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P á g i n a | 3<br />
Precisamos falar sobre igualdade de gêneros!<br />
por Ana Vital<br />
S<br />
e alguém te mandar correr como uma menina, como você correria? E<br />
se alguém falasse que você é medroso como uma mulherzinha? Você<br />
se sentiria ofendido, certo? Desde quando, se parecer ou agir como<br />
uma mulher se tornou algo ofensivo? A resposta para esta pergunta está<br />
na forma como a sociedade trata nossas crianças desde o nascimento,<br />
modelando a forma como esta criança deve pensar e agir. Para as meninas,<br />
ensinamos os bons modos, a melhor forma de se tornar uma boa dona de<br />
casa e, claro, uma boa esposa e mãe. Assim, as meninas aprendem a ser<br />
delicadas, recatadas, femininas e agradáveis... para os homens.<br />
Já aos meninos, ensinamos a masculinidade. Ensinamos que meninos<br />
de verdade não choram e nem precisam de ajuda para lidar com seus<br />
problemas. E, se algum menino resolver não seguir essas regras, não<br />
provar sua masculinidade para seus próprios colegas, será chamado de<br />
"mulherzinha" ou "garota". Por quê? Porque os adultos ensinam esse tipo<br />
de coisa. Ensinam que agir como mulher é, de alguma forma, ofensivo,<br />
instigando a ideia de que ser mulher é diminuto, vale menos.<br />
Precisamos mudar isso urgentemente. O número de garotos que se<br />
tornam depressivos ou se suicidam diariamente por não se encaixar no<br />
padrão de masculinidade é absurdo. Vamos ensinar para nossos meninos<br />
que chorar não faz ninguém mais fraco, e que pedir ajuda quando se está<br />
passando por problemas é um ato de coragem. Vamos ensiná-los que as<br />
mulheres não são apenas objetos modelados para agradar aos homens e,<br />
mais importante, que ser feminino NÃO é algo ruim.<br />
Vamos ensinar às nossas meninas a sonharem alto; ensiná-las não a<br />
como conquistar um homem, mas como conseguir o sucesso profissional<br />
por conta própria. Vamos ensinar às nossas garotas que elas valem muito,<br />
e que fazer algo "como uma menina" não é ofender alguém, uma vez que<br />
as mulheres sempre realizam tudo com garra e determinação. Vamos<br />
ensinar para nossas crianças que elas são livres para escolherem ser quem<br />
elas queiram. Precisamos olhar para uma menina que sonha em ser<br />
jogadora de futebol como algo normal, e que um menino que goste de<br />
meninos não é uma coisa errada.<br />
Deixem as crianças viverem sem a pressão de se encaixar na fórmula<br />
de menino ou menina. Afinal de contas, somos todos seres humanos, e a<br />
liberdade de escolher quem somos ou como agimos é essencial.