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ENTREVISTA Nuno Ferreira, da Michelin<br />
Ano VIII - 5 euros - revista<strong>dos</strong>pneus.com<br />
SALÃO Reifen 2016 bateu recordes<br />
N.º <strong>38</strong><br />
Jun. ‘16<br />
Qualidade<br />
.<br />
Peugeot 308 GTi<br />
Desportivo de garras muito afiadas<br />
270 cv | 250 km/h | 6,0 s <strong>dos</strong> 0-100<br />
MESA REDONDA<br />
Distribuidores<br />
de jogo<br />
Eurotyre_Aquilles.pdf 1 03/06/14 14:56<br />
A posição <strong>dos</strong> players<br />
Mercado globalizado<br />
Fabricantes fecham circuito<br />
PUB<br />
Importador Exclusivo<br />
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02 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Editorial<br />
DIRETOR<br />
João Vieira<br />
joao.vieira@apcomunicacao.com<br />
Redação<br />
Bruno Castanheira<br />
bruno.castanheira@apcomunicacao.com<br />
Jorge Flores<br />
jorge.flores@apcomunicacao.com<br />
Diretor Comercial<br />
Mário Carmo<br />
mario.carmo@apcomunicacao.com<br />
Gestores de clientes<br />
Paulo Franco<br />
paulo.franco@apcomunicacao.com<br />
Rodolfo Faustino<br />
rodolfo.faustino@apcomunicacao.com<br />
Imagem<br />
António Valente<br />
Multimédia<br />
Catarina Gomes<br />
Arte<br />
Hélio Falcão<br />
Serviços administrativos<br />
e contabilidade<br />
financeiro@apcomunicacao.com<br />
Periodicidade<br />
Bimestral<br />
Assinaturas<br />
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Nos termos legais em vigor, é totalmente<br />
interdita a utilização ou a reprodução desta<br />
publicação, no seu todo ou em parte, sem a<br />
autorização prévia e por escrito da REVISTA<br />
DOS PNEUS<br />
IMPRESSÃO<br />
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Rua Adriano Lucas - 3020 - 265 Coimbra Telef.:<br />
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Depósito Legal n.º: 201.608/03<br />
TIRAGEM<br />
5.000 exemplares<br />
AP COMUNICAÇÃO<br />
Propriedade:<br />
João Vieira - Publicações Unipessoal, Lda.<br />
Sede:<br />
Bela Vista Office, sala 2-29<br />
Estrada de Paço de Arcos, 66 - 66a<br />
2735 - 336 Cacém - Portugal<br />
Tel.: +351 219 288 052/4<br />
Fax: +351 219 288 053<br />
Email: geral@apcomunicacao.com<br />
GPS: <strong>38</strong>º45’51.12”n - 9º18’22.61”w<br />
Distribuição de pneus:<br />
setor ainda mais profissional<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> organizou uma Mesa Redonda que teve como<br />
pano de fundo a distribuição de pneus em Portugal. Reunimos,<br />
por isso, vários responsáveis das principais empresas afetas a esta<br />
atividade, para saber o que pensam eles sobre o setor e como<br />
podem ser traçadas perspetivas quanto ao futuro deste negócio<br />
Como acontece com todas as outras áreas<br />
de negócio ligadas ao pós-venda automóvel,<br />
a distribuição de pneus não escapa<br />
ao contexto global das transformações que<br />
lhes são inerentes, através das quais se tentam<br />
criar novos modelos de distribuição que permitam<br />
satisfazer as necessidades e expectativas do<br />
consumidor final.<br />
A distribuição de pneus está, por isso, a viver<br />
um momento de transição, quer pela estratégia<br />
de domínio <strong>dos</strong> fabricantes de pneus, quer pela<br />
desadequação do modelo de negócio das casas<br />
de pneus e oficinas tradicionais. Na avaliação do<br />
setor deste nicho de mercado, não se pode, pois,<br />
deixar de equacionar os novos modelos de negócio<br />
a nível de operadores. Nem a redefinição<br />
do próprio modelo de distribuição, nomeadamente<br />
no que respeita à escala do negócio.<br />
Quase to<strong>dos</strong> os fabricantes de pneus já avançaram<br />
com os seus próprios conceitos oficinais,<br />
que têm a grande vantagem de operar em todo<br />
o país e, também, no estrangeiro. Para competir<br />
com armas iguais ou equivalentes, a distribuição<br />
independente tem de subir um degrau na escala<br />
da oferta de oficinas de reparação/manutenção<br />
automóvel diversificada, a única forma de garantir<br />
a rentabilidade do negócio e atrair mais consumidores.<br />
Paralelamente, a distribuição independente<br />
deve reorganizar-se e consolidar-se,<br />
através de movimentos de fusão e/ou associação,<br />
para adquirir a massa crítica, a dimensão de<br />
economia de escala e as sinergias indispensáveis<br />
para competir pelo mercado total.<br />
A palavra mais utilizada pelos intervenientes desta<br />
Mesa Redonda sobre a distribuição de pneus<br />
foi profissionalismo. Competência profissional na<br />
gestão das empresas, competência profissional<br />
na venda do produto, na logística, na assistência<br />
e no acompanhamento <strong>dos</strong> clientes. A direção<br />
está correta e não existe, efetivamente, hoje,<br />
outro rumo possível. Através do dinamismo das<br />
empresas e <strong>dos</strong> seus colaboradores, da proximidade<br />
com o cliente final e de um nível de serviço<br />
ótimo, a distribuição independente tem os seus<br />
argumentos fortes e está pronta para o “combate”.<br />
Com uma gestão eficaz das marcas que representam<br />
e uma oferta completa e adequada ao perfil<br />
do consumidor português, a distribuição portuguesa<br />
de pneus pode ganhar a dimensão necessária<br />
para competir num mercado sem fronteiras.<br />
Apostar na logística para conseguir melhorar o<br />
serviço aos clientes, desenvolver serviços inovadores,<br />
apostar claramente no apoio técnico,<br />
no serviço ao cliente, na formação e no apoio<br />
em marketing e comunicação através das novas<br />
ferramentas digitais, são fatores essenciais para<br />
o sucesso <strong>dos</strong> distribuidores de pneus. Logo, de<br />
todo este setor em Portugal. O que seria do negócio<br />
de pneus sem a distribuição?<br />
A concluir, podemos dizer que o artigo dedicado<br />
à Mesa Redonda é de leitura obrigatória, sobretudo<br />
para quem está no negócio da distribuição de<br />
pneus. Os participantes caracterizaram o momento<br />
que este setor atravessa e abordaram as ameaças<br />
e/ou oportunidades que, sobre ele, pairam.<br />
João Vieira<br />
Diretor<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 03
Produto estrela<br />
Continental SportContact 6<br />
Tempero picante<br />
É o pneu mais desportivo de sempre da Continental. Substitui os ContiForceContact<br />
e ContiSportContact 5 P. Está disponível em 41 dimensões. Para jantes de 19” a 23”.<br />
O seu tempero picante deve-se ao composto “Black Chili”<br />
Por: Bruno Castanheira<br />
Anunciado como o pneu mais desportivo<br />
de sempre da Continental para veículos<br />
de produção em série, o SportContact<br />
6 substitui, de uma assentada, os ContiForceContact<br />
e ContiSportContact 5 P. Está disponível<br />
em 41 dimensões. Para jantes de 19” a<br />
23”. Concebido para atingir velocidades de até<br />
350 km/h, o SportContact 6 é o primeiro pneu<br />
da Continental a deixar cair a designação “Conti”.<br />
Estratégia que, aliás, será extensível aos futuros<br />
produtos deste fabricante. A elevada eficácia que<br />
o SportContact 6 anuncia deve-se, em boa parte,<br />
ao design do piso, dotado de blocos de suporte.<br />
Os engenheiros da Continental recorreram<br />
à nova tecnologia de vectorização para<br />
assegurar uma melhor transferência<br />
de forças. Tecnologia esta que aplica<br />
diferentes elementos no interior, no exterior e<br />
no centro. Dependendo do tamanho do pneu,<br />
três ou quatro nervuras centrais, mais o ombro<br />
interno, garantem a máxima transferência transversal<br />
da força.<br />
Destaque merece, também, o inovador material<br />
“Aralon 350”. Desenvolvido especificamente<br />
para o SportContact 6, consiste numa<br />
fibra sintética em que dois fios feitos de aramida<br />
resistente estão entrelaça<strong>dos</strong> com um fio<br />
de nylon flexível. Implantada na borracha, esta<br />
fibra é colocada sob o piso como uma tela de<br />
revestimento sem junções. Esta estrutura complexa<br />
atua como uma cinta de aço adicional e<br />
oferece um comportamento do contorno do<br />
pneu controlado e seguro, mesmo a velocidades<br />
de até 350 km/h.<br />
Disponível com larguras de piso que variam<br />
entre 225 e 335 mm, séries 25 a 40, índice de<br />
velocidade Y e jantes de 19” a 23”, o Continental<br />
SportContact 6 deve o seu tempero picante ao<br />
composto de piso de elevada aderência. Designado<br />
“Black Chili”, este composto de borracha<br />
foi concebido para se adaptar à rugosidade do<br />
piso. Simultaneamente, ligações atómicas<br />
temporárias entre o composto e a estrada<br />
asseguram uma aderência elevada,<br />
agindo como pequenas almofadas<br />
de sucção a nível nanoscópico. ♦<br />
04 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Art_Roady_Rev<strong>Pneus</strong>_180x258.pdf 1 16/05/16 12:43<br />
investimos juntos,<br />
para juntos chegarmos mais longe.<br />
Junte-se ao Roady. Junte-se ao sucesso do Grupo Os Mosqueteiros.<br />
Passa<strong>dos</strong> 25 anos, o Grupo Os Mosqueteiros, tem entre as suas marcas, mais de 300 pontos de venda de norte<br />
a sul do país. O segredo do sucesso? Simples. A União. Este é o segredo e o espírito de to<strong>dos</strong> os que fazem parte<br />
deste grupo de empreendedores. Junte-se a nós. Junte-se a mais de 220 empresários independentes que estarão<br />
sempre ao seu lado, sempre presentes para o levar mais longe.<br />
Mais informações em www.mosqueteiros.com<br />
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www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 05
Equipamento do mês<br />
Hunter Revolution<br />
Eficácia automática<br />
Representada, em exclusivo, pela Cometil, a Hunter Revolution consiste numa<br />
evoluída máquina de (des)montar pneus 100% automática. Que, graças às precisas e<br />
sofisticadas soluções que integra, permite operar com todo o tipo de rodas de veículos<br />
ligeiros de passageiros e comerciais. Com a máxima eficácia<br />
Por: Bruno Castanheira<br />
Dos vários equipamentos comercializa<strong>dos</strong> pela Cometil<br />
que se destinam à (des)montagem de pneus, um há<br />
que se destaca <strong>dos</strong> restantes: Hunter Revolution. Esta<br />
máquina, que integra precisas e sofisticadas soluções, permite<br />
(des)montar todo o tipo de rodas de veículos ligeiros de<br />
passageiros e comerciais. E o mais curioso é que, mesmo sem<br />
experiência, o operador poderá (des)montar qualquer tipo de<br />
roda em apenas... 2:22 segun<strong>dos</strong>! De jantes de ferro às de liga<br />
leve, <strong>dos</strong> pneus standard aos especiais de baixo perfil, a Hunter<br />
Revolution executa o ciclo de desmontagem e montagem<br />
praticamente num “abrir e fechar” de olhos. Função que ajuda<br />
a calcular o número de rodas que se podem fazer diariamente,<br />
eliminando, por completo, o risco de reclamações devido a<br />
montagem incorreta, causada por inexperiência do operador<br />
e/ou potenciais danos, quer na jante quer no pneu.<br />
Para manusear a Hunter Revolution, o operador não necessita<br />
de ter formação específica na área de desmontagem/montagem<br />
de pneus. O que evita custos relaciona<strong>dos</strong> com formação.<br />
A Hunter Revolution tem vídeos formativos de casos específicos,<br />
que podem acompanhar o operador no exercício da<br />
sua atividade. Equipada com braços auxiliares monitoriza<strong>dos</strong><br />
por computador, esta máquina dispõe de um sistema de proteção<br />
de sensores de pressão, dispensando, assim, a utilização<br />
de acessórios, tais como desmontas. A Hunter Revolution incorpora,<br />
também, um elevador de roda, ideal para reduzir o<br />
esforço do operador. Existem, por isso, mil e um motivos para<br />
que os especialistas de pneus optem por este equipamento,<br />
que é representado, em exclusivo, pela Cometil. ♦<br />
TCR1S<br />
Utensílio de (Des)montagem<br />
Sistema de fixação<br />
Sistema (Des)talonador<br />
Capacidade p/Otimização<br />
Diâmetro de roda<br />
Diâmetro máximo do pneu<br />
Largura máxima da roda<br />
Motor<br />
Unha em plástico auto inserível<br />
Central com porca rápida<br />
Rolos Superior e Inferior<br />
Sim<br />
12 in. - 30 in. (305 mm - 762 mm)<br />
50 in. (1,270 mm)<br />
15 in. (<strong>38</strong>1 mm)<br />
Variável até 15 rpm CW/CCW/ Torque: 1186 Nm<br />
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS<br />
Alimentação<br />
Ar Comprimido<br />
Consumo de ar<br />
Peso<br />
Largura<br />
Altura<br />
Comprimento<br />
230V / 5,520 watts<br />
8.6 ± 1.7 bar<br />
27 L/Min<br />
816 kg<br />
1,321 mm<br />
1,994 mm<br />
1,702 mm – El. Roda p/cima<br />
1,981 mm – El. Roda p/baixo<br />
06 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.yokohamaiberia.com<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 07
Mesa Redonda<br />
Distribuidores de pneus<br />
Distribuidores de jogo<br />
No mercado <strong>dos</strong> pneus, os distribuidores sempre jogaram a meio do terreno.<br />
Mas, numa altura em que os fabricantes começam a tentar “dominar” o<br />
circuito de A a Z, qual será a posição destes players no futuro? Nesta Mesa<br />
Redonda, procurámos responder a esta e a outras questões pertinentes<br />
VEJA O VÍDEO<br />
Por: Bruno Castanheira e Jorge Flores<br />
No mundo <strong>dos</strong> pneus, os distribuidores<br />
jogam a meio do terreno. São eles o<br />
(forte) elo de ligação entre os fabricantes<br />
e os retalhistas. Na gíria futebolística,<br />
dir-se-ia que vestem a camisola número 10. Uma<br />
espécie de organizadores de jogo no complexo<br />
(e ramificado) comércio <strong>dos</strong> pneus. Historicamente,<br />
o seu espaço no circuito era imprescindível.<br />
Insubstituível. Mas e na atualidade? A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong><br />
<strong>Pneus</strong> organizou uma Mesa Redonda com seis<br />
<strong>dos</strong> principais distribuidores do mercado nacional<br />
de pneus. E convidou ainda um retalhista de peso.<br />
Uma voz que assegurou o contraditório nesta<br />
cadeia de distribuição. No evento realizado no<br />
Sweet Atlantic Hotel, na Figueira da Foz, no dia<br />
30 de maio último, procurou-se entender a atual<br />
e a futura posição <strong>dos</strong> distribuidores num modelo<br />
de negócio em permanente mudança. O debate<br />
foi animado e frutífero nos seus mais varia<strong>dos</strong><br />
pontos de vista.<br />
w PRESSÃO DOS FABRICANTES<br />
A análise do mercado de pneus em Portugal, nos<br />
dias de hoje, foi o tema do primeiro painel da<br />
Mesa Redonda. E as honras de estreia couberam<br />
a César Branco. O diretor-geral da AB Tyres começou<br />
por reconhecer que o setor vive uma “profunda<br />
alteração”, colocando, de seguida, a si e aos<br />
presentes, uma questão. “Sabemos para onde<br />
vamos e o que se passa concretamente?” Em sua<br />
opinião, existe uma “grande pressão <strong>dos</strong> fabricantes<br />
para a verticalização do canal de distribuição.<br />
O que quer isto dizer? Que os fabricantes estão a<br />
querer chegar diretamente aos clientes mais<br />
importantes. Verticalizam, ou seja, tomam conta<br />
deste negócio desde a produção até ao cliente<br />
final”, afirmou César Branco, dando, como exemplo,<br />
o que se passa em vários países da Europa,<br />
onde os fabricantes já estão a “tomar” conta das<br />
plataformas B2C, “o que significa que estão a<br />
entrar num novo canal de aproximação ao cliente<br />
final de forma direta. E que usarão as lojas es-<br />
08 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
pecialistas para ser o seu canal de distribuição e<br />
de montagem”, disse. A pergunta a colocar aos<br />
distribuidores é simples. “O que estamos a fazer<br />
no mercado e que papel é o nosso?”<br />
A AB Tyres conta no catálogo com algumas marcas<br />
exclusivas. “Nas marcas premium, existe uma<br />
grande pressão, há uma forte concorrência entre<br />
to<strong>dos</strong> os operadores e um esmagamento muito<br />
grande de margens. E a questão de fundo quando<br />
digo que não sabemos o que se passa, é que<br />
não temos perspetivas. Porque o quadro macroeconómico<br />
é muito complicado. Não há investimento<br />
(nacional e internacional), não há crescimento<br />
económico, o PIB não cresce, a economia<br />
não se desenvolve. E o setor bancário, ao estar<br />
numa situação extremamente difícil, também não<br />
ajuda as empresas que querem investir para desenvolver<br />
o seu negócio”, disse.<br />
Numa tónica pouco otimista, César Branco acrescentou<br />
que, “não havendo consumo, há uma retração<br />
natural”. E lamentou os “escassos da<strong>dos</strong>”<br />
ca em outros setores em Portugal: uma forte<br />
competitividade e concorrência, que tenta atingir,<br />
de todas as formas, quota de mercado. As marcas<br />
vão fazendo pressão sobre os distribuidores para<br />
que estes aumentem os seus volumes de compras,<br />
tentando, assim, criar o canal direto e as suas<br />
próprias redes”, explicou. Na sua perspetiva, caberá,<br />
depois, a cada distribuidor saber em que<br />
“posição se deve colocar, traçar os seus caminhos<br />
e não se deixar influenciar demasiado pelo ambiente.<br />
Ter os objetivos bem defini<strong>dos</strong>”, enfatizou<br />
Luís Aniceto.<br />
De resto, o responsável da S. José <strong>Pneus</strong> é da<br />
opinião que, “em cada ano, as coisas se passam<br />
mais ou menos da mesma forma. Eventualmente,<br />
com outros meios, com outras marcas e outras<br />
formas de distribuição. Mas a competitividade<br />
existe. Está latente. Está instalada há muitos anos.<br />
Cada vez existem mais players no mercado. Com<br />
tudo o que isso tem de positivo e de negativo”,<br />
disse. Por outras palavras? “É uma evolução na<br />
“A tendência é, claramente, a<br />
verticalização. O domínio desde<br />
o fabricante até ao cliente final<br />
e o aparecimento das<br />
plataformas B2C. E isto vai<br />
acontecer. Quando? Não<br />
sabemos. E as empresas que<br />
estiverem preparadas e que<br />
forem capazes de se preparar<br />
para a mudança, seja ela qual<br />
for, são as que sobreviverão”<br />
CÉSAR BRANCO<br />
Diretor-Geral da AB Tyres<br />
existentes sobre o mercado de pneus”. Logo de<br />
seguida, reconheceu que, “to<strong>dos</strong> nós, distribuidores,<br />
dependemos <strong>dos</strong> fabricantes, que são quem<br />
define os canais que querem ter”. Assim sendo,<br />
“os fabricantes fazem o que querem e nós temos<br />
de nos adaptar. Temos de encontrar a solução,<br />
pois andamos à procura do nosso espaço. Na<br />
verdade, estamos to<strong>dos</strong> numa corrida”, vaticinou<br />
o diretor-geral da AB Tyres.<br />
w EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE<br />
Luís Aniceto, administrador da S. José <strong>Pneus</strong>,<br />
concordou com a primeira intervenção. “No mercado<br />
<strong>dos</strong> pneus, passa-se o mesmo que se verificontinuidade.<br />
To<strong>dos</strong> dizemos que cada ano é o<br />
mais complicado, porque nos esquecemos do<br />
que se passou em anos anteriores. Neste momento,<br />
temos presentes as dificuldades atuais. As que<br />
passaram estão resolvidas”, disparou.<br />
w MERCADO MADURO<br />
Que o mercado de pneus tem evoluído muito<br />
ninguém na Mesa Redonda duvidou. José Enrique<br />
Carreiro, gerente da RS Contreras, disse-o claramente.<br />
“Creio que estamos num mercado maduro.<br />
Tivemos anos de muito crescimento, mas<br />
chegámos a um ponto onde os crescimentos são<br />
muito complica<strong>dos</strong> e onde temos de marcar a<br />
diferença se quisermos atingi-los. As empresas<br />
têm de ser competitivas e temos de primar pela<br />
diferenciação, seja nos serviços ou na oferta<br />
(marcas). As organizações têm-se tornado mais<br />
complexas”, esclareceu José Enrique Carreiro.<br />
Como responsável por uma empresa de distribuição<br />
como a RS Contreras, José Enrique Carreiro<br />
acredita “plenamente na política de recursos<br />
humanos, que penso ser a chave para as organizações<br />
tornarem-se mais competitivas. O futuro?<br />
É um pouco difícil de adivinhar. Olhando até para<br />
o mercado fora de Portugal, penso que existe uma<br />
clara tendência de concentração de distribuidores.<br />
Em princípio, em Portugal será este o futuro. No<br />
entanto, repito, é difícil de adivinhar. A história<br />
encarregar-se-á de confirmá-lo ou de desmenti-lo.<br />
O nosso mercado é competitivo e maduro, sendo<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 09
Mesa Redonda<br />
Distribuidores de pneus<br />
“As casas de peças, quando<br />
solicitam um serviço a um<br />
distribuidor, pagam portes. E<br />
não cobram ao cliente por este<br />
serviço porque têm margens<br />
que são o dobro ou o triplo das<br />
que se praticam nos pneus”<br />
país atravessa. Face a isto, temos de procurar outros<br />
segmentos de mercado que os clientes nos<br />
exigem. Não vejo que as coisas estejam melhores<br />
hoje do que há uns anos. O futuro? Veremos<br />
como vai ser. Se somos demasia<strong>dos</strong> operadores<br />
para a dimensão do país que temos? Provavelmente,<br />
sim”, reconheceu...<br />
w FRONTEIRAS E LIMITES<br />
Álvaro Cerqueira, administrador da Point S e da<br />
MEGAMundi, trouxe para a mesa um novo ponto<br />
de abordagem, “visto estar num mercado um<br />
pouco distinto”, disse. “Faço parte de um grupo<br />
internacional que tem uma luta totalmente diferente<br />
da que se verifica com os distribuidores. Eles<br />
fazem o trabalho deles e nós fazemos o nosso,<br />
que é diretamente com o cliente final. Claro que<br />
andamos atrás <strong>dos</strong> distribuidores, visto serem<br />
eles que nos abastecem, se calhar em 60 ou 70%,<br />
não os fabricantes”, enfatizou.<br />
Em sua opinião, “há muita concorrência. Os<br />
próprios distribuidores conseguem abrir canais<br />
de todas as formas e feitios. Será difícil para nós,<br />
aumentou, tal como a oferta”. Referindo-se ao<br />
mercado nacional, Rui Chorado apontou a “entrada<br />
de novos players, concretamente de Espanha, que<br />
veem Portugal como um canal que pode atenuar<br />
problemas que possam surgir nos seus países de<br />
origem”. Um problema, no seu entender, uma<br />
vez que “causa maior confusão para as empresas<br />
portuguesas. O fator preço torna-se num ‘canal’<br />
cada vez mais estreito e difícil para to<strong>dos</strong>. As<br />
empresas têm de ser flexíveis, mas tudo tem um<br />
limite”, reforçou o administrador da Dispnal.<br />
Manuel Félix, diretor-geral da Euro Tyre, focou<br />
a sua intervenção naquilo que considera ser<br />
uma evolução muito rápida do mercado de<br />
pneus. “Diria que, neste momento, está estável,<br />
por muito que queiramos ‘mexer’ e alterar. Não<br />
conseguimos provocar-lhe grande convulsões.<br />
Claro que cada distribuidor consegue sempre<br />
MANUEL FÉLIX<br />
Diretor-Geral da Euro Tyre<br />
preciso trabalhar arduamente para seguirmos<br />
para a frente. Importa, também, ter uma estratégia<br />
clara e definida”, sublinhou.<br />
Rui Chaveca, por seu turno, administrador da<br />
Chaveca & Janeira, empresa que já vem do tempo<br />
do seu pai, chamou a atenção para a existência,<br />
“desde sempre”, de problemas no setor <strong>dos</strong><br />
pneus. “Aquilo que tentamos fazer, muitas vezes,<br />
é adaptar-nos às circunstâncias. Estamos sempre<br />
a dizer que as empresas estão com dificuldades,<br />
mas o que é facto é que vamos assistindo à abertura<br />
de novos armazéns e de novos postos por<br />
parte das empresas”, disse.<br />
No caso da Chaveca & Janeira, “tivemos um annus<br />
horribilis em 2012. De então para cá, as coisas<br />
foram-se adaptando. Fomos acrescentando outras<br />
marcas, algumas próprias, se o mercado pede<br />
pneus mais económicos, vamos à procura deles.<br />
Se, ao invés, pedir marcas premium, também vamos<br />
buscá-las”, afirmou. Contudo, na sua visão,<br />
“as marcas premium libertam-nos cada vez menos<br />
margem, devido às dificuldades financeiras que o<br />
retalhistas, irmos ao ponto onde queremos chegar.<br />
Sabemos as dificuldades que existem, que<br />
se prendem com a falta de dinheiro. Os distribuidores<br />
estão a enveredar pelo caminho que<br />
os fabricantes querem ir: preço!”, disparou Álvaro<br />
Cerqueira. Concluindo, depois, o seu raciocínio:<br />
“Não está fácil. Até porque os fabricantes começaram<br />
a abrir canais pelas marcas de automóveis e<br />
os distribuidores começaram a abrir canais pelas<br />
oficinas. Hoje, todas as oficinas podem comprar<br />
pneus a um distribuidor. Estejam as oficinas em<br />
rede ou não”, lamentou o administrador da Point<br />
S e da MEGAMundi.<br />
Por sua vez, Rui Chorado, administrador da<br />
Dispnal, optou por começar a sua intervenção<br />
com uma frase lapidar. “A livre circulação trouxe<br />
a livre confusão”. Depois, deu conteúdo ao seu<br />
pensamento: “Estamos num mercado global. A<br />
Dispnal nasceu com o intuito de operar com to<strong>dos</strong><br />
os tipos de pneus, desde o pneu para empilhador<br />
até ao pneu industrial. Atualmente, devido a<br />
todo o tipo de canais que têm surgido, a procura<br />
“Se retirarmos o crédito a<br />
muitos clientes, eles não<br />
podem pagar e também já<br />
não compram. É um problema<br />
complexo. Resumindo e<br />
concluindo: se quisermos<br />
ganhar dinheiro, não é a vender<br />
pneus. Esta é que é a realidade,<br />
por mais cómica que ela possa<br />
parecer”<br />
RUI CHORADO<br />
Administrador da Dispnal<br />
10 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
etirar quota de mercado a outro, mas são<br />
percentagens relativamente pequenas”, afirmou.<br />
“Obviamente, é um mercado competitivo. Porque<br />
tem de ser. Em to<strong>dos</strong> os aspetos, desde o preço<br />
ao serviço, passando pelas condições de crédito.<br />
Tudo isto define a competitividade do mercado”,<br />
acrescentou o diretor-geral da Euro Tyre, fazendo<br />
questão de concordar com os seus colegas de<br />
mesa no quanto são “prejudica<strong>dos</strong> pelos vizinhos<br />
espanhóis”. Porquê? “Adotam uma estratégia<br />
de preço em Portugal que nada tem a ver com<br />
aquela que praticam em Espanha”.<br />
Manuel Félix revelou estar contra a “ânsia<br />
desmesurada para vender” e partilhou ainda a<br />
sua preocupação quanto à “saúde financeira <strong>dos</strong><br />
seus clientes”, algo fundamental para o negócio<br />
das empresas de distribuição e para o mercado<br />
em geral. Segundo disse, cada um na mesa terá<br />
a sua “estratégia”, mas é importante que “olhemos<br />
para o comércio (que não é apenas o número de<br />
pneus vendi<strong>dos</strong>) de forma global”.<br />
w FALTA DE ESTATÍSTICAS<br />
Preocupação partilhada por (quase) to<strong>dos</strong> os<br />
participantes na Mesa Redonda foi o da falta de<br />
da<strong>dos</strong> e estatísticas oficiais sobre o mercado de<br />
pneus em Portugal. César Branco, diretor-geral<br />
da AB Tyres, não escondeu o incómodo com esta<br />
situação. “No mercado de pneus, sabemos qual é<br />
a produção europeia (os da<strong>dos</strong> são oficiais e são<br />
fidedignos), mas, depois, não sabemos quanto<br />
vale exatamente o mercado. Nem a penetração<br />
<strong>dos</strong> diversos segmentos, das diversas marcas,<br />
sejam elas europeias ou não, e <strong>dos</strong> diversos<br />
canais”, acusou. E propôs aos presentes o<br />
seguinte: “Podíamos, de facto, fazer algo. Como<br />
aliás, outros setores já fizeram: trabalhar para<br />
“Não é o retalho que deve<br />
assumir os custos da logística,<br />
mas o consumidor final.<br />
Acho que é impossível haver<br />
entendimento no setor sobre<br />
esta questão, que é quase<br />
cultural. Penso que teria<br />
de começar pelas próprias<br />
marcas, que deveriam cobrar o<br />
transporte”<br />
JOSÉ ENRIQUE CARREIRO<br />
Gerente da RS Contreras<br />
termos uma informação comum, de modo a<br />
que to<strong>dos</strong> pudéssemos beneficiar dela, sem,<br />
contudo, revelarmos da<strong>dos</strong> muito concretos de<br />
cada empresa. Acredito que quanto melhor for a<br />
informação que temos, mais eficazes seremos na<br />
gestão das nossas empresas”, sublinhou.<br />
Luís Aniceto, administrador da S. José <strong>Pneus</strong>,<br />
por sua vez, desvalorizou a questão, adiantando<br />
que “as estatísticas valem o que valem”. Até<br />
porque “temos uma noção global de quanto<br />
vale o mercado. A experiência vai-nos dizendo.<br />
Portanto, sabemos em que meio nos movemos”,<br />
disse. “A informação de que dispomos é suficiente<br />
para nos levar a tomar decisões”, esclareceu Luís<br />
Aniceto.<br />
Para José Enrique Carreiro, gerente da RS<br />
Contreras, em Portugal, na questão <strong>dos</strong> números,<br />
“sempre houve muito secretismo e pouca<br />
transparência”, afirmou. “Penso que possa ser,<br />
também, por uma questão cultural. Faltará<br />
maior associativismo e olhar para o negócio em<br />
conjunto. Pelo menos, no setor <strong>dos</strong> pneus. É<br />
importante podermos dispor de estatísticas que<br />
nos permitam fazer uma análise real do mercado,<br />
de modo a vermos onde estamos e para onde<br />
podemos ir. O nosso setor tem de ser profissional,<br />
tem de evoluir. Para isso, é preciso transparência”,<br />
disse José Enrique Carreiro.<br />
Mais importante do que o acesso aos da<strong>dos</strong><br />
do setor, para Manuel Félix, da Euro Tyre, é a<br />
credibilidade <strong>dos</strong> mesmos. “É importante ter<br />
informação, claro, mas é importante que ela seja<br />
fidedigna. Há um desafio que temos pela frente<br />
e que nunca foi feito a nível europeu. Faria todo<br />
sentido que nós, distribuidores, conseguíssemos<br />
arranjar em Portugal uma maneira de termos<br />
os nossos da<strong>dos</strong> reuni<strong>dos</strong> numa entidade<br />
totalmente independente”, referiu o responsável.<br />
Neste capítulo, também Álvaro Cerqueira,<br />
administrador da Point S e da MEGAMundi<br />
anuiu. Mas no ângulo de visão <strong>dos</strong> retalhistas.<br />
“As estatísticas são importantes, pois permitiriam<br />
aos distribuidores nacionais saberem exatamente<br />
o que cada um vende. E era uma forma de o<br />
mercado fora de Portugal saber o que por cá se<br />
vende”. Com que objetivo? “Para os distribuidores<br />
terem a concorrência de players de outros<br />
países. Seria uma forma de os distribuidores<br />
nacionais terem também concorrência, de modo<br />
a sentirem na pele a concorrência que fazem às<br />
casas especialistas em pneus, quando vendem<br />
diretamente às oficinas”, atreveu-se Álvaro<br />
Cerqueira.<br />
w VERTICALIZAÇÃO DO CANAL<br />
Na segunda parte da Mesa Redonda, ao procurar<br />
analisar as tendências do mercado de pneus e<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 11
Mesa Redonda<br />
Distribuidores de pneus<br />
o papel <strong>dos</strong> distribuidores neste contexto, voltou<br />
a falar-se no “domínio” imposto pelos fabricantes.<br />
César Branco, da AB Tyres, disse verificar-se uma<br />
enorme “verticalização do canal de distribuição”.<br />
Em sua opinião, “é um fenómeno internacional<br />
onde, cada vez mais, o fabricante vai dominar de<br />
A a Z. E isto faz parte de todas as indústrias, seja<br />
a automóvel, a <strong>dos</strong> pneus ou a farmacêutica. Os<br />
Falta associação<br />
para distribuidores<br />
E um representante<br />
para o setor?<br />
w De um modo geral, to<strong>dos</strong> os participantes<br />
da Mesa Redonda concordaram<br />
num ponto: falta uma associação que<br />
represente os distribuidores do mercado<br />
de pneus. José Enrique Carreiro, da RS<br />
Contreras, deu o mote. “Para mim, faria<br />
todo o sentido e existe toda a abertura<br />
para que esta ideia avance. Somos uma<br />
componente do mercado e deveríamos<br />
estar representa<strong>dos</strong>, tal como estão os fabricantes<br />
e os retalhistas. Se não nos juntarmos<br />
para falar <strong>dos</strong> nossos problemas,<br />
não podemos esperar que sejam os outros<br />
a fazê-lo”, afirmou. Opinião semelhante<br />
manifestou Manuel Félix, da Euro Tyre:<br />
“Temos, obrigatoriamente, de estar representa<strong>dos</strong>,<br />
quer se queira quer não. Se nós,<br />
amanhã, decidirmos ‘desligar a ficha’ e fechar<br />
a porta, passa a existir um problema<br />
grande no mercado. Para os fabricantes<br />
e para os retalhistas”, alertou. Portanto,<br />
acrescentou, “não podemos subestimar o<br />
peso que temos neste negócio. Somos um<br />
elo extremamente importante da cadeia.<br />
Não acredito, por exemplo, que os retalhistas<br />
portugueses conseguissem viver<br />
com o abastecimento de distribuidores<br />
espanhóis se nós, distribuidores portugueses,<br />
deixássemos de existir. Devíamos<br />
ter alguma forma de representação. Fosse<br />
onde fosse”, concluiu Manuel Félix.<br />
Rui Chaveca, da Chaveca & Janeira, foi<br />
ainda mais objetivo. “Creio que a ACAP<br />
estaria aberta à criação de uma comissão<br />
específica para os distribuidores, tal como<br />
já existe para os fabricantes e para os retalhistas,<br />
da qual eu faço parte na área do<br />
retalho. Pelo menos, não vejo qualquer entrave.<br />
Acho que era importante”, afirmou.<br />
distribuidores estão no meio do canal para servir<br />
o fabricante. Ou como grossistas/armazenistas ou<br />
como representantes de marca”. E explicou: “Se<br />
são grossistas/armazenistas, que é muito o nosso<br />
papel em Portugal, vendemos de todas as marcas<br />
a toda a gente. Se formos distribuidores representantes<br />
de marca, temos vínculos contratuais com<br />
os fabricantes, de maneira a representarmos as<br />
marcas deles. Esta é a dicotomia académica, tradicional,<br />
sem grande discussão. E quer as casas<br />
de pneus, as casas de peças, as oficinas de concessionários<br />
de automóveis, isto são tudo canais<br />
dentro de outro canal. E qual é a tendência? É que<br />
os fabricantes dominem aqueles que lhes são estrategicamente<br />
importantes para eles. Para terem<br />
uma quota de mercado onde operarem”, afiançou<br />
César Branco.<br />
O cenário não difere muito aos olhos de Luís<br />
Aniceto, da S. José <strong>Pneus</strong>. “Nós, distribuidores,<br />
existimos realmente porque deu-lhes jeito que<br />
assim fosse. O tal presente envenenado que nos<br />
deram, porque assumimos parte <strong>dos</strong> custos deles<br />
e, principalmente, uma grande parte do risco.<br />
Provavelmente, diria que, num primeiro momento,<br />
eles não acreditaram que a distribuição<br />
conquistasse a quota tão grande que conquistou<br />
em Portugal”, revelou. “A adaptação vai sempre<br />
acontecer e a evolução é imprescindível. Agora,<br />
vai sempre haver lugar para os distribuidores”,<br />
garantiu. Ainda que com algumas reservas. “Provavelmente,<br />
cada vez mais aperta<strong>dos</strong>, com uma<br />
quota de mercado cada vez menos interessante”,<br />
adiantou Luís Aniceto, que se mostrou ainda<br />
preocupado com a “cada vez menor rentabilidade<br />
<strong>dos</strong> retalhistas”. O responsável da S. José <strong>Pneus</strong><br />
admitiu que tal até poderá ser consequência da<br />
estratégia <strong>dos</strong> distribuidores. “Neste momento, é<br />
duvi<strong>dos</strong>a a rentabilidade de um posto de retalho.<br />
E isto tem um reflexo negativo nas nossas contas,<br />
porque muitos não vão suportar as responsabilidades<br />
que têm e vão deixar de nos pagar. E, isso,<br />
é que é um grande risco. A pressão do retalho é<br />
cada vez maior. Em to<strong>dos</strong> os aspetos. E posso estar<br />
a afirmá-lo até contra nós próprios. Mas como<br />
“No mercado, tudo acaba por<br />
se regular e tudo se paga. É<br />
uma questão de tempo. Veja-se<br />
a indústria farmacêutica. Passou<br />
do 80 para o 8 em termos de<br />
entregas de medicamentos.<br />
Como não há margens, não<br />
havendo dinheiro, não há vícios.<br />
É uma questão de tempo até<br />
acontecer-nos o mesmo no<br />
setor <strong>dos</strong> pneus”<br />
LUÍS ANICETO<br />
Administrador da S. José <strong>Pneus</strong><br />
costumo dizer, as coisas não são como nós queremos.<br />
São o que são. A pressão existe e, depois,<br />
evoca-se os serviços de mecânica rápida para ir<br />
buscar rentabilidade. Quando um especialista de<br />
pneus não ganha dinheiro a fazer aquilo que mais<br />
sabe, como é que vai ganhar numa área que não<br />
sabe?”, indagou.<br />
w FUTURO GLOBALIZADO<br />
José Enrique Carreiro, da RS Contreras, tem observado<br />
as mudanças do mercado. “Nos últimos<br />
cinco anos, o mercado mudou talvez mais do que<br />
nos 30 anteriores. É um mundo global. As coisas<br />
vão acontecendo. E as empresas têm obrigação<br />
de adaptar-se às mudanças. Os que sobrevivem<br />
12 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 13
Mesa Redonda<br />
Distribuidores de pneus<br />
nem sempre são os mais fortes, mas aqueles que<br />
sabem adaptar-se”, disse. Segundo acrescentou,<br />
Portugal tem um mercado “muito atomizado”. E<br />
isso explica, no seu entender, a existência de “tantos<br />
distribuidores”. O futuro não é fácil de prever.<br />
“Se existirão operadores que absorverão outros<br />
ou se alguns não serão competitivos para sobreviver,<br />
só o futuro o dirá. Cada um segue uma estratégia<br />
e a história encarregar-se-á de demonstrar<br />
se foi ou não a correta”.<br />
Rui Chaveca, da Chaveca & Janeira, considerou<br />
que, “com a abertura de novos centros auto,<br />
com horários alarga<strong>dos</strong> e oferta de produtos<br />
nas lojas, com a comunicação que têm e com a<br />
“A minha ideia é não adicionar<br />
nada mais ao meu negócio,<br />
além <strong>dos</strong> pneus. Manter<br />
a especialização. Uma das<br />
principais bases do meu<br />
negócio são as oficinas. Se<br />
tenho, hoje, os clientes que<br />
tenho, devo-o às oficinas<br />
também. Enviaram-me clientes.<br />
Não se serviram de mim. Foi<br />
por isso que nunca me pus a<br />
fazer o serviço delas”<br />
grande aposta que fazem no marketing, quem<br />
está sozinho no retalho tem muita dificuldade”.<br />
Muitas vezes, acrescentou, “para se conseguir fazer<br />
frente a isso tem de baixar-se o preço. É muito<br />
difícil combater a nova distribuição, que tem<br />
horários alarga<strong>dos</strong> e uma panóplia de serviços<br />
para o cliente, mesmo que não disponha de bons<br />
técnicos. Muitas vezes, o retalho perde margem<br />
para a nova distribuição. Na Chaveca & Janeira,<br />
que também está no retalho, tentamos adaptar-<br />
-nos. Os maiores concorrentes que temos são, de<br />
facto, os centros auto. Mas é difícil sobreviver sem<br />
estar inserido numa rede afeta a um fabricante.<br />
Tentamos ir à procura de novos produtos, como<br />
novas marcas, mas a nossa rentabilidade está a<br />
perder-se. Imposta, também, pelo fraco poder de<br />
compra do cliente”, disse.<br />
Quanto às alegadas ameaças de verticalização<br />
do canal imposta pelos fabricantes, Rui Chorado,<br />
da Dispnal, disse não sentir. Mas realçou a importância<br />
do “seguro de crédito”. Para evitar eventuais<br />
riscos. “Lembro-me que quando começámos a<br />
trabalhar com esse sistema, tínhamos coberta<br />
85% da carteira <strong>dos</strong> nossos clientes. Hoje, não sei<br />
se teremos sequer 35%”, exemplificou. “Até porque<br />
a credibilidade externa do nosso país é zero.<br />
Mas estamos a falar de vários problemas dentro<br />
do mesmo. Se retirarmos o crédito a muitos clientes,<br />
eles não podem pagar e também já não compram.<br />
É um problema complexo”. Resumindo?<br />
“Se quisermos ganhar dinheiro, não é a vender<br />
pneus. Esta é que é a realidade, por mais cómica<br />
que ela possa parecer. A partir daqui, teremos de<br />
fazer a gestão à nossa maneira. A nível internacional,<br />
temos assistido ao crescimento de alguns<br />
brokers. Mas temos de nos adaptar diariamente à<br />
“Os maiores concorrentes que<br />
temos são, de facto, os centros<br />
auto. Mas é difícil sobreviver<br />
sem estar inserido numa rede<br />
afeta a um fabricante. Tentamos<br />
ir à procura de novos produtos,<br />
como novas marcas, mas a<br />
rentabilidade <strong>dos</strong> retalhistas<br />
está a perder-se”<br />
RUI CHAVECA<br />
Administrador da Chaveca & Janeira<br />
ÁLVARO CERQUEIRA<br />
Administrador Point S e MEGAMundi<br />
14 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Vendas online B2C<br />
Uma concorrência virtual<br />
w Mais do que uma ameaça de futuro, as vendas de pneus<br />
online são, hoje, uma concorrência virtual e presente no<br />
mercado. Rui Chorado, administrador da Dispnal, não tem<br />
a menor dúvida sobre isso. “É um canal novo em Portugal.<br />
Na Europa, já existe há uns anos. É uma nova realidade<br />
para as casas de pneus. Se deixarem de ganhar na venda<br />
do pneu porque o cliente escolheu comprá-lo online, têm<br />
de ganhar no serviço de montagem”, adiantou. Em sua<br />
opinião, “é uma realidade que chegou pelos pneus pesa<strong>dos</strong><br />
e que, agora, está a florescer na parte <strong>dos</strong> pneus ligeiros”.<br />
E existe outra situação, prestes a eclodir. Qual? “A venda<br />
do pneu ligeiro por rede e ao quilómetro para grandes<br />
frotas. Tal como existe para o pneu pesado. Ocorrerão<br />
muitas mudanças”, garantiu.<br />
No caso concreto do negócio B2B, qual a sua evolução? Rui<br />
Chaveca, administrador da Chaveca & Janeira, assegura<br />
que é, atualmente, “fundamental” para a atividade. “Quem<br />
não o tiver, não conseguirá vender pneus. Ou muito dificilmente.<br />
Nós, enquanto distribuidores também (reúne<br />
60% do negócio da Chaveca & Janeira), temos de privilegiar<br />
este canal. Mas existem várias empresas que estão<br />
a apostar, também, na vertente B2C. Depois, caberá ao<br />
cliente deslocar-se a uma casa de pneus para proceder à<br />
montagem. Mas este é um mercado que quase não tem<br />
expressão em Portugal ainda”, revelou.<br />
Equipamento para Motos<br />
realidade de um mercado que é cada vez mais global”, sentenciou<br />
Rui Chorado.<br />
Quase a fechar o debate, Álvaro Cerqueira, administrador da Point<br />
S e da MEGAMundi, fez a apologia da especialização num mundo<br />
e num mercado globaliza<strong>dos</strong>. “Tenho as minhas casas e as que são<br />
do grupo. A minha ideia é não adicionar nada mais ao meu negócio<br />
para além <strong>dos</strong> pneus. Manter a especialização. Uma das principais<br />
bases do meu negócio são as oficinas. Se tenho, hoje, os clientes<br />
que tenho, devo-o às oficinas também. Foram elas que me enviaram<br />
os clientes. Não se serviram de mim. Foi por isso que eu nunca<br />
me pus a fazer o serviço delas”, disse.<br />
E foi mais longe. “Um dia que tenha de alterar este paradigma, fecharei<br />
a porta. Não vou inventar nada. Já está tudo inventado. Tenho<br />
de ter as margens para poder sobreviver. Sei que já errei. Se calhar,<br />
já quis ter mais margem do que aquela que, hoje, tenho. Perdi para<br />
outros postos novos que abriram, mas achei sempre que não devia<br />
baixar as minhas margens. Mas, no ano passado, tive de fazê-lo<br />
porque comecei a perder clientes. Modifiquei e estou a recuperar<br />
já aquilo que perdi”, revelou. À laia de conclusão, destacou ainda a<br />
importância de estar inserido em dois grupos independentes e que<br />
“não obrigam a vender uma determinada marca”. Ninguém sobrevive<br />
a solo no retalho. “Temos de trabalhar com um grupo”, alertou<br />
Álvaro Cerqueira. ♦<br />
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www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 15
Entrevista<br />
Nuno Ferreira<br />
“Se conseguirmos<br />
transmitir o nosso valor, o<br />
preço será sempre relativo”<br />
O responsável pelas Vendas de <strong>Pneus</strong> de Turismo da Michelin defende que o preço é<br />
uma questão relativa e proporcional à qualidade <strong>dos</strong> produtos e serviços. Para Nuno<br />
Ferreira, a redução das margens é algo de muito preocupante para a “saúde” do setor<br />
Por: Jorge Flores<br />
Nuno Ferreira é o homem-forte da<br />
Michelin no departamento de Venda<br />
de <strong>Pneus</strong> de Turismo em Portugal. O<br />
responsável acredita que o mercado<br />
nacional vive um período de maturidade e<br />
que a nova distribuição e os concessionários<br />
têm conquistado espaço num mundo dominado<br />
pelos “revendedores especialistas”. Em<br />
entrevista à <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong>, Nuno Ferreira<br />
revela-se preocupado com a redução das margens<br />
do setor e lamenta a existência de uma<br />
“banalização” do produto “pneu”, através, por<br />
exemplo, da visualização <strong>dos</strong> preços na Internet,<br />
de uma forma acessível e simples. A chave do<br />
sucesso, para o responsável da Michelin, passa,<br />
necessariamente, por dispor de produtos (e<br />
serviços associa<strong>dos</strong>) de “qualidade”. Exemplos<br />
disso, são os inovadores pneus Cross Climate<br />
e Pilot Sport4, ambos da Michelin, lança<strong>dos</strong>,<br />
recentemente, no circuito comercial.<br />
Como caracteriza o mercado nacional de<br />
pneus para veículos ligeiros, na atualidade?<br />
O mercado português caracteriza-se por uma<br />
distribuição, na sua maioria madura, em que os<br />
revendedores especialistas têm o maior peso<br />
do mercado, sendo que a nova distribuição<br />
16 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Responsável de Vendas de <strong>Pneus</strong> de Turismo da Michelin<br />
e os concessionários têm vindo a crescer ao<br />
longo <strong>dos</strong> anos. É um mercado com grande<br />
diversidade de oferta, tanto de marcas como de<br />
operadores, assistindo-se, ao longo <strong>dos</strong> anos,<br />
ao aparecimento de diversas redes, entre elas<br />
as apoiadas pelos fabricantes.<br />
As plataformas B2B são uma realidade e a<br />
venda online B2C crescerá. É um mercado<br />
“O Grupo Michelin<br />
tem estado atento<br />
às tendências do<br />
mercado. E não<br />
apenas no que diz<br />
respeito a pneus”<br />
competitivo, no qual se tem assistido a uma<br />
redução das margens do negócio, tanto em<br />
venda direta como indireta.<br />
Depois de uma queda continuada <strong>dos</strong> volumes<br />
até 2012, o mercado português recuperou<br />
o nível com um crescimento médio de<br />
7,5%, nos últimos dois, e um enriquecimento<br />
do mix. Este ano, a tendência continua positiva,<br />
terminando o primeiro trimestre com um<br />
crescimento superior a 2%.<br />
Qual a sua opinião sobre a redução das<br />
margens?<br />
Para a Michelin, a redução das margens do<br />
negócio <strong>dos</strong> diferentes operadores é um fator<br />
de preocupação.<br />
A crise vivida, a visibilidade <strong>dos</strong> preços na<br />
Internet para o consumidor final e a estratégia<br />
de preços de alguns operadores no setor,<br />
contribuíram para a banalização do produto<br />
pneu. Até ao ponto de limitar o discurso à<br />
comparação de preços entre as diferentes<br />
marcas e distribuidores. A Michelin definiu,<br />
para 2016, uma estratégia em que a criação<br />
de valor é um vetor prioritário. O fator preço<br />
continua a ser muito importante, sabemo-<br />
-lo, mas temos a responsabilidade, enquanto<br />
players deste setor, de valorizar o produto<br />
pneu, no geral, e os serviços que damos aos<br />
distribuidores, em particular. Se formos capazes<br />
de transmitir ao cliente o valor do que fazemos,<br />
o preço converte-se em algo relativo.<br />
Quais são as principais tendências do mercado<br />
de pneus ligeiros e quais as medidas<br />
mais vendidas?<br />
Embora a grande fatia do mercado português<br />
continue a ser a jante maior ou equivalente a 16”<br />
(80% do mercado), a tendência é aponta para<br />
que o mix de produto continue a enriquecer nos<br />
próximos anos, refletindo a evolução do parque<br />
automóvel. O segmento das altas prestações<br />
(jantes de 17” ou superiores), em especial SUV,<br />
e jantes de 18”, 19” e 20”, continuará a ganhar<br />
peso, tanto em volume, como em valor.<br />
Na Michelin, temos de estar prepara<strong>dos</strong> para<br />
responder à totalidade do mercado, captando<br />
as oportunidades que existam em cada<br />
um <strong>dos</strong> segmentos, antecipando e seguindo<br />
as novas tendências, adaptando a nossa oferta<br />
e respondendo às necessidades e expectativas<br />
<strong>dos</strong> diferentes consumidores.<br />
A inovação tem, a este nível, um papel fundamental.<br />
Desde sempre que investimos em<br />
I+D+i, sendo que, em 2015, contámos com<br />
mais de 6.000 pessoas em sete centros distintos,<br />
investindo qualquer coisa como 689 milhões<br />
de euros em I+D+i. Este investimento<br />
reflete-se no contínuo lançamento de novos<br />
produtos nas diferentes áreas de negócio<br />
(pneus de turismo, comercial, 4x4, camião,<br />
agrícola, engenharia civil, avião, moto, bicicleta,<br />
edições de viagem), produtos de qualidade,<br />
inovadores, adapta<strong>dos</strong> às necessidades<br />
<strong>dos</strong> consumidores. O lançamento recente<br />
do nosso pneu Cross Climate é prova disso.<br />
Um produto inovador, único no mercado - o<br />
único pneu de verão do mercado, com certifi-<br />
Rede Euromaster<br />
“Uma relação<br />
estratégica”<br />
w w A Euromaster é uma empresa do<br />
Grupo Michelin, “mas opera como empresa<br />
independente”, explica Nuno Ferreira.<br />
A rede conta, atualmente, com 66<br />
pontos de venda franchisa<strong>dos</strong> e tem em<br />
marcha um plano de expansão da rede.”<br />
Incorporaram-se à rede cinco novos centros,<br />
em 2015, e pretende-se terminar o<br />
ano de 2020 com cerca de mais 90 postos<br />
de venda”, sublinha a mesma fonte.<br />
“A Euromaster é estratégica para o desenvolvimento<br />
das marcas do Grupo<br />
Michelin e para a valorização do produto.<br />
É constituída por um conjunto de<br />
empresas independentes altamente profissionais,<br />
cujo grau de homogeneidade<br />
a diversos níveis (instalações, certificação<br />
qualidade, oferta), está a consolidar-se<br />
paulatinamente”, reforça ainda Nuno<br />
Ferreira. De referir que a Euromaster<br />
acaba de obter a certificação ISO 9001,<br />
“o que atesta a aposta do grupo na qualidade<br />
do serviço e na diferenciação”, diz.<br />
Embora a Euromaster seja a rede de empresas<br />
mais próxima ao Grupo Michelin,<br />
o responsável faz questão de destacar “os<br />
demais revendedores, tanto diretos como<br />
indiretos”, que tanto “contribuíram e contribuem,<br />
de forma evidente, para o que<br />
somos hoje. E, por isso, continuaremos a<br />
estar presentes e a apoiá-los. São fundamentais<br />
para a boa presença do Grupo<br />
Michelin em Portugal”, refere ainda o<br />
nosso interlocutor.<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 17
Entrevista<br />
Nuno Ferreira<br />
cação de inverno -, e que contribui, de forma<br />
evidente, para a segurança e mobilidade das<br />
pessoas (o lema deste lançamento é “Estar<br />
preparado, faça o tempo que fizer”). Outro<br />
exemplo é o início da comercialização do Pilot<br />
Sport4, um pneu desportivo que valoriza<br />
o prazer de condução. “Simplesmente, uma<br />
experiência única”.<br />
Que papel têm as novas tecnologias e a<br />
Internet na comunicação da sua empresa<br />
com os clientes?<br />
As novas tecnologias têm, hoje, uma presença<br />
na vida das pessoas que talvez não imaginássemos<br />
quando éramos crianças. Imaginar, hoje,<br />
a vida sem Internet, telemóvel, tablet, email<br />
ou Facebook, é um exercício muito difícil de<br />
fazer! Na Michelin, acreditamos que podemos<br />
ter pela frente o terceiro marco importante da<br />
nossa história.<br />
O primeiro foi, obviamente, a criação da empresa.<br />
O segundo grande marco, foi o aparecimento<br />
do pneu radial. E o terceiro? A era digital.<br />
Se tivermos capacidade de nos adaptar<br />
e inovar convenientemente. Isto demonstra<br />
bem a forma como entendemos a importância<br />
das novas tecnologias para o nosso futuro<br />
e o <strong>dos</strong> nossos clientes.<br />
Que apoio dão aos vossos clientes retalhistas<br />
a nível de formação técnica, marketing<br />
e gestão?<br />
O mercado reconhece o trabalho que a Michelin,<br />
desde sempre, fez ao nível da formação,<br />
valorização do produto, gestão do negócio e<br />
captação de novas oportunidades de negócio,<br />
como é o caso da diversificação. Em 1997,<br />
começámos com um programa denominado<br />
Dinamização <strong>dos</strong> Pontos de Venda, mais tarde<br />
evoluindo para Programa Aliança Michelin e ainda<br />
depois como Vialider. Esta rede extinguiu-se<br />
com a chegada da rede Euromaster, em 2012,<br />
a Portugal. Faço este apontamento histórico<br />
para dizer que, durante estes mais de 20 anos,<br />
o desenvolvimento qualitativo <strong>dos</strong> pontos de<br />
venda, desde instalações, formação técnica e<br />
gestão da empresa, fez parte da nossa oferta<br />
de valor. Continuaremos a disponibilizar um<br />
catálogo de formação completo, a apostar e a<br />
reforçar a formação <strong>dos</strong> nossos colaboradores e<br />
revendedores. Melhoraremos o nível de serviço<br />
e desenvolveremos conceitos que permitam<br />
aos nossos revendedores aproveitarem as<br />
oportunidades do mundo digital. Acreditamos<br />
que, inovando em produto e serviço, formando<br />
as equipas, digitalizando, argumentando sobre<br />
o que nos distingue e colocando o cliente final<br />
no centro das atenções, estamos a contribuir<br />
para a valorização do nosso mercado e para a<br />
criação de valor.<br />
Qual é a estratégia de distribuição seguida<br />
pela Michelin em Portugal?<br />
A nível de distribuição, queremos garantir<br />
o acesso ao mercado. Isto é, que o produto<br />
esteja o mais próximo possível do consumidor<br />
“Hoje, 65% <strong>dos</strong><br />
clientes, antes de<br />
realizarem a compra,<br />
consultam informação<br />
através da Internet, tal<br />
é a presença do digital<br />
na vida das pessoas”<br />
final. Para consegui-lo, é necessário dispor de<br />
uma sólida rede de distribuição, com presença<br />
nos canais que o consumidor prefira e com<br />
elevada cobertura geográfica. No entanto,<br />
os nossos produtos têm um alto valor tecnológico,<br />
cuja manipulação requer altos níveis<br />
de profissionalismo e que vão dirigi<strong>dos</strong> a um<br />
público cada vez mais informado e exigente.<br />
Portanto, uma rede extensa, sim, mas que<br />
garanta a melhor experiência de compra <strong>dos</strong><br />
nossos produtos e atenta às novas tendências<br />
de mercado.<br />
Com a crise financeira que ainda se vive em<br />
Portugal, os condutores têm pouco poder<br />
de compra e procuram marcas mais económicas.<br />
Que soluções tem a Michelin para<br />
estes condutores?<br />
A crise económica teve impacto e levou a que<br />
os fabricantes reforçassem a sua presença no<br />
mercado de marcas budget com ofertas mais<br />
competitivas. Contudo, é importante afirmar<br />
que as marcas premium continuam a ser líderes<br />
de mercado. É verdade que o fator preço é<br />
importante, no entanto, o cliente de hoje está<br />
cada vez melhor informado e na sua decisão<br />
de compra valoriza, também, outros fatores,<br />
como a marca, as prestações, a atenção ao<br />
cliente, a confiança, o serviço e a segurança.<br />
Existem programas de financiamento, como<br />
o da rede Euromaster, que permitem fragmentar<br />
os pagamentos e aliviar o esforço de<br />
investimento no momento da compra.<br />
A estratégia comercial da Michelin passa<br />
pela afirmação das suas marcas de segunda<br />
linha?<br />
A estratégia da Michelin passa pela afirmação<br />
das suas marcas como a melhor opção em<br />
cada segmento de mercado, dependendo das<br />
necessidades e expectativas <strong>dos</strong> clientes. É certo<br />
que centramos os nossos esforços (promoções,<br />
campanhas, tecnologia...) de maneira a potenciar<br />
a marca premium – Michelin. Contudo, as<br />
marcas quality (BFGoodrich/Kleber) e budget<br />
(Tigar/Kormoran), contribuem para completar<br />
a nossa oferta ao mercado e para dar resposta<br />
às necessidades de diferentes tipos de clientes.<br />
O que marca a diferença neste mercado?<br />
Do ponto de vista do fabricante, o profissionalismo<br />
das equipas, a qualidade <strong>dos</strong> seus<br />
produtos, a atenção ao cliente, a fiabilidade das<br />
entregas, a disponibilidade de stock, as ações<br />
geradoras de tráfego nos pontos de venda,<br />
o catálogo de formação, o conhecimento e a<br />
exploração do mundo digital. Sabemos que<br />
temos caminho a percorrer em alguns aspetos.<br />
Mas deixe-me destacar o profissionalismo e o<br />
nível de conhecimento <strong>dos</strong> elementos das nossas<br />
equipas, a qualidade <strong>dos</strong> nossos produtos<br />
e o esforço que está a ser feito a nível digital.<br />
Quanto aos revendedores, a atenção ao<br />
cliente e o papel do rececionista são pontos<br />
18 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 19
Entrevista<br />
Nuno Ferreira<br />
chave. A qualidade do serviço e amplitude da<br />
oferta também.<br />
É importante ver o veículo como um todo. A<br />
diferenciação entre os diferentes operadores<br />
deve passar pela afirmação das vantagens<br />
competitivas de um face a outros e colocá-<br />
-las em evidência. Há trabalho muito bem<br />
feito que, por ser feito de forma sistemática,<br />
não é valorizado como diferente, especial. É<br />
preciso tomar consciência do que se faz bem e<br />
explicá-lo ao cliente. Afinal, marcar a diferença.<br />
O rececionista é fundamental neste ponto.<br />
mação através da rede. Mesmo sendo a conversão<br />
no nosso setor inferior em relação a outros países<br />
europeus, pouco a pouco, esta situação evoluirá.<br />
Mas é uma realidade: o processo de compra já não<br />
começa no ponto de compra físico. Através de<br />
um tablet ou smartphone, a qualquer hora e em<br />
qualquer lugar, a web de um distribuidor é a sua<br />
carta de apresentação. Uma boa visibilidade, uma<br />
transparência nos preços e uma opinião favorável<br />
<strong>dos</strong> consumidores, são elementos estratégicos de<br />
diferenciação que estão a marcar já a diferença.<br />
Por outro lado, a transparência nos preços que<br />
referi antes também gera uma pressão sobre as<br />
margens. É necessário introduzir novos serviços,<br />
que sejam diferenciadores e valoriza<strong>dos</strong> pelo<br />
cliente, garantindo, desta forma, a rentabilidade<br />
do distribuidor.<br />
Que novos tipos de negócio podem surgir<br />
no mercado <strong>dos</strong> pneus?<br />
O mundo muda cada vez mais rapidamente,<br />
pelo que o futuro é cada vez menos previsível. No<br />
entanto, o Grupo Michelin tem estado atento às<br />
tendências do mercado. Não só no que a pneus<br />
diz respeito. A razão de ser do Grupo Michelin é<br />
o seguinte: “Oferecer a cada um a melhor forma<br />
de avançar”. Neste sentido, temos de estar presentes<br />
em diferentes merca<strong>dos</strong>, com soluções<br />
de mobilidade inovadores. Nos últimos anos, o<br />
Grupo Michelin fez investimentos em diferentes<br />
merca<strong>dos</strong>: adquiriu a empresa Bookatable, líder<br />
europeia em reservas online de restaurantes,<br />
a empresa SASCAR no Brasil, especializada em<br />
gestão de frotas e monitorização de veículos e<br />
cargas, uma empresa de impressão de moldes 3D,<br />
a empresa Black Circles em Inglaterra, e entrou no<br />
capital da empresa Allôpneus, em França, ambas<br />
de venda online. Estamos atentos às tendências<br />
de mercado e posicionamo-nos de forma a ter<br />
melhor conhecimento da realidade de cada um,<br />
para inovar, criar novos produtos e melhor adaptar<br />
a nossa oferta ao consumidor.<br />
A Michelin é uma empresa com mais de 125<br />
anos e estes investimentos, além de demonstrarem<br />
a vitalidade do grupo, têm como propósito<br />
contribuir para a mobilidade das pessoas e<br />
mercadorias, com respeito pelo meio ambiente,<br />
mantendo e reforçando a nossa posição e daqueles<br />
que trabalham connosco. ♦<br />
Objetivos para 2016<br />
“Queremos<br />
criar valor”<br />
Ainda existem oportunidades de negócio<br />
no setor da distribuição de pneus para<br />
automóveis?<br />
Sem dúvida! A revolução digital. 65% <strong>dos</strong> clientes,<br />
antes de realizar uma compra, consulta inforw<br />
w Em 2015, a Michelin “voltou a acompanhar<br />
o crescimento do mercado, o<br />
que permitiu manter a nossa presença<br />
no mesmo, seguindo os movimentos<br />
de fundo que se têm visto nos últimos<br />
anos: enriquecimento do mix e forte<br />
crescimento da opção por medidas para<br />
jantes superiores”, revela Nuno Ferreira.<br />
Os objetivos do responsável pela Venda<br />
de <strong>Pneus</strong> de Turismo para este ano, são,<br />
também eles, ambiciosos.<br />
“Em 2106, pretendemos contribuir para a<br />
criação de valor. Obviamente, queremos<br />
vender mais, ganhar quota de mercado,<br />
consolidar e aumentar a nossa presença<br />
nos clientes atuais e incrementar o nosso<br />
acesso ao mercado, mas estamos conscientes<br />
da queda das margens do negócio,<br />
na generalidade. Como tal, faremos tudo<br />
o que estiver ao nosso alcance para contribuir<br />
para criar valor para o revendedor<br />
e para o consumidor. É uma prioridade<br />
em 2106”, sustenta Nuno Ferreira. Mas<br />
não só. “Inovar ao nível da oferta global,<br />
consolidar a oferta <strong>dos</strong> novos produtos<br />
Cross Climate e Pilot Sport4, explorar<br />
o mundo digital, formar as equipas internas<br />
e <strong>dos</strong> nossos clientes, simplificar<br />
procedimentos, valorizar o produto,<br />
desenvolver ações sell-out geradoras de<br />
tráfego nos pontos de compra e colocar<br />
o consumidor como o centro das atenções.<br />
Se formos capazes de trabalhar estes<br />
aspetos, estaremos mais próximos <strong>dos</strong><br />
nossos revendedores e consumidores. E,<br />
como tal, estaremos no caminho certo<br />
para obter bons resulta<strong>dos</strong>. Não duvido<br />
que, juntamente, com a nossa a nossa distribuição,<br />
teremos um ano de 2016 muito<br />
positivo”, conclui.<br />
20 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
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www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 21
Atualidade<br />
Continental <strong>Pneus</strong> Portugal<br />
Por: Jorge Flores<br />
Vendas a rolar... para cima<br />
A Continental <strong>Pneus</strong> Portugal fez um balanço muito positivo da sua<br />
atividade em 2015. A venda de pneus aumentou 10,3% face ao ano anterior<br />
e, pela primeira vez, a empresa ultrapassou os €70 milhões de faturação<br />
VEJA O VÍDEO<br />
A<br />
Continental <strong>Pneus</strong> Portugal organizou<br />
um pequeno-almoço/conferência, onde<br />
apresentou, aos jornalistas, o balanço<br />
da sua atividade em 2015. No evento, realizado<br />
no SNA Lisboa Hotel, em Lisboa, Pedro Teixeira,<br />
diretor-geral da Continental <strong>Pneus</strong> Portugal, divulgou<br />
os números constantes no Relatório &<br />
Contas do ano passado. E não escondeu a sua<br />
satisfação. Os pneus da Continental estão a rolar<br />
bem em Portugal. E para cima. Em relação<br />
a 2014, o crescimento das vendas de pneus da<br />
marca, no nosso país, foi de 10,3%. Contudo,<br />
no balanço do período calculado entre 2012 e<br />
2015, a subida foi muito superior: 40%.<br />
Pedro Teixeira, diretor-geral da Continental<br />
<strong>Pneus</strong> Portugal, revelou ainda que, no ano passado,<br />
o volume de faturação correspondente à<br />
categoria de pneus premium ascendeu aos 77%,<br />
enquanto as segundas marcas representaram<br />
23% para as contas da empresa no mercado<br />
nacional.<br />
w BARREIRA DOS €70 MILHÕES<br />
A projeção para 2016 aponta para que o mercado<br />
luso registe um aumento na ordem <strong>dos</strong><br />
2,6% na venda de pneus ligeiros. E a Continental<br />
<strong>Pneus</strong> Portugal acredita que poderá acompanhar<br />
esta tendência. Já no que se refere aos<br />
pneus pesa<strong>dos</strong>, estima-se um crescimento de<br />
vendas acima <strong>dos</strong> dois dígitos. E, nesta categoria,<br />
a previsão da empresa é mesmo superar os<br />
números do mercado.<br />
Segundo reconheceu Pedro Teixeira, em conversa<br />
com a <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong>, “2015 foi, de facto,<br />
um ano fantástico para nós. Foi um ano recorde.<br />
Em termos de faturação, ultrapassámos,<br />
pela primeira vez, a barreira <strong>dos</strong> €70 milhões a<br />
nível nacional. Foi um ano de crescimento em<br />
to<strong>dos</strong> os segmentos do negócio”, assegurou o<br />
diretor-geral da Continental <strong>Pneus</strong> Portugal,<br />
fazendo questão de partilhar o “sucesso” destes<br />
números com toda a equipa e, em particular,<br />
com o seu antecessor, José Luís de la Fuente,<br />
que se manteve em funções até julho de 2015.<br />
w 100 CONTISERVICE EM 2020<br />
A ContiService continua a ser vital para o futuro<br />
da Continental <strong>Pneus</strong> Portugal. Cumprido<br />
que está um ano desde a abertura da primeira<br />
casa, atualmente, a rede conta já com 18 agentes,<br />
esperando alcançar uma centena de postos<br />
dentro de quatro anos. “O investimento na rede,<br />
realizado em 2015, ascendeu aos €700.000”,<br />
anunciou. Neste momento, acrescentou, “a rede<br />
ContiService está a implementar soluções adaptadas<br />
à medida das necessidades <strong>dos</strong> parceiros<br />
e do mercado, criando os conceitos ContiService<br />
Member e ContiService Partner”.<br />
Para Pedro Teixeira, em 2015 a rede foi uma “pedra<br />
basilar” para consolidar a “posição de liderança<br />
no mercado”.<br />
O ano passado visou “apenas” a sua consolidação.<br />
“Em 2016, o que queremos é continuar a<br />
consolidar este projeto e crescer. O objetivo é,<br />
até 2020, chegarmos a um número de 100 pontos<br />
de venda. Com uma cobertura geográfica<br />
nacional que nos permita ter uma rede forte e<br />
uma marca forte ligada ao Grupo Continental”,<br />
sublinhou. ♦<br />
22 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
NOVAS SURPRESAS NA COMPETIÇÃO<br />
<strong>Pneus</strong> que proporcionam "surpresas" aos condutores<br />
A Toyo Tires encontrou a resposta: Proxes<br />
A marca que vai de encontro aos condutores que procuram o verdadeiro<br />
desempenho.<br />
Proporciona um elevado desempenho, tanto em piso seco como molhado,<br />
bem como uma condução confortável.<br />
Este poder excecional pode ser seu hoje.<br />
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www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 23
Salão<br />
Reifen 2016<br />
Nível muito elevado<br />
O Salão de Reifen 2016 esteve a um nível muito elevado, quer no que diz<br />
respeito à organização e qualidade <strong>dos</strong> expositores, quer ao nível do perfil<br />
<strong>dos</strong> visitantes, na sua maioria empresários do setor há procura de novas<br />
oportunidades de negócio<br />
VEJA O VÍDEO<br />
Por: João Vieira<br />
A<br />
edição de 2016 do Salão de Reifen<br />
registou um maior número de expositores,<br />
de área coberta e de presenças<br />
estrangeiras. Voltou a ser um grande sucesso,<br />
registando cerca de 20.000 visitantes de to<strong>dos</strong><br />
os pontos do globo, incluindo os participantes<br />
da Conferência sobre o “Futuro do Pneu”,<br />
que decorreu em paralelo com a feira.<br />
Com 675 expositores dividi<strong>dos</strong> por 43 países e<br />
uma área total de 60.000 m 2 , o Salão de Essen<br />
estabeleceu novos recordes, confirmando-se<br />
como o mais importante certame de pneus<br />
do mundo. A importância desta feira ficou<br />
também demonstrada pelos imponentes<br />
stands <strong>dos</strong> vinte maiores fabricantes de pneus<br />
do mundo, como Bridgestone, Continental,<br />
Goodyear e Michelin.<br />
Reifen 2016 permanecerá na memória de to<strong>dos</strong><br />
como uma das mais bem sucedidas feiras<br />
de pneus <strong>dos</strong> últimos anos. O evento deste<br />
ano esteve a um nível muito elevado, quer a<br />
nível de organização, com áreas bem definidas<br />
para os fabricantes, distribuidores e empresas<br />
de equipamentos e serviços, quer ao<br />
nível do perfil <strong>dos</strong> visitantes, na sua maioria<br />
empresários do setor há procura de novas<br />
oportunidades de negócio e com o intuito de<br />
partilhar os planos para o futuro.<br />
“Fiquei muito satisfeito com a resposta extremamente<br />
positiva de muitos <strong>dos</strong> expositores,<br />
que já estão a fazer planos para Reifen 2018,<br />
que se realizará, em paralelo, com o Salão<br />
Automechanika”, referiu Oliver Kuhrt, diretor-<br />
-geral da Messe Essen.<br />
De acordo com as respostas a um inquérito<br />
realizado pela organização, cerca de 80% <strong>dos</strong><br />
expositores mostraram intenção de participar<br />
no Salão de Reifen 2018.<br />
w OFICINAS CADA VEZ MAIS IMPORTANTES<br />
Mais de 90% <strong>dos</strong> visitantes afirmaram que as<br />
áreas de oficina mecânica e de serviços para<br />
o veículo estavam a tornar-se cada vez mais<br />
importantes para os seus negócios. O número<br />
de visitantes internacionais manteve-se<br />
a um nível elevado e, entre os países, a Ale-<br />
24 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
manha e a Itália estiveram na liderança como<br />
os países que levaram mais visitantes à feira,<br />
seguidas pela França, Bélgica, Reino Unido<br />
e Polónia. Embora a maioria <strong>dos</strong> visitantes<br />
tenha viajado de outro lugar na Europa, o<br />
maior aumento percentual proveio da Ásia.<br />
30% <strong>dos</strong> visitantes profissionais vieram do setor<br />
das oficinas e cerca de 29% do retalho de<br />
pneus. Cerca de 90% eram decisores, com responsabilidade<br />
de aquisição/contratação. Ao<br />
todo, 89% <strong>dos</strong> visitantes profissionais fez uma<br />
avaliação positiva da sua visita à feira, o que<br />
representa um ligeiro aumento em comparação<br />
com o evento anterior. Mais de um terço<br />
a feira, pois está a criar um grande desequilíbrio<br />
entre os players do setor, tendo já dado<br />
origem a posições concretas de governos<br />
de vários países contra as práticas ilegais de<br />
do que o segmento de ligeiros. Estima-se que<br />
os 21 milhões de pneus comerciais ligeiros<br />
vendi<strong>dos</strong>, atualmente, na Europa, aumentem<br />
para 25 milhões no final de 2020.<br />
A indústria <strong>dos</strong> pneus e toda a cadeia de distribuição<br />
não param de evoluir. Novas tecnologias<br />
e materiais utiliza<strong>dos</strong> no fabrico <strong>dos</strong><br />
pneus, contribuem para um aumento da sua<br />
qualidade e durabilidade. A nível da distribuição,<br />
a tendência aponta para a transformação<br />
das oficinas de pneus em oficinas de mecânica<br />
e serviços rápi<strong>dos</strong>. Já no que diz respeito à<br />
parte técnica, os sistemas TPMS de montagem<br />
obrigatória no primeiro equipamento em to<strong>dos</strong><br />
visitantes efetivaram encomendas durante<br />
o salão, enquanto outros irão ainda fazer os<br />
pedi<strong>dos</strong>, o que também representa um ligeiro<br />
aumento nas encomendas. 93% <strong>dos</strong> visitantes<br />
recomendam uma visita a Reifen, o que significa<br />
que este valor melhorou ligeiramente.<br />
w MERCADO AO RUBRO<br />
Cotada entre as principais feiras da especialidade<br />
a que ninguém do setor quer faltar, o<br />
Salão de Reifen veio demonstrar a vitalidade<br />
do mundo <strong>dos</strong> pneumáticos, numa altura<br />
em que se assiste a um excesso de oferta de<br />
pneus asiáticos, muitos deles comercializa<strong>dos</strong><br />
com preços abaixo do seu custo de produção.<br />
Foi um <strong>dos</strong> temas mais comenta<strong>dos</strong> durante<br />
dumping praticadas por diversos fabricantes<br />
chineses de pneus novos radiais destina<strong>dos</strong> a<br />
veículos pesa<strong>dos</strong>.<br />
À parte este facto, cuja resolução está dependente<br />
da decisão das entidades que controlam<br />
este comércio ilegal, a maioria <strong>dos</strong><br />
fabricantes presentes no salão mostrou-se<br />
otimista em relação ao futuro do setor, cuja<br />
tendência aponta para um crescimento em<br />
to<strong>dos</strong> os segmentos, nomeadamente nos veículos<br />
comerciais ligeiros, que cresce 35% mais<br />
<strong>dos</strong> os veículos fabrica<strong>dos</strong> na Europa, continua<br />
a merecer toda a atenção <strong>dos</strong> profissionais do<br />
setor. A manutenção destes sistemas e a substituição<br />
de sensores avaria<strong>dos</strong> é uma oportunidade<br />
de negócio para todas as oficinas que<br />
queiram investir na formação <strong>dos</strong> colaboradores<br />
e na aquisição de equipamento específico.<br />
w PRÉMIOS INOVAÇÃO<br />
Na véspera da abertura do salão realizou-se a<br />
cerimónia de entrega <strong>dos</strong> Prémios Inovação,<br />
atribuí<strong>dos</strong> aos produtos que mais se destacaram<br />
pela tecnologia e inovação técnica.<br />
Os fabricantes de pneus Bridgestone e Michelin,<br />
venceram a categoria “Produtos e Tecnologia”.<br />
A Bridgestone com os novos pneus Drive-<br />
Guard, com sistema Run-Flat, que podem ser<br />
monta<strong>dos</strong> em to<strong>dos</strong> os veículos equipa<strong>dos</strong><br />
com TPMS. A Michelin, por sua vez, destacou-<br />
-se com os pneus XLine Energy Triple A, os<br />
primeiros para eixo de direção de veículos<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 25
Salão Reifen 2016<br />
pesa<strong>dos</strong> com classificação A de eficiência de<br />
consumo na etiqueta.<br />
O prémio para “Conceitos de serviço e otimização<br />
de processos”, foi ganho pela empresa<br />
4JET Technologies, que apresentou um processo<br />
que permite, pela primeira vez, marcar os<br />
pneus com um código QR, que pode ser lido<br />
a partir de um smartphone. Este sistema, denominado<br />
Scannet (que deriva da conjugação<br />
das palavras “scan e connect”), permite que os<br />
pneus sejam continuamente monitoriza<strong>dos</strong> ao<br />
longo da sua vida útil.<br />
O fabricante de equipamentos Corghi venceu<br />
o Prémio da categoria “Serviço Auto”, com o<br />
equipamento Uniformity, a primeira máquina<br />
de montagem de pneus com funções de<br />
diagnóstico. De acordo com este fabricante,<br />
o tempo de desmontagem/montagem de<br />
pneus pode ser reduzido em 25%, o que significa<br />
que 50% das operações que eram necessárias<br />
fazer-se, deixaram de o ser.<br />
De referir que os Prémios Inovação foram atribuí<strong>dos</strong><br />
por um júri independente, que analisou<br />
antes da feira as ideias mais inovadoras<br />
e pioneiras <strong>dos</strong> vários fabricantes de pneus e<br />
equipamentos presentes na feira.<br />
Reifen 2016<br />
em números<br />
675<br />
expositores<br />
43 países<br />
20.000<br />
visitantes<br />
60.000 m 2 de área<br />
90%<br />
visitantes que<br />
irão a Frankfurt<br />
em 2018<br />
93%<br />
visitantes<br />
que recomendam<br />
visita a Reifen<br />
80%<br />
expositores<br />
que querem participar<br />
em 2018<br />
visitantes que perten-<br />
30%cem ao setor oficinal<br />
89%<br />
29%<br />
visitantes<br />
pertencentes ao<br />
retalho de pneus<br />
visitantes que<br />
fizeram avaliação<br />
positiva da feira<br />
90%<br />
visitantes<br />
decisores<br />
de compra<br />
w REIFEN VAI PARA AUTOMECHANIKA EM 2018<br />
O próximo Salão de Reifen ocorrerá, em paralelo,<br />
com a Automechanika de Frankfurt, que<br />
se realizará de 11 a 15 setembro de 2018. Ao<br />
dar este passo, a Messe Essen e Messe Frankfurt<br />
estão a juntar os mais importantes setores<br />
do aftermarket numa única feira, indo, assim,<br />
ao encontro <strong>dos</strong> desejos de muitos expositores.<br />
Será a plataforma ideal para mostrar<br />
novos conceitos e produtos a um público<br />
especializado e interessado, quer em pneus e<br />
equipamentos, quer em peças e serviços dedica<strong>dos</strong><br />
ao automóvel e mobilidade.<br />
Reifen deixará, assim, de ser realizada em Essen<br />
e passará a ter lugar no centro financeiro<br />
da Alemanha (Frankfurt). De acordo com Oliver<br />
P. Kuhrt, CEO da Messe Essen, “o facto de<br />
nos unirmos à Messe Frankfurt permite-nos<br />
juntar a indústria <strong>dos</strong> pneus ao aftermarket<br />
automóvel, de modo a que o ‘universo’ fique<br />
completo. Os expositores de Reifen contarão<br />
com mais visitantes nesta nova localização,<br />
entres os quais estarão os grandes decisores<br />
internacionais da indústria, do setor oficinal e<br />
do comércio afeto ao pós-venda”.<br />
Por seu turno, Detlef Braun, membro do conselho<br />
de administração da Messe Frankfurt,<br />
realçou que “Reifen vem complementar o portefólio<br />
da marca de feiras líder a nível mundial:<br />
a Automechanika. Ofereceremos datas comuns<br />
à indústria e, quer para o universo <strong>dos</strong><br />
pneus quer para o setor oficinal, reuniremos<br />
todo o know-how e serviços num único local”.<br />
Decisão que, de resto, parece fazer todo o sentido,<br />
uma vez que, cada vez mais, o negócio<br />
<strong>dos</strong> pneus convive com o mundo das peças e<br />
com os serviços rápi<strong>dos</strong>. ♦<br />
26 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 27
Notícias<br />
Mercado<br />
Campanha de sensibilização<br />
CEPP em Alverca e Leixões<br />
Uma vez mais, a ACAP, através da CEPP<br />
(Comissão Especializada de Produtores<br />
de <strong>Pneus</strong>), realizou novas ações de sensibilização,<br />
que visaram alertar para a necessidade<br />
de controlo e verificação do estado <strong>dos</strong> pneus,<br />
tendo sido especialmente dirigida aos condutores<br />
de veículos pesa<strong>dos</strong>, com a divulgação<br />
do Guia <strong>Pneus</strong> Pesa<strong>dos</strong>. Estas ações decorreram<br />
no mês de abril nas portagens de Alverca<br />
e no porto de Leixões, tendo contado com<br />
o apoio da GNR-UNT (Unidade Nacional de<br />
Trânsito), IMT (Instituto da Mobilidade e <strong>dos</strong><br />
Transportes) e ANSR (Autoridade Nacional<br />
de Segurança Rodoviária). Uma das grandes<br />
preocupações da CEPP é, precisamente, a<br />
segurança. Devido à falta de um plano de<br />
manutenção e prevenção, esta campanha visou,<br />
essencialmente, alertar para a verificação<br />
do estado <strong>dos</strong> pneus pesa<strong>dos</strong> em circulação,<br />
alertar os condutores de veículos pesa<strong>dos</strong><br />
para a importância <strong>dos</strong> pneus enquanto<br />
elemento de segurança e sensibilizar para<br />
a responsabilidade social a nível ambiental.<br />
Durante a campanha, foram analisa<strong>dos</strong> mais<br />
de 200 veículos pesa<strong>dos</strong>, tendo sido verificadas<br />
profundidades do desenho <strong>dos</strong> pisos e o estado<br />
geral de to<strong>dos</strong> os pneus, bem como divulgado<br />
o “Guia de <strong>Pneus</strong> Pesa<strong>dos</strong>”, que reúne um conjunto<br />
de recomendações técnicas fundamentais<br />
para que os condutores profissionais circulem<br />
com maior segurança e eficiência económica,<br />
assim como com menor impacto ambiental. <br />
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Euro Tyre alarga<br />
horário do call center<br />
Com o objetivo de prestar melhor serviço<br />
aos clientes, a Euro Tyre alargou o horário<br />
de atendimento do seu call center das 8h30<br />
até as 19h00, ininterruptamente. Passa, assim,<br />
a disponibilizar, diariamente, mais de<br />
10 horas de atendimento permanente para<br />
esclarecimento de dúvidas, seguimento de<br />
encomendas ou outro assunto. Com esta<br />
mudança, a Euro Tyre pretende incrementar<br />
o seu nível de serviço para, assim, poder responder<br />
melhor às necessidades <strong>dos</strong> clientes.<br />
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e equivalente às emissões resultantes da circulação média anual de 36.000 automóveis.<br />
Porque existe Amanhã.<br />
28 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 29
Notícias<br />
Mercado<br />
Tiresur quebrou barreiras<br />
de faturação em 2015<br />
A Tiresur continua a quebrar barreiras e mantém a sua linha<br />
de crescimento. As turbulências do setor não estão a ser um<br />
obstáculo para esta empresa, que opera no mercado há de 80<br />
anos, e cuja solidez e estabilidade se fortificam dia a dia. Desta<br />
forma, a Tiresur não só manteve a posição durante os anos<br />
mais críticos da desaceleração económica, como não deixou<br />
de aumentar o seu volume de faturação.No passado exercício<br />
económico, o distribuidor internacional de pneus conseguiu um<br />
volume de vendas global superior a 91 milhões de euros, tendo<br />
em conta, além do volume de negócio de Tiresur Espanha, as<br />
suas divisões de Brasil, Panamá e Portugal. Portanto, a equipa<br />
diretiva faz um balanço mais do que positivo do percurso da<br />
empresa durante 2015, que foi<br />
um ano de novos investimentos,<br />
nova sede central, novos<br />
armazéns, implementação de<br />
novas aplicações informáticas,<br />
novas políticas de logística<br />
com maiores recursos para otimizar<br />
os serviços de entregas.<br />
Em suma, um incremento <strong>dos</strong> meios e <strong>dos</strong> recursos utiliza<strong>dos</strong><br />
que permitiram atingir um maior volume de faturação.<br />
Goodyear equipa maior<br />
camião articulado da Volvo<br />
O novo pneu OTR (Off-The-Road) da Goodyear, o TL-4A, no tamanho<br />
33.25R29, foi especialmente concebido para o novo camião articulado<br />
A60H, o maior desta categoria da Volvo. As duas empresas colaboraram<br />
no desenvolvimento e fabrico de pneus OTR feitos à medida<br />
deste novo camião incluído na categoria de 60 toneladas, respondendo,<br />
assim, à crescente procura por parte <strong>dos</strong> clientes de uma maior<br />
capacidade nos veículos. Os engenheiros da Goodyear asseguram<br />
que estes novos pneus OTR oferecem uma tração dianteira e lateral<br />
otimizada, assim como uma condução mais cómoda. O desenho direcional<br />
da sua banda de rolamento conta com uma ampla pegada<br />
que permite o máximo contacto com o terreno e uma grande estabilidade,<br />
assim como uma excecional capacidade de autolimpeza. As<br />
características mais importantes do novo pneu OTR são a otimização<br />
do seu custo por hora, tornando-o numa opção muito adequada para<br />
o novo camião articulado de 60 toneladas da Volvo, com uma capacidade<br />
de 55 toneladas e um alto nível de resistência de deslizamento.<br />
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requisitos europeus de desempenho como seu parâmetro de referência e coloca a segurança no<br />
topo da agenda. O novo pneu EMERA A1 HP / UHP da KENDA é o resultado de uma clara estratégia:<br />
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30 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
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Notícias<br />
Mercado<br />
Z Tyre entra no Guinness Book<br />
Para celebrar e reconhecer o verdadeiro valor da sua gama de pneus de<br />
alta performance, a Z Tyre juntou-se a uma das joalharias mais exclusivas<br />
do mundo para desenvolver um pneu muito especial, o Z1, que foi<br />
revelado, pela primeira vez, no Salão de Reifen de 2016. Combinando<br />
ouro de 24 quilates com pedras de diamante especialmente selecionadas,<br />
este conjunto exclusivo da Z Tyre foi projetado e decorado com a<br />
assistência de Joaillier Prive e <strong>dos</strong> seus joalheiros artesanais italianos. O<br />
conjunto <strong>dos</strong> quatro pneus Z1 foram<br />
avalia<strong>dos</strong> em 600.000 dólares<br />
pelo Guinness World Records e devidamente<br />
reconheci<strong>dos</strong> por esta<br />
entidade como o set de pneus mais<br />
caro do mundo. Comentando este<br />
novo recorde mundial, o CEO da<br />
Zenises, Harjeev Kandhari, referiu:<br />
“A melhor maneira de comemorar o<br />
elevado nível de fabrico <strong>dos</strong> nossos<br />
pneus foi lançar um pneu que, para<br />
além de ser o mais caro do mundo,<br />
é, também, uma mostra do que de<br />
mais evoluído se faz a nível de fabrico<br />
de pneus”.<br />
Nexen Tire satisfaz mais os clientes<br />
A Nexen Tire ficou num honroso quarto lugar no segmento<br />
de automóveis ligeiros de passageiros, no Estudo de Satisfação<br />
do cliente com pneus originais, realizado pela J.D.Power.<br />
Participaram neste estudo 12 marcas de pneus e o 4.º lugar<br />
obtido mostra o importante<br />
crescimento da Nexen Tire no<br />
mercado europeu. Através<br />
de investimentos contínuos<br />
no departamento de I+D<br />
(Investigação e Desenvolvimento),<br />
a Nexen Tire continua<br />
a melhorar a qualidade<br />
do produto e a tecnologia,<br />
com o objetivo de aumentar<br />
a satisfação do cliente a nível<br />
mundial e de ser um player<br />
fulcral entre os fabricantes<br />
mundiais de pneus. Para o estudo, os principais fatores relaciona<strong>dos</strong><br />
com a satisfação <strong>dos</strong> pneus são o “Rolamento do<br />
pneu”, a “Tração e maneabilidade do pneu”, o “Desgaste do<br />
pneu” e o “Aspeto do pneu”. Estes são os fatores que os clientes<br />
consideram como os mais importantes de to<strong>dos</strong> quando se<br />
trata de avaliar a sua satisfação.<br />
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32 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
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www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 33
Notícias<br />
Mercado<br />
Trelleborg finaliza aquisição<br />
da CGS Holding / Mitas<br />
Recauchutagem Nortenha<br />
premiada nos EUA<br />
A Recauchutagem Nortenha foi galardoada<br />
com o prémio “Miss Retread Truck Tire 2016” na<br />
North American Tire & Retread, que decorreu nos<br />
EUA. Neste concurso, participaram os maiores recauchutadores<br />
americanos e europeus. Este prestigiado<br />
prémio atribuído na feira vem comprovar<br />
a excelência <strong>dos</strong> pneus Nortenha e contribuirá<br />
para a expansão da marca no mercado nacional<br />
e internacional.<br />
A Trelleborg finalizou a aquisição da<br />
CGS Holding, empresa privada líder na<br />
área de pneus agrícolas, industrial e em<br />
soluções na área de engenharia de polímeros.<br />
De acordo com o Presidente e<br />
CEO da Trelleborg, Peter Nilsson, “é altamente<br />
gratificante receber a CGS no<br />
Grupo Trelleborg. Esta companhia esteve<br />
por muito tempo na nossa lista de<br />
interesses. A aquisição vai permitir que<br />
a Trelleborg duplique as suas vendas de<br />
pneus agrícolas, reforce a posição de<br />
liderança em pneus industriais e acrescente<br />
novas posições em segmentos de<br />
pneus especiais. A linha de soluções de<br />
engenharia de polímeros da CGS permite<br />
reforçar a liderança da Trelleborg em<br />
diversas áreas de negócios do grupo”.<br />
A CGS Holding inclui as empresas Mitas,<br />
Rubena e Savatech. A Mitas responde<br />
por, aproximadamente, dois terços da<br />
venda do grupo e tem forte presença<br />
em merca<strong>dos</strong> de pneus especiais com<br />
forte atuação no mercado de agrícolas.<br />
A oferta de pneus especiais é complementada<br />
por nichos de soluções de<br />
engenharia de polímeros, que é representada<br />
pelas subsidiárias Rubena e<br />
Savatech.<br />
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34 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
ContiService proporciona formação aos agentes<br />
rede ContiService, no âmbito do seu<br />
A plano de formação, proporcionou, recentemente,<br />
ao seu conjunto de agentes formação<br />
em liderança. Sob o claim “Gerir o Negócio.<br />
Liderar Gerações. Servir o Futuro”, os objetivos<br />
da formação passaram pelo desenvolvimento<br />
de uma visão pessoal de liderança, formas de<br />
criar um plano de sucessão, estratégias para<br />
a gestão de conflitos pessoais e profissionais,<br />
bem como refletir sobre formas de gerar motivação<br />
pessoal e na equipa. De entre os temas<br />
aborda<strong>dos</strong> no decorrer da sessão, destacam-se<br />
o perfil do líder de hoje, a liderança eficaz, a<br />
gestão de conflitos e a liderança e cultura,<br />
entre outros. Pedro Teixeira, diretor-geral da<br />
Continental <strong>Pneus</strong> Portugal, responsável pelo<br />
ContiService, destaca a formação como um<br />
pilar essencial para o sucesso de qualquer negócio.<br />
“Uma das apostas estratégicas da nossa<br />
rede é, desde a primeira hora, a formação. Para<br />
responderem de forma eficaz às exigências do<br />
mercado, clientes e colaboradores, os líderes<br />
de hoje têm de desenvolver um conjunto de<br />
ferramentas que os ajudem a tornar a sua liderança<br />
mais eficaz. Daí acharmos que esta era<br />
uma formação fulcral para os nossos parceiros”,<br />
esclareceu. Através do projeto ContiService,<br />
a Continental pretende incentivar e apoiar<br />
os seus parceiros na ampliação da oferta de<br />
serviços, para além da venda de pneus, introduzindo<br />
serviços de mecânica, como revisões,<br />
mudança de óleos e filtros, baterias, escovas<br />
e mecânica geral.<br />
Bridgestone<br />
adquire Speedy<br />
Bridgestone anunciou que planeia adquirir 100% da Speedy<br />
A France, empresa líder no retalho de serviço automóvel e uma<br />
das mais importantes redes de pneus de França. A finalização da<br />
aquisição encontra-se pendente da aprovação das autoridades<br />
regulatórias. Unir forças com a Speedy vai permitir à Bridgestone<br />
ter acesso direto aos utilizadores finais de França, um <strong>dos</strong><br />
merca<strong>dos</strong> prioritários do grupo, assim como aos utilizadores de<br />
outros merca<strong>dos</strong> onde a Speedy atua.<br />
“Consideramos a Speedy uma vantagem estratégica forte, com<br />
um leque de clientes premium, uma grande cobertura geográfica<br />
e foco na qualidade do serviço. Além disto, a Speedy tem<br />
um forte reconhecimento da marca e uma mentalidade inovadora”,<br />
afirma Eduardo Minardi, Executive Chairman e CEO da<br />
Bridgestone EMEA.<br />
A extensão de uma rede de serviços<br />
desta natureza proporciona<br />
também à Bridgestone<br />
uma oportunidade única<br />
para melhorar a sua compreensão<br />
<strong>dos</strong> utilizadores<br />
finais, essencial para que continue<br />
a construir a sua posição<br />
de liderança.<br />
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Notícias<br />
Mercado<br />
Vulco-Salco abre novas<br />
oficinas na Península Ibérica<br />
Vulco, rede de oficinas associada à Goodyear Dunlop e especializada<br />
em pneus e mecânica rápida, anunciou a incorporação<br />
A<br />
das suas oficinas do Grupo Salco: uma em Ourense (Espanha), outra<br />
em Braga (Portugal). Estas duas integrações reforçam a presença<br />
da rede na zona noroeste da Península Ibérica e permitem à Vulco<br />
contar com 23 oficinas, fruto da aliança com o Grupo Salco. A<br />
oficina galega, situada em Ourense, conta com mais de 25 anos<br />
de história no Polígono de San Cibrao. Por outro lado, a oficina<br />
portuguesa, Laranja Mecânica, aberta recentemente, surge para<br />
reforçar a presença de Vulco na cidade de Braga (Centro Comercial<br />
Nova Arcada), onde conta já com cinco oficinas. Ambas as oficinas<br />
contam com instalações modernas e estão equipadas com<br />
a última tecnologia, orientadas para a prestação de serviço de<br />
passageiros, SUV, carrinhas e 4x4. As inaugurações das oficinas,<br />
celebradas no passado dia 14 de abril, contaram com a presença<br />
de Hugo Carvalho, diretor da rede Vulco, Fidel Salinas, presidente<br />
do Grupo Salco, e o seu atual gerente, Agustín Salinas, para além<br />
de outros responsáveis da companhia.<br />
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36 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 37
Notícias<br />
Mercado<br />
Novos Barum para eixo<br />
de direção e eixo motriz<br />
Os pneus BF 200 R para eixo da direção e BD 200 R para eixo<br />
do tração estão, agora, disponíveis no tamanho 315/70 R22.5.<br />
Estes pneus têm uma vida útil longa e proporcionam uma condução<br />
fiável, tanto em percursos regionais como nos de longo<br />
curso. Com estes pneus robustos e de elevado desempenho, a<br />
Barum oferece uma opção com boa relação qualidade/preço<br />
para utilização em camiões. Os BF 200 R e BD 200 R, no tamanho<br />
315/80 R 22.5, foram lança<strong>dos</strong> no ano passado. Agora, a<br />
Barum apresenta os seus pneus para utilização nos eixos de direção<br />
e de tração, no tamanho 315/70 R22.5. Ambos anunciam<br />
uma vida útil longa e uma segurança de condução inabalável.<br />
Graças aos melhoramentos feitos no composto de borracha e<br />
ao novo design do piso, levam para a estrada confiança, tanto<br />
nas viagens regionais como<br />
nas de longo curso. A nova<br />
geometria do piso, comum<br />
a to<strong>dos</strong> os pneus<br />
na série Barum 200 R,<br />
contribui para um aumento<br />
significativo na<br />
duração do pneu.O<br />
novo composto do piso<br />
ajuda a conseguir manobras<br />
mais seguras em<br />
piso molhado.<br />
Delin Mitel mais presente<br />
em Portugal<br />
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Com o alargamento da gama de pneus de camião da marca<br />
Doublestar, que representa, em exclusivo, para a Península<br />
Ibérica, a Delin Mitel aposta forte no mercado português, onde<br />
conta com uma equipa de vendedores liderada por João Alves<br />
(962 551 441), cobrindo todo o território nacional. Embora a<br />
marca Doublestar mereça grande destaque no portefólio de<br />
pneus que a Delin Mitel dispõe para o setor <strong>dos</strong> pesa<strong>dos</strong>, a<br />
empresa também comercializa outras marcas premium, como<br />
Michelin, Pirelli, Goodyear, Firestone e Continental. A Delin<br />
Mitel também comercializa baterias de arranque para todo o<br />
tipo de aplicações, desde o<br />
automóvel ligeiro ao grande<br />
camião e máquinas industriais.<br />
A longa trajetória da<br />
empresa no mercado espanhol<br />
e internacional fala por<br />
si. Dispõe sempre <strong>dos</strong> pneus<br />
que têm maior procura, garantindo<br />
os melhores preços<br />
do mercado e um serviço rápido<br />
e eficaz.<br />
<strong>38</strong> | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
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Notícias<br />
Mercado<br />
Pisos da Vipal recebem<br />
certificação de desempenho<br />
A Vipal apresentou, no Salão de Reifen de 2016, produtos<br />
identifica<strong>dos</strong> com o Alpine Symbol e a etiqueta de resistência<br />
ao rolamento, ruído e aderência. O Alpine Symbol avalia a eficiência<br />
de pisos dedica<strong>dos</strong> a<br />
rodar em condições severas<br />
de neve. Neste caso, os produtos<br />
testa<strong>dos</strong> foram os VDA4<br />
e VT160, em prova realizada<br />
por laboratório credenciado,<br />
que mediu os seus índices de<br />
aderência à neve. Os resulta<strong>dos</strong><br />
foram, respetivamente, de<br />
79% e 60% a mais de aderência<br />
na neve em relação ao pneu padrão. O número, bem superior aos<br />
25% necessários para receber a certificação, atesta a qualidade<br />
destes produtos de neve da Vipal. Já a etiquetagem, mostra o<br />
desempenho da banda nos critérios de resistência ao rolamento,<br />
aderência ao piso molhado e ruído do rolamento, avaliado em<br />
decibéis. Esses critérios - importantes para garantir um bom<br />
desempenho do pneu - foram avalia<strong>dos</strong> por um laboratório certificado<br />
e trouxeram resulta<strong>dos</strong> positivos para as duas bandas<br />
testadas: VL140A e a VT110.<br />
Dunlop apresenta gama de<br />
pneus de estrada para camião<br />
A Dunlop lançou uma nova gama de pneus para camião, que oferece<br />
melhor rendimento em todo o tipo de estrada. A nova gama<br />
engloba o pneu de direção SP346, o pneu de tração SP446 e o pneu<br />
de atrelado SP246. Estes pneus proporcionam um aumento de quilometragem<br />
que pode chegar aos 10% e<br />
anunciam uma melhor economia de<br />
combustível em comparação com os<br />
antecessores, para além de se “comportarem”<br />
bem no inverno. Isto<br />
deve-se aos rigorosos requisitos da<br />
UE a serem cumpri<strong>dos</strong> pelos pneus<br />
de neve para camião, ostentando o<br />
símbolo 3-Peak-Mountain-Snowflake<br />
(3PMSF) nos pneus de tração e condução,<br />
para além da inclusão da marcação<br />
M+S em to<strong>dos</strong> os pneus.O desempenho da<br />
nova gama para estrada da Dunlop para transportes de longo curso e<br />
serviços regionais, tanto de verão como de inverno, representa, para<br />
os operadores de frotas, uma tranquilidade, uma vez que os seus camiões<br />
estão prepara<strong>dos</strong> para tudo.<br />
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40 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
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Notícias<br />
Mercado<br />
NEX inaugura<br />
plataforma na Madeira<br />
A NEX Tyres Portugal inaugurou, no passado mês de maio, a sua plataforma<br />
na ilha da Madeira (mais propriamente na zona industrial da<br />
Cancela), iniciando, a partir desse dia, a operação dedicada para toda<br />
a ilha. Com esta operação, a NEX dá mais um passo para consolidar<br />
a sua posição como uma das referências na distribuição grossista na<br />
Península Ibérica, tornando-se pioneira na criação de uma plataforma<br />
na ilha da Madeira. E oferecendo aos clientes locais um serviço de excelência<br />
que, a curto prazo, passará pela distribuição bi-diária de to<strong>dos</strong><br />
os pedi<strong>dos</strong> com origem no armazém da Cancela, que tem uma capacidade<br />
corrente entre 3.000 e 5.000 unidades. Para além deste stock de<br />
proximidade, os clientes madeirenses continuarão a ser servi<strong>dos</strong> pelos<br />
armazéns de Lisboa e Madrid, mantendo, assim, o acesso a um nível<br />
de stock global na ordem <strong>dos</strong> 90.000 pneus.Esta operação corporativa<br />
representa mais um passo na agenda estratégica do desenvolvimento<br />
da NEX, onde, nos últimos meses, se observaram várias etapas no nosso<br />
país e das quais se destacam a abertura <strong>dos</strong> armazéns de Lisboa e<br />
Porto no arranque da operação (em novembro passado), a incorporação,<br />
em fevereiro de 2016, da sua oferta na gama agro-industrial e, em<br />
abril deste ano, a aquisição da Ihle Ibérica. <br />
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42 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Hämmerling apresenta<br />
novidade Athos<br />
A Hämmerling, distribuidor de pneus para veículos pesa<strong>dos</strong>, com sede na Alemanha,<br />
apresentou, no Salão de Reifen de 2016, os novos pneus da sua marca<br />
exclusiva Athos. Uma das novidades foram os pneus de reboque e tratores Athos,<br />
para cargas até cinco toneladas, e os primeiros pneus de camião Athos-ECO no<br />
tamanho <strong>38</strong>5/65 R 22.5. To<strong>dos</strong> os pneus vendi<strong>dos</strong> pela Hämmerling são submeti<strong>dos</strong><br />
aos testes mais rigorosos de qualidade e são audita<strong>dos</strong> e inspeciona<strong>dos</strong> regularmente<br />
por técnicos da TÜV. Os pneus Athos para camiões caracterizam-se<br />
pela elevada longevidade, design semelhante às marcas premium e uma excelente<br />
relação preço-desempenho. A empresa apresenta duas inovações importantes na<br />
gama: O Athos-ECO, na medida <strong>38</strong>5/65 R 22.5, que possibilita uma economia de<br />
combustível de até 0,5 l/100 km, e quatro medidas de pneus de reboque com oito<br />
perfis, com uma capacidade de carga aumentada de 500 kg a 5.000 kg, destina<strong>dos</strong><br />
a usos mais exigentes.<br />
Tyre Protector assina<br />
protocolo com a CPA<br />
A Tyre Protector Portugal realizou mais um<br />
protocolo, desta vez com a CPA (Associação Autocaravanista<br />
de Portugal), de modo a que to<strong>dos</strong><br />
os associa<strong>dos</strong> possam usufruir da instalação do<br />
selante da Tyre Protector. Deste modo, to<strong>dos</strong> os<br />
sócios têm a oportunidade de ficarem protegi<strong>dos</strong><br />
contra furos. A procura do selante Tyre Protector<br />
por parte deste segmento tem sido grande e este<br />
protocolo vem prestar um melhor serviço a esta<br />
comunidade. O utilizadores ficam, assim, mais<br />
descansa<strong>dos</strong> durante as suas viagens, pois estão<br />
protegi<strong>dos</strong> e mais tranquilos.<br />
Bridgestone expande<br />
parceria com BMW<br />
luxuoso BMW Série 7 encontra-se equipado com pneus desportivos Bridgestone<br />
O Potenza S001 UHP, disponíveis em seis medidas, com a garantia de segurança<br />
adicional graças à tecnologia Run-Flat. Os Potenza S001 são as jóias da coroa entre<br />
os pneus UHP da Bridgestone, concebi<strong>dos</strong> para um melhor desempenho a alta velocidade,<br />
permitindo uma precisão de resposta excecional e um maior controlo em<br />
piso molhado. A gama de inverno inclui ainda os pneus Blizzak LM001 RFT, o pneu<br />
de inverno da Bridgestone com<br />
a melhor avaliação nos testes do<br />
ADAC (German Automobile Club),<br />
estando disponível em duas medidas.<br />
A Bridgestone irá, também,<br />
disponibilizar o seu principal pneu<br />
de turismo premium, o Turanza<br />
T001, para o último BMW X1, com<br />
três medidas Run-Flat e três medidas<br />
padrão. O Turanza T001 foi<br />
concebido para proporcionar uma<br />
viagem mais suave, com estabilidade<br />
na velocidade e confiança<br />
nas manobras em piso molhado.<br />
Dunlop oferece €30 em<br />
combustível na compra de pneus<br />
A Dunlop lançou uma nova promoção dirigida<br />
aos condutores de motos, em que na compra de<br />
um conjunto de pneus SportSmart 2, RoadSmart<br />
III ou TrailSmart em qualquer uma das oficinas<br />
aderentes à promoção receberão, grátis, um cartão<br />
com €30 em combustível. A promoção, que estará<br />
disponível de 1 de junho a 31 de julho de 2016,<br />
conta com uma “mecânica” muito simples. Para<br />
participar, é necessário conservar a fatura, registar<br />
a sua compra em www.lovedunlop.com e seguir<br />
as instruções indicadas. Depois, basta completar<br />
o formulário online, anexar a fatura e completar<br />
a inscrição.Com esta nova promoção, a Dunlop<br />
pretende ajudar os motociclistas, equipando as<br />
suas motos com os melhores pneus e oferecendo<br />
um prémio de €30 em combustível.<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 43
Reportagem<br />
DonTyre realizou ação da Cooper Tires<br />
Estreitar relações<br />
No dia 29 de abril, a DonTyre realizou, no seu circuito de velocidade, em<br />
Talavera la Real, uma ação da Cooper Tires destinada aos clientes ibéricos.<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> foi convidada e dá-lhe conta de tudo o que se passou<br />
neste evento, onde nem uma corrida de karting faltou<br />
VEJA O VÍDEO<br />
Por: Bruno Castanheira<br />
Com mais de 35 anos de experiência no<br />
setor <strong>dos</strong> pneus, a DonTyre, que dispõe<br />
de 12 armazéns em Espanha, importa<br />
e distribui, hoje, pneus para to<strong>dos</strong> os<br />
segmentos, desde motociclos até industriais, dispondo<br />
de cobertura nacional e serviço 24 horas.<br />
E se há característica que diferencia a empresa<br />
de Jorge Berrocal é o facto de operar com várias<br />
marcas. Uma delas é a norte-americana Cooper<br />
Tires, que pertence, juntamente com outras<br />
oito (Mastercraft, Dean, Starfire, Roadmaster,<br />
Avon, Mickey Thompson, Dick Cepek e Mentor),<br />
à Cooper Tire & Rubber Company. Contudo,<br />
na União Europeia, são apenas três as marcas<br />
comercializadas por este grupo: Cooper, Avon<br />
e Starfire, sendo a produção delas efetuada nos<br />
EUA, Sérvia e Reino Unido para os merca<strong>dos</strong><br />
onde estão presentes.<br />
Marcos históricos da Cooper Tires<br />
1914 Os cunha<strong>dos</strong> John<br />
F. Schaefer e Claude E. Hart<br />
compram a empresa M e M<br />
Manufacturing Company, em<br />
Akron, no estado do Ohio<br />
1915 Schaefer e Hart<br />
adquirem a Giant Tire & Rubber<br />
Company, em Akron<br />
1917 A empresa muda-se<br />
para Findlay, também no estado<br />
do Ohio<br />
1920 Ira J. Cooper, diretor<br />
da empresa, funda a Cooper<br />
Corporation<br />
2015 Anuncia um<br />
investimento que se situa entre<br />
205 e 215 milhões de dólares,<br />
com especial incidência nas<br />
fábricas<br />
2014 No ano do centenário,<br />
a Cooper cria o Centro<br />
Técnico Global em Findlay,<br />
muda a localização do Centro<br />
Tecnológico da Ásia, em Kunshan<br />
(China), e vende a participação<br />
que detém na CCT<br />
2012 Adquire uma fábrica<br />
em Krusevac, na Sérvia<br />
44 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
w NASCIDA EM 1914<br />
A ação, levada a cabo no passado dia 29 de abril<br />
para clientes ibéricos, realizou-se no circuito de<br />
velocidade da DonTyre, situado em Talavera la<br />
Real, município de Badajoz. E envolveu até uma<br />
corrida de karting e uma prova de tiro ao arco. O<br />
objetivo era aprender um pouco da história da<br />
Cooper Tires, com particular incidência sobre a<br />
sua gama de produtos, num ambiente descontraído<br />
e recheado de boa disposição. Mas, antes<br />
do “conhaque”, o trabalho. Por isso, Fernando<br />
Cueva, key account manager da Cooper Tires, fez<br />
um périplo sobre a história da marca e sobre os<br />
produtos que esta dispõe, com particular relevância<br />
nos 4x4: Zeon 4XS e 4XSTa (que, dentro<br />
em breve, serão substituí<strong>dos</strong> pelo Zeon 4XS<br />
Sport); Discoverer A/T3; Discoverer S/T Maxx.<br />
Com mais de um século de existência (mais<br />
concretamente 102 anos), a Cooper Tire & Rubber<br />
Company ocupa, atualmente, o 12.° lugar<br />
no ranking <strong>dos</strong> fabricantes mundiais de pneus,<br />
sendo o 5.° maior <strong>dos</strong> EUA. Tendo alcançado<br />
um lucro de 3.400 milhões de dólares em 2014,<br />
o grupo dispõe de sete fábricas em todo o<br />
mundo e vendeu, em 2014, mais de 50 milhões<br />
de pneus a nível mundial.<br />
w GAMA AJUSTADA<br />
Durante a sua apresentação, Fernando Cueva,<br />
key account manager da Cooper Tires, debruçou-se,<br />
também, sobre as tecnologias que estão<br />
presentes nos pneus da marca que representa,<br />
exibindo, cada uma delas, um símbolo<br />
correspondente. Quatro das mais conhecidas<br />
são a construção “Armor-Tek3” da carcaça, os<br />
aditivos do composto “Cut-N-Chip”, as lamelas<br />
em ziguezague “Micro-Gauge” e a terceira geração<br />
do composto de sílica. Interessante é,<br />
também, o chamado indicador quadrado, que<br />
mais não é do que um símbolo que permite ir<br />
acompanhando o desgaste que o pneu vai sofrendo<br />
(os rebor<strong>dos</strong> do quadrado vão desaparecendo<br />
com a utilização do pneu). Destaque<br />
mereceu, igualmente, a proteção de jantes.<br />
No que à gama da Cooper Tires diz respeito, a<br />
oferta tem início nos pneus de verão para turismo.<br />
São eles o CS2 destinado aos veículos<br />
urbanos (44 dimensões; códigos de velocidade<br />
“T” e “H”), o Zeon CS6 para berlinas (45 dimensões;<br />
códigos de velocidade “V”, “W” e “Y”), que,<br />
dentro em breve, será substituído pelo Zeon<br />
CS8, e o Zeon CS Sport para automóveis de elevadas<br />
prestações (19 dimensões; códigos de<br />
velocidade “W” e “Y”).<br />
Para os comerciais ligeiros, a Cooper Tires<br />
aposta no AV11, com piso simétrico e códigos<br />
de velocidade até 190 km/h. Depois, existem<br />
os Zeon 4XS (jantes de 18” a 20”; códigos de<br />
velocidade “V”, “W” e “Y”) e Zeon XSTa (jantes<br />
de 16” a 18”; códigos de velocidade “H” e “V”),<br />
ambos destina<strong>dos</strong> aos SUV de altas prestações.<br />
No topo da oferta, por assim dizer, situam-se os<br />
específicos para 4x4. São eles o Zeon 4XS Sport<br />
(que substituirá os Zeon 4XS e Zeon XSTa, dispondo<br />
de piso assimétrico, jantes de 16” a 21”<br />
e códigos de velocidade “H”, “V”, “W” e “Y”), o<br />
Discoverer A/T3 (pneu misto all season apropriado<br />
para todo-o-terreno), o Discoverer S/T<br />
Maxx (pneu de tração) e o Discoverer STT Pro<br />
(o “puro e duro” do fora de estrada). ♦<br />
1939 – 1945 Durante a<br />
2.ª Guerra Mundial, a empresa<br />
converte o seu departamento<br />
de “bens duradouros” para a<br />
produção bélica<br />
1946 A Cooper Corporation<br />
passa a designar-se Cooper Tire &<br />
Rubber Company<br />
1960 Converte-se numa<br />
sociedade anónima e passa a estar<br />
cotada na Bolsa de Nova Iorque<br />
1997 Adquire a célebre<br />
marca Avon Tyres Limited,<br />
com sede em Melksham,<br />
no Reino Unido<br />
2010 Adquire uns adicionais<br />
14% da CCT, elevando a sua<br />
participação para 65%<br />
2005 Fica com 51% do<br />
terceiro maior fabricante chinês<br />
de pneus<br />
2003 Adquire a Mickey<br />
Thompson Performance Tires<br />
& Wheels e entra com 50% para<br />
estabelecer uma joint venture<br />
com a Kenda Rubber Industrial<br />
Company Ltd., com o objetivo de<br />
construir uma nova fábrica fora<br />
de Xangai, China, destinada à<br />
produção de pneus de turismo e<br />
comerciais<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 45
Empresa<br />
Pneu Low Cost<br />
Garantir o melhor preço<br />
Com a concretização deste projeto, que fora idealizado há já quatro anos, a Pneu Low<br />
Cost deixou de estar representada no Funchal e Machico para passar a estar presente<br />
num modelar edifício estrategicamente situado junto ao nó de Gaula<br />
Por: João Vieira<br />
Após estudar o mercado regional, os<br />
responsáveis verificaram que existia<br />
lugar para uma oficina automóvel com<br />
um novo conceito, que incluísse to<strong>dos</strong><br />
os serviços auto concentra<strong>dos</strong> num único espaço,<br />
oferecendo ao cliente um serviço completo para<br />
o seu automóvel. Nasceu, assim, a Pneu Low Cost,<br />
que aposta na comercialização de pneus e serviços<br />
de manutenção automóvel, representando um<br />
investimento de €230.000, 35% <strong>dos</strong> quais de<br />
capitais próprios e os outros 65% financia<strong>dos</strong><br />
pelo Montepio.<br />
“Decidimos abrir no Edifício Gaula devido ao facto<br />
de as nossas antigas instalações serem pequenas<br />
e já não suportarem a quantidade de pneus<br />
vendi<strong>dos</strong>. Por outro lado, o edifício também foi<br />
escolhido devido à sua localização estratégica,<br />
num troço da via rápida e de fácil acesso, situado<br />
no centro da zona mais populacional da Madeira<br />
(entre Câmara de Lobos e Machico)”, refere Ricardo<br />
Freitas, um <strong>dos</strong> sócios-gerentes.<br />
Numa época em que a taxa de desemprego no<br />
país é elevada, esta nova empresa criou nove<br />
novos postos de trabalho, sendo três técnicos de<br />
mecatrónica automóvel, um lavador, três<br />
funcionários para a área <strong>dos</strong> pneus, um no<br />
alinhamento e uma rececionista. As instalações<br />
ocupam um total 1.070 m 2 de área coberta, com<br />
duas mezzanines de 120 m 2 , uma utilizada como<br />
armazém de pneus e outra para escritórios.<br />
Como o leque de serviços foi alargado, tiveram<br />
de apostar na aquisição de máquinas modernas<br />
para prestar o melhor serviço. Assim, a nova loja<br />
foi totalmente equipada com máquinas fornecidas<br />
pela Domingos & Morgado, que facultará toda a<br />
assistência pós-venda necessária ao bom<br />
funcionamento <strong>dos</strong> equipamentos, que inclui<br />
máquina de alinhar, máquinas de desmontar,<br />
máquinas de calibrar, todas as máquinas<br />
necessárias à lavagem, elevadores e ainda toda a<br />
ferramenta mecânica. Com estes equipamentos<br />
de última geração, a Pneu Low Cost está apta a<br />
trabalhar em eletrónica, alinhamentos,<br />
diagnósticos, pneus, óleos e flui<strong>dos</strong>, ar<br />
Pneu Low Cost<br />
Contacto Marco Martins | Morada Gaula Business Park, 1, Porto Novo, 9125 Santa Cruz | Telemóvel 934 664 028<br />
Email pneulowcost.madeira@gmail.com<br />
46 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
condicionado, travões, baterias, lavagens e<br />
aspiração. Uma panóplia de serviços, portanto.<br />
Relativamente aos pneus, a oficina tem preferência<br />
em trabalhar com marcas europeias. “Do nosso<br />
stock, que ronda os 800 pneus, eliminamos as<br />
marcas chinesas, que apenas temos por pedido<br />
especial ou encomenda específica do cliente. Nas<br />
marcas europeias, trabalhamos com as premium<br />
(Michelin, Bridgestone, Continental, Dunlop,<br />
Goodyear e BFGoodrich, entre outras) e, também,<br />
com segundas marcas (General, Uniroyal,<br />
Kormoran, Debica e Seiberling, entre outras). O<br />
nosso serviço prima pela qualidade e pela<br />
segurança do nosso cliente”, diz Ricardo Freitas.<br />
Nada menos do que nove foram os postos de<br />
trabalho cria<strong>dos</strong> pela Pneu Low Cost, como se<br />
pode observar na foto à direita<br />
w PREÇOS COMPETITIVOS<br />
A visão da Pneu Low Cost há quatro anos, fruto<br />
da situação sócio-económica portuguesa, foi<br />
procurar satisfazer o cliente com o mais barato,<br />
tentando arranjar uma solução equilibrada entre<br />
barato e com qualidade, sendo que o cliente da<br />
empresa não é apenas o consumidor final, pois<br />
também faz revenda para outras lojas. “Garantimos<br />
o melhor preço do mercado pela venda, pois a<br />
nossa estratégia de preço é a venda em volume,<br />
ou seja, diminuímos a margem de lucro e, para<br />
manter os preços competitivos, vendemos em<br />
quantidade”, enfatiza Ricardo Freitas.<br />
“Para o corrente ano, queremos duplicar o número<br />
de pneus vendi<strong>dos</strong>, de modo a conseguirmos<br />
manter os preços. O objetivo da Pneu Low Cost<br />
é atingir, até final deste ano, uma média de 2.500<br />
pneus vendi<strong>dos</strong> por mês e juntar um serviço de<br />
mecânica e eletrónica para atingir um volume de<br />
negócios anual de €1.000.000. A conjuntura<br />
desfavorável faz com que a população em geral,<br />
descuide um pouco a “saúde do seu automóvel”.<br />
Por isso, oferecemos, nos nossos serviços, mecânica,<br />
eletrónica e manutenção de veículos com preços<br />
justos e de qualidade. Temos uma equipa de topo,<br />
num espaço fresco, amplo e com preços justos”,<br />
conclui o responsável. ♦<br />
PUB<br />
Forte e leve ao mesmo tempo? Eis porque criámos o pneu TM1000 High Power. Apresenta uma<br />
área de contacto pneu/pavimento extra larga, reduzindo a pressão no solo. Ao proteger o solo<br />
da compactação, garante uma maior produtividade e um maior rendimento das colheitas. Além<br />
disso, a sua resistência reduzida ao rolamento permite um baixo consumo de combustível e<br />
emissões baixas, ajudando-o a produzir mais e de forma sustentável.<br />
www.trelleborg.com/wheelsystems/es<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 47
Empresa<br />
Dispnal Avon Motorsport<br />
Da esquerda para a direita: Joaquim Matos,<br />
Pedro Silva, Nelson Teixeira e Lázaro Leal<br />
Desporto da pesada<br />
Joaquim Matos, responsável da Dispnal Avon Motorsport, revelou à<br />
<strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> alguns <strong>dos</strong> segre<strong>dos</strong> escondi<strong>dos</strong> no interior do novo<br />
camião MAN da empresa. A competição está no ADN da companhia<br />
penafidelense VEJA O VÍDEO<br />
Por: Jorge Flores<br />
Nem tudo na vida é quantificável em<br />
termos de números e vendas. Nem, tãopouco,<br />
nos negócios. Por vezes, uma<br />
presença num determinado nicho de<br />
mercado, como o <strong>dos</strong> pneus desportivos, significa<br />
muito para uma empresa em matéria de projeção<br />
de uma imagem de força. É o caso da Dispnal<br />
Avon Motorsport, a “ala guerreira” da empresa.<br />
Joaquim Matos, diretor desportivo da Dispnal,<br />
conversou com a <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> e revelou alguns<br />
<strong>dos</strong> segre<strong>dos</strong> escondi<strong>dos</strong> no interior do camião<br />
recentemente adquirido pela empresa de Penafiel<br />
para acompanhar a Dispnal Avon Motorsport no<br />
seu preenchido calendário de competições.<br />
w A FORÇA DA IMAGEM<br />
Para Joaquim Matos, não há grandes dúvidas de<br />
que “a Dispnal está na competição porque é um<br />
nicho de mercado importante em termos de<br />
imagem de marca. É uma mais-valia ainda pelos<br />
serviços que nós temos vindo a prestar nas pistas<br />
ao longo de tantos anos”, adiantou.<br />
O responsável da Dispnal Avon Motorsport explicou<br />
que a aquisição de um novo camião foi um<br />
investimento necessário. “O que tínhamos, além<br />
de ser um bocado antigo, era mais pequeno. E,<br />
cada vez mais, a solicitação é maior. Portanto, este<br />
investimento que a Dispnal resolveu fazer permite<br />
prestar um serviço melhor. Trata-se de uma garantia<br />
de melhor qualidade do serviço”, reforçou.<br />
No interior do modelo, nada falta. “Tem tudo o<br />
que é preciso para montar e equilibrar pneus.<br />
Vamos para as pistas, montamos o camião, a tenda,<br />
os clientes começam a aparecer e nós vamos<br />
montando os pneus que eles vão solicitando.<br />
Temos algumas encomendas prévias”, disse.<br />
A procura pelos serviços da Dispnal Avon Motorsport<br />
tem aumentado. “Há um calendário anual das várias<br />
corridas incluídas nos campeonatos nacionais. Com<br />
o camião, saímos 12 vezes por ano. É nas pistas<br />
que, de facto, faz sentido. Porque é aí que o serviço<br />
se torna importante. Desde que chegamos às pistas,<br />
demoramos cerca de duas horas para estarmos<br />
prontos a trabalhar. Para montar a tenda e para<br />
colocar o camião com o equipamento a trabalhar.<br />
O camião MAN dispõe de um compressor com<br />
secador de ar, porque é importante que o ar seja<br />
seco para um melhor desempenho <strong>dos</strong> pneus em<br />
pista”, revelou Joaquim Matos.<br />
A empresa não tem mãos a medir para tantas<br />
competições: Kia Cup, Clássicos e Rally Cross de<br />
montanha, entre muitas outras, colocam a Dispnal<br />
em lugar de destaque no calendário desportivo<br />
nacional e internacional.<br />
w ÀS VOLTAS COM O TEMPO<br />
A Dispnal Avon Motorsport dispõe de um atrelado<br />
para quando as corridas são mais longas. Ou<br />
para quando tem mais clientes (do que o habitual)<br />
numa determinada prova. Por norma, basta<br />
equipar o camião com um stock de 200 pneus.<br />
“Normalmente, vendemos metade”, confessou<br />
Joaquim Matos. Porém, não é tarefa simples<br />
escolher qual o produto que deverá constar do<br />
“recheio” do camião. Isto porque o tempo, por<br />
vezes, troca-lhes as voltas. “Temos de andar com<br />
pneus de chuva, mas quando não chove, não se<br />
vendem”, afirmou. Faz parte do negócio. “Este<br />
tipo de serviço fazemos quase diretamente com<br />
os pilotos. Já somos muito conheci<strong>dos</strong>. Temos<br />
muitos anos de corridas. Vamos falando de uma<br />
corrida para a outra. Praticamente, já sei o que,<br />
daqui a três semanas, vou precisar em Braga. Ou<br />
daqui a um mês em Vila Real. A única coisa que,<br />
às vezes, nos confunde é o tempo. Porque vamos<br />
prepara<strong>dos</strong> para seco e chove. Outras vezes, vamos<br />
prepara<strong>dos</strong> para chuva e está sol. Mas é um<br />
serviço que temos de fazer”, disse. ♦<br />
Dispnal Avon Motorsport<br />
Administrador Rui Chorado<br />
Sede Rua de S. Tiago, 217, 4575 - 581 Valpedre | Telefone 255 617 480 | Email dispnal@dispnal.pt | Site www.dispnal.pt<br />
48 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
<strong>Pneus</strong> Gama<br />
Retalhista do Mês<br />
Trunfo da proximidade<br />
A <strong>Pneus</strong> Gama vende apenas produtos novos e aposta, sobretudo, em marcas<br />
premium. Além de to<strong>dos</strong> os serviços associa<strong>dos</strong> aos pneus, a empresa dispõe ainda de<br />
um veículo de assistência para clientes<br />
Por: Jorge Flores<br />
Numa freguesia<br />
com 300 pessoas,<br />
Eduardo Gama<br />
orgulha-se de<br />
montar entre 60 a<br />
80 pneus por dia<br />
Milharado é uma freguesia do concelho<br />
de Mafra, onde residem pouco mais<br />
de 300 pessoas. Número suficiente,<br />
ainda assim, para garantir o sucesso<br />
da <strong>Pneus</strong> Gama. A empresa nasceu em 1997,<br />
socorrendo-se de umas antigas instalações<br />
pertencentes a Guilherme Gama, pai do atual<br />
gerente da empresa, Eduardo Gama. Nome de<br />
família, num negócio que, há cerca de oito anos,<br />
mudou as suas infraestruturas para o espaço onde<br />
se encontra, hoje, situado, já com a atual liderança,<br />
na rua Vale da Fonte. Como revela Eduardo Gama<br />
à <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong>, ainda recentemente, a<br />
empresa abriu uma segunda casa, em Pêro<br />
Pinheiro, numa zona com mais população e onde<br />
acrescentou uma área para lavagens de<br />
automóveis.<br />
Na <strong>Pneus</strong> Gama, em Milharado, porém, a atividade<br />
centra-se em torno <strong>dos</strong> pneus, ramo onde prestam<br />
to<strong>dos</strong> os serviços possíveis e imaginários, além<br />
da venda de pneus, serviços rápi<strong>dos</strong> e mecânica.<br />
E ainda mais um serviço complementar: a<br />
assistência aos clientes. “Se for um cliente nosso,<br />
vamos atrás dele para onde ele precisar”, garante<br />
Eduardo Gama. Paralelamente, “também fazemos<br />
assistências para Goodyear, Michelin e Continental”.<br />
w PNEUS NOVOS E... PREMIUM<br />
Eduardo Gama confidencia que apenas trabalha<br />
com pneus novos. E com produtos premium.<br />
Este é o seu foco.<br />
“Claro que temos uma ou outra marca mais económica,<br />
mas há-de ser sempre uma segunda<br />
marca, que dê alguma garantia de qualidade,<br />
para não haver cá stresses, nem reclamações”,<br />
reforça a mesma fonte à nossa revista.<br />
Numa área de serviço com 1.500 m 2 (aos quais<br />
acrescem outros 9.000 m 2 do parque exterior)<br />
e uma equipa composta por nove funcionários<br />
(mais oito colaboradores na casa de Pêro Pinheiro),<br />
a <strong>Pneus</strong> Gama dispõe de um rol de equipamento<br />
de primeira qualidade. “Temos máquinas<br />
de alinhar da Hunter (uma das melhores marcas<br />
do mercado), uma máquina de equilibrar rodas,<br />
com rolo de pressão, para ver os desequilíbrios<br />
e as deficiências <strong>dos</strong> pneus, e ainda as máquinas<br />
normais de equilibragem e destinadas a montar<br />
pneus Run-Flat e convencionais”, elenca o responsável<br />
da empresa.<br />
Existem dois espaços contíguos: um para os pesa<strong>dos</strong><br />
e outro para a oficina, onde são realiza<strong>dos</strong><br />
os serviços rápi<strong>dos</strong>, que também fazer parte do<br />
negócio da <strong>Pneus</strong> Gama.<br />
w TRABALHAR A CRÉDITO<br />
A venda de pneus tem corrido bem. Apesar da<br />
situação económica do país. “Temos crescido.<br />
Quando comecei a trabalhar por minha conta, já<br />
havia crise. Mas em pneus de gama nunca sentimos<br />
crise. A qualidade é sempre procurada.<br />
Temos um bom serviço”, diz. De resto, a <strong>Pneus</strong><br />
Gama funciona “muito a crédito”. Ou seja, grande<br />
parte <strong>dos</strong> clientes são empresas. Hoje em dia,<br />
na parte <strong>dos</strong> pesa<strong>dos</strong>, “se não estivermos bem<br />
concentra<strong>dos</strong> e atentos ao mercado, passamos<br />
um mau bocado. Os transportadores, neste momento,<br />
estão de rastos. Há poucas construções.<br />
Dantes, vendíamos muitos pneus para obras.<br />
Agora, está parado”. Exemplo? “Chegámos a reparar<br />
20 pneus por dia. E, hoje, reparamos um<br />
ou dois. “No setor <strong>dos</strong> pesa<strong>dos</strong>, foi essa parte<br />
que caiu”, revela Eduardo Gama, que lamenta o<br />
sucedido.<br />
Os pneus ligeiros assumem, neste momento,<br />
uma importância de quase 80% da procura,<br />
enquanto os pesa<strong>dos</strong> representam apenas cerca<br />
de 20%. “Não tem comparação”, reconhece.<br />
Em stock, a <strong>Pneus</strong> Gama dispõe de 3.000 pneus.<br />
“Temos uma boa capacidade de resposta. Normalmente,<br />
temos todas as medidas”, conclui. ♦<br />
<strong>Pneus</strong> Gama<br />
Gerente Eduardo Gama | Sede Rua Vale da Fonte, n.º 4, Casal Pedregulho, 2665 - 308 Milharado | Telefone 219 751 599<br />
Email geral@pneusgama.pt | Site www.pneusgama.pt<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 49
Entrevista<br />
César Branco<br />
“O grande desafio é a capacidade<br />
Com mais de 1.800 clientes ativos, a AB Tyres é, hoje, um distribuidor de referência em<br />
Portugal. E, há cerca de seis meses, estabeleceu uma parceria inédita com a Garland<br />
Logística. Razões mais do que suficientes para que tivéssemos entrevistado César<br />
Branco, diretor-geral da AB Tyres<br />
Por: Bruno Castanheira<br />
A<br />
sua experiência no setor <strong>dos</strong> pneus pode<br />
não ser ainda muita, uma vez que chegou<br />
à AB Tyres em 2014, mas o vasto currículo<br />
de que dispõe, no ramo automóvel e<br />
fora dele, diz, se não tudo, pelo menos muito, de<br />
César Branco. O diretor-geral da empresa da Mealhada<br />
contagia pela dinâmica que imprime em<br />
tudo aquilo que faz e pela visão “terra a terra” que<br />
tem do negócio. Como, aliás, da própria vida. No<br />
tom simpático e cordial que o caracteriza, concedeu-<br />
-nos, no meio da sua ocupada agenda, a entrevista<br />
que, aqui, publicamos.<br />
Quando foi criada a AB Tyres e quais os objetivos<br />
da empresa?<br />
O negócio <strong>dos</strong> pneus está presente, praticamente,<br />
desde a origem da Alves Bandeira, em 1960.<br />
Fruto de muitos anos de experiência, a empresa<br />
tem vindo a cimentar a sua posição, sendo, hoje,<br />
um <strong>dos</strong> maiores grossistas e distribuidores de pneus<br />
em Portugal. A AB Tyres, como empresa autónoma<br />
e dedicada exclusivamente à comercialização de<br />
pneus no seio do Grupo Alves Bandeira, iniciou a<br />
sua atividade em julho de 2014, ano em que arrancou<br />
o plano de reorganização e definição da<br />
sua estratégia de crescimento relacionada com a<br />
atividade de pneus, um <strong>dos</strong> core businesses do<br />
Grupo Alves Bandeira. A AB Tyres é, atualmente,<br />
<strong>dos</strong> distribuidores mais relevantes no mercado<br />
nacional, dispondo de operações em vários países<br />
da Europa, Ásia, África e Médio Oriente. A vertente<br />
internacional da AB Tyres S.A. é assegurada pela<br />
ABI, sediada no Dubai, a qual garante a presença<br />
e o desenvolvimento do Cross Trade Internacional,<br />
quer diretamente quer através de parcerias regionais.<br />
Como organização comercial para o negócio<br />
de exportação da AB Tyres, a ABI assenta na base<br />
logística em Portugal, de modo a garantir uma<br />
oferta e um serviço premium à escala global. Em<br />
2015, a AB Tyres comercializou mais de 350.000<br />
pneus a partir da sua base logística em Portugal.<br />
A AB Tyres assumiu a comercialização das marcas<br />
que eram representadas pela Garland <strong>Pneus</strong>.<br />
Que balanço faz <strong>dos</strong> primeiros seis meses de<br />
atividade?<br />
Desde 1 de novembro de 2015 que a AB Tyres<br />
S.A. passou a incorporar o negócio de vendas da<br />
Garland <strong>Pneus</strong>, estabelecendo uma parceria com<br />
a Garland Logística para a gestão da sua organização<br />
in house a partir de duas bases em Portugal:<br />
50 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Diretor-Geral da AB Tyres<br />
de resposta logística”<br />
Centro Logístico da Mealhada e Centro Logístico<br />
da Abóboda. Decorri<strong>dos</strong> os primeiros seis meses<br />
desde o início desta parceria, ficou concluída a<br />
integração <strong>dos</strong> dois armazéns (Lisboa e Mealhada)<br />
numa gestão de toda a armazenagem e distribuição<br />
em 24 horas e duas vezes no próprio dia, de<br />
acordo com a necessidade e localização geográfica<br />
do cliente. Estamos convenci<strong>dos</strong> de que o<br />
grande desafio no mercado de pneus é a capacidade<br />
de resposta logística (gestão de stocks e<br />
distribuição), de forma a podermos responder às<br />
necessidades. As marcas que eram da responsabilidade<br />
da Garland <strong>Pneus</strong> foram integradas no<br />
businesses. Ao mesmo tempo, fez com que adequássemos<br />
a capacidade logística de armazenagem<br />
e distribuição através da Garland Logística, umas<br />
das melhores empresas de logística nacional e<br />
internacional, com a experiência do passado da<br />
Garland <strong>Pneus</strong>. O que permite que estejamos foca<strong>dos</strong><br />
na comercialização, entregando a gestão<br />
logística a um especialista, que, ao contrário da AB<br />
Tyres, não tinha nos pneus o seu core business,<br />
como era o caso do Grupo Garland.<br />
Como ficou estruturada a AB Tyres depois da<br />
parceria com o Grupo Garland?<br />
A organização comercial da AB Tyres ajustou-se<br />
à nova realidade: entrar em merca<strong>dos</strong> onde até<br />
então não operava. Nesse sentido, reorganizou-se<br />
em duas áreas comerciais: Área de Retalho e Área<br />
de Especialidades. A primeira, contempla as marcas<br />
de pneus de turismo, 4x4 e comerciais. A segunda,<br />
engloba pneus pesa<strong>dos</strong>, industriais, florestais e<br />
agrícolas. A direção de vendas é comum, mas<br />
dispõe de duas equipas comerciais distintas.<br />
Quais são as marcas de pneus que representam<br />
em exclusivo para Portugal?<br />
Somos representantes oficiais das marcas Falken,<br />
Fulda Truck, Torque, Zeetex, Nokian, Uniroyal, Primewell,<br />
Runway, Mitas, Cultor e Saetta.<br />
Além das que representam em exclusivo, que<br />
outras marcas distribui a AB Tyres?<br />
Distribuímos as marcas Continental, Bridgestone,<br />
Goodyear, Dunlop, Pirelli, Michelin, Firestone,<br />
Mabor e Wanli.<br />
Qual a estratégia da AB Tyres relativamente às<br />
marcas premium que comercializa?<br />
Crescer de forma sustentada, garantindo uma<br />
rendibilidade adequada, num claro alinhamento<br />
estratégico com os fabricantes. Desenvolver com<br />
eles (fabricantes) planos de venda e de promoção<br />
das marcas em merca<strong>dos</strong>/áreas geográficas para<br />
clientes relevantes. Assim os fabricantes queiram<br />
trabalhar com os distribuidores, em geral, e com a<br />
AB Tyres, em particular.<br />
portefólio da AB Tyres, tendo sido respeitadas<br />
todas as condições e relações comerciais que estavam<br />
em vigor. A partir de 2016, um novo enquadramento<br />
e posicionamento das diversas marcas<br />
existentes levou a uma melhor definição de cada<br />
uma delas por segmento, bem como a um novo<br />
alinhamento na oferta. Hoje, dispomos de uma<br />
oferta completa em cada segmento, com um<br />
posicionamento claro em termos de preço e adequação<br />
de qualidade/função de cada marca. Os<br />
primeiros quatro meses de 2016, no que às vendas<br />
diz respeito, mostram como a aposta nas marcas<br />
que transitaram da Garland <strong>Pneus</strong>, bem como o<br />
reposicionamento destas, foi uma aposta ganha,<br />
já que a evolução foi superior a 40% face a 2015.<br />
Como define essa parceria inédita no setor?<br />
A parceria estabelecida entre o Grupo Alves<br />
Bandeira e o Grupo Garland teve como objetivo<br />
uma especialização das competências de cada<br />
uma das empresas core <strong>dos</strong> grupos, bem como<br />
uma visão de longo prazo na maximização <strong>dos</strong><br />
benefícios mútuos e na criação de valor. Permitiu-<br />
-nos reforçar a nossa posição através da inclusão<br />
de marcas complementares em segmentos onde<br />
não estávamos presentes (industrial, agrícola e<br />
florestal), reforçando a aposta num negócio dentro<br />
do Grupo Alves Bandeira, que é um <strong>dos</strong> seus core<br />
E em relação às marcas quality e budget?<br />
Pretendemos reforçar a posição e a gama de<br />
marcas quality e budget que, hoje, fazem parte da<br />
nossa oferta. Temos, atualmente, um vasto e equilibrado<br />
portefólio em termos de gamas, pisos, dimensões,<br />
preços e qualidade. Defender as “nossas”<br />
marcas (as que representamos em exclusivo), bem<br />
como garantir apoio comercial e continuidade de<br />
fornecimento aos clientes que quiserem apostar e<br />
diferenciar-se através da oferta que temos e do<br />
serviço que prestamos.<br />
Como se processa a vossa logística na entrega<br />
de pneus?<br />
Temos uma distribuição de pneus dividida por<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 51
Entrevista<br />
César Branco<br />
encomendas, com entrega no dia seguinte ou no<br />
próprio dia, designadas “dia seguinte” ou “bi-diária”.<br />
As encomendas efetuadas fora das “janelas” bi-<br />
-diárias e até às 19h00 do próprio dia, serão entregues<br />
no dia seguinte de manhã (se estiverem na<br />
rota de distribuição bi-diária) ou durante o dia nas<br />
rotas que não estiverem cobertas pela distribuição<br />
bi-diária. Os clientes encontram-se dividi<strong>dos</strong> por<br />
código de postal e são atribuí<strong>dos</strong> prioritariamente<br />
a um <strong>dos</strong> armazéns – Mealhada ou Lisboa – para<br />
a distribuição bi-diária norte ou sul, respetivamente.<br />
Os clientes que coloquem as encomendas até<br />
às 11h30 na Mealhada (rota bi-diária norte) ou<br />
10h00 (rota bi-diária sul a partir da Mealhada) ou<br />
às 10h30 em Lisboa (rota Algarve e Leiria) e 11h30<br />
(rota da zona da Grande Lisboa), recebê-las-ão<br />
ainda na parte da tarde do próprio dia. Caso não<br />
exista em stock no armazém prioritário, o sistema<br />
procurará, automaticamente, no armazém alternativo<br />
e será enviado para o cliente a partir deste.<br />
César Branco analisa o mercado nacional<br />
“Falta de transparência<br />
e pouca informação”<br />
w w Convidado a analisar o mercado português,<br />
César Branco começou por afirmar<br />
que “neste momento, apresenta um comportamento<br />
muito pouco estável, apesar de evidenciar<br />
um crescimento aparente, existindo<br />
forte pressão sobre o segmento premium e<br />
um incremento no segmento budget”. Mais:<br />
o diretor-geral da AB Tyres deu conta da<br />
“pressão muito grande que existe entre to<strong>dos</strong><br />
os operadores, com clara destruição de<br />
valor sem benefício para ninguém, dado que<br />
as vantagens estão a passar para o consumidor<br />
final sem que este tenha qualquer perceção<br />
do real valor do serviço que está usufruir e<br />
sem aumento da qualidade do mesmo”. Em<br />
sua opinião, existe “enorme falta de qualidade<br />
no serviço de entregas”. E verifica-se, também,<br />
“uma impossibilidade de alterar o quadro,<br />
dado que os distribuidores absorveram os<br />
custos do serviço, que permitiu aos retalhistas<br />
reduzi-los, tal como os stocks, com reflexo<br />
direto nos custos e na gestão <strong>dos</strong> mesmos para<br />
os distribuidores”.<br />
Para César Branco, o mercado “é tudo menos<br />
transparente. Muitas assunções e pouca<br />
informação disponível e fidedigna para que<br />
possamos tomar decisões com base em números<br />
reais”. Além disso, afirmou, “o mercado<br />
tem muitas variáveis”. E para completar este<br />
cenário, revelou que existe “concorrência <strong>dos</strong><br />
operadores espanhóis, que, fruto da sua dimensão<br />
e da sua capacidade de negociação<br />
com os mesmos fabricantes que operam em<br />
Portugal (fabricantes esses que assumem<br />
a verticalização do canal de distribuição,<br />
vendendo, diretamente, aos retalhistas e ao<br />
consumidor final, sem passar pelos distribuidores).<br />
O que permite, assim, que os operadores<br />
espanhóis tenham uma postura comercial<br />
muito agressiva e uma concorrência que, se<br />
não é desleal, pelo menos é muito pouco recomendável”.<br />
Face a esta realidade, como pode, então, um<br />
grossista como a AB Tyres diferenciar-se no<br />
mercado? “A primeira pergunta a que temos<br />
de responder é: Qual o nosso papel? Resistir<br />
e acreditar que, com uma gestão eficaz das<br />
marcas que representamos, com uma oferta<br />
completa e adequada ao perfil do consumidor<br />
português, podemos ganhar a dimensão<br />
necessária para competir num mercado sem<br />
fronteiras. Apostar na logística para conseguirmos<br />
melhorar o serviço ao cliente e desenvolver<br />
serviços inovadores”, concluiu.<br />
Damos ainda ao cliente a possibilidade de efetuar,<br />
ele próprio, o levantamento no armazém.<br />
Quais são os vossos principais clientes?<br />
As casas/oficinas que montam pneus para o<br />
consumidor final. A AB Tyres não vende pneus diretamente<br />
a este último. O mercado, na generalidade,<br />
encontra-se dividido por canais de operadores<br />
diferencia<strong>dos</strong> (generalistas, especialistas, grupos<br />
de compras, distribuidores regionais, nova distribuição<br />
e redes próprias, entre outros), que são<br />
abasteci<strong>dos</strong> por distribuidores ou diretamente<br />
pelos fabricantes. A AB Tyres tem clientes em to<strong>dos</strong><br />
esses canais. No caso da nossa Área de Especialidades<br />
(pesa<strong>dos</strong>, industriais, florestais e agrícolas),<br />
vendemos, preferencialmente, a especialistas, que,<br />
normalmente, dão assistência a frotas. No segmento<br />
<strong>dos</strong> pneus pesa<strong>dos</strong>, fornecemos, também, a<br />
grandes clientes frotistas (clientes de grande dimensão),<br />
desde que tenham equipamento de<br />
montagem e não recorram a serviço de terceiros.<br />
Apenas vendemos a transportadoras que não dependam<br />
de terceiros para efetuar o serviço de pneus.<br />
A AB Tyres efetuou alterações no site. Que novas<br />
funcionalidades tem e qual a recetividade por<br />
parte <strong>dos</strong> clientes?<br />
Tratou-se de um upgrade em termos de funcionalidades<br />
e de integração de novas marcas e stocks<br />
<strong>dos</strong> dois armazéns. A navegação está, agora, mais<br />
fácil e intuitiva. Foram introduzidas funcionalidades<br />
de encomenda e descontos imediatos em função<br />
do perfil de compra do cliente. Está ainda prevista<br />
uma nova plataforma B2B, mas só em 2017, quando<br />
introduzirmos um novo programa de gestão<br />
comercial.<br />
Planeiam ter uma marca própria de pneus?<br />
Não creio que tenhamos dimensão para ter uma<br />
marca própria de pneus num futuro próximo.<br />
Acreditamos mais na gestão das marcas que re-<br />
presentamos e na força das mesmas, com tudo o<br />
que de positivo isso acarreta: qualidade, diversidade,<br />
inovação, reputação e imagem. Através do<br />
apoio de marketing e de serviço logístico.<br />
Quais os grandes objetivos da AB Tyres para o<br />
mercado de pneus em Portugal e no mundo?<br />
Dar continuidade ao crescimento sustentado<br />
que temos alcançado e garantir uma posição no<br />
mercado nacional que nos permita encarar os<br />
desafios da concorrência externa com confiança e<br />
de igual para igual. Quanto à atividade internacional,<br />
continuará o seu crescimento, cada vez mais<br />
assente em parcerias regionais, com uma maior<br />
capacidade de abrir novos merca<strong>dos</strong> e conquistar<br />
novos clientes. Para 2016, a AB Tyres e a ABI deverão<br />
atingir um volume global de venda (nacional<br />
e internacional) superior a 700.000 pneus, o que,<br />
a confirmar-se, corresponderá a um volume de<br />
negócios próximo <strong>dos</strong> €50.000.000. ♦<br />
52 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 53
Gestão<br />
Marketing nas oficinas<br />
Estratégia para vencer<br />
O marketing não é uma ciência exata. Muito menos numa sociedade inconstante.<br />
Adapte a sua estratégia nesta área a cada momento e faça com que ela continue a ser<br />
bem-sucedida. O êxito do negócio passa muito por isso<br />
Os automobilistas procuram sempre<br />
quem lhes ofereça a maior confiança,<br />
as melhores vantagens e a maior<br />
comodidade na altura de levar o veículo<br />
à oficina. E, naturalmente, quem lhes permita<br />
poupar uns euros. Neste âmbito, o marketing<br />
desempenha um papel primordial. Entre a<br />
concorrência e a segmentação que existe no setor,<br />
a capacidade de marcar a diferença pode ser<br />
aquilo que separa uma oficina próspera de uma<br />
estagnada. Nessa estratégia, as técnicas de<br />
marketing são fundamentais. Elaborar um plano<br />
apropriado nesta área é, para a oficina, o primeiro<br />
passo a dar para alcançar o êxito.<br />
w PENSAR, OBSERVAR E PONDERAR<br />
Temos de pensar, observar e ponderar bem o<br />
plano de marketing que vai permitir que a oficina<br />
ganhe ou perca clientes. Porque esse é o<br />
objetivo de um bom plano de marketing: conseguir<br />
clientes e fidelizá-los. O objetivo da oficina<br />
é realizar os seus serviços e que estes gerem benefícios<br />
económicos. Não nos podemos esquecer<br />
que, em última análise, a oficina não deixa<br />
54 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Factos<br />
w O plano de marketing tem como objetivo<br />
chegar aos clientes, tanto atuais como<br />
potenciais, da forma mais rápida, eficaz,<br />
clara e apelativa.<br />
w w O marketing é e deve ser uma parte fundamental<br />
no âmbito da gestão da oficina.<br />
w w Deve estar em consonância com os<br />
restantes recursos económicos e humanos,<br />
meios disponíveis para conseguir<br />
que tudo na oficina corra bem.<br />
w w Os objetivos e resulta<strong>dos</strong> da oficina<br />
vão depender, em grande medida, de um<br />
bom ou mau plano de marketing.<br />
efeito, a opinião <strong>dos</strong> funcionários conta muito.<br />
Eles também passam muitas horas na oficina<br />
e sabem qual é a sua capacidade de trabalho.<br />
Uma troca de ideias com os funcionários em<br />
pleno processo de elaboração do plano de marketing<br />
pode ser um instrumento para descobrir<br />
abordagens melhores. Além do mais, esta dinâmica<br />
fará com que se sintam importantes, e, por<br />
conseguinte, o seu trabalho melhorará.<br />
Os funcionários devem ser os primeiros a conhecer<br />
as medidas a implementar. Se não estiverem<br />
a par do plano final, não vão poder aplicá-lo.<br />
Incentive-os a participar no marketing para que<br />
possam dar ideias, que estas sejam ouvidas, inclusivamente<br />
premiando-os se certos objetivos<br />
forem atingi<strong>dos</strong>. Os funcionários devem sentir-<br />
-se orgulhosos de poderem recomendar a oficina<br />
onde trabalham.<br />
Se as necessidades detetadas pelos funcionários<br />
forem colmatadas, estes vão trabalhar com muito<br />
mais alegria. Existem estu<strong>dos</strong> que demonstram<br />
que as empresas nas quais há relações positivas<br />
projetam melhor imagem para o exterior.<br />
Embora possa não parecer, os clientes, não raras<br />
vezes, também notam o clima do ambiente de<br />
trabalho. Funcionários satisfeitos geram clientes<br />
satisfeitos. Cuide <strong>dos</strong> seus funcionários para que<br />
eles cuidem <strong>dos</strong> seus clientes.<br />
w O ATENDIMENTO AO CLIENTE<br />
Oferecer um serviço de qualidade é vital para<br />
fazer funcionar a “cultura do cliente” como parte<br />
fundamental do marketing da oficina. Custa<br />
muito mais conseguir um cliente novo do que<br />
manter o que já se tem. E, naturalmente, é mais<br />
complicado recuperar um cliente perdido.<br />
w w Não serve de muito ter o melhor serviço<br />
se este não for conhecido. E, neste<br />
âmbito, são muito importantes o esforço<br />
<strong>dos</strong> funcionários e o nível de satisfação<br />
<strong>dos</strong> clientes.<br />
de ser um negócio e ninguém abre um negócio<br />
para perder.<br />
Não é uma tarefa fácil, mas o plano de marketing<br />
tem uma importância fundamental para o<br />
sucesso da oficina. Nem todas as medidas tomadas<br />
podem revelar-se satisfatórias, mas se o<br />
resultado final for positivo é sinal de que o seu<br />
marketing é o correto.<br />
w ENVOLVER OS FUNCIONÁRIOS<br />
Naturalmente, um bom plano de marketing não<br />
pode ser concretizado individualmente. É de<br />
vital importância que os funcionários sejam envolvi<strong>dos</strong><br />
no mesmo. To<strong>dos</strong> na oficina devem trabalhar<br />
foca<strong>dos</strong> num objetivo comum. Para esse<br />
Reduzir as possibilidades de fracasso<br />
w w QUE TIPO DE OFICINA QUERO TER?<br />
Definir o seu negócio, em primeiro lugar,<br />
para saber que direção tomar. Ser uma oficina<br />
especializada em pneus ou uma oficina para<br />
todo o tipo de reparações são coisas diferentes.<br />
Nesta fase, deve perguntar-se se quer ser<br />
identificado facilmente, criar a sua própria<br />
marca. Ao criá-la, to<strong>dos</strong> os elementos da<br />
oficina devem estar em consonância: desde<br />
o uniforme <strong>dos</strong> funcionários aos cartazes,<br />
passando pelos produtos ofereci<strong>dos</strong>.<br />
w w QUAL O MEU PÚBLICO-ALVO?<br />
Muitas oficinas costumam ter um público-<br />
-alvo restrito. Mas pode querer dirigir-se a<br />
um setor mais amplo. Conforme o tipo de<br />
cliente ao qual se dirija, o seu plano de marketing<br />
deverá contemplar algumas características<br />
em detrimento de outras. Poderá<br />
ser útil fazer uma pesquisa de mercado para<br />
conhecer as pessoas a quem se dirige: que<br />
perfil sociodemográfico tem o seu cliente<br />
(idade, rendimentos, interesses…), qual será<br />
a característica mais valorizada da sua oficina<br />
(preço baixo, rapidez, qualidade do serviço)?<br />
w w QUEM É A MINHA CONCORRÊNCIA?<br />
Conhecer o mercado irá ajudá-lo a oferecer<br />
melhores serviços, melhor atendimento e<br />
melhores soluções aos clientes. E não só por<br />
saber o que estão a oferecer para melhorar<br />
a oferta e oferecer algo melhor ou único. A<br />
concorrência pode ser fonte de ideias para a<br />
sua própria oficina. Não deve encarar a concorrência<br />
como algo negativo, mas como um<br />
fator que o pode ajudar a crescer. Aproveite a<br />
base do êxito e melhore-a para que os clientes<br />
escolham a sua oficina.<br />
w w QUE PRETENDO CONSEGUIR?<br />
Se já sabe a quem se vai dirigir, em que mercado<br />
vai atuar, e se está certo que será muito<br />
competitivo, tem de estabelecer objetivos. Os<br />
objetivos a fixar, sejam a médio ou a longo<br />
prazo, devem ser realistas. Podem ser fixa<strong>dos</strong><br />
em termos económicos, em número de reparações,<br />
qualidade do serviço e velocidade na<br />
rotação de automóveis. O seu conhecimento<br />
da oficina permitir-lhe-á estabelecer metas.<br />
w w COMO “VENDO” A MINHA OFICINA?<br />
Chegado a este ponto, já saberá o que “vender”.<br />
Ou melhor, que imagem “vender”. Agora a<br />
parte complicada: como? As vias através das<br />
quais posso chegar aos meus clientes, méto<strong>dos</strong><br />
de fidelização e meios para angariar clientes<br />
novos. Se o “quê” e o “quem” compõem a base<br />
do êxito, o “como” é a sua concretização. E<br />
não é necessário gastar muito dinheiro para<br />
conseguir uma promoção eficaz. Mas não<br />
pense que ao conseguir fazer isto terá elaborado<br />
o plano de marketing perfeito para a<br />
oficina. Rever periodicamente a situação do<br />
mercado e da própria oficina continuamente<br />
é um mecanismo obrigatório. Só assim o negócio<br />
estará sempre atualizado.<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 55
Gestão<br />
Marketing nas oficinas<br />
Há que ter em conta a alta concorrência no mercado,<br />
o que faz com que o cliente se torne cada<br />
vez mais exigente. Quando procura uma oficina<br />
de confiança, já não pretende apenas reparar o<br />
automóvel ou realizar a manutenção. Agora, o<br />
cliente valoriza muito um serviço bem prestado<br />
mas este tem de ser acompanhado de um bom<br />
atendimento, quer sentir-se único. Do atendimento<br />
que receber, dependerá o seu regresso<br />
à oficina. E não nos podemos esquecer da recomendação<br />
da oficina a conheci<strong>dos</strong>. O boca a<br />
boca continua a ser uma poderosa ferramenta<br />
de marketing que eleva ou afunda negócios.<br />
Se já efetuou a análise do tipo de cliente ao qual<br />
se dirige, será muito mais fácil estabelecer os<br />
mecanismos para que obtenha a atenção que<br />
procura. Será uma mais-valia para os serviços<br />
Recomendações para um<br />
atendimento ao cliente de qualidade<br />
w Sabe melhor do que ninguém a que tipo de cliente se dirige a sua oficina, mas dependendo<br />
também <strong>dos</strong> serviços que ofereça, pode ter em conta algumas recomendações para contar<br />
com um atendimento ao cliente de qualidade como forma de marcar a diferença.<br />
w w TRATAMENTO CORDIAL<br />
Desde o momento em que o cliente entra pela porta, como se dirige a ele? Não deve faltar<br />
um cumprimento, com educação e tranquilidade, ainda que o cliente esteja aborrecido ou<br />
que o dia não tenha corrido muito bem ao funcionário. O cliente deve notar a proximidade<br />
e o profissionalismo. Caso disponha de espaço na oficina, prepare uma zona de receção<br />
separada da zona de trabalho. Assim, será possível atender muito melhor o cliente. Evitar<br />
discussões e manter sempre uma postura aberta ao diálogo e amável, respeitando sempre a<br />
opinião do cliente.<br />
w w OUVIR O CLIENTE<br />
A conversação deve acontecer em dois senti<strong>dos</strong>, ouvindo sempre o que o clinte diz para<br />
conseguir obter informações sobre a melhor forma de ajudá-lo. O atendimento a clientes<br />
torna-o um pouco um psicólogo: interprete o que o cliente necessita e proporcione-o da<br />
melhor forma possível.<br />
w w EFICÁCIA E RAPIDEZ<br />
Nos tempos que correm, as pessoas vivem a um ritmo muito acelerado. Não podemos fazer<br />
esperar o cliente. Caso esteja a fazer outro trabalho ou a atender outro cliente, é conveniente<br />
que, de vez em quando, indique ao cliente em espera que será atendido assim que terminar. O<br />
cliente não deve sentir-se abandonado. Por outro lado, também não é recomendável pressioná-<br />
-lo, pelo que deve procurar um ponto intermédio.<br />
w w CONHECER A OFICINA E OS SEUS SERVIÇOS<br />
Naturalmente, o cliente confiará mais em si se notar que conhece os serviços que está a oferecer.<br />
Esse conhecimento caracteriza um atendimento de qualidade.<br />
ofereci<strong>dos</strong> na oficina. Com esses da<strong>dos</strong>, irá superar<br />
as expectativas do cliente e aumentar os<br />
seus benefícios, tanto económicos como a nível<br />
de marca.<br />
A opinião do cliente é mais importante do que<br />
possa imaginar, porque quando alguém procura<br />
uma oficina de confiança, a opinião de um cliente<br />
satisfeito é um grande incentivo.<br />
Uma opinião positiva pode resultar em novos<br />
clientes, mas uma crítica negativa significa que,<br />
provavelmente, vai perder um cliente e deixar<br />
de conseguir outros.<br />
w FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE<br />
Quem tem um cliente, tem uma grande responsabilidade.<br />
Pode ser o melhor elemento de marketing<br />
porque é ele que tem nas suas mãos a reputação<br />
da oficina. Os clientes potenciais sabem<br />
que uma oficina não vai falar mal de si mesma.<br />
Por isso, procuram as opiniões <strong>dos</strong> clientes que<br />
já por lá passaram.<br />
Muitas vezes, estamos tão foca<strong>dos</strong> em conseguir<br />
w w BOA IMAGEM<br />
Da oficina e <strong>dos</strong> funcionários. A sensação de satisfação ou insatisfação criada no cliente é<br />
muito influenciada por aquilo que ele vê. Um aspeto limpo e profissional dar-lhe-á pistas<br />
relativamente ao nível de organização existente na oficina. E isso irá levá-lo a sentir maior<br />
segurança para entregar o seu automóvel.<br />
w w CUIDADO COM O QUE É DITO<br />
Banir totalmente a palavra “não” no momento de atender o cliente. E sempre que se diga algo<br />
ao cliente, ter em conta que é um contrato verbal. Talvez não o seja legalmente em to<strong>dos</strong> os<br />
casos, mas sim moralmente. Caso estabeleça um prazo para uma reparação ou um preço,<br />
cumpra. O cliente fica mais agradecido pela sinceridade do que por um mau serviço. Não<br />
se esqueça disso.<br />
w w CASO SE QUEIXE, APROVEITE A OPORTUNIDADE<br />
A capacidade resolutiva também marca a diferença. É a sua última oportunidade de não perder<br />
o cliente nem deixar uma má impressão. Parta do princípio de que a oficina não é perfeita<br />
e que podem ser cometi<strong>dos</strong> erros. Tente resolver o problema da melhor forma possível. É<br />
importante que to<strong>dos</strong> os funcionários da oficina conheçam e cumpram estas premissas de<br />
atendimento ao cliente. Nem todas as oficinas podem contar com uma pessoa especializada<br />
no atendimento a clientes, pelo que to<strong>dos</strong> os funcionários devem saber que, como parte da<br />
empresa, são também a imagem da oficina. Devem procurar dar satisfação ao cliente.<br />
56 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
As novas tecnologias como aliadas na promoção da sua reputação<br />
w Atualmente, é de vital importância para qualquer<br />
negócio a presença na Internete. E, naturalmente,<br />
também para uma oficina. A maior<br />
parte da reputação, hoje, é gerada na rede. Uma<br />
boa imagem de marca tem de ser cuidada, também,<br />
no espaço cibernauta. Além do mais, é<br />
o “local” onde se consultam mais opiniões e<br />
se procuram mais referências. No que respeita<br />
às novas tecnologias, deve ter especial cuidado<br />
com a utilização de quatro elementos.<br />
w w PÁGINA WEB<br />
Por simples que seja, é muito útil para colocar<br />
o seu negócio no mapa. Atualize-a com a maior<br />
frequência possível com conselhos, descreva os<br />
serviços e garantias disponibiliza<strong>dos</strong>. E inclua<br />
um formulário de contacto e opiniões de clientes<br />
para gerar maior confiança.<br />
w w MARKETING VIA EMAIL<br />
Manter o contacto com os clientes por email<br />
servirá para enviar-lhes ofertas, lembretes ou,<br />
simplesmente, desejar-lhes um feliz aniversário.<br />
Os limites são defini<strong>dos</strong> por si.<br />
w w REDES SOCIAIS<br />
Atualmente, qualquer negócio que se preze tem<br />
de ter presença nas redes sociais. Praticamente<br />
toda a gente as utiliza. Nelas, é possível realizar<br />
promoções ou concursos e, inclusivamente,<br />
fazer ligações a artigos da sua página web para<br />
que a sua presença seja maior. Facebook e Twitter<br />
são as duas principais redes sociais. Através<br />
delas, poderá ter contacto direto com os seus<br />
clientes e com outros negócios.<br />
w w CONTACTO POR TELEMÓVEL<br />
A utilização de SMS para confirmar e relembrar<br />
marcações continua a ser uma tendência, mas<br />
existe uma aplicação que revolucionou a comunicação:<br />
WhatsApp. Através dela, o contacto<br />
com o cliente é mais rápido, direto e sem custo.<br />
novos clientes que nos esquecemos <strong>dos</strong> que já<br />
temos. Num mercado com tanta concorrência,<br />
este é um <strong>dos</strong> maiores erros que uma oficina<br />
pode cometer. E recuperar um cliente perdido<br />
é extremamente difícil. Se pretendemos criar<br />
um vínculo de confiança com o cliente, há que<br />
fazê-lo desde o primeiro momento em que este<br />
entra na oficina e deixa o seu veículo. Nesse momento,<br />
pode abrir uma ficha pessoal com to<strong>dos</strong><br />
os seus da<strong>dos</strong>, que ser-lhe-ão muito úteis para<br />
conseguir fidelizá-lo. Fazer com que ele se torne<br />
mais um membro da família. Trata-se de construir<br />
uma relação que vá para além da venda.<br />
Evidentemente, o primeiro passo para conseguir<br />
um cliente fiel é proporcionar um bom serviço.<br />
De nada servirão campanhas posteriores se não<br />
ficar satisfeito com o atendimento recebido em<br />
toda a oficina.<br />
A sua experiência será avaliada globalmente,<br />
pelo que uma falha que ocorra na cadeia de<br />
atendimento ou na reparação realizada, poderá<br />
deitar a perder todo o trabalho. Por conseguinte,<br />
uma vez mais, todo o pessoal da oficina<br />
deve envolver-se no processo. É que conseguir a<br />
consciencialização <strong>dos</strong> funcionários é absolutamente<br />
fundamental. ♦<br />
Programa de fidelização de clientes<br />
w Deve ponderar a possibilidade de implementar<br />
na oficina um programa estudado<br />
de fidelização em função do tipo de clientes.<br />
Embora cada cliente seja um mundo,<br />
to<strong>dos</strong> procuram elementos comuns: um<br />
bom preço, qualidade na reparação, um<br />
bom atendimento e rapidez. Se conseguir<br />
cumprir estas condicionantes, estará a ganhar<br />
um cliente. Tenha uma abordagem<br />
abrangente, supere as expectativas, mantenha<br />
o contacto uma vez que o cliente deixe<br />
a oficina e esse cliente ficará fidelizado. Este<br />
programa de fidelização pode constar de um<br />
ou vários elementos.<br />
w w A OPINIÃO DO CLIENTE CONTA<br />
Para a oficina, a opinião do cliente é muito<br />
importante. Se a sua informação for tida em<br />
conta, será um primeiro passo para que regresse.<br />
Com formulários na oficina ou através<br />
da Internet, permita que o cliente possa<br />
dar facilmente a sua opinião sobre o serviço.<br />
w w PROMOÇÕES E DESCONTOS<br />
O cartão de cliente ou VIP é um <strong>dos</strong> melhores<br />
elementos para fidelizar clientes. É o<br />
principal meio para disponibilizar descontos<br />
e promoções. Se optar por um sistema com<br />
pontos acumuláveis, irá garantir a fidelização<br />
do cliente ao longo do tempo. Quando<br />
um cliente habitual chegar à oficina para fazer<br />
uma reparação, ofereça a possibilidade<br />
de uma pequena revisão sem custo adicional.<br />
Lembre-se que são os pequenos detalhes<br />
que reforçam as relações.<br />
w w SEGUIMENTO E CONTACTO<br />
Não espere que seja o cliente a procurar a<br />
oficina. Não seja incomodativo, mas não<br />
deixe que se sinta esquecido. Caso tenha sido<br />
feito um bom trabalho na recolha de da<strong>dos</strong>,<br />
opte por iniciativas que se revelam surpresas<br />
agradáveis e marcantes. Tais como felicitar<br />
em datas especiais, como, por exemplo no<br />
dia de aniversário.<br />
w w REAJA RAPIDAMENTE AOS ERROS<br />
Caso cometa um erro com um cliente, deve<br />
encarar a situação como uma oportunidade.<br />
Sempre que tal seja possível, não deve olhar<br />
a despesas para proporcionar uma solução.<br />
Ao cometer um erro, há que reconhecê-lo,<br />
pedir desculpa e tratar de ressarcir o cliente<br />
rapidamente e da melhor forma possível.<br />
w w UTILIZE A IMAGINAÇÃO<br />
Para marcar ainda mais a diferença, estude<br />
as promoções da concorrência e utilize a sua<br />
imaginação. Uma campanha impactante e<br />
surpreendente, algo inesperado para o<br />
cliente, é um bom ponto a favor para o seu<br />
plano de fidelização e marketing. Mensagens<br />
diretas que lhe cheguem e que possa transmitir<br />
a outros potenciais clientes.<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 57
Técnica<br />
Montar pneus em segurança<br />
Proteger o investimento<br />
Muito foi já escrito sobre a melhor forma de montar pneus e de equilibrar rodas<br />
para obter os melhores resulta<strong>dos</strong>. Mas tão ou mais importante do que isso, é<br />
assegurar, também, a proteção <strong>dos</strong> operadores e <strong>dos</strong> próprios equipamentos<br />
Investir na formação <strong>dos</strong> operadores e na<br />
manutenção <strong>dos</strong> equipamentos de montar<br />
e equilibrar rodas, é a forma mais coerente<br />
e mais económica de salvaguardar o<br />
património da empresa e de maximizar a<br />
rentabilidade <strong>dos</strong> recursos. Na realidade,<br />
a forma como o operador organiza a sequência<br />
<strong>dos</strong> passos do seu trabalho encerra<br />
muitas oportunidades para aumentar<br />
a segurança. O fundamental é a atenção<br />
dispensada a to<strong>dos</strong> os detalhes. Nas linhas<br />
seguintes, tentaremos transmitir as ideias e<br />
os conceitos que os profissionais de pneus<br />
devem ter em mente quando estão a montar<br />
e a equilibrar rodas, sejam de veículos<br />
ligeiros, sejam de camiões ou tratores, onde<br />
o peso <strong>dos</strong> conjuntos é já muito respeitável.<br />
Mantendo estes princípios sempre na linha<br />
da frente da atividade, toda a equipa da oficina<br />
funcionará melhor, assim como quer as<br />
queixas aos seguros quer as baixas deixarão<br />
de ter importância.<br />
w VERIFICAR E MANTER EQUIPAMENTOS<br />
Todas as máquinas funcionam convenientemente<br />
e não apresentam riscos de qualquer<br />
tipo, desde que sejam cumpri<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os<br />
procedimentos de manutenção e desde que<br />
sejam verificadas e inspecionadas numa base<br />
regular. Isto é bastante evidente, mas nem<br />
58 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
sempre as oficinas conseguem levar à prática<br />
as ações necessárias nesse sentido. Quando<br />
há muito serviço, é lógico que a oficina não<br />
pode parar, mas to<strong>dos</strong> os momentos de menos<br />
pressão constituem uma excelente oportunidade<br />
para efetuar a correta manutenção <strong>dos</strong><br />
equipamentos.<br />
Fugas de ar comprimido, contactos elétricos<br />
a falhar e peças com folga ou desafinadas,<br />
podem, facilmente, gerar problemas quando<br />
a máquina está operativa. Nenhum profissional<br />
deve ser surpreendido por situações<br />
inesperadas, para as quais nem sempre tem<br />
defesa e reações adequadas. Além de estarem<br />
em perfeito estado de funcionamento,<br />
as máquinas devem ter bem visíveis e limpas<br />
as etiquetas de instruções e os sinais de aviso.<br />
É especialmente importante que o operador<br />
conheça bem os limites e capacidades da máquina<br />
com a qual está a trabalhar e nunca<br />
tente forçá-la a ultrapassar esses limites.<br />
Como proteger o investimento<br />
da oficina em equipamentos<br />
w w A melhor forma de manter o rendimento e a eficiência das máquinas de montar e de equilibrar<br />
pneus, principalmente as de alta tecnologia das últimas gerações, consiste em operá-las corretamente<br />
e efetuar o seu programa de manutenção, de acordo com as instruções do fabricante.<br />
Eis os conselhos de um construtor de máquinas para pneus:<br />
w Todas as uniões e articulações de peças metálicas (metal com metal) devem ser limpas com<br />
um solvente vaporizado e lubrificadas novamente, com massa de chassis. O lubrificante envelhecido<br />
e cheio de impurezas, longe de proteger as peças, apressa antes o seu desgaste. Do mesmo<br />
modo, todas as superfícies de trabalho e o exterior da máquina devia ser limpo mensalmente<br />
com solvente pulverizado.<br />
w As garras de fixação das rodas devem ser verificadas regulamente, a fim de detetar desgaste<br />
e outros danos.<br />
w Verificar o manómetro de pressão de ar de enchimento de pneus to<strong>dos</strong> os dias e verificar a<br />
sua precisão to<strong>dos</strong> os meses. Há máquinas cujo manómetro se pode afinar manualmente. O<br />
limitador da pressão máxima devia ser verificado todas as semanas.<br />
w O nível de óleo das máquinas deve ser verificado a ajustado todas as semanas.<br />
w Diariamente, passar em revista todas as máquinas, antes de iniciar a laboração, para verificar<br />
que tudo funciona normalmente.<br />
w Manter o ecrã do interface sempre limpo e facilmente legível, utilizando um pano macio<br />
húmido ou papel limpo.<br />
w To<strong>dos</strong> os acessórios das máquinas devem ser manti<strong>dos</strong> limpos e arruma<strong>dos</strong>.<br />
Numa oficina de pneus com muito movimento, uma boa máquina de montar pneus, com uma<br />
correta manutenção, deve durar, pelo menos, cinco anos. Uma máquina de equilibrar rodas, nas<br />
mesmas condições, pode durar até sete anos. No máximo, as máquinas de desmontar podem<br />
durar sete anos e as máquinas de equilibrar mais ou menos 10 anos. A partir desse momento, as<br />
máquinas começam a ter desgastes estruturais e ficam, tecnicamente, desatualizadas, devendo<br />
ser substituídas. Além da duração do equipamento, a sua correta e regular manutenção defende<br />
ainda outro valor mais importante da empresa: a sua equipa de colaboradores.<br />
w USAR SEMPRE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO<br />
Os operadores não são super-homens, mesmo<br />
quando, por vezes, julgam sê-lo. Óculos de<br />
segurança, fato de trabalho em tecido resistente,<br />
calçado de segurança (com biqueiras<br />
metálicas), luvas e protetores auriculares<br />
(quando o nível de ruído é intenso e contínuo),<br />
devem fazer parte do equipamento <strong>dos</strong><br />
profissionais e estar sempre à mão para serem<br />
utiliza<strong>dos</strong>. Roupa solta, acessórios pendentes e<br />
cabelo comprido solto são situações de risco,<br />
que devem ser, sistematicamente, evitadas.<br />
Ninguém deve estar em condições de ser<br />
apanhado pelas peças rotativas e móveis<br />
das máquinas, porque o efeito dessas situações<br />
pode sair caro. Além disso, movimentar<br />
pneus e rodas de peso elevado e, às vezes, já<br />
com bastante uso, sem ter as mão protegidas<br />
por luvas, pode, facilmente, gerar ferimentos,<br />
infeções e outros problemas.<br />
w VERIFICAR POSIÇÃO DO PNEU NA JANTE<br />
Deve constituir uma regra normal e obrigatória<br />
da oficina conferir as dimensões do pneu,<br />
antes de montá-lo, devendo corresponder<br />
rigorosamente à jante em que vai ser mon-<br />
tado. Se houver um lado obrigatoriamente<br />
para fora e sentido de rotação, o operador<br />
também deve conferir esses detalhes antes de<br />
montar a roda. Se as dimensões do pneu não<br />
corresponderem perfeitamente às da jante,<br />
problemas graves podem ocorrer ao encher<br />
o pneu com ar comprimido, com risco de ferimentos<br />
para operadores e outras pessoas<br />
presentes no local. Essas situações podem<br />
ocorrer facilmente, porque nem sempre é<br />
o operador da máquina de montar o pneu<br />
que vai buscá-lo ao armazém. Assim sendo,<br />
impõem-se procedimentos de controlo sistemáticos<br />
por parte de quem monta os pneus.<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 59
Técnica<br />
Montar pneus em segurança<br />
w VERIFICAR A JANTE CUIDADOSAMENTE<br />
Ao desmontar e montar pneus, as jantes devem<br />
ser, rigorosamente, inspecionadas, porque<br />
há muitos defeitos graves que passam<br />
despercebi<strong>dos</strong> a uma rápida inspeção visual.<br />
Entre estes, estão as deformações impercetíveis<br />
visualmente, a oxidação em pontos menos<br />
visíveis e as fendas ou rachas. Em certos<br />
casos, os operadores podem cair na tentação<br />
de dar pressão excessiva (acima de 40 psi)<br />
a um pneu que não assenta à primeira vez<br />
numa jante defeituosa, podendo provocar<br />
um acidente. É um procedimento básico<br />
de segurança reparar ou substituir todas as<br />
jantes com danos ou anomalias, sendo, além<br />
disso, um fator adicional de faturação para o<br />
negócio e um serviço de valor acrescentado<br />
para o cliente.<br />
w POSIÇÃO DO CORPO AO MONTAR<br />
O operador deve afastar os de<strong>dos</strong> da zona<br />
Verificar e afinar as máquinas<br />
w w As máquinas de montar e equilibrar<br />
pneus devem estar protegidas por programas<br />
de verificações e operações de manutenção<br />
regulares, de forma a poderem dar<br />
o máximo rendimento em qualquer oportunidade.<br />
As empresas fornecedoras de<br />
equipamentos, por vezes, encarregam-se<br />
desses serviços, o que poderá trazer vantagem<br />
para o negócio. De qualquer modo, os<br />
operadores que trabalham com as máquinas<br />
devem ter acesso a formação que permita<br />
saber como verificar, afinar e efetuar<br />
a correta manutenção das máquinas com<br />
as quais estão em permanente contacto, a<br />
fim de poderem detetar anomalias em fase<br />
inicial e de poderem evitar avarias e riscos<br />
para si próprios. É da máxima importância<br />
que não surjam problemas e surpresas<br />
durante a montagem do pneu, não só para<br />
evitar danos no pneu, como para prevenir<br />
perdas de tempo e demoras para o condutor<br />
do veículo. No caso de haver etiquetas<br />
com instruções de uso e avisos de segurança<br />
na própria máquina, estas devem<br />
estar bem limpas e perfeitamente visíveis.<br />
Por outro lado, os operadores não devem<br />
tentar forçar as máquinas a “darem mais”<br />
do que aquilo que as suas características<br />
permitem, uma vez que o funcionamento<br />
<strong>dos</strong> equipamentos e os seus ritmos estão<br />
estuda<strong>dos</strong> para garantirem a segurança e<br />
evitarem danos.<br />
de assento do pneu ao efetuar a montagem<br />
deste, para evitar ferir-se nos de<strong>dos</strong>. Um <strong>dos</strong><br />
perigos é o dedo ficar entalado entre o talão<br />
do pneu e o aro da jante. Aliás, os operadores<br />
não deveriam aproximar nenhuma parte do<br />
seu corpo do conjunto pneu/jante durante o<br />
processo de enchimento à pressão. Existem<br />
máquinas de montar/desmontar pneus que<br />
dispõem de uma proteção (opcional) para o<br />
operador se colocar atrás dela.<br />
w NÃO ALIVIAR OS TALÕES COM AR NO PNEU<br />
Esta situação é prejudicial, principalmente<br />
para a máquina, devido aos movimentos e<br />
forças contrárias que provoca, mas um estouro<br />
de ar inesperado pode fazer saltar a roda e<br />
magoar o operador de serviço. Também não<br />
é recomendável fumar ao desmontar pneus,<br />
Equipamentos<br />
de proteção sempre<br />
w w Os operadores devem usar os elementos<br />
de proteção pessoal recomenda<strong>dos</strong><br />
legalmente, como é o caso de óculos de<br />
segurança, fatos de trabalho adequa<strong>dos</strong> e<br />
calçado com biqueira de aço. Assim como<br />
luvas profissionais e capacete de proteção<br />
sempre que for aconselhável. O argumento<br />
de que os equipamentos de proteção<br />
pessoal prejudicam o rendimento<br />
do trabalho é totalmente despropositado,<br />
porque os poucos minutos que um trabalhador<br />
pode ganhar por dia ao trabalhar<br />
“livre”, podem transformar-se facilmente<br />
em meses de baixa médica, com to<strong>dos</strong> os<br />
inconvenientes e prejuízos daí resultantes.<br />
Ninguém sabe ao certo quando um<br />
pneu pode rebentar, cair ou sair disparado<br />
de uma máquina em movimento. Além<br />
disso, os operadores não devem ter objetos<br />
pendentes na roupa nem estar com esta<br />
desapertada, a fim de reduzirem o risco de<br />
serem “puxa<strong>dos</strong>” pelas máquinas. A utilização<br />
de material de proteção pessoal é,<br />
por isso, um <strong>dos</strong> critérios incontornáveis<br />
de certificação de qualidade e da imagem<br />
de eficiência e qualificação, que as empresas<br />
de hoje devem sempre procurar seja<br />
qual for a situação.<br />
60 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Nunca forçar a montagem<br />
w w Se o talão do pneu não vai ao sítio que<br />
lhe pertence, alguma coisa não está bem.<br />
Este é o princípio do qual devemos sempre<br />
partir. A solução correta consiste em esvaziar<br />
novamente o pneu, verificar outra vez<br />
o pneu e a jante ao milímetro, lubrificar<br />
os dois talões novamente para tentar uma<br />
nova montagem. Se ainda assim o pneu<br />
resistir à montagem, o passo seguinte é<br />
contactar o fabricante do pneu e, possivelmente,<br />
até a marca do veículo. Há sempre<br />
uma falha possível no controlo de qualidade<br />
e outro pneu da mesma medida pode<br />
ser montado com a maior das facilidades,<br />
como é normal.<br />
pois estes podem conter gases inflamáveis.<br />
Ninguém realmente sabe o que pode estar<br />
dentro de um pneu.<br />
w NÃO FORÇAR A MONTAGEM DO PNEU<br />
Se o talão não encaixar facilmente na jante, é<br />
arriscado forçar. É preferível esvaziar o pneu<br />
completamente, examinar atentamente o<br />
pneu e a jante e voltar a lubrificar os dois<br />
Jantes e pneus<br />
compatíveis<br />
w w Antes de montar o pneu, é indispensável<br />
confirmar as dimensões do pneu e<br />
da respetiva jante, para o caso de ter ocorrido<br />
algum lapso ou engano. Este procedimento<br />
de trabalho deve ser uma regra<br />
inviolável da empresa, porque falhas deste<br />
tipo podem provocar acidentes de maior<br />
ou menor gravidade, dependendo das<br />
circunstâncias. Um pneu menor do que<br />
a jante entra facilmente nesta, mas pode<br />
provocar um rebentamento de consequências<br />
imprevisíveis ao encher-se o pneu após<br />
a montagem. Por outro lado, o pessoal de<br />
armazém deve ter formação para interpretar<br />
rigorosamente os símbolos do pneu,<br />
designadamente as medidas e os códigos<br />
de velocidade e carga. Nenhuma empresa<br />
de pneus aceitará um pedido de indemnização<br />
se um pneu for mal escolhido e<br />
provocar um acidente rodoviário.<br />
la<strong>dos</strong> do pneu. Se mesmo assim o pneu não<br />
assentar facilmente na jante, depois de verificar<br />
que nada de anormal se passa, o melhor é<br />
contactar o fornecedor ou fabricante, porque<br />
se pode tratar de algum defeito de fabrico.<br />
w NUNCA RETIRAR A PROTEÇÃO DA MÁQUINA<br />
A proteção destas máquinas destina-se a proteger<br />
o operador e outros presentes, no caso<br />
da roda se desapertar enquanto está a girar.<br />
É, também, importante verificar se a roda está<br />
bem fixada no veio da máquina. Há sistemas<br />
manuais de aperto e sistemas automáticos<br />
de fixação, mas é sempre seguro verificar se<br />
a roda está realmente bem apertada.<br />
w UTILIZAR OS PESOS CERTOS<br />
Embora esta operação pareça inofensiva, há<br />
um risco elevado de alguém ser ferido, caso<br />
um peso se desprenda da roda durante o<br />
processo de equilibragem desta. Os pesos<br />
devem ser adequa<strong>dos</strong> à jante, devem ficar<br />
bem presos e o seu peso deve estar totalmente<br />
controlado. Uma vez mais, em nome<br />
da segurança e da eficácia.<br />
Manter o ritmo<br />
w w A oficina deve ter o serviço planificado<br />
de modo a que cada operação seja efetuada<br />
no tempo devido e com total segurança.<br />
Ao tentarem “recuperar” atrasos, os operadores<br />
podem ser leva<strong>dos</strong> a saltar etapas<br />
do trabalho e a falhar procedimentos de<br />
segurança, para tentarem economizar<br />
tempo. Apesar disso, os lucros em termos<br />
de tempo são mínimos e os riscos atingem<br />
pontos máximos, que, às vezes, provocam<br />
acidentes pessoais e danos no equipamento.<br />
Mais vale atender cinco clientes<br />
com toda a segurança do que seis fora de<br />
controlo. É mais rentável para a oficina e<br />
prolonga a vida e a saúde das pessoas.<br />
w DEVAGAR QUE TENHO PRESSA...<br />
Os operadores devem ter uma formação<br />
correta, para não tentarem saltar nenhum<br />
passo essencial do processo de montagem<br />
ou equilibragem de pneus, na tentativa de<br />
acelerarem o ritmo de trabalho. Por muito<br />
serviço que haja na oficina, cada trabalho deve<br />
ser feito com to<strong>dos</strong> os procedimentos recomenda<strong>dos</strong>,<br />
incluindo no plano da segurança.<br />
Além disso, as máquinas têm o seu próprio<br />
ritmo de trabalho e não adianta tentar fazê-<br />
-las andar mais depressa. É preferível investir<br />
antes em equipamentos com maior índice<br />
de produtividade e em organizar melhor os<br />
fluxos da oficina. ♦<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 61
Avaliação obrigatória<br />
Peugeot 308 GTi<br />
Diabo vermelho<br />
Com 270 cv extraí<strong>dos</strong> a partir do motor 1.6 THP, caixa manual de seis velocidades,<br />
diferencial Torsen, travões potentes, suspensão desportiva, direção acutilante e pneus<br />
Michelin Pilot Super Sport, de medida 235/35ZR19, o Peugeot 308 GTi é um autêntico<br />
diabo vermelho. A começar pela cor exterior que reveste a carroçaria de cinco portas<br />
Por: Bruno Castanheira<br />
Até à data, o GTi é o 308 mais potente<br />
jamais produzido em série. Fala-se<br />
de um tal 308 R HYbrid, com 500 cv,<br />
mas, por enquanto, não passa de concept. A<br />
par do RCZ R, modelo com o qual partilha,<br />
aliás, diversas soluções, o 308 GTi é desenvolvido<br />
pela Peugeot Sport. Em Portugal,<br />
este desportivo compacto de cinco portas<br />
dispõe de 270 cv, existindo, noutros merca<strong>dos</strong>,<br />
também uma variante de “apenas” 250<br />
cv. Com um elenco técnico de fazer inveja, o<br />
308 GTi tem uma mística especial.<br />
w COR DO DESEJO<br />
Uma das sete cores disponíveis para este<br />
desportivo é o vermelho “Ultimate” presente<br />
nesta unidade, que obriga ao dispêndio<br />
de uns adicionais €610. Vistoso sem ser<br />
espalhafatoso, o 308 GTi prima pela elegância.<br />
É certo que as lindíssimas jantes de<br />
19” escuras ajudam, mas as entradas de ar<br />
pretas, as molduras cromadas <strong>dos</strong> vidros, as<br />
capas pretas <strong>dos</strong> retrovisores, os vidros escureci<strong>dos</strong>,<br />
o defletor no topo do óculo posterior,<br />
o teto panorâmico (opcional que tem<br />
um preço promocional de €240, integrando<br />
a câmara de visão traseira) e o difusor tra-<br />
62 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Desportivo sem ser demasiado<br />
exuberante, o interior segue a filosofia do<br />
exterior. O posto de condução é ótimo e<br />
o botão Sport eleva a <strong>dos</strong>e de adrenalina<br />
seiro, que alberga as duas saídas de escape<br />
luzidias, são elementos que resultam muito<br />
bem. Depois, a iluminação de LED expressa<br />
o olhar felino do mais musculado <strong>dos</strong> 308.<br />
Abrindo uma das portas que garante um<br />
ótimo acesso ao interior, somos brinda<strong>dos</strong>,<br />
desde logo, por um ambiente acolhedor.<br />
Desportivo, claro, mas requintado também.<br />
Inserções em vermelho não faltam, sendo tal<br />
bem visível nas costuras <strong>dos</strong> bancos, volante,<br />
fole da caixa, tablier e painéis das portas,<br />
no punho da alavanca da caixa, nas agulhas<br />
<strong>dos</strong> mostradores e na marca vermelha que<br />
define o “ponto 0” do volante. Os pedais e<br />
punho da caixa em alumínio, a proliferação<br />
de croma<strong>dos</strong>, a base plana do volante de três<br />
raios e a inscrição Peugeot Sport existente<br />
nas soleiras das portas e nos bancos em pele<br />
e Alcântara, completam o visual aguerrido.<br />
Dotado de um posto de condução ótimo,<br />
o 308 GTi faz-se valer, também, de uma qualidade<br />
de construção francamente boa e de<br />
uma bagageira que cumpre os requisitos<br />
de uma utilização familiar. O nível de equipamento<br />
é recheado e a segurança situa-<br />
-se acima de qualquer suspeita. Quanto à<br />
habitabilidade, também merece nota mais,<br />
tal como o facto de o motor acordar sempre<br />
que se prime o botão cromado...<br />
w GARRAS AFIADAS<br />
Nada menos do que 270 cv extraí<strong>dos</strong> de<br />
um bloco de apenas 1,6 litros. Não existe<br />
no mundo outro motor de produção<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 63
Avaliação obrigatória<br />
Peugeot 308 GTi<br />
Michelin Pilot Super Sport<br />
Superlativo absoluto<br />
w Para um automóvel desportivo, um pneu super. O Peugeot 308 GTi que a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> testou vinha “calçado” com Michelin Pilot Super Sport,<br />
de medida 235/35ZR19 91Y XL em ambos os eixos. Das inúmeras tecnologias<br />
presentes, destacam-se três. Primeira: cinta de Twaron, que, a alta<br />
velocidade, garante maior estabilidade. Graças à sua tensão variável, a cinta<br />
contrai-se fortemente no centro da banda de rolamento em relação à zona<br />
<strong>dos</strong> ombros. Um maior controlo da força centrífuga e uma repartição mais<br />
homogénea das diferentes forças e tensões que se criam, são outras vantagens<br />
da cinta de Twaron. Segunda: tecnologia Bi-Compound. Consiste<br />
numa nova distribuição <strong>dos</strong> diferentes compostos entre as secções direita<br />
e esquerda da banda de rolamento. No lado exterior, está um composto<br />
de borracha inédito e um reforço de carbono proveniente diretamente da<br />
competição, que assegura uma resistência extrema em curvas apertadas.<br />
No lado interior, existe um composto de borracha de última geração, que<br />
proporciona grande aderência em piso molhado. Terceira: Variable Contact<br />
Patch 2.0. Em curva, a forma da superfície de contacto com o solo<br />
varia mas a quantidade de borracha em contacto com o solo não diminui.<br />
MOTOR<br />
Tipo<br />
4 cilindros em linha, transv., diant.<br />
Cilindrada (cc) 1598<br />
Diâmetro x curso (mm)<br />
77,0x85,8<br />
Taxa de compressão 9,2:1<br />
Potência máxima (cv/rpm) 270/6000<br />
Binário máximo (Nm/rpm) 330/1900-5500<br />
Distribuição<br />
2 v.e.c., 16 válvulas<br />
Alimentação<br />
injeção direta de gasolina<br />
Sobrealimentação<br />
turbo twin-scroll + intercooler<br />
TRANSMISSÃO<br />
Tração<br />
dianteira com ESP + diferencial<br />
Torsen<br />
Caixa de velocidades<br />
manual de 6+ma<br />
DIREÇÃO<br />
Tipo<br />
pinhão e cremalheira<br />
Assistência<br />
sim (elétrica)<br />
Diâmetro de viragem (m) 10,4<br />
TRAVÕES<br />
Dianteiros (ø mm) discos ventila<strong>dos</strong> (<strong>38</strong>0)<br />
Traseiros (ø mm) discos maciços (268)<br />
ABS<br />
sim, com REF+AFU<br />
SUSPENSÕES<br />
Dianteira<br />
McPherson<br />
Traseira<br />
eixo semi-rígido<br />
Barra estabilizadora frente/trás sim/não<br />
PERFORMANCES ANUNCIADAS<br />
Velocidade máxima (km/h) 250<br />
0-100 km/h (s) 6,0<br />
CONSUMOS (l/100 km)<br />
Extra-urbano/Combinado/Urbano 4,9/6,0/8,1<br />
Emissões de CO2 (g/km) 139<br />
Nível de emissões Euro 6<br />
DIMENSÕES, PESO E CAPACIDADES<br />
Comprimento/largura/altura (mm) 4253/1804/1446<br />
Distância entre eixos (mm) 2617<br />
Largura de vias frente/trás (mm) 1570/1554<br />
Capacidade do depósito (l) 53<br />
Capacidade da mala (l) 432<br />
Peso (kg) 1280<br />
Relação peso/potência (kg/cv) 4,7<br />
Jantes de série<br />
9Jx19”<br />
<strong>Pneus</strong> de série 235/35R19<br />
PNEUS DA UNIDADE TESTADA<br />
Michelin Pilot Super Sport<br />
235/35ZR19 91Y XL<br />
Imposto Único de Circulação (IUC) €153,83<br />
Preço (s/ despesas) €41.480<br />
unidade testada €42.330<br />
em série, nesta faixa de cilindrada, que ofereça<br />
tamanha potência. Com 168,75 cv/l,<br />
o 1.6 THP, que dispõe de injeção direta de<br />
gasolina, é sobrealimentado por um turbocompressor<br />
twin-scroll (dupla conduta)<br />
e dispõe de sistema start/stop. Equipado<br />
com caixa manual de seis relações, dotada<br />
de um comando rápido e preciso, o 308 GTi<br />
atinge velocidades proibitivas num ápice.<br />
É extremamente fácil, aliás, atingir os 250<br />
km/h. Igualmente interessante é o feedback<br />
proveniente da direção e, sobretudo, a estabilidade<br />
e motricidade demonstradas por<br />
este Peugeot, facto a que não são alheios os<br />
ótimos pneus que o equipam e o diferencial<br />
Torsen de escorregamento limitado. E premindo<br />
o botão “Sport”, tudo melhora...<br />
A suspensão desportiva controla muito<br />
bem os movimentos da carroçaria, mantendo<br />
uma réstia de conforto, os travões<br />
primam pela eficácia e a sonoridade a partir<br />
de regimes intermédios torna-se viciante.<br />
Ao volante do 308 GTi, a diversão está sempre<br />
garantida. Tudo com a maior das facilidades.<br />
Ainda que, em bom rigor, importe<br />
mencionar que as entradas em curva a velocidades<br />
para lá do otimismo se paguem<br />
com um escorregamento de frente, situa-<br />
ção que quer o diferencial Torsen quer o<br />
controlo de estabilidade ajudam a minorar.<br />
Por tudo o que, atrás, foi mencionado, o<br />
308 GTi é, sem dúvida, um desportivo compacto<br />
de eleição. Mas tudo tem o seu preço.<br />
O dele é €41.480 (sem extras nem despesas).<br />
Mas não é o caso da unidade aqui presente,<br />
que, por dispor de pintura metalizada<br />
e teto panorâmico, custa uns adicionais<br />
€850 (€610 + €240). No entanto, há boas<br />
notícias: a Peugeot tem em curso uma promoção<br />
(com IVA) até dia 30 de junho para<br />
clientes particulares, que prevê, imagine-<br />
-se, €3.000 de desconto com retoma. ♦<br />
64 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
Em estrada<br />
Por: Bruno Castanheira<br />
DS 4 Crossback 2.0 BlueHDi Sport Chic<br />
Ares de SUV<br />
w Agora que a marca DS se emancipou da Citroën, o lançamento<br />
da variante Crossback do 4, vem dar brilho ao segmento <strong>dos</strong><br />
familiares compactos. Principalmente, nesta versão de topo, 2.0<br />
BlueHDi de 180 cv, que apenas está disponível com caixa automática<br />
de seis velocidades e nível de equipamento Sport Chic. E<br />
para elevar ainda mais a fasquia, a cor-de-laranja “Tourmaline”<br />
que reveste a carroçaria e as jantes de 18” escuras fazem desta a<br />
configuração ideal. Mas, primeiro, há que realçar o importante<br />
papel que desempenham as barras no tejadilho e as proteções<br />
das cavas das rodas, que demarcam o Crossback do DS 4 “normal”.<br />
Depois, as inserções pretas nas capas <strong>dos</strong> retrovisores, no<br />
para-choques dianteiro e no defletor traseiro contrastam com as<br />
molduras <strong>dos</strong> vidros cromadas. Não há nada, mas mesmo nada,<br />
que alterássemos no 4 Crossback. Equipado com um solícito<br />
motor common rail de 180 cv, bem explorado por intermédio<br />
de uma caixa automática de seis velocidades rápida, este DS<br />
oferece uma condução deveras interessante, ainda que o conforto<br />
pudesse ser melhor e que a suspensão pudesse controlar<br />
melhor o rolamento da carroçaria<br />
em curva. Mas o que<br />
gostámos menos foi mesmo<br />
da pega do volante, devido<br />
às suas arestas. Quanto ao<br />
preço, só não ultrapassa os<br />
€40.000 porque a marca está<br />
a atribuir €2.500 de oferta<br />
promocional.<br />
Peugeot 308 SW Style 1.2 PureTech<br />
Suavidade francesa<br />
w Para demonstrar que nem só de motores Diesel vive o segmento<br />
das carrinhas, a Peugeot lançou a 308 SW 1.2 PureTech de<br />
130 cv, aqui associada ao nível de equipamento Style. Equipada<br />
com sistema start/stop e caixa manual de seis velocidades, esta<br />
proposta francesa prima, essencialmente, pela suavidade. Desde<br />
logo, porque o motor de três cilindros a gasolina não emite as<br />
vibrações que, regra geral, se encontram nos motores a gasóleo.<br />
Aliás, ao ralenti, quase nem se dá por ele a trabalhar. Depois,<br />
porque ao dispor de jantes de 16” e suspensão mais “macia”, as<br />
oscilações incómodas em mau piso passam, muitas vezes, despercebidas.<br />
Visualmente, ainda que não ostente alguns detalhes<br />
das versões mais musculadas, a 308 SW consegue ser elegante e<br />
chamar a atenção. No interior, sóbrio, o equipamento proposto<br />
é convincente, o espaço para ocupantes e bagagem é de bom<br />
nível e a qualidade é francamente convincente. A única crítica<br />
que fazemos é ao volante. Tem uma pega ótima, é certo, mas o<br />
facto de ser invulgarmente pequeno, obstrui, na nossa posição<br />
de condução, o topo <strong>dos</strong> mostradores<br />
do painel de instrumentos. Já<br />
no que ao desempenho dinâmico<br />
diz respeito, esta carrinha propõe<br />
prestações muito interessantes com<br />
consumos conti<strong>dos</strong>. O pisar sólido<br />
e a honestidade de todas as reações<br />
são outros pontos a favor.<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Motor<br />
4 cil. linha Diesel, transv., diant.<br />
Cilindrada (cc) 1997<br />
Potência máxima (cv/rpm) 180/3750<br />
Binário máximo (Nm/rpm) 400/2000<br />
Velocidade máxima (km/h) 205<br />
0-100 km/h (s) 8,6<br />
Consumo combinado (l/100 km) 4,4<br />
Emissões de CO2 (g/km) 115<br />
Preço €39.194<br />
IUC €191,62<br />
<strong>Pneus</strong> teste: Michelin Pilot Sport 3, 225/45R18 91V<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Motor<br />
3 cil. linha, transv., diant.<br />
Cilindrada (cc) 1199<br />
Potência máxima (cv/rpm) 130/5500<br />
Binário máximo (Nm/rpm) 230/1750<br />
Velocidade máxima (km/h) 205<br />
0-100 km/h (s) 10,0<br />
Consumo combinado (l/100 km) 4,6<br />
Emissões de CO2 (g/km) 109<br />
Preço €26.503<br />
IUC €91,36<br />
<strong>Pneus</strong> teste: Michelin Energy Saver, 205/55R16 91V<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 65
Em estrada<br />
VW up! Alive! 1.0 2p<br />
Homenagem<br />
ao festival<br />
w Conhecida que é a ligação da Volkswagen ao festival de música<br />
NOS Alive (cuja edição de 2016 realiza-se no início do próximo<br />
mês de julho), o lançamento do citadino up! Alive! surge nesta<br />
edição como que em jeito de despedida, uma vez que a marca<br />
alemã já divulgou o upgrade feito neste modelo, que, brevemente<br />
(setembro), chegará a Portugal. Por fora, apenas o discreto logótipo<br />
colocado no óculo traseiro assinala a única diferença deste<br />
up! Alive! Que está, de resto, bem vivo. Ainda que a cor branca<br />
não aqueça nem arrefeça, as linhas da carroçaria são atraentes.<br />
Mas melhor, mesmo, é o conteúdo. Graças ao posto de condução<br />
correto, à boa qualidade geral, ao equipamento proposto de série<br />
e, imagine-se, ao espaço interior. É que apesar de ser pequeno, o<br />
up! oferece uma habitabilidade bastante razoável para ocupantes<br />
e bagagem. E, depois, evidencia um desempenho dinâmico bastante<br />
salutar. Ainda que o motor a gasolina 1.0 de 75 cv, dotado<br />
de tecnologia BlueMotion, se revele algo curto, as prestações até<br />
nem são nada de desprezar, sobretudo em estrada, onde é fácil<br />
levar este citadino a atingir velocidades proibidas pelo Código da<br />
Estrada. Tudo com consumos comedi<strong>dos</strong>. Na carroçaria de duas<br />
portas, o up! Alive! custa (ou, melhor, custava, uma vez que já não<br />
se encontra à venda, até porque as<br />
30 unidades já encontraram dono),<br />
€13.015. Valor que era, no fundo,<br />
diminuto. Como as suas dimensões.<br />
Renault Clio GT Line TCe<br />
Desportivo, mas pouco<br />
w Quem pretender mais do que um Clio “normal” mas não conseguir<br />
(ou quiser...) chegar ao exclusivo R.S., a Renault tem a<br />
solução. Responde pelo nome de GT Line e está equipado com o<br />
motor tricilíndrico a gasolina de 90 cv, designado TCe e comercializado<br />
sob a assinatura eco2. Ainda que de desportivo tenha<br />
pouco mais do que o visual (as jantes são de “apenas” 16”...), esta<br />
versão convence, essencialmente, pelo preço a que é proposta,<br />
situando-se abaixo <strong>dos</strong> €20.000. E devido ao facto de o motor ter<br />
uma cilindrada de 898 cc e de anunciar emissões de CO2 de 105 g/<br />
km, o Clio GT Line TCe posiciona-se nos escalões mais baixos no<br />
que diz respeito ao cálculo de IUC. Outra boa notícia, portanto.<br />
Agora, vamos às menos positivas. As prestações, que deixam algo<br />
a desejar. Além disso, só com muita contenção se conseguirão<br />
fazer os consumos anuncia<strong>dos</strong> pela marca. A condução propriamente<br />
dita beneficia do facto de a direção ser comunicativa e do<br />
chassis reagir bem às transferências de massa. Depois, os travões<br />
cumprem bem a sua missão e o comando caixa até é agradável<br />
de utilizar. Mas para um modelo que pretende assumir-se como<br />
um desportivo (a suspensão<br />
até tem um amortecimento<br />
durinho..), os pneus<br />
escolhi<strong>dos</strong> não deixam de<br />
causar alguma estupefação.<br />
Não está em causa a<br />
sua qualidade. Apenas a<br />
vocação.<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Motor<br />
3 cil. linha, transv., diant.<br />
Cilindrada (cc) 999<br />
Potência máxima (cv/rpm) 75/6200<br />
Binário máximo (Nm/rpm) 95/3000-4300<br />
Velocidade máxima (km/h) 171<br />
0-100 km/h (s) 13,2<br />
Consumo combinado (l/100 km) 4,6<br />
Emissões de CO2 (g/km) 106<br />
Preço €13.015<br />
IUC €91,36<br />
<strong>Pneus</strong> teste: Bridgestone Ecopia EP25, 175/65R14 82T<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Motor<br />
3 cil. linha, transv., diant.<br />
Cilindrada (cc) 898<br />
Potência máxima (cv/rpm) 90/5250<br />
Binário máximo (Nm/rpm) 140/2500<br />
Velocidade máxima (km/h) 182<br />
0-100 km/h (s) 12,2<br />
Consumo combinado (l/100 km) 4,7<br />
Emissões de CO2 (g/km) 105<br />
Preço €17.280<br />
IUC €91,36<br />
<strong>Pneus</strong> teste: Continental ContiEcoContact 5, 195/55R16 87H<br />
66 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2016
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