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Esposa mística d’Ele, um amor indizível.<br />
Poderei dar a impressão de que<br />
estou exagerando. É algo que não<br />
discuto.<br />
O fato concreto é que toda criança<br />
tem a tendência a exagerar as<br />
qualidades de sua mãe, está predisposta<br />
a encantar-se com ela, e isto é<br />
providencial, constituindo uma vantagem<br />
que lhes favorece a educação.<br />
As mães, portanto, procurem maravilhar<br />
seus filhos, pela paciência,<br />
pela bondade, pela continuidade do<br />
afeto. Procurar maravilhá-los é a<br />
primeira coisa que devem fazer.<br />
E maravilhar, importa às vezes<br />
em punir. Volto às recordações de<br />
minha infância. Dª Lucilia conservava<br />
sobre a penteadeira de seu<br />
quarto uma escova de prata cujos<br />
fios eram muito duros. Quando eu<br />
fazia algo que não devia, ela me<br />
chamava e dizia:<br />
— <strong>Plinio</strong>! (Eu já entendia do que<br />
se tratava; minha consciência não<br />
estava direita...) Estenda a mão!<br />
Você vai levar tantos “bolos”, por<br />
causa do que fez!<br />
Então ela pegava a escova e...<br />
pam! pam! pam! Terminado o castigo,<br />
dizia-me:<br />
— Meu filho, você andou mal por<br />
causa disso, daquilo e daquilo outro.<br />
E me explicava no que eu havia<br />
errado. Porém, fazia-o com tanta<br />
seriedade e tanta doçura, que me<br />
deixava encantado. Quando terminava<br />
a explicação, perguntavame:<br />
— Você entendeu?<br />
— Sim, senhora, entendi.<br />
— Então, peça perdão a sua mãe.<br />
— A senhora me perdoa, mamãe?<br />
— Perdôo!<br />
Em seguida, abraçava-me e me<br />
beijava com imenso carinho. Quando<br />
eu ia embora, estava tão maravilhado<br />
com ela, que tinha vontade de<br />
voltar e pedir outro pito...<br />
Abaixo, a escova<br />
de prata com que<br />
Dª Lucilia aplicava os<br />
“bolos” na mão do filho<br />
É assim que uma mãe segura o<br />
filho. E foi assim que Dª Lucilia me<br />
segurou. Instruindo-me, depois, na<br />
religião católica, fazendo-me compreender<br />
que, acima de minha mãe<br />
terrena, estava a Santa Igreja, da<br />
qual ela não era senão um elemento.<br />
Abrindo minha alma para o Sol<br />
da Justiça, que é Nosso Senhor Jesus<br />
Cristo, e para o modelo de todas<br />
as mães, que é Nossa Senhora.<br />
Além disso, contava-me fatos passados<br />
da vida dela, dos seus pais e parentes,<br />
narrações das quais ela procurava<br />
extrair princípios e normas<br />
de conduta. Mais do que isso, a vida<br />
de Nosso Senhor, os exemplos do<br />
Evangelho, etc. Tudo contado e ensinado<br />
de um modo agradável de<br />
ser ouvido por uma criança.<br />
Não conheço outra educação senão<br />
esta. Às mães que me solicitam<br />
um conselho, dou-lhes o que recebi,<br />
e muito lhes recomendo esta maneira<br />
de formar os filhos. <br />
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