Aviacao e Mercado - Revista - 1
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Agosto 2016
Edição 01
aviacaoemercado.com.br
P
A
Foto de divulgação do
Parque Tecnológico de São José dos Campos
A cidade de São José dos
Campos é reconhecida por
sua importância na
indústria aeroespacial e
por abrigar um dos principais
polos de alta tecnologia
do país. O parque foi
construído para estimular
o desenvolvimento tecnológico
do município
paulista, e sua estrutura
vem sendo ampliada ao
longo dos anos. Nela estão
algumas das maiores
indústrias dos setores
aeroespacial, telecomunicação
e automotivo do
Brasil. É sede de alguns dos
mais importantes institutos
de pesquisa e desenvolvimento
do país, como
o Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA), o Instituto
Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), Instituto
de Pesquisas e Tecnológicas
(IPT), Centro Nacional
de Monitoramento e
Alerta de Desastres Naturais
(Cemaden) e universidades
públicas e privadas.
O parque é o único no
mundo em que reúne
atividades das três maiores
fabricantes mundiais de
aviões: Boeing, Airbus e
Embraer. O Parque Tecnológico
São José dos
Campos e o Centro para a
Competitividade e
Inovação do Cone Leste
Paulista (Cecompi) recentemente
tornaram-se uma
única organização. Com
essa união, o Vale do Paraíba
passa a abrigar o maior
complexo de inovação,
tecnologia e empreendedorismo
do Brasil, com um
total de 304 empresas e 6
instituições de ensino e
pesquisa.
A Embraer é uma das principais
empresas instaladas no
parque. Empresa brasileira e
uma das maiores empresas
aeroespaciais do mundo,
com mais de 45 anos de
existência. Atua no desenvolvimento,
fabricação, venda
e suporte pós-venda de
aeronaves para os segmentos
de aviação comercial, aviação
executiva, além de oferecer
soluções integradas para
defesa, segurança e sistemas.
”O polo científico e tecnológico
desenvolvido no
Vale do Paraíba é sinônimo
de inovação e de orgulho
para o País. Hoje a região
concentra um conglomerado
significativo de instituições
de ensino superior
públicos e privados, instituições
de pesquisa, além
de empresas de tecnologia
de ponta, dois parques
tecnológicos e uma ampla
cadeia de empresas fornecedoras
do setor aeroespacial.
Com toda essa massa crítica,
o Vale é reconhecido no
Brasil e no exterior pela
excelência na formação de
recursos humanos altamente
qualificados e pelos
produtos que sua indústria
desenvolve.
Talvez nem todos saibam,
mas isso tudo só foi possível
graças a um projeto de
estado de longo prazo
voltado para a busca pelo
conhecimento e inovação
que começou nos anos 40 e
que culminou na criação de
uma indústria aeroespacial
duas décadas depois. Tudo
começou com a criação de
uma escola para formação
de engenheiros aeronáuticos
- o Instituto Tecnológico
da Aeronáutica (ITA) e de
um centro para desenvolvimento
de pesquisas - o
Centro Tecnológico da
Aeronáutica (CTA), hoje
Departamento de Ciência
e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA). Esses engenheiros
formados pelo ITA desenvolveram
no CTA o projeto
que veio a ser o avião Bandeirante
. A Embraer foi
criada para produzir esse
avião em série.
Foram as proximidades
entre o meio acadêmico, a
pesquisa avançada e a
aplicação industrial que
criaram as bases para o
desenvolvimento da região,
uma fórmula de sucesso
que precisa ser sempre
cultivada.”
Assessoria de Imprensa da Embraer
02 Aviação & Mercado Aviação & Mercado
03
A empresa tem instalado
em São José dos Campos
o Centro Histórico Embraer,
criado para
preservar e incentivar o
reconhecimento da
memória da Indústria
Aeronáutica Brasileira e
dos mais de 40 anos de
história da Embraer.
O parque toma uma área
com cerca de 2.500 hectares
às margens da rodovia
Presidente Dutra, no km
138 na pista sentido Rio de
Janeiro. Sua estrutura
abrange centros de desenvolvimentos
nas áreas de
saúde, energia, aeronáutica,
tecnologia e saneamento
ambiental. São
mais de 300 empresas
vinculadas ao parque: 60
empresas residentes, 32
empresas incubadas, 6
instituições de ciência e
tecnologia, 120 empresas
associadas ao APL
Aeroespacial e Defesa, 66
associadas ao APL TIC Vale
e 30 microempresas nas
Galerias do Empreendedor.
Por definição, parque
tecnológico é uma concentração
geográfica de
empresas, instituições de
ensino, incubadoras de
negócios, centros de
pesquisa e laboratórios
que criam um ambiente
voltado para pesquisa,
desenvolvimento e
inovação tecnológicos.
Nesse ambiente, empresas,
universidades, centros de
pesquisa e investidores
geram benefícios
econômicos em comum e
para a comunidade.
Parques tecnológicos são
empreendimentos criados
e geridos com o objetivo
de promover pesquisa e
inovação na área tecnológica
e de estimular a
cooperação entre instituições
de pesquisas, universidades
e empresas. Para
alcançar esses objetivos, o
parque deve estimular e
gerenciar o fluxo de conhecimento
e tecnologia
entre as universidades,
empresas e seus mercados.
Fábrica da Embraer no Parque Tecnológico de São José dos Campos
04 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 05
A empresa tem instalado
em São José dos Campos,
o Centro Histórico Embraer,
criado para preservar
e incentivar o reconhecimento
da memória da
Indústria Aeronáutica
Brasileira e dos mais de 40
anos de história da Embraer.
O parque toma uma área
com cerca de 2.500 hectares
às margens da rodovia
Presidente Dutra, no km
138 ( São Paulo para Rio
de Janeiro). Sua estrutura
abrange centros de desenvolvimentos
nas áreas de
saúde, energia, aeronáutica,
tecnologia e saneamento
ambiental. São
A ideia de parques tecnológicos
é mundial e foi
institucionalizada graças
ao apoio da Associação
Internacional de Parques
Tecnológicos (IASP), sediada
em Málaga, na Espanha.
O objetivo desses parques
é o de incrementar a riqueza
nas comunidades por
meio de parcerias envolvendo
o poder público, a
iniciativa privada e instituições
geradoras de conhecimento.
Assim, estimulam
a transferência de tecnologia
e a competitividade,
além de criar mecanismos
de incubação de empresas
inovadoras.
O exemplo mais conhecido
desses polos de desenvolvimento
é o Vale do
Silício, na Califórnia, EUA,
onde o conceito de parque
mais de 300 empresas
vinculadas ao parque: 60
empresas residentes, 32
empresas incubadas, 6
instituições de ciência e
tecnologia, 120 empresas
associadas ao APL
Aeroespacial e Defesa, 66
associadas ao APL TIC Vale
e 30 microempresas nas
Galerias do Empreendedor.
Por definição, parque
tecnológico é uma concentração
geográfica de
empresas, instituições de
ensino, incubadoras de
negócios, centros de
pesquisa e laboratórios
que criam um ambiente
voltado para pesquisa,
desenvolvimento e
tecnológico alcançou
pleno sucesso e reconhecimento
mundial. É uma
região com determinada
vocação econômica ou
sociocultural que atrai
determinados perfis de
pessoas e de empresas e
essas, por sua vez, atraem
outras, gerando um crescimento
em cadeia.
No Brasil existem 94
parques tecnológicos,
situados em cidades do
interior em vários estados
da federação, atraindo
indústrias de alta tecnologia
e universidades. São
939 empresas em operação
e uma média de 237
empregos gerados. Dentre
os parques tecnológicos
brasileiros mais bem-sucedidos
há desde aqueles
Nesse ambiente, empresas,
universidades, centros de
pesquisa e investidores
geram benefícios
econômicos em comum e
para a comunidade.
Parques tecnológicos são
empreendimentos criados
e geridos com o objetivo
de promover pesquisa e
inovação na área tecnológica
e de estimular a
cooperação entre instituições
de pesquisas, universidades
e empresas. Para
alcançar esses objetivos o
parque deve estimular e
gerenciar o fluxo de conhecimento
e tecnologia
entre as universidades,
Foto de divulgação do
empresas e seus mercados.
Parque Tecnológico de São José dos Campos
voltados para a informática,
como os de Caxias do
Sul (RS), Recife (PE) e
Campina Grande (PB), até
aqueles voltados para
produtos e serviços de
biotecnologia, como o de
Lavras (MG), da agroindústria,
em Cascavel (PR) e
do setor de eletrônica,
robótica e aviação, como o
Parque Tecnológico de São
José dos Campos - SP.
As atividades dos parques
variam de acordo com a
vocação da cidade e região
em que estão instalados.
Um parque tecnológico
pode ser instalado em
uma cidade pequena e
envolver toda a região de
forma positiva, como o
parque minério de Itajubá,
cidade cercada por montanhas
que, entre outras,
tem entre suas principais vocações: TI, energia
e mecânica aeronáutica. Entre outras
grandes empresas nacionais e multinacionais
estão no parque a General Electric, empresa
presente em mais de 60 países e a Helibrás, a
única fabricante brasileira de aeronaves de
alto giro. Além de contribuir para a expansão
do parque de Itajubá por meio da fabricação,
a empresa realiza manutenção em helicópteros.
De acordo com Maurício de Pinho
Bitencourt, gerente da INCIT - Incubadora de
Empresas de Base Tecnológica de Itajubá,
dentro do plano de expansão do parque está
sendo construída uma pista de pouso com
1400m de extensão que servirá para, entre
outras atividades, testar as grandes aeronaves
da Helibrás. A previsão de conclusão da pista
é 2017 e será uma grande obra para Itajubá.
Além desses, há os parques que abrigam
dezenas de empresas e que, quase sempre,
estão agregados a incubadoras de base
tecnológica, como os ligados à Universidade
de São Paulo, à Universidade de
Campinas e à Universidade Federal de São
Carlos, dentre outras. O Brasil possui 384
incubadoras e 640 empresas incubadas,
509 empresas graduadas e 1.124 empresas
associadas. Há 934 postos de trabalho nas
empresas incubadas e associadas. Nas
empresas graduadas, a média de empregos
gerados é de 90. O faturamento das
empresas incubadas é de cerca de 266
milhões de reais. Empresas graduadas
faturam US$ 2 bilhões entre 2010 e 2013,
de acordo com a Anprotec e o MCTIC.
Um dos propósitos do Parque Tecnológico
de São José dos Campos é promover a
aproximação entre o ensino superior e o
empreendedorismo inovador. O parque
abriga, entre programas e projetos, 3
Incubadoras de Empresas, 4 Centros
Empresariais, 2 Arranjos Produtivos
Locais (APL), 5 Centros de Desenvolvimento
Tecnológico, 3 Laboratórios Multiusuários,
1 Escritório de Negócios, 6
universidades parceiras e 3 Galerias do
Empreendedor.
O parque possui contratos e convênios
para parcerias e subsídios com Finep, Apex,
ABDI, Sebrae, SDECTI/SP, BNDES. Além
disso, o parque tem acordos de cooperação
firmados com os clusters aeroespaciais do
Canadá, da Suécia, da Inglaterra, da Holanda,
além de dois parques tecnológicos e
instituições governamentais chinesas.
Igor Brandão, Coordenador de Projetos Setoriais da Apex explica o projeto Apex-Brasil e o parque.
“O projeto de promoção de exportações do setor aeronáutico entre a Apex-Brasil e o
Parque Tecnológico de São José dos Campos foi renovado por mais dois anos em
junho de 2016 e apoiará as empresas brasileiras do setor em participação em feiras
internacionais, missões comerciais, rodadas de negócios e estudos de mercado.
A crise financeira de 2008 teve impacto negativo na indústria aeronáutica mundial
e reverteu a histórica trajetória de expansão da indústria nacional, mas por outro
lado, fez com que as empresas buscassem novas alternativas de fornecimento e
nichos como mod ernização de aeronaves. Nesse contexto, o apoio de entes de
fomento é de extrema importância para a competitividade internacional das
empresas brasileiras. A exportação é fundamental para reduzir a dependência e
manter as empresas competitivas, inclusive no mercado local. As empresas que
fazem parte do projeto Aerospace Brazil entendem esse desafio e se inserem no objetivo
do projeto, que é o de diversificar mercados, aumentar o valor e a regularidade
das exportações e desenvolver redes colaborativas”.
Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) atua para promover
os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores
estratégicos da economia brasileira.
06 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 07
Os Centros de Desenvolvimento Tecnológico, Laboratórios Multiusuários e
Parque das Universidades. Esse ocupa uma área de 760 mil metros quadrados.
Nessa área já estão instalados o campus o da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) e o da Faculdade de Tecnologia (Fatec). Outras duas funcionam em
prédios da área do Parque - a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade
Camilo Castelo Branco (Unicastelo). Ao todo, essas instituições somam uma
comunidade de 5 mil pessoas, entre professores, alunos e pesquisadores que
circulam diariamente pelo local.
Ainda há as Incubadoras, que são prédios ou espaços em prédios, frequentemente
localizadas em universidades ou em suas imediações, cujas salas são alugadas a preços
acessíveis aos empreendedores devidamente selecionados, que desenvolvem projetos
inovadores. As incubadoras tecnológicas têm um sistema de gestão e de promoção de
sua atividade, no qual oferecem infraestrutura de apoio tecnológico e mercadológico
aos incubados durante um período de aproximadamente dois a três anos. É um
mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas
industriais ou de prestação de serviços, de base tecnológica ou de manufaturas
leves por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos
e gerenciais e que, além disso, facilitam e agilizam o processo de inovação
tecnológica nas micro e pequenas empresas.
08 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 07
A Incubadora de Negócios do parque tecnológico oferece a possibilidade de pré-incubação
em sistema de coworking, fase que antecede a constituição da empresa. O objetivo é abrigar
novos negócios que se destacam como inovadores e promissores no mercado. O
grande atrativo é o ambiente de negócios e a rede de colaboração proporcionada ao novo
empresário, transformando projetos e ideias em novas empresas e contribuindo para o
desenvolvimento econômico da região.
O parque tecnológico
também é responsável pela
gestão do Programa Municipal
de Incubadoras, do qual
participam a Incubadora de
Base Tecnológica Aeronáutica
(Incubaero), localizada no
Departamento de Ciência e
Tecnologia Aeroespacial
(DCTA) e a Incubadora Tecnológica
da Univap, que
funciona no campus dessa
universidade. O parque tem
a sua própria incubadora de
empresas e cuida de outras
duas externas, todas elas
vinculadas ao Programa
Municipal de Incubadoras de
São José dos Campos. No
total, são 32 empresas incubadas,
além das 30 empresas
que estão nas Galerias do
Empreendedor, programa
de natureza socioeconômica
realizado em alguns
bairros da periferia de São
José dos Campos.
Arranjo Produtivo Local
(APL) – Atualmente são dois
APL - ou clusters, em inglês
- que desenvolvem e coordenam
programas com
direcionamento na geração
de oportunidade para
novos negócios e na capacitação
de empresas para
estimular a competitividade,
a inovação e o crescimento
sustentável das
cadeias produtivas. São
eles: o APL TIC Vale - O
Arranjo Produtivo Local de
Tecnologia da Informação e
Comunicação (APL TIC Vale).
Foto de divulgação do Parque Tecnológico de São José dos Campos
Criado em 2011, hoje reúne
quase 70 empresas que
atuam no desenvolvimento
de hardwares, softwares e
serviços de TI, com foco em
varejo, cidades inteligentes
e indústria 4.0. Este APL
busca prover um ambiente
favorável ao desenvolvimento
tecnológico e de
processo contínuo alinhado
às práticas de mercado e
propiciar a capacitação
permanente para gestão de
produtos e serviços reconhecidos
como soluções de
classe mundial. Também
estimula a implantação de
melhores práticas em
gestão administrativa e de
pessoas para sustentar o
crescimento das empresas
associadas. Atualmente o APL realiza, nas
dependências do Parque Tecnológico, a RM
Vale TI - Feira de Tecnologia e Inovação.
Cluster Aeroespacial e de Defesa - Com
formato de Arranjo Produtivo Local (APL), foi
formado em 2009 e reúne cerca de 120
empresas do setor aeroespacial e defesa. Sua
empresa-âncora é a Embraer. Ao todo são 23
mil postos de trabalho e faturamento anual
de mais U$ 7 bilhões. As empresas, em sua
maioria, atuam em consultoria, engenharia,
serviços, indústria, manufatura, defesa e
segurança.
No Brazilian Aeroespace Cluster há empresas
de seis estados brasileiros. A maior parte
delas, (60%), porém, estão sediadas em São
José dos Campos (SP), algumas dentro do
próprio parque. O Brazilian Aeroespace Cluster
oferece muitos benefícios para as empresas
associadas, como participação em feiras
nacionais e internacionais, missões comerciais,
rodada de negócios e formação de
consórcios. E há programas visando a internacionalização,
a capacitação e a obtenção de
certificações. O Cluster é o executor do Projeto
Setorial Aeroespacial da Agência Brasileira
de Promoção de Exportações e Investimentos
(Apex) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI).
O Parque Tecnológico São José dos Campos,
além dos Centros Empresarias, possui 5
Centros de desenvolvimento Tecnológico
(CDT). Cada um deles conta com uma
empresa ou instituição âncora que apresenta
demandas tecnológicas a serem desenvolvidas
pelos demais integrantes do
respectivo CDT. Entre outros, há o Centro
de Desenvolvimento Tecnológico de
Aeronáutica (CDTA) com uma área de 6 mil
metros quadrados de instalações. Os projetos
desse centro são da área de integração
de sistemas complexos e desenvolvimento
de softwares embarcados.
Entre outras, fazem parte deste centro a
Embraer, o ITA (Instituto Tecnológico de
Aeronáutica ) e a Boeing Brasil.
O quarto Centro Empresarial está em fase de
construção e deve receber novas empresas
em 2017. Nos centros I e II estão empresas
de micro, pequeno e médio porte. No
Centro Empresarial III estão as empresas e
instituições de grande porte. O Centro
Empresarial IV já inclui uma instituição de
grande porte e está sendo preparado para
receber mais empresas. O parque oferece a
essas empresas espaço físico e infraestrutura
básica para abrigar suas instalações e pessoal.
Entre várias outras empresas que estão
instaladas nos centros empresariais estão:
AeroBras - Empresa com centro de serviços FLIR nível III de exclusividade para manutenção de
câmeras de imageamento térmico (infravermelho) no Brasil e na América Latina. Câmeras:
NavFLIR, SSII, SSIII, HD 380, U8500, U7500, BriteStar, SS 230HD, SeaFLIR. Manutenção de
aviônicos e homologações: FLIR, ANAC e Exército Brasileiro.
Aeroteste - Empresa de prestação de serviços aeronáuticos, especializada em soluções para
aviões, helicópteros e UAVs. Entre as suas atividades está a integração de sistemas, a instrumentação
embarcada, a telemetria, os ensaios em voo, a certificação de tipo e suplementar
de tipo, os treinamentos específicos de ensaios em voo e treinamentos a tripulação, além da
pesquisa e do desenvolvimento.
AirMod Engenharia, Consultoria e Serviços – Empresa especializada em engenharia e projeto,
consultoria e serviços aeronáuticos para aeronaves comerciais, executivas e de defesa. A
empresa oferece soluções em desenvolvimento de sistemas aeronáuticos, engenharia e
manutenção para a indústria da aviação.
10 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 11
AMX Tecnologia e Equipamentos - É uma empresa de base tecnológica dedicada ao
desenvolvimento de novas tecnologias para a movimentação (cargas, pessoas, etc.) e
fabricação de máquinas patenteadas para o transporte de cargas e pessoas.
Atech Negócios em Tecnologia - Empresa brasileira líder em sistemas complexos de
missão crítica e provedora de soluções integradas em defesa, segurança, tráfego aéreo e
aplicações civis, com atuação em projetos nacionais e internacionais, incluindo a concepção,
desenvolvimento, implantação e manutenção de sistemas de comando e controle,
cyberdefesa, simulação, gerenciamento do tráfego aéreo e sistemas embarcados.
Akaer - Empresa de soluções tecnológicas integradas com sede em São José dos Campos
especializada no desenvolvimento de aeroestruturas e gestão de projetos "Turn Key" para
o setor aeroespacial e de defesa. A empresa tem participação em programas aeroespaciais
importantes pelo mundo. Tem programas na aviação civil, executiva e militar. É uma das
maiores empresas brasileiras no desenvolvimento de estruturas aeroespaciais e conta com
mais de 310 colaboradores. Fundada em 1992, é especializada no fornecimento de
soluções tecnológicas em diferentes áreas de atuação, como aeroespacial, defesa e automotiva.
Atualmente a empresa participa de projetos como o do KC-390, avião cargueiro
militar produzido pela Embraer e do Gripen NG, programa desenvolvido com a empresa
sueca Saab, que fornecerá 36 aviões de combate para a FAB (Força Aérea Brasileira).
Foto de divulgação do Parque Tecnológico de São José dos Campos
12 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 07
grande diversidade de atividades realizadas em diferentes ambientes, permitindo a participação
de empresas de vários segmentos econômicos, como aeronáutico, espacial, saúde,
automotivo, dentre outros. Conta também com unidades de 6 instituições de ensino e pesquisa,
como a Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) e com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Os laboratórios do parque são
também utilizados pelas empresas em seus projetos de inovação. São três laboratórios: de
Estruturas Leves; de Simulação de Sistemas Críticos e de Desenvolvimento em Manufatura.
Foto de divulgação do Parque Tecnológico de São José dos Campos
O Parque Tecnológico de São José dos Campos é administrado pela APTSJ (Associação Parque
Tecnológico de São José dos Campos ) entidade responsável pela organização, desenvolvimento
e operação do parque. A associação é pessoa jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, político-partidários ou religiosos qualificada pelo poder público municipal como
organização social, com a qual firmou contrato de gestão. A APTSJC tem por objetivo promover
a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento tecnológico e dar suporte às atividades empresariais
voltadas para o conhecimento, sempre em benefício da coletividade. À associação cabe
a tarefa de administrar o ambiente com as funções de induzir, articular, regular e fiscalizar as
atividades implantadas no parque. O atual diretor geral do parque, pela 2ª vez nesse cargo, é
Marco Antonio Raupp, brasileiro, natural de Cachoeira do Sul-RS. É matemático, físico, ex-diretor
geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ex-presidente da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A criação dos parques tecnológicos e incubadoras,
inicialmente, aconteceu dentro
do Plano Nacional de Estímulos do
Ministério da Ciência e Tecnologia junto aos
governos locais e universidades, culminando
em parcerias de sucesso para o desenvolvimento
tecnológico da região e do país. O
Parque de São José dos Campos foi inaugurado
em 2009 e credenciado em 2010 pelo
Sistema Paulista de Parques Tecnológicos.
A expansão do parque é constante, na
velocidade das inovações tecnológicas.
Estão sendo construídos mais 1 centro
empresarial e 2 laboratórios, sendo 1 de
Compatibilidade e Interferência Eletromagnética
e outro de Manufatura Digital
e Prototipagem Virtual. Paralelamente o
parque se volta para a expansão imobiliária
e a instalação de novos estabelecimentos
de serviços para atender sua
população de 6 mil pessoas. Para isso a
administração está aberta a parcerias com
empresas dos setores potencialmente
interessados, como incorporadoras e
construtoras imobiliárias, estabelecimentos
bancários, restaurantes, lojas comerciais
e prestadores de serviços diversos.
Com seu consolidado sucesso e constante
ampliação, o parque se prepara para receber
novas empresas em 2017. Muitas empresas
renomadas e outras novatas têm
muito interesse em se instalar (instalação
por tempo predeterminado) no parque,
mas para conseguirem essa conquista
precisam se inscreverem no processo de
seleção que, entre outras exigências, terão
que apresentar o seu plano negócios. As
empresas podem ficar no parque pelo
período de 2 a 8 anos. Neste ano de 2016,
como teste e para facilitar a inscrição, o
parque mantém abertas as inscrições desde
o início do ano até dezembro.
As empresas instaladas no parque têm
isenção de IPTU, baixo custo de instalação e
muitas oportunidades para trocar informações
e experiências em um espaço que
respira inovação, tecnologia e empreendedorismo
com projeção nacional e internacional
e baixos custos de instalação. No
parque há instaladas desde pequenas
empresas nacionais de vários estados à
grandes multinacionais de destaque em
importantes cenários empresarias. As
empresas ao transformarem suas atividades
de pesquisa e projetos em produtos e
serviços, contribuem para o crescimento do
PIB da cidade e ampliam a geração de
empregos de elevada qualificação.
O parque também tem um centro para realização de vários tipos de eventos. Uma das
melhores opções para esse tipo de atividade na região do Vale do Paraíba. Com espaços
diferenciados, o local possibilita a realização de diferentes formatos de eventos, tanto
empresariais como sociais. Conta com uma estrutura privilegiada e única na região para
a realização de workshops, seminários, congressos, treinamentos, lançamento de produtos,
entre outros. Esse amplo centro conta com 4 auditórios, 3 salas multiuso, pátio
externo com aproximadamente 2.500 m², que pode ser utilizado como anexo ao evento
ou estacionamento, hall com 650 m², heliponto e estacionamento para até 830 vagas
para veículos, inclusive ônibus.
Parte do sucesso do parque tecnológico de São José dos Campos é por ele reunir uma
Foto de divulgação do Parque Tecnológico de São José dos Campos
14 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 15
O Parque Tecnológico de São José dos Campos é considerado uma referência nacional e
internacional e serve de inspiração para os projetos de cidades tecnológicas no Brasil e na
América do Sul, como para o Equador, cujo presidente atual, Rafael Correa, fez em 2014 uma
visita às instalações desse símbolo do desenvolvimento tecnológico paulista que é um dos
orgulhos nacionais.
A Helibras reconhece a importância do parque de São José dos Campos.
“O desenvolvimento de uma indústria de helicópteros como a Helibras
depende, necessariamente, de uma cadeia de fornecedores
robusta e dedicada a atender esse mercado tão peculiar e altamente
tecnológico.
Por isso, o polo aeronáutico de São José dos Campos é de extrema
importância para os nossos projetos que já contam com o apoio de
muitas empresas instaladas na região. O amadurecimento e as
inovações implantadas por essas empresas, seja no atendimento a
demandas ou na criação de projetos próprios, as qualificam para
alçar voos maiores e tornarem-se referência, não só para os nossos
produtos, mas para atenderem também a outros fabricantes do
mercado internacional que procuram constantemente novos parceiros
fora dos seus países. Além disso, há o fomento da formação
de profissionais especializados em engenharia aeronáutica pelas
escolas técnicas, localizadas na região”.
Palavras do atual presidente da Helibras Richard Marelli.
Foto de Divulgação do Parque Tecnológico de São José dos Campos
Presidente da Helibras Richard Marelli
Os parques tecnológicos são investimentos para médio e longo prazo. O seu sucesso pode
transformar uma cidade em uma tecnópolis do futuro que contribuirá para o grande desenvolvimento,
riqueza e qualidade de vida na cidade e na região em que se encontram.
10 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 11
Famosos no seu tempo pelas
muitas conquistas em corridas
aéreas e relembrados
em nosso tempo por um
personagem da animação
Aviões 1 (lançado em 2013,
após 7 anos de trabalho, e
dirigido pelo americano Klay
Hall que também é piloto e
sempre foi apaixonado por
aviões) do Disney Toon
Studios, os Gee Bees são
clássicos da aviação desportiva
que ainda despertam
Gee Bee Modelo R Super Sportster
atenção. A Disney relembrou a
magia desses aviões criando
na animação Aviões o
personagem El Chupacabra
(El Chu), inspirado totalmente
no americano Gee Bee R1 e
em lendas do México e de
toda América latina dos anos
de 1990, quando um misterioso
e polêmico chupacabra,
animal ou ser estranho que
sugava sangue dos animais
domésticos na área rural de
vários países.
Personagem El Chupacabra (Chu) da animação
Aviões, inspirado no Gee Bee Modelo R Super Sportster
O carismático, espalhafatoso e
galante El Chu, como o Gee Bee
original, chama a atenção por
onde passa, porém, com as cores
mexicanas (verde, branco e
vermelho), máscara e capa de
super herói. Ele é um dos amigos
do protagonista da animação, o
Dusty, um avião pulverizador
que tem medo de altura, mas
sonha em ser avião de corrida.
Ele prova que quando se quer,
pode se ir para além do que fora
construído. Toda a paixão e
dramatismo que Chu usa em
suas conquistas são também
características que o descrevem
como um grande corredor de
longas distâncias, um grande
campeão como os Gee Bees dos
Irmãos Granville, criados há
mais de 80 anos e que ainda
encantam os loucos por aviação
pelo planeta. Os lendários e
prodigiosos Gee Bees continuam
um ícone da aviação mundial
com algumas réplicas colorindo
os céus em momentos especiais
e expostos em museus.
O Gee Bee modelo Super Sportster R1 é um avião
desenhado e produzido pela americana
Granville Brothers Aircraft, sediada no aeroporto
de Springfield, Massachusetts. Esse modelo foi
construído especialmente para a corrida Thompson
Trophy de 1932. Os irmãos Granville: Zantford,
Thomas, Robert, Mark e Edward produziram
um total de 24 aeronaves, sendo quase todas
para competição. Os modelos mais conhecidos e
vitoriosos são os Gee Bee Super Sportster R1 e
R2, que representam o sucesso das criações dos
Granville na época que foi o auge das corridas
aéreas. A empresa ficou em atividade por pouco
tempo, de 1929 a 1934, mas suas criações fazem
sucesso até hoje pelos inusitados modelos em
forma de lagrima, robustos, motor gigantesco,
asas e cauda super reduzidas, além do grafismo
chamativo e elegante.
Os fantásticos Gee Bees voaram por pouco
tempo, mas entraram para a história da aviação,
lembrados pelos inúmeros acidentes que levaram
a maioria das aeronaves a perdas totais (existem
somente duas aeronaves originais), e alguns
pilotos à morte, mas principalmente por suas
muitas vitórias em dois tipos de corridas
comuns da época, sendo a corrida de pilão,
circuito fechado, e o cross, corrida de longa
distância. O Super Sportster R1 foi um grande
campeão nascido especialmente e unicamente
para o cross, corridas que podem durar por vários
dias. Nos anos 30 os instrumentos usados na
navegação aérea e na previsão do tempo eram
precários, o que levava os pilotos, entre outros
imprevistos, a encararem drásticas mudanças do
tempo e a correm altos riscos durante os voos.
Quem vencia ou terminava bem aprova já era
considerado herói. A primeira grande vitória
deste poderoso, robusto e veloz aviãozinho foi
em uma corrida em Cleveland, em 1932, ano em
que foi construído. O R1 com o seu motor Pratt &
Whitney R1340 'Wasp' de 800 cv lhe permitia
chegar à velocidade de 476 km/h. Com toda essa
velocidade, ele sumia fácil no horizonte, deixando
os concorrentes comendo “poeira”. Quando essa
abelhinha decolava a vitória era certa.
O R1 fez justiça ao título que recebeu quando foi
construído, momento em que foi chamado de "o
avião licenciado mais rápido e mais manobrável e
potente já construído nos Estados Unidos". Ele
manteve esse nome até ganhar o aclamado cross
Foto de divulgação do longa de animação Aviões I da Disney
de 1932 com o piloto Jimmy Doolittle e estabelecer
um novo recorde de velocidade mundial
em monomotor de 476 km/h.
Os irmãos Granville, grandes entusiastas da
aviação desportiva, criaram uma empresa especializada
em aeronaves de corrida. Mas foi em um
momento economicamente ruim, época da
Grande Depressão Americana de 29. Apesar
disso, as corridas aéreas estavam em ebulição e os
prêmios e a publicidade eram altos. Assim os
Granville criaram aviões específicos para essas
grandes competições. As aeronaves tinham que
ser rápidas, manobráveis e baratas. Para conseguirem
isso, eles usaram o motor mais potente
disponível e a menor estrutura possível. O resultado
foi uma série de aviões pequenos e extremamente
compactos, super sensíveis na pilotagem e
design diferenciado para a época e até para os
padrões atuais. O material da fuselagem era
madeira e nas pequenas asas havia madeira
revestida com tecido usado em balões. Para
chegarem a esse modelo, eles fizeram inúmeros
testes em túneis de vento para testar a eficiência
e segurança da aeronave.
18 Aviação & Mercado
Aviação & Mercado 19
A história dos Granville começou quando, ao 19 anos, Zantford
(Granny) Granville deixou a pequena cidade de Madison, New
Hampshire, para a cidade grande e conseguiu um emprego
como mecânico de concessionária de carros em Boston. Pouco
tempo depois ele conseguiu montar o seu próprio negócio, no
qual em seu tempo livre trabalhava com manutenção de
aeronaves e também em um projeto de construção de um
avião, além de fazer aulas de voo. Em 1924 o seu irmão Thomas
se juntou a ele, ajudando-o com o trabalho na concessionária
para que ele tivesse mais tempo para se de dedicar aos aviões.
Ele alugou o primeiro andar de um edifício perto do aeroporto e
lá começou seu próprio negócio de reparação de avião. Com
seu negócio prosperando, seu irmão Edward se juntou a eles em
1927 e os seus irmãos Robert e Mark em 1928.
Mas Zantford estava insatisfeito com a primeira aeronave que
estava sendo projetada e construída, então ele fez um novo
projeto, o de um biplano esportivo, com 60 hp motor Veil M-5,
com o trem de pouso projetado de modo que, em caso de um
pouso forçado, a aeronave não sofresse graves danos na estrutura.
O voo de teste desta primeira aeronave, chamada de
modelo A ou Granny, foi em uma noite de segunda, em maio. O
teste noturno foi para que, no caso de algo sair errado, não
tivesse ninguém vendo para criticar o projeto. Mas Zantford
realizou um voo perfeito. Com o sucesso desse voo teste,
Zantford decidiu que ele e seus irmãos começariam seu próprio
negócio na fabricação de aeronaves, com a produção do biplano.
Assim passou a tentar obter apoio financeiro para produzir a
aeronave. Zantford escreveu muitas cartas para vários
empresários em busca de apoio financeiro e umza instalação
adequada para a fabricação do novo avião. Mas não apareceram
interessados. Então ele decidiu voar com o seu biplano para o
aeroporto de Springfield, onde esperava ser visto por pessoas
interessadas. Deu certo! Lá a sua aeronave atraiu muita
Gee Bee Modelo R Super Sportster
O Gee Bee Modelo R Super Sportster
O Gee Bee Modelo R Super Sportster
atenção. Proprietários de uma
grande empresa de sorvete e do
aeroporto de Springfield ficaram
interessados, como George e
Harry Tait. Depois de longas
negociações com os irmãos
Granville, os ricos irmãos Tait
concordaram em apoiar a nova
empresa. Um contrato foi assinado
entre os irmãos Tait e Zantford
Granville durante a primeira
semana de julho em 1929.
Além do contrato inicial para a
fabricação de uma aeroanve,
Harry Tait decidiram também
patrocinar a criação da empresa
Granville Brothers Airgraft com
um capital de 25 mil dólares para
a construção dos aviões e para a
realização do trabalho de
manutenção necessária em
outras aeronaves de Massachusetts.
Para isso, três engenheiros
foram contratados e, estranhamente,
todos eles tinham o mesmo
primeiro nome: Robert Hall,
Robert Dexter e Robert Ayer. Os
engenheiros que realizaram
alterações no novo projeto Gee
Bee excluíram os flaps, ampliaram
a cabine ligeiramente e
realizaram outras melhorias, a
fim de obterem a licença
O Gee Bee Modelo R Super Sportster
O Gee Bee Modelo R Super Sportster
necessária para a aeronave voar. Três aviões foram
construídos no final de 1929, depois que o irmão Tom
Granville juntou-se à empresa. Agora, todos os cinco
irmãos estavam juntos. As três aeronaves construídas
foram apresentadas em várias expedições aéreas ao
redor do país para ajudar nas vendas. A partir daí o
sucesso começou. O biplano Gee Bee foi designado o
modelo A, depois que recebeu seu certificado ATC e
foi o primeiro em uma linha de aviões desportivos
produzidos pela Granville. O modelo A foi projetado
e construído por Zantford Granville no Aeroporto de
Boston e tinha muitas características inovadoras,
como a de o piloto estar lado a lado com o passageiro
facilitando a conversação e um cockpit espaçoso
que permitia uso de vestes pesadas no inverno. O
Gee Bee A teve grandes superfícies de controle,
dando grande controle lateral e longitudinal. Tinha
uma asa alta escalonada para melhor visibilidade. O
motor de Kinner tinha um anel coletor Buhl que
cortava o ruído. No interior possuía assento
confortável, além de um grande compartimento de
bagagem com espaço para uma mala e um compartimento
de ferramentas separado. Nove destes
biplanos foram construídos, mas atualmente só
existem dois exemplares.
20 Aviação & Mercado
Aviação & Mercado 21
Mas os cinco Irmãos Granville (Zantford, Thomas, Robert, Mark e Edward) entraram para
história com os suas aeronaves de competição, a primeira construída foi em 1930, auge das
corridas aéreas nos Estados Unidos. O primeiro Racer foi o Gee Bee modelo-X construído para
um cross de Detroit para Los Angeles, o All Ameriacan Air Derby. Inicialmente o modelo X foi
chamado de "Dragonfly", como visto em algumas raras imagens da aeronave. Porém, pouco
antes do All American Air Derby, o nome foi alterado para Sportster e o monoplano repintado.
Os Granville chamavam as aeronaves de acento único de "Sportsters Júnior" e os duplos de
"Sportsters Seniores". O modelo-X usava motor de 110hp super charged Cirrus Hi Drive invertido,
tanque com capacidade de 40 litros de gasolina e 3 litros de óleo, velocidade máxima
de 140mph, velocidade de cruzeiro de 120mph e velocidade de pouso de 50mph. Envergadura
de 25 pés com uma área de 95 pés quadrados. E comprimento de 17 pés, 3 polegadas e
altura de 6 pés. Foi uma aeronave vencedora e imbatível nas competições por um tempo. Ela
inspirou os Granville, neste mesmo ano, a construírem as versões B, C, D e E exclusivas para
competição e acrobacias. Frequentemente se apresentavam em eventos aéreos, onde eram as
grandes atrações e encantavam o público com suas belas máquinas.
No ano seguinte, o Gee Bee Y foi projetado. Esse avião era para viagens e foi um dos maiores construído
pela Granville Brothers Aircraft. Tinha espaço para duas pessoas e apenas dois exemplares
foram fabricados. Um exemplar era o avião da empresa, usado pelos Granville e funcionários para
todo tipo de viagem, além de ter sido usado como aeronave de apoio para os pilotos mítica série R
dos Gee Bees. Outro avião foi vendido para um cliente, que fez alterações não permitidas no motor
(projetado para um máximo de 250 hp, mas que havia sido equipado com um novo motor de 450 hp
Wright Whirlwind), parabrisa, dentre outras alterações para participar de cross. Infelizmente em 1933
ao participar de uma competição esse avião sofreu um acidente fatal em Chicago. O acidente foi
histórico e começou a dar a injusta reputação de avião perigoso aos Gee Bees.
22 Aviação & Mercado
Aviação & Mercado 23
Ainda em 1931 os Granville
construíram o Gee Bee
modelo Super Sportster Z,
em época de crise, em
parceria com a Springfield
Air Racing Association
(SARA). O modelo foi um
grande sucesso, venceu
muitas competições importantes
faturando altas
premiações e gerando
muita popularidade para os
construtores. O Gee Bee Z
era equipado com um
motor radial turbo alimentado
por 535 cavalos e fuselagem
em gota de água, uma
estilo clássico dos Gee Bees,
para otimização aerodinâmica,
com prioridade na
Gee Bee Modelo R Super Sportster
velocidade.
Réplica Gee Bee R-21932. Fuselagem robusta, asas curtas e corpo de grande diâmetro
Depois de ter faturado
inúmeros prêmios os construtores
resolveram fazer alterações
no modelo Z para
conseguirem bater recorde
mundial de velocidade, o que
foi um fracasso. Com o novo
motor P&MR 1340 e várias
tentativas para ser o mais
veloz e de quase ter conseguido,
o Gee Bee Z, em 5 de
dezembro de 1931, teve
problemas e por suposta falha
no motor, durante a tentativa
de pouso, tocou o solo muito
rápido e bateu no muro, no
final da pista, matando o
piloto. Esse modelo foi
construído em 5 semanas e
pilotado por um período de
106 dias, a partir do início de
sua construção e seu fim
prematuro. Não existe mais esse
modelo, os que existem são
réplicas, uma delas construída
em 1978 que foi comprada
pela Disney Corporation e
usada no filme o Rocketeer de
1991. Atualmente essa
aeronave está em exibição em
um museu na cidade de Santa
Mônica. E essa réplica tem
dimensões maiores do que o
modelo original, mas uma
perfeita está exposta em um
museu na Flórida.
E finalmente em 1932, os
irmãos Granville criaram os
famosos Super Sportsters R1 e
R2, modelos muito semelhantes,
porém, destinados a
tipos competições diferentes. O
R1 destinava-se ao cross e o R2, com um
motor ainda mais potente e menor autonomia,
para as corridas de circuito fechado
(pilão), competições em que ambos foram
grandes campeões.
Os R1 e R2 foram muito bem construídos
após intensas pesquisas e os melhores
materiais foram usados. As tampas do
tanque de combustível passaram a ficar
dentro da fuselagem e o parabrisa foi
construído em 3 camadas vidro inquebrável.
Exceto pelo motor, a maior diferença entre as
duas aeronaves é que o R2 tinha dois
tanques de combustível de 302 litros, contra
um único tanque de 160 litros no R1. O R2
tinha um tanque de óleo 20 litros versus 18
litros no R-1. O R2 tinha uma roda fixa na
cauda, enquanto que o R1 tinha roda
orientável na cauda. O R2 também tinha
faróis aerodinâmicos nas asas e na cauda
para voos noturnos. O R1, apelidado pela
imprensa como "The Flying Silo", fez o seu
primeiro voo de teste em quase duas horas
de voo sem nenhum problema. Para a
temporada de competição de 1933 o R1 e o
R2 receberam outras melhorias de sucesso.
Nesse ano Amelia Earhart, ( Em 1935 se
tornaria a primeira piloto a fazer um voo solo
sobre o Pacífico e também lembrada no
filme “ Uma Noite no Museu2”), com o seu
Lockheed Vega vermelho estava em um cross
de 11 horas de duração competindo, entre
outros, com o R1, porém, nenhum dos dois
competidores tiveram sucesso, pois ambos
tiveram problemas com suas aeronaves e
perderam posições. Mas depois de muitas
vitórias, a participação dos R1 e R2 foi encerrada
por conta de acidentes que algumas
vezes destruíam só os aviões e em outras
vezes também eram fatais para os pilotos.
Os aviadores Granville, desapontados com
fim de suas estrelas racing, tentaram uma
ultima reação, criando um modelo híbrido
chamado "Long Tail Racer". Eles usaram o
motor "Hornet", a fuselagem do R1 e as asas
do R2. Este avião foi construído para as
competições de 1934. Era mais longo, teve
um bom desempenho no primeiro teste,
mas no segundo voo ele capotou na aterrissagem,
acertou uma cerca, ficou destruído e
por sorte o piloto não foi gravemente ferido.
Com fiasco deste último modelo a Granville
construído em 1930, auge das corridas aéreas nos Estados Unidos
Brothers Aircraft praticamente encerrou a
construção dos Gee Bees. Mas, como último ato de
resistência, os bravos irmãos Granville juntaram o
que sobrou dos R1e R2 e tentaram montar o que
seria o R3, também chamado de Internacional
Super Sportster ou Intestinal Fortitude para competir
em Chicago. Logo após esse avião ser montado,
em 1934, Zantford “Granny “ Granville sofreu
um acidente fatal a bordo do Gee Bee Super
Sportster E Senior, quando tentava pousar em uma
pista acidentalmente bloqueada por 2
trabalhadores e que, para evitar machucá-los,
tentou arremeter, mas não conseguiu e acabou
caindo. Morreu a caminho do hospital e o último
exemplar do modelo Y teve perda total. Após essa
fatalidade a empresa foi vendida, encerrando
oficial e definitivamente as atividades na aviação.
Os irmãos Granville, além de dotados para a
aeronáutica, foram muito bem auxiliados por
alguns dos melhores engenheiros da época e da
melhor tecnologia disponível nos seus aviões,
sempre com ênfase na velocidade, juntamente
com o uso de tecnologia e de conhecimento no
limiar do possível na época. Criaram máquinas
únicas, até com certa deformidade e muita beleza
tão próprios de quando a vontade e o sonho se
fundem com a realidade. A Disney, com sua magia,
levou um pouco da realidade para o mundo dos
sonhos da animação dando nova vida a alguns
clássicos inesquecíveis da aviação mundial, já que
todos os aviões do filme foram inspirados em
aviões reais do mundo da aviação, dando um
presente ás novas gerações, que podem conhecer
e se encantar com as antigas e heroicas máquinas
aéreas, como os fabulosos Gee Bees.
24 Aviação & Mercado
Aviação & Mercado 25
e Aline Tonello
Gee Ivor Bee Antônio Modelo Lorenset, R Super Sportster piloto e fundador
da Santafé Táxi Aéreo
Ivor Antônio Lorenset nunca
soube explicar de onde surgiu
o desejo de se tornar aviador,
já que ninguém na família
tinha vínculo com o ramo ou
sequer compartilhava o
sonho do empresário, que
havia surgido ainda na infância.
Técnico agrícola, ele
trabalhou com agropecuária
até abrir a própria empresa de
insumos. Quando achou que
tinha dinheiro suficiente, ele
comprou um avião e iniciou o
serviço de táxi aéreo na
cidade de Xanxerê, localizada
na região oeste de Santa
Catarina. Hoje, com o
empreendimento quase
completando 20 anos, Ivor
realiza o transporte aéreo do
governador e deputados de SC,
faz voos médicos e transporte
de cargas nos três estados do
Sul e para todo o Brasil.
Natural de Descanso-SC, Ivor
mudou-se para Xanxerê-SC em
1980. Lá, encontrou amigos que
dividiam a mesma paixão pela
aviação civil e decidiram lutar
pelo uso do Aeroporto Municipal
João Winckler, que havia
sido criado em 1968, mas que,
pela falta de uso, o espaço foi
tomado por favelas. O grupo
então conversou com a administração
da época, que remanejou
os moradores. Com a pista
liberada, o Clube de Aviação de Xanxerê foi
aberto. "A gente promovia shows aéreos,
paraquedismo, voos de acrobacias, voos
panorâmicos e sempre mantendo a pista em
boas condições. Depois começamos a
construir o primeiro hangar com doações da
sociedade e, com a realização de um bingo,
conseguimos a cobertura do local", conta.
O empresário tornou-se piloto em 1985.
Continuou mantendo a própria agropecuária
até começar a por em prática a
ideia de montar uma empresa de táxi aéreo,
o que con seguiu em 1992. Na mesma época
surgiu a notícia de que os bancos passariam
a fazer o transporte de valores do interior do
estado para a capital Florianópolis somente
de avião. Pensando no futuro como aviador
e empreendedor, Ivor viu ali uma oportunidade
para começar a solidificar o sonho
antigo. “Dois anos depois saiu a licitação
para esse transporte de valores e eu tinha só
um avião na época, um Bonanza, e acabei
licitando duas linhas para ver se ganhava
alguma. Quando saiu o resultado eu nem
consegui ficar feliz porque ganhei as duas e
Foto de divulgação UTI Aeromédica da Santafé Táxi Aéreo
só tinha um avião. Aí arrendei o avião de um
amigo e fui trabalhar” lembra.
Com a Santafé Táxi Aéreo aberta, Ivor passou
mais de 14 anos fazendo transporte de valores.
Durante esse período já pensava em que
investiria quando esse trabalho fosse suspenso.
Então começou a trabalhar na
homologação do equipamento de Unidade
de Terapia Intensiva (UTI) em uma aeronave
da Embraer, o Sêneca II, para fazer transporte
aéreo médico de pacientes. Processo que foi
lento e custoso, segundo o empresário.
Paralelo a isso, ainda investiu por sete anos
na aviação agrícola, mas como o avião só saía
duas vezes por ano, na época de safra, decidiu
deixar de lado e estruturar melhor o transporte
executivo.
Atualmente a empresa trabalha com o transporte
aéreo médico para o Sistema Único de
Saúde (SUS) e para a Unimed, além de ter
convênio com o Governo do Estado de Santa
Catarina para fazer o deslocamento do governador
Raimundo Colombo, secretários e
deputados estaduais da Assembleia Legislativa.
Além disso, ainda tem dois aviões Grand
26 Aviação & Mercado
Aviação & Mercado 27
Caravan que fazem o transporte
de peças automobilísticas
para todo o território
nacional. “A gente trabalha em
tudo quanto é seguimento, é
um mercado difícil, é um
mercado complicado, mas a
gente vem se estruturando.
Necessita de muita seriedade,
muito empenho, muito profissionalismo.
Investimos muito
na qualificação dos tripulantes.
São quase 20 anos de
crescimento paulatino que
aponta para cima o tempo
todo. Estamos enfrentando
esse momento difícil pelo qual
passa o Brasil, estamos
superando e tocando em
frente”, afirma Ivor.
A Santafé Táxi Aéreo possui
matriz em Xanxerê, um hangar
em Chapecó-SC, uma base
administrativa em Florianópolis-SC,
seis aeronaves, 11 pilotos
e uma equipe administrativa.
Questionado sobre o
motivo de ele continuar no
município, que tem cerca de 48
mil habitantes, o empresário
diz que gosta do local, pois foi
lá que concretizou o sonho de
infância. “Tenho uma ligação
muito forte com o município.
Minha vida profissional nasceu
aqui, eu só tinha sonhos quando
cheguei, e os realizei aqui.
Coloquei em prática o que estava
na minha mente até então.”
Como não tinha ninguém que lhe
servisse de exemplo ou que lhe
servisse de referência quando
começou, Ivor se considera um
desbravador da aviação no oeste
catarinense. “Não copiei de
ninguém, isso eu mesmo que vim
desenvolvendo. Não tinha para
quem perguntar, então eu
Foto aeronave da frota Santafé Táxi Aéreo
Foto aeronave da frota Santafé Táxi Aéreo
mesmo vim fazendo e aprendendo. Se eu fosse
somente piloto, eu não teria jamais construído a
empresa se eu não colocasse nesse sonho a dose
de empreendedor”, destaca.
No meio do caminho as dificuldades foram
muitas, mas o empresário afirma que nunca
pensou em desistir. Tanto que foi um dos personagens
mais ativos nos 20 anos de luta pela
homologação da pista e do balizamento do
Aeroporto Municipal João Winckler de Xanxerê,
que só foi conquistada em 26 de abril deste ano.
Conversando com Ivor sobre sua trajetória é
possível perceber que os voos aéreos médicos
são os que mais marcam o empresário. Realizando
o transporte há 17 anos, ele coleciona
histórias de dificuldades que enfrentou para
fazer o deslocamento de pacientes, das vidas
que ajudou a salvar e dos agradecimentos que
recebeu. O piloto não sabe precisar quantos
atendimentos já prestou e afirma serem
milhares, mas o trabalho tem tamanha
importância para Ivor que ele mesmo o chama
de “o voo da vida”.
Dentre todas as histórias, o empresário escolheu
contar a de quando foi chamado para fazer um
transporte de Joaçaba para Porto Alegre, do
filho de um médico que estava em coma. Ao
chegar ao aeroporto a equipe de Ivor descobriu
que o rapaz que deveria ser transferido estava
com gripe A e que a outra empresa que ia fazer o
voo não o faria mais por ser extremamente
contagioso. Pensando no bem estar da tripulação,
o empresário decidiu abortar a missão
também. “A mãe do rapaz então foi informada de
que não faríamos o voo e veio até mim chorando,
ajoelhou-se e implorou que a gente fizesse
o voo para salvar o filho dela. E eu não sabia o
que fazer. Fiquei paralisado, sem ação, mas
acabei dizendo que faríamos o voo”, conta.
A equipe recebeu equipamento de proteção
para fazer o transporte. Todos ficaram preocupados
com um possível contágio, mas felizmente
nada aconteceu. “Passou-se um tempo e um dia
eu estava aqui trabalhando e recebi uma ligação
e era o médico, pai do menino, ligando para
dizer que o voo que fizemos salvou a vida do
filho dele. Que ele nunca mais vai esquecer,
porque o que fizemos ninguém mais ia fazer. E
todos os aniversários do menino ele liga para
gente para agradecer. E isso é muito gratificante.”
28 Aviação & Mercado Aviação & Mercado 29
aviacaoemercado.com.br
Editor Executivo
Pedro Martins
Jornalista responsável
Cláudia Terra (Mat 26254)
Colaboradores
Geni Cerutti
Aline Tonello
Projeto Gráfico e Diagramação
Bruno Hilário
Revisão Final
Pedro Martins
Administração e Marketing
11-3467-6504
Comercial
comercial@aviacaoemercado.com.br
Fale com a redação:
redação@aviacaoemercado.com.br
Editorial
Chegado o momento de iniciarmos mais uma etapa do nosso projeto de comunicação focado na convergência de mídias através da cultura
da conexão. Vivemos conectados a todo o momento e a era digital nos proporciona inúmeras soluções e caminhos. O Aviação & Mercado surge
para ampliar nossos canais de conexão com nosso público leitor. Estaremos divulgando temas importantes para o crescimento e desenvolvimento
da indústria aeroespacial, mercado da aviação e pessoas que neles atuam. Cada nicho do mercado de aviação, a indústria e serviços,
bem como as pessoas que o fazem, receberão tratamento especial. Nossa preocupação não estará focada na última notícia ou fato quente do
momento e sim no desenvolvimento de conteúdo importante para o leitor, independente da data do fato. Queremos mostrar careiras de
sucesso que demonstrem que empreender em um negócio ou em sua careira vale a pena e serve de exemplo para outras pessoas.
As análises econômicas e de negócios estarão presentes em nossos conteúdos, bem como a importância humana e sua participação em torno
do fato, afinal não existe conexão, convergência, economia e negócios sem a participação humana. Convidamos a fazer parte desse canal de
notícias e a se conectar a ele. Boa leitura e até breve Vilso Ceroni.