Revista Visão nº 7
A Safrinha dos Milhões
A Safrinha dos Milhões
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EDIÇÃO ESPECIAL:<br />
5ª Rondônia Rural Show atrai estrangeiros e caminha para<br />
se tornar o maior evento do agronegócio no norte brasileiro<br />
O melhor do agronegócio<br />
RONDÔNIA<br />
Ano I I Nº 7<br />
Rondônia/Maio de 2016<br />
Valor<br />
R$ 8.50<br />
José Gripa,<br />
85 anos: a<br />
história viva<br />
da evolução<br />
agrícola de<br />
Rondônia<br />
A SAFRINHA<br />
DOS MILHÕES<br />
ÁREA PLANTADA DO MILHO CRESCE 1.200%,<br />
PRODUTIVIDADE BATE RECORDE E PRODUTOR<br />
COMEÇA A EXPORTAR EXCEDENTE PARA ÁSIA E EUROPA<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
1
2 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
3
Índice<br />
5ª RONDÔNIA<br />
RURAL SHOW<br />
Feira atrai estrangeiros e<br />
caminha para se tornar o<br />
maior evento do agronegócio<br />
no norte brasileiro.<br />
24<br />
INDÚSTRIA<br />
Números mostram crescimento<br />
do setor e consolidação de<br />
empreendedores no mercado.<br />
TURISMO<br />
Em Pimenteiras um chef de<br />
cozinha atrai até turistas<br />
japoneses com pratos<br />
inusitados feitos a base de<br />
pescado do Guaporé.<br />
ENTREVISTA<br />
Novo chefe da<br />
7<br />
Embrapa fala sobre<br />
metas para os<br />
próximos anos e<br />
diz que desafio é<br />
tirar pesquisa da<br />
prateleira.<br />
47<br />
94<br />
ESPECIAL:<br />
milho safrinha<br />
Segunda safra do milho bate<br />
recorde em produtividade e<br />
agricultores se preparam para<br />
exportação de excedente.<br />
INFRAESTRUTURA<br />
Investimentos no setor portuário do<br />
estado transformam Arco Norte no<br />
novo caminho da safra brasileira.<br />
CAFEICULTURA<br />
Pesquisa da Embrapa<br />
Rondônia comprova que é<br />
possível cultivar café arábica<br />
na Amazônia.<br />
FLORICULTURA<br />
Família de “alemães teimosos”<br />
conquista mercado de flores<br />
e rosas.<br />
HIDROPONIA<br />
Técnica de plantar sem solo<br />
atrai empresários para o campo<br />
e garante abastecimento de<br />
hortaliças.<br />
11<br />
SUINOCULTURA<br />
Produtores de suínos dão<br />
exemplo de boas práticas<br />
no cone sul e esperam<br />
investimentos em frigoríficos.<br />
36<br />
52<br />
59<br />
68<br />
75<br />
Expediente<br />
<strong>Revista</strong><br />
RONDÔNIA<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Visão</strong> Rondônia é de propriedade editorial de<br />
G.B. COSTA COMUNICAÇÕES-ME<br />
CNPJ: 23.588.281/0001-40<br />
Editora-chefe: Ivonete Gomes DRT-345<br />
Redação: Avenida Guaporé, 4248, SL 2, Igarapé, Porto Velho, Rondônia.<br />
Tel: 69 32259705 - Assinatura: visaorondonia@gmail.com<br />
Comercial: Leny Vieira - fone: 69 9213-0947/9977-7779<br />
Designer Gráfico: Cesar Prisisnhuki Faria<br />
Colaboradores: Gerson Costa, Eliânio Nascimento, Flávia Rosane,<br />
Marcos Lock, Giliane Perin Renata Silva e Edmilson Rodrigues.<br />
Impressão: Editora Gráfica Print<br />
Tiragem: 5.000 mil exemplares<br />
4 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
EDITORIAL<br />
José Gripa: a história viva do<br />
agronegócio rondoniense<br />
E lá se vão 38 anos desde que o sul-matogrossense<br />
José Gripa resolveu viver e cultivar nas terras de Rondon.<br />
Viu muita coisa dar errada que, com experimentos<br />
próprios, fez dar certo. Despediu-se de vizinhos que<br />
não suportaram a carga da atividade agropecuária<br />
em uma Rondônia sem estradas, sem informação e<br />
tecnologia zero. Plantar e colher com as mãos, prática<br />
da esmagadora maioria à época, só para herois da<br />
resistência. E dá-lhe resistência do Gripa, acumulador<br />
de calos nas mãos e vencedor de um câncer que lhe<br />
tirou a facilidade da fala aos 50 anos de idade, mas sem<br />
reduzir em nada a vontade de produzir.<br />
JOSÉ GRIPA é produtor de soja e milho em Vilhena<br />
Aos 85 anos, o vô Gripa acorda cedo, sobe no<br />
trator e segue para a lavoura. Acompanha de perto<br />
a prosperidade da terceira geração de homens do<br />
campo que, acumulando as áreas, chega a plantar 1.400<br />
hectares de soja e milho no município de Vilhena.<br />
José Gripa é a história viva do crescimento e<br />
amadurecimento do setor produtivo rondoniense.<br />
Vivenciou todas as fases até chegar à agricultura de<br />
precisão, melhoramento de sementes, assistência<br />
técnica, facilidade na aquisição de insumos e as novas<br />
tecnologias de manejo e tratos culturais surgidas a partir<br />
de ininterruptas pesquisas da Embrapa, fatores que<br />
tornam este o estado mais promissor do agronegócio<br />
brasileiro.<br />
Não é à toa ser o grande José Gripa a capa da edição<br />
especial da VISÃO RONDÔNIA, pensada e elaborada<br />
para a 5ª Rondônia Rural Show, evento que reúne os<br />
melhores da área e caminha para se tornar a maior feira<br />
do norte brasileiro.<br />
Seguindo os passos da evolução do setor, a<br />
VISÃO - única publicação mensal segmentada para o<br />
agronegócio de Rondônia – também cresce a partir<br />
desta edição em número de páginas e confiabilidade.<br />
Temos identidade própria, o ISSN, uma espécie de RG<br />
de periódicos mundiais. A revista trabalha para alcançar<br />
a mesma longevidade do vô Gripa, levando ao público<br />
alvo a informação precisa e histórias que valem a pena<br />
ser contadas.<br />
IVONETE GOMES<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
5
Possuímos orgulho em estar presente com nossos tratores e<br />
implementos em Rondônia, buscando sempre proporcionar<br />
comodidade e tecnologia ao produtor rural.<br />
Conheça nossos produtos durante a 5° Rondonia Rural Show,<br />
entre eles nossos lançamentos a Transplantadeira de mudas<br />
Mulluso e o Trator BDY7540 com motor MWM.<br />
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6 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
ENTREVISTA<br />
A meta é tirar a<br />
pesquisa da prateleira<br />
Alaerto<br />
Marcolan<br />
Chefe-geral da Empresa<br />
Brasileira de Pesquisas<br />
Agropecuárias (Embrapa)<br />
em Rondônia<br />
E<br />
sse é um dos maiores desafios<br />
do novo chefe-geral da Embrapa<br />
Rondônia, Alaerto Marcolan, para<br />
os próximos três anos. Formado em agronomia<br />
pela Universidade Federal de Santa<br />
Maria (RS), com mestrado e doutorado em<br />
ciência do solo, Marcolan passou a ser parte<br />
do quadro da maior empresa de pesquisas<br />
tropicais do mundo em 2006. Ele chega à<br />
chefia da Embrapa de um dos estados que<br />
mais crescem no setor produtivo brasileiro<br />
com um pensamento progressista. Busca<br />
parcerias para o fortalecimento da assistência<br />
técnica e recursos de todos os lados:<br />
bancadas estadual e federal, governo do<br />
estado e iniciativa privada.Tudo que possa<br />
contribuir para que as pesquisas sejam concluídas<br />
e levadas aos produtores.<br />
Alaerto Marcolan também quer desmistificar<br />
que a Embrapa seja uma empresa<br />
que trabalha somente para os grandes<br />
produtores. Para isso, aposta no incremento<br />
de ações voltadas à agricultura familiar,<br />
principalmente às propriedades dedicadas<br />
ao cultivo de café, mandioca, fruticultura,<br />
feijão e pecuária leiteira.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
7
ENTREVISTA<br />
O que o produtor pode esperar<br />
da Embrapa daqui para frente?<br />
A Embrapa Rondônia é referência<br />
em pesquisa na área de<br />
cafeicultura e pecuária em todo<br />
o norte. Um dos grandes desafios<br />
é solidificar ainda mais essa área<br />
de pesquisa. Precisamos fazer<br />
esse trabalho de impacto, principalmente<br />
na cafeicultura e na<br />
pecuária. Mas atuamos também<br />
em outras áreas e nas questões<br />
florestal, de bioativos e de cereais<br />
como soja e milho. É uma área<br />
muito grande de pesquisa e temos<br />
que trabalhar nessa gestão para<br />
alcançar bons resultados.<br />
O que temos especificamente<br />
para a cafeicultura do estado?<br />
Na cafeicultura, recentemente<br />
lançamos algumas tecnologias, a<br />
BRS Ouro Preto; primeira variedade<br />
clonal lançada em Rondônia e<br />
no Brasil; e a barcaça seca café. São<br />
tecnologias que estão mudando o<br />
sistema de produção ao longo de<br />
40 anos da Embrapa Rondônia.<br />
Lançaremos na 5ª Rondônia Rural<br />
Show a “bíblia do café”, o livro Café<br />
na Amazônia. É um material que<br />
pode ser utilizado por técnicos,<br />
produtores e todas as pessoas<br />
ligadas à cafeicultura. Trata desde<br />
o plantio até a pós-colheita.<br />
São 54 autores e coautores que<br />
se dedicaram a fazer esse livro.<br />
Ainda sobre cafeicultura, estamos<br />
trabalhando para soltar novos<br />
materiais de café, tanto canéfora<br />
como arábica, um café que normalmente<br />
é cultivado em situações<br />
de maior altitude. Estamos<br />
testando materiais adaptados às<br />
nossas condições e temos tido<br />
bons resultados. A qualidade do<br />
café, com mecanização, é outro<br />
ponto. A mão de obra no campo<br />
diminui a cada safra, por isso<br />
Lançaremos na<br />
5ª Rondônia<br />
Rural Show a “bíblia<br />
do café”, o livro Café<br />
na Amazônia. É um<br />
material que pode ser<br />
utilizado por técnicos,<br />
produtores e todas<br />
as pessoas ligadas à<br />
cafeicultura”<br />
temos que trabalhar com a tecnificação<br />
para que a cafeicultura<br />
cresça cada vez mais. Nós estamos<br />
atuando também para os demais<br />
estados. Temos unidades demonstrativas<br />
no Acre e Amazonas e,<br />
em processo de fechamento, um<br />
contrato com a Secretaria de Agricultura<br />
do Estado do Mato grosso.<br />
Nessa gestão, queremos também<br />
ter unidades demonstrativas em<br />
Roraima e no Pará.<br />
Para a piscicultura que vem<br />
crescendo em Rondônia, quais<br />
são as novidades da Embrapa?<br />
Fizemos algumas reuniões<br />
internas e também conversamos<br />
com o governo, a Seagri, e no<br />
momento não temos pessoas<br />
aqui para trabalhar na área. Mas<br />
é uma proposta da minha gestão<br />
contratar pessoas para atuar na<br />
piscicultura. Hoje contribuímos<br />
com a demanda trazendo pesquisadores<br />
e pessoas da unidade de<br />
pesca e aquicultura de Tocantins<br />
que podem dar capacitação no<br />
estado.<br />
Em relação à pecuária de corte<br />
e leite, qual o foco para os<br />
próximos três anos?<br />
Pecuária é uma das nossas<br />
prioridades ao longo dos anos.<br />
Estamos atuando fortemente na<br />
capacitação dos técnicos. Este<br />
ano a gente iniciou a capacitação<br />
modular, onde estaremos<br />
treinando um grupo de técnicos<br />
do estado em diferentes etapas.<br />
Em cada módulo a gente trata<br />
de diferentes etapas do sistema<br />
de produção. Isso faz com que<br />
esses técnicos tenham ainda mais<br />
condições de levar as tecnologias<br />
ao produtor. Quanto à questão de<br />
melhor aproveitamento da área, é<br />
uma meta da Embrapa Rondônia<br />
8 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
ENTREVISTA<br />
ter pesquisas que façam com<br />
que a gente potencialize o uso das<br />
áreas, diminuindo a pressão sobre<br />
as florestas e fazendo com que<br />
sobre área para o cultivo de grãos.<br />
E como fazer isso?<br />
Temos várias técnicas, uma<br />
delas a ILPF (Integração-Lavoura,<br />
Pecuária-Floresta) que é uma<br />
tecnologia do futuro, de ponta,<br />
incentivada pelas políticas de<br />
governo porque é sustentável.<br />
O produtor insere o arroz como<br />
primeira cultura em área que está<br />
em processo de degradação. Arroz<br />
é uma cultura rústica, não é tão<br />
exigente como o milho. A cultura<br />
começa um processo de mudança<br />
da fertilidade química e física do<br />
solo e faz com que o produtor<br />
possa ter um rápido retorno do<br />
investimento. Ele planta e vende<br />
o arroz e já tem uma entrada de<br />
capital. O produtor faz aos poucos,<br />
dividindo em módulos a fazenda<br />
dele. Excelente alternativa para<br />
quem quer fazer essa recuperação.<br />
Em breve,<br />
vamos<br />
ultrapassar a casa<br />
dos 1 milhão de<br />
hectares de soja,<br />
podendo chegar<br />
a 2 milhões<br />
sem prejuízo ao<br />
rebanho, tanto<br />
de corte quanto<br />
de leite”<br />
Na sua opinião, qual o futuro da<br />
agricultura em Rondônia?<br />
Rondônia é um estado com<br />
enorme aptidão agrícola, prova<br />
disso é o PIB significativo. Tem<br />
potencial para crescimento muito<br />
bom. Nós temos em torno<br />
de 6 milhões de hectares com<br />
pastagem em algum processo de<br />
degradação. A gente melhorando<br />
essas pastagens, vai poder manter<br />
e até aumentar o rebanho. Ainda<br />
vai sobrar área para as culturas<br />
anuais, que é o caso hoje da soja.<br />
A quantidade de área ainda não<br />
é grande em Rondônia, são só<br />
245 mil hectares plantados, mas<br />
acredito que isso vai crescer muito.<br />
Em breve, vamos ultrapassar a<br />
casa dos 1 milhão de hectares de<br />
soja, podendo chegar a 2 milhões<br />
sem prejuízo ao rebanho, tanto de<br />
corte quanto de leite. A questão de<br />
melhor aproveitamento da área<br />
vai suprir a demanda por alimentos<br />
sem que haja desmatamentos.<br />
Comparada com outros estados,<br />
como está Rondônia em termos<br />
de pesquisa?<br />
A Embrapa é a maior empresa<br />
de pesquisa tropical no mundo.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
9
ENTREVISTA<br />
Estamos com várias frentes de<br />
pesquisas. É significativo mundialmente<br />
isso. Por exemplo: a<br />
Embrapa contribuiu para que<br />
fosse viável o cultivo de grãos no<br />
cerrado. Isso dá um impacto no<br />
Brasil e no mundo. Atua também<br />
em vários países da África e Europa<br />
levando a transferência de<br />
tecnologia. Muitos pesquisadores<br />
de Rondônia já fizeram intercâmbio<br />
através de parcerias com instituições<br />
de outros países. Nosso<br />
pessoal é altamente qualificado.<br />
O BNDES liberou R$ 33 milhões<br />
para pesquisas na Amazônia.<br />
Quanto desse montante vem<br />
para Rondônia?<br />
Ainda estamos na fase de editais.<br />
Algumas propostas já foram<br />
elaboradas e outras estão em fase<br />
de elaboração. Ainda vamos depender<br />
da aprovação desses projetos.<br />
Esse recurso será concorrido<br />
entre as unidades de pesquisa.<br />
É um processo que está aberto.<br />
Acredito que um valor bom deve<br />
vir para Rondônia. Estamos nos<br />
preparando para isso.<br />
Na área da pecuária a Embrapa<br />
de Rondônia se destacou ao<br />
criar a régua Vetscore, que<br />
facilita a análise do produtor<br />
sobre as condições nutricionais<br />
do rebanho. Quando a<br />
novidade estará no mercado?<br />
A empresa já foi selecionada<br />
e esperamos em breve estar com<br />
esse material acessível aos produtores.<br />
A Vetscore está em fase<br />
de produção. A expectativa é de<br />
que fique pronta para a Rondônia<br />
Rural Show.<br />
O que vamos ver de mudança<br />
na Embrapa até 2019?<br />
A ideia é aceitar parcerias, criar<br />
uma maior aproximação com nossas<br />
bancadas federal e estadual<br />
para ver se conseguimos alocar<br />
mais recursos para a pesquisa.<br />
Vamos mostrar a políticos a<br />
importância da pesquisa para<br />
o estado de Rondônia, trabalhar<br />
mais próximo das demais<br />
instituições e buscar recursos<br />
também da iniciativa privada.<br />
Queremos trabalhar como facilitadores<br />
aqui na Embrapa. A<br />
nossa gestão vai propiciar condições<br />
para os pesquisadores desenvolverem<br />
as pesquisas. Vamos<br />
tentar criar uma logística para que<br />
eles possam ter resultados cada<br />
vez melhores.<br />
E como levar o resultado desse<br />
trabalho ao produtor?<br />
A Embrapa desenvolve a pesquisa,<br />
mas precisa que as demais<br />
instituições levem isso aos produtores.<br />
É importante o papel<br />
da extenção rural para fazer com<br />
que a pesquisa saia da prateleira<br />
e chegue ao produtor, que é o<br />
consumidor final.<br />
Quais as outras áreas de<br />
atuação da Embrapa que serão<br />
fortalecidas?<br />
Trabalhamos muito com a<br />
formação de pessoas. A empresa<br />
capacita técnicos, com cursos de<br />
mestrado e doutorado. Formamos<br />
profissionais daqui para que<br />
fiquem aqui. Isso resultará num<br />
crescimento de pensadores que<br />
vão aumentar o desenvolvimento<br />
da agropecuária de Rondônia.<br />
Também trabalhamos com formação<br />
de menor aprendiz. Ano<br />
passado formamos 180 alunos.<br />
Além disso, a Embrapa trabalha na<br />
prestação de serviços em parceria<br />
com alguns laboratórios de leite,<br />
fitopatologia, entomologia e de<br />
solos. Trabalhamos para sociedade<br />
e vamos continuar.<br />
É uma proposta<br />
da minha<br />
gestão contratar<br />
pessoas para atuar<br />
na piscicultura. Hoje<br />
contribuímos com a<br />
demanda trazendo<br />
pesquisadores<br />
e pessoas da<br />
unidade de pesca<br />
e aquicultura de<br />
Tocantins que podem<br />
dar capacitação no<br />
estado.”<br />
10 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
眀 眀 眀 ⸀ 瘀 漀 攀 爀 椀 洀 愀 ⸀ 挀 漀 洀 ⸀ 戀 爀<br />
䴀 䄀 一 䄀 唀 匀 ⼀ 䄀 䴀 䄀 娀 伀 一 䄀 匀<br />
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MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 11
12 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 13
14 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
SUINOCULTURA<br />
Sobram boas<br />
práticas, faltam<br />
frigoríficos<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
15
SUINOCULTURA<br />
Com uma área de 4 hectares nos limites urbanos da cidade de Cerejeiras e<br />
um plano ambiental em mãos elaborado por um engenheiro agrônomo, o<br />
catarinense Afonso Emerick passou a se dedicar à criação de suínos. Todo<br />
fim de semana ele sai do município de Santa Luzia do Oeste, onde exerce<br />
a função de secretário de saúde, e percorre 377 quilômetros para chegar à<br />
modesta, mas produtiva propriedade rural.<br />
Por Ivonete Gomes<br />
Fotos: Marcos Figueira<br />
N<br />
a granja onde engorda<br />
700 cabeças de suíno,<br />
Afonso mantém as boas<br />
práticas. Os resíduos são coletados<br />
em três fossas de decantação com<br />
capacidade de 300 mil litros cada<br />
uma. Para não correr risco de vazamento,<br />
as fossas foram forradas<br />
com lonas especificadas no projeto<br />
original. A estrutura tem garantia<br />
de 10 anos.<br />
Os animais que chegam com<br />
peso entre 6 e 7 quilos são colocados<br />
em divisões do galpão com<br />
gradeados de madeira instalados a<br />
60 cm do chão. “É crucial para evitar<br />
a batedeira, uma doença respiratória<br />
que pode causar a morte dos<br />
filhotes”, diz Afonso.<br />
Quando alcançam os 30 quilos,<br />
os porcos da Granja Quero Quero,<br />
nome da propriedade, seguem<br />
para espaço com piso de concreto.<br />
“E tem que ser concreto bom. Porco<br />
quebra tudo”, orienta o produtor.<br />
Ao final de cada ano, Afonso<br />
Emerick faz os cálculos de custos<br />
da produção, mas sabe que comparado<br />
a outros produtores leva<br />
certa vantagem. Para aumentar a<br />
produtividade e reduzir o tempo<br />
de abate, ele investiu em porcos<br />
das raças Pietran e Large White. A<br />
iniciativa de criar animais geneticamente<br />
superiores e fabricar a<br />
própria ração oferecida aos suínos<br />
está compensando o preço baixo<br />
do quilo da carne praticado no<br />
mercado de Rondônia. “A pauta<br />
do preço é hoje nossa maior dificuldade.<br />
O estado do Mato Grosso<br />
está vendendo carcaça de descarte<br />
aqui. Os animais abaixo da qualidade<br />
para exportação vão para um<br />
frigorífico de Ji-Paraná e competem<br />
diretamente com os produtores<br />
locais. O governo precisa elaborar<br />
uma política para o setor”, reclama.<br />
Com uma venda<br />
estimada em 120<br />
cabeças por mês a<br />
Granja Quero Quero<br />
está no grupo de 356<br />
propriedades rurais do<br />
estado que criam suínos<br />
em escala comercial. O<br />
rebanho é de 50.977<br />
cabeças, segundo<br />
dados da Idaron.<br />
Na criação de<br />
subsistência<br />
o rebanho de<br />
suínos chega a<br />
230.581 cabeças<br />
distribuídas<br />
em 27.938<br />
propriedades.<br />
O município de Cerejeiras é<br />
o 4º maior produtor do estado<br />
com 2.660 cabeças criadas em 16<br />
propriedades. Mas, somados os<br />
rebanhos da microrregião (Cabixi,<br />
Corumbiara, Colorado do Oeste e<br />
Pimenteiras) a produção chega a<br />
13.400. Colorado é o maior criador<br />
de suínos de todo estado, com rebanho<br />
de 8.170 cabeças.<br />
A região demonstra grande<br />
aptidão para a suinocultura e, ainda,<br />
conta com 22 secadores e silos<br />
com capacidade de estocagem de<br />
312 mil toneladas de grãos, o que<br />
facilita e desonera o custo da alimentação<br />
animal. O grande entreve<br />
para crescimento da suinocultura é<br />
a falta de frigoríficos. O mais próximo<br />
fica no município Vilhena, a 120<br />
quilômetros. No ano passado, um<br />
grande empresário de Porto Velho<br />
sinalizou para a possibilidade de<br />
instalar uma planta em Cerejeiras,<br />
mas tirou o pé do acelerador para<br />
aguardar o desenrolar da política<br />
brasileira e a volta de crescimento<br />
da economia.<br />
Com quase nenhuma representatividade<br />
no cenário<br />
de produção nacional, os produtores<br />
de Rondônia esperam<br />
investimento no setor para<br />
aumentar a capacidade<br />
de criação e atender,<br />
inicialmente, a demanda<br />
do<br />
mercado in-<br />
terno.<br />
16 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
17
SUINOCULTURA<br />
DICAS DE BOAS PRÁTICAS NA SUINOCULTURA<br />
Material Genético<br />
O material genético<br />
para o desenvolvimento de<br />
suínos deve ser de qualidade,<br />
pois a genética é considerada<br />
a base tecnológica que<br />
sustentará a produção.<br />
Da qualidade genética<br />
provém o desempenho de<br />
uma raça ou linhagem. O sistema<br />
genético depende de<br />
fatores para que o resultado<br />
final seja suínos que darão a<br />
melhor carne e menos problemas<br />
na criação, engorda e<br />
terminação.<br />
Os fatores a serem considerados<br />
no sistema genético<br />
são a proporção entre macho<br />
e fêmeas, aquisição de reprodutores<br />
que façam parte<br />
de um programa de melhoramento<br />
genético, esquema<br />
de cruzamento e qualidade<br />
genética.<br />
Nutrição<br />
A nutrição para criação<br />
de suínos é responsável por<br />
65% dos custos de produção.<br />
A alimentação de qualidade<br />
deve considerar os seguintes<br />
fatores:<br />
1) - A forma física da ração<br />
que se divide em farelos<br />
ou peletizada. De preferência,<br />
as rações devem ser<br />
peletizadas, pois esse tipo de<br />
ração é adquirida pronta.<br />
2) - A avaliação dos<br />
alimentos e a alimentação<br />
por sexo separado, em que<br />
devem ser levados em consideração<br />
hormônios sexuais,<br />
potencial de crescimento,<br />
atividade hormonal e outros<br />
fatores que são responsáveis<br />
por desenvolver os leitões.<br />
3) - Estudo do grau<br />
e qualidade nutritiva da<br />
alimentação em um espaço<br />
de tempo. Para isso, existem<br />
três tipos de alimentação<br />
que resultam em crescimento<br />
dos suínos: à vontade,<br />
controlada por tempo; e<br />
com restrição.<br />
18 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />
Fonte: Embrapa / Gravuras: wikihow
Gestão da<br />
unidade<br />
produtiva<br />
A criação de suínos é uma<br />
atividade empresarial e como<br />
tal depende de mecanismos de<br />
gestão, planejamento, avaliação de<br />
métodos e processos administrativos.<br />
O planejamento da atividade de<br />
suinocultura tem como decisões<br />
as seguintes questões: para quem<br />
vender, como vender, a quantidade<br />
a ser produzida e outros fatores<br />
como gerenciamento de custos, da<br />
qualidade, dos métodos de produção,<br />
dos preços do produto suíno<br />
e de insumos, além de políticas<br />
voltadas para produção de suínos.<br />
A gestão produtiva<br />
considera também:<br />
Controle da atividade – controlar<br />
é a palavra de ordem na produção<br />
de carne suína. É necessário controlar<br />
a produtividade de funcionários,<br />
qualidade da carne suína, métodos<br />
de produção, custos, melhor conversão<br />
alimentar, além do controle de<br />
lucros e resultados.<br />
Outros fatores a serem geridos<br />
pela empresa produtora de suínos<br />
são os recursos humanos que visam<br />
melhorar técnicas para recrutar<br />
melhor e, ainda, métodos para que<br />
a produtividade na jornada de trabalho<br />
proporcione bons resultados,<br />
sem retirar a qualidade de vida e os<br />
direitos dos trabalhadores.<br />
Outros fatores são a motivação<br />
no trabalho, a segurança, a higiene<br />
física dos trabalhadores, a organização<br />
administrativa, o clima organizacional<br />
e ambiente de trabalho<br />
positivo e o treinamento assim que<br />
necessário.<br />
Proteção<br />
ambiental<br />
Essa é outra etapa<br />
a ser considerada na<br />
cultura de suínos e por<br />
isso, a proteção ambiental<br />
deve considerar<br />
a avaliação dos riscos<br />
de impacto ambiental,<br />
manejo de dejetos e<br />
manejo voltado para a<br />
proteção ambiental.<br />
Sanidade<br />
A saúde física<br />
dos suínos merece,<br />
especial atenção e<br />
para cuidados com<br />
o animal, detalhes<br />
a se considerar são:<br />
limpeza e desinfecção<br />
dos espaços, visita de<br />
veterinários.<br />
Desafios da<br />
suinocultura<br />
no Brasil<br />
Apesar do bom desempenho<br />
do setor de<br />
criação de suínos, a atividade<br />
ainda encontra<br />
certos desafios, como o<br />
preço do farelo de soja,<br />
que aumenta o custo<br />
total de produção.<br />
Manejo da Produção<br />
Esta etapa compreende o completo<br />
processo reprodutivo e produtivo do<br />
sistema e por isso, exige maior atenção e<br />
dedicação. Ela é crucial e dela depende<br />
atingir os melhores índices produtivos<br />
e com isso, o retorno econômico da<br />
atividade.<br />
O manejo da produção compreende<br />
as fases de pré-cobrição em leitoas.<br />
Essa fase admite a singularidade da atividade<br />
sexual das leitoas que dependerá<br />
de fatores como nutrição, do manejo<br />
e do ambiente.<br />
Outras fases que merecem acompanhamento<br />
são cobrição, maternidade<br />
e creche que marca a fase em<br />
que o suíno se alimentará de ração.<br />
Além dessas, existem ainda outras<br />
fases são crescimento e terminação,<br />
que compreende gestação, descarte<br />
de fêmeas, manejo de machos e pré-<br />
-cobrição em leitoas.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
19
PECUÁRIA<br />
PLANILHA CALCULA<br />
sombreamento em<br />
sistemas de integração<br />
Por Renata Silva<br />
Foto: Gabriel Faria<br />
Uma planilha eletrônica<br />
auxilia produtores<br />
e técnicos a planejar e<br />
dimensionar adequadamente a<br />
implantação de sistemas de Integração<br />
lavoura-pecuária-floresta<br />
(ILPF), ou mesmo a plantar árvores<br />
isoladamente para sombreamento,<br />
garantindo o conforto térmico dos<br />
animais. A planilha desenvolvida<br />
pela equipe de pesquisadores da<br />
Embrapa Rondônia pode ser utilizada<br />
em inúmeros locais e situações,<br />
com algumas adaptações explicadas<br />
em comentários escritos dentro<br />
da própria planilha. Muitos estudos<br />
buscaram determinar a quantidade<br />
de sombra adequada na pastagem<br />
para garantir o conforto dos animais.<br />
Os resultados são variáveis,<br />
segundo o pesquisador da Embrapa<br />
Henrique Cipriani, vai de menos<br />
de 2 m² a mais de 5 m² de sombra<br />
por animal. «Provavelmente, características<br />
do local, dos animais<br />
e das próprias árvores influenciem<br />
os resultados. O fato é que o sombreamento,<br />
bem dimensionado,<br />
é desejável, senão necessário ao<br />
bem-estar animal», complementa.<br />
O acesso à ferramenta é gratuito<br />
e o usuário pode editá-la. “Espera-se<br />
que essa planilha possa contribuir<br />
para estudos e projetos de ILPF,<br />
auxiliando no planejamento e análise<br />
de experimentos e de sistemas<br />
produtivos”, comenta o Cipriani.<br />
Ela está disponível no portal da<br />
Embrapa Rondônia. Em geral, os<br />
agricultores e pecuaristas que desejam<br />
diversificar sua produção e aumentar<br />
a lucratividade, investindo<br />
no comércio de produtos florestais,<br />
especialmente os madeireiros, que<br />
20 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Veja como<br />
utilizar a planilha<br />
é bastante atrativo. Além do ganho direto<br />
com a venda da madeira e outros<br />
produtos florestais, as árvores beneficiam<br />
indiretamente a produção leiteira<br />
ou de carne. Essa vegetação influencia<br />
no aumento da produtividade animal<br />
e fornece sombra para os rebanhos,<br />
o que é particularmente interessante<br />
para as regiões tropicais, onde o calor<br />
é mais intenso e os animais tendem a<br />
sofrer estresse térmico.<br />
O pesquisador explica que a área<br />
de sombra projetada por uma árvore<br />
depende da altura e do tamanho da<br />
sua copa, e da posição do Sol, que é<br />
determinada pelo local, pela época do<br />
ano e pelo horário do dia. Desconsiderando-se<br />
o relevo, em geral, tem-se<br />
mais sombra nos horários próximos do<br />
nascer e do pôr do Sol e na época do<br />
ano em que os dias são mais curtos,<br />
quando o Sol está mais próximo do<br />
horizonte. Ao meio-dia, quando o Sol<br />
está “a pino”, tem-se menos sombra.<br />
Além disso, deve-se considerar que<br />
próximo da linha do Equador há menor<br />
variação ao longo do ano. A posição<br />
do Sol também determinará a direção<br />
da sombra.<br />
A planilha utiliza fórmulas que levam em consideração a altura e o<br />
diâmetro da copa das árvores, o local (latitude e longitude) de plantio,<br />
o dia do ano e o horário. No caso de renques – faixas de vegetação<br />
compostas por uma ou mais fileiras de árvores –, é necessário informar<br />
a largura, o comprimento e a orientação (azimute) do renque. Com<br />
estas informações, que podem ser facilmente obtidas pelo usuário,<br />
a planilha retornará os seguintes parâmetros: comprimento, largura,<br />
área e direção da sombra, além do deslocamento da sombra em<br />
relação ao tronco da árvore.<br />
A planilha permite que sejam calculados os parâmetros para mais<br />
de uma árvore, local ou horário simultaneamente, bastando-se digitar<br />
as informações necessárias e arrastar as fórmulas com movimentos do<br />
mouse. Para uma visão geral das mudanças no sombreamento ao longo<br />
do ano, há uma aba na planilha que calcula a área de sombra para<br />
todos os dias do ano, das 6 h às 19 h. Isso permite localizar, facilmente,<br />
os períodos de maior e menor sombreamento. Como exemplo, o<br />
pesquisador faz uma suposição. Em um sistema ILPF no município de<br />
Porto Velho (RO), (8,801428° de latitude sul e 63,845950° de longitude<br />
oeste), com eucaliptos plantados em um renque de 96 m de comprimento<br />
e 9 m de largura. Considerando árvores com média de 15<br />
m de altura total e copa com 5 m de altura e 3 m de diâmetro, tendo<br />
como orientação (azimute) do renque 31,00° (nordeste-sudoeste), e<br />
data e horário o dia 21/08/2015 às 15 h.<br />
Nessa situação, tem-se: 16,32 m² de sombra por árvore, ou<br />
1.001,27 m² por renque. A sombra estará 0,27 m das árvores, com<br />
comprimento de 105,34 m e largura de 9,54 m (por renque). A orientação<br />
é de 116,14°.<br />
Considerando-se uma necessidade de sombra de 5 m² por animal,<br />
nessas condições, a área poderia fornecer sombra para até 200<br />
animais. Para mais animais, seria necessário plantar mais renques.<br />
Os períodos com menos sombra seriam de 28/02 a 02/03, e de 13<br />
a 16/10, com apenas 7,48 m² de sombra por árvore, ao meio-dia. Já<br />
o período com mais sombra seria de 21 a 25/06, com 12,20 m² de<br />
sombra. Cipriani ressalta que, no caso de Porto Velho, o período de<br />
geração de maior sombra coincide com uma época de alta insolação<br />
e calor, quando os animais estão sujeitos à maior estresse térmico e<br />
há maior necessidade de sombra e ambiente fresco. A variação anual<br />
nesse exemplo, para um mesmo horário, foi superior a 60%.<br />
O pesquisador Henrique Cipriani explica que há limitações na<br />
planilha, pois os cálculos consideram o relevo plano (declividade de<br />
0°) e, no caso de renques, devem ser retilíneos, ou seja, as fórmulas<br />
não se aplicam aos renques plantados em curva de nível, neste caso<br />
são necessárias correções nos resultados para aplicação em terrenos<br />
montanhosos. A planilha também não realiza modelagem ou predição<br />
do crescimento das árvores.<br />
Fonte: Embrapa/Rondônia<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
21
22 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 23
AGRONEGÓCIO<br />
5ª RONDÔNIA<br />
UMA FEIRA INTERNACIONAL PARA<br />
M<br />
Por Gerson Costa<br />
Aguardada com expectativa<br />
pelos agentes responsáveis<br />
por toda cadeia do<br />
agronegócio, a quinta<br />
edição da Rondônia Rural<br />
Show promete consolidar<br />
a feira de negócios como a<br />
maior do norte brasileiro,<br />
atraindo investidores de<br />
outros estados e até de<br />
longínquos países do leste<br />
europeu. O evento começa<br />
no dia 24 com o “tratoraço”,<br />
desfile de máquinas e<br />
implementos dos expositores<br />
pelos dois distritos de Ji-<br />
Paraná. Nos dias 25 a 28, das<br />
7h30min às 18hs, o parque<br />
Hermínio Victorelli recebe<br />
mais de 370 expositores,<br />
palestrantes, delegações<br />
estrangeiras, empresários<br />
brasileiros e produtores rurais<br />
interessados nas novidades<br />
agrícolas.<br />
Neste ano, a procura por espaço no<br />
parque foi tão grande que no final do<br />
mês de abril já não havia condições<br />
de receber nenhum interessado em participar da<br />
Rondônia Rural Show. O coordenador da feira,<br />
técnico José Paulo Ribeiro Gonçalves, realizou<br />
apresentações prévias em seus seis cidades diferentes<br />
e coordenou os chamados pré-shows<br />
em outras sete, garantindo a negociação de R$<br />
73.452.495,32. Para ele, é o prenúncio da realização<br />
da meta de R$ 1 bilhão em negócios durante<br />
os 4 dias do evento.<br />
O visitante que se dirigir ao parque Hermínio<br />
Victorelli no período da Rondônia Rural Show poderá<br />
conhecer os expositores divididos em lotes<br />
para empresas de máquinas , tratores, caçambas<br />
e implementos; o espaço institucional; o pavilhão<br />
do artesanato com 44 estandes; o pavilhão<br />
multissetorial com 28 empresas do comércio e<br />
serviços; o espaço empresarial e internacional;<br />
as vitrines tecnológicas e agroecológica; além<br />
de contar com estacionamento e praça de alimentação<br />
com capacidade para 1.500 pessoas.<br />
Oficinas e palestras<br />
Durante todos os dias da feira, os visitantes<br />
poderão ter acesso gratuito a palestras com<br />
profissionais renomados nas áreas de produção,<br />
transporte, cooperativismo, manipulação de<br />
alimentos e confecção de pratos regionais. No<br />
primeiro dia, das 14h30 às 15h30 o empresário<br />
Dilvo Grolli, presidente da Cooperativa Agroindustrial<br />
de Cascavel (Coopavel), fala sobre o cooperativismo<br />
e como a experiência transformou<br />
a vida de 49 pequenos agricultores do oeste do<br />
Paraná em um negócio que fatura R$ 2 bilhões ao<br />
ano. No segundo dia, o técnico da Embrapa, Vicente<br />
de Paulo Campos Godinho, e o fazendeiro<br />
24 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
RURAL SHOW<br />
OS MELHORES DO AGRONEGÓCIO<br />
ANUAL DO EXPOSITOR<br />
375 expositores<br />
(450) bandeiras<br />
Lotes de màquinas,<br />
Veículos, Implementos<br />
e Serviços<br />
132<br />
Pavilhão das<br />
Agroindústria: Mais de<br />
88<br />
Pavilhão das<br />
Instituições<br />
23<br />
Pavilhão do<br />
Artesanato: Mais de<br />
132<br />
AUDITÓRIO DE PALESTRAS<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 25
AGRONEGÓCIO<br />
Giocondo Vale, farão apresentação<br />
do sistema de Integração Lavoura-<br />
-Pecuária-Floresta e as vantagens<br />
do aumento da produtividade do<br />
rebanho, da produção de grãos e<br />
dos lucros com o plantio de floresta<br />
nativa. Nos quatro dias, haverá<br />
técnicos da OCB, Emater, Embrapa<br />
e Sebrae trazendo novidades para<br />
o setor produtivo.<br />
No mesmo período, as mesmas<br />
entidades, incluindo também a Federação<br />
da Agricultura e Pecuária<br />
de Rondônia (Faperon), oferecerão<br />
cursos através das oficinas de<br />
manipulação de alimentos, como<br />
a desossa de frango, porco e boi,<br />
e a produção de pratos regionais<br />
a partir do tambaqui e o pirarucu.<br />
Neste ano, a Emater traz espaços<br />
exclusivos para contar a história<br />
do café, leite e carne mostrando<br />
os caminhos de desenvolvimento<br />
desses produtos.<br />
Estrangeiros de olho na feira<br />
As embaixadas de 10 países confirmaram o envio de<br />
delegações à 5ª Rondônia Rural Show. Países africanos e<br />
a Bolívia mandarão emissários para fechar negócios nas<br />
câmaras multissetoriais, onde estarão presentes as indústrias<br />
nativas de café, arroz, esmagadoras de grãos, entre outras. Já<br />
outros, como a República Tcheca, envia apenas uma missão<br />
de reconhecimento. A ideia do país do leste europeu é<br />
exportar máquinas com tecnologia de ponta para o campo<br />
e importar alimentos sobretudo carne e grãos do estado. A<br />
Superintendência do Desenvolvimento de Rondônia (Suder)<br />
funcionará como intermediadora das negociações.<br />
Vitrines tecnológicas<br />
A Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e seus parceiros,<br />
como a Ceplac, apresentarão as chamadas vitrines tecnológicas<br />
ao público em uma área nos fundos do parque. Um lote de 30x40,<br />
por exemplo, consorciado com cacau e banana, já produziu 1 mil<br />
quilos de banana em dois anos, graças a aplicação de técnicas no<br />
solo e a escolha de mudas. O shopping do leite é outra novidade<br />
de Seagri. A ideia é apresentar o chamado pastejo rotacionado e<br />
a inseminação genética com embriões de alto desempenho para<br />
aumentar a produtividade do produtor. O espaço também será<br />
dedicado as culturas de hortaliças como alface e tomate.<br />
Linhas de crédito<br />
Basicamente, Basa e Banco do Brasil vão oferecer 90%<br />
do crédito disponível nesta edição da Rondônia Rural Show.<br />
As duas instituições terão funcionários e estandes fixos para<br />
atender o produtor. As linhas de financiamento variam de<br />
0,5% até 6,5% para agricultura familiar e os médios e grandes<br />
produtores. As propostas poderão ser feitas diretamente<br />
com os bancos ou através dos credenciados, como a Emater,<br />
Ceplac e outras 48 entidades. As propostas recolhidas na feira<br />
receberão o selo de prioridade, mas é importante o produtor<br />
já antecipar seu cadastro, antes mesmo de escolher algum<br />
produto, máquina, veículo ou implemento.<br />
SETOR DO CRÉDITO<br />
BANCO DA AMAZÔNIA- BANCO DO BRASIL- CAIXA ECCONÔMICA- OSCPS-BANCOS PRIVADOS<br />
26 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
METAS PARA 5ª EDIÇÃO<br />
Números de visitantes 80.000<br />
Instituições bancárias presentes 6<br />
Transporte de produtores 5.000<br />
Países visitantes 10<br />
Propostas de financiamentos 5.500<br />
Volume de negócios 700.000.000,00<br />
INFRAESTRUTURA<br />
Auditório<br />
200 pessoas<br />
Espaço institucional<br />
23 instituições<br />
Pavilhão agroindústria 44 estandes (88 expositores)<br />
Vitrine tecnológica 22 lotes<br />
Espaço empresarial e 5 instituições - 14 empresas<br />
Internacional<br />
4 países<br />
Tenda de abertura<br />
Pavilhão artesanato<br />
Espaço multissetorial<br />
Sala de imprensa<br />
Área para expositores<br />
diversos<br />
750 lugares<br />
44 estandes (132 expositories)<br />
28 empresas (Comér. e Serv.)<br />
2 salas<br />
110 lotes<br />
Espaço para dinâmica de<br />
5 instituições - 14 empresas<br />
2 áreas<br />
Pista de teste para<br />
veículos utilitários<br />
2 áreas<br />
Espaço de convivência<br />
vitrine tecnológica<br />
1 tenda<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 27
RONDONIA RURAL SHOW<br />
EMBRAPA FAZ<br />
LANÇAMENTOS<br />
e apresenta novas<br />
tecnologias<br />
A Embrapa Rondônia irá lançar e levar diversas tecnologias nas áreas da<br />
cafeicultura, produção animal, vegetal e florestal para a maior feira de<br />
agronegócios da Região Norte, a 5ª Rondônia Rural Show.<br />
Por Renata Silva<br />
A<br />
Embrapa estará presente<br />
na Vitrine Tecnológica,<br />
na área dos estandes<br />
institucionais, em palestras, nos Caminhos<br />
do Leite e do Café e demais<br />
ações realizadas na Feira, sempre<br />
com profissionais à disposição do<br />
público todos os dias do evento. Os<br />
lançamentos deste ano são os livros<br />
“Café na Amazônia” e “Ginecologia<br />
e ultrassonografia reprodutiva em<br />
bovinos”; a nova técnica de Inseminação<br />
Artificial em Tempo Fixo<br />
– IATF em Blocos; demonstração da<br />
poda de formação em cafeeiros; e o<br />
dispositivo Vetscore, desenvolvido<br />
pela Embrapa Rondônia para avaliação<br />
nutricional do rebanho bovino,<br />
que estará exposto na Rondônia<br />
Rural Show e deve chegar neste<br />
primeiro semestre ao mercado. A<br />
comercialização será realizada pela<br />
Prático de Garça, empresa habilitada<br />
pela Embrapa para comercializar<br />
o produto.<br />
O evento acontece de 25 a 28 de<br />
maio em Ji-Paraná (RO) e a expectativa<br />
dos organizadores é de que<br />
mais de 50 mil pessoas visitem o<br />
local. “São quatro décadas de intensa<br />
produção científica da Embrapa<br />
para o estado e região amazônica.<br />
Tecnologias que estão disponíveis<br />
para os agricultores melhorarem a<br />
produção em quantidade e qualidade,<br />
com foco sempre na sustentabilidade<br />
dos sistemas”, diz o<br />
chefe-geral da Embrapa Rondônia,<br />
Alaerto Marcolan. Segundo ele, o<br />
Lançamento de livros<br />
O livro “Café na Amazônia” reúne<br />
e atualiza todo o conhecimento<br />
gerado pela Embrapa Rondônia<br />
em seus 40 anos de existência<br />
em Rondônia. O livro, em seus<br />
21 capítulos escritos por mais de<br />
50 autores, contém informações<br />
necessárias a todos aqueles que<br />
pretendem cultivar ou participar<br />
dos esforços para o cultivo do<br />
café na Região Amazônica. Permite<br />
as tomadas de decisão do<br />
agricultor, em sua plantação; dos<br />
agentes financeiros, responsáveis<br />
pelo financiamento da produção;<br />
dos estudantes em sua formação;<br />
do extensionista, na aplicação<br />
das técnicas indicadas. Enfim,<br />
uma obra completa e útil para o<br />
desenvolvimento e fortalecimento<br />
da cafeicultura na Amazônia,<br />
garantindo a competitividade do<br />
28 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
público que for ao evento poderá<br />
conferir o que de mais novo tem<br />
sido desenvolvido para o estado e<br />
região e que já pode ser adotado<br />
pelos produtores.<br />
Na área da cafeicultura, estarão<br />
à disposição do público na<br />
Vitrine Tecnológica variedades de<br />
café desenvolvidas pela Embrapa<br />
(arábica, robusta e conilon), entre<br />
elas a cultivar de café conilon BRS<br />
Ouro Preto. Também estarão em<br />
exposição a máquina de colheita<br />
semi-mecanizada do café canéfora<br />
(conilon e robusta) e a Barcaça Seca<br />
Café, tecnologia para a secagem<br />
de café com qualidade. Durante<br />
a Rondônia Rural Show o público<br />
ainda poderá degustar os cafés<br />
arábica e conilon de alta qualidade<br />
de bebida cultivados em áreas de<br />
experimentos da Embrapa no estado.<br />
Na Vitrine Tecnológica também<br />
serão apresentados ao público a<br />
cultivar de arroz BRS Esmeralda; a<br />
cultivar de capim elefante anão BRS<br />
Kurumi e a BRS Tamani, o primeiro<br />
híbrido de Panicum maximum da<br />
Embrapa. O Sistema de Integração<br />
Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)<br />
será apresentado na Vitrine como<br />
tecnologia sustentável para a agricultura.<br />
O público também poderá<br />
conhecer e manusear a régua de<br />
manejo de pastagem, que indica o<br />
momento ideal para o gado entrar<br />
e sair da pastagem.<br />
A Embrapa também<br />
fará parte de uma das<br />
novidades da Feira<br />
para este ano, as salas<br />
temáticas Caminho<br />
do Leite e Caminho<br />
do Café, organizados<br />
pela EMATER-RO e com<br />
a parceria da Embrapa.<br />
Estes espaços são<br />
interativos e buscam<br />
oferecer ao público uma<br />
experiência sensorial,<br />
aguçando visão, tato,<br />
olfato e audição para<br />
levar aos visitantes<br />
orientações e uma breve<br />
experiência sobre a<br />
produção de café e leite<br />
no estado.<br />
Além destas ações, a equipe da<br />
Embrapa realizará duas palestras<br />
que fazem parte da programação<br />
da Feira. No dia 26/05, das 8h às<br />
12h, será realizado o “Workshop<br />
Integração Lavoura-Pecuária-<br />
-Floresta (ILPF) como alternativa<br />
sustentável para Rondônia”, os<br />
palestrantes serão o pesquisador<br />
da Embrapa Rondônia, Vicente de<br />
Paulo Campos Godinho e o produtor<br />
Giocondo Vale, que possui<br />
uma fazenda que utiliza o sistema<br />
ILPF e que é considerada modelo<br />
em sustentabilidade em Rondônia.<br />
No dia 27/05, das 8h às 9h20,<br />
será realizada a palestra “Manejo<br />
reprodutivo de rebanho bovino<br />
visando maior eficiência”, com o<br />
pesquisador da Embrapa Rondônia,<br />
Luiz Francisco Machado.<br />
Diversas ações realizadas pela<br />
Embrapa na Rondônia Rural Show<br />
contam com a parceria da Energia<br />
Sustentável do Brasil (ESBR),<br />
concessionária da Usina Hidrelétrica<br />
(UHE) Jirau que, por meio<br />
do Projeto Piloto de Uso da Faixa<br />
Deplecionável do reservatório da<br />
UHE Jirau (RO) e das Áreas de terra<br />
Firme de seu Entorno, buscam o<br />
desenvolvimento da agricultura<br />
familiar no entorno da Usina Jirau<br />
e região através de transferência de<br />
tecnologias. Confira mais detalhes<br />
sobre as ações e tecnologias que<br />
a Embrapa levará para a quinta<br />
edição da Rondônia Rural Show.<br />
setor cafeeiro frente às demais<br />
regiões produtoras, em um cenário<br />
econômico que exige, cada<br />
vez mais, a profissionalização do<br />
setor agrário e a eficiência de<br />
utilização de recursos ambientais,<br />
econômicos e humanos. O<br />
livro conta com a parceria da<br />
UHE Jirau e apoio do Consórcio<br />
Pesquisa Café e da Secretaria de<br />
Estado da Agricultura – Seagri.<br />
Já o livro “Ginecologia e ultrassonografia<br />
reprodutiva em<br />
bovinos” pretende ser um novo<br />
aliado dos profissionais e estudantes<br />
que trabalham diretamente<br />
com os sistemas de<br />
produção de bovinos de todo<br />
o Brasil. Trata-se de um manual<br />
prático, de consulta rápida e de<br />
fácil leitura, que pode auxiliar na<br />
condução adequada da avaliação<br />
reprodutiva. A obra é uma<br />
parceria da Embrapa Rondônia<br />
com a Universidade do Estado<br />
de Santa Catarina.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 29
RONDONIA RURAL SHOW<br />
Lançamento:<br />
IATF em Blocos<br />
aumenta em até<br />
20% a prenhez<br />
em vacas<br />
Com a nova técnica de Inseminação<br />
Artificial em Tempo Fixo<br />
(IATF) desenvolvida pela Embrapa<br />
Rondônia, a IATF em Blocos, a taxa<br />
de prenhez pode chegar a 70%, enquanto<br />
que o método convencional<br />
alcança em média de 40% a 60%,<br />
ou seja, a nova técnica aumenta<br />
de 10% a 20% a taxa de prenhez<br />
em relação às vacas submetidas à<br />
metodologia de IATF convencional.<br />
A IATF em Blocos foi desenvolvida<br />
para aproveitar o máximo potencial<br />
reprodutivo de fêmeas bovinas<br />
submetidas a um protocolo de IATF.<br />
O diferencial da IATF em Blocos<br />
é a realização da inseminação de<br />
acordo com o diâmetro do folículo<br />
dominante, ou seja, a resposta<br />
do ovário da vaca. Para utilizar a<br />
nova técnica, no dia de realização<br />
da IATF, inicialmente as fêmeas<br />
são avaliadas por ultrassonografia<br />
para se estimar o momento da<br />
ovulação. Dessa forma, realiza-se<br />
a inseminação artificial de acordo<br />
com o momento mais favorável<br />
para a fecundação, diferentemente<br />
da forma tradicional, que não leva<br />
em consideração a estimativa do<br />
momento da ovulação. A depender<br />
do diâmetro do folículo, os animais<br />
são separados em quatro grupos<br />
e inseminadas em até 30 horas. A<br />
metodologia foi desenvolvida para<br />
vacas zebuínas de corte, Nelore,<br />
com cria ao pé e será avaliada para<br />
outras raças.<br />
Lançamento:<br />
poda de formação<br />
dos cafeeiros<br />
conilon e robusta<br />
A poda de formação será apresentada<br />
na prática aos visitantes<br />
da Vitrine Tecnológica da Embrapa<br />
na Feira na Rondônia Rural<br />
Show. A poda de formação é uma<br />
técnica indicada para a formação<br />
precoce da copa dos cafeeiros conilon<br />
e robusta. Ela é benéfica por<br />
aumentar a produção na primeira<br />
safra e possibilitar a padronização<br />
das podas de produção, pois as<br />
hastes apresentarão a mesma<br />
idade. Se os cafeeiros forem plantados<br />
no mês de janeiro e a poda<br />
realizada em março, por exemplo,<br />
a prática da poda poderá também<br />
VETSCORE®: tecnologia simples para<br />
avaliar a condição nutricional do rebanho<br />
A Embrapa Rondônia<br />
desenvolveu uma<br />
tecnologia simples e<br />
prática para avaliar a<br />
condição nutricional<br />
do rebanho. Chamado<br />
VETSCORE®, a previsão é<br />
de que esteja disponível<br />
para manuseio. A<br />
comercialização<br />
será realizada pela<br />
Prático de Garça,<br />
empresa habilitada<br />
pela Embrapa para<br />
comercializar o produto.<br />
O VETSCORE® é formado<br />
por duas réguas e<br />
articuladas de maneira<br />
a formarem uma<br />
angulação em que o<br />
próprio produtor pode<br />
monitorar o rebanho de<br />
forma rápida e precisa,<br />
além de corrigir o<br />
manejo alimentar para<br />
atingir maior eficiência<br />
do rebanho. Para fazer<br />
a avaliação com o<br />
VETSCORE®, o animal<br />
deve ser recolhido em<br />
local onde possa ser<br />
contido e manuseado<br />
sem apresentar riscos a<br />
ele e ao avaliador.<br />
Feito isso, a régua deve<br />
ser posicionada sobre<br />
a garupa do animal,<br />
entre a última vértebra<br />
lombar e a primeira<br />
vértebra sacral, e ser<br />
lentamente fechado<br />
até que suas réguas<br />
estejam em maior<br />
contato possível com a<br />
pele do animal. A leitura<br />
da condição corporal<br />
em que o animal se<br />
encontra é indicada<br />
por cores no visor:<br />
vermelha (baixa), verde<br />
(adequada) e amareloalaranjada<br />
(alta). Este<br />
dispositivo foi validado<br />
para as raças Nelore,<br />
Girolando e Angus.<br />
30 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
evitar o florescimento precoce em<br />
julho/agosto, evitando a colheita<br />
do primeiro ano (catação), cujo<br />
custo e a baixa produtividade por<br />
planta, a torna economicamente<br />
inviável.<br />
Conilon BRS Ouro Preto: primeira<br />
cultivar de café da Embrapa para<br />
Rondônia e região<br />
Uma área foi reservada na Rondônia Rural Show para o plantio<br />
e demonstração ao público da cultivar de café conilon BRS<br />
Ouro Preto (Coffea canephora Pierre ex Froehner), a primeira<br />
lançada pela Embrapa no Brasil, sendo resultado de pesquisa<br />
conduzido pela Embrapa Rondônia e o Consórcio Pesquisa Café.<br />
Também é a primeira cultivar de café conilon do Brasil a receber<br />
o Certificado de Proteção, concedido pelo Serviço Nacional de<br />
Proteção de Cultivares, vinculado ao Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento.<br />
Recomendada especialmente para Rondônia, segundo<br />
produtor de café conilon do país, a cultivar foi obtida pela seleção<br />
de cafeeiros com características adequadas às lavouras<br />
comerciais do estado e adaptada ao clima e ao solo da região.<br />
Sua denominação é uma homenagem ao município de Ouro<br />
Preto do Oeste, centro pioneiro da colonização oficial do antigo<br />
território de Rondônia.<br />
Colheita semimecanizada<br />
do café conilon<br />
pode reduzir<br />
custos de<br />
produção<br />
Um dos principais gargalos<br />
enfrentados pelos cafeicultores é<br />
a falta de mão-de-obra, que limita<br />
o desenvolvimento da produção,<br />
tanto em quantidade como em<br />
qualidade. E, com o intuito de minimizar<br />
este problema, a Embrapa<br />
Rondônia está realizando testes<br />
para a colheita semi-mecanizada<br />
do café canéfora (conilon e robusta),<br />
que pode ser uma alternativa viável.<br />
Em testes iniciais, as medições<br />
foram feitas e comparadas com a<br />
colheita manual. O rendimento da<br />
máquina foi de aproximadamente<br />
cinco para um. Isso quer dizer que,<br />
considerando a máquina trabalhando<br />
com quatro operadores, ela<br />
tem potencial de fazer o trabalho<br />
de derriça de mais de 20 homens,<br />
reduzindo os custos em até 70%,<br />
quando comparada à colheita<br />
manual.<br />
As máquinas recolhedoras e<br />
trilhadoras do café são baseadas<br />
no sistema de podas e renovação<br />
anual e/ou periódicas das lavouras.<br />
Em que, os ramos provenientes das<br />
podas, contendo ainda os frutos,<br />
formam leiras que são trilhadas<br />
mecanicamente ou podem simplesmente<br />
alimentar as máquinas de<br />
forma manual. Essa forma de colheita<br />
semi-mecanizada possui grande<br />
potencial por utilizar máquinas mais<br />
compactas e de menor custo, além<br />
de não exigir a obrigatoriedade da<br />
adequação espacial das lavouras de<br />
café. Este trabalho tem sido realizado<br />
em parceria com as Indústrias<br />
Colombo/Miac.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 31
RONDONIA RURAL SHOW<br />
Pesquisa demonstra potencial do café<br />
arábica para a região amazônica<br />
Os resultados de duas colheitas<br />
dos experimentos de café arábica<br />
desenvolvidos pela Embrapa Rondônia<br />
especialmente para a região<br />
Amazônica superaram as expectativas.<br />
Alguns materiais alcançaram<br />
produtividade média de 28 sacas<br />
por hectare nas áreas experimentais<br />
instaladas em municípios dos estados<br />
de Rondônia e Acre. Destaque<br />
para duas linhagens que alcançaram<br />
média de 40 sacas por hectare<br />
no município de Alta Floresta do<br />
Oeste-RO. Segundo o pesquisador<br />
da Embrapa Rondônia, Alexsandro<br />
Teixeira, são resultados excelentes<br />
considerando o cultivo sob condições<br />
de temperaturas elevadas, e<br />
ainda, quando comparado com a<br />
média nacional que é de 22 sacas/<br />
ha. “A pesquisa com café arábica é<br />
de grande importância para a região,<br />
pois atende grande demanda, uma<br />
vez que todo o café arábica consumido<br />
no Norte do país é importado<br />
de outras regiões produtoras, como<br />
Minas Gerais e São Paulo”, explica o<br />
pesquisador.<br />
São dez anos de pesquisas em<br />
melhoramento genético para o café<br />
arábica desenvolvidas pela Embrapa<br />
Rondônia. O processo de seleção de<br />
plantas ainda está em andamento,<br />
pois é necessária a coleta de dados<br />
de mais duas safras de produção<br />
para finalizar a pesquisa. A previsão é<br />
de, em 2018, ter uma cultivar de café<br />
arábica recomendada para a Amazônia.<br />
Estas pesquisas são conduzidas<br />
pela Embrapa Rondônia e Embrapa<br />
Café, em parceria com o Instituto<br />
Agronômico de Campinas – IAC e<br />
Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
de Minas Gerais – Epamig, também<br />
participante do Consórcio.<br />
32 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta<br />
é um sistema<br />
de produção recomendado<br />
pela Embrapa em todo Brasil<br />
e também será apresentado<br />
na Rondônia Rural Show.<br />
Trata-se de uma estratégia<br />
de produção sustentável,<br />
que integra atividades agrícolas,<br />
pecuárias e florestais,<br />
realizadas na mesma área<br />
em cultivo consorciado, em<br />
sucessão ou rotacionado,<br />
buscando efeitos sinérgicos<br />
entre os componentes do agroecossistema.<br />
De acordo com o pesquisador da<br />
Embrapa Rondônia, Vicente Godinho,<br />
estima-se que mais de 70% das áreas de<br />
pastagem do estado estão com algum<br />
grau de degradação e a produção de<br />
grãos vem como uma alternativa para<br />
a recuperação destes solos, no sistema<br />
de integração lavoura-pecuária (ILP).<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 33
34 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 35
ESPECIAL<br />
MILHARAL<br />
PIPOCANDO<br />
EM RONDÔNIA<br />
Com a capacidade de exportação triplicada nos quatro portos instalados em Porto<br />
Velho - 13 milhões de toneladas por ano - o produtor de grãos de Rondônia não teve<br />
dúvida: milho como sucessor da soja para fechar a conta e ter boa lucratividade. A<br />
safrinha no estado alcançou este ano a casa dos 120 mil hectares de área plantada e,<br />
com a ajuda de São Pedro, estima-se uma produção superior a 551 mil toneladas. É a<br />
safrinha, mas bem que poderia se chamar safrão do milho.<br />
Por Ivonete Gomes<br />
A<br />
falta de chuva no<br />
começo do ano em<br />
algumas regiões do<br />
Cone Sul de Rondônia atrasaram<br />
em mais de 30 dias o plantio da<br />
soja e, consequentemente, o do<br />
milho. Para não perder tempo e<br />
aproveitar o bom humor de São<br />
Pedro, que vem enviando chuva<br />
e luz na medida certa, o produtor<br />
José Gripa acorda com os primeiros<br />
raios de sol, sobe no trator e<br />
segue para a lavoura. Ele repete<br />
a mesma rotina desde 1978,<br />
quando chegou à Rondônia atrás<br />
de um lugar sossegado para criar<br />
os filhos. “Amambaí (MS), cidade<br />
grande, já tinha muita droga, muita<br />
violência”, fala com dificuldade<br />
o produtor que venceu um câncer<br />
na língua aos 50 anos de idade.<br />
Hoje, aos 85 anos, o agricultor<br />
José Gripa vê a terceira geração<br />
trabalhando nas lavouras de soja<br />
e milho do próspero município<br />
de Vilhena, a 700 quilômetros da<br />
capital do estado. A família cultiva<br />
uma área de 1.400 hectares.<br />
Marcos Gripa, o neto de 34 anos,<br />
se tornou um produtor arrojado.<br />
Utiliza sementes transgênicas Limagrain<br />
6033, para colheita mais<br />
cedo e excelência na qualidade<br />
dos grãos e a híbrida convencional<br />
da Pionner 30S31; cultivar com<br />
potencial produtivo na safrinha e<br />
elevada estabilidade e tolerância<br />
ao estresse hídrico. Com a aplicação<br />
da alta tecnologia espera<br />
uma produtividade de 120 sacas<br />
de milho por hectare, totalizando<br />
60 mil sacas da área onde produz.<br />
Já o avó, José, homem que banca<br />
a lavoura com recursos próprios,<br />
usou variedade de tecnologia<br />
inferior e estima uma colheita de<br />
60 sacas por hectare. “Ele investe<br />
mais em soja. Mas hoje, produzir<br />
tanto soja como milho está mais<br />
fácil. O vô conta que era muito<br />
difícil quando ele começou. Para<br />
trazer produtos de Cuiabá passava<br />
cinco dias na estrada”, relata o<br />
neto orgulhoso.<br />
A família Gripa é parte do grupo<br />
de produtores rondonienses<br />
que, nos últimos anos, optou pelo<br />
milho safrinha como sucessor da<br />
soja, quadriplicando a produção<br />
do grão no estado, que passou<br />
de 147,3 mil (safra 2010/2011)<br />
para 551,3 mil toneladas (safra<br />
2014/2015). “Hoje em dia o<br />
agricultor que não planta milho,<br />
da soja não vive. Você tem que<br />
plantar o milho para completar a<br />
renda e não deixar as máquinas e<br />
os funcionários parados”, diz Marcos<br />
Gripa, que antes de colocar<br />
a semeadora no campo vendeu<br />
25% da produção para a Cargill<br />
por R$ 20,00 a saca.<br />
36 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
37
ESPECIAL<br />
MICRORREGIÃO<br />
DE CEREJEIRAS:<br />
MAIS GRÃOS<br />
EM MAIS MÃOS<br />
Ao contrário de Vilhena,<br />
onde a produção é maior,<br />
mas concentrada em menor<br />
quantidade de propriedades,<br />
a microrregião de<br />
Cerejeiras, que engloba os<br />
municípios de Colorado<br />
do Oeste, Pimenteiras, Corumbiara<br />
e Cabixi, detém o<br />
maior número de produtores<br />
de grãos de Rondônia.<br />
São 70 mil hectares de área<br />
plantada distribuídos em<br />
toda a região e em diversas<br />
mãos. O sindicato dos produtores<br />
locais tem mais de<br />
600 membros ativos, segundo<br />
o presidente da entidade<br />
Jair Gollo. As lavouras crescem<br />
a cada safra e os silos de<br />
armazenagem e secadores<br />
surgem da noite para o dia.<br />
Grandes empresas como<br />
Amaggi e Cargill estão na<br />
região à espreita dos grãos<br />
colhidos do campo.<br />
Jair Gollo viu de perto o<br />
avanço da agricultura na região.<br />
Nascido em Concórdia<br />
(SC), ele chegou ao estado<br />
em 1989 quando começou<br />
o trabalho na lavoura de<br />
arroz. Em 1997 recebeu a<br />
visita de um diretor de uma<br />
das maiores companhias<br />
da América Latina no ramo<br />
do agronegócio, a Amaggi.<br />
Com o investimento da<br />
empresa em Cerejeiras, o<br />
produtor passou a cultivar<br />
soja e milho com os irmãos.<br />
Este ano, a falta de chuva na<br />
região no começo da janela<br />
de plantio da soja, deixou<br />
os irmãos Gollo apreensivos.<br />
A produtividade caiu<br />
e o volume colhido não<br />
passou das 53 sacas por<br />
hectare. A esperança de<br />
lucro agora vem da lavoura<br />
de 920 hectares de milho<br />
safrinha. “Nós plantamos<br />
a soja na primeira semana<br />
de outubro e logo depois<br />
parou de chover e só voltou<br />
a cair água 20 dias depois.<br />
Era tarde demais. Perdemos<br />
200 hectares”, lembra o<br />
agricultor.<br />
Com jeitão de quem,<br />
mesmo com as intempéries,<br />
está sempre de bem com a<br />
vida, Jair Gollo é referência<br />
para os demais produtores<br />
da região. É notoriamente<br />
perfeccionista com a lavoura.<br />
Não brinca com tratos<br />
culturais e faz a própria<br />
pesquisa sobre o desenvolvimento<br />
de grãos. Na lavou-<br />
ra do milho 42 materiais<br />
estão em teste. “Fazemos<br />
isso todo ano para saber<br />
qual variedade apresenta<br />
maior produtividade. As<br />
que tiverem melhor resultado<br />
serão as que vamos<br />
plantar na próxima safra”,<br />
diz Jair Gollo.<br />
Em parceria com os irmãos<br />
Camilo, também da<br />
região, o produtor investiu<br />
na instalação de silo e secador<br />
próprios. A estrutura<br />
tem capacidade para secar<br />
100 toneladas por hora e<br />
armazenar 230 mil sacas.<br />
“O gargalo é a energia.<br />
C<br />
ta<br />
e<br />
c<br />
g<br />
p<br />
a<br />
tr<br />
38 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
aríssima. Seis horas da<br />
rde a gente desliga tudo<br />
só funciona, quando preisa,<br />
com motor a diesel. O<br />
overno não dá incentivo<br />
ara quem produz. Um<br />
bsurdo”, reclama.<br />
Da porteira para deno<br />
da fazenda, a ordem é<br />
manter as contas ajustadas.<br />
Com o custo de produção<br />
do hectare do milho<br />
estimado em R$ 1,2 mil,<br />
jogar R$ 1,1 milhão na terra,<br />
mantém o produtor<br />
em alerta e com orações<br />
em dia para que não falte<br />
chuva. Para não correr risco,<br />
os produtores da região<br />
fazem a “operação travar<br />
custo”. “No sindicato, estamos<br />
orientando no sentido<br />
de só gastar com insumos<br />
o valor contratado com as<br />
empresas que compram os<br />
grãos antecipadamente. Às<br />
vezes você negocia a saca<br />
a um preço e ao final ela<br />
está o dobro. Você não tem<br />
aquele lucro todo, mas pelo<br />
menos dorme sossegado<br />
com a certeza das contas<br />
pagas. Só se preocupa em<br />
produzir bem para ganhar<br />
com o que sobrou”, diz Jair<br />
Gollo.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 39
ESPECIAL<br />
RECOMENDAÇÕES<br />
O percentual da área da lavoura a ser<br />
semeado com milho não Bt, de acordo<br />
com a recomendação do Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />
(Mapa), é de 10% cento do total da lavoura,<br />
independente da tecnologia utilizada em<br />
milho, e 20 % para soja.<br />
A rápida seleção de biótipos ou raças<br />
das pragas-alvo resistentes às toxinas<br />
do Bt também é um risco ao não se usar a<br />
área de refúgio. Evitar a seleção de insetos<br />
resistentes é a melhor estratégia.<br />
A área de refúgio deve ser<br />
semeada com cultivares de iguais<br />
portes e ciclos aos do milho Bt.<br />
Também é preciso observar que o<br />
refúgio deve estar a menos de 800<br />
metros de distância das plantas<br />
transgênicas. Esse sincronismo<br />
entre o desenvolvimento das<br />
plantas Bt com as não Bt permite<br />
o desenvolvimento de mariposas<br />
(adultos das lagartas) na área de<br />
milho Bt, simultaneamente com as<br />
emergidas na área de refúgio. Assim,<br />
ocorre o aumento de chances de<br />
acasalamento entre esses adultos,<br />
pois as mariposas não se dispersam<br />
por mais de 800 metros.<br />
40 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
ÁREA DE REFÚGIO<br />
PARA MANTER A<br />
RESISTÊNCIA DOS<br />
TRANSGÊNICOS<br />
NO MILHARAL<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
Plantações de culturas transgênicas<br />
Bt, como milho, soja e algodão,<br />
precisam manter uma área<br />
da lavoura somente com plantas<br />
convencionais não transgênicas.<br />
A falta dessa medida preventiva,<br />
conhecida como área de refúgio,<br />
acaba provocando a seleção de<br />
insetos-praga cada vez mais resistentes,<br />
tornando inócua a ação<br />
desejada dos transgênicos.<br />
A área de refúgio é a principal<br />
estratégia que os produtores<br />
têm para evitar a quebra de resistência<br />
dos transgênicos, mantendo<br />
o equilíbrio ecológico e a<br />
Médias de precipitação e dias com chuvas<br />
no município de Vilhena-RO (1971-2015)<br />
Precipitação pluvial<br />
(mm)<br />
Número de dias de chuva<br />
(mm)<br />
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
produtividade das lavouras.<br />
Segundo pesquisas da Embrapa,<br />
o produtor que não utilizar a área de<br />
refúgio pode ser o primeiro a sofrer<br />
com os prejuízos, pois quando não<br />
há estímulos à migração, a tendência<br />
das mariposas emergidas numa<br />
determinada área é permanecer no<br />
local. É recomendado que, além de<br />
plantar a área de refúgio, o produtor<br />
faça uma rotação do seu híbrido,<br />
utilizando diferentes eventos de Bt<br />
na sua área plantada, principalmente<br />
onde já foi observada ocorrência<br />
de lagartas. Além disso, o produtor<br />
deve utilizar híbridos de milho expressando<br />
mais de uma proteína<br />
Bt e deve evitar o uso do mesmo<br />
evento Bt utilizado no ano anterior.<br />
Um dos principais riscos associados<br />
a não adoção da área de refúgio<br />
é a rápida seleção de indivíduos ou<br />
raças das pragas-alvo resistentes às<br />
toxinas do Bt.<br />
O agricultor precisa buscar informação.<br />
Quando as dimensões<br />
das glebas cultivadas com milho Bt,<br />
por exemplo, forem acima de 800<br />
metros de comprimento, serão necessárias<br />
faixas de refúgio internas<br />
nas respectivas glebas, semeadas<br />
simultaneamente.<br />
O milho transgênico atualmen-<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 41
ESPECIAL<br />
Pesquisas em Rondônia<br />
A unidade experimental da Embrapa em Rondônia<br />
tem vários programas de melhoramento do milho.<br />
O pesquisador de culturais anuais, Vicente Godinho,<br />
comanda os ensaios e orienta o plantio de cultivares<br />
com ciclos de produção diferentes. “O produtor trabalha<br />
com material de ciclo superprecoce, precoce e médio.<br />
São os melhores materiais para se trabalhar na safrinha.<br />
Os materiais tardios são plantados primeiro. Ele oferece<br />
alto potencial produtivo. Normalmente, as sementes<br />
são caras, mas acabam respondendo com boa<br />
produtividade”, disse.<br />
te comercializado no Brasil pode<br />
expressar em seus tecidos eventos<br />
com uma, duas ou até três proteínas<br />
obtidas da bactéria Bacillus thuringiensis,<br />
que lhe dá o nome milho Bt<br />
e tem como pragas-alvo algumas<br />
espécies de lagartas (lepidópteros)<br />
e a larva-de-diabrótica, um besouro<br />
(coleópteros), que causam prejuízos<br />
à cultura do milho.<br />
Na lavoura de milho Bt também<br />
ocorre uma otimização das tarefas<br />
de tratos culturais. Mas, para obter<br />
êxito na plantação o produtor precisa<br />
adotar práticas como o uso da<br />
área de refúgio e cumprir as normas<br />
de coexistência com as cultivares<br />
convencionais.<br />
O principal papel do milho Bt,<br />
no manejo de pragas, é reduzir os<br />
danos causados pelas lagartas. Essa<br />
tecnologia deve ser vista como mais<br />
uma opção para o Manejo Integrado<br />
de Pragas (MIP) e pode, se bem<br />
manejada, reduzir a utilização de<br />
inseticidas químicos, o que favorece<br />
o estabelecimento do controle<br />
biológico.<br />
Independentemente da cultura<br />
Bt, a utilização da área de refúgio é<br />
fundamental para manter a eficiência<br />
da tecnologia por mais tempo.<br />
O princípio envolvido nas áreas de<br />
refúgio é simples. Se o produtor<br />
mantiver uma área de cultura 100%<br />
Bt, a ação inseticida da planta elimi-<br />
ÁREA PLANTADA<br />
MILHO 2ª SAFRA - BRASIL - Série Histórica de Área Plantada - Safras 1976/77 a 2015/16 - Em mil hectares<br />
REGIÃO/UF 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10<br />
NORTE 17,5 14,1 18,2 29,2 35,3 40,0 72,6<br />
RO 15,5 13,2 17,3 19,3 24,7 30,3 61,8<br />
PRODUÇÃO<br />
MILHO 2ª SAFRA - BRASIL - Série Histórica de Produção- Safras 1976/77 a 2015/16 - Em mil toneladas<br />
REGIÃO/UF 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10<br />
NORTE 48,8 40,2 45,3 94,0 121,8 142,3 192,8<br />
RO 43,4 37,0 42,4 62,4 78,8 89,4 159,4<br />
42 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
nará a maioria dos indivíduos, mas será<br />
preservado um pequeno grupo naturalmente<br />
resistente àquele princípio ativo.<br />
Com o tempo, os insetos mais resistentes<br />
serão os únicos sobreviventes e cruzarão<br />
entre si, gerando novas populações de<br />
indivíduos resistentes ao Bt.<br />
A área de refúgio, composta por plantas<br />
convencionais, serve de abrigo para<br />
insetos suscetíveis à ação dos transgênicos.<br />
A sobrevivência deles garante novos<br />
cruzamentos entre resistentes e suscetíveis<br />
gerando novas populações em que<br />
essa resistência será diluída e promoverá a<br />
presença de insetos que serão eliminados<br />
pela cultura Bt.<br />
O monitoramento da eficácia dos<br />
eventos Bt, utilizados nas lavouras, deve<br />
servir de balizamento para escolha dos<br />
eventos transgênicos a serem plantados<br />
na safra seguinte.<br />
O produtor deve conhecer as proteínas<br />
inseticidas expressas em cada evento e<br />
evitar o plantio de eventos que contêm<br />
a mesma proteína inseticida em toda sua<br />
lavoura.<br />
É preciso ter o mesmo cuidado em<br />
relação às proteínas que apresentam<br />
menor eficácia no controle das lagartas<br />
na safra anterior.<br />
Manejo de Pragas nas Culturas Bt<br />
De acordo com informações publicadas no site da Associação<br />
Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), para o manejo de pragas<br />
nas culturas Bt, as boas práticas agrícolas recomendam a atenção para<br />
outros métodos de controle, principalmente os culturais, a saber: adoção<br />
da área de refúgio; dessecação antecipada seguida de inseticida<br />
somente se necessário; controle de plantas daninhas; tratamento<br />
de sementes; monitoramento periódico e utilização de inseticidas<br />
somente quando indicado pelo nível de ação para a espécie-alvo.<br />
(Fonte: Embrapa e Abrasem)<br />
2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 Previsão (¹)<br />
84,7 112,8 130,5 189,3 273,5 215,4<br />
56,0 68,4 89,6 88,4 119,5 119,5<br />
2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 Previsão (¹)<br />
281,9 434,2 526,6 791,8 1.285,6 977,8<br />
147,3 247,1 334,0 331,6 551,3 551,0<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 43
44 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
INFORME PUBLICITÁRIO<br />
APROSMAT fortalecendo o<br />
setor de sementes brasileiro<br />
C<br />
riada em 1980, a Associação<br />
dos Produtores<br />
de Sementes de Mato<br />
Grosso (Aprosmat) tem como<br />
objetivo incentivar e expandir o<br />
comércio de sementes no Estado<br />
de Mato Grosso com disciplina,<br />
organização e ética. Sua atividade<br />
é orientar e divulgar aos seus<br />
associados: leis, portarias, notícias,<br />
informações técnicas e defender<br />
os interesses dos associados junto<br />
aos poderes públicos e demais<br />
entidades e órgãos de classe.<br />
No entanto, nos últimos anos<br />
esse trabalho tem rompido as fronteiras<br />
e alcançado outros estados<br />
produtores, uma vez que a produção<br />
agrícola brasileira se destaca<br />
no cenário mundial, e a Aprosmat<br />
é pioneira na organização do setor<br />
produtivo. Hoje, a entidade é<br />
referência nas áreas em que atua<br />
sendo reconhecida como uma<br />
empresa de qualidade, buscando<br />
sempre proporcionar parcerias<br />
com o setor público e privado,<br />
agilizando os interesses da classe<br />
de modo rápido e diferenciado.<br />
A entidade foi a grande propulsora<br />
de todo movimento que<br />
tem hoje no Mato Grosso. Entre<br />
elas incluem-se Fundação Mato<br />
Grosso, Associação dos Produtores<br />
de Soja e Milho (Aprosoja) e Associação<br />
dos Produtores de Algodão<br />
(Ampa). O perfil técnico, os laboratórios<br />
da Aprosmat são respeitados<br />
em todo Brasil. A Aprosmat é<br />
a mãe de todas as estruturas que<br />
foram criadas depois dela.<br />
Para o presidente da Aprosmat,<br />
Carlos Ernesto Augustin, a<br />
entidade desde sua criação vem<br />
superando desafios, um deles é<br />
produzir sementes de qualidades<br />
em áreas onde existem grandes<br />
dificuldades como clima, solo e<br />
riscos de pragas.<br />
“A Aprosmat colaborou muito<br />
com o crescimento da produção<br />
de sementes e grãos no Estado,<br />
fornecendo sementes de alta qualidade,<br />
e garantido uma competitividade<br />
saudável e assim evitando<br />
a concentração de produção e o<br />
abuso de poder econômico”, finalizou<br />
Augustin.<br />
Um dos destaques desta atuação<br />
é o trabalho desenvolvido<br />
pelo laboratório de análises de<br />
sementes da Aprosmat, criado em<br />
22 de maio de 1989. Executa suas<br />
atividades em instalações próprias,<br />
possui estrutura adequada<br />
e equipamentos apropriados, bem<br />
como profissionais qualificados<br />
para a realização, interpretação e<br />
apresentação dos resultados das<br />
análises de qualidade e detecção<br />
de OGM.<br />
Através do compromisso de<br />
adoção e implementação do<br />
Sistema de Gestão da Qualidade,<br />
respaldado nos requisitos da<br />
norma NBR ISO/IEC 17025:2005,<br />
desenvolve trabalhos confiáveis<br />
que asseguram a qualidade, baseados<br />
nas Regras para Análise de<br />
Sementes (RAS) e demais padrões<br />
e legislações aplicáveis.<br />
O laboratório realiza análises da<br />
qualidade na fase de pré-colheita,<br />
verificação da qualidade, análise<br />
oficial e acompanhamento pós-<br />
-venda. Para assegurar a exatidão<br />
dos resultados obtidos no laboratório,<br />
a Aprosmat investe em sua<br />
estrutura física e na informatização<br />
dos trabalhos desenvolvidos com<br />
registro das análises no momento<br />
da execução, proporcionando agilidade<br />
e proteção de informações.<br />
Em 2007, a Aprosmat inaugurou<br />
o Laboratório de Nematologia<br />
visando se estabelecer como uma<br />
empresa de excelência em análises<br />
nematologia. Devido à sua posição<br />
estratégica, vêm atendendo clientes<br />
de todo o território nacional.<br />
A qualidade dos serviços<br />
prestados e a satisfação de seus<br />
clientes são prioridades para o<br />
Laboratório de Nematologia da<br />
Aprosmat que, para tanto, mantém<br />
seus colaboradores treinados<br />
e atualizados, além de dispor de<br />
equipamentos de última geração<br />
e excelente estrutura física.<br />
“A expansão dos trabalhos<br />
da Associação tem sido fruto de<br />
anos de trabalho fortalecendo e<br />
unificando os produtores de Mato<br />
Grosso. Poder levar esse conhecimento<br />
e, principalmente, nossa<br />
experiência para outros estados<br />
como Rondônia é motivo de grande<br />
orgulho para nossa entidade”,<br />
afirma o presidente da Aprosmat,<br />
Carlos Ernesto Augustin.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
45
www.aprosmat.com.br<br />
A qualidade e produtividade em sementes<br />
acaba de chegar a Rondônia.<br />
Do plantio a colheita, a qualidade e a produtividade de sua lavoura depende da escolha de suas<br />
sementes. É por isso que a Aprosmat acaba de chegar a Rondônia para apresentar as cultivares<br />
de seus associados. São sementes testadas nas mais diversas condições de solo e clima,<br />
selecionadas e produzidas com a mais alta tecnologia do mercado para proporcionar alto<br />
rendimento e produtividade com alta performance no desenvolvimento das plantas. Além de<br />
oferecer acompanhamento e suporte técnico especializado. Tudo isso para fazer você ser mais<br />
eficiente no campo e obter resultados excepcionais. Faça como os agricultores mais produtivos<br />
do Brasil, escolha sementes dos associados da APROSMAT.<br />
Somente uma associação que representa os melhores sementeiros do país, com reconhecimento<br />
nacional e internacional, que trabalha com ética e transparência em seus sistemas e processos,<br />
compromete-se com a qualidade das sementes e oferece serviços de qualidade certificada em<br />
análises de sementes, patologia e nematologia. O que consolida a excelência de uma associação<br />
ao procurar atender as necessidades e demandas dos produtores de todo Brasil.<br />
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE<br />
SEMENTES DE MATO GROSSO<br />
46 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />
Rua dos Andradas - Vila Golart<br />
Rondonópolis / MT |CEP 78745-420<br />
+55 66 3427.2400 aprosmat@aprosmat.com.br
FIERO<br />
NÚMEROS<br />
COMPROVAM<br />
consolidação da<br />
indústria de Rondônia<br />
Por Gerson Costa<br />
A<br />
divulgação dos dados da Confederação<br />
Nacional da Indústria (CNI), colocando<br />
Rondônia como 22º exportador industrial<br />
brasileiro com faturamento de US$ 68 milhões em<br />
2015, consolida o empreendedorismo do setor, responsável<br />
por mais de 50% do Produto Interno Bruto<br />
(PIB) do estado. O segmento gera 74.424 postos de<br />
trabalho e garante renda e riqueza para grande parte<br />
dos municípios. De todas as áreas, a indústria de alimentos<br />
foi a que mais cresceu, 3,5% de 2007 a 2015, e<br />
hoje representa 24,4%, destaque para a pecuária, que<br />
do pasto à indústria, alavanca a economia local.<br />
O produto processado nas 11 plantas frigoríficas<br />
instaladas no estado é exportado para vários países<br />
da Europa, América do Norte, América do Sul, África<br />
e Ásia. A JBS-Friboi, dona das maiores unidades fabris<br />
de carne “in natura”, abateu em 2015 próximo de 1,2<br />
milhão de cabeças. A tendência é ampliar o mercado<br />
externo com a certificação de propriedades rurais<br />
pela missão da União Europeia. A Associação Brasileira<br />
das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) calcula<br />
que o faturamento deve dobrar com a aprovação do<br />
conselho europeu.<br />
O agronegócio está em ascensão no estado. Hoje,<br />
Rondônia é o terceiro maior produtor de arroz, o segundo<br />
de milho, o segundo de soja e o primeiro em<br />
leite e carne da região Norte. Acompanhando esse<br />
desenvolvimento, as indústrias estão investindo cada<br />
vez mais em qualificação e tecnologia para ganhar o<br />
mercado externo.<br />
Arroz genuinamente<br />
rondoniense<br />
A Rical – RACK INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE<br />
ARROZ ganhou o mercado rondoniense e até de outros<br />
países através de parcerias firmadas com o produtor<br />
que garantiram boa produtividade e qualidade. Os<br />
principais produtos da indústria são o arroz Soltinho e o<br />
Primavera, encontrados em todos os médios e grandes<br />
supermercados do estado. É a maior indústria da região<br />
Norte com duas unidades de captação e secagem nos<br />
municípios de Cerejeiras e Ariquemes e duas fábricas em<br />
Vilhena e Ji-Paraná. Na unidade do cone sul a capacidade<br />
de industrialização é de 12 mil quilos por hora e em Ji-<br />
Paraná seis mil quilos. Juntas, as unidades produzem 1,8<br />
milhão de sacas e geram 350 empregos diretos.<br />
Pedro Rack, sócio proprietário a Rical<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
47
FIERO<br />
Tambaqui<br />
ganha o Brasil<br />
Localizada em Ariquemes, a 200<br />
quilômetros de Porto Velho, a ZALTANA<br />
PESCADOS tem capacidade para processar<br />
20 toneladas de peixe por dia. A indústria<br />
atende a microrregião do Vale do Jamari<br />
e, embora esteja apta a trabalhar com o<br />
exótico pirarucu, foca na industrialização<br />
da espécie que tem o mercado garantido<br />
dentro e fora do estado.<br />
Cerca de 120 funcionários trabalham<br />
na classificação e filetagem do peixe<br />
com padrão de qualidade do Sistema de<br />
Inspeção Federal (SIF) do Ministério da<br />
Agricultura. O produto da Zaltana pode ser<br />
encontrado em grandes supermercados, a<br />
exemplo do Pão de Açúcar em São Paulo.<br />
Com 80 mil toneladas de peixe estocadas,<br />
Rondônia precisa de mais indústrias. A<br />
Zaltana acompanha o crescimento da<br />
piscicultura expandindo a capacidade de<br />
processamento. Com recursos do Banco da<br />
Amazônia, a diretoria também investiu na<br />
construção de uma fábrica de ração para<br />
atender os criadores da região.<br />
Os números<br />
gigantes da carne<br />
Sem dúvida, o carro-chefe da indústria<br />
alimentícia de Rondônia é a carne. Os<br />
números são grandiosos e a cada ano o<br />
volume de negócios cresce. Uma missão<br />
europeia estuda ampliar as importações e as<br />
indústrias buscam novas rotas de transporte<br />
para competir com melhores preços na<br />
cadeia produtiva mundial.<br />
O rebanho bovino do estado passa de 13<br />
milhões de cabeças, um patrimônio avaliado<br />
em mais de R$ 14 bilhões. O setor representa<br />
20,5% do PIB rondoniense e emprega<br />
diretamente mais de 40 mil famílias. O abate<br />
anual chega a 2.440.000 cabeças. Com 11<br />
plantas ativas JBS S/A processa 50% de toda<br />
a carne produzida no estado e exportada<br />
para Algeria, Angola, Irã, Chile, Venezuela,<br />
Egito, Hong Kong, Rússia, Japão, Estados<br />
Unidos e países europeus.<br />
Desde 2014, os Estados Unidos<br />
autorizaram a importação de carne “in<br />
natura”, pelos próximos cinco anos, de<br />
frigoríficos de 14 unidades da Federação.<br />
Rondônia está entre os escolhidos pelo<br />
departamento de agricultura americano. O<br />
mercado é tão promissor que em apenas<br />
cinco meses do ano passado, o Brasil<br />
exportou US$ 139 milhões em carne bovina<br />
para os Estados Unidos. Do total, US$ 138,81<br />
milhões foram de carne bovina processada e<br />
US$ 1,08 milhões de miudezas.<br />
48 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Sobram indústrias,<br />
falta leite<br />
Em 8º lugar no ranking de maior produtor de<br />
leite do Brasil, Rondônia passa da casa dos 2,5<br />
milhões de litros de leite por dia, segundo dados<br />
da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril<br />
(Idaron). Do rebanho de 3,8 milhões de cabeças,<br />
criadas em 38 mil propriedades, 552 mil são vacas<br />
lactantes.<br />
Na região central do estado está concentrada<br />
a maior produção: 937 mil litros de leite por dia. O<br />
município de Jaru é o maior produtor individual<br />
de leite, com 6,22% do total de litros produzidos<br />
por dia. Embora os números sejam robustos, a<br />
produção não acompanha a capacidade industrial.<br />
Na entressafra, falta matéria-prima, explica o<br />
empresário Pedro Bertelli, presidente do Sindicato<br />
da Indústria de Laticínio de Rondônia (Sindleite) e<br />
proprietário da indústria MIRAELLA.<br />
A empresa tem plantas em Rolim de Moura,<br />
Santa Luzia, Nova Brasilândia e Novo Horizonte<br />
com capacidade instalada de 150 mil litros de<br />
leite por dia, mas, por falta de matéria prima<br />
processa somente 85 mil litros. Cerca de 85% da<br />
produção de leite, queijo, manteiga e derivados<br />
são comercializados em São Paulo, Pernambuco,<br />
Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.<br />
Ranking do leite em Rondônia<br />
(litros/dia por região)<br />
Central – 937.153<br />
O Vale do Anari - 412.889<br />
Rio Machado – 275.156<br />
Vale do Guaporé - 266 .719<br />
Zona da Mata – 234.571<br />
Madeira Mamoré - 210.795<br />
Cone Sul - 201.639<br />
Consolidação<br />
industrial<br />
Para o presidente da Federação das Indústrias<br />
de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé, os<br />
números comprovam que o setor industrial tem<br />
representatividade importante no desenvolvimento<br />
de Rondônia. “O crescimento da indústria é positivo,<br />
pois significa mais empregos, salários melhores e<br />
maior distribuição de renda”, avaliou o dirigente.<br />
“Estes dados mostram que a indústria rondoniense<br />
pode ser mais forte ainda. Quebramos ainda o<br />
paradigma de que os empregos na área industrial<br />
podem ultrapassar a fronteira da região Sudeste”,<br />
acrescentou o presidente da Fiero ao referir-se as<br />
informações anunciadas pela CNI.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 49
50 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
A Casa da Lavoura é uma empresa do Grupo SupreMax - Nutrição<br />
Animal, que atua há mais de 30 anos no segmento do agronegócio em<br />
Mato Grosso, Rondônia e Acre. A junção das indústrias de suplementos<br />
minerais SupreMax, localizadas em Tangará da Serra (MT) e Ariquemes<br />
(RO), no ano de 2008, gerou a associação de uma rede de 15 lojas de<br />
revendas de produtos agropecuários em Rondônia e mais 4 revendas<br />
no Acre que são hoje unidades da empresa Casa da Lavoura - Produtos<br />
Agropecuários e Máquinas Agrícolas.<br />
Durante a 5ª edição da Rondônia Rural Show, mais uma vez, a Casa<br />
da Lavoura estará presente com funcionários de todas as unidades<br />
de revenda e todos os produtos disponíveis em sua rede de lojas,<br />
apresentando o que há de mais moderno em tecnologia a serviço do<br />
campo para atender a sua clientela.<br />
Em Rondônia, a Casa da Lavoura está presente nos municípios de<br />
Alta Floresta, Espigão d’Oeste, Jaru, Ji-Paraná, Nova Dimensão, Nova<br />
Mamoré, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho, Vilhena,<br />
São Francisco do Guaporé e União Bandeirantes. No Acre são quatro<br />
unidades: Rio Branco, Acrelândia, Brasiléia e Sena Madureira.<br />
A Casa da Lavoura busca a diversificação de sua linha de produtos<br />
inovando sempre, atuando em regime de parceria com os produtores<br />
rurais, fornecendo produtos com tecnologia de ponta para todas as<br />
cadeias do setor produtivo e adotando estratégias de preço que prima<br />
pela satisfação de quem produz no campo.<br />
Nossa missão é fornecer produtos e soluções integradas ao<br />
agronegócio com tecnologia e contribuir com o desenvolvimento do<br />
setor agropecuário do estado de Rondônia.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 51
PRODUTO NOSSO<br />
MULTIFÓS<br />
Indústria de ração animal vai<br />
aumentar portfólio de produtos<br />
A elevação de 42% no preço da saca do milho e o aumento de 138% nas<br />
exportações do grão bateu às portas das indústrias de ração<br />
animal, mas não intimidam investimentos<br />
Por Ivonete Gomes<br />
Texto e foto<br />
N<br />
a Multifós, uma das<br />
maiores unidades fabris<br />
de Rondônia, o aumento<br />
no custo de produção já é de<br />
30% em comparação com 2015.<br />
Desse total, 20% são decorrentes<br />
do milho e os outros 10% dos<br />
produtos importados, utilizados<br />
na mistura dos alimentos para bovinos,<br />
suínos, aves e peixes.<br />
A indústria é dependente do<br />
milho. O cereal indispensável é<br />
responsável por 70% da composição<br />
das rações. A desvalorização<br />
da moeda brasileira é uma ameaça<br />
para o setor porque torna o preço<br />
para exportação mais atrativo, colocando<br />
em risco o abastecimento<br />
do mercado interno.<br />
Assim como a grande Multifós,<br />
outras indústrias são obrigadas<br />
a repassar o aumento para os<br />
criadores, que, em contrapartida<br />
repassam para o consumidor de<br />
carnes e ovos. “O mercado como<br />
um todo no Brasil está apreensivo,<br />
está quieto, recuando. Mas, a nutrição<br />
animal, o agronegócio, ainda<br />
estão fomentando a economia. O<br />
que sustenta o Brasil é o agronegócio”,<br />
diz Cláudia Mara de Lazzari,<br />
zootecnista e gerente da Multifós.<br />
A empresa colocou o pé no<br />
freio e espera, como as demais, o<br />
desenrolar da política e a volta de<br />
crescimento da economia. Ainda<br />
assim, o planejamento de ampliação<br />
do portfólio de produtos será<br />
mantido. Este ano, a Multifós quer<br />
abocanhar o mercado dos pets.<br />
“Nós já temos a Petbom e vamos<br />
lançar a linha Premium. O mercado<br />
de pet é um dos poucos que continua<br />
crescendo”, diz Cláudia.<br />
52 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Capacidade de produção da Multifós<br />
A empresa, com unidade em<br />
Vilhena, fabrica ração para bois,<br />
porcos, aves, coelho, cavalo,<br />
cachorros, gatos e peixes. Tem<br />
produção anual de 24 mil toneladas<br />
e clientes em Rondônia, Acre,<br />
Amazonas e até Mato Grosso, onde a<br />
produção de grãos é bem maior.<br />
Para produzir as 2 mil toneladas de<br />
ração por mês, a Multifós fica com 5%<br />
de toda produção de milho do maior<br />
produtor local do grão: Vilhena (50<br />
mil hectares de área plantada). São 15<br />
mil sacas de 60 quilos entrando todo<br />
mês na indústria, que hoje gera 50<br />
empregos diretos.<br />
A otimista e perfeccionista<br />
gerente da empresa (a Multifós é<br />
impecavelmente limpa e organizada)<br />
lança o olhar mais longe. “A<br />
população mundial está crescendo<br />
e com ela a demanda por alimento.<br />
A saída é melhorar a tecnologia na<br />
produção animal. Criar em menor<br />
área, reduzindo a quantidade de<br />
insumos, e acelerarando o ciclo de<br />
produção para o abate com boa<br />
alimentação”, diz a zootecnista.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
53
INFRAESTRUTURA<br />
NAVEGAR É PRECISO<br />
Arco Norte: A melhor rota<br />
da safra brasileira<br />
Ampliação da infraestrutura portuária de Rondônia faz produtor local cultivar<br />
grãos com excedente para exportação e dá pontapé inicial para transformar o<br />
Arco Norte no melhor caminho das commodities brasileiras<br />
54 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Por Rafaela Schundt e Ivonete Gomes<br />
Foto Rodrigo Erse<br />
A<br />
expansão das áreas de<br />
plantio, a utilização de<br />
agricultura de precisão<br />
e a aquisição de sementes de alta<br />
tecnologia levaram ao consequente<br />
aumento de produtividade e<br />
produção de grãos no Brasil e<br />
transformaram o Arco Norte na<br />
maior aposta logística do agronegócio<br />
brasileiro para os próximos<br />
10 anos.<br />
A rota de transporte multimodal<br />
via hemisfério Norte compreende<br />
os estados de Rondônia, Amazonas,<br />
Amapá, Pará e Maranhão. O<br />
Porto Público de Porto Velho, administrado<br />
pela Sociedade de Portos<br />
e Hidrovias do Estado de Rondônia<br />
(Soph), é o mais importante embarcadouro<br />
do conglomerado. Por<br />
ele passam 90,71% de toda carga<br />
exportada a partir da hidrovia do<br />
rio Madeira, cerca de 2,8 milhões<br />
de toneladas por ano. “Temos a<br />
melhor infraestrutura portuária<br />
disponível: pátios asfaltados para<br />
estacionamento, áreas para cargas<br />
refrigeradas e containers, galpão<br />
com posto aduaneiro para agilizar<br />
o processo de importação e exportação<br />
de cargas, cais flutuante,<br />
rampa asfaltada e áreas disponíveis<br />
para arrendamento”, afirma Leudo<br />
Buriti, presidente da Soph.<br />
A capacidade portuária de<br />
Rondônia foi triplicada nos últimos<br />
anos e o governo continua investindo<br />
para consolidar o Arco Norte<br />
como o melhor caminho das commodities<br />
até os mercados asiático<br />
e europeu. Para 2017, a Soph se<br />
prepara para um aumento de 10%<br />
no volume de embarque, tornando<br />
mais fácil, por exemplo, a negociação<br />
do milho que passou a ter<br />
excedente de venda em Rondônia.<br />
“Antes, os produtores de milho ficavam<br />
retraídos e plantavam pouco<br />
porque o grão tinha que competir<br />
com a soja no embarque. Agora,<br />
com a capacidade ampliada, as<br />
duas commodities podem ser<br />
transportadas ao mesmo tempo”,<br />
garante Buriti.<br />
Otimista<br />
O presidente da Federação<br />
Nacional de Empresas de<br />
Navegação Aquaviária<br />
(Fenavega), Raimundo<br />
Holanda, está certo de<br />
que com a exploração do<br />
potencial da hidrovia do<br />
Madeira e conclusão dos<br />
empreendimentos previstos<br />
nos outros estados, o Arco<br />
Norte vai chegar à marca<br />
das 60 milhões de toneladas,<br />
transformando-se na maior<br />
rota da safra brasileira. “Para<br />
isso é preciso que façamos<br />
investimentos necessários<br />
como sinalização, dragagem e<br />
fiscalização”, diz Holanda.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
55
56 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
FAPERON<br />
HIDROVIA DO<br />
MADEIRA:<br />
a melhor saída<br />
Hélio Dias é presidente da Federação<br />
da Agricultura e Pecuária do Estado de<br />
Rondônia (FAPERON)<br />
O<br />
agronegócio em Rondônia<br />
tem transformado<br />
o campo. A classe<br />
produtora adotou da porteira para<br />
dentro o uso de várias práticas<br />
agropecuárias que tem trazido<br />
significativo aumento da produção<br />
e produtividade. O homem do<br />
campo diversificou suas atividades<br />
na pecuária, grãos, fibras e extração<br />
de madeira com o uso de floresta<br />
plantada, priorizando a sustentabilidade<br />
do seu negócio.<br />
Da porteira para fora, o produtor<br />
precisa do apoio institucional<br />
para garantir o escoamento de<br />
sua safra. Cumprindo seu papel<br />
de representante da classe produtora,<br />
a FAPERON junto com outros<br />
parceiros promove o I Fórum de<br />
Logística do Agronegócio neste<br />
mês de maio na 5ª Rondônia Rural<br />
Show. É a oportunidade de conhecer<br />
e discutir os modais. Hoje temos<br />
no modal do transporte aquaviário<br />
uma alternativa de baixar os custos<br />
da logística de transporte e custos<br />
de exportação via portos público e<br />
privados do rio Madeira. O fórum<br />
quer discutir o fortalecimento das<br />
hidrovias na Amazônia ocidental<br />
utilizando as estruturas já existentes<br />
no Mato Grosso, Rondônia e<br />
Amazonas.<br />
Em Porto Velho, o porto fluvial<br />
organizado encontra-se estruturado<br />
para receber e realizar todo<br />
o processo de exportação da produção.<br />
Hoje nós temos serviços<br />
alfandegários, inspeção sanitária<br />
e a fiscalização dos órgãos de controle<br />
de transporte como o Ibama,<br />
Mapa e despachante especializado<br />
em mercado exterior necessários<br />
para a realização das operações de<br />
exportação com segurança.<br />
É preciso buscar novas rotas<br />
para que as indústrias de transformação<br />
efetuem seus negócios<br />
reduzindo custos. A oportunidade<br />
que se abre nesse momento de<br />
discussão é o caminho do porto<br />
de Porto Velho até o Panamá,<br />
passando por rios da Amazônia sul-<br />
-americana. Esta nova rota é operada<br />
pela empresa internacional<br />
MSC que utiliza vários navios cargueiros<br />
modernos saindo 2 vezes<br />
por semana do porto de Manaus<br />
com intercâmbio de translado de<br />
cargas secas e refrigeradas através<br />
de contêineres.<br />
Esperamos que o conhecimento<br />
desse novo modelo de<br />
exportação, possamos discutir as<br />
vantagens e problemas existentes<br />
no processo de comercialização.<br />
Precisamos agregar valores aos<br />
produtos de origem animal e vegetal<br />
produzidos em Rondônia.<br />
Já é de conhecimento público<br />
que está se iniciando o processo de<br />
exportação de nossa carne bovina<br />
pelos frigoríficos da região através<br />
do porto do rio Madeira. A nossa<br />
hidrovia é navegável o ano todo<br />
com destaque para o período chuvoso<br />
quando não temos problema<br />
de navegação em todo trecho.<br />
Todavia, é necessário de forma<br />
urgente investimentos públicos<br />
para demarcar o trajeto da hidrovia<br />
e realizar os serviços de dragagem<br />
de pontos críticos para navegação<br />
no período seco, devidamente<br />
levantados e identificados pela<br />
Marinha brasileira. A hidrovia do<br />
Madeira tem uma extensão aproximada<br />
de Porto velho a Manaus de<br />
1195 km. De Porto Velho ao porto<br />
de Santana-Macapá/Porto do Conde<br />
2.018 a 2076 km, já saindo no<br />
oceano atlântico na costa da Ilha<br />
do Marajó.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 57
PESQUISA EM CAMPO<br />
58 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
CAFÉ ARÁBICA<br />
para Amazônia<br />
Colheita revela potencial para a região ter cultivar adaptada às condições locais<br />
Por Renata Silva<br />
Fotos Henrique Alves<br />
Os resultados de duas<br />
colheitas dos experimentos<br />
de café arábica<br />
desenvolvido pela Embrapa<br />
Rondônia especialmente para a<br />
região Amazônica superaram as<br />
expectativas. Alguns materiais<br />
alcançaram produtividade média<br />
de 28 sacas por hectare nas áreas<br />
experimentais instaladas em municípios<br />
dos estados de Rondônia<br />
e Acre. Destaque para duas linhagens<br />
que alcançaram média de 40<br />
sacas por hectare no município<br />
de Alta Floresta do Oeste-RO, em<br />
colheita realizada em março deste<br />
ano. Segundo o pesquisador da<br />
Embrapa Rondônia, Alexsandro<br />
Teixeira, são resultados excelentes<br />
considerando o cultivo sob condições<br />
de temperaturas elevadas, e<br />
ainda, quando comparado com a<br />
média nacional que é de 22 sacas/<br />
ha. “A pesquisa com café arábica<br />
é de grande importância para a<br />
região, pois atende grande demanda,<br />
uma vez que todo o café<br />
arábica consumido no Norte do<br />
país é importado de outras regiões<br />
produtoras, como Minas Gerais e<br />
São Paulo”, explica o pesquisador.<br />
São dez anos de pesquisas em<br />
melhoramento genético para o<br />
café arábica desenvolvidas pela<br />
Embrapa Rondônia. O processo<br />
de seleção de plantas ainda está<br />
em andamento, pois é necessária<br />
a coleta de dados de mais duas<br />
safras de produção para finalizar a<br />
pesquisa. Para Teixeira, este resultado<br />
inicial já demonstra o potencial<br />
do café arábica para a região. “Estamos<br />
satisfeitos com os resultados<br />
do trabalho e a previsão é de, em<br />
2018, estar com uma cultivar de<br />
café arábica recomendada para a<br />
Amazônia”, comenta o pesquisador.<br />
Com os resultados desta pesquisa,<br />
busca-se viabilizar a produção<br />
de café arábica na Amazônia,<br />
para suprir a demanda desse tipo<br />
de grão na região, tanto para<br />
produção de cafés especiais ou<br />
gourmets como na utilização em<br />
blends, que é a mistura de grãos<br />
de cafés arábica e canéfora (conilon<br />
e robusta). Além da demanda, o<br />
cultivo também pode ser beneficiado<br />
pelas extensas áreas planas<br />
distribuídas por toda a região,<br />
viabilizando a colheita mecanizada<br />
e reduzindo significativamente os<br />
custos de produção.<br />
O pesquisador explica que na<br />
escala da Associação Americana<br />
de Cafés Especiais (SCAA), padrão<br />
internacional para classificação da<br />
qualidade de bebida, alguns materiais<br />
de café arábica desta primeira<br />
colheita ultrapassaram 80 pontos,<br />
numa escala de 0 a 100, que é<br />
um valor comparado ao de cafés<br />
especiais. As bebidas produzidas<br />
com a cultivar de café arábica em<br />
teste demonstraram um padrão de<br />
corpo acentuado, cremoso, baixa<br />
acidez e sabores que remetem ao<br />
caramelo e chocolates. Participantes<br />
de eventos realizados no estado<br />
de Rondônia também receberam<br />
amostras desse café e elogiaram<br />
a bebida como de sabor suave e<br />
aroma marcante.<br />
Rondônia é hoje o quinto maior<br />
produtor de café do Brasil e o<br />
segundo da espécie canéfora (co-<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 59
PESQUISA EM CAMPO<br />
nilon e robusta). Todo o arábica<br />
consumido nos estados da região<br />
Norte são provenientes de Minas<br />
Gerais e São Paulo. As primeiras<br />
estimativas para a safra 2014/15<br />
em Rondônia demonstram uma<br />
área plantada de 87 mil hectares<br />
de lavouras de café canéfora em<br />
produção, com uma estimativa<br />
de safra próxima a 1,86 milhão<br />
de sacas de café canéfora (Conab,<br />
2015). Comparado ao ano anterior,<br />
a produtividade média saltou de<br />
17,18 sacas/ha para 21,18 sacas/<br />
ha, ou seja, um incremento de<br />
23%. Esses resultados são provenientes<br />
da adoção de novas<br />
tecnologias de manejo, de mudas<br />
clonais, adubação e irrigação. Esse<br />
acesso dos cafeicultores às novas<br />
60 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016<br />
tecnologias potencializa o cultivo<br />
do café arábica na região, já que é<br />
uma espécie que requer maiores<br />
cuidados e, devido ao período de<br />
seca prolongado coincidir com o<br />
verão amazônico, a produção só é<br />
viável com uso da irrigação.<br />
Isso justificou a substituição das<br />
primeiras lavouras de café arábica,<br />
implantadas em Rondônia na década<br />
de 1970, por novas lavouras<br />
de café canéfora – mais rústicas e<br />
produtivas. Com olhar no futuro e<br />
foco nos potenciais da região, as<br />
pesquisas realizadas pela Embrapa<br />
Rondônia têm demonstrado que,<br />
além do potencial e viabilidade, o<br />
café arábica pode se tornar interessante<br />
social e economicamente,<br />
pois, assim como em outras grandes<br />
regiões produtoras do país,<br />
pode-se produzir arábica na Amazônia<br />
em quantidade e, principalmente,<br />
com qualidade. Quanto ao<br />
sabor, vale destacar que os grãos<br />
de café arábica proporcionam uma<br />
bebida com sabor e aroma suaves<br />
e adocicados, com maiores teores<br />
de acidez. Já o canéfora possui<br />
uma bebida neutra, com sabor e<br />
aroma forte e marcante. Essas diferenças<br />
fazem com que o arábica<br />
seja mais valorizado pelo mercado,<br />
principalmente quando se trata<br />
de cafés especiais ou gourmets,<br />
que podem alcançar maior valor<br />
agregado quando a produção<br />
dos grãos estão relacionados com<br />
a sustentabilidade e o comércio<br />
justo (fairtrade).
O desenvolvimento da nova cultivar<br />
No início de 2005, Embrapa<br />
Rondônia e Embrapa Café, em parceria<br />
com o Instituto Agronômico<br />
de Campinas (IAC) e a Empresa de<br />
Pesquisa Agropecuária de Minas<br />
Gerais (Epamig), deram início às<br />
pesquisas de melhoramento genético<br />
da espécie Coffea arabica<br />
L. nas condições climáticas da<br />
Amazônia. O objetivo foi avaliar<br />
e selecionar genótipos de café<br />
arábica nas condições de baixas<br />
altitudes e temperaturas elevadas.<br />
As principais características<br />
buscadas durante o processo seletivo<br />
foram a produtividade e o ciclo<br />
de maturação tardio. Ao longo<br />
dos anos, observou-se que o café<br />
arábica amadurece mais cedo em<br />
regiões de climas quentes o que,<br />
para as condições amazônicas,<br />
coincide com as altas precipitações<br />
dos meses de fevereiro a março,<br />
dificultando a secagem dos frutos.<br />
As cultivares de café arábica<br />
disponíveis atualmente são<br />
adaptadas às regiões de altitudes<br />
elevadas e temperaturas amenas,<br />
com médias anuais entre 18 a<br />
23ºC, ao contrário do que ocorre<br />
na Amazônia Ocidental, onde<br />
são verificadas baixas altitudes e<br />
temperaturas médias elevadas, em<br />
torno de 25º a 27º C, durante todo<br />
o ano. Temperaturas acima de 23ºC<br />
provocam crescimento e desenvolvimento<br />
acelerado dos frutos (ciclo<br />
precoce), o que, em determinadas<br />
situações, pode ocasionar a perda<br />
de qualidade dos grãos. Outro fato<br />
prejudicial é a combinação de temperaturas<br />
elevadas e alta umidade<br />
do ar durante o florescimento, ocasionando<br />
o abortamento excessivo<br />
de flores.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 61
PESQUISA EM CAMPO<br />
PLANTAÇÃO<br />
DE SORGO TEM<br />
retração de 60%<br />
no estado<br />
Temendo plantas invasoras,<br />
grandes produtores deixaram de<br />
usar o cereal como sucessor da soja<br />
Por Ivonete Gomes<br />
Fotos: Ivonete Gomes<br />
Rondônia não consta nas estatísticas do<br />
IBGE como produtor de sorgo, mas o<br />
cereal chegou ao estado há 15 anos. O<br />
cultivo é tímido e sofreu retração de 60% nesta<br />
safra. Ainda assim, a área plantada estimada em 6<br />
mil hectares tem representatividade na produção<br />
nacional que deve chegar ao patamar das 2 mil<br />
toneladas este ano.<br />
A redução do sorgo no estado acorreu por falta<br />
de assistência técnica ao produtor do cereal. A<br />
incapacidade de controlar plantas invasoras levou<br />
muitos agricultores a abandonar a cultura, uma das<br />
sucessoras da soja. A área de produção no estado<br />
está concentrada nos municípios de Vilhena, Chupinguaia<br />
e Cerejeiras. Em Chupinguaia um único<br />
produtor chegou a ter 10 mil hectares de área<br />
plantada; Este ano ele decidiu não plantar o cereal.<br />
O pesquisador Vicente Godinho, da área de pesquisas<br />
anuais da Embrapa, comanda o programa<br />
de melhoramento do sorgo. Os ensaios são feitos<br />
em rede, em todo país, e dezenas de materiais estão<br />
em teste na unidade experimental de Vilhena.<br />
Uma variedade apresentou alta resistência a doenças<br />
e despertou o interesse de algumas empresas<br />
privadas que já estão comercializando a semente.<br />
62 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
VARIEDADES EM TESTE<br />
Sorgo granífero<br />
Tem porte baixo, altura de planta até 170 cm.<br />
Produz na extremidade superior, uma panícula<br />
(cacho) compacta de grãos. Nesse tipo de sorgo<br />
o produto principal é o grão. Mas, após a colheita,<br />
como o resto da planta ainda se encontra verde,<br />
pode ser usada também como feno ou pastejo.<br />
Sorgo forrageiro<br />
É um tipo de porte alto. A altura de planta é<br />
superior a dois metros. Tem muitas folhas, panículas<br />
(cachos) abertas, com poucas sementes<br />
e elevada produção de forragem. Existe sorgo<br />
forrageiro que possui colmo doce. Nesse caso,<br />
pode ser chamado também de sorgo sacarino.<br />
Sorgo biomassa<br />
A planta possui muitas folhas, caule fibroso e<br />
chega a mais de cinco metros de altura. A capacidade<br />
do sorgo de fornecer energia, que é medida<br />
pelo poder calorífico superior, chega a 4.000 kcal/<br />
kg de matéria seca, valor considerado alto para os<br />
estudos energéticos.<br />
Sorgo sacarino<br />
Tem porte alto, com altura superior a dois<br />
metros. É caracterizado, principalmente, por<br />
apresentar colmo doce e suculento como o da<br />
cana-de-açúcar. A panícula (cacho) é aberta e<br />
produz poucos grãos (sementes). Todo sorgo<br />
sacarino pode ser forrageiro.<br />
Antracnose: o pesadelo do sorgo<br />
A antracnose é considerada a doença mais importante da cultura do sorgo<br />
no Brasil pelas perdas ocasionadas na produção de grãos e forragens. Ela está<br />
presente em, praticamente, todas as áreas de plantio do país. Reduções superiores<br />
a 80% na produção de grãos têm sido constatadas em cultivares suscetíveis,<br />
em anos e locais favoráveis ao desenvolvimento e a disseminação da doença.<br />
Importância do sorgo<br />
O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, antecedido pelo trigo,<br />
o arroz, o milho e a cevada. Em Moçambique é um dos alimentos básicos da<br />
população.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
63
PESQUISA EM CAMPO<br />
SIM,<br />
nós temos banana<br />
Novas tecnologias e manejo de doenças e pragas da banana<br />
incentivam produtores a retomar plantio na região Amazônica<br />
Por Renata Silva<br />
A<br />
banana é a fruta mais<br />
produzida em Rondônia<br />
e a segunda mais consumida<br />
no estado, e exerce grande<br />
importância na economia local. “A<br />
banana é fácil da gente trabalhar.<br />
Se adubar e cuidar direitinho ela<br />
dá um boi por mês. Tem seis anos<br />
que eu planto a banana e melhorou<br />
muito a renda, a gente tira 26 mil<br />
por ano”, conta o produtor familiar<br />
Francisco Ferreira, do assentamento<br />
Joana D’Arc, em Porto Velho<br />
(RO). No entanto, problemas com<br />
doenças e pragas fizeram com que<br />
muitos produtores abandonassem<br />
este cultivo. “A sigatoka negra<br />
pegou todo o bananal e eu perdi<br />
tudo. Eu desisti. Mas se tiver como<br />
combater a doença vai ser muito<br />
bom pra nós, porque a banana dá<br />
uma boa renda pra gente”, comenta<br />
o produtor Pedro de Paula.<br />
Os produtores que tiveram<br />
problemas com sigatoka negra,<br />
mal-do-Panamá e pragas, como a<br />
broca gigante, podem repensar o<br />
cultivo de banana em Rondônia<br />
e região. Novas tecnologias e manejo<br />
destas pragas e doenças dão<br />
novo ânimo aos produtores. Após<br />
três anos de pesquisa, a Embrapa<br />
Rondônia conseguiu excelentes<br />
resultados, que já estão disponíveis<br />
aos produtores.<br />
Dos 27 genótipos de banana<br />
testados em comparação com variedades<br />
tradicionais, três já podem<br />
ser recomendados aos produtores.<br />
Eles se destacam pela alta produtividade<br />
e pela resistência à sigatoka<br />
negra e ao mal-do-Panamá, duas<br />
das principais doenças que acometem<br />
a cultura, inviabilizando<br />
a produção em muitas áreas. São<br />
elas: a FHIA 18 (do grupo prata); a<br />
Thap Maeo (do grupo maçã); e a<br />
FHIA 17 (grupo próximo à nanica,<br />
ou nanicão).<br />
Resultados satisfatórios também<br />
já foram conquistados no manejo<br />
de doenças para variedades<br />
mais tradicionais, de maior aceitação<br />
por parte dos consumidores,<br />
como é o caso da maçã e da banana<br />
de fritar (banana-da-terra). Trata-se<br />
da utilização de fungicidas com<br />
aplicação mínima se comparada<br />
ao método tradicional. O pesquisador<br />
da Embrapa Rondônia, José<br />
Nilton da Costa, explica que para<br />
a sigatoka negra, por exemplo, se<br />
utiliza mais de 50 aplicações por<br />
ano, nesse novo método se faz<br />
seis por ano e não precisa utilizar<br />
equipamentos sofisticados,<br />
pois a aplicação é de forma<br />
localizada e em quantidades<br />
pequenas.<br />
Essa prática já vem sendo utili-<br />
zada por produtores que tiveram<br />
acesso ao método, que foi lançado<br />
pela Embrapa Amazônia Ocidental,<br />
mas tem mais novidades positivas<br />
“Nós, em cima desta metodologia,<br />
fizemos algumas adaptações, inclusive<br />
com outro equipamento de<br />
aplicação, de menor custo e mais<br />
prático, com excelentes resultados”,<br />
comemora José Nilton.<br />
O pesquisador da Embrapa<br />
Rondônia, Cléberson Fernandes,<br />
complementa: “O controle da sigatoka<br />
neste novo método reduz<br />
custos, aumenta a segurança para o<br />
produtor na pequena aplicação do<br />
produto, agride menos<br />
o meio ambiente e<br />
traz bons resultados<br />
para a produção<br />
de<br />
banana”. É<br />
64 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
importante destacar que esse controle<br />
deve ser feito em bananais em implantação,<br />
não adianta pegar plantas já com<br />
sintomas, é preciso começar o manejo<br />
indicado no momento de instalação do<br />
bananal.<br />
Ainda no manejo de doenças, a<br />
recomendação do pesquisador, especialmente<br />
para plantios das variedades<br />
de banana maçã – susceptível à sigatoka<br />
e ao mal do panamá –, o princípio<br />
do manejo é que o produtor utilize a<br />
muda micropropagada, ou seja, feita<br />
em laboratório, porque ela vem isenta<br />
da doença. Ela deve ser plantada em<br />
uma área onde não se cultivou banana,<br />
porque se cultivou banana e teve o mal<br />
do panamá, mesmo que coloque muda<br />
sadia, a doença vai atacar. Segundo José<br />
Nilton, o produtor tem fácil acesso às<br />
mudas micropropagadas em biofábricas.<br />
Já no controle de pragas, especificamente<br />
a Broca gigante, praga importante<br />
na região, um método de controle<br />
inédito foi desenvolvido pela Embrapa<br />
Rondônia, com a aplicação de inseticidas<br />
biológicos e naturais (a base de Nim, inseticida<br />
natural que contribui no controle<br />
de insetos-praga e doenças em plantas)<br />
e químicos. “Fizemos testes e com excelentes<br />
resultados, tanto dos inseticidas,<br />
como do método de aplicação que foi<br />
desenvolvido por nós”, conta José Nilton.<br />
Embrapa repassa<br />
tecnologias aos produtores<br />
em Dia de Campo de Banana<br />
Todas estas novidades, tecnologias e novos manejos, foram<br />
repassados aos cerca de 150 produtores, técnicos e estudantes<br />
durante o Dia de Campo de Banana, realizado em 6 de maio,<br />
na área do Projeto Piloto do Reassentamento Rural Vida Nova<br />
da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau, localizado a 5 km de Nova<br />
Mutum Paraná – distrito de Porto Velho. Os participantes<br />
saíram do evento com novo ânimo para o plantio da fruta.<br />
“O dia de campo é uma das melhores alternativas pra gente<br />
ter conhecimento, a gente conversa direto com quem faz a<br />
tecnologia. E a gente vai levar o que aprendeu para as mais<br />
de 140 famílias que moram lá nas agrovilas do assentamento<br />
que a gente mora”, comenta o produtor Juarez Silva, do assentamento<br />
Joana D’Arc.<br />
Dos produtores que comparecem ao evento, alguns estavam<br />
satisfeitos com o plantio e queriam melhorar, mas a<br />
maioria tiveram os bananais muito prejudicados por pragas<br />
e doenças e desistiram do plantio, ou tinham interesse em<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
65
PESQUISA E CAMPO<br />
conhecer melhor o cultivo para iniciar na atividade. Com as<br />
informações repassadas e a adoção das tecnologias e novos<br />
métodos recomendados, todos viram nova oportunidade<br />
de melhorar, iniciar ou recomeçar o plantio de banana para<br />
atender a grande demanda do mercado e melhorar a renda<br />
familiar. “Eu trabalho com hortaliças, mas quero plantar banana,<br />
porque a comercialização melhor e menor mão de obra<br />
que as hortaliças. A expectativa é melhorar a renda da família.<br />
O dia de campo foi muito esclarecedor e o experimento da<br />
Embrapa está muito bonito, estimula a gente a querer plantar”,<br />
afirma o produtor Admilson Menezes.<br />
as, para melhorar ainda mais a renda dos produtores e<br />
promover mais giro de dinheiro advindo da banana na economia<br />
local, é preciso que os produtores estejam atentos às<br />
demandas dos consumidores. Para se ter ideia, em Rondônia<br />
são cultivados cerca de 7,6 mil hectares (ha) de banana, com<br />
uma produção de quase 79 mil toneladas da fruta e produtividade<br />
média de 10,2 kg/ha. São dados do Levantamento<br />
Sistemático da Produção Agrícola – IBGE, na safra 2014/2015,<br />
que também aponta que os principais municípios produtores<br />
desta fruta no estado são Porto Velho, Buritis, Cacoal e Jaru<br />
que, juntos, responderam por 53,3% da quantidade produzida<br />
e por 51% da área colhida na precitada safra. As principais<br />
variedades plantadas em Rondônia são: banana-da-terra<br />
(banana de fritar), maçã, prata e nanica. Mesmo com a grande<br />
produção, ainda são compradas bananas do Acre, São Paulo,<br />
Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás, somando 4,8 mil<br />
toneladas adquiridas em 2015.<br />
Demanda e<br />
qualidade<br />
não atendem<br />
Apesar da grande produção de banana,<br />
Rondônia ainda compra a fruta de<br />
outros estados para abastecer, principalmente,<br />
os grandes supermercados e atacadistas.<br />
“Eu tenho 2 mil pés de banana<br />
plantados e nosso problema é o comércio,<br />
porque hoje a gente não consegue<br />
vender a produção para o mercado, só<br />
nas feiras livres. O mercado exige uma<br />
estrutura e qualidade que a gente ainda<br />
não consegue atender, mas que a gente<br />
tem que se juntar para conseguir isso. A<br />
venda da banana hoje significa muito na<br />
renda lá de casa, uns 2 mil reais por mês,<br />
essa média para mim e meus vizinhos, se<br />
conseguíssemos atender o mercado seria<br />
muito mais”, diz o produtor Juarez Silva.<br />
Um dos grandes desafios para a<br />
comercialização da fruta, segundo o<br />
analista em socioeconômica da Embrapa<br />
Rondônia, Calixto Rosa Neto, é<br />
exatamente o que disse o senhor Juarez:<br />
que a produção de banana do estado<br />
atenda também estes mercados. Segundo<br />
o analista, os donos de grandes<br />
supermercados e atacadistas justificam<br />
a não aquisição local de banana devido<br />
à questão de qualidade e regularidade<br />
de fornecimento. Segundo eles, os<br />
produtores locais não atendem esses<br />
critérios, sendo necessário comprar de<br />
outros estados produtos que agradem<br />
seus consumidores. “É uma oportunidade<br />
que os produtores de Rondônia estão<br />
perdendo. É preciso investir em mais<br />
qualidade, tanto na produção, como no<br />
processo de armazenagem e distribuição<br />
deste produto”, afirma Calixto.<br />
O Dia de Campo de Banana, realizado<br />
pela Embrapa Rondônia e Energia<br />
Sustentável do Brasil (ESBR – concessionária<br />
da UHE Jirau) e com a parceria da<br />
Associação local, Emater-RO, Semagric<br />
e Seagri, faz parte do Projeto Piloto de<br />
Áreas de Terra Firme da UHE Jirau e de<br />
seu Entorno. A importância deste pro-<br />
66 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Meia-pagina-revista-GC-10.05.16.pdf 1 10/05/16 19:29<br />
Sigatoka Negra<br />
jeto vai além do atendimento da<br />
comunidade local, pois a região de<br />
Porto Velho tem potencial para a<br />
produção de frutas como a banana<br />
e outras que tem mercado aberto<br />
em Rondônia e Acre, podendo beneficiar<br />
produtores, comerciantes<br />
e o consumidor, que terá acesso<br />
a um produto com qualidade e<br />
produzido localmente.<br />
De acordo com Veríssimo Neto,<br />
gerente de meio ambiente e socioeconomia<br />
da ESBR, a parceria com<br />
a Embrapa foi feita há cinco anos e<br />
há dois já estão sendo repassando<br />
os resultados para a sociedade.<br />
“Já estamos colhendo os resultados<br />
do investimento feito em<br />
desenvolvimento de tecnologias e<br />
repassando isso aos reassentados e<br />
remanescentes da área do reservatório.<br />
O acesso a essas tecnologias<br />
e a novos métodos para o cultivo<br />
da banana vai fazer com que produzam<br />
mais, melhor e tenham<br />
um aumento na renda familiar e<br />
na qualidade de vida. Além disso,<br />
não atende só o público-alvo do<br />
projeto, pois são tecnologias que<br />
servem para todo o estado de Rondônia<br />
e toda a Amazônia”, conclui<br />
o gerente.<br />
Durante o Dia de Campo de<br />
Banana, os participantes tiveram<br />
contato direto com os pesquisadores<br />
que estão desenvolvendo<br />
atividades com a cultura e tiveram<br />
acesso às novidades para a produção<br />
de banana, incluindo todo<br />
o sistema de produção, com destaque<br />
para as cultivares, práticas<br />
de manejo da cultura e o controle<br />
de pragas e doenças. As pesquisas<br />
que vêm sendo realizadas pela<br />
Embrapa Rondônia nesta área<br />
buscam desenvolver produtos<br />
com boa aceitação e potencial de<br />
desenvolvimento na região, oferecendo<br />
aos produtores cultivares e<br />
informações estratégicas para que<br />
possam melhorar a produção e,<br />
consequentemente, a renda.<br />
Multiplique sua produção<br />
Calcário<br />
Maiores Informações:<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
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67
FLORICULTURA<br />
CULTIVO DE<br />
FLORES E ROSAS<br />
EM RONDÔNIA<br />
“Negócio para<br />
alemão teimoso”<br />
Em Vilhena, família dedicada ao plantio de hortaliças investe em<br />
floricultura e garante boa produtividade em clima tropical<br />
Por Flávio Rosane e Ivonete Gomes<br />
Cultivar flores e rosas em<br />
clima tropical é coisa de<br />
alemão teimoso. É assim<br />
que a família Zonta define o próprio<br />
empreendedorismo que teve<br />
pontapé inicial com o plantio de<br />
verduras na década de 80, quando<br />
o casal de catarinenses e os filhos se<br />
instalaram em uma pequena propriedade<br />
do município de Vilhena.<br />
O cultivo de hortaliças foi ideia<br />
da mãe, a produtora Zélia Zonta.<br />
Enquanto o marido se dedicava ao<br />
extrativismo de madeira, ela produzia<br />
variadas verduras no quintal<br />
de casa e vendia o excedente a<br />
vizinhos e amigos. Não demorou<br />
muito para que toda a família<br />
passasse a apostar e a se dedicar<br />
exclusivamente à atividade.<br />
Utilizando técnicas agrícolas<br />
como a plasticultura e investindo<br />
em viagens a feiras voltadas à<br />
transferência de tecnologia, a Chacará<br />
Zonta passou a produzir em<br />
escala comercial e se tornou um dos<br />
maiores fornecedores de hortaliças<br />
do Cone Sul de Rondônia. “Hoje, fornecemos<br />
também para Porto Velho<br />
e Manaus”, diz a produtora Zélia.<br />
Com o negócio encaminhado,<br />
Zélia Zonta, passou a dedicar parte<br />
do tempo a uma antiga paixão:<br />
cultivo de flores e rosas. A história<br />
se repetiu. Os vizinhos encomendavam<br />
vasos e não demorou muito<br />
para que o excedente de produção<br />
estivesse nas prateleiras do maior<br />
supermercado de Vilhena. Novamente,<br />
a família buscou conhecimentos<br />
em feiras, principalmente<br />
em Holambra (SP). Hoje, a floricultura<br />
representa 20% dos ganhos da<br />
família Zonta. As variedades são<br />
cultivadas em 17 estufas cobertas<br />
por um plástico que protege as<br />
plantas dos raios UV. Para manter<br />
a boa produtividade das mudas,<br />
substituídas em média a cada cinco<br />
anos, o filho da produtora Zélia, Jonas<br />
Zonta, não descuida do plantio.<br />
Divide o tempo entre a administração<br />
da empresa e os cuidados com<br />
o manejo para eliminar as pragas e<br />
doenças. O ácaro rajado é o maior<br />
dos pesadelos. “Estamos utilizando<br />
um acaricida, mas notamos que o<br />
ácaro criou resistência. Vamos aproveitar<br />
nossa próxima viagem à feira<br />
em Holambra para ver se há alguma<br />
novidade no mercado”, diz Jonas.<br />
Mesmo com algumas perdas<br />
contabilizadas em períodos sem<br />
datas comemorativas, o empreendedorismo<br />
da família Zonta<br />
tem mostrado bons resultados. A<br />
produção modesta que começou<br />
no jardim da matriarca chega hoje<br />
a 4 mil gérberas e mil rosas por<br />
semana. Somadas as colheitas das<br />
variedades kalanchoe, gipsófilas<br />
(mosquitinho), tango, crisântemo,<br />
violeta, dália e ásper, a produção<br />
chega à casa de 16 mil unidades por<br />
mês. Um rendimento em torno de<br />
R$ 600 mil por ano. Provando que<br />
as vezes teimosia dá certo.<br />
68 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
A Chácara Zonta tem caminhões com duas viagens<br />
agendadas por semana para o transporte dos produtos<br />
até Porto Velho e Rio Branco. “Já estamos comprando<br />
um ¾ (caminhão) com câmara fria e esperamos a<br />
reabertura da BR-319 para abastecermos o mercado de<br />
Manaus”, diz o “teimoso alemão” Jonas Zonta.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
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70 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
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dosagem certa<br />
Como o corpo humano, o solo precisa de nutrientes para gerar uma lavoura farta,<br />
com boa produtividade. Para não abusar na dosagem de medicação da terra, nem<br />
gastar mais do que é necessário para correção de acidez, é essencial o diagnóstico<br />
correto fornecido em laboratórios especializados em análises de solo.<br />
Por Gerson Costa<br />
Cada vez mais conscientes<br />
do custo de produção, os<br />
agropecuaristas de Rondônia<br />
vêm tornando cada vez mais<br />
comum essa prática de examinar a<br />
terra primeiro para aplicar corretivo,<br />
adubo e cobertura depois. Tudo<br />
na medida certa.<br />
Em Rolim de Moura, o empresário<br />
José Aparecido da Silva, especialista<br />
em mineração, resolveu<br />
apostar no mercado de análises<br />
do solo e instalou o laboratório<br />
Químicos Mn. A estrutura atual<br />
tem capacidade para fazer até 600<br />
testes por mês com equipamentos<br />
modernos.<br />
Ele conta que o investimento foi<br />
grande. As máquinas, os reagentes<br />
e a mão de obra utilizadas para<br />
garantir o diagnóstico têm um<br />
elevado custo, mas o empresário<br />
acredita no potencial produtivo de<br />
Rondônia e no trabalho de recuperação<br />
de áreas de pastagens que<br />
vem sendo desenvolvido.<br />
“Nosso estado tem um grande<br />
potencial e o produtor só tem<br />
ganhos reais quando faz o exame<br />
correto do seu solo para cultivar a<br />
lavoura mais indicada para aquela<br />
terra”, explicou José Aparecido.<br />
O responsável pelo laboratório,<br />
o químico José Francisco de<br />
Miranda, explica que a análise de<br />
solo pode demorar até 15 dias. O<br />
primeiro passo é registrar e secar<br />
a amostra e mantê-la a 40 graus.<br />
Em seguida, aplica-se à porção<br />
de terra reagentes para descobrir<br />
quais os nutrientes micro e<br />
macro estão presentes e qual a<br />
capacidade de retenção de água<br />
para garantir o crescimento ideal<br />
da planta. O químico usa estufas,<br />
agitadores, moinhos, forno de alta<br />
temperatura, espectrocolorímetro,<br />
entre outros equipamentos, para<br />
saber com precisão a quantidade<br />
de fósforo, boro, alumínio e outros<br />
componentes do solo. Miranda<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 71
EMPREENDEDORISMO<br />
recomenda que a cada 5 hectares<br />
seja retirada uma amostra. O<br />
laboratório Químicos Mn garante<br />
avaliações do Ph, acidez, fertilidade<br />
básica, fertilidade completa<br />
química com micronutrientes<br />
boro, cobre, ferro, manganês e<br />
zinco. O químico também garante<br />
exames de fertilidade básica de<br />
folhagem (disponibilidade de N,<br />
P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Mn e Zn) e<br />
determinar o gênero e espécie de<br />
fitonematóides. Miranda enfatiza<br />
que o laboratório Químicos Mn<br />
está em fase de certificação do<br />
Instituto Agronômico de Campinas<br />
(IAC), que trabalha desde<br />
1984 garantido qualidade a seus<br />
associados.<br />
O laboratório estará presente na<br />
5ª edição da Rondônia Rural Show,<br />
fornecendo informações sobre a<br />
importância da análise do solo<br />
para a agricultura e pecuária.<br />
Químicos MN pode<br />
ser encontrado<br />
na rede mundial<br />
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de Moura. No portal<br />
o produtor poderá<br />
ter acesso à tabela<br />
de valores das<br />
análises. Os preços<br />
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MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 73
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74 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
EMPREENDEDORISMO<br />
DE EMPRESÁRIOS<br />
A HORTICULTORES<br />
Cultivar em pequenas áreas, utilizar baixa quantidade de defensivos<br />
agrícolas, ter pouca preocupação com a presença de pragas, colher<br />
vegetais limpos durante o ano inteiro e manter o uso racional de<br />
água. Os produtores de Rondônia descobrem cada vez mais o pacote<br />
completo da produção sustentável de hortaliças: a hidroponia.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
75
EMPREENDEDORISMO<br />
Por Marcos Lock<br />
Texto e fotos<br />
Conhecida por ser um<br />
sistema que dispensa<br />
o uso do solo, a hidroponia<br />
é uma técnica que vem se<br />
consolidando como uma excelente<br />
opção para pequenos investidores<br />
do campo e até da cidade. A alta<br />
produtividade gerada com o uso<br />
da tecnologia garante a oferta de<br />
belos pés de alface, rúcula, couve,<br />
agrião, espinafre, salsinha e outros<br />
artigos do gênero nas gôndolas<br />
dos mercados.<br />
Além de sustentável, a prática<br />
é econômica. Exige menor utilização<br />
de mão de obra e exclui os<br />
custos com gradagens e manejo<br />
de pragas e ervas daninhas. Como<br />
independe de terra, as áreas de<br />
produção podem ser implantadas<br />
mais perto do mercado consumidor.<br />
Insetos e microrganismos,<br />
como fungos, também costumam<br />
importunar menos e, por isso é<br />
também menor a necessidade de<br />
defensivos. O serviço na lavoura<br />
exige pouca força física e vem<br />
despertando a atenção da mão<br />
de obra feminina. O contraponto:<br />
a implantação do sistema hidropônico<br />
exige investimento maior<br />
que o dispensando a uma horta<br />
convencional.<br />
A técnica tem atraído empreendedores<br />
sem tradição no campo.<br />
Um contador de Ji-Paraná e um<br />
dono de uma sorveteria em Ouro<br />
Preto do Oeste investiram nessa<br />
opção de cultivo. Montaram os<br />
canteiros hidropônicos e colhem<br />
não apenas bons produtos, mas<br />
boas margens de lucro.<br />
Bem próximo à área urbana do<br />
município de Ji-Paraná está o sítio<br />
do Nilson Rodrigues dos Santos,<br />
formado em Ciências Contábeis<br />
e dono de um tradicional escritório<br />
na cidade. Inicialmente, a<br />
intenção era implantar uma horta<br />
diferenciada, livre de pragas e de<br />
fungos para consumo próprio, mas<br />
ele decidiu levar o plano adiante,<br />
para a pequena propriedade onde<br />
aplicou os conhecimentos obtidos<br />
em um curso feito anos atrás.<br />
Logo concluiu pela viabilidade<br />
comercial do empreendimento e<br />
resolveu dobrar a área plantada<br />
inicial de 600 metros quadrados.<br />
O capricho e os cuidados com os<br />
detalhes fizeram a diferença: a<br />
produtividade de alfaces, e depois<br />
76 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
as rúculas, chegou aos 600 maços<br />
por dia, venda garantida a restaurantes,<br />
mercados, lanchonetes e<br />
pizzarias da cidade. “Eu procurei<br />
fazer da melhor maneira. Os tubos<br />
de PVC que conduzem a água são<br />
especiais. Toda a área plantada é<br />
fechada por telas e eu fiz um poço<br />
artesiano para garantir o abastecimento<br />
hídrico e nunca ter surpresas”,<br />
explica Nilson.<br />
Nos últimos dois anos os lucros<br />
foram tão satisfatórios que o permitiram<br />
construir uma bela casa para<br />
ele, outra para o caseiro e ainda<br />
investir numa pick-up nova em<br />
folha para o transporte da produção.<br />
Atualmente ele emprega duas<br />
pessoas apenas (Micheli Santos e<br />
Laércio), que fazem o manejo diário<br />
dos quase 17 mil pés de alface e<br />
rúcula, a embalamento para conservar<br />
a raiz fresca e as entregas.<br />
Animado com os resultados, o<br />
empregado José Alves Teixeira, que<br />
precisou se mudar de Ji-Paraná por<br />
motivos familiares, montou com o<br />
irmão em Ariquemes, numa data<br />
de 24m x 28 cm uma hidroponia<br />
nos mesmos moldes. Vai indo<br />
muito bem. “Fiz um financiamento<br />
no Banco do Brasil de R$ 69 mil<br />
há seis meses e comecei o meu<br />
negócio. Por enquanto já tenho<br />
quatro galpões, mas já estamos<br />
planejando fazer mais dois para dar<br />
conta da demanda”. Ele acrescenta<br />
que decidiu se estabelecer em dezembro,<br />
no começo das águas por<br />
um motivo que a hidroponia pode<br />
resolver. “Eu tinha certeza que com<br />
o excesso de chuva ia faltar verdura<br />
no mercado. Foi dito e certo. A<br />
gente foi logo vendendo toda a<br />
produção, desde o começo”, frisa.<br />
Landoaldo Gonçaves Rocha<br />
é proprietário de uma sorveteria<br />
bem localizada em Ouro Preto do<br />
Oeste, em frente à igreja matriz. Há<br />
oito anos, encorajado pelo cunhado,<br />
decidiu montar num terreno<br />
próximo uma horta hidropônica<br />
para o pai, o seu Rosalvo, hoje<br />
com 83 anos. Munido de informações<br />
que coletou na internet e<br />
com outros amigos, partiu para a<br />
construção do canteiro com as próprias<br />
mãos e a ajuda inestimável<br />
da esposa Sueli. Ali eles cultivam<br />
seis variedades de alface, rúcula,<br />
couve, mostarda, agrião, espinafre<br />
e couve-flor, que expõem numa<br />
banca na frente da sorveteria.<br />
Vendem tudo, com exceção da<br />
mostarda, que é adquirida pelo<br />
Supermercado Irmãos Gonçalves.<br />
Em vez de um poço artesiano, ele<br />
optou por construir uma grande<br />
caixa de 4.500 litros para abastecer<br />
o sistema que irriga as duas mil<br />
plantas da produção, numa área<br />
de 15m x 30m apenas. “Como dá<br />
pouco trabalho, a gente consegue<br />
conciliar muito bem com a sorveteria.<br />
E é lucrativo. Para cada mil<br />
reais investidos numa horta assim,<br />
a gente tira R$ 200,00 de despesa.<br />
O resto é lucro”, declara.<br />
A qualidade da água exige muitos cuidados e é o calcanhar de<br />
Aquiles de uma cultura hidropônica. Para isso, o produtor precisa<br />
estar sempre de olho no teor de alcalinidade e de acidez, o que<br />
é feito a partir de correções constantes com testes e adição de<br />
produtos próprios. O entupimento das calhas também costuma dar<br />
alguma dor de cabeça, mas pouca, garante o casal de agricultores.<br />
O desafio agora é ajudar a irmã Míriam a ampliar a hidroponia<br />
dela nos arredores de Cuiabá. “Ela está vendendo toda a produção e<br />
vamos montar mais três barracões lá”, completa Landoaldo Rocha.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
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78 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 79
DE FLORES À LINGUIÇA<br />
Pequenos produtores e um<br />
grande potencial<br />
Chacareiros de Porto Velho abastecem mercado local<br />
com hortaliças, linguiças e até flores artesanais<br />
Por Vanessa Farias<br />
Texto e foto<br />
S<br />
Setor Chacareiro, na Zona<br />
Leste de Porto Velho, é<br />
uma área de produção<br />
farta e constante. Representa 35%<br />
dos alimentos que vão à mesa de<br />
quem vive na capital do estado.<br />
Entre os produtos, o carro chefe<br />
são as hortaliças como cheiro verde,<br />
couve, alface, rúcula, coentro e chicória.<br />
Tudo muito bem organizado,<br />
inclusive com o registro legal de<br />
funcionários, no caso das propriedades<br />
de produção em larga escala.<br />
Segundo Silvio Souza, presidente<br />
da Associação Boa Safra, são<br />
mais de 100 produtores só no ramo<br />
de hortaliças e, desde os pequenos<br />
aos médios, todos recebem assistência<br />
da entidade em conjunto<br />
com a Associação Vale do Sol. “Nós<br />
estamos sempre correndo atrás das<br />
demandas. Como a nossa produção<br />
não para de crescer, voltamos com<br />
a nossa ‘Feirinha da Lama’, no final<br />
da Avenida Amazonas, onde os<br />
produtores podem expor e escoar<br />
a produção”, adiantou.<br />
Os pequenos produtores, como<br />
o casal Raimunda Lima e Juraci<br />
Araújo Pinto, agradecem a oportunidade.<br />
Em um pedaço de terra,<br />
medindo 100x200 metros, eles<br />
mesmos fazem todo o serviço.<br />
Plantam mandioca, fazem farinha,<br />
cultivam banana, melancia, abacaxi<br />
e criam galinhas e patos. “Tudo que<br />
nós fazemos aqui vendemos nas<br />
feiras da cidade”. Há cinco anos na<br />
lida, os agricultores contam com o<br />
apoio da Emater no fornecimento<br />
de calcário para melhoramento do<br />
solo e distribuição de sementes<br />
para a ampliação da produção.<br />
Com os produtos, o casal tem uma<br />
margem de lucro em torno de R$ 1<br />
mil por mês.<br />
A Linha Pé de Cedro, que corta<br />
todo o setor, é rica em solo e gente<br />
com garra para o trabalho. A produtora<br />
Feliciana Silva ainda está<br />
80 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Autossuficiência na<br />
produção de hortaliças<br />
Com trabalho duro e muito planejamento, Fábio<br />
Nascimento Melo se tornou outro exemplo de sucesso.<br />
Atendendo a grandes redes de supermercados da<br />
cidade, além de médios varejistas, a propriedade dele<br />
produz mensalmente 50 mil maços de cheiro verde,<br />
também conhecido como cebolinha. “É o meu carro<br />
chefe. Mas também produzimos coentro, couve e<br />
chicória”, diz o empreendedor do agronegócio.<br />
Além do preparo da terra e o sistema de irrigação<br />
para umedecer o solo e a plantação, Fábio utiliza também<br />
a tela sombrite, que quebra os raios solares em<br />
até 35%. “As mudinhas precisam dessa proteção para<br />
crescerem saudáveis”, justifica. Para isso, o produtor<br />
conta com uma equipe de cinco funcionários, todos<br />
registrados legalmente.<br />
cadastrando seu pedaço de terra junto<br />
à Emater, mas já começou a produção<br />
de cheiro verde, quiabo, maxixe e outras<br />
hortaliças e instalou o sistema de<br />
irrigação para que a plantação cresça<br />
saudável e tenha boa produtividade.<br />
Wanderson Leandro Nascimento,<br />
outro produtor do setor, está<br />
apostando em bananas. “Aqui eu<br />
já produzi e vendi de tudo. Agora<br />
resolvi investir na banana, que com<br />
apenas 15 dias plantada já está se<br />
fortalecendo”. Segundo Leandro, em<br />
10 meses a banana já estará pronta<br />
para colheita. “Com mil cachos por<br />
ano eu vou conseguir vender para a<br />
própria Emater e ter um lucro de até<br />
R$ 25 mil”, completou.<br />
Plantas artesanais<br />
para embelezar<br />
e mudas para<br />
reflorestar<br />
O diferencial no Setor Chacareiro<br />
são os viveiros de plantas artesanais<br />
e de reflorestamento. No Viveiro<br />
Amazônia, os principais produtos<br />
são as mudas de árvores nativas e<br />
frutíferas para reflorestamento de<br />
Áreas de Proteção Permanentes<br />
(APP´s), nascentes e mata ciliar, tanto<br />
em Rondônia quanto no Amazonas,<br />
Acre e Mato Grosso.<br />
Juliano Coenga, proprietário do<br />
viveiro, explica que mesmo com o<br />
escritório de atendimento ao público<br />
localizado na área central da cidade,<br />
uma base de vendas no Porto Velho<br />
Shopping, além da Casa Rural (loja da<br />
família), a crise econômica também<br />
vem atingindo o setor. “Neste mesmo<br />
período do ano passado, eu tinha 46<br />
colaboradores trabalhando no viveiro,<br />
hoje só tenho seis. O mercado<br />
instável abala diretamente também<br />
o produtor”, desabafou.<br />
Embora com dificuldade, o viveiro<br />
continua com o trabalho, coletando<br />
as mudas em pontos estratégicos<br />
da floresta e ainda comprando<br />
sementes para as ornamentais das<br />
regiões Sul e Sudeste do país.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 81
Linguiça bovina<br />
é a novidade<br />
do pedaço<br />
De açougueiro a produtor de<br />
linguiça, foi fácil para o produtor<br />
Silvio Carlos dos Santos começar a<br />
ganhar a graça da vizinhança. Com<br />
50 quilos de produção por semana,<br />
o ex-açougueiro agora fatura 30%<br />
de lucro em cima do valor do quilo<br />
da linguiça: R$12,00.<br />
Das levemente apimentadas<br />
às mais fininhas “bem quentes”, as<br />
linguiças atendem a vários gostos.<br />
Todas são feitas com carne bovina,<br />
que Silvio compra diretamente do<br />
Frigorífico Top.<br />
Morando em uma propriedade<br />
pertencente a um afilhado, Silvio faz<br />
toda a produção de forma caseira,<br />
mas já investiu em máquinas e equipamentos<br />
que, tão logo o negócio<br />
estiver devidamente legalizado, o<br />
produtor vai poder vender para o<br />
comércio da região.<br />
82 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
Adubo desenvolvido por produtor de Rondônia<br />
desperta interesse de floristas do Brasil<br />
A Rondoflores é o cartão postal<br />
do Setor Chacareiro da capital. O<br />
viveiro atende a capital e o estado<br />
vizinho Acre com as mais lindas flores<br />
decorativas. A Rosa do Deserto,<br />
importada de Taiwan (Japão) é de<br />
um encanto inigualável. Apenas a<br />
espécie produz mais de 150 cores<br />
diferentes. E o produtor ainda deu<br />
um “jeitinho” de deixar os arranjos<br />
ainda mais belos enxertando até<br />
três cores em um só pé.<br />
Os proprietários do viveiro criaram<br />
recentemente um adubo especial<br />
que já está dando o que<br />
falar entre os grandes produtores<br />
do Brasil. A Rondoflores já está<br />
inscrita no Festival de Flores de Holambra<br />
(SP) deste ano. “Eles querem<br />
comprar de nós. Vamos começar a<br />
atender os grandes centros”, disse<br />
empolgada Graciele Auxiliadora,<br />
dona do viveiro. Os produtores<br />
enfatizam que a equipe da Emater<br />
tem uma importante parceria no<br />
fornecimento de calcário e outros<br />
insumos. Em 7,5 hectares de terra as<br />
flores ornamentais, as ervas medicinais<br />
e os condimentos formam um<br />
cenário único com uma produção<br />
de 150 a 200 mil mudas por mês.<br />
Graciele explica que o calendário<br />
é meticulosamente seguido para<br />
atender a demanda de datas comemorativas,<br />
quando a produção tem<br />
ainda mais saída.<br />
“Atendemos a nove grandes<br />
supermercados de Porto Velho, seis<br />
no Acre e mais os viveiros da cidade.<br />
Temos nove funcionários, todos registrados,<br />
e já estamos precisando<br />
de pelo menos 15. A nossa meta é<br />
chegar a 50 colaboradores”, revelou<br />
a proprietária.<br />
Com o adubo especial feito<br />
pelos produtores a espécie de flor<br />
Ixória, que só floresce em determinados<br />
períodos do ano, agora abre<br />
lindas flores durante os 12 meses. A<br />
Rondoflores, além de gerar economia<br />
e emprego, agora vai representar<br />
o estado nos principais centros<br />
metropolitanos com a beleza de sua<br />
produção.<br />
TELHAS DE CONCRETO<br />
BLOCOS E CANALETAS<br />
CINZA PÉROLA<br />
MARROM<br />
GRAFITE<br />
VERMELHA<br />
DIMENSÕES<br />
09 x 19 x 39<br />
14 x 19 x 39<br />
19 x 19 x 39<br />
DIMENSÕES<br />
09 x 19 x 19<br />
14 x 19 x 39<br />
19 x 19 x 39<br />
MOURÕES E ESTACAS<br />
COCHO DE CONCRETO<br />
2,50M<br />
CANELA<br />
PAVER’S<br />
MOST A<br />
PISO PODOTÁTIL<br />
60<br />
80<br />
40<br />
PODOTÁTIL ALERTA<br />
PODOTÁTIL DIRECIONAL<br />
CURVO RETO<br />
45<br />
15<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 83
CAFEICULTURA<br />
PROGRAMA REVITALIZA<br />
lavouras de café de 200<br />
produtores de Porto Velho<br />
O programa de revitalização das lavouras cafeeiras implantado em 2013 pela<br />
Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric) em parceria com a Embrapa e Emater<br />
garantiu rentabilidade a mais de 200 pequenos produtores da Capital<br />
Por Gerson Costa<br />
A<br />
primeira colheita foi realizada<br />
e alcançou cerca<br />
de 45 sacas por hectare<br />
em plantações não irrigadas. Nas<br />
chamadas áreas experimentais em<br />
Extrema, Nova Califórnia, Rio Pardo<br />
e União Bandeirantes, os agricultores<br />
receberam mudas, assistência<br />
técnica, análise e correção de solo<br />
com aplicação de calcário. O projeto<br />
deu certo e outras 6 localidades<br />
foram acrescentadas ao programa.<br />
No total foram distribuídas 539<br />
mil mudas aos 215 produtores<br />
cadastrados. Todos estão dentro<br />
dos critérios da Lei de Agricultura<br />
Familiar e fichados no Cadastro<br />
Ambiental Rural (CAR).<br />
O agrônomo Rodrigo da Silva<br />
Ribeiro explica que a Semagric<br />
pesquisou quais territórios do<br />
município de Porto Velho tinham<br />
vocação para a produção cafeeira.<br />
Após a identificação das áreas, o<br />
programa foi implantado e também<br />
tornou possível a recuperação<br />
de lavouras antigas. “Nós fizemos<br />
parcerias com a Embrapa e Emater.<br />
Nossos técnicos recebem capacitação<br />
da Embrapa e repassamos as<br />
tecnologias aos produtores”, disse<br />
Rodrigo. As variedades usadas no<br />
plantio são a BRS Ouro Preto e as<br />
mudas dos viveiristas credenciados<br />
pelo Ministério da Agricultura. Para<br />
ele, na terceira safra, o produtor<br />
que investir na irrigação poderá<br />
alcançar até 100 sacas de café por<br />
hectare do tipo conillon.<br />
539 mil mudas distribuídas<br />
Porto Velho - 37.500<br />
Joana D’arc - 72.500<br />
Rio Pardo - 77.500<br />
União Bandeirantes - 110.000<br />
Vista Alegre do Abunã - 2.500<br />
Extrema - 57.500<br />
Jaci Paraná - 52.500<br />
Ramal Santa Rita (52.500)<br />
Morrinhos (22.500).<br />
84 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
JÁ IMAGINOU QUANTOS LUGARES VOCÊ PODERIA<br />
CONHECER SE GANHASSE 10 ANOS DE FÉRIAS?<br />
Corra, quanto antes você comprar,<br />
mais chances de ganhar.<br />
CENTRO: 69 3026-5353<br />
SHOPPING: 69 3218-8155<br />
JATUARANA: 69 3210-1010<br />
ARIQUEMES: 69 3535-2440<br />
JI-PARANÁ: 69 3423-2414<br />
ROLIM DE MOURA: 69 3442-6888<br />
CACOAL: 69 3441-2047<br />
VILHENA: 69 3321-5006<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA sempre 85ComVC
PORTAL ÓLEOS VEGETAIS<br />
Uma empresa rondoniense<br />
Instalada no município de Vilhena, a empresa foi<br />
fundada em 1997, com o objetivo de processar os<br />
grãos de soja produzidos no conesul do estado.<br />
A empresa cresceu aos poucos, conquistando espaço<br />
com trabalho sério e qualidade no produto oferecido.<br />
Ganhou confiança de clientes e de agricultores, que<br />
passaram a ter mercado em Rondônia para a soja<br />
produzida.<br />
A soja é transformada em óleo de soja bruto<br />
degomado e farelo de soja.<br />
O farelo de soja é considerado a melhor fonte de<br />
proteína de origem vegetal do mundo. Sendo<br />
comercializado, em Granel e Ensacado (50 kg).<br />
Produto de excelente qualidade para a produção de<br />
rações balanceadas para as mais variadas espécies de<br />
animais (aves, bovinos, peixes e suínos).<br />
A Portal Óleos Vegetais atende todo<br />
o mercado da região norte brasileira<br />
Para mais informações visite nosso estande na Rondônia Rural Show<br />
Fones: (69) 3322-5552 e (69) 8111-5649<br />
86 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
GRITO DA PECUÁRIA<br />
ASSEMBLEIA AJUDA<br />
a reorganizar cadeia<br />
produtiva da pecuária<br />
Para frear prejuízos que chegaram a R$ 579 milhões em 2015, Legislativo cria CPI dos<br />
Frigoríficos, discute precisão de balanças e incentiva criação do Instituto da Carne.<br />
Por Gerson Costa<br />
Embora esteja centrada no<br />
tema de sua propositura,<br />
as investigações sobre o<br />
cartel do preço da arroba do boi<br />
gordo, a Assembleia Legislativa de<br />
Rondônia deu um grande passo<br />
para reorganizar toda a cadeira<br />
produtiva da pecuária de corte com<br />
os depoimentos de produtores,<br />
organismos estatais, entidades de<br />
classe rural e representantes das<br />
indústrias na CPI dos Frigoríficos.<br />
A primeira providência, logo<br />
após a conclusão do relatório, é<br />
a discussão da Lei de Incentivo<br />
Fiscal, ampliando os critérios para<br />
concessão e obrigando o governo<br />
estadual a reforçar a fiscalização<br />
sobre os beneficiários. “Vamos<br />
reestruturar essa norma na Assembleia<br />
porque a atual é antiga e se<br />
tornou automática para todos os<br />
frigoríficos que trabalham com a<br />
desossa da carne. Vamos elaborar<br />
uma proposta para melhorar a<br />
fiscalização”, explicou o presidente<br />
da CPI, deputado Adelino Follador<br />
(DEM-Ariquemes).<br />
Outro grave problema detectado<br />
nos últimos três meses de<br />
trabalho da comissão foram as<br />
reclamações dos criadores em relação<br />
a precisão das balanças instaladas<br />
nas indústrias. A Assembleia<br />
Legislativa, com apoio da Câmara<br />
Setorial da Carne, Federação da<br />
Agricultura e Pecuária de Rondônia<br />
(Faperon) e a associações de produtores<br />
rurais, representada nos<br />
trabalhos pelo empresário Adélio<br />
Barofaldi, pretende incentivar<br />
a criação do Instituto da Carne,<br />
mantido por um fundo criado por<br />
lei, mas sem a ingerência do Estado.<br />
Adelino acredita no modelo<br />
implantado no Mato Grosso, onde<br />
os membros da CPI fizeram uma<br />
visita no mês de abril.<br />
Naquele estado, o criador paga<br />
R$ 1,00 a cada boi abatido, o governo<br />
mais R$ 1,00, e os frigoríficos<br />
outros R$ 2,00. “O fundo é administrado<br />
pelo conselho formado entre<br />
produtores, indústrias e governo”,<br />
esclareceu o parlamentar. Esse<br />
instituto ficaria<br />
responsável<br />
pela<br />
instala-<br />
ção de balanças nas empresas.<br />
Preocupada com a crise da carne,<br />
que deu prejuízo na ordem de<br />
R$ 579 milhões aos cofres estaduais<br />
em 2015, a Assembleia Legislativa<br />
criou a CPI dos Frigoríficos com<br />
base nas denúncias de cartelização<br />
dos preços praticados pelos frigoríficos.<br />
Uma das acusações é que a<br />
gigante JBS-Friboi, que responde<br />
por 50% dos abates no estado,<br />
fechou várias plantas contribuindo<br />
para queda do preço do boi. Rondônia<br />
tem hoje 11 plantas ativas e<br />
nove fechadas.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 87<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
87
UM LEGISLATIVO<br />
PARCEIRO<br />
para um setor pujante<br />
Por Eranildo Costa Luna<br />
O<br />
apoio para que os<br />
produtores rurais ampliem<br />
e melhorem a<br />
produção tem sido uma prioridade<br />
dos deputados estaduais.<br />
O Legislativo tem aprovado leis,<br />
destinado emendas e intercedido<br />
junto ao Executivo em defesa do<br />
setor produtivo.<br />
Além dessas ações, a Assembleia<br />
realiza audiências públicas na<br />
capital e no interior para debater a<br />
cadeia produtiva, e instalou uma<br />
Comissão Parlamentar de Inquérito<br />
(CPI) para apurar a suposta<br />
formação de cartel no setor frigorífico,<br />
prejudicando aos criadores.<br />
“Quem trabalha e produz, tem<br />
o nosso apoio, o nosso respeito. A<br />
Assembleia está de portas abertas<br />
para votar projetos de interesse<br />
das famílias do campo e para o<br />
fortalecimento do agronegócio e<br />
também da agricultura familiar”,<br />
assegurou o presidente da Assembleia<br />
Legislativa, Maurão de<br />
Carvalho (PMDB).<br />
A regularização fundiária, o<br />
acesso ao crédito, a distribuição<br />
de calcário e a assistência técnica<br />
são peças fundamentais para que<br />
o ciclo de crescimento do setor<br />
produtivo seja vigoroso e que Rondônia<br />
se consolide como a nova<br />
fronteira da produção, de forma<br />
sustentável.<br />
Emendas<br />
Dos cerca de R$ 3,2 milhões<br />
de emenda individual para este<br />
ano, o presidente da casa destinou<br />
aproximadamente R$ 2,5 milhões<br />
para atender o setor produtivo<br />
com máquinas, implementos,<br />
88 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
equipamentos, tratores e<br />
caminhões para o transporte<br />
da produção.<br />
Esse recurso chegou<br />
aos produtores de Campo<br />
Novo de Rondônia, que<br />
foram contemplados com<br />
um caminhão e tanques de<br />
resfriamento de leite para<br />
melhorar a produção. Em<br />
Rolim de Moura, o parlamentar<br />
destinou emenda para a<br />
compra de grades aradoras,<br />
distribuidoras de calcário e<br />
roçadeiras hidráulicas.<br />
Em Porto Velho, os pequenos<br />
produtores de farinha<br />
do reassentamento<br />
Riacho Azul, no Ramal São<br />
Domingos, foram contemplados<br />
com um caminhão<br />
para o transporte da produção<br />
até os mercados da<br />
capital.<br />
Estímulo à<br />
cafeicultura<br />
Para estimular a cafeicultura, os deputados<br />
estaduais estudam a destinação de R$<br />
10 milhões, no orçamento de 2017, através<br />
de uma emenda coletiva, para a aquisição de<br />
mudas de café clonal, que serão distribuídas<br />
aos produtores.<br />
“Hoje, com o preço em alta no mercado,<br />
a rentabilidade do café é muito boa e gera<br />
tributos ao Governo. Em um alqueire, se<br />
produz em média 300 sacas de café, que<br />
geram cerca de R$ 15 mil em impostos, empregos<br />
e ajuda a girar a roda da economia”,<br />
completou Maurão.<br />
Para o presidente, Rondônia tem superado<br />
a crise que atinge o país, graças<br />
ao setor produtivo forte. “Tudo o que vier<br />
contribuir para a melhoria e o aumento da<br />
nossa produtividade, vai significar mais ganhos<br />
para quem produz, mais empregos e<br />
o crescimento de nossa economia”.<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
89
INFORME PUBLICITÁRIO SINJUR<br />
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR 257/16<br />
QUEREM QUE O FUNCIONALISMO<br />
PÚBLICO PAGUE A CONTA<br />
PLC cria medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal em<br />
detrimento aos direitos dos trabalhadores.<br />
Como se já não bastasse as dificuldades<br />
enfrentadas pelo<br />
funcionalismo público para<br />
garantir direitos mínimos, nos últimos<br />
dias o Governo Federal apresentou à<br />
Câmara dos Deputados o Projeto de Lei<br />
Complementar 257/2016 (PLC<br />
257/16) que trata do Plano de Auxílio<br />
aos Estados e ao Distrito Federal, criando<br />
medidas de estímulo ao reequilíbrio<br />
fiscal em detrimento aos direitos<br />
dos trabalhadores.<br />
Contudo, a medida representa uma<br />
grave ameaça aos direitos dos trabalhadores<br />
públicos das três esferas (federal,<br />
estadual e municipal), colocando em<br />
risco direitos conquistados ao longo do<br />
tempo pelo funcionalismo público, sob<br />
o argumento de controlar gastos. Tais<br />
medidas podem suspender o aumento<br />
real do salário mínimo e provocar redução<br />
do quadro de pessoal no funcionalismo<br />
público, por meio do programa<br />
de demissões voluntárias.<br />
O PLC 257/2016 promove ainda o<br />
congelamento dos concursos e de<br />
salários e eleva a contribuição previdenciária,<br />
reduzindo assim o salário do<br />
trabalhador. Trata-se de uma tentativa<br />
de ganhar apoio dos Estados por meio<br />
de um plano de Auxílio, ampliando o<br />
tempo de contrato da dívida dos Estados<br />
com o Tesouro Nacional para 20<br />
anos.<br />
“É um ataque acintoso aos direitos<br />
do funcionalismo público. De imediato<br />
os governos estariam proibidos de<br />
conceder reajuste, exceto o que já está<br />
previsto em lei. Novos servidores não<br />
poderão ser nomeados, com raras<br />
exceções, e deve ser reduzido, em 10%,<br />
o gasto com cargos comissionados,”<br />
disse o Presidente do Sinjur, Francisco<br />
Roque.<br />
O ataque passo a passo<br />
1ª fase – Restringe a ampliação do quadro<br />
de pessoal, o reajuste real de salários<br />
do funcionalismo e promove cortes de<br />
gastos discricionários, administrativos e<br />
com cargos de confiança.<br />
2ª fase – Proíbe os aumentos nominais<br />
de salários e concessão de novos<br />
subsídios e desonerações; também seriam<br />
adotados mais cortes de gastos discricionários,<br />
administrativos e dos cargos<br />
comissionados.<br />
3ª fase – Suspender reajustes reais do<br />
salário mínimo, benefícios de servidores<br />
são cortados em até 30% e implantar<br />
programa de desligamento voluntário ou<br />
licença temporária no funcionamento<br />
federal.<br />
Conheça alguns dos principais<br />
pontos do PLC 257/2016<br />
Art. 3º A União poderá celebrar os termos<br />
aditivos de que trata o art. 1º desta<br />
Lei Complementar, cabendo aos Estados<br />
e ao Distrito Federal sancionar e publicar<br />
leis que determinem a adoção, durante os<br />
24 meses seguintes à assinatura do termo<br />
aditivo, das seguintes medidas:<br />
I – não conceder vantagem, aumento,<br />
reajustes ou adequação de remunerações<br />
a qualquer título, ressalvadas as<br />
Projeto foi<br />
debatido<br />
em audiência<br />
pública na<br />
Assembleia<br />
Legislativa<br />
em Rondônia.<br />
decorrentes de atos derivados de sentença<br />
judicial e a revisão prevista no inciso X<br />
do art. 37 da Constituição Federal;<br />
II – limitar o crescimento das outras<br />
despesas correntes, exceto transferências<br />
a Municípios e Pasep, à variação da inflação,<br />
aferida anualmente pelo IPCA ou por<br />
outro que venha a substituí-lo;<br />
III – vedar a edição de novas leis ou a<br />
criação de programas que concedam ou<br />
ampliem incentivo ou benefício de<br />
natureza tributária ou financeira;<br />
IV – suspender admissão ou contratação<br />
de pessoal, a qualquer título, inclusive<br />
por empresas estatais dependentes,<br />
por autarquias e por fundações instituídas<br />
e mantidas pelo Poder Público, ressalvadas<br />
as reposições decorrentes de vacância,<br />
aposentadoria ou falecimento de<br />
servidores nas áreas de educação, saúde e<br />
segurança, bem como as reposições de<br />
cargos de chefia e de direção que não<br />
acarretem aumento de despesa, em<br />
qualquer caso sendo consideradas apenas<br />
as vacâncias ocorridas a partir da data de<br />
assinatura do termo aditivo; e<br />
V – reduzir em 10% (dez por cento) a<br />
despesa mensal com cargos de livre<br />
provimento, em comparação com a do<br />
mês de junho de 2014.<br />
Assessoria de Imprensa - Sinjur<br />
Foto:Toni Francis<br />
90 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
OAB/RO<br />
“O BRASIL VIVE UM MOMENTO DE EXPURGO”<br />
O presidente da Seccional Rondônia da Ordem das<br />
Advogados Brasil (OAB/RO), Andrey Cavalcante, respondeu a<br />
perguntas elaboradas por alunos e equipe do Instituto Federal<br />
de Rondônia (IFRO). Os questionamentos foram preparados<br />
para o 1º Gestão em Pauta, que também contou com<br />
participação do secretário-geral da Seccional, Márcio Nogueira.<br />
A atual crise política vivida<br />
pelo Brasil teve origem na descoberta<br />
de esquemas ilegais envolvendo<br />
integrantes da alta cúpula<br />
do governo federal, empresas<br />
públicas e parlamentares. O senhor<br />
acredita que a corrupção no<br />
país é uma questão de cultura ou<br />
falta de controle?<br />
As duas coisas. Difícil estabelecer<br />
o que é causa e o que é consequência.<br />
Temos que continuar no<br />
caminho de aprimorar os mecanismos<br />
de controle sobre a coisa pública,<br />
aumentando a participação<br />
social, popular em cada iniciativa.<br />
Somente quando a população toda<br />
se envolve nessa tarefa, podemos<br />
ter garantias de que ela não será<br />
feita apenas pela metade.<br />
Penas mais severas para a<br />
corrupção podem ser uma saída?<br />
Muitas medidas podem ajudar<br />
a mudar o ambiente favorável à<br />
corrupção no Brasil. Penas mais<br />
severas poderiam ajudar, mas<br />
penas que limitassem a participação<br />
na vida pública talvez fossem<br />
mais eficientes. Muitos de nossos<br />
políticos agem como profissionais<br />
acostumados a processos sem<br />
fim e a condenações de naturezas<br />
mais diversas. Aos poucos isso tem<br />
mudado, como aconteceu após a<br />
Lei da Ficha Limpa. Os escândalos<br />
recentes mostram que isso ainda<br />
é pouco. Mas, mais do que penas<br />
duras, temos que mudar o sistema,<br />
como foi o caso citado do financiamento<br />
de campanhas. Precisamos<br />
avançar na composição do sistema<br />
partidário, que ainda é falho, e na<br />
forma como o mandato se relaciona<br />
como as expectativas do eleitor.<br />
Sem dúvida, tudo passa por eliminar<br />
privilégios e mostrar aos políticos<br />
que eles são apenas cidadãos<br />
cumprindo uma tarefa em nome<br />
do povo e não seres especiais que<br />
não podem ser alcançados pela lei.<br />
Mas, muitas vezes a população<br />
se sente impotente ao ver que a<br />
maioria dos casos revelados não<br />
resulta em qualquer punição.<br />
A sensação de impunidade<br />
deixa tudo pior. Se nosso país<br />
abriga uma cultura de corrupção,<br />
sem dúvidas a impunidade colabora<br />
bastante. Mas a impunidade<br />
é parte dessa cultura, talvez seja<br />
um dos fatores mais importantes<br />
de fomento à corrupção.<br />
É importante ter em vista, contudo,<br />
que, apesar de a nossa vontade<br />
de justiça ser grande, não<br />
podemos atropelar as conquistas<br />
da nossa justiça. Não podemos nos<br />
esquecer que o Brasil é também<br />
um país de fortes tradições autoritárias,<br />
e precisamos preservar as<br />
garantias constitucionais que nos<br />
possibilitam um processo justo.<br />
Apesar da vontade de apressar<br />
as coisas, temos que ir um passo<br />
de cada vez. Debater bastante,<br />
analisar as coisas com calma. Não<br />
podemos concordar com as críticas<br />
tão comuns hoje em dia contra o<br />
direito de defesa, críticas que querem<br />
tirar o equilíbrio do processo<br />
entre as partes e fazer com que o<br />
magistrado atue em nome de uma<br />
dessas partes. Somos amplamente<br />
favoráveis à luta contra a corrupção<br />
e defendemos que essa luta<br />
pode ser intensificada dentro dos<br />
parâmetros decentes de justiça<br />
apregoados por nossa Constituição<br />
cidadã – aliás, na maior parte dos<br />
casos, é o que temos visto acontecer<br />
hoje em dia.<br />
Cabe à população ficar mais<br />
vigilante e cobrar mais punições<br />
dentro da legalidade?<br />
O papel da sociedade é o de<br />
ditar os rumos. No fim, tudo o que<br />
importa é o interesse do povo.<br />
Temos visto intensa participação<br />
popular e nosso dever é o de ajudar<br />
assegurar que o povo possa ocupar<br />
as ruas, manifestar sua indignação<br />
e pressionar por mudanças.<br />
O povo foi para as ruas , boa<br />
parte pedindo o impeachment,<br />
como forma de solução para o<br />
país. O impeachment, procedimento<br />
previsto na Constituição,<br />
pode ser utilizado como uma<br />
maneira de controle sobre as<br />
ilegalidades na esfera pública?<br />
O impeachment atual e todos<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
91
OAB/RO<br />
os processos de investigação que<br />
estão deixando a opinião pública<br />
brasileira estarrecida nos últimos<br />
meses mostram que as instituições<br />
de controle estão cada vez mais<br />
fortes. Isso não exclui, contudo,<br />
o fato de que temos muito o que<br />
melhorar para termos um processo<br />
político que seja mais correto. O<br />
sistema político no Brasil é falho,<br />
temos um multipartidarismo personalista<br />
demais – partidos que<br />
pertencem a alguém ou que visam<br />
a atender aos interesses de uns<br />
poucos –, ainda convivemos com a<br />
sobreposição do interesse pessoal<br />
muito acima do interesse público.<br />
Não é só o impeachment que mostra<br />
que a corrupção chegou ao limite,<br />
mas o grande número de ações<br />
que hoje atingem enorme parcela<br />
de políticos eleitos no Brasil. O<br />
caminho é incentivar a fiscalização<br />
dos mandatos, sem esquecer de<br />
atuarmos na base, cobrando, antes<br />
de votar, a forma com que é feito o<br />
compromisso com o povo.<br />
Mas o pedido de impeachment<br />
em tramitação no Congresso<br />
não se baseia nos atos de<br />
corrupção revelados principalmente<br />
na Operação Lava Jato,<br />
e sim nas chamadas “pedaladas<br />
fiscais”. Isso pode ser considerado<br />
ato ilegal?<br />
Para a OAB, as evidências são<br />
fortes no sentido de demonstrar<br />
que a presidente agiu com dolo<br />
ao manipular informações fiscais<br />
com o fim de obter vantagens<br />
indevidas que repercutissem de<br />
modo favorável à sua candidatura<br />
no processo eleitoral. O expediente<br />
das chamadas “pedaladas fiscais”<br />
jamais atingiram a monta atual,<br />
nunca foram tão expressivas e nunca<br />
tinham sido usadas para manipular<br />
um cenário macroeconômico<br />
de modo a intervir num processo<br />
eleitoral, como é o caso atual. Não<br />
se trata de avaliar apenas a manobra<br />
que poderia ter sido “irregular”<br />
ou “ilegal”, num sentido mais<br />
restrito, mas de avaliar a extensão,<br />
que é enorme, e a finalidade, que<br />
foi a de criar, para a população, um<br />
cenário de bem-estar e equilíbrio<br />
nas contas públicas que jamais<br />
existiu, escondendo déficits púbicos<br />
gigantescos, com o propósito<br />
de angariar votos para a reeleição.<br />
É a soma desses fatores que levou<br />
a OAB Nacional a apoiar o pedido<br />
hoje em discussão.<br />
Terminado o processo de<br />
impeachment, independentemente<br />
do resultado, o que pode<br />
ser feito para evitar novos casos?<br />
Talvez a tão esperada Reforma<br />
Política?<br />
O Brasil vive um momento de<br />
expurgo. Há muita coisa acontecendo,<br />
e estamos em meio a uma<br />
grave crise econômica também.<br />
Temos que passar a limpo os casos<br />
já sob avaliação e, na primeira<br />
oportunidade, colocar o sistema<br />
político em julgamento. De certa<br />
forma, um impeachment faz isso.<br />
Muitas pessoas já estão se levantando<br />
contra o vice-Presidente ou<br />
contra o Presidente da Câmara,<br />
que, amanhã ou depois, pode vir<br />
a governar o país. Essa escalada<br />
pode levar a uma crise ainda maior<br />
e, claro, vamos ter que construir<br />
uma saída para ela. Nenhuma<br />
reforma agora seria factível, mas<br />
devemos aproveitar o momento<br />
para questionar com afinco os<br />
rumos daqui em diante.<br />
E como acabar com a relação,<br />
digamos “perigosa”, entre entes<br />
privados e públicos?<br />
A OAB foi a propositora da<br />
ação de inconstitucionalidade<br />
que resultou no fim de doações<br />
por empresas a campanhas eleitorais.<br />
Empresa não vota, empresa<br />
não possui direitos políticos. Está<br />
ficando cada vez mais claro, por<br />
investigações como a da Lava Jato,<br />
o tamanho da capacidade de as<br />
empresas intervirem no processo<br />
eleitoral mediante financiamento<br />
de campanhas. O financiamento<br />
público de campanhas é uma<br />
medida que precisa ser muito<br />
bem avaliada, com bastante cautela,<br />
mas pode ajudar a melhorar<br />
o cenário. As doações individuais,<br />
limitadas a determinados valores,<br />
também poderiam ser um bom<br />
caminho, desde que bem monitoradas.<br />
O jogo democrático não pode<br />
ser fechado, impedindo a população<br />
de apoiar seus candidatos<br />
e suas agendas. Estamos<br />
aprendendo a tornar isso possível<br />
sem desequilíbrios que deixem o<br />
jogo injusto. O fim das doações<br />
por empresas certamente é um<br />
grande avanço. Além disso, hoje<br />
é mais nítido do que nunca que<br />
precisamos avançar nos meios<br />
de refinar nossos processos relacionados<br />
a tudo que diz respeito<br />
com a coisa pública. Temos que<br />
usar a tecnologia ao nosso dispor<br />
e aprimorar tudo. Temos que criar<br />
ferramentas colaborativas, que<br />
incluam a participação popular,<br />
por todos os meios disponíveis.<br />
Uma democracia real precisa de<br />
inclusão e participação. Eu diria<br />
que o principal paradigma que<br />
deve ser trabalhado para ajudar<br />
mais o Brasil é de construir uma<br />
burocracia inclusiva e transparente,<br />
facilmente acessível, compreensível<br />
e determinante para que<br />
o poder púbico saia das sombras<br />
e se abra para os olhos de seus<br />
verdadeiros donos, os cidadãos e<br />
cidadãs comuns que efetivamente<br />
sustentam este país.<br />
92 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 93
TURISMO<br />
Chef<br />
Márcio<br />
Pereira<br />
Criando<br />
novos pratos<br />
e adaptando<br />
famosas<br />
receitas<br />
94 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
ALTA GASTRONOMIA ÀS<br />
margens de um paraíso<br />
Em Pimenteiras um chef de cozinha cria receitas inusitadas com<br />
pescado da região. Os pratos variam do já conhecido peixe à<br />
parmegiana ao filé com calda de chocolate.<br />
Por Ivonete Gomes<br />
Fotos: Ivonete Gomes e Marcos Figueira<br />
A<br />
780 quilômetros de Porto Velho, banhada pelo rio Santa Cruz que só corre mais<br />
quatro quilômetros para desaguar no suntuoso Guaporé, uma pousada do município<br />
de Pimenteiras vem atraindo até turistas japoneses. Ocupando uma área<br />
de quatro hectares, o lugar só tem estruturas de madeira. É rústico, elegante e decorado<br />
com objetos antigos que dão ar retrô ao ambiente. Os quatro chalés distribuídos pela propriedade<br />
têm capacidade para um quarteto de pessoas. São confortáveis e aprazíveis, mas<br />
não representam o principal atrativo da pousada. Das mais de 400 pessoas que chegam ao<br />
Rancho Verde na alta temporada – de junho a novembro – 80% são atraídas pelos pratos<br />
do chef autoditada e proprietário do local, Márcio Pereira.<br />
O projeto saiu do papel em 2014 e custou o dobro do valor previsto pelo empreendedor. O<br />
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 95
TURISMO<br />
primeiro ano foi de sacrifício e muitos testes na cozinha<br />
“Não tinha energia elétrica. Tive que investir R$ 25 mil<br />
na compra de transformador e instalação elétrica. Esse<br />
gargalo só me fez recuperar metade do investimento<br />
total até agora”, diz Márcio.<br />
O período de escuridão na pousada não foi em<br />
vão. Márcio aproveitou a folga antecipada pela falta de<br />
energia para testar as receitas. “Eu criei alguns pratos e<br />
adaptei outros. Teve prato português que eu substituí<br />
o bacalhau por um peixe da região. Os amigos que eu<br />
chamava para provar gostaram da ideia. Meus amigos<br />
foram minhas cobaias”, brinca o chef.<br />
Embora venha se destacando pelas peculiares<br />
receitas a base de pescado, a margem de lucro com<br />
a alimentação é pouca, só 20%. O maior rendimento<br />
vem da hospedagem, 70%. Ainda assim, o empresário<br />
não pensa em aumentar o número de chalés. “Se aumento<br />
o número de hóspedes tenho que aumentar a<br />
quantidade de comida para servir. Não quero perder<br />
a qualidade na cozinha, por isso reduzi o número de<br />
almoço. Já cheguei a servir 88 pessoas por dia. Hoje,<br />
não aceito mais do que 50 reservas”, revela.<br />
A fama do restaurante da pousada se espalhou pela<br />
região do Cone Sul de Rondônia e chegou aos ouvidos<br />
dos turistas de pesca esportiva que frequentam o rio<br />
Guaporé em busca dos peixes amazônicos. A procura é<br />
grande, por isso, para provar os pratos elaborados pelo<br />
chef é preciso fazer reserva antecipada.<br />
Além do sabor da comida, a quantidade e variedade<br />
também transformam o Rancho Verde em um<br />
lugar único. Por dia, são servidos em média 15 pratos<br />
diferentes, todos feitos com peixes nativos da região. “A<br />
demanda é grande. Para atender no período do defeso<br />
faço a estocagem de peixe em quatro freezers. No ano<br />
passado esperava servir entre 15 e 20 almoços por<br />
dia, mas ao final já tinha servido mais de mil pessoas.<br />
Resultado: o peixe que eu esperava ser suficiente até<br />
fevereiro acabou em dezembro”, relembra o sucesso.<br />
A Rancho Verde atende de quarta a domingo e<br />
está sempre lotada, sinal de que tem dado certo a<br />
tesoura aberta pendurada acima de uma das portas<br />
do restaurante da pousada (superstição para fazer o<br />
cliente voltar). “A empresária Márcia Viana, moradora<br />
de Pimenteiras, é frequentadora assídua e fã dos pratos<br />
elaborados pelo chef. “Eu gosto da lasanha de pintado<br />
e do filé de pintado com molho de maracujá. A mistura<br />
do frio com o quente e do salgado com o doce é deliciosa”,<br />
diz a empresária sentada a uma das mesas com<br />
convidados de Vilhena.<br />
A deliciosa “liturgia”<br />
do almoço<br />
Depois de horas de trabalho árduo na cozinha, com<br />
apenas um ajudante, o chef dá início ao almoço. Numa<br />
mesa de aproximadamente 2,5 metros oferece em sistema<br />
self service saladas variadas, pirão, arroz, tucunaré<br />
assado e outros acompanhamentos. Lodivan Orlando,<br />
empresário do ramo hoteleiro de Cerejeiras, alerta com<br />
a experiência de quem já esteve no local algumas vezes:<br />
“é melhor não encher o prato para aguentar e apreciar<br />
o que é servido nas mesas”.<br />
Dito e feito. Começa o rodízio de peixe e, em seguida,<br />
os murmurinhos dos turistas espantados com<br />
a ousadia do chef, afinal, não é todo dia que se come<br />
piau na folha da bananeira, escondidinho de peixe;<br />
peixe gratinado; peixe ao molho de mostarda; quibe<br />
de peixe; peixe na moranga e gergelim e para finalizar<br />
peixe com calda de chocolate.<br />
Mas, mesmo com tanta variedade, ainda há quem<br />
procure o restaurante da Rancho Verde para comer algo<br />
mais simples. “Venho aqui pelo peixe frito”, diz Lisete<br />
Marth, vice-prefeita de Cerejeiras e cliente fiel do chef<br />
Márcio Pereira.<br />
O preço do paraíso<br />
Almoço por pessoa<br />
R$ 30,00<br />
Hospedagem/ diária<br />
R$ 150,00<br />
Contato para reservas:<br />
(69) 8139-5215<br />
Localização:<br />
Linha 11, sentido<br />
Santa Cruz, km 5<br />
Pimenteiras do Oeste, Rondônia.<br />
96 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />
97
Ji-Paraná Centro: Ji-Paraná Vila Jotão:<br />
(69) 983411-5500<br />
REVISTA VISÃO RONDÔNIA (69) 3421-5500 I MAIO 2016<br />
Cacoal:<br />
(69) 3441-1831<br />
Jaru:<br />
(69) 3521-4248<br />
Ariquemes:<br />
(69) 3535-5500<br />
São Francisco:<br />
(69) 3621-2155<br />
Presidente Médici:<br />
(69) 3471-3338
MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 99
A MAIOR VITRINE DE AGRONEGÓCIOS DO NORTE.<br />
A PEMAZA SE FAZ PRESENTE COM O QUE HÁ DE<br />
MELHOR PARA O HOMEM DO CAMPO.<br />
69 3421-7944<br />
100 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I MAIO 2016