forma de pó, comprimido, capsula e
liquido estabilizado (2).
A creatina descoberta em 1832 pelo cientista Frances Michel Eugene Crevreaul,
que extraiu da carne um novo composto e assim o nomeou, em 1847 Justus Voin
Lerbig confirmou a presença da creatina na carne animal com maiores concentrações
em animais selvagens em relação a animais de cativeiros e menos ativos.
Em 1927, a creatina fosfata é descoberta no gasto de energia no exercício. Em
1968 a creatina quinase, enzima responsável de catabolizar a fosforização da
creatina (3).
A suplementação de creatina teve suas primeiras aparições no ambiente esportivo
no final dos anos 80 e início dos anos 90, nas Olimpíadas de Barcelona de
1992, vistos nos vencedores das provas de alta velocidade (100 metros), por
Lindford Christie, e 400 metros por barreiras, Slly Gunell (3). A creatina exerce
os seguintes efeitos: melhora a performance das atividades de força e potência
musculares, aprimora as curtas explosões de endurance muscular e proporciona
melhora no aumento na sobrecarga durante o treino (2,4).
Creatina no sistema energético
A creatina é uma fonte de energia presente na contração muscular, aproximadamente
120 gramas de creatina é encontrado em um indivíduo com 70 kg
peso corporal. Seu conteúdo total de creatina é aproximado de 95% que ficam
depositados no musculo esquelético, dos quais 60% a 70% ligados à molécula de
fosfato (P), formando a creatinafosfato ou fosfocreatina (PCr) (5).
Em exercícios que necessitam de alta intensidade e curto período de tempo,
as vias de energias precisam ser rápidas, assim, a necessidade da produção de
trifosfato de adenosina (ATP), responsável de produzir energia no músculo é
acentuada, precisando das reservas de fosfocreatina na ressíntese imediata de
ATP, que são de predomínios em corrida de 30 metros, treinamento de força
máxima, saltos verticais e lutas (6). Neste contexto, o amento da PCr através da
suplementação oral da creatina é um mecanismo para o reabastecimento rápido
ergogênico da PCr, no qual leva a questões de estudos analisar a eficiência da
creatina ao aumento da PCr, podendo melhorar o desempenho em exercício de
alta intensidade e curta duração (5).
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#Creatina
+A PCr é fundamental no processo
da regeneração do ATP, no
qual a enzima creatina quinase
é capaz de catalisar a reação em
dois sentidos, para gerar energia
através da quebra do PCr fornecendo
ATP ao músculo, e/ou
utilizando o ATP mais creatina
para poupar novamente a reserva,
assim, produzindo PCr. No qual
funciona quando as concentrações
de ATP estão baixas, a enzima
entende que é hora de degradar a
PCr para produzir ATP, situação
que ocorre no momento do exercício.
Já no repouso, ou durante
as pausas do exercício intermitente, as concentrações de ATP são
maiores fazendo com que a enzima não precise de ATP e as reservas
de PCr podem ser estocadas (figura 1) (6).
Creatina e o Treinamento de Força
Os protocolos para o uso da suplementação de creatina a praticante
de treinamento de força, são utilizados tanto o método de saturação
(sobrecarga) 20 gramas divididas em quatro dose no período de 5-7
dias, como o método de manutenção que são de 2-5 gramas diárias
até o período do programa de treinamento (7).
Esses protocolos do uso da creatina associado ao treinamento de
Figura 1 - Mostra os dois sentidos da ação da enzima creatina quinase, que pode ocorrer
durante o exercício e/ou no repouso do exercício (6).
força periodizado podem melhorar o desempenho da força muscular
e aumento da massa magra (8). Praticantes de musculação ou atletas
utilizam suplementos ergogênicos para melhorar o desempenho
durante os exercícios e ganho na força muscular.
Estudo de Souza Junior (4) observaram que a combinação do suplemento
de creatina no treinamento de força durante 8 semanas, resultou
no aumento da força muscular, pico de torque isocinético e área
de secção transversa muscular em intervalos de descanso entre as
séries de 2 minutos até o final do período e outro grupo com 2 minutos
nas duas primeiras semanas, diminuído 15 segundos por semana.
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“... a creatina associado ao programa de treinamento de
força, pode otimizar no desempenho da foça muscular e
manter o exercício por um maior período de tempo e maior
carga, no qual pode favorecer na hipertrofia muscular ao
número de exercícios e métodos escolhidos na ingestão
da creatina. Mas, a ingestão do suplemento deve existir um
controle em todos nutrientes, pois somente do suplemento
não vai requerer todas necessidades básicas funcionais ao
organismo.”
O uso o suplemento de creatina antes ou
após os exercícios de força foi investigado
entre quais desses momentos há uma melhor
resposta ao treinamento, a dosagem de 5
gramas verificada em indivíduos fisiculturista,
aumentou a massa magra e força após
o treinamento (9). Em idosos saudáveis o
ganho de força e massa magra também foi
observado no treinamento de força mais
creatina comparado a placebo, os resultados
da suplementação de creatina foram maiores
comparado ao placebo (10).
Assim, a creatina associado ao programa de
treinamento de força, pode otimizar no desempenho
da foça muscular e manter o exercício
por um maior período de tempo e maior
carga, no qual pode favorecer na hipertrofia
muscular ao número de exercícios e métodos
escolhidos na ingestão da creatina. Mas,
a ingestão do suplemento deve existir um
controle em todos nutrientes, pois somente
do suplemento não vai requerer todas necessidades
básicas funcionais ao organismo.
Referências Bibliográficas
1. Oliveira, R. I. D., Lopes, C. R., Feltrin,
M. B., Dechechi, C. J., da Mota, G. R.,
Evangelista, A. L., Navarro, A. C. Os efeitos
da suplementação de creatina na performance
de corredores velocistas (100 e 200
metros). Revista Brasileira de Prescrição e
Fisiologia do Exercício, 2013. 7(42): p.540-
547.
2. McARDLE, W.D.; KATCH F.I.; KATCH
V.L. Fisiologia do Exercício. Energia,
Nutrição e Desempenho. Humano. Rido de
Janeiro Guanabara Koogan, 6a ed, 2008.
3. WILLIAMS, M. H.; KREIDER, R. B.;
BRANCH, J. D. Creatina, Manole. 2000.
4. Souza-Junior, T. P., Willardson, J. M.,
Bloomer, R., Leite, R. D., Fleck, S. J.,
Oliveira, P. R., & Simão, R. Strength and
hypertrophy responses to constant and
decreasing rest intervals in trained men using
creatine supplementation. J Int Soc Sports
Nutr, 2011. 8(1): p. 17.
5. Williams, M.H., Branch, J.D. Creatine
supplementation and exercise performance:
an update. Journal of the American College
of Nutrition, 2013. 17(3): p. 216-234.
6. IDE, B. N.; LOPES, C. R.; SARRAIPA,
M. F. Fisiologia do treinamento esportivo.
Phorte editora, 2010.
7. Becque, M. D.; Lochmann, J.D.; Melrose,
D.R. Effects of oral creatine supplementation
on muscular strength and body composition.
Medicine and Science in Sports and
Exercise. Madison, 2000. 32 (3): p.654-658.
8. Corrêa, D. A., Lopes, C. R. Efeitos da
suplementação de creatina no treinamento de
força. RBNE-Revista Brasileira de Nutrição
Esportiva, 2014. 8(45): p.180-186.
9. Antonio, J.; Ciccone, V.; The effects of
pre versus post workout supplementation of
creatine monohydrate on body composition
and strength. Journal on the International
Society of Sports Nutrition, 2013. 36(10):
p.1-8.
10. Candow, D. G., Vogt, E., Johannsmeyer,
S., Forbes, S. C., Farthing, J. P. Strategic creatine
supplementation and resistance training
in healthy older adults. Applied Physiology,
Nutrition, and Metabolism, 2015. 40(999):
p.1-6.
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#101+2
GUIA DE NUTRIÇÃO
PARA OS INICIANTES
DE MUSCULAÇÃO
“Se deres um peixe a um Homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares
a pescar, vais alimentá-lo toda a vida”
Neide Rangel
Licenciada em ciências da nutrição e em nutrição
e engenharia alimentar , com a cédula
2255N. Fundadora da INN-Inside Nutrition, e
com funções a Casa do Pessoal da RTP , CLinica
CLINISDUO e Clinica Livewell.
www.inn.com.pt
info@inn.com.pt
É fundamental que algo seja retido .... Os músculos
constroem-se principalmente na cozinha. Ou seja, o
que normalmente acontece, erradamente, é focaremse
apenas no tempo despendido no ginásio e em
suplementos de ganho de massa muscular ... um
erro, podemos dizer que 60% é alimentação , 30%
ginásio e 10% suplementação.
Quer um corpo definido siga estes conselhos de “5
Erros a evitar” e da “Lista de compras”, obrigatória
para nunca lhe faltar nada na sua despensa.
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“Lista de Compras”
Abuse em Saladas e legumes (dê cor ao seu prato)
Boas fontes de Proteina:
Ovos
Clara de Ovo pasteurizada
Carnes magras (frango, peru, coelho): em bife,
lombo ou picada
Peixes (bacalhau, salmão, cavala, sardinha,
garoupa, solha, dourada, pescada)
Atum em lata ao natural (ou água)
Fiambre de aves
Queijo Cottage
Camarão
Bacon de peru
Lombo de vitela
Filé mignon
“5 ERROS A EVITAR”
1º Hidratação incorreta: não deve hidratar apenas durante o treino , mas sim antes
(mínimo desde 2 horas antes do treino), durante e depois. A fadiga muscular muitas
das vezes é falta de água no seu organismo, e ai vai sentir uma diminuição na sua
performance e até pode desencadear em lesão.
2º Auto-prescrição de Suplementação: nos dias que correm o acesso à internet vemnos
trazer um excesso de informação e muitas vezes errada. Perguntar o um amigo
que pratica a mesma atividade o que toma ou ir a sites ver o “pacote para musculação”
pode ser um erro para si. Procure uma nutricionista onde recolha a sua história clinica
e avalie, através de bio-impedândia e perímetros corporais, o seu corpo, ai será orientado
não só em termos de alimentação, bem como de suplementação.
3º “Hora do lobo”: um dos maiores erros é passar o dia todo com regra na alimentação
e quando chegam a casa ou restaurante descompensam com tudo o que apareça. Dai
a importância de fazer várias refeições durante o dia e controlar o seu frigorifico e
despensa.
4º Contar calorias: é essencial que entenda que Calorias não nos quer dizer muito (ou
nada), temos que olhar para a qualidade do alimento que estamos a consumir, isto
porque comer 100kcal de uma baba de camelo ou 100 kcal de um Bife , as calorias
são as mesmas , e agora ?!?!? A industria aproveitou-se da palavra “Calorias” para
um Marketing sensacional, seja um pouco mais inteligente e verifique sempre os
ingredientes e rótulos.
5º Falta de Organização: antes de tornar o que quer que seja num hábito ou numa
rotina primeiro teremos que considerar uma regra. Assim ser metódico e organizado
na sua cozinha e refeições vai lhe salvaguardar momentos de ansiedade quando, por
exemplo, chega a casa tarde e não sabe o que comer.
Boas Fontes de Hidratos de Carbono:
Flocos de Aveia
Quinoa
Batata doce
Leguminosas
Fruta (optar pelos de baixa carga glicémica: perâ,
maçã, ananás/abacaxi, morangos, frutas silvestres,
kiwi, papaia, pêssego)
Inhame
Arroz integral
Millet
Trigo sarraceno
Mandioca
Boas fontes de gordura:
Azeite extra-virgem
Óleo de coco de 1º pressão
Manteiga de amendoim / caju (sem aditivos =
pura)
Abacate
Frutos secos sem sal e sem ser torrado (Noz peca,
Castanha do Brasil, Noz, Avelã, Caju)
Hidratação:
Água de Monchique (água alcalina)
Água de coco (sem aditivos)
Chás (sem adição de açúcar)
Ervas aromáticas e especiarias:
use e abuse de todos os temperos
Canela
Gengibre
Curcuma
Malagueta
Limão e Lima
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#Angola
L
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Com a bola nos pés
uanda
Os primeiros passos
do futebol em
Andrea Marzano, Professora do Departamento de História da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO marzano.andrea@gmail.com
Em 1926, o Sporting Club de Luanda enfrentou o
Atlético no campo do Ferrovia, diante de uma ruidosa
claque de torcedores. A partida era importante, pois
opunha as equipes vencedoras dos dois campeonatos do
ano anterior: o da Associação de Football de Luanda,
que reunia o Atlético, o Sport, o Ferrovia e o Império,
e o da Liga de Football de Luanda, que agrupava o
Sporting, o Nun’Álvares, a Associação dos Empregados
do Comércio e o Club Naval. Comentando a partida, o
jornal Província de Angola lastimou a maneira como os
times entraram em campo, dispensando a troca de ramos
e o abraço de capitães e limitando-se a um apagado
“hurrah”, recebido com aplausos pelo animado público.
A displicência dos atletas tinha um motivo. A Associação
de Football de Luanda fora fundada no ano anterior
(1925), após a saída do Ferrovia, do Sport e do Atlético
da Liga. Tal dissidência, aparentemente motivada por
frequentes episódios de violência nos campos, revelava
conflitos ligados à intensificação da presença colonial.
Para entender este processo, vale a pena acompanhar os
primeiros passos do futebol na cidade e, sobretudo, as
tensões evidenciadas na década de 1920.
O futebol chegou a Luanda em 1897, com os funcionários
da Companhia (inglesa) do Cabo Submarino.
Naqueles anos, tripulantes de navios ingleses atracados
no porto aproveitavam a terra firme para organizar partidas,
que logo começaram a atrair jogadores da cidade,
fossem de origem europeia, fossem negros e mestiços
nascidos na colônia que dominavam a língua portuguesa
e outros códigos culturais europeus.
No início da década de 1910, a Associação dos
Empregados do Comércio formou uma equipe. Na
mesma época, funcionários da Alfândega e da Fazenda
se juntaram a empregados de escritório e fundaram o
Grupo Nacional de Football. A primeira partida entre os
dois times, em julho de 1912, mobilizou uma fervorosa
assistência de jovens brancos e mestiços que trabalhavam
no comércio.
O futebol despertou grande interesse, o que tornou
os desafios cada vez mais frequentes. As partidas
realizadas aos domingos no improvisado Campo dos
Coqueiros, na Baixa, contavam com a animação da
filarmônica de educandos do Semínário. Em um curto
espaço de tempo, outras equipes se formaram, como
a dos empregados do Caminho de Ferro de Ambaca e
a Militar. Difundindo as regras do jogo e apitando as
partidas destacava-se a figura de Mr. Allen, superintendente
do Cabo Submarino.
No elegante Club Naval, frequentado por colonos europeus
e por uma restrita elite de negros e mestiços que
viviam do comércio e dos cargos públicos, foi fundada,
em 1914, a Liga de Football de Luanda, que deveria
organizar, a partir de então, os campeonatos.No início
da década de 1920, os principais clubes desportivos de
Luanda eram o Naval, o Invicta, o Sporting, o Sport
Lisboa e Luanda, a Associação dos Empregados do
Comércio e o Grupo Nacional. Naqueles tempos, em
que crescia a olhos vistos o interesse pelo futebol,
aumentava também a população europeia da cidade.
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#Luanda
O crescimento econômico de Angola, baseado
na produção de açúcar e café, atraía
imigrantes que buscavam, na colônia, alternativas
de vida inexistentes na metrópole. Se
em 1900 viviam em Angola 9.198 brancos,
este número subiria para 20.700 em 1920.
O crescimento da população de origem metropolitana
multiplicaria os espaços de sociabilidade
em moldes europeus. Cafés, cervejarias,
restaurantes, teatros e cinematógrafos
revelariam o dinamismo da vida em Luanda
e reforçariam o discurso, então vigente,
de que os europeus cumpriam a missão
histórica de civilizar a África. Ao mesmo
tempo, se intensificaria a exploração dos
indígenas e os conflitos entre os brancos e
as famílias negras e mestiças que, durante
séculos de fragilidade da presença europeia,
se dedicaram ao comércio e ocuparam cargos
na administração colonial, no Exército
e no clero, conquistando espaço na restrita
elite luandense.
Os colonos recém-chegados ansiavam não
apenas pelos melhores cargos ou, quando
se estabeleciam fora da cidade, pelas terras
mais férteis e melhor localizadas. Queriam,
também, espaços exclusivos de lazer. As tensões
que se expressavam na tomada de cargos
públicos antes ocupados pela elite negra
e mestiça da terra, ou na expropriação de
terras de agricultores negros, manifestavamse,
exemplarmente, nos recintos sociais e
no esporte. A administração do Club Naval,
antes frequentado sobretudo por europeus,
mas também por elementos da miscigenada
elite local, aumentou os valores das mensalidades
cobradas aos sócios e passou a excluir
os negros e mestiços dos eventos sociais,
limitando sua participação, não sem tensões,
às práticas e competições esportivas. O
aumento dos conflitos motivou a fundação,
em 1924, do Club Atlético de Luanda, por
antigos sócios do Club Naval descontentes
com tal discriminação.
As tensões se manifestaram, também, no
futebol. Os jogos e campeonatos de meados
da década de 1920 foram marcados pela violência
de alguns jogadores e pela falta de firmeza
dos árbitros. Tal situação provocaria a
já referida dissidência na Liga de Football de
Luanda, com a saída do Ferrovia, do Sport
e do Atlético, clubes com forte presença de
atletas negros que fundariam, em 1925, a
Associação de Football de Luanda.
Assim, aquele jogo de 1926, mencionado
no início deste artigo, opunha o Sporting,
campeão do torneio da Liga, que agrupava
equipes formadas sobretudo por europeus,
ao Atlético, que era não apenas o vencedor
do campeonato da Associação, mas também
um clube fundado por famílias negras
e mestiças até então pertencentes à elite
de Luanda, que no entanto perdiam sua
posição social em decorrência do aumento
do número de colonos europeus. Naquele
contexto de intensificação das tensões raciais
e sociais, os capitães das duas equipes não se
abraçaram.
Apesar do desconforto dos atletas, tal jogo
resultava dos esforços pela reunificação das
duas organizações que, dissolvidas naquele
ano, foram substituídas pela Federação
Desportiva de Luanda. No entanto, não apenas
a violência em campo continuava, como
a popularização do futebol dava margem à
manifestação de preconceitos na imprensa.
Ainda em 1926, um jornalista de A Pátria
lamentou que a equipe do Operário contasse
102 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
#futebol
com indígenas que trabalhavam como criados de servir e contínuos,
que além de pertencerem a uma camada social cujos membros eram
frequentemente levados à polícia por pequenos delitos, se apresentavam
mal equipados em campo. Referindo-se a desordens ocorridas
em uma partida entre o Ferrovia e o Atlético, realizada em 1928, um
jornalista d’A Província de Angola sugeriu que fosse proibida a realização
de jogos oficiais no campo do Ferrovia, localizado no Bungo,
próximo à estação dos Caminhos de Ferro, numa área limítrofe da
Cidade Baixa onde viviam sobretudo negros e mestiços de baixo
poder aquisitivo.
Em campo e fora dele, manifestavam-se discriminações e revoltas.
Através do esporte bretão, símbolo da modernidade que os agentes
do colonialismo afirmavam levar para o continente africano, europeus
ostentavam sua suposta superioridade. Enquanto isso, com a
bola nos pés ou na torcida, em partidas oficiais ou brincadeiras de
rua, negros e mestiços nascidos na colônia se divertiam, afirmavam
sua dignidade e reforçavam suas próprias hierarquias, mostrando que
futebol era muito mais que um jogo.
Referências Bibliográficas:
MARZANO, Andrea. “Práticas esportivas e expansão colonial em
Luanda”. In: MELO, Victor Andrade de; BITTENCOURT, Marcelo
e NASCIMENTO, Augusto (orgs.). Mais do que um jogo: o esporte
e o continente africano. Rio de Janeiro: Apicuri, 2010, p.71-99.
MOTA, Henrique (coord.). História do Club Atlético de Loanda.
Primeiro volume – 1924-1953. Subsídios para a história do desporto
angolano. Luanda: Clube Atlético de Luanda e Saudade, 2008.
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#101+2
104 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Michal B. Jordan
Como foi o seu treino para o
filme Creed – a continuação
da saga Rocky?
Rodolfo Resende Pires, estudante de desporto, culturista e colunista da Desporto&Esport
O
treino de boxe, mesmo para o cinema, não é uma tarefa fácil,
que o diga, Michal B. Jordan, que teve de se submeter a um
rigoroso para o ressurgimento da saga de Rocky, no filme
Creed. O norte americano é Adonis Creed, filho (fora do casamento)
do lutador Apollo que aparece em vários filmes do Rocky.
Para o papel, Jordan teve sujeito a um treino específico que o Men’s
Journal descreveu em detalhe na sua última edição. Aqui ficam os
principais pontos:
# CARDIO
45 a 60 minutos todos os dias: intervalo de treino, sprints, exercícios
pliométricos e corda.
# SÉRIES DE ABDOMINAIS
Dia sim, dia não, 3 sets de 25 repetições de cada um dos seguintes
movimentos:
Crunche
Levantamento de pernas
Crunche reverso
Tocar no dedos dos pés
Sit-ups tradicional
# SÉRIES PARA A PARTE DE CIMA DO CORPO
Aquecimento de 1.5 km na esteira:
Superset de supino com halter e flexão: Alternar o supino com halter
e flexão num total de 5 rounds. Fazer o esquema de repetição para
o supino com halter: 10 repetições, depois 9 repetições, depois 8, 7
e finalmente 6. 15 flexões imediatamente após cada série de supino.
Descansear por 15 a 30 segundos entre um round e outro (um round
é composto por uma série de supino + uma série de flexão).
Superset de cross over com halter e flexão: Alternar o cross over
com haleter e flexão num total de 5 rounds. Façer esse esquema
de repetição para o cross over com halter: 10 repetições, depois 9
repetições, depois 8, 7 e finalmente 6. 1o flexões imediatamente após
cada série de cross over.
Bíceps com halter: 4 séries de 15 repetições, descansando por 30
segundos entre as séries.
Bíceps martelo: 3 séries de 12 repetições, descansando por 30
segundos entre as séries.
Superset de tríceps com halter no banco e tríceps no banco:
Alternear tríceps com halter no banco e tríceps no banco num total
de 4 rounds.nFaça 15 tríceps com halter no banco seguido imediatamente
de 20 tríceps no banco.
#SÉRIES PLIOMÉTRICA
Completar um circuito em 3 rounds. Descansar por 2 minutos entre
um round e outro e não descanse entre os exercícios.
Subida no banco: 20 cada perna
Saltar no banco: 20 repetições
Subida lateral no banco: 20 cada perna
Agachamento com Salto: 20 repetições
Burpees: 15 repetições
Flexão com banco: 25 repetições
Um round é composto pela sequência de todos os exercícios.
#TREINO DE BOXE
Todo dia de treino termina com 3 horas de boxe.
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#101+2
Porque os futebolistas estão
sempre a cuspir?
Quando praticamos exercícios físicos
ide alta intensidade ocorre uma alta
produção de saliva devido à necessidade
de respirarmos de forma mais vigorosa, e
ainda potenciada, se a respiração for feita
preferencialmente pela boca, o que provoca
uma sensação de secura e estimula
as glândulas salivares.
A saliva é um dos mais complexos,
versáteis e importantes fluidos do nosso
corpo. Esse fluido cuida de uma grande
lista de necessidades fisiológicas. As
suas propriedades são essenciais para a
proteção da cavidade bucal e do epitélio
gastrointestinal. Além de umedecer os
tecidos moles e duros da cavidade bucal,
tem ainda a uma função essencial no
controle da quantidade de água do organismo.
Quando o corpo está com falta de
água, a boca fica seca, manifestando a
sede.
Como os jogadores não bebem água
frequentemente (só excecionalmente em
algumas paragens um pouco mais longas),
o corpo dá uma resposta rápida
enchendo a boca dos futebolistas de
saliva que deveria ser engolida para amenizar
os sintomas de desidratação, mas
por costume eles acabam por a cuspir
no relvado, o que aumenta ainda mais a
desidratação corporal, criando aqui um
ciclo vicioso.
Um funcionário
com o salário
mínimo (505
euros por mês),
teria que trabalhar
2.724
anos para receber
um cheque
igual ao do
craque madeirense
recebe
durante um ano
de trabalho no
Real Madrid e
em Publicidade.
Qual a probabilidade de vitória
da melhor equipa num Mundial?
Gerald Skinner e Guy
Freeman, da Universidade
de Maryland, publicaram um
estudo no Journal of Applied
Statistics, que usou uma abordagem
bayesiana para analisar
os jogos de futebol em vários
tipos de competições, incluindo
o Mundial de 2006. Nesta pesquisa
o que mais surpreende,
é a conclusão que existe uma
grande probabilidade da melhor
equipa pode não vencer,
contrariando o senso comum
do adepto e analista de futebol.
Dos resultados do Mundial de
2006, verificou-se que a melhor
equipa teve apenas uma
probabilidade de vitória de
28%.
15 Minutos
Tempo mínimo de exercício
diário para o corpo se manter
em forma.
106 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Quanto CR7 ganha por Twitter?
Cristiano Ronaldo por cada publicação no Twitter, promovendo uma
marca, recebe cerca de 230 mil euros, e isto por apenas 140 caracteres e 30
segundos de trabalho a escreve-los. O valor foi avançado à alguns dias pelo
jornal espanhol “Ás” e demonstra quanto dinheiro o craque ganha virtualmente,
sem sequer ter que sair de casa. Esse valor é apenas justificável por
Ronaldo contar com 37 milhões de seguidores no Twitter.
Quem eram os ídolos dos ídolos da atualidade?
Quais foram os
futebolistas que renderam
mais dinheiro que Zidane?
1 - Angel Di Maria (Benfica, Real Madrid, Man
United e PSG) - 185, 6 milhões de euros
2 - zlatan ibrahimovic (ajaz, juventus, inter, barcelona,
milan, PSG) - 173,6 milhões de euros
3 - James Rodriguez (Banfield, FC Porto, Monaco,
Real Madrid) - 138,036 milhões de euros
4 - Anelka (PSG, Arsenal, real madrid, liverpool,
Man City, juventos, etc) - 131,955 milhões de
euros
5 - Hernan crespo (River Plate, Parma, Lazio,
Inter, Cheasea, Milan,, etc) - 123,610 milhões de
euros
6 - Juan Sebatian Veron (Parma, Lazio, Man
United, Inter, etc) - 120,216 milhões de euros
7 - Luiz Suarez (Ajaz, Liverpool e Barcelona) -
120,0 milhões de euros
8 - R. Falcão (FC Porto, Atletico Madrid, Monaco,
Man United, Chealsea) - 115,973 milhões de euros
9 - Cristiano Ronaldo (Sporting, Man United, Real
Madrid) - 115,0 milhões de euros
10 - Gareth Bale (Spurs, Real Madrid) - 114, 0
milhões de euros
e ainda:
11 - Kevin de Bruyne - 108,194 milhões de euros
12 - Robbie Keane - 108,0 milhões de euros
13 - Ronaldo (o fenómeno) - 104,659 milhões de
euros
14 - Fernando Torres - 103,103 milhões de euros
15 - C. Vieri - 90,6571 milhões de euros
16 - Carlos tevez - 90 milhões de euros
17 - E. Cavani - 89,7 milhões de euros
18 - Robinho - 88,1113 milhões de euros
19 - William - 87,5456 milhões de euros
20 - Zinedine Zidane - 87,1213 milhões de euros
Todos nós tivemos os nossos ídolos futebolísticos quando éramos meninos; e o
mesmo acontece com as maiores figuras do futebol atual
- Lionel Andrés Messi: Pablo Aimar.
- Cristiano Ronaldo: Luís Figo e Diego Armando Maradona.
- Gianluigi Buffon: Thomas N’kono.
- Manuel Neuer: Jens Lehmann.
- Marco Reus: Thomas Rosicky.
- Zlatan Ibrahimovic: Ronaldo Nazário de Lima.
- Juan Mata: Diego Armando Maradona.
- Luis Suárez: Enzo Francescoli e Gabriel Batistuta.
- Gareth Bale: Ryan Giggs.
-Thiago Siva: Carlos Gamarra.
- Daniel Sturridge: Thierry Henry e Ronaldo Nazário de Lima.
- De Gea: Gianluigi Buffon e Edwin van der Sar.
- Álvaro Morata: Raúl González Blanco.
- Raheem Sterling: Ronaldinho Gaúcho.
- Robert Lewandowski: Thierry Henry.
- Joe Hart: David Seaman.
- Adnan Januzaj: Zinedine Zidane e Juan Román Riquelme.
- Mario Balotelli: Ronaldo Nazário de Lima.
- Luka Modric: Francesco Totti.
- Xavi Hernández: Bernd Schuster.
- Neymar Júnior: Robinho.
- Danny Welbeck: Thierry Henry.
- Luciano Vietto: Lionel Andrés Messi.
- Gianluigi Donnarumma: Gianluigi Buffon.
-Thiago Alcántara: Mazinho.
- Lucas Moura: Lionel Andrés Messi.
- Koke: Fernando Torres.
- Rafinha: Xavi Hernández.
- Mario Gómez: Ronaldo Nazário de Lima.
- Kevin De Bruyne: Michael Owen.
- Iker Casillas: Peter Schemeichel.
- Mesut Ozil: Zinedine Zidane.
- Raúl González: Hugo Sánchez.
- Carlos Bacca: Ronaldo Nazário de Lima.
- Fernando Torres: Kiko Narváez.
- Mateo Kovacic: Luka Modric.
- Eden Hazard: Zinedine Zidane.
- Paulo Dybala: Ronaldinho Gaúcho.
Vários estudos finlandeses apuraram que os homens mais ativos tinham menos
probabilidadesde falecer por cancro. Quanto mais exercício, melhor.
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#101+2
Qual é o peso ideal que tem de carregar para
obter o máximo rendimento?
O peso ideal é o que proporciona um estímulo suficiente para a musculatura
sem aumentar o risco de sofrer uma lesão. O ideal é uma média
entre 20 a 30% menos do peso que pode levantar numa repetição máxima
(1RM). Se não conhece o seu máximo para um determinado exercício,
convém que teste antes pelo método de tentativa.
Como saber se estou a fazer corretamente
um exercício?
A melhor forma de o fazer, é fazer-se a si mesmo certas questões.
Primeiro, nota a tensão no lugar certo? O exercício incide sobre o grupo
muscular pretendido ou a força vem de outro sítio? Segundo, consegue
controlar o peso? E por fim, está a aproveitar todo o arco do movimento?
De nada vale aumentar o peso se não retira o máximo do exercício por
má execução.
Devo saltar o café da manhã?
Saltar o café da manhã é um dos erros mais comuns entre as pessoas
que desejam emagrecer, já que produz justo o efeito contrário. “Por dois
motivos: porque estamos com fome e comemos mais quando chega a
refeição seguinte, e porque o jejum prolongado coloca o metabolismo em
modo econômico, ou seja, reverte o metabolismo de insulina e aumenta o
armazenamento de gordura”, afirma a especialista em nutrição.
Porque deve mascar chiclete?
Vários estudos realizados em 2011 pelo Instituto de Ciências Psicológicas
da Universidade de Leeds (Reino Unido) concluem que os efeitos do
chiclete na regulação do apetite são muito positivos. Por um lado, esse
hábito evita que comamos por tédio; por outro, produz uma sensação
de saciedade e reduz a vontade de beliscar algo entre as comidas. Mas
atenção: para que o truque funcione, é preciso mastigar o mesmo chiclete
durante pelo menos 45 minutos.
Porque levantar pesos fortalece os ossos?
Ao levantar pesos exercitasse os músculos, que por sua vez puxam os
tendões ativando as células responsáveis pela criação de novas células
ósseas, tornando assim os ossos mais fortes e densos.
108 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
O que é a
Creatina?
A creatina é um aminoácido processado
de forma natural pelos rins
e fígado. Encontra-se na carne e
em produtos animais ou pode ser
tomada como suplemento. A creatina
melhora a velocidade, aumenta
os níveis de energia e força, a
velocidade e, se combinada com
treino regular, aumenta a massa
magra.
Quando se deve tomar Creatina:
antes ou depois do treino?
Alguns estudos têm-se debruçado
sobre esta questão, e com alguns
resultados algo contraditórios, no
entanto, se for praticante de culturismo,
os resultados são mais
claros, e verificaram que os atletas
que consumiram creatina após
o treino, aumentaram a massa
muscular e a resistência, mas em
pequenos valores. Assim, a opção
deve pertencer ao atleta e à sua
experiência.
Como atleta devo
consumir bebidas
açucaradas?
Não, nem sequer o deve fazer
mesmo não sendo atleta ou praticante
de desporto. Os números
são assustadores: as bebidas açucaradas
causam 133.000 mortes
por diabetes, 45.000 por doenças
cardiovasculares e 6.450 por cancro.
Estes dados foram publicados
na revista científica Circulation
que revelou ainda que só nos
Estados Unidos da América por
ano, as bebidas açucaradas
causam 25.000 mortes.
O que é o Crossfit?
O Crossfit é um programa de treino intenso,
criado por Greg Glassman, que trabalha o corpo
inteiro e combina exercícios de cardio, musculação
e ginástica. Este treino de alta intensidade
é muito variado para tirar o máximo partido do
treino, desenvolver e melhorar a agilidade, coordenação,
equilíbrio, flexibilidade, força, potência,
precisão, resistência muscular e cardiovascular e
velocidade.
Quem pode praticar Crossfit, dadas
as suas exigências?
Ao contrário do que, à partida, possa pensar, o
crossfit é uma modalidade que se adapta a qualquer
pessoa, incluindo crianças, idosos e grávidas,
independentemente da condição física, desde que
acompanhados por profissionais especializados
que vão ajustar o treino às capacidades de cada
um para o deixar mais forte, saudável e em forma.
Treinos em excesso ou provas
longas de esforço prejudicam a
“qualidade” do sangue?
Um estudo do International Journal of Sports
Medicine analisou amostras de sangue de 17 corredores
antes e depois de uma ultramaratona de
24h. Assim que o estômago ficou sem a adequada
passagem de sangue nos intestinos, as bactérias
infiltraram-se e libertaram toxinas perigosas para
o organismo, tornando o sangue desses atletas, à
falta de melhor palavra, toxico.
O que é a proteína Whey? E para
que serve?
Whey, a proteína de soro de leite, é
a parte líquida que se consegue obter
depois da separação da caseína.
Contém proteínas solúveis de alta
qualidade como a lactoglobulina,
lactoalbumina e albumina, que são
uma grande fonte de aminoácidos
essenciais e que podem ser adquiri
Quem mais beneficia com exercícios
na modalidade de cardio:
Homens ou mulheres?
Seria de esperar que os exercícios de cardio beneficiassem
de forma igual homens ou mulheres,
mas um artigo publicados no Journal of the
American Heart Association, revela que são os
homens quem mais tira partido dos exercícios de
cardio, sendo que a idade e estilos de vida, podem
interferir imensamente com os resultados.
O exercício físico ajuda a aumentar
o rendimento mental?
A resposta é clara, estudantes com melhor aptidão
cardiorrespiratóriae peso normal têm uma probabilidade
5,5 vezes superior de terem um rendimento
escolar mais elevado - estudo desenvolvido
pela Faculdade de MotricidadeHumana
da Universidade de Lisboa.
Porque sinto o coração “palpitante”
ou arritmias quando regresso aos
treinos após períodos de média ou
longa paragem?
Após médias ou longas paragens, que são inclusive
aconselhadas, sem pratica desporto, o coração
bombeia menos sangue a cada contração, mas
os músculos continuam a necessitam do mesmo
volume de sangue. Para resolver este dilema
coração aumenta o número de batimentos por
minuto (ritmo cardíaco) para o sangue chegar
com a rapidez necessária aos lugares em que faz
falta, o que provoca ou pode provocar a sensação
de arritmias.
Alimentos que cuidam dos teus dentes:
> Chocolate preto: atua como agente antibacteriano e
contémteobromina, que fortalece o esmalte.
> Chá verde sem açúcar: rico em flúor e compostosantioxidantes
que protegem o esmalte.
> Queijo curado: contribui para combater a ação dos ácidosproduzidos
pelos alimentos ricos em hidratos de carbono.
dos através da alimentação. Esta proteína
já demonstrou ter um enorme
potencial para a hipertrofia muscular,
até mais que outros suplementos,
mais conhecidos e consumidos,
como a caseína. É de rápida digestão
e absorção, tornando-se ideal para a
recuperação após o treino.
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#101+2
O CHÁ PRETO MELHORA
A PERFORMANCE DAS
FUNÇÕES COGNITIVAS
“No decorrer da última década têm sido
feitos estudos com foco no fator “atenção”
- elemento fundamental na nossa vida diária,
pois influencia a memória, a execução de
tarefas complexas e o raciocínio.
Para comprovar cientificamente os efeitos
do chá preto, os especialistas estudaram os
efeitos de duas componentes fundamentais:
a cafeína e a teanina.
Um estudo publicado na revista científica
Nutritional Neuroscience, intitulado “A
combinação de L-Teanina e Cafeína melhora
a performance cognitiva e aumenta
o estado de alerta”, investigou o efeito em
jovens adultos de uma combinação de 97
miligramas de teanina e 40 miligramas de
cafeína (equivale a entre duas a três chávenas
de chá preto – tendo em conta uma
chávena de chá de 200 mg), na performance
cognitiva, no estado de alerta, na pressão
arterial e batimentos cardíacos, comparando
com os efeitos de um tratamento placebo.
Estes efeitos foram analisados antes e após
a administração da cafeína e da teanina. A
combinação de níveis moderados de teanina
e cafeína melhorou significativamente a precisão
na execução de tarefas e aumento
do estado de alerta, bem como redução do
cansaço. Ficou também provado que a combinação
entre os dois elementos presentes no
chá preto aumenta os níveis de atenção em
tarefas cognitivas exigentes, sendo por isso
a bebida ideal para começar o dia.
Um outro estudo, intitulado “A relação
entre o chá e o consumo de outras bebidas
na performance laboral e no humor”,
veio reforçar as conclusões no que respeita
ao estado de alerta e redução do cansaço.
Demonstrou ainda que o consumo de chá
tem a capacidade de melhorar o estado de
humor, otimizando a performance no trabalho,
bem como a resolução de problemas
de forma criativa.
De acordo com a OMS – Organização
Mundial de Saúde, um consumo de cafeína
moderado não é prejudicial para a saúde,
recomendando-se não ultrapassar os 300
mg de cafeína por dia, sendo que o chá preto
contém, em média, 45 mg por chávena,
cerca de metade de um café expresso.”
Fonte SportLife
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Como posso diminuir as
dores e/ou melhorar as
minhas articulações?
As dores nas articulações são cada vez mais
comuns por diversas razões e são infelizmente
partilhadas por milhões de pessoas;
e, por essa razão, e do outro lado da moeda,
muitas pesquisas têm sido feitas no sentido de
minimizar este problema, e os resultados têm
aparecido. E, a solução foi encontrada em em
dois extratos naturais chamados glucosamina
e condroitina. Para além de diminuir as dores,
estas substâncias atuam inclusive na reparação
das articulações, atacando o problema na
sua origem.
Porque os desportistas
têm mais tendência a
ter caries?
Para quem não sabe a preposição da pergunta
é verdadeira e a resposta é bem simples, primeiro
porque os desportistas respiram frequentemente
pela boca o que provoca secura,
e segundo porque as bebidas isotónicas corroem
o esmalte. Para prevenir, o melhor é ter
uma higiene oral diária bem cuidada, beber
água quente durante os exercícios e limpezas
periódicas mais profundas, e visitas regulares
a profissionais de saúde dentária.
Glutamina, o que é?
A glutamina é o aminoácido mais abundante
no corpo. É considerado um aminoácido
“semi-essencial”, uma vez que é sintetizada
pelo organismo a partir de outros aminoácidos
como o ácido glutâmico, a valina e a
isoleucina. Para além do reforço do sistema
imunitário, desempenha um papel crucial
para o aumento da massa muscular, ajuda na
cicatrização das feridas.
Autores:
Pedro M. Silva, Vitor E. Santos,
Diogo Sampaio, Ricardo
Reis, Tiago Dinis e Rodolfo
Resende Pires
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#101+2
Quem é o menino com a “camisola” de Messi?
Após diversas falas pistas a BBC conseguiu confirmar a identidade do menino e chegar à fala com o pai da
criança, Arif Ahmadi, que afirmou “Este miúdo gosta mesmo do Messi e de futebol. Nós não conseguimos
comprar uma camisola para ele porque eu sou apenas um simples agricultor. Portanto os miúdos decidiram
fazer uma de plástico”. O desporto no seu estado mais puro!
112 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com
Imagens:
Capa: szwejzi.deviantart.com, sportv.globo.com, globoesporte.globo.com, publico.pt, gtaforums.com;
Índice: prorendersfutbol.blogspot.com; Especial ciclismo – Dor: Músculos vs. Cérebro: decaironmantraining.com,.scott-sports.com,
desporto.sapo.pt, hazler.wordpress.com, cycling-passion.com, hcpress.
com, theredlist.com; Nuno Sabido - Ciclismo em Portugal: observador.pt, cm-sjm.pt, jornaldeoleiros.
com, desporto.sapo.pt; #101+2 Perguntas e respostas: casacariri.com.br, sites.uai.com.br, cyberphonic4d.
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