28.10.2016 Views

Jornal Paraná Julho 2016

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OPINIÃO<br />

Carros a diesel? Nein, danke<br />

O preço da poluição do ar é pago em mortes precoces, sobretudo<br />

por problemas cardiovasculares, como infartos e derrames<br />

MARCELO LEITE (*)<br />

Poucas colunas colheram<br />

tantas reações,<br />

nos últimos<br />

tempos, quanto a<br />

"Temer movido a diesel".<br />

Talvez tenha sido a pequena<br />

provocação do título, uma<br />

cutucada na onça ideológica<br />

que ronda qualquer debate<br />

no Brasil de hoje e cujos esturros<br />

impedem ouvir todo o<br />

resto.<br />

Surpreendeu, porém, ver<br />

que ainda há quem defenda<br />

o óleo diesel como propelente<br />

para veículos leves, ou<br />

seja, carros de passeio.<br />

Fora ser um combustível<br />

fóssil, que lança dióxido de<br />

carbono (CO 2 ) na atmosfera<br />

e assim agrava o efeito estufa,<br />

a queima desse derivado<br />

de petróleo produz a<br />

poluição do ar mais tóxica.<br />

O primeiro e grande problema<br />

do diesel é a fuligem,<br />

produto da combustão imperfeita<br />

do óleo. É um dos<br />

principais componentes do<br />

material particulado fino,<br />

capaz de penetrar fundo no<br />

pulmão e depositar materiais<br />

danosos à saúde diretamente<br />

sobre as células<br />

(não bastasse, também<br />

contribui para o aquecimento<br />

global).<br />

Em segundo<br />

lugar, o consumo<br />

de<br />

diesel emite<br />

óxidos<br />

de nitrogênio<br />

e<br />

compostos<br />

de enxofre<br />

que também<br />

são perniciosos<br />

para<br />

seres<br />

humanos.<br />

Fora dos<br />

g r a n d e s<br />

centros urbanos<br />

ainda predomina<br />

no Brasil o padrão<br />

S500, sendo que os motores<br />

a diesel mais modernos,<br />

como os que equipam carros<br />

na Europa, têm filtros<br />

que só funcionam bem com<br />

o S10.<br />

“E ainda tem gente<br />

O impedimento a comercializar<br />

diesel para veículos<br />

leves, no Brasil, não tem,<br />

contudo, origem no combate<br />

à poluição do ar. A restrição,<br />

que data dos anos<br />

1970, serve para limitar a<br />

importação desse combustível<br />

e manter seu subsídio<br />

para os transportes coletivos<br />

e de carga.<br />

Se faz bem para a saúde<br />

dos brasileiros, para que então<br />

mudar a regra? Só para<br />

ficar mais parecido com a<br />

Europa?<br />

aqui no Brasil achando<br />

que devemos seguir<br />

o exemplo alemão.”<br />

Na realidade,<br />

até os europeus<br />

já estão<br />

r e v e n d o<br />

suas políticas<br />

perm<br />

i s s i v a s<br />

com o diesel<br />

em carros<br />

de passeio.<br />

E não<br />

é só por<br />

causa dos<br />

trambiques<br />

para passar<br />

nos testes de<br />

emissão que<br />

vieram à tona com<br />

o escândalo da Volkswagen,<br />

mas por causa da poluição.<br />

O diário "Frankfurter<br />

Rundschau" trouxe uma reportagem<br />

apontando a Alemanha<br />

- sim, ela, a pátria do<br />

Partido Verde - como a<br />

campeã do continente em<br />

emporcalhamento do ar. E<br />

pôs a culpa no diesel.<br />

A Comissão Europeia tem<br />

dois processos contra o governo<br />

alemão por desrespeito<br />

aos limites de emissão<br />

de particulado fino e de dióxido<br />

de nitrogênio. No segundo<br />

caso, o limite europeu<br />

de 40 microgramas<br />

por metro cúbico de ar vem<br />

sendo ultrapassado em 29%<br />

de todas as estações medidoras<br />

no país de Angela<br />

Merkel.<br />

No caso do material particulado<br />

fino, são poucas as<br />

estações em que o teto europeu<br />

termina superado,<br />

como em Stuttgart e Leipzig.<br />

Mas só porque o padrão<br />

na UE é menos exigente<br />

que o recomendado<br />

pela Organização Mundial<br />

da Saúde, explica o jornalista<br />

Frank-Thomas Wenzel;<br />

valesse o critério da OMS,<br />

96% das estações alemãs<br />

estariam medindo níveis excessivos.<br />

O preço da poluição do ar,<br />

aqui como lá, é pago em<br />

mortes precoces, sobretudo<br />

por problemas cardiovasculares,<br />

como infartos e derrames.<br />

A OMS calculou que o<br />

custo econômico desses<br />

óbitos para a Alemanha, em<br />

2010, havia sido de US$<br />

145 bilhões, segundo o<br />

"Rundschau".<br />

E ainda tem gente aqui no<br />

Brasil achando que devemos<br />

seguir o exemplo alemão.<br />

(*) Marcelo Leite é reporter<br />

especial da Folha de<br />

S.Paulo, colunista e autor<br />

de vários livros.<br />

2<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SOCIAL<br />

Nova Produtiva participa do Dia C<br />

Cooperativa desenvolveu e estimulou<br />

diversas ações voluntárias através<br />

do Programa ReNOVA e com a<br />

Campanha Nova Aquece<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Transformar as comunidades<br />

onde as cooperativas<br />

estão inseridas,<br />

por meio do trabalho<br />

voluntário, em busca de um<br />

mundo mais justo e igual, é o<br />

grande objetivo do Dia de Cooperar,<br />

também conhecido como<br />

Dia C. A ação faz parte do<br />

programa de responsabilidade<br />

social das cooperativas brasileiras,<br />

que desenvolvem uma<br />

série de projetos e ações voluntárias<br />

em uma grande corrente<br />

do bem. Somente em<br />

2015, mais de 1.200 cooperativas<br />

realizaram ações de<br />

saúde, educação, cidadania e<br />

preservação do meio ambiente,<br />

nos 26 estados brasileiros e no<br />

Distrito Federal.<br />

Como faz em todos os anos,<br />

dentro das atividades e festejos<br />

do Dia do Cooperativismo, comemorado<br />

sempre no primeiro<br />

Com grande participação de<br />

alunos de escolas da região em<br />

que atua, a Nova Produtiva promove<br />

a etapa regional do 10º<br />

Prêmio Nacional de Redação<br />

do Programa Cooperjovem-<br />

<strong>2016</strong>. O concurso de redação<br />

escolar foi lançado dia 20 de<br />

junho e o prazo para entrega<br />

dos trabalhos vai até 19 de<br />

agosto.<br />

A ação faz parte do Programa<br />

Cooperjovem, de responsabilidade<br />

do Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem do Cooperativismo<br />

(Sescoop), e é realizado<br />

a nível nacional pelas Cooperativas<br />

parceiras em suas áreas<br />

de atuação. O tema desse ano<br />

é “Atitudes Sustentáveis: Promover<br />

Ações e Agir Coletivamente”.<br />

sábado de julho, novamente a<br />

Nova Produtiva, com sede em<br />

Astorga, participou este ano do<br />

Dia C, com várias ações do<br />

Programa ReNOVA e com a<br />

Campanha Nova Aquece.<br />

Contando com cerca de 200<br />

voluntários e com as parcerias<br />

da Texaco, do Sesi, das Meias<br />

Leke e das Secretarias Municipais<br />

de Saúde de Astorga e<br />

Santa Fé, a cooperativa conseguiu<br />

atender mais de 1.300<br />

pessoas em vários municípios.<br />

Através do Programa ReNO-<br />

VA, cooperados, funcionários e<br />

a comunidade em geral receberam<br />

cuidados com a saúde<br />

nos atendimentos realizados<br />

pela “Carreta Ursa/Texaco” e<br />

pela “Carreta Cuide-se” do Sesi.<br />

Além disso, cerca de mil<br />

pessoas poderão ser beneficiadas<br />

com as doações de sangue,<br />

motivadas pelas ações<br />

realizadas pela cooperativa em<br />

Concurso de Redação Cooperjovem tem grande participação<br />

parceria com as Secretarias<br />

Municipais de Saúde de Astorga<br />

e de Santa Fé, por meio<br />

da coleta de sangue pelo Hemocentro<br />

de Maringá, que<br />

atende toda região.<br />

Durante os meses de maio e<br />

junho, foi realizada ainda a<br />

Campanha Nova Aquece <strong>2016</strong>,<br />

com arrecadação de roupas,<br />

calçados e cobertores nas unidades<br />

de Astorga, Ângulo, Colorado,<br />

Iguaraçu, Lobato, Sabáudia,<br />

Santa Fé, Indústria de<br />

Etanol e Nova Auto Posto.<br />

O objetivo é disseminar o cooperativismo<br />

e a cultura da cooperação,<br />

de forma direta, às<br />

crianças e, indiretamente, a toda<br />

à comunidade escolar. O<br />

concurso de redação se dá em<br />

nível nacional em duas categorias:<br />

do 4° ao 5° ano e do 6º ao<br />

9º ano do ensino fundamental.<br />

Na área de ação da Nova<br />

Produtiva participam quase<br />

500 alunos, orientados por 21<br />

professores de 14 escolas em<br />

três municípios sendo sete em<br />

Astorga, seis em Colorado e<br />

uma em Lobato. A cooperativa<br />

e suas escolas parceiras, através<br />

das Secretarias Municipais<br />

de Educação dos três municípios,<br />

desenvolvem o Programa<br />

Cooperjovem apenas na categoria<br />

de 4º ao 5º anos. O projeto<br />

teve início em 2009 no município<br />

de Astorga.<br />

O conteúdo do programa é<br />

trabalhado de forma interdisciplinar<br />

em sala de aula e através<br />

do desenvolvimento de<br />

Projetos Educacionais Cooperativos,<br />

orientados pelos professores.<br />

Para auxiliar o trabalho<br />

desses, o Sescoop disponibiliza<br />

material didático aos<br />

participantes, assim como capacitação<br />

aos professores para<br />

trabalharem o cooperativismo<br />

em sala de aula.<br />

Com doações arrecadadas foram atendidas<br />

diversas famílias carentes e várias instituições<br />

Na ação, a cooperativa contou<br />

com o voluntariado de cooperados<br />

e funcionários. Além<br />

destes, em Colorado, as integrantes<br />

do Núcleo Nova Mulher<br />

tiveram participação decisiva,<br />

contando também com a parceria<br />

das Meias Leke de Astorga.<br />

Com as doações arrecadadas<br />

pela Campanha Nova<br />

Aquece foram atendidas diversas<br />

famílias carentes da comunidade<br />

em Colorado e várias<br />

instituições beneficentes de<br />

Dentre as redações produzidas<br />

serão selecionadas as três<br />

melhores por escola e enviadas<br />

às secretarias municipais de<br />

Educação até o dia 26 de agosto.<br />

Destas serão escolhidas somente<br />

três redações por município<br />

e encaminhadas à Nova<br />

Produtiva até o dia 2 de setembro.<br />

Na última etapa regional,<br />

serão escolhidas somente três<br />

redações para envio ao Sescoop,<br />

até o dia 12 de setembro,<br />

para concorrer em nível estadual.<br />

Astorga - APAE, Casa Lar, Rede<br />

Feminina de Combate ao Câncer,<br />

Casa da Acolhida e Vicentinos.<br />

“Todos os anos, em todo o<br />

País, mais de 1.300 cooperativas<br />

formam uma grande corrente<br />

do bem, e a Nova Produtiva<br />

faz parte deste movimento<br />

graças ao apoio e confiança<br />

de seus cooperados,<br />

funcionários e parceiros”, afirma<br />

Aline Eduardo Farias da<br />

Silva, encarregada de cooperativismo.<br />

A premiação ocorre em três<br />

etapas, municipal, realizada<br />

pela cooperativa, estadual e<br />

nacional, pelo Sescoop, Na<br />

etapa nacional as redações<br />

concorrem a um notebook,<br />

mais uma viagem cultural,<br />

prêmio dado para os três classificados<br />

por categoria.<br />

O objetivo é disseminar o cooperativismo<br />

4<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


FEIRA<br />

Energia de biomassa é destaque na Fenasucro<br />

A bioenergia representa em<br />

capacidade instalada 10% da<br />

matriz energética nacional, atrás<br />

só das fontes hídrica e fóssil,<br />

e 80% são derivadas da cana<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Apontada por especialistas<br />

como uma das<br />

mais viáveis soluções<br />

para diminuir os<br />

custos da produção e do fornecimento<br />

da energia gerada<br />

pelas hidroelétricas e de combustíveis<br />

fósseis, a bioenergia<br />

gerada a partir da cana-deaçúcar<br />

tem apresentado um<br />

crescimento significativo nos<br />

últimos anos, aquecendo o<br />

mercado. No primeiro trimestre<br />

de <strong>2016</strong> as usinas produziram<br />

722,6 megawatts, um<br />

aumento de 10,5% em relação<br />

ao mesmo período de 2015, é<br />

o que afirma a Câmara de Comercialização<br />

de Energia Elétrica<br />

(CCEE).<br />

De acordo com dados da<br />

associação International Renewable<br />

Energy (IRENA), o Brasil<br />

desde 2014 já era o país com<br />

maior capacidade instalada de<br />

geração por meio de biomassa<br />

com 15,3% do total mundial, à<br />

frente de países desenvolvidos<br />

como o EUA, com 13,6%, China<br />

com 11,6%, Índia – 6,2% e<br />

Japão que representa 5% do<br />

montante.<br />

As boas notícias não param<br />

por ai, em 2015 a oferta de<br />

energia obtida por meio da biomassa<br />

teve um crescimento de<br />

cerca de 7%, com um total de<br />

mais 22 TWh, esse número<br />

equivale ao abastecimento de<br />

11 milhões de residências durante<br />

um ano inteiro. A bioenergia<br />

representa em capacidade<br />

instalada aproximadamente<br />

10% da matriz energética nacional,<br />

atrás apenas de fontes<br />

hídrica e fóssil, e 80% são derivadas<br />

da cana-de-açúcar,<br />

afirma a Agência Nacional de<br />

Energia Elétrica (ANEEL).<br />

Por entender a importância<br />

dessa matriz energética para o<br />

Organizadores estão otimistas<br />

A retomada no setor neste<br />

ano é um dos pontos que a Fenasucro<br />

& Agrocana aposta<br />

para <strong>2016</strong>. O otimismo está<br />

relacionado, principalmente,<br />

ao fato do mercado sucroenergético<br />

estar aquecido com<br />

a alta na demanda por açúcar<br />

(para exportação, principalmente)<br />

e etanol (consumo interno),<br />

o que faz com que as<br />

usinas procurem soluções para<br />

auxiliar a produtividade.<br />

“A Fenasucro & Agrocana<br />

acontece em um período em<br />

que o setor está se preparando<br />

para a manutenção<br />

das plantas industriais o<br />

que, consequentemente, impulsiona<br />

os negócios realizados<br />

durante o evento e a<br />

procura por novas tecnologias.”,<br />

destaca o Gerente<br />

Geral Paulo Montabone.<br />

As perspectivas positivas<br />

também foram ressaltadas pelo<br />

Presidente do CEISE Br, Paulo<br />

Gallo. “A Fenasucro & Agrocana,<br />

esse ano em especial, irá<br />

servir como o ponto de virada<br />

no setor sucroenergético, demarcando<br />

o fim de um ciclo<br />

péssimo em nossa economia<br />

em geral, e em particular nos<br />

mercados ligados à cadeia produtiva<br />

do etanol, do açúcar e da<br />

bioeletricidade.”, afirma Gallo.<br />

A feira reúne os líderes do<br />

mercado e seus principais<br />

compradores vindos de todo<br />

o Brasil e de mais de 40 outros<br />

países. Neste ano, a expectativa<br />

é receber mais de 30<br />

mil visitantes/compradores e<br />

chegar a uma geração de negócios<br />

de cerca de R$ 2,8 bilhões,<br />

concluídos até seis meses<br />

após o evento.<br />

Entre as novidades na programação<br />

da 24ª edição da<br />

feira está a ampliação da grade<br />

de eventos de conteúdo<br />

que terá mais de 200 horas -<br />

o dobro da edição do ano passado<br />

- com o objetivo de levar<br />

para o visitante/comprador informações<br />

e promover a capacitação<br />

dos profissionais<br />

que atuam no setor canavieiro.<br />

Para Montabone, a feira deve<br />

ser também uma oportunidade<br />

para adquirir conhecimento.<br />

“Nosso diferencial nos<br />

eventos de conteúdo está em<br />

fomentar a educação e pontuar<br />

a feira como um norte<br />

para a capacitação técnica, e<br />

com isso, colaborar com o<br />

desenvolvimento completo do<br />

setor”. É realizada pelo CEISE<br />

Br e organizada pela Reed Exhibitions<br />

Alcântara Machado.<br />

São esperados mais de 30 mil visitantes de 40 países<br />

e uma geração de negócios de R$ 2,8 bilhões<br />

setor, a Fenasucro & Agrocana<br />

– maior feira do mundo do setor<br />

sucroenergético que acontece<br />

de 23 a 26 de agosto, nos<br />

pavilhões do Centro de Eventos<br />

Zanini, em Sertãozinho (SP) -,<br />

reservou um de seus setores<br />

para tecnologias e soluções<br />

para a cadeia energética. Presente<br />

na feira desde a edição de<br />

2014, o espaço vem ganhando<br />

cada vez mais destaque entre<br />

os expositores e visitantes.<br />

Além de produtos e tecnologias<br />

apresentados nos estandes, a<br />

Segundo Elizabeth Farina,<br />

presidente da Unica (União da<br />

Indústria de Cana de Açúcar),<br />

até 2024 o Brasil é capaz de aumentar<br />

em mais de oito vezes o<br />

volume oferecido à rede pela<br />

bioeletricidade, caso haja investimento<br />

na modernização das<br />

unidades fabris e melhor aproveitamento<br />

da biomassa.<br />

“Hoje, o setor já tem papel<br />

fundamental no fornecimento<br />

de eletricidade pelas fontes de<br />

energias renováveis e sustentáveis,<br />

mas há um potencial gigantesco<br />

como o da<br />

bioeletricidade, o que reforça a<br />

importância cada vez maior de<br />

uma matriz energética diversificada<br />

e um olhar dedicado para<br />

Feira reúne ainda especialistas e<br />

entidades renomadas para abordarem<br />

o tema em sua grade de<br />

eventos de conteúdo. Para essa<br />

24ª edição já estão confirmadas<br />

as presenças da Abraceel<br />

(Associação Brasileira<br />

dos Comercializadores de Energia),<br />

a Biosul (Associação dos<br />

Produtores da Bioenergia de<br />

Mato Grosso do Sul), a Cogen<br />

(Associação da Indústria de Cogeração<br />

de Energia) e a Udop<br />

(União dos Produtores de Bioenergia).<br />

Potencial gigantesco<br />

cada uma destas fontes”, completa<br />

Farina.<br />

De acordo com o gerente<br />

Geral da Fenasucro & Agrocana,<br />

Paulo Montabone a bionergia<br />

gerada a partir da<br />

cana-de-açúcar tem sido nos<br />

últimos anos uma das principais<br />

formas de alavancar o<br />

setor. “Usinas que geram energia,<br />

seja para uso próprio ou<br />

para comércio, fecharam as<br />

duas últimas safras com as<br />

contas positivas. É por isso que<br />

precisamos disseminar e buscar<br />

formas de incentivo para<br />

que as usinas busquem cada<br />

vez mais produzir a energia<br />

limpa da cana-de-açúcar”,<br />

afirma Montabone.<br />

6<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


RANKING<br />

Usinas do <strong>Paraná</strong> figuram<br />

entre as Melhores e Maiores<br />

Revista Exame aponta as empresas que se destacaram em 20 setores da<br />

economia em 2015, além da melhor do agronegócio e Empresa do Ano<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Mesmo que em um ambiente<br />

pouco amigável<br />

para os negócios, novamente<br />

usinas sucroenergéticas<br />

paranaenses se posicionaram<br />

entre as melhores e maiores empresas<br />

brasileiras dos diversos setores<br />

da economia no ranking elaborado<br />

pela Revista Exame, que se tornou um<br />

bom termômetro da economia brasileira<br />

nestes 43 anos de publicações.<br />

A primeira edição foi produzida em<br />

1974.<br />

Em 2015, as 500 maiores empresas<br />

brasileiras dos diversos segmentos<br />

econômicos movimentaram em<br />

conjunto US$ 691 bilhões,<br />

valor 4,6%<br />

menor ao obtido<br />

no ano anterior,<br />

tiveram prejuízo<br />

de US$ 19<br />

bilhões e a<br />

rentabilidade<br />

sobre o patrimônio<br />

líquido<br />

ficou negativa<br />

em 4,9%, a pior<br />

taxa de todos os<br />

tempos, segundo a revista.<br />

Esse índice significa que o patrimônio<br />

das empresas encolheu. De cada<br />

R$ 100 de capital próprio que tinham<br />

no início de 2015,<br />

elas ficaram ao<br />

término do ano<br />

com R$ 95,10.<br />

Se em vez de<br />

investir na<br />

atividade produtiva,<br />

tivessem<br />

aplicado<br />

seus recursos<br />

na compra de<br />

títulos da dívida<br />

pública, teriam recebido<br />

R$ 102,72, já<br />

descontada a inflação.<br />

A premiação das empresas que<br />

melhor se destacaram em 20 setores<br />

da economia em 2015, além da melhor<br />

do agronegócio e Empresa do<br />

Ano, ocorreu no dia 29 de junho, em<br />

São Paulo. Para chegar ao resultado,<br />

balanços de 3.000 empresas e 80.000<br />

indicadores financeiros foram minuciosamente<br />

checados e analisados.<br />

O trabalho foi feito em parceria com<br />

a FIPECAFI – Fundação Instituto de<br />

Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras,<br />

ligada ao departamento de<br />

Contabilidade da Faculdade de Economia<br />

da Universidade de São Paulo.<br />

Além do ranking completo das 500<br />

maiores empresas do país, a publicação<br />

destacou as que apresentaram<br />

maior eficiência e melhor estratégia<br />

em tempos difíceis e incertos da economia.<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


RANKING<br />

Santa Terezinha e Alto Alegre<br />

se destacam em vários critérios<br />

As duas pontuaram entre as maiores<br />

do Brasil e do Sul no computo geral,<br />

por setor, e entre as grandes geradoras<br />

de empregos diretos, entre outros<br />

MARLY AIRES<br />

Entre as 500 maiores<br />

companhias em vendas,<br />

a usina paranaense<br />

melhor posicionada<br />

foi a Santa Terezinha Participações,<br />

com sede em Maringá.<br />

Com receita de R$ 2,041<br />

bilhões (US$ 522,7 milhões)<br />

ficou em 316º lugar. Com 10<br />

unidades no <strong>Paraná</strong> - Iguatemi/Maringá,<br />

Ivaté, Paranacity,<br />

Tapejara, Terra Rica, Cidade<br />

Gaúcha, São Tomé, Rondon,<br />

Goioerê e Umuarama - e uma<br />

no Mato Grosso do Sul, no município<br />

de Eldorado, ainda em<br />

construção, se tornou a sexta<br />

maior empresa do segmento<br />

do País e a maior do setor de<br />

agronegócio no Sul.<br />

O grupo esmaga mais de<br />

16,3 milhões de toneladas de<br />

cana-de-açúcar, produzindo<br />

1,55 milhão de toneladas de<br />

açúcar, 408 milhões de litros<br />

de etanol e 579 megawatts/<br />

hora de bioeletricidade, para<br />

consumo interno e exportação.<br />

Constituída por quatro usinas está entre os 10 maiores<br />

complexos industriais de açúcar e álcool do Brasil<br />

A empresa conta ainda com<br />

terminal logístico rodoferroviário<br />

em Maringá e Paranaguá.<br />

Também é sócia da PASA - <strong>Paraná</strong><br />

Operações Portuárias, terminal<br />

de armazenagem e exportação<br />

de açúcar em Paranaguá;<br />

da CPA Armazéns Gerais,<br />

terminal de armazenagem<br />

e transbordo de líquidos e a<br />

granel, em Sarandi; da Álcool<br />

do <strong>Paraná</strong>, que administra o<br />

terminal público de exportação<br />

de etanol; e da CPLPAR, companhia<br />

constituída para construir<br />

o poliduto, visando escoar<br />

a produção de etanol do Estado<br />

até o Porto de Paranaguá, entre<br />

outros investimentos.<br />

No mesmo ranking, a Usina<br />

Alto Alegre se posicionou em<br />

434º lugar com receita líquida<br />

de R$ 1,434 bilhão (US$ 367,3<br />

milhões). Classificado entre os<br />

10 maiores complexos industriais<br />

de açúcar e álcool do Brasil,<br />

esmaga 9,7 milhões de toneladas<br />

de cana-de-açúcar,<br />

com produção de 915 mil toneladas<br />

de açúcar, 225 milhões<br />

de litros de álcool e 555<br />

mil MWh de energia elétrica.<br />

A Usina Alto Alegre é constituída<br />

por quatro unidades, sendo<br />

uma localizada no estado de<br />

São Paulo - Presidente Prudente<br />

(Unidade Floresta) -, e três<br />

no <strong>Paraná</strong> - Colorado (Unidade<br />

Junqueira), Santo Inácio e Florestópolis.<br />

As duas usinas também se<br />

destacaram entre os 200 maiores<br />

grupos privados atuantes<br />

no Brasil A Santa Terezinha ficou<br />

na 190ª posição e a Alto<br />

Com 10 unidades no <strong>Paraná</strong>, se tornou a sexta maior<br />

empresa do segmento do País e a maior do Sul<br />

Alegre em 195ª considera a receita<br />

líquida. Os 200 grupos obtiveram<br />

juntos receita de US$<br />

720 bilhões em 2015 mantendo<br />

2,9 milhões de empregos.<br />

Os lucros alcançaram US$<br />

9 bilhões, redução de 71% em<br />

relação ao valor do ano anterior.<br />

Dentre as 50 empresas com<br />

maior número de empregados<br />

diretos do agronegócio no Brasil,<br />

15 são usinas, e a Santa Terezinha<br />

se posiciona como a 5ª<br />

maior com 15.107 empregados;<br />

e a Alto Alegre como a 9ª<br />

colocada, com 11.401.<br />

No ranking das 50 maiores<br />

empresas do agronegócio no<br />

Brasil, considerando o ativo<br />

total, maior soma de recursos<br />

disponíveis, a Santa Terezinha<br />

ficou em 25º lugar com US$<br />

As 400 maiores do agronegócio<br />

1.549,6 milhões, sendo a sexta<br />

no setor Açúcar e Álcool. E a<br />

Alegre em 47ª posição, com<br />

US$ 928,9 milhões. A Santa<br />

Terezinha ainda ficou entre as<br />

50 maiores no agronegócio do<br />

Sul, com a 17ª colocação, e a<br />

primeira do segmento sucroenergético.<br />

Quanto a avaliação dos números<br />

do setor de energia em<br />

2015, no critério que considera<br />

a liquidez corrente (reais realizáveis<br />

para cada real de dívida<br />

no curto prazo), a Alto Alegre<br />

ocupou a sexta posição.<br />

Por sua vez, em outro critério,<br />

as 100 maiores empresas<br />

por região, considerando as<br />

vendas líquidas, no Sul do Brasil<br />

a Santa Terezinha Participações<br />

ficou em 42º lugar.<br />

As 400 maiores empresas do<br />

agronegócio no Brasil, por vendas<br />

líquidas, obtiveram juntas<br />

quase US$ 178 bilhões de receita<br />

em 2015, com lucro de<br />

US$ 1,4 bilhão, número 64%<br />

menor do que o registrado no<br />

ano anterior. Dentre as usinas<br />

paranaenses posicionadas entre<br />

as maiores do agronegócio<br />

considerando as vendas líquidas,<br />

a Santa Terezinha ficou em<br />

66º lugar em 2015 somando<br />

R$ 2,040 bilhões (US$ 522,7<br />

milhões); a Alto Alegre foi a 95ª<br />

colocada com R$ 1,434 bilhão<br />

(US$ 367,3 milhões).<br />

Com a melhora de seu desempenho,<br />

a Destilaria Melhoramentos,<br />

com unidades em<br />

Jussara e Nova Londrina, que<br />

não figurava na lista em 2014,<br />

se classificou como a 268ª<br />

maior do agronegócio brasileiro,<br />

com R$ 419,2 milhões<br />

(US$ 107,4 milhões).<br />

Da mesma forma, a Usina<br />

Jacarezinho, com sede no município<br />

com o mesmo nome,<br />

melhorou sua posição no ranking<br />

passando do 372º lugar<br />

para 354º, com R$ 247,8 milhões<br />

(US$ 63,5 milhões).<br />

A Renuka Vale do Ivaí, com<br />

unidades em São Pedro do Ivaí<br />

e em São Miguel do Cambuí,<br />

distrito de Marialva, também<br />

aparece em 364º lugar com R$<br />

231,3 milhões (US$ 59,2 milhões).<br />

A Destilaria Melhoramentos<br />

ainda se destacou em outro critério:<br />

entre as melhores empresas<br />

do agronegócio por setor -<br />

açúcar e álcool: foi a 7º colocada.<br />

8<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


RANKING<br />

BSBIOS ficou em 410º lugar em vendas líquidas no País<br />

Com foco em energia sustentável,<br />

tem uma unidade no Rio Grande do<br />

Sul e uma no <strong>Paraná</strong>, em Marialva<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

ABSBIOS, uma das maiores<br />

produtoras de biodiesel<br />

do Brasil, figura<br />

novamente no ranking publicado<br />

pela Revista Exame, na<br />

edição especial “Melhores e<br />

Maiores <strong>2016</strong>” - referente ao<br />

ano 2015.<br />

Na publicação anterior, a<br />

empresa não constava da<br />

lista e nesta alcançou a posição<br />

410º, entre as maiores<br />

em vendas líquidas, com a<br />

soma de R$ 1.531,8 bilhões<br />

(US$ 392,3 milhões). Mostrando<br />

o crescimento da<br />

BSBIOS, entre as cem maiores<br />

da região Sul ela se posicionou<br />

no 58º lugar melhorando<br />

21 posições em relação<br />

ao ano anterior.<br />

No critério que avaliou as<br />

quatrocentas maiores empresas<br />

do agronegócio do país,<br />

a BSBIOS passou de 110º<br />

lugar para o 91º. Já entre as<br />

maiores empresas de agronegócio<br />

da região Sul ocupou o<br />

25º lugar.<br />

“Estamos focados em produzir<br />

uma energia sustentável,<br />

menos poluente, que gera<br />

benefícios no campo e desenvolvimento<br />

ao País. Para<br />

tanto, investimos e ampliamos<br />

a capacidade de nossas<br />

plantas industriais”, destacou<br />

o diretor presidente da<br />

BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella<br />

comemorando a liderança<br />

brasileira na produção<br />

de biodiesel alcançada no primeiro<br />

semestre desse ano.<br />

A BSBIOS possui duas unidades<br />

industriais, localizadas<br />

em Passo Fundo (RS) e Marialva<br />

(PR). A capacidade total<br />

da empresa é de processar<br />

1,180 milhão litros de<br />

biodiesel ao dia, produzidos<br />

principalmente a partir da<br />

soja.<br />

Na região Sul ela<br />

se posicionou<br />

no 58º lugar<br />

melhorando 21<br />

posições em<br />

relação ao<br />

ano anterior<br />

EVENTO<br />

Biodiesel valoriza a produção agrícola<br />

O presidente da Aprobio, Erasmo<br />

Battistella enalteceu os aspectos<br />

positivos ao agregar valor à soja<br />

com o biocombustível<br />

ASSESSORIA DE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

Opresidente da Associação<br />

dos Produtores de<br />

Biodiesel do Brasil<br />

(Aprobio) e diretor presidente<br />

da BSBIOS, Erasmo Carlos Battistella,<br />

afirmou que o biodiesel<br />

valoriza toda a cadeia produtiva<br />

da soja e, principalmente, o<br />

agricultor brasileiro, em palestra<br />

sobre o desenvolvimento dos<br />

biocombustíveis no Brasil ministrada<br />

durante Global Agribusiness<br />

Fórum <strong>2016</strong>.<br />

O evento foi realizado nos<br />

dias 4 e 5 de julho no Grand<br />

Hyatt São Paulo e contou com<br />

a presença de lideranças do<br />

agronegócio no Brasil, além do<br />

presidente interino Michel Temer,<br />

do governador do Estado<br />

de São Paulo Geraldo Alckmin e<br />

dos ministros da Agricultura,<br />

Blairo Maggi, de Minas e Energia,<br />

Fernando Bezerra, e das Relações<br />

Exteriores, José Serra.<br />

“O agricultor brasileiro foi o<br />

grande beneficiado com a valorização<br />

do biodiesel, quando<br />

antes apenas o farelo de soja<br />

tinha valor. Na inclusão social,<br />

em torno 40% dos grãos vêm<br />

da agricultura familiar, beneficiando<br />

anualmente cerca de<br />

100 mil famílias”, colocou<br />

Erasmo Battistella.<br />

Mas ante a apresentação dos<br />

dados positivos, o presidente<br />

da Aprobio explicou que ainda<br />

é preciso investir mais no setor<br />

para ampliar as demandas.<br />

“Hoje produzimos 4,1 bilhões<br />

de litros de biodiesel, 60% da<br />

nossa capacidade. A maioria da<br />

nossa produção de soja é exportada<br />

em grãos, quando poderia<br />

ser trabalhada aqui. Assim<br />

cresceremos no setor globalmente,<br />

com potencial de exportar<br />

um produto com valor<br />

agregado”, avaliou.<br />

Palestra foi ministrada durante<br />

Global Agribusiness Fórum <strong>2016</strong><br />

O empresário também ressaltou<br />

a necessidade do cumprimento<br />

da legislação brasileira,<br />

que prevê o aumento gradual<br />

de biodiesel ao diesel, para<br />

que o setor cresça ainda mais.<br />

Hoje o combustível renovável<br />

participa com apenas 7% na<br />

mistura.<br />

“Não é só uma questão de<br />

valorização do agricultor, mas<br />

de saúde pública. Estudos da<br />

USP, ministrados pelo professor<br />

Paulo Saldiva, mostram<br />

que 20% de biodiesel a mais<br />

nos automóveis movidos a<br />

diesel representariam 13 mil<br />

vidas poupadas por doenças<br />

relacionadas à qualidade do ar<br />

apenas nas cidades de São<br />

Paulo e Rio de Janeiro. Em outras<br />

palavras, o biodiesel só<br />

tem aspectos positivos para o<br />

desenvolvimento do País”, finalizou<br />

Erasmo.<br />

10<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


ESTÚDIO MÓVEL<br />

Santa Terezinha é parceira da CBN Maringá<br />

Estrutura, alocada em praças das<br />

cidades, percorreu Campo Mourão,<br />

Cianorte, Maringá e Mandaguaçu<br />

DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

AUsina Santa Terezinha<br />

é parceira do Estúdio<br />

Móvel da CBN Maringá<br />

que passou pelas<br />

cidades de Campo Mourão,<br />

Cianorte, Maringá e Mandaguaçu,<br />

no <strong>Paraná</strong>, entre outras.<br />

Instalada geralmente em praças<br />

da cidade, a estrutura permite<br />

gravações, ao vivo, de<br />

edições dos jornais.<br />

A parceria iniciou em novembro<br />

de 2015 e possibilita<br />

que as notícias dessas cidades<br />

menores sejam também destaques<br />

no radiojornal e que os<br />

ouvintes da rádio CBN Maringá<br />

nas regiões Norte e Noroeste<br />

do <strong>Paraná</strong>, que só conhecem<br />

a estação pelo dial, tenham a<br />

oportunidade de saber como é<br />

feita a programação.<br />

O estúdio possui paredes<br />

de vidros proporcionando que<br />

as pessoas, da praça, observem<br />

as gravações, “dando<br />

maior visibilidade à marca e<br />

ficando mais próximos dos<br />

ouvintes”, destaca Elci Nakamura,<br />

diretora de <strong>Jornal</strong>ismo<br />

da rádio. A ideia foi um desdobramento<br />

do que já é feito<br />

em rede nacional e que acontece<br />

ocasionalmente em Maringá,<br />

em feiras agropecuárias<br />

e eventos.<br />

Em Campo Mourão o Estúdio<br />

Móvel ficou alocado na<br />

Praça Getúlio Vargas; em Cianorte,<br />

na Praça 26 de <strong>Julho</strong>; na<br />

cidade de Mandaguaçu, na<br />

Praça Dr. Dimas; e em Maringá,<br />

na Praça Raposo Tavares.<br />

A estrutura é extensiva e no<br />

formato de um container. É<br />

transportada por meio de um<br />

caminhão plataforma e quando<br />

estendida, dobra de tamanho,<br />

para 6m X 8m. Além do estúdio<br />

de rádio, com toda a aparelhagem<br />

necessária, há também<br />

um ambiente de recepção<br />

refrigerado e adaptado para receber<br />

pessoas com deficiência.<br />

A estrutura é consolidada<br />

Próxima parada será em Nova Esperança<br />

pela concessionária de caminhões<br />

e ônibus Rivesa de Maringá,<br />

do grupo Volvo, em uma<br />

parceria de comodato. Quem<br />

quiser conhecer o projeto de<br />

perto, a próxima parada será<br />

em Nova Esperança (PR). A<br />

CBN Maringá foi lançada em<br />

1998 e tem grande alcance na<br />

região.<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


EXEMPLO<br />

Coopcana investe no<br />

sorriso das crianças<br />

Usina desenvolve projeto social<br />

de atendimento odontológico nas<br />

creches municipais em parceria<br />

com a Pastoral da Criança e a<br />

Prefeitura de Paraíso do Norte<br />

MARLY AIRES<br />

Através de um projeto<br />

social inédito de<br />

atendimento odontológico,<br />

“De Mãos<br />

Dadas pela Saúde Bucal”,<br />

cerca de 400 crianças, de<br />

zero a seis anos de idade, de<br />

Paraíso do Norte têm total assistência<br />

na área. O projeto é<br />

desenvolvido há dois anos no<br />

Centro Municipal de Educação<br />

Infantil Francisca Coleta<br />

da Silva e é fruto de uma parceria<br />

entre a Pastoral da<br />

Criança, a Prefeitura Municipal<br />

de Paraíso do Norte e a<br />

Coopcana - Cooperativa Agrícola<br />

Regional de Produtores<br />

de Cana Ltda., sediada em<br />

Paraíso do Norte e com indústria<br />

no vizinho município<br />

de São Carlos do Ivaí.<br />

Enquanto o município<br />

cedeu o espaço, construindo<br />

a estrutura física para o consultório<br />

e o “escovódromo”,<br />

a entidade beneficente equipou<br />

os locais adquirindo todos<br />

os aparelhos, e a cooperativa<br />

mantém o projeto<br />

com o custeio dos profissionais<br />

e o fornecimento de todo<br />

material utilizado para o atendimento<br />

das crianças.<br />

Duas dentistas e duas auxiliares<br />

fazem o atendimento na<br />

creche que funciona em horário<br />

integral. Após cada refeição,<br />

as crianças vão para o<br />

“escovódromo” onde são<br />

orientadas pelas profissionais.<br />

O atendimento odontológico<br />

é feito no horário de<br />

aula, com toda estrutura informatizada<br />

e acompanhamento<br />

de todas as crianças.<br />

“São elas mesmas que se escalam”,<br />

brinca Nair Maria Vichietti<br />

Diniz, coordenadora da<br />

Pastoral da Criança de Paraíso<br />

do Norte e assistente social<br />

da Coopcana.<br />

Nair conta que quando a<br />

dentista chega para levar as<br />

crianças que serão atendidas,<br />

todas querem ir, sem qualquer<br />

medo. “Com este projeto,<br />

estamos desmistificando,<br />

eliminando o medo de<br />

dentista e valorizando os cuidados<br />

com a saúde bucal.<br />

Muitas mães relatam que as<br />

crianças hoje é que ensinam<br />

os pais sobre modo correto<br />

de escovação e até cobram<br />

destes, quando esquecem. É<br />

muito gratificante quando você<br />

vê os resultados através<br />

da mudança de comportamento<br />

e introdução de hábitos<br />

saudáveis”, diz.<br />

A ideia surgiu quando, após<br />

acumular recursos através de<br />

várias promoções, a Pastoral<br />

da Criança procurava por um<br />

projeto para investir. “Queríamos<br />

algo que fizesse diferença<br />

e tivesse continuidade.<br />

Que não fosse momentâneo,<br />

mas que trouxesse mudanças,<br />

melhora na qualidade de<br />

vida das crianças mais carentes.<br />

Daí veio a ideia de montar<br />

o projeto e buscar parcerias”,<br />

afirma Nair.<br />

A assistente social conta<br />

que antes do projeto, os relatos<br />

na creche eram de dificuldades<br />

para trabalhar a escovação<br />

de dente das crianças,<br />

tanto por falta de espaço<br />

adequado quanto de profissionais<br />

para orientar, resultando<br />

na higienização não<br />

adequada e no aumento da<br />

incidência de cáries.<br />

12<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


EXEMPLO<br />

Várias ações trazem<br />

qualidade de vida à comunidade<br />

Entre os projetos realizados pela cooperativa<br />

está “O Óleo Nosso de Cada Dia”<br />

Outro consultório<br />

Outra estrutura semelhante,<br />

com consultório e<br />

“escovódromo”, está sendo<br />

montada no Centro Municipal<br />

Infantil Ouro Verde, em<br />

Paraíso do Norte, e deve<br />

estar concluída até o final do<br />

ano. A Pastoral da Criança já<br />

está com todos os equipamentos<br />

necessários adquiridos<br />

e tudo mais organizado<br />

para começar a funcionar,<br />

só faltando a conclusão das<br />

obras.<br />

Por enquanto, os atendimentos<br />

emergenciais têm<br />

sido feitos no Centro Municipal<br />

Infantil Francisca Coleta<br />

da Silva, onde o projeto<br />

já foi implantado. Com o<br />

novo consultório, o número<br />

de crianças atendidas subirá<br />

para 500, podendo, futuramente,<br />

abrir o atendimento<br />

odontológico também para<br />

as crianças da comunidade.<br />

Mas este não é o<br />

único projeto<br />

desenvolvido<br />

pela Coopcana<br />

em parceria com a Pastoral<br />

da Criança e com a Prefeitura<br />

Municipal de Paraíso<br />

do Norte. Desde 2011, todo<br />

óleo usado no refeitório da<br />

usina é reciclado através do<br />

projeto “O Óleo Nosso de<br />

Cada Dia”.<br />

Sem ter o que fazer com<br />

o óleo usado na cozinha industrial<br />

da usina, os próprios<br />

funcionários sugeriram<br />

que este fosse destinado<br />

para a fabricação de<br />

sabão, que inicialmente era<br />

feito de forma artesanal.<br />

Aproveitando a ideia, a Pastoral<br />

da Criança levantou os<br />

fundos necessários e comprou<br />

uma máquina que processa<br />

o sabão feito a partir<br />

de óleo usado, soda cáustica<br />

e água.<br />

Com a compra da máquina,<br />

o recebimento de<br />

óleo usado foi aberto também<br />

a toda comunidade. O<br />

sistema utilizado é a troca.<br />

A cada três litros de óleo<br />

doados, ganha-se um quilo<br />

de sabão.<br />

Neste projeto, novamente<br />

o espaço foi cedido pela<br />

Prefeitura Municipal, e<br />

a Coopcana fornece os<br />

profissionais envolvidos<br />

com o preparo. São produzidos<br />

em média 800 kg de<br />

sabão por mês, aproveitando<br />

cerca de 1.200 litros<br />

de óleo usado, que<br />

deixam de ser jogados na<br />

natureza, poluindo os cursos<br />

d’água.<br />

“É um projeto que deu<br />

certo e que tem chamado a<br />

atenção de outras entidades<br />

e empresas da região, que<br />

nos visitam buscando conhecer<br />

como este funciona”,<br />

conta Nair Maria<br />

Vichietti Diniz, coordenadora<br />

da Pastoral da Criança<br />

de Paraíso do Norte.<br />

O investimento é baixo e<br />

com o equipamento, o<br />

sabão produzido é de ótima<br />

qualidade. Como embalagem<br />

também é usado plástico<br />

reciclado. O que sobra,<br />

após a troca do óleo usado<br />

pelo sabão, é comercializado<br />

e os recursos revertidos<br />

para ajudar na manutenção<br />

dos projetos da Pastoral<br />

da Criança.<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 13


SYNTEGRAÇÃO<br />

Colheita mecânica começa<br />

com o preparo do solo<br />

Qualquer erro compromete o desempenho das máquinas. Produtor precisa<br />

atentar para as mudanças ocorridas em todo o processo<br />

MARLY AIRES<br />

Na colheita mecânica,<br />

tudo que vem<br />

antes é mais importante<br />

do que a colheita<br />

em si, que é o fechamento<br />

de todo o trabalho. Se<br />

não fizer o antes bem feito,<br />

não adianta querer fazer o<br />

melhor no final. Esse foi um<br />

dos pontos defendidos por<br />

Luiz Carlos Dalben, sócio<br />

proprietário da Agrícola Rio<br />

Claro e consultor da Dalplan<br />

Consultoria na área de motomecanização<br />

no setor sucroenergético.<br />

Com ampla experiência<br />

em mecanização de<br />

cana crua e manejo da palha,<br />

Dalben foi um dos palestrantes<br />

do 1º Syntegração <strong>2016</strong>,<br />

reunião técnica realizada pela<br />

Syngenta em parceria com a<br />

Alcopar, em junho, em Maringá.<br />

Dalben diz que se tudo for<br />

feito da forma certa, o produtor<br />

não vai ter dificuldade na<br />

colheita. “Mas se não tiver<br />

capricho, cuidado, não adianta<br />

falar de colheita crua ou<br />

queimada. Não faço nada fora<br />

do normal, mas procuro<br />

adaptar a realidade e faço cada<br />

coisa na sua hora certa”,<br />

ressaltou.<br />

Não dá para falar em colheita<br />

mecanizada sem falar em tráfego<br />

intenso. “Antes, este era mínimo.<br />

Agora, a colhedora com 19 toneladas<br />

e cada carregadora de 9 a 11<br />

toneladas passam por todas as<br />

ruas da lavoura. Neste cenário, o<br />

espaçamento bem planejado da<br />

O produtor cultiva 8.510 hectares<br />

de cana de açúcar em<br />

Lençóis Paulistas (SP), produzindo<br />

630 mil toneladas de cana<br />

de açúcar, sendo que 64%<br />

da área são de ambiente de<br />

produção E e 25%, D. Usa vinhaça<br />

em 4 mil hectares e as<br />

lavouras ficam a 18 km em<br />

média da usina. Tanto colheita,<br />

quanto plantio, são 100% mecanizados,<br />

colhendo praticamente<br />

tudo com cana crua. Na<br />

safra <strong>2016</strong>/17, a expectativa é<br />

de uma produtividade de 91 toneladas<br />

de cana por hectare<br />

com 133 kg/ATR por tonelada.<br />

Definir espaçamento<br />

cana ganha importância maior.<br />

Tem que trabalhar espaçamento<br />

para não pisar a cana e reduzir ao<br />

mínimo a compactação”, afirmou<br />

o consultor Luiz Carlos Dalben. O<br />

produtor utiliza em sua área o espaçamento<br />

combinado (1,40m x<br />

0,50m), mas há outros que vem<br />

“Atuo no setor há 62 anos e<br />

achava que entendia de sistematização<br />

da lavoura, mas,<br />

com a mecanização, mudou<br />

tudo, desde o preparo e conservação<br />

do solo, o layout do<br />

talhão, espaçamento, manejo,<br />

escolha de variedades, tudo.<br />

Tem que trabalhar cada<br />

área dentro da visão macro,<br />

mas também do micro, lançando<br />

mão de GPS, piloto automático<br />

e demais recursos<br />

disponíveis”, ressaltou o consultor.<br />

Mas apesar de todas as<br />

mudanças e dificuldades enfrentadas<br />

na adaptação, disse<br />

que, atualmente, não voltaria<br />

mais para o sistema anterior,<br />

mesmo se pudesse. “O<br />

custo do corte mecanizado é<br />

menor do que o manual. E a<br />

palha gerada, além da possibilidade<br />

de renda extra, beneficia<br />

o solo”, citou.<br />

sendo testados: o alternado (1,50m<br />

x 0,90m) e o convencional (1,50m).<br />

Tem que trabalhar<br />

cada área lançando<br />

mão de GPS, piloto<br />

automático e demais<br />

recursos disponíveis<br />

O consultor disse que dependendo<br />

da fertilidade do solo (ambientes<br />

de produção), disponibilidade<br />

de água, custo da tonelada<br />

de cana colhida por hora, os gastos<br />

com diesel por tonelada de<br />

cana, a longevidade do canavial<br />

(pisoteio), tratos culturais, manejo<br />

da palha e tudo mais, cada produtor<br />

precisa definir o espaçamento<br />

que melhor se adapte a sua condição,<br />

fazendo uso dos recursos tecnológicos<br />

disponíveis.<br />

14<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SYNTEGRAÇÃO<br />

Palha pode gerar renda extra,<br />

mas momento é ruim<br />

Dificuldades são o custo de manejo,<br />

preparação e transporte, a falta de<br />

equipamentos adequados no Brasil<br />

e o valor pago pela energia<br />

Com a experiência de quem<br />

recolhe a palha desde 2004<br />

para complementar o bagaço<br />

na cogeração de energia elétrica<br />

na usina, ampliando o período<br />

de produção na entressafra,<br />

Luiz Carlos Dalben<br />

diz que essa é mais uma oportunidade<br />

de ganho. E a palha<br />

que sobra no campo ainda<br />

mantém o solo coberto, conserva<br />

a temperatura e a umidade,<br />

mas sem prejudicar<br />

brotação, melhora as condições<br />

de cultivo, dá maior homogeneidade<br />

na aplicação de<br />

vinhaça, facilita os tratos culturais<br />

e controle de pragas e<br />

doenças, e em regiões frias,<br />

aumenta a temperatura do<br />

solo.<br />

“As dificuldades em viabilizar<br />

o uso da biomassa é o volume,<br />

o custo de manejo, preparação<br />

e transporte e a falta<br />

de equipamentos adequados<br />

no Brasil”, afirma o consultor.<br />

As operações necessárias no<br />

campo para aproveitamento<br />

da cana são aleiramento, enfardamento,<br />

carregamento,<br />

transportes e realeiramento do<br />

que sobrou.<br />

O aproveitamento da palha<br />

também depende do valor pago<br />

pela energia, que não está<br />

muito favorável. “A energia<br />

spot chegou a ser comercializada<br />

por mais de R$ 800 e<br />

hoje está em R$ 40,00. Encontra-se<br />

bagaço com 20%<br />

do preço da palha”, acrescenta.<br />

Com uma produtividade de<br />

90 toneladas de cana por hectare,<br />

Dalben obtêm uma média<br />

de 13 toneladas por hectare<br />

de palha, recolhendo de cinco<br />

a seis, com umidade de 8% a<br />

18% e impureza mineral de<br />

4%. “O custo de produção<br />

varia conforme o equipamento<br />

usado para recolher a palha e<br />

conforme o nível de impureza<br />

mineral e da umidade, é determinado<br />

o valor pago”, cita.<br />

Dalben alerta, entretanto,<br />

que não adianta recolher a palha<br />

e pisar na linha da cana.<br />

“É preciso cuidar e fazer ajustes<br />

no espaçamento e na bitola<br />

dos maquinários para evitar<br />

o pisoteio, e em regiões<br />

mais quentes, cuidar com a<br />

proteção do solo e da umidade,<br />

mantendo bom volume<br />

de palha, além de fazer o realeiramento<br />

alternando as ruas<br />

de cana, atentando para as<br />

mudanças no uso de herbicidas”.<br />

O consultor cita que o balanço<br />

energético da palha é altamente<br />

positivo e é energia<br />

limpa, mas que está sendo<br />

desperdiçada. “Com o aproveitamento<br />

da palha de um<br />

hectare de cana dá para abastecer<br />

com energia 3,5 casas<br />

por mês”, diz, ressaltando que<br />

a mistura é de 25% de palha e<br />

75% de bagaço, para manter<br />

o equilíbrio energético na caldeira.<br />

Com o aproveitamento do<br />

bagaço e da palha produzidos<br />

na safra na propriedade de<br />

Dalben é possível cogerar<br />

71.250 KW/h, sendo 27.500<br />

KW/h (134.640 MW) só com<br />

a palha, aumento em mais<br />

62% na geração de energia.<br />

Balanço energético<br />

é altamente positivo<br />

e é energia limpa,<br />

mas que está sendo<br />

desperdiçada<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15


SYNTEGRAÇÃO<br />

Tem que proteger o solo<br />

São usados plantio em faixas,<br />

cobertura com palha e vegetação,<br />

alteração do layout e<br />

sistematização, redução do tráfego<br />

e da compactação e outros<br />

Com o objetivo de manter o<br />

solo protegido e a lavoura de<br />

cana de açúcar produtiva, o<br />

produtor e consultor Luiz Carlos<br />

Dalben vive testando e<br />

aprendendo novos manejos.<br />

“Tem que ter liberdade, raciocinar,<br />

usar novas tecnologias.<br />

Para cada local há um tipo diferente<br />

de trabalho do solo,<br />

dependendo do ambiente de<br />

produção, das condições existentes”,<br />

disse na primeira edição<br />

do Syntegração <strong>2016</strong>.<br />

Para ele, uma das vantagens<br />

da colheita mecânica de cana<br />

crua é não deixar o solo descoberto.<br />

“Tivemos uma alteração<br />

no regime de chuvas. Não<br />

dá para confiar em um padrão.<br />

Também ampliamos o período<br />

de plantio. Planta-se cana praticamente<br />

o ano todo, em<br />

todas as condições de clima.<br />

Há ainda maior manutenção<br />

dos carreadores, e mais canais<br />

escoadouros e para vinhaça,<br />

que se não cuidados,<br />

podem propiciar a abertura de<br />

erosões com as chuvas. Por<br />

isso tem que redobrar os cuidados<br />

e minimizar a concentração<br />

de água”, afirmou.<br />

Ao definir a forma de como<br />

trabalhar sua área de canavial,<br />

pensando na colheita mecanizada,<br />

o produtor tem que pensar<br />

em gerar o menor tráfego<br />

possível, com o menor número<br />

de manobras e compactação<br />

do solo, buscar maior infiltração<br />

de água, menor gasto<br />

com diesel e custo do transbordo<br />

e o mínimo possível de<br />

perdas, pisoteio e impurezas<br />

Além da palha - retira em<br />

média 46%, sobrando ainda<br />

sete toneladas por hectare -,<br />

Dalben protege o solo com vegetação<br />

em toda a área de<br />

risco em períodos chuvosos.<br />

Adota práticas conservacionistas<br />

com o plantio de crotalária<br />

(spectabilis e juncea) e já cultivou<br />

soja e amendoim. Evita o<br />

plantio nas épocas de maior<br />

risco, faz plantio semidireto e<br />

em sistema de meiose, fazendo<br />

o preparo do solo e plantio<br />

em faixas. “Fazer por etapas<br />

dá menos trabalho do que ter<br />

que corrigir o solo destruído<br />

por erosão”, ressaltou o consultor.<br />

Quanto mais carreadores,<br />

mais a água corre, por isso<br />

Dalben reduziu o número, inverteu<br />

carreadores e cobriuos<br />

com vegetação, cuidando<br />

com as águas provenientes de<br />

estradas mestres e de águas<br />

externas. Também tampa canais<br />

de vinhaça em áreas e<br />

épocas de risco, quando não<br />

estiver em uso.<br />

minerais e vegetais. Isso levando<br />

em conta produtividade<br />

da lavoura, espaçamento,<br />

condições do solo, custo da<br />

colheita e tudo mais.<br />

“É preciso cuidar da gestão<br />

da colheita mecanizada trabalhando<br />

com conhecimento,<br />

comprometimento, dinamismo<br />

e vocação. Preciso conhecer<br />

meu custo de colheita para<br />

O preparo do solo é direcionado,<br />

profundo e canteirizado,<br />

em leve desnível, tendendo<br />

a um menor número<br />

de operações. A alteração do<br />

layout dos talhões reduziu os<br />

gastos com máquinas. Em<br />

uma das áreas, de 33 hectares,<br />

com a nova sistematização<br />

reduziu em 44% as manobras,<br />

quase três horas de<br />

hora/máquina.<br />

Gestão da colheita<br />

ver onde está o problema e<br />

como resolver”, afirmou o<br />

consultor Luiz Carlos Dalben,<br />

ressaltando que perdas, arranquio,<br />

impureza, pisoteio<br />

tem que ser exceção e não<br />

regra.<br />

“Hoje temos instrumentos<br />

diferentes de conservação do<br />

solo, melhor distribuição e infiltração<br />

de água, minimizando<br />

concentrações e reduzindo a<br />

velocidade da água”, afirmou<br />

Dalben. Ele tem redimensionado<br />

e invertido terraços ou<br />

mesmo eliminado eles.<br />

“Para tirar terraço tem que<br />

ter muito critério e o manejo e<br />

sistematização do solo é bem<br />

diferente do sistema convencional.<br />

Tem que preparar a<br />

área para a mudança e tem a<br />

hora certa de fazer. É um paradigma<br />

que, se não bem trabalhado,<br />

pode dar com os<br />

burros na água. Depois que o<br />

canavial implantou, aí é tranquilo”<br />

comentou, citando que<br />

não tem nenhum problema<br />

com corrimento de água ou<br />

erosão.<br />

O consultor destacou a importância<br />

de fazer uma higienização<br />

da lavoura, organizando,<br />

limpando a área de pedras<br />

ou tocos. “Falta de cuidado<br />

dá mais prejuízo que espaçamento<br />

errado”, disse citando<br />

que a manutenção responde<br />

por 28,36% do custo<br />

de colheita, mais do que o diesel,<br />

27,19%, o salário e encargos,<br />

19,34% e a depreciação,<br />

16,99%.<br />

Também afirmou que a regulagem<br />

da máquina tem que<br />

“Fazer por etapas<br />

dá menos trabalho<br />

do que ter que corrigir<br />

o solo destruído por<br />

erosão”, disse Luiz<br />

Carlos Dalben<br />

ser feita com frequência, conforme<br />

a demanda, ou o produtor<br />

estará jogando dinheiro<br />

fora. Com a mudança da variedade<br />

e da textura e umidade<br />

do solo, muda a regulagem da<br />

máquina, tanto da plantadeira<br />

como da colheitadeira. “Não<br />

tem dificuldade com a colheita<br />

mecânica, mas técnica e treinamento.<br />

Tem que ter atitude<br />

e continuidade”, ressaltou.<br />

16<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


DOIS<br />

PONTOS<br />

Aviação<br />

Boeing e Embraer apresentaram a aeronave que será utilizada<br />

no programa “ecoDemonstrador”, anunciado no ano<br />

passado. O avião é um Embraer E170, que receberá uma<br />

série de novas tecnologias para preservação do meio ambiente<br />

e para elevar o desempenho e eficiência da aviação<br />

comercial em escala global. Essa é a primeira vez que o<br />

programa, iniciado em 2011 pela Boeing, é realizado fora<br />

do território norte-americano e em parceria com outra fabricante<br />

de aeronaves. Em outras ocasiões, a fabricante<br />

norte-americana trabalhou em parceria com a Nasa e a<br />

FAA, a autoridade federal de aviação dos Estados Unidos.<br />

Bioquerosene<br />

O ecoDemonstrador vai<br />

avaliar cinco novas tecnologias<br />

em busca de soluções<br />

que podem tornar os jatos<br />

comerciais mais eficientes<br />

em consumo de combustível<br />

e com menores índices<br />

de ruídos, além da aplicação<br />

de biocombustível. Os<br />

ensaios de voo com os<br />

novos itens serão realizados<br />

em agosto e setembro. O<br />

ecoDemonstrador vai voar<br />

abastecido parcialmente<br />

com bioquerosene fabricado<br />

no Brasil a partir de<br />

cana de açúcar. De acordo<br />

com Boeing e Embraer, o<br />

combustível alternativo reduz<br />

as emissões de CO 2 em<br />

aproximadamente 82%. O<br />

modelo será testado com<br />

uma combinação composta<br />

por 10% de bioquerosene e<br />

90% de querosene fóssil,<br />

mas o objetivo futuro é utilizar<br />

somente biocombustível<br />

nos aviões.<br />

União Europeia<br />

A produção de açúcar branco na União Europeia deverá<br />

subir 9,7% na temporada <strong>2016</strong>/17, para 16,3 milhões<br />

de toneladas, volume que ainda ficará bem<br />

abaixo do recorde de 19,5 milhões de toneladas registrado<br />

em 2014/15. A produção abaixo da média em<br />

açúcar branco deverá limitar ainda mais a disponibilidade<br />

no mercado de açúcar da EU e há potencial para<br />

alta nos preços e elevação das importações.<br />

Das 56 unidades produtoras<br />

de cana e derivados<br />

certificadas no mundo pelo<br />

Bonsucro, iniciativa reconhecida<br />

internacionalmente<br />

por atestar uma produção<br />

sucroenergética sustentável,<br />

43 são empresas brasileiras.<br />

Isso mostra o comprometimento<br />

do segmento<br />

Bonsucro<br />

TIC’NOVA<br />

Açúcar<br />

A forte valorização do açúcar<br />

cristal e o recuo do etanol<br />

no mercado interno fizeram<br />

com que o alimento remunerasse<br />

75% mais que o anidro<br />

e 90% mais que o hidratado<br />

no Estado de São Paulo na<br />

primeira semana de julho, segundo<br />

cálculos do Centro de<br />

Estudos Avançados em Economia<br />

Aplicada da Esalq/<br />

USP. Em junho, o preço do<br />

cristal subiu quase 14%. As<br />

cotações do açúcar estão em<br />

alta no mercado internacional,<br />

sustentadas pelo primeiro<br />

déficit de oferta em<br />

cinco anos. A maior remuneração<br />

do açúcar frente ao<br />

etanol ocorreu em janeiro de<br />

canavieiro nacional na incorporação<br />

das melhores<br />

práticas sociais e ambientais<br />

em seus processos<br />

agrícolas e industriais. Já<br />

são aproximadamente 910<br />

mil hectares de canaviais<br />

auditados, o que representa<br />

9,3% do total da área colhida.<br />

De 17 a 19 de agosto Maringá sediará o TIC’NOVA <strong>2016</strong>,<br />

evento que reúne empresários, profissionais, professores, pesquisadores<br />

e acadêmicos do setor de Tecnologia da Informação<br />

e Comunicação. É composto por quatro trilhas temáticas - empresarial,<br />

games, startup e segurança da informação - , com<br />

um conjunto de palestras, minicursos e workshops voltados a<br />

temas estratégicos da área, contando com grandes profissionais<br />

do mercado. O objetivo é promover a integração de pessoas<br />

com vistas a geração de empresas, produtos e serviços<br />

inovadores, através de atualização tecnológica, difusão de tendências,<br />

aplicação de conceitos e geração de inovação.<br />

2011, quando chegou a ser<br />

94% mais vantajoso que o hidratado<br />

e 83% maior frente<br />

ao anidro.<br />

Produção<br />

A capacidade de produção<br />

de açúcar do Brasil deve<br />

crescer entre 1,5 milhão e 2<br />

milhões de toneladas no<br />

próximo ano, uma vez que<br />

usinas têm planos de expandir<br />

instalações frente a um<br />

déficit na oferta global de<br />

açúcar que subiu para 7,1<br />

milhões de toneladas, disse<br />

o presidente da consultoria<br />

Datagro, Plínio Nastari. Ele<br />

citou que as usinas estão<br />

provavelmente operando no<br />

limite de sua capacidade de<br />

produção de açúcar e não<br />

conseguem produzir mais,<br />

apesar dos altos preços internacionais,<br />

por isso estão<br />

implementando pequenas<br />

expansões que devem resultar<br />

em maior capacidade<br />

para a safra da cana 2017/<br />

18. A estimativa de produção<br />

de açúcar do centro-sul<br />

é de 35,2 milhões de toneladas,<br />

ante 31,2 milhões de<br />

toneladas na última safra.<br />

18<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


A produção e o consumo<br />

de biodiesel devem<br />

aumentar em 5% neste<br />

ano na comparação<br />

com 2015, segundo a<br />

Aprobio. Caso se<br />

concretize, o volume<br />

a mais representará<br />

um acréscimo de<br />

220 mil litros em<br />

relação ao ano<br />

passado. Em<br />

março, as<br />

perspectivas<br />

mais otimistas<br />

da entidade<br />

apontavam<br />

que a<br />

Biodiesel<br />

produção neste ano iria<br />

repetir a de 2015, de 3,94<br />

bilhões de litros – em um<br />

cenário pessimista,<br />

haveria uma queda de<br />

1%. O setor depende<br />

do consumo do<br />

diesel comum, que<br />

está diretamente ligado<br />

ao aquecimento<br />

da economia.<br />

Como as<br />

p e r s p e c t i v a s<br />

para o semestre<br />

são melhores,<br />

os números<br />

foram<br />

revisados.<br />

Endividamento<br />

Pesquisa<br />

A alta internacional dos<br />

preços do açúcar melhora o<br />

caixa das usinas no Brasil no<br />

médio prazo, mas o efeito<br />

sobre o endividamento - e no<br />

perfil de crédito - tende a ser<br />

limitado, segundo a Fitch Ratings.<br />

A grave crise enfrentada<br />

pelo setor nos últimos<br />

anos "torna o cenário de recuperação<br />

mais desafiador".<br />

A estratégia para tirar proveito<br />

dos ganhos do açúcar<br />

varia de indústria para indústria.<br />

As mais estruturadas já<br />

detinham de 50% a 70% de<br />

sua produção com preços fixados<br />

antes do início da temporada,<br />

em abril, quando o<br />

hedge chegava a R$ 1.200<br />

por tonelada. Com as cotações<br />

de hoje, podem obter<br />

até R$ 1.400 por tonelada.<br />

Estas devem direcionar seu<br />

mix de produção para o açúcar<br />

e canalizar suas receitas<br />

para pagar dívidas e iniciar<br />

um processo de desalavancagem.<br />

Já as empresas em<br />

situação financeira delicada<br />

tendem a continuar produzindo<br />

mais etanol, dada a geração<br />

de caixa mais rápida.<br />

Dessa forma, teriam benefícios<br />

limitados por parte do<br />

açúcar.<br />

Uma investigação feita<br />

nos Estados Unidos, pela<br />

empresa Xylome e o Great<br />

Lakes Bioenergy Research<br />

Center, promete revolucionar<br />

a produção de etanol e<br />

torná-la mais barata que os<br />

combustíveis fósseis e menos<br />

poluente. Descobriram<br />

uma bactéria - Spathaspora<br />

passalidarum - que existe<br />

nos intestinos do escaravelho<br />

e é supereficiente na<br />

transformação de xilose,<br />

açúcar vegetal, em energia.<br />

E, com um pouco de engenho,<br />

conseguiram tornála<br />

ainda mais eficiente, conforme<br />

publicação na Business<br />

Insider. Podem utilizar<br />

milho, diferentes tipos<br />

de gramíneas, desperdícios<br />

de madeira e partes não comestíveis<br />

de plantas, o que<br />

significa que não vai concorrer<br />

com a alimentação<br />

humana. As fábricas atuais<br />

vão poder ser adaptadas<br />

para a nova produção de<br />

etanol, o que dispensa a<br />

construção de novas instalações.<br />

Lenha<br />

Estudantes de engenharia<br />

da Esamc, de Santos, no litoral<br />

de São Paulo, desenvolveram<br />

um projeto que tem<br />

como objetivo transformar o<br />

bagaço de cana em lenha<br />

ecológica, que poderá ser<br />

utilizada em empresas portuárias.<br />

Pretendem reutilizar o<br />

material que seria descartado<br />

Nova rota<br />

para também gerar renda extra<br />

para a empresa que resolver<br />

aplicar o projeto. O tema<br />

foi escolhido pelo foco em<br />

sustentabilidade. Os estudantes<br />

analisaram questões estratégicas<br />

para o mercado e<br />

questões práticas operacionais<br />

e agora aguardam uma<br />

resposta da empresa.<br />

Grupo de pesquisa do Laboratório<br />

Nacional de Ciência<br />

e Tecnologia do Bioetanol<br />

(CTBE) propõe uma nova<br />

rota tecnológica para a produção<br />

de biocombustíveis<br />

oxigenados (álcool alifático<br />

de cadeia maior que o etanol)<br />

a partir da biomassa da<br />

cana. Segundo os estudos<br />

preliminares, o processo permite<br />

o alongamento da cadeia<br />

carbônica do álcool e<br />

permite a mistura em até<br />

20% desse combustível no<br />

óleo diesel, apresentando<br />

maior sinergia com os combustíveis<br />

derivados do petróleo.<br />

Projeto chamado Eureka<br />

vem apresentando bons resultados<br />

preliminares com<br />

impactos diretos positivos<br />

como aumento de rendimento<br />

de conversão de carboidratos<br />

em biocombustível<br />

e aumento do poder calorífico<br />

deste. O grupo finalizou<br />

a prova de conceito dessa<br />

rota e procura parceiros para<br />

o desenvolvimento completo<br />

do produto. Outro potencial é<br />

o barateamento de custos da<br />

produção já que o rendimento<br />

é o dobro do rendimento<br />

verificado na produção<br />

do etanol.<br />

Célula de combustível<br />

A Nissan Motor está desenvolvendo<br />

um veículo movido<br />

à célula de combustível que<br />

usará tecnologia baseada em<br />

etanol como fonte de hidrogênio,<br />

que é convertido em eletricidade.<br />

Esta pode ser uma<br />

tecnologia mais barata que as<br />

desenvolvidas pelas rivais Toyota,<br />

Honda e Hyundai. A tecnologia<br />

deve estar pronta para<br />

uso em veículos em 2020 e<br />

poderá ser aplicada para ampliar<br />

a quilometragem dos veículos<br />

grandes elétricos como<br />

vans de entrega. A meta é alcançar<br />

autonomia de 800 quilômetros<br />

por tanque, mais do<br />

que os cerca de 600 quilômetros<br />

de veículos a gasolina.<br />

“O <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> tem sido o principal veículo de<br />

divulgação escrita do setor de bioenergia do Estado<br />

do <strong>Paraná</strong>, com reportagens jornalísticas de altíssimo<br />

nível, destacando, em especial, a evolução das<br />

empresas na responsabilidade socioambiental.<br />

Parabenizo aos editores e jornalistas pela bela<br />

história que está sendo editada ao longo<br />

de todos esses anos.”<br />

Paulo Meneguetti, diretor financeiro e de<br />

suprimentos da Usina Santa Terezinha,<br />

diretor presidente da Pasa (<strong>Paraná</strong> Operações<br />

Portuárias S/A), da Álcool do <strong>Paraná</strong><br />

Terminal Portuário S/A e da CPL Log.<br />

<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!