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Aviacao e Mercado - Revista - 2

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O instituto seguiu com novos planadores, como: o planador IPT-2, batizado de Aratinga, projetado para o treinamento<br />

primário de pilotos. Um único protótipo chegou a ser construído e voou pela primeira vez em julho de 1942; o planador<br />

IPT-3, denominado Saracura, que voou pela primeira vez em setembro de 1942. Era um modelo simples, de estrutura<br />

de madeira, e de fácil manejo. O modelo IPT-5, designado Jaraguá, era um planador experimental de dois lugares, de<br />

duplo comando, asas alongadas e de concepção moderna para a época. Voou pela primeira vez no final de 1943.<br />

O modelo IPT-6, designado Stratus, foi projetado por João Lepper. Era um planador experimental, de competição, e<br />

voou pela primeira vez em 1944. Era um aparelho de um único lugar, estrutura de madeira e cobertura de contraplacado<br />

fabricado pelo próprio IPT. O IPT-17, último projeto realizado pelo Instituto, era um planador de um lugar,<br />

de estrutura de freijó, e asas de perfil laminar. Apenas o protótipo foi construído e voou em 1960. O Instituto de<br />

Pesquisas Tecnológicas constituiu-se na base técnica sobre a qual surgiu a Companhia Aeronáutica Paulista. O<br />

Instituto projetou duas aeronaves, que vieram a ser fabricadas em série por essa empresa, além de projetar a<br />

famosa aeronave Paulistinha, cópia de um modelo norte-americano.<br />

O IPT foi fundado em 1889, atualmente<br />

com sede na Cidade Universitária –<br />

Butantã, São Paulo-SP. Está na história<br />

do Brasil com presença em diversos e<br />

importantes projetos de desenvolvimento<br />

do país, como na construção de<br />

rodovias e ferrovias; apoio tecnológico<br />

a siderúrgicas, aeroportos, construção<br />

de aeronaves; participação no plano<br />

de recuperação da Serra do Mar;<br />

desenvolvimento de materiais de<br />

construção reforçados com fibras<br />

vegetais, visando a redução de custos;<br />

desenvolvimento de liga de alumínio<br />

para cabeçotes de motores automotivos; desenvolvimento<br />

de plástico biodegradável; avaliação de<br />

produtos de consumo para o Inmetro, Procon e IDEC<br />

-programa de apoio tecnológico para a exportação<br />

produtos. Aos quase 120 anos de existência, o IPT<br />

investe firme na capacitação tecnológica para dar<br />

respostas consistentes aos desafios paulistas e<br />

nacionais do século XXI.<br />

Em 1894 foi fundada a Escola Politécnica, em São<br />

Paulo, uma das primeiras escolas de engenharia do<br />

país. Desde 1891, o Congresso Legislativo do Estado<br />

registrava projetos de lei prevendo a criação de uma<br />

escola de engenharia. Em 1892, o então presidente<br />

da Câmara dos Deputados do Estado e futuro<br />

diretor da Escola, Antônio Francisco de Paula Souza,<br />

apresentou um projeto dispondo sobre a criação do<br />

Instituto Politécnico.<br />

Em 2006, o IPT lançou o livro Ponierismos nos Céus:<br />

a História da Divisão de Aeronáutica do Instituto de<br />

Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT)<br />

entre 1934 e 1957. O livro narra a participação do<br />

instituto no projeto e construção de protótipos de<br />

17 planadores e aviões, em projetos de aeroportos e<br />

na fabricação de centenas de hélices que supriram<br />

boa parte das necessidades do país durante a<br />

Segunda Guerra Mundial. O instituto deu suporte<br />

técnico à fundação e ao desenvolvimento da Companhia<br />

Aeronáutica Paulista para a fabricação de<br />

centenas de unidades do Paulistinha, aeronave que<br />

popularizou a aviação no Brasil durante o mesmo<br />

período. Entre 1957 e 1958, a divisão deixou o IPT e<br />

passou a ser subordinada à Diretoria de Aeroportos,<br />

da Secretaria de Viação do Estado.<br />

O IPT continua em plena atividade, não mais com<br />

projetos de planadores, porém, continua inovando<br />

na tecnologia aeronáutica. É um dos maiores<br />

institutos de pesquisas do Brasil; conta com laboratórios<br />

capacitados e equipe de pesquisadores e<br />

técnicos altamente qualificados, atuando basicamente<br />

em quatro grandes áreas: inovação, pesquisa<br />

e desenvolvimento; serviços tecnológicos; desenvolvimento<br />

e apoio metrológico, informação e<br />

educação em tecnologia. O IPT, com seu Núcleo de<br />

Estruturas Leves (LEL), aplica tecnologia inédita no<br />

Brasil na fabricação de estruturas aeronáuticas. É um<br />

projeto de parceria entre a Embraer, o IPT e a Empresa<br />

Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial<br />

(Embrapii). Essa parceira, assinada no dia de inauguração<br />

do Núcleo de Estruturas Leves (LEL) do Instituto,<br />

em maio de 2014, vem dando resultados positivos<br />

no desenvolvimento de estruturas aeronáuticas.<br />

Além dos planadores do IPT, um dos pioneiros do<br />

voo à vela no Brasil foi o alemão Hendrich Kurt. Em<br />

1942 ele construiu, nas oficinas do Aeroclube de<br />

Bauru-SP, o Zoling, planador de desenho alemão,<br />

batizado de “Arildo Soares”, em homenagem a um<br />

entusiasta bauruense da aviação, na época<br />

tesoureiro do Aeroclube de Bauru. Idêntico em forma<br />

e dimensão ao modelo original, Kurt utilizou apenas<br />

material nacional na sua confecção. Esse planador<br />

tinha asa alta e não possuía cabine fechada; o piloto<br />

voava sentindo o vento no rosto. O planador era<br />

rebocado por camioneta, decolava entre 50 e 60<br />

km/h e conseguia atingir velocidade de 80 km/hora.<br />

Seu primeiro voo foi realizado em 5 de setembro de<br />

1942. O planador recebeu o apelido de “Canguru” e<br />

fez sucesso nos céus de Bauru.<br />

No passado, vários outros fabricantes criaram seus<br />

modelos, como KW1- Quero-Quero, KW2 Biguá,<br />

KW1GB, IPE02 B Nhapecan, IPE 02 B Nhapecan II, IPE<br />

Nhapecan III, PE80367 URUBU, Niva B Monitor<br />

"Neivão", CEA-101 CB.1 Gaivota, CB-2 Minuano<br />

(aeronave com maior alongamento e maior razão de<br />

planeio construída no Brasil), EMB 400 Urupema, P1.<br />

Atualmente, de acordo com FBVV (Federação Brasileira<br />

de Voo à Vela) não há empresas fabricantes de<br />

planadores no Brasil. Mas ainda há por aqui alguns<br />

planadores nacionais preservados em museus, como<br />

o Elfe P1 “Colibri”, que está no museu TAM, em São<br />

Carlos-SP, em sistema de comodato. Este planador<br />

dos anos 40, pertence ao aeroclube de Bauru. Há<br />

planadores em fase de restauração e outros ainda em<br />

“forma”, que integram a frota de vários aeroclubes<br />

pelo país e dividem os céus com os muitos<br />

planadores importados, que são maioria no país.<br />

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