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Revista Visão nº 12

O Filé Mignon da Pecuária

O Filé Mignon da Pecuária

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INHAME movimenta economia de municípios e<br />

tem produção com venda garantida para o Paquistão<br />

O melhor do agronegócio<br />

RONDÔNIA<br />

Ano I I Nº <strong>12</strong><br />

Outubro/Novembro de 2016<br />

Valor<br />

R$ <strong>12</strong>.00<br />

JAIME<br />

BAGATOLLI,<br />

produtor em<br />

Vilhena<br />

O FILÉ MIGNON<br />

DA PECUÁRIA<br />

Produtor cria estratégia para confinamento<br />

na entressafra e vai garantir terminação nos<br />

piquetes durante o ano inteiro<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

1


2 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

3


EDITORIAL<br />

“Em se plantando, tudo dá”<br />

Cultivado desde 50.000 aC, em regiões da África e Ásia, o inhame é um dos alimentos mais<br />

consumidos no mundo, mas não tem tradição nenhuma na culinária do Norte brasileiro. Ainda<br />

assim, o tubérculo vem movimentando a economia de alguns municípios do estado, gerando<br />

emprego e renda e mantendo famílias no campo.<br />

Nosso repórter Edmilson Rodrigues visitou produtores de três municípios: Nova União,<br />

Machadinho do Oeste e São Francisco do Guaporé, e, mostra como a cultura está mudando a<br />

vida financeira dos agricultores, alguns com venda garantida da produção até para países como<br />

o Paquistão.<br />

A revista <strong>Visão</strong> Rondônia também visitou a bela fazenda do empreendedor Jaime Bagatolli, em<br />

Vilhena, para registrar a técnica que está sendo implantada em 70 hectares de área. O agricultor<br />

e pecuarista decidiu fazer um calçamento em bloquetes para garantir o confinamento de gado<br />

durante os 365 dias do ano.<br />

E a qualidade do café de Rondônia continua chamando a atenção do mundo. A exportação<br />

aumentou e até a maior instituição financeira de agronegócio do mundo já está com os pés nos<br />

cafezais rondonienses.<br />

Uma confissão aos leitores: falar do agronegócio em Rondônia não é missão das fácies, mas<br />

é imensurável o prazer de descobrir uma Rondônia que cresce cada vez mais. Em carta, Pero Vaz<br />

de Caminha escreveu ao rei dom Manuel que “em se plantando, tudo dá”. Hoje, uma frase muito<br />

propícia a esse nosso próspero estado.<br />

Tenham todos uma boa leitura!!!<br />

IVONETE GOMES<br />

4 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Índice<br />

ENTREVISTA<br />

Secretário de Estado<br />

da Agricultura, Evandro<br />

Padovani, fala sobre<br />

os desafios do setor<br />

produtivo, levanta a<br />

bandeira de duplicação<br />

da BR-364 e defende<br />

construção de ferrovia.<br />

6<br />

14<br />

CAFEICULTURA<br />

No auge de qualidade, cafés<br />

produzidos em Rondônia chamam a<br />

atenção do Rabobank. Produção dá um<br />

salto de crescimento e exportação.<br />

22<br />

REFINANCIAMENTO<br />

Em Brasília, deputado federal<br />

Luiz Claúdio (PP), da Comissão de<br />

Agricultura da Câmara, garante<br />

renegociação de dívidas e<br />

parcelamentos para produtores de<br />

Rondônia.<br />

INHAME<br />

Pouco usado na culinária regional,<br />

inhame avança nos campos de<br />

Rondônia garantindo emprego e renda<br />

para trabalhadores rurais. O produto já<br />

é exportado até para o Paquistão.<br />

24<br />

34<br />

produção de carne durante o ano inteiro.<br />

CAPA<br />

Produtor de Vilhena adota técnica de<br />

calçamento com bloquetes em piquetes<br />

de confinamento para garantir maior<br />

TURISMO<br />

Em Ouro Preto do Oeste,<br />

empresário constrói o maior<br />

complexo aquático do Norte<br />

e transforma um conjunto de<br />

cachoeiras em atração turística.<br />

60<br />

Expediente<br />

<strong>Revista</strong><br />

RONDÔNIA<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Visão</strong> Rondônia é de propriedade editorial de<br />

G.B. COSTA COMUNICAÇÕES-ME<br />

CNPJ: 23.588.281/0001-40<br />

Editora-chefe: Ivonete Gomes DRT-345<br />

Redação: Avenida Guaporé, 4248, SL 2, Igarapé, Porto Velho, Rondônia.<br />

Tel: 69 32259705 - Assinatura: visaorondonia@gmail.com<br />

Comercial:<br />

Erivelto Carlos (69) 99330-7955<br />

Leny Vieira - fone: 69 9213-0947/9977-7779<br />

Designer Gráfico: Cesar Prisisnhuki Faria<br />

Colaboradores: Gerson Costa, Eliânio Nascimento, Marcos Lock, Roni<br />

Viana, Renata Silva e Edmilson Rodrigues.<br />

Impressão: Ligraf Gráfica e Painéis<br />

Tiragem: 5.000 mil exemplares<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

5


ENTREVISTA<br />

EVANDRO PADOVANI<br />

Secretário de Estado da Agricultura de Rondônia<br />

Por Edmilson Rodrigues<br />

Ele não tem a chave do cofre, mas é através do trabalho que desenvolve no campo que mantém<br />

a economia equilibrada. Desde que assumiu a titularidade da pasta da Agricultura do Estado,<br />

Evandro Padovani, desenvolve uma política de diálogo com produtores rurais, tenta conter gargalos<br />

na produção, busca alternativas e abertura de mercado. Em entrevista exclusiva à revista <strong>Visão</strong> ele anuncia que,<br />

em breve, Rondônia terá certificação da União Europeia para exportação da carne.<br />

6 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


O estado de Rondônia vive um<br />

momento inédito em produção<br />

e agronegócio. Essa realidade<br />

atrai novos empreendedores<br />

de várias cadeias produtivas,<br />

abre novos horizontes e<br />

faz surgir novas culturas<br />

produtivas. Como o estado tem<br />

atuado nesse contexto para<br />

articular políticas públicas de<br />

sustentação a esse ciclo de<br />

desenvolvimento e quais são<br />

as prioridades elencadas no<br />

governo?<br />

Olha, Rondônia cada dia, cada<br />

ano, avança no meio da produção<br />

agropecuária no geral como um<br />

todo, e avança também na abertura<br />

de mercado. A maior exportação<br />

nossa continua sendo a carne, e<br />

hoje nós exportamos para mais de<br />

30 países, e estamos aí na iminência<br />

de receber a certificação da União<br />

Europeia. Isso é um sonho nosso,<br />

estamos trabalhando em parceria<br />

com as entidades de classe, o setor<br />

produtivo, a Câmara Setorial da<br />

Carne, o Governo Federal, através<br />

do Ministério da Agricultura, e as<br />

plantas frigoríficas para habilitar<br />

Rondônia a novos mercados. Nós<br />

recebemos uma missão estrangeira<br />

aqui que fez uma auditoria no<br />

estado, na Idaron, em plantas frigoríficas<br />

e em propriedades rurais<br />

e estamos aguardando. Eu tenho<br />

certeza que nós vamos conseguir<br />

essa habilitação da União Europeia<br />

e isso abre um grande leque de<br />

mais países para que a gente possa<br />

vender a nossa carne. O mercado<br />

norte americano também já incluiu<br />

Rondônia. Foi certificada a planta<br />

do JBS de Vilhena que está habilitada<br />

para exportar. São mercados<br />

altamente exigentes, de um protocolo<br />

de produtos de qualidade.<br />

atividades de produção<br />

em larga escala que tem<br />

transformado muitas<br />

propriedades em celeiros<br />

produtivos?<br />

Nós estamos avançando na<br />

nossa soja e no nosso milho, produzido<br />

também para exportação.<br />

Temos a produção de café que está<br />

a todo vapor. O governo auxiliando<br />

e motivando os produtores, a Emater<br />

e a Embrapa, a Câmara Setorial<br />

do Café e todas as organizações<br />

envolvidas fomentando a pesquisa,<br />

a assistência técnica, o crédito.<br />

Estamos chegando a mais de 2<br />

milhões de sacas de café sendo<br />

produzidos no estado de Rondônia<br />

e queremos chegar na safra de<br />

2019 a 4 milhões de sacas de café.<br />

Hoje, para você ter uma ideia nós<br />

estamos produzindo mais de 20<br />

milhões de mudas de café clonal<br />

em Rondônia.<br />

Eu venho do Paraná e lá era um sonho,<br />

mas hoje tem a Ferroeste que é uma<br />

realidade. Aqui não vai ser diferente. Nós<br />

também queremos ver a BR duplicada, esse<br />

projeto é pra já, pra ontem.”<br />

Como o governo acompanha<br />

a introdução das outras<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

7


ENTREVISTA<br />

O primeiro projeto lançado<br />

pelo governador Confúcio<br />

Moura foi o “Água Produtiva”,<br />

voltado para a produção de<br />

peixe em cativeiro. Como o<br />

senhor mensura hoje essa<br />

cadeia produtiva que atraiu<br />

tanto pequenos quanto médios<br />

e grandes empreendedores?<br />

Rondônia é o estado líder nacional<br />

na produção de peixe nativo<br />

em cativeiro. No ano passado<br />

tivemos uma despesca de mais<br />

de 84 mil toneladas de peixe, e<br />

temos um potencial gigantesco<br />

na piscicultura de avançar na produção.<br />

Temos alguns gargalos que<br />

estamos trabalhando, correndo<br />

atrás para resolver que é a questão<br />

da comercialização e a industrialização,<br />

precisamos trazer novas<br />

indústrias para processar o peixe<br />

em Rondônia.<br />

O programa resultou num<br />

excedente de produção do<br />

peixe em cativeiro, causando<br />

uma queda no preço pago aos<br />

agricultores que investiram na<br />

cadeia produtiva. Se ainda não<br />

foi consolidado o projeto dos<br />

entrepostos de compra e das<br />

indústrias de processamento,<br />

como está sendo feito para que<br />

os pequenos criadores de peixe<br />

em cativeiro não desistam de<br />

produzir?<br />

O governador Confúcio Moura<br />

determinou e já foi inserido o peixe<br />

no cardápio da merenda escolar<br />

pelo menos duas vezes por semana.<br />

Hoje, em torno de 60% das escolas<br />

estaduais já estão utilizando<br />

o peixe na merenda escolar. Isso<br />

tudo vem cada vez mais ajudar com<br />

o estado comprando do pequeno<br />

produtor rural. Nós temos o PAA,<br />

Programa de Aquisição de Alimentos<br />

do Governo Federal em parceria<br />

com o Governo do Estado. No ano<br />

Em 2011,<br />

quando o<br />

governador Confúcio<br />

Moura assumiu<br />

o mandato tinha<br />

27 indústrias em<br />

Rondônia e hoje<br />

são mais de 500<br />

agroindústrias<br />

certificadas com<br />

o Sim (Serviço de<br />

Inspeção Municipal) e<br />

até com Sif federal.”<br />

passado adquirimos mais de 13<br />

milhões de reais de produtos da<br />

agricultura familiar. Esse ano houve<br />

uma redução no repasse do Governo<br />

Federal e assim mesmo ainda<br />

ficou em torno de 9 milhões e 800<br />

mil reais, e nós estamos trabalhando<br />

com 2.700 a 2.800 produtores<br />

da agricultura familiar que vendem<br />

o alface, a mandioca, o tomate, a<br />

fruta, e nós atendemos mais de<br />

700 entidades sociais que recebem<br />

gratuitamente esse produto.<br />

Essa revolução da produção<br />

no campo é uniforme, ou<br />

existe região de Rondônia que<br />

está ficando para trás e não<br />

acompanha o mesmo ritmo dos<br />

polos produtivos consolidados?<br />

Toda cadeia produtiva de Rondônia<br />

está hoje em franco desenvolvimento<br />

e é importante trazer<br />

conhecimento e capacitação para<br />

o homem do campo. Eu gostaria de<br />

pedir aos novos prefeitos e aos novos<br />

vereadores que as prefeituras<br />

que não têm ainda a Secretaria de<br />

Agricultura instalada que o façam,<br />

é necessário hoje porque a maior<br />

renda dos municípios rondonienses<br />

é proveniente da agricultura,<br />

da agropecuária. A economia vem<br />

do campo. Nós temos muitas ações<br />

sendo desenvolvidas, mas precisa<br />

de uma parceria do governo do<br />

estado, e secretaria de Estado da<br />

Agricultura com as secretarias<br />

municipais para que a gente possa<br />

trabalhar juntos pelo desenvolvimento<br />

cada vez mais.<br />

Com essa revolução tecnológica<br />

advinda da tecnificação e<br />

da agricultura de precisão a<br />

Seagri tem conseguido manter<br />

o estímulo dos pequenos<br />

agricultores. Como está o<br />

programa de criação das<br />

agroindústrias, que é outra<br />

marca do atual governo?<br />

8 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


ENTREVISTA<br />

As agroindústrias familiares<br />

são outra realidade em Rondônia.<br />

Em 2011, quando o governador<br />

Confúcio Moura assumiu<br />

o mandato tinha 27 indústrias<br />

em Rondônia e hoje são mais de<br />

500 agroindústrias certificadas<br />

com o SIM (Serviço de Inspeção<br />

Municipal), SIF (Serviço de Inspeção<br />

Federal) e SIE (Serviço de<br />

Inspeção Estadual). É o produtor<br />

produzindo, e ele mesmo com a<br />

sua família processando e industrializando<br />

produtos certificados<br />

pela agência sanitária e podendo<br />

vender com valor agregado. Essa<br />

realidade está transformando a<br />

vida do pequeno produtor rural.<br />

A agricultura familiar é predominante<br />

no estado de Rondônia, e<br />

85% das nossas propriedades são<br />

abaixo de 100 hectares.<br />

O governo tem programas<br />

distintos visando atender ao<br />

pequeno e o grande produtor<br />

para manter o equilíbrio e<br />

a continuidade dos ciclos<br />

de produção que movem a<br />

economia do estado?<br />

Hoje nós temos a agricultura<br />

de precisão em grande escala<br />

na agricultura empresarial e nós<br />

estamos fazendo isso chegar ao<br />

pequeno produtor da agricultura<br />

familiar. Esse é o nosso desafio,<br />

essa é a nossa determinação. Mas<br />

precisamos ter a nossa agricultura<br />

familiar fortalecida com conhecimento<br />

dessas novas tecnologias<br />

para que o produtor possa obter<br />

cada vez mais produtos de qualidade.<br />

Nesse sentido, buscamos<br />

firmar parceria com o Banco do<br />

Brasil, com o Basa, e com o Governo<br />

Federal através do programa<br />

Mais Alimentos. Não adianta<br />

produzir quantidade, precisamos<br />

ter qualidade e levar na gôndola<br />

do mercado ou numa mercearia<br />

produtos de qualidade, que aí tem<br />

mercado, tem comercialização e<br />

não dificuldade.<br />

O governo fez a lição de casa e<br />

criou motivação no meio das<br />

cadeias produtivas do estado.<br />

Qual o grau de apoio o senhor<br />

atribui para o evento anual da<br />

Rondônia Rural Show, que é<br />

realizado no mês de maio em<br />

Ji-Paraná?<br />

A Rondônia Rural Show veio<br />

complementar tudo isso, para trazer<br />

essas ferramentas para que os<br />

nossos produtores rurais vão num<br />

local só conhecer e ter a oportunidade<br />

de adquirir conhecimento e<br />

equipamentos através do evento.<br />

Antes, há seis anos, se o produtor<br />

rural, seja ele da agricultura<br />

empresarial ou familiar, quisesse<br />

participar de uma feira para ter<br />

acesso a essas novas tecnologias<br />

em equipamentos e insumos ele<br />

tinha que se deslocar para o estado<br />

de São Paulo na Agrishow ou<br />

para o estado do Paraná no Show<br />

Rural Copavel ou na Expointer,<br />

no Rio Grande do Sul. Agora, nós<br />

temos uma feira dessa magnitude<br />

aqui em Rondônia, oportunizando<br />

aos nossos pequenos produtores<br />

rurais do assentamento, das vilas<br />

agrícolas e das vicinais de conhecer<br />

o que nós temos de mais<br />

moderno a serviço da agricultura.<br />

O que o governo tem feito<br />

para que toda essa produção<br />

saia do estado, e no sentido<br />

de reduzir custos para fazer os<br />

produtos chegar aos mercados<br />

interno e externo?<br />

Hoje nós exportamos pelo rio<br />

Madeira a carne, a madeira, a soja,<br />

o milho, o peixe, minério e muita<br />

produção já sai pelo Madeira. É<br />

uma hidrovia fantástica que ainda<br />

tem que ser aprimorada em sua<br />

infraestrutura, com investimentos<br />

na sinalização, na dragagem para<br />

que não tenhamos colapso nas exportações.<br />

Não só para Rondônia,<br />

boa parte de toda região noroeste<br />

do Mato Grosso e parte da produção<br />

agrícola é escoada pelo rio Madeira,<br />

e nós temos que unir forças<br />

e é um trabalho que o governador<br />

tem feito incansavelmente com<br />

sua equipe. Os senadores Acir Gurgacz<br />

e Valdir Raupp têm sempre<br />

trabalhado nesta causa e para o<br />

futuro, porque nós temos que ter<br />

a ferrovia e isso não está muito<br />

distante. Acredito que vamos ter.<br />

Eu venho do Paraná e lá Ferroeste<br />

liga Curitiba ao Oeste do Paraná.<br />

Acredito que teremos uma ferrovia<br />

em Rondônia também. Lá era um<br />

sonho, mas hoje é uma realidade.<br />

Aqui não vai ser diferente. Nós<br />

também queremos ver a BR duplicada,<br />

esse projeto é pra já, pra<br />

ontem. O fluxo de caminhão está<br />

aumentando e vai continuar cada<br />

vez mais. Hoje só de soja se passa<br />

nessa rodovia mais de 1.400 caminhões<br />

por dia. Daqui dois anos<br />

e meio vai dobrar e temos que<br />

duplicar urgentemente a BR 364.<br />

E o índice de desmatamento<br />

em Rondônia?<br />

Rondônia não precisa desmatar<br />

mais nenhum hectare de mata<br />

nativa. Ao contrário, nós temos<br />

é que preservá-las para o nosso<br />

futuro e de nossas gerações. Precisamos<br />

é da chuva, e que continue<br />

essa abundância de chuva na hora<br />

certa para a nossa produção, precisamos<br />

da água de boa qualidade<br />

para a piscicultura, no nosso café<br />

irrigado, no pasto rotacionado e<br />

temos que ser conscientes e recuperar<br />

nossas nascentes e as matas<br />

ciliares dos igarapés para garantirmos<br />

a sustentabilidade da nossa<br />

produção. Temos condições de<br />

dobrar, triplicar a produção com<br />

sustentabilidade sem desmatar<br />

mais nada.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

9


(69) 3236-8831<br />

Nova DImensão - Avenida Fortaleza, S/N - Distrito de Nova<br />

Dimensão / (69) 3546-6491<br />

Vista Alegre do Abunã - Brunenslau Soltovisk, 481 - Distrito de<br />

Vista Alegre do Abunã / (69) 3251-1550<br />

Portocredi<br />

Triunfo - Rua Ivo Milan, 501 - Centro / (69) 3233-1520<br />

Faça parte de algo maior<br />

Seja um associado.<br />

Itapuã do Oeste - Rua Costa e Silva, 2074 - Centro /<br />

(69) 3231-2884<br />

Visite um dos nossos pontos de atendimento:<br />

Nova Califórnia - Rua Bela Vista, 232 - Nova Califórnia /<br />

Porto Velho - Nações Unidas, 268 - KM 01 e Avenida Carlos<br />

Gomes,<br />

(69) 3253-1330<br />

400 - Caiari / (69) 3211-2331 e (69) 3223-2283<br />

União Bandeirantes - Avenida Brasília, S/N - Centro /<br />

(69) 3236-8831<br />

Nova<br />

Jaci Paraná<br />

DImensão<br />

- Rua<br />

- Avenida<br />

José Rodrigues,<br />

Fortaleza,<br />

810<br />

S/N<br />

-<br />

-<br />

Centro<br />

Distrito<br />

/<br />

de<br />

(69)<br />

Nova<br />

3236-6164<br />

Dimensão / (69) 3546-6491<br />

Vista<br />

Jacinópolis<br />

Alegre<br />

-<br />

do<br />

Rua<br />

Abunã<br />

Massaranduba,<br />

- Brunenslau<br />

S/N<br />

Soltovisk,<br />

- Centro<br />

481<br />

/ (69)<br />

- Distrito<br />

3546-6571<br />

de<br />

Vista Alegre do Abunã / (69) 3251-1550<br />

Triunfo - Rua Ivo Milan, 501 - Centro / (69) 3233-1520<br />

Itapuã do Oeste - Rua Costa e Silva, 2074 - Centro /<br />

(69) 3231-2884<br />

Nova Califórnia - Rua Bela Vista, 232 - Nova Califórnia /<br />

(69) 3253-1330<br />

Jaci Paraná - Rua José Rodrigues, 810 - Centro / (69) 3236-6164<br />

Jacinópolis - Rua Massaranduba, S/N - Centro / (69) 3546-6571<br />

10 REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


INVESTIMENTO<br />

BRANDT<br />

FERTILIZANTES DOBRA<br />

equipe no país confiante no<br />

mercado brasileiro<br />

Por Monique Oliveira<br />

Em apenas um ano no<br />

país, a Brandt do Brasil,<br />

subsidiária da Brandt Co.,<br />

dos Estados Unidos, um dos líderes<br />

globais do mercado de fertilizantes<br />

foliares, dobrou o tamanho de sua<br />

equipe de campo, que já conta<br />

com 20 profissionais exclusivos.<br />

Como resultado, a organização<br />

expande a área de atuação além<br />

das fronteiras do Sul, Sudeste e<br />

parte do Centro-Oeste. “Nossos<br />

planos são ambiciosos. Estamos<br />

fortalecendo nossa posição em<br />

Goiás, Triângulo Mineiro, Mato<br />

Grosso, Bahia e demais estados<br />

do Nordeste, Espírito Santo e Serra<br />

Gaúcha”, informa Wladimir Chaga,<br />

presidente da Brandt do Brasil.<br />

A presença a campo é importante<br />

para aproximar a Brandt<br />

ainda mais dos agricultores brasileiros,<br />

mas o time de gestão também<br />

ganhou reforços importantes.<br />

O experiente profissional Antonio<br />

Coutinho assumiu a Diretoria Técnica<br />

e de Marketing da empresa<br />

e Jan Babuska é o novo Diretor<br />

Financeiro da Brandt.<br />

“Temos muitos planos de<br />

crescimento da Brandt no Brasil.<br />

Precisamos atrair profissionais<br />

competentes e com experiência<br />

em gestão para nos ajudar nessa<br />

trajetória. O mercado brasileiro<br />

de fertilizantes foliares tem muito<br />

potencial de crescimento e, se<br />

queremos ser um player importante,<br />

precisamos ter uma base<br />

forte. Entendemos que a equipe é<br />

o pilar fundamental do nosso planejamento<br />

estratégico”, ressalta o<br />

presidente Wladimir Chaga.<br />

Os investimentos na equipe<br />

não param por aí. “Em 2017, deveremos<br />

ampliar ainda mais a equipe<br />

de campo, atingindo 35 profissionais”,<br />

acrescenta Chaga. Na gestão,<br />

os recém-chegados Coutinho e<br />

Babuska juntam-se ao presidente<br />

Wladimir Chaga, o Diretor Comercial<br />

Aledino Carminatti e o Diretor<br />

Operacional Andreto Ceolin.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 11


ARTIGO CIENTÍFICO<br />

DESAFIOS E<br />

PERSPECTIVAS PARA O<br />

CAFÉ EM RONDÔNIA<br />

Redução de área, uso de tecnologias e aumento da produtividade<br />

Por Calixto Rosa Neto<br />

Analista da Embrapa Rondônia<br />

A<br />

cafeicultura de Rondônia passa por importantes<br />

transformações. Em seis anos, enquanto<br />

a área em produção sofreu redução<br />

de 42,9% a produtividade aumentou 99,8%. Em 2011,<br />

a área em produção com a cultura no estado ocupava<br />

153.391 ha, com produtividade média de 9,31 sacas<br />

beneficiadas por hectare, de acordo com dados do Informe<br />

Estatístico do Café, do Ministério da Agricultura<br />

Pecuária e Abastecimento (Mapa, 2011). Na safra 2016<br />

a área em produção com café é de 87.657 ha e a produtividade<br />

média esperada é de 18,56 sacas beneficiadas<br />

por hectare, segundo o Acompanhamento da Safra<br />

Brasileira de setembro de 2016 da Companhia Nacional<br />

de Abastecimento (Conab).<br />

Houve também ganhos significativos em relação à<br />

receita bruta oriunda da comercialização do produto,<br />

que atingiu a cifra de 505,1 milhões de reais em 2015,<br />

com projeção de alcançar 586,7 milhões em 2016, ano<br />

em que o café conilon atingiu o maior nível histórico<br />

de preços. (Figura 1).<br />

Rondônia possui o maior parque cafeeiro da Região<br />

Norte do país, sendo osegundo maior produtor<br />

brasileiro de café canéfora (conilon e robusta), atrás<br />

apenas do Espírito Santo. De acordo com o segundo<br />

levantamento do acompanhamento de safra do café<br />

no Brasil, da Conab, a estimativa é que o estado tenha<br />

produzido 1,63 milhões de sacas beneficiadas nesta<br />

safra. Esta produção projeta o estado como o quinto<br />

maior produtor de café do país.<br />

A visão de agentes do setor de comercialização de<br />

café no estado é de um mercado em crescimento e<br />

renovação, por meio dos novos plantios de café clonal,<br />

onde se busca aumentar a oferta do produto, com<br />

oaumento de produtividade por hectare e também de<br />

qualidade, já que os clones melhoram este aspecto por<br />

serem reproduções de plantas selecionadas, atingem<br />

peneiras maiores e menores defeitos físicos. Mas esse<br />

ganho dependerá, sobretudo, da adoção de técnicas<br />

adequadas de pós-colheita, visando garantir a qualidade<br />

do produto final.<br />

O café produzido no estado é destinado majoritariamente<br />

para a indústria de solúveis, sendo utilizado<br />

também para a formação de blends (misturas) com o<br />

café arábica. Estima-se que entre 10% e 15% da produção<br />

estadual sejam consumidos localmente, tanto puro<br />

quanto por meio da formação de blends com o arábica<br />

proveniente de outro estados.<br />

Embora as perspectivas de mercado atual sejam<br />

positivas, com o café atingindo preços extremamente<br />

favoráveis na safra atual, em virtude da quebra de safra<br />

de café conilon no Espírito Santo e Vietnã – maior<br />

<strong>12</strong> REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


produtor de café do Brasil e o maior<br />

do mundo, respectivamente –, o<br />

maior desafio à frente relaciona-se<br />

à questão hídrica, pois as chuvas<br />

nos últimos anos têm sido irregulares<br />

e, na época mais importante<br />

para o desenvolvimento da planta,<br />

a seca forte eleva a temperatura,<br />

causando inúmeros prejuízos, além<br />

de secar os mananciais, reduzindo<br />

a oferta de água para irrigação.<br />

Tal situação aumenta a responsabilidade<br />

de todos os envolvidos<br />

na cadeia produtiva do café, no<br />

sentido de promover o uso racional<br />

da água disponível, adotando e<br />

observando técnicas adequadas no<br />

processo produtivo, principalmente<br />

na irrigação.<br />

Figura 1 – Evolução da área plantada, produtividade e receita bruta do café - 2011-2016<br />

* Estimativa<br />

**Valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV – Julho/2016. Fonte: Conab, 2016; Mapa, 2016<br />

*Mestre em administração – mercadologia e administração<br />

estratégica – e analista da área de Transferência de Tecnologia<br />

da Embrapa Rondônia, calixto.neto@embrapa.br<br />

eucurtoro.com.br<br />

#VALEAPENA<br />

@alerondonia /assembleialegislativaRO<br />

/EuCurtoRondonia<br />

APROVADO O PROGRAMA<br />

PRÓ-CATADOR<br />

Catadores, associações e cooperativas terão<br />

suporte para compra de equipamentos de<br />

reciclagem, financiamentos e treinamento.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 13


CAFEICULTURA<br />

QUALIDADE DO<br />

CAFÉ DE RONDÔNIA<br />

impressiona Rabobank<br />

Por Renata Silva<br />

Surpreendente é a palavra<br />

para Rondônia, que<br />

“ se consolida com o alto<br />

potencial de crescimento em produção<br />

e qualidade do café. Para um<br />

país que aceitava que a cafeicultura<br />

aqui estava fadada a acabar, fiquei<br />

extremamente surpreso”. A afirmação<br />

é do analista Jefferson Carvalho<br />

do Rabobank, o maior banco de<br />

investimentos agropecuários do<br />

mundo, durante visita a produtores<br />

rurais do estado.<br />

O interesse da instituição por<br />

Rondônia surgiu logo após a Semana<br />

Internacional do Café, realizada<br />

em setembro deste ano, na capital<br />

mineira. Jefferson Carvalho teve<br />

a oportunidade de conhecer a<br />

bebida do café do produzido no<br />

estado e quis conferir de perto a<br />

cadeia de produção. “Ficou mais<br />

que comprovado o que me foi<br />

apresentado em Belo Horizonte.<br />

Vi grandes potenciais, tecnologias<br />

disponíveis e até próprias que os<br />

produtores, ainda que de maneira<br />

rudimentar, passaram a adotar. Até<br />

projetos de irrigação começam a<br />

surgir”, comentou.<br />

O analista pontuou também os<br />

desafios para Rondônia conquistar<br />

novos patamares. O maior deles é<br />

o manejo da água, seguido pela<br />

conscientização do produtor de<br />

buscar pela informação de acompanhamento<br />

de mercado para<br />

tomada de decisões. Por fim, ele<br />

apontou a produção em escala.<br />

Segundo Carvalho, a demanda<br />

que mais cresce no mundo, em<br />

termos de volume, é para o café<br />

robusta. Assim como também é<br />

crescente a busca pelo café de<br />

qualidade, diferenciado ou que<br />

conte uma história ao consumidor.<br />

“Rondônia parece ser o estado<br />

que mostra um grande potencial<br />

para isso: tem área, oportunidade<br />

de aumentar produtividade, tem<br />

água e deve ser bem manejada,<br />

e tem a possibilidade de produzir<br />

com qualidade. Aliada às políticas<br />

de favorecimento da cultura e<br />

trabalhando uma boa divulgação<br />

da imagem e identidade do café,<br />

Rondônia tem tudo para despontar<br />

no café no Brasil”, arremata.<br />

A visita do analista do Rabobank<br />

reflete o bom momento da<br />

cafeicultura rondoniense, segundo<br />

maior produtor de café canéfora<br />

14 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Concurso de qualidade<br />

incentiva produtores<br />

A cada ano cresce o número de pequenas propriedades<br />

de café que evoluem em produção e qualidade.<br />

Um bom exemplo disso foram os produtores premiados<br />

no primeiro Concurso de Qualidade de Café Canéfora<br />

de Rondônia, realizado em setembro de 2016. O<br />

café campeão, do produtor familiar Arnelei Sérgio Kalk,<br />

de Cacoal, foi destaque do estande chamado Cafés de<br />

Rondônia, na Semana Internacional do Café. Ele foi<br />

produzido em condições de sequeiro e com manejo<br />

adequado, atingiu a produtividade de 90 sacas beneficiadas<br />

por hectare e uma bebida encorpada, com<br />

aroma de chocolate e sabor adocicado. O pesquisador<br />

Enrique Alves conta que estas características impressionaram<br />

baristas, visitantes e especialistas do setor.<br />

“O americano Rock Rhodes, palestrante no evento e<br />

referência em degustação e torra de robustas finos,<br />

comparou o café de Rondônia aos melhores robustas<br />

do mundo”, declara Alves.<br />

Para o campeão Arnelei Kalk, a busca pela maior<br />

qualidade continua e este ano ele conta que muitos<br />

vizinhos já o procuraram para conhecer e ter dicas de<br />

como conseguir um café de qualidade. “Agora vou ter<br />

muitos concorrentes. Meus vizinhos já começaram a<br />

se preparar para o próximo concurso de qualidade do<br />

café”, comenta.<br />

A visita do representante da Rabobank ao estado<br />

foi organizada pela Embrapa Rondônia e contou com<br />

o apoio da Emater-RO, Sebrae, Câmara Setorial do Café.<br />

(robusta e conilon), e com potencial<br />

para se tornar a próxima<br />

fronteira de produção com<br />

qualidade desse tipo de café.<br />

O estado, nos últimos anos,<br />

tem passado por uma grande<br />

transformação, em que agricultores<br />

que tinham perfil<br />

quase extrativista estão dando<br />

lugar a produtores qualificados<br />

e que usam tecnologias<br />

como: clones de boa genética,<br />

manejo da poda, nutrição das<br />

plantas e irrigação. As instituições<br />

de pesquisa, extensão<br />

e fomento de Rondônia têm<br />

trabalhado no sentido de criar<br />

uma plataforma contínua de<br />

desenvolvimento da cafeicultura<br />

com base tecnológica e<br />

de sustentabilidade.<br />

O pesquisador da Embrapa<br />

Rondônia, Enrique Alves,<br />

reforça os desafios a serem<br />

vencidos. Para ele, os principais<br />

gargalos são a mão de<br />

obra na colheita, o uso de<br />

recursos hídricos de forma<br />

sustentável e a melhoria de<br />

qualidade. Gargalos que, para<br />

o especialista, não são questões<br />

inerentes à cafeicultura<br />

na Amazônia Ocidental, mas<br />

sim desafios globais. “Rondônia<br />

tem todos os ingredientes<br />

para uma cafeicultura de<br />

sucesso: clima amazônico,<br />

genética adaptada e agricultores<br />

determinados. Com uma<br />

receita assim, a cafeicultura<br />

na Amazônia Ocidental tem<br />

tudo para ter um futuro tão<br />

doce e encorpado quanto<br />

os cafés produzidos por essa<br />

nova geração de agricultores”,<br />

revela Alves.<br />

Números da<br />

última safra de café<br />

De acordo com o levantamento de setembro<br />

de 2016 da Companhia Nacional de Abastecimento<br />

(Conab), o café canéfora apresenta<br />

perda de 22,2% na produtividade em todo o<br />

país. Os principais estados produtores, Espírito<br />

Santo, Rondônia e Bahia, que juntos, somam<br />

94% da produção, apresentam reduções de<br />

24,5%, 5,6% e 46,4%, respectivamente.<br />

Destaque para o estado de Rondônia,<br />

que apresentou estimativa de menor perda<br />

(5,6%), amenizada, em parte, pela entrada em<br />

produção de novas áreas de café clonal, cuja<br />

produtividade é bem superior do que as áreas<br />

tradicionais. Estas são ainda estimativas, o<br />

relatório com dados finais da safra devem sair<br />

até o final do ano pela Conab.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 15


CAFEICULTURA<br />

O SALTO DA<br />

cafeicultura<br />

Por Edmilson Rodrigues<br />

A<br />

nova fase da cafeicultura<br />

em Rondônia traz de<br />

volta a empolgação do<br />

primeiro ciclo da década dos anos<br />

70, quando as lavouras foram surgindo<br />

com a força do trabalho de<br />

imigrantes capixabas, mineiros e<br />

paranaenses. O excelente momento<br />

da produção de café no estado<br />

chama a atenção de instituições<br />

nacionais e internacionais, e, aonde<br />

o produto é apresentado Brasil<br />

afora tem se destacado.<br />

O sucesso da cafeicultura no<br />

segundo maior produtor de conilon<br />

do país, chama a atenção das<br />

federações vizinhas. O governo do<br />

Mato Grosso vai entrar com tudo<br />

no cultivo e, em parceria com algumas<br />

prefeituras, solicitou apoio<br />

da Embrapa Rondônia para disponibilizar<br />

técnicos para levarem<br />

conhecimentos sobre a cadeia<br />

produtiva reformulada no estado.<br />

Os pesquisadores e analistas<br />

vão apresentar dados sobre a<br />

qualidade dos clonais da cultivar<br />

BRS Ouro Preto, produto concebido<br />

no campo experimental da<br />

Embrapa que está promovendo<br />

essa revolução na cafeicultura<br />

rondoniense. Os clones estão<br />

sendo enviados até para o Espírito<br />

Santo (ES), maior produtor de<br />

café do país. A primeira palestra<br />

dos técnicos rondonienses será<br />

no município mato-grossense<br />

de Alta Floresta. Com a mesma<br />

intenção, instituições do Acre e<br />

do Amazonas também solicitaram<br />

apoio técnico da Embrapa Rondônia<br />

porque querem fomentar a<br />

cafeicultura.<br />

16 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


CICLO REFORMULADO<br />

A introdução da pecuária e a queda no<br />

preço do café no início da década 90 levaram<br />

muitos produtores a desistir das lavouras, mas<br />

quem perseverou provou que o potencial<br />

café de Rondônia pode ganhar o mundo. O<br />

novo ciclo surge amparado com novas tecnologias<br />

que mitigam os problemas do passado<br />

e apresentam um horizonte promissor.<br />

Durante o Seminário Rural “Informação<br />

Hoje, Grandes Resultados Amanhã”, ocorrido<br />

em Alvorada d’Oeste, nos dias 19, 20 e 21 de<br />

outubro, Evandro Padovani, secretário da<br />

Agricultura do Estado de Rondônia (Seagri/<br />

RO), mostrou números impressionantes.<br />

O desestímulo na cafeicultura em Rondônia<br />

fez a produção cair de 3 milhões de sacas<br />

para 900 mil sacas. A partir da retomada e dos<br />

incentivos do governo do estado, a partir de<br />

20<strong>12</strong>, os números se reverteram, a produção<br />

foi elevada para 2 milhões de sacas, e segundo<br />

Padovani, pode chegar a 4 milhões de<br />

sacas em 2019. “Em 2013 eram sete viveiros<br />

(fornecedores de mudas clonais) e em 2016<br />

temos 54 viveiros de café clonal, 20 milhões<br />

de mudas estão sendo plantados em 82 mil<br />

hectares de área de cafezais por 24 mil produtores”,<br />

comemora.<br />

A média de produção com os clonais,<br />

resistentes a pragas e doenças e com adaptabilidade<br />

e condições propícias ao solo e<br />

clima da região, aliado a adoção de técnicas<br />

especiais de irrigação e adubação empregada<br />

nos cafezais pelos pequenos, médios e<br />

grandes produtores elevam a produção e a<br />

qualidade do produto. Com essa tecnificação,<br />

em Rondônia existe propriedade onde<br />

o desempenho da colheita rende até 180<br />

sacas por hectare.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

17


CAFEICULTURA<br />

TECNOLOGIA DE PRECISÃO<br />

Os novos cafezais de Rondônia são formados<br />

com o desafio de o produtor vencer as limitações,<br />

como a da escassez da mão de obra, com o emprego<br />

de tecnologia de precisão que permite a colheita<br />

semimecanizada do café Canéfora – conilon e robusta<br />

- mais vantajosa e com melhor qualidade. A<br />

Embrapa Rondônia e a Emater estão auxiliando os<br />

cafeicultores em dias de campo e workshops para<br />

que eles adotem em seus cafezais o emprego de<br />

máquinas recolhedoras e trilhadoras, fundamental<br />

no sistema de podas e renovação anual ou periódica<br />

da lavoura de modo que, os ramos provenientes,<br />

ainda com os frutos, formem leiras que são trilhadas<br />

mecanicamente ou possam alimentar as máquinas<br />

de forma manual.<br />

Os grandes produtores de café buscam a tecnologia<br />

de ponta, mas os pequenos agricultores que<br />

fomentam a agricultura familiar e representam a<br />

maioria no campo, também não ficam para trás e<br />

procuram tocar lavouras com o mesmo sentido de<br />

adquirir maquinários sozinhos ou agrupados para<br />

obter excelência em produção.<br />

18 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 19


EXPORTAÇÃO<br />

CAFÉS DO BRASIL<br />

EXPORTAM 34 MILHÕES<br />

de sacas com<br />

US$ 5,1 bi de receita<br />

Em 2016, Europa importou <strong>12</strong>,7 milhões de sacas, América do Norte<br />

5,4 milhões e Ásia 4,1 milhões, de janeiro a setembro, do total de<br />

23,772 milhões de sacas exportadas.<br />

Por Lucas Tadeu Ferreira e Jamilsen Santos<br />

Embrapa Café<br />

O<br />

Relatório mensal setembro<br />

2016, do Conselho<br />

dos Exportadores<br />

de Café do Brasil – CeCafé, demonstra<br />

que o total de sacas de 60kg<br />

dos Cafés do Brasil exportadas de<br />

janeiro a setembro de 2016 atingiu<br />

o volume de 23,771 milhões<br />

com receita cambial de US$ 3,591<br />

bilhões. E, nos últimos <strong>12</strong> meses<br />

(outubro/2015 a setembro/2016),<br />

as exportações de café totalizaram<br />

34,050 milhões de sacas e receita<br />

cambial de US$ 5,140 bilhões a<br />

um preço médio de US$ 150,98<br />

por saca.<br />

O ranking dos sete principais<br />

destinos dos Cafés do Brasil por<br />

continente e em ordem decrescente,<br />

foram: Europa, com <strong>12</strong>,684<br />

milhões de sacas de 60 kg, que<br />

equivalem a 53% do total exportado;<br />

América do Norte - 5,434<br />

milhões de sacas (23%); Ásia - 4,065<br />

milhões (17%); América do Sul –<br />

926,213 mil (4%); África – 269,267<br />

mil (1%); Oceania – 2<strong>12</strong>,290 mil<br />

(1%); e América Central – 179,614<br />

mil (1%), do total de 23,772 milhões<br />

de sacas exportadas no período de<br />

janeiro a setembro de 2016.<br />

Em 2015, de acordo com o Relatório<br />

mensal setembro 2016, no<br />

item Perfil do Consumo Mundial<br />

de Café, os países importadores<br />

consumiram 104,572 milhões de<br />

sacas de 60kg e os exportadores<br />

47,633 milhões, de um total de<br />

152,204 milhões, números que<br />

representam em média uma taxa<br />

global de crescimento anual de 2%<br />

no período de 20<strong>12</strong> a 2015.<br />

O ranking do consumo em nível<br />

mundial em 2015 dos seis blocos<br />

econômicos destacados no Relatório<br />

pelo CeCafé é o seguinte: Europa,<br />

em primeiro, consumiu 50,116<br />

milhões de sacas de 60kg, o que<br />

representa uma taxa média anual<br />

de crescimento de 0,4%; Ásia &<br />

20 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Oceania, em segundo, com 33,131<br />

milhões de sacas e 5,2% de taxa de<br />

crescimento média anual; América<br />

do Norte – 27,975 milhões (2,8%);<br />

América do Sul – 25,<strong>12</strong>0 milhões<br />

(0,4%); África – 10,621 milhões<br />

(2,6%); e América Central & México<br />

com 5,242 milhões de sacas e taxa<br />

de crescimento anual de 0,6% em<br />

média. Nesse caso, vale realçar<br />

tanto o volume expressivo de café<br />

consumido como a taxa média de<br />

crescimento da Ásia & Oceania<br />

verificada nos últimos anos.<br />

Quanto às exportações dos<br />

cafés diferenciados - os quais<br />

têm qualidade superior ou algum<br />

tipo de certificado de práticas<br />

sustentáveis -, vale destacar que,<br />

em setembro de 2016, atingiram<br />

um volume de 359.250 sacas. E<br />

também que no acumulado de<br />

janeiro a setembro de 2016 esses<br />

cafés representaram 18.6% das<br />

exportações, com um total de<br />

4.430.844 sacas a um preço médio<br />

de US$ 189,95, aproximadamente<br />

25% superior à média total do café<br />

exportado. Além disso, nesse mesmo<br />

período, os 10 maiores países<br />

importadores dos cafés diferenciados<br />

representaram m 81,3% dos<br />

embarques. Os EUA continuam<br />

sendo o maior importador desse<br />

tipo de café, com 21% (910.037<br />

sacas). Japão, em segundo, com<br />

14% (628.692 sacas), seguido<br />

pela Alemanha com <strong>12</strong>% (519.434<br />

sacas).<br />

O Relatório mensal do CeCafé<br />

está disponível na íntegra no Observatório<br />

do Café do Consórcio<br />

Pesquisa Café, coordenado pela<br />

Embrapa Café. O documento<br />

divulga dados estatísticos, evolução<br />

e análises das exportações<br />

dos Cafés do Brasil, por ano safra,<br />

ano civil, cafés diferenciados,<br />

exportações por continentes,<br />

grupo e blocos econômicos, perfil<br />

do consumo mundial, entre outros.<br />

Além de também divulgar<br />

mensalmente uma análise da<br />

conjuntura da cafeicultura, como<br />

é o caso do artigo postado nesta<br />

edição de setembro de 2016 sobre<br />

“Cafeicultura Sustentável – Novo<br />

Código Florestal: Café Brasileiro<br />

no Caminho Certo”, que vale a<br />

pena ser lido.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

21


FNO<br />

TIRANDO A CORDA<br />

DO PESCOÇO<br />

Dívidas com FNO serão<br />

renegociadas com descontos<br />

Por Edmilson Rodrigues<br />

Uma iniciativa do deputado federal Luiz<br />

Cláudio (PR), membro da Comissão de<br />

Agricultura na Câmara dos Deputados, vai<br />

garantir que os agricultores de Rondônia que fizeram<br />

financiamento de recursos do Fundo Constitucional do<br />

Norte (FNO) sejam incluídos no benefício de renegociação<br />

de dívidas contraídas até dezembro de 2011 junto<br />

ao Banco da Amazônia (Basa). Agora, esses produtores<br />

poderão quitar o débito com descontos variáveis de<br />

15% a 95% e de 10% a 85%.<br />

Assegurada pelo projeto de lei de conversão da Medida<br />

Provisória (MP) 733/2016 – aprovada pelo Senado<br />

e sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB) - a<br />

medida para liquidação de Crédito Rural, disposta na<br />

Lei 13.340, de 28 de setembro, contemplava apenas<br />

produtores rurais endividados da região Sudeste do<br />

país, mas o deputado rondoniense apresentou a sugestão<br />

de inclusão dos agricultores da região Norte.<br />

“Essas dívidas poderão ser quitadas ou renegociadas<br />

com descontos até 29 de dezembro de 2017, aliviando<br />

a situação de agricultores de Rondônia que temiam<br />

até pela perda da sua propriedade, ou no mínimo a<br />

paralisação das atividades em razão da inadimplência”,<br />

afirma o parlamentar.<br />

O deputado Luiz Cláudio avalia que a MP ‘desarrochou’<br />

a corda que havia no pescoço do agricultor, pois<br />

além de ampliar o percentual da anistia de 85% para<br />

95% para a repactuação do débito a medida também<br />

estende o benefício para os endividados que contraíram<br />

empréstimo até 2011 e amplia, para o final de<br />

2017, o prazo limite para quitação da dívida.<br />

Luiz Cláudio considera justo e oportuno esse benefício<br />

porque nos últimos anos se ouviu falar em subsídios<br />

e renúncias fiscais para o setor automobilístico e<br />

a outras áreas de produção, mas nada que salvaguardasse<br />

produtores que entraram em dificuldades por<br />

causa dos financiamentos.<br />

O parlamentar rondoniense acredita que essa oportunidade<br />

de repactuação do empréstimo vai dar novo<br />

ânimo no campo, sobretudo aos pequenos agricultores<br />

de Rondônia que estão impedidos de compactuar<br />

de fomentos institucionais para trabalharem as suas<br />

terras.<br />

Com a aprovação da MP, o artigo 1º da Lei 13.340<br />

que a Superintendência Regional do Basa irá operacionalizar<br />

após a regulamentação, autoriza a concessão<br />

de rebate para liquidação das operações de Crédito<br />

Rural referentes a uma ou mais operações do mesmo<br />

mutuário com o Banco da Amazônia, com recursos<br />

oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento<br />

do Norte (FNO), ou com recursos mistos dos referidos<br />

fundos com outras fontes relativas a empreendimentos<br />

localizados na área de abrangência da Superintendencia<br />

do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).<br />

22 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


A Lei 13.340, de 28 de setembro, alterando a Lei <strong>nº</strong> 10.177,<br />

de <strong>12</strong> de janeiro de 2001, apresenta a tabela abaixo:<br />

BÔNUS APLICADOS AOS EMPREENDIMENTOS DE QUE TRATA O INCISO I DO ART. 2O EM CASO DE RENEGOCIAÇÃO<br />

Valor originalmente contratado em uma<br />

ou mais operações do mesmo mutuário<br />

Operações contratadas<br />

até 31/<strong>12</strong>/2006<br />

Operações contratadas entre<br />

1o/1/2007 e 31/<strong>12</strong>/2011<br />

Até R$ 15.000,00 80% 40%<br />

De R$ 15.000,01 até R$ 35.000,00 75% 30%<br />

De R$ 35.000,01 até R$ 100.000,00 70% 25%<br />

De R$ 100.000,01 até R$ 500.000,00 65% 15%<br />

Acima de R$ 500.000,00 45% 5%<br />

ANEXO II<br />

BÔNUS APLICADOS AOS EMPREENDIMENTOS DE QUE TRATA O INCISO II DO ART. 2O EM CASO DE RENEGOCIAÇÃO<br />

Valor originalmente contratado em<br />

uma ou mais operações do<br />

mesmo mutuário<br />

Operações<br />

contratadas até<br />

31/<strong>12</strong>/2006<br />

Operações contratadas entre<br />

1 o /1/2007 e 31/<strong>12</strong>/2011<br />

Até R$ 15.000,00 70% 30%<br />

De R$ 15.000,01 até R$ 35.000,00 65% 20%<br />

De R$ 35.000,01 até R$ 100.000,00 60% 15%<br />

De R$ 100.000,01 até R$ 500.000,00 55% 10%<br />

Acima de R$ 500.000,00 35% 0%<br />

ANEXO III<br />

DESCONTOS A SEREM APLICADOS SOBRE O VALOR CONSOLIDADO A SER LIQUIDADO NOS TERMOS DO ART. 4O<br />

Faixas para enquadramento do valor<br />

consolidado da inscrição em<br />

dívida ativa da União<br />

Desconto percentual<br />

Até R$ 15.000,00 95%<br />

Desconto de valor fixo,<br />

após aplicação do desconto<br />

percentual<br />

-<br />

De R$ 15.000,01 até R$ 35.000,00 90% R$ 750,00<br />

De R$ 35.000,01 até R$ 100.000,00 85% R$ 2.250,00<br />

De R$ 100.000,01 até R$ 200.000,00 80% R$ 7.500,00<br />

De R$ 200.000,01 até R$ 500.000,00 75% R$ 17.500,00<br />

De R$ 500.000,01 até R$ 1.000.000,00 70% R$ 42.500,00<br />

Acima de R$ 1.000.000,00 60% R$ 142.500,00<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 23


INHAME<br />

24 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

25


ESPECIAL<br />

VALE DO GUAPORÉ<br />

Cultivo de Inhame<br />

explode em Rondônia<br />

Produção ganha mercado até do Paquistão<br />

Rondonienses não têm<br />

o hábito de consumir<br />

inhame, mas quando o<br />

assunto é produção a<br />

cultura tem mostrado<br />

imenso potencial no<br />

estado. A rentabilidade<br />

é tão vantajosa que tem<br />

produtor tendo mais<br />

lucro com o inhame do<br />

que com o boi. A revista<br />

<strong>Visão</strong> percorreu três<br />

municípios produtores,<br />

São Francisco do<br />

Guaporé, Nova União e<br />

Machadinho do Oeste,<br />

e revela como esse<br />

tubérculo nutritivo<br />

está movimentando a<br />

economia e gerando<br />

emprego e renda no<br />

campo.<br />

Por Edmilson Rodrigues<br />

O<br />

plantio de inhame ganha<br />

força no interior<br />

de Rondônia. Os resultados<br />

obtidos pelos produtores<br />

da região do Vale do Guaporé,<br />

precursores da cultura no estado,<br />

estão motivando agricultores de<br />

outros municípios da região central<br />

a aderirem o plantio do tubérculo<br />

que tem ciclo de produção de oito<br />

meses, apresenta excelente produtividade<br />

e é satisfatoriamente<br />

rentável, quando comparado a<br />

outras culturas.<br />

As variedades que mais se<br />

adaptaram no estado são o Inhame<br />

da Costa (Dioscorea cayennensis<br />

Lam.) e São Tomé (Dioscorea alata<br />

L.), alcançando grandes resultados<br />

na produção, sendo amplamente<br />

cultivados pela agricultura familiar,<br />

variando a área cultivada de 0,5 até<br />

5,0 hectares por agricultor.<br />

A cultura do inhame chegou ao<br />

estado de Rondônia sendo implantada<br />

inicialmente no município de<br />

São Francisco do Guaporé, na região<br />

do distrito de Porto Murtinho,<br />

em 2005, e devido ao sucesso dos<br />

primeiros empreendedores rurais<br />

expandiram-se os plantios para Alvorada,<br />

Seringueiras e São Miguel<br />

e hoje é encarado como atividade<br />

econômica que dá excelente retorno.<br />

Apesar de ser um cultivo de<br />

considerável custo de implantação,<br />

apresenta excelente perspectiva<br />

de retorno se comparado a outras<br />

culturas.<br />

O valor econômico da cultura<br />

do inhame está representado pelas<br />

raízes tuberosas que pesam de 1<br />

a 5 quilos. Tem envolvente sabor<br />

e ótimas qualidades culinárias e<br />

alimentares, além de apresentar<br />

enorme aceitação por parte de<br />

produtores e consumidores. Hoje,<br />

toda a produção de Rondônia tem<br />

mercado assegurado nos estados<br />

do Nordeste e do Sudeste, e já há<br />

canais de exportação para os Estados<br />

Unidos, Holanda e o Paquistão.<br />

A produção de inhame é um<br />

vetor econômico importante para<br />

essas cidades porque proporciona<br />

alta rentabilidade à cadeia produtiva,<br />

beneficiando o comércio de<br />

26 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

27


ESPECIAL<br />

insumos, atraindo compradores e exportadores da<br />

produção, gerando receita para os cofres públicos<br />

e melhorando a qualidade de vida dos produtores<br />

rurais e seus familiares.<br />

PRODUÇÃO<br />

No ano de 2015, a produção de inhame nos<br />

quatro municípios produtores do Vale do Guaporé<br />

mensurada pelo escritório regional da Emater/<br />

RO, em uma área total de 562,4 ha (hectares), foi<br />

de 6.796,25 toneladas da variedade São Tomé em<br />

271,85 hectares e mais 5.229,9 toneladas da variedade<br />

cará-da-costa em 290,55 hectares.<br />

A comercialização do inhame produzido em<br />

Alvorada d’Oeste, Seringueiras, São Miguel do<br />

Guaporé e São Francisco do Guaporé, movimentou<br />

R$ 26.303.515,00 na economia desse bloco de municípios.<br />

A variedade de inhame da cará-da-costa<br />

(Dioscorea cayenensis) comercializada ao triplo do<br />

preço do São Tomé, R$ 54,00 a arroba, é responsável<br />

por R$ 18.827.640,00 dessa arrecadação.<br />

O município de Seringueiras com 150 produtores<br />

liderou no ano passado a produção, com 225<br />

hectares de área plantada, colhendo 2.835 toneladas<br />

da variedade da Costa e 1.687,5 de inhame<br />

São Tomé, movimentando na economia local R$<br />

<strong>12</strong>.062.250,00. São Francisco do Guaporé ocupa a<br />

segunda posição com 110 produtores de inhame<br />

que ano passado produziram 3.203,2 toneladas<br />

das duas variedades em 154/ha de área plantada e<br />

movimentaram R$ 7.681.520,00 na economia local.<br />

PANORAMA PARA A<br />

CULTURA DO INHAME<br />

NO VALE DO GUAPORÉ<br />

Como já está comprovado que Rondônia produz excelentes<br />

tubérculos de inhame, produtores estão buscando<br />

aprimorar a produção do plantio ao arranquio, e durante<br />

o seminário rural “Informação Hoje, Grandes Resultados<br />

Amanhã”, ocorrido nos dias 19, 20 e 21 de outubro em<br />

Alvorada do Oeste, os plantadores de inhame da região<br />

do Vale do Guaporé puderam aprimorar o conhecimento<br />

e atualizar informações preciosas que vão ajudá-los a<br />

corrigir erros e falhas na cadeia produtiva.<br />

O Seminário realizado pelo Sebrae/RO em parceria<br />

com o governo do estado trouxe ao evento o pesquisador<br />

Almir Dias, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA)<br />

que coordena ações voltadas para o melhoramento genético<br />

da cultura e trabalhos de aprimoramento de adubação,<br />

fertilidade do solo, práticas culturais e condução<br />

da cultura. O engenheiro agrônomo Geovane Tomiazzi<br />

Soares, gerente local da Emater em Alvorada, apresentou<br />

os números positivos e as perspectivas para a cultura.<br />

28 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Escolha da área e análise de solo<br />

A área a ser trabalhada deverá ser escolhida<br />

de maneira que facilite o acesso<br />

de pessoas, máquinas e o escoamento<br />

da produção, devendo ser observado<br />

o tipo de solo para plantio da cultura.<br />

A amostragem é a principal etapa do<br />

processo de avaliação da fertilidade do<br />

solo e recomendação para calagem e<br />

adubação. É importante a seleção de<br />

área homogênea e a análise de solo é<br />

fundamental para o sucesso da roça<br />

de inhame.<br />

Calagem e adubação de plantio<br />

A cultura se adapta melhor em solos<br />

arenosos ou de textura média, sendo<br />

uma das culturas tolerantes a acidez,<br />

conseguindo produzir em solo com pH<br />

5,0. Caso necessário pode-se praticar a<br />

calagem, elevando a saturação de base<br />

a 60%. A calagem contribuirá para a<br />

disponibilidade de nutrientes para a<br />

cultura.<br />

Escolha das túberas-semente<br />

O material de propagação (muda)<br />

deve apresentar alto padrão de qualidade<br />

e isenção de sintomas de nematóide.<br />

A propagação do inhame se dá pelo uso<br />

de túberas-semente inteiras ou partidas.<br />

PLANTIO<br />

O plantio do inhame é realizado no início do período<br />

chuvoso, entre o mês de outubro a novembro. O solo deve<br />

ser solto e profundo para propiciar um bom desenvolvimento<br />

das túberas, podendo ser feito o plantio em leirão<br />

ou camalhão, utilizando tuberas-sementes inteiras ou<br />

partidas com peso entre 100 e 150 gramas.<br />

Os espaçamentos mais utilizados são de 1,20 x 0,30<br />

m (10.417 plantas/ha) ou 1,20 x 0,40 m (<strong>12</strong>.500 plantas/<br />

ha). Adotado dessa forma, por ser feito o eleiramento<br />

mecanizado. O preparo do solo exige aração a 30 cm de<br />

profundidade (para enterrar o mato) seguida de gradagem.<br />

Aplica-se o calcário em toda a área e incorpora com uma<br />

gradagem, seguido de niveladora.<br />

Crescimento da planta<br />

A prática de orientação do crescimento da planta de<br />

inhame é imprescindível para seu crescimento e desenvolvimento<br />

vegetativo, uma vez que se trata de uma espécie<br />

trepadeira e de caule herbáceo. Consiste em colocar, ao<br />

lado de cada planta, uma vara de aproximadamente 1,80m<br />

de comprimento e 2,5 cm de diâmetro, no momento do<br />

plantio ou quando a planta atingir 30 a 40 cm de altura,<br />

para enrolamento do ramo principal, evitando assim o<br />

seu quebramento ou contato direto com o solo, que pode<br />

provocar a queima da ponta do ramo, afetando o seu<br />

desenvolvimento.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 29


ESPECIAL<br />

DOENÇAS E PRAGAS<br />

Um dos problemas que tem causado prejuízos<br />

na produção de inhame, em razão da pouca variabilidade<br />

genética das variedades de inhame em uso<br />

pelos agricultores, é a praga da Pinta Preta causada<br />

pela Curvularia spp, tão temida quanto a cigarrinha-<br />

-das-pastagens na pecuária de corte, e o ataque de<br />

nematoides. A doença da pinta-preta ataca e destrói<br />

as folhas e prejudica a planta e o nematoide ataca o<br />

tubérculo.<br />

De acordo com o engenheiro agrônomo Geovane<br />

Tomiazzi Soares, a produção de inhame tem<br />

apresentado oscilação em detrimento do ataque da<br />

pinta-preta e do manejo inadequado.<br />

Pinta preta<br />

Doença causada pelo fungo Curvularia eragrostidis<br />

, responsável por grandes prejuízos à cultura<br />

do inhame. A presença do patógeno afeta seriamente<br />

a plantação, provocando a formação de manchas<br />

mais ou menos circulares e necróticas nas folhas e<br />

hastes da planta. Ocorre em regiões com alta umidade<br />

relativa do ar e com chuvas frequentes, normalmente,<br />

do quarto ao sexto mês do plantio.<br />

Formiga cortadeira<br />

As saúvas cortadeiras (Atta laevigatta) constituem<br />

uma espécie de formiga pertencente a ordem<br />

Hymenoptera e família Formiciae, tendo ampla<br />

distribuição geográfica. Estas formigas causam danos<br />

consideráveis nos plantios de inhame, principalmente,<br />

em plantas novas. A formação do formigueiro<br />

ocorre na época das chuvas.<br />

Broca do caule do inhame<br />

A broca do caule do inhame (Xystus arnoldi) ataca<br />

a cultura. Quando ocorre o ataque dessa praga,<br />

observa-se o secamento progressivo do ramo principal<br />

acima do colo, comprometendo o crescimento<br />

da planta e acarretando até sua morte.<br />

Largata-da-folhagem<br />

A lagarta da folhagem (Pseudo plusiaoo) da ordem<br />

Lepidóptera e família Noctuidae é a principal<br />

praga nos cultivos de inhame. É um lepidóptero<br />

de coloração verde-claro, facilmente notada, pois<br />

acumula excrementos de cor negra. Os adultos são<br />

mariposas de hábitos noturnos.<br />

30 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


PRODUTORES ANIMADOS<br />

O produtor de inhame Antônio Bezerra,<br />

o popular “Gordo”, preside a Associação dos<br />

Agricultores Familiares e Produtores de Inhame<br />

de Alvorada do Oeste (AAFEPIA), fundada<br />

em 2011 e que agrega 35 associados. Este<br />

ano, Antonio não lucrou com o inhame. A<br />

produção que em 2015 foi de 40 toneladas<br />

caiu para 10 toneladas, considerada pequena<br />

para quem está há nove anos na cultura.<br />

Já o produtor José Alexandre dos Santos,<br />

o “Zé Branco”, é figura indispensável nos<br />

eventos sobre a cultura do inhame. Zé Branco<br />

mora na Linha 48 em Alvorada, é precursor da<br />

cultura e neste ano colheu 80 toneladas. “Eu<br />

comprei um trator e o inhame é que pagou<br />

ele. Plantar inhame dá mais que qualquer<br />

cultura. Na minha colheita chega a trabalhar<br />

até 25 pessoas”, orgulha-se o paulista de<br />

Presidente Epitácio, filho de sergipano.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

31


ESPECIAL<br />

INHAME EM NOVA UNIÃO<br />

No município de Nova União, a experiência do<br />

jovem produtor Marcos de Jesus Jhonata com a primeira<br />

safra de inhame virou notícia na região e muita<br />

gente está buscando informações para iniciar plantio.<br />

Nesta safra, Jhonata está plantando em quatro<br />

alqueires de terra e espera colher entre 150 a 200<br />

toneladas de inhame. Nessa fase de preparo do solo e<br />

plantio ele mantém de 15 a 18 trabalhadores ganhando<br />

R$ 70,00 por dia numa época que não tem serviço<br />

no campo. Na primeira safra, o ciclo de preparo do<br />

solo, plantio, colheita e comercialização durou 1 ano.<br />

Ele colheu cinco carretas bitrem lotadas do produto<br />

e vendeu com muita facilidade obtendo uma renda<br />

além do esperado.<br />

Jhonata plantou inhame em 2015, no começo da<br />

chuva, e iniciou a colheita em setembro. A rentabilidade<br />

que ele obteve o estimulou a dobrar o plantio<br />

neste ano. Ele seguiu os passos corretos para iniciar<br />

o cultivo. Primeiro fez o cálculo de risco, a análise de<br />

solo e providenciou os equipamentos para o cultivo<br />

semimecanizado. “Muita gente entra sem pesquisar,<br />

sem ver a viabilidade. A gente tem terra, capital e maquinário.<br />

Eu providenciei o calcareamento e apliquei<br />

70 por cento de fósforo com adubo na terra”, orienta<br />

o produtor de Nova União.<br />

A experiência bem sucedida de Marcos Jhonata<br />

tem chamado a atenção de outros produtores dos<br />

arredores do município de Ouro Preto, e certamente<br />

a cultura do inhame vai prosperar na região. Sempre<br />

animado, o jovem produtor sempre estimula e faz<br />

cálculos. “De certa forma dá mais lucro que o gado,<br />

o giro é mais rápido. O dinheiro que eu tiro aqui não<br />

tiro com criação de boi e não gera tanto emprego. O<br />

boi demora três anos para dar lucro e o inhame oito<br />

meses”.<br />

Formiga saúva<br />

Apesar dos resultados positivos é preciso planejar<br />

antes de aderir à cultura do inhame porque nem tudo<br />

é um “mar de rosas”. Jhonata explica que depois do<br />

plantio tem que controlar as pragas e seguir os tratos<br />

culturais. No município de Nova União, diferente da<br />

região do Vale do Guaporé, as plantas da primeira<br />

safra de Jhonata sofreram ataques de formigas saúva<br />

cortadeiras, espécie que utiliza vegetais para cultivar<br />

o fungo do qual se alimenta.<br />

32 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


INHAME EM MACHADINHO<br />

No município de Machadinho d’Oeste, em uma<br />

área medindo 50 alqueires, o plantio é feito em uma<br />

propriedade localizada na linha M-A3, região do distrito<br />

de 5º BEC, e o produto a ser colhido já tem como<br />

destino a Inglaterra e os Estados Unidos da America<br />

(EUA).<br />

A ousadia é do produtor Jacir Ferreira Soares, popularmente<br />

conhecido por “Ferreirinha”, que também<br />

compra produção de inhame na região de Ouro Preto,<br />

onde reside, e na região de Jaru.<br />

Em 2015, ele plantou muda de inhame em 30<br />

alqueires de terra e está registrando uma colheita<br />

média de 70 a 80 toneladas. Nessa próxima safra pretende<br />

colher 2 toneladas do produto nos <strong>12</strong>3 hectares<br />

plantados.<br />

A comercialização já está assegurada e a preocupação<br />

maior de Ferreirinha é com a logística da colheita,<br />

o maior gargalo da cultura do inhame devido à escassez<br />

de mão de obra e a falta de equipamentos para a<br />

cadeia produtiva na fase de retirada do produto da<br />

terra. “A maior dificuldade é a colheita. Fizemos um<br />

equipamento adaptado, mais é semimanual. Já existe<br />

uma máquina de colher batata, mas não serve para o<br />

inhame”, lamenta.<br />

Para ter uma ideia da geração de emprego fora de<br />

época dessa cultura, Jacir iniciou a colheita em maio<br />

e ainda está colhendo. Ainda assim, garante emprego<br />

para 25 pessoas na colheita e para outras 20 na limpeza<br />

dos tubérculos para serem encaixotados. “Não é aquele<br />

negócio de ficar rico, mas gera bastante emprego e<br />

movimenta muita gente”, garante.<br />

De acordo com o produtor, a tendência é que as<br />

lavouras se multipliquem no interior do estado devido<br />

ao rápido retorno do investimento. Por isso já existem<br />

vários produtores de inhame na região de Jaru e de<br />

Machadinho. “Aqui na região do 5º Bec tem muita<br />

gente plantado de dois a três alqueires de inhame,<br />

inclusive eu mesmo forneço as mudas”.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

33


CAPA<br />

O FILÉ MIGNON<br />

da pecuária<br />

Produtor de Vilhena adota técnica para confinamento de<br />

gado durante os 365 dias do ano<br />

34 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Por Ivonete Gomes<br />

Produtor que cria gado<br />

em confinamento tem<br />

a atividade limitada no<br />

período de chuva. O animal pisoteia<br />

a terra e acaba preso no meio<br />

da lama, tornando impossível a<br />

criação em área restrita. Esse é um<br />

entrave que em breve o agricultor<br />

e pecuarista Jaime Bagattoli não<br />

terá mais. Na imensa fazenda, no<br />

município de Vilhena, bem próxima<br />

aos limites territoriais do Mato<br />

Grosso, ele tem uma estrutura única<br />

no estado de Rondônia. São 27<br />

piquetes de dois mil metros quadrados,<br />

em 70 hectares, que agora<br />

estão recebendo calçamento com<br />

bloquetes de 6 cm de espessura. O<br />

investimento é alto, mas a técnica<br />

vai garantir o confinamento durante<br />

os 365 dias do ano e dobrar<br />

a produção de carne na fazenda.<br />

Proprietário do segundo grupo<br />

empresarial mais antigo em<br />

funcionamento no município,<br />

Jaime Bagattoli é um exemplo de<br />

sucesso em variadas atividades,<br />

mas se supera, e é reconhecido,<br />

pelo empreendedorismo no setor<br />

produtivo. Olha para o imenso<br />

campo com a terra preparada<br />

para mais uma safra e diz com<br />

sabedoria: “esse é o filé mignon da<br />

pecuária”. Os piquetes, todos com<br />

cochos cobertos, estão rodeados<br />

de lavouras de grãos, dois deles<br />

indispensáveis na alimentação do<br />

gado: soja e milho.<br />

Criar gado em confinamento<br />

exige uma organização precisa,<br />

sem margens de erro nos cálculos.<br />

“O custo de produção de um animal<br />

do lote 1, com até 22 quilos<br />

de matéria natural e até 10 quilos<br />

de matéria seca, é de R$ 8,20 por<br />

dia. Não dá para errar na conta. É<br />

um processo que exige atenção do<br />

início ao fim”, diz o pecuarista que<br />

recentemente adquiriu um moderno<br />

software chamado TGC (Tecnologia<br />

de Gestão de Confinamento)<br />

que faz o acompanhamento de<br />

alimentação dos animais e soma<br />

sozinho todos os custos, avaliando<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

35


CAPA<br />

Se fizer uma média de 18<br />

mil bois, 14 mil estático<br />

e de 4 a 5 mil a pasto fora do<br />

período, vamos gastar em<br />

torno de 210 mil a 220 mil sacas<br />

do grão”, explica o produtor,<br />

que este ano, com o aumento<br />

significativo do preço do milho,<br />

confinou 5.500 cabeças a<br />

menos que em 2015”<br />

prazos de entrada e saída de cada um dos seis lotes<br />

existentes na fazenda.<br />

Com boa parte da alimentação do gado cultivada<br />

na propriedade, Jaime Bagattoli implantou uma fábrica<br />

própria de ração. Produz o farelo de soja e quebra<br />

o milho e, para complementar a dieta dos animais<br />

compra coroço de algodão, ureia e sal concentrado.<br />

A silagem também é feita na propriedade. “O milho<br />

é cortado na roça e moído com espiga e tudo. As caçambas<br />

vão descarregando nessa área calçada com<br />

bloquetes, um trator de esteira vai esparramando,<br />

enquanto o trator de pneu vai compactando. Quando<br />

termina, colocamos essa lona por cima e depois de 25<br />

a 30 dias pode começar a usar”, diz Bagattoli.<br />

A fazenda também conta com silo próprio, com<br />

capacidade de armazenamento de 530 mil sacas<br />

de milho. “Se fizer uma média de 18 mil bois, 14 mil<br />

estático e de 4 a 5 mil a pasto fora do período, vamos<br />

gastar em torno de 210 mil a 220 mil sacas do grão”,<br />

explica o produtor, que este ano, com o aumento significativo<br />

do preço do milho, confinou 5.500 cabeças<br />

a menos que em 2015.<br />

A propriedade do produtor Jaime Bagatolli tem<br />

capacidade para o plantio de 4.200 hectares de grãos.<br />

Na safra 2015/2016 a produtividade do milho chegou<br />

a 115 sacas por hectare. “Nós vendemos todo o milho<br />

para o mercado interno, muito pouco para exportação.<br />

Vamos utilizar em torno de 160 sacas porque<br />

diminuímos a quantidade de boi”, revela.<br />

Na fazenda, o boi em confinamento acima de 400<br />

quilos consome 5,5 quilos de milho quebrado por dia,<br />

10 a <strong>12</strong> quilos de silagem, 800 gramas de caroço de<br />

algodão, 800 gramas de torta de algodão, 300 gramas<br />

36 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 37


CAPA<br />

de farelo de soja, mais o concentrado de<br />

sal mineral, nutriente que vai formar toda<br />

a dieta do animal. O gado é criado a pasto<br />

até <strong>12</strong> arrobas e entra em confinamento<br />

acima disso, ficando em média de 100 a<br />

110 dias até o abate. No confinamento, o<br />

boi sai para o frigorífico com 15 meses de<br />

antecedência. “As vantagens para quem<br />

mantém o boi a pasto e faz o confinamento<br />

é porque você produz 40% a mais<br />

com a mesma porção de terra. Com 11<br />

a 13 arrobas dá para criar 5 animais por<br />

alqueire. Mas, se for manter esses animais<br />

até o abate, você precisa reduzir 40% a<br />

população de boi. Nessa fase, nós tiramos<br />

e colocamos o animal no confinamento<br />

por 100 a 110 dias até o abate. Ganhamos<br />

quase um ano e seis meses e ainda conseguimos<br />

manter 40% a mais de bois no<br />

pasto”, reforça Bagatolli.<br />

eucurtoro.com.br<br />

#VALEAPENA<br />

@alerondonia /assembleialegislativaRO<br />

/EuCurtoRondonia<br />

Agora, as concessionárias de carros, motos,<br />

caminhões e outros, estão obrigadas a plantar<br />

uma árvore para cada veículo novo vendido.<br />

38 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


VIGILÂNCIA<br />

FARINHA DE OSSOS<br />

PARA ALIMENTAR<br />

bovinos gera multa a produtor<br />

Por Amábile Casarin<br />

Um produtor do município<br />

de Costa Marques<br />

foi multado em R$<br />

1.527,25 por animal pela Agência<br />

de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril<br />

do Estado de Rondônia por<br />

fornecer farinha de ossos aos seus<br />

bovinos, alimento proibido para<br />

ruminantes, e notificado a enviar<br />

seu rebanho para abate em frigorífico<br />

com Serviço de Inspeção<br />

Federal (SIF) ou Estadual (SIE). No<br />

total, foram abatidos 93 bovinos.<br />

Segundo a Instrução Normativa<br />

41/2009 do Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento<br />

(Mapa), é proibido alimentar<br />

ruminantes com produtos que<br />

contenham em sua composição<br />

proteínas e gorduras de origem<br />

animal, como a cama de frango e<br />

a farinha de carne e ossos, devido<br />

ao risco do animal desenvolver a<br />

encefalopatia espongiforme bovina<br />

(EEB), mais conhecida como mal<br />

da vaca louca.<br />

O coordenador do Programa<br />

Estadual de Prevenção e Vigilância<br />

da EEB, Ney Carlos Dias de Azevedo,<br />

explica que no momento do<br />

abate no frigorífico foram retirados<br />

e destruídos os órgãos de risco específico<br />

para EEB (cérebro, medula,<br />

olhos, tonsilas e porção final do intestino)<br />

dos bovinos que ingeriram<br />

o alimento proibido e que a carne<br />

após passar pelos procedimentos<br />

de inspeção oficial foi liberada para<br />

o consumo humano.<br />

A suspeita de que os animais<br />

estavam recebendo farinha de<br />

ossos na alimentação foi detectada<br />

em fiscalização de rotina da Idaron.<br />

Conforme institui a Instrução Normativa<br />

do Mapa, foi coletada uma<br />

amostra do alimento para análise<br />

laboratorial em laboratório oficial,<br />

confirmando a existência de ossos<br />

não calcinados.<br />

Desde 2005, a Idaron já realizou<br />

cerca de mil fiscalizações de<br />

alimentos de bovinos em propriedades<br />

rurais que praticam a suplementação<br />

alimentar. Nos últimos<br />

quatro anos, 497 ruminantes já<br />

foram sacrificados ou encaminhados<br />

para abate por ingerirem<br />

subprodutos de origem animal.<br />

“A proibição do uso de cama<br />

de frango e de farinha de carne e<br />

ossos na alimentação de ruminantes<br />

é uma das principais medidas<br />

de prevenção da EEB, pois essa<br />

enfermidade já causou enormes<br />

prejuízos para a pecuária bovina<br />

na Europa, nas décadas de 80 e<br />

90, além de ter causado a morte<br />

de pessoas que ingeriram a carne<br />

dos bovinos doentes”, finaliza o<br />

coordenador.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 39


ARTIGO<br />

DEMANDA PELA CARNE<br />

reage à queda na oferta.<br />

E o boi?<br />

Por Alberto Pessina<br />

Ao analisarmos o Gráfico 1, podemos perceber<br />

que houve, sim, redução na oferta de<br />

carne ao mercado. Algo ao redor de 860 mil<br />

t de equivalente carcaça em agosto (projeção) contra<br />

878 mil t em junho, ou seja: redução de apenas 1,9%<br />

entre o pico em Junho e Agosto. Podemos perceber<br />

também que, apesar da queda, os preços caíram ao<br />

invés de subir.<br />

No entanto, ao analisarmos o Gráfico 2, no qual<br />

observamos as cotações diárias, percebemos que a<br />

partir de meados de Agosto a carne começou a reagir<br />

à redução na oferta e vem subindo fortemente<br />

desde então. Isto nos indica que o efeito da redução<br />

na oferta, que se manteve de forma mais significativa<br />

em Setembro, já está impactando fortemente sobre<br />

os preços da carne. Esta redução na oferta deve ter<br />

se acentuado ao longo deste mês, pois os preços da<br />

carne já ultrapassaram o seu último pico de R$ 155/@<br />

em Jan/16 e de R$ 154/@ em Mar/16. Destacando que<br />

a arroba do boi gordo também atingiu seu último pico<br />

a R$ 159,49/@ em Abr/16.<br />

Este movimento também nos dá um bom sinal<br />

em relação à demanda, pois indica que o consumidor<br />

aceitou pagar mais caro com a redução na oferta. Se<br />

este movimento não ocorresse, seria um sinal muito<br />

ruim em relação à demanda.<br />

Porém, os preços do boi gordo ainda não reagiram<br />

ao aumento dos preços da carne, movimento este que<br />

já ocorreu no passado, conforme pode ser visto em<br />

alguns momentos do Gráfico 2 (linha azul ultrapassa a<br />

linha vermelha). Este movimento não é comum, pois a<br />

correlação entre a carne e o preço do boi é muito forte.<br />

Isto nos indica que os preços do boi devem reagir ao<br />

longo dos próximos meses, caso a oferta de animais<br />

continue reduzida.<br />

Gráfico 1 – Produção de Carne (SIF) X Preços da Arroba do Boi Gordo (ESALQ)<br />

40 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Gráfico 2<br />

Os patamares da carne ao redor<br />

de R$ 157/@ no mercado físico (Eq.<br />

Físico no Gráfico 2) já permitem à<br />

arroba do boi elevar-se para patamares<br />

atingidos em Abr/16, algo ao<br />

redor de R$ 158 a 160/@.<br />

No entanto, temos que estar<br />

atentos ao movimento do dólar<br />

versus o valor da tonelada de carne<br />

exportada. No Gráfico 3, podemos<br />

perceber que quando transformamos<br />

a tonelada de carne vendia<br />

ao mercado externo em R$/t esta<br />

apresentou perda em reais, devido<br />

à valorização da moeda. Nos últimos<br />

meses, a indústria teve perdas<br />

em volumes vendidos devido à<br />

tentativa de repasse desses valores,<br />

porém recentemente, com a queda<br />

na oferta, os mesmos estão melhorando.<br />

Mas, ainda não retornaram<br />

aos patamares anteriores.<br />

Gráfico 2 – Preços do Equivalente Físico (carne sem couro nem sebo),<br />

Índice Esalq (coluna à esquerda) e Dólar (coluna direita) - ESALQ<br />

Gráfico 3<br />

Gráfico 3 – Valores da tonelada exportada em Reais/t<br />

Estes cenários indicam que a<br />

Demanda, tanto interna quanto<br />

externa, tem reagido à redução<br />

na Oferta, porém ainda não indica<br />

uma melhora da mesma. E, que um<br />

aumento na oferta pode voltar a<br />

trazer preços mais baixos.<br />

Desta forma, enxergo apenas<br />

dois pontos que podem nos proteger<br />

de uma eventual retomada da<br />

oferta de gado. Em primeiro lugar,<br />

a retomada da economia brasileira<br />

traria impacto maior sobre a demanda<br />

e, dependendo da sua força,<br />

poderia sustentar ou até elevar os<br />

preços da arroba. Em segundo lugar,<br />

a abertura de novos mercados auxiliaria a reduzir a<br />

oferta interna e também traria alívio na pressão sobre<br />

os preços. Na falta dos dois pontos, um aumento na<br />

oferta de carne voltaria a pressionar os preços para<br />

baixo.<br />

*Alberto Pessina, Presidente do Conselho de Administração da Assocon<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 41


PECUÁRIA<br />

MATRIZ GIR<br />

avaliada em R$<br />

Irmã de Dengoso teve 33%<br />

das cotas comercializadas no<br />

Leilão Mutum Weekend em GO<br />

Por Tatiana Freitas<br />

AAlta comunica que uma das mais premiadas<br />

matrizes da raça Gir Leiteiro, a<br />

Fécula FIV Mutum, teve 33% de suas<br />

cotas comercializadas no valor de R$ 660.000,00<br />

durante o Leilão Mutum Weekend realizado em<br />

Alexania/GO. Fécula foi avaliada em R$ 1.980.00,00<br />

e é destaque por ser recordista de torneio e campeão<br />

de pista em várias exposições.<br />

Ela é filha de CA Sansão na Palma F. Mutum e<br />

irmã de Dengoso FIV Kubera que pertence a bateria<br />

de reprodutores da Alta, de propriedade da Angelus<br />

Cruz Figueira/Hugo Ferreira e Alta. Dengoso já<br />

possui avaliação genética pela ABCZ (Associação<br />

Brasileira dos Criadores de Zebu) 2016 com PTA<br />

Leite de 765,96kg. Este touro é uma ótima opção<br />

para acasalamento em linhagens Benfeitor, Caju<br />

e Radar, sendo ainda excelente para fazer uma F1<br />

ou ¼ /3/8 Girolando.<br />

“Esse pedigree é impressionante. As irmãs de<br />

Fécula também são diferenciadas, como é o caso<br />

de Feição que fez filhas F1 que produziram animais<br />

extraordinários como é o caso de Alterosa<br />

(recordista mundial de produção em torneio) e<br />

Dialeto, jovem touro ¾ da bateria de reprodutores<br />

da Alta. Com certeza essa genética contribui muito<br />

para o melhoramento produtivo desse país. Não<br />

tenho nenhum receio de indicar Dengoso para<br />

fazer lindas e produtivas vacas”, explica Guilherme<br />

Marquez, Gerente de Leite Nacional da Alta.<br />

Sobre a Alta<br />

Genetics<br />

A Alta Genetics é líder no mercado<br />

de melhoramento genético bovino<br />

do mundo. Com matriz localizada em<br />

Calgary, no Canadá, atua em mais de 90<br />

países com nove centrais de coleta: Brasil,<br />

Estados Unidos, Canadá, Argentina,<br />

Holanda e China. Com 20 anos de história<br />

no Brasil, a empresa está sediada<br />

na cidade de Uberaba/MG, e tem como<br />

missão orientar pecuaristas sobre a melhor<br />

maneira de usar a genética aliada<br />

ao manejo, nutrição, ambiente, gestão<br />

e todos os processos para garantir um<br />

animal com todo o seu potencial genético.<br />

O compromisso da Alta é criar valor,<br />

entregar o melhor resultado e construir<br />

confiança com seus clientes e parceiros,<br />

em busca do desenvolvimento da<br />

pecuária. Mais informações no website:<br />

http://www.altagenetics.com.br.<br />

42 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


LEITEIRO É<br />

1.980.000,00<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 43


ESPORTES<br />

BRASIL SEM OS<br />

ESPORTES COM<br />

cavalo seria um<br />

país sem alegria<br />

O ‘Por Defensor assegura que o Bem-Estar rege as competições e que<br />

os animais são tratados como membros da família.<br />

44 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Por Jean Philippe Vasconcelos<br />

O<br />

advogado Walter Garcia<br />

ainda era um menino<br />

quando iniciou<br />

o seu contato com os animais.<br />

De uma família de criadores de<br />

cavalos, não foi difícil se apaixonar<br />

pela raça Quarto de Milha. Em<br />

1997 – um ano antes de forma-se<br />

em direito – tornou-se laçador. Em<br />

2008, passou a participar de provas<br />

de Apartação, uma das 20 modalidades<br />

praticadas por atletas de<br />

todo o país, durante os eventos da<br />

Associação Brasileira de Criadores<br />

de Cavalo Quarto de Milha (ABQM),<br />

em Avaré (SP). Desde 2003, a cidade<br />

é sede de três grandes eventos<br />

nacionais da raça.<br />

Após dez meses de treino, o<br />

competidor com experiência em<br />

pistas do Brasil e do exterior foi<br />

campeão de Ranch Sorting, prova<br />

cronometrada que se baseia na<br />

prática pecuária de apartação de<br />

gado. “Separamos o maior número<br />

de bois no menor tempo. A vitória<br />

é a glorificação do trabalho de uma<br />

equipe disciplinada, que segue o<br />

regulamento de Bem-Estar Animal<br />

da ABQM e que vive cavalo”, ressalta<br />

o advogado. A prova ocorreu<br />

durante o 37º Potro do Futuro da<br />

ABQM, que reuniu entre 10 e 16 de<br />

outubro mais de 2,2 mil animais da<br />

raça. A parceria de Walter com os<br />

cavalos Quarto de Milha vai além<br />

das pistas de competição: “Somos<br />

como membros de uma mesma<br />

família e essa relação se resume em<br />

paixão e respeito. O cavalo integra,<br />

socializa e acende novas amizades,<br />

transforma vidas, fomenta a<br />

economia e emprega milhares de<br />

pessoas. É assim que vejo o cavalo<br />

e quando penso no Brasil sem os<br />

esportes praticados com ele, vejo<br />

um país sem alegria. O fomento<br />

da ABQM à essa prática esportiva<br />

é muito importante e deve ser<br />

cada vez mais estimulada”, reforça<br />

o advogado.<br />

ABQM fomenta o Bem-Estar Animal<br />

O cuidado com os cavalos e o<br />

gado utilizado na competição também<br />

é uma preocupação da ABQM.<br />

Em 2014, a associação produziu<br />

uma cartilha de Bem-Estar Animal,<br />

que foi aprovada pelo Ministério<br />

da Agricultura. “Além de ações<br />

educativas, cursos e pesquisas, um<br />

regulamento e um departamento<br />

foram criados. Acreditamos que o<br />

conhecimento respaldado pelas<br />

iniciativas transformam treinadores,<br />

competidores e a sociedade<br />

em pessoas mais conscientes”,<br />

ressalta Leonardo Feitosa, jurado<br />

de Bem-Estar Animal da ABQM.<br />

Nas competições do Quarto<br />

de Milha, o rigor na inspeção dos<br />

animais deixa claro o quão bem são<br />

tratados os cavalos. Eles passam<br />

por uma vistoria rígida antes e<br />

depois das provas e são acompanhados<br />

por seus tratadores, que<br />

têm o apoio de 20 veterinários. “O<br />

jurado de Bem-Estar Animal atua<br />

na orientação e fiscalização do<br />

manejo e tratamento dos cavalos.<br />

Em pista, os jurados de provas<br />

também avaliam as passadas dos<br />

animais, considerando critérios de<br />

Bem-Estar Animal do nosso regulamento”,<br />

explica o presidente da<br />

ABQM, Fábio Pinto da Costa.<br />

Além do manejo, Leonardo<br />

inspeciona baias, uso de equipamentos,<br />

treinamentos e alimentação,<br />

além de orientar tratadores e<br />

competidores sobre os cuidados<br />

essenciais com os cavalos atletas.<br />

“O conceito de Bem-Estar<br />

Animal refere-se à uma satisfatória<br />

qualidade de vida do animal.<br />

Para o conforto deles, as baias<br />

precisam estar sempre limpas,<br />

secas e macias. As principais<br />

refeições devem ser realizadas três<br />

vezes ao dia. Os equipamentos<br />

não podem ferir e os treinamentos<br />

devem ser moderados”, observa o<br />

jurado, que está à frente da função<br />

desde 2015.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

45


CONTROLE<br />

PROPOSTAS<br />

PARA USO DE<br />

agrotóxicos em<br />

discussão<br />

Por Ivanete Damasceno<br />

Rondônia utiliza cerca de<br />

36 toneladas de agrotóxicos<br />

por ano, segundo<br />

dados da Agência de Defesa Sanitária<br />

Agrosilvopastoril do estado<br />

(Idaron). Porém, muitos agricultores<br />

ainda não se conscientizaram<br />

dos riscos, principalmente, quanto<br />

à reutilização das embalagens, que<br />

é totalmente proibida. No começo<br />

de outubro, a Agência Nacional de<br />

Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou<br />

em discussão três propostas<br />

para atualizar as regras de agrotóxicos<br />

no país.<br />

De acordo com a coordenadora<br />

do programa de agrotóxicos da<br />

Idaron, Eutália da Cunha Alves, os<br />

agrotóxicos são produtos utilizados<br />

na agricultura para controlar<br />

insetos, doenças ou plantas daninhas.<br />

Os agrotóxicos também podem<br />

ser chamados de defensivos<br />

agrícolas ou agroquímicos, sendo<br />

que todos têm a mesma função. Os<br />

testes feitos para o uso dos agrotóxicos<br />

vão de acordo com grau de<br />

periculosidade classificados em<br />

extremamente tóxico, altamente<br />

tóxico, medianamente tóxico e<br />

pouco tóxico, diferenciados por<br />

cores.<br />

“Todo produto agrotóxico,<br />

recebe um registro que indica a<br />

quantidade adequada para o uso,<br />

sem causar danos ao meio ambiente<br />

e sem colocar o aplicador<br />

em exposição inadequada. Essas<br />

recomendações vêm expressas<br />

em bulas e rótulos, de acordo com<br />

testes que indica qual a dose ideal<br />

para eliminar os insetos sem causar<br />

danos”, diz.<br />

No estado, segundo Eutália, ainda<br />

é comum a utilização do agrotóxicos<br />

nas culturas, principalmente<br />

46 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


de pastagem, café, milho e soja.<br />

Cada cultura tem uma quantidade<br />

máxima que pode ser utilizada e o<br />

agricultor deve, obrigatoriamente,<br />

devolver as embalagens dos<br />

produtos.<br />

“Os agricultores são obrigados<br />

a devolver essas embalagens em<br />

um dos 13 postos disponíveis<br />

em todo o estado. O produtor<br />

quando compra o agrotóxico, ele<br />

tem a responsabilidade de um<br />

ano para fazer essa devolução da<br />

embalagem. Caso ele descumpra<br />

a ordem, pode ser multado em até<br />

100 UPFs”, destaca a coordenadora.<br />

Para participar da consulta públicas<br />

sobre as regras dos agrotóxicos<br />

no país, basta acessar a página<br />

de cada uma das consultas onde<br />

está disponível o texto da proposta<br />

e o formulário para participação,<br />

além de outras orientações para<br />

os interessados em mandar contribuições.<br />

As discussões seguem<br />

até o dia 20 de outubro.<br />

CP 260/16<br />

Exigências para avaliação<br />

toxicológica de agrotóxicos,<br />

componentes<br />

CP 261/16<br />

Informações toxicológicas<br />

para rótulos e bulas de<br />

agrotóxicos<br />

CP 262/16<br />

Critérios para classificação<br />

toxicológica de agrotóxicos,<br />

componentes<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

47


MANEJO<br />

PLANOS DE MANEJO<br />

EM RESERVAS<br />

FLORESTAIS DE<br />

assentamentos são<br />

fiscalizados<br />

Por Jeanne Machado<br />

U<br />

ma equipe de engenheiros<br />

florestais e<br />

técnicos agrícolas da<br />

superintendência do Incra em Rondônia<br />

está fiscalizando os planos<br />

de manejo autorizados pelo órgão<br />

nas reservas legais em bloco nos<br />

assentamentos Padre Ezequiel, no<br />

município de Mirante da Serra (RO),<br />

Margarida Alves, em Nova União<br />

(RO), Madre Cristina em Ariquemes<br />

(RO) e Vale Encantado, no município<br />

de Theobroma (RO). A iniciativa<br />

integra o Programa Assentamentos<br />

Verdes.<br />

Onze assentamentos do Incra<br />

em Rondônia possuem reservas<br />

florestais em bloco. Essa modalidade<br />

de reserva foi introduzida pela<br />

autarquia em alguns projetos de<br />

assentamento criados a partir da<br />

metade da década de 1980. O objetivo<br />

era garantir o cumprimento<br />

do Código Florestal, que na época<br />

previa a manutenção de, no mínimo,<br />

50% dos imóveis rurais localizados<br />

na área de abrangência da<br />

Amazônia Legal, com a cobertura<br />

florestal nativa.<br />

Algumas reservas sofreram<br />

invasões ao longo dos anos e a solução<br />

foi encontrada com o apoio<br />

da organização dos assentados,<br />

através dos planos de manejo. Assim,<br />

com a exploração autorizada<br />

pelo Incra, cada assentado tem direito<br />

ao usufruto de um quinhão do<br />

ativo florestal obtido no manejo.<br />

Segundo o assegurador ambiental<br />

do Incra/RO, Neilton Pereira,<br />

esse modelo é muito positivo<br />

sob o aspecto ambiental porque<br />

aumenta a possibilidade de preservação<br />

de espécies vegetais e a<br />

chance de sobrevivência da fauna,<br />

além de proporcionar um retorno<br />

financeiro para as famílias assentadas<br />

com a exigência de fortalecimento<br />

da comunidade. “Representa<br />

maior segurança na integridade<br />

da reserva e incremento de renda<br />

aos assentados”, avaliou.<br />

Os relatórios de fiscalização<br />

O manejo foi<br />

autorizado em<br />

1.158 hectares,<br />

20% do total da área<br />

da reserva, a 194<br />

famílias interessadas<br />

48 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

49


MANEJO<br />

dos manejos dos assentamentos<br />

Margarida Alves e Vale Encantado<br />

foram concluídos no dia seis de<br />

outubro, onde foram notificadas<br />

algumas irregularidades que deverão<br />

ser sanadas em trinta dias<br />

pela associação ou cooperativa<br />

responsável e empresas executoras.<br />

Nos assentamentos Padre<br />

Ezequiel e Madre Cristina estão em<br />

andamento.<br />

As famílias participantes do manejo<br />

do assentamento Margarida<br />

Alves, receberam a anuência do<br />

Incra para sua realização no mês<br />

de julho. A autorização foi entregue<br />

pelo superintendente regional do<br />

Incra/RO, Cletho Muniz de Brito, ao<br />

presidente da Cooperativa Mista<br />

de Extrativismo Agrícola Familiar<br />

Ecologismo e Prestação de Serviços<br />

(Comeafes), Claudio Almeida<br />

Jatobá. O manejo foi autorizado<br />

em 1.158 hectares, 20% do total<br />

da área da reserva, a 194 famílias<br />

interessadas.<br />

Para obter a anuência ao plano<br />

de manejo, as famílias precisam ter<br />

a titulação provisória ou definitiva<br />

da área, o licenciamento ambiental<br />

do assentamento, assistência<br />

técnica para a atividade florestal e<br />

demarcação topográfica.<br />

ASSENTAMENTOS VERDES<br />

O Programa Assentamentos<br />

Verdes foi criado em novembro<br />

de 20<strong>12</strong> com o objetivo<br />

de combater e desestimular<br />

o desmatamento ilegal em<br />

assentamentos na Amazônia<br />

Legal. O programa conta com<br />

integração efetiva de instituições<br />

parceiras, de movimentos<br />

sociais e de todos os atores<br />

envolvidos e comprometidos<br />

com o desenvolvimento dos<br />

assentamentos e da qualidade<br />

de vida de seus ocupantes.<br />

Neste programa o Incra<br />

busca planos regionais para<br />

a prevenção, o combate e<br />

a criação de alternativas ao<br />

desmatamento em áreas de<br />

assentamentos. Ao longo do<br />

tempo a sociedade civil participa<br />

ativamente do planejamento<br />

e acompanhamento da<br />

execução.<br />

50 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 51


ILPF<br />

ADOÇÃO<br />

DE ILPF<br />

chega a 11,5<br />

milhões de<br />

hectares<br />

Por Marcos Vicente<br />

Foto: Embrapa/ Rodrigo Erse<br />

Pesquisa mostra que,<br />

atualmente, a área com<br />

algum tipo de adoção<br />

de sistema ILPF no Brasil abrange<br />

11,5 milhões de hectares. Os estados<br />

que se destacam em área de<br />

adoção são Mato Grosso do Sul,<br />

com dois milhões de hectares;<br />

Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio<br />

Grande do Sul, 1,4 milhão, que se<br />

destacou também como o estado<br />

com maior número de propriedades<br />

participantes de alguma das<br />

modalidades; Minas Gerais, um milhão,<br />

e Santa Catarina, com 680 mil<br />

hectares. O estudo foi patrociando<br />

pela Rede de Fomento de Integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta,<br />

elaborada pelo Kleffmann Group,<br />

com acompanhamento técnico<br />

da Embrapa Meio Ambiente (SP).<br />

No âmbito dos produtores<br />

rurais com atuação predominante<br />

na pecuária e que adotam a estratégia,<br />

83% utilizam o sistema de<br />

integração lavoura-pecuária - ILP,<br />

(9% ILPF, 7% IPF ou integração<br />

pecuária-floresta) e entre os produtores<br />

de grãos, 99% adotam o sistema<br />

integração lavoura-pecuária<br />

- ILP (0,4% ILPF e 0,2% ILF).<br />

Entre os produtores cujo foco<br />

predominante é a pecuária, os<br />

principais fatores motivadores<br />

para a adoção do sistema foram a<br />

redução de impactos ambientais,<br />

entendida como uma preocupação<br />

de adequar ambientalmente<br />

a atividade diante das pressões<br />

da sociedade e dos mercados e o<br />

interesse dos pecuaristas na recuperação<br />

das pastagens.<br />

Pesquisa mostra avanço<br />

na agropecuária<br />

sustentável brasileira<br />

Já entre os produtores de grãos,<br />

os principais fatores que justificaram<br />

a adoção estão diretamente<br />

relacionados ao aumento da produtividade<br />

e ao incremento na<br />

resiliência dos sistemas produtivos<br />

com consequente diminuição dos<br />

riscos financeiros na atividade.<br />

Paulo Herrmann, presidente<br />

da Rede de Fomento à Integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta, credita<br />

a grandiosidade dos números de<br />

adoção a duas características, ou<br />

seja, aptidão natural dos trópicos<br />

para a produção agrícola e capacidade<br />

dos produtores brasileiros<br />

em absorver novas tecnologias<br />

produtivas e sustentáveis.<br />

52 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Hermann destaca que a integração<br />

é um sistema complexo,<br />

mas produtivo e, por isso, requer<br />

um modelo de financiamento<br />

orientado a apoiar todas as etapas<br />

do sistema de produção e não<br />

somente o financiamento de uma<br />

única safra para produção de um<br />

produto em separado. Hermann<br />

ainda ressalta que o crédito para a<br />

ILPF é o mais seguro, entre os aplicados<br />

ao campo, “pois mitiga riscos<br />

do investimento, uma vez que o sistema<br />

ILPF produz ao longo de todo<br />

o ano, melhorando o fluxo de caixa<br />

da atividade além de promover o<br />

incremento de propriedades agronômicas<br />

que conferem capacidade<br />

adaptativa aos desafios impostos<br />

pela mudança do clima”, completa.<br />

Maurício Lopes, presidente da<br />

Embrapa destaca que o Brasil chamará<br />

cada vez mais a atenção do<br />

mundo pelo potencial de intensificação<br />

da sua agricultura. Ele argumenta<br />

que produzir de forma mais<br />

intensiva se tornou um imperativo<br />

frente à necessidade de se ampliar<br />

a eficiência de uso dos recursos<br />

ambientais – especialmente água,<br />

solo e biodiversidade – garantindo<br />

serviços ecossistêmicos adequados,<br />

como reciclagem de resíduos,<br />

manutenção da fertilidade dos<br />

solos, recomposição das reservas<br />

hídricas, melhoria da atmosfera,<br />

dentre outros.<br />

Maurício Lopes destaca que o<br />

Brasil é um dos poucos países no<br />

mundo com grandes extensões<br />

de terras com aptidão para uso<br />

agrícola sustentável, produzindo,<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 53


ILPF<br />

Esse esforço<br />

também poderá<br />

contribuir para melhorar<br />

a gestão de riscos<br />

associados aos impactos<br />

negativos da mudança<br />

do clima, permitindo,<br />

ao longo do tempo,<br />

o desenvolvimento<br />

mais consistente das<br />

atividades do setor”<br />

no mesmo espaço, grãos, proteína<br />

animal, fibras, bioenergia e, em<br />

futuro próximo, biomassa para uso<br />

bioindustrial. Segundo ele o Brasil<br />

poderá se tornar o líder global em<br />

intensificação baseada em tecnologias<br />

“poupa-recursos”, de baixa<br />

emissão de carbono e em ganhos<br />

na produtividade da terra. Para o<br />

presidente da Embrapa, os dados<br />

revelados pela pesquisa mostram<br />

que a agropecuária brasileira está<br />

em sintonia com as demandas globais<br />

por mitigação e adaptação a<br />

realidade de mudanças climáticas,<br />

ao novo Código Florestal brasileiro<br />

e ao novo padrão de consumo<br />

definido por uma sociedade cada<br />

vez mais engajada nas causas<br />

ambientais.<br />

Para o pesquisador da Embrapa<br />

Meio Ambiente e integrante da<br />

Rede de Fomento ILPF Ladislau<br />

Skorupa, os números revelados<br />

pela pesquisa sugerem que há um<br />

grande espaço para ações de transferência<br />

de tecnologia, no sentido<br />

de elevar a qualidade dos sistemas<br />

já implantados. Dessa forma, ele<br />

acredita que a crescente disseminação<br />

de informações sobre os benefícios<br />

da estratégia pode ampliar<br />

a sinergia que a integração dos<br />

componentes lavoura, pecuária<br />

e/ou floresta pode proporcionar.<br />

“Em outras palavras, podemos<br />

ir muito além, explorando todas<br />

as potencialidades da estratégia<br />

integrada,” explica.<br />

Skorupa salienta ainda que a<br />

estratégia de ILPF é flexível, podendo<br />

ser adotada por pequenos,<br />

médios e grandes produtores.<br />

Conforme explicou, a pesquisa<br />

ainda mostrou um cenário de consolidação<br />

da ILPF no País, onde os<br />

dados gerados poderão orientar as<br />

políticas públicas. A base interpretativa<br />

da pesquisa concentrou-se<br />

na percepção do produtor, em relação<br />

ao que ele acreditava possuir<br />

implantado na propriedade. Com<br />

isso, as configurações, bem como<br />

a dinâmica (Lavoura, Pecuária e<br />

Floresta) na adoção não são necessariamente<br />

as mesmas preconizadas<br />

na pesquisa, Transferência de<br />

Tecnologia ou mesmo na Extensão<br />

Rural. Essa característica evidencia<br />

que é vital implementar ações para<br />

54 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


a identificação e qualificação da<br />

adoção dos sistemas implantados<br />

nas diferentes regiões do País.<br />

Por essa razão, a Rede de Fomento<br />

ILPF (composta pelas empresas<br />

Dow AgroSciences, John<br />

Deere, Cocamar, Parker e Syngenta)<br />

e a Plataforma ABC (Embrapa)<br />

atuam em colaboração visando<br />

estabelecer uma Rede de Monitoramento<br />

para a identificação<br />

espacial e qualificação da adoção<br />

de sistemas ILPF no Brasil.<br />

Esse esforço também poderá<br />

contribuir para melhorar a gestão<br />

de riscos associados aos impactos<br />

negativos da mudança do clima,<br />

permitindo, ao longo do tempo, o<br />

desenvolvimento mais consistente<br />

das atividades do setor e ainda<br />

apoiando uma mudança progressiva<br />

na trajetória de emissões de<br />

gases de efeito estufa. Este modelo<br />

de desenvolvimento sustentável<br />

está alinhado com os objetivos tanto<br />

do Plano Nacional de Adaptação<br />

quanto do Plano ABC.<br />

Para o coordenador da Plataforma<br />

ABC e integrante da Rede<br />

de Fomento, Celso Manzatto,<br />

estabelecer um sistema eficiente<br />

de monitoramento é importante<br />

para a estratégia de transferência<br />

de tecnologia, definida pela Rede,<br />

ao proporcionar aos interessados<br />

contato com tecnologia via trocas<br />

de experiência com outros<br />

produtores que já estão em fase<br />

mais avançada de adoção. Além<br />

disso, é importante avaliar melhor<br />

o desempenho dessas tecnologias<br />

no que diz respeito ao padrão<br />

de emissões de gases de efeito<br />

estufa, ou mesmo recomendando<br />

que eventuais ajustes sejam<br />

promovidos pelos agricultores no<br />

processo produtivo com a finalidade<br />

de incrementar sua capacidade<br />

adaptativa.<br />

Manzatto salientou que “tão<br />

importante quanto as recomendações<br />

da pesquisa agrícola, também<br />

o aprendizado e as adaptações<br />

que os produtores adotantes implementam<br />

em suas propriedades<br />

são fundamentais para o aperfeiçoamento,<br />

e para a evolução dos<br />

sistemas ILPF”, disse.<br />

Conforme ressaltou Paulo Hermann,<br />

este é um momento ímpar,<br />

protagonizando a terceira revolução<br />

da agricultura tropical, por<br />

meio dos sistemas integrados de<br />

produção. Conforme explicou, a<br />

primeira foi a utilização do plantio<br />

direto, que potencializou o uso da<br />

terra, e num segundo momento, os<br />

agricultores introduziram o plantio<br />

da segunda cultura – a segunda<br />

safra anual. Agora será a era da<br />

‘agricultura sem parar’, que potencializa<br />

a produção pelo regime de<br />

sucessão de culturas.<br />

Hermann ainda declarou que “é<br />

chegada a hora de acreditarmos na<br />

nossa capacidade de realizarmos<br />

grandes feitos, e os números confirmam<br />

isso.”<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 55


ILPF<br />

COMPROMISSO BRASILEIRO<br />

EXIGE MUDANÇA CONTÍNUA<br />

A Plataforma ABC é uma estrutura coordenada pela<br />

Embrapa que envolve várias instituições de pesquisa<br />

na área agrícola. Ela é responsável por prover os dados<br />

técnicos oficiais tanto de atividade quanto os fatores<br />

de emissão de gases de efeito estufa para o setor<br />

agrícola. As informações são utilizadas na avaliação<br />

do desenvolvimento das ações do Plano ABC, além de<br />

fomentarem dados oficiais do Inventário Nacional de<br />

Gases de Efeito Estufa e dos Relatórios de Atualização<br />

Bianual preparados para a Convenção Quadro das<br />

Nações Unidas sobre Mudança do Clima.<br />

Com base nos resultados do estudo, a Plataforma<br />

ABC reuniu estimativas preliminares referentes ao estoque<br />

de carbono no solo promovidas pela estratégia da<br />

ILPF. A taxa de adoção linear assumida compreendeu<br />

o período entre os anos de 2005 e 2010 e 2010 e 2015.<br />

Celso Manzatto explica que o sistema ILP responde<br />

a cerca de 80% da adoção, e optou-se por realizar<br />

uma estimativa conservadora, com um coeficiente de<br />

redução das emissões da ordem de uma tonelada de<br />

carbono equivalente por hectare por ano.<br />

As estimativas indicaram o estoque da ordem de<br />

35,1 milhões de toneladas de CO2eq para todo o período<br />

da pesquisa e da ordem de 21,8 milhões de Mg de<br />

CO2eq para o período 2010 e 2015, considerando uma<br />

área de adoção da ordem de 5,96 milhões de hectares<br />

(Tabela). Com isso, o objetivo estabelecido pelo Plano<br />

ABC para 2020, de ampliar em quatro milhões de hectares<br />

a adoção de sistemas ILPF, correspondendo ao<br />

sequestro de 18-22 milhões de Mg de CO2eq, já teria<br />

sido alcançado.<br />

Gustavo Mozzer é pesquisador da Embrapa na área<br />

de mudanças de clima. Ele explica que o compromisso<br />

assumido pelo Brasil envolve mudança continuada<br />

do padrão de emissões. “Portanto, devemos insistir<br />

na sensibilização da sociedade para o enfrentamento<br />

dos desafios impostos pela mudança do clima”, avalia.<br />

O Plano Nacional de Adaptação propõe um modelo<br />

de gestão da informação que, quando implementado,<br />

deverá servir de base para a integração ainda mais<br />

eficiente dos esforços de adaptação no setor agrícola<br />

brasileiro.<br />

56 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


O coordenador da Plataforma ABC,<br />

Celso Manzatto, argumenta que, “mantida<br />

até 2020 a taxa de incremento de adoção<br />

de ILPF, podemos concluir que estamos<br />

no caminho para cumprir o objetivo de<br />

expansão adicional de adoção desta tecnologia<br />

em outros cinco milhões de hectares,<br />

conforme apresentado pelo Brasil durante<br />

a COP21 em Paris na forma de suas Contribuições<br />

Nacionalmente Determinadas<br />

(NDC)”.<br />

Ainda conforme Manzatto, a adoção de<br />

sistemas integrados ambientalmente corretos,<br />

capazes de suportar a variabilidade<br />

climática, sejam chuvas elevadas, secas<br />

prolongadas, altas ou baixas temperaturas<br />

é a oportunidade para construção de<br />

um modelo de desenvolvimento agrícola<br />

verdadeiramente sustentável e resiliente.<br />

Trata-se, portanto, de uma oportunidade<br />

para o País, na medida em que irá gerar a<br />

consolidação e a abertura de novos mercados<br />

para os produtos brasileiros. “Isso<br />

também demonstra que a ILPF, uma tecnologia<br />

gerada e testada no País, pode vir<br />

a se tornar uma referência de intensificação<br />

produtiva sustentável no mundo,” disse.<br />

Para o presidente da Embrapa, Maurício<br />

Lopes, o planejamento estruturado<br />

do Plano ABC está resultando em ganhos<br />

sistêmicos de resiliência em propriedades<br />

agrícolas. A adoção do ILPF tem gerado<br />

benefícios para a capacidade adaptativa<br />

dos sistemas produtivos tropicais. Segundo<br />

ele, este resultado é parte da estratégia<br />

de enfrentamento da mudança do clima<br />

pela agricultura brasileira. “A ação brasileira<br />

avança na consolidação da capacidade<br />

adaptativa dos seus sistemas agrícolas, lastreada<br />

pela gestão do conhecimento e da<br />

inovação tecnológica, pela forte ênfase em<br />

transferência de tecnologia via parcerias<br />

público privadas, e sustentada na visão e<br />

empreendedorismo dos nossos agricultores,<br />

que percebem e respondem ao tempo<br />

de rápidas mudanças em que vivemos”.<br />

O pesquisador Eduardo Assad da Embrapa<br />

Informática Agropecuária (SP), que<br />

também integra a Rede de Fomento de<br />

ILPF, destaca questões relacionadas à rentabilidade<br />

dos sistemas. Ele cita o Programa<br />

Novo Campo, em Alta Floresta (MT), que<br />

aborda estratégias de pecuária sustentável<br />

na Amazônia, com taxa de ocupação de 1,6<br />

animal/ha, considerando a taxa de ocupação<br />

em pastagens degradadas da ordem de<br />

0,75 animal/ha, ou o Projeto Roncador no<br />

médio Araguaia, onde a taxa de ocupação<br />

é 1,7 cabeças/ha, somente com o melhoramento<br />

de pastagens.<br />

Assad ainda cita um estudo da Escola<br />

de Economia de São Paulo da Fundação<br />

Getúlioi Vargas (FGV/EESP), Intensificação<br />

da Pecuária, seus Impactos no Desmatamento<br />

Evitado na Produção de Carne e<br />

na Redução de Emissões de GEE, no qual<br />

conclui que, se todo pecuarista no Brasil<br />

adotasse algum tipo de estratégia ILP/ILPF,<br />

seria possível adicionar mais 130 milhões<br />

de cabeças ao rebanho do País. Assad acredita<br />

que a integração produtiva permite aumentar<br />

a produção de carne, agregando a<br />

possibilidade de certificação internacional,<br />

por meio da baixa pegada de carbono. “Em<br />

breve, a carne que não for certificada não<br />

encontrará acesso nos melhores mercados<br />

mundiais,” complementa ele.<br />

O uso de ILPF na prática resulta em<br />

intensificação produtiva. De uma pecuária<br />

passamos para uma agropecuária, contribuindo<br />

para atender as demandas de<br />

alimentos previstas pelo Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento (Mapa)<br />

para 2030 com resiliência e sustentabilidade<br />

ambiental através da diversificação<br />

das paisagens produtivas e liberando áreas<br />

para a expansão da agricultura e plantio de<br />

florestas. Celso Manzatto explica que há<br />

“uma preocupação dos pecuaristas com<br />

o impacto ambiental de sua atividade e<br />

este tem sido um fator motivador para a<br />

adoção de ILPF”. Ele também destaca que<br />

“a ILPF está consolidada e é uma estratégia<br />

produtiva adotada por pequenas, médias<br />

e grandes propriedades”.<br />

As informações da pesquisa são consideradas<br />

fundamentais para orientar<br />

políticas públicas e mostrar a efetividade<br />

do Programa ABC como impulsionador da<br />

adoção de tecnologias resilientes e sustentáveis<br />

para a agropecuária brasileira. Os<br />

resultados indicam que a tecnologia ILPF<br />

é viável e já tem um importante índice de<br />

adoção para início do processo.<br />

Para o presidente<br />

da Embrapa,<br />

Maurício Lopes,<br />

o planejamento<br />

estruturado<br />

do Plano ABC<br />

está resultando<br />

em ganhos<br />

sistêmicos de<br />

resiliência em<br />

propriedades<br />

agrícolas.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 57


ILPF<br />

ENTENDA A<br />

PESQUISA<br />

O universo amostral considerado<br />

na pesquisa de adoção levou em consideração<br />

duas abordagens: a percepção<br />

do produtor de grãos que adota ou<br />

pretende adotar a atividade pecuária<br />

e/ou a produção florestal; e a perspectiva<br />

do pecuarista que já explora<br />

ou pretende agregar a produção de<br />

grãos e/ou florestal na propriedade. As<br />

culturas selecionadas para a pesquisa<br />

foram o milho da safra de verão e soja.<br />

A pesquisa identificou os principais<br />

tipos de sistemas adotados, além de<br />

informações complementares que darão<br />

apoio às ações de transferência de<br />

tecnologia, visando ampliar a adoção.<br />

As informações abrangem o perfil das<br />

propriedades e dos produtores; nível<br />

de tecnificação; vantagens percebidas<br />

pelos adotantes que conduziram à<br />

decisão ou mesmo à desistência; as<br />

fontes de informação nas tomadas<br />

de decisão para a adoção; entraves e<br />

perspectivas.<br />

Foram realizadas 7.909 entrevistas,<br />

compreendendo 3.105 pecuaristas<br />

de leite e corte em todos os estados;<br />

2.958 produtores de soja nos estados<br />

da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais,<br />

Mato Grosso do Sul, Mato Grosso,<br />

Piauí, Paraná, Rondônia, Rio Grande do<br />

Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins;<br />

e 1.846 produtores de milho nos<br />

estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais,<br />

Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina<br />

e São Paulo.<br />

58 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 59


TURISMO<br />

VALE DAS<br />

CACHOEIRAS<br />

Water Park abre temporada<br />

de férias em novembro<br />

60 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

61


TURISMO<br />

62 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


U<br />

m dos roteiros mais procurados em Rondônia na temporada de férias é o Vale<br />

das Cachoeiras Water Park, localizado no centro do estado, na tríplice fronteira<br />

entre os municípios de Ouro Preto do Oeste, Nova União e Teixeirópolis.<br />

O Vale das Cachoeiras abre este mês a temporada de férias para recepcionar os turistas<br />

e associados de todas as regiões de Rondônia e de outros estados que visitam o local que<br />

tem o maior parque aquático da região Norte.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

63


TURISMO<br />

Half Pipe<br />

O Vale das Cachoeiras Water Park fica no meio da floresta amazônica, com<br />

abundante natureza e piscinas naturais e tem atrações exclusivas na região<br />

Norte como o incrível Half Pipe, um brinquedo super radical em forma de<br />

pista de skate que é a sensação do momento.<br />

64 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


Áqua Rampa<br />

O Áqua Rampa é brinquedo disputado entre os visitantes que curtem<br />

a adrenalina de deslizar com velocidade por uma rampa com água, terminando<br />

em um belo mergulho numa piscina.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

65


TURISMO<br />

Brutal – Sleep Rider<br />

O Vale das Cachoeiras também dispõe de atrações radicais<br />

como o toboágua Brutal (Sleep Rider) com 43 metros de altura,<br />

o segundo mais alto toboágua do Brasil, que supera o “Insano”<br />

do Beat Park, de Fortaleza (CE), e só fica atrás do “Kamikaze” de<br />

Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.<br />

Cobra Coral<br />

O Cobra Coral é um toboágua tubular em espiral trazendo<br />

uma experiência única para quem gosta de aventura e adrenalina.<br />

66 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

67


TURISMO<br />

Brutalzinho Kids<br />

O Vale das Cachoeiras tem uma piscina exclusiva para crianças e o Brutalzinho<br />

Kids, o primeiro brinquedo radical para crianças de 3 a 7 anos. Quadra<br />

para futebol, de salão, quadra de voleibol e campo society.<br />

Excussões<br />

Caravanas de todo o estado de Rondônia, formadas por grupos de<br />

empresas, instituições escolares, igrejas, prefeituras, comunidades e<br />

famílias também organiza temporada de camping.<br />

Atrações naturais, montanhas, rios e cachoeira, passarelas de<br />

madeira e mirantes para contemplar a maravilha da natureza.<br />

O Vale das Cachoeiras fica na Linha 24.<br />

Informe-se pelo fone 3461-1177 ou 99247 <strong>12</strong>18 – 99963-3899<br />

ou no site www.valedascachoeiras.com.br.<br />

Venha viver essa aventura no Vale das Cachoeiras Water Park!<br />

68 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA<br />

69


INFORME PUBLICITÁRIO<br />

Congresso dos Trabalhadores do Judiciário<br />

Diretoria do Sinjur faz balanço positivo do<br />

X Consinjur, realizado em Costa Marques<br />

Foto:Elias Paiva<br />

Mudanças estatutárias melhoram sistema<br />

de votação com uso de urna eletrônica<br />

Representantes de<br />

todas as Comarcas<br />

participaram com<br />

direito a voz e voto<br />

no X Consinjur<br />

s alterações estatutárias<br />

Aaprovadas no X Congresso<br />

dos Trabalhadores no Poder<br />

Judiciário do Estado de Rondônia<br />

(Consinjur), nos dias 13 e 14 de outubro,<br />

em Costa Marques, trarão novidades<br />

às próximas eleições do Sinjur e<br />

ampliarão a segurança jurídica aos representantes<br />

de prédios que, após o registro<br />

da Ata, passarão a ter a nomenclatura<br />

de “Representantes sindicais”.<br />

A principal novidade para as próximas<br />

eleições é a possibilidade de o diretor<br />

presidente, mesmo após ter sido reeleito,<br />

poder compor chapa com a<br />

mesma diretoria, desde que em cargo<br />

que não seja o de presidente. A proposta,<br />

aprovada por unanimidade, altera o<br />

parágrafo 2º do artigo 70 do Estatuto.<br />

Outra novidade é que a próxima<br />

eleição será feita por meio eletrônico,<br />

através de urna eletrônica ou votação<br />

no próprio site da entidade. Ainda refe-<br />

rente às eleições, outra medida que terá<br />

impacto relevante são as alterações da<br />

alínea “b” do artigo 11 e das alíneas “b”<br />

e “d” do artigo 75, que impedem a candidatura<br />

de trabalhadores que lesaram<br />

o patrimônio de qualquer entidade<br />

associativa ou sindical ou que tiverem<br />

sido legalmente destituídos de cargos<br />

de diretoria associativa ou sindical.<br />

Representante sindical<br />

A mudança que beneficiará quem<br />

milita no sindicalismo é a que altera o<br />

nome dos representantes de prédios<br />

para representantes sindicais. Com a alteração,<br />

a base territorial do Sindicato<br />

será subdividida para efeitos administrativos<br />

e organizativos em Sedes Sindicais,<br />

que serão administradas por um<br />

Delegado Sindical, exceto na Capital,<br />

onde a administração cabe a Diretoria<br />

Administrativa. A decisão visa garantir<br />

proteção jurídica aos filiados e à categoria<br />

representada.<br />

Em todas as Comarcas, os prédios<br />

onde há mais de 10 filiados elegerão<br />

um representante sindical para cada<br />

prédio. Posteriormente, os representantes<br />

escolherão, dentre eles, o<br />

Delegado Sindical que terá direito a<br />

voz e voto no Conselho de Representantes<br />

Sindicais.<br />

Finanças<br />

Depois de um amplo debate, os<br />

congressistas garantiram ainda a<br />

participação de todos os filiados nas<br />

decisões do Sinjur, ratificaram a<br />

criação do Portal de Transparência do<br />

Sindicato e aprovaram a potencialização<br />

dos ganhos de capital, referente à<br />

receita de aplicação financeira, o que<br />

deve resultar na centralização das<br />

contas do Sinjur em banco ou cooperativa<br />

de crédito que as revista de retorno<br />

financeiro.<br />

Assessoria de Imprensa - Sinjur<br />

70 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016


OUTUBRO/NOVEMBRO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA 71


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72 REVISTA VISÃO RONDÔNIA I OUTUBRO/NOVEMBRO 2016

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