L+D 61
Edição: novembro/dezembro de 2016
Edição: novembro/dezembro de 2016
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7.L.I.G.H.T.SET<br />
A MOSTRA PANORAMA<br />
projetos vencedores foram: Campouro, do escritório chileno Oh<br />
my light!, inspirado na era do ouro da cidade (veja mais sobre<br />
patrocinadores, organizadores, monitores, palestrantes, etc., 14<br />
visando à troca de ideias sobre a experiência vivida. E a partir dos<br />
No edifício da Ufop – o instigante galpão siderúrgico reformado<br />
onde ocorreu a maioria das palestras –, criou-se o 7.L.I.G.H.T.Set,<br />
uma sala negra vedada, sem nenhuma iluminação, recheada com<br />
sete espaços interativos, cada qual instalado em uma espécie<br />
de contêiner em que se podia “imergir” em uma experiência<br />
sensorial distinta. Cada um desses sete ambientes foi criado por<br />
um lighting designer diferente, a partir de temas previamente<br />
definidos pela lighting designer Maria João Pinto Coelho, curadora<br />
da atividade 6 7 8 .<br />
ESPAÇO DE INTERAÇÃO<br />
De maneira totalmente original, os patrocinadores Ouro – que<br />
podiam ter estandes para apresentar seus produtos – foram alojados<br />
em espaços delimitados por imensos “silos” de voil suspensos,<br />
que despencavam suavemente do teto, formando a delimitação<br />
dos espaços de cada um. No local, o visitante encontrava um<br />
produto, ou uma família deles, sempre relacionado às temáticas<br />
presentes nos espaços interativos contíguos. A proposta visou<br />
integrar, de forma lúdica e por um viés não percorrido antes, a<br />
produção criativa do fabricante com a do lighting designer, como<br />
que a demonstrar a unidade desse processo. 11<br />
Conforme ocorrera na edição anterior em Medellín e paralelamente<br />
ao evento, foi apresentada a mostra Panorama, que reuniu uma seleção<br />
do que se produziu de significativo em lighting design ibero-americano<br />
nos últimos dois anos (veja os projetos e as instalações selecionados na<br />
página 71). Esta edição da mostra, que contou com o apoio institucional<br />
da <strong>L+D</strong>, foi patrocinada pelo escritório LD Studio. E, no espírito de<br />
mão dupla que norteou o Encontro, a AsBAI estabeleceu parceria<br />
com a Casa dos Contos – que abrigou a mostra –, a qual teve como<br />
contrapartida por ceder o espaço pelo período do evento e mais um<br />
mês, o recebimento de um novo sistema de iluminação, desenvolvido<br />
pela lighting designer Mariana Novaes, e doado pela Associação com<br />
o apoio de um dos patrocinadores do Encontro, a fabricante mineira<br />
Iluminar, que ofereceu o equipamento utilizado. 9 10<br />
AS INTERVENÇÕES URBANAS<br />
Outra faceta do evento (sim, não faltaram facetas!) foram<br />
as duas intervenções temporárias destinadas a ocupar com luz<br />
certas lacunas da cidade. As intervenções foram selecionadas<br />
por meio de um concurso internacional entre lighting designers<br />
de diferentes países, incluindo Alemanha, Argentina, Brasil, Chile,<br />
Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Grécia e México. Os dois<br />
a instalação na página 38); e Ouro Preto Collage, de Primitivo<br />
Arquitectura (México) 12, inspirado nas minas e na arquitetura<br />
barroca da cidade. Parte da “missão” dos participantes do evento<br />
foi completar esses trabalhos com suas próprias interferências.<br />
RECORTES DA CIDADE<br />
A fim de incentivar o olhar do espectador para a cidade, foi<br />
desenvolvido um aplicativo para celular especialmente para o evento.<br />
Ele consistia em um jogo que, além de estimular o convívio com a<br />
cidade, já que era preciso dar “check-in” em diferentes pontos de valor<br />
arquitetônico ou ambiental da cidade, dependia do envolvimento dos<br />
participantes em todas as atividades do evento (caixas sensoriais,<br />
espaços dos patrocinadores, intervenções urbanas, etc.). Quanto mais<br />
se envolviam, maior a pontuação. O prêmio oferecido ao vencedor<br />
foi uma inscrição para a próxima edição do EILD. 13<br />
A PLENÁRIA FINAL<br />
Ao final das atividades, a título de coroamento , deu-se no<br />
Teatro da Ópera uma plenária aberta a todos os participantes,<br />
relatos surgidos daqui e dali ficou evidente a complexidade e a<br />
intensidade do processo que acabara de ocorrer.<br />
Alguns muito interessantes deram conta de como o percurso<br />
vivido representou, em última análise, uma analogia ao próprio<br />
“processo criativo” em si, ao intercalar inputs teóricos, inputs da<br />
cidade, informações técnicas, trocas de experiências, como se<br />
todos estivessem vivendo um grande trabalho conjunto.<br />
Sem dúvida, essa foi a mais ousada proposta dentre todas as<br />
edições do EILD e consagra um caminho iniciado em 2010, em<br />
Valparaíso. De lá para cá, pode-se dizer que uma comunidade de<br />
lighting designers de diferentes países se formou e cresceu, e hoje<br />
esses profissionais compartilham ideias e projetos, um incremento<br />
poderoso para a profissão. É um gigantesco salto, visto que se trata<br />
de um caminho nunca antes trilhado e, exatamente por isso, com<br />
incertezas – e mesmo erros. Mas o próprio erro, como pudemos<br />
aprender na palestra de Charles Watson, é parte integrante do processo.<br />
O importante é que cada participante leve sua própria experiência<br />
e, de alguma forma, faça-a repercutir em seus trabalhos – esse é<br />
o objetivo traçado pelos 17 membros do comitê transnacional do<br />
EILD. E vale lembrar que o EILD 2018 já está agendado para Colônia<br />
de Missiones, antigo vilarejo português, incrustrado no Uruguai, à<br />
beira do rio da Prata, e debruçado para a cidade de Buenos Aires,<br />
na Argentina. Mais ibero-americano impossível!<br />
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