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Dona Edileuza

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Para incrementar ainda mais o quintal produtivo, em 2013 a família conquista mais uma tecnologia social, dessa vez<br />

é o biodigestor rural, tecnologia simples e de grande utilidade. A chegada do biodigestor foi se deu através do Prêmio<br />

Mandacaru I via Instituto Ambiental Brasil Sustentável - IABS com execução do Centro de Assessoria e Serviços aos<br />

Trabalhadores/as da Terra Dom José Brandão de Castro – CDJBC. Com um manejo simples, o biodigestor gera para a<br />

família o biogás para cozimento de alimentos e o biofertilizante para adubação orgânica dos vegetais.<br />

“Para mim o biodigestor foi uma conquista muito grande, com ele não preciso cortar lenha e nem comprar botijão<br />

para cozinhar, tenho meu biogás e ainda reaproveito todo esterco fresco que minhas vacas produzem e ainda tenho<br />

meu adubo de qualidade que é o biofertilizante, destaca <strong>Dona</strong> Edleuza”<br />

O Conjunto de tecnologias é evidente na terra da família, são várias as possibilidades, mas o importante mesmo é o<br />

amor que <strong>Dona</strong> Edleuza e Seu Domingos têm em trabalhar no que é deles. “Em 2013 compramos mais 17 tarefas ao<br />

nosso vizinho e a nossa visão é de crescimento, mas sem esquecer o respeito ao meio ambiente, destaca Seu<br />

Domingos”.<br />

Produção de Forragem<br />

Cisterna de<br />

16 Mil Litros<br />

PORTO DA FOLHA / SE<br />

A Arte da Agroecologia aos Pés<br />

da Serra da Melancia<br />

E d l e u z a A ra ú j o , m a i s<br />

conhecida como <strong>Dona</strong><br />

Edleuza, 56 anos, vive com<br />

seu esposo Domingos,<br />

c o n h e c i d o c o m o<br />

D o m i n g u i n h o s , n a<br />

propriedade que chamam de<br />

“paraíso”. A comunidade<br />

chama-se Monte Alegre,<br />

distante 10 quilômetros da<br />

sede município de Gararu-<br />

SE. O casal tem cinco filhos<br />

que muito lhes orgulha, são<br />

eles: Valério, Gardênio,<br />

Taline, Karine, Daivid e<br />

Keytche.<br />

Caatinga Resiliente<br />

Tecnologia social<br />

Biodigestor<br />

Costureira de mão cheia,<br />

dona Edleuza sempre morou<br />

na zona urbana, não tinha<br />

<strong>Dona</strong> Edleuza e Seu Domingos contato nenhum com a terra,<br />

mas assim que conheceu Seu<br />

Dominguinhos, teve a sorte<br />

de adquirirem em 2003, um pedaço de terra com 21 tarefas fruto de uma herança da família dele. A partir daí, começa<br />

a história deles no campo, e <strong>Dona</strong> Edleuza foi descobrindo que ali era o melhor lugar para se viver<br />

Lugar de vegetação resiliente, a propriedade da família tem uma paisagem que deixa o local ainda mais apresentado.<br />

Nos fundos da casa, está a Serra da Melancia, um dos cartões postais do município, que eles deslumbram todos os<br />

dias nos afazeres da terra.<br />

Com o manejo agroecológico e com um pensamento sempre de aproveitar cada pedaço de chão do lugar, eles dividem<br />

a área da seguinte forma: 1,5 tarefas de Gliricidia plantadas em consórcio com palma para alimentação do gado, 17<br />

tarefas de milho, o quintal produtivo com frutas, verduras e legumes? junto com uma área de reserva e a casa.


Em 2012, a família foi contemplada com um campo experimental de Gliricidia para produção de<br />

forragem a partir de um projeto da Empresa de Assessoria Técnica e Desenvolvimento Agropecuário de<br />

Sergipe – EMDAGRO. Toda a forragem para o gado é adquirida na própria área, eles moem a Gliricidia<br />

junto com o milho e guardam em dois silos existentes, medindo 60 metros quadrados cada, o que garante<br />

forragem para as 12 vacas leiteiras da família durante todo ano. A palma que é fornecida junto com a<br />

ração todos os dias. Segundo Seu Domingos, a família tira 70 litros de leite diariamente e vende a R$ 1,00<br />

o litro, garantindo geração de renda para a família.<br />

Com a chegada da cisterna-calçadão de 52 mil litros, o casal precisava escolher o local para construí-la e<br />

fazer também o calçadão, os estudos foram grandes e chegaram à conclusão de que seria feita próximo a<br />

casa. “Foi uma situação muito complicada, não queria derrubar minhas árvores para dar espaço para<br />

construir o calçadão. Estudei a situação junto com meu esposo e conseguimos definir o local que não<br />

precisou derrubar muitas árvores e ainda fiz uma coisa nova, reaproveito toda água que derrama da<br />

minha cisterna pequena”, revela <strong>Dona</strong> Edleuza com satisfação.<br />

O quintal produtivo é muito diversificado, têm frutas, hortaliças, tubérculos, raízes, ervas medicinais,<br />

grãos, árvores da caatinga e criação de galinha caipira. Tudo produzido com base na agroecologia.<br />

“Hoje tenho meu quintal produtivo, nele cultivo de tudo um pouco, tenho alface, coentro, cebolinha,<br />

tomate, pepino, beterraba, batata doce, acerola, pinha, graviola, gergelim, chia, pimentão, quiabo, etc.<br />

Tudo que produzimos é principalmente para nossa alimentação, se sobrar vendo ou dou para alguém,<br />

destaca <strong>Dona</strong> Edleuza”.<br />

<strong>Dona</strong> Alda comercializando em Poço Redondo<br />

Caravana Agroecológica<br />

As ervas medicinais têm um papel muito importante no processo, é com elas que a família faz seus chás e<br />

também combate algumas doenças nas galinhas e em outros animais. “Utilizo a citronela para repelir os<br />

mosquitos. Com a terramicina curo os gogos das galinhas. Com a babosa curo algumas feridas, etc. “Tento<br />

evitar o máximo está comprando remédios, tantos para nós como para os animais, comenta <strong>Dona</strong><br />

Edleuza”.<br />

“Segundo Edleuza, para garantir toda fertilidade do solo, é feito o manejo adequado, sempre coberto com<br />

gramíneas, arbustos e flores nativas, além da matéria orgânica que sempre deixo incorporar no solo.<br />

Consigo manter vida nele e sucesso na plantação”.<br />

Produção agroecológica<br />

Em 2003, chega à comunidade as tecnologias sociais de convivência com o Semiárido implantadas pela<br />

Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) em parceria com o Governo Federal. A família foi uma das<br />

contempladas e conquistou a sua cisterna de 16 mil litros para captação e armazenamento de água da<br />

chuva para o consumo humano.<br />

“Fiquei muito alegre quando vi a minha cisterna pronta, nunca imaginei que teria água de qualidade na<br />

minha porta, hoje posso desfrutar desse bem, conta <strong>Dona</strong> Edleuza”.<br />

Em 2008, mais uma conquista foi a da cisterna de 52 mil litros também implementada pela Articulação<br />

Semiárido Brasileiro (ASA). A tecnologia social é parte do Programa Uma Terra e Duas Águas – P1+2, que<br />

tem o objetivo de garantir água para produção de alimentos com base na agroecologia, a fim de suprir as<br />

necessidades alimentares da família, bem como para garantir água de qualidade para os animais.<br />

Foi a partir de 2008 que <strong>Dona</strong> Edleuza começou a entender que é possível a convivência com o Semiárido<br />

de forma saudável e harmônica. Principalmente depois que ela começou a participar de vários espaços de<br />

discussão,<br />

Parte<br />

formação<br />

do capital<br />

para o manejo<br />

de<br />

adequado<br />

giro investido<br />

da água, da produção agroecológica e de como fazer para<br />

preservar o meio ambiente.<br />

Produção agroecológica

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