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Revista Visão nº 7

A Safrinha dos Milhões

A Safrinha dos Milhões

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EDIÇÃO ESPECIAL:<br />

5ª Rondônia Rural Show atrai estrangeiros e caminha para<br />

se tornar o maior evento do agronegócio no norte brasileiro<br />

O melhor do agronegócio<br />

RONDÔNIA<br />

Ano I I Nº 7<br />

Rondônia/Maio de 2016<br />

Valor<br />

R$ 8.50<br />

José Gripa,<br />

85 anos: a<br />

história viva<br />

da evolução<br />

agrícola de<br />

Rondônia<br />

A SAFRINHA<br />

DOS MILHÕES<br />

ÁREA PLANTADA DO MILHO CRESCE 1.200%,<br />

PRODUTIVIDADE BATE RECORDE E PRODUTOR<br />

COMEÇA A EXPORTAR EXCEDENTE PARA ÁSIA E EUROPA<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

1


2 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

3


Índice<br />

5ª RONDÔNIA<br />

RURAL SHOW<br />

Feira atrai estrangeiros e<br />

caminha para se tornar o<br />

maior evento do agronegócio<br />

no norte brasileiro.<br />

24<br />

INDÚSTRIA<br />

Números mostram crescimento<br />

do setor e consolidação de<br />

empreendedores no mercado.<br />

TURISMO<br />

Em Pimenteiras um chef de<br />

cozinha atrai até turistas<br />

japoneses com pratos<br />

inusitados feitos a base de<br />

pescado do Guaporé.<br />

ENTREVISTA<br />

Novo chefe da<br />

7<br />

Embrapa fala sobre<br />

metas para os<br />

próximos anos e<br />

diz que desafio é<br />

tirar pesquisa da<br />

prateleira.<br />

47<br />

94<br />

ESPECIAL:<br />

milho safrinha<br />

Segunda safra do milho bate<br />

recorde em produtividade e<br />

agricultores se preparam para<br />

exportação de excedente.<br />

INFRAESTRUTURA<br />

Investimentos no setor portuário do<br />

estado transformam Arco Norte no<br />

novo caminho da safra brasileira.<br />

CAFEICULTURA<br />

Pesquisa da Embrapa<br />

Rondônia comprova que é<br />

possível cultivar café arábica<br />

na Amazônia.<br />

FLORICULTURA<br />

Família de “alemães teimosos”<br />

conquista mercado de flores<br />

e rosas.<br />

HIDROPONIA<br />

Técnica de plantar sem solo<br />

atrai empresários para o campo<br />

e garante abastecimento de<br />

hortaliças.<br />

11<br />

SUINOCULTURA<br />

Produtores de suínos dão<br />

exemplo de boas práticas<br />

no cone sul e esperam<br />

investimentos em frigoríficos.<br />

36<br />

52<br />

59<br />

68<br />

75<br />

Expediente<br />

<strong>Revista</strong><br />

RONDÔNIA<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Visão</strong> Rondônia é de propriedade editorial de<br />

G.B. COSTA COMUNICAÇÕES-ME<br />

CNPJ: 23.588.281/0001-40<br />

Editora-chefe: Ivonete Gomes DRT-345<br />

Redação: Avenida Guaporé, 4248, SL 2, Igarapé, Porto Velho, Rondônia.<br />

Tel: 69 32259705 - Assinatura: visaorondonia@gmail.com<br />

Comercial: Leny Vieira - fone: 69 9213-0947/9977-7779<br />

Designer Gráfico: Cesar Prisisnhuki Faria<br />

Colaboradores: Gerson Costa, Eliânio Nascimento, Flávia Rosane,<br />

Marcos Lock, Giliane Perin Renata Silva e Edmilson Rodrigues.<br />

Impressão: Editora Gráfica Print<br />

Tiragem: 5.000 mil exemplares<br />

4 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


EDITORIAL<br />

José Gripa: a história viva do<br />

agronegócio rondoniense<br />

E lá se vão 38 anos desde que o sul-matogrossense<br />

José Gripa resolveu viver e cultivar nas terras de Rondon.<br />

Viu muita coisa dar errada que, com experimentos<br />

próprios, fez dar certo. Despediu-se de vizinhos que<br />

não suportaram a carga da atividade agropecuária<br />

em uma Rondônia sem estradas, sem informação e<br />

tecnologia zero. Plantar e colher com as mãos, prática<br />

da esmagadora maioria à época, só para herois da<br />

resistência. E dá-lhe resistência do Gripa, acumulador<br />

de calos nas mãos e vencedor de um câncer que lhe<br />

tirou a facilidade da fala aos 50 anos de idade, mas sem<br />

reduzir em nada a vontade de produzir.<br />

JOSÉ GRIPA é produtor de soja e milho em Vilhena<br />

Aos 85 anos, o vô Gripa acorda cedo, sobe no<br />

trator e segue para a lavoura. Acompanha de perto<br />

a prosperidade da terceira geração de homens do<br />

campo que, acumulando as áreas, chega a plantar 1.400<br />

hectares de soja e milho no município de Vilhena.<br />

José Gripa é a história viva do crescimento e<br />

amadurecimento do setor produtivo rondoniense.<br />

Vivenciou todas as fases até chegar à agricultura de<br />

precisão, melhoramento de sementes, assistência<br />

técnica, facilidade na aquisição de insumos e as novas<br />

tecnologias de manejo e tratos culturais surgidas a partir<br />

de ininterruptas pesquisas da Embrapa, fatores que<br />

tornam este o estado mais promissor do agronegócio<br />

brasileiro.<br />

Não é à toa ser o grande José Gripa a capa da edição<br />

especial da VISÃO RONDÔNIA, pensada e elaborada<br />

para a 5ª Rondônia Rural Show, evento que reúne os<br />

melhores da área e caminha para se tornar a maior feira<br />

do norte brasileiro.<br />

Seguindo os passos da evolução do setor, a<br />

VISÃO - única publicação mensal segmentada para o<br />

agronegócio de Rondônia – também cresce a partir<br />

desta edição em número de páginas e confiabilidade.<br />

Temos identidade própria, o ISSN, uma espécie de RG<br />

de periódicos mundiais. A revista trabalha para alcançar<br />

a mesma longevidade do vô Gripa, levando ao público<br />

alvo a informação precisa e histórias que valem a pena<br />

ser contadas.<br />

IVONETE GOMES<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

5


Possuímos orgulho em estar presente com nossos tratores e<br />

implementos em Rondônia, buscando sempre proporcionar<br />

comodidade e tecnologia ao produtor rural.<br />

Conheça nossos produtos durante a 5° Rondonia Rural Show,<br />

entre eles nossos lançamentos a Transplantadeira de mudas<br />

Mulluso e o Trator BDY7540 com motor MWM.<br />

Procure a concessionária mais próxima de você em : www.budny.com.br<br />

6 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


ENTREVISTA<br />

A meta é tirar a<br />

pesquisa da prateleira<br />

Alaerto<br />

Marcolan<br />

Chefe-geral da Empresa<br />

Brasileira de Pesquisas<br />

Agropecuárias (Embrapa)<br />

em Rondônia<br />

E<br />

sse é um dos maiores desafios<br />

do novo chefe-geral da Embrapa<br />

Rondônia, Alaerto Marcolan, para<br />

os próximos três anos. Formado em agronomia<br />

pela Universidade Federal de Santa<br />

Maria (RS), com mestrado e doutorado em<br />

ciência do solo, Marcolan passou a ser parte<br />

do quadro da maior empresa de pesquisas<br />

tropicais do mundo em 2006. Ele chega à<br />

chefia da Embrapa de um dos estados que<br />

mais crescem no setor produtivo brasileiro<br />

com um pensamento progressista. Busca<br />

parcerias para o fortalecimento da assistência<br />

técnica e recursos de todos os lados:<br />

bancadas estadual e federal, governo do<br />

estado e iniciativa privada.Tudo que possa<br />

contribuir para que as pesquisas sejam concluídas<br />

e levadas aos produtores.<br />

Alaerto Marcolan também quer desmistificar<br />

que a Embrapa seja uma empresa<br />

que trabalha somente para os grandes<br />

produtores. Para isso, aposta no incremento<br />

de ações voltadas à agricultura familiar,<br />

principalmente às propriedades dedicadas<br />

ao cultivo de café, mandioca, fruticultura,<br />

feijão e pecuária leiteira.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

7


ENTREVISTA<br />

O que o produtor pode esperar<br />

da Embrapa daqui para frente?<br />

A Embrapa Rondônia é referência<br />

em pesquisa na área de<br />

cafeicultura e pecuária em todo<br />

o norte. Um dos grandes desafios<br />

é solidificar ainda mais essa área<br />

de pesquisa. Precisamos fazer<br />

esse trabalho de impacto, principalmente<br />

na cafeicultura e na<br />

pecuária. Mas atuamos também<br />

em outras áreas e nas questões<br />

florestal, de bioativos e de cereais<br />

como soja e milho. É uma área<br />

muito grande de pesquisa e temos<br />

que trabalhar nessa gestão para<br />

alcançar bons resultados.<br />

O que temos especificamente<br />

para a cafeicultura do estado?<br />

Na cafeicultura, recentemente<br />

lançamos algumas tecnologias, a<br />

BRS Ouro Preto; primeira variedade<br />

clonal lançada em Rondônia e<br />

no Brasil; e a barcaça seca café. São<br />

tecnologias que estão mudando o<br />

sistema de produção ao longo de<br />

40 anos da Embrapa Rondônia.<br />

Lançaremos na 5ª Rondônia Rural<br />

Show a “bíblia do café”, o livro Café<br />

na Amazônia. É um material que<br />

pode ser utilizado por técnicos,<br />

produtores e todas as pessoas<br />

ligadas à cafeicultura. Trata desde<br />

o plantio até a pós-colheita.<br />

São 54 autores e coautores que<br />

se dedicaram a fazer esse livro.<br />

Ainda sobre cafeicultura, estamos<br />

trabalhando para soltar novos<br />

materiais de café, tanto canéfora<br />

como arábica, um café que normalmente<br />

é cultivado em situações<br />

de maior altitude. Estamos<br />

testando materiais adaptados às<br />

nossas condições e temos tido<br />

bons resultados. A qualidade do<br />

café, com mecanização, é outro<br />

ponto. A mão de obra no campo<br />

diminui a cada safra, por isso<br />

Lançaremos na<br />

5ª Rondônia<br />

Rural Show a “bíblia<br />

do café”, o livro Café<br />

na Amazônia. É um<br />

material que pode ser<br />

utilizado por técnicos,<br />

produtores e todas<br />

as pessoas ligadas à<br />

cafeicultura”<br />

temos que trabalhar com a tecnificação<br />

para que a cafeicultura<br />

cresça cada vez mais. Nós estamos<br />

atuando também para os demais<br />

estados. Temos unidades demonstrativas<br />

no Acre e Amazonas e,<br />

em processo de fechamento, um<br />

contrato com a Secretaria de Agricultura<br />

do Estado do Mato grosso.<br />

Nessa gestão, queremos também<br />

ter unidades demonstrativas em<br />

Roraima e no Pará.<br />

Para a piscicultura que vem<br />

crescendo em Rondônia, quais<br />

são as novidades da Embrapa?<br />

Fizemos algumas reuniões<br />

internas e também conversamos<br />

com o governo, a Seagri, e no<br />

momento não temos pessoas<br />

aqui para trabalhar na área. Mas<br />

é uma proposta da minha gestão<br />

contratar pessoas para atuar na<br />

piscicultura. Hoje contribuímos<br />

com a demanda trazendo pesquisadores<br />

e pessoas da unidade de<br />

pesca e aquicultura de Tocantins<br />

que podem dar capacitação no<br />

estado.<br />

Em relação à pecuária de corte<br />

e leite, qual o foco para os<br />

próximos três anos?<br />

Pecuária é uma das nossas<br />

prioridades ao longo dos anos.<br />

Estamos atuando fortemente na<br />

capacitação dos técnicos. Este<br />

ano a gente iniciou a capacitação<br />

modular, onde estaremos<br />

treinando um grupo de técnicos<br />

do estado em diferentes etapas.<br />

Em cada módulo a gente trata<br />

de diferentes etapas do sistema<br />

de produção. Isso faz com que<br />

esses técnicos tenham ainda mais<br />

condições de levar as tecnologias<br />

ao produtor. Quanto à questão de<br />

melhor aproveitamento da área, é<br />

uma meta da Embrapa Rondônia<br />

8 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


ENTREVISTA<br />

ter pesquisas que façam com<br />

que a gente potencialize o uso das<br />

áreas, diminuindo a pressão sobre<br />

as florestas e fazendo com que<br />

sobre área para o cultivo de grãos.<br />

E como fazer isso?<br />

Temos várias técnicas, uma<br />

delas a ILPF (Integração-Lavoura,<br />

Pecuária-Floresta) que é uma<br />

tecnologia do futuro, de ponta,<br />

incentivada pelas políticas de<br />

governo porque é sustentável.<br />

O produtor insere o arroz como<br />

primeira cultura em área que está<br />

em processo de degradação. Arroz<br />

é uma cultura rústica, não é tão<br />

exigente como o milho. A cultura<br />

começa um processo de mudança<br />

da fertilidade química e física do<br />

solo e faz com que o produtor<br />

possa ter um rápido retorno do<br />

investimento. Ele planta e vende<br />

o arroz e já tem uma entrada de<br />

capital. O produtor faz aos poucos,<br />

dividindo em módulos a fazenda<br />

dele. Excelente alternativa para<br />

quem quer fazer essa recuperação.<br />

Em breve,<br />

vamos<br />

ultrapassar a casa<br />

dos 1 milhão de<br />

hectares de soja,<br />

podendo chegar<br />

a 2 milhões<br />

sem prejuízo ao<br />

rebanho, tanto<br />

de corte quanto<br />

de leite”<br />

Na sua opinião, qual o futuro da<br />

agricultura em Rondônia?<br />

Rondônia é um estado com<br />

enorme aptidão agrícola, prova<br />

disso é o PIB significativo. Tem<br />

potencial para crescimento muito<br />

bom. Nós temos em torno<br />

de 6 milhões de hectares com<br />

pastagem em algum processo de<br />

degradação. A gente melhorando<br />

essas pastagens, vai poder manter<br />

e até aumentar o rebanho. Ainda<br />

vai sobrar área para as culturas<br />

anuais, que é o caso hoje da soja.<br />

A quantidade de área ainda não<br />

é grande em Rondônia, são só<br />

245 mil hectares plantados, mas<br />

acredito que isso vai crescer muito.<br />

Em breve, vamos ultrapassar a<br />

casa dos 1 milhão de hectares de<br />

soja, podendo chegar a 2 milhões<br />

sem prejuízo ao rebanho, tanto de<br />

corte quanto de leite. A questão de<br />

melhor aproveitamento da área<br />

vai suprir a demanda por alimentos<br />

sem que haja desmatamentos.<br />

Comparada com outros estados,<br />

como está Rondônia em termos<br />

de pesquisa?<br />

A Embrapa é a maior empresa<br />

de pesquisa tropical no mundo.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

9


ENTREVISTA<br />

Estamos com várias frentes de<br />

pesquisas. É significativo mundialmente<br />

isso. Por exemplo: a<br />

Embrapa contribuiu para que<br />

fosse viável o cultivo de grãos no<br />

cerrado. Isso dá um impacto no<br />

Brasil e no mundo. Atua também<br />

em vários países da África e Europa<br />

levando a transferência de<br />

tecnologia. Muitos pesquisadores<br />

de Rondônia já fizeram intercâmbio<br />

através de parcerias com instituições<br />

de outros países. Nosso<br />

pessoal é altamente qualificado.<br />

O BNDES liberou R$ 33 milhões<br />

para pesquisas na Amazônia.<br />

Quanto desse montante vem<br />

para Rondônia?<br />

Ainda estamos na fase de editais.<br />

Algumas propostas já foram<br />

elaboradas e outras estão em fase<br />

de elaboração. Ainda vamos depender<br />

da aprovação desses projetos.<br />

Esse recurso será concorrido<br />

entre as unidades de pesquisa.<br />

É um processo que está aberto.<br />

Acredito que um valor bom deve<br />

vir para Rondônia. Estamos nos<br />

preparando para isso.<br />

Na área da pecuária a Embrapa<br />

de Rondônia se destacou ao<br />

criar a régua Vetscore, que<br />

facilita a análise do produtor<br />

sobre as condições nutricionais<br />

do rebanho. Quando a<br />

novidade estará no mercado?<br />

A empresa já foi selecionada<br />

e esperamos em breve estar com<br />

esse material acessível aos produtores.<br />

A Vetscore está em fase<br />

de produção. A expectativa é de<br />

que fique pronta para a Rondônia<br />

Rural Show.<br />

O que vamos ver de mudança<br />

na Embrapa até 2019?<br />

A ideia é aceitar parcerias, criar<br />

uma maior aproximação com nossas<br />

bancadas federal e estadual<br />

para ver se conseguimos alocar<br />

mais recursos para a pesquisa.<br />

Vamos mostrar a políticos a<br />

importância da pesquisa para<br />

o estado de Rondônia, trabalhar<br />

mais próximo das demais<br />

instituições e buscar recursos<br />

também da iniciativa privada.<br />

Queremos trabalhar como facilitadores<br />

aqui na Embrapa. A<br />

nossa gestão vai propiciar condições<br />

para os pesquisadores desenvolverem<br />

as pesquisas. Vamos<br />

tentar criar uma logística para que<br />

eles possam ter resultados cada<br />

vez melhores.<br />

E como levar o resultado desse<br />

trabalho ao produtor?<br />

A Embrapa desenvolve a pesquisa,<br />

mas precisa que as demais<br />

instituições levem isso aos produtores.<br />

É importante o papel<br />

da extenção rural para fazer com<br />

que a pesquisa saia da prateleira<br />

e chegue ao produtor, que é o<br />

consumidor final.<br />

Quais as outras áreas de<br />

atuação da Embrapa que serão<br />

fortalecidas?<br />

Trabalhamos muito com a<br />

formação de pessoas. A empresa<br />

capacita técnicos, com cursos de<br />

mestrado e doutorado. Formamos<br />

profissionais daqui para que<br />

fiquem aqui. Isso resultará num<br />

crescimento de pensadores que<br />

vão aumentar o desenvolvimento<br />

da agropecuária de Rondônia.<br />

Também trabalhamos com formação<br />

de menor aprendiz. Ano<br />

passado formamos 180 alunos.<br />

Além disso, a Embrapa trabalha na<br />

prestação de serviços em parceria<br />

com alguns laboratórios de leite,<br />

fitopatologia, entomologia e de<br />

solos. Trabalhamos para sociedade<br />

e vamos continuar.<br />

É uma proposta<br />

da minha<br />

gestão contratar<br />

pessoas para atuar<br />

na piscicultura. Hoje<br />

contribuímos com a<br />

demanda trazendo<br />

pesquisadores<br />

e pessoas da<br />

unidade de pesca<br />

e aquicultura de<br />

Tocantins que podem<br />

dar capacitação no<br />

estado.”<br />

10 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


眀 眀 眀 ⸀ 瘀 漀 攀 爀 椀 洀 愀 ⸀ 挀 漀 洀 ⸀ 戀 爀<br />

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MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 11


12 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 13


14 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


SUINOCULTURA<br />

Sobram boas<br />

práticas, faltam<br />

frigoríficos<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

15


SUINOCULTURA<br />

Com uma área de 4 hectares nos limites urbanos da cidade de Cerejeiras e<br />

um plano ambiental em mãos elaborado por um engenheiro agrônomo, o<br />

catarinense Afonso Emerick passou a se dedicar à criação de suínos. Todo<br />

fim de semana ele sai do município de Santa Luzia do Oeste, onde exerce<br />

a função de secretário de saúde, e percorre 377 quilômetros para chegar à<br />

modesta, mas produtiva propriedade rural.<br />

Por Ivonete Gomes<br />

Fotos: Marcos Figueira<br />

N<br />

a granja onde engorda<br />

700 cabeças de suíno,<br />

Afonso mantém as boas<br />

práticas. Os resíduos são coletados<br />

em três fossas de decantação com<br />

capacidade de 300 mil litros cada<br />

uma. Para não correr risco de vazamento,<br />

as fossas foram forradas<br />

com lonas especificadas no projeto<br />

original. A estrutura tem garantia<br />

de 10 anos.<br />

Os animais que chegam com<br />

peso entre 6 e 7 quilos são colocados<br />

em divisões do galpão com<br />

gradeados de madeira instalados a<br />

60 cm do chão. “É crucial para evitar<br />

a batedeira, uma doença respiratória<br />

que pode causar a morte dos<br />

filhotes”, diz Afonso.<br />

Quando alcançam os 30 quilos,<br />

os porcos da Granja Quero Quero,<br />

nome da propriedade, seguem<br />

para espaço com piso de concreto.<br />

“E tem que ser concreto bom. Porco<br />

quebra tudo”, orienta o produtor.<br />

Ao final de cada ano, Afonso<br />

Emerick faz os cálculos de custos<br />

da produção, mas sabe que comparado<br />

a outros produtores leva<br />

certa vantagem. Para aumentar a<br />

produtividade e reduzir o tempo<br />

de abate, ele investiu em porcos<br />

das raças Pietran e Large White. A<br />

iniciativa de criar animais geneticamente<br />

superiores e fabricar a<br />

própria ração oferecida aos suínos<br />

está compensando o preço baixo<br />

do quilo da carne praticado no<br />

mercado de Rondônia. “A pauta<br />

do preço é hoje nossa maior dificuldade.<br />

O estado do Mato Grosso<br />

está vendendo carcaça de descarte<br />

aqui. Os animais abaixo da qualidade<br />

para exportação vão para um<br />

frigorífico de Ji-Paraná e competem<br />

diretamente com os produtores<br />

locais. O governo precisa elaborar<br />

uma política para o setor”, reclama.<br />

Com uma venda<br />

estimada em 120<br />

cabeças por mês a<br />

Granja Quero Quero<br />

está no grupo de 356<br />

propriedades rurais do<br />

estado que criam suínos<br />

em escala comercial. O<br />

rebanho é de 50.977<br />

cabeças, segundo<br />

dados da Idaron.<br />

Na criação de<br />

subsistência<br />

o rebanho de<br />

suínos chega a<br />

230.581 cabeças<br />

distribuídas<br />

em 27.938<br />

propriedades.<br />

O município de Cerejeiras é<br />

o 4º maior produtor do estado<br />

com 2.660 cabeças criadas em 16<br />

propriedades. Mas, somados os<br />

rebanhos da microrregião (Cabixi,<br />

Corumbiara, Colorado do Oeste e<br />

Pimenteiras) a produção chega a<br />

13.400. Colorado é o maior criador<br />

de suínos de todo estado, com rebanho<br />

de 8.170 cabeças.<br />

A região demonstra grande<br />

aptidão para a suinocultura e, ainda,<br />

conta com 22 secadores e silos<br />

com capacidade de estocagem de<br />

312 mil toneladas de grãos, o que<br />

facilita e desonera o custo da alimentação<br />

animal. O grande entreve<br />

para crescimento da suinocultura é<br />

a falta de frigoríficos. O mais próximo<br />

fica no município Vilhena, a 120<br />

quilômetros. No ano passado, um<br />

grande empresário de Porto Velho<br />

sinalizou para a possibilidade de<br />

instalar uma planta em Cerejeiras,<br />

mas tirou o pé do acelerador para<br />

aguardar o desenrolar da política<br />

brasileira e a volta de crescimento<br />

da economia.<br />

Com quase nenhuma representatividade<br />

no cenário<br />

de produção nacional, os produtores<br />

de Rondônia esperam<br />

investimento no setor para<br />

aumentar a capacidade<br />

de criação e atender,<br />

inicialmente, a demanda<br />

do<br />

mercado in-<br />

terno.<br />

16 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

17


SUINOCULTURA<br />

DICAS DE BOAS PRÁTICAS NA SUINOCULTURA<br />

Material Genético<br />

O material genético<br />

para o desenvolvimento de<br />

suínos deve ser de qualidade,<br />

pois a genética é considerada<br />

a base tecnológica que<br />

sustentará a produção.<br />

Da qualidade genética<br />

provém o desempenho de<br />

uma raça ou linhagem. O sistema<br />

genético depende de<br />

fatores para que o resultado<br />

final seja suínos que darão a<br />

melhor carne e menos problemas<br />

na criação, engorda e<br />

terminação.<br />

Os fatores a serem considerados<br />

no sistema genético<br />

são a proporção entre macho<br />

e fêmeas, aquisição de reprodutores<br />

que façam parte<br />

de um programa de melhoramento<br />

genético, esquema<br />

de cruzamento e qualidade<br />

genética.<br />

Nutrição<br />

A nutrição para criação<br />

de suínos é responsável por<br />

65% dos custos de produção.<br />

A alimentação de qualidade<br />

deve considerar os seguintes<br />

fatores:<br />

1) - A forma física da ração<br />

que se divide em farelos<br />

ou peletizada. De preferência,<br />

as rações devem ser<br />

peletizadas, pois esse tipo de<br />

ração é adquirida pronta.<br />

2) - A avaliação dos<br />

alimentos e a alimentação<br />

por sexo separado, em que<br />

devem ser levados em consideração<br />

hormônios sexuais,<br />

potencial de crescimento,<br />

atividade hormonal e outros<br />

fatores que são responsáveis<br />

por desenvolver os leitões.<br />

3) - Estudo do grau<br />

e qualidade nutritiva da<br />

alimentação em um espaço<br />

de tempo. Para isso, existem<br />

três tipos de alimentação<br />

que resultam em crescimento<br />

dos suínos: à vontade,<br />

controlada por tempo; e<br />

com restrição.<br />

18 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />

Fonte: Embrapa / Gravuras: wikihow


Gestão da<br />

unidade<br />

produtiva<br />

A criação de suínos é uma<br />

atividade empresarial e como<br />

tal depende de mecanismos de<br />

gestão, planejamento, avaliação de<br />

métodos e processos administrativos.<br />

O planejamento da atividade de<br />

suinocultura tem como decisões<br />

as seguintes questões: para quem<br />

vender, como vender, a quantidade<br />

a ser produzida e outros fatores<br />

como gerenciamento de custos, da<br />

qualidade, dos métodos de produção,<br />

dos preços do produto suíno<br />

e de insumos, além de políticas<br />

voltadas para produção de suínos.<br />

A gestão produtiva<br />

considera também:<br />

Controle da atividade – controlar<br />

é a palavra de ordem na produção<br />

de carne suína. É necessário controlar<br />

a produtividade de funcionários,<br />

qualidade da carne suína, métodos<br />

de produção, custos, melhor conversão<br />

alimentar, além do controle de<br />

lucros e resultados.<br />

Outros fatores a serem geridos<br />

pela empresa produtora de suínos<br />

são os recursos humanos que visam<br />

melhorar técnicas para recrutar<br />

melhor e, ainda, métodos para que<br />

a produtividade na jornada de trabalho<br />

proporcione bons resultados,<br />

sem retirar a qualidade de vida e os<br />

direitos dos trabalhadores.<br />

Outros fatores são a motivação<br />

no trabalho, a segurança, a higiene<br />

física dos trabalhadores, a organização<br />

administrativa, o clima organizacional<br />

e ambiente de trabalho<br />

positivo e o treinamento assim que<br />

necessário.<br />

Proteção<br />

ambiental<br />

Essa é outra etapa<br />

a ser considerada na<br />

cultura de suínos e por<br />

isso, a proteção ambiental<br />

deve considerar<br />

a avaliação dos riscos<br />

de impacto ambiental,<br />

manejo de dejetos e<br />

manejo voltado para a<br />

proteção ambiental.<br />

Sanidade<br />

A saúde física<br />

dos suínos merece,<br />

especial atenção e<br />

para cuidados com<br />

o animal, detalhes<br />

a se considerar são:<br />

limpeza e desinfecção<br />

dos espaços, visita de<br />

veterinários.<br />

Desafios da<br />

suinocultura<br />

no Brasil<br />

Apesar do bom desempenho<br />

do setor de<br />

criação de suínos, a atividade<br />

ainda encontra<br />

certos desafios, como o<br />

preço do farelo de soja,<br />

que aumenta o custo<br />

total de produção.<br />

Manejo da Produção<br />

Esta etapa compreende o completo<br />

processo reprodutivo e produtivo do<br />

sistema e por isso, exige maior atenção e<br />

dedicação. Ela é crucial e dela depende<br />

atingir os melhores índices produtivos<br />

e com isso, o retorno econômico da<br />

atividade.<br />

O manejo da produção compreende<br />

as fases de pré-cobrição em leitoas.<br />

Essa fase admite a singularidade da atividade<br />

sexual das leitoas que dependerá<br />

de fatores como nutrição, do manejo<br />

e do ambiente.<br />

Outras fases que merecem acompanhamento<br />

são cobrição, maternidade<br />

e creche que marca a fase em<br />

que o suíno se alimentará de ração.<br />

Além dessas, existem ainda outras<br />

fases são crescimento e terminação,<br />

que compreende gestação, descarte<br />

de fêmeas, manejo de machos e pré-<br />

-cobrição em leitoas.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

19


PECUÁRIA<br />

PLANILHA CALCULA<br />

sombreamento em<br />

sistemas de integração<br />

Por Renata Silva<br />

Foto: Gabriel Faria<br />

Uma planilha eletrônica<br />

auxilia produtores<br />

e técnicos a planejar e<br />

dimensionar adequadamente a<br />

implantação de sistemas de Integração<br />

lavoura-pecuária-floresta<br />

(ILPF), ou mesmo a plantar árvores<br />

isoladamente para sombreamento,<br />

garantindo o conforto térmico dos<br />

animais. A planilha desenvolvida<br />

pela equipe de pesquisadores da<br />

Embrapa Rondônia pode ser utilizada<br />

em inúmeros locais e situações,<br />

com algumas adaptações explicadas<br />

em comentários escritos dentro<br />

da própria planilha. Muitos estudos<br />

buscaram determinar a quantidade<br />

de sombra adequada na pastagem<br />

para garantir o conforto dos animais.<br />

Os resultados são variáveis,<br />

segundo o pesquisador da Embrapa<br />

Henrique Cipriani, vai de menos<br />

de 2 m² a mais de 5 m² de sombra<br />

por animal. «Provavelmente, características<br />

do local, dos animais<br />

e das próprias árvores influenciem<br />

os resultados. O fato é que o sombreamento,<br />

bem dimensionado,<br />

é desejável, senão necessário ao<br />

bem-estar animal», complementa.<br />

O acesso à ferramenta é gratuito<br />

e o usuário pode editá-la. “Espera-se<br />

que essa planilha possa contribuir<br />

para estudos e projetos de ILPF,<br />

auxiliando no planejamento e análise<br />

de experimentos e de sistemas<br />

produtivos”, comenta o Cipriani.<br />

Ela está disponível no portal da<br />

Embrapa Rondônia. Em geral, os<br />

agricultores e pecuaristas que desejam<br />

diversificar sua produção e aumentar<br />

a lucratividade, investindo<br />

no comércio de produtos florestais,<br />

especialmente os madeireiros, que<br />

20 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Veja como<br />

utilizar a planilha<br />

é bastante atrativo. Além do ganho direto<br />

com a venda da madeira e outros<br />

produtos florestais, as árvores beneficiam<br />

indiretamente a produção leiteira<br />

ou de carne. Essa vegetação influencia<br />

no aumento da produtividade animal<br />

e fornece sombra para os rebanhos,<br />

o que é particularmente interessante<br />

para as regiões tropicais, onde o calor<br />

é mais intenso e os animais tendem a<br />

sofrer estresse térmico.<br />

O pesquisador explica que a área<br />

de sombra projetada por uma árvore<br />

depende da altura e do tamanho da<br />

sua copa, e da posição do Sol, que é<br />

determinada pelo local, pela época do<br />

ano e pelo horário do dia. Desconsiderando-se<br />

o relevo, em geral, tem-se<br />

mais sombra nos horários próximos do<br />

nascer e do pôr do Sol e na época do<br />

ano em que os dias são mais curtos,<br />

quando o Sol está mais próximo do<br />

horizonte. Ao meio-dia, quando o Sol<br />

está “a pino”, tem-se menos sombra.<br />

Além disso, deve-se considerar que<br />

próximo da linha do Equador há menor<br />

variação ao longo do ano. A posição<br />

do Sol também determinará a direção<br />

da sombra.<br />

A planilha utiliza fórmulas que levam em consideração a altura e o<br />

diâmetro da copa das árvores, o local (latitude e longitude) de plantio,<br />

o dia do ano e o horário. No caso de renques – faixas de vegetação<br />

compostas por uma ou mais fileiras de árvores –, é necessário informar<br />

a largura, o comprimento e a orientação (azimute) do renque. Com<br />

estas informações, que podem ser facilmente obtidas pelo usuário,<br />

a planilha retornará os seguintes parâmetros: comprimento, largura,<br />

área e direção da sombra, além do deslocamento da sombra em<br />

relação ao tronco da árvore.<br />

A planilha permite que sejam calculados os parâmetros para mais<br />

de uma árvore, local ou horário simultaneamente, bastando-se digitar<br />

as informações necessárias e arrastar as fórmulas com movimentos do<br />

mouse. Para uma visão geral das mudanças no sombreamento ao longo<br />

do ano, há uma aba na planilha que calcula a área de sombra para<br />

todos os dias do ano, das 6 h às 19 h. Isso permite localizar, facilmente,<br />

os períodos de maior e menor sombreamento. Como exemplo, o<br />

pesquisador faz uma suposição. Em um sistema ILPF no município de<br />

Porto Velho (RO), (8,801428° de latitude sul e 63,845950° de longitude<br />

oeste), com eucaliptos plantados em um renque de 96 m de comprimento<br />

e 9 m de largura. Considerando árvores com média de 15<br />

m de altura total e copa com 5 m de altura e 3 m de diâmetro, tendo<br />

como orientação (azimute) do renque 31,00° (nordeste-sudoeste), e<br />

data e horário o dia 21/08/2015 às 15 h.<br />

Nessa situação, tem-se: 16,32 m² de sombra por árvore, ou<br />

1.001,27 m² por renque. A sombra estará 0,27 m das árvores, com<br />

comprimento de 105,34 m e largura de 9,54 m (por renque). A orientação<br />

é de 116,14°.<br />

Considerando-se uma necessidade de sombra de 5 m² por animal,<br />

nessas condições, a área poderia fornecer sombra para até 200<br />

animais. Para mais animais, seria necessário plantar mais renques.<br />

Os períodos com menos sombra seriam de 28/02 a 02/03, e de 13<br />

a 16/10, com apenas 7,48 m² de sombra por árvore, ao meio-dia. Já<br />

o período com mais sombra seria de 21 a 25/06, com 12,20 m² de<br />

sombra. Cipriani ressalta que, no caso de Porto Velho, o período de<br />

geração de maior sombra coincide com uma época de alta insolação<br />

e calor, quando os animais estão sujeitos à maior estresse térmico e<br />

há maior necessidade de sombra e ambiente fresco. A variação anual<br />

nesse exemplo, para um mesmo horário, foi superior a 60%.<br />

O pesquisador Henrique Cipriani explica que há limitações na<br />

planilha, pois os cálculos consideram o relevo plano (declividade de<br />

0°) e, no caso de renques, devem ser retilíneos, ou seja, as fórmulas<br />

não se aplicam aos renques plantados em curva de nível, neste caso<br />

são necessárias correções nos resultados para aplicação em terrenos<br />

montanhosos. A planilha também não realiza modelagem ou predição<br />

do crescimento das árvores.<br />

Fonte: Embrapa/Rondônia<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

21


22 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 23


AGRONEGÓCIO<br />

5ª RONDÔNIA<br />

UMA FEIRA INTERNACIONAL PARA<br />

M<br />

Por Gerson Costa<br />

Aguardada com expectativa<br />

pelos agentes responsáveis<br />

por toda cadeia do<br />

agronegócio, a quinta<br />

edição da Rondônia Rural<br />

Show promete consolidar<br />

a feira de negócios como a<br />

maior do norte brasileiro,<br />

atraindo investidores de<br />

outros estados e até de<br />

longínquos países do leste<br />

europeu. O evento começa<br />

no dia 24 com o “tratoraço”,<br />

desfile de máquinas e<br />

implementos dos expositores<br />

pelos dois distritos de Ji-<br />

Paraná. Nos dias 25 a 28, das<br />

7h30min às 18hs, o parque<br />

Hermínio Victorelli recebe<br />

mais de 370 expositores,<br />

palestrantes, delegações<br />

estrangeiras, empresários<br />

brasileiros e produtores rurais<br />

interessados nas novidades<br />

agrícolas.<br />

Neste ano, a procura por espaço no<br />

parque foi tão grande que no final do<br />

mês de abril já não havia condições<br />

de receber nenhum interessado em participar da<br />

Rondônia Rural Show. O coordenador da feira,<br />

técnico José Paulo Ribeiro Gonçalves, realizou<br />

apresentações prévias em seus seis cidades diferentes<br />

e coordenou os chamados pré-shows<br />

em outras sete, garantindo a negociação de R$<br />

73.452.495,32. Para ele, é o prenúncio da realização<br />

da meta de R$ 1 bilhão em negócios durante<br />

os 4 dias do evento.<br />

O visitante que se dirigir ao parque Hermínio<br />

Victorelli no período da Rondônia Rural Show poderá<br />

conhecer os expositores divididos em lotes<br />

para empresas de máquinas , tratores, caçambas<br />

e implementos; o espaço institucional; o pavilhão<br />

do artesanato com 44 estandes; o pavilhão<br />

multissetorial com 28 empresas do comércio e<br />

serviços; o espaço empresarial e internacional;<br />

as vitrines tecnológicas e agroecológica; além<br />

de contar com estacionamento e praça de alimentação<br />

com capacidade para 1.500 pessoas.<br />

Oficinas e palestras<br />

Durante todos os dias da feira, os visitantes<br />

poderão ter acesso gratuito a palestras com<br />

profissionais renomados nas áreas de produção,<br />

transporte, cooperativismo, manipulação de<br />

alimentos e confecção de pratos regionais. No<br />

primeiro dia, das 14h30 às 15h30 o empresário<br />

Dilvo Grolli, presidente da Cooperativa Agroindustrial<br />

de Cascavel (Coopavel), fala sobre o cooperativismo<br />

e como a experiência transformou<br />

a vida de 49 pequenos agricultores do oeste do<br />

Paraná em um negócio que fatura R$ 2 bilhões ao<br />

ano. No segundo dia, o técnico da Embrapa, Vicente<br />

de Paulo Campos Godinho, e o fazendeiro<br />

24 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


RURAL SHOW<br />

OS MELHORES DO AGRONEGÓCIO<br />

ANUAL DO EXPOSITOR<br />

375 expositores<br />

(450) bandeiras<br />

Lotes de màquinas,<br />

Veículos, Implementos<br />

e Serviços<br />

132<br />

Pavilhão das<br />

Agroindústria: Mais de<br />

88<br />

Pavilhão das<br />

Instituições<br />

23<br />

Pavilhão do<br />

Artesanato: Mais de<br />

132<br />

AUDITÓRIO DE PALESTRAS<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 25


AGRONEGÓCIO<br />

Giocondo Vale, farão apresentação<br />

do sistema de Integração Lavoura-<br />

-Pecuária-Floresta e as vantagens<br />

do aumento da produtividade do<br />

rebanho, da produção de grãos e<br />

dos lucros com o plantio de floresta<br />

nativa. Nos quatro dias, haverá<br />

técnicos da OCB, Emater, Embrapa<br />

e Sebrae trazendo novidades para<br />

o setor produtivo.<br />

No mesmo período, as mesmas<br />

entidades, incluindo também a Federação<br />

da Agricultura e Pecuária<br />

de Rondônia (Faperon), oferecerão<br />

cursos através das oficinas de<br />

manipulação de alimentos, como<br />

a desossa de frango, porco e boi,<br />

e a produção de pratos regionais<br />

a partir do tambaqui e o pirarucu.<br />

Neste ano, a Emater traz espaços<br />

exclusivos para contar a história<br />

do café, leite e carne mostrando<br />

os caminhos de desenvolvimento<br />

desses produtos.<br />

Estrangeiros de olho na feira<br />

As embaixadas de 10 países confirmaram o envio de<br />

delegações à 5ª Rondônia Rural Show. Países africanos e<br />

a Bolívia mandarão emissários para fechar negócios nas<br />

câmaras multissetoriais, onde estarão presentes as indústrias<br />

nativas de café, arroz, esmagadoras de grãos, entre outras. Já<br />

outros, como a República Tcheca, envia apenas uma missão<br />

de reconhecimento. A ideia do país do leste europeu é<br />

exportar máquinas com tecnologia de ponta para o campo<br />

e importar alimentos sobretudo carne e grãos do estado. A<br />

Superintendência do Desenvolvimento de Rondônia (Suder)<br />

funcionará como intermediadora das negociações.<br />

Vitrines tecnológicas<br />

A Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e seus parceiros,<br />

como a Ceplac, apresentarão as chamadas vitrines tecnológicas<br />

ao público em uma área nos fundos do parque. Um lote de 30x40,<br />

por exemplo, consorciado com cacau e banana, já produziu 1 mil<br />

quilos de banana em dois anos, graças a aplicação de técnicas no<br />

solo e a escolha de mudas. O shopping do leite é outra novidade<br />

de Seagri. A ideia é apresentar o chamado pastejo rotacionado e<br />

a inseminação genética com embriões de alto desempenho para<br />

aumentar a produtividade do produtor. O espaço também será<br />

dedicado as culturas de hortaliças como alface e tomate.<br />

Linhas de crédito<br />

Basicamente, Basa e Banco do Brasil vão oferecer 90%<br />

do crédito disponível nesta edição da Rondônia Rural Show.<br />

As duas instituições terão funcionários e estandes fixos para<br />

atender o produtor. As linhas de financiamento variam de<br />

0,5% até 6,5% para agricultura familiar e os médios e grandes<br />

produtores. As propostas poderão ser feitas diretamente<br />

com os bancos ou através dos credenciados, como a Emater,<br />

Ceplac e outras 48 entidades. As propostas recolhidas na feira<br />

receberão o selo de prioridade, mas é importante o produtor<br />

já antecipar seu cadastro, antes mesmo de escolher algum<br />

produto, máquina, veículo ou implemento.<br />

SETOR DO CRÉDITO<br />

BANCO DA AMAZÔNIA- BANCO DO BRASIL- CAIXA ECCONÔMICA- OSCPS-BANCOS PRIVADOS<br />

26 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


METAS PARA 5ª EDIÇÃO<br />

Números de visitantes 80.000<br />

Instituições bancárias presentes 6<br />

Transporte de produtores 5.000<br />

Países visitantes 10<br />

Propostas de financiamentos 5.500<br />

Volume de negócios 700.000.000,00<br />

INFRAESTRUTURA<br />

Auditório<br />

200 pessoas<br />

Espaço institucional<br />

23 instituições<br />

Pavilhão agroindústria 44 estandes (88 expositores)<br />

Vitrine tecnológica 22 lotes<br />

Espaço empresarial e 5 instituições - 14 empresas<br />

Internacional<br />

4 países<br />

Tenda de abertura<br />

Pavilhão artesanato<br />

Espaço multissetorial<br />

Sala de imprensa<br />

Área para expositores<br />

diversos<br />

750 lugares<br />

44 estandes (132 expositories)<br />

28 empresas (Comér. e Serv.)<br />

2 salas<br />

110 lotes<br />

Espaço para dinâmica de<br />

5 instituições - 14 empresas<br />

2 áreas<br />

Pista de teste para<br />

veículos utilitários<br />

2 áreas<br />

Espaço de convivência<br />

vitrine tecnológica<br />

1 tenda<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 27


RONDONIA RURAL SHOW<br />

EMBRAPA FAZ<br />

LANÇAMENTOS<br />

e apresenta novas<br />

tecnologias<br />

A Embrapa Rondônia irá lançar e levar diversas tecnologias nas áreas da<br />

cafeicultura, produção animal, vegetal e florestal para a maior feira de<br />

agronegócios da Região Norte, a 5ª Rondônia Rural Show.<br />

Por Renata Silva<br />

A<br />

Embrapa estará presente<br />

na Vitrine Tecnológica,<br />

na área dos estandes<br />

institucionais, em palestras, nos Caminhos<br />

do Leite e do Café e demais<br />

ações realizadas na Feira, sempre<br />

com profissionais à disposição do<br />

público todos os dias do evento. Os<br />

lançamentos deste ano são os livros<br />

“Café na Amazônia” e “Ginecologia<br />

e ultrassonografia reprodutiva em<br />

bovinos”; a nova técnica de Inseminação<br />

Artificial em Tempo Fixo<br />

– IATF em Blocos; demonstração da<br />

poda de formação em cafeeiros; e o<br />

dispositivo Vetscore, desenvolvido<br />

pela Embrapa Rondônia para avaliação<br />

nutricional do rebanho bovino,<br />

que estará exposto na Rondônia<br />

Rural Show e deve chegar neste<br />

primeiro semestre ao mercado. A<br />

comercialização será realizada pela<br />

Prático de Garça, empresa habilitada<br />

pela Embrapa para comercializar<br />

o produto.<br />

O evento acontece de 25 a 28 de<br />

maio em Ji-Paraná (RO) e a expectativa<br />

dos organizadores é de que<br />

mais de 50 mil pessoas visitem o<br />

local. “São quatro décadas de intensa<br />

produção científica da Embrapa<br />

para o estado e região amazônica.<br />

Tecnologias que estão disponíveis<br />

para os agricultores melhorarem a<br />

produção em quantidade e qualidade,<br />

com foco sempre na sustentabilidade<br />

dos sistemas”, diz o<br />

chefe-geral da Embrapa Rondônia,<br />

Alaerto Marcolan. Segundo ele, o<br />

Lançamento de livros<br />

O livro “Café na Amazônia” reúne<br />

e atualiza todo o conhecimento<br />

gerado pela Embrapa Rondônia<br />

em seus 40 anos de existência<br />

em Rondônia. O livro, em seus<br />

21 capítulos escritos por mais de<br />

50 autores, contém informações<br />

necessárias a todos aqueles que<br />

pretendem cultivar ou participar<br />

dos esforços para o cultivo do<br />

café na Região Amazônica. Permite<br />

as tomadas de decisão do<br />

agricultor, em sua plantação; dos<br />

agentes financeiros, responsáveis<br />

pelo financiamento da produção;<br />

dos estudantes em sua formação;<br />

do extensionista, na aplicação<br />

das técnicas indicadas. Enfim,<br />

uma obra completa e útil para o<br />

desenvolvimento e fortalecimento<br />

da cafeicultura na Amazônia,<br />

garantindo a competitividade do<br />

28 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


público que for ao evento poderá<br />

conferir o que de mais novo tem<br />

sido desenvolvido para o estado e<br />

região e que já pode ser adotado<br />

pelos produtores.<br />

Na área da cafeicultura, estarão<br />

à disposição do público na<br />

Vitrine Tecnológica variedades de<br />

café desenvolvidas pela Embrapa<br />

(arábica, robusta e conilon), entre<br />

elas a cultivar de café conilon BRS<br />

Ouro Preto. Também estarão em<br />

exposição a máquina de colheita<br />

semi-mecanizada do café canéfora<br />

(conilon e robusta) e a Barcaça Seca<br />

Café, tecnologia para a secagem<br />

de café com qualidade. Durante<br />

a Rondônia Rural Show o público<br />

ainda poderá degustar os cafés<br />

arábica e conilon de alta qualidade<br />

de bebida cultivados em áreas de<br />

experimentos da Embrapa no estado.<br />

Na Vitrine Tecnológica também<br />

serão apresentados ao público a<br />

cultivar de arroz BRS Esmeralda; a<br />

cultivar de capim elefante anão BRS<br />

Kurumi e a BRS Tamani, o primeiro<br />

híbrido de Panicum maximum da<br />

Embrapa. O Sistema de Integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)<br />

será apresentado na Vitrine como<br />

tecnologia sustentável para a agricultura.<br />

O público também poderá<br />

conhecer e manusear a régua de<br />

manejo de pastagem, que indica o<br />

momento ideal para o gado entrar<br />

e sair da pastagem.<br />

A Embrapa também<br />

fará parte de uma das<br />

novidades da Feira<br />

para este ano, as salas<br />

temáticas Caminho<br />

do Leite e Caminho<br />

do Café, organizados<br />

pela EMATER-RO e com<br />

a parceria da Embrapa.<br />

Estes espaços são<br />

interativos e buscam<br />

oferecer ao público uma<br />

experiência sensorial,<br />

aguçando visão, tato,<br />

olfato e audição para<br />

levar aos visitantes<br />

orientações e uma breve<br />

experiência sobre a<br />

produção de café e leite<br />

no estado.<br />

Além destas ações, a equipe da<br />

Embrapa realizará duas palestras<br />

que fazem parte da programação<br />

da Feira. No dia 26/05, das 8h às<br />

12h, será realizado o “Workshop<br />

Integração Lavoura-Pecuária-<br />

-Floresta (ILPF) como alternativa<br />

sustentável para Rondônia”, os<br />

palestrantes serão o pesquisador<br />

da Embrapa Rondônia, Vicente de<br />

Paulo Campos Godinho e o produtor<br />

Giocondo Vale, que possui<br />

uma fazenda que utiliza o sistema<br />

ILPF e que é considerada modelo<br />

em sustentabilidade em Rondônia.<br />

No dia 27/05, das 8h às 9h20,<br />

será realizada a palestra “Manejo<br />

reprodutivo de rebanho bovino<br />

visando maior eficiência”, com o<br />

pesquisador da Embrapa Rondônia,<br />

Luiz Francisco Machado.<br />

Diversas ações realizadas pela<br />

Embrapa na Rondônia Rural Show<br />

contam com a parceria da Energia<br />

Sustentável do Brasil (ESBR),<br />

concessionária da Usina Hidrelétrica<br />

(UHE) Jirau que, por meio<br />

do Projeto Piloto de Uso da Faixa<br />

Deplecionável do reservatório da<br />

UHE Jirau (RO) e das Áreas de terra<br />

Firme de seu Entorno, buscam o<br />

desenvolvimento da agricultura<br />

familiar no entorno da Usina Jirau<br />

e região através de transferência de<br />

tecnologias. Confira mais detalhes<br />

sobre as ações e tecnologias que<br />

a Embrapa levará para a quinta<br />

edição da Rondônia Rural Show.<br />

setor cafeeiro frente às demais<br />

regiões produtoras, em um cenário<br />

econômico que exige, cada<br />

vez mais, a profissionalização do<br />

setor agrário e a eficiência de<br />

utilização de recursos ambientais,<br />

econômicos e humanos. O<br />

livro conta com a parceria da<br />

UHE Jirau e apoio do Consórcio<br />

Pesquisa Café e da Secretaria de<br />

Estado da Agricultura – Seagri.<br />

Já o livro “Ginecologia e ultrassonografia<br />

reprodutiva em<br />

bovinos” pretende ser um novo<br />

aliado dos profissionais e estudantes<br />

que trabalham diretamente<br />

com os sistemas de<br />

produção de bovinos de todo<br />

o Brasil. Trata-se de um manual<br />

prático, de consulta rápida e de<br />

fácil leitura, que pode auxiliar na<br />

condução adequada da avaliação<br />

reprodutiva. A obra é uma<br />

parceria da Embrapa Rondônia<br />

com a Universidade do Estado<br />

de Santa Catarina.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 29


RONDONIA RURAL SHOW<br />

Lançamento:<br />

IATF em Blocos<br />

aumenta em até<br />

20% a prenhez<br />

em vacas<br />

Com a nova técnica de Inseminação<br />

Artificial em Tempo Fixo<br />

(IATF) desenvolvida pela Embrapa<br />

Rondônia, a IATF em Blocos, a taxa<br />

de prenhez pode chegar a 70%, enquanto<br />

que o método convencional<br />

alcança em média de 40% a 60%,<br />

ou seja, a nova técnica aumenta<br />

de 10% a 20% a taxa de prenhez<br />

em relação às vacas submetidas à<br />

metodologia de IATF convencional.<br />

A IATF em Blocos foi desenvolvida<br />

para aproveitar o máximo potencial<br />

reprodutivo de fêmeas bovinas<br />

submetidas a um protocolo de IATF.<br />

O diferencial da IATF em Blocos<br />

é a realização da inseminação de<br />

acordo com o diâmetro do folículo<br />

dominante, ou seja, a resposta<br />

do ovário da vaca. Para utilizar a<br />

nova técnica, no dia de realização<br />

da IATF, inicialmente as fêmeas<br />

são avaliadas por ultrassonografia<br />

para se estimar o momento da<br />

ovulação. Dessa forma, realiza-se<br />

a inseminação artificial de acordo<br />

com o momento mais favorável<br />

para a fecundação, diferentemente<br />

da forma tradicional, que não leva<br />

em consideração a estimativa do<br />

momento da ovulação. A depender<br />

do diâmetro do folículo, os animais<br />

são separados em quatro grupos<br />

e inseminadas em até 30 horas. A<br />

metodologia foi desenvolvida para<br />

vacas zebuínas de corte, Nelore,<br />

com cria ao pé e será avaliada para<br />

outras raças.<br />

Lançamento:<br />

poda de formação<br />

dos cafeeiros<br />

conilon e robusta<br />

A poda de formação será apresentada<br />

na prática aos visitantes<br />

da Vitrine Tecnológica da Embrapa<br />

na Feira na Rondônia Rural<br />

Show. A poda de formação é uma<br />

técnica indicada para a formação<br />

precoce da copa dos cafeeiros conilon<br />

e robusta. Ela é benéfica por<br />

aumentar a produção na primeira<br />

safra e possibilitar a padronização<br />

das podas de produção, pois as<br />

hastes apresentarão a mesma<br />

idade. Se os cafeeiros forem plantados<br />

no mês de janeiro e a poda<br />

realizada em março, por exemplo,<br />

a prática da poda poderá também<br />

VETSCORE®: tecnologia simples para<br />

avaliar a condição nutricional do rebanho<br />

A Embrapa Rondônia<br />

desenvolveu uma<br />

tecnologia simples e<br />

prática para avaliar a<br />

condição nutricional<br />

do rebanho. Chamado<br />

VETSCORE®, a previsão é<br />

de que esteja disponível<br />

para manuseio. A<br />

comercialização<br />

será realizada pela<br />

Prático de Garça,<br />

empresa habilitada<br />

pela Embrapa para<br />

comercializar o produto.<br />

O VETSCORE® é formado<br />

por duas réguas e<br />

articuladas de maneira<br />

a formarem uma<br />

angulação em que o<br />

próprio produtor pode<br />

monitorar o rebanho de<br />

forma rápida e precisa,<br />

além de corrigir o<br />

manejo alimentar para<br />

atingir maior eficiência<br />

do rebanho. Para fazer<br />

a avaliação com o<br />

VETSCORE®, o animal<br />

deve ser recolhido em<br />

local onde possa ser<br />

contido e manuseado<br />

sem apresentar riscos a<br />

ele e ao avaliador.<br />

Feito isso, a régua deve<br />

ser posicionada sobre<br />

a garupa do animal,<br />

entre a última vértebra<br />

lombar e a primeira<br />

vértebra sacral, e ser<br />

lentamente fechado<br />

até que suas réguas<br />

estejam em maior<br />

contato possível com a<br />

pele do animal. A leitura<br />

da condição corporal<br />

em que o animal se<br />

encontra é indicada<br />

por cores no visor:<br />

vermelha (baixa), verde<br />

(adequada) e amareloalaranjada<br />

(alta). Este<br />

dispositivo foi validado<br />

para as raças Nelore,<br />

Girolando e Angus.<br />

30 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


evitar o florescimento precoce em<br />

julho/agosto, evitando a colheita<br />

do primeiro ano (catação), cujo<br />

custo e a baixa produtividade por<br />

planta, a torna economicamente<br />

inviável.<br />

Conilon BRS Ouro Preto: primeira<br />

cultivar de café da Embrapa para<br />

Rondônia e região<br />

Uma área foi reservada na Rondônia Rural Show para o plantio<br />

e demonstração ao público da cultivar de café conilon BRS<br />

Ouro Preto (Coffea canephora Pierre ex Froehner), a primeira<br />

lançada pela Embrapa no Brasil, sendo resultado de pesquisa<br />

conduzido pela Embrapa Rondônia e o Consórcio Pesquisa Café.<br />

Também é a primeira cultivar de café conilon do Brasil a receber<br />

o Certificado de Proteção, concedido pelo Serviço Nacional de<br />

Proteção de Cultivares, vinculado ao Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento.<br />

Recomendada especialmente para Rondônia, segundo<br />

produtor de café conilon do país, a cultivar foi obtida pela seleção<br />

de cafeeiros com características adequadas às lavouras<br />

comerciais do estado e adaptada ao clima e ao solo da região.<br />

Sua denominação é uma homenagem ao município de Ouro<br />

Preto do Oeste, centro pioneiro da colonização oficial do antigo<br />

território de Rondônia.<br />

Colheita semimecanizada<br />

do café conilon<br />

pode reduzir<br />

custos de<br />

produção<br />

Um dos principais gargalos<br />

enfrentados pelos cafeicultores é<br />

a falta de mão-de-obra, que limita<br />

o desenvolvimento da produção,<br />

tanto em quantidade como em<br />

qualidade. E, com o intuito de minimizar<br />

este problema, a Embrapa<br />

Rondônia está realizando testes<br />

para a colheita semi-mecanizada<br />

do café canéfora (conilon e robusta),<br />

que pode ser uma alternativa viável.<br />

Em testes iniciais, as medições<br />

foram feitas e comparadas com a<br />

colheita manual. O rendimento da<br />

máquina foi de aproximadamente<br />

cinco para um. Isso quer dizer que,<br />

considerando a máquina trabalhando<br />

com quatro operadores, ela<br />

tem potencial de fazer o trabalho<br />

de derriça de mais de 20 homens,<br />

reduzindo os custos em até 70%,<br />

quando comparada à colheita<br />

manual.<br />

As máquinas recolhedoras e<br />

trilhadoras do café são baseadas<br />

no sistema de podas e renovação<br />

anual e/ou periódicas das lavouras.<br />

Em que, os ramos provenientes das<br />

podas, contendo ainda os frutos,<br />

formam leiras que são trilhadas<br />

mecanicamente ou podem simplesmente<br />

alimentar as máquinas de<br />

forma manual. Essa forma de colheita<br />

semi-mecanizada possui grande<br />

potencial por utilizar máquinas mais<br />

compactas e de menor custo, além<br />

de não exigir a obrigatoriedade da<br />

adequação espacial das lavouras de<br />

café. Este trabalho tem sido realizado<br />

em parceria com as Indústrias<br />

Colombo/Miac.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 31


RONDONIA RURAL SHOW<br />

Pesquisa demonstra potencial do café<br />

arábica para a região amazônica<br />

Os resultados de duas colheitas<br />

dos experimentos de café arábica<br />

desenvolvidos pela Embrapa Rondônia<br />

especialmente para a região<br />

Amazônica superaram as expectativas.<br />

Alguns materiais alcançaram<br />

produtividade média de 28 sacas<br />

por hectare nas áreas experimentais<br />

instaladas em municípios dos estados<br />

de Rondônia e Acre. Destaque<br />

para duas linhagens que alcançaram<br />

média de 40 sacas por hectare<br />

no município de Alta Floresta do<br />

Oeste-RO. Segundo o pesquisador<br />

da Embrapa Rondônia, Alexsandro<br />

Teixeira, são resultados excelentes<br />

considerando o cultivo sob condições<br />

de temperaturas elevadas, e<br />

ainda, quando comparado com a<br />

média nacional que é de 22 sacas/<br />

ha. “A pesquisa com café arábica é<br />

de grande importância para a região,<br />

pois atende grande demanda, uma<br />

vez que todo o café arábica consumido<br />

no Norte do país é importado<br />

de outras regiões produtoras, como<br />

Minas Gerais e São Paulo”, explica o<br />

pesquisador.<br />

São dez anos de pesquisas em<br />

melhoramento genético para o café<br />

arábica desenvolvidas pela Embrapa<br />

Rondônia. O processo de seleção de<br />

plantas ainda está em andamento,<br />

pois é necessária a coleta de dados<br />

de mais duas safras de produção<br />

para finalizar a pesquisa. A previsão é<br />

de, em 2018, ter uma cultivar de café<br />

arábica recomendada para a Amazônia.<br />

Estas pesquisas são conduzidas<br />

pela Embrapa Rondônia e Embrapa<br />

Café, em parceria com o Instituto<br />

Agronômico de Campinas – IAC e<br />

Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

de Minas Gerais – Epamig, também<br />

participante do Consórcio.<br />

32 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />

é um sistema<br />

de produção recomendado<br />

pela Embrapa em todo Brasil<br />

e também será apresentado<br />

na Rondônia Rural Show.<br />

Trata-se de uma estratégia<br />

de produção sustentável,<br />

que integra atividades agrícolas,<br />

pecuárias e florestais,<br />

realizadas na mesma área<br />

em cultivo consorciado, em<br />

sucessão ou rotacionado,<br />

buscando efeitos sinérgicos<br />

entre os componentes do agroecossistema.<br />

De acordo com o pesquisador da<br />

Embrapa Rondônia, Vicente Godinho,<br />

estima-se que mais de 70% das áreas de<br />

pastagem do estado estão com algum<br />

grau de degradação e a produção de<br />

grãos vem como uma alternativa para<br />

a recuperação destes solos, no sistema<br />

de integração lavoura-pecuária (ILP).<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 33


34 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 35


ESPECIAL<br />

MILHARAL<br />

PIPOCANDO<br />

EM RONDÔNIA<br />

Com a capacidade de exportação triplicada nos quatro portos instalados em Porto<br />

Velho - 13 milhões de toneladas por ano - o produtor de grãos de Rondônia não teve<br />

dúvida: milho como sucessor da soja para fechar a conta e ter boa lucratividade. A<br />

safrinha no estado alcançou este ano a casa dos 120 mil hectares de área plantada e,<br />

com a ajuda de São Pedro, estima-se uma produção superior a 551 mil toneladas. É a<br />

safrinha, mas bem que poderia se chamar safrão do milho.<br />

Por Ivonete Gomes<br />

A<br />

falta de chuva no<br />

começo do ano em<br />

algumas regiões do<br />

Cone Sul de Rondônia atrasaram<br />

em mais de 30 dias o plantio da<br />

soja e, consequentemente, o do<br />

milho. Para não perder tempo e<br />

aproveitar o bom humor de São<br />

Pedro, que vem enviando chuva<br />

e luz na medida certa, o produtor<br />

José Gripa acorda com os primeiros<br />

raios de sol, sobe no trator e<br />

segue para a lavoura. Ele repete<br />

a mesma rotina desde 1978,<br />

quando chegou à Rondônia atrás<br />

de um lugar sossegado para criar<br />

os filhos. “Amambaí (MS), cidade<br />

grande, já tinha muita droga, muita<br />

violência”, fala com dificuldade<br />

o produtor que venceu um câncer<br />

na língua aos 50 anos de idade.<br />

Hoje, aos 85 anos, o agricultor<br />

José Gripa vê a terceira geração<br />

trabalhando nas lavouras de soja<br />

e milho do próspero município<br />

de Vilhena, a 700 quilômetros da<br />

capital do estado. A família cultiva<br />

uma área de 1.400 hectares.<br />

Marcos Gripa, o neto de 34 anos,<br />

se tornou um produtor arrojado.<br />

Utiliza sementes transgênicas Limagrain<br />

6033, para colheita mais<br />

cedo e excelência na qualidade<br />

dos grãos e a híbrida convencional<br />

da Pionner 30S31; cultivar com<br />

potencial produtivo na safrinha e<br />

elevada estabilidade e tolerância<br />

ao estresse hídrico. Com a aplicação<br />

da alta tecnologia espera<br />

uma produtividade de 120 sacas<br />

de milho por hectare, totalizando<br />

60 mil sacas da área onde produz.<br />

Já o avó, José, homem que banca<br />

a lavoura com recursos próprios,<br />

usou variedade de tecnologia<br />

inferior e estima uma colheita de<br />

60 sacas por hectare. “Ele investe<br />

mais em soja. Mas hoje, produzir<br />

tanto soja como milho está mais<br />

fácil. O vô conta que era muito<br />

difícil quando ele começou. Para<br />

trazer produtos de Cuiabá passava<br />

cinco dias na estrada”, relata o<br />

neto orgulhoso.<br />

A família Gripa é parte do grupo<br />

de produtores rondonienses<br />

que, nos últimos anos, optou pelo<br />

milho safrinha como sucessor da<br />

soja, quadriplicando a produção<br />

do grão no estado, que passou<br />

de 147,3 mil (safra 2010/2011)<br />

para 551,3 mil toneladas (safra<br />

2014/2015). “Hoje em dia o<br />

agricultor que não planta milho,<br />

da soja não vive. Você tem que<br />

plantar o milho para completar a<br />

renda e não deixar as máquinas e<br />

os funcionários parados”, diz Marcos<br />

Gripa, que antes de colocar<br />

a semeadora no campo vendeu<br />

25% da produção para a Cargill<br />

por R$ 20,00 a saca.<br />

36 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

37


ESPECIAL<br />

MICRORREGIÃO<br />

DE CEREJEIRAS:<br />

MAIS GRÃOS<br />

EM MAIS MÃOS<br />

Ao contrário de Vilhena,<br />

onde a produção é maior,<br />

mas concentrada em menor<br />

quantidade de propriedades,<br />

a microrregião de<br />

Cerejeiras, que engloba os<br />

municípios de Colorado<br />

do Oeste, Pimenteiras, Corumbiara<br />

e Cabixi, detém o<br />

maior número de produtores<br />

de grãos de Rondônia.<br />

São 70 mil hectares de área<br />

plantada distribuídos em<br />

toda a região e em diversas<br />

mãos. O sindicato dos produtores<br />

locais tem mais de<br />

600 membros ativos, segundo<br />

o presidente da entidade<br />

Jair Gollo. As lavouras crescem<br />

a cada safra e os silos de<br />

armazenagem e secadores<br />

surgem da noite para o dia.<br />

Grandes empresas como<br />

Amaggi e Cargill estão na<br />

região à espreita dos grãos<br />

colhidos do campo.<br />

Jair Gollo viu de perto o<br />

avanço da agricultura na região.<br />

Nascido em Concórdia<br />

(SC), ele chegou ao estado<br />

em 1989 quando começou<br />

o trabalho na lavoura de<br />

arroz. Em 1997 recebeu a<br />

visita de um diretor de uma<br />

das maiores companhias<br />

da América Latina no ramo<br />

do agronegócio, a Amaggi.<br />

Com o investimento da<br />

empresa em Cerejeiras, o<br />

produtor passou a cultivar<br />

soja e milho com os irmãos.<br />

Este ano, a falta de chuva na<br />

região no começo da janela<br />

de plantio da soja, deixou<br />

os irmãos Gollo apreensivos.<br />

A produtividade caiu<br />

e o volume colhido não<br />

passou das 53 sacas por<br />

hectare. A esperança de<br />

lucro agora vem da lavoura<br />

de 920 hectares de milho<br />

safrinha. “Nós plantamos<br />

a soja na primeira semana<br />

de outubro e logo depois<br />

parou de chover e só voltou<br />

a cair água 20 dias depois.<br />

Era tarde demais. Perdemos<br />

200 hectares”, lembra o<br />

agricultor.<br />

Com jeitão de quem,<br />

mesmo com as intempéries,<br />

está sempre de bem com a<br />

vida, Jair Gollo é referência<br />

para os demais produtores<br />

da região. É notoriamente<br />

perfeccionista com a lavoura.<br />

Não brinca com tratos<br />

culturais e faz a própria<br />

pesquisa sobre o desenvolvimento<br />

de grãos. Na lavou-<br />

ra do milho 42 materiais<br />

estão em teste. “Fazemos<br />

isso todo ano para saber<br />

qual variedade apresenta<br />

maior produtividade. As<br />

que tiverem melhor resultado<br />

serão as que vamos<br />

plantar na próxima safra”,<br />

diz Jair Gollo.<br />

Em parceria com os irmãos<br />

Camilo, também da<br />

região, o produtor investiu<br />

na instalação de silo e secador<br />

próprios. A estrutura<br />

tem capacidade para secar<br />

100 toneladas por hora e<br />

armazenar 230 mil sacas.<br />

“O gargalo é a energia.<br />

C<br />

ta<br />

e<br />

c<br />

g<br />

p<br />

a<br />

tr<br />

38 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


aríssima. Seis horas da<br />

rde a gente desliga tudo<br />

só funciona, quando preisa,<br />

com motor a diesel. O<br />

overno não dá incentivo<br />

ara quem produz. Um<br />

bsurdo”, reclama.<br />

Da porteira para deno<br />

da fazenda, a ordem é<br />

manter as contas ajustadas.<br />

Com o custo de produção<br />

do hectare do milho<br />

estimado em R$ 1,2 mil,<br />

jogar R$ 1,1 milhão na terra,<br />

mantém o produtor<br />

em alerta e com orações<br />

em dia para que não falte<br />

chuva. Para não correr risco,<br />

os produtores da região<br />

fazem a “operação travar<br />

custo”. “No sindicato, estamos<br />

orientando no sentido<br />

de só gastar com insumos<br />

o valor contratado com as<br />

empresas que compram os<br />

grãos antecipadamente. Às<br />

vezes você negocia a saca<br />

a um preço e ao final ela<br />

está o dobro. Você não tem<br />

aquele lucro todo, mas pelo<br />

menos dorme sossegado<br />

com a certeza das contas<br />

pagas. Só se preocupa em<br />

produzir bem para ganhar<br />

com o que sobrou”, diz Jair<br />

Gollo.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 39


ESPECIAL<br />

RECOMENDAÇÕES<br />

O percentual da área da lavoura a ser<br />

semeado com milho não Bt, de acordo<br />

com a recomendação do Ministério da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />

(Mapa), é de 10% cento do total da lavoura,<br />

independente da tecnologia utilizada em<br />

milho, e 20 % para soja.<br />

A rápida seleção de biótipos ou raças<br />

das pragas-alvo resistentes às toxinas<br />

do Bt também é um risco ao não se usar a<br />

área de refúgio. Evitar a seleção de insetos<br />

resistentes é a melhor estratégia.<br />

A área de refúgio deve ser<br />

semeada com cultivares de iguais<br />

portes e ciclos aos do milho Bt.<br />

Também é preciso observar que o<br />

refúgio deve estar a menos de 800<br />

metros de distância das plantas<br />

transgênicas. Esse sincronismo<br />

entre o desenvolvimento das<br />

plantas Bt com as não Bt permite<br />

o desenvolvimento de mariposas<br />

(adultos das lagartas) na área de<br />

milho Bt, simultaneamente com as<br />

emergidas na área de refúgio. Assim,<br />

ocorre o aumento de chances de<br />

acasalamento entre esses adultos,<br />

pois as mariposas não se dispersam<br />

por mais de 800 metros.<br />

40 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


ÁREA DE REFÚGIO<br />

PARA MANTER A<br />

RESISTÊNCIA DOS<br />

TRANSGÊNICOS<br />

NO MILHARAL<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

Plantações de culturas transgênicas<br />

Bt, como milho, soja e algodão,<br />

precisam manter uma área<br />

da lavoura somente com plantas<br />

convencionais não transgênicas.<br />

A falta dessa medida preventiva,<br />

conhecida como área de refúgio,<br />

acaba provocando a seleção de<br />

insetos-praga cada vez mais resistentes,<br />

tornando inócua a ação<br />

desejada dos transgênicos.<br />

A área de refúgio é a principal<br />

estratégia que os produtores<br />

têm para evitar a quebra de resistência<br />

dos transgênicos, mantendo<br />

o equilíbrio ecológico e a<br />

Médias de precipitação e dias com chuvas<br />

no município de Vilhena-RO (1971-2015)<br />

Precipitação pluvial<br />

(mm)<br />

Número de dias de chuva<br />

(mm)<br />

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

produtividade das lavouras.<br />

Segundo pesquisas da Embrapa,<br />

o produtor que não utilizar a área de<br />

refúgio pode ser o primeiro a sofrer<br />

com os prejuízos, pois quando não<br />

há estímulos à migração, a tendência<br />

das mariposas emergidas numa<br />

determinada área é permanecer no<br />

local. É recomendado que, além de<br />

plantar a área de refúgio, o produtor<br />

faça uma rotação do seu híbrido,<br />

utilizando diferentes eventos de Bt<br />

na sua área plantada, principalmente<br />

onde já foi observada ocorrência<br />

de lagartas. Além disso, o produtor<br />

deve utilizar híbridos de milho expressando<br />

mais de uma proteína<br />

Bt e deve evitar o uso do mesmo<br />

evento Bt utilizado no ano anterior.<br />

Um dos principais riscos associados<br />

a não adoção da área de refúgio<br />

é a rápida seleção de indivíduos ou<br />

raças das pragas-alvo resistentes às<br />

toxinas do Bt.<br />

O agricultor precisa buscar informação.<br />

Quando as dimensões<br />

das glebas cultivadas com milho Bt,<br />

por exemplo, forem acima de 800<br />

metros de comprimento, serão necessárias<br />

faixas de refúgio internas<br />

nas respectivas glebas, semeadas<br />

simultaneamente.<br />

O milho transgênico atualmen-<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 41


ESPECIAL<br />

Pesquisas em Rondônia<br />

A unidade experimental da Embrapa em Rondônia<br />

tem vários programas de melhoramento do milho.<br />

O pesquisador de culturais anuais, Vicente Godinho,<br />

comanda os ensaios e orienta o plantio de cultivares<br />

com ciclos de produção diferentes. “O produtor trabalha<br />

com material de ciclo superprecoce, precoce e médio.<br />

São os melhores materiais para se trabalhar na safrinha.<br />

Os materiais tardios são plantados primeiro. Ele oferece<br />

alto potencial produtivo. Normalmente, as sementes<br />

são caras, mas acabam respondendo com boa<br />

produtividade”, disse.<br />

te comercializado no Brasil pode<br />

expressar em seus tecidos eventos<br />

com uma, duas ou até três proteínas<br />

obtidas da bactéria Bacillus thuringiensis,<br />

que lhe dá o nome milho Bt<br />

e tem como pragas-alvo algumas<br />

espécies de lagartas (lepidópteros)<br />

e a larva-de-diabrótica, um besouro<br />

(coleópteros), que causam prejuízos<br />

à cultura do milho.<br />

Na lavoura de milho Bt também<br />

ocorre uma otimização das tarefas<br />

de tratos culturais. Mas, para obter<br />

êxito na plantação o produtor precisa<br />

adotar práticas como o uso da<br />

área de refúgio e cumprir as normas<br />

de coexistência com as cultivares<br />

convencionais.<br />

O principal papel do milho Bt,<br />

no manejo de pragas, é reduzir os<br />

danos causados pelas lagartas. Essa<br />

tecnologia deve ser vista como mais<br />

uma opção para o Manejo Integrado<br />

de Pragas (MIP) e pode, se bem<br />

manejada, reduzir a utilização de<br />

inseticidas químicos, o que favorece<br />

o estabelecimento do controle<br />

biológico.<br />

Independentemente da cultura<br />

Bt, a utilização da área de refúgio é<br />

fundamental para manter a eficiência<br />

da tecnologia por mais tempo.<br />

O princípio envolvido nas áreas de<br />

refúgio é simples. Se o produtor<br />

mantiver uma área de cultura 100%<br />

Bt, a ação inseticida da planta elimi-<br />

ÁREA PLANTADA<br />

MILHO 2ª SAFRA - BRASIL - Série Histórica de Área Plantada - Safras 1976/77 a 2015/16 - Em mil hectares<br />

REGIÃO/UF 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10<br />

NORTE 17,5 14,1 18,2 29,2 35,3 40,0 72,6<br />

RO 15,5 13,2 17,3 19,3 24,7 30,3 61,8<br />

PRODUÇÃO<br />

MILHO 2ª SAFRA - BRASIL - Série Histórica de Produção- Safras 1976/77 a 2015/16 - Em mil toneladas<br />

REGIÃO/UF 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10<br />

NORTE 48,8 40,2 45,3 94,0 121,8 142,3 192,8<br />

RO 43,4 37,0 42,4 62,4 78,8 89,4 159,4<br />

42 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


nará a maioria dos indivíduos, mas será<br />

preservado um pequeno grupo naturalmente<br />

resistente àquele princípio ativo.<br />

Com o tempo, os insetos mais resistentes<br />

serão os únicos sobreviventes e cruzarão<br />

entre si, gerando novas populações de<br />

indivíduos resistentes ao Bt.<br />

A área de refúgio, composta por plantas<br />

convencionais, serve de abrigo para<br />

insetos suscetíveis à ação dos transgênicos.<br />

A sobrevivência deles garante novos<br />

cruzamentos entre resistentes e suscetíveis<br />

gerando novas populações em que<br />

essa resistência será diluída e promoverá a<br />

presença de insetos que serão eliminados<br />

pela cultura Bt.<br />

O monitoramento da eficácia dos<br />

eventos Bt, utilizados nas lavouras, deve<br />

servir de balizamento para escolha dos<br />

eventos transgênicos a serem plantados<br />

na safra seguinte.<br />

O produtor deve conhecer as proteínas<br />

inseticidas expressas em cada evento e<br />

evitar o plantio de eventos que contêm<br />

a mesma proteína inseticida em toda sua<br />

lavoura.<br />

É preciso ter o mesmo cuidado em<br />

relação às proteínas que apresentam<br />

menor eficácia no controle das lagartas<br />

na safra anterior.<br />

Manejo de Pragas nas Culturas Bt<br />

De acordo com informações publicadas no site da Associação<br />

Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), para o manejo de pragas<br />

nas culturas Bt, as boas práticas agrícolas recomendam a atenção para<br />

outros métodos de controle, principalmente os culturais, a saber: adoção<br />

da área de refúgio; dessecação antecipada seguida de inseticida<br />

somente se necessário; controle de plantas daninhas; tratamento<br />

de sementes; monitoramento periódico e utilização de inseticidas<br />

somente quando indicado pelo nível de ação para a espécie-alvo.<br />

(Fonte: Embrapa e Abrasem)<br />

2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 Previsão (¹)<br />

84,7 112,8 130,5 189,3 273,5 215,4<br />

56,0 68,4 89,6 88,4 119,5 119,5<br />

2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 Previsão (¹)<br />

281,9 434,2 526,6 791,8 1.285,6 977,8<br />

147,3 247,1 334,0 331,6 551,3 551,0<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 43


44 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


INFORME PUBLICITÁRIO<br />

APROSMAT fortalecendo o<br />

setor de sementes brasileiro<br />

C<br />

riada em 1980, a Associação<br />

dos Produtores<br />

de Sementes de Mato<br />

Grosso (Aprosmat) tem como<br />

objetivo incentivar e expandir o<br />

comércio de sementes no Estado<br />

de Mato Grosso com disciplina,<br />

organização e ética. Sua atividade<br />

é orientar e divulgar aos seus<br />

associados: leis, portarias, notícias,<br />

informações técnicas e defender<br />

os interesses dos associados junto<br />

aos poderes públicos e demais<br />

entidades e órgãos de classe.<br />

No entanto, nos últimos anos<br />

esse trabalho tem rompido as fronteiras<br />

e alcançado outros estados<br />

produtores, uma vez que a produção<br />

agrícola brasileira se destaca<br />

no cenário mundial, e a Aprosmat<br />

é pioneira na organização do setor<br />

produtivo. Hoje, a entidade é<br />

referência nas áreas em que atua<br />

sendo reconhecida como uma<br />

empresa de qualidade, buscando<br />

sempre proporcionar parcerias<br />

com o setor público e privado,<br />

agilizando os interesses da classe<br />

de modo rápido e diferenciado.<br />

A entidade foi a grande propulsora<br />

de todo movimento que<br />

tem hoje no Mato Grosso. Entre<br />

elas incluem-se Fundação Mato<br />

Grosso, Associação dos Produtores<br />

de Soja e Milho (Aprosoja) e Associação<br />

dos Produtores de Algodão<br />

(Ampa). O perfil técnico, os laboratórios<br />

da Aprosmat são respeitados<br />

em todo Brasil. A Aprosmat é<br />

a mãe de todas as estruturas que<br />

foram criadas depois dela.<br />

Para o presidente da Aprosmat,<br />

Carlos Ernesto Augustin, a<br />

entidade desde sua criação vem<br />

superando desafios, um deles é<br />

produzir sementes de qualidades<br />

em áreas onde existem grandes<br />

dificuldades como clima, solo e<br />

riscos de pragas.<br />

“A Aprosmat colaborou muito<br />

com o crescimento da produção<br />

de sementes e grãos no Estado,<br />

fornecendo sementes de alta qualidade,<br />

e garantido uma competitividade<br />

saudável e assim evitando<br />

a concentração de produção e o<br />

abuso de poder econômico”, finalizou<br />

Augustin.<br />

Um dos destaques desta atuação<br />

é o trabalho desenvolvido<br />

pelo laboratório de análises de<br />

sementes da Aprosmat, criado em<br />

22 de maio de 1989. Executa suas<br />

atividades em instalações próprias,<br />

possui estrutura adequada<br />

e equipamentos apropriados, bem<br />

como profissionais qualificados<br />

para a realização, interpretação e<br />

apresentação dos resultados das<br />

análises de qualidade e detecção<br />

de OGM.<br />

Através do compromisso de<br />

adoção e implementação do<br />

Sistema de Gestão da Qualidade,<br />

respaldado nos requisitos da<br />

norma NBR ISO/IEC 17025:2005,<br />

desenvolve trabalhos confiáveis<br />

que asseguram a qualidade, baseados<br />

nas Regras para Análise de<br />

Sementes (RAS) e demais padrões<br />

e legislações aplicáveis.<br />

O laboratório realiza análises da<br />

qualidade na fase de pré-colheita,<br />

verificação da qualidade, análise<br />

oficial e acompanhamento pós-<br />

-venda. Para assegurar a exatidão<br />

dos resultados obtidos no laboratório,<br />

a Aprosmat investe em sua<br />

estrutura física e na informatização<br />

dos trabalhos desenvolvidos com<br />

registro das análises no momento<br />

da execução, proporcionando agilidade<br />

e proteção de informações.<br />

Em 2007, a Aprosmat inaugurou<br />

o Laboratório de Nematologia<br />

visando se estabelecer como uma<br />

empresa de excelência em análises<br />

nematologia. Devido à sua posição<br />

estratégica, vêm atendendo clientes<br />

de todo o território nacional.<br />

A qualidade dos serviços<br />

prestados e a satisfação de seus<br />

clientes são prioridades para o<br />

Laboratório de Nematologia da<br />

Aprosmat que, para tanto, mantém<br />

seus colaboradores treinados<br />

e atualizados, além de dispor de<br />

equipamentos de última geração<br />

e excelente estrutura física.<br />

“A expansão dos trabalhos<br />

da Associação tem sido fruto de<br />

anos de trabalho fortalecendo e<br />

unificando os produtores de Mato<br />

Grosso. Poder levar esse conhecimento<br />

e, principalmente, nossa<br />

experiência para outros estados<br />

como Rondônia é motivo de grande<br />

orgulho para nossa entidade”,<br />

afirma o presidente da Aprosmat,<br />

Carlos Ernesto Augustin.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

45


www.aprosmat.com.br<br />

A qualidade e produtividade em sementes<br />

acaba de chegar a Rondônia.<br />

Do plantio a colheita, a qualidade e a produtividade de sua lavoura depende da escolha de suas<br />

sementes. É por isso que a Aprosmat acaba de chegar a Rondônia para apresentar as cultivares<br />

de seus associados. São sementes testadas nas mais diversas condições de solo e clima,<br />

selecionadas e produzidas com a mais alta tecnologia do mercado para proporcionar alto<br />

rendimento e produtividade com alta performance no desenvolvimento das plantas. Além de<br />

oferecer acompanhamento e suporte técnico especializado. Tudo isso para fazer você ser mais<br />

eficiente no campo e obter resultados excepcionais. Faça como os agricultores mais produtivos<br />

do Brasil, escolha sementes dos associados da APROSMAT.<br />

Somente uma associação que representa os melhores sementeiros do país, com reconhecimento<br />

nacional e internacional, que trabalha com ética e transparência em seus sistemas e processos,<br />

compromete-se com a qualidade das sementes e oferece serviços de qualidade certificada em<br />

análises de sementes, patologia e nematologia. O que consolida a excelência de uma associação<br />

ao procurar atender as necessidades e demandas dos produtores de todo Brasil.<br />

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE<br />

SEMENTES DE MATO GROSSO<br />

46 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />

Rua dos Andradas - Vila Golart<br />

Rondonópolis / MT |CEP 78745-420<br />

+55 66 3427.2400 aprosmat@aprosmat.com.br


FIERO<br />

NÚMEROS<br />

COMPROVAM<br />

consolidação da<br />

indústria de Rondônia<br />

Por Gerson Costa<br />

A<br />

divulgação dos dados da Confederação<br />

Nacional da Indústria (CNI), colocando<br />

Rondônia como 22º exportador industrial<br />

brasileiro com faturamento de US$ 68 milhões em<br />

2015, consolida o empreendedorismo do setor, responsável<br />

por mais de 50% do Produto Interno Bruto<br />

(PIB) do estado. O segmento gera 74.424 postos de<br />

trabalho e garante renda e riqueza para grande parte<br />

dos municípios. De todas as áreas, a indústria de alimentos<br />

foi a que mais cresceu, 3,5% de 2007 a 2015, e<br />

hoje representa 24,4%, destaque para a pecuária, que<br />

do pasto à indústria, alavanca a economia local.<br />

O produto processado nas 11 plantas frigoríficas<br />

instaladas no estado é exportado para vários países<br />

da Europa, América do Norte, América do Sul, África<br />

e Ásia. A JBS-Friboi, dona das maiores unidades fabris<br />

de carne “in natura”, abateu em 2015 próximo de 1,2<br />

milhão de cabeças. A tendência é ampliar o mercado<br />

externo com a certificação de propriedades rurais<br />

pela missão da União Europeia. A Associação Brasileira<br />

das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) calcula<br />

que o faturamento deve dobrar com a aprovação do<br />

conselho europeu.<br />

O agronegócio está em ascensão no estado. Hoje,<br />

Rondônia é o terceiro maior produtor de arroz, o segundo<br />

de milho, o segundo de soja e o primeiro em<br />

leite e carne da região Norte. Acompanhando esse<br />

desenvolvimento, as indústrias estão investindo cada<br />

vez mais em qualificação e tecnologia para ganhar o<br />

mercado externo.<br />

Arroz genuinamente<br />

rondoniense<br />

A Rical – RACK INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE<br />

ARROZ ganhou o mercado rondoniense e até de outros<br />

países através de parcerias firmadas com o produtor<br />

que garantiram boa produtividade e qualidade. Os<br />

principais produtos da indústria são o arroz Soltinho e o<br />

Primavera, encontrados em todos os médios e grandes<br />

supermercados do estado. É a maior indústria da região<br />

Norte com duas unidades de captação e secagem nos<br />

municípios de Cerejeiras e Ariquemes e duas fábricas em<br />

Vilhena e Ji-Paraná. Na unidade do cone sul a capacidade<br />

de industrialização é de 12 mil quilos por hora e em Ji-<br />

Paraná seis mil quilos. Juntas, as unidades produzem 1,8<br />

milhão de sacas e geram 350 empregos diretos.<br />

Pedro Rack, sócio proprietário a Rical<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

47


FIERO<br />

Tambaqui<br />

ganha o Brasil<br />

Localizada em Ariquemes, a 200<br />

quilômetros de Porto Velho, a ZALTANA<br />

PESCADOS tem capacidade para processar<br />

20 toneladas de peixe por dia. A indústria<br />

atende a microrregião do Vale do Jamari<br />

e, embora esteja apta a trabalhar com o<br />

exótico pirarucu, foca na industrialização<br />

da espécie que tem o mercado garantido<br />

dentro e fora do estado.<br />

Cerca de 120 funcionários trabalham<br />

na classificação e filetagem do peixe<br />

com padrão de qualidade do Sistema de<br />

Inspeção Federal (SIF) do Ministério da<br />

Agricultura. O produto da Zaltana pode ser<br />

encontrado em grandes supermercados, a<br />

exemplo do Pão de Açúcar em São Paulo.<br />

Com 80 mil toneladas de peixe estocadas,<br />

Rondônia precisa de mais indústrias. A<br />

Zaltana acompanha o crescimento da<br />

piscicultura expandindo a capacidade de<br />

processamento. Com recursos do Banco da<br />

Amazônia, a diretoria também investiu na<br />

construção de uma fábrica de ração para<br />

atender os criadores da região.<br />

Os números<br />

gigantes da carne<br />

Sem dúvida, o carro-chefe da indústria<br />

alimentícia de Rondônia é a carne. Os<br />

números são grandiosos e a cada ano o<br />

volume de negócios cresce. Uma missão<br />

europeia estuda ampliar as importações e as<br />

indústrias buscam novas rotas de transporte<br />

para competir com melhores preços na<br />

cadeia produtiva mundial.<br />

O rebanho bovino do estado passa de 13<br />

milhões de cabeças, um patrimônio avaliado<br />

em mais de R$ 14 bilhões. O setor representa<br />

20,5% do PIB rondoniense e emprega<br />

diretamente mais de 40 mil famílias. O abate<br />

anual chega a 2.440.000 cabeças. Com 11<br />

plantas ativas JBS S/A processa 50% de toda<br />

a carne produzida no estado e exportada<br />

para Algeria, Angola, Irã, Chile, Venezuela,<br />

Egito, Hong Kong, Rússia, Japão, Estados<br />

Unidos e países europeus.<br />

Desde 2014, os Estados Unidos<br />

autorizaram a importação de carne “in<br />

natura”, pelos próximos cinco anos, de<br />

frigoríficos de 14 unidades da Federação.<br />

Rondônia está entre os escolhidos pelo<br />

departamento de agricultura americano. O<br />

mercado é tão promissor que em apenas<br />

cinco meses do ano passado, o Brasil<br />

exportou US$ 139 milhões em carne bovina<br />

para os Estados Unidos. Do total, US$ 138,81<br />

milhões foram de carne bovina processada e<br />

US$ 1,08 milhões de miudezas.<br />

48 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Sobram indústrias,<br />

falta leite<br />

Em 8º lugar no ranking de maior produtor de<br />

leite do Brasil, Rondônia passa da casa dos 2,5<br />

milhões de litros de leite por dia, segundo dados<br />

da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril<br />

(Idaron). Do rebanho de 3,8 milhões de cabeças,<br />

criadas em 38 mil propriedades, 552 mil são vacas<br />

lactantes.<br />

Na região central do estado está concentrada<br />

a maior produção: 937 mil litros de leite por dia. O<br />

município de Jaru é o maior produtor individual<br />

de leite, com 6,22% do total de litros produzidos<br />

por dia. Embora os números sejam robustos, a<br />

produção não acompanha a capacidade industrial.<br />

Na entressafra, falta matéria-prima, explica o<br />

empresário Pedro Bertelli, presidente do Sindicato<br />

da Indústria de Laticínio de Rondônia (Sindleite) e<br />

proprietário da indústria MIRAELLA.<br />

A empresa tem plantas em Rolim de Moura,<br />

Santa Luzia, Nova Brasilândia e Novo Horizonte<br />

com capacidade instalada de 150 mil litros de<br />

leite por dia, mas, por falta de matéria prima<br />

processa somente 85 mil litros. Cerca de 85% da<br />

produção de leite, queijo, manteiga e derivados<br />

são comercializados em São Paulo, Pernambuco,<br />

Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.<br />

Ranking do leite em Rondônia<br />

(litros/dia por região)<br />

Central – 937.153<br />

O Vale do Anari - 412.889<br />

Rio Machado – 275.156<br />

Vale do Guaporé - 266 .719<br />

Zona da Mata – 234.571<br />

Madeira Mamoré - 210.795<br />

Cone Sul - 201.639<br />

Consolidação<br />

industrial<br />

Para o presidente da Federação das Indústrias<br />

de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé, os<br />

números comprovam que o setor industrial tem<br />

representatividade importante no desenvolvimento<br />

de Rondônia. “O crescimento da indústria é positivo,<br />

pois significa mais empregos, salários melhores e<br />

maior distribuição de renda”, avaliou o dirigente.<br />

“Estes dados mostram que a indústria rondoniense<br />

pode ser mais forte ainda. Quebramos ainda o<br />

paradigma de que os empregos na área industrial<br />

podem ultrapassar a fronteira da região Sudeste”,<br />

acrescentou o presidente da Fiero ao referir-se as<br />

informações anunciadas pela CNI.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 49


50 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


A Casa da Lavoura é uma empresa do Grupo SupreMax - Nutrição<br />

Animal, que atua há mais de 30 anos no segmento do agronegócio em<br />

Mato Grosso, Rondônia e Acre. A junção das indústrias de suplementos<br />

minerais SupreMax, localizadas em Tangará da Serra (MT) e Ariquemes<br />

(RO), no ano de 2008, gerou a associação de uma rede de 15 lojas de<br />

revendas de produtos agropecuários em Rondônia e mais 4 revendas<br />

no Acre que são hoje unidades da empresa Casa da Lavoura - Produtos<br />

Agropecuários e Máquinas Agrícolas.<br />

Durante a 5ª edição da Rondônia Rural Show, mais uma vez, a Casa<br />

da Lavoura estará presente com funcionários de todas as unidades<br />

de revenda e todos os produtos disponíveis em sua rede de lojas,<br />

apresentando o que há de mais moderno em tecnologia a serviço do<br />

campo para atender a sua clientela.<br />

Em Rondônia, a Casa da Lavoura está presente nos municípios de<br />

Alta Floresta, Espigão d’Oeste, Jaru, Ji-Paraná, Nova Dimensão, Nova<br />

Mamoré, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho, Vilhena,<br />

São Francisco do Guaporé e União Bandeirantes. No Acre são quatro<br />

unidades: Rio Branco, Acrelândia, Brasiléia e Sena Madureira.<br />

A Casa da Lavoura busca a diversificação de sua linha de produtos<br />

inovando sempre, atuando em regime de parceria com os produtores<br />

rurais, fornecendo produtos com tecnologia de ponta para todas as<br />

cadeias do setor produtivo e adotando estratégias de preço que prima<br />

pela satisfação de quem produz no campo.<br />

Nossa missão é fornecer produtos e soluções integradas ao<br />

agronegócio com tecnologia e contribuir com o desenvolvimento do<br />

setor agropecuário do estado de Rondônia.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 51


PRODUTO NOSSO<br />

MULTIFÓS<br />

Indústria de ração animal vai<br />

aumentar portfólio de produtos<br />

A elevação de 42% no preço da saca do milho e o aumento de 138% nas<br />

exportações do grão bateu às portas das indústrias de ração<br />

animal, mas não intimidam investimentos<br />

Por Ivonete Gomes<br />

Texto e foto<br />

N<br />

a Multifós, uma das<br />

maiores unidades fabris<br />

de Rondônia, o aumento<br />

no custo de produção já é de<br />

30% em comparação com 2015.<br />

Desse total, 20% são decorrentes<br />

do milho e os outros 10% dos<br />

produtos importados, utilizados<br />

na mistura dos alimentos para bovinos,<br />

suínos, aves e peixes.<br />

A indústria é dependente do<br />

milho. O cereal indispensável é<br />

responsável por 70% da composição<br />

das rações. A desvalorização<br />

da moeda brasileira é uma ameaça<br />

para o setor porque torna o preço<br />

para exportação mais atrativo, colocando<br />

em risco o abastecimento<br />

do mercado interno.<br />

Assim como a grande Multifós,<br />

outras indústrias são obrigadas<br />

a repassar o aumento para os<br />

criadores, que, em contrapartida<br />

repassam para o consumidor de<br />

carnes e ovos. “O mercado como<br />

um todo no Brasil está apreensivo,<br />

está quieto, recuando. Mas, a nutrição<br />

animal, o agronegócio, ainda<br />

estão fomentando a economia. O<br />

que sustenta o Brasil é o agronegócio”,<br />

diz Cláudia Mara de Lazzari,<br />

zootecnista e gerente da Multifós.<br />

A empresa colocou o pé no<br />

freio e espera, como as demais, o<br />

desenrolar da política e a volta de<br />

crescimento da economia. Ainda<br />

assim, o planejamento de ampliação<br />

do portfólio de produtos será<br />

mantido. Este ano, a Multifós quer<br />

abocanhar o mercado dos pets.<br />

“Nós já temos a Petbom e vamos<br />

lançar a linha Premium. O mercado<br />

de pet é um dos poucos que continua<br />

crescendo”, diz Cláudia.<br />

52 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Capacidade de produção da Multifós<br />

A empresa, com unidade em<br />

Vilhena, fabrica ração para bois,<br />

porcos, aves, coelho, cavalo,<br />

cachorros, gatos e peixes. Tem<br />

produção anual de 24 mil toneladas<br />

e clientes em Rondônia, Acre,<br />

Amazonas e até Mato Grosso, onde a<br />

produção de grãos é bem maior.<br />

Para produzir as 2 mil toneladas de<br />

ração por mês, a Multifós fica com 5%<br />

de toda produção de milho do maior<br />

produtor local do grão: Vilhena (50<br />

mil hectares de área plantada). São 15<br />

mil sacas de 60 quilos entrando todo<br />

mês na indústria, que hoje gera 50<br />

empregos diretos.<br />

A otimista e perfeccionista<br />

gerente da empresa (a Multifós é<br />

impecavelmente limpa e organizada)<br />

lança o olhar mais longe. “A<br />

população mundial está crescendo<br />

e com ela a demanda por alimento.<br />

A saída é melhorar a tecnologia na<br />

produção animal. Criar em menor<br />

área, reduzindo a quantidade de<br />

insumos, e acelerarando o ciclo de<br />

produção para o abate com boa<br />

alimentação”, diz a zootecnista.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

53


INFRAESTRUTURA<br />

NAVEGAR É PRECISO<br />

Arco Norte: A melhor rota<br />

da safra brasileira<br />

Ampliação da infraestrutura portuária de Rondônia faz produtor local cultivar<br />

grãos com excedente para exportação e dá pontapé inicial para transformar o<br />

Arco Norte no melhor caminho das commodities brasileiras<br />

54 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Por Rafaela Schundt e Ivonete Gomes<br />

Foto Rodrigo Erse<br />

A<br />

expansão das áreas de<br />

plantio, a utilização de<br />

agricultura de precisão<br />

e a aquisição de sementes de alta<br />

tecnologia levaram ao consequente<br />

aumento de produtividade e<br />

produção de grãos no Brasil e<br />

transformaram o Arco Norte na<br />

maior aposta logística do agronegócio<br />

brasileiro para os próximos<br />

10 anos.<br />

A rota de transporte multimodal<br />

via hemisfério Norte compreende<br />

os estados de Rondônia, Amazonas,<br />

Amapá, Pará e Maranhão. O<br />

Porto Público de Porto Velho, administrado<br />

pela Sociedade de Portos<br />

e Hidrovias do Estado de Rondônia<br />

(Soph), é o mais importante embarcadouro<br />

do conglomerado. Por<br />

ele passam 90,71% de toda carga<br />

exportada a partir da hidrovia do<br />

rio Madeira, cerca de 2,8 milhões<br />

de toneladas por ano. “Temos a<br />

melhor infraestrutura portuária<br />

disponível: pátios asfaltados para<br />

estacionamento, áreas para cargas<br />

refrigeradas e containers, galpão<br />

com posto aduaneiro para agilizar<br />

o processo de importação e exportação<br />

de cargas, cais flutuante,<br />

rampa asfaltada e áreas disponíveis<br />

para arrendamento”, afirma Leudo<br />

Buriti, presidente da Soph.<br />

A capacidade portuária de<br />

Rondônia foi triplicada nos últimos<br />

anos e o governo continua investindo<br />

para consolidar o Arco Norte<br />

como o melhor caminho das commodities<br />

até os mercados asiático<br />

e europeu. Para 2017, a Soph se<br />

prepara para um aumento de 10%<br />

no volume de embarque, tornando<br />

mais fácil, por exemplo, a negociação<br />

do milho que passou a ter<br />

excedente de venda em Rondônia.<br />

“Antes, os produtores de milho ficavam<br />

retraídos e plantavam pouco<br />

porque o grão tinha que competir<br />

com a soja no embarque. Agora,<br />

com a capacidade ampliada, as<br />

duas commodities podem ser<br />

transportadas ao mesmo tempo”,<br />

garante Buriti.<br />

Otimista<br />

O presidente da Federação<br />

Nacional de Empresas de<br />

Navegação Aquaviária<br />

(Fenavega), Raimundo<br />

Holanda, está certo de<br />

que com a exploração do<br />

potencial da hidrovia do<br />

Madeira e conclusão dos<br />

empreendimentos previstos<br />

nos outros estados, o Arco<br />

Norte vai chegar à marca<br />

das 60 milhões de toneladas,<br />

transformando-se na maior<br />

rota da safra brasileira. “Para<br />

isso é preciso que façamos<br />

investimentos necessários<br />

como sinalização, dragagem e<br />

fiscalização”, diz Holanda.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

55


56 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


FAPERON<br />

HIDROVIA DO<br />

MADEIRA:<br />

a melhor saída<br />

Hélio Dias é presidente da Federação<br />

da Agricultura e Pecuária do Estado de<br />

Rondônia (FAPERON)<br />

O<br />

agronegócio em Rondônia<br />

tem transformado<br />

o campo. A classe<br />

produtora adotou da porteira para<br />

dentro o uso de várias práticas<br />

agropecuárias que tem trazido<br />

significativo aumento da produção<br />

e produtividade. O homem do<br />

campo diversificou suas atividades<br />

na pecuária, grãos, fibras e extração<br />

de madeira com o uso de floresta<br />

plantada, priorizando a sustentabilidade<br />

do seu negócio.<br />

Da porteira para fora, o produtor<br />

precisa do apoio institucional<br />

para garantir o escoamento de<br />

sua safra. Cumprindo seu papel<br />

de representante da classe produtora,<br />

a FAPERON junto com outros<br />

parceiros promove o I Fórum de<br />

Logística do Agronegócio neste<br />

mês de maio na 5ª Rondônia Rural<br />

Show. É a oportunidade de conhecer<br />

e discutir os modais. Hoje temos<br />

no modal do transporte aquaviário<br />

uma alternativa de baixar os custos<br />

da logística de transporte e custos<br />

de exportação via portos público e<br />

privados do rio Madeira. O fórum<br />

quer discutir o fortalecimento das<br />

hidrovias na Amazônia ocidental<br />

utilizando as estruturas já existentes<br />

no Mato Grosso, Rondônia e<br />

Amazonas.<br />

Em Porto Velho, o porto fluvial<br />

organizado encontra-se estruturado<br />

para receber e realizar todo<br />

o processo de exportação da produção.<br />

Hoje nós temos serviços<br />

alfandegários, inspeção sanitária<br />

e a fiscalização dos órgãos de controle<br />

de transporte como o Ibama,<br />

Mapa e despachante especializado<br />

em mercado exterior necessários<br />

para a realização das operações de<br />

exportação com segurança.<br />

É preciso buscar novas rotas<br />

para que as indústrias de transformação<br />

efetuem seus negócios<br />

reduzindo custos. A oportunidade<br />

que se abre nesse momento de<br />

discussão é o caminho do porto<br />

de Porto Velho até o Panamá,<br />

passando por rios da Amazônia sul-<br />

-americana. Esta nova rota é operada<br />

pela empresa internacional<br />

MSC que utiliza vários navios cargueiros<br />

modernos saindo 2 vezes<br />

por semana do porto de Manaus<br />

com intercâmbio de translado de<br />

cargas secas e refrigeradas através<br />

de contêineres.<br />

Esperamos que o conhecimento<br />

desse novo modelo de<br />

exportação, possamos discutir as<br />

vantagens e problemas existentes<br />

no processo de comercialização.<br />

Precisamos agregar valores aos<br />

produtos de origem animal e vegetal<br />

produzidos em Rondônia.<br />

Já é de conhecimento público<br />

que está se iniciando o processo de<br />

exportação de nossa carne bovina<br />

pelos frigoríficos da região através<br />

do porto do rio Madeira. A nossa<br />

hidrovia é navegável o ano todo<br />

com destaque para o período chuvoso<br />

quando não temos problema<br />

de navegação em todo trecho.<br />

Todavia, é necessário de forma<br />

urgente investimentos públicos<br />

para demarcar o trajeto da hidrovia<br />

e realizar os serviços de dragagem<br />

de pontos críticos para navegação<br />

no período seco, devidamente<br />

levantados e identificados pela<br />

Marinha brasileira. A hidrovia do<br />

Madeira tem uma extensão aproximada<br />

de Porto velho a Manaus de<br />

1195 km. De Porto Velho ao porto<br />

de Santana-Macapá/Porto do Conde<br />

2.018 a 2076 km, já saindo no<br />

oceano atlântico na costa da Ilha<br />

do Marajó.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 57


PESQUISA EM CAMPO<br />

58 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


CAFÉ ARÁBICA<br />

para Amazônia<br />

Colheita revela potencial para a região ter cultivar adaptada às condições locais<br />

Por Renata Silva<br />

Fotos Henrique Alves<br />

Os resultados de duas<br />

colheitas dos experimentos<br />

de café arábica<br />

desenvolvido pela Embrapa<br />

Rondônia especialmente para a<br />

região Amazônica superaram as<br />

expectativas. Alguns materiais<br />

alcançaram produtividade média<br />

de 28 sacas por hectare nas áreas<br />

experimentais instaladas em municípios<br />

dos estados de Rondônia<br />

e Acre. Destaque para duas linhagens<br />

que alcançaram média de 40<br />

sacas por hectare no município<br />

de Alta Floresta do Oeste-RO, em<br />

colheita realizada em março deste<br />

ano. Segundo o pesquisador da<br />

Embrapa Rondônia, Alexsandro<br />

Teixeira, são resultados excelentes<br />

considerando o cultivo sob condições<br />

de temperaturas elevadas, e<br />

ainda, quando comparado com a<br />

média nacional que é de 22 sacas/<br />

ha. “A pesquisa com café arábica<br />

é de grande importância para a<br />

região, pois atende grande demanda,<br />

uma vez que todo o café<br />

arábica consumido no Norte do<br />

país é importado de outras regiões<br />

produtoras, como Minas Gerais e<br />

São Paulo”, explica o pesquisador.<br />

São dez anos de pesquisas em<br />

melhoramento genético para o<br />

café arábica desenvolvidas pela<br />

Embrapa Rondônia. O processo<br />

de seleção de plantas ainda está<br />

em andamento, pois é necessária<br />

a coleta de dados de mais duas<br />

safras de produção para finalizar a<br />

pesquisa. Para Teixeira, este resultado<br />

inicial já demonstra o potencial<br />

do café arábica para a região. “Estamos<br />

satisfeitos com os resultados<br />

do trabalho e a previsão é de, em<br />

2018, estar com uma cultivar de<br />

café arábica recomendada para a<br />

Amazônia”, comenta o pesquisador.<br />

Com os resultados desta pesquisa,<br />

busca-se viabilizar a produção<br />

de café arábica na Amazônia,<br />

para suprir a demanda desse tipo<br />

de grão na região, tanto para<br />

produção de cafés especiais ou<br />

gourmets como na utilização em<br />

blends, que é a mistura de grãos<br />

de cafés arábica e canéfora (conilon<br />

e robusta). Além da demanda, o<br />

cultivo também pode ser beneficiado<br />

pelas extensas áreas planas<br />

distribuídas por toda a região,<br />

viabilizando a colheita mecanizada<br />

e reduzindo significativamente os<br />

custos de produção.<br />

O pesquisador explica que na<br />

escala da Associação Americana<br />

de Cafés Especiais (SCAA), padrão<br />

internacional para classificação da<br />

qualidade de bebida, alguns materiais<br />

de café arábica desta primeira<br />

colheita ultrapassaram 80 pontos,<br />

numa escala de 0 a 100, que é<br />

um valor comparado ao de cafés<br />

especiais. As bebidas produzidas<br />

com a cultivar de café arábica em<br />

teste demonstraram um padrão de<br />

corpo acentuado, cremoso, baixa<br />

acidez e sabores que remetem ao<br />

caramelo e chocolates. Participantes<br />

de eventos realizados no estado<br />

de Rondônia também receberam<br />

amostras desse café e elogiaram<br />

a bebida como de sabor suave e<br />

aroma marcante.<br />

Rondônia é hoje o quinto maior<br />

produtor de café do Brasil e o<br />

segundo da espécie canéfora (co-<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 59


PESQUISA EM CAMPO<br />

nilon e robusta). Todo o arábica<br />

consumido nos estados da região<br />

Norte são provenientes de Minas<br />

Gerais e São Paulo. As primeiras<br />

estimativas para a safra 2014/15<br />

em Rondônia demonstram uma<br />

área plantada de 87 mil hectares<br />

de lavouras de café canéfora em<br />

produção, com uma estimativa<br />

de safra próxima a 1,86 milhão<br />

de sacas de café canéfora (Conab,<br />

2015). Comparado ao ano anterior,<br />

a produtividade média saltou de<br />

17,18 sacas/ha para 21,18 sacas/<br />

ha, ou seja, um incremento de<br />

23%. Esses resultados são provenientes<br />

da adoção de novas<br />

tecnologias de manejo, de mudas<br />

clonais, adubação e irrigação. Esse<br />

acesso dos cafeicultores às novas<br />

60 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />

tecnologias potencializa o cultivo<br />

do café arábica na região, já que é<br />

uma espécie que requer maiores<br />

cuidados e, devido ao período de<br />

seca prolongado coincidir com o<br />

verão amazônico, a produção só é<br />

viável com uso da irrigação.<br />

Isso justificou a substituição das<br />

primeiras lavouras de café arábica,<br />

implantadas em Rondônia na década<br />

de 1970, por novas lavouras<br />

de café canéfora – mais rústicas e<br />

produtivas. Com olhar no futuro e<br />

foco nos potenciais da região, as<br />

pesquisas realizadas pela Embrapa<br />

Rondônia têm demonstrado que,<br />

além do potencial e viabilidade, o<br />

café arábica pode se tornar interessante<br />

social e economicamente,<br />

pois, assim como em outras grandes<br />

regiões produtoras do país,<br />

pode-se produzir arábica na Amazônia<br />

em quantidade e, principalmente,<br />

com qualidade. Quanto ao<br />

sabor, vale destacar que os grãos<br />

de café arábica proporcionam uma<br />

bebida com sabor e aroma suaves<br />

e adocicados, com maiores teores<br />

de acidez. Já o canéfora possui<br />

uma bebida neutra, com sabor e<br />

aroma forte e marcante. Essas diferenças<br />

fazem com que o arábica<br />

seja mais valorizado pelo mercado,<br />

principalmente quando se trata<br />

de cafés especiais ou gourmets,<br />

que podem alcançar maior valor<br />

agregado quando a produção<br />

dos grãos estão relacionados com<br />

a sustentabilidade e o comércio<br />

justo (fairtrade).


O desenvolvimento da nova cultivar<br />

No início de 2005, Embrapa<br />

Rondônia e Embrapa Café, em parceria<br />

com o Instituto Agronômico<br />

de Campinas (IAC) e a Empresa de<br />

Pesquisa Agropecuária de Minas<br />

Gerais (Epamig), deram início às<br />

pesquisas de melhoramento genético<br />

da espécie Coffea arabica<br />

L. nas condições climáticas da<br />

Amazônia. O objetivo foi avaliar<br />

e selecionar genótipos de café<br />

arábica nas condições de baixas<br />

altitudes e temperaturas elevadas.<br />

As principais características<br />

buscadas durante o processo seletivo<br />

foram a produtividade e o ciclo<br />

de maturação tardio. Ao longo<br />

dos anos, observou-se que o café<br />

arábica amadurece mais cedo em<br />

regiões de climas quentes o que,<br />

para as condições amazônicas,<br />

coincide com as altas precipitações<br />

dos meses de fevereiro a março,<br />

dificultando a secagem dos frutos.<br />

As cultivares de café arábica<br />

disponíveis atualmente são<br />

adaptadas às regiões de altitudes<br />

elevadas e temperaturas amenas,<br />

com médias anuais entre 18 a<br />

23ºC, ao contrário do que ocorre<br />

na Amazônia Ocidental, onde<br />

são verificadas baixas altitudes e<br />

temperaturas médias elevadas, em<br />

torno de 25º a 27º C, durante todo<br />

o ano. Temperaturas acima de 23ºC<br />

provocam crescimento e desenvolvimento<br />

acelerado dos frutos (ciclo<br />

precoce), o que, em determinadas<br />

situações, pode ocasionar a perda<br />

de qualidade dos grãos. Outro fato<br />

prejudicial é a combinação de temperaturas<br />

elevadas e alta umidade<br />

do ar durante o florescimento, ocasionando<br />

o abortamento excessivo<br />

de flores.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 61


PESQUISA EM CAMPO<br />

PLANTAÇÃO<br />

DE SORGO TEM<br />

retração de 60%<br />

no estado<br />

Temendo plantas invasoras,<br />

grandes produtores deixaram de<br />

usar o cereal como sucessor da soja<br />

Por Ivonete Gomes<br />

Fotos: Ivonete Gomes<br />

Rondônia não consta nas estatísticas do<br />

IBGE como produtor de sorgo, mas o<br />

cereal chegou ao estado há 15 anos. O<br />

cultivo é tímido e sofreu retração de 60% nesta<br />

safra. Ainda assim, a área plantada estimada em 6<br />

mil hectares tem representatividade na produção<br />

nacional que deve chegar ao patamar das 2 mil<br />

toneladas este ano.<br />

A redução do sorgo no estado acorreu por falta<br />

de assistência técnica ao produtor do cereal. A<br />

incapacidade de controlar plantas invasoras levou<br />

muitos agricultores a abandonar a cultura, uma das<br />

sucessoras da soja. A área de produção no estado<br />

está concentrada nos municípios de Vilhena, Chupinguaia<br />

e Cerejeiras. Em Chupinguaia um único<br />

produtor chegou a ter 10 mil hectares de área<br />

plantada; Este ano ele decidiu não plantar o cereal.<br />

O pesquisador Vicente Godinho, da área de pesquisas<br />

anuais da Embrapa, comanda o programa<br />

de melhoramento do sorgo. Os ensaios são feitos<br />

em rede, em todo país, e dezenas de materiais estão<br />

em teste na unidade experimental de Vilhena.<br />

Uma variedade apresentou alta resistência a doenças<br />

e despertou o interesse de algumas empresas<br />

privadas que já estão comercializando a semente.<br />

62 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


VARIEDADES EM TESTE<br />

Sorgo granífero<br />

Tem porte baixo, altura de planta até 170 cm.<br />

Produz na extremidade superior, uma panícula<br />

(cacho) compacta de grãos. Nesse tipo de sorgo<br />

o produto principal é o grão. Mas, após a colheita,<br />

como o resto da planta ainda se encontra verde,<br />

pode ser usada também como feno ou pastejo.<br />

Sorgo forrageiro<br />

É um tipo de porte alto. A altura de planta é<br />

superior a dois metros. Tem muitas folhas, panículas<br />

(cachos) abertas, com poucas sementes<br />

e elevada produção de forragem. Existe sorgo<br />

forrageiro que possui colmo doce. Nesse caso,<br />

pode ser chamado também de sorgo sacarino.<br />

Sorgo biomassa<br />

A planta possui muitas folhas, caule fibroso e<br />

chega a mais de cinco metros de altura. A capacidade<br />

do sorgo de fornecer energia, que é medida<br />

pelo poder calorífico superior, chega a 4.000 kcal/<br />

kg de matéria seca, valor considerado alto para os<br />

estudos energéticos.<br />

Sorgo sacarino<br />

Tem porte alto, com altura superior a dois<br />

metros. É caracterizado, principalmente, por<br />

apresentar colmo doce e suculento como o da<br />

cana-de-açúcar. A panícula (cacho) é aberta e<br />

produz poucos grãos (sementes). Todo sorgo<br />

sacarino pode ser forrageiro.<br />

Antracnose: o pesadelo do sorgo<br />

A antracnose é considerada a doença mais importante da cultura do sorgo<br />

no Brasil pelas perdas ocasionadas na produção de grãos e forragens. Ela está<br />

presente em, praticamente, todas as áreas de plantio do país. Reduções superiores<br />

a 80% na produção de grãos têm sido constatadas em cultivares suscetíveis,<br />

em anos e locais favoráveis ao desenvolvimento e a disseminação da doença.<br />

Importância do sorgo<br />

O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, antecedido pelo trigo,<br />

o arroz, o milho e a cevada. Em Moçambique é um dos alimentos básicos da<br />

população.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

63


PESQUISA EM CAMPO<br />

SIM,<br />

nós temos banana<br />

Novas tecnologias e manejo de doenças e pragas da banana<br />

incentivam produtores a retomar plantio na região Amazônica<br />

Por Renata Silva<br />

A<br />

banana é a fruta mais<br />

produzida em Rondônia<br />

e a segunda mais consumida<br />

no estado, e exerce grande<br />

importância na economia local. “A<br />

banana é fácil da gente trabalhar.<br />

Se adubar e cuidar direitinho ela<br />

dá um boi por mês. Tem seis anos<br />

que eu planto a banana e melhorou<br />

muito a renda, a gente tira 26 mil<br />

por ano”, conta o produtor familiar<br />

Francisco Ferreira, do assentamento<br />

Joana D’Arc, em Porto Velho<br />

(RO). No entanto, problemas com<br />

doenças e pragas fizeram com que<br />

muitos produtores abandonassem<br />

este cultivo. “A sigatoka negra<br />

pegou todo o bananal e eu perdi<br />

tudo. Eu desisti. Mas se tiver como<br />

combater a doença vai ser muito<br />

bom pra nós, porque a banana dá<br />

uma boa renda pra gente”, comenta<br />

o produtor Pedro de Paula.<br />

Os produtores que tiveram<br />

problemas com sigatoka negra,<br />

mal-do-Panamá e pragas, como a<br />

broca gigante, podem repensar o<br />

cultivo de banana em Rondônia<br />

e região. Novas tecnologias e manejo<br />

destas pragas e doenças dão<br />

novo ânimo aos produtores. Após<br />

três anos de pesquisa, a Embrapa<br />

Rondônia conseguiu excelentes<br />

resultados, que já estão disponíveis<br />

aos produtores.<br />

Dos 27 genótipos de banana<br />

testados em comparação com variedades<br />

tradicionais, três já podem<br />

ser recomendados aos produtores.<br />

Eles se destacam pela alta produtividade<br />

e pela resistência à sigatoka<br />

negra e ao mal-do-Panamá, duas<br />

das principais doenças que acometem<br />

a cultura, inviabilizando<br />

a produção em muitas áreas. São<br />

elas: a FHIA 18 (do grupo prata); a<br />

Thap Maeo (do grupo maçã); e a<br />

FHIA 17 (grupo próximo à nanica,<br />

ou nanicão).<br />

Resultados satisfatórios também<br />

já foram conquistados no manejo<br />

de doenças para variedades<br />

mais tradicionais, de maior aceitação<br />

por parte dos consumidores,<br />

como é o caso da maçã e da banana<br />

de fritar (banana-da-terra). Trata-se<br />

da utilização de fungicidas com<br />

aplicação mínima se comparada<br />

ao método tradicional. O pesquisador<br />

da Embrapa Rondônia, José<br />

Nilton da Costa, explica que para<br />

a sigatoka negra, por exemplo, se<br />

utiliza mais de 50 aplicações por<br />

ano, nesse novo método se faz<br />

seis por ano e não precisa utilizar<br />

equipamentos sofisticados,<br />

pois a aplicação é de forma<br />

localizada e em quantidades<br />

pequenas.<br />

Essa prática já vem sendo utili-<br />

zada por produtores que tiveram<br />

acesso ao método, que foi lançado<br />

pela Embrapa Amazônia Ocidental,<br />

mas tem mais novidades positivas<br />

“Nós, em cima desta metodologia,<br />

fizemos algumas adaptações, inclusive<br />

com outro equipamento de<br />

aplicação, de menor custo e mais<br />

prático, com excelentes resultados”,<br />

comemora José Nilton.<br />

O pesquisador da Embrapa<br />

Rondônia, Cléberson Fernandes,<br />

complementa: “O controle da sigatoka<br />

neste novo método reduz<br />

custos, aumenta a segurança para o<br />

produtor na pequena aplicação do<br />

produto, agride menos<br />

o meio ambiente e<br />

traz bons resultados<br />

para a produção<br />

de<br />

banana”. É<br />

64 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


importante destacar que esse controle<br />

deve ser feito em bananais em implantação,<br />

não adianta pegar plantas já com<br />

sintomas, é preciso começar o manejo<br />

indicado no momento de instalação do<br />

bananal.<br />

Ainda no manejo de doenças, a<br />

recomendação do pesquisador, especialmente<br />

para plantios das variedades<br />

de banana maçã – susceptível à sigatoka<br />

e ao mal do panamá –, o princípio<br />

do manejo é que o produtor utilize a<br />

muda micropropagada, ou seja, feita<br />

em laboratório, porque ela vem isenta<br />

da doença. Ela deve ser plantada em<br />

uma área onde não se cultivou banana,<br />

porque se cultivou banana e teve o mal<br />

do panamá, mesmo que coloque muda<br />

sadia, a doença vai atacar. Segundo José<br />

Nilton, o produtor tem fácil acesso às<br />

mudas micropropagadas em biofábricas.<br />

Já no controle de pragas, especificamente<br />

a Broca gigante, praga importante<br />

na região, um método de controle<br />

inédito foi desenvolvido pela Embrapa<br />

Rondônia, com a aplicação de inseticidas<br />

biológicos e naturais (a base de Nim, inseticida<br />

natural que contribui no controle<br />

de insetos-praga e doenças em plantas)<br />

e químicos. “Fizemos testes e com excelentes<br />

resultados, tanto dos inseticidas,<br />

como do método de aplicação que foi<br />

desenvolvido por nós”, conta José Nilton.<br />

Embrapa repassa<br />

tecnologias aos produtores<br />

em Dia de Campo de Banana<br />

Todas estas novidades, tecnologias e novos manejos, foram<br />

repassados aos cerca de 150 produtores, técnicos e estudantes<br />

durante o Dia de Campo de Banana, realizado em 6 de maio,<br />

na área do Projeto Piloto do Reassentamento Rural Vida Nova<br />

da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau, localizado a 5 km de Nova<br />

Mutum Paraná – distrito de Porto Velho. Os participantes<br />

saíram do evento com novo ânimo para o plantio da fruta.<br />

“O dia de campo é uma das melhores alternativas pra gente<br />

ter conhecimento, a gente conversa direto com quem faz a<br />

tecnologia. E a gente vai levar o que aprendeu para as mais<br />

de 140 famílias que moram lá nas agrovilas do assentamento<br />

que a gente mora”, comenta o produtor Juarez Silva, do assentamento<br />

Joana D’Arc.<br />

Dos produtores que comparecem ao evento, alguns estavam<br />

satisfeitos com o plantio e queriam melhorar, mas a<br />

maioria tiveram os bananais muito prejudicados por pragas<br />

e doenças e desistiram do plantio, ou tinham interesse em<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

65


PESQUISA E CAMPO<br />

conhecer melhor o cultivo para iniciar na atividade. Com as<br />

informações repassadas e a adoção das tecnologias e novos<br />

métodos recomendados, todos viram nova oportunidade<br />

de melhorar, iniciar ou recomeçar o plantio de banana para<br />

atender a grande demanda do mercado e melhorar a renda<br />

familiar. “Eu trabalho com hortaliças, mas quero plantar banana,<br />

porque a comercialização melhor e menor mão de obra<br />

que as hortaliças. A expectativa é melhorar a renda da família.<br />

O dia de campo foi muito esclarecedor e o experimento da<br />

Embrapa está muito bonito, estimula a gente a querer plantar”,<br />

afirma o produtor Admilson Menezes.<br />

as, para melhorar ainda mais a renda dos produtores e<br />

promover mais giro de dinheiro advindo da banana na economia<br />

local, é preciso que os produtores estejam atentos às<br />

demandas dos consumidores. Para se ter ideia, em Rondônia<br />

são cultivados cerca de 7,6 mil hectares (ha) de banana, com<br />

uma produção de quase 79 mil toneladas da fruta e produtividade<br />

média de 10,2 kg/ha. São dados do Levantamento<br />

Sistemático da Produção Agrícola – IBGE, na safra 2014/2015,<br />

que também aponta que os principais municípios produtores<br />

desta fruta no estado são Porto Velho, Buritis, Cacoal e Jaru<br />

que, juntos, responderam por 53,3% da quantidade produzida<br />

e por 51% da área colhida na precitada safra. As principais<br />

variedades plantadas em Rondônia são: banana-da-terra<br />

(banana de fritar), maçã, prata e nanica. Mesmo com a grande<br />

produção, ainda são compradas bananas do Acre, São Paulo,<br />

Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás, somando 4,8 mil<br />

toneladas adquiridas em 2015.<br />

Demanda e<br />

qualidade<br />

não atendem<br />

Apesar da grande produção de banana,<br />

Rondônia ainda compra a fruta de<br />

outros estados para abastecer, principalmente,<br />

os grandes supermercados e atacadistas.<br />

“Eu tenho 2 mil pés de banana<br />

plantados e nosso problema é o comércio,<br />

porque hoje a gente não consegue<br />

vender a produção para o mercado, só<br />

nas feiras livres. O mercado exige uma<br />

estrutura e qualidade que a gente ainda<br />

não consegue atender, mas que a gente<br />

tem que se juntar para conseguir isso. A<br />

venda da banana hoje significa muito na<br />

renda lá de casa, uns 2 mil reais por mês,<br />

essa média para mim e meus vizinhos, se<br />

conseguíssemos atender o mercado seria<br />

muito mais”, diz o produtor Juarez Silva.<br />

Um dos grandes desafios para a<br />

comercialização da fruta, segundo o<br />

analista em socioeconômica da Embrapa<br />

Rondônia, Calixto Rosa Neto, é<br />

exatamente o que disse o senhor Juarez:<br />

que a produção de banana do estado<br />

atenda também estes mercados. Segundo<br />

o analista, os donos de grandes<br />

supermercados e atacadistas justificam<br />

a não aquisição local de banana devido<br />

à questão de qualidade e regularidade<br />

de fornecimento. Segundo eles, os<br />

produtores locais não atendem esses<br />

critérios, sendo necessário comprar de<br />

outros estados produtos que agradem<br />

seus consumidores. “É uma oportunidade<br />

que os produtores de Rondônia estão<br />

perdendo. É preciso investir em mais<br />

qualidade, tanto na produção, como no<br />

processo de armazenagem e distribuição<br />

deste produto”, afirma Calixto.<br />

O Dia de Campo de Banana, realizado<br />

pela Embrapa Rondônia e Energia<br />

Sustentável do Brasil (ESBR – concessionária<br />

da UHE Jirau) e com a parceria da<br />

Associação local, Emater-RO, Semagric<br />

e Seagri, faz parte do Projeto Piloto de<br />

Áreas de Terra Firme da UHE Jirau e de<br />

seu Entorno. A importância deste pro-<br />

66 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Meia-pagina-revista-GC-10.05.16.pdf 1 10/05/16 19:29<br />

Sigatoka Negra<br />

jeto vai além do atendimento da<br />

comunidade local, pois a região de<br />

Porto Velho tem potencial para a<br />

produção de frutas como a banana<br />

e outras que tem mercado aberto<br />

em Rondônia e Acre, podendo beneficiar<br />

produtores, comerciantes<br />

e o consumidor, que terá acesso<br />

a um produto com qualidade e<br />

produzido localmente.<br />

De acordo com Veríssimo Neto,<br />

gerente de meio ambiente e socioeconomia<br />

da ESBR, a parceria com<br />

a Embrapa foi feita há cinco anos e<br />

há dois já estão sendo repassando<br />

os resultados para a sociedade.<br />

“Já estamos colhendo os resultados<br />

do investimento feito em<br />

desenvolvimento de tecnologias e<br />

repassando isso aos reassentados e<br />

remanescentes da área do reservatório.<br />

O acesso a essas tecnologias<br />

e a novos métodos para o cultivo<br />

da banana vai fazer com que produzam<br />

mais, melhor e tenham<br />

um aumento na renda familiar e<br />

na qualidade de vida. Além disso,<br />

não atende só o público-alvo do<br />

projeto, pois são tecnologias que<br />

servem para todo o estado de Rondônia<br />

e toda a Amazônia”, conclui<br />

o gerente.<br />

Durante o Dia de Campo de<br />

Banana, os participantes tiveram<br />

contato direto com os pesquisadores<br />

que estão desenvolvendo<br />

atividades com a cultura e tiveram<br />

acesso às novidades para a produção<br />

de banana, incluindo todo<br />

o sistema de produção, com destaque<br />

para as cultivares, práticas<br />

de manejo da cultura e o controle<br />

de pragas e doenças. As pesquisas<br />

que vêm sendo realizadas pela<br />

Embrapa Rondônia nesta área<br />

buscam desenvolver produtos<br />

com boa aceitação e potencial de<br />

desenvolvimento na região, oferecendo<br />

aos produtores cultivares e<br />

informações estratégicas para que<br />

possam melhorar a produção e,<br />

consequentemente, a renda.<br />

Multiplique sua produção<br />

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Maiores Informações:<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

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67


FLORICULTURA<br />

CULTIVO DE<br />

FLORES E ROSAS<br />

EM RONDÔNIA<br />

“Negócio para<br />

alemão teimoso”<br />

Em Vilhena, família dedicada ao plantio de hortaliças investe em<br />

floricultura e garante boa produtividade em clima tropical<br />

Por Flávio Rosane e Ivonete Gomes<br />

Cultivar flores e rosas em<br />

clima tropical é coisa de<br />

alemão teimoso. É assim<br />

que a família Zonta define o próprio<br />

empreendedorismo que teve<br />

pontapé inicial com o plantio de<br />

verduras na década de 80, quando<br />

o casal de catarinenses e os filhos se<br />

instalaram em uma pequena propriedade<br />

do município de Vilhena.<br />

O cultivo de hortaliças foi ideia<br />

da mãe, a produtora Zélia Zonta.<br />

Enquanto o marido se dedicava ao<br />

extrativismo de madeira, ela produzia<br />

variadas verduras no quintal<br />

de casa e vendia o excedente a<br />

vizinhos e amigos. Não demorou<br />

muito para que toda a família<br />

passasse a apostar e a se dedicar<br />

exclusivamente à atividade.<br />

Utilizando técnicas agrícolas<br />

como a plasticultura e investindo<br />

em viagens a feiras voltadas à<br />

transferência de tecnologia, a Chacará<br />

Zonta passou a produzir em<br />

escala comercial e se tornou um dos<br />

maiores fornecedores de hortaliças<br />

do Cone Sul de Rondônia. “Hoje, fornecemos<br />

também para Porto Velho<br />

e Manaus”, diz a produtora Zélia.<br />

Com o negócio encaminhado,<br />

Zélia Zonta, passou a dedicar parte<br />

do tempo a uma antiga paixão:<br />

cultivo de flores e rosas. A história<br />

se repetiu. Os vizinhos encomendavam<br />

vasos e não demorou muito<br />

para que o excedente de produção<br />

estivesse nas prateleiras do maior<br />

supermercado de Vilhena. Novamente,<br />

a família buscou conhecimentos<br />

em feiras, principalmente<br />

em Holambra (SP). Hoje, a floricultura<br />

representa 20% dos ganhos da<br />

família Zonta. As variedades são<br />

cultivadas em 17 estufas cobertas<br />

por um plástico que protege as<br />

plantas dos raios UV. Para manter<br />

a boa produtividade das mudas,<br />

substituídas em média a cada cinco<br />

anos, o filho da produtora Zélia, Jonas<br />

Zonta, não descuida do plantio.<br />

Divide o tempo entre a administração<br />

da empresa e os cuidados com<br />

o manejo para eliminar as pragas e<br />

doenças. O ácaro rajado é o maior<br />

dos pesadelos. “Estamos utilizando<br />

um acaricida, mas notamos que o<br />

ácaro criou resistência. Vamos aproveitar<br />

nossa próxima viagem à feira<br />

em Holambra para ver se há alguma<br />

novidade no mercado”, diz Jonas.<br />

Mesmo com algumas perdas<br />

contabilizadas em períodos sem<br />

datas comemorativas, o empreendedorismo<br />

da família Zonta<br />

tem mostrado bons resultados. A<br />

produção modesta que começou<br />

no jardim da matriarca chega hoje<br />

a 4 mil gérberas e mil rosas por<br />

semana. Somadas as colheitas das<br />

variedades kalanchoe, gipsófilas<br />

(mosquitinho), tango, crisântemo,<br />

violeta, dália e ásper, a produção<br />

chega à casa de 16 mil unidades por<br />

mês. Um rendimento em torno de<br />

R$ 600 mil por ano. Provando que<br />

as vezes teimosia dá certo.<br />

68 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


A Chácara Zonta tem caminhões com duas viagens<br />

agendadas por semana para o transporte dos produtos<br />

até Porto Velho e Rio Branco. “Já estamos comprando<br />

um ¾ (caminhão) com câmara fria e esperamos a<br />

reabertura da BR-319 para abastecermos o mercado de<br />

Manaus”, diz o “teimoso alemão” Jonas Zonta.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

69


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70 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


EMPREENDEDORISMO<br />

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Terra medicada na<br />

dosagem certa<br />

Como o corpo humano, o solo precisa de nutrientes para gerar uma lavoura farta,<br />

com boa produtividade. Para não abusar na dosagem de medicação da terra, nem<br />

gastar mais do que é necessário para correção de acidez, é essencial o diagnóstico<br />

correto fornecido em laboratórios especializados em análises de solo.<br />

Por Gerson Costa<br />

Cada vez mais conscientes<br />

do custo de produção, os<br />

agropecuaristas de Rondônia<br />

vêm tornando cada vez mais<br />

comum essa prática de examinar a<br />

terra primeiro para aplicar corretivo,<br />

adubo e cobertura depois. Tudo<br />

na medida certa.<br />

Em Rolim de Moura, o empresário<br />

José Aparecido da Silva, especialista<br />

em mineração, resolveu<br />

apostar no mercado de análises<br />

do solo e instalou o laboratório<br />

Químicos Mn. A estrutura atual<br />

tem capacidade para fazer até 600<br />

testes por mês com equipamentos<br />

modernos.<br />

Ele conta que o investimento foi<br />

grande. As máquinas, os reagentes<br />

e a mão de obra utilizadas para<br />

garantir o diagnóstico têm um<br />

elevado custo, mas o empresário<br />

acredita no potencial produtivo de<br />

Rondônia e no trabalho de recuperação<br />

de áreas de pastagens que<br />

vem sendo desenvolvido.<br />

“Nosso estado tem um grande<br />

potencial e o produtor só tem<br />

ganhos reais quando faz o exame<br />

correto do seu solo para cultivar a<br />

lavoura mais indicada para aquela<br />

terra”, explicou José Aparecido.<br />

O responsável pelo laboratório,<br />

o químico José Francisco de<br />

Miranda, explica que a análise de<br />

solo pode demorar até 15 dias. O<br />

primeiro passo é registrar e secar<br />

a amostra e mantê-la a 40 graus.<br />

Em seguida, aplica-se à porção<br />

de terra reagentes para descobrir<br />

quais os nutrientes micro e<br />

macro estão presentes e qual a<br />

capacidade de retenção de água<br />

para garantir o crescimento ideal<br />

da planta. O químico usa estufas,<br />

agitadores, moinhos, forno de alta<br />

temperatura, espectrocolorímetro,<br />

entre outros equipamentos, para<br />

saber com precisão a quantidade<br />

de fósforo, boro, alumínio e outros<br />

componentes do solo. Miranda<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 71


EMPREENDEDORISMO<br />

recomenda que a cada 5 hectares<br />

seja retirada uma amostra. O<br />

laboratório Químicos Mn garante<br />

avaliações do Ph, acidez, fertilidade<br />

básica, fertilidade completa<br />

química com micronutrientes<br />

boro, cobre, ferro, manganês e<br />

zinco. O químico também garante<br />

exames de fertilidade básica de<br />

folhagem (disponibilidade de N,<br />

P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Mn e Zn) e<br />

determinar o gênero e espécie de<br />

fitonematóides. Miranda enfatiza<br />

que o laboratório Químicos Mn<br />

está em fase de certificação do<br />

Instituto Agronômico de Campinas<br />

(IAC), que trabalha desde<br />

1984 garantido qualidade a seus<br />

associados.<br />

O laboratório estará presente na<br />

5ª edição da Rondônia Rural Show,<br />

fornecendo informações sobre a<br />

importância da análise do solo<br />

para a agricultura e pecuária.<br />

Químicos MN pode<br />

ser encontrado<br />

na rede mundial<br />

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escritório localizado<br />

na Avenida Norte<br />

Sul, 6413, no bairro<br />

Planalto, em Rolim<br />

de Moura. No portal<br />

o produtor poderá<br />

ter acesso à tabela<br />

de valores das<br />

análises. Os preços<br />

variam de R$ 40 a<br />

R$ 79,00 por análise<br />

de terra.<br />

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72 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />

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MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 73


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74 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


EMPREENDEDORISMO<br />

DE EMPRESÁRIOS<br />

A HORTICULTORES<br />

Cultivar em pequenas áreas, utilizar baixa quantidade de defensivos<br />

agrícolas, ter pouca preocupação com a presença de pragas, colher<br />

vegetais limpos durante o ano inteiro e manter o uso racional de<br />

água. Os produtores de Rondônia descobrem cada vez mais o pacote<br />

completo da produção sustentável de hortaliças: a hidroponia.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

75


EMPREENDEDORISMO<br />

Por Marcos Lock<br />

Texto e fotos<br />

Conhecida por ser um<br />

sistema que dispensa<br />

o uso do solo, a hidroponia<br />

é uma técnica que vem se<br />

consolidando como uma excelente<br />

opção para pequenos investidores<br />

do campo e até da cidade. A alta<br />

produtividade gerada com o uso<br />

da tecnologia garante a oferta de<br />

belos pés de alface, rúcula, couve,<br />

agrião, espinafre, salsinha e outros<br />

artigos do gênero nas gôndolas<br />

dos mercados.<br />

Além de sustentável, a prática<br />

é econômica. Exige menor utilização<br />

de mão de obra e exclui os<br />

custos com gradagens e manejo<br />

de pragas e ervas daninhas. Como<br />

independe de terra, as áreas de<br />

produção podem ser implantadas<br />

mais perto do mercado consumidor.<br />

Insetos e microrganismos,<br />

como fungos, também costumam<br />

importunar menos e, por isso é<br />

também menor a necessidade de<br />

defensivos. O serviço na lavoura<br />

exige pouca força física e vem<br />

despertando a atenção da mão<br />

de obra feminina. O contraponto:<br />

a implantação do sistema hidropônico<br />

exige investimento maior<br />

que o dispensando a uma horta<br />

convencional.<br />

A técnica tem atraído empreendedores<br />

sem tradição no campo.<br />

Um contador de Ji-Paraná e um<br />

dono de uma sorveteria em Ouro<br />

Preto do Oeste investiram nessa<br />

opção de cultivo. Montaram os<br />

canteiros hidropônicos e colhem<br />

não apenas bons produtos, mas<br />

boas margens de lucro.<br />

Bem próximo à área urbana do<br />

município de Ji-Paraná está o sítio<br />

do Nilson Rodrigues dos Santos,<br />

formado em Ciências Contábeis<br />

e dono de um tradicional escritório<br />

na cidade. Inicialmente, a<br />

intenção era implantar uma horta<br />

diferenciada, livre de pragas e de<br />

fungos para consumo próprio, mas<br />

ele decidiu levar o plano adiante,<br />

para a pequena propriedade onde<br />

aplicou os conhecimentos obtidos<br />

em um curso feito anos atrás.<br />

Logo concluiu pela viabilidade<br />

comercial do empreendimento e<br />

resolveu dobrar a área plantada<br />

inicial de 600 metros quadrados.<br />

O capricho e os cuidados com os<br />

detalhes fizeram a diferença: a<br />

produtividade de alfaces, e depois<br />

76 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


as rúculas, chegou aos 600 maços<br />

por dia, venda garantida a restaurantes,<br />

mercados, lanchonetes e<br />

pizzarias da cidade. “Eu procurei<br />

fazer da melhor maneira. Os tubos<br />

de PVC que conduzem a água são<br />

especiais. Toda a área plantada é<br />

fechada por telas e eu fiz um poço<br />

artesiano para garantir o abastecimento<br />

hídrico e nunca ter surpresas”,<br />

explica Nilson.<br />

Nos últimos dois anos os lucros<br />

foram tão satisfatórios que o permitiram<br />

construir uma bela casa para<br />

ele, outra para o caseiro e ainda<br />

investir numa pick-up nova em<br />

folha para o transporte da produção.<br />

Atualmente ele emprega duas<br />

pessoas apenas (Micheli Santos e<br />

Laércio), que fazem o manejo diário<br />

dos quase 17 mil pés de alface e<br />

rúcula, a embalamento para conservar<br />

a raiz fresca e as entregas.<br />

Animado com os resultados, o<br />

empregado José Alves Teixeira, que<br />

precisou se mudar de Ji-Paraná por<br />

motivos familiares, montou com o<br />

irmão em Ariquemes, numa data<br />

de 24m x 28 cm uma hidroponia<br />

nos mesmos moldes. Vai indo<br />

muito bem. “Fiz um financiamento<br />

no Banco do Brasil de R$ 69 mil<br />

há seis meses e comecei o meu<br />

negócio. Por enquanto já tenho<br />

quatro galpões, mas já estamos<br />

planejando fazer mais dois para dar<br />

conta da demanda”. Ele acrescenta<br />

que decidiu se estabelecer em dezembro,<br />

no começo das águas por<br />

um motivo que a hidroponia pode<br />

resolver. “Eu tinha certeza que com<br />

o excesso de chuva ia faltar verdura<br />

no mercado. Foi dito e certo. A<br />

gente foi logo vendendo toda a<br />

produção, desde o começo”, frisa.<br />

Landoaldo Gonçaves Rocha<br />

é proprietário de uma sorveteria<br />

bem localizada em Ouro Preto do<br />

Oeste, em frente à igreja matriz. Há<br />

oito anos, encorajado pelo cunhado,<br />

decidiu montar num terreno<br />

próximo uma horta hidropônica<br />

para o pai, o seu Rosalvo, hoje<br />

com 83 anos. Munido de informações<br />

que coletou na internet e<br />

com outros amigos, partiu para a<br />

construção do canteiro com as próprias<br />

mãos e a ajuda inestimável<br />

da esposa Sueli. Ali eles cultivam<br />

seis variedades de alface, rúcula,<br />

couve, mostarda, agrião, espinafre<br />

e couve-flor, que expõem numa<br />

banca na frente da sorveteria.<br />

Vendem tudo, com exceção da<br />

mostarda, que é adquirida pelo<br />

Supermercado Irmãos Gonçalves.<br />

Em vez de um poço artesiano, ele<br />

optou por construir uma grande<br />

caixa de 4.500 litros para abastecer<br />

o sistema que irriga as duas mil<br />

plantas da produção, numa área<br />

de 15m x 30m apenas. “Como dá<br />

pouco trabalho, a gente consegue<br />

conciliar muito bem com a sorveteria.<br />

E é lucrativo. Para cada mil<br />

reais investidos numa horta assim,<br />

a gente tira R$ 200,00 de despesa.<br />

O resto é lucro”, declara.<br />

A qualidade da água exige muitos cuidados e é o calcanhar de<br />

Aquiles de uma cultura hidropônica. Para isso, o produtor precisa<br />

estar sempre de olho no teor de alcalinidade e de acidez, o que<br />

é feito a partir de correções constantes com testes e adição de<br />

produtos próprios. O entupimento das calhas também costuma dar<br />

alguma dor de cabeça, mas pouca, garante o casal de agricultores.<br />

O desafio agora é ajudar a irmã Míriam a ampliar a hidroponia<br />

dela nos arredores de Cuiabá. “Ela está vendendo toda a produção e<br />

vamos montar mais três barracões lá”, completa Landoaldo Rocha.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

77


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78 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 79


DE FLORES À LINGUIÇA<br />

Pequenos produtores e um<br />

grande potencial<br />

Chacareiros de Porto Velho abastecem mercado local<br />

com hortaliças, linguiças e até flores artesanais<br />

Por Vanessa Farias<br />

Texto e foto<br />

S<br />

Setor Chacareiro, na Zona<br />

Leste de Porto Velho, é<br />

uma área de produção<br />

farta e constante. Representa 35%<br />

dos alimentos que vão à mesa de<br />

quem vive na capital do estado.<br />

Entre os produtos, o carro chefe<br />

são as hortaliças como cheiro verde,<br />

couve, alface, rúcula, coentro e chicória.<br />

Tudo muito bem organizado,<br />

inclusive com o registro legal de<br />

funcionários, no caso das propriedades<br />

de produção em larga escala.<br />

Segundo Silvio Souza, presidente<br />

da Associação Boa Safra, são<br />

mais de 100 produtores só no ramo<br />

de hortaliças e, desde os pequenos<br />

aos médios, todos recebem assistência<br />

da entidade em conjunto<br />

com a Associação Vale do Sol. “Nós<br />

estamos sempre correndo atrás das<br />

demandas. Como a nossa produção<br />

não para de crescer, voltamos com<br />

a nossa ‘Feirinha da Lama’, no final<br />

da Avenida Amazonas, onde os<br />

produtores podem expor e escoar<br />

a produção”, adiantou.<br />

Os pequenos produtores, como<br />

o casal Raimunda Lima e Juraci<br />

Araújo Pinto, agradecem a oportunidade.<br />

Em um pedaço de terra,<br />

medindo 100x200 metros, eles<br />

mesmos fazem todo o serviço.<br />

Plantam mandioca, fazem farinha,<br />

cultivam banana, melancia, abacaxi<br />

e criam galinhas e patos. “Tudo que<br />

nós fazemos aqui vendemos nas<br />

feiras da cidade”. Há cinco anos na<br />

lida, os agricultores contam com o<br />

apoio da Emater no fornecimento<br />

de calcário para melhoramento do<br />

solo e distribuição de sementes<br />

para a ampliação da produção.<br />

Com os produtos, o casal tem uma<br />

margem de lucro em torno de R$ 1<br />

mil por mês.<br />

A Linha Pé de Cedro, que corta<br />

todo o setor, é rica em solo e gente<br />

com garra para o trabalho. A produtora<br />

Feliciana Silva ainda está<br />

80 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Autossuficiência na<br />

produção de hortaliças<br />

Com trabalho duro e muito planejamento, Fábio<br />

Nascimento Melo se tornou outro exemplo de sucesso.<br />

Atendendo a grandes redes de supermercados da<br />

cidade, além de médios varejistas, a propriedade dele<br />

produz mensalmente 50 mil maços de cheiro verde,<br />

também conhecido como cebolinha. “É o meu carro<br />

chefe. Mas também produzimos coentro, couve e<br />

chicória”, diz o empreendedor do agronegócio.<br />

Além do preparo da terra e o sistema de irrigação<br />

para umedecer o solo e a plantação, Fábio utiliza também<br />

a tela sombrite, que quebra os raios solares em<br />

até 35%. “As mudinhas precisam dessa proteção para<br />

crescerem saudáveis”, justifica. Para isso, o produtor<br />

conta com uma equipe de cinco funcionários, todos<br />

registrados legalmente.<br />

cadastrando seu pedaço de terra junto<br />

à Emater, mas já começou a produção<br />

de cheiro verde, quiabo, maxixe e outras<br />

hortaliças e instalou o sistema de<br />

irrigação para que a plantação cresça<br />

saudável e tenha boa produtividade.<br />

Wanderson Leandro Nascimento,<br />

outro produtor do setor, está<br />

apostando em bananas. “Aqui eu<br />

já produzi e vendi de tudo. Agora<br />

resolvi investir na banana, que com<br />

apenas 15 dias plantada já está se<br />

fortalecendo”. Segundo Leandro, em<br />

10 meses a banana já estará pronta<br />

para colheita. “Com mil cachos por<br />

ano eu vou conseguir vender para a<br />

própria Emater e ter um lucro de até<br />

R$ 25 mil”, completou.<br />

Plantas artesanais<br />

para embelezar<br />

e mudas para<br />

reflorestar<br />

O diferencial no Setor Chacareiro<br />

são os viveiros de plantas artesanais<br />

e de reflorestamento. No Viveiro<br />

Amazônia, os principais produtos<br />

são as mudas de árvores nativas e<br />

frutíferas para reflorestamento de<br />

Áreas de Proteção Permanentes<br />

(APP´s), nascentes e mata ciliar, tanto<br />

em Rondônia quanto no Amazonas,<br />

Acre e Mato Grosso.<br />

Juliano Coenga, proprietário do<br />

viveiro, explica que mesmo com o<br />

escritório de atendimento ao público<br />

localizado na área central da cidade,<br />

uma base de vendas no Porto Velho<br />

Shopping, além da Casa Rural (loja da<br />

família), a crise econômica também<br />

vem atingindo o setor. “Neste mesmo<br />

período do ano passado, eu tinha 46<br />

colaboradores trabalhando no viveiro,<br />

hoje só tenho seis. O mercado<br />

instável abala diretamente também<br />

o produtor”, desabafou.<br />

Embora com dificuldade, o viveiro<br />

continua com o trabalho, coletando<br />

as mudas em pontos estratégicos<br />

da floresta e ainda comprando<br />

sementes para as ornamentais das<br />

regiões Sul e Sudeste do país.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 81


Linguiça bovina<br />

é a novidade<br />

do pedaço<br />

De açougueiro a produtor de<br />

linguiça, foi fácil para o produtor<br />

Silvio Carlos dos Santos começar a<br />

ganhar a graça da vizinhança. Com<br />

50 quilos de produção por semana,<br />

o ex-açougueiro agora fatura 30%<br />

de lucro em cima do valor do quilo<br />

da linguiça: R$12,00.<br />

Das levemente apimentadas<br />

às mais fininhas “bem quentes”, as<br />

linguiças atendem a vários gostos.<br />

Todas são feitas com carne bovina,<br />

que Silvio compra diretamente do<br />

Frigorífico Top.<br />

Morando em uma propriedade<br />

pertencente a um afilhado, Silvio faz<br />

toda a produção de forma caseira,<br />

mas já investiu em máquinas e equipamentos<br />

que, tão logo o negócio<br />

estiver devidamente legalizado, o<br />

produtor vai poder vender para o<br />

comércio da região.<br />

82 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


Adubo desenvolvido por produtor de Rondônia<br />

desperta interesse de floristas do Brasil<br />

A Rondoflores é o cartão postal<br />

do Setor Chacareiro da capital. O<br />

viveiro atende a capital e o estado<br />

vizinho Acre com as mais lindas flores<br />

decorativas. A Rosa do Deserto,<br />

importada de Taiwan (Japão) é de<br />

um encanto inigualável. Apenas a<br />

espécie produz mais de 150 cores<br />

diferentes. E o produtor ainda deu<br />

um “jeitinho” de deixar os arranjos<br />

ainda mais belos enxertando até<br />

três cores em um só pé.<br />

Os proprietários do viveiro criaram<br />

recentemente um adubo especial<br />

que já está dando o que<br />

falar entre os grandes produtores<br />

do Brasil. A Rondoflores já está<br />

inscrita no Festival de Flores de Holambra<br />

(SP) deste ano. “Eles querem<br />

comprar de nós. Vamos começar a<br />

atender os grandes centros”, disse<br />

empolgada Graciele Auxiliadora,<br />

dona do viveiro. Os produtores<br />

enfatizam que a equipe da Emater<br />

tem uma importante parceria no<br />

fornecimento de calcário e outros<br />

insumos. Em 7,5 hectares de terra as<br />

flores ornamentais, as ervas medicinais<br />

e os condimentos formam um<br />

cenário único com uma produção<br />

de 150 a 200 mil mudas por mês.<br />

Graciele explica que o calendário<br />

é meticulosamente seguido para<br />

atender a demanda de datas comemorativas,<br />

quando a produção tem<br />

ainda mais saída.<br />

“Atendemos a nove grandes<br />

supermercados de Porto Velho, seis<br />

no Acre e mais os viveiros da cidade.<br />

Temos nove funcionários, todos registrados,<br />

e já estamos precisando<br />

de pelo menos 15. A nossa meta é<br />

chegar a 50 colaboradores”, revelou<br />

a proprietária.<br />

Com o adubo especial feito<br />

pelos produtores a espécie de flor<br />

Ixória, que só floresce em determinados<br />

períodos do ano, agora abre<br />

lindas flores durante os 12 meses. A<br />

Rondoflores, além de gerar economia<br />

e emprego, agora vai representar<br />

o estado nos principais centros<br />

metropolitanos com a beleza de sua<br />

produção.<br />

TELHAS DE CONCRETO<br />

BLOCOS E CANALETAS<br />

CINZA PÉROLA<br />

MARROM<br />

GRAFITE<br />

VERMELHA<br />

DIMENSÕES<br />

09 x 19 x 39<br />

14 x 19 x 39<br />

19 x 19 x 39<br />

DIMENSÕES<br />

09 x 19 x 19<br />

14 x 19 x 39<br />

19 x 19 x 39<br />

MOURÕES E ESTACAS<br />

COCHO DE CONCRETO<br />

2,50M<br />

CANELA<br />

PAVER’S<br />

MOST A<br />

PISO PODOTÁTIL<br />

60<br />

80<br />

40<br />

PODOTÁTIL ALERTA<br />

PODOTÁTIL DIRECIONAL<br />

CURVO RETO<br />

45<br />

15<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 83


CAFEICULTURA<br />

PROGRAMA REVITALIZA<br />

lavouras de café de 200<br />

produtores de Porto Velho<br />

O programa de revitalização das lavouras cafeeiras implantado em 2013 pela<br />

Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric) em parceria com a Embrapa e Emater<br />

garantiu rentabilidade a mais de 200 pequenos produtores da Capital<br />

Por Gerson Costa<br />

A<br />

primeira colheita foi realizada<br />

e alcançou cerca<br />

de 45 sacas por hectare<br />

em plantações não irrigadas. Nas<br />

chamadas áreas experimentais em<br />

Extrema, Nova Califórnia, Rio Pardo<br />

e União Bandeirantes, os agricultores<br />

receberam mudas, assistência<br />

técnica, análise e correção de solo<br />

com aplicação de calcário. O projeto<br />

deu certo e outras 6 localidades<br />

foram acrescentadas ao programa.<br />

No total foram distribuídas 539<br />

mil mudas aos 215 produtores<br />

cadastrados. Todos estão dentro<br />

dos critérios da Lei de Agricultura<br />

Familiar e fichados no Cadastro<br />

Ambiental Rural (CAR).<br />

O agrônomo Rodrigo da Silva<br />

Ribeiro explica que a Semagric<br />

pesquisou quais territórios do<br />

município de Porto Velho tinham<br />

vocação para a produção cafeeira.<br />

Após a identificação das áreas, o<br />

programa foi implantado e também<br />

tornou possível a recuperação<br />

de lavouras antigas. “Nós fizemos<br />

parcerias com a Embrapa e Emater.<br />

Nossos técnicos recebem capacitação<br />

da Embrapa e repassamos as<br />

tecnologias aos produtores”, disse<br />

Rodrigo. As variedades usadas no<br />

plantio são a BRS Ouro Preto e as<br />

mudas dos viveiristas credenciados<br />

pelo Ministério da Agricultura. Para<br />

ele, na terceira safra, o produtor<br />

que investir na irrigação poderá<br />

alcançar até 100 sacas de café por<br />

hectare do tipo conillon.<br />

539 mil mudas distribuídas<br />

Porto Velho - 37.500<br />

Joana D’arc - 72.500<br />

Rio Pardo - 77.500<br />

União Bandeirantes - 110.000<br />

Vista Alegre do Abunã - 2.500<br />

Extrema - 57.500<br />

Jaci Paraná - 52.500<br />

Ramal Santa Rita (52.500)<br />

Morrinhos (22.500).<br />

84 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


JÁ IMAGINOU QUANTOS LUGARES VOCÊ PODERIA<br />

CONHECER SE GANHASSE 10 ANOS DE FÉRIAS?<br />

Corra, quanto antes você comprar,<br />

mais chances de ganhar.<br />

CENTRO: 69 3026-5353<br />

SHOPPING: 69 3218-8155<br />

JATUARANA: 69 3210-1010<br />

ARIQUEMES: 69 3535-2440<br />

JI-PARANÁ: 69 3423-2414<br />

ROLIM DE MOURA: 69 3442-6888<br />

CACOAL: 69 3441-2047<br />

VILHENA: 69 3321-5006<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA sempre 85ComVC


PORTAL ÓLEOS VEGETAIS<br />

Uma empresa rondoniense<br />

Instalada no município de Vilhena, a empresa foi<br />

fundada em 1997, com o objetivo de processar os<br />

grãos de soja produzidos no conesul do estado.<br />

A empresa cresceu aos poucos, conquistando espaço<br />

com trabalho sério e qualidade no produto oferecido.<br />

Ganhou confiança de clientes e de agricultores, que<br />

passaram a ter mercado em Rondônia para a soja<br />

produzida.<br />

A soja é transformada em óleo de soja bruto<br />

degomado e farelo de soja.<br />

O farelo de soja é considerado a melhor fonte de<br />

proteína de origem vegetal do mundo. Sendo<br />

comercializado, em Granel e Ensacado (50 kg).<br />

Produto de excelente qualidade para a produção de<br />

rações balanceadas para as mais variadas espécies de<br />

animais (aves, bovinos, peixes e suínos).<br />

A Portal Óleos Vegetais atende todo<br />

o mercado da região norte brasileira<br />

Para mais informações visite nosso estande na Rondônia Rural Show<br />

Fones: (69) 3322-5552 e (69) 8111-5649<br />

86 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


GRITO DA PECUÁRIA<br />

ASSEMBLEIA AJUDA<br />

a reorganizar cadeia<br />

produtiva da pecuária<br />

Para frear prejuízos que chegaram a R$ 579 milhões em 2015, Legislativo cria CPI dos<br />

Frigoríficos, discute precisão de balanças e incentiva criação do Instituto da Carne.<br />

Por Gerson Costa<br />

Embora esteja centrada no<br />

tema de sua propositura,<br />

as investigações sobre o<br />

cartel do preço da arroba do boi<br />

gordo, a Assembleia Legislativa de<br />

Rondônia deu um grande passo<br />

para reorganizar toda a cadeira<br />

produtiva da pecuária de corte com<br />

os depoimentos de produtores,<br />

organismos estatais, entidades de<br />

classe rural e representantes das<br />

indústrias na CPI dos Frigoríficos.<br />

A primeira providência, logo<br />

após a conclusão do relatório, é<br />

a discussão da Lei de Incentivo<br />

Fiscal, ampliando os critérios para<br />

concessão e obrigando o governo<br />

estadual a reforçar a fiscalização<br />

sobre os beneficiários. “Vamos<br />

reestruturar essa norma na Assembleia<br />

porque a atual é antiga e se<br />

tornou automática para todos os<br />

frigoríficos que trabalham com a<br />

desossa da carne. Vamos elaborar<br />

uma proposta para melhorar a<br />

fiscalização”, explicou o presidente<br />

da CPI, deputado Adelino Follador<br />

(DEM-Ariquemes).<br />

Outro grave problema detectado<br />

nos últimos três meses de<br />

trabalho da comissão foram as<br />

reclamações dos criadores em relação<br />

a precisão das balanças instaladas<br />

nas indústrias. A Assembleia<br />

Legislativa, com apoio da Câmara<br />

Setorial da Carne, Federação da<br />

Agricultura e Pecuária de Rondônia<br />

(Faperon) e a associações de produtores<br />

rurais, representada nos<br />

trabalhos pelo empresário Adélio<br />

Barofaldi, pretende incentivar<br />

a criação do Instituto da Carne,<br />

mantido por um fundo criado por<br />

lei, mas sem a ingerência do Estado.<br />

Adelino acredita no modelo<br />

implantado no Mato Grosso, onde<br />

os membros da CPI fizeram uma<br />

visita no mês de abril.<br />

Naquele estado, o criador paga<br />

R$ 1,00 a cada boi abatido, o governo<br />

mais R$ 1,00, e os frigoríficos<br />

outros R$ 2,00. “O fundo é administrado<br />

pelo conselho formado entre<br />

produtores, indústrias e governo”,<br />

esclareceu o parlamentar. Esse<br />

instituto ficaria<br />

responsável<br />

pela<br />

instala-<br />

ção de balanças nas empresas.<br />

Preocupada com a crise da carne,<br />

que deu prejuízo na ordem de<br />

R$ 579 milhões aos cofres estaduais<br />

em 2015, a Assembleia Legislativa<br />

criou a CPI dos Frigoríficos com<br />

base nas denúncias de cartelização<br />

dos preços praticados pelos frigoríficos.<br />

Uma das acusações é que a<br />

gigante JBS-Friboi, que responde<br />

por 50% dos abates no estado,<br />

fechou várias plantas contribuindo<br />

para queda do preço do boi. Rondônia<br />

tem hoje 11 plantas ativas e<br />

nove fechadas.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 87<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

87


UM LEGISLATIVO<br />

PARCEIRO<br />

para um setor pujante<br />

Por Eranildo Costa Luna<br />

O<br />

apoio para que os<br />

produtores rurais ampliem<br />

e melhorem a<br />

produção tem sido uma prioridade<br />

dos deputados estaduais.<br />

O Legislativo tem aprovado leis,<br />

destinado emendas e intercedido<br />

junto ao Executivo em defesa do<br />

setor produtivo.<br />

Além dessas ações, a Assembleia<br />

realiza audiências públicas na<br />

capital e no interior para debater a<br />

cadeia produtiva, e instalou uma<br />

Comissão Parlamentar de Inquérito<br />

(CPI) para apurar a suposta<br />

formação de cartel no setor frigorífico,<br />

prejudicando aos criadores.<br />

“Quem trabalha e produz, tem<br />

o nosso apoio, o nosso respeito. A<br />

Assembleia está de portas abertas<br />

para votar projetos de interesse<br />

das famílias do campo e para o<br />

fortalecimento do agronegócio e<br />

também da agricultura familiar”,<br />

assegurou o presidente da Assembleia<br />

Legislativa, Maurão de<br />

Carvalho (PMDB).<br />

A regularização fundiária, o<br />

acesso ao crédito, a distribuição<br />

de calcário e a assistência técnica<br />

são peças fundamentais para que<br />

o ciclo de crescimento do setor<br />

produtivo seja vigoroso e que Rondônia<br />

se consolide como a nova<br />

fronteira da produção, de forma<br />

sustentável.<br />

Emendas<br />

Dos cerca de R$ 3,2 milhões<br />

de emenda individual para este<br />

ano, o presidente da casa destinou<br />

aproximadamente R$ 2,5 milhões<br />

para atender o setor produtivo<br />

com máquinas, implementos,<br />

88 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


equipamentos, tratores e<br />

caminhões para o transporte<br />

da produção.<br />

Esse recurso chegou<br />

aos produtores de Campo<br />

Novo de Rondônia, que<br />

foram contemplados com<br />

um caminhão e tanques de<br />

resfriamento de leite para<br />

melhorar a produção. Em<br />

Rolim de Moura, o parlamentar<br />

destinou emenda para a<br />

compra de grades aradoras,<br />

distribuidoras de calcário e<br />

roçadeiras hidráulicas.<br />

Em Porto Velho, os pequenos<br />

produtores de farinha<br />

do reassentamento<br />

Riacho Azul, no Ramal São<br />

Domingos, foram contemplados<br />

com um caminhão<br />

para o transporte da produção<br />

até os mercados da<br />

capital.<br />

Estímulo à<br />

cafeicultura<br />

Para estimular a cafeicultura, os deputados<br />

estaduais estudam a destinação de R$<br />

10 milhões, no orçamento de 2017, através<br />

de uma emenda coletiva, para a aquisição de<br />

mudas de café clonal, que serão distribuídas<br />

aos produtores.<br />

“Hoje, com o preço em alta no mercado,<br />

a rentabilidade do café é muito boa e gera<br />

tributos ao Governo. Em um alqueire, se<br />

produz em média 300 sacas de café, que<br />

geram cerca de R$ 15 mil em impostos, empregos<br />

e ajuda a girar a roda da economia”,<br />

completou Maurão.<br />

Para o presidente, Rondônia tem superado<br />

a crise que atinge o país, graças<br />

ao setor produtivo forte. “Tudo o que vier<br />

contribuir para a melhoria e o aumento da<br />

nossa produtividade, vai significar mais ganhos<br />

para quem produz, mais empregos e<br />

o crescimento de nossa economia”.<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

89


INFORME PUBLICITÁRIO SINJUR<br />

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR 257/16<br />

QUEREM QUE O FUNCIONALISMO<br />

PÚBLICO PAGUE A CONTA<br />

PLC cria medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal em<br />

detrimento aos direitos dos trabalhadores.<br />

Como se já não bastasse as dificuldades<br />

enfrentadas pelo<br />

funcionalismo público para<br />

garantir direitos mínimos, nos últimos<br />

dias o Governo Federal apresentou à<br />

Câmara dos Deputados o Projeto de Lei<br />

Complementar 257/2016 (PLC<br />

257/16) que trata do Plano de Auxílio<br />

aos Estados e ao Distrito Federal, criando<br />

medidas de estímulo ao reequilíbrio<br />

fiscal em detrimento aos direitos<br />

dos trabalhadores.<br />

Contudo, a medida representa uma<br />

grave ameaça aos direitos dos trabalhadores<br />

públicos das três esferas (federal,<br />

estadual e municipal), colocando em<br />

risco direitos conquistados ao longo do<br />

tempo pelo funcionalismo público, sob<br />

o argumento de controlar gastos. Tais<br />

medidas podem suspender o aumento<br />

real do salário mínimo e provocar redução<br />

do quadro de pessoal no funcionalismo<br />

público, por meio do programa<br />

de demissões voluntárias.<br />

O PLC 257/2016 promove ainda o<br />

congelamento dos concursos e de<br />

salários e eleva a contribuição previdenciária,<br />

reduzindo assim o salário do<br />

trabalhador. Trata-se de uma tentativa<br />

de ganhar apoio dos Estados por meio<br />

de um plano de Auxílio, ampliando o<br />

tempo de contrato da dívida dos Estados<br />

com o Tesouro Nacional para 20<br />

anos.<br />

“É um ataque acintoso aos direitos<br />

do funcionalismo público. De imediato<br />

os governos estariam proibidos de<br />

conceder reajuste, exceto o que já está<br />

previsto em lei. Novos servidores não<br />

poderão ser nomeados, com raras<br />

exceções, e deve ser reduzido, em 10%,<br />

o gasto com cargos comissionados,”<br />

disse o Presidente do Sinjur, Francisco<br />

Roque.<br />

O ataque passo a passo<br />

1ª fase – Restringe a ampliação do quadro<br />

de pessoal, o reajuste real de salários<br />

do funcionalismo e promove cortes de<br />

gastos discricionários, administrativos e<br />

com cargos de confiança.<br />

2ª fase – Proíbe os aumentos nominais<br />

de salários e concessão de novos<br />

subsídios e desonerações; também seriam<br />

adotados mais cortes de gastos discricionários,<br />

administrativos e dos cargos<br />

comissionados.<br />

3ª fase – Suspender reajustes reais do<br />

salário mínimo, benefícios de servidores<br />

são cortados em até 30% e implantar<br />

programa de desligamento voluntário ou<br />

licença temporária no funcionamento<br />

federal.<br />

Conheça alguns dos principais<br />

pontos do PLC 257/2016<br />

Art. 3º A União poderá celebrar os termos<br />

aditivos de que trata o art. 1º desta<br />

Lei Complementar, cabendo aos Estados<br />

e ao Distrito Federal sancionar e publicar<br />

leis que determinem a adoção, durante os<br />

24 meses seguintes à assinatura do termo<br />

aditivo, das seguintes medidas:<br />

I – não conceder vantagem, aumento,<br />

reajustes ou adequação de remunerações<br />

a qualquer título, ressalvadas as<br />

Projeto foi<br />

debatido<br />

em audiência<br />

pública na<br />

Assembleia<br />

Legislativa<br />

em Rondônia.<br />

decorrentes de atos derivados de sentença<br />

judicial e a revisão prevista no inciso X<br />

do art. 37 da Constituição Federal;<br />

II – limitar o crescimento das outras<br />

despesas correntes, exceto transferências<br />

a Municípios e Pasep, à variação da inflação,<br />

aferida anualmente pelo IPCA ou por<br />

outro que venha a substituí-lo;<br />

III – vedar a edição de novas leis ou a<br />

criação de programas que concedam ou<br />

ampliem incentivo ou benefício de<br />

natureza tributária ou financeira;<br />

IV – suspender admissão ou contratação<br />

de pessoal, a qualquer título, inclusive<br />

por empresas estatais dependentes,<br />

por autarquias e por fundações instituídas<br />

e mantidas pelo Poder Público, ressalvadas<br />

as reposições decorrentes de vacância,<br />

aposentadoria ou falecimento de<br />

servidores nas áreas de educação, saúde e<br />

segurança, bem como as reposições de<br />

cargos de chefia e de direção que não<br />

acarretem aumento de despesa, em<br />

qualquer caso sendo consideradas apenas<br />

as vacâncias ocorridas a partir da data de<br />

assinatura do termo aditivo; e<br />

V – reduzir em 10% (dez por cento) a<br />

despesa mensal com cargos de livre<br />

provimento, em comparação com a do<br />

mês de junho de 2014.<br />

Assessoria de Imprensa - Sinjur<br />

Foto:Toni Francis<br />

90 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


OAB/RO<br />

“O BRASIL VIVE UM MOMENTO DE EXPURGO”<br />

O presidente da Seccional Rondônia da Ordem das<br />

Advogados Brasil (OAB/RO), Andrey Cavalcante, respondeu a<br />

perguntas elaboradas por alunos e equipe do Instituto Federal<br />

de Rondônia (IFRO). Os questionamentos foram preparados<br />

para o 1º Gestão em Pauta, que também contou com<br />

participação do secretário-geral da Seccional, Márcio Nogueira.<br />

A atual crise política vivida<br />

pelo Brasil teve origem na descoberta<br />

de esquemas ilegais envolvendo<br />

integrantes da alta cúpula<br />

do governo federal, empresas<br />

públicas e parlamentares. O senhor<br />

acredita que a corrupção no<br />

país é uma questão de cultura ou<br />

falta de controle?<br />

As duas coisas. Difícil estabelecer<br />

o que é causa e o que é consequência.<br />

Temos que continuar no<br />

caminho de aprimorar os mecanismos<br />

de controle sobre a coisa pública,<br />

aumentando a participação<br />

social, popular em cada iniciativa.<br />

Somente quando a população toda<br />

se envolve nessa tarefa, podemos<br />

ter garantias de que ela não será<br />

feita apenas pela metade.<br />

Penas mais severas para a<br />

corrupção podem ser uma saída?<br />

Muitas medidas podem ajudar<br />

a mudar o ambiente favorável à<br />

corrupção no Brasil. Penas mais<br />

severas poderiam ajudar, mas<br />

penas que limitassem a participação<br />

na vida pública talvez fossem<br />

mais eficientes. Muitos de nossos<br />

políticos agem como profissionais<br />

acostumados a processos sem<br />

fim e a condenações de naturezas<br />

mais diversas. Aos poucos isso tem<br />

mudado, como aconteceu após a<br />

Lei da Ficha Limpa. Os escândalos<br />

recentes mostram que isso ainda<br />

é pouco. Mas, mais do que penas<br />

duras, temos que mudar o sistema,<br />

como foi o caso citado do financiamento<br />

de campanhas. Precisamos<br />

avançar na composição do sistema<br />

partidário, que ainda é falho, e na<br />

forma como o mandato se relaciona<br />

como as expectativas do eleitor.<br />

Sem dúvida, tudo passa por eliminar<br />

privilégios e mostrar aos políticos<br />

que eles são apenas cidadãos<br />

cumprindo uma tarefa em nome<br />

do povo e não seres especiais que<br />

não podem ser alcançados pela lei.<br />

Mas, muitas vezes a população<br />

se sente impotente ao ver que a<br />

maioria dos casos revelados não<br />

resulta em qualquer punição.<br />

A sensação de impunidade<br />

deixa tudo pior. Se nosso país<br />

abriga uma cultura de corrupção,<br />

sem dúvidas a impunidade colabora<br />

bastante. Mas a impunidade<br />

é parte dessa cultura, talvez seja<br />

um dos fatores mais importantes<br />

de fomento à corrupção.<br />

É importante ter em vista, contudo,<br />

que, apesar de a nossa vontade<br />

de justiça ser grande, não<br />

podemos atropelar as conquistas<br />

da nossa justiça. Não podemos nos<br />

esquecer que o Brasil é também<br />

um país de fortes tradições autoritárias,<br />

e precisamos preservar as<br />

garantias constitucionais que nos<br />

possibilitam um processo justo.<br />

Apesar da vontade de apressar<br />

as coisas, temos que ir um passo<br />

de cada vez. Debater bastante,<br />

analisar as coisas com calma. Não<br />

podemos concordar com as críticas<br />

tão comuns hoje em dia contra o<br />

direito de defesa, críticas que querem<br />

tirar o equilíbrio do processo<br />

entre as partes e fazer com que o<br />

magistrado atue em nome de uma<br />

dessas partes. Somos amplamente<br />

favoráveis à luta contra a corrupção<br />

e defendemos que essa luta<br />

pode ser intensificada dentro dos<br />

parâmetros decentes de justiça<br />

apregoados por nossa Constituição<br />

cidadã – aliás, na maior parte dos<br />

casos, é o que temos visto acontecer<br />

hoje em dia.<br />

Cabe à população ficar mais<br />

vigilante e cobrar mais punições<br />

dentro da legalidade?<br />

O papel da sociedade é o de<br />

ditar os rumos. No fim, tudo o que<br />

importa é o interesse do povo.<br />

Temos visto intensa participação<br />

popular e nosso dever é o de ajudar<br />

assegurar que o povo possa ocupar<br />

as ruas, manifestar sua indignação<br />

e pressionar por mudanças.<br />

O povo foi para as ruas , boa<br />

parte pedindo o impeachment,<br />

como forma de solução para o<br />

país. O impeachment, procedimento<br />

previsto na Constituição,<br />

pode ser utilizado como uma<br />

maneira de controle sobre as<br />

ilegalidades na esfera pública?<br />

O impeachment atual e todos<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

91


OAB/RO<br />

os processos de investigação que<br />

estão deixando a opinião pública<br />

brasileira estarrecida nos últimos<br />

meses mostram que as instituições<br />

de controle estão cada vez mais<br />

fortes. Isso não exclui, contudo,<br />

o fato de que temos muito o que<br />

melhorar para termos um processo<br />

político que seja mais correto. O<br />

sistema político no Brasil é falho,<br />

temos um multipartidarismo personalista<br />

demais – partidos que<br />

pertencem a alguém ou que visam<br />

a atender aos interesses de uns<br />

poucos –, ainda convivemos com a<br />

sobreposição do interesse pessoal<br />

muito acima do interesse público.<br />

Não é só o impeachment que mostra<br />

que a corrupção chegou ao limite,<br />

mas o grande número de ações<br />

que hoje atingem enorme parcela<br />

de políticos eleitos no Brasil. O<br />

caminho é incentivar a fiscalização<br />

dos mandatos, sem esquecer de<br />

atuarmos na base, cobrando, antes<br />

de votar, a forma com que é feito o<br />

compromisso com o povo.<br />

Mas o pedido de impeachment<br />

em tramitação no Congresso<br />

não se baseia nos atos de<br />

corrupção revelados principalmente<br />

na Operação Lava Jato,<br />

e sim nas chamadas “pedaladas<br />

fiscais”. Isso pode ser considerado<br />

ato ilegal?<br />

Para a OAB, as evidências são<br />

fortes no sentido de demonstrar<br />

que a presidente agiu com dolo<br />

ao manipular informações fiscais<br />

com o fim de obter vantagens<br />

indevidas que repercutissem de<br />

modo favorável à sua candidatura<br />

no processo eleitoral. O expediente<br />

das chamadas “pedaladas fiscais”<br />

jamais atingiram a monta atual,<br />

nunca foram tão expressivas e nunca<br />

tinham sido usadas para manipular<br />

um cenário macroeconômico<br />

de modo a intervir num processo<br />

eleitoral, como é o caso atual. Não<br />

se trata de avaliar apenas a manobra<br />

que poderia ter sido “irregular”<br />

ou “ilegal”, num sentido mais<br />

restrito, mas de avaliar a extensão,<br />

que é enorme, e a finalidade, que<br />

foi a de criar, para a população, um<br />

cenário de bem-estar e equilíbrio<br />

nas contas públicas que jamais<br />

existiu, escondendo déficits púbicos<br />

gigantescos, com o propósito<br />

de angariar votos para a reeleição.<br />

É a soma desses fatores que levou<br />

a OAB Nacional a apoiar o pedido<br />

hoje em discussão.<br />

Terminado o processo de<br />

impeachment, independentemente<br />

do resultado, o que pode<br />

ser feito para evitar novos casos?<br />

Talvez a tão esperada Reforma<br />

Política?<br />

O Brasil vive um momento de<br />

expurgo. Há muita coisa acontecendo,<br />

e estamos em meio a uma<br />

grave crise econômica também.<br />

Temos que passar a limpo os casos<br />

já sob avaliação e, na primeira<br />

oportunidade, colocar o sistema<br />

político em julgamento. De certa<br />

forma, um impeachment faz isso.<br />

Muitas pessoas já estão se levantando<br />

contra o vice-Presidente ou<br />

contra o Presidente da Câmara,<br />

que, amanhã ou depois, pode vir<br />

a governar o país. Essa escalada<br />

pode levar a uma crise ainda maior<br />

e, claro, vamos ter que construir<br />

uma saída para ela. Nenhuma<br />

reforma agora seria factível, mas<br />

devemos aproveitar o momento<br />

para questionar com afinco os<br />

rumos daqui em diante.<br />

E como acabar com a relação,<br />

digamos “perigosa”, entre entes<br />

privados e públicos?<br />

A OAB foi a propositora da<br />

ação de inconstitucionalidade<br />

que resultou no fim de doações<br />

por empresas a campanhas eleitorais.<br />

Empresa não vota, empresa<br />

não possui direitos políticos. Está<br />

ficando cada vez mais claro, por<br />

investigações como a da Lava Jato,<br />

o tamanho da capacidade de as<br />

empresas intervirem no processo<br />

eleitoral mediante financiamento<br />

de campanhas. O financiamento<br />

público de campanhas é uma<br />

medida que precisa ser muito<br />

bem avaliada, com bastante cautela,<br />

mas pode ajudar a melhorar<br />

o cenário. As doações individuais,<br />

limitadas a determinados valores,<br />

também poderiam ser um bom<br />

caminho, desde que bem monitoradas.<br />

O jogo democrático não pode<br />

ser fechado, impedindo a população<br />

de apoiar seus candidatos<br />

e suas agendas. Estamos<br />

aprendendo a tornar isso possível<br />

sem desequilíbrios que deixem o<br />

jogo injusto. O fim das doações<br />

por empresas certamente é um<br />

grande avanço. Além disso, hoje<br />

é mais nítido do que nunca que<br />

precisamos avançar nos meios<br />

de refinar nossos processos relacionados<br />

a tudo que diz respeito<br />

com a coisa pública. Temos que<br />

usar a tecnologia ao nosso dispor<br />

e aprimorar tudo. Temos que criar<br />

ferramentas colaborativas, que<br />

incluam a participação popular,<br />

por todos os meios disponíveis.<br />

Uma democracia real precisa de<br />

inclusão e participação. Eu diria<br />

que o principal paradigma que<br />

deve ser trabalhado para ajudar<br />

mais o Brasil é de construir uma<br />

burocracia inclusiva e transparente,<br />

facilmente acessível, compreensível<br />

e determinante para que<br />

o poder púbico saia das sombras<br />

e se abra para os olhos de seus<br />

verdadeiros donos, os cidadãos e<br />

cidadãs comuns que efetivamente<br />

sustentam este país.<br />

92 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 93


TURISMO<br />

Chef<br />

Márcio<br />

Pereira<br />

Criando<br />

novos pratos<br />

e adaptando<br />

famosas<br />

receitas<br />

94 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


ALTA GASTRONOMIA ÀS<br />

margens de um paraíso<br />

Em Pimenteiras um chef de cozinha cria receitas inusitadas com<br />

pescado da região. Os pratos variam do já conhecido peixe à<br />

parmegiana ao filé com calda de chocolate.<br />

Por Ivonete Gomes<br />

Fotos: Ivonete Gomes e Marcos Figueira<br />

A<br />

780 quilômetros de Porto Velho, banhada pelo rio Santa Cruz que só corre mais<br />

quatro quilômetros para desaguar no suntuoso Guaporé, uma pousada do município<br />

de Pimenteiras vem atraindo até turistas japoneses. Ocupando uma área<br />

de quatro hectares, o lugar só tem estruturas de madeira. É rústico, elegante e decorado<br />

com objetos antigos que dão ar retrô ao ambiente. Os quatro chalés distribuídos pela propriedade<br />

têm capacidade para um quarteto de pessoas. São confortáveis e aprazíveis, mas<br />

não representam o principal atrativo da pousada. Das mais de 400 pessoas que chegam ao<br />

Rancho Verde na alta temporada – de junho a novembro – 80% são atraídas pelos pratos<br />

do chef autoditada e proprietário do local, Márcio Pereira.<br />

O projeto saiu do papel em 2014 e custou o dobro do valor previsto pelo empreendedor. O<br />

MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 95


TURISMO<br />

primeiro ano foi de sacrifício e muitos testes na cozinha<br />

“Não tinha energia elétrica. Tive que investir R$ 25 mil<br />

na compra de transformador e instalação elétrica. Esse<br />

gargalo só me fez recuperar metade do investimento<br />

total até agora”, diz Márcio.<br />

O período de escuridão na pousada não foi em<br />

vão. Márcio aproveitou a folga antecipada pela falta de<br />

energia para testar as receitas. “Eu criei alguns pratos e<br />

adaptei outros. Teve prato português que eu substituí<br />

o bacalhau por um peixe da região. Os amigos que eu<br />

chamava para provar gostaram da ideia. Meus amigos<br />

foram minhas cobaias”, brinca o chef.<br />

Embora venha se destacando pelas peculiares<br />

receitas a base de pescado, a margem de lucro com<br />

a alimentação é pouca, só 20%. O maior rendimento<br />

vem da hospedagem, 70%. Ainda assim, o empresário<br />

não pensa em aumentar o número de chalés. “Se aumento<br />

o número de hóspedes tenho que aumentar a<br />

quantidade de comida para servir. Não quero perder<br />

a qualidade na cozinha, por isso reduzi o número de<br />

almoço. Já cheguei a servir 88 pessoas por dia. Hoje,<br />

não aceito mais do que 50 reservas”, revela.<br />

A fama do restaurante da pousada se espalhou pela<br />

região do Cone Sul de Rondônia e chegou aos ouvidos<br />

dos turistas de pesca esportiva que frequentam o rio<br />

Guaporé em busca dos peixes amazônicos. A procura é<br />

grande, por isso, para provar os pratos elaborados pelo<br />

chef é preciso fazer reserva antecipada.<br />

Além do sabor da comida, a quantidade e variedade<br />

também transformam o Rancho Verde em um<br />

lugar único. Por dia, são servidos em média 15 pratos<br />

diferentes, todos feitos com peixes nativos da região. “A<br />

demanda é grande. Para atender no período do defeso<br />

faço a estocagem de peixe em quatro freezers. No ano<br />

passado esperava servir entre 15 e 20 almoços por<br />

dia, mas ao final já tinha servido mais de mil pessoas.<br />

Resultado: o peixe que eu esperava ser suficiente até<br />

fevereiro acabou em dezembro”, relembra o sucesso.<br />

A Rancho Verde atende de quarta a domingo e<br />

está sempre lotada, sinal de que tem dado certo a<br />

tesoura aberta pendurada acima de uma das portas<br />

do restaurante da pousada (superstição para fazer o<br />

cliente voltar). “A empresária Márcia Viana, moradora<br />

de Pimenteiras, é frequentadora assídua e fã dos pratos<br />

elaborados pelo chef. “Eu gosto da lasanha de pintado<br />

e do filé de pintado com molho de maracujá. A mistura<br />

do frio com o quente e do salgado com o doce é deliciosa”,<br />

diz a empresária sentada a uma das mesas com<br />

convidados de Vilhena.<br />

A deliciosa “liturgia”<br />

do almoço<br />

Depois de horas de trabalho árduo na cozinha, com<br />

apenas um ajudante, o chef dá início ao almoço. Numa<br />

mesa de aproximadamente 2,5 metros oferece em sistema<br />

self service saladas variadas, pirão, arroz, tucunaré<br />

assado e outros acompanhamentos. Lodivan Orlando,<br />

empresário do ramo hoteleiro de Cerejeiras, alerta com<br />

a experiência de quem já esteve no local algumas vezes:<br />

“é melhor não encher o prato para aguentar e apreciar<br />

o que é servido nas mesas”.<br />

Dito e feito. Começa o rodízio de peixe e, em seguida,<br />

os murmurinhos dos turistas espantados com<br />

a ousadia do chef, afinal, não é todo dia que se come<br />

piau na folha da bananeira, escondidinho de peixe;<br />

peixe gratinado; peixe ao molho de mostarda; quibe<br />

de peixe; peixe na moranga e gergelim e para finalizar<br />

peixe com calda de chocolate.<br />

Mas, mesmo com tanta variedade, ainda há quem<br />

procure o restaurante da Rancho Verde para comer algo<br />

mais simples. “Venho aqui pelo peixe frito”, diz Lisete<br />

Marth, vice-prefeita de Cerejeiras e cliente fiel do chef<br />

Márcio Pereira.<br />

O preço do paraíso<br />

Almoço por pessoa<br />

R$ 30,00<br />

Hospedagem/ diária<br />

R$ 150,00<br />

Contato para reservas:<br />

(69) 8139-5215<br />

Localização:<br />

Linha 11, sentido<br />

Santa Cruz, km 5<br />

Pimenteiras do Oeste, Rondônia.<br />

96 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

97


Ji-Paraná Centro: Ji-Paraná Vila Jotão:<br />

(69) 983411-5500<br />

REVISTA VISÃO RONDÔNIA (69) 3421-5500 I MAIO 2016<br />

Cacoal:<br />

(69) 3441-1831<br />

Jaru:<br />

(69) 3521-4248<br />

Ariquemes:<br />

(69) 3535-5500<br />

São Francisco:<br />

(69) 3621-2155<br />

Presidente Médici:<br />

(69) 3471-3338


MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 99


A MAIOR VITRINE DE AGRONEGÓCIOS DO NORTE.<br />

A PEMAZA SE FAZ PRESENTE COM O QUE HÁ DE<br />

MELHOR PARA O HOMEM DO CAMPO.<br />

69 3421-7944<br />

100 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016

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