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Sua <strong>Revista</strong> eletrônica sobre a<br />
Segunda Guerra Mundial<br />
Projeto Piloto - Nº <strong>01</strong> - 07/2<strong>01</strong>6<br />
“Bebita” Hodgkiss uma<br />
Brasileira na RAF<br />
Histórias da FEB - Banco de Dados FEB - Curiosidades<br />
Força Aérea Hondurenha na Segunda Guerra Mundial<br />
Um Peruano que<br />
Desembarcou na<br />
Normandia
Conheça a Segunda Guerra em<br />
Natal/RN através dos Programas<br />
Conversando com Augusto Maranhão<br />
no<br />
Acesse<br />
https://www.youtube.com/channel/UCqsO-ERpcwlg9wark99N87g
Sua loja de plastimodelismo on-line<br />
http://www.plastickits.com.br
Esse é um piloto de um projeto de revista para o site<br />
HTTP://WWW.<strong>WWII</strong>BRAZIL.COM.BR<br />
Projeto Piloto<br />
<strong>Revista</strong> Nº<strong>01</strong> - 07/2<strong>01</strong>6<br />
Edição: Ricardo Lavecchia<br />
Colaboração:<br />
Anderson Subtil<br />
Carlos Motta<br />
Parceiros:<br />
Ecos da Segunda Guerra<br />
http://segundaguerra.net/<br />
Verde Oliva Reencenação<br />
Histórica Verde Oliva Reencenação<br />
Histórica<br />
http://www.verdeolivafeb.<br />
com.br/<br />
Portal do Ex-Combatentes<br />
de Itapetininga-SP<br />
http://pec.itapetininga.com.<br />
br/<br />
RL<br />
Artes<br />
Produções<br />
A ideia do site contar a história da Segunda Guerra Mundial<br />
com histórias pouco conhecidas e divulgadas, iremos das ênfase<br />
para a participação dos países das Américas no conflito.<br />
Na medida do possível iremos postar artigos relacionados a<br />
defesa de cada país, também falaremos sobres seus veteranos,<br />
voluntários, economia e política em tempos de guerra e<br />
tudo mais que abordar o tema.<br />
A revista vem para complementar o site, nesse primeiro numero<br />
piloto iremos colocar artigos do próprio site, e a partir<br />
do segundo numero tentaremos mesclar artigos já postados<br />
com artigos inéditos.<br />
Esse trabalho não é profissional, e sim amador, mesmo sem<br />
conhecimento de regras ortográficas, gramaticais, gráficas e<br />
etc... faço por amor a história e para manter a chama da nossa<br />
Força Expedicionária Brasileira (FEB) viva.<br />
De antemão peço desculpas pelos erros e espero por criticas,<br />
sugestões e elogios se tiver algum claro.<br />
Indice<br />
Ricardo Lavecchia<br />
Força Aérea Hondurenha na Segunda Guerra Mundial .........03<br />
“Bebita” Hodgkiss uma Brasileira na RAF...............................05<br />
Granadino Veterano da Segunda Guerra Mundial..................10<br />
Guarnição em Itanhaém-SP Durante a Segunda Guerra.......10<br />
Histórias das FEB: Pode subir, Somos Amigos!......................12<br />
Um Peruano que Desembarcou na Normandia......................13<br />
Banco de Dados FEB..............................................................15<br />
Livros e Filmes........................................................................16<br />
Pag. <strong>01</strong>
Margaret Bourke-White foi a primeira fotógrafo<br />
feminina credenciada durante a Segunda Guerra<br />
Mundial, e a primeira autorizada a voar em uma<br />
missão de combate<br />
Pag. 02
Força Aérea Hondurenha na<br />
Segunda Guerra Mundial<br />
North American NA-16<br />
Por: Ricardo Lavecchia<br />
Quando pensamos em Segunda<br />
Guerra Mundial,<br />
logo vem em mente o<br />
Holocausto, Dia-D, Stalingrado,<br />
Pearl Harbor e etc… Porém,<br />
o conflito foi bem mais amplo e<br />
envolveu praticamente todos os<br />
países do mundo, de uma forma<br />
ou de outra. Milhões de pessoas<br />
foram afetadas, das mais variadas<br />
culturas, desde o mais rico ao<br />
mais pobre.<br />
Dentre os países envolvidos,<br />
estão os das Américas do Norte,<br />
Central e do Sul. A guerra também<br />
esteve nas Américas e muitos<br />
países tiveram sua soberania<br />
ameaçada pelas forças do Eixo, e<br />
consequentemente declararam estado<br />
de guerra ao Japão, Itália e<br />
Alemanha.<br />
Um dos países latino americano<br />
que declarou guerra ao eixo foi<br />
Honduras. Logo após o ataque<br />
japonês a Pearl Harbor, seu Presidente,<br />
General Tibúrcio Carias<br />
Andino, enviou uma nota de apoio<br />
ao Presidente Norte Americano<br />
Franklin Delano Roosevelt, mencionando<br />
que suas forças estariam<br />
dispostas para contribuir com a<br />
sua parte na guerra de acordo com<br />
suas capacidades tecnológicas.<br />
No início do ano de 1942 o Presidente<br />
Carias ordena que a FAH<br />
(Força Aérea Hondurenha) inicie<br />
a campanha de patrulhamento diário<br />
da costa em busca de submarinos<br />
do eixo que possam estar<br />
operando na região para bloquear<br />
navios mercantes que transportavam<br />
matérias-primas de países<br />
latino-americanos aos Estados<br />
Unidos. Essas patrulhas também<br />
serviram de vigia aos navios hondurenhos<br />
no mar do Caribe.<br />
Logo a FAH estabeleceu inúmeras<br />
bases aéreas por toda a costa<br />
onde existia no mínimo uma aeronave<br />
disponível para patrulhar o<br />
oceano. As patrulhas eram feitas<br />
três vezes ao dia, contando<br />
Pag. 03<br />
com uma logo no início da manhã,<br />
outra por volta do meio-dia<br />
e a terceira e última ao entardecer.<br />
Todas essas patrulhas envolveram<br />
grande logística e tecnologia, mas<br />
foi eficaz, mesmo com toda limitação<br />
que o pais tinha na época.<br />
De acordo com os registros, a<br />
Oficiais hondurenhos e o North American<br />
NA-16
maior atividade de patrulhamento<br />
antissubmarino teve seu pico nos<br />
meses de julho e agosto de 1942.<br />
A FAH teve uma única oportunidade<br />
de entrar em combate<br />
na guerra quando no dia 24 de<br />
julho, logo ao entardecer, uma<br />
das aeronaves em patrulha avistou<br />
um com uma logo no início<br />
da manhã, outra por volta do<br />
meio-dia e a terceira e última ao<br />
entardecer. Todas essas patrulhas<br />
envolveram grande logística e<br />
tecnologia, mas foi eficaz, mesmo<br />
com toda limitação que o pais<br />
tinha na época.<br />
De acordo com os registros, a<br />
maior atividade de patrulhamento<br />
antissubmarino teve seu pico nos<br />
meses de julho e agosto de 1942.<br />
A FAH teve uma única oportunidade<br />
de entrar em combate na<br />
guerra quando no dia 24 de julho,<br />
logo ao entardecer, uma das aeronaves<br />
em patrulha avistou um<br />
submarino na superfície, mas o<br />
mesmo logo submergiu, o piloto<br />
ainda soltou algumas bombas de<br />
60 libras sem observar nenhum<br />
resultado.<br />
Também em uma patrulha que<br />
a FAH teve sua única baixa na<br />
guerra, em 23 de agosto de 1942,<br />
o Tenente Aviador Francisco<br />
Martinez Garcia em companhia<br />
do artilheiro Sargento Armando<br />
Boeing 40<br />
Murillo Diaz, pilotando sua aeronave<br />
de matrícula FAH-2, sumiram<br />
sem deixar rastro. Por muito<br />
tempo houve a crença que havia<br />
sido abatido por um submarino<br />
alemão, mas depois essa ideia foi<br />
desconsiderada por falta de provas.<br />
As Patrulhas continuaram até<br />
o final de 1944, quando as ameaças<br />
já tinham cessado. Durante<br />
dois anos a FAH empenhou todos<br />
seus meios para a causa aliada, e<br />
empenhou desde seus modernos<br />
caças North American NA-16 até<br />
suas antigas aeronaves Boeing 40,<br />
adaptados para soltar pequenas<br />
bombas.<br />
A Força Aérea Hondurenha tem<br />
grande orgulho e satisfação de ter<br />
participado de sua primeira grande<br />
campanha.<br />
ANUNCIE<br />
AQUI<br />
North American NA-16 exposto em um de Honduras.<br />
Pag. 04
“Bebita” Hodgkiss uma<br />
Brasileira na RAF<br />
Bebita a direita na foto (Arquivo Imperial War Museum)<br />
Por: Anderson Subtil, Carlos Motta e Ricardo Lavecchia<br />
Se a história dos voluntários<br />
anglo-brasileiros<br />
que voaram pela Royal<br />
Air Force (RAF) durante a Segunda<br />
Guerra Mundial é praticante<br />
desconhecida, muito<br />
menos divulgado é o fato de<br />
que um seleto grupo de moças,<br />
na maior parte filhas ou<br />
netas de britânicos radicados<br />
no Brasil, seguiram para o<br />
mesmo destino, ingressando<br />
no corpo feminino dessa força,<br />
o Women’s Auxiliary Air Force,<br />
ou simplesmente WAAF, como<br />
era mais comumente conhecido.<br />
Por isso, foi com grande<br />
alegria e entusiasmo que logramos<br />
contato com o senhor<br />
Lauriston James Hodgkiss,<br />
cujos pais, ambos nascidos no<br />
Brasil, se voluntariaram para<br />
a RAF em 1942. Seu pai. O<br />
Comendador James Hall Hodgkiss,<br />
foi instrutor de bimotores<br />
e planadores Horsa, voou<br />
bimotores DeHavilland Mosquito<br />
no Coastal Command e<br />
terminou a guerra como piloto<br />
de testes no Airborne Forces<br />
Experimental Estabeblishment.<br />
Já sua mãe, a carioca<br />
Lilian Helene Louise Hodgkiss,<br />
conhecida por todos como Bebita,<br />
foi uma WAAF e serviu<br />
na seção de meteorologia da<br />
RAF. Esta é sua história:<br />
Pag. 05<br />
Filha do escocês John Armstrong<br />
Read, alto funcionário da<br />
holding canadense <strong>Brazil</strong>ian<br />
Traction Light and Power Co.,<br />
empresa que tinha a concessão<br />
dos serviços de geração<br />
e distribuição de energia elétrica<br />
e das linhas de bondes<br />
elétricos da então capital federal,<br />
ela nasceu no Rio, em 16<br />
de março de 1919. O apelido<br />
“Bebita”, pelo qual gostava<br />
de ser chamada, foi dada por<br />
uma babá espanhola. Igual a<br />
outros filhas e filhos de britânicos<br />
radicados no Brasil, teve<br />
uma infância privilegiada para<br />
os padrões nacionais da primeira<br />
metade do século XX,<br />
realizando o curso ginasial no<br />
Reino Unido. Nesse período,
mento na RAF. Enquanto seu<br />
marido é selecionado para<br />
treinar como piloto no Canadá,<br />
ela, como qualquer voluntária<br />
da WAAF, apresentou-se a um<br />
Recruit Depot, onde passou<br />
por um período de sete a dez<br />
dias de reconhecimentos médicos<br />
regulamentares, inoculações<br />
e vários testes e avaliações<br />
para indicar a função<br />
mais adequada a suas aptidões.<br />
Seguiu-se então três semanas<br />
corridas de formação<br />
básica, incluindo treinamento<br />
físico, regulamentos e outros<br />
elementos do serviço, sendo<br />
que, após o final de tal período,<br />
as recrutas eram enviadas,<br />
segundo suas aptidões, para<br />
a formação especializada, que<br />
poderia durar de um até sete<br />
meses, dependendo da complexidade<br />
do trabalho. Bebita<br />
Hodgkiss deve ter impressionado<br />
os avaliadores com seus<br />
conhecimentos em números<br />
ou ciências, pois estas eram<br />
justamente as aptidões requeridas<br />
para as WAAFs designadas<br />
para a função de assistente<br />
de meteorologia.<br />
A WAAF<br />
Lilian Helene Louise Hodgkiss (Arquivo Lauriston James<br />
Hodgkiss)<br />
a cada seis meses, durante as<br />
férias escolares, a família toda<br />
viajava pela Europa, tendo ela<br />
conhecido a Itália, a antiga<br />
Tchecoslováquia e a Áustria,<br />
entre outros. Bebita conheceu<br />
seu futuro marido no Rio de<br />
Janeiro, e juntos apresentaram-se<br />
ao consulado britânico<br />
como voluntários para a guerra.<br />
No início de 1942, junto ao<br />
noivo James Hodgkiss, ela<br />
parte para a Inglaterra, casando<br />
em Londres, no dia 23<br />
de março, logo após seu 23o.<br />
Aniversário. No mês seguinte,<br />
ambos começaram seu treina-<br />
Pag. 06<br />
Apesar de haver existido<br />
uma organização feminina<br />
na RAF entre 1918 e 1920, o<br />
corpo conhecido como Women’s<br />
Auxiliary Air Force, surgiu<br />
oficialmente só em 28 de<br />
junho de 1939. Inicialmente,<br />
as voluntárias da WAAF foram<br />
recrutadas para preencher<br />
cargos como secretárias, ajudantes<br />
de cozinha, telefonistas<br />
e motoristas, a fim de liberar<br />
os homens para funções<br />
na linha de frente. No entanto,<br />
com o avanço da guerra,<br />
as funções preenchidas pelas<br />
auxiliares femininas foram<br />
se diversificando e logo elas<br />
também se transformaram em<br />
telegrafista, operadoras de rádio,<br />
decifradoras de códigos<br />
e até especialistas em armamento<br />
e mecânicas de aeronaves,<br />
entre outras funções.<br />
Alguns dos trabalhos de maior<br />
importância desempenhado<br />
pelas WAAFs, era a operação<br />
dos balões de barragem contra<br />
bombardeiros e a função<br />
de operadoras dos sistemas<br />
de controle por radar, notadamente<br />
durante os meses críticos<br />
da Batalha da Inglaterra.<br />
Voluntárias com habilidades<br />
específicas serviram igual-
mente ao Special Operation<br />
Executive (SOE) e foram treinadas<br />
como espiões, operando<br />
na França em outros cantos<br />
da Europa ocupada, principalmente<br />
como especialistas em<br />
comunicações. Havia ainda<br />
um serviço de enfermagem da<br />
RAF, o Princess Mary’s Royal<br />
Air Force Nursing Service, e<br />
mais de 150 mulheres prestaram<br />
serviço como pilotos no Air<br />
Transport Auxiliary (ATA), que<br />
tinham a função de transladar<br />
aeronaves das fábricas até as<br />
bases aéreas dentro da Grã-<br />
-Bretanha. Na verdade, as integrantes<br />
do ATA nunca foram<br />
consideradas parte integrante<br />
da WAAF e sim civis contratadas,<br />
pois a RAF pensava ser<br />
inaceitável seus quadros femininos<br />
voarem aeronaves militares.<br />
Por volta de 1943, a Women’s<br />
Auxiliary Air Force reunia<br />
mais de 18 mil integrantes,<br />
um bom número delas atuando<br />
fora das ilhas britânicas.<br />
EM SERVIÇO<br />
Finalizado seu treinamento,<br />
a agora Aircraftwoman Hodgkiss<br />
foi designada para prestar<br />
serviço no Escritório Central<br />
de Previsão da RAF, uma<br />
instalação meteorológica de<br />
alta segurança, localizada na<br />
pequena cidade de Dunstable,<br />
em Bedfordshire, a apenas<br />
35 milhas de Londres, onde<br />
eram recebidas, analisadas e<br />
despachadas todas as previsões<br />
climáticas da Europa, imprecindíveis<br />
no planejamento<br />
de qualquer operação aérea<br />
aliada. O filho Lauriston conta<br />
um episódio inusitado ocorrido<br />
com ela em Dunstable:<br />
“…quando ela estava esperando<br />
a vinda de um desses<br />
Cartaz de recrutamento da WAAF (Arquivo Anderson Subtil)<br />
relatórios, que era de bastante<br />
importância às operações da<br />
noite, sendo que o Comandante<br />
chegou detrás dela e<br />
perguntou se o relatório x já tinha<br />
chego. Ela, ja cansada de<br />
responder que ainda não, disse,<br />
sem virar a cabeça: “Não!<br />
E você sabe o que fazer com<br />
ele!!”, pensando que era um<br />
colega. O Comandante sorriu<br />
e saiu de fininho, mediante<br />
um silencio ensurdecedor. Só<br />
depois, minha mãe quase enfartou<br />
em saber quem estava<br />
atrás de sua cadeira.”<br />
O filho nos revelou que a<br />
mãe, tal como o pai, eram reticentes<br />
em falar de si, mas que<br />
deixou escritas várias de suas<br />
lembranças de seu tempo em<br />
terras britânicas durante a<br />
guerra, como a descrita abaixo:<br />
“Ela recordava que enquanto<br />
na WAAF, ao entrar num trem,<br />
Pag. 07
ao ver outra pessoa uniformizada,<br />
ia ter conversa com<br />
essa pessoa.<br />
Num desses episódios, quando<br />
da invasão da Sicilia/Itália,<br />
ela entrou num trem e deu com<br />
um capelão militar.<br />
Todos os capelões, irrespectivamente<br />
de sua denominação<br />
religiosa, era chamado de Padre.<br />
Então, ao sentar ao lado<br />
deste capelão, ela perguntou<br />
se ele havia encontrado muitos<br />
ateus durante o seu ministério<br />
em campo de batalha, ao que<br />
ele respondeu que nenhum,<br />
pois o soldado alvejado mortalmente,<br />
nos seus momentos<br />
derradeiros, sempre chama<br />
por Deus. Nunca esqueci desta<br />
história.”<br />
Em abril de 1943, mais precisamente<br />
no dia 10, a já Leading<br />
Aircraftwoman (LACW)<br />
Hodgkiss recebe ordens de<br />
deixar momentaneamente<br />
suas funções em Dunstable<br />
e se apresentar en Hendon,<br />
uma Air Station da RAF em<br />
Londres, a fim de tomar parte,<br />
junto a autoridades brasileiras<br />
e britânicas, da cerimônia<br />
simbólica de incorporação à<br />
RAF de dois caças Supermarine<br />
Spitfire Mk. Vc adquiridos<br />
com recursos doados pelos<br />
membros da The Fellowship<br />
of the Bellows Brasileira. Entre<br />
as personalidades reunidas<br />
para o evento encontravam-<br />
-se o embaixador do Brasil<br />
no Reino Unido, o diplomata<br />
José Joaquim Lima e Silva<br />
Moniz de Aragão, o Ministro<br />
do Ar inglês, Sir Archibald Sinclair,<br />
e algumas altas patentes<br />
da RAF. Além dela, também<br />
representavam o Brasil na<br />
cerimônia outra brasileira, a<br />
LACW Jean Clark e o curitibano<br />
Cosme Lockhood Gomm,<br />
famoso piloto de bombardeiro,<br />
oficial comandante do 467<br />
(RAAF) Squadron.<br />
Em setembro do mesmo ano,<br />
ávida por rever depois de tanto<br />
tempo o marido, que acabara<br />
de retornar à Inglaterra,<br />
ela tenta entrar em contato por<br />
telefone com o hotel indicado<br />
por ele, resultando em outro<br />
Pag. 08<br />
episódio inusitado, descrito<br />
assim em seu diário:<br />
“…na minha ignorância, achava<br />
que Harrogate era um subúrbio<br />
londrino e pedi a telefonista<br />
que me desse o número<br />
do hotel onde Jimmie estava.<br />
Ela me informou que Harrogate<br />
ficava em Yorkshire, no norte<br />
da Inglaterra, e que o Queen<br />
Hotel havia sido requisitado<br />
pela RAF e portanto o número<br />
que eu queria era restrito…<br />
Falei que meu marido acabava<br />
de chegar de além-mar. Lí<br />
o telegrama em voz alta e contei-lhe<br />
que não o via a um ano,<br />
etc, etc. Mandou que eu desliguasse<br />
e ficasse esperando<br />
o retorno, embora isso fosse<br />
contra todos os regulamentos,<br />
por se tratar de um número<br />
restrito e “por favor, nunca<br />
faça mais isso!”… Finalmente<br />
uma voz de homem atendeu e<br />
eu pedi para que chamasse o<br />
P/O Hodgkiss. A voz me informou<br />
com rispidez que oficiais<br />
não eram permitidos receber<br />
chamados particulares naquela<br />
linha. Comecei a esquentar<br />
e pensando que estava falando<br />
com algum cabo antipático<br />
de plantão, lembro-me ter dito,<br />
“pois ao diabo com sua burocracia<br />
imbecil! Pelo menos<br />
não daria para você transmitir<br />
um recado à ele – POR FA-<br />
VOR?!” Mais uma vez a sorte<br />
me favoreceu e apesar do tom<br />
resignado, a voz falou: ‘pois<br />
bem’, me dê o nome e a patente<br />
dele e tomarei providencias<br />
para que receba o seu recado.”<br />
E foi esta a razão pelo<br />
qual, quando Jimmie entrou no<br />
refeitório daquela noite, entre<br />
as ordens afixadas na prancha<br />
de recados, havia um que dizia:<br />
“Mensagem para P/O James<br />
Hodgkiss. Esposa manda<br />
dizer para ir à Dunstable”. Estava<br />
assinado pelo Oficial Comandante<br />
RAF Harrogate.”<br />
ESCÓCIA<br />
No ápice do inverno londrino<br />
de 1943, a umidade e o frio<br />
da capital inglesa foi demais<br />
para a saúde da jovem e ela<br />
contraiu uma pneumonia. Por<br />
isso, como acontecia geralmente<br />
em casos de doenças<br />
mais graves ou gravidez, precisou<br />
se afastar de seus deveres<br />
para tratamento. Bebita<br />
Hodgkiss ainda passou pelo<br />
Wartime Broadcasting Service<br />
da famosa emissora BBC de<br />
Londres, mas, por recomendação<br />
médica, acabou deixando<br />
a WAAF e indo para a Escócia,<br />
onde o clima seco ajudaria<br />
muito em seu restabelecimento.<br />
O casal se instalou<br />
em Fochabers, uma pequena<br />
aldeia na paróquia de Bellie,<br />
em Moray, norte da Escócia,<br />
às margem do rio Spey, onde<br />
alugaram de uma simpática<br />
viúva local uma construção do<br />
século XVI, com grossas paredes<br />
de pedra e lareiras em<br />
todos os cômodos. Uma particularidade<br />
desta localidade, é<br />
que ali havia um campo com<br />
mais de mil prisioneiros de<br />
guerra italianos, todos capturados<br />
na África do Norte, que<br />
eram guardados por um único<br />
sargento, o qual se limitava a<br />
apenas fechar à noite o portão<br />
do campo e voltar a abri-lo<br />
pela manhã. Não por acaso, a
Instalações do Escritório Central de Previsão da RAF em Dunstable (Arquivo Anderson Subtil)<br />
melhor comida da região era<br />
encontrada lá. Curiosamente,<br />
nas frequentes arrecadações<br />
de fundos para os esforços de<br />
guerra, eram justamente os<br />
prisioneiros os que mais colaboravam.<br />
Enquanto James Hodgkiss<br />
prestava serviço como instrutor<br />
na Inglaterra, Bebita permaneceu<br />
pelo resto da guerra<br />
no norte da Escócia. E foi<br />
naquela parte das ilhas britânicas,<br />
em 9 de abril de 1945,<br />
que Bebita deu a luz a um<br />
menino, o primeiro filho do casal,<br />
batizado, por sugestão do<br />
marido, com o nome de John<br />
Francis. Segundo um telegrama<br />
enviado por ela a James,<br />
então baseado em Fairford, o<br />
parto foi realizado às 23:10hs,<br />
em um hospital de Forres, a<br />
35 km de Fochabers, pelo Dr.<br />
John Adams, um médico recém<br />
liberado do Royal Army<br />
Medical Corps (R.A.M.C).<br />
* * * * * * *<br />
O casal permaneceu no Reino<br />
Unido até meados de 1946,<br />
quando James Hodgkiss foi<br />
dispensado da RAF. Novamente<br />
no Brasil, eles se instalaram<br />
em São Paulo, onde Lauriston<br />
James Hodgkiss nasceu. Além<br />
de cuidar da família, Bebita se<br />
dedicou as atividades jornalísticas,<br />
tendo editado por muitos<br />
anos o informativo mensal<br />
da São Paulo Women’s Club.<br />
Posteriormente, na década de<br />
1970, quando a família mudou-se<br />
para Mairiporã, passou<br />
a escrever para o jornal local<br />
e, nos anos 80, também publicou<br />
na <strong>Revista</strong> do Caminhoneiro.<br />
Lilian Helene Louise Hodgkiss<br />
viveu seus últimos dias<br />
de forma feliz, mas ausente<br />
numa clínica especializada em<br />
Alzheimer, na cidade paulista<br />
de Atibaia, onde veio a falecer<br />
aos 11 de novembro de 20<strong>01</strong>.<br />
Seu corpo encontra-se sepultado<br />
no Cemitério da Paz, no<br />
Morumbi, junto a seu esposo e<br />
Pag. 09<br />
seu primeiro filho.<br />
Agradecimentos: Os pesquisadores<br />
Anderson Subtil,<br />
Carlos Motta e Ricardo Lavecchia<br />
gostariam de agradecer a<br />
atenção do senhor Lauriston<br />
James Hodgkiss pela inestimávem<br />
ajuda, sem a qual este<br />
trabalho nunca seria possível.<br />
Esse artigo você também encontra<br />
no site:<br />
www.wwiibrazil.com.br<br />
Anuncie<br />
aqui.
CURIOSIDADES<br />
Granadino Veterano da<br />
Segunda Guerra Mundial<br />
Granada é uma pequena<br />
ilha no Caribe formada<br />
por rochas vulcânicas,<br />
seu governo é a monarquia<br />
parlamentarista, o país é integrante<br />
da Comunidade Britânica<br />
de Nações e é dirigido pelo<br />
primeiro ministro britânico.<br />
Durante a Segunda Guerra<br />
Mundial muitos voluntários de<br />
Granada, assim como de outros<br />
países da Comunidade<br />
Britânica, se alistaram para<br />
defender a pátria mãe e o<br />
mundo do nazismo. Muitos foram<br />
se alistaram na Marinha,<br />
Exército e Força Aérea Britânica,<br />
mas alguns também se<br />
alistaram para a defesa das<br />
ilhas do Caribe, como no caso<br />
do Veterano Granadino Sr. Oliver<br />
Modeste que serviu na Artilharia<br />
de Costa em Trinidade.<br />
Infelizmente não conseguimos<br />
ainda histórias pessoais<br />
e relatos, mas abaixo segue<br />
uma imagem de 2<strong>01</strong>4 onde o<br />
Sr. Oliver tinha 89 anos, e estava<br />
bem debilitado.<br />
Guarnição em Itanhaém-SP<br />
Durante a Segunda Guerra<br />
Itanhaém, uma cidade do litoral<br />
paulista é a segunda<br />
cidade mais antiga do Brasil,<br />
mantem uma grande importância<br />
histórica, oferece aos<br />
turistas inúmeras possibilidade<br />
de conhecer mais sobre<br />
seu passado.<br />
Uma dessas possibilidades<br />
é a “Pedra do Espia”, no morro<br />
do Sapucaitava que durante<br />
o período da Segunda Guerra<br />
Mundial o morro foi um ponto<br />
de observação do exército<br />
para defesa da costa nacional.<br />
Segundo relatos de moradores<br />
da época, foi visto uma pequena<br />
embarcação de banana<br />
descendo o Rio Itanhaém<br />
carregado de barris de óleo, e<br />
logo mais a frente foi visto um<br />
submarino alemão recolhendo<br />
o produto.<br />
Mesmo essa história não ter<br />
sido comprovada, o exercito<br />
mobilizou na região 120 militares<br />
para a guarnição e observação<br />
de futuros contatos com<br />
moradores ou suposto espião.<br />
Durante um ano e quatro meses<br />
os homens ficavam dia e<br />
noite observando.<br />
O interessante é que mesmo<br />
não tendo sido confirmada<br />
Pag. 10<br />
a passagem de um submarino<br />
na região, o U-513 torpedeou<br />
em 1943 na região de Iguape-<br />
-SP a caminho de Santos o<br />
navio mercante Tutóia sob o<br />
comando do Capitão-de-Longo-Curso<br />
Acácio de Araújo Faria<br />
com carregamento de café<br />
vindo de Paranaguá, morrendo<br />
sete tripulantes.
Embarque Brasileiro para a Itália<br />
Pag. 11
Histórias da FEB:<br />
Pode subir, Somos Amigos!<br />
Por: Ricardo Lavecchia<br />
Em entrevista ao Veterano<br />
Antonio Cruchaki,<br />
Presidente da Associação<br />
Nacional dos Veteranos<br />
da Força Expedicionária Brasileira<br />
– Seção de São Bernardo<br />
do Capo, no ultimo dia<br />
12/10/2<strong>01</strong>2, junto dos amigos<br />
Durval Junior e Marcus Carmo,<br />
ouvimos varias historias referente<br />
a participação do Brasil<br />
na Segunda Guerra Mundial.<br />
Segue abaixo uma das historias<br />
contada pelo Sr. Antônio,<br />
essa historia também esta no<br />
livro “Quebra Canela – General<br />
Raul da Cruz Lima Junior”.<br />
Nas proximidades de Montese,<br />
foram designados a limpar<br />
algumas casas, tinham que<br />
retirar as armadilhas deixadas<br />
pelos alemães. Em uma das<br />
casas o Cabo Mario Müller<br />
Prisioneiros alemães feitos<br />
em Montese. Ao lado, conduzindo-os,<br />
o Ten. Edson,<br />
Comandante do 5º Pelotão de<br />
Engenharia.<br />
Sr. Antônio em uma entrevista para o amigo Duval Junior.<br />
chamou atenção do Tenente<br />
Edson, dizendo que teria ouvido<br />
falar alemão no interior da<br />
casa. Cercaram a entrada, e o<br />
cabo que falava bem o idioma,<br />
devido sua origem alemã, e<br />
seguindo as instruções do seu<br />
Comandante, ordenou aos<br />
combatentes que subissem ao<br />
do porão, pois se tratavam de<br />
amigos. A proporção que iam<br />
saindo, encontravam as armas<br />
apontadas contra eles e<br />
não tinham tempo de esboçar<br />
a menor resistência. Assim foram<br />
aprisionados 7 alemães,<br />
entre surpresos e indignados.<br />
Contou o Tenente que o ultimo<br />
que devia ser chefe deles, não<br />
pode deixar de dizer a seguinte<br />
frase: “Puxa, que amigos”<br />
Na mesma casa foram encontrados<br />
fuzis, metralhadoras<br />
e granadas. O inesperado<br />
deste aprisionamento mostra<br />
como seus defensores foram<br />
surpreendidos pela velocidade<br />
do ataque brasileiro. Com muita<br />
emoção o Sr. Antônio nos<br />
contou essa historia com mais<br />
ou menos essas palavras,<br />
como também contou outras<br />
tantas que iremos contar mais<br />
para frente.<br />
Em memória desse veterano<br />
que tanto lutou para manter a<br />
chama da FEB acesa.<br />
Esse artigo você também encontra<br />
no site:<br />
www.wwiibrazil.com.br<br />
Foto tirada no final de guera.<br />
Pag. 12
Um Peruano que Desembarcou<br />
Por: AndersonSubtil e Ricardo<br />
Lavecchia<br />
Durante os decisivos e<br />
marcantes acontecimentos<br />
da Batalha da<br />
Normandia, não foram poucos<br />
os latinos entre os combatentes<br />
que desembarcaram nas<br />
praias da Normandia. Isso gerou<br />
inúmeras histórias, que,<br />
com o passar dos anos, foram<br />
se perdendo, até se tornarem<br />
quase desconhecidas, mesmo<br />
entre os estudiosos e entusiastas<br />
dos acontecimentos<br />
da Segunda Guerra Mundial.<br />
A história abaixo é exatamente<br />
uma dessas que, apesar de<br />
não de todo esquecida, provavelmente<br />
ficou restrita ao país<br />
na qual se iniciou, embora seja<br />
um assunto que mereça ser<br />
melhor divulgado entre nós.<br />
No início de 1941, o Peru<br />
estava envolvido em uma<br />
disputa limítrofe contra seus<br />
vizinhos equatorianos e, a<br />
exemplo da maioria das nações<br />
latino-americanas, ainda<br />
era neutra na Segunda Guerra<br />
na Normandia<br />
Desembarque aliado na Normandia<br />
Mundial. As notícias do conflito,<br />
entretanto, chegavam por<br />
todos os meios de comunicações<br />
possíveis. Foi nesse período,<br />
mais precisamente no<br />
final de janeiro daquele ano,<br />
que começou a aventura de<br />
George Sanjinez Lenz, um<br />
peruano nascido na capital<br />
do país, Lima. Sua saga inicia<br />
quando um de seus amigos –<br />
Carlos Barreto Pérez – veio<br />
falar com ele sobre a guerra<br />
na Europa, perguntando-lhe<br />
se gostaria de se alistar como<br />
voluntário das forças belgas<br />
George Sanjinez Lenz com suas medalhas.<br />
Pag. 13<br />
exiladas na Inglaterra. George<br />
trabalhava como cuidador de<br />
cavalos no hipódromo limenho<br />
de San Felipe, era órfão e não<br />
tinha irmãos, decidiu então ir<br />
à Embaixada Belga e se apresentar<br />
como voluntário. Após<br />
três dias de alistado, ele recebeu<br />
permissão do governo<br />
local para deixar o país, mas<br />
tiveram que antes passar por<br />
exames médicos; tais exames<br />
seriam enviados depois à Inglaterra<br />
e, após trinta dias, viriam<br />
os resultados e o OK para<br />
o embarque.<br />
Após finalizados todos os<br />
tramites, George embarcou<br />
em um cargueiro de bandeira<br />
chilena, rumo a primeira escala<br />
da longa viagem, os Estados<br />
Unidos. Junto, iam seis<br />
outros voluntários de origem<br />
peruana, alem de quatro argentinos<br />
e três chilenos. Entre<br />
os peruanos do navio encontravam-se<br />
dois amigos seus, o<br />
já citado Carlos Barreto Pérez<br />
e Carlos Oyanguren, o qual<br />
perderia a vida em combate.<br />
Nos EUA, foram de trem<br />
de New Orleans para Miami,
depois para Nova York, e finalmente<br />
seguiram para Montreal,<br />
no Canadá. Ali, ficaram<br />
em um quartel onde já havia<br />
muitos latino-americanos e<br />
onde parte dos voluntários<br />
belgas fariam o treinamento<br />
para a guerra. Após um tempo<br />
em Montreal, Jorge e outros<br />
companheiros embarcaram<br />
no transatlântico Queen Mary,<br />
que havia sido requisitado<br />
como transporte de tropas pela<br />
Royal Navy, a fim de seguirem<br />
para Londres. Na Inglaterra, a<br />
exemplo da maioria dos voluntários<br />
estrangeiros que haviam<br />
se alistado no novo exército<br />
belga no exílio, Jorge passou<br />
a integrar o contingente de<br />
2.200 homens da 1er Brigade<br />
d’Infanterie Belge, mais conhecida<br />
como Brigada Piron,<br />
uma alusão aseu comandante,<br />
o coronel Jean-Baptiste Piron.<br />
Como ocorreu com todas<br />
as tropas selecionadas para a<br />
tão esperada invasão da Europa<br />
ocupada pelos nazistas, a<br />
brigada, que, alem de voluntários<br />
de várias partes do mundo,<br />
contava com um contingente<br />
de Luxemburgo, não foi<br />
enviada de imediato ao combate,<br />
permanecendo por longo<br />
tempo nas ilhas britânicas.<br />
“Em Londres, um dia estávamos<br />
andando pela rua, quando<br />
soou o alarme de bombardeiro,<br />
nós jogamos no chão e<br />
nos escondemos debaixo de<br />
um banco de praça. Não que<br />
fosse proteger alguma coisa,<br />
mas foi por extinto.” Lembra<br />
ele.<br />
George conta ainda que todos<br />
se perguntavam quando<br />
enfim iriam à guerra. As especulações<br />
sobre onde combateriam<br />
eram as mais diversas,<br />
mas ninguém sabia que iam<br />
para a França, até que o dia<br />
Pag. 14<br />
chegou. Os soldados haviam<br />
recebido ordens para arrumar<br />
todo seu equipamento, pois<br />
sairiam para quatro dias de<br />
manobras simulando um desembarque<br />
anfíbio; quando<br />
estavam no navio, já no Canal<br />
da Mancha, porém, foram reunidos<br />
e informados pelos comandantes<br />
que estavam indo<br />
par a Normandia e que aquilo<br />
não era um treinamento, nesse<br />
momento o pavor deixou<br />
os combatentes pálidos e com<br />
calafrios, mas enfrentaram a<br />
ordem com coragem.<br />
As primeiras unidades da<br />
brigada chegaram à Normandia<br />
no dia 30 de julho, isto é,<br />
quase um mês depois do Dia-<br />
-noorm1D, mas o grosso da<br />
tropa só desembarcaria nas<br />
praias de Arromanches e Courseulles<br />
à partir de 8 de agosto<br />
de 1944. Ao chegar em terra,<br />
ou melhor, nas areias de Arromanches,<br />
Sanjinez conta que<br />
não sentiu medo: “…na guerra<br />
não há tempo para medo nem<br />
para o erro, ou mata ou morre.”<br />
Mesmo assim, seria um<br />
dia muito marcante, pois foi ali<br />
que perdeu o primeiro companheiro<br />
e também grande amigo.<br />
Sanjinez e a Brigada Piron<br />
seguiram o avanço aliado até o<br />
final de agosto de 1944, quando<br />
se encontrava no Sena,<br />
sendo em seguida retirada da<br />
frente e desviada para libertar<br />
a Bélgica, onde entrou em<br />
2 de setembro e a 4 já havia<br />
liberado a capital, Bruxelas. A<br />
unidade ainda participaria da<br />
libertação da Holanda e, após<br />
o final do conflito mundial, permaneceu<br />
como tropa de ocupação<br />
no setor britânico da<br />
Alemanha ocupada.<br />
George Sanjinez Lenz retornou<br />
ao Peru somente em<br />
1947 e, apesar da distância<br />
e do tempo, nunca deixou de<br />
ter contato com seus companheiros<br />
de armas. Em 1994,<br />
retornou à Europa para as<br />
celebrações dos 50 anos da<br />
liberação da Bélgica, quando<br />
desfilou entre os veteranos<br />
belgas. Sua atuação ao lado<br />
dos belgas foi reconhecida na<br />
ocasião, quando o governo local<br />
o nomeou Cavaleiro do Rei<br />
Leopoldo III.
Banco de Dados FEB<br />
JOAQUIM NORONHA LOPES EUCLIDES MARQUES CLOWER BASTOS CORTES<br />
Nascimento:<br />
Cidade: Brazópolis<br />
Estado: MG<br />
Regimento: 1º Regimento de<br />
Infantaria<br />
Companhia: Saúde<br />
Posto: Cabo<br />
Embarque: 22/09/1944<br />
Retorno: 22/08/1945<br />
Nascimento: 09/12/1921<br />
Falecido: 16/05/2<strong>01</strong>5<br />
Cidade: São Paulo<br />
Estado: SP<br />
Regimento: 6º Regimento de<br />
Infantaria<br />
Companhia: 2º Batalhão – 4º<br />
companhia de fuzilieros<br />
Posto: Cabo<br />
Embarque: 02/07/1944<br />
Retorno: 18/07/1945<br />
Nascimento:<br />
Cidade: Alem Paraiba<br />
Estado: MG<br />
Regimento: 11º Regimento de<br />
Infantaria<br />
Companhia:<br />
Posto: cabo<br />
Embarque: 22/09/1944<br />
Retorno: 30/05/1945 (Falecido<br />
em combate)<br />
História:<br />
EUCLIDES MARQUES e sua companhia na Itãlia.<br />
Procure no Youtube o programa<br />
Conversando com Augusto Maranhão e<br />
conheça mais sobre a história de Natal/RN<br />
Pag. 15
Livro: Aliança<br />
Brasil-EUA – Nova<br />
História do Brasil<br />
na Segunda Guerra<br />
Mundial<br />
Autor(es): Dennison de Oliveira<br />
ISBN: 978853625195-0<br />
Acabamento: Brochura<br />
Número de Páginas: 334<br />
Publicado em: 10/06/2<strong>01</strong>5<br />
Área(s): Literatura e Cultura –<br />
Política, História e Filosofia<br />
SINOPSE<br />
Decorridos 70 anos do fim da<br />
Segunda Guerra Mundial, a<br />
aliança militar entre Brasil-EUA<br />
ainda desperta indagações e<br />
controvérsias. Dentre essas<br />
cabe citar o programa do Lend<br />
Lease, pelo qual o Brasil se<br />
beneficiou de vantajosos financiamentos<br />
para aquisições<br />
de bens de interesse militar<br />
nos EUA. Também permanece<br />
obscura a forma pela qual<br />
foram criadas aqui unidades<br />
militares inteiramente novas,<br />
dedicadas a manusear tanques<br />
e gases venenosos; as<br />
pressões pela americanização<br />
total do Exército Brasileiro; o<br />
treinamento e assessoria da<br />
Força Expedicionária Brasileira<br />
(FEB) no Brasil e na Itália;<br />
as tentativas estadunidenses<br />
de se opor à desmobilização<br />
da FEB ao fim da guerra etc.<br />
Este livro examina tais questões<br />
à luz de documentos até<br />
aqui inéditos, além de revelar<br />
fatos desconhecidos como as<br />
políticas não escritas para vedar<br />
acesso brasileiro a tecnologias<br />
militares estadunidenses,<br />
o domínio do mercado<br />
da aeronáutica civil brasileiro<br />
pelos EUA, o destino dos pacientes<br />
militares brasileiros internados<br />
em hospitais estadunidenses<br />
e o obscuro “Projeto<br />
Sul” de 1944, o qual previa a<br />
eventualidade de uma guerra<br />
contra a Argentina.<br />
Filme: A ESTRADA 47<br />
Direção: Vicente Ferraz<br />
Elenco: Daniel de Oliveira,<br />
Francisco Gaspar, Júlio Andrade<br />
mais<br />
Gêneros Drama, Histórico,<br />
Guerra<br />
Nacionalidades Itália, Portugal,<br />
Brasil<br />
Pag. 16<br />
Livros e filmes<br />
Sinopse<br />
Na Segunda Guerra Mundial,<br />
o Brasil era aliado dos Estados<br />
Unidos, Inglaterra e França.<br />
Na época, foram encaminhados<br />
mais de 25 mil soldados<br />
da FEB (Força Expedicionária<br />
Brasileira) para combater os<br />
inimigos, representados pelo<br />
Eixo: Alemanha, Itália e Japão.<br />
Quase todos de origem pobre<br />
e, em sua maioria, despreparados<br />
para o combate, os pracinhas<br />
tiveram que aprender<br />
na prática a lutar pela sobrevivência.<br />
Depois de sofrerem<br />
um ataque de pânico coletivo,<br />
no sopé do Monte Castelo, os<br />
soldados Guimarães (Daniel<br />
de Oliveira), Tenente (Julio Andrade),<br />
Piauí (Francisco Gaspar)<br />
e Laurindo (Thogum) tentam<br />
descer a montanha, mas<br />
acabam se perdendo um do<br />
outros. Quando conseguem se<br />
reencontrar, precisam decidir<br />
se retornam para o batalhão<br />
e correm o risco de enfrentar<br />
a Corte Marcial por abandono<br />
de posto, ou voltam para a posição<br />
da noite anterior e se arriscam<br />
a enfrentar um ataque<br />
surpresa do inimigo. É quando<br />
conhecem o jornalista Rui<br />
(Ivo Canelas), que conta sobre<br />
um campo minado ativo e eles<br />
acham ser essa a chance de<br />
se redimirem da mancada que<br />
cometeram, mas muita coisa<br />
ainda está por acontecer e a<br />
guerra está longe de acabar.
Não deixe de visitar o site<br />
<strong>WWII</strong> <strong>Brazil</strong> e conhecer<br />
muito mais sobre a<br />
Segunda Guerra Mundial e a<br />
participação do Brasil e das<br />
Américas.<br />
www.wwiibrazil.com.br