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TRABALHOS CONVIDADOS<br />
FLOGOPITITOS ASSOCIADOS ÀS MINERALIZAÇÕES DE ESMERALDA<br />
DE CAMPO FORMOSO E PINDOBAÇU (BA): FONTES DE POTÁSSIO<br />
PARA REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS<br />
Autores: Bergmann,M. 1 ; Blaskowski, A. E. 1 ; Camargo,M. A. 1 ; Silveira, C.A.P. 2 ; Simas, M. W. 1 ; Cavalcante, A.O. 1 .<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, Brasil.<br />
O Projeto Agrominerais da Região de Irecê-Jaguarari-BA, desenvolvido pela CPRM para a CODEVASF, indicou os flogopititos<br />
das lavras de esmeralda da região de Campo Formoso e Pindobaçu como fontes de K e Mg para remineralização de solos. Os<br />
flogopititos foram caracterizados por litoquímica, petrografia e DRX semi-quantitativo como rochas com 94% a 98% de flogopita,<br />
filossilicato que pode portar 10% de K2O e quantidades de MgO superiores a 20%. Por fatores ligados à estrutura cristalina, a<br />
flogopita é um mineral capaz de disponibilizar o íon potássio no solo com maior facilidade do que minerais como os feldspatos<br />
potássicos, tectossilicatos resistentes ao intemperismo.<br />
Os flogopititos podem ser considerados ainda fontes de multinutrientes, disponibilizando Mg, Fe e Si, além dos micronutrientes<br />
Mn, Mo e V. As rochas pesquisadas atendem ao critério de Soma de Bases da legislação brasileira para remineralizadores<br />
de solo (IN MAPA 05 e 06/2016), têm K2O+MgO+CaO entre 27,64 e 31,45% e enquadram-se nos limites das normas quanto a Elementos<br />
Potencialmente Tóxicos. A mineração de esmeralda baiana é operada no regime de cooperativa garimpeira (Cooperativa<br />
Mineral da Bahia-CMB), pelo método de lavra subterrânea, com acesso à camada mineralizada a partir de pits e galerias. A atividade<br />
vem se adequando às exigências minerárias do DNPM e ao controle do impacto ambiental.<br />
O rejeito gerado por mais de 100 frentes de lavra, disposto em encostas a partir da boca dos pits, forma extensas pilhas nos vales<br />
e dentro da zona urbana das pequenas localidades garimpeiras, onde a disposição organizada dos descartes se impõe para a obtenção<br />
do status de Associações Produtivas Locais (APL Mineração). Uma peculiaridade das relações de trabalho nos garimpos favorece a<br />
obtenção de um agromineral fonte de K, e envolve a faiscação, atividade desenvolvida por contingente de mulheres de baixa renda,<br />
denominadas de “quijilas”, no ambiente dos garimpos de esmeralda.<br />
Como litologia encaixante das esmeraldas, os blocos<br />
de flogopititos são recolhidos dentre outras rochas dos rejeitos<br />
e fragmentados pelas “quijilas” à procura de gemas<br />
pequenas. A destinação a contêineres e o posterior recolhimento<br />
dos materiais envolvidos na faiscagem pode ser<br />
organizada, permitindo a recuperação dos flogopititos,<br />
que constituem em média 15% do volume das pilhas, com<br />
teores de K2O entre 9,44 e 10,86 %, e agregando um sub<br />
-produto à produção dos garimpos.<br />
O trabalho da CPRM abrangeu oito das lavras mais<br />
expressivas da região, e caracterizou as rochas disponíveis<br />
nas pilhas, entre elas várias com potencial para rochagem<br />
ou correção de acidez em solos, pelos teores relevantes de<br />
K, Mg, Ca e micronutrientes (flogopita-talco-tremolita xistos,<br />
serpentinitos, esteatitos e tremolita-actinolita xistos).<br />
São apresentados percentuais e cálculo aproximado dos Camada de flogopititos aflorando abaixo de quartzito<br />
volumes disponíveis de cada uma das litologias, a partir de<br />
estimativas de campo e de informações aportadas pelos<br />
garimpeiros e técnicos da CMB. Amostras de vários litotipos foram selecionadas para ensaios de validação agronômica, e junto a outras<br />
rochas fontes de nutrientes pesquisadas pelo projeto na região de Irecê-Jaguarari serão destinadas ao uso na remineralização de solos<br />
do assentamento da CODEVASF Baixio de Irecê.<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
RELAÇÕES EMBASAMENTO-COBERTURA E GEOCRONOLOGIA U-Pb<br />
EM ZIRCÃO NAS REGIÕES DA VIGIA E JAÍBA-TORRINHAS, PORÇÃO<br />
SUL DO TERRENO TIJUCAS, CINTURÃO DOM FELICIANO, RS.<br />
Autores: Camozzato, E. 1,2 ; Philipp, R.P. 3 ; Chemale Jr., F. 2<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola<br />
Politécnica; 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Instituto de Geociências<br />
O Terreno Tijucas, porção central do Cinturão Dom Feliciano, constitui uma unidade com forma alongada segundo N30ºE,<br />
cerca de 170 km de extensão e 10 a 30 km de largura, composta por rochas metavulcanossedimentares neoproterozoicas do<br />
Complexo Porongos, intercaladas com ortognaisses paleoproterozoicos dos Complexos Vigia e Encantadas. No extremo sul desse<br />
terreno, nas regiões da Vigia e Jaíba-Torrinhas, muitas unidades tinham posicionamento estratigráfico duvidoso ou não eram<br />
reconhecidas.<br />
Levantamentos geológicos e geocronológicos (pelo método U-Pb em zircão) permitiram: 1) a identificação de uma área<br />
dômica contendo a intercalação tectônica de rochas paleo- a neoproterozoicas, denominada Domo da Vigia; 2) o reconhecimento<br />
de eventos inéditos do Estateriano e Calimiano; e 3) o posicionamento estratigráfico dos ortognaisses de Jaíba-Torrinhas,<br />
intercalados em xistos do Complexo Porongos, como cronocorrelatos ao Complexo Encantadas. As relações estruturais e os resultados<br />
geocronológicos permitem conceber no final do Ciclo Brasiliano (~650 Ma) uma geologia desenvolvida em ambiente<br />
colisional continental de caráter transpressivo, gerando estruturas oblíquas, bem como referir a movimentação das zonas de<br />
cisalhamento dúctil até meados do Ediacarano (~600Ma). Aflorando a aproximadamente 50 km ao sudoeste do correlato Domo<br />
de Santana da Boa Vista, o Domo da Vigia constitui uma estrutura N30ºE com aproximadamente 55 km de eixo maior e 10 km<br />
de largura, expondo o embasamento cristalino entre litologias sedimentares da Bacia do Camaquã.<br />
Na área do domo foram identificados os ortognaisses do Complexo Vigia, o Metagranito Seival, o Anfibolito Tupi Silveira e as<br />
metassedimentares do Complexo Porongos. Esta última unidade ocorre como: a) uma estreita faixa de direção NNE, com aproximadamente<br />
18 km de extensão e