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Edição: novembro/dezembro de 2016

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EILD 2016<br />

IMERSÃO SENSORIAL:<br />

EM BUSCA DO PROCESSO CRIATIVO<br />

Fotos: Fotógrafos em Ouro Preto + Estúdio Buena Vista + Macaca Filmes<br />

Aconteceu em Ouro Preto, de 21 a 24 de outubro, a quarta<br />

edição do Encontro Ibero-americano de Lighting Design,<br />

o EILD.<br />

Desde a sua origem em 2010, em Valparaíso, Chile, esse<br />

encontro iniciou uma trajetória peculiar que o levou a se diferenciar<br />

dos demais simpósios, fóruns e seminários do segmento.<br />

O EILD foi formatado com a proposta de discutir temas<br />

e projetos de iluminação comuns a países da América Latina<br />

e da Península Ibérica, basicamente falantes de espanhol ou<br />

de português.<br />

Já em Valparaíso percebeu-se a importância e a peculiaridade<br />

dessa, digamos, “região”, dadas determinadas afinidades culturais<br />

e mesmo econômicas entre os países dela integrantes.<br />

Aos poucos, e em cada nova edição subsequente – Querétaro<br />

(México), Medellín (Colômbia) e, finalmente, Ouro Preto (Minas<br />

Gerais, Brasil) –, tornou-se claro para seus organizadores que sua<br />

vocação deveria transcender a fórmula tradicional de congressos<br />

já existentes e estabelecidos e enveredar por novas maneiras de<br />

interagir com seus participantes, sempre com o objetivo de ajudar<br />

a elevar a qualidade e a criatividade na profissão.<br />

Nessa busca pela formação heterodoxa dos lighting designers<br />

– jovens ou maduros –, o EILD encontrou sua expressão máxima<br />

na edição de Ouro Preto, onde esboços de experiências similares<br />

em outros encontros ganharam contornos mais definitivos. O que<br />

antes eram experiências com caixas de luz (Querétaro, México)<br />

agora são salas de experiências sensoriais. Se antes as cidades –<br />

sempre cuidadosamente escolhidas – eram pano de fundo para<br />

o evento, nesta edição a cidade passa a “acontecer” com ele.<br />

A <strong>L+D</strong>, mídia oficial do evento, conta a seguir um pouco da<br />

experiência do EILD 2016 em Ouro Preto.<br />

PROFUSÃO DE ESTÍMULOS<br />

Logo no primeiro dia, os 274 participantes foram convidados a<br />

ser parte de uma experiência, desenvolvida pelo Iphan – Instituto<br />

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – e denominada<br />

Sentidos Urbanos 1 2 3 . O grupo foi dividido em subgrupos de<br />

aproximadamente 20 pessoas, cada um deles capitaneado por<br />

dois ou mais monitores do Iphan e acompanhado por um dos 17<br />

membros do comitê organizador. A experiência que se sucedeu<br />

consistia em fazer o participante experimentar sua percepção da<br />

cidade com base em diversos sentidos, além da visão, de modo a<br />

aguçá-la. Assim, e alternadamente, vendas, bloqueadores auriculares<br />

e outros dispositivos foram utilizados com essa finalidade, convidando<br />

o participante a finalmente integrar sua percepção de modo global.<br />

Segundo relatos, muitos participantes jamais haviam se privado de<br />

um ou mais sentidos em exercícios de percepção sensorial desse<br />

tipo. Curiosamente, dentre os sentidos exercitados, a visão foi o<br />

que causou relatos mais entusiasmados a respeito da experiência.<br />

AS PALESTRAS<br />

Intercaladamente às atividades que ocorriam na cidade, algumas<br />

palestras, cujo conteúdo estava de uma forma ou de outra relacionado<br />

ao processo criativo, foram proferidas no charmoso Teatro da<br />

Ópera de Ouro Preto – o mais antigo teatro em funcionamento<br />

no Brasil – e no Centro de Convenções da Universidade Federal<br />

de Ouro Preto, a Ufop 4 . A mais contundente palestra foi a do<br />

Prof. Charles Watson 5 , escocês residente no Rio de Janeiro, que<br />

tratou de forma muito original da questão da criatividade e da<br />

importância do que se poderia chamar de “ginástica cerebral” – o<br />

conjunto de atividades que nos faz manter o cérebro ativo e criativo,<br />

a cada instante incentivados a buscar novas maneiras de fazer as<br />

coisas. As palestras foram programadas de modo a oferecer inputs<br />

intercalados com as demais atividades do evento, constituindo uma<br />

construção narrativa que inicia com uma introdução ao processo<br />

criativo, passa pela importância dos vocabulários da luz, aproximase<br />

do objeto de projeto, no caso a cidade de Ouro Preto, e culmina<br />

com o entendimento dos processos decisórios, tão importantes<br />

no processo criativo.<br />

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