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Jornal Cocamar Agosto 2016

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18 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong> | <strong>Agosto</strong> <strong>2016</strong><br />

PERSONAGEM<br />

Aparecida, de 78 anos,<br />

em sua propriedade.<br />

No destaque, em<br />

registro após o<br />

casamento, ela e o<br />

marido, que<br />

faleceu em 1973<br />

Dona Cida, uma<br />

história de superação<br />

Produtora de Santa Fé, região de Maringá, onde<br />

mantém uma fazenda em sociedade com a filha<br />

Márcia, Aparecida Vizioli Fabri ficou viúva muito<br />

cedo quando ainda vivia no interior de São Paulo,<br />

com quatro filhos pequenos e uma propriedade<br />

para cuidar no Paraná. Mas, corajosa, conta que<br />

lutou até adquirir confiança, conhecimento e<br />

dar a volta por cima. POR ROGÉRIO RECCO<br />

Produtora rural em<br />

Santa Fé, região de<br />

Maringá (PR), Aparecida<br />

Vizioli Fabri viveu<br />

uma história de superação.<br />

Hoje, aos 78 anos, ela e a<br />

filha mais nova, Márcia, que<br />

é engenheira agrônoma, comandam<br />

a Fazenda Santana,<br />

de 368 hectares, referência regional<br />

por seus elevados índices<br />

de produtividade.<br />

Até chegar aos dias atuais,<br />

foi uma longa jornada. Aos<br />

32 anos, quando ainda tinha<br />

quatro crianças pequenas<br />

(José Marco e as irmãs Nidelsi,<br />

Cristina e Márcia), Aparecida<br />

ficou viúva. Morava<br />

em Birigui-SP e se viu sozinha<br />

para cuidar da casa, dos<br />

filhos, de uma propriedade no<br />

Paraná e de outra em Rondonópolis<br />

(MT).<br />

Suas dificuldades não ficaram<br />

por aí. Conhecia pouco<br />

sobre os negócios do marido,<br />

restaram dívidas e, para complicar,<br />

alguns parentes insistiam<br />

que ela deveria se desfazer<br />

das terras, alegando<br />

que seria não recomendável<br />

uma mulher sem experiência<br />

no ramo, sobreviver da engorda<br />

de bois.<br />

"Mas se eu vendesse, do<br />

que iria viver?", pergunta dona<br />

Cida, firme e lúcida, explicando<br />

que as terras não valiam<br />

muito naquela época.<br />

Mesmo assim, ficaria impraticável,<br />

para ela, manter as de<br />

Rondonópolis, por serem<br />

muito distantes.<br />

COMO FAZER? Ela recorre<br />

às suas lembranças: tão logo,<br />

em 1973, perdeu o marido<br />

Nélson num acidente de<br />

avião, tratou de se inteirar<br />

da propriedade em Santa Fé<br />

e não teve receio, só se sentiu<br />

insegura. Teria que percorrer<br />

fazendas para comprar<br />

bezerros. Mas como<br />

fazer isso sem errar na escolha,<br />

se todos lhe pareciam<br />

iguais? Seria sua função,<br />

ainda, organizar a peonada,<br />

traçar o caminho da comitiva,<br />

arranjar lugares para o<br />

pernoite. Não se usava caminhão:<br />

o gado seguia trilhando<br />

até 40 quilômetros<br />

por dia por caminhos e picadas.<br />

"A gente comprava<br />

os bezerros

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