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AIM


EDITORIAL<br />

SEIS ANOS DE ESTRADA<br />

Agosto de 2016 é um mês A matéria de capa conta<br />

especial para a Guitarload. a história da Guitarload,<br />

A revista comemora seis desde antes da primeira<br />

anos do lançamento da edição ser lançada em<br />

primeira edição. Parece que 2010, com curiosidades<br />

foi ontem, mas a verdade de bastidores. Os<br />

é que muitas feras da leitores também têm a<br />

música nacional e mundial oportunidade de relembrar<br />

já passaram por aqui. Para seis de nossas entrevistas<br />

celebrar essa data festiva, mais quentes.<br />

fizemos uma seleção com<br />

as principais capas dessa<br />

trajetória.<br />

Relembre a conversa sobre<br />

ensino com o mestre da<br />

guitarra, MOZART MELLO.<br />

Também vale a pena reler<br />

a entrevista de JUNINHO<br />

AFRAM sobre composições e<br />

ficar por dentro da carreira de<br />

MATEUS ASATO, nos Estados<br />

Unidos. Entre os músicos<br />

internacionais, o papo por<br />

vídeo com STEVE VAI é<br />

destaque e as entrevistas com<br />

JOHN PETRUCCI e PAUL<br />

GILBERT são marcantes.<br />

O guitarrista Rhodes<br />

Madureira apresenta a banda<br />

em destaque do mês, a CHULA<br />

ROCK BAND, e o paulista<br />

Daniel Oliva mostra suas<br />

composições na sessão No<br />

Player. Aqui na Guitarload é<br />

assim, o aniversário é nosso,<br />

mas é você quem ganha o<br />

presente. Aproveite!<br />

Alexandre Veloso


COMO USAR<br />

AQUI ESTÃO DICAS DE INTERATIVIDADE PARA QUE VOCÊ<br />

POSSA APROVEITAR AO MÁXIMO A REVISTA GUITARLOAD.<br />

Clique para ser redirecionado<br />

a um link externo<br />

Significa que a matéria/entrevista<br />

acabou<br />

Barra de rolagem - Clique no texto e<br />

arraste ou clique nas setas para rolar<br />

Solez<br />

Clique para ver mais informações<br />

sobre os colunistas<br />

Zoom - Clique para ver conteúdo<br />

interno (Lições, Riffs, Licks e outros)<br />

Player de vídeo ou áudio<br />

7


ÍNDICE<br />

VITRINE<br />

LANÇAMENTOS<br />

CAPA<br />

EDITORIAL<br />

04<br />

NO PLAYER<br />

12<br />

GUITARGRAM<br />

16<br />

BANDA EM<br />

DESTAQUE<br />

108<br />

PIQUÊ PILLS<br />

120<br />

NA REDE<br />

123<br />

PRATELEIRA<br />

126<br />

18 20<br />

JOHN<br />

PETRUCCI<br />

32<br />

STEVE<br />

VAI<br />

68<br />

PAUL<br />

GILBERT<br />

78<br />

22<br />

JUNINHO<br />

AFRAM<br />

42 56<br />

MOZART<br />

MELLO<br />

MATEUS<br />

ASATO<br />

90<br />

Expland


EXPEDIENTE<br />

Editorial<br />

Bruno Custódio<br />

Arte e Diagramação<br />

Ricardo Belo<br />

Jornalista<br />

Alexandre Veloso<br />

Diretor Comercial<br />

Jonatas Vasconcelos<br />

Colaboradores:<br />

Piquê Pills<br />

www.guitarload.com.br<br />

Para anunciar, ligue:<br />

(19) 2534.2995<br />

ou envie um e-mail para<br />

anuncie@guitarload.com.br<br />

Guitarload é uma publicação<br />

digital do Grupo Renov.<br />

Todas as edições estão<br />

disponíveis em<br />

www.music-clan.com.br<br />

SGT Guitars<br />

Endereço<br />

Av. Carlos Botelho, 605<br />

São Dimas<br />

Piracicaba - SP<br />

CEP.: 13416.145<br />

10<br />

11


Mus. Express<br />

FOTO: GAL OPPIDO<br />

12<br />

13


OPINIÃO DO LEITOR<br />

Excelente publicação onde<br />

os guitarristas, músicos<br />

e admiradores podem<br />

desfrutar de informações<br />

vindas de todos os lados,<br />

sejam técnicos, teóricos,<br />

históricos e, principalmente,<br />

sem restrições, o que só<br />

traz benefícios para todos.<br />

Parabéns e obrigado!<br />

Edu Gomes<br />

Muito boa a revista, sempre<br />

com novidades na música.<br />

Recomendo.<br />

Fernando Cozzupoli<br />

Excelente! Assinatura muito<br />

em conta e um mês para ler<br />

gratuitamente. Vale muito a<br />

pena!<br />

Cristian Rigon<br />

O trabalho que a galera da<br />

Guitarload desenvolve é bem<br />

legal. Ajuda pessoas como<br />

eu a encontrarem conteúdos<br />

interessantes.<br />

David Rangel<br />

NIG<br />

leitor@guitarload.com.br<br />

14 15


GUITARGRAM<br />

QUER VER UMA FOTO SUA NAS PÁGINAS DE GUITARLOAD?<br />

1. Siga @guitarload no Instagram<br />

2. Poste uma foto sua com tema relacionado a guitarra<br />

3. Coloque a hashtag #guitarload<br />

Sua foto pode ser publicada aqui!<br />

@<br />

1SUPERGUITARRA<br />

@<br />

A_REI<br />

@<br />

ALISSONNATANAEL<br />

@<br />

ANTONIO_QUERES<br />

@<br />

BANDABLACKFERRY<br />

@<br />

ELIELFILIPE<br />

@ MARCOSSILVAGTR<br />

@ TRV_LR<br />

16<br />

17


VITRINE<br />

CHARVEL GUTHRIE<br />

GOVAN<br />

GUITARRA EDIÇÃO LIMITADA<br />

CORT L900P-PD<br />

VIOLÃO CORDA DE AÇO<br />

ERNIE BALL<br />

EXPRESSION OVERDRIVE E<br />

AMBIENT DELAY<br />

FENDER DELUXE<br />

SÉRIE DE GUITARRAS E BAIXOS<br />

O modelo L900P-PD, da Cort, é<br />

A nova série Deluxe da Fender<br />

O modelo assinado por Guthrie<br />

um violão com cordas de aço que<br />

Os pedais híbridos Expression<br />

conta com dez modelos de<br />

Govan é a expressão das habilidades<br />

conta com um corpo menor, o que<br />

Overdrive e Ambiet Delay são as<br />

guitarras e baixos, projetados para<br />

do guitarrista unido à forma da<br />

o torna mais fácil de segurar e<br />

novidades da Ernie Ball. Além do<br />

músicos experientes em busca<br />

Charvel. Foram necessários dois<br />

tocar. Apesar da caixa menor, ele<br />

design inovador, eles prometem<br />

melhores performances com<br />

anos para o desenvolvimento dessa<br />

mantém um som balanceado.<br />

entregar ao músico melhores<br />

preços acessíveis.<br />

guitarra.<br />

expressões sonoras.<br />

SAIBA MAIS<br />

SAIBA MAIS<br />

SAIBA MAIS<br />

SAIBA MAIS<br />

18<br />

19


LANÇAMENTOS<br />

BRIAN WILSON<br />

TÍTULO:<br />

BRIAN WILSON AND FRIENDS<br />

LANÇAMENTO:<br />

06/2016<br />

NEIL YOUNG<br />

TÍTULO:<br />

EARTH<br />

LANÇAMENTO:<br />

06/2016<br />

JEFF BECK<br />

TÍTULO:<br />

LOUD HAILER<br />

LANÇAMENTO:<br />

06/2016<br />

TATIANA PARÁ<br />

TÍTULO:<br />

MY MOODS<br />

LANÇAMENTO:<br />

06/2016<br />

CACHORRO GRANDE<br />

CHARLIE HUNTER<br />

SKILLET<br />

STEVEN TYLER<br />

TÍTULO:<br />

TÍTULO:<br />

TÍTULO:<br />

TÍTULO:<br />

ELECTROMOND<br />

EVERY BODY HAS A PLAN UNTIL<br />

UNLEASHED<br />

WE'RE ALL SOMEBODY FROM<br />

LANÇAMENTO:<br />

THEY GET PUNCHED IN THE MOUTH<br />

LANÇAMENTO:<br />

SOMEWHERE<br />

06/2016<br />

LANÇAMENTO:<br />

06/2016<br />

LANÇAMENTO:<br />

06/2016<br />

06/2016<br />

21


POR ALEXANDRE VELOSO<br />

GUITARLOAD<br />

SEIS ANOS DE COMPROMISSO<br />

COM A MÚSICA<br />

A REVISTA JÁ ENTREVISTOU OS MAIORES NOMES DA<br />

GUITARRA NO BRASIL E NO MUNDO


CAPA<br />

EDIÇÃO COMEMORATIVA<br />

A Guitarload completa seis<br />

A Expomusic abriu as<br />

anos de estrada e durante<br />

primeiras portas. Ainda em<br />

esse período muitas histórias<br />

2009, o protótipo da revista<br />

passaram pelas páginas<br />

foi apresentado no evento<br />

dessa revista digital. Temos<br />

e a aceitação do público<br />

o orgulho de bater no peito<br />

consolidou a convicção de<br />

e dizer que cumprimos<br />

que a Guitarload tinha que<br />

com responsabilidade o<br />

seguir em frente. A partir<br />

compromisso de deixar o<br />

daí foi tática de guerrilha.<br />

público bem informado<br />

Partimos para rua Teodoro<br />

sobre o que acontece no<br />

Sampaio para cadastrar os<br />

mundo dos guitarristas.<br />

músicos que passavam por<br />

Somos um veículo cem por<br />

ali. Com a ajuda de uma<br />

cento brasileiro e, por isso,<br />

limusine envelopada com<br />

temos a liberdade de focar<br />

a logomarca da revista, a<br />

no que interessa para a cena<br />

adesão foi surpreendente.<br />

local.<br />

Nossa primeira ação de<br />

marketing foi um sucesso.<br />

O embrião da revista surgiu<br />

Seguimos evoluindo. Em<br />

história: “Como Turbinar<br />

em 2009, como um sonho.<br />

Em 2010 o Portal<br />

2011, nossa primeira<br />

sua Guitarra”. Apostamos<br />

Uma coisa estava clara, o<br />

Guitarload foi lançado.<br />

capa com um guitarrista<br />

nos aspectos técnicos do<br />

caminho seria difícil, mas<br />

Poucos meses depois saía a<br />

estrangeiro, Greg Howe. Um<br />

instrumento e os leitores<br />

a paixão pela música e a<br />

primeira edição da revista,<br />

papo de duas horas com<br />

adoraram. No mesmo ano<br />

certeza de que era possível<br />

com o guitarrista Juninho<br />

esse músico excepcional<br />

outro passo importante,<br />

construir uma revista de<br />

Afram na capa. A resposta<br />

só fez aumentar a certeza<br />

inauguramos um estande<br />

qualidade sempre foi mais<br />

do público não podia ser<br />

de que a Guitarload tinha<br />

próprio na Expomusic.<br />

forte.<br />

mais positiva e, ainda em<br />

chegado para ficar. 2011<br />

2010, alcançamos o milésimo<br />

também foi o ano de uma<br />

As novidades não pararam<br />

assinante.<br />

das melhores capas de nossa<br />

por aí e no ano seguinte veio<br />

24<br />

25


CAPA<br />

EDIÇÃO COMEMORATIVA<br />

Loureiro e Andreas Kisser<br />

"SEM DÚVIDA A REVISTA NOS<br />

são alguns dos nomes mais<br />

respeitados que passaram<br />

por nossas páginas.<br />

AJUDOU A DESBRAVAR NOVAS<br />

POSSIBILIDADES DE<br />

COMO TOCAR OS 25 MELHORES RIFFS DE GUITARRA<br />

Em 2013, inauguramos as<br />

entrevistas em vídeo com o<br />

guitarrista Guthrie Govan,<br />

que foi o primeiro de um<br />

time de nomes de peso,<br />

PROPAGANDA NO<br />

AMBIENTE DIGITAL"<br />

SERGIO MOTTA<br />

como Steve Vai, Mike Stern<br />

a primeira transmissão de<br />

e Andy Timmons. Esse novo<br />

havia ganhado grandes<br />

paixão pela música e a<br />

vídeo ao vivo, com Roger<br />

modelo de entrevistas abriu<br />

proporções, mas, ainda<br />

certeza de que ela só tem<br />

Franco. Também em 2012<br />

uma gama de possibilidades,<br />

assim, foi uma surpresa<br />

a contribuir para a vida<br />

lançamos um dos vídeos que<br />

pois na prática quebrou<br />

quando a assessoria de<br />

das pessoas, são os agentes<br />

atingiu mais visualizações,<br />

as barreiras geográficas.<br />

imprensa de Joe Bonamassa<br />

responsáveis por nossa<br />

“Os 25 Maiores Riffs do<br />

A partir desse momento, o<br />

nos procurou. Ora, um dos<br />

busca incessante por<br />

Rock!”. Quase dois milhões<br />

mundo era o limite.<br />

maiores guitarristas do<br />

inovação.<br />

de pessoas curtiram nossa<br />

mundo nos conhecia e fez<br />

seleção de melhores riffs.<br />

Se o mercado mundial<br />

questão de falar conosco.<br />

Pensando em facilitar a vida<br />

começava a conhecer a<br />

dos amantes da guitarra,<br />

Nesse momento quase todos<br />

Guitarload, no Brasil a<br />

A vontade de levar<br />

resolvemos encarar um novo<br />

os grandes guitarristas<br />

marca já havia ganhado<br />

informação ao público é o<br />

desafio: ajudar as pessoas<br />

brasileiros já tinham<br />

respeito. Em 2014 nossa<br />

fio condutor desse projeto.<br />

a evoluir no estudo de um<br />

dado entrevistas para a<br />

página no Facebook<br />

Desde 2010, o Guitaload.<br />

instrumento sem sair de<br />

Guitarload, a revista havia<br />

atingiu 100 mil seguidores<br />

com.br já teve mais de 900<br />

casa. Em 2015 lançamos o<br />

conquistado o respeito do<br />

e, acreditem, de forma<br />

mil acessos de usuários<br />

Music Clan, plataforma de<br />

mercado nacional. Mozart<br />

cem por cento orgânica.<br />

únicos e quase três milhões<br />

ensino digital especializada<br />

Mello, Edu Ardanuy, Kiko<br />

Sabíamos que a revista<br />

de visualizações. Nossa<br />

em conteúdos musicais.<br />

26<br />

27


CAPA<br />

EDIÇÃO COMEMORATIVA<br />

Lá, qualquer um pode<br />

aperfeiçoar suas habilidades<br />

assistindo aulas preparadas<br />

por nomes de peso da cena<br />

nacional com o auxílio de<br />

módulos especializados.<br />

A Guitarload acredita que a música é um<br />

agente de mudança que só acrescenta na<br />

formação do ser humano. Por isso aceitamos<br />

essa missão, por isso não desistimos. A<br />

missão? Levar música para milhares de<br />

pessoas.<br />

"UMA REVISTA SUPER ATUAL<br />

FEITA POR BRASILEIROS PARA<br />

BRASILEIROS"<br />

PAULO ACEDO<br />

DEPOIMENTOS<br />

"Em 2009, quando ocupava o cargo de Ge-<br />

"Guitarload é muito mais que uma revista,<br />

rente de Produtos para guitarra, na Roland<br />

é o veículo informativo completo e atual<br />

Brasil, o Jonatas e o Bruno pediram uma reu-<br />

que todo guitarrista precisa ler. Moderno,<br />

nião para apresentar uma proposta inovado-<br />

eficiente, online, diferente de tudo que<br />

ra de revista para guitarristas: a Guitarload.<br />

existe e conhecemos como padrão de revista<br />

Estávamos no meio do avanço das redes<br />

sobre esse vasto mundão da guitarra. Essa<br />

sociais e seu poder de divulgação ainda era<br />

modernidade e dinâmica são das coisas que<br />

uma dúvida. Enfim, resolvemos investir em<br />

mais me atraem na forma da Guitarload<br />

alguns anúncios e os resultados foram acima<br />

existir, valorizando muito o guitarrista<br />

SERGIO MOTTA<br />

do esperado. Não só pela forma de anun-<br />

PAULO ACEDO<br />

brasileiro em todos os seus aspectos,<br />

ciar, mas principalmente pela possibilidade<br />

independente de estilo musical, sempre<br />

de aprimorar as campanhas com base nas<br />

através de matérias elucidativas, cativantes<br />

informações que a revista proporcionava<br />

e completas. Uma revista super atual feita<br />

em seus relatórios. Sem dúvida a revista nos<br />

por brasileiros para brasileiros. Receita<br />

ajudou a desbravar novas possibilidades de<br />

de sucesso que veio pra ficar de forma<br />

propaganda no ambiente digital."<br />

permanente."<br />

28<br />

FOTO: PAULO RAPOPORT POPÓ<br />

29


CAPA<br />

"FEITA POR PROFISSIONAIS<br />

INCRÍVEIS, PESSOAS DE BEM<br />

E QUE SABEM TRABALHAR EM<br />

EQUIPE."<br />

PAULO ACEDO<br />

PEDRO BONTORIM<br />

"Fico muito feliz ao ver uma plataforma<br />

como a Guitarload crescer ano após ano,<br />

fazendo um trabalho tão único e com tanta<br />

excelência.Em todos os projetos que já<br />

trabalhamos juntos, a Guitarload sempre<br />

conseguiu me conectar diretamente a um<br />

público diferenciado, formador de opinião e<br />

que impulsionava nos concursos e festivais.<br />

Desejo vida longa à Guitarload, pois além<br />

de produzir e criar conteúdo de muita<br />

qualidade, é feita por profissionais incríveis,<br />

pessoas de bem e que sabem trabalhar em<br />

equipe."<br />

30<br />

31


JOHN PETRUCCI<br />

EM BUSCA DA PERFEIÇÃO<br />

POR FERNANDO PAUL<br />

COLABORAÇÃO DE VINÍCIUS CAVALIERI E VICTOR MACHADO<br />

Ele é um dos guitarristas mais habilidosos e detalhistas da atualidade. Seja<br />

na mixagem de um disco, na composição de seus solos ou nos princípios<br />

que regem sua vida musical, John Petrucci se aplica de corpo e alma para<br />

chegar ao resultado perfeito. Nós, de Guitarload, tivemos o prazer de<br />

bater um papo por telefone com o guitarrista. Aproveite!<br />

FOTOS: JOHNPETRUCCI.COM<br />

Em seu início no instrumento, você teve<br />

dificuldades e chegou a parar de tocar,<br />

correto? Como surgiu um novo ânimo<br />

para estudar novamente?<br />

Bom, eu era muito jovem quando tive<br />

meu primeiro contato com a guitarra.<br />

Não lembro exatamente a minha idade,<br />

provavelmente tinha 8 anos. Fiquei<br />

realmente interessado pelo instrumento,<br />

mas achava que era difícil tocar guitarra.<br />

Talvez eu fosse muito novo ainda. Com<br />

12 anos, via que todos<br />

os garotos da minha rua<br />

tocavam guitarra. Lembrome<br />

de ver shows na TV,<br />

foi algo que realmente me<br />

impactou e com o qual<br />

me identifiquei naquela<br />

época. E, claro, eu já tinha<br />

uma idade adequada para<br />

recomeçar os estudos e<br />

tentar chegar a algum lugar.<br />

32<br />

33


ENTREVISTA<br />

JOHN PETRUCCI<br />

Você é capaz de tocar<br />

muito rápido, mas ao<br />

mesmo tempo demonstra<br />

uma grande sensibilidade<br />

melódica. Isso é raro, e os<br />

guitarristtas que unem<br />

essas características<br />

acabam se destacando dos<br />

outros. Você concorda?<br />

Acho que tudo se resume<br />

a você saber o que é<br />

importante para você como<br />

músico. Tudo se resume<br />

à musicalidade. Já disse<br />

antes e faço questão de<br />

frisar a música clássica.<br />

Quando você reflete sobre<br />

aquelas composições,<br />

sobre a instrumentação<br />

necessária e o que cada<br />

instrumento faz no conjunto,<br />

você fica perplexo. Seja um<br />

pianista, um violinista ou<br />

quem quer que seja, você<br />

precisa de certa habilidade<br />

para tocar melodias de<br />

modo convincente e com<br />

sensibilidade. Ao mesmo<br />

tempo, você precisa da<br />

habilidade para tocar algo<br />

realmente técnico, como<br />

partes rápidas de uma música. Depende<br />

de como você se relaciona com o seu<br />

instrumento, qual a sua tendência a tocá-lo<br />

e o que é importante para você. Para mim,<br />

é importante ser capaz de expressar tudo<br />

aquilo que desejo. É algo difícil de encontrar<br />

em músicos, mas com certeza há muitos<br />

músicos com ambas as habilidades.<br />

A Dramatic Turn of Events, último disco<br />

do Dream Theater, está para completar<br />

um ano de lançamento. O trabalho rendeu<br />

os frutos e críticas que vocês esperavam?<br />

O disco nos trouxe uma ótima repercussão.<br />

Foi lançado justamente do jeito que<br />

queríamos. No estúdio, estávamos muito<br />

focados e seguros do tipo de álbum que<br />

queríamos fazer. Foi mixado por Andy<br />

Wallace, que fez um ótimo trabalho! Sempre<br />

quis trabalhar com ele. O resultado soou de<br />

maneira incrível. O álbum recebeu muitos<br />

34<br />

35


ENTREVISTA<br />

JOHN PETRUCCI<br />

O SOLO DE ‘LOST NOT<br />

FORGOTTEN’, DO NOVO<br />

ÁLBUM, É UM DOS<br />

QUAIS REALMENTE<br />

ME ORGULHO DE TER<br />

COMPOSTO<br />

comentários positivos de<br />

críticos e também de nossos<br />

fãs. Foi muito bem recebido<br />

no mundo todo, tendo<br />

ótimas posições em listas<br />

dos discos “Top 10”. O álbum<br />

foi nominado ao Grammy<br />

– essa foi a nossa primeira<br />

nominação (pela música<br />

“On The Backs Of Angels”).<br />

Realmente foi muito bemsucedido.<br />

Não poderíamos<br />

estar mais felizes.<br />

Qual solo do Dream Theater você mais se<br />

orgulha de ter composto? Por quê?<br />

Cara, são tantos solos. Há alguns que são<br />

mais divertidos de tocar. O solo de “Breaking<br />

All Illusions” é um deles porque é comprido,<br />

com possibilidade de improvisos ao vivo.<br />

É muito divertido também tocar o solo da<br />

música “Voices”, no qual também improviso<br />

algumas partes. O solo de “Lost Not<br />

Forgotten”, do novo álbum, é um dos quais<br />

realmente me orgulho de ter composto.<br />

Tento me orgulhar de todos os solos que<br />

componho, mas, obviamente, alguns saem<br />

melhor do que outros (risos).<br />

36<br />

37


ENTREVISTA<br />

JOHN PETRUCCI<br />

Tocar no G3, ao lado de<br />

feras como Joe Satriani,<br />

Steve Vai e Steve Morse<br />

deve ser uma experiência<br />

única. É um momento de<br />

pura diversão para você?<br />

É simplesmente diversão<br />

o tempo inteiro (risos). É<br />

incrível. Desde o primeiro G3<br />

do qual participei com Joe<br />

e Steve, fizemos turnê pela<br />

América do Norte, Austrália,<br />

Europa e Ásia. Toquei ao<br />

lado de Eric Johnson e Paul<br />

Gilbert também. Neste<br />

ano, toquei com Joe e Steve<br />

Lukather. Na próxima turnê<br />

na América do Sul, tocarei<br />

com Joe e Steve Morse. É<br />

realmente muito divertido<br />

para mim, como um<br />

guitarrista, poder participar<br />

do G3. É realmente incrível.<br />

Seu disco-solo foi lançado em 2005.<br />

Quando vem um novo? Você já tem<br />

composições prontas?<br />

As pessoas sempre me perguntam isso<br />

(risos). Realmente faz muito tempo. Quando<br />

gravei o meu primeiro álbum-solo, fiz<br />

porque fui convidado a fazer parte do G3 e<br />

não tinha material para tocar, então escrevi<br />

as músicas para esse propósito. Passo muito<br />

tempo compondo músicas para o Dream<br />

Theater e investindo nisso, então não tenho<br />

muito tempo para fazer outra coisa. Espero<br />

poder fazer isso em breve. Tenho material<br />

novo que tocarei na turnê com o G3 em<br />

outubro. Assim que a turnê acabar, espero<br />

gravar as músicas novas e fazer um novo<br />

disco-solo.<br />

Em suas guitarras signature Music Man,<br />

qual característica é a mais particular?<br />

Por exemplo, aquela peça ou especificação<br />

que, sem ela, você se sentiria totalmente<br />

desconfortável para tocar.<br />

UMA DAS COISAS MAIS<br />

IMPORTANTES É O BRAÇO<br />

DA GUITARRA: O JEITO<br />

QUE ELE ENCAIXA NA MÃO<br />

ESQUERDA, O TAMANHO<br />

DOS TRASTES, O FORMATO E<br />

O RAIO DA ESCALA<br />

38<br />

39


ENTREVISTA<br />

JOHN PETRUCCI<br />

Uma das coisas mais<br />

Como você usa seu Mesa Boogie Mark V ao<br />

certeza de usar um ótimo<br />

A Dramatic Turn Of Events, que foi produzido<br />

importantes é o braço da<br />

vivo? São tantos canais e possibilidades...<br />

cabo. Se você tiver uma<br />

por mim e mixado por Andy Wallace. Acho<br />

guitarra: o jeito que ele<br />

Você explora tudo?<br />

ótima guitarra, um ótimo<br />

que esse álbum realmente soa de maneira<br />

encaixa na mão esquerda,<br />

Costumo usar os canais 1 e 3 do Mark V. O<br />

amplificador e um ótimo<br />

incrível, exatamente do jeito que eu queria.<br />

o tamanho dos trastes,<br />

canal 1 é designado ao som limpo e o canal<br />

cabo, tenha certeza de<br />

o formato e o raio da<br />

3 ao distorcido, tanto para base quanto solo.<br />

utilizar um ótimo gabinete<br />

Por fim, você acredita que haverá um<br />

escala. Tudo isso é muito<br />

Não uso o canal 2 ao vivo. Há muitas opções,<br />

de falantes. Tudo de má<br />

novo Hendrix ou um novo Van Halen?<br />

importante para eu me<br />

mas eu escolho simplificá-las.<br />

qualidade que você adicionar<br />

Ou o instrumento já chegou ao ápice da<br />

sentir confortável tocando.<br />

ao seu equipamento irá<br />

evolução?<br />

Fora isso, o posicionamento<br />

Qual fator do equipamento é mais<br />

afetar o seu som de maneira<br />

Com certeza não chegou ao ápice de sua<br />

dos knobs e o apoio da<br />

importante na conquista de um bom som<br />

negativa. Já o que for de<br />

evolução. Com a facilidade da internet,<br />

ponte para a minha<br />

em sua opinião?<br />

qualidade com certeza irá<br />

você vê muitos músicos novos que tocam<br />

mão direita também são<br />

Bom, você tem de ter os elementos certos.<br />

melhorar sua sonoridade.<br />

realmente muito bem, cada um com seu<br />

características essenciais. O<br />

Tudo o que você adiciona ao seu som irá<br />

estilo. Há crianças de 10 anos tocando coisas<br />

instrumento como um todo,<br />

mudá-lo, seja para melhor ou para pior. Se<br />

Qual é a sua mixagem de<br />

incríveis. O estilo da guitarra é realmente<br />

o jeito que foi montado e<br />

você tiver uma bela guitarra, que é construída<br />

CD preferida em toda a<br />

mais jovial atualmente. Começou nos anos<br />

seu design: tudo isso o torna<br />

de forma maravilhosa, ela tem de estar<br />

história do Dream Theater?<br />

1950 e até hoje é inovado. Em minha opinião,<br />

realmente confortável para<br />

equipada com belos captadores também.<br />

Realmente me orgulho da<br />

a evolução da guitarra ainda vai longe com<br />

mim.<br />

Se você tiver um ótimo amplificador, tenha<br />

sonoridade do último álbum,<br />

certeza.<br />

40<br />

41


ENTREVISTA<br />

POR MELLO JR. E FERNANDO PAUL<br />

PAUL GILBERT<br />

DESAFIADOR<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />

GUITARRISTA QUE DESAFIA A SI MESMO A TODO INSTANTE.<br />

PROFESSOR QUE INDUZ OS ALUNOS A CRESCER A CADA AULA.<br />

SER HUMANO QUE, APESAR DA FAMA NO MEIO MUSICAL,<br />

MOSTRA QUE HUMILDADE E SIMPATIA NÃO SE DEIXAM DE LADO.<br />

PAUL GILBERT ESTEVE NO BRASIL RECENTEMENTE PARA UMA<br />

SÉRIE DE APRESENTAÇÕES ORGANIZADAS PELA ESCOLA DE<br />

LUCIANO ALF E APROVEITAMOS PARA BATER UM SUPERPAPO<br />

COM ESSE GRANDE MÚSICO QUE, ENTRE AS MAIORES LIÇÕES<br />

QUE PODE DAR, DESTACA A SEGUINTE: NÃO EVITE DESAFIOS.<br />

CONFIRA O RESULTADO A SEGUIR!<br />

42<br />

43


ENTREVISTA<br />

PAUL GILBERT<br />

Olhando para o passado,<br />

conte para nós como o<br />

músico Paul Gilbert foi<br />

mudando e evoluindo ao<br />

longo do tempo.<br />

Quando eu era adolescente,<br />

fui inspirado por Van Halen,<br />

Malmsteen, Gary Moore,<br />

Michael Schenker, Frank<br />

Marino e Allan Holdsworth<br />

– foram os caras que<br />

inspiraram minha geração.<br />

Quando eu tinha uns 22<br />

anos, achava que tudo que<br />

tocava soava parecido,<br />

então comecei a prestar<br />

atenção em outras coisas,<br />

como melodias, o próprio<br />

cantor, acordes, composição e<br />

outros estilos além do heavy<br />

metal. Atualmente, tenho<br />

ouvido muito jazz. (Neste<br />

momento, Paul mostra uma<br />

parte de uma música do Mr.<br />

Big, na qual diz ter colocado<br />

dissonâncias e alguns acordes<br />

de Paul McCartney e Brian<br />

Wilson, do Beach Boys). Essa<br />

mudança de foco com certeza<br />

influenciou meu jeito de tocar<br />

e encarar a música.<br />

Quando assistimos a sua<br />

primeira videoaula, além<br />

da parte engraçada das<br />

mágicas, você toca com<br />

extrema facilidade coisas<br />

impossíveis para a maioria<br />

dos humanos (risos). Como<br />

fez para desenvolver essa<br />

fluência?<br />

Nem tudo é fácil para<br />

mim. Em fingerpicking,<br />

por exemplo, sou terrível<br />

(risos). Quando realizo<br />

uma performance, escolho<br />

coisas que realmente posso<br />

executar. Naquela época, eu<br />

estava envolvido com uma<br />

rotina de muito estudo, não<br />

só sozinho, mas com o Racer<br />

X. Na banda, eu tinha de tocar<br />

NEM TUDO É FÁCIL PARA MIM.<br />

EM FINGERPICKING,<br />

POR EXEMPLO, SOU TERRÍVEL (RISOS)<br />

de pé, me preocupar com<br />

a performance e executar<br />

bases também. Na prática,<br />

acredito que tudo que fiz<br />

na guitarra sempre veio<br />

por meio do ouvido. Hoje<br />

mesmo, com o problema<br />

do meu ouvido deteriorado<br />

pelos anos de volumes altos,<br />

minha habilidade de escutar<br />

música é muito melhor.<br />

Posso ouvir detalhes que<br />

não conseguiria quando era<br />

adolescente. É incrível pensar<br />

que não conseguia ouvir essas<br />

coisas quando mais novo. O<br />

“equipamento” é pior, mas o<br />

cérebro está melhor.<br />

44<br />

45


ENTREVISTA<br />

PAUL GILBERT<br />

Recentemente, você iniciou<br />

o trabalho da Online Rock<br />

Guitar School. Como surgiu<br />

essa ideia e como se sente<br />

ajudando guitarristas ao<br />

longo do mundo a tocar<br />

melhor?<br />

Estou com esse projeto há dois<br />

anos e tenho curtido muito<br />

fazê-lo. Os estudantes estão<br />

melhorando, e isto é o que me<br />

deixa mais feliz: acompanhar<br />

a evolução dos caras. Como<br />

nos comunicamos por vídeos,<br />

pude ver o aluno no começo e<br />

posso ver hoje, isso me ajuda<br />

a acompanhar a evolução<br />

de cada um. Essa ideia veio<br />

do David Butler, que foi um<br />

dos desenvolvedores do<br />

AOL e também é guitarrista<br />

Na internet, há um vídeo<br />

e professor de jazz. Ele<br />

bem curioso seu ao lado<br />

vislumbrou esse esquema<br />

do baixista Nathan East,<br />

Com certeza. Quando se<br />

“Feeling Alright”, do Joe<br />

das trocas de vídeos como<br />

no qual mostram o que<br />

tem apenas um acorde, é<br />

Cocker. É um ótimo som com<br />

algo melhor e, como é<br />

é possível fazer em cima<br />

necessário prestar atenção<br />

dois acordes e permite que<br />

desenvolvedor, construiu todo<br />

de apenas um acorde.<br />

em outras coisas para<br />

você faça boas jams com seus<br />

o sistema da escola online.<br />

Esse seria um exercício<br />

desenvolver ideias, como<br />

amigos.<br />

Sou só uma parte, o professor<br />

formidável para estimular<br />

rítmica, dinâmicas e o<br />

de rock, mas há muitos<br />

a criatividade e dinâmica,<br />

“groove” com a banda. Como<br />

Certa vez, li uma declaração<br />

outros estilos e instrumentos<br />

não é? O que sugeriria como<br />

uma segunda lição, sugiro<br />

sua do tipo: “Blues é mais<br />

também.<br />

segundo passo?<br />

tocar uma música como<br />

difícil do que parece”.<br />

46<br />

47


ENTREVISTA<br />

PAUL GILBERT<br />

EM VIBRATO,<br />

COLOQUEI UM MONTE DE ACORDES NOVOS,<br />

ALGO MAIS SOFISTICADO<br />

NATHAN EAST & PAUL GILBERT:<br />

“ONE CHORD CHALLENGE”<br />

O que quis dizer exatamente?<br />

Se você tem raízes no rock e metal, com<br />

certeza blues é um desafio, porque é outra<br />

linguagem. Cada estilo tem sua linguagem.<br />

Falar esse outro “idioma” é um desafio. O blues<br />

possui diferentes acordes, escalas e maneiras<br />

de tocar. Gosto muito.<br />

Neste ano, ocorrerá o G4 Experience Guitar<br />

Camp com Satriani, Timmons e Keneally. O<br />

que estão preparando para o evento?<br />

Será uma combinação: faremos jams juntos<br />

e teremos também workshops de guitarra e<br />

shows. Já fiz acampamentos antes e coisas<br />

malucas como fazer uma jam com um aluno<br />

por vez, sendo que o roadie só trocava o<br />

cabo deles – toquei com 80<br />

alunos sem parar, cerca de<br />

um minuto com cada, foi<br />

uma jam de uma hora e meia<br />

(risos). Isso foi muito legal,<br />

porque misturamos o estilo<br />

de cada um e todos puderam<br />

se inspirar uns nos outros.<br />

Falando do seu último discosolo,<br />

Vibrato foi lançado em<br />

2012. Comparando com seus<br />

outros álbuns, o que ele tem<br />

de único?<br />

Em Vibrato, coloquei um<br />

monte de acordes novos, algo<br />

mais sofisticado. Quando<br />

compus a música que dá<br />

nome ao disco, fiz o riff<br />

para desafiar meus alunos,<br />

porque ela apresenta tudo em<br />

que eles têm dificuldade. A<br />

maioria dos meus estudantes<br />

vem até mim porque quer<br />

tocar rápido. Nessa música,<br />

para começar, o riff não<br />

inicia no tempo 1, começa no<br />

final do tempo 2, no segundo<br />

compasso, e é um “shuffle”,<br />

48<br />

49


ENTREVISTA<br />

PAUL GILBERT<br />

sendo que há dinâmica, as<br />

notas não são tocadas todas<br />

com o mesmo volume e há<br />

uma pausa. A maioria dos<br />

guitarristas de metal nunca<br />

para (risos). Também são<br />

importantes detalhes como<br />

parar e acertar o vibrato após<br />

chegar à nota lentamente, o<br />

slide etc. A música é em Bb, o<br />

que é um desafio para quem<br />

está acostumado a só tocar<br />

em Am e Em. Acaba sendo<br />

mais difícil do que tocar<br />

Malmsteen (risos).<br />

Com as mudanças na sua<br />

carreira, você sente falta<br />

das tours com banda, como<br />

na época do Mr. Big ou<br />

Racer X?<br />

QUANDO COMPUS A MÚSICA QUE DÁ NOME AO DISCO,<br />

FIZ O RIFF PARA DESAFIAR MEUS ALUNOS,<br />

PORQUE ELA APRESENTA<br />

TUDO EM QUE ELES TÊM DIFICULDADE<br />

Não (risos). Adoro tocar, mas fiquei um ano<br />

sem estar em uma turnê e foi muito bom. Não<br />

tenho mais 22 anos de idade, mas continuo<br />

muito ocupado. Estou finalizando um novo<br />

álbum e sempre estou atarefado na Rock<br />

Guitar School.<br />

PAUL GILBERT “VIBRATO/SCARIFIED”<br />

TRIESTE IS ROCK 06.04.2013<br />

Falando no Mr. Big, vocês<br />

conseguiram como poucos<br />

unir o lado comercial à<br />

proposta de tocar com<br />

virtuosismo. Como isso<br />

aconteceu?<br />

Como vim do Racer X, essa<br />

coisa “pop” era como se<br />

fosse uma nova linguagem.<br />

Lembro que fiquei um pouco<br />

assustado no começo com a<br />

mudança e também com o<br />

novo público, mas depois tudo<br />

foi ficando natural quando<br />

passamos a compor. O Eric<br />

Martin trouxe boas ideias pop<br />

no piano, e a parte virtuose<br />

já era uma coisa natural para<br />

mim e o Billy Sheehan.<br />

Falando do seu set,<br />

a Ibanez lançou sua nova<br />

signature há poucos meses.<br />

Por favor, fale sobre o<br />

modelo.<br />

Gosto muito das guitarras<br />

Fireman. Tenho várias e<br />

todas soam muito bem. Elas<br />

têm muita madeira, braço<br />

colado, bom equilíbrio, ótimos<br />

50<br />

51


ENTREVISTA<br />

PAUL GILBERT<br />

captadores e marcações<br />

simples. Me perco com braços<br />

com muitos desenhos (risos).<br />

De resto, tenho usado vários<br />

Marshalls; pedais como<br />

Distortion Plus e Phase 90<br />

MXR; TC Electronic Spark<br />

Booster; Empress Effects<br />

ParaEq, que me ajuda muito<br />

a manter meu timbre quando<br />

estou em turnê e toco com<br />

vários Marshalls de modelos<br />

diferentes; TC Ditto Looper,<br />

que, como não uso playbacks<br />

nos meus workshops, acaba<br />

sendo o meu guitarrista-base;<br />

Neo Mini Vent, que é um<br />

pedal de leslie; e fonte Pedal<br />

Power da Voodoo Lab.<br />

GOSTO MUITO DAS GUITARRAS FIREMAN.<br />

TENHO VÁRIAS E TODAS SOAM MUITO BEM.<br />

ELAS TÊM MUITA MADEIRA, BRAÇO COLADO, BOM EQUILÍBRIO,<br />

ÓTIMOS CAPTADORES E MARCAÇÕES SIMPLES<br />

Fechando nosso bate-papo,<br />

qual conselho poderia dar<br />

52<br />

53


ENTREVISTA<br />

PAUL GILBERT<br />

APRENDA UM MONTE DE MÚSICAS<br />

PARA QUE, SE TIVER DE TOCAR EM UMA BANDA AMANHÃ,<br />

VOCÊ ESTEJA PRONTO<br />

para nossos leitores?<br />

Eu diria: aprenda um monte<br />

de músicas para que, se tiver<br />

de tocar em uma banda<br />

amanhã, você esteja pronto.<br />

As pessoas ficam tentando<br />

aprender músicas muito<br />

difíceis, que levam muito<br />

tempo de treino, e acabam<br />

não tocando com outras<br />

pessoas. Quanto mais você<br />

fizer isso, mais irá melhorar.<br />

No futuro, poderá tocar uma<br />

música difícil em um dia.<br />

Meteoro<br />

54<br />

55


ENTREVISTA<br />

POR FERNANDO PAUL<br />

JUNINHO<br />

AFRAM<br />

EXCELÊNCIA<br />

FOTO: DIVULGAÇÃO<br />

56<br />

“Se é para fazer, faça direito”. Esse<br />

parece ser um dos lemas da banda<br />

Oficina G3. Os caras acabaram de<br />

lançar o DVD Histórias e Bicicletas<br />

– O Filme, e só há uma palavra para<br />

descrever o trampo: excelência.<br />

Composições, imagens, conceitos,<br />

timbres: tudo está em um patamar<br />

elevadíssimo. Conversamos com<br />

Juninho Afram e dissecamos o<br />

lançamento do grupo. Não perca!<br />

57


ENTREVISTA<br />

JUNINHO AFRAM<br />

O Oficina G3 acabou de<br />

lançar o DVD Histórias<br />

e Bicicletas – O Filme.<br />

É muito interessante<br />

porque não se trata apenas<br />

da apresentação das<br />

músicas, há depoimentos<br />

dos integrantes e uma<br />

fotografia que realmente é<br />

diferenciada. Como surgiu o<br />

conceito desse projeto?<br />

Quando saímos do Brasil<br />

para gravar o CD Histórias e<br />

Bicicletas, já estava definido<br />

que tudo iria ser registrado em<br />

vídeo mostrando os bastidores<br />

das gravações, e não apenas as<br />

músicas. Foi o diretor e amigo<br />

Hugo Pessoa que imprimiu<br />

esse conceito quando<br />

registrou todos os momentos<br />

e situações que vivemos<br />

durante as gravações. Ele<br />

soube aproveitar muito bem<br />

o lugar, cenários, fotografia e,<br />

de maneira artística, permitiu<br />

que as pessoas conhecessem<br />

nosso mundo, nossa<br />

intimidade.<br />

FOTO: DIVULGAÇÃO<br />

AS IDEIAS FORAM FLUINDO,<br />

FRAGMENTOS SE ENCAIXARAM, NOVOS<br />

CAMINHOS SURGIRAM E AS TRILHAS<br />

FORAM SE ANCORANDO AO CONCEITO<br />

Algo que me chamou<br />

muito a atenção foram<br />

“as trilhas sonoras” para<br />

os depoimentos. Os temas<br />

instrumentais são lindos,<br />

com você abusando de<br />

efeitos atmosféricos. De que<br />

forma essas músicas foram<br />

compostas? São ideias que<br />

você já tinha antes?<br />

Confesso que, quando o Hugo<br />

colocou a câmera na minha<br />

frente e disse “gravando”, eu<br />

ainda não sabia o que tocar<br />

(risos). Dizer que criei tudo<br />

na hora seria um grande<br />

exagero, mas admito que tudo<br />

o que eu tinha eram alguns<br />

“fragmentos” de ideias – nada<br />

com começo, meio e fim. Eu<br />

tinha o conceito na minha<br />

cabeça e sabia aonde queria<br />

58<br />

59


ENTREVISTA<br />

JUNINHO AFRAM<br />

TENHO VONTADE DE FAZER<br />

UM CD INSTRUMENTAL E POSSUO<br />

ALGUMAS COMPOSIÇÕES PRONTAS<br />

chegar, mas continuava o<br />

desafio de fazer as ideias se<br />

tornarem música. O momento<br />

da gravação foi inspirador<br />

e as ideias foram fluindo,<br />

fragmentos se encaixaram,<br />

novos caminhos surgiram e as<br />

trilhas foram se ancorando ao<br />

conceito. Um dos temas já era<br />

coisa antiga, até esquecida,<br />

mas uma parte acabou<br />

fluindo e se encaixou bem<br />

aos outros temas.<br />

FOTO: CELSO WOLFE<br />

Há a intenção de lançá-las<br />

em um disco?<br />

Sempre gostei muito dessa<br />

onda “viajante” (risos), mas<br />

nunca investi tempo nessa<br />

área. Porém, admito que,<br />

depois de ver o resultado,<br />

estou olhando para esses<br />

OFICINA G3 - TRAILER OFICIAL<br />

DVD HISTÓRIAS E BICICLETAS O FILME<br />

60<br />

61


ENTREVISTA<br />

JUNINHO AFRAM<br />

tempo e esforços no Oficina<br />

G3 e deixei de lado esse<br />

meu projeto instrumental,<br />

mas ando com vontade de<br />

ressuscitá-lo.<br />

Ainda sobre isso, você é<br />

apontado como um dos<br />

OFICINA G3 - LOUVORZÃO 2014 DIZ<br />

(VÍDEO OFICIAL)<br />

melhores guitarristas do<br />

País, mas nunca se “vendeu”<br />

como um guitarrista-solo. Me<br />

parece que você sempre quis<br />

temas com outros olhos.<br />

Quem sabe...<br />

Aproveitando, você<br />

planeja lançar um disco-<br />

ser associado à banda Oficina<br />

G3, e seu trabalho com ela foi<br />

reconhecido naturalmente.<br />

Isso demonstra bastante<br />

humildade, é algo raro nos<br />

FOTO: CELSO WOLFE<br />

solo instrumental? Tem<br />

dias de hoje...<br />

composições prontas?<br />

Não condeno quem segue<br />

O DVD, assim como o próprio<br />

profissionais da área em<br />

Está aí uma boa pergunta<br />

carreiras paralelas, apenas<br />

disco, foi gravado no estúdio<br />

vários lugares do mundo,<br />

(risos)! Sim, tenho vontade de<br />

optei em dedicar meu<br />

RAK, em Londres. O que<br />

incluindo o Brasil, mas gravar<br />

fazer um CD instrumental e<br />

talento e meus esforços neste<br />

há de mais diferente em<br />

no RAK com o engenheiro<br />

possuo algumas composições<br />

“projeto” chamado Oficina<br />

trabalhar no exterior?<br />

de áudio Richard Woodcraft<br />

prontas, mas precisaria<br />

G3, que, para mim, não diz<br />

Me parece que todo músico<br />

tinha um ar quase nostálgico<br />

compor mais músicas para<br />

respeito apenas à música, mas<br />

tem o sonho de gravar fora<br />

para nós. Tem muita história<br />

finalmente dar o “start” no<br />

à vida e de como ela pode ser<br />

do seu país de origem, e com<br />

naquele lugar, naquelas<br />

projeto. A verdade é que<br />

diferente quando permitimos<br />

a gente não era diferente.<br />

paredes e equipamentos...<br />

sempre concentrei todo meu<br />

que Deus faça parte dela.<br />

Temos bons estúdios e bons<br />

Bom, deixando a nostalgia de<br />

62<br />

63


ENTREVISTA<br />

JUNINHO AFRAM<br />

lado (risos), o que mais me<br />

chamou a atenção foi o fato<br />

de eles gostarem de gravar<br />

as coisas bem “prontas”.<br />

FIZEMOS TRÊS TAKES DE CADA<br />

MÚSICA, ESCOLHEMOS O MELHOR E ENTÃO<br />

COLOCAMOS AS COBERTURAS<br />

Praticamente nada foi<br />

gravado “flat”, tudo já era<br />

equalizado e/ou comprimido.<br />

Era muito interessante<br />

porque as músicas já soavam<br />

“prontas”, então já tínhamos<br />

uma ideia bem concreta de<br />

como ficaria o produto final...<br />

E acabou ficando mesmo<br />

(risos)!<br />

FOTO: CELSO WOLFE<br />

O timbre de guitarra no<br />

DVD está ótimo. Quais<br />

semitransparente. Gravei<br />

4x12 1960. No outro canal,<br />

os mesmos pedais e não usei o<br />

equipamentos usou?<br />

com três amplificadores<br />

usei um OverDrive da Fire<br />

amp Fender.<br />

Como o DVD mostra a<br />

ao mesmo tempo para ter<br />

e mandei para um Fender<br />

gravação do CD, vou falar<br />

mais opções e flexibilidade<br />

Twin Reverb. Controlei a<br />

O som do DVD foi editado<br />

primeiro do que usei<br />

na mixagem, então dividi o<br />

saturação e o volume com<br />

posteriormente?<br />

para o disco. Utilizei a<br />

sinal em dois canais – em um,<br />

dois pedais de volume da<br />

Pequenas edições são comuns,<br />

minhas Tagimas JA1 e JA<br />

usei um Power Booster e um<br />

Boss, um na entrada e outro<br />

mas nada que tenha tirado<br />

Limited, uma Tagima Les<br />

Ultimate Distortion, ambos<br />

na saída. Para as sessions do<br />

a veracidade dos takes “ao<br />

Paul e o protótipo da JA<br />

da Fire, e mandei para os<br />

DVD, basicamente é a mesma<br />

vivo”. Como tínhamos um<br />

Limited que, em vez de<br />

amps Bogner Shiva 20th e<br />

coisa, só que mais “enxuta”:<br />

prazo curto para gravarmos<br />

ser na madeira natural,<br />

Mesa Boogie Triple Rectifier,<br />

só usei duas guitarras, a JA-1<br />

todo o projeto, gastamos<br />

tinha um verniz vermelho<br />

os dois com caixas Marshall<br />

e a protótipo da JA Limited,<br />

muito tempo com a pré-<br />

64<br />

65


ENTREVISTA<br />

JUNINHO AFRAM<br />

produção, então estava tudo<br />

bem ensaiado e definido. O<br />

fato de gravarmos dentro<br />

do estúdio facilitou muito as<br />

coisas. Fizemos três takes de<br />

cada música, escolhemos o<br />

melhor e então colocamos as<br />

coberturas de pads, efeitos...<br />

As “perfumarias”, como diz o<br />

Jean.<br />

Quais serão os próximos<br />

passos do Oficina G3?<br />

Temos um projeto chamado<br />

“G3 na Igreja”, que acabamos<br />

de reformular – e estamos<br />

curtindo muito esse novo<br />

formato! Nele, tocamos<br />

nossas músicas e também de<br />

outras pessoas com novos<br />

arranjos, sendo a maior parte<br />

do repertório em versões<br />

acústicas. Outra novidade é<br />

a inauguração de uma loja<br />

virtual com os produtos<br />

da banda. Paralelamente,<br />

estamos cumprindo uma<br />

agenda de divulgação do DVD<br />

Histórias e Bicicletas – O<br />

Filme em todo o território<br />

nacional, além de nos<br />

preparamos para um novo<br />

CD.<br />

ExpoMusic<br />

66<br />

67


ENTREVISTA | POR REDAÇÃO<br />

STEVE<br />

VAI<br />

MONSTRUOSIDADE<br />

FOTO: SLAVKO SEREDA / SHUTTERSTOCK.COM<br />

68<br />

<strong>69</strong>


ENTREVISTA<br />

STEVE VAI<br />

Steve está com 55 anos de<br />

idade. Seu último disco saiu<br />

agora em 2015: Stilness in<br />

Motion traz o registro de<br />

um show realizado em Los<br />

Angeles, nos Estados Unidos.<br />

Já o último CD de estúdio foi<br />

The Story of Light, de 2012.<br />

Além dos álbuns, uma de suas<br />

atividades atuais é promover<br />

workshops pelo mundo. Ele<br />

viaja, faz o que ama – tocar<br />

– e ganha uma boa grana;<br />

do outro lado, os fãs podem<br />

vê-lo de pertinho, receber<br />

conselhos, tirar uma foto e até<br />

fazer uma jam com ele. Todos<br />

saem ganhando. Há poucas<br />

semanas, foi a vez de Steve Vai<br />

aterrissar por estes lados.<br />

NO BRASIL<br />

Steve Vai visitou o País verde<br />

e amarelo nos meses de junho<br />

e julho realizando uma série<br />

de workshops promovidos<br />

pela Luciano Alf Produções,<br />

responsável pelas turnês<br />

brasileiras de Frank Gambale,<br />

Guthrie Govan e Paul Gilbert.<br />

FOTO: SLAVKO SEREDA / SHUTTERSTOCK.COM<br />

Steve passou pelas cidades<br />

de Salvador, São Paulo,<br />

Florianópolis, Belo Horizonte,<br />

Brasília, Curitiba, Rio de<br />

Janeiro e Vitória – os eventos<br />

foram um sucesso, tanto de<br />

vendas quanto de repercussão.<br />

A equipe de Guitarload<br />

compareceu à apresentação<br />

realizada no IG&T, em São<br />

Paulo, no dia 21 de junho. O<br />

auditório estava lotado de<br />

fãs do americano, incluindo<br />

nomes ilustres como Michel<br />

Leme, Mozart Mello e Joe<br />

Moghrabi – a expectativa de<br />

ver de perto um dos maiores<br />

monstros da guitarra era quase<br />

palpável.<br />

Então, no horário marcado,<br />

Steve entrou e, sem enrolação,<br />

começou a tocar. Após a<br />

primeira exibição, respondeu<br />

algumas perguntas dos<br />

presentes. Não muitas,<br />

é verdade, já que ele era<br />

extremamente atencioso e<br />

alongava bastante as respostas.<br />

70<br />

71


ENTREVISTA<br />

STEVE VAI<br />

Cabe aqui um parêntesis:<br />

ele tratou extremamente<br />

bem todas as pessoas, com<br />

muito zelo e humildade.<br />

Em determinado momento,<br />

alguém da plateia pediu<br />

para que Vai permitisse a<br />

construção de uma estátua<br />

em um museu de guitarra<br />

que estava sendo criado – foi<br />

motivo de brincadeira para ele<br />

a noite inteira.<br />

Aliás, o alto astral é uma<br />

característica marcante da<br />

personalidade de Steve Vai.<br />

Havia um jovem na plateia<br />

que chegou a debochar das<br />

perguntas que os outros<br />

faziam, pois as considerava<br />

ruins. No momento de fazer<br />

a dele, o cara recebeu uma<br />

cutucada de Steve Vai: “Todas<br />

as perguntas são importantes<br />

para mim” e, a seguir, Vai<br />

ASSISTA A ALGUMAS DAS MELHORES JAMS REALIZADAS POR<br />

STEVE VAI EM SUA PASSAGEM PELO BRASIL<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

STEVE VAI & PATRICK SOUZA<br />

FOTO: SLAVKO SEREDA / SHUTTERSTOCK.COM<br />

forneceu respostas bem curtas<br />

de propósito, dando uma lição<br />

no engraçadinho – mas sempre<br />

com bom humor. Depois<br />

do “gelo”, Steve voltou às<br />

questões e gastou um tempão<br />

respondendo o cara com todo<br />

o respeito. Para descontrair<br />

ainda mais, Steve fazia “selfies”<br />

com o celular de pessoas<br />

aleatórias.<br />

Falando de música, a única<br />

permitida a ser gravada foi a<br />

clássica “For the Love of God”.<br />

Depois, foi a vez do momento<br />

mais emocionante do<br />

workshop: as jams. Guitarristas<br />

renomados e desconhecidos<br />

tiveram a chance de subir ao<br />

palco e trocar notas com Steve<br />

Vai. Michel Leme foi um deles<br />

– com seu fraseado “torto”,<br />

rendeu uma das jams mais<br />

interessantes da noite.<br />

72<br />

73


ENTREVISTA<br />

STEVE VAI<br />

Para fechar em grande estilo, a equipe de<br />

Guitarload bateu um papo pessoalmente<br />

com Steve Vai. O cara nos tratou com toda a<br />

gentileza do mundo e falou sobre diversos<br />

assuntos bacanas.<br />

CONFIRA EM VÍDEO AQUI!<br />

EQUIPAMENTO<br />

Nos workshops no País, Steve Vai usou sua<br />

A equipe da empresa recebeu<br />

Confira como ficou a ligação:<br />

clássica Ibanez signature e um amplificador<br />

quatro diagramas do Thomas<br />

Carvin Legacy III – a novidade ficou no “meio<br />

Nordegg, técnico de guitarra<br />

Patch IN:<br />

do caminho”: o pedalboard. A fim de facilitar<br />

de Steve Vai, e optou por<br />

1 - Chromatic Tuner (Boss TU3)<br />

a logística e evitar problemas com a alfândega<br />

implementar um sistema<br />

2 - Bad Horsie Wah (Morley)<br />

dos países que visita, o músico viaja somente<br />

estéreo. “Projetamos um<br />

3 - Whammy DT (Digitech)<br />

com a bagagem pessoal, guitarra e notebook. No<br />

board com dois andares<br />

4 - Jemini Distortion (Ibanez)<br />

Brasil, o desafio de montar o pedalboard ficou<br />

para otimizar o uso da área,<br />

5 - Distortion (Boss DS1)<br />

com a empresa Guitartech.<br />

deixando os pedais fixos,<br />

6 - Mad Cat Drive (Guitartech)<br />

E o que Vai achou? “As<br />

reduzindo o tamanho e peso<br />

Send to – Carvin Legacy 1 (IN)<br />

palavras dele foram: ‘uma<br />

“Sugerimos um sistema que exigisse o mínimo<br />

do conjunto. O trabalho da<br />

Return From – Carvin Legacy 1 (Send)<br />

obra de arte!’. Ele realmente<br />

de trabalho. A produção adorou a ideia. Tudo<br />

Guitartech consistiu não<br />

7 - Little Alligator Volume (Morley)<br />

ficou contente e elogiou muito<br />

que fizemos foi acordado e aprovado com os<br />

somente na montagem, mas na<br />

8 - Super Chorus (Boss CH1 Stereo)<br />

o trabalho da Guitartech com<br />

técnicos americanos. O set fechado permitiu<br />

consultoria técnica no que diz<br />

9.1 - Digital Delay (Boss DD3)<br />

a Purple Case, além de ter<br />

grande mobilidade e praticidade”, revelou<br />

respeito a todo o equipamento<br />

9.2 - Digital Delay (Boss DD3)<br />

gostado do pedal Mad Cat<br />

Emanuel Bomfim, da Guitartech.<br />

de som”, afirmou Bomfim.<br />

Patch OUT - To Legacy 2 – Slave (Return)<br />

também”, disse Bomfim.<br />

74<br />

75


RIFFS&LICKS<br />

PREPARAMOS UM VÍDEO ESPECIAL COM 7 LICKS E 7 RIFFS DE STEVE VAI PARA VOCÊ<br />

APRENDER E ENRIQUECER SEU VOCABULÁRIO MUSICAL. MÃOS À OBRA!<br />

RIFFS<br />

THE CRYING MACHINE<br />

LICKS<br />

TENDER SURRENDER 1<br />

TENDER SURRENDER<br />

TENDER SURRENDER 2<br />

SISTERS<br />

EUGENE’S TRICK BAG 1<br />

ANSWERS<br />

EUGENE’S TRICK BAG 2<br />

LITTLE ALLIGATOR<br />

QUINTAS NO ESTILO STEVE VAI<br />

RACING THE WORLD<br />

THE CRYING MACHINE 1<br />

TAURUS BULBA<br />

FOR THE LOVE OF GOD<br />

76<br />

77


ENTREVISTA<br />

POR FERNANDO PAUL<br />

MOZART<br />

MELLO<br />

LEGADO GENIAL<br />

FOTO: DIVULGAÇÃO<br />

78<br />

79


ENTREVISTA<br />

MOZART MELLO<br />

Quatro décadas de ensino da guitarra, inúmeros alunos bemsucedidos<br />

e uma mente genial – essas são algumas das qualidades<br />

de Mozart Mello, que já escreveu seu nome na história da música<br />

brasileira de forma contundente. Confira esta entrevista especial<br />

que fizemos com o cara e devore cada linha sem moderação!<br />

NINGUÉM FICARIA 40 ANOS<br />

FAZENDO O QUE NÃO AMA<br />

Mozart, você completou<br />

vezes nem percebemos. É<br />

Para começar, uma<br />

dissesse: “Vou mandá-lo<br />

nada menos que 40 anos<br />

incrível como há pessoas<br />

pergunta nada fácil. Em<br />

para aquele planetinha<br />

como professor de música.<br />

lhe servindo o tempo<br />

poucas palavras, quem é<br />

para você aprender um<br />

Pensando sobre sua<br />

todo... Bom, então você<br />

Mozart Mello?<br />

pouco e vivenciar coisas<br />

trajetória, qual o primeiro<br />

deve procurar qual a sua<br />

Agora, aos meus 62<br />

importantes, mas, como<br />

sentimento que surge em<br />

parte. O que era no começo<br />

anos, tenho uma visão<br />

você vai precisar sobreviver,<br />

seu interior?<br />

uma possibilidade de<br />

bem diferente da minha<br />

lhe dou de presente uma<br />

Sinceramente, cada um<br />

sobrevivência foi mudando<br />

trajetória e da minha<br />

ferramenta, a música. Ela<br />

tem uma missão específica.<br />

e se transformando na<br />

vida. Me considero<br />

vai permitir a você conhecer<br />

O meu (falecido) pai me<br />

minha missão. Talvez ajudar<br />

um privilegiado por<br />

muitas pessoas e evoluir<br />

ensinou a observar as<br />

o próximo por meio da<br />

conseguir entrar, mesmo<br />

espiritualmente”. É assim<br />

pessoas que estão em nossa<br />

música. Ninguém ficaria<br />

que superficialmente, no<br />

que me sinto hoje!<br />

volta, principalmente as<br />

40 anos fazendo o que não<br />

universo da música. É como<br />

que estão sempre nos<br />

ama.<br />

se alguém (lá em cima) me<br />

servindo e que muitas<br />

80<br />

81


ENTREVISTA<br />

MOZART MELLO<br />

VIVEMOS EM UM PAÍS NO QUAL O<br />

PROFESSOR É NADA. NINGUÉM O RESPEITA<br />

bandeira do ensino. Sim,<br />

o meu último livro Fusion<br />

dar aulas durante 40 anos<br />

2014, contendo nove DVDs<br />

é importante e, por essa<br />

+ um CD (com outro livro<br />

razão, vou fazer algo para as<br />

em PDF); e produtos Mozart<br />

novas gerações terem algum<br />

Mello/Waldman assinados,<br />

parâmetro. Tudo começou<br />

além de cordas SG e porta-<br />

com uma nova parceria<br />

palhetas com palheta<br />

com a Waldman (Equipo).<br />

(palhetasonline). Então<br />

Para comemorar essa<br />

Produtos com a minha<br />

montei dois kits diferentes.<br />

marca, você lançou<br />

marca – guitarras, afinador,<br />

É uma comemoração<br />

materiais especiais para<br />

pedal, cabos. Então, para<br />

solitária que estou dividindo<br />

venda. Fique à vontade<br />

comemorar essas quatro<br />

com as pessoas.<br />

para falar sobre eles.<br />

décadas, juntei várias<br />

Vivemos em um País no<br />

coisas: um CD coletânea<br />

Você lembra quando essa<br />

qual o professor é nada.<br />

I com músicas, estudos,<br />

paixão pela parte didática<br />

Ninguém o respeita.<br />

composições e playbacks<br />

surgiu em sua vida?<br />

Isso tem se agravado na<br />

(são 96 faixas); um livro<br />

Sou de uma época em<br />

última década, parece que<br />

de estudos, reedição<br />

que não havia material<br />

emburrecemos! Resolvi<br />

das minhas primeiras<br />

de guitarra para estudar,<br />

TRECHO DA MASTERCLASS COM MOZART MELLO<br />

então levantar essa<br />

videoaulas (fusion e blues);<br />

somente de violão. Por uma<br />

82<br />

83


ENTREVISTA<br />

MOZART MELLO<br />

EU ME SINTO MUITO BEM NOS<br />

BASTIDORES! SINCERAMENTE, NUNCA<br />

TIVE ESSA VIBE DE ARTISTA<br />

questão de sobrevivência,<br />

comecei a fazer folhinhas<br />

(muitas) que viraram<br />

apostilas e livros. Grande<br />

parte delas é manuscrita<br />

e até hoje as utilizo.<br />

Como a pirataria matou<br />

qualquer possibilidade de<br />

comercializar, elas viraram<br />

brindes na compra dos<br />

CURSO DE GUITARRA - 14/17<br />

meus materiais. A vontade<br />

de estudar e pesquisar sem<br />

a preocupação de resultados<br />

acabou sendo uma diretriz<br />

do meu trabalho. Tento<br />

passar isso para os meus<br />

alunos: estudar e pesquisar<br />

por puro prazer, e não para<br />

postar no YouTube.<br />

Logicamente, você tem<br />

composições e trabalhos<br />

lançados, mas de alguma<br />

forma lhe incomoda<br />

ser mais visto como um<br />

“mestre” do que como um<br />

“artista” pelos músicos em<br />

geral?<br />

Eu me sinto muito bem nos<br />

bastidores! Sinceramente,<br />

nunca tive essa vibe de<br />

artista. Há uma vantagem:<br />

posso tocar o som que<br />

quiser, pois não tenho<br />

compromisso com plateia/<br />

público. Se eu resolver<br />

tocar jazz em uma semana<br />

e na outra comprar uma<br />

guitarra de 8 cordas?<br />

Sem problemas! Mas não<br />

esqueço que o brasileiro<br />

não respeita os professores.<br />

Tenho de saber conviver<br />

com isso.<br />

Qual a grande deficiência<br />

que você enxerga nos<br />

guitarristas brasileiros<br />

atuais?<br />

Nós vivemos em um País<br />

com enorme riqueza e<br />

diversidade cultural, porém<br />

temos alguns pontos de<br />

encontro: um universo<br />

rítmico incrível e harmonia<br />

vasta, da mais simples à<br />

sofisticada. Talvez as novas<br />

gerações pudessem se<br />

debruçar mais sobre isso<br />

e tentar fazer o caminho<br />

inverso. Mostrar para o<br />

mundo essa riqueza. Não é<br />

o que vemos por aí, certo?<br />

Os modelos e parâmetros<br />

de fora são muito fortes,<br />

principalmente para<br />

os guitarristas. Você<br />

certamente já foi muitas<br />

vezes a um festival de blues,<br />

mas já foi a algum de baião?<br />

Entendeu o ponto? Envolve<br />

mídia, patrocinadores,<br />

novos talentos... Não é fácil.<br />

Nos próximos 40 anos,<br />

você acredita que<br />

a guitarra sofrerá<br />

grandes mudanças<br />

em sua abordagem e<br />

aprendizado?<br />

Acho que é preciso pensar<br />

mais “macro”. O que<br />

acontecerá com o nosso<br />

“planetinha”. Faço parte do<br />

grupo de pessoas que não<br />

acredita mais no “todo”.<br />

Acredito em coisas ou<br />

situações pontuais. Cada um<br />

deve fazer a sua reflexão<br />

e ver como quer viver os<br />

84<br />

85


ENTREVISTA<br />

MOZART MELLO<br />

próximos anos. Tocando<br />

nos palcos do mundo?<br />

Dando aulas online no<br />

meio do mato? Pela ótica<br />

do mercado de consumo, a<br />

guitarra não pode parar de<br />

se reinventar – quando digo<br />

“guitarra”, digo tudo que a<br />

envolve: desde a primeira<br />

guitarra do garotão até um<br />

Rock in Rio 2025. Business!<br />

Com o avanço da tecnologia,<br />

teremos de nos adaptar a<br />

uma nova realidade.<br />

E você tem planos de se<br />

aposentar ou planeja<br />

dar aulas para sempre?<br />

Com certeza os alunos<br />

gostariam que você não<br />

parasse nunca! (risos)<br />

Na verdade, já sou<br />

aposentado pelo INSS e por<br />

uma previdência privada:<br />

duas grandes porcarias!<br />

Na minha faixa etária, o<br />

pensamento é: o que eu<br />

estarei fazendo daqui a<br />

10 anos? As alternativas<br />

viáveis começam a surgir<br />

na cabeça e você começa a<br />

trabalhar nelas: atividades<br />

online, livros, CDs e DVDs<br />

didáticos, pesquisas,<br />

produção etc. A sua saúde<br />

mental é a principal. O<br />

universo didático é muito<br />

grande, mas, nos meus<br />

cursos, digo que a minha<br />

parcela está entre 5 e 10%.<br />

Vou tentar fazer o melhor<br />

possível pelos alunos,<br />

mas não se esqueçam de<br />

que é no máximo 10%! O<br />

mais legal de tudo é que<br />

formamos uma pirâmide<br />

infinita. Tenho contato até<br />

hoje com o meu primeiro<br />

aluno, o Eric. Não é demais<br />

isso?<br />

Para fechar: sem a<br />

guitarra e a música, quem<br />

seria Mozart Mello?<br />

Essa é fácil. Comecei a<br />

gostar muito das Ciências.<br />

Tenho muitos livros de<br />

astronomia (as pessoas não<br />

sabem, mas sou ufólogo) e,<br />

se hoje eu fosse começar,<br />

86<br />

87


ENTREVISTA<br />

estudaria medicina:<br />

tradicional, natural,<br />

chinesa, espiritual... Acho<br />

maravilhoso!<br />

Valeu, Mozart! Parabéns<br />

pela sua trajetória.<br />

Obrigado! Gostaria de<br />

deixar um conselho aos<br />

novos guitarristas: não é<br />

preciso mais estudar aquele<br />

monte de coisas chatas, você<br />

pode tentar ir direto ao que<br />

procura, ao que ama! Faça<br />

um mix de estudo sério,<br />

experimentação, ouvindo<br />

de tudo e pesquisando<br />

muito. É preciso estar o<br />

tempo todo na sintonia<br />

de todas as artes: dança,<br />

teatro, artes plásticas,<br />

cinema. Ou seja, ligado no<br />

cosmos! Confie nos seus<br />

insights! Nunca pensei por<br />

que a música foi o presente<br />

que recebi lá de cima. Nos<br />

momentos mais difíceis<br />

da minha vida, a música<br />

sempre esteve ao meu<br />

lado, sendo que em alguns<br />

momentos ela me salvou!<br />

Só para encerrar com uma<br />

dose de humor. Em 2015,<br />

além de um tratamento de<br />

um tumor, tive um sério<br />

acidente de trânsito. A cena<br />

é a seguinte: você está todo<br />

ensanguentado dentro do<br />

carro e o profissional do<br />

SAMU (um herói) cortando<br />

a sua roupa para ver a<br />

profundidade do problema.<br />

Olhei para a mão direita: ok!<br />

Olhei para a mão esquerda:<br />

ok! Antes de desmaiar ainda<br />

consegui pensar: “é nóis!”<br />

Calhau Moz.<br />

88<br />

89


ENTREVISTA<br />

POR FERNANDO PAUL<br />

MATEUS<br />

ASATO<br />

COLHENDO OS FRUTOS DA EVOLUÇÃO<br />

Representante da nova geração da guitarra brasileira, Mateus Asato<br />

atua nos Estados Unidos e tem colhido os frutos gerados por sua<br />

incrível evolução como músico e ser-humano. Quatro anos após<br />

a primeira entrevista, ele voltou a conversar com Guitarload. O<br />

resultado você confere nas páginas a seguir!<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO<br />

90<br />

91


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

ACREDITO QUE O ATO DE EVOLUIR SE TORNA 'VISÍVEL'<br />

POR MEIO DOS FRUTOS QUE CADA PROFISSIONAL COLHE<br />

Mateus, nossa primeira<br />

entrevista contigo<br />

ocorreu em 2012 e tinha<br />

o título: “Mais do que<br />

uma promessa”. Quatro<br />

anos depois, você está<br />

estudando nos Estados<br />

Unidos e acompanhando<br />

uma cantora de grande<br />

sucesso, além de integrar a<br />

equipe do Jamtrackcentral<br />

e fechar uma parceria<br />

com a Suhr. O talento<br />

diferenciado que você já<br />

mostrava naquela época<br />

se amadureceu de forma<br />

incrível. Como você<br />

enxerga a sua evolução?<br />

Primeiramente, gostaria de<br />

agradecer o elogio. Acredito<br />

que o ato de evoluir se<br />

torna “visível” por meio dos<br />

frutos que cada profissional<br />

colhe. E, felizmente no meu<br />

caso, foi algo gradativo,<br />

pois em 2013 ingressei no<br />

Musicians Institute, o que<br />

foi uma conquista muito<br />

considerável para mim;<br />

em 2014, fui chamado para<br />

92<br />

93


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

fazer parte da Jamtrack;<br />

Os Estados Unidos sempre<br />

materiais da faculdade de<br />

surge então a teoria para<br />

no ano seguinte, conquistei<br />

tiveram uma boa reputação<br />

maneira esporádica.<br />

dar pingo aos “is” em minha<br />

a vaga de guitarrista da<br />

pelos seus guitarristas, e ter<br />

mente. Mas, ao mesmo<br />

cantora Tori Kelly. Não<br />

a chance de assisti-los de<br />

Na entrevista de 2012,<br />

tempo, adiciono também<br />

só musicalmente, mas<br />

perto é magnífica. Trabalhar<br />

você declarou: “Em<br />

o fato de ter ouvido vários<br />

acredito que também<br />

com arte e morar em Los<br />

termos teóricos, meu<br />

gêneros do instrumento<br />

amadureci pessoalmente<br />

Angeles é caminhar se<br />

conhecimento musical<br />

quando estava na faculdade.<br />

após ter me mudado para<br />

deparando em diferentes<br />

é praticamente nulo.<br />

Ouvir outras praias da<br />

outro país, onde passei a<br />

“menus de arte” pelas<br />

Preciso aprender teoria<br />

guitarra foi essencial nesse<br />

morar sozinho, longe da<br />

esquinas. Já com relação<br />

musical com urgência!”.<br />

quesito.<br />

família. Isso foi crucial para<br />

aos estudos, organização<br />

Observando seus vídeos,<br />

a formação das minhas<br />

nunca foi o meu forte, mas<br />

é possível notar que seu<br />

Ainda sobre o assunto,<br />

responsabilidades e anseio<br />

sempre costumava ficar<br />

fraseado enriqueceu<br />

outra declaração sua foi:<br />

por novos aprendizados.<br />

com a guitarra em mãos<br />

muito. Isso se deveu<br />

“Em termos técnicos,<br />

quando estudava no MI (me<br />

à teoria aprendida no<br />

tenho uma grande<br />

Como está sendo estudar<br />

graduei em março de 2015).<br />

Musicians Institute?<br />

dificuldade com vibratos”.<br />

guitarra nos Estados<br />

Tentei ser um estudante<br />

Com certeza! Em 2012,<br />

Está satisfeito hoje? Como<br />

Unidos? Qual a sua rotina?<br />

“politicamente correto”<br />

meu histórico era formado<br />

Uma experiência incrível<br />

por um tempo, mas foi um<br />

apenas de antigas aulas<br />

e renovadora para o meu<br />

período no qual comecei a<br />

práticas de um professor<br />

conhecimento musical. É<br />

pensar demais enquanto<br />

particular, nas quais eu<br />

interessante analisar o quão<br />

tocava, e isso me incomodou.<br />

era o responsável pelo<br />

diferente pode ser a maneira<br />

Hoje, com a agenda da<br />

cronograma do que gostaria<br />

de tocar, improvisar e/ou<br />

Tori bastante ocupada,<br />

de aprender (óbvio que<br />

compor dependendo da<br />

não é possível ter uma<br />

teoria nunca foi o foco).<br />

nacionalidade do guitarrista.<br />

estável rotina de estudos,<br />

Com o início dos estudos no<br />

Pude vivenciar e aprender<br />

mas procuro manter o<br />

Musicians Institute, eis que<br />

muito com isso na faculdade.<br />

que aprendi revisando os<br />

THE BRIDGE - MATEUS ASATO<br />

94<br />

95


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

trabalhou essa técnica em<br />

particular?<br />

Não diria satisfeito por<br />

completo, mas feliz pela<br />

mudança que já obtive.<br />

Todo guitarrista tem seu<br />

calcanhar de Aquiles, e<br />

acredito que o meu seja<br />

o vibrato. Fiz algumas<br />

adaptações para trabalhar<br />

a técnica: a primeira delas<br />

foi ter trocado a tensão<br />

das cordas. Usava .011<br />

nas minhas guitarras e<br />

acabei mudando para<br />

.010, até .009 por um curto<br />

período. Hoje, uso .011 só na<br />

minha Les Paul e em uma<br />

Telecaster. Outra coisa que<br />

TORI KELLY - HOLLOW (LIVE FROM THE ELLEN SHOW)<br />

fiz foi praticar o vibrato bem<br />

lentamente, com metrônomo<br />

e tocando em pé. E, é claro,<br />

ouvi guitarristas com<br />

vibratos que me agradam:<br />

David Gilmour, Philip Sayce,<br />

John Sykes, Juninho Afram,<br />

SRV, Rafa Moreira, Zakk<br />

Wylde.<br />

Como surgiu a<br />

oportunidade de tocar<br />

com a Tori Kelly? Que tipo<br />

de experiências inéditas<br />

você viveu devido a esse<br />

trabalho?<br />

A oportunidade de tocar<br />

com a Tori Kelly surgiu<br />

por meio de uma audição.<br />

Fiquei sabendo do teste<br />

pelo diretor do programa de<br />

guitarra do MI uma semana<br />

pós minha graduação.<br />

Os diretores musicais<br />

da Tori na época (Dory<br />

Lobel e Paul Mirkrovich)<br />

estavam à procura de um<br />

guitarrista e comunicaram<br />

à faculdade. O diretor do<br />

96<br />

97


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

GIT mencionou meu nome<br />

na lista e acabei recebendo<br />

uma ligação deles para fazer<br />

a audição. Eu e mais outro<br />

aluno do MI estávamos<br />

presentes – com mais<br />

outros cinco guitarristas<br />

– e eles acabaram me<br />

escolhendo. A Tori não<br />

estava presente no dia,<br />

mas assistiu às filmagens e<br />

deu seu voto de aprovação.<br />

Tocar com ela tem sido<br />

incrível, pois, além de ser<br />

uma cantora e musicista<br />

extremamente talentosa, é<br />

uma pessoa encantadora.<br />

Meus primeiros trabalhos<br />

com ela foram na Nova<br />

Zelândia e Austrália, o que<br />

foi uma experiência inédita.<br />

Fora a chance de conhecer<br />

novos países/continentes<br />

pela música, a Tori é minha<br />

primeira gig como sideman.<br />

Conhecer os palcos e os<br />

estúdios de TV americanos<br />

tem sido inesquecível.<br />

Fale também sobre o<br />

espaço conquistado<br />

no Jamtrackcentral.<br />

Sua visibilidade como<br />

profissional deve ter<br />

aumentado bastante.<br />

O contato com a JTC surgiu<br />

depois de um vídeo que<br />

postei tocando a música<br />

“The Bridge”, de minha<br />

autoria. A ideia ao me<br />

contratar para o time<br />

era de dar um segmento<br />

diferente no estilo musical<br />

da empresa, pois a maioria<br />

é categorizada como<br />

“neo-shredders”. Me senti<br />

DON'T DREAM IT'S OVER<br />

98<br />

99


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

O ESTADO DE INSPIRAÇÃO É O<br />

QUE MOVE MEU CÉREBRO A COMPOR<br />

honrado pelo convite,<br />

principalmente por saber<br />

que fui o 2º brasileiro<br />

a começar a trabalhar<br />

com eles (juntamente de<br />

Kiko Loureiro e André<br />

Nieri). Realmente minha<br />

visibilidade se ampliou após<br />

a divulgação deles. Meu<br />

pacote de licks foi o mais<br />

vendido em 2015 (surreal!).<br />

Muitos esperam<br />

ansiosamente seu primeiro<br />

disco instrumental. Você<br />

declarou recentemente<br />

que o trabalho sairá neste<br />

ano. Como imagina o<br />

conceito e a sonoridade do<br />

álbum?<br />

Não sei se um álbum sairá<br />

neste ano, mas quero pelo<br />

menos finalizar um EP até<br />

o fim de dezembro. Tenho<br />

algumas ideias de músicas<br />

em mente, mas não quero<br />

que a pressa tome conta<br />

das minhas composições.<br />

Não sou da teoria “99%<br />

de transpiração e 1% de<br />

inspiração”. Para mim, o<br />

estado de inspiração é o<br />

100<br />

101


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

SEM DÚVIDA, AS GUITARRAS DA SUHR SÃO<br />

AS MAIS 'FÁCEIS' EM QUE JÁ TOQUEI<br />

que move meu cérebro a<br />

Meu primeiro contato com<br />

vista, mas hoje defino<br />

Sunburst, Classic Pro<br />

compor, então pretendo<br />

a Suhr não foi dos melhores<br />

meu relacionamento com<br />

Antique Pink Shell, Classic<br />

deixar que tudo aconteça<br />

(risos). Tenho o péssimo<br />

a empresa desta forma:<br />

Pro Fiesta Red e um novo<br />

naturalmente, por mais<br />

hábito de rotular as coisas<br />

“quanto mais conheço, mais<br />

modelo chamado Alt T Pro)<br />

clichê que isso soe. Quero<br />

muito facilmente, e com a<br />

a amo”. São guitarras de<br />

e uma Gibson Les Paul<br />

permanecer com a essência<br />

Suhr foi assim. Categorizava<br />

materiais superqualificados,<br />

Supreme 2009. Os violões<br />

da guitarra, mas, ao mesmo<br />

a marca como “guitarra<br />

com uma sonoridade<br />

são: Martin 00-15 e Taylor<br />

tempo, explorar todos os<br />

de fritador-moderno” e<br />

autêntica e conforto<br />

816. Amplificadores: Suhr<br />

instrumentos ou vozes no<br />

tinha um preconceito com<br />

extremo, sem exageros. Sem<br />

Bella 1x12, Bogner Duende<br />

geral. Meu objetivo é lançar<br />

o modelo do headstock.<br />

dúvida, as guitarras da Suhr<br />

2x12 e Fender Tonemaster<br />

um trabalho primeiramente<br />

Levou certo tempo para<br />

são as mais “fáceis” em que<br />

4x12. Pedais: Strymon Big<br />

que não seja enjoativo e que<br />

os meus olhos aceitarem<br />

já toquei.<br />

Sky Reverberator, Eventide<br />

possa ilustrar minhas faces<br />

aquele modelo que fugia<br />

Timefactor Delay, Eventide<br />

musicais.<br />

dos padrões do headstock<br />

E qual o resto do seu set no<br />

H9, Ernie Ball VPJR, Suhr<br />

tradicional de Strato/<br />

momento?<br />

Shiba Drive Reloaded,<br />

O que pode falar sobre as<br />

Telecaster da Fender. Pode<br />

Uso quatro guitarras Suhr<br />

Bondi Effects Sick As<br />

guitarras Suhr?<br />

não ter sido amor à primeira<br />

(Classic T Extreme Antique<br />

Overdrive, Bondi Effects Del<br />

102<br />

103


ENTREVISTA<br />

MATEUS ASATO<br />

Caverna<br />

Mar Overdrive, Suhr Koji<br />

Compressor e TC Electronics<br />

PolyTune 2.<br />

Para fechar: imagine que<br />

façamos outra entrevista<br />

daqui a quatro anos. Onde<br />

você imagina estar em sua<br />

carreira como guitarrista?<br />

Em termos de carreira,<br />

espero estar mais<br />

consolidado em quatro anos.<br />

Com mais parcerias musicais<br />

de músicos e artistas que<br />

admiro sendo concretizadas,<br />

com mais pessoas ao meu<br />

lado que possam me ajudar<br />

e ser ajudadas por mim. Com<br />

discos e projetos lançados.<br />

Gostaria também de ter a<br />

chance de compartilhar<br />

um pouco do que sei e<br />

também da minha história<br />

musical futuramente com<br />

as pessoas de alguma<br />

forma, seja em palestras<br />

ou workshops. Obrigado,<br />

Guitarload!<br />

104<br />

105


BANDAEMDESTAQUE<br />

POR ALEXANDRE VELOSO<br />

Rock Band<br />

FOTO: RAFAEL RAMChula


BANDA EM DESTAQUE<br />

CHULA ROCK BAND<br />

A BANDA DESTAQUE DESSA EDIÇÃO É A CHULA ROCK BAND.<br />

OS MINEIROS BOTARAM O PÉ NA ESTRADA DA MÚSICA EM<br />

2010 E DE LÁ PRA CÁ JÁ LANÇARAM DOIS EPs, DOIS DISCOS<br />

E DOIS DVDs. NÓS BATEMOS UM PAPO COM O GUITARRISTA,<br />

RHODES MADUREIRA, QUE FALOU DA HISTÓRIA DO GRUPO E<br />

DO NOVO DISCO, “CORAÇÃO ALADO”, QUE VAI SER LANÇADO<br />

EM SETEMBRO.<br />

A banda foi formada há um<br />

pouco mais de cinco anos.<br />

Como o grupo começou,<br />

de quem foi a ideia de<br />

montar a banda e como<br />

vocês chegaram a essa<br />

formação?<br />

Em 2010 cada um de nós<br />

estava em outras bandas,<br />

todas autorais. Foi quando<br />

o Chula, nosso vocalista,<br />

saiu da banda que estava<br />

e resolveu montar um<br />

trio de rock. Daí começou<br />

a primeira formação da<br />

Chula Rock Band, que tinha<br />

o Felipe Fox no baixo e o<br />

Eduardo Braz na bateria.<br />

Passados alguns shows,<br />

o Chula me chamou pra<br />

produzir o primeiro demo<br />

da banda e no meio do<br />

processo acabei entrando<br />

pro grupo. Lançamos o demo<br />

e tocamos bastante na região<br />

na época. Quando estávamos<br />

produzindo o primeiro EP,<br />

o Pedro Moykano assumiu<br />

as baquetas e, de lá pra cá,<br />

muita coisa rolou. Lançamos<br />

bastante coisa, rodamos<br />

bem e mais mudanças foram<br />

acontecendo. Hoje somos<br />

nós três, Eu, Chula e Pedro.<br />

FOTO: AARON GABRIEL<br />

110<br />

111


BANDA EM DESTAQUE<br />

CHULA ROCK BAND<br />

Os primeiros passos são<br />

sempre os mais difíceis<br />

e eu imagino que vocês<br />

passaram e ainda passam<br />

por dificuldades. Como<br />

foi esse início de estrada,<br />

de onde vocês tiraram<br />

recursos para fazer o<br />

projeto acontecer?<br />

Com certeza, todo começo é<br />

complicado. Como a gente<br />

sempre foi autoral, foram<br />

muitas as dificuldades<br />

pra fazer o som chegar no<br />

público e surgirem os shows.<br />

É mais lento do que pra uma<br />

banda cover ou de tributo,<br />

mas sempre fomos bem<br />

incisivos nessa questão do<br />

autoral. Como eu tinha um<br />

home studio, onde gravamos<br />

a demo e os dois EPs, a<br />

gente conseguia reduzir<br />

o custo das gravações.<br />

Mais pra frente eu abri<br />

a Engenharia de Ideias,<br />

que é uma produtora de<br />

videoclipes e DVDs. Se não<br />

tínhamos grana, a gente foi<br />

aprender a fazer e a coisa<br />

foi ficando séria. Agora,<br />

começo de história de banda<br />

é sempre igual. Come mal,<br />

dorme mal, ganha mal e<br />

bebe bem. Brincadeiras a<br />

parte, já perdemos a conta<br />

das viagens com todo mundo<br />

apertado em um carro, das<br />

hospedagens improvisadas,<br />

tudo que toda banda<br />

independente passa por aí.<br />

Vocês produzem em um<br />

ritmo muito acelerado.<br />

Foram dois EPs, dois discos<br />

e dois DVDs em pouco mais<br />

de cinco anos, é muita<br />

coisa. Como funciona o<br />

processo de composição de<br />

vocês?<br />

O Chula compõe numa<br />

facilidade absurda e, além de<br />

compor sozinho, tem vários<br />

parceiros. No primeiro disco<br />

e nos dois EPs gravamos 19<br />

dessas canções que ele ia<br />

escrevendo e guardando. Eu<br />

sempre compus também,<br />

mas no começo achava<br />

que as músicas não cabiam<br />

dentro do projeto da banda.<br />

Quando chegou no “Agora<br />

FOTO: FERNANDA TINÉ<br />

112<br />

113


BANDA EM DESTAQUE<br />

CHULA ROCK BAND<br />

é Guerra”, eu e o Chula<br />

massa no Planeta Brasil,<br />

Em dezembro de 2015<br />

começamos a compor<br />

primeira vez tocando<br />

vocês lançaram um DVD<br />

juntos e aí a gente passou a<br />

em um grande festival<br />

chamado “Chula Folk<br />

ter uma quantidade muito<br />

no Mineirão, estávamos<br />

Sessions”, que é um<br />

grande de músicas. Quanto<br />

muito empolgados. Nessa<br />

trabalho bem diferente do<br />

mais aumentava o número<br />

mesma época eu estava<br />

“Agora é Guerra”. Porque<br />

de músicas, aumentava<br />

produzindo o disco de<br />

essa mudança brusca?<br />

também o número de<br />

outra banda e gravando<br />

A gente sempre tentou soar<br />

parceiros de composição.<br />

no estúdio Locomotiva,<br />

diferente a cada lançamento.<br />

Por isso a quantidade de<br />

lançamentos grande e<br />

ainda tem muita coisa pra<br />

ser lançada. O próximo<br />

álbum, por exemplo, são 8<br />

em Belo Horizonte. Numa<br />

dessas sessões comentei<br />

com o Marcelinho Guerra,<br />

que é um dos donos do<br />

estúdio, que queria gravar<br />

FOTO: WFUV<br />

CHULA ROCK BAND - DIA DE ROCK (CLIPE OFICIAL)<br />

nunca aquela sonoridade. Ensaiamos muito,<br />

Um momento mais indie<br />

aqui, outro mais rock ali.<br />

Achamos que era a hora de<br />

fazer um DVD, mas também<br />

sempre quisemos um CD<br />

compositores ao todo.<br />

um disco da banda lá, mas<br />

fomos pra um sítio e ficamos lá tocando as<br />

mais folk, usando mais<br />

que não tínhamos grana. Ele<br />

mesmas dez músicas até não aguentar mais.<br />

violões, alguma coisa de<br />

Vamos falar sobre os<br />

sugeriu que gravássemos ao<br />

Quando fomos gravar, gastamos dois dias<br />

bandolins e tudo mais. Foi<br />

discos. O álbum mais<br />

vivo. A solução era ótima,<br />

de bases ao vivo, dois dias de overdubs e<br />

quando resolvemos dar uma<br />

recente, o “Agora é<br />

se entrássemos no estúdio<br />

pronto, podíamos mixar. Pelo fato de ter sido<br />

releitura em muita coisa<br />

Guerra”, é bastante<br />

e gravássemos ao vivo,<br />

gravado no Locomotiva e pelo Marcelinho<br />

da demo que não teve um<br />

interessante e tem uma<br />

gastaríamos poucas horas e,<br />

também ser guitarrista, tínhamos muitas<br />

registro muito bom na época,<br />

pegada de rock com riffs<br />

consequentemente, menos<br />

ferramentas a disposição. Usamos um<br />

pela simplicidade do home<br />

marcantes e a guitarra<br />

grana. A empolgação do<br />

Marshall JTM e um Fender Bassman nas<br />

studio, e fizemos o “Folk<br />

destacada. Como foi que<br />

Planeta Brasil ainda estava<br />

minhas guitarras e um Cestari nas guitarras<br />

Session”. Foi um momento<br />

vocês conseguiram chegar<br />

efervescendo na gente e<br />

do Chula. O mais legal é que a única música<br />

muito bacana porque não<br />

naquele resultado?<br />

decidimos que assim seria.<br />

que eu uso um pedal de drive é Amizade<br />

informamos nas redes<br />

A gente tinha acabado<br />

Se não fosse esse detalhe,<br />

Colorida, todo o resto do disco foi só com a<br />

sociais que gravaríamos<br />

de fazer um show muito<br />

ser ao vivo, o disco não teria<br />

saturação das válvulas dos amplificadores.<br />

nada. Produzimos tudo<br />

114<br />

115


BANDA EM DESTAQUE<br />

CHULA ROCK BAND<br />

Recebemos um convite<br />

irrecusável. A escritora<br />

carioca, Natália Brandão,<br />

encaixariam bem e<br />

estava escrevendo seu novo<br />

procuramos parceiros novos<br />

livro, chamado “Notas de<br />

para esse desafio. O disco<br />

Cabeceira”, e decidiu que<br />

tem 8 compositores para 11<br />

precisava de uma trilha<br />

canções.<br />

FOTO: RAFAEM RAM<br />

sonora. Foi aí que veio o<br />

convite, criar a trilha sonora<br />

de um romance. Dentro<br />

do enredo há um disco de<br />

um dos personagens e o<br />

Eu vi uma postagem<br />

sua, bem descontraída,<br />

na página da banda no<br />

Facebook. Nela você fala<br />

desafio era contar aquela<br />

que vocês foram bem<br />

em segredo, marcamos a<br />

turnês diferentes. Temos a<br />

história através de músicas.<br />

detalhistas na composição<br />

gravação e convidamos<br />

turnê do “Folk Session”, que<br />

O trabalho foi intenso,<br />

de timbres e arranjos. Em<br />

alguns amigos pro evento,<br />

é mais focada em teatros<br />

tivemos que ler o que já<br />

relação aos timbres de<br />

mas não falamos muita<br />

e casas de shows onde o<br />

estava pronto do livro<br />

guitarra, o que o público<br />

coisa. Só falamos que<br />

público fica mais sentado,<br />

naquele momento e escolher<br />

pode esperar do novo<br />

era segredo e que se eles<br />

em um show mais intimista.<br />

canções. Muitas estavam<br />

álbum?<br />

topassem ir, participariam<br />

O outro show é mais rock<br />

guardadas e se encaixavam<br />

Diferente do “Agora é<br />

de algo muito bacana<br />

e, no momento, está em<br />

perfeitamente na história,<br />

Guerra”, o “Coração Alado”<br />

conosco. O pessoal chegou<br />

transição, saindo do show do<br />

outras foram surgindo ali<br />

é um disco de overdubs. Por<br />

e ficou surpreso. Gravamos<br />

“Agora é Guerra” e entrando<br />

naquele momento. Também<br />

isso a liberdade criativa na<br />

dentro de uma barbearia,<br />

no show do disco novo.<br />

lembramos de composições<br />

hora de brincar com timbres<br />

montamos todo o cenário,<br />

de vários amigos que<br />

e instrumentos é bem<br />

uma iluminação simples,<br />

Tem lançamento de disco<br />

maior. Usei basicamente<br />

mas que transformou o<br />

marcado para setembro.<br />

um amplificador só no disco<br />

lugar. E você disse bem, é<br />

Fale um pouco sobre esse<br />

inteiro, um Acedo Audio 296.<br />

bem diferente do “Agora<br />

novo trabalho, “Coração<br />

Sou apaixonado pelo timbre<br />

é Guerra”, e até por isso a<br />

Alado”. Como surgiu a<br />

dele e não vejo outro som<br />

gente trabalha com duas<br />

ideia de fazer esse disco?<br />

pra esse disco. Além disso,<br />

usei também drives e delays<br />

116<br />

117


BANDA EM DESTAQUE<br />

FOTO: LETÍCIA MORATO<br />

handmade, da KFT Mod<br />

Shop, uma marca mineira<br />

muito boa que eu uso já faz<br />

um bom tempo. Já as guitas,<br />

usei uma Fender Stratocaster<br />

Standard, uma Fender<br />

Telecaster Custom Shop,<br />

uma Epiphone Dot 335 e<br />

uma Epiphone Custom, com<br />

um SD Alnico II no braço<br />

e um 490 Gibson na ponte.<br />

Passei o carnaval inteiro<br />

trancado dentro do estúdio<br />

experimentando, testando e<br />

gravando as guitarras.<br />

O disco já tem evento de<br />

lançamento marcado?<br />

Sim. No dia 17 de setembro<br />

acontece o primeiro show<br />

de lançamento de “Coração<br />

Alado”, em Belo Horizonte,<br />

no StudioBar. Vamos lançar<br />

o disco com duas bandas<br />

parceiras, a Devise e a<br />

Radiotape, que também<br />

estará lançando seu novo EP.<br />

Depois desse show faremos<br />

uma série de eventos,<br />

inclusive, junto com a<br />

escritora do livro.<br />

Kiss FM<br />

118<br />

119


PIQUÊPILLS<br />

POR DANIEL PIQUÊ<br />

FERVEU O KISSUCO.<br />

PILLS #19<br />

Opa! Daniel Piquê aqui, novamente. Nesta<br />

edição tem historinha...<br />

Bora pro rock?<br />

O sapo tem uma característica muito<br />

interessante, que consiste em se adaptar à<br />

temperatura da água em que está inserido.<br />

Se você o colocasse em um panela cheia de<br />

água, e começasse a aquece-la, iria reparar<br />

que o sapo permanece lá dentro, sempre se<br />

adaptando ao aumento da temperatura. Isso<br />

até a água estar perto do ponto de fervura,<br />

quando ele tenta sair dali. Ele não consegue<br />

pular, por conta do grande esforço dedicado<br />

aos inúmeros ajustes de temperatura, e<br />

acaba morrendo.<br />

A grande questão aqui não é a forma como<br />

ele morreu e sim o fato dele não saber a<br />

hora de pular fora. Isso pode parecer uma<br />

historinha clichê de Facebook, agora, quando<br />

aplicado à sua carreira (e vida pessoal) pode<br />

fazer muito sentido.<br />

Você provavelmente já deve ter conhecido<br />

alguém que se aproximou<br />

com o perfil de amizade<br />

parasítica (que quer sugar<br />

tudo que você tem), ou<br />

talvez, sendo uma amizade<br />

abusiva, enfim... A grande<br />

sacada aqui é você mensurar<br />

se você está se desgastando,<br />

tentando ajustar as coisas<br />

sem um propósito claro.<br />

Se você perceber que vai<br />

ter que viver se ajustando<br />

com coisas deste tipo, terá<br />

grande chance de morrer<br />

tentando. Fazer esta limpeza<br />

nos seus relacionamentos,<br />

trabalhos sem propósito,<br />

etc, é muito importante para<br />

você chegar onde você quer.<br />

Assim você pode focar todas<br />

as suas energias no que<br />

realmente precisa ser feito!<br />

Entenda que não é para você<br />

fazer ‘corpo mole’ quando<br />

os desafios chegarem<br />

(eles sempre chegam), e<br />

sim treinar o seu “jogo de<br />

120<br />

121


PIQUÊ PILLS<br />

cintura” para dizer NÃO e o<br />

seu timing para saber qual<br />

é a hora exata de pular fora<br />

de situações que vivem te<br />

“esquentando”, e te fazendo<br />

perder o foco.<br />

Na prática, saber a hora de<br />

pular fora é algo desafiador<br />

caminho é um roteiro pelo<br />

qual todos nós passamos,<br />

então fique sempre<br />

antenado. O mundo precisa<br />

de pessoas inteligentes ;)<br />

Espero que eu tenha te<br />

ajudado a produzir em alta<br />

performance. Independente<br />

NAREDE<br />

CHEGOU PARA FICAR<br />

REUNIÃO DE MÚSICOS<br />

Novo sistema permite trocar<br />

captadores de guitarras em<br />

30 segundos sem precisar<br />

tirar as cordas.<br />

para todos nós, portanto<br />

do tamanho da mudança de<br />

Projeto reuniu 130 músicos<br />

é sempre importante<br />

atitude que você for tomar,<br />

para tocar canções de Bon<br />

deixar o seu propósito<br />

tenha consciência dos seus<br />

Jovi e LinkinPark ao mesmo<br />

de vida (artística ou não)<br />

atos; Pode ser a grande<br />

tempo, em Moscou.<br />

bem alinhado com as suas<br />

chance da sua vida... Ou não.<br />

escolhas. Sabendo bem o que<br />

você quer da sua vida você<br />

tenderá a decidir com mais<br />

Te vejo no próximo mês!<br />

Weee... Alias, inscreva-se<br />

EXPERIMENTO MUSICAL<br />

qualidade.<br />

na minha newsletter (link<br />

Luthier transforma micro-<br />

abaixo), assim posso te<br />

ondas em instrumento<br />

O importante é aprender<br />

enviar mais conteúdos por<br />

e aparelho continua<br />

com as suas decisões,<br />

e-mail, e nos falamos mais<br />

funcionando para aquecer<br />

entender as fases da vida,<br />

vezes! Abraço.<br />

comidas.<br />

os altos e baixos, e sempre<br />

buscar evoluir. O tempo,<br />

pode te desfavorecer na<br />

NEWSLETTER DO PIQUÊ<br />

GUITARRA DIFERENTE<br />

hora de tomar decisões,<br />

Americano encomenda<br />

porém não se esqueça que<br />

guitarra de dois braços com<br />

ele também te auxilia na<br />

cordas que se cruzam e o<br />

limpeza dos excessos. Saber<br />

resultado é impressionante.<br />

a hora de tomar outro<br />

122<br />

123


PRATELEIRA<br />

ALICE IN CHAINS: A<br />

HISTÓRIA NÃO REVELADA<br />

Livro conta os segredos da<br />

banda americana<br />

O livro Alice in Chains: A<br />

História Não Revelada, conta<br />

a história da banda de Seatle<br />

(EUA) que mesclou metal<br />

com grunge e influenciou<br />

uma geração. O jornalista<br />

David Sola é o responsável<br />

pela obra, que tenta mostrar<br />

um lado menos caricaturado<br />

e mais humanizado dos<br />

integrantes da banda.<br />

rumores em torno da grupo<br />

e se baseia em entrevistas<br />

com pessoas próximas aos<br />

músicos. O autor mostra<br />

como as drogas quase<br />

destruíram a banda e relata<br />

a ressurreição com o novo<br />

vocalista, William DuVall.<br />

Sola se aventura sob os<br />

segredos, as fofocas e os<br />

Alice in Chains é considerada<br />

uma das quatro bandas<br />

gigantes do grunge, junto<br />

com Nirvana, Pearl Jam e<br />

Soudgarden.<br />

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