L+D 58
Edição: Maio/Junho de 2016
Edição: Maio/Junho de 2016
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GALERIA CASA TRIÂNGULO, SÃO PAULO<br />
E MAIS: HILTON BARRA HOTEL, RIO DE JANEIRO<br />
CLUBE MELISSA, RIO DE JANEIRO | ÓTICA BOLON, XANGAI (CHINA)<br />
1
2 3
4 5
SUMÁRIO<br />
maio/junho 2016<br />
edição <strong>58</strong><br />
38 56<br />
10<br />
AGENDA<br />
12<br />
¿QUÉ PASA?<br />
38<br />
GALERIA CASA TRIÂNGULO<br />
O mínimo possível<br />
44<br />
HILTON BARRA HOTEL<br />
Fluidez Carioca<br />
50<br />
RESIDÊNCIA JARDIM EUROPA<br />
Ajuste fino<br />
56<br />
CLUBE MELISSA IPANEMA<br />
Cor, descontração e elegância em Ipanema<br />
50<br />
44<br />
60<br />
ÓTICA BOLON<br />
Jogo de luz e sombra<br />
66<br />
LIGHT + BUILDING - FRANKFURT 2016<br />
Recalculando a rota<br />
6 7<br />
60<br />
20
Romulo Fialdini<br />
Thiago Gaya<br />
publisher<br />
GALERIA CASA TRIÂNGULO<br />
Iluminação: Design da Luz Estúdio<br />
Foto: Andrés Otero<br />
Orlando Marques<br />
editor-chefe<br />
PUBLISHER<br />
Thiago Gaya<br />
A LUZ DO CONGRESSO NACIONAL<br />
EDITOR-CHEFE<br />
Orlando Marques<br />
DIRETORA DE ARTE<br />
Thais Moro<br />
Ao assistir à votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no último dia 17 abril,<br />
não pude deixar de notar a qualidade da iluminação do plenário da Câmara dos Deputados no<br />
Congresso Nacional. Com um aspecto um pouco triste, o ambiente aparece marcado por uma luz<br />
com tonalidade acinzentada, pálida e de aparência pouco acolhedora. Seria isso mesmo?<br />
Numa rápida pesquisa na internet, deparei com o estudo “A iluminação do plenário da<br />
Câmara dos Deputados e sua relevância para a qualidade das imagens televisivas”, desenvolvido<br />
por Ricardo Marcel Mansano André e publicado na Revista Especialize On-line do IPOG (Instituto<br />
de Graduação e Pós-Graduação), em 2013. O trabalho apresenta um dedicado e detalhado<br />
levantamento a respeito das soluções luminotécnicas ao longo da história do edifício.<br />
O projeto de iluminação, conforme apresentado na inauguração de Brasília em 1960, teve sua<br />
estrutura completamente modificada em uma reforma realizada em 1971, com base nas ideias do<br />
próprio Oscar Niemeyer. Naquela ocasião, projetou-se uma luminária para uma lâmpada, com<br />
cúpula de vidro translúcido opalino, em formato de calota, com raio de 22,5 cm, para ser fixada<br />
sob a laje. Com isso, o número de luminárias aumentaria de aproximadamente 20 para 269. Sob<br />
elas acrescentou-se um forro de alumínio branco, tipo colmeia, a 50 cm da laje.<br />
Para o arquiteto, o projeto teria como finalidade “obter uma iluminação difusa, iluminando<br />
o forro da maneira mais homogênea possível, de modo que se tivesse a sensação de que a luz<br />
natural penetrasse por sobre o forro”.¹<br />
Tal efeito, no entanto, nunca foi alcançado. O forro é manchado pela luminosidade das<br />
luminárias, possivelmente em razão de sua proximidade delas. Além disso, a mistura de lâmpadas<br />
com diferentes temperaturas de cor e até diferentes fluxos acentua as manchas, deixando o forro<br />
muito aquém das ideias de Niemeyer.<br />
Desde a reforma, diversas substituições de equipamentos e soluções temporárias foram<br />
implementadas, sempre com o intuito de aumentar o nível de iluminância do ambiente. A mais<br />
recente, segundo o trabalho de André, consistiu em substituir as lâmpadas existentes por fontes<br />
com maior fluxo luminoso. Nesse caso, por lâmpadas de vapor metálico de quartzo 250W /<br />
18.000lm / 4.500K / IRC60 / E40 e reatores com fator de potência 0,95.<br />
Apesar do alto fluxo luminoso, essas especificações não são as mais adequadas para a<br />
percepção das feições humanas; talvez daí decorra o aspecto triste e pouco acolhedor do plenário.<br />
Atualmente, já existem lâmpadas com as mesmas características técnicas dessas, mas com<br />
melhor temperatura de cor e IRC mais elevados. Trocá-las neste momento histórico que vivemos<br />
seria talvez o problema mais simples a ser resolvido. O retrofit a ser realizado no Congresso<br />
Nacional, no entanto, é muito mais amplo.<br />
REPORTAGENS DESTA EDIÇÃO<br />
André Becker, Carlos Fortes, Débora Torii,<br />
Fernanda Carvalho, Gilberto Franco e Valentina Figuerola<br />
IMPRESSA POR<br />
REVISÃO<br />
Débora Tamayose<br />
ADMINISTRAÇÃO<br />
Richard Schiavo<br />
Telma Luna<br />
CIRCULAÇÃO E MARKETING<br />
Márcio Silva<br />
PUBLICIDADE<br />
Lucimara Ricardi | diretora<br />
Avany Ferreira | contato publicitário<br />
Paula Ribeiro |contato publicitário<br />
Suely Mascaretti | contato publicitário<br />
PARA ANUNCIAR<br />
comercial@editoralumiere.com.br<br />
T 11 2827.0660<br />
PARA ASSINAR<br />
assinaturas@editoralumiere.com.br<br />
T 11 2827.0690<br />
TIRAGEM E CIRCULAÇÃO AUDITADAS POR<br />
Boa leitura!<br />
Orlando Marques<br />
Editor-chefe<br />
PUBLICADA POR<br />
Fernando Manso<br />
Nesta edição, cotamos com a colaboração<br />
do escritório parceiro LIT Arquitetura de<br />
Iluminação, que assina a matéria sobre<br />
a instalação GRID, um dos destaques<br />
da Luminale, evento paralelo à feira<br />
Light+Building deste ano, em Frankfurt.<br />
Editora Lumière Ltda.<br />
Rua Catalunha, 350, 05329-030, São Paulo SP, T 11 2827.0660<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
¹ ANDRÉ, M. M. R. A iluminação do plenário da Câmara dos Deputados e sua relevância para a qualidade<br />
das imagens televisivas. In: Revista Especialize On-line IPOG, 5. ed., n. 5, v. 1, jul. 2013. Disponível em:<br />
. Acesso em: 29 abr. 2016.<br />
8 9
AGENDA 2016<br />
LEDFORUM 2016<br />
EILD 2016<br />
A edição de 2016 do Encontro Ibero-Americano de Lighting<br />
Design terá como sede a cidade brasileira de Ouro Preto,<br />
Minas Gerais, e promete uma série de atividades de reflexão<br />
e experimentação a respeito do processo criativo por trás do<br />
desenvolvimento de projetos de iluminação.<br />
Foram confirmadas as presenças da arquiteta Cristina<br />
Simão, especialista na arquitetura de Ouro Preto, e do professor,<br />
investigador e palestrante Charles Watson, um dos mais<br />
importantes palestrantes do mundo sobre o tema processo<br />
criativo na arte.<br />
O encontro foi elaborado visando a colaboração, a<br />
experimentação e o inter-relacionamento entre cada um de seus<br />
participantes entre si e com a cidade. Para isso, além de palestras,<br />
serão oferecidos espaços de participação como o "7.L.I.G.H.T.S.et"<br />
– um conjunto de espaços que estimulam a investigação de<br />
diferentes aspectos da luz, desenvolvidos por sete designers<br />
convidados – e as duas intervenções urbanas participativas,<br />
selecionadas por meio de concurso internacional, cujo resultado<br />
será divulgado no dia 23 de maio.<br />
Está sendo desenvolvido ainda um aplicativo que possibilitará<br />
o envio de informações sobre a programação aos participantes em<br />
tempo real, além de alertas de atividades, de maneira a incentivar<br />
que todos os integrantes cumpram os objetivos do Encontro.<br />
As inscrições para o EILD 2016, que acontecerá entre os dias<br />
21 e 24 de setembro, estão abertas desde o dia 2 de maio. O EILD<br />
2016 conta com a revista <strong>L+D</strong> como mídia oficial do evento.<br />
Divulgação<br />
Divulgada a relação dos palestrantes já confirmados para a<br />
7ª edição do LEDforum, o mais importante evento de iluminação<br />
arquitetural do Brasil, que acontecerá nos dias 18 e 19 de agosto.<br />
Dentre os palestrantes internacionais, a premiada artista<br />
visual sérvia, baseada na Suécia, Aleksandra Stratimirovic, com<br />
o lighting designer e pesquisador grego Athanassios Danilof,<br />
apresentará sua abordagem do desenvolvimento de projetos de<br />
iluminação em ambientes noturnos extremamente sensíveis,<br />
com ênfase nas propriedades psicofísicas do sistema visual<br />
humano. O inglês Jonathan Rush, sócio do escritório Hoare<br />
Lea Lighting, e a norte-americana Deborah Burnett, uma das<br />
titulares do Benya Burnett Consultancy, proferirão palestras<br />
com enfoque nos impactos da luz sobre a saúde e o bem-estar<br />
do ser humano sob diferentes perspectivas.<br />
Estarão também presentes os ingleses Colin Ball, titular do<br />
BDP de Londres, que apresentará a palestra Conceptual Light; e<br />
Malcolm Innes, artista, professor, pesquisador e lighting designer,<br />
que discorrerá sobre sua pesquisa em iluminação de museus e<br />
museografia. Completando o time de convidados internacionais,<br />
o Dr. Kevin Houser, professor da Penn University e editor da<br />
revista técnica Leukos, do IES, discursará sobre a norma TM-<br />
30-15, recém-aprovada para a próxima edição do manual IES<br />
Handbook 10ª edição, do qual é um dos autores; e o lighting<br />
designer espanhol Rafael Gallego, do escritório Aureolighting,<br />
vencedor da última edição do Prêmio City.People.Light e autor de<br />
diversos projetos e master plans de iluminação premiados.<br />
O time brasileiro também é formado por lighting designers de<br />
peso, como o experiente arquiteto Gilberto Franco, à frente da Franco<br />
Associados e colunista da revista <strong>L+D</strong>; e Junia Azenha e Ana Karina<br />
Camasmie, titulares do escritório Foco Luz & Desenho, que, com<br />
os arquitetos Henrique Reinach e Maurício Mendonça, fundadores<br />
do premiado escritório paulista Reinach | Mendonça Arquitetos<br />
Associados, tratarão da relação entre arquitetos e lighting designers.<br />
Os participantes do evento terão ainda a oportunidade de<br />
assistir às palestras de Fernanda Carvalho, diretora executiva<br />
de relações sociais da AsBAI, titular do escritório Design da<br />
Luz e também colaboradora da <strong>L+D</strong>, e do fotógrafo brasileiro,<br />
baseado na Suíça, Andrés Otero, considerado um dos mais<br />
importantes da atualidade no âmbito da iluminação arquitetural.<br />
Restam poucas vagas para o LEDforum 2016. As inscrições<br />
podem ser feitas pelo site ledforum.com.br.<br />
10 11
Litro de Luz Brasil<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LITRO DE LUZ<br />
Em busca de uma solução contra os recorrentes apagões<br />
sofridos pela população brasileira em 2002, o mecânico<br />
brasileiro Alfredo Moser desenvolveu, naquele ano, uma<br />
luminária feita de garrafa PET que não requer energia<br />
elétrica para iluminar. Em 2011, essa invenção inspirou a<br />
organização filipina My Shelter Foundation a criar o projeto<br />
Liter of Light (Litro de Luz), com o objetivo de proporcionar<br />
iluminação, de maneira sustentável, a comunidades<br />
desprovidas de eletricidade.<br />
Composto hoje de 53 células ativas em seis continentes,<br />
o movimento global, que conta com o apoio da ONU e da<br />
Unesco, iniciou sua representação no Brasil no ano de 2014, por<br />
meio da ONG Um Litro de Luz Brasil, sediada em Florianópolis<br />
(SC). A fim de suprir a falta de energia em regiões que não<br />
têm acesso à rede elétrica ou a comunidades que não podem<br />
arcar com seu custo, o objetivo da organização é disseminar<br />
essa tecnologia pelas cinco regiões do país até o fim deste ano.<br />
A ONG oferece ainda uma série de treinamentos e workshops<br />
às comunidades onde instala seus equipamentos, visando a<br />
melhoria da realidade local em longo prazo.<br />
Atualmente a Litro de Luz oferece três tipos de produto. A<br />
Lâmpada Diurna, conforme projetada por Moser, funciona com<br />
a utilização de água e alvejante no interior das garrafas, que<br />
devem ser alojadas em pequenos orifícios no telhado, gerando<br />
iluminação pela refração sofrida pela luz solar ao incidir na face<br />
superior da garrafa.<br />
Já a Lâmpada Noturna conta com a adição de uma<br />
pequena placa solar e permite, além da iluminação diurna,<br />
que pequenas lâmpadas LED, localizadas no interior da<br />
garrafa, acendam à noite, graças a uma bateria com poder de<br />
armazenamento de até 32 horas de energia.<br />
Similar a essa solução, o Poste de Luz também utiliza<br />
como matéria-prima, além das garrafas PET, canos de PVC<br />
e conta com um circuito programado para que acenda<br />
automaticamente à noite e apague ao amanhecer. Além de<br />
permitir o aumento da produtividade nas comunidades e<br />
a redução dos índices de violência, a iniciativa promove<br />
ainda uma consciência ambiental maior ao propor a<br />
reutilização de materiais de baixo custo e a eliminação da<br />
emissão de carbono.<br />
Essas soluções extinguem ainda os riscos causados tanto<br />
por conexões elétricas ilegais quanto pelo uso de meios<br />
de iluminação perigosos, como lâmpadas de querosene e<br />
fogueiras, tão comuns nas residências de inúmeras das cerca<br />
de 50 milhões de famílias carentes existentes no Brasil.<br />
A ONG conta com a ajuda de voluntários e de parceiros<br />
para poder ampliar sua atuação. Mais informações podem<br />
ser encontradas no site www.litrodeluz.com. (Por Débora Torii)<br />
12 13
Imagens: Arturo Ortiz<br />
¿QUÉ PASA?<br />
IMERSÃO<br />
PANORÂMICA<br />
Habituada à transformação de espaços comuns em<br />
experiências poéticas e emocionais, a artista croata Maja Petrić<br />
utiliza como ferramenta criativa a ciência aliada a tecnologias<br />
de ponta, especialmente aquelas relacionadas à luz, para<br />
desenvolver sua arte.<br />
Sua mais recente instalação é uma verdadeira experiência<br />
de imersão audiovisual, aguçando a percepção, a emoção<br />
e a imaginação daqueles que a vivenciam. O trabalho foi<br />
desenvolvido em colaboração com o pesquisador de interação<br />
humano-computador Hrvoje Benko, da Microsoft Research<br />
(departamento de pesquisas da Microsoft), e a convite do<br />
studio99, projeto integrante desse departamento e responsável<br />
por promover a colaboração entre pesquisadores/engenheiros<br />
e artistas/designers, visando a introdução de perspectivas e<br />
valores artísticos ao trabalho da organização.<br />
Tendo como cenário uma banal sala de conferências na<br />
sede da Microsoft em Redmond, nos Estados Unidos, Petrić<br />
e Benko reproduziram um conteúdo audiovisual por meio<br />
de uma montagem com cinco projetores e oito câmeras<br />
dotadas de sensores de movimento Kinect, que permitiram<br />
a geração de projeções mapeadas em todas as superfícies<br />
do ambiente. O resultado é uma intensa experiência de<br />
imersão em que o visitante pode vivenciar desde a beleza do<br />
sol nascente até uma ameaçadora tempestade de raios sem<br />
sair da sala. Completa a instalação o conteúdo sonoro, criado<br />
pelo artista havaiano Daniel Peterson, que utilizou técnicas<br />
de áudio em 3D experimentais, mescladas com sons naturais,<br />
cujo produto final modula entre o real e o imaginário.<br />
O projeto funcionou como protótipo para a utilização do<br />
software RoomAlive Toolkit, desenvolvido pela Microsoft<br />
Research como interface para a criação de inovadoras<br />
experiências de realidade aumentada e ficou disponível para<br />
visitação entre dezembro de 2015 e março de 2016. (D.T.)<br />
14 15
Apple<br />
¿QUÉ PASA?<br />
APPLE PATENTEIA SISTEMA DE FORRO LUMINOSO<br />
“Uma luz uniforme ao longo de um espaço pro -<br />
porciona iluminação consistente de itens ali contidos,<br />
independentemente da sua disposição. Isso é ideal para<br />
o cenário do varejo, em que objetos e vitrines estão<br />
sujeitos a mudanças e reconfigurações periódicas.” Assim<br />
consta em um trecho da descrição da patente de número<br />
9.217.247, concedida pelo Escritório de Patentes e Marcas<br />
Registradas dos Estados Unidos (United States Patent and<br />
Trademark Office), no final do ano passado, a ninguém<br />
menos que a Apple.<br />
A nova geração de lojas, que vem sendo inauguradas<br />
mundo afora, segue um sistema-padrão de iluminação, que<br />
consiste em generosos forros luminosos que abrangem<br />
boa parte da superfície do teto do espaço, constituídos de<br />
LEDs e tecido tensionado translúcido, intercalados com<br />
estreitas calhas pintadas na cor preta, nas quais, além de<br />
spots complementares, poderão ser acomodados também<br />
os sistemas de câmeras, alto-falantes, alarmes, sprinklers<br />
e até transmissores Bluetooth com o protocolo iBeacon<br />
(capazes de rastrear percursos e ações dos clientes e enviar-<br />
-lhes instantaneamente notificações e ações de marketing a<br />
smartphones e tablets).<br />
O texto da patente detalha todas as especificidades<br />
do sistema, incluindo desde as dimensões e as proporções<br />
permitidas para todos os elementos que compõem o<br />
conjunto até desenhos minuciosos de todos os itens que<br />
podem ser eventualmente integrados nele.<br />
Apesar de não soar como uma solução tão inovadora, a<br />
Apple acredita que sua invenção permite adaptabilidade a uma<br />
infinidade de formas e configurações espaciais, sendo a solução<br />
para uma iluminação consistente, sem minimizar a importância<br />
do seu aspecto visual, que dialoga diretamente com a identidade<br />
visual da marca. Além disso, o sistema visa evitar eventuais<br />
incompatibilidades e a recorrente necessidade de reconfiguração<br />
da iluminação após alterações no layout das lojas. Assim<br />
justificam o desejo pela patente.<br />
Já a indústria de controles de iluminação teme que<br />
esse seja o primeiro passo para a entrada da Apple nesse<br />
mercado, já que é sabido que mantém uma equipe que<br />
pesquisa iluminação. (D.T.)<br />
16 17
18 19
¿QUÉ PASA?<br />
VANGUARDA VERMELHA<br />
Palestrante do<br />
7º LEDforum<br />
Imagens: Montse Zamorano<br />
Em colaboração com a consultora de gestão de marcas<br />
Saffron Brand Consultants, o escritório madrileno Malka + Portús<br />
Arquitectos desenvolveu um novo conceito para os postos de<br />
combustível da Companhia Espanhola de Petróleo (CEPSA), cuja<br />
primeira estação flagship foi inaugurada em Ávila, Espanha, no<br />
início deste ano. O projeto todo foi norteado por três diretrizes<br />
principais: o aprimoramento da experiência de serviço aos<br />
clientes; a redução de custos de manutenção, por meio do uso<br />
das tecnologias mais atuais; e a obtenção de um resultado final<br />
de forte impacto visual, representando a marca da maneira mais<br />
vanguardista, tecnológica, sustentável e significativa possível.<br />
O projeto de iluminação, a cargo do escritório espanhol<br />
AUREOLIGHTING – sob comando do lighting designer Rafael<br />
Gallego –, priorizou a eficiência e a sustentabilidade. A intensa<br />
colaboração entre as disciplinas envolvidas possibilitou uma<br />
integração perfeita das luzes à arquitetura, tornando praticamente<br />
invisíveis os equipamentos de iluminação.<br />
A maior inovação está presente na marquise sobre a área de<br />
abastecimento: a utilização de um material ainda pouco conhecido,<br />
o EFTE – mesmo polímero utilizado na fachada da Allianz Arena<br />
em Munique, Alemanha, por exemplo –, que possibilitou, além de<br />
uma impressionante leveza estrutural (remetendo diretamente à<br />
comunicação visual da marca), o amplo acesso à luz natural nessa<br />
área. Desse modo, foi obtida uma significante redução no consumo<br />
de energia, já que, durante metade do ano, a luz solar está disponível<br />
durante mais de dez horas por dia naquela localidade.<br />
A marquise quase invisível, estruturada com leves perfis<br />
metálicos de cantos arredondados, ganha vida à noite, quando<br />
o material translúcido é iluminado por LEDs vermelhos,<br />
em referência à marca, transformando-se em um marco na<br />
paisagem noturna. Além disso, também foram utilizados LEDs<br />
na cor branca, integrados às estruturas tanto da marquise<br />
principal quanto de submarquises mais baixas, locadas sobre<br />
as bombas, o que fornece iluminação funcional ao espaço.<br />
Esse sistema é conectado a sensores de presença que reduzem<br />
o fluxo luminoso quando não há clientes presentes.<br />
No mês de abril, o projeto foi agraciado com o IALD Award<br />
of Excellence + Sustainability. Além desse extraordinário<br />
reconhecimento, o projeto também foi premiado na categoria<br />
Integration Project of the Year do Lighting Design Awards na<br />
Inglaterra. “Nossos parabéns ao talentoso Rafael Gallego e sua<br />
equipe!” (D.T.)<br />
20 21
Confira a relação de palestrantes já confirmados para o<br />
uma verdadeira seleção de lighting designers espera por você<br />
Aleksandra Stratimirovic<br />
Sérvia/Suécia<br />
Ana Karina Camasmie<br />
Brasil<br />
Junia Azenha<br />
Brasil<br />
Andres Otero<br />
Brasil/Suiça<br />
Athanassios Danilof<br />
Grécia<br />
Colin Ball<br />
Reino Unido<br />
Deborah Burnett<br />
EUA<br />
Fernanda Carvalho<br />
Brasil<br />
Gilberto Franco<br />
Brasil<br />
Heinrique Reinach<br />
Brasil<br />
Maurício Mendonça<br />
Brasil<br />
Jonathan Rush<br />
Reino Unido<br />
Dr. Kevin Houser<br />
EUA<br />
Malcolm Innes<br />
Reino Unido<br />
Rafael Gallego<br />
Espanha<br />
18 e 19 de agosto de 2016<br />
Tivoli Mofarrej Conference Hotel<br />
São Paulo | Brasil<br />
www.ledforum.com.br<br />
Acesse www.ledforum.com.br e garanta a sua vaga.<br />
22 23
Imagens: Julien Nonnon<br />
¿QUÉ PASA?<br />
SAFARI URBANO<br />
Um cachorro fumante, um alce vestindo um terno, um<br />
gorila de suspensórios. Essas imagens impossíveis e surreais<br />
puderam ser observadas pelas ruas de Paris em setembro do<br />
ano passado, graças à criatividade do artista de rua francês<br />
Julien Nonnon.<br />
Julien acredita que, pela maneira que se vestem, as<br />
pessoas expressam suas visões de mundo, revelando sua<br />
posição social e seu poder aquisitivo, o que as divide em<br />
grupos. Urban Safari busca confrontar diretamente a selvageria<br />
da vida urbana, questionando esses comportamentos e<br />
denunciando, através das inusitadas projeções de imagens<br />
de criaturas antropomórficas, o conformismo decorrente da<br />
influência social.<br />
O sucesso dessa primeira intervenção fez com que o projeto<br />
atravessasse o Atlântico e fosse apresentado em Orlando,<br />
na Flórida, Estados Unidos, no início deste ano. Convidado<br />
pela galeria SNAP! a apresentar registros fotográficos da<br />
Wind (Selvagem é o vento), o artista se inspirou também a<br />
produzir uma nova série de imagens que foram exibidas pelas<br />
ruas do centro da cidade norte-americana durante duas noites.<br />
Julien, motivado pelo desejo de interação com a arquitetura<br />
e pelos elementos urbanos que a cercam, encontrou nas<br />
projeções uma forma de tornar seu trabalho acessível ao<br />
grande público, porém sem causar degradação às fachadas e<br />
aos muros das cidades. Sua arte luminosa ressalta a matéria,<br />
as irregularidades e os relevos das superfícies, engrandecendo<br />
imperfeições e, assim, revelando a beleza da vida real. O<br />
francês classifica suas intervenções em grafites efêmeros,<br />
souvenires de curta duração para os transeuntes, que podem<br />
posteriormente ser apagados sem deixar marcas.<br />
O artista pretende estender sua intervenção a diversos<br />
outros países e cidades de todo o mundo, pois acredita no<br />
potencial das ruas como território de expressão e criatividade,<br />
permitindo refletir questões da sociedade atual. Para ele,<br />
DOWNLIGHT INSTA<br />
MOSTRA ARTEFACTO HL 2016<br />
intervenção parisiense, como parte da exibição Wild is the assim, o efêmero se torna permanente. (D.T.)<br />
Mini downlight,<br />
Local: São Paulo<br />
ângulo fechado com<br />
Projeto de Iluminação: Guinter Parschalk<br />
Tel: |11| 2827.0600<br />
24<br />
refletor direcionável.<br />
Projeto de Arquitetura: Denise Barretto<br />
www.lemca.com.br<br />
led@lemca.com.br 25<br />
Foto: Edison Garcia
¿QUÉ PASA?<br />
Palestrante do<br />
7º LEDforum<br />
COLOR WHEELS É DESTAQUE<br />
NA LIGHT + BUILDING 2016<br />
A instalação luminosa Color Wheels foi destaque na<br />
Light + Building 2016, feira internacional de iluminação<br />
realizada em Frankfurt, Alemanha, de 13 a 18 de março.<br />
Concebida pelos lighting designers Aleksandra Stratimirovic<br />
e Athanassios Danilof para o estande da fabricante italiana de<br />
luminárias Targetti, a obra reuniu três discos luminosos para<br />
criar cenários cromáticos com base em “teorias das cores”<br />
formuladas por artistas e cientistas ao longo da História.<br />
As sequências de cores dos discos luminosos foram<br />
geradas por fitas de LED da Duralamp, empresa do<br />
grupo italiano Targetti. Cada disco é formado por seis<br />
círculos concêntricos sobrepostos que proporcionam uma<br />
experiência cromática dinâmica e luminosa ao associar<br />
tonalidades à luz. A escolha das cores e sua organização<br />
visual, por sua vez, seguiram princípios de teorias das cores<br />
desenvolvidas por nomes como Leonardo da Vinci, Leon<br />
Battista Alberti, Isaac Newton, J. W. von Goethe, Philipp<br />
Otto Runge e Johannes Itten.<br />
Aleksandra e Danilof explicam que a experiência visual é<br />
proporcionada pelas cores, por luminosidades sucessivas e por<br />
hierarquias de saturação da luz refletidas em cada círculo. “O<br />
processo perceptivo é possibilitado por uma tentativa de investigar<br />
as harmonias das cores e suas analogias, assim como sua<br />
complementaridade, contrastes de cor simultâneos e sequenciais<br />
e pós-imagens cromáticas. A constância visual é desafiada”,<br />
explicam os autores da Color Wheels. (Por Valentina Figuerola)<br />
26 27
Matthew Andrews<br />
¿QUÉ PASA?<br />
LUZINTERRUPTUS ILUMINA<br />
A TRAFALGAR SQUARE<br />
No oceano Pacífico, a cerca de mil quilômetros do Havaí,<br />
uma mancha de lixo plástico de dimensões absurdas ameaça<br />
a fauna e a flora marítimas. Com uma área equivalente a<br />
duas vezes a superfície dos Estados Unidos, esse “oceano de<br />
plástico” foi descoberto pelo oceanógrafo norte-americano<br />
Charles J. Moore, em 1997. Para alertar as pessoas do<br />
problema, o coletivo de artistas espanhóis Luzinterruptus<br />
criou uma instalação de arte e luz especialmente para o<br />
Lumiere London 2016, festival de luz realizado de 14 a 17 de<br />
janeiro, na capital britânica.<br />
A intervenção, feita de 13 mil garrafas PET e batizada<br />
de Plastic Islands, recria essas ilhas de lixo nas fontes da<br />
Trafalgar Square, em pleno centro de Londres. A princípio,<br />
os artistas do Luzinterruptus haviam pensado em iluminar<br />
as garrafas recicladas com a própria luz do monumento,<br />
mas acabaram optando por construir estruturas circulares<br />
autoiluminadas, que contêm as garrafas em anéis, mantendo<br />
a obra inacessível ao público e os elementos centrais das<br />
fontes livres.<br />
Fornecidas pela Artichoke, empresa responsável pelo<br />
festival de luz, as 13 mil garrafas foram usadas para criar a<br />
ilha flutuante de plástico de apenas uma das fontes. Sem<br />
garrafas, apenas com os anéis autoiluminados, a outra fonte<br />
faz alusão aos oceanos limpos, como deveriam ser. Essa não<br />
foi a primeira vez que o Luzinterruptus usou garrafas PET em<br />
uma instalação artística a fim de alertar sobre o problema<br />
do lixo plástico nos oceanos. No festival Lumina 2015, em<br />
Cascais, Portugal, o grupo criou uma plataforma retangular,<br />
feita de 5 mil recipientes plásticos, que à noite ganhava vida<br />
por meio da iluminação. (V.F.)<br />
28 29
1Studio_Roosegaarde_Windlicht_HQ<br />
¿QUÉ PASA?<br />
MOINHO DE LUZ<br />
O parque eólico Eneco, na província de Zeeland, Holanda,<br />
foi o cenário de uma instalação luminosa criada pelo artista<br />
holandês Daan Roosegaarde para “mostrar a beleza da energia<br />
verde”. Ao conectar hélices de turbinas eólicas em movimento<br />
com raios de luz verde (LEDs), a intervenção, batizada<br />
de Windlicht, proporcionou uma coreografia harmônica e<br />
sincronizada, que pôde ser gratuitamente apreciada durante<br />
quatro noites de março, das 20 às 23 horas.<br />
Financiada pela empresa holandesa KPN, Windlicht<br />
levou dois anos para ser desenvolvida por Roosegaarde, que<br />
integrou um sistema de rastreamento da posição das pás em<br />
um software no centro da turbina, responsável pelo ajuste da<br />
emissão dos raios luminosos de acordo com a força do vento e<br />
a velocidade de rotação das pás, que pode chegar a 280 km/h.<br />
O artista inspirou-se em um dos principais cartões-<br />
-postais da Holanda, o vilarejo de Kinderdijk e seus moinhos<br />
de vento, para criar Windlicht. Os moinhos foram erguidos<br />
em 1740 para drenar canais e evitar a inundação da região,<br />
que fica abaixo do nível do mar. Kinderdijk, declarado<br />
Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1997, simboliza<br />
para Roosegaarde a inovação tecnológica de seu país, que<br />
encontrou na energia eólica uma das soluções para a geração<br />
de energia, por meio dos aerogeradores, que são baseados no<br />
princípio de funcionamento dos moinhos de vento. (V.F.)<br />
30 31
Divulgação<br />
¿QUÉ PASA?<br />
RED DOT AWARDS – BEST OF THE BEST 2016<br />
No dia 30 de março, foram anunciados os vencedores do<br />
Red Dot Awards 2016, premiação anual que tem como objetivo<br />
reconhecer a qualidade e a inovação de produtos no âmbito do<br />
design. Considerado o prêmio máximo da competição, o Red<br />
Dot – Best of the Best, dividido em três grandes categorias –<br />
Product Design, Design Concepts e Communication Design –,<br />
laureou três trabalhos na categoria Product Design: Lighting and<br />
Lamps: a luminária Mesh Lamp, criada pelo designer argentino<br />
Francisco Gomez Paz para a Luceplan; a pendente Eggboard,<br />
desenhada pela Progetto CMR para a Artemide; e o sistema de<br />
iluminação multifuncional Supersystem II, elaborado pela Inhouse<br />
Design para a Zumtobel Lighting.<br />
Com uma estrutura de aço preta em forma de rede, lentes<br />
de policarbonato e LEDs de grande potência lumínica, a Mesh<br />
foi premiada pela vanguarda tecnológica e pelo design elegante<br />
valorizado por pontos luminosos. Outro produto laureado com o<br />
Red Dot – Best of the Best foi a Eggboard, pendente com tecnologia<br />
LED desenhada por Giovanni Giacobone & Massimo Roj, da<br />
Progetto CMR, que se destaca em razão da eficiência luminosa<br />
e da acústica proporcionada pela textura da superfície inferior<br />
da luminária, que reduz as reflexões sonoras responsáveis pelo<br />
ruído. Com formato quadrado ou retangular, a peça permite<br />
criar arranjos flutuantes variados.<br />
Também premiado com o Red Dot – Best of the Best,<br />
o sistema modular de iluminação multifuncional de LED<br />
Supersystem II, da Zumtobel Lighting, distingue-se pelo design<br />
discreto e pela flexibilidade de distribuição das luminárias no<br />
espaço, permitindo uma iluminação geral ou direcionada.<br />
O Red Dot Awards 2016 teve mais de 5 mil produtos<br />
inscritos de 57 países, número recorde desde que a competição<br />
foi lançada, em 1955, pelo Centro de Design da Renânia do<br />
Norte-Vestfália, na Alemanha. A cerimônia de premiação será<br />
realizada no dia 4 de julho no Teatro Aalto, em Essen, Alemanha,<br />
obra emblemática do arquiteto finlandês Alvar Aalto. Depois<br />
disso, os trabalhos homenageados ficarão expostos no Red Dot<br />
Design Museum, na mesma cidade. (V.F.)<br />
32 33
34 35
Camila Blanco<br />
WHITEvoid<br />
WHITEvoid<br />
¿QUÉ PASA?<br />
atrações, além de ir e voltar a Offenbach. Também era possível<br />
consultar um guia impresso ou on-line e um mapa interativo<br />
Apesar de parecer leve e fluida, a instalação é bastante<br />
pesada, complexa e técnica: desde os tubos difusos de LED<br />
GRID<br />
com detalhes de todas as instalações.<br />
Nessa edição, um dos destaques foi a instalação GRID<br />
(Malha), do artista visual Christopher Bauder e do músico e<br />
que compõem os triângulos, passando pelo sistema de<br />
suspensão e movimentação motorizada, até chegar aos dois<br />
computadores interligados com softwares específicos para<br />
compositor Robert Henke, no Teatro Mounsonturm, em Frankfurt.<br />
controlar as interações, gerando movimentos no espaço em<br />
A obra apresentada no Luminale é uma versão um<br />
tempo real.<br />
pouco menor das instalações anteriormente apresentadas<br />
O som lidera e desencadeia as variações dos elementos<br />
Durante o mesmo período de realização da feira Light +<br />
Building em Frankfurt, a cidade e sua vizinha, Offenbach, são<br />
invadidas pelo Luminale quando escurece. O festival, iniciado<br />
em 2002 e que hoje está em sua oitava edição, contou este ano<br />
com cerca de 200 intervenções, que foram de instalações de<br />
iluminação a palestras e simpósios.<br />
O evento é uma oportunidade tanto para artistas, designers,<br />
arquitetos etc., que podem mostrar seu talento, quanto para os<br />
expositores da feira –, patrocinadores dos eventos –, que apresentam<br />
seus produtos aplicados. Esse encontro proporciona um grande<br />
espetáculo para os visitantes, que podem apreciar intervenções<br />
internas e também nas fachadas de prédios de arquitetura histórica,<br />
em parques, igrejas e teatros, incentivando um novo olhar e<br />
promovendo uma aproximação maior deles com a cidade.<br />
O ônibus da Luminale seguia a rota de parada das diversas<br />
na Fête des Lumières em Lyon, França, no Hôtel de Région,<br />
e na inauguração do novo edifício da Feira de Basel, com<br />
arquitetura de Herzog & de Meuron.<br />
A instalação GRID é composta de 32 triângulos de tubos<br />
de LED RGB (em Lyon foram 50 e em Basel, 40), sempre com<br />
1,80 m de lado, os quais ficam suspensos, pairando acima dos<br />
espectadores, sem que sejam percebidos até o momento em<br />
que o espetáculo inicia.<br />
No início da performance, cada som disparava uma<br />
reação do elemento cinético-visual e música, luz e movimento<br />
começavam a compor a dança do GRID. O ritmo da música ditava<br />
o ritmo da luz, o movimento da malha, a forma de acendimento<br />
– rápido, lento, dimerizado, pulsante, piscante – e também a<br />
variação de cor. Dessa forma, ficávamos hipnotizados, seguindo<br />
a movimentação dessa malha que parecia ganhar vida.<br />
visuais pelo software, fazendo com que cada apresentação seja<br />
única, pois as combinações audiovisuais são criadas no local.<br />
Além disso, a trilha sonora é crucial para criar o clima, para a<br />
sensação de que a instalação respira, reage, sente.<br />
O GRID parece estar vivo, movendo-se e comunicando-se, mas<br />
é fruto de tecnologia de ponta em funcionamento. A instalação<br />
fala conosco, como se fosse um ser natural, orgânico, que se<br />
materializou no espaço físico, como mágica, em comunicação<br />
direta com nossas emoções.<br />
É muito difícil descrever um espetáculo tão abrangente em<br />
relação aos estímulos enviados a nossos sentidos utilizando<br />
somente o texto. Por isso, quem quiser ter suas próprias<br />
impressões pode assistir ao vídeo gravado pela Tetro, disponível<br />
no Vimeo (vimeo.com/82903571). E, é claro, fique atento às<br />
edições futuras. (Por Lit Arquitetura de Iluminação)<br />
36 37
À noite, a iluminação difusa da<br />
galeria emana para fora, iluminando o<br />
ambiente externo e transformando-a<br />
em ícone de si mesma.<br />
O MÍNIMO<br />
POSSÍVEL<br />
Texto: Gilberto Franco | Fotos: Andrés Otero<br />
Chamar a arquitetura da nova Casa Triângulo, do<br />
escritório Metro Arquitetos, de “minimalista” seria<br />
uma simplificação que daria conta apenas parcialmente<br />
de seu significado. O fato é que encontramos nesse edifício<br />
em forma de paralelepípedo, situado em São Paulo, numa<br />
esquina da Rua Estados Unidos, uma série de lições trazidas<br />
de escolas arquitetônicas dos séculos XX e XXI, das quais<br />
emergem palavras como “rigor”, “sobriedade”, “pureza”, todas<br />
um pouco insuficientes para defini-la.<br />
Nas palavras da arquiteta e lighting designer Fernanda<br />
Carvalho, o que caracteriza esse edifício é a “plenitude” com<br />
que os materiais se agregam entre si para formar um conjunto.<br />
Nenhum material, forma ou acessório pode eclipsar o outro;<br />
tudo – incluindo os equipamentos de iluminação – deve ser<br />
percebido como parte visível e plena do todo. Esse foi o princípio<br />
que definiu todas as diretrizes do projeto de iluminação.<br />
Para garantir que isso acontecesse, cada inserção da iluminação<br />
na arquitetura veio precedida e acompanhada de amplas trocas<br />
de ideias com os arquitetos, de modo que o resultado estivesse<br />
sempre em sintonia com a orquestração desejada.<br />
38 39
A galeria em forma de caixa<br />
possui uma “membrana” de<br />
policarbonato que ajuda a<br />
fundir iluminação natural<br />
e artificial.<br />
As luminárias da recepção<br />
são invólucros transparentes<br />
que “purificam” a lâmpada,<br />
deixando-a livre de seus<br />
incômodos adereços.<br />
Linhas de luz complementares e dimerizadas foram acrescentadas para garantir o efeito “lanterna” do edifício<br />
LANTERNA TRANSLÚCIDA<br />
A primeira percepção noturna revela o principal conceito<br />
do edifício. Seus fechamentos laterais, feitos de telhas de<br />
policarbonato translúcido, durante o dia filtram e transmitem<br />
luz natural ao interior da galeria e à noite exalam uma luz<br />
difusa vinda do interior, o que torna a galeria, por si só, um<br />
ícone de si mesma, além de emprestar uma luz agradável à<br />
calçada, ao banco e à área circundante.<br />
Acerca desse efeito de lanterna, vale dizer que esse<br />
policarbonato, externamente contínuo, faz divisa internamente<br />
com diferentes ambientes, o que exigiu da lighting designer<br />
um cuidadoso balanceamento das iluminâncias, a fim de<br />
obter homogeneidade da superfície do policarbonato quando<br />
visto do exterior. Isso foi alcançado com a dimerização da<br />
iluminação nos ambientes fechados.<br />
Ao ingressar na galeria, deparamos com a recepção e com<br />
a primeira expressão do que será o partido do projeto no que<br />
concerne ao diálogo com a arquitetura. Trata-se de uma única linha<br />
de luminárias, que são na verdade invólucros transparentes para<br />
lâmpadas fluorescentes T5. Ao mesmo tempo que “purificam” a<br />
lâmpada, deixando-a livre de seus incômodos adereços (reatores,<br />
fios etc.), esses invólucros passam a participar da arquitetura<br />
de igual para igual com os demais elementos dela.<br />
A GALERIA E SUA LUZ DIFUSA<br />
Para entender o partido adotado para a iluminação dessa<br />
área, é preciso lembrar que o partido arquitetônico previu<br />
abundante luz natural difusa entrando por todos os lados, o<br />
que neutraliza quaisquer sombras. “Há uma tendência nos<br />
artistas contemporâneos” – explica Fernanda – “de não querer<br />
que seus trabalhos se destaquem do ambiente circundante”.<br />
“O objeto-trabalho”, prossegue, “faz parte do mundo<br />
real, fora de pedestais”. É nesse momento que surge a luz<br />
40 41
O forro, atuando como uma delgada membrana<br />
em chapa perfurada, apenas organiza os elementos<br />
do teto e dá suporte a um “pattern” de lâmpadas<br />
fluorescentes – modulado com as placas –, o que<br />
garante uma iluminação perfeitamente difusa e<br />
amalgamada com a luz natural. Intercalados às<br />
lâmpadas, segmentos de trilho eletrificado permitem<br />
a colocação de projetores de diferentes fachos, de<br />
simétricos a wallwashers.<br />
Intencionalmente as obras de arte encontram-se<br />
despojadas de qualquer “pedestal de luz”, integrandose<br />
perfeitamente a seu ambiente circundante. Áreas<br />
com pé-direito menor têm a mesma solução de luz da<br />
grande galeria, mas agora com fixação assimétrica.<br />
Três linhas de luz rasgam visualmente a<br />
pérgula de iluminação natural da escada,<br />
tornando-se visualmente tão importante<br />
quanto outros elementos da arquitetura,<br />
como corrimãos, degraus etc.<br />
Nas áreas externas, as mesmas luminárias<br />
utilizadas sob o teto para a iluminação do<br />
balcão atuam como arandelas.<br />
difusa: a natural, proposta pela arquitetura, e a artificial, pela<br />
lighting designer, aqui traduzida por um “pattern” de lâmpadas<br />
fluorescentes T5 (4.000K) aparentes, integradas à malha de<br />
forro de placas de metal expandido. Com isso, a luz natural e a<br />
artificial amalgamam-se para produzir a neutralidade desejada.<br />
OS COMPLEMENTOS DE LUZ<br />
Palestrante do<br />
GALERIA CASA TRIÂNGULO<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Design da Luz Estúdio, Fernanda Carvalho<br />
Colaboradores:<br />
Charly Ho, Renata Fongaro<br />
Projeto de arquitetura:<br />
METRO Arquitetos Associados: Martin Corullon, Gustavo Cedroni,<br />
Helena Cavalheiro, Marina Ioshii, Renata Mori, Luis Tavares,<br />
Isadora Marchi, Rafael de Sousa, Juliana Ziebell, Gabriela Santana,<br />
Marina Pereira<br />
Fornecedores:<br />
Lumini, Osvaldo Matos, Reka<br />
7º LEDforum<br />
Alternados com as lâmpadas fluorescentes, foram acrescentados<br />
segmentos de trilho eletrificado, de modo a receber dois tipos<br />
de projetor (4.000K, ainda não instalados): wallwashers e<br />
de facho cilíndrico, com intercâmbio de aberturas. Com isso,<br />
têm-se todos os efeitos de luz possíveis. E para que os trilhos<br />
e as luminárias não se sobressaíssem no forro, os montantes<br />
onde eles estão fixados têm altura reduzida, a fim de que a<br />
aparência estrutural seja idêntica.<br />
ESCRITÓRIOS E OUTRAS ÁREAS<br />
Por coerência com o partido arquitetônico, todas as áreas<br />
localizadas sob o forro principal receberam o mesmo tipo se<br />
solução de luz, incluindo os escritórios.<br />
Sob a pérgula de acesso à escada, três luminárias lineares<br />
rasgam visualmente as vigas, adicionando grafismo intencionalmente<br />
no conjunto. As mesmas luminárias transparentes da recepção<br />
foram repetidas em outros ambientes, funcionando até mesmo<br />
como arandelas, sempre dentro do espírito de variar as soluções<br />
o mínimo possível.<br />
42 43
FLUIDEZ<br />
CARIOCA<br />
Texto: Fernanda Carvalho | Fotos: Divulgação<br />
De olho nos Jogos Olímpicos de 2016, a rede Hilton<br />
Worldwide inaugurou em agosto de 2015 o Hotel Hilton<br />
Barra, na cidade do Rio de Janeiro. Estrategicamente<br />
localizado próximo ao parque olímpico, o hotel promete ser<br />
um dos principais destinos para hospedagem e alimentação<br />
para aqueles que vão acompanhar de perto os Jogos.<br />
O escritório Anastassiadis Arquitetos, com reconhecida<br />
experiência no setor de hotelaria de luxo, ficou a cargo do<br />
projeto de design de interiores. O conceito criado para o projeto<br />
foi estruturado a partir do imaginário do espírito carioca: o<br />
clima leve de uma cidade praiana, porém com sofisticação.<br />
A intenção era trazer a atmosfera da orla marítima para os<br />
hóspedes e os visitantes através de referências como fluidez,<br />
ar, água e luz. A paleta de cores tem como base tons de cinza<br />
e perolados e contrasta pedras com madeiras e elementos<br />
de tom bronze.<br />
A linha sofisticada e aconchegante adotada no design<br />
de interiores contou com um projeto de iluminação bastante<br />
integrado. A arquiteta Monica Rio Branco – do escritório RBF<br />
Arquitetura de Iluminação, sediado no Rio de Janeiro – ficou<br />
responsável por resolver tecnicamente as ideias apontadas pelo<br />
projeto de design de interiores e ressalta que as soluções se<br />
desenvolveram “a quatro mãos”. Segundo Monica, a designer<br />
Patricia Anastassiads tinha ideias muito claras dos efeitos de<br />
luz que queria para os ambientes. O resultado do trabalho<br />
entre as equipes é uma luz bastante sutil e elegante, com<br />
44 45
muitos detalhes incorporados à arquitetura e à marcenaria.<br />
Em contraste com o ambiente acolhedor, o suntuoso lobby<br />
com pé-direito de 30 metros tem luz natural abundante. A<br />
iluminação foi fundamental para conduzir o olhar do visitante<br />
a alguns pontos de interesse, criando “ilhas iluminadas”, como<br />
o balcão de recepção, os ambientes de estar e um aparador<br />
de madeira rústica com arranjos de flores impactantes. Toda<br />
a iluminação das áreas comuns está dimerizada em protocolo<br />
DALI e é controlada digitalmente, garantindo a equalização<br />
das intensidades.<br />
Um dos aspectos importantes da ambiência geral e do conceito<br />
do hotel é a presença de obras de arte nos espaços comuns. No<br />
grande vão do lobby, uma escultura de metal e acrílico leitoso da<br />
artista Iole de Freitas parece flutuar. A lighting designer conta que<br />
conversou com a artista no momento da montagem para saber<br />
como seria a melhor forma de iluminar a peça, criada especialmente<br />
para o hotel. Muito fluida, a escultura de folhas translúcidas com<br />
estruturas muito finas acaba sendo vista também através do<br />
grande pano de vidro por quem está fora do hotel.<br />
Luminárias escultóricas que destacam os balcões do bar e<br />
do restaurante foram propostas pela equipe de interiores com o<br />
acompanhamento da lighting designer. São elementos que têm forte<br />
presença no ambiente, conferindo personalidade à composição<br />
do ambiente. A escolha de mobiliário com design, tanto nacional<br />
quanto internacional, buscou unir brasilidade e objetos de arte<br />
site-specific, ou seja, especialmente confeccionados para o hotel.<br />
Na elaboração do centro de convenções também houve trabalho<br />
conjunto de interiores e iluminação para encontrar soluções de luz<br />
e decidir o desenho do forro. O desejo da arquiteta de interiores<br />
era obter um efeito de brilho e reflexo sobre materiais nobres.<br />
A solução encontrada pela equipe da RBF foi um forro modular<br />
opaco, porém vazado, com acabamento brilhante na superfície<br />
Na página anterior, o lobby<br />
tem uma luz geral que vem<br />
de luminárias “downlight”<br />
complementadas por<br />
peças de piso com<br />
lâmpadas LED. Na outra<br />
foto, o destaque é o<br />
arranjo floral<br />
iluminado por luminárias<br />
com LED de facho fechado.<br />
Nesta página, a<br />
luminária decorativa<br />
acima do balcão do bar<br />
cria um efeito decorativo<br />
bastante impactante, pois,<br />
além de emitir uma luz<br />
misteriosamente brilhante<br />
e refletida, tem proporções<br />
escultóricas, evidenciando<br />
a dimensão do pé-direito<br />
duplo. Na outra foto,<br />
detalhe da luminária.<br />
46 47
As suítes são iluminadas de forma suave, evitando o uso de luminárias de teto. Para gerar a ambiência desejada, abajures com lâmpada LED<br />
de 12W são o principal elemento utilizado. A lighting designer conta que, para definir a lâmpada LED adequada, foram realizados diversos<br />
testes. Detalhes com lâmpada fluorescente embutidos na marcenaria e no gesso conferem destaque a painéis decorativos e ao cortineiro.<br />
das placas. Foram utilizadas lâmpadas fluorescentes dimerizáveis,<br />
que permitiram alcançar o efeito desejado com baixo consumo e<br />
custo. O resultado que a luz indireta dessa instalação proporciona<br />
é bem tênue, porém com efeito chamativo.<br />
Para os apartamentos e as suítes, o partido de iluminação<br />
adotado foi ocultar as fontes na marcenaria para obter efeitos<br />
suaves. Abajures com cúpulas translúcidas resultam em um efeito<br />
bem aconchegante usando duas lâmpadas de LED, solução que<br />
permite ter poucos pontos de luz no teto. A luz dos abajures é<br />
complementada por efeitos indiretos provenientes de montagens<br />
de lâmpadas fluorescentes embutidas em detalhes na marcenaria<br />
e no cortineiro.<br />
Para a área da piscina, localizada no décimo andar do edifício,<br />
a cobertura parcial tem uma linha de luz dimerizada em todo<br />
o perímetro, gerando um efeito agradável sem atrapalhar a<br />
vista panorâmica que se tem dali. Ao ar livre, a piscina, com<br />
acabamento de pastilhas verde-água, recebe uma suave brisa<br />
carioca, em uma combinação de brasilidade e sofisticação.<br />
Com a intenção de preservar a vista panorâmica<br />
dos morros e do céu, uma luminosidade sutil<br />
provém da borda que contorna a cobertura. Esse<br />
detalhe foi criado para reduzir possíveis<br />
ofuscamentos. Por meio do rebatimento interno<br />
e da dimerização, o efeito interfere pouco na<br />
paisagem, ao mesmo tempo que confere<br />
sofisticação ao ambiente.<br />
HILTON BARRA HOTEL<br />
Rio de Janeiro, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
RBF Arquitetura de Iluminação<br />
Monica Rio Branco, arquiteta titular<br />
Colaboradores:<br />
Giani Faccini, Clarisa Navarro e<br />
Maria Fernanda Fellows<br />
Projeto de interiores:<br />
Anastassiadis Arquitetos<br />
Projeto de arquitetura:<br />
STA Arquitetura<br />
Fornecedores:<br />
Bocci, Erco, Itaim, Lasvit, Lumini,<br />
Lutron, Osram, Philips, Traxon, Simes<br />
48 49
AJUSTE FINO<br />
Texto: André Becker | Fotos: Andrés Otero<br />
O<br />
projeto de iluminação do MS+M Associados para esta<br />
residência de 700,00 m 2 em São Paulo enfrentou com<br />
didatismo e determinação questões bastante usuais na<br />
prática profissional, mostrando como criar oportunidades a partir de<br />
processos não exatamente lineares de desenvolvimento de projeto.<br />
Num primeiro momento, Ivone Szabó e Orlando Marques,<br />
titulares do escritório, foram indicados pela arquiteta e procurados<br />
pela proprietária para uma consultoria sobre um projeto básico<br />
de iluminação desenvolvido para a residência por uma loja de<br />
iluminação, prática bastante comum no mercado. Eles fizeram<br />
um belo e aprofundado estudo crítico, avaliando os ambientes,<br />
mostrando as potencialidades dos espaços e quais características os<br />
ambientes poderiam ter em destaque ou quais efeitos poderiam ser<br />
bem-vindos, numa análise ampla. A proprietária e a família, tomando<br />
conhecimento da complexidade e das possíveis virtudes de uma<br />
iluminação estudada a fundo, não titubearam em iniciar um projeto<br />
de lighting design com fim em si mesmo, e não como complemento<br />
à compra de peças apenas. Muitas vezes, os clientes não contratam<br />
50 51
Na página anterior, sala de<br />
estar e galeria. Na galeria,<br />
embutidos para lâmpadas<br />
halógenas 35W / 3.000K / 24°<br />
destacam os quadros; no estar,<br />
uma composição de soluções:<br />
sanca central iluminada<br />
por perfis de LED 19,2W/m /<br />
2.600K, luminárias centrais<br />
orientáveis para destaque<br />
com lâmpadas halógenas<br />
35W / 3.000K / 24° e “olhos<br />
de Moscou” com lâmpadas<br />
halógenas 70W / 3.000K.<br />
Nesta página, hall de entrada<br />
com perfis de LED 4,8W/m /<br />
2.600K, home theather com perfis<br />
de LED nos cortineiros 19,2W/m<br />
/ 2.600K, embutidas halógenas<br />
35W / 3.000K / 24° e perfis de<br />
LED na marcenaria com facho<br />
assimétrico 4,8W/m / 2.600K.<br />
lighting design por simples desconhecimento das qualidades desse<br />
serviço, por isso esse trabalho de formação é essencial.<br />
O projeto buscou uma iluminação elegante e aconchegante,<br />
mas que não se omite, com destaque para diversos elementos<br />
artísticos e decorativos em meio a iluminações gerais e a ambientes<br />
bem matizados.<br />
A casa tem linguagens distintas em alguns setores, o que<br />
favorece diferentes soluções de iluminação: a fachada e as áreas<br />
sociais são eminentemente clássicas, com paredes esverdeadas,<br />
molduras no teto, cortinas, tapetes, obras de arte, mobiliário e peças<br />
decorativas; e ambientes mais funcionais ou íntimos são brancos<br />
e despojados, quase minimalistas. A iluminação adequou-se a<br />
cada cenário, algumas vezes destacando objetos ou elementos da<br />
arquitetura e outras assumindo o protagonismo em seu desenho.<br />
Logo na entrada principal recuada, a força da iluminação fica<br />
evidente: a parede foi engrossada com tijolos para se destacar do<br />
piso e da cobertura e recebeu nas extremidades perfis lineares com<br />
LED, criando faixas de luz elegantes e direcionando o percurso.<br />
Uma série de embutidos direcionáveis para lâmpadas halógenas<br />
dicroicas com filtros difusores cria a iluminação da entrada da galeria,<br />
cujas paredes receberam diversos quadros, conduzindo-nos para<br />
a sala de estar ou para a escada e o pavimento superior. Chegando<br />
ao estar, a riqueza de estímulos recebe um tratamento cuidadoso<br />
da iluminação. O espaço em L recebe quatro ambientes: o estar<br />
propriamente dito, com o jantar ao fundo na perna mais curta do<br />
L e, na perna mais alongada, o bar e uma mesa redonda de apoio,<br />
assim como o home theater e a biblioteca. Todo o ambiente tem<br />
moldura de gesso e cortineiros, que se transformam no primeiro<br />
elemento de iluminação, modulando os tecidos que abraçam a<br />
sala com perfis metálicos, os quais recebem LEDs lineares em<br />
toda a sua extensão.<br />
No espaço mais central do estar, duas sancas lineares no forro,<br />
alinhadas com a lareira, recebem perfis lineares com LEDLines<br />
mais potentes, criando uma iluminação indireta e difusa. Essas<br />
linhas de luz para iluminação mais geral conversam com outra<br />
solução de grande destaque no ambiente: fitas de LED embutidas<br />
na marcenaria da biblioteca e do bar que iluminam e adornam.<br />
Foram utilizados alguns “olhos de Moscou” – equipamentos<br />
com sistema óptico customizado, alimentados por lâmpadas<br />
halógenas, os quais permitem o recorte preciso dos objetos<br />
52 53
Áreas íntimas: à esquerda, suíte com arandelas para lâmpadas<br />
150W / 3.000W; no centro, closet com forro iluminado por meio<br />
de lâmpadas fluorescentes tubulares T5 14W / 3.000K acima de<br />
tecido tensionado translúcido; abaixo, banheiro com arandelas<br />
lineares verticais para lâmpadas halógenas 40W / 3.000K<br />
fixadas no espelho, embutidos redondos com vidro translúcido<br />
recuado para lâmpadas halógenas 60W e forro iluminado com<br />
tecido translúcido como no closet.<br />
À direita, na fachada o ritmo é marcado<br />
por luminárias circulares “uplight” para<br />
LED 9W / 3.000K / 10°; no centro, o<br />
estar externo tem projetores cilíndricos<br />
orientáveis para LED 9W / 3.000K /<br />
25° fixados no pergolado e luminária de<br />
sobrepor para o balcão com lâmpadas<br />
halógenas 35W / 3.000K; abaixo, no<br />
salão/garagem, grandes sancas<br />
paginadas com luminárias quadradas<br />
embutidas com difusor acrílico,<br />
alimentadas por lâmpadas fluorescentes<br />
tubulares T5 28W ou 14W / 3.000K.<br />
desejados e recorte mínimo no forro – para ressaltar quadros<br />
e objetos de maior destaque, como uma obra de Di Cavalcanti.<br />
Complementam a iluminação ambiente embutidas orientáveis<br />
no mesmo padrão das utilizadas no hall, destacando<br />
os elementos decorativos.<br />
Essa linha de ambientação e os padrões de iluminação<br />
desenvolvidos para essa linguagem vão ocorrendo, como variações<br />
do tema, nas áreas externas, nas suítes, no escritório e nos demais<br />
ambientes sociais; uma rica alternância de LEDs lineares, embutidos<br />
direcionáveis, iluminação de destaque, acrescidos de plafons e<br />
detalhes caso a caso. No entanto, é interessante contrapor a essas<br />
soluções e sensações as experiências distintas de alguns outros<br />
ambientes da casa. Desde o verdadeiro salão multiuso, que é o<br />
salão/garagem, até os ambientes menores e mais intimistas dos<br />
closets e dos banheiros das suítes.<br />
O branco predomina nesses ambientes. Como a necessidade é<br />
bastante distinta (uma luz geral clara e sem sombras) e a situação<br />
dos forros técnicos é mais generosa, a iluminação assume um<br />
protagonismo gráfico no desenho dos tetos, criando elementos<br />
visuais nesses ambientes mais “nus”.<br />
Assim, o salão/garagem tem três grandes rasgos retangulares,<br />
sancas para fluorescentes tubulares T5 combinados com oito peças<br />
menores com difusor de acrílico fosco, também para tubulares<br />
T5, criando uma composição dinâmica e bela e configurando um<br />
ambiente efetivamente multiuso.<br />
Esse tema da composição de retângulos de diferentes dimensões<br />
repete-se no closet, onde fluorescentes tubulares T5 ficam acima<br />
de um tecido tensionado difuso, numa composição com luminárias<br />
quadradas de embutir sem moldura para fluorescentes compactas;<br />
e no banheiro, onde as fluorescentes tubulares T5 acima de tecido<br />
tensionado estão articuladas com arandelas lineares para lâmpadas<br />
halógenas fixadas no espelho e embutidos redondos com vidro<br />
translúcido para halógenas acima do espelho.<br />
Assim, fica reafirmada a coesão do projeto, percorrendo um<br />
grande número de situações bastante distintas e possibilitando<br />
uma gama ampla de cenários, com alguns princípios claros e<br />
elegantes adequando-se a cada caso.<br />
RESIDÊNCIA JARDIM EUROPA<br />
São Paulo, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
MS+M Associados, Ivone Magalhães Szabó<br />
e Orlando Marques, arquitetos titulares<br />
Debora Torii, colaboradora<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Zize Zink Arquitetura<br />
Fornecedores:<br />
Lumini, Olho de Moscou, Wall Lamps<br />
54 55
O convidativo pórtico rosa na entrada da loja é ressaltado por luminárias embutidas no piso, com LEDs em temperatura de cor 3.000K<br />
iluminando de baixo para cima. O único produto em destaque na vitrine embutida na parede à esquerda é iluminado frontalmente por duas<br />
fitas de LED de 14,4W/m / 2.700K, assim como os nichos expositores distribuídos pelas paredes da loja, nos quais as<br />
fitas de LED foram fixadas por trás de anteparos dourados.<br />
À esquerda, o marcante pé-direito duplo, logo após o pórtico de entrada. As calhas suspensas sob o forro contam com duas componentes de luz:<br />
indireta, fornecida por meio de fitas de LED de 25,2W/m / 2.700K, instaladas no centro das calhas, onde não há perfuração; e direta de destaque,<br />
por meio de projetores orientáveis com LEDs de 13W / 3.000K / 35°, que podem ser fixados em qualquer ponto das calhas, nas suas perfurações.<br />
À direita, detalhe da iluminação para os produtos dispostos sobre a mesa expositora central. A luminária especial criada pelo Studio Iluz, com<br />
hastes de latão dourado e cúpula de chapa metálica branca, utiliza fita e LED 7,2W/m / 2.700K direcionada para baixo.<br />
COR, DESCONTRAÇÃO E<br />
ELEGÂNCIA EM IPANEMA<br />
Texto: Débora Torii | Fotos: André Nazareth<br />
Conhecidos pelo apelo pop, moderno e jovem, os produtos da<br />
marca Melissa ganharam um novo ponto de venda no Rio<br />
de Janeiro. Localizada em Ipanema, a nova unidade da loja<br />
Clube Melissa foi inaugurada no final do ano passado, apresentando<br />
formato inovador com relação ao estilo comumente adotado pelas<br />
lojas atuais da rede. Inspirado no formato das Galerias Melissa –<br />
presentes em São Paulo, Nova York e Londres –, o projeto é assinado<br />
pelo escritório carioca Ouriço Arquitetura e Design e foi iluminado pelo<br />
Studio Iluz, da arquiteta e lighting designer Ines Benevolo.<br />
Como na maioria dos projetos voltados ao varejo, os maiores<br />
desafios enfrentados pela equipe de iluminação foram o prazo<br />
apertado – apenas três meses do início do projeto à conclusão da<br />
obra – e as limitações orçamentárias. No entanto, isso não impediu<br />
a utilização de tecnologias que gerassem baixa necessidade de<br />
manutenção, uma das prioridades do projeto.<br />
Da peculiar configuração arquitetônica preexistente, cujas<br />
vigas e pilares geravam desníveis nas paredes, surgiu a principal<br />
característica visual do espaço: o preenchimento desses nichos com<br />
56 57
À esquerda, a área sob o mezanino<br />
é iluminada por embutidos circulares<br />
com refletor pintado de dourado<br />
fosco, equipados com LEDs<br />
10W / 2.700K / 24°, em posição<br />
recuada; a ambiência residencial<br />
é complementada por abajures de<br />
piso com lâmpadas LED 10W /<br />
2.700K, que, para otimizar<br />
o espaço, foram incorporados às<br />
mesas laterais; sob a escada, os<br />
arranjos de flores sobre o<br />
carrinho expositor são destacados<br />
por luminárias de mesa<br />
articuladas, com LED 10W / 3.000K.<br />
Ao centro, o balcão do caixa é<br />
iluminado por três pendentes<br />
de alumínio em forma de globo<br />
facetado, equipados com lâmpadas<br />
LED 10W / 2.700K; atrás do balcão,<br />
quatro embutidos circulares<br />
orientáveis, com LEDs 14,5W /<br />
2.700K, iluminam o segundo plano de<br />
trabalho de apoio. À direita, observase<br />
a arte em destaque na parede do<br />
mezanino e o acabamento de espelho<br />
em sua porção superior, causando a<br />
ilusão de que as calhas perfuradas<br />
e o duto de ar-condicionado são<br />
contínuos. Toda a fiação do sistema<br />
linear de iluminação corre pelas<br />
laterais das calhas até suas<br />
extremidades, que abrigam todos<br />
os equipamentos auxiliares, locais<br />
onde propositalmente as chapas não<br />
contêm perfurações.<br />
caixas de sapatos revestidas de papel Kraft, mesmo revestimento<br />
de quase todos os planos verticais e também do forro da loja. O<br />
uso desse material e sua cor neutra viabilizaram a proposta de<br />
realização de intervenções artísticas nessas superfícies, as quais<br />
serão renovadas a cada seis meses, dinamizando a aparência da<br />
loja (e remetendo ao formato das Galerias Melissa).<br />
O tom neutro predominante também no mobiliário contrasta<br />
com a cor rosa vibrante escolhida para os pórticos presentes na<br />
entrada e no fundo da loja. Além de colorido, o acesso ao espaço<br />
também foge do comum pela ausência de vitrines, uma vez que há<br />
apenas um nicho embutido no qual é colocado o produto de maior<br />
relevância no momento. O contraste desse pórtico, mais baixo, com<br />
o pé-direito duplo do interior da loja é marcado por iluminação de<br />
baixo para cima, embutida no piso.<br />
As características diferenciadas do projeto de arquitetura<br />
estimularam a equipe de iluminação a desenvolver diversas soluções<br />
customizadas, a começar pelo sistema utilizado para a iluminação<br />
geral da loja. Duas calhas na cor preta, fixadas sob o forro por cabos<br />
de aço, permitiram a instalação tanto de iluminação indireta, por<br />
meio de fitas de LED, fornecendo iluminação geral para o ambiente<br />
de forma suave, quanto direta de destaque, por meio de projetores<br />
orientáveis. De maneira a assegurar a leveza e a transparência da<br />
solução, principalmente em razão da escolha da cor preta, o Studio<br />
Iluz optou pela utilização de chapas perfuradas, elaborando até<br />
mesmo o desenho da perfuração.<br />
O predomínio de tons neutros no interior da loja permite<br />
que o colorido dos produtos se destaque ainda mais. Dispostos,<br />
em sua maioria, em nichos na cor preta nas paredes os calçados<br />
são iluminados por fitas de LED em temperatura de cor 3.000K,<br />
instaladas por trás de anteparos dourados de latão polido. Outros<br />
itens ficam expostos sobre uma mesa central na entrada da loja,<br />
cujo sistema de iluminação, também desenhado pelo Studio<br />
Iluz, remete às antigas luminárias de bibliotecas, destacando os<br />
produtos por meio de fitas de LED escondidas em uma cúpula<br />
branca de latão pintado.<br />
A atmosfera aconchegante, quase residencial, solicitada<br />
pelo próprio cliente, é complementada por poltronas e abajures<br />
de piso com cúpula de algodão cru. Em virtude das dimensões<br />
reduzidas do espaço, a equipe de iluminação criativamente<br />
sugeriu que essas luminárias fossem incorporadas às mesas<br />
laterais, criando, dessa forma, mais uma peça personalizada<br />
especialmente para o projeto.<br />
No fundo da loja repete-se o vibrante pórtico da entrada,<br />
emoldurando o balcão do caixa, cujo plano de trabalho é<br />
iluminado por três pendentes decorativos em forma de globo<br />
facetado, pintados na cor cinza. Atrás do balcão, um pano de<br />
vidro transparente até o teto revela um inusitado jardim, uma<br />
referência aos arranjos de flores que também são vendidos no<br />
local, o que é outro diferencial da loja.<br />
O mezanino, curiosamente, está localizado no centro do<br />
espaço, de maneira a assegurar maior visibilidade do jardim<br />
vertical ao fundo. Com revestimento similar ao do restante<br />
da loja, as paredes naturalmente abrigam as intervenções<br />
artísticas de mais destaque. No entanto, o encontro desses<br />
planos verticais com o forro é revestido de espelho, causando<br />
a ilusão de que tanto o duto central de ar-condicionado quanto<br />
as calhas do sistema de iluminação pareçam contínuos, como<br />
se o mezanino flutuasse sob o teto. Abaixo dele, luminárias<br />
circulares embutidas, pintadas de dourado fosco, iluminam a<br />
área de estar e circulação de maneira confortável, com LEDs<br />
em posição recuada, evitando ofuscamentos.<br />
O resultado é um espaço repleto de soluções autênticas,<br />
elegantes, jovens e inovadoras, assim como os produtos da marca.<br />
CLUBE MELISSA IPANEMA<br />
Rio de Janeiro, Brasil<br />
Projeto de iluminação:<br />
Studio Iluz, Ines Benevolo, arquiteta titular<br />
Renata Costa, arquiteta colaboradora<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Ouriço Arquitetura e Design<br />
Fornecedores:<br />
Ercos, Flos, Interpam, Lumini, Reka<br />
<strong>58</strong> 59
O projeto de iluminação da Ótica Bolon determinou uma zona mais escura junto aos expositores verticais nas paredes, com a finalidade de<br />
destacar sua iluminação. Na página anterior, ambiente da recepção da loja iluminado por luminárias circulares dimerizáveis sem moldura,<br />
embutidas no forro metálico dourado para LED, com facho assimétrico 63° x 20° / 4.000K / 1.200lm. Nesta página, à esquerda,<br />
luminárias dimerizáveis retangulares de pequenas dimensões sem moldura, para LED com facho 40° / 4.000K / 1.000lm / 10W, para<br />
iluminação ambiente. À direita, mesa de atendimento iluminada pelas luminárias circulares com facho oval.<br />
JOGO DE LUZ E SOMBRA<br />
Texto: Orlando Marques | Fotos: Shuhe Architectural Photography<br />
Desenho italiano, alta reprodução das cores, facilidade<br />
de manutenção, durabilidade, conforto visual, proteção<br />
UV e controle antiofuscante. Se não fossem algumas<br />
das características qualitativas encontradas em óculos e lentes,<br />
tais particularidades poderiam ser facilmente confundidas com<br />
equipamentos de iluminação utilizados em premiados projetos<br />
de lighting design. No caso da marca chinesa Bolon, esses<br />
predicados são encontrados tanto na sua linha de produtos –<br />
que a tornou a principal marca em seu segmento na China e a<br />
terceira no mundo – quanto nas luminárias especificadas no<br />
projeto de sua nova loja flagship em Xangai.<br />
Desenvolvido em estreita colaboração entre os arquitetos do<br />
escritório Ippolito Fleitz Group, de Stuttgart, e os do escritório<br />
pfarré lighting design , de Munique, ambas cidades da Alemanha, o<br />
projeto teve como principal abordagem interpretar espacialmente<br />
a narrativa de elegância, sofisticação e consciência de moda,<br />
atributos pelos quais a marca ficou conhecida.<br />
Os projetos concentraram-se em apresentar os produtos<br />
da marca de maneira iconográfica, num ambiente atraente e<br />
singular. O projeto de arquitetura caracteriza-se pelo emprego de<br />
revestimentos de alta qualidade e pelo desenho de mobiliário com<br />
linhas simples. Os acabamentos dos materiais utilizados alternam<br />
60 61
62 63
entre altamente especulares – forro metálico dourado, mármore<br />
e espelho – e opacos – corian branco e couro.<br />
O projeto de iluminação, elaborado com consciência do poder<br />
modelador da luz, utiliza cada superfície, volume e propriedade<br />
de acabamento dos materiais para estimular a visão sem tirar o<br />
foco do produto, ajudando, assim, a compor um espaço altamente<br />
dinâmico e eficiente em seu propósito.<br />
ILUMINAÇÃO DOS EXPOSITORES<br />
A loja possui dois tipos de expositor: verticais, posicionados<br />
nas paredes; e horizontais, no mobiliário distribuído pela loja.<br />
O projeto dos expositores verticais baseou-se em duas<br />
premissas: apresentar os produtos individualmente, de maneira<br />
a conferir-lhes exclusividade; e possibilitar sua aplicação em<br />
tamanhos diversos de paredes, o que permite que os expositores<br />
sejam replicados em outras lojas ou quiosques da marca.<br />
Para isso, foi criada uma composição de lâminas quadradas<br />
intercaladas nas posições vertical e horizontal, de modo ortogonal.<br />
O acabamento das lâminas e das paredes é de corian branco<br />
de alta opacidade, em contraste com os demais acabamentos<br />
especulares da loja.<br />
Em virtude de seu caráter tridimensional, a composição<br />
dos expositores parece saltar das paredes. Não por acaso,<br />
essa sensação é potencializada pelo jogo de luz e sombras<br />
produzido pelo conjunto.<br />
O projeto de iluminação dos expositores combinou<br />
dois sistemas: luz direta e luz indireta e difusa, por meio de<br />
equipamentos integrados em cada uma das lâminas, na faixa<br />
onde os produtos são expostos.<br />
O sistema de iluminação direta – para destacar os óculos<br />
– se dá por meio de uma luminária miniatura de LED com<br />
lentes para facho oval, embutida na base das lâminas verticais.<br />
O sistema de iluminação indireta e difusa foi criado para<br />
iluminar individualmente o fundo do expositor e a base da<br />
lâmina onde os óculos são expostos, destacando assim as<br />
cores e as propriedades das lentes e dos óculos. O efeito<br />
ocorre por meio da transmissão da luz no acrílico translúcido<br />
das lâminas horizontais. Nesse caso, a fonte de luz fixada por<br />
trás de uma das faces da lâmina, a face embutida na parede.<br />
Para garantir a integridade do conjunto, com exceção<br />
da face onde os óculos são exibidos e da face embutida na<br />
parede, as demais faces das lâminas horizontais receberam<br />
acabamento branco opaco.<br />
O projeto de iluminação ainda procurou potencializar o efeito<br />
de luz desses expositores, criando uma zona de sombra junto às<br />
paredes. Essa solução, além de garantir simetria no jogo de luz e<br />
sombras produzido pelas lâminas, evita possíveis interferências de<br />
ogivas luminosas produzidas pelos fachos das luminárias embutidas<br />
no forro, caso estivessem localizado próximas às paredes.<br />
A iluminação dos expositores no mobiliário distribuído pela<br />
loja segue o mesmo princípio dos expositores nas paredes:<br />
iluminação difusa por meio de vidro translúcido leitoso<br />
retroiluminado e iluminação direta de destaque por meio de<br />
luminárias embutidas no forro.<br />
No caso das superfícies retroiluminadas, além de destacar as<br />
propriedades das lentes dos produtos, a luminosidade da superfície ajuda<br />
a minimizar possíveis ofuscamentos nas cúpulas de vidro, resultado<br />
da reflexão dos fachos de luz das luminárias embutidas no forro.<br />
ILUMINAÇÃO DO AMBIENTE<br />
O forro metálico dourado, outro elemento de destaque no<br />
interior da loja, é constituído de placas retangulares de diferentes<br />
tamanhos e composto de material altamente especular. O emprego<br />
desse material é inspirado no conceito de uma atmosfera vibrante,<br />
remetendo aos dias ensolarados na praia.<br />
Com a finalidade de destacar o forro – e prover a iluminação<br />
ambiente necessária para as funções da loja –, os designers<br />
decidiram iluminar os pisos de mármore e carpete, que, por sua<br />
vez, são refletidos pelo forro dourado.<br />
Outro detalhe que visa manter a integridade visual do espaço<br />
é a distribuição das luminárias nas placas do forro, organizadas<br />
de acordo com a posição das placas.<br />
Apesar de ter apenas 95m² de área, o projeto de iluminação<br />
da loja consegue criar com sucesso diversos ambientes de luz, seja<br />
para dar destaque aos produtos, seja pelos materiais empregados.<br />
No mês passado o projeto foi agraciado com o prestigioso Prêmio<br />
IF Awards 2016 na categoria Arquitetura de Interiores.<br />
Na página anterior, à esquerda,<br />
expositores horizontais iluminados<br />
com o mesmo conceito dos expositores<br />
verticais: retroiluminação e iluminação<br />
de destaque; à direita, sala de<br />
atendimento iluminada uniformemente<br />
por meio de retroiluminação sobre lona<br />
tensionada. Nesta página, à esquerda,<br />
detalhe do mockup do projeto de<br />
iluminação dos expositores verticais:<br />
iluminação de destaque por meio de<br />
luminária miniatura LED 5W / 4.000K<br />
/ 500lm embutida na lâmina vertical<br />
e iluminação difusa por LED 4.000K /<br />
500-820lm embutida na parte anterior<br />
da lâmina horizontal; à direita, desenhos<br />
esquemáticos dos expositores.<br />
ÓTICA BOLON<br />
Xangai, China<br />
Projeto de iluminação:<br />
pfarré lighting design<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Ippolito Fleitz Group<br />
Cliente:<br />
Xiamen Artgri Optical<br />
Fornecedor:<br />
Fushida Xangai<br />
64 65
Messe Frankfurt Exhibition GmbH Pietro Sutera<br />
Messe Frankfurt Exhibition GmbH Pietro Sutera<br />
Messe Frankfurt Exhibition GmbH Pietro Sutera<br />
Divulgação OM<br />
LIGHT + BUILDING – FRANKFURT 2016<br />
RECALCULANDO A ROTA<br />
A<br />
última edição da Light + Building, em Frankfurt, Alemanha,<br />
que ocorreu de 13 a 18 de março de 2016, teve como tema<br />
principal “Where modern spaces come to life: digital –<br />
individual – networked”, que investigava a relação direta entre o<br />
indivíduo e o mundo digital, em clara referência ao atual momento<br />
da indústria de iluminação, mais focada em tecnologia, eletrônica<br />
e sistemas de controle do que na iluminação propriamente dita. O<br />
tema enfatizava a iluminação no âmbito mais amplo das cidades e a<br />
implantação de sistemas de controle que relacionam a iluminação a<br />
outras possibilidades de gerenciamento urbano e do edifício. Também<br />
explorava aspectos relacionados aos efeitos biológicos e emocionais<br />
da luz sobre os seres humanos (human centric lighting).<br />
Texto: Carlos Fortes | Fotos: Divulgação<br />
Parece que a cada edição uma palavra – ou “tendência” –<br />
domina a feira. Grande parte dos participantes parece focar no<br />
mesmo mote, e este ano a palavra de ordem foi “conectividade”.<br />
Em 2014, lançamos no ar esta questão, que o próximo passo da<br />
indústria seria trazer respostas satisfatórias e práticas à questão<br />
da conectividade integrada aos sistemas de iluminação. Depois<br />
de duas, três ou quatro visitas a diferentes estandes, torna-se<br />
repetitivo e entediante ouvir quantas funções maravilhosas podem<br />
ser acessadas a partir de seu tablet ou smartphone; quantas outras<br />
informações uma luminária – ou melhor, seus equipamentos<br />
eletrônicos, LEDs e drivers – podem armazenar, facilitando (ou<br />
complicando) a atribulada vida das pessoas. Não se fala mais em<br />
“sustentabilidade” (não é preciso, o tema já foi esgotado em anos<br />
anteriores, e conservação de energia já é uma realidade intrínseca<br />
à indústria da iluminação). Agora, a “Internet das Coisas” (IoT,<br />
de “Internet of Things”), que conecta objetos e utensílios do dia<br />
a dia à internet, é o assunto de principal interesse.<br />
Não existe consenso em relação aos protocolos, cada<br />
fabricante apresenta uma solução própria, o que caracteriza o<br />
assunto ainda como experimental. A aplicação prática depende<br />
de sistemas que integrem diferentes produtos ou soluções,<br />
oferecendo aos usuários liberdade de escolha e segurança na<br />
implantação dessas novas tecnologias.<br />
Também não se fala mais no banimento das lâmpadas<br />
incandescentes – outra realidade que já faz parte do mercado.<br />
Mas, curiosamente, a oferta de soluções que emulam as antigas<br />
lâmpadas de filamento e de descarga lança um olhar nostálgico<br />
para o segmento. Essa nova realidade provê o mercado de<br />
excelentes soluções para retrofits e para o varejo, levando<br />
algumas potentes indústrias de lâmpadas a redirecionarem<br />
seu foco de atuação, dividindo-se em segmentos voltados<br />
exclusivamente à produção de “lâmpadas de LED” ou voltados<br />
à oferta de serviços e sistemas completos de iluminação e<br />
controles. Este momento exige de nós, profissionais da área de<br />
iluminação, um olhar múltiplo e crítico em direção ao futuro,<br />
com o entendimento de uma nova linguagem das fontes<br />
de luz como componentes eletrônicos, ao mesmo tempo<br />
que buscamos estabelecer uma relação direta desses novos<br />
componentes com as antigas morfologias a que o mercado<br />
se acostumou.<br />
A simples questão da substituição das lâmpadas incandescentes<br />
e halógenas convencionais por bulbos de LED parece estar<br />
resolvida. É enorme e variada a oferta de bulbos para todas as<br />
bases, com dimerização que regula a temperatura de cor, além<br />
da intensidade. Mesmo as lâmpadas “vintage”, de filamento de<br />
carbono, já têm sua versão em LED dimerizado, com temperaturas<br />
de cor em torno dos 2.000K. É claro que essas novidades são<br />
extremamente bem-vindas, mas expõem certa crise de identidade<br />
no atual momento da indústria.<br />
É inegável que a evolução tecnológica da indústria da iluminação<br />
traz inúmeros benefícios ao mercado. Não se questiona mais<br />
se o LED será o futuro da iluminação – esse futuro já chegou, e já<br />
sabemos disso há alguns anos. É obvio que pesquisas constantes<br />
sempre trarão mais qualidade aos LEDs, melhorando seu desempenho,<br />
sua eficácia e suas qualidades cromáticas. Os principais obstáculos<br />
e desafios já foram ou estão sendo superados. A dissipação do calor<br />
não é mais uma questão (embora ainda encontremos dissipadores<br />
muito grandes em algumas aplicações, a maioria das luminárias<br />
já os incorpora adequadamente ao desenho do produto). Outras<br />
limitações, como a boa performance dos LEDs de temperatura de cor<br />
abaixo de 3.000K, ou a baixa qualidade da luz quando dimerizada,<br />
ou desvios em razão das limitações no espectro cromático, também<br />
já foram solucionadas. Essas evoluções nos garantem que, sim, o<br />
LED já é a principal fonte luminosa, e isso não é mais uma dúvida.<br />
66 67
Messe Frankfurt Exhibition GmbH Jochen Günther<br />
Messe Frankfurt Exhibition GmbH Pietro Sutera<br />
Messe Frankfurt Exhibition GmbH Pietro Sutera<br />
Divulgação Philips<br />
É certo também que ainda existem alguns “fantasmas”<br />
nesse processo. Os OLEDs (Organic Light-Emitting Diodes)<br />
ainda são uma promessa. Houve muito pouca evolução desde<br />
a sua apresentação vários anos atrás, e hoje sua aplicação na<br />
iluminação é mínima. O que vemos, e ouvimos, é que muitas<br />
pesquisas estão em andamento. Embora o custo já tenha<br />
diminuído praticamente pela metade, ainda é muito alto,<br />
tornando sua aplicação em larga escala proibitiva. O que se<br />
veem são experimentações, com uma ou outra aplicação prática<br />
do produto, como em algumas luminárias desenvolvidas por<br />
Ingo Maurer já há alguns anos, ou sua aplicação na indústria<br />
automobilística ou em telas de TV.<br />
Outra questão que nos leva a refletir sobre essa mudança de<br />
rumo são as respostas para a questão do controle do ofuscamento<br />
direto. Já vemos, há algum tempo, a retomada do uso de difusores<br />
translúcidos em luminárias pontuais ou em soluções contínuas,<br />
com o desenvolvimento de sistemas modulares, perfis metálicos<br />
variados, linhas luminosas retas e curvas etc. Essas soluções,<br />
desenvolvidas principalmente a partir da facilidade que o LED<br />
oferece para o desenho de sistemas de dimensões reduzidas<br />
e sem sombras, reintroduziram na linguagem dos projetos de<br />
arquitetura o uso de soluções de iluminação com a visualização<br />
direta da fonte luminosa – no caso, os difusores de acrílico,<br />
policarbonato etc. Houve certa quebra de paradigma após anos e<br />
anos em que se buscava o controle total do ofuscamento direto,<br />
ocultando-se, sempre que possível, a fonte emissora de luz ou<br />
dotando os equipamentos de louvers e acessórios.<br />
Essa linguagem nos dá maior liberdade de criação, tanto em áreas<br />
internas quanto em áreas externas, e os produtos desenvolvidos<br />
evoluem a cada ano, dotando o mercado de excelentes e variadas<br />
soluções. As soluções para ambientes corporativos são mais livres,<br />
após um longo período da ditadura dos refletores de alto brilho com<br />
aletas parabólicas. Também há evolução nesse sentido; encontramos<br />
ótimas soluções de luminárias do tipo darklight, com refletores que<br />
otimizam a emissão da luz, garantindo até 90% de aproveitamento<br />
da luz emitida no facho principal, e reduzem a sobra de luz fora do<br />
facho, a chamada “luz espúria”.<br />
As questões do controle do ofuscamento e do conforto visual<br />
parecem reduzidas a segundo plano quando tratamos de iluminação<br />
pública. A necessidade de desenvolver pétalas e projetores com alto<br />
fluxo luminoso, emitido a partir de módulos de LED de pequenas<br />
dimensões, nos impõe produtos bastante desconfortáveis visualmente.<br />
Em 2016, o foco entre os fabricantes de luminárias para iluminação<br />
pública foi a conectividade, apresentando sofisticados sistemas<br />
para o gerenciamento da iluminação das cidades. Ainda há muito<br />
a evoluir nesse caminho, e, como nos próximos anos a demanda<br />
para substituir a iluminação das cidades por sistemas de LED será<br />
altíssima, esperamos que a evolução dos produtos acompanhe a<br />
evolução dos sistemas de controle. Já foi superada a limitação da<br />
eficácia, com equipamentos de altíssimo fluxo e rendimento para<br />
iluminação de fachadas, monumentos, estádios de futebol etc.<br />
Variados sistemas de gerenciamento da informação permitem a<br />
implantação de projetos com sofisticadas propostas de configuração<br />
de cenas no âmbito urbano. Esperemos os próximos capítulos.<br />
PELA FEIRA<br />
Mais uma vez a LUMINI foi a representante da indústria brasileira.<br />
Apresentou um portfólio reduzido de sua linha de luminárias decorativas,<br />
assinadas por designers como Fernando Prado, Claudia Moreira<br />
Salles, Guilherme Wentz e Lia Siqueira.<br />
A portuguesa OSVALDO MATOS, empresa com expressiva<br />
participação no mercado brasileiro já há alguns anos, apresentou<br />
uma família de luminárias de embutir para iluminação direta, com<br />
refletores desenvolvidos por Bartenbach GmbH com a tecnologia<br />
Lightcore. O conjunto óptico – formado por microssuperfícies<br />
com geometria complexa e revestido por liga de alumínio de alto<br />
brilho, totalmente espelhado – garante precisão do facho de luz,<br />
alto rendimento e rigoroso controle do ofuscamento. Seus fachos<br />
de luz definidos, com aproveitamento de 90% do fluxo luminoso<br />
no facho principal, sem desperdício de luz fora do limite dele,<br />
diminuem consideravelmente a “luz espúria”. A empresa apresentou<br />
ainda a linha de balizadores Tua, desenvolvida em parceria com o<br />
arquiteto Eduardo Souto de Moura, com refletores assimétricos<br />
que proporcionam uma distribuição ampla e uniforme de luz, sem<br />
gerar ofuscamento.<br />
Também de Portugal, a EXPORLUX, fundada em 1987, tem<br />
suas indústrias localizadas em Águeda, Portugal, e no Recife, Brasil.<br />
Sua fusão com a brasileira Light Design resultou na empresa Light<br />
Design+Exporlux. Em parceria com o designer e arquiteto Miguel<br />
Arruda, a empresa lançou dois novos projetos apresentados durante<br />
a Light + Building: Tile Lighting e Acoustic Lighting.<br />
A espanhola VIBIA segue se destacando entre as empresas que<br />
investem em design. Da profícua parceria com Arik Levy, apresenta a<br />
família North. Composta de uma haste ou um braço alongado de fibra<br />
de carbono, a luminária pode ser instalada na parede, no teto ou em<br />
uma base de piso. A combinação de diferentes elementos caracteriza<br />
a flexibilidade da luminária, permitindo inúmeras composições. Para<br />
áreas externas, a linha June, criação de Emiliana Design Studio,<br />
pode ser fixada em paredes ou pendurada em árvores. Apresenta<br />
ainda uma versão para fixação em cabos, como varais, com um<br />
conjunto de discos antiofuscantes que proporcionam iluminação<br />
indireta. Oferece também uma versão de mesa.<br />
A FLOS apresentou uma extensa linha de luminárias para<br />
áreas externas, produzida pela Ares, tradicional empresa italiana<br />
de iluminação de interiores, recentemente adquirida pelo grupo<br />
Flos. Para essa apresentação na Light + Building, designers foram<br />
convidados a reinterpretar as luminárias produzidas pela Ares, com<br />
destaque para os produtos desenhados por Piero Lissoni.<br />
A ARTEMIDE dá continuidade a suas já tradicionais parcerias<br />
com Ross Lovegrove, Carlotta de Bevilacqua, entre outros designers.<br />
Como novidade apresenta uma divertida família assinada pelo<br />
escritório de arquitetura BIG (Bjarke Ingels Group), composta de<br />
sistema modular de elementos de iluminação lineares e curvas que<br />
usam as letras do alfabeto como fonte de luz. Numa inédita parceria<br />
com a Mercedes-Benz, mostra pela primeira vez o projeto Ameluna,<br />
que propõe a interação entre o objeto luminoso e o ambiente.<br />
A tradicional marca dinamarquesa LOUIS POULSEN, que há<br />
cerca de um ano e quatro meses se desligou do grupo Targetti,<br />
68 69
3<br />
2<br />
1<br />
9<br />
4<br />
7<br />
8<br />
5 6<br />
1 – Lumini<br />
Gamela, por Lia Siqueira<br />
e Etel Carmona<br />
2 e 3 – Artemide<br />
Alphabet of Light<br />
– Studio BIG<br />
4 – Artemide<br />
Ameluna – Artemide<br />
+ Mercedes-Benz<br />
5 e 6 – Davide Groppi<br />
Infinito<br />
apresentou uma nova coleção com ares de renovação. A família<br />
Cirque, da artista gráfica sueca Clara von Zweigbergk, expressa bem<br />
esse momento. Composta de pendentes coloridos, é inspirada no<br />
movimento dos brinquedos de um parque de diversões, quando as<br />
cores se fundem por causa de rápidos movimentos giratórios e são<br />
percebidas como faixas horizontais. Oki Sato, titular do estúdio de<br />
design japonês Nendo, propõe duas novas versões para a luminária<br />
de mesa NJP. Nas novas versões, a luminária pode ser fixada na<br />
parede ou apoiada no piso, como pedestal.<br />
A TARGETTI, assim como a ERCO e outras importantes referências<br />
no mercado, segue investindo no binômio iluminação-conectividade,<br />
sem abrir mão de seus rígidos princípios em relação à óptica e<br />
ao acabamento dos equipamentos. A IGUZZINI amplia a família<br />
Laser e Laser Blade, com uma gama completa de produtos para<br />
interiores e exteriores. Com uma grande variedade de fachos e<br />
dimensões, oferece soluções para todos os efeitos, com refletores<br />
e lentes produzidos com tecnologia própria (optbeans e optlens).<br />
Referência em equipamentos para iluminação pública, a<br />
SCHRÉDER mostra o sistema de iluminação modular Shuffle,<br />
que traduz o conceito de conectividade e integração. É possível<br />
integrar sistemas de controle, alto-falantes, câmeras de vigilância,<br />
carregadores de veículos elétricos, equipamentos de sinalização<br />
etc. Cada poste pode integrar até cinco módulos com diferentes<br />
funcionalidades.<br />
No segmento de automação, a LUTRON apresenta ao mercado<br />
residencial soluções que permitem aos consumidores transformar<br />
suas casas em locais conectados, proporcionando mais comodidade,<br />
economia de energia e uma melhor experiência em geral. Uma das<br />
novidades para residências apresentadas na Light + Building são os<br />
aplicativos Lutron Connect e Lutron Connect Bridge, baseados na<br />
nuvem. São compatíveis com os Sistemas HomeWorks® QS e Radio<br />
RA2, que oferecem a possibilidade de controlar a iluminação da<br />
casa a partir de qualquer smartphone ou tablet com Sistema iOS<br />
ou Android, oferecendo acesso remoto, georreferência e suporte,<br />
entre outras facilidades.<br />
12<br />
7 – ERCO – Versão de<br />
embutir para a família<br />
de projetores Cantax<br />
8 – ERCO – Luminária<br />
da linha Quintessence<br />
para áreas externas<br />
9 – OM – Osvaldo Matos<br />
inVision, em parceria<br />
com Bartenbach GmbH<br />
10 – OM – Osvaldo Matos<br />
One, em parceria com<br />
Bartenbach GmbH<br />
11 – OM – Osvaldo Matos<br />
Tua, por Eduardo<br />
Souto de Moura<br />
12 e 13 – ERCO<br />
Lucy – nova linha de<br />
luminárias de mesa<br />
13<br />
10<br />
11<br />
70 71
17<br />
14<br />
15<br />
19<br />
21<br />
16<br />
O novo sistema CASAMBI, com controle por Bluetooth ou<br />
Wi-Fi, foi desenvolvido para a empresa finlandesa por dois ex-<br />
-desenvolvedores de software da Nokia. O sistema e a interface<br />
com o usuário são inovadores e simples. O lançamento do<br />
produto está previsto também na versão 127V.<br />
A PHILIPS embarcou com toda força na questão da conectividade<br />
relacionada à iluminação pública. O programa denominado City<br />
Touch propõe um complexo gerenciamento da iluminação urbana,<br />
integrando controles de consumo e manutenção. No âmbito da<br />
iluminação de interiores, apresenta um portfólio bastante variado e<br />
atualizado, em consonância com o momento atual da iluminação.<br />
Seu portfólio para iluminação corporativa renova-se, e os sistemas<br />
Power Balance, luminárias com um conjunto óptico que lembra<br />
uma caixa de ovos, e Smart Balance, com lentes prismáticas,<br />
representam bem esse segmento. Para o mercado residencial,<br />
apresenta o sistema de controle Dim Tone, que, ao dimerizar,<br />
reduz a temperatura de cor de 2.700K para 2.200K. Já o sistema<br />
Scene Switch permite o ajuste de três níveis de intensidade pré-<br />
-programados no toque do interruptor.<br />
A OSRAM inicia um novo ciclo em sua atuação. A empresa<br />
divide-se em duas. A marca OSRAM alinha-se com a atual tendência<br />
de oferecer serviços e sistemas completos de iluminação e investe<br />
na qualidade dos produtos, tendo como fio condutor os conceitos<br />
“human centric lighting” e “tunable white”. Já a nova marca LEDVANCE<br />
atua de olho nos segmentos de varejo e retrofit, com uma vasta<br />
linha de produtos que substituem as lâmpadas convencionais.<br />
Esse novo momento da OSRAM, um dos gigantes na fabricação de<br />
lâmpadas, reflete bem o mercado atual, sinalizando que a indústria<br />
de iluminação como até então conhecíamos passa por uma profunda<br />
e irreversível transformação.<br />
14 – Exporlux – Quadri, da<br />
família Acoustic Lighting,<br />
por Miguel Arruda<br />
15 – Víbia<br />
June, criação de Emiliana<br />
Design Studio<br />
16 e 17 – Vibia<br />
North, de Arik Levy<br />
18 – Schréder<br />
Sistema Shuffle<br />
19 – Louis Poulsen<br />
Cirque, por Clara<br />
von Zweigbergk<br />
20 – Louis Poulsen<br />
NJP, versão de piso,<br />
por Nendo<br />
21 – Louis Poulsen<br />
NJP, versão de parede,<br />
por Nendo<br />
22 – Flos<br />
Camouflage, por Piero Lissoni<br />
23 – Flos<br />
Climber, por Piero Lissoni<br />
18<br />
22<br />
23<br />
20<br />
72 73
PARA SABER MAIS<br />
Apple<br />
apple.com<br />
Aleksandra Stratimirovic<br />
strati.se<br />
Athanassios Danilof<br />
thanosdanilof.com<br />
Aureo Lighting<br />
T: +34 913 541 64<br />
aureolighting.com<br />
EILD – Encontro Ibero<br />
Americano de Lighting Design<br />
www.eild.org<br />
Fernanda Carvalho<br />
T (11) 3675 6271<br />
www.fernandacarvalho.com.br<br />
LEDforum 2016<br />
ledorum.com.br<br />
Lit Arquitetura de Iluminação<br />
T: +55 11 24764626<br />
lit.arq.br<br />
Litro de Luz<br />
litrodeluz.com<br />
Luzinterruptus<br />
Luzinterruptus.com<br />
Maja Petrić Light Art<br />
majapetric.com<br />
MS+M Associados<br />
T (11) 2924 2399<br />
msmassociados.com<br />
Pfarré Lighting Design<br />
T +49 89 540 4143 0<br />
lichtplanung.com<br />
RBF - Rio Branco & Faccini<br />
Arquitetura de Iluminação<br />
T (21) 2527 2423<br />
Studio iluz<br />
T (21) 22678402<br />
studioiluz.com.br<br />
Studio Roosegaarde<br />
T: +31 182 769213<br />
www.studioroosegaarde.net<br />
WHITEvoid<br />
whitevoid.com<br />
PATROCINADORES<br />
Aureon<br />
T (11) 3966 6211<br />
aureon.com.br<br />
página 17<br />
Light Design + Exporlux<br />
T (81) 3339 1654<br />
lightdesign.com.br<br />
2ª capa<br />
Osram | Ledvance<br />
T 0800 55 7084<br />
osram.com.br<br />
páginas 7, 23 e 33<br />
Unitron<br />
T (11) 3931 4744<br />
unitron.com.br<br />
página 18<br />
E:light<br />
T (11) 3062 7525<br />
cynthron.com.br<br />
página 9<br />
Lutron<br />
sacbrasil@lutron.com<br />
lutron.com/latinamerica<br />
página 13<br />
Osvaldo Matos<br />
T (11) 3045 3095<br />
osvaldomatos.com.br<br />
4ª capa<br />
Ventana<br />
T (11) 4596 1100<br />
ventanabr.com<br />
página 27<br />
Iluminar<br />
T (31) 3<strong>58</strong>9-1400<br />
iluminar.com.br<br />
página 9<br />
Luxion<br />
T (54) 3021 0007<br />
luxion.com.br<br />
página 11<br />
Steluti<br />
T (11) 3079 7339<br />
steluti.com.br<br />
página 35<br />
Itaim Iluminação<br />
T (11) 4785 1010<br />
itaimiluminacao.com.br<br />
3ª capa<br />
Omega Light<br />
T (11) 5034 1233<br />
omegalight.com.br<br />
páginas 4 e 5<br />
Stillux<br />
T (11) 2898 9921<br />
stillux.com.br<br />
página 31<br />
Lemca Iluminação<br />
T (11) 2827 0600<br />
lemca.com.br<br />
página 25<br />
Oplus Led Brasil<br />
T (11) 5051 1942<br />
oplusledbrasil.com<br />
página 15<br />
Sylvania<br />
T (11) 3133 2430<br />
sylvania-americas.com<br />
página 29<br />
74 75
76